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“Arte contemporânea brasileira: a visão de críticos artistas e curadores.” Luiz Camillo Osório e Carlos Vergara 3ª aula A história da formação artítica de Carlos Vergara passa pelo seu contato com o grande artista brasileiro Iberê Camargo (1914- 1994). Iberê acabou se tornando uma espécie de mentor artístico de Carlos Vergara. Além disso, para falarmos do início artístico de Vergara, não podemos esquecer de sua formação como químico industrial, que o ajudou, posteriormente, no manuseio de materiais novos (como vinil e acrílico) para a produção de suas obras. Desta maneira, a obra de Vergara, já na década de 1960, quebrava a questão neoconcreta (apesar de considerá-la de suma importância para a concretização da modernidade no Brasil) ao tematizar de forma diferente a questão da participação do espectador na obra. Além disso, sempre evitou tematizar o Brasil folcloricamente, evitando o exotismo como modo de representar o país. Segundo o próprio artista sua produção é permeada por questões relacionadas à como lidar com o caráter contemplativo da

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arte contemporânea 3ª

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Arte contempornea brasileira:

a viso de crticos artistas e curadores.Luiz Camillo Osrio e Carlos Vergara3 aula

A histria da formao arttica de Carlos Vergara passa pelo seu contato com o grande artista brasileiro Iber Camargo (1914-1994). Iber acabou se tornando uma espcie de mentor artstico de Carlos Vergara. Alm disso, para falarmos do incio artstico de Vergara, no podemos esquecer de sua formao como qumico industrial, que o ajudou, posteriormente, no manuseio de materiais novos (como vinil e acrlico) para a produo de suas obras.

Desta maneira, a obra de Vergara, j na dcada de 1960, quebrava a questo neoconcreta (apesar de consider-la de suma importncia para a concretizao da modernidade no Brasil) ao tematizar de forma diferente a questo da participao do espectador na obra. Alm disso, sempre evitou tematizar o Brasil folcloricamente, evitando o exotismo como modo de representar o pas.

Segundo o prprio artista sua produo permeada por questes relacionadas como lidar com o carter contemplativo da pintura, enquanto estamos em uma poca nada contemplativa, uma poca em que as pessoas no possuem mais o este hbito, o de parar e contemplar a obra artstica, j que o ver a pintura, para Vergara, deve ser um esforo contnuo da inteligncia. Outra questo que caracteriza para Vergara a vertente da sua produo responder a pergunta sobre como acontece o viver junto, ou seja, como melhorar esse viver junto?

Assim, analisando as questes que permeiam a arte de Carlos Vergara, devemos, tambm, apresentar sua viso de arte e artista. Segundo ele, h uma diferena primordial entre o artista e o arteso. O arteso sempre pensa em produzir a sua obra com uma espcie de excelncia, de perfeio. J a que permeia a produo do artista tornar novo o que j conhecido.

Segundo Luiz Camillo Osrio, a obra de Vergara se desenvolve em um caminhar de aprender e desaprender uma lngua. Ou seja, Vergara, ao longo de sua trajetria, no teve problemas em trabalhar com outras tcnicas e mdias. um pintor, porm trabalha com fotografia, instalaes e vdeo instalao.

A aproximao de Luiz Camillo Osrio e Carlos Vergara se concretizou em seus dois projetos juntos: o projeto em O Sagrado Corao, Misso de So migue e o projeto na Capadcia (Turquia). Nesses projetos, podemos ver que a expressividade nasce na obra.

A obra de Carlos Vergara pode ser lembrada com a frase do grande crtico de arte brasileiro Mrio Pedrosa (1901-1981): A arte um execcio da liberdade.