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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 881 558

Outras despesas de estrutura 67 576

Iniciativas directas 1 098 053

Investimento 27 685

Total 3 047 187

Receitas 773 548

O lugar que o Museu Calouste Gulbenkianocupa na sociedade portuguesa e no contexto internacional é sólido, mas não basta a exposição permanente para responder às exigências do públicocontemporâneo.

Para além da cedência de peças das suas colecções para grandes exposiçõesinternacionais, o Museu coordena exposiçõese promove publicações e outras actividadesque se constituem como referência.

O recurso a especialistas exteriores à instituição, e mesmo ao país, é práticacorrente e possibilita a organização de eventos que se pretendem relevantes.

Internamente também, as iniciativasmeritórias de produção do conhecimento e da sua divulgação – inclusive através do Serviço Educativo que, embora com problemas de falta de espaço próprio,desenvolve um leque de actividades variadase criativas –, contribuem para a presençaconstante do Museu no contexto da vidacultural do país.

Exposição PermanenteConsidera-se a exposição permanente comoa oferta primeira do Museu ao público,razão porque, após a sua requalificação em2001, se tem vindo a proceder a pequenos

acertos necessários. São exemplo asbarreiras dissuasoras com soluçõesmuseográficas austeras, como para o biombo de Coromandel, na sala de arte do ExtremoOriente, e uma nova vitrina para exposiçãode um conjunto considerável de medalhasitalianas da Renascença, na sala de Artes Decorativas europeias do século XVI, resolvendo-se a contento questões na iluminação, que na apresentação anteriornão permitiam uma visão adequada.

Estudaram-se soluções para a apresentaçãode mais cerâmicas islâmicas, uma tapeçariafrancesa do século XVIII e um pequenoconjunto de jóias de René Lalique, o que se concretizará em 2004.

A colecção permanente foi pretexto para um programa de divulgação cultural da autoria de José Hermano Saraiva,produzido pela RTP, e o Museu foi incluído,pelo texto e pela imagem, na obra GreatSmaller Museums of Europe,de James Stourton.

O espaço destinado à exposição temporáriade obras de arte conservadas nas reservas,no circuito de exposição permanente, foi ocupado por duas iniciativas, de quese dá notícia em Exposições Temporárias.

Exposições Temporárias“O Mar e a Luz. Aguarelas de Turner na Colecção da Tate”19 de Fevereiro a 18 de MaioComissário: Ian WarrellConjunto de 70 obras, incluindo dois óleos,60 aguarelas e 8 gravuras do acervo da TateBritain, a que se associou a pinturaQuillebeuf, Foz do Sena e uma aguarela da Colecção Gulbenkian.Esta mostra resultou de uma proposta feita pelo Museu, no sentido de trazer ao convívio do nosso público obras de um dos grandes mestres da Pintura

›› Museu Calouste Gulbenkian

Tapete, Irão (Caxã),meados doséculo XVI, seda,230 � 180 cm.

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europeia, de temática afim das que foramadquiridas pelo Coleccionador.A exposição foi vista por 62 358 pessoas,das quais 12 005 foram orientadas peloServiço Educativo, que fez um total de 754 visitas.

“Uma Tradição Secular. Bordados do ImpérioOtomano à Índia, Séculos XVIII-XIX”7 de Outubro a 10 de Abril de 2004Comissária: Maria Fernanda Passos LeiteConjunto inédito de 43 tecidos bordados da Colecção Calouste Gulbenkian.Exposição no âmbito da 20.ª AssembleiaGeral do CIETA (Centre International pour l’Étude des Textiles Anciens), que decorreu nas instalações da Fundação(ver Conferências, Congressos, Colóquios e Cursos).Até ao final do ano a exposição foi visitadapor 7837 pessoas, tendo o Serviço Educativoorientado 31 grupos, num total de 282 visitantes.

Obras em Foco“Moedas Gregas Antigas. Electro de Cízico(c. 550-c. 330 a.C.)”11 de Fevereiro a 22 de JunhoResponsável: Mário de Castro HipólitoConjunto de 39 moedas de electro, cunhadasna colónia de Cízico, importante centrocomercial entre o mar Egeu e o mar Negro.Iniciativa alusiva à Presidência da UniãoEuropeia pela Grécia.

Carlos Azevedo

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do

Aspecto da inauguração da exposição “O Mar e a Luz.Aguarelas de Turner na Colecção da Tate”.

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Aspecto da exposição “Uma Tradição Secular. Bordados do Império Otomano à Índia, Séculos XVIII-XIX”.

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“Uma Obra em Foco” – Moedas Gregas Antigas.Cabeça de Zeus. Moeda de Electro de Cízico (anverso),c. 550-330 a.C.

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“Félix Ziem (1821–1911)na Colecção Calouste Gulbenkian”23 de Dezembro a 28 de Março de 2004Responsáveis: Manuela Fidalgo e Luísa SampaioConjunto de cinco obras deste autor francês,viajante incansável, que retratou Istambul e Marselha, lugares referenciais na vida de Calouste Gulbenkian.Foram disponibilizadas informaçõesadicionais sobre o autor e as suas obrasnum quiosque informático.

ApoloGuillaume II CoustouEscultura em mármore, 1753Colecção do Palácio de VersalhesAbril de 2003 a Maio de 2004Cedida a escultura Apolo de Houdon para exposição sobre este escultor e dada a sua actual colocação, emblemáticano átrio do Museu, solicitou-se a cedênciatemporária desta importante escultura, na ausência da outra, e apresentada no mesmo local.

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“Uma Obra em Foco” – Félix Ziem (1821-1911) na Colecção Calouste Gulbenkian,

Ciprestes em Scutari, c. 1860-1870, óleo sobre madeira.

››

Apolo em mármore, de Guillaume II Coustou (1716-1777),1753, do Palácio de Versalhes, que substituiu o ausenteApolo em bronze de Houdon, pertencente à ColecçãoCalouste Gulbenkian.

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Projectos de Exposições“Arte Islâmica na Colecção Gulbenkian”Apresentação prevista para se realizar, entre Janeiro e Fevereiro de 2004, no Centro Cultural de Abu DhabiComissárias: Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz RibeiroConjunto de cerâmicas, vidros, têxteis e documentos iluminados, num total de 55 peças do núcleo de Arte Islâmica.Concluíram-se os trabalhos de preparação da exposição, ficando as obras, o materialde museografia e o catálogo disponíveispara transporte e montagem no local.

“Calouste Gulbenkian Bibliófilo”Comissárias: Manuela Fidalgo e Maria Queiroz Ribeiro

Sala de Exposições Temporárias do Museu e itinerância a propor a instituiçõesinternacionais credenciadas.Selecção de livros europeus, como os iluminados medievais e obras impressas do século XVI ao primeiro terço do século XX, estas pela qualidade superior das ilustraçõese das encadernações, bem como por semelhantes razões, as miniaturas e as encadernações orientais – obrasproduzidas no seio das culturas islâmica e arménia.

“Goa e o Grão-Mogol”Comissários: Jorge Florese Nuno Vassallo e SilvaSala de Exposições Temporárias do edifícioda Sede, que decorrerá entre 8 de Junho e 5 de Setembro de 2004Conjunto de 119 objectos artísticos que fundamentam uma actualização do conhecimento das relações interculturaisentre Portugal e a Índia muçulmana.

Participação em ExposiçõesTemporáriasA inclusão de obras de arte da colecção em grandes exposições internacionaiscontribui para a divulgação do Museu e igualmente possibilita enquadrar o seuestudo sob diferentes pontos de vista.Analisados os pedidos pela sua pertinênciacientífica e garantidas as necessáriascondições de conservação e segurança,foram emprestadas as seguintes obras:

› Retrato de Henri-Michel Lévy, de EdgarDegas, para a exposição “Ritratti e Figure.Capolavori Impressionisti”, Complesso delVittoriano, Roma (7 de Março a 6 de Julho);› Livro de Horas, manuscrito francês doséculo XV, para a exposição “Jean Fouquet,Peintre et Enlumineur du XVe siècle”,Bibliothèque nationale de France, Paris(26 de Março a 26 de Junho);› Regata no Grande Canal junto à Ponte de Rialto, de Francesco Guardi, para a exposição “Guardi. A Arte da Memória”,Centro Cultural de Belém, Lisboa (15 de Abril a 17 de Agosto);› Apolo, de Jean-Antoine Houdon, para a exposição “Jean-Antoine Houdon,

Margarida Ramalho

Livro de Horas,manuscrito francês

do século XV, obra cedida para

a exposição “JeanFouquet, Peintre etEnlumineur du XVe

siècle” (Bibliothèquenationale de France).

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Sculpture of the Enlightenment”, NationalGallery of Art, Washington, e J. Paul GettyMuseum, Los Angeles (respectivamente, 4 de Maio a 7 de Setembro e 4 deNovembro a 25 de Janeiro de 2004);› Livro de Horas, manuscrito flamengo do século XVI, para a exposição“Illuminating the Renaissance. The Triumphof Flemish Manuscript Painting in Europe”,J. Paul Getty Museum, Los Angeles (17 de Junho a 7 de Setembro);› Retrato de Monsieur e Madame ThomasGermain, de Nicolas de Largillierre, para a exposição “Ricardo do Espírito SantoSilva. Coleccionador e Mecenas”, FundaçãoRicardo do Espírito Santo Silva, Lisboa (9 de Julho a 26 de Outubro);› O Degelo, de Claude Monet, para aexposição “The Seine and the Sea“, Royal Scottish Academy, Edimburgo (6 de Agosto a 26 de Outubro);› O Pintor Brown e a Família, pintura de Giovanni Boldini, para a exposição“Degas e gli Italiani a Parigi”, Palazzo dei Diamanti, Ferrara (14 de Setembro a 16 de Novembro);› Tapete de seda e livro da Pérsia, século XVI, para a exposição “Hunt for Paradise. Court Arts of Safavid Iran, 1501-1576”, Asia Society, Nova Iorque (16 de Outubro de 2003 a 18 de Janeiro de 2004);› Livro de Horas de Afonso I d’Este,manuscrito italiano do século XVI, para a exposição “Une Renaissance Singulière. La Cour des Este à Ferrare”, Palais des Beaux Arts, Bruxelas (3 de Outubro de 2003 a 1 de Fevereiro de 2004);› As Bolas de Sabão, pintura de EdouardManet, para a exposição “Manet en elPrado”, Museu do Prado, Madrid (13 de Outubro de 2003 a 8 de Fevereiro de 2004); e› Retrato de Monsieur e Madame ThomasGermain, de Nicolas de Largillierre, para a exposição “Nicolas de Largillierre. Peintredu Grand Siècle”, Musée Jacquemart-André,Paris (14 de Outubro de 2003 a 22 deFevereiro de 2004).

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Retrato de Monsieur e Madame Thomas Germain, de Nicolas de Largillierre (1656-1746), França, 1736,

pintura cedida à Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva,Lisboa, e ao Museu Jaquemart-André, Paris.

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As Bolas de Sabão, pintura de Edouard Manet (1832-1883), França, 1867, cedida para a exposição

“Manet en el Prado”, Madrid.

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AquisiçãoEntendendo-se a Colecção Gulbenkian como um exemplo maior do gosto do Coleccionador, que chamava a si a decisão final sobre a escolha das peças, é considerado como princípio que o Museu,no sentido de manter a coesão original do acervo, não deva fazernovas aquisições.Excepção é feita com obras que, para alémdo valor artístico e/ou documental, estãona génese das peças adquiridas por CalousteGulbenkian, como foi o caso de um esboço

de Charles Nicolas Cochin, estudopreparatório para o desenho alegórico ao Nascimento de Luís XV, adquirido no mercado antiquário em Paris.

In-Arte PremiumAplicação Informática para Gestãode Museus

No âmbito da disponibilização da novaAplicação Informática para Gestão de Museus – IN-ARTE PREMIUM, os quadrostécnicos do Museu receberam formação com vista à sua utilização. Efectuaram-se710 registos de obras do acervo, prevendo-se que até ao final de 2006conste do inventário informatizado a totalidade da Colecção.

PublicaçõesMuseu Calouste Gulbenkian (álbum)O sucesso de venda desta publicação, desde o seu lançamento em 2001, então em português e inglês, e em 2002, na versão espanhola, justificou reediçõesem 2003 – a terceira em português e a segunda em espanhol, ano em que também se publicou a primeira versão em francês.

O Mar e a Luz. Turner nas Colecções da TateCatálogo da exposição.

Textos: Ian Warrel, Nicola Cole, Nicola Moorby e Sarah Taft.Tradução: João CarvalhoDiasCoordenação editorial:João Carvalho DiasDesign: TVM designers/Luís Moreira

Turner na ColecçãoGulbenkianDesdobrávelTextos: Manuela Fidalgo e Luísa Sampaio

o mar e a luzAguarelas deTurnerna colecção daTate

Catarina Gomes FerreiraCarlos Azevedo

Turner na ColecçãoCalouste Gulbenkian

Desdobrável que,com o catálogo,

acompanhou a exposição

“O Mar e a Luz.Aguarelas de Turner

na Colecção da Tate”.

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“Figura Feminina”,estudo preparatório

para o desenhoNascimento de Luís XV,

de Charles NicolasCochin (1715-1790),

c. 1753.

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Nascimento de Luís XV, desenho

de Charles NicolasCochin (1715-1790),

c. 1753.

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Uma Tradição Secular. Bordados do ImpérioOtomano à Índia. Séculos XVIII-XIXCatálogo da exposição.Textos: Maria Fernanda Passos LeiteTradução: Richard TrewinnardCoordenação editorial: João Carvalho DiasDesign: TVM designers/Luís Moreira

Desdobráveis de “Obras em Foco”

Moedas Gregas Antigas. Electro de Cízico (c. 550-c. 330 a.C.)Organização e textos: Mário de Castro Hipólito.

Félix Ziem (1821–1911) na Colecção Calouste GulbenkianOrganização e textos: Manuela Fidalgo e Luísa Sampaio.

Apolo de Guillaume II CoustouOrganização e textos: Maria Rosa Figueiredo.

Fac-similados de Obras Pertencentes à Colecção Calouste GulbenkianEstas edições, acompanhadas por estudoscientíficos da autoria de especialistas,contribuem para divulgar obras maiores de entre os manuscritos iluminados da Colecção, permitindo também limitar o seu manuseamento por parte dos estudiosos que os pretendem consultar: Apocalipse Gulbenkian, editado

por M. Moleiro, Barcelona; e Livro de Horasde Afonso I d’Este, editado pela BibliotecaUniversitária Estense e Il Bulino Editores.

Publicações em PreparaçãoNa política de publicações continuam-se a privilegiar trabalhos monográficos sobre núcleos da Colecção, solicitados a especialistas de cada uma das diferentesáreas, contribuindo para o aprofundamentodo seu estudo científico, e títulos de divulgação do Museu, do seu acervo e das suas actividades. Assim, em 2003,prepararam-se as seguintes obras:

Arte Islâmica na Colecção GulbenkianCatálogo que acompanhará a exposição a apresentar no Centro Cultural do AbuDhabi, no primeiro trimestre de 2004.Edição em inglês e em árabe.

Porcelana Chinesa na Colecção Calouste GulbenkianLançamento previsto para o primeirotrimestre de 2004.

365 Obras do Museu Calouste GulbenkianLivro de memória reproduzindo para cada dia do ano uma peça da Colecção.Lançamento previsto para o início de 2004.

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O ApocalipseGulbenkian,Inglaterra, século XIII, teveedição fac-similadaem 2003.

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Guia do Museu Calouste GulbenkianLivro de orientação no Museu e de apresentação de peças da Colecção.Lançamento previsto para o primeirotrimestre de 2004.

Especialistase Estágios no MuseuTendo em vista estudos, publicações e organização de exposições, o Museu continuou a atender e a convidarespecialistas internacionais das diversasáreas da sua Colecção: Dr. Markus Neuwirth,para estudar o livro iluminado Gradual de Admont; Professor Gregory Clark, para estudar os livros manuscritosiluminados flamengos e franceses; Elaine Wright, da Chester Beatty Library, e Sheila Canby, do British Museum, para recolha de pareceres técnicos e científicos na área do livro islâmico; e Deborah Schorsh, do Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque, para estudo do torso egípcio de Petubastis.

Efectuaram estágios no Sector Educativo do Museu técnicos com formação superior,ficando alguns aptos a colaborar nas suasactividades em regime de prestação de serviços.

ConcertosEm colaboração com o Serviço de Músicarealizaram-se, ao longo do ano, dez dos habituais Concertos de Domingo no átrio da Biblioteca/Museu, e que tiveram uma assistência superior a 2000 pessoas.Publicaram-se desdobráveis de divulgação e os programas dos concertos em que intervieram maioritariamentebolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian.Integrando as actividades programadas da exposição “O Mar e a Luz. Aguarelas de Turner na Colecção da Tate”, levou-se a efeito um concerto com obras de autoresdo período romântico.

Divulgação do MuseuArquivo FotográficoProsseguiu a actualização e reorganizaçãodos ficheiros dos catálogos e o tratamentode documentação e selecção de documentação fotográfica destinada a publicações, exposições, actividades do Serviço Educativo, outras actividades do Museu e pedidos de cedência de documentação fotográfica paraexposições e edições de publicaçõesnacionais e estrangeiras.

DocumentaçãoEste sector manteve a sua actividade de oferta de publicações a instituiçõesnacionais e estrangeiras, recebendo em permuta publicações de interesse não só para o Museu, como também para a Biblioteca de Arte.

FotografiaExecutaram-se negativos a cor, provas a cor, transparências, slides, provas digitais,provas p/b e digitalizações, num total de 4527 imagens.Prosseguiram os trabalhos de fotografias em transparência com digitalização de imagens da Pintura, do núcleo de aguarelas francesas dos séculos XIX-XX e de outras obras do Museu, para integrar o programa IN-ARTE PREMIUM.Registaram-se eventos como inaugurações,conferências e visitas especiais.

WebsiteIniciou-se a prática regular dadisponibilização de minisites específicospara cada exposição temporária e anúnciode actividades complementares,nomeadamente as do Serviço Educativo. Por ocasião do Natal, foi disponibilizadauma funcionalidade que permite o envio de cartões de boas festas (com temas da colecção) on-line.

Conservação e RestauroPara além de intervenções regulares de conservação preventiva, concluiu-se a intervenção no relógio (regulador) francês do século XVIII, até agora atribuído

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Relógio reguladorfrancês do século XVIII, cuja atribuição a Bernard (II) van Risen Burgh, foi confirmadadurante o restauro.

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››a Bernard (II) van RisenBurgh, facto que seconfirmou por terem sido encontradas as respectivas marcasdurante o tratamento,

e deu-se início ao processode restauro de azulejos de Iznik, em reserva,

tendo em vista a cedênciade longa duração ao MuseuBenaki de Atenas, ondejuntamente com azulejosdaquela colecção e de outros pertencentesa vários museus,permitirão reconstituir

o painel a que pertenciaminicialmente.

O técnico de restauro foisolicitado para orientaçãode diversas visitas a grupos de alunos

de cursos superiores de Conservação eRestauro e de Históriada Arte.

Conferências, Congressos,Colóquios e CursosNo quadro de uma programação de actividades paralelas às exposiçõestemporárias e às colecções do Museu,convidaram-se especialistas de diferentesáreas e deu-se início a um ciclo de conferências que se deseja com ritmoanual: “O Livro do Apocalipse. A Palavra e a Imagem”, por Aires do Nascimento,Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, por ocasião do lançamento da edição fac-similada do Apocalipse Gulbenkian; “Turner e o Mar”,por Eric Shanes, no âmbito da exposição “O Mar e a Luz. Aguarelas de Turner naColecção da Tate”; e o ciclo de conferências“Artes Decorativas Europeias do Século XVII”:“Roman furnishings in the Baroque Age”,por Alvar González-Palacios, historiador de arte; “Pierre Delabarre, un grand orfèvreparisien méconnu (vers 1630)”, por Daniel

Alcouffe, conservador do Museu do Louvre;e “Invention, design and sometimesexecution. Sculptors and the Decorative Artsin the 17th Century Rome”, por JenniferMontagu, historiadora de arte.

O Museu Calouste Gulbenkian integra a Direcção do CIETA (Centre Internationalpour l’Étude des Textiles Anciens) e assumiua organização dos trabalhos preparatórios e da realização da 20.ª Assembleia Geralnas instalações da Fundação, 28 de Setembro a 2 de Outubro. Da elaboração do programa ocupou-se a representante do Museu na Direcção do CIETA, conservadora Maria FernandaPassos Leite.

A conservadora Maria Rosa Figueiredo fez a comunicação “Museu Tutelado pela Fundação – o Museu CalousteGulbenkian”, no âmbito de uma jornada de trabalho promovida pela AssociaçãoPortuguesa de Museologia (APOM), Casa-Museu João Soares, Cortes, e, enquanto delegada de Portugal na FIDEM (Federação Internacional de Medalhística), a que o Museu pertence, integrou os júris do “Prémio de Medalha Contemporânea Dorita Castel-Branco”, Câmara Municipal de Sintra, e da “Bienal InternacionalContemporânea – Seixal”, Câmara Municipal do Seixal.

A conservadora Maria Queiroz Ribeiro falousobre “A Cerâmica Islâmica na ColecçãoCalouste Gulbenkian”, no Museu Nacional de Cerâmica de Sèvres.

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O director do Museu apresentaJennifer Montagu,conferencista no ciclo “Artes Decorativas Europeias do Século XVII”.››

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A conservadora Manuela Fidalgo, em parceria com Vítor Milheirão, deu o curso “Livros Raros: bem conhecer para melhor preservar”, promovido pelaAssociação Portuguesa de Bibliotecários,Arquivistas e Documentalistas nas instalações da Fundação.

O director do Museu, João Castel-BrancoPereira, a convite da Fundação De Fornaris,de Turim, fez aí a conferência “I Musei della Fondazione Gulbenkian”; participou no encontro “Reflexões para a Constituição de um Museu – o Museu do Oriente”, organizado pela Fundação Oriente, com uma comunicação sobre as “Obras de Requalificação do Museu Gulbenkianentre 1999 e 2001”; integrou a mesa--redonda “La Pasión del Coleccionismo”,organizada pela Fundação Santander Central Hispano, Madrid; e participou, a convite da Câmara Municipal de Faro, na jornada organizada pelo MuseuMunicipal, apresentando a comunicação ‘’O Edifício e a Apresentação da ExposiçãoPermanente do Museu Gulbenkian’’, no Dia Mundial da Arquitectura.

Colaboração com outrosServiços da Fundaçãoe Instituições no ExteriorNo âmbito da colaboração com o ServiçoInternacional, a conservadora MariaFernanda Passos Leite colaborou no guião,selecção de peças e organização daexposição “Peregrinações”, deu continuidadeaos trabalhos de preparação da exposição“Artes Tradicionais Portuguesas”, que sedeverá realizar em 2004 em várias cidadesbrasileiras, e elaborou textos para o livro sobre o Museu de Arte Sacra e Indo-Portuguesa de Rachol.

O designer do Museu, Mariano Piçarra,colaborou igualmente com aquele Serviço,através dos projectos museográficos para as exposições “Peregrinações” e “Artes Tradicionais Portuguesas”.

O Serviço Educativo do Museu promoveudiversas actividades durante a exposição

“Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian.Francisco Caldeira Cabral (1908-1992) e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas”, organizada pelo Serviço de Belas-Artes. Foram feitas intervenções de conservação e restauro em documentosgráficos a integrar na exposição referida nas instalações do Museu.

A exposição “Para uma Cultura da Paz e daNão-Violência”, que o Museu organizou em 2000, destinada a itinerância no país eapoiada pela Comissão Nacional da UNESCO,foi cedida ao Observatório Astronómico de Tavira e à Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém.

As conservadoras Maria Rosa Figueiredo eManuela Fidalgo colaboraram com o Centrode Estudos sobre a Mulher, através de umaselecção de obras passíveis de integrar a exposição “Faces de Eva” e que aqueleCentro prepara.

O director participou na publicação Ricardodo Espírito Santo Silva. Coleccionador eMecenas, editada pela Fundação Ricardo doEspírito Santo Silva com o texto: “A memóriados coleccionadores”, sobre coleccionismona primeira metade do século XX.

Serviço EducativoVisitasForam feitas 690 visitas às galerias daExposição Permanente, com um total de10 349 participantes de grupos pré-escolarese escolares de todos os graus de ensino,público sénior – grupos organizados deacademias, associações culturais ou de tempos livres e de centros de dia e grupos de deficientes.

OficinasA propósito da exposição “O Mar e a Luz.Aguarelas de Turner na Colecção da Tate:Iniciação à Aguarela”, destinadas a adultose desdobrada em dois módulos; e “Pela mãode Turner, à roda das cores”, para crianças e seus familiares adultos e desdobrada em dois módulos.A propósito da exposição “Do EstádioNacional ao Jardim Gulbenkian.

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Francisco Caldeira Cabral (1908-1992)e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas: Tantos Jardins a Orientee Ocidente”, com visitas orientadas àsescolas sob o tema “A Paisagem:do Museu ao Jardim” e um programade visitas aos sábados, sob o tema“Da Paisagem na Arte à Arte da Paisagem”.

Férias no MuseuForam realizadas, pela primeira vez nosmeses de Verão, actividades para criançasdivididas por três grandes temas: “A Natureza e as Cores”, “Retrato e Auto-Retrato” e “Os Tempos Livres”.

Projectos especiaisO Serviço Educativo colaborou com a APCDA(Associação de Pais para a Educação deCrianças Deficientes Auditivas), numainiciativa que pretende estimular acuriosidade, o funcionamento em grupo e aaprendizagem de crianças com deficiênciaauditiva; com a Associação Acreditar, quecuida e acompanha crianças com doençaoncológica; e com o Conselho Portuguêspara os Refugiados. O Serviço realizou aindavisitas orientadas a crianças, adolescentes e adultos, integradas no Projecto “WaterMusic”, encenação da música de Händel,que decorreu no Centro Cultural de Belém e se complementou com visitas a museus.

VisitantesAs galerias de exposição permanente foramvisitadas em 2003 por 139 793 pessoas,sendo 30 732 nacionais e 109 061estrangeiras.

Na sala de exposições temporáriasapresentaram-se duas mostras elucidativasdo gosto do Coleccionador, uma centrada naobra de William Turner, outra em BordadosOtomanos da Colecção, que foram visitadaspor 70 195 pessoas.

Entre as visitas integradas em programasoficiais ou que, por iniciativa própria,vieram ao Museu, destacam-se ValéryGiscard d’Estaing, o arquitecto Frank Gehry,

o Primeiro-Ministro da Bulgária Simeão deSaxe-Coburgo, os ministros dos NegóciosEstrangeiros do Irão e da Mauritânia, o ministro do Equipamento da Tunísia, a ministra da Cultura da Eslovénia, o director da Biblioteca Alexandrina, os participantesna Assembleia Geral do Centro Europeu deFundações, o Presidente da Câmara dosRepresentantes do Japão e os Presidentesdos Bancos Centrais Europeus.

O Museu Calouste Gulbenkian continua assima ser um dos mais visitados do país, tantopor portugueses como por um públicointernacional. Para tal contribui o trabalhoregular do Serviço Educativo junto dosvisitantes nacionais que, através deactividades tradicionais como as visitasorientadas ou por meio de propostasinovadoras como as oficinas temáticas eactividades pensadas para grupos alargadosde crianças e acompanhantes, adultos efamiliares, ou em períodos sem ofertacultural para as crianças, como as férias deVerão, mantém o interesse do público queaqui volta com curiosidade e gosto. No casodos visitantes estrangeiros, tal deve-seao prestígio internacional do Museu e aotrabalho de divulgação que propiciam a vontade de conhecer uma colecção que, com obras de arte tipologicamente existentes nos grandes museus do mundo, aqui sedestacam pela superior qualidade estética.

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Visita do Primeiro-Ministro da Bulgária, Simeãode Saxe-Coburgo.

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Ballet Gulbenkian, Falling Angels, coreografia de Jirí Kylián.

››Alceu Bett

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 141 745(com excepção dos quadros artísticos)

Despesas de funcionamento 174 284

Iniciativas directas 11 323 326(inclui despesas com pessoal e funcionamento)

Orquestra Gulbenkian 6 084 234

Coro Gulbenkian 562 973

Ballet Gulbenkian 2 656 928

Outras iniciativas

Grandes Orquestras Mundiais 1 124 418

Recitais e música de câmara 772 799(inclui Música Antiga e Música Contemporânea)

Outros concertos 27 882

Cursos de aperfeiçoamentoartístico, musicologiae edições discográficas 94 092

Subsídios e bolsas 336 134

Plano de descentralizaçãocultural 30 990

Subsídios e incentivoà criação musical 57 552

Bolsas de estudo 247 592

Investimento 93 379

Total 12 975 489

Receitas 1 923 123

Nas duas temporadas parcialmenteabrangidas pelo ano de 2003, mantiveram-seinalteradas as grandes linhas de fundo que têm vindo a reger, nos últimos anos, a intervenção da Fundação CalousteGulbenkian nos domínios da música e da dança.Assim, privilegiou-se uma vez mais a manutenção dos agrupamentos artísticosresidentes da Fundação – o Ballet, o Coro e a Orquestra Gulbenkian – comoinstrumentos primordiais dessa intervenção,

›› Serviço de Música

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tendo em conta o carácter único e insubstituível da oferta artística destesconjuntos no panorama artístico português,para a qual continua a não existir qualqueralternativa viável, quer pública querprivada. A Orquestra, o Coro e o BalletGulbenkian têm vindo a reforçar, ano apósano, a sua imagem nacional e internacionalde excelência, multiplicando-se,designadamente, os convites que lhes sãodirigidos para apresentações no estrangeiro,em festivais e salas de espectáculos de primeiro plano absoluto, e as críticasextremamente elogiosas que lhes são feitasna imprensa especializada. A superiorqualidade das suas exibições e o alto níveldos artistas convidados (maestros, solistas,coreógrafos) que com eles colaboram fazemcada vez mais destes agrupamentos não só elos fundamentais entre a vida artísticado nosso país e o circuito artístico mundial,como embaixadores prestigiados da culturaportuguesa no estrangeiro, nomeadamenteno espaço alargado da União Europeia emque é cada vez mais essencial a afirmaçãoindividual das culturas que o integram.

Nessa mesma lógica, é concebido o conjuntoda temporada de concertos, em que o público português tem a oportunidade de contactar regularmente, ao longo de todo o ano, com algumas das orquestrassinfónicas, dos solistas e das formações de câmara de maior prestígio do nossotempo. Muitos deles são visitas regulares da temporada, permitindo aos espectadoresacompanharem o desenrolar dos respectivospercursos artísticos individuais; outros vão-se renovando à medida que evoluem e se diversificam as tendências artísticasinternacionais, construindo um mosaicosempre mutante de abordagensinterpretativas renovadas. Novos repertóriose novas leituras vão-se assim sucedendo,num fluxo contínuo em que confluemtradição e inovação e em que a Música e os músicos portugueses encontram o seulugar no panorama de fundo da criação e da interpretação musicais contemporâneas.

A música e os músicos portugueses são, com efeito, um alvo primordial destaintervenção, não só pela sua presença nos agrupamentos artísticos e na temporadada Fundação como pelas encomendas

a compositores nacionais, pela oportunidademais uma vez dada aos jovens criadoresmusicais portugueses de verem as suasobras interpretadas pela OrquestraGulbenkian num workshop especificamenteconcebido para esse efeito, pela atribuiçãodo mais vasto programa de bolsas de estudodo país para frequência de escolas de música portuguesas e internacionais, e pela realização regular, nas instalações da Fundação, de master classes e cursosintensivos por grandes mestres consagrados.

Iniciativas DirectasProgramação de música contemporânea

A principal alteração no figurino tradicionaldas actividades directas de programaçãomusical promovidas pelo Serviço de Músicano âmbito da Temporada de Música e Dançaem 2003 foi a da extinção das JornadasGulbenkian de Música Antiga e dosEncontros Gulbenkian de MúsicaContemporânea. No primeiro caso, tratou-sefundamentalmente de proceder àdistribuição, ao longo de toda a temporada,de uma programação regular de músicaantiga, substituindo a habitual programaçãointensiva concentrada nas primeiras duassemanas de Outubro. A solução adoptadapara a música contemporânea obedeceu a um padrão mais diferenciado, que não se reduziu à promoção de um cicloespecializado ao longo do ano mas afectoutransversalmente toda a programação da temporada, pelo que se justifica a sua apresentação antes ainda da exposição concreta de cada uma das componentes desta.

No âmbito da acção da Fundação Gulbenkian em prol da divulgação da músicacontemporânea, assumiu, de facto, peculiarrelevo a realização, entre 1977 e 2002, dos Encontros Gulbenkian de MúsicaContemporânea que, anualmente e de modosistemático, proporcionaram ao públicoportuguês amplas panorâmicas das tendências estéticas dominantes na música erudita dos séculos XX-XXI. Não obstante o êxito desta iniciativa,afigurou-se agora oportuna a sua substituição por outro modelo

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de programação, que consiste na inclusãoda música contemporânea ao longo de todaa temporada, quer em pequenas séries de concertos temáticos, quer em concertosisolados, quer ainda inserida em programascom obras de diversos períodos da históriada música. Sem prejuízo da qualidade nem da quantidade dos eventos, esta novaorientação visa, por um lado, fazer chegar a música contemporânea a mais vastossectores de público e, por outro lado, termuito maior flexibilidade na calendarizaçãodos eventos em função das disponibilidadesde datas por parte tanto dos intérpretescomo dos compositores.De acordo com este plano, realizaram-se em 2003 14 concertos exclusivamentepreenchidos com música contemporânea.

Neste contexto, tiveram particularimportância dois ciclos temáticos,dedicados, respectivamente, a dois grandes“clássicos” da segunda metade do século XX:

Olivier Messiaen e Pierre Boulez. Foramdadas a ouvir algumas obras fundamentaisde ambos os compositores. De Messiaen: a Turangalîla-Symphonie e a oratória La Transfiguration de Notre Seigneur Jésus-Christ pela Orquestra Sinfónica da Rádio do Sudoeste da Alemanha (Baden-Baden e Friburgo), sob a direcção de Sylvain Cambreling (a primeira destasobras com a colaboração do Europa ChorAkademie); Oiseaux Éxotiques pela OrquestraGulbenkian e o pianista Pierre-LaurentAimard sob a direcção de Michael Zilm;Visions de l’Amen pelos pianistas DezsöRánki e Edit Klukon. E de Boulez:Improvisations I-II sur Mallarmé, Éclats-Multiples e Sur Incises pelo EnsembleIntercontemporain sob a direcção docompositor; Rituel in memoriam BrunoMaderna pela Orquestra Sinfónica Portuguesasob a direcção de Emilio Pomarico (sendoincluída neste mesmo programa a obraQuadrivium de Maderna); Livre pour Quator

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Pierre Boulez dirige o EnsembleIntercontemporain,no Grande Auditório.

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A violinista HilaryHahn, acompanhada

pela OrquestraGulbenkian sob a

direcção de GeorgePehlivanian,

no Grande Auditório.

O soprano BarbaraHendricks com a

Orquestra Gulbenkiandirigida por Ion Marin,no Grande Auditório.

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pelo Quarteto Parisii, e Sonata n.° 2 pelopianista Rolf Hind. Este último tocou ainda,em primeira audição portuguesa, Notes for Pierre,um ciclo de doze peças escritas por outrostantos compositores em homenagem a PierreBoulez por ocasião do seu 75.° aniversário.

O Quarteto Parisii deu um segundo concertocom obras de compositores portugueses:Emmanuel Nunes, João Rafael e PedroAmaral. Do norte-americano Georges Crumbouviu-se o ciclo integral Makrokosmos(volumes I e II) pelo pianista AntonioBallista. O Remix Ensemble, dirigido por Frank Ollu, e o violista ChristopheDesjardins tiveram a seu cargo dois outrosconcertos, dedicados essencialmente a compositores portugueses e franceses(Boulez, Gérard Grisey, Frédéric Durieux,Nunes, Isabel Soveral e Pedro Amaral).

A música contemporânea esteve aindapresente em muitos outros concertos com programas mistos. Foram assim dadas a ouvir obras de Kurtág, Schnittke,Takemitsu, Lutoslawski, John Cage, Helmut Lachenmann, Thomas Adès, Tan Dun,John Corigliano, Michael Tilsson Thomas,Álvaro Salazar e Eugénio Rodrigues.

Orquestra Gulbenkian

No ano de 2003, a Orquestra Gulbenkianmanteve a sua actividade centrada na Temporada Gulbenkian de Música e Dança, no âmbito da qual couberam 49 de um total de 76 apresentaçõespúblicas.

Neste quadro, o agrupamento foiresponsável pela audição de um vastorepertório orquestral, onde se inclui,evidentemente, a tradicional literaturamusical clássico-romântica e do século XX,mas também obras menos conhecidas do público, contribuindo de formainequívoca para a sua difusão e para oalargamento, diversificação e sedimentaçãodos repertórios. Entre estas obras, ouviram-se a Cantata Op. 36, “Após a Leitura de um Salmo”, de Sergei Taneyev, a Sinfonia em Mi Maior de Hans Rott, o Concerto para Violino N.° 1, Op. 35, de Karol Szymanowski, O Canto do Rouxinol,

de Igor Stravinsky, La Passione di Gesù Cristo, de Antonio Salieri, ou o Concerto n.° 8, em Lá Menor, Op. 47, para Violino eOrquestra, de Ludwig Spohr. Neste domínio,ainda haverá que realçar a presença da composição musical dos nossos dias,representada nas actuações da OrquestraGulbenkian no Grande Auditório por obrascomo o Concerto Grosso N.° 3, de AlfredSchnittke, Quotation of Dreams, de ToruTakemitsu, ou Poems of Emily Dickinson, de Michael Tilson Thomas.

A Orquestra Gulbenkian prosseguiu ainda com a apresentação da integral das sinfonias de Beethoven dirigidas pelo maestro Günther Herbig, bem comocom a apresentação, em versão de concerto,da trilogia das óperas criadas por Mozart /Da Ponte, da qual se apresentou em 2003Cosí fan Tutte, sob a direcção de Lawrence Foster.

Paralelamente à sua actividade no seio da temporada no Grande Auditório, a Orquestra Gulbenkian manteve também a sua acção de descentralização actuandonas mais diversas regiões do país e colaborando com os mais importantesfestivais de música nacionais.O agrupamento apresentou-se em Alcobaça,Aveiro, Beja, Cascais, Coimbra, Estremoz,Évora, Faro, Figueira da Foz, Funchal,Guarda, Leiria, Lousada, Mateus (Vila Real),Mesão Frio, Montemor-o-Novo, Santa Mariada Feira, Sintra e Tomar.

No plano internacional, a OrquestraGulbenkian apresentou-se pela primeira veze com reconhecido sucesso, num dos maisprestigiados festivais de música alemães, o Bad Kissinger Sommer, em Bad Kissing,actuando em dois concertos dirigidos pelo maestro Lawrence Foster e que tiveram como solistas o meio-soprano JuliaGertseva, o pianista Yefim Bronfman, o violinista Shunsuke Sato e a violoncelistaAlizia Wellerstein. Igualmente dirigida pelo seu director artístico, a OrquestraGulbenkian actuou ainda no Festival Enescu, em Bucareste, onde se apresentoucom o pianista Dan Grigore.

Já no domínio discográfico, a OrquestraGulbenkian colaborou no projecto

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de gravação da obra integral para viola do compositor Franz Anton Hoffmeister que a editora Oehms Records desenvolveucom o violetista Ashan Pillai. Em conjuntocom o repertório para viola solo destecompositor, serão editados os doisconcertos com orquestra em que o agrupamento participou sob a direcção do maestro Christopher Hogwood, cujolançamento está previsto para 2004.Entretanto, foi colocada no mercado pelaeditora Naïve (Harmonia Mundi), durante o ano de 2003, a gravação que a OrquestraGulbenkian realizou do Concerto para Piano“Silk Road”, de Fazil Say, com o própriocompositor como solista e sob a direcção de Muhai Tang.

Durante o ano de 2003 dirigiram também a Orquestra Gulbenkian os maestros MosheAtzmon, Rudolf Barshai, Osvaldo Ferreira,Günther Herbig, Cristopher Hogwood,Graeme Jenkins, Ion Marin, Daniele GiuglioMoles, George Pehlivanian, Mikhail Pletnev,Max Rabinovitsj, Gennady Rozhdestvensky,Claudio Scimone e Michael Zilm.

Como solistas, apresentaram-se ao ladodeste agrupamento os sopranos ChristineBrandes, Elvira Ferreira, Anna Feu, CeciliaGasdia, Julia Gertseva, Barbara Hendricks,Teresa Cardoso Menezes, Nelly Miricioiu,Charlotte Müller Perrier, Jennifer Ringo,Ana Paula Russo, Elisabeth Scholl e LolitaSemenina, os meio-sopranos Heidi Brunner,Irina Doljenko e Jennifer Larmore, os contraltos Manuela Custer e ManuelaTeves, o contratenor Michael Chance, ostenores Mikhail Gubsky, Thomas Moser, YvesSaelens, Dario Schmunck e Stefano Secco,os barítonos Andrei Baturkin, Nicolas Rivenqe Rudolf Rosen, os baixos George-EmilCrasnaru, Marcos Fink e Lorenzo Regazzo, os trompistas Darcy Edmundson-Andrade,Kenneth Best, Jonathan Luxton e EricMurphy, os violinistas Pierre Amoyal,António Anjos, Bin Chao, Augustin Dumay,Hilary Hahn, Alexander Rozhdestvensky,Daniel Rowland, Shunsuke Sato, NikolaiZnaider e Pinchas Zukerman, o violetistaAshan Pillai, o violoncelista AntonioMeneses, Alizia Wellerstein, os pianistasPierre-Laurent Aymard, Elena Bashkirova,Yefim Bronfman, Sequeira Costa, Dan Grigore, Stephen Hough, Mari e Momo

Kodama, Katia e Marielle Labéque, Radu Lupu, Marc Neikrug, Peter Rösel,Grigory Sokolov, o cravista William Hobbs, o organista Marcelo Giannini, e ainda, no âmbito do “Prémio Jovens Músicos”, os violinistas Alexander Pavtchinsky e Vítor Vieira, a fagotista Vera Dias, o violoncelista Marco Pereirae a pianista Inês Mesquita.

Em 2003, Lawrence Foster manteve o cargode director artístico e maestro titular da Orquestra Gulbenkian, que desempenhapelo segundo ano consecutivo, enquantoClaudio Scimone conservou o estatuto de maestro honorário.

1.° Workshop da Orquestra Gulbenkianpara Jovens Compositores Portugueses

Com vista a dar um novo incremento à sua acção de incentivo à criação musical,o Serviço de Música lançou o Workshop da Orquestra Gulbenkian para JovensCompositores Portugueses, que passaa integrar o plano anual de trabalho daOrquestra. Trata-se de uma iniciativa inéditaà escala nacional, pois é esta a primeira vezque uma das principais orquestras portuguesasprograma sistematicamente uma quinzena detrabalho exclusivamente dedicada à leitura,ensaio e apresentação pública de obrasde jovens compositores portugueses,abrangendo inclusivamente os que não têmainda antecedentes de carreira profissional.Este workshop realiza-se em articulação comos já habituais Seminários de Composiçãoorientados por Emmanuel Nunes.

Esta primeira edição do workshop decorreuentre 10 e 21 de Março. Foi, para o efeito,aberto concurso público entre compositorescom idade até ao limite máximo de 35 anos. A selecção das partituras foi da responsabilidade de uma comissão de leitura presidida por Emmanuel Nunes. De entre as 23 obras apresentadas por 15compositores, foram seleccionadas 8, daautoria, respectivamente, de Luís Coutinho,Bruno Gabirro, Nuno Miguel Henriques,Ângela Lopes, Gonçalo Lourenço, JoãoMadureira, Ricardo Ribeiro e Bruno Soeiro(compositores com idades compreendidasentre 21 e 32 anos).

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As oito obras em questão foram dadas a ouvir num concerto público, no GrandeAuditório da Culturgest, instituição que seassociou à Fundação Calouste Gulbenkianpara dar apoio logístico e de divulgação àiniciativa. A direcção deste concerto, bemcomo dos respectivos ensaios preparatórios,esteve a cargo do jovem maestro francêsGuillaume Bourgogne.

O workshop da Orquestra Gulbenkianconstitui um notável enriquecimento doplano do Serviço de Música para formaçãode criadores musicais, que já incluía a realização de seminários de composição e a atribuição de bolsas de estudo.

Coro Gulbenkian

A actividade principal do Coro Gulbenkianmanteve-se no ano de 2003 associada à Orquestra Gulbenkian e à temporada de música no Grande Auditório, colaborandoem todos os concertos coral-sinfónicos queali ocorreram. Neste quadro, o agrupamentoparticipou num total de 13 concertos, na apresentação de Stabat Mater de FrancisPoulenc, do Requiem, Op. 48, de GabrielFauré, de La Passione di Gesù Cristo, de Antonio Salieri, da Cantata n.° 2 deTaneyev, Così fan Tutte de WolfgangAmadeus Mozart, da Oratória de Natal, de J. S. Bach, de cenas da ópera Palestrina,de Hans Pfitzner, e da Missa Papae Marcelli,de Giovanni Pierluigi Palestrina – uma obraa cappella incluída num programa do coro e orquestra por contraponto à obra referidaimediatamente antes. No âmbito da temporada, mas já sem a participação da Orquestra Gulbenkian, o Coro apresentouainda um programa inteiramente dedicado à música de compositores portugueses de diversas épocas, onde foram dadas a ouvir as obras Magnificat, de EstevãoLopes Morago, Magnificat, de João LourençoRebelo, Males de Amor, de Cláudio Carneyro,e Vislumbre, de Emmanuel Nunes.

Fora da temporada, o Coro Gulbenkianrealizou 8 concertos, 5 dos quais fora deLisboa, actuando em Alcobaça, Fátima,Leiria, Tomar e Santa Maria da Feira.De realçar a participação do agrupamentoem dois concertos no Centro Cultural

de Belém, no âmbito da Festa da Música, e um concerto no Teatro Nacional de São Carlos, em que, conjuntamente coma Orquestra Sinfónica Nacional e o corodaquele teatro, foi dado a ouvir o Requiem de György Ligeti.

Durante o ano de 2003, o Coro Gulbenkianfoi dirigido por Jorge Matta, Zoltán Peskó,Mikhail Pletnev, Claudio Scimone e MichaelZilm, tendo colaborado com o agrupamento,na qualidade de solistas, os sopranosCaroline Stein, Christine Brandes, ElviraFerreira, Cecilia Gasdia, Orlanda Velez Isidro,Teresa Cardoso Menezes, Nelly Miricioiu,Charlotte Müller Perrier, Ana Paula Russo,Elisabeth Scholl, Lolita Semenina e GyslaineWaelchli, os meio-sopranos Heidi Brunner,Marina Prudenskaja e Irina Doljenko, os contraltos Manuela Custer e Manuela Teves, o contratenor Michael Chance, os tenoresChristophe Einhorn, Mikhail Gubsky, ThomasMoser, Yves Saelens, Dario Schmunck eStefano Secco, os barítonos Andrei Baturkin,Rui Baeta, Nicolas Rivenq e Rudolf Rosen,os baixos George-Emil Crasnaru, Marcos Finke Lorenzo Regazzo, o alaudista JonathanRubin, os flautistas de bisel Pedro SousaSilva e Pedro Couto Soares, o trombonistaIsmael Santos o violoncelista Thilo Hirsch, o gambista Miguel Ivo Cruz, o cravista William Hobbs e os organistasMarcelo Giannini e Rui Paiva.

Em 2003, Michel Corboz permaneceu como maestro titular do Coro Gulbenkian,enquanto Fernando Eldoro e Jorge Mattamantiveram os cargos de maestro adjunto e maestro assistente, respectivamente.

Ballet Gulbenkian

Dois acontecimentos merecem destaque na actividade do Ballet Gulbenkian em2003: a sucessão de Paulo Ribeiro a IracityCardoso na titularidade da direcção artística,e o desenvolvimento do programa de itinerância levado a cabo pelaCompanhia em Portugal e em quatro outros países europeus.

Até final de Julho, o Ballet Gulbenkianmanteve-se sob a direcção de IracityCardoso. Neste período, apresentou duas

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Ballet Gulbenkian,Paradise Practice,

coreografia de Stijn Celis.

Ballet Gulbenkian,Tender Hooks,coreografia de Didy Veldman.

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coreografias em estreia mundial: ParadisePractice do belga Stijn Celis, e Tender Hooksda holandesa Didy Veldman; uma em estreiaem Portugal: Psappha do italiano Mauro Bigonzetti (sobre a obra homónimade Xenakis, interpretada ao vivo pelopercussionista Miguel Bernat); e ainda uma outra em estreia: Falling Angelsde Jirí Kylián. O reportório incluiu também,em reposição, Solo for Two de Mats Ek e Minus 7 de Ohad Naharin.

Além dos habituais espectáculos integradosna temporada de música e dança no GrandeAuditório Gulbenkian, a Companhia efectuou29 espectáculos em digressão, sendo 16 em cidades portuguesas e 13 no estrangeiro.Neste contexto, assumem particular relevoas actuações em Salamanca (Centro de ArtesEscénicas), Sevilha (Real Alcázar), Zagreb(Teatro Nacional da Croácia), Recklinghausen– Alemanha (Festspielhaus) e Festival de Kuopio na Finlândia (Kaupunginteatteri).Salienta-se, a propósito, que Kuopio é o mais importante festival de dançarealizado na Europa setentrional, e que foi precisamente a primeira actuação

do Ballet Gulbenkian na área geográfica em referência.

Nesta digressão europeia, a Companhia foisaudada de modo altamente caloroso pelopúblico e pela crítica. Assim, por exemplo,Sanja Hrgetic escrevia a 14 de Abril no jornal croata Jutarnji list: “Os bailarinosportugueses levam o público ao êxtase. Se os deuses quisessem ver um bailado,provavelmente escolheriam o BalletGulbenkian. A harmonia da energia, a perfeição técnica e a virtuosidade do movimento foram as qualidadesapresentadas pelo Ballet Gulbenkian.” Por sua vez, Martina Schürmann escreveu no jornal Neue Ruhr Zeitung, Essen (Alemanha): “Onde quer que o Ballet Gulbenkianapareça, o teatro-dança ganha novoimpulso. O dinamismo, fogosidade,voluptuosidade e entrega dos 26 bailarinosé tal que chega ao ponto de seremaplaudidos de pé pelo público na Grosses Haus do Festival do Ruhr em Recklinghausen.” Em Helsínquia, Ali Räsänen escreveu no Helsingin Sanomat: “O grupo português extasiou o público

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Ballet Gulbenkian,Psappha, coreografiade Mauro Bigonzetti.

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na sua primeira actuação nos países nórdicos.O Ballet Gulbenkian é um grupomaravilhosamente natural. A visita desteagrupamento trouxe para o palco uma doseconsiderável de energia e arte de saberrepresentar. Esta visita organizada porJorma Uotinen foi um perfeito sucesso.” Por ocasião da visita a Sevilha, pôde ler-seno jornal ABC: “Quando se sai de umespectáculo com desejo de vê-lo novamente,ou mesmo de intervir como bailarino,espontaneamente ou seja como for… é porque a energia que os bailarinostransmitiram funcionou. Uma espécie de cometa passou ontem à noite pelo palcodo Real Alcázar, em forma de companhia de dança, do Ballet Gulbenkian para sermosmais exactos. Uma noite a repetir.”

Para além do Grande Auditório Gulbenkian,o Ballet Gulbenkian dançou em Lisboa noTeatro São Luiz. A itinerância em Portugalabrangeu: Montemor-o-Novo, Santa Maria daFeira (Europarque), Funchal, Leiria e Viseu.

A seu pedido, e por motivos de ordemestritamente pessoal, a professora IracityCardoso deixou de exercer funções no termode sete anos em que exerceu o cargo dedirectora artística com o mais alto mérito.

A escolha do seu sucessor foi precedida deum anúncio para preenchimento do cargo,

publicado nas revistas especializadas deDança de maior divulgação internacional,além da imprensa portuguesa. Receberam-se63 candidaturas oriundas de 24 países.No contexto deste concurso, a Administração da Fundação Gulbenkiandeliberou nomear o coreógrafo portuguêsPaulo Ribeiro como director artístico do Ballet Gulbenkian a partir de Setembro.Tendo já anteriormente trabalhado com a Companhia como coreógrafo-convidado,Paulo Ribeiro tem desenvolvido uma notávelcolaboração com agrupamentos europeustais como o Nederlans Dans Theater e o Ballet de Genève. Em 1994 foigalardoado com o Prémio Acarte/Madalenade Azeredo Perdigão. Em 1995 fundou a sua própria companhia de dança e, desde 1998, desempenhava o cargo de director-geral e de programação do Teatro Viriato em Viseu.

Foi, pois, sob a responsabilidade de PauloRibeiro que se iniciou em Novembro a temporada 2003-2004 do BalletGulbenkian, com um programa integrandoduas obras bem representativas dacoreógrafa canadiana Marie Chouinard: Le Sacre du Printemps e Prélude àl’Après-Midi d’un Faune (sobre as partiturashomónimas, respectivamente, de Stravinskye Debussy), ambas em estreia em Portugal.Foi aliás esta a primeira vez que

Ballet Gulbenkian,Prélude à l’Après--Midi d’un Faune,coreografia de MarieChouinard.

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Ballet Gulbenkian, Le Sacre du Printemps, coreografia de MarieChouinard.

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Marie Chouinard acedeu em montar obrasnuma companhia que não a sua própria.Depois de apresentado no Grande AuditórioGulbenkian, este programa foi repetido emMontemor-o-Novo e Santa Maria da Feira.

Em 2003, o cargo de ensaiador continuou a ser partilhado por Vítor Garcia e PascaleMosselmans. Como professores convidados,colaboraram Ivan Kramar, Jan Linkens, LedaFernandes, Carlos Prado, Alphonse Poulin,José Grave e Karl Burnett.

Ciclo “Grandes Orquestras Mundiais”

O ano de 2003 abrangeu os últimos cincoconcertos do ciclo “Grandes OrquestrasMundiais” de 2002-2003, que a Fundação

promoveu em parceria com o BPI – BancoPortuguês de Investimento e a ONI, e os três primeiros da temporada seguinte,em que este ciclo foi da responsabilidadeapenas das duas primeiras entidades. Esta série de oito concertos iniciou-se com a apresentação da Academy of SaintMartin in the Fields, que teve como maestroe solista o pianista Murray Perahia.Seguiram-se-lhe os dois concertos do Coro e Orquestra da Rádio do Sudoeste da Alemanha (Baden-Baden e Friburgo), sob a regência de Sylvain Cambreling, no duplo programa Messiaen acima referidocom maior detalhe. A Orquestra Filarmónicade Berlim regressou a Lisboa, desta vez sob a direcção de Mariss Janssons, e o Coro e Orquestra do Teatro Bolshoi de Moscovo actuaram sob a regência

Eduardo Saraiva››

Bernard Haitinkdirige a Orquestra da Staatskapelle de Dresdren, Coliseudos Recreios, Lisboa.

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de Alexander Vedernikov. Já na temporadaseguinte tiveram lugar dois programas peloEnsemble Intercontemporain, regido porPierre Boulez, e o concerto da Staatskapelle de Dresden, com direcção de Bernard Haitink. Deve sublinhar-se que a componente de programação contemporâneaespecialmente presente neste ciclo em 2003em nada diminuiu a afluência do público,que a ele acorreu com o entusiasmo das anteriores edições.

Recitais de música de câmara

A organização dos ciclos de canto, piano,música de câmara e música antiga permitiuacompanhar semanalmente a temporada dos agrupamentos artísticos residentes com a apresentação de alguns dos maisprestigiados solistas e conjuntos de câmarada actualidade. Apresentaram-se no GrandeAuditório em programas de canção de câmara os sopranos Barbara Bonney (com o pianista Malcom Martineau), MariaGuleghina (com Ivari Ilya) e Karitta Mattila(com Tuija Hakkila); os meio-sopranosVesselina Kassarova (com Charles Spencer)

e Nathalie Stutzmann (com IngerSödergren); os tenores Michael Schade (com Malcom Martineau) e Daniel Shtoda(com Larissa Gergieva); e os barítonosWolfgang Holzmair (com Imogen Cooper) e Christopher Maltmann (com GrahamJohnson).

Os recitais de piano da temporada foramdados por Antonio Ballista, Alfred Brendel,Sequeira Costa, Till Fellner, Hélène Grimaud,Andreas Haeffliger, Rolf Hind, EvgeniKoroliov, Lang Lang, Radu Lupu, MikhailPletnev, Viktoria Postnikova, Deszö Ránki e Grigory Sokolov. Quanto aos programas de conjuntos de câmara, incluíram os violinistas Salvatore Accardo (com o pianista Bruno Canino) e David Garrett (com Itamar Golan);os violistas Ha-Na-Chang (com Daria Havora),Tabea Zimmermann (com Hartmut Göll) e Christophe Desjardins (num programa a solo); o violoncelista António Meneses(com o pianista Menahem Pressler); o trio formado por Gidon Kremer (violino),Ula Uljona (viola) e Marta Sudraba(violoncelo); o Beaux-Arts Trio; os quartetosde cordas Parisii, Talich e Zehetmair;

O pianista Alfred Brendel, no Grande Auditórioda Fundação.

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Eduardo Saraiva

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O cravista Pierre Hantaí,

no Grande Auditório.

O violinista GidonKremer apresenta-se

em trio com avioletista Ula Uljona

e a violoncelistaMarta Sudraba,

no Grande Auditório.

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o Sexteto da Orquestra Filarmónica de Berlim; e o conjunto de músicacontemporânea Remix.

Por último, a programação de música antigaconstou das apresentações dos cravistasPierre Hantaï, Rosana Lanzelotte e GustavLeonhardt; do duo formado por WilbertHazelzet (flauta) e Jacques Ogg (cravo); do conjunto L’Archibudelli, dirigido pelovioloncelista Anner Bylsma; pelo EnsembleBarroco do Chiado; e da Académie BaroqueEuropéenne do Festival de Ambronay para um programa Händel regido por Paul McCreesh.

Plano de descentralização cultural

O impacto mais significativo da intervençãodo Serviço de Música, no âmbito da descentralização cultural, é reconhecido

sobretudo através da já referida acção que os agrupamentos artísticos da Fundação– Ballet, Coro e Orquestra – desenvolvemnas suas apresentações fora de Lisboa.

De qualquer forma, o Serviço de Músicamanteve paralelamente o seu apoio a iniciativas realizadas por outras entidades,que se propuseram à realização de recitaisde música de câmara por elementos da Orquestra Gulbenkian. Neste âmbito, foi concedido apoio à organização de recitais em Leiria, Ourém, Pombal, Portimão, Sintra, Tavira, Tomar e Torres Novas,realizando-se um total de 9 recitais.

Por outro lado, o Serviço de Música apoioutambém a realização de recitais de órgãoem instrumentos históricos pelos organistasAntoine Sibertin-Blanc, António Duarte,João Vaz e Rui Paiva, tendo sidoprogramados concertos na Sé de Évora,

A Académie Baroque Européenne d’Ambronay, sob a direcção de Paul McCreesh, na apresentação da oratória Athalia, de Handel, no Grande Auditório.

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na Igreja de Santa Maria, em Óbidos, na Capela da Universidade de Coimbra e na Igreja de São Sebastião, em Setúbal.

Subsídiose Bolsas de EstudoIncentivo à criação musical

Foram encomendadas 6 obras a outrostantos compositores, sendo cinco delesportugueses (Emmanuel Nunes, PedroAmaral, Luís Tinoco, Tomás Henriques e João Madureira) e um britânico (Stuart Mac Rae).

As obras encomendadas a Emmanuel Nunese João Madureira inserem-se no contexto de um plano de cooperação do Serviço de Música com outras entidades relevantesda vida musical portuguesa.

O Teatro Nacional de São Carlos e aFundação Gulbenkian responsabilizar-se-ãoconjuntamente pela encomenda de umaópera a Emmanuel Nunes. Será um projectode grande envergadura e de interesseexcepcional, visto tratar-se da primeiraincursão daquele compositor no domíniodo teatro musical. A ópera em questãobaseia-se na obra de Goethe, Das Märchen(Le Conte, dit Le Serpent Vert) e destina-se a 7 cantores solistas, 3 actores, 36 bailarinos, 3 acrobatas, coro misto e grande orquestra sinfónica. A sua estreia absoluta está programada para 2006, no Teatro Nacional de São Carlos, com direcção musical de PeterRundel e encenação de Giorgio BarberioCorsetti. Serão intérpretes a OrquestraSinfónica Portuguesa, o Coro do TeatroNacional de São Carlos e o BalletGulbenkian. Está desde já prevista a repetição destes espectáculos no Grand Théâtre de Genève e decorremconversações para a posterior apresentaçãono Royal Théâtre de La Monnaie, em Bruxelas.

Por sua vez, João Madureira, na qualidadede compositor residente da OrchestrUtopica,recebeu a encomenda de uma obra para conjunto de câmara.

Pelo que se refere às encomendas feitas a Luís Tinoco, Tomás Henriques e Stuart MacRae, articulam-se com o projecto de actuaçãona temporada de concertos 2004-2005, com o apoio do British Council, de doisimportantes agrupamentos britânicosespecializados em música contemporânea:Psappha Ensemble, de Manchester, e Birmingham Contemporary Music Group(BCMG). A programação por eles apresentadaconstituirá uma panorâmica abrangente ebem ilustrativa da actual produção britânica.Além disso, cada um dos agrupamentosaceitou a proposta no sentido de executaruma obra de autor português encomendadapela Fundação, em primeira audição absoluta.Os compositores escolhidos para o efeitoforam Tomás Henriques, para o PsapphaEnsemble, e Luís Tinoco, para o BCMG.

Com vista a reforçar a coerência desteprojecto, foi feita uma encomenda tambéma Stuart Mac Rae, um dos nomes maisrepresentativos da novíssima geração de compositores britânicos e ainda nãodivulgado em Portugal. A obra em questão,destinada a voz feminina e quinzeinstrumentos, sobre um texto da DivinaComédia (Inferno) de Dante, será dada em primeira audição absoluta pelo BCMG no concerto de Lisboa.

A sexta das encomendas mencionadas foi feita a Pedro Amaral. Trata-se doQuarteto de Cordas, já apresentado em primeira audição absoluta pelo QuatorParisii no Grande Auditório Gulbenkian, em Maio de 2003.

Bolsas de estudo no estrangeiro

Para o ano lectivo 2003-2004 foram concedidas pelo Serviço de Música15 bolsas de estudo para aperfeiçoamento ou pós-graduação em estabelecimentos de ensino superior em Londres, Salzburgo,Berlim, Madrid, Haia, Fullerton (CaliforniaState University) e Lawrence (KansasUniversity). Nove destas bolsascorresponderam a renovações do apoio a candidatos já seleccionados em anosanteriores e em plena frequência dos cursosentretanto iniciados, e as seis restantesforam atribuídas a novos candidatos.

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Verifica-se a seguinte distribuição por áreasdisciplinares: canto (3), clarinete (1), flauta (1), harpa (1), piano (2), trompete (1), violino (3) e violoncelo (3).

Com este programa a Fundação continua a ser a instituição portuguesa, pública ou privada, que presta o mais significativoapoio deste tipo à formação avançada dejovens músicos portugueses no estrangeiro.

Bolsas de estudo no país

No ano de 2003, o Serviço de Músicamanteve a política observada nos últimosanos relativamente à atribuição de bolsas de estudo para frequência de escolas de música no país. No que respeita à selecção de novos bolseiros, foi mantida a colaboração com o Prémio Jovens Músicos,organizado pela RDP, privilegiando-se destemodo uma aferição directa e prática doscandidatos, mais rigorosa e justa, em últimaanálise, do que a mera apreciação curricular.Paralelamente, o Serviço de Música abriuconcurso para renovação de bolsas,mantendo os níveis de exigência acima da média na respectiva área curricular.

Foram atribuídas 24 bolsas de estudo, das quais 10 são novas bolsas e 14 sãocasos de renovação de bolsas concedidas em anos anteriores. A distribuição de bolsaspelas diversas áreas disciplinares, foi aseguinte: flauta (1), oboé (3), clarinete (1), fagote (2), trompa (1), violino (4), viola (5), violoncelo (2), piano (3) e saxofone (2).

Cursos de aperfeiçoamento artístico

Prosseguindo a sua política de apoio à formação musical e ao aperfeiçoamentoartístico, o Serviço de Música realizou nas instalações da Sede 6 cursosabrangendo diversas áreas disciplinares,ministrados por pedagogos de grandenomeada, oferecendo aos estudantes de música portugueses a possibilidade de contactar com importantes especialistas.De assinalar a manutenção de um protocolocelebrado entre o Serviço e a prestigiadaEscola de Música Rainha Sofia, de Madrid,que vem permitindo a colaboração, nestes cursos, de alguns dos seus docentes.Em 2003, realizaram-se 3 cursos de piano(um com Galina Eguiazarova e os restantescom Sequeira Costa), 1 de trompa (com Radovan Vlatkovic), 1 de canto (com Tom Krause) e 1 seminário de composição (com Emmanuel Nunes).

Outros subsídios

Complementarmente aos subsídiosanteriormente mencionados, o Serviço de Música apoiou, no ano a que se refereeste relatório, iniciativas pontuais na área da música e da dança, concedendosubsídios, num total de 6, à Academia de Música Antiga de Lisboa, à AssociaçãoPortuguesa de Ciências Musicais, à Escola de Dança do Conservatório Nacional, à Juventude Musical Portuguesa e aos compositores João Pedro Oliveira e Luís Tinoco.

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“7 Artistas ao 10.º Mês”.

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 394 059

Despesas de funcionamento 146 786

Iniciativas directas 2 175 575

Investimento 152 092

Total 3 716 420

Receitas 198 734

No ano de 2003 fechou-se um primeiro ciclona história do Centro de Arte Moderna Joséde Azeredo Perdigão (CAMJAP) e foiconsolidado significativamente um conjuntode orientações que configurarão a sua acçãono próximo futuro. De facto, é consensualafirmar que todo um programa inicialrelacionado com práticas artísticasperformativas, sistematicamentedesenvolvido pelo extinto Serviço deAnimação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE), alterou decididamente o panorama destas e constituiu-se como ummodelo que foi adoptado e desenvolvido pornumerosas instituições, um pouco por todoo país. Neste sentido, considerando que aacção neste campo estaria completada,propôs-se para o CAMJAP um reforço dosseus compromissos na divulgação da artecontemporânea, nomeadamente nas suasfunções ou obrigações enquanto Museu, comtodas as implicações e desenvolvimentos daí decorrentes.

O Centro de Arte Moderna constitui,certamente desde o seu início, um local dereferência no panorama da artecontemporânea, não apenas pelas suascolecções e pelo conjunto de actividades a elas ligadas, mas igualmente por umaprática expositiva organizada da qual foiprecursor entre nós e cujo modeloinfluenciou todas as instituições queviriam posteriormente a aparecer. Visa-seagora desenvolver e aprofundar todaesta experiência museal acumulada,

›› Centro de Arte ModernaJosé de Azeredo Perdigão – CAMJAP

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aumentando-se o seu rigor e riqueza eprocurando-se que o seu alcance e a suadiversidade cresçam significativamente.

Referia-se, no relatório de 2002, que oSector Educativo do Centro de Arte ModernaJosé de Azeredo Perdigão “constitui-se já como uma referência obrigatória no contexto museológico português”. De alguma forma,2003 foi ainda um ano de consolidaçãodeste sector, tendo-se procurado expandir e aprofundar as suas iniciativas.

Foi igualmente o ano do desenvolvimentodo programa IN-ARTE PREMIUM, programaque permitirá não somente umainformatização da colecção do Centro, tarefajá em plena fase de execução e, a curtoprazo, do seu arquivo fotográfico, masigualmente a gestão informática de todas as actividades desenvolvidas em torno da colecção: projectos de investigação,empréstimos, catálogos, etc. Neste sentido,o Arquivo Fotográfico tem desenvolvido umtrabalho de conversão tecnológica tendente à utilização generalizada da fotografia digital.

Prosseguiram-se os trabalhos de rearrumaçãoe reestruturação das reservas, conforme oplaneamento estabelecido, bem como o seureequipamento.

Constituiu igualmente uma orientaçãoprioritária os trabalhos de preparação de umnovo roteiro, substancialmente mais vasto e melhor adaptado às novas orientações deapresentação da colecção e aos seusdesenvolvimentos.

O acervo do museu foi acrescentado comnovas obras de Pedro Portugal, PedroProença, Cristina Ataíde, Jorge Martins,António Sena, Rui Valério, Helena Almeida,Michael Biberstein, Pedro Cabrita Reis,Pedro Calapez, Fernando Calhau, AlbertoCarneiro, Paulo Feliciano, Jorge Molder,Leonel Moura, Julião Sarmento, João Galrão,Daniel Blaufuks, Alexandre Conefrey,Rui Moreira, Pedro Sousa Vieira,Filipa César e Rui Valério.

O Centro prosseguiu os seus objectivosorientadores, nomeadamente na área doestudo e da investigação, sendo departicularizar os avanços no trabalho da

equipa que prepara a edição do catálogoraisonné de Amadeu de Souza-Cardoso e a realização de numerosas exposiçõestemporárias.

Exposições Temporárias

Francisco Tropa, “L’Orage” € 45 280

Esta exposição mostrou uma instalação – porventura uma das maiores alguma vezdadas a ver em Portugal – do artistaFrancisco Tropa. Foram aí apresentadosquatro espaços inesperados, por vezesinacessíveis e certamente paradoxais,visualmente muitos fortes e sugestivos deuma narrativa permanente em estado deevasão. Francisco Tropa (1968) tem umpercurso sólido no conjunto de artistas que se afirmaram de há uma década para cáem Portugal: a sua relação com formas de questionar a própria iniciativa artística,com a natureza dos suportes e com adesmaterialização de conceitos temconduzido o seu trabalho a interessantesdesafios dos mecanismos de percepção. Uma parte desta instalação foi escolhidapara integrar a selecção internacional da Bienal de Veneza. Decorreu entre 27 de Fevereiro e 22 de Junho.

Luísa Correia Pereira € 19 699

Realizada em colaboração com a FundaçãoEDP, esta exposição mostrou trabalhos destaartista feitos entre os anos 70 e finais dosanos 90. Artista de rara sensibilidadeformal, cromática e temática, os trabalhosde Luísa Costa Pereira não têm tido, porvariadíssimas razões, uma visibilidademerecida. A exposição suscitou unânimeinteresse e concitou igual unanimidade na apreciação. Foi comissariada por João Pinharanda e decorreu entre 17 de Julho e 28 de Setembro.

Ângelo de Sousa € 25 157

“Transcrições e Orquestrações”, tal foi otítulo escolhido para a exposiçãoretrospectiva de desenho deste artista e que

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Francisco Tropa,“L’Orage”.

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Ângelo de Sousa,“Transcrições e Orquestrações”.

Luísa Correia Pereira.

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reuniu perto de um milhar de obras. Ângelode Sousa (1938) tem sido um protagonistafundamental da cena artística portuguesadesde os anos 60. Artista de múltiplosrecursos e disciplinas, possui vastíssimaobra de escultura, pintura, fotografia evídeo. Esta exposição mostrou o trabalhoque o artista produziu ao longo do tempo,para quem a cronologia da obra é umelemento pouco significativo e, também, a sua forma de trabalhar e de pensar o actocriador como um processo de permanentestransformações. Decorreu entre 16 deOutubro de 2003 e 18 de Janeiro de 2004.

Franz Erhard Walther,“O Novo Alfabeto” € 76 747

Nesta exposição, Franz Erhard Walther, um nome fundamental da arte da segundametade do século XX, evocou os seusprimeiros encontros com o alfabeto, a sua primeira experiência de riscar as letrascom giz no quadro preto, a impossibilidadede distinguir o desenho da escrita e a vontade de não introduzir tal distinção.O artista mostrou nesta exposição umavasta retrospectiva dos seus trabalhos sobrepapel, realizados entre finais do anos 50

Franz Erhard Walther,“O Novo Alfabeto”.

Daniel Blaufuks.››

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e os anos 80, e que constituiu umaintrodução ao conjunto de esculturas de “O Novo Alfabeto”. Criado entre 1990 e 1996, este Novo Alfabeto foi pela primeiravez mostrado no Museu Lehmbruck, em Duisburg, em 2001. Decorreu entre 20 de Março e 15 de Junho.

Daniel Blaufuks € 29 414

Daniel Blaufuks (1963) tem por suporteprivilegiado a fotografia, a cujaapresentação acrescenta por vezes umainstalação, um filme ou um livro de artistaonde escreve como num diário, organizaregistos fotográficos ou, em certos casos,estabelece uma relação com a literatura.Short Stories reuniu uma vintena defotografias (dez dípticos) e um vídeo.A obra exposta encontra na ideia de viagemuma motivação forte e constituiu-se como um exercício de questionamento da espacialidade e da desterritorialização,no sentido mais lato. Decorreu entre 27 de Fevereiro e 27 de Abril.

Dois vídeo-artistas na Colecção doCAMJAP: Filipa César e Rui Valério

Foram apresentados nesta exposição osvídeos Product Displacement, 2002, de FilipaCésar, e Historia de la Musica Rock, 2002, de Rui Valério.

Em Product Displacement, os interiores de casas de habitação contemporâneas sãodados a ver como se estivéssemos dentro efora deles em simultâneo. Sendo improvável, o lugar do espectador obedece, nestaproposta, a uma ficção cinematográficacorrente, a do travelling, num contextoarquitectónico também ele ficcional e cenográfico: como se as paredes que separam o interior do exterior das casasnão existissem e os apreendêssemos numasequência horizontal ininterrupta. Decorreuentre 15 de Maio de 8 de Junho.

Em Historia de la Musica Rock, 401 capas de discos vinil da história do rock, editados entre 1953 e 2001, sãopassados cronologicamente em 48 segundos.Durante o tempo de cada imagem ouve-seum som do disco correspondente. O ruídocaótico e violento daí resultante reforça a natureza cumulativa e intensa dessa“queda” sucessiva de imagens no ecrã.Decorreu entre 12 e 30 de Junho.

Pedro Campos Rosado,“Ripple” € 5 803

Pedro Campos Rosado mostrou, na sala de exposições temporárias do Centro de Arte Moderna, uma obra especificamenteconcebida para o local, constituída por uma enorme placa metálica de 22 metros,que um dispositivo faz vibrar

Pedro Campos Rosado,“Ripple”.

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desencadeando um conjunto de efeitosvisuais e sonoros. O escultor colocou com esta obra um conjunto de questõesimportantes para a esculturacontemporânea, nomeadamente a do som e do movimento. A obra obteve grandeimpacto junto do público. Decorreu entre 16 de Outubro de 2003 e 4 de Janeiro de 2004.

Arshile Gorky € 31 134

Nova apresentação do conjunto de obras de Gorky em depósito no CAMJAP e pertencente à Igreja Arménia de NovaIorque. Composto na sua maioria pordesenhos, algumas gravuras, sete pinturas e três pequenas esculturas de modelos decharruas arménias, este conjunto pertenceuao sobrinho de Gorky, Karlen Mooradian.Apresentaram-se ainda uma pintura e dois desenhos pertencentes ao acervo do CAMJAP.

Arshile Gorky nasceu entre 1902 e 1904 (em data indeterminada devido à destruiçãodos arquivos paroquiais da sua aldeia natal)e esta exposição pretendeu assinalar apassagem do centenário do seu nascimento.Decorreu entre 27 de Março e 29 de Junho.

“7 Artistas ao 10.° Mês” € 39 327

Foi a quarta edição desta iniciativa bianual,que visa mostrar artistas emergentes, aindanão integrados nos circuitos artísticos. As três edições anteriores constituíramoportunidades de descoberta de jovensartistas, alguns dos quais estão entre as presenças mais activas da cena artísticacontemporânea. A presente edição foi comissariada por Miguel Amado. Pela primeira vez, a selecção teve umaorientação temática – “a representação da paisagem” –, e a iniciativa associou-se à exposição “Do Estádio Nacional ao JardimGulbenkian”, exposição sobre a arquitecturapaisagística em Portugal, que o Serviço de Belas-Artes organizou. Decorreu entre 22 de Outubro de 2003 e 18 de Janeiro de 2004.

Exposições RotativasPara obviar à impossibilidade de expor empermanência um número verdadeiramenterepresentativo das cerca de seis mil peças que constituem a sua colecção, o CAMJAPcriou dois espaços rotativos, um no piso 01e outro no piso 0, nos quais mostra

“7 Artistas ao 10.º Mês”.

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respectivamente, com uma regularidadesemestral, núcleos de trabalhos da primeirae da segunda metade do século. No ano de 2003 foram apresentadas as seguintesexposições:

› José Barrias: “Barragem”;› Fernando Lemos: “Amigos Artistas”;› Jorge Pinheiro: desenhos preparatórios

das pinturas O Bispo;› “Doações” de Jorge de Brito.

Obras Cedidasda Colecção do CAMJAPPara Portugal› Bienal de Cerveira: Museu de Pontevedra;› Sociedade Nacional de Belas-Artes:homenagem ao Pintor Fernando de Azevedo,cedência de 2 pinturas, 1 desenho e 1 colagem de Fernando de Azevedo, de Junho de 2003 a Junho de 2004;› Câmara Municipal da Amadora: cedência de 1 pintura e de 1 desenho de Cruzeiro Seixas, de 12 de Setembro a 12 de Outubro;› Câmara Municipal da Nazaré: cedência de 1 gouache de Thomaz de Mello, de 31 de Maio a 22 de Junho;

› Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea de Almada: “Exposição Comemorativa do 10.° Aniversário da Casa da Cerca”,cedência de 1 desenho de Fernando Calhaue de duas gravuras de Henry Moore, de 11 de Janeiro a 23 de Março;› Castelo de Porto de Mós, Câmara Municipalde Porto de Mós: cedência de 53 aguarelasde Roque Gameiro, de 8 a 21 de Agosto;› Centro Cultural de Belém: “Noronha daCosta Revisitado”, cedência de 12 pinturase 5 objectos, de 6 de Novembro de 2003 a 29 de Fevereiro de 2004;› Centro Cultural de Santarém: exposiçãoevocativa de José Viana, cedência de 1 pintura de José Viana, de 22 de Maio a 14 de Junho;› Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, Santarém: cedência de 2 pinturas e de 2 litografias de Júlio Pomar, 14, 15 e 16 de Fevereiro;› Cinemateca Portuguesa: inauguração das novas instalações, cedência de2 pinturas de Pamela Golden, 3 pinturas de Noronha da Costa e 1 desenho de Fernando de Azevedo, de 10 de Janeiro a 28 de Fevereiro;› Galeria da Biblioteca Municipal da Azambuja: “Sonia Delaunay”, cedência de 17 litografias de Sonia Delaunay, de 4 de Janeiro a 14 de Fevereiro;

José Barrias,“Barragem”.

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Jorge Pinheiro.

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Jorge Pinheiro.

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› Galeria de São Mamede, Lisboa: “ÓleosRecentes de Margarida Kendall”, cedência de 1 pintura de Margarida Kendall, 16 de Outubro a 16 de Novembro;› Galeria do Palácio, Câmara Municipal do Porto: “Olhares e Escritas”, cedência de 1 pintura de João Vieira e de1 pintura de António Sena, de 23 deOutubro a 23 de Novembro; “Ruben A.Tempo, Escrita, Memória”, cedência de1 escultura e de 1 litografia de Henry Mooree de 2 gravuras de Barbara Hepworth,de 10 de Maio a 13 de Julho;› Instituto de Arte Contemporânea: 5.ª Mostra do “Ciclo de Desenho em Portugal no Século XX”, a realizar no Museu Nacionalde Machado de Castro, de 18 de Maio a 29 de Junho, no Museu de Castelo Branco, Museu Grão Vasco, Museu de Lamego, Museu do Caramulo e Casa da Cerca, de 13 de Dezembro de 2003 a 1 de Fevereiro de 2004. Foram seleccionados para cedência 2 desenhos de José Escada, um álbum de 16 desenhos de António Areal,2 desenhos de Júlio dos Reis Pereira, 1 guache de Amadeo de Souza-Cardoso,2 desenhos de Mário Eloy. A exposição nãochegou a realizar-se;› Museu da Água, Lisboa: cedência de 2 tapeçarias de Eduardo Nery, de 30 de Outubro a 29 de Novembro;› Museu de Arte Contemporânea do Funchal:cedência de uma escultura de AlbertoCarneiro, de 21 de Março a 27 de Maio;› Museu de Serralves, Porto: “LourdesCastro”, cedência de 3 desenhos de Lourdes Castro, de 24 de Janeiro a 27 de Março; “Retrospectiva de AntónioSena”, cedência de 6 pinturas de AntónioSena, de 22 de Julho a 26 de Outubro;“Retrospectiva de Vítor Pomar”, cedência de 3 pinturas e 4 fotografias, de 9 de Maioa 6 de Julho;› Torre do Tombo: cedência de 1 desenhoe 1 pintura de Almada Negreiros, de 2 de Fevereiro a 2 de Março.

Para o estrangeiro› Galerie im Taxispalais, Innsbruck, Áustria:cedência de 2 fotografias de HelenaAlmeida, de 6 de Junho a 10 de Agosto;› GRI – Gabinete das Relações Internacionais do Ministério da Cultura: “Fronteiras da Ilusão”, pintura de Jorge Martins,cedência de uma pintura de Jorge Martins,

Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, de 30 de Setembro a 2 de Novembro; na Pinacoteca, São Paulo,de 13 de Novembro de 2003 a 4 de Janeirode 2004, e na Caixa Económica Federal,Brasília, de 20 de Janeiro a 22 de Fevereirode 2004;› Landesmuseum Joanneum undKulturzentrum des Minoriten, Áustria, e Kursthallen Brandts, Dinamarca: cedênciade uma escultura de Rui Chafes, de 11 de Abril a 29 de Setembro;› Musée d’Orsay, Paris: “Les Origines de l’Abstraccion”, cedência de uma pinturade Amadeo de Souza-Cardoso, de 3 de Novembro de 2003 a 23 de Fevereiro de 2004;› Musée d’Art Contemporain Les Abattoirs,Toulouse: itinerância da exposição “Blast toFreeze: British Art in the Age of Extremes”,organizada pelo Kunstmuseum Wolfsburgo,cedência de 9 obras de arte britânicas, de24 de Fevereiro a 11 de Maio;› Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo:no âmbito da iniciativa da CooperativaÁrvore “Portugal de Relance – A Viagem –Encontro de Dois Povos”, cedência de26 desenhos de artistas portugueses, de 12 a 30 de Novembro;› Palazzo Magnani, de Regia Emilia, Itália:cedência de 2 pinturas de Maria HelenaVieira da Silva, de 22 de Março a 18 de Maio;› Rhodes + Mann Gallery, Londres: cedênciade um desenho de Ana Hatherly, de 15 de Janeiro a 2 de Março;› The Whitney Museum of American Art:“Arshile Gorky. A Drawing Retrospective”,cedência de 1 desenho da colecção do CAMJAP e de 6 desenhos, em depósitono CAMJAP, da diocese da Igreja Arménia da América (Oriental), de 20 de Novembrode 2003 a 15 de Fevereiro de 2004.

Para além da cedência de obras de arte, o Centro de Arte Moderna colaborou comdiversas instituições, nomeadamente atravésde pesquisas, elaboração de informação eprodução de textos para catálogos; orientouestágios de alunos do Curso de ComunicaçãoCultural da Universidade Católica Portuguesae do Curso de Conservação e Restauro da Universidade Nova de Lisboa; e organizou a conferência: “Anteontem –Materiais e Métodos nas Obras de Arte

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sobre Papel do Século XX”, por MargaretHolben Ellis, professora de Conservação no Institut of Fine Arts, da Universidade de Nova Iorque e directora de Conservaçãodo Thaw Conservation Center da MorganLibrary, NY, que decorreu nos dias 10, 11 e 12 de Novembro.

Internamente, colaborou com o Serviço de Comunicação através da produção de textos para a Newsletter, e com os Serviços Centrais na renovação das obrasde arte contemporânea que decoram os vários Serviços da Fundação. Apoioutecnicamente a preparação de materiais paraa exposição “Do Estádio Nacional ao JardimGulbenkian”, do Serviço de Belas-Artes.

Sector de EducaçãoO Sector de Educação do CAMJAP continuoua desenvolver o seu programa no âmbito dadivulgação e interpretação da arte modernae contemporânea, a partir da colecçãopermanente e das exposições temporárias,de acordo com as linhas orientadorasestabelecidas no ano anterior. Nestesentido, o ano de 2003, como acima foireferido, foi um ano de consolidação das iniciativas educativas lançadas com o nascimento do sector em 2002 e,simultaneamente, de alargamento das áreasde actividade e intervenção ao nível da formação e educação artística e da conquista de novos públicos.

Assumindo-se como um verdadeiro interface de comunicação e partilha com os públicos, o Sector de Educação continuoua desenvolver um programa dinâmico e diferenciado de visitas, ateliês, cursos,conversas, publicações e outros eventoscapazes de responder aos interesses de um conjunto diversificado e crescente de visitantes, incidindo especialmente nos seguintes campos:

› educação artística para adultos: aumentode actividades de formação directamentevocacionadas para este público-alvo: visitas,conversas, ciclos temáticos e cursos;› formação de professores: criação de visitasde preparação pedagógica especialmente

desenhadas para apoio aos professores e educadores de infância e do aumento e diversificação do programa de cursos para agentes de intervenção educativa;› iniciativas para público infanto-juvenil:alargamento de iniciativas para criançasabaixo dos 6 anos e diversificação da ofertade actividades para grupos escolares,bem como de actividades ao fim-de-semanae em período de férias escolares;› actividades para famílias: grandeinvestimento na promoção de iniciativaspara o público familiar, de forma a conquistar e fidelizar um público até agora pouco representado entre os visitantes do museu;› publicação de material de divulgação e interpretação: realização de um númerointegralmente dedicado à colecção doCAMJAP, dirigido ao público infanto-juvenil,pais e outros agentes de intervençãoeducativa, através de uma parceria com a revista Aprender a Olhar;› avaliação: desenvolvimento e tratamentode inquéritos para avaliação das actividadese da realização de um estudo de públicoon-line (público em geral) e in situ (públicoescolar) em parceria com o mestrado deSociologia do Instituto Superior de CiênciasSociais e Políticas da Universidade Técnicade Lisboa; e› parcerias e colaboração com outrosServiços da Fundação e outras instituiçõesculturais e/ou educativas: desenvolvimentoda programação educativa e cultural emtorno da exposição “Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian” com o Serviço de Belas-Artes; criação do ciclo “Olharessobre a Paisagem e Conversas sobreArquitectura Paisagista” com o Serviço de Belas-Artes e o Museu Gulbenkian;continuação dos ateliês infanto-juvenis com o CITEN; espectáculo Casio Tone com o Sector de Animação Artística e Cultural;realização do ciclo “Conversas sobre Arte e Botânica” com o Sector de Conservação;programa “Avós e Netos” com a AssociaçãoPortuguesa de Amigos dos Castelos;visitas-jogo para grupos com necessidadeseducativas especiais com a CERCI de Lisboa; estágio de formação em contextode trabalho no âmbito do curso “ServiçosEducativos em Instituições e ProjectosCulturais” com a Sete Pés – ProjectosArtístico-Culturais.

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Visitas guiadas € 37 765

Visitas de fim-de-semana – adultos› Ciclo “Conversas sobre Arte e Botânica”(em colaboração com o Sector de Conservação).› Ciclo “Uma Breve História de ArtePortuguesa” a partir da colecção do CAMJAP.› Ciclo “Pintura e Literatura”.› Ciclo “Olhares sobre a Paisagem” (em colaboração com o Museu Gulbenkian).› Ciclo “Conversas sobre ArquitecturaPaisagista” (em colaboração com o Serviçode Belas-Artes).› Ciclo “7 Artistas ao 10.° Mês”.

Visitas guiadas para escolas e outrasinstituições – crianças, jovens e adultos› Visitas à colecção permanente.› Visitas temáticas específicas.› Visitas às exposições temporárias.

Ateliês € 20 195

› Ateliês de continuidade (dirigidos a crianças, jovens e famílias). Animação do livro, expressão dramática, artes visuais,expressão plástica.› Ateliês temporários (dirigidos a gruposescolares, crianças individuais e famílias).› Ateliês temáticos em torno da programação de exposições temporáriasdo Centro de Arte Moderna.

Actividades de Verão – Julho a Setembro

› Ludoteca, espaço por excelência para o encontro das crianças em situação de férias escolares.› Ateliês de Verão na área das artesplásticas, promovendo simultaneamente o conhecimento da colecção permanente do CAMJAP e o Jardim Gulbenkian.

Cursos € 3 693

Os cursos e as acções de formação,reflectindo as temáticas e áreas de maiordebate actual, procuram potenciar o papeldo museu e da sua colecção na difusão e conhecimento da arte moderna

e contemporânea, bem como no daformação nas áreas da educação artística e educação em museus.

Sector de AnimaçãoArtísticaPrémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão € 13 663

O prémio referente a 2003 foi atribuído ao Grupo Projecto Teatral, pelo seu trabalhode autoria e concepção da peça Teatroapresentada no Goethe Institut, em Lisboa,em Dezembro de 2003.Saliente-se que o valor do prémio – € 10 000 – será reflectido no orçamentodo próximo exercício.

Jazz em Agosto € 86 833

Tendo sido levado a efeito nos espaçosinteriores da Fundação Calouste Gulbenkian,o Jazz em Agosto 2003 decorreu nos dias 1,2 e 3 de Agosto, apresentando oitoconcertos inéditos em Portugal: o trioaustraliano The Necks, o Julius HemphillSaxophone Sextet dos EUA, o quartetoalemão DoppelMoppel, o quartetointer-europeu 4 Walls, o octeto holandêsEric Boeren Double Quartet, o quarteto,também holandês, Tobias Delius Quartet, o trio português João Paulo-Paulo Curado--Bruno Pedroso e a orquestra irlandesa Brian Irvine Ensemble.

A programação em 2003 procurou dar ênfaseà produção da Europa, mas não deixou de fazer constar um grupo americano cuja actuação foi considerada “o melhorconcerto de jazz de 2003”, segundo o crítico Manuel Jorge Veloso, do Diário de Notícias, e que foi objecto de um registo discográfico na editoraportuguesa Clean Feed, a editar em Junhode 2004. A presença dos australianos The Necks constituiu igualmente um sinal da significativa actividade desse país aindadesconhecida em Portugal. O jazz da Europaapresentado – uma realidade crescente e urgente –, acabou por ocupar o corpocentral da programação com grupos

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que também se impuseram pela suaqualidade e originalidade.

Projecto CAPITALS – Encontros ACARTE € 175 962

O projecto CAPITALS – Encontros ACARTE2003, teve a sua concretização ao longo de sete acontecimentos – denominados“ilhas” – os quais funcionaram comomomentos privilegiados de visibilidade deum trabalho constante que, ao longo dedois anos, procurou discutir e executar umnovo modelo de criação e produção para as artes performativas. Assim, enquantoplataforma-laboratório, o CAPITALS reuniuem torno de si um conjunto alargado de profissionais – programadores, teóricos,críticos, técnicos, criadores, públicos, em papéis frequentemente intermutáveis –,cujas investigações ditaram a estruturaçãodos eventos num outro tempo e num outrociclo (entre Maio de 2002 e Setembro de 2003).

Em três períodos do ano – “ilha 5”, em Maio; “ilha 6”, em Julho; e “ilha 7”, em Setembro –, este exercício deexperimentação radical abriu-se ao exteriorcom as apresentações dos espectáculosproduzidos no contexto (proporcionados e fabricados pelo modus operandi CAPITALS)ou em cuja fundamentação estivessempreocupações análogas às do programaenunciado. Entre os pressupostos estão,entre outros, a vontade de rejeitar a mercantilização do produto artísticoenquanto bem acabado e cujo processo está desligado do resultado; a necessidadede encetar um novo modelo de criação que parta do desafio, do debate, do confronto (com pessoas diferentes e com outros “eu”) e não cessenecessariamente no período das conclusões;e a certeza de que a articulação entre a conceptualização (enfoque teórico) e a materialização (práticas de apresentaçãopública) fornece um enriquecimento para os criadores e para os observadores destaaventura que, mais que provocar distorçõesnas regras da oferta e da procura, pretendeu jogar com as leis das convençõese das transacções. Em 2003 assistiu-se,ainda, a um adensar da teia de relações

entre artistas e colaborações entre criadores de diferentes áreas de trabalho e formação,procurando um acompanhamento regular dos artistas ligados ao CAPITALS e lançando-lhes novos desafios – foi o caso do denominado Big Seminar, um projecto de radicalização das premissaspara propiciar encontros inesperados e novas ideias entre criadores portugueses,sugerindo-lhes uma postura cada vez maisaberta perante o acto criativo e a sua razãode ser, no sentido de propiciar novosterritórios de exploração e experimentação.

Apresentaram-se 21 espectáculos, em 42 sessões, envolvendo 92 artistas, 48 dos quais portugueses. Destesespectáculos, 12 tiveram a sua estreiaabsoluta no âmbito do CAPITALS, como co-produções e/ou resultados de workshopse residências de criação, directamenteoriundos dos procedimentos de trabalhoinspirados pelo projecto. As presençasenfatizaram uma continuidade nas relaçõesprivilegiadas com os artistas, que já haviam marcado presença nas “ilhas” do ano anterior, numa perspectiva de revisitação e de percepção da evoluçãodo próprio modelo. A intensificação de espectáculos criados por artistasnacionais deve-se à concretização, na “ilha 6” (exclusivamente portuguesa), do já referido Big Seminar, que teve origemnuma sucessão de encontros e debates sobrea concepção da criação e das colaboraçõesartísticas, tendo resultado em diversosprojectos levados a cabo em apresentaçõespúblicas. Entre os artistas consagradosestiveram Xavier Le Roy, Thomas Lehmen,Jonathan Burrows, Gary Stevens, RebeccaSchneider, Kinkaleri, Bogdan Szyber e CarinaReich, João Garcia Miguel ou Paulo Castro;em fase emergente da sua carreira, mas já com um trabalho proeminente,podemos citar as presenças de JuanDomínguez, Ezster Salamon, André Murraças,Joclécio Azevedo, Herlander Elias ou PatríciaPortela. Os espectáculos movimentaram um universo de 2933 espectadores, o que significa uma média de 79 lugares por sessão.

Realizaram-se 7 conferências (das quaisduas foram conferências-demonstrações),envolvendo 3 artistas e 4 conferencistas.

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Realizaram-se ainda diversos encontrosinformais com artistas e teóricos e diálogospúblicos. Ao longo de sete semanas,organizaram-se os encontros sobre cinemae corpo, com visionamentos de filmesrelevantes para a discussão da temáticae posterior comentário pelo ProfessorBragança de Miranda. Durante dois meses,organizaram-se pontualmente sessões deapresentação e crítica radical de espectáculos em processo de artistas envolvidos em CAPITALS, intituladas“Linchamentos”.

Extra-“ilha 5”, realizou-se o [email protected], com três sessões diáriasde uma selecção de vídeos da primeiraBienal Internacional de Israel, com apresença e os comentários dos comissários.

Publicaram-se 3 jornais-programas, em Maio, Julho e Setembro, num total de 10 500 exemplares, em edição bilingue(dos quais 1500 foram distribuídos no estrangeiro), possibilitando a divulgação,entre a comunidade e no âmbito

internacional, da programação e do trabalho de artistas nacionais,propiciando e prolongando a discussão para lá dos espectáculos e das restantesactividades.

Será publicado em 2004 o livro CAPITALS,um documento-memória dos dois anos de actividades e das estratégias de programação que lhe estiveram na origem. Trata-se de um volumemaioritariamente bilingue, de cerca de trezentas páginas, que inclui entrevistas,textos de conferências e de espectáculos,críticas, depoimentos, ensaios, cartas,material produzido para ou em resultado dos eventos CAPITALS, e que serádistribuído gratuitamente entre o universode artistas e colaboradores do projecto.

Os apoios institucionais do InstitutoCervantes, da Embaixada da Suécia, do British Council, do Goethe Institut e do Swedish Institute confirmam o alcance e a visibilidade europeia do projecto CAPITALS em 2003.

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Exposição “Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian. Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geração de Arquitectos Paisagistas. 1940-1970”. Vista geral.Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (22 de Outubro de 2003 a 18 de Janeiro de 2004).

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Valores em euros

Encargos com pessoal 450 172

Despesas de funcionamento 164 195

Iniciativas directas 233 292

Subsídios e bolsas 1 124 542

Total 1 972 201

Receitas 174 097

O Serviço de Belas-Artes prosseguiu, em 2003, a actividade distributiva de apoioà criação, divulgação e investigação nasdiferentes áreas artísticas no âmbito da suacompetência – artes plásticas, arquitecturae design, história da arte, arqueologia e património, cinema e teatro – concretizada através da atribuição de bolsas e subsídios.

Os seus objectivos principais são apoiarnovos projectos de qualidade, dinamizandoo meio artístico e promovendo a arte e osartistas portugueses nos circuitos nacionaise internacionais, privilegiando parcerias com entidades relevantes no país e no estrangeiro.Em complemento, têm vindo a serdesenvolvidas actividades directas(exposições, prémios, conferências e projectos transversais e inovadores), em consonância com os objectivos do Serviço.

Artes Plásticase Exposições € 446 785

Acordo tripartido € 49 138

A Fundação Luso-Americana para oDesenvolvimento (FLAD), o Instituto dasArtes (ex-Instituto de Arte Contemporânea)e a Fundação Calouste Gulbenkianmantiveram em 2003 o protocolo decolaboração que visa o apoio à divulgaçãoda arte portuguesa no estrangeiro, atravésda concessão de subsídios a artistas,

›› Serviço de Belas-Artes

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galerias e instituições culturais portugueses,para a sua participação em exposições e eventos internacionais. Ao abrigo desteprograma, foram contempladas 24iniciativas, repartidas entre os apoios dadosàs galerias portuguesas para participaçãoem feiras internacionais de arte (Colónia, Bruxelas e Milão), e aos artistasportugueses para participação em eventosinternacionais (bienais de arte de Veneza,de Havana e de Istambul; Bienal de Arquitectura de São Paulo), ou em exposições individuais e colectivas, a convite de instituições museológicas(Kunsthalle Wien, Drawing Center, em NovaIorque e Vanabbe Museum, Eindhoven).

Projectos de criação artística € 33 100

Em 2003, foram apoiados 6 projectosindividuais de criação artística que prosseguem a linha programática que estrutura este programa, centrado em projectos de investigação de naturezaprospectiva e experimental. Assim, os projectos apoiados, oriundos de áreasdiversificadas da criação artística, reforçama lógica disciplinarmente transversal desteprograma. Foram financiados projectos de Miguel Ângelo Rocha, Andreia Marta,João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Ana Pinto, Nuno Cêra e Catarina Simões, e Miguel Rondon.

Apoio à produçãode exposições € 41 445

Procurando responder a um crescentenúmero de solicitações neste campoespecífico, a morfologia desta linhaprogramática inscreve-se no meio artísticoportuguês. Parte-se, assim, do pressupostode que a existência de um cenário alargadode produções expositivas independentes é essencial para a solidificação de um tecido criativo, bem como para a formação de públicos. De facto, o campodas produções expositivas é revelador da profissionalização do sector, contribuindopara uma melhor qualidade dos processos de mediação artística.

Este factor reflectiu-se nos destinatários dos apoios atribuídos neste programa

durante o ano de 2003, já que forambeneficiários artistas, curadores e produtores(ligados a estruturas ou a independentes).Foram, assim, apoiados 21 projectos,repartidos por diferentes zonas do país,desde Lisboa – onde ainda se verifica a principal incidência de apoios –, até aos Açores, passando por outras cidadesportuguesas, tais como Oeiras, Montijo e Tavira, ou no estrangeiro, como Nîmes,Berlim e Praga. De um modo geral, a qualidade dos projectos apresentados foi elevada e a diversidade de propostasbastante alargada.

Projectos de desenvolvimentoe divulgação artística € 89 810

Foram apoiados 17 projectos na área de desenvolvimento pessoal dos agentesartísticos, bem como a solidificação das estruturas que operam na distribuição,formação e divulgação artísticas. Os apoiosatribuídos centraram-se sobretudo nasseguintes áreas: por um lado, o apoio a artistas e outros agentes artísticos no sentido de proporcionar a participaçãodestes em fóruns de debate, académicos ou outros, de âmbito internacional; por outro lado, no caso das instituições, os apoios atribuídos destinaram-se, em primeiro lugar, a contribuir para o reequipamento de estruturas que desempenham um papel essencial na divulgação e ensino artístico, e, em segundo lugar, ao apoio a estruturas

“a 2ois”, projecto deresidência de criação

artística e deexposição, 2003.André Guedes eCentro de Novas

Tendências Artísticas(CENTA), Vila Velha

de Ródão. Exposiçãode Carlos Roque e

Ricardo Jacinto,Museu FranciscoTavares ProençaJúnior (Castelo

Branco), 10 de Maioa 8 de Junho

de 2003.

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que, fora dos grandes centros, organizamprojectos de residências artísticas,contribuindo, assim, para uma efectivadescentralização cultural, sem por issoestarem à margem daquilo que de maisactual se passa no mundo da arte.

Exposição “Do Estádio Nacionalao Jardim Gulbenkian. Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas. 1940-1970” € 167 378

De 22 de Outubro de 2003 a 18 de Janeiro de 2004, teve lugar na Galeria deExposições Temporárias da Sede da Fundaçãouma exposição sobre o modernismo na arquitectura paisagista em Portugal. Com especial destaque para o estudo do Jardim Gulbenkian e da sua importânciano contexto da cidade de Lisboa, a exposição deu a conhecer a obra do Professor Francisco Caldeira Cabral e da primeira geração de arquitectospaisagistas portugueses.

Comissariada pela Professora TeresaAndresen, a exposição contou com o designde Maria João Mântua, com as instalaçõesda artista Gabriela Albergaria e com umconjunto de vídeos realizados por RenataSancho que apresentaram as entrevistas de Ana Sousa Dias a quatro arquitectospaisagistas da primeira geração: RibeiroTelles, Viana Barreto, Ilídio de Araújo e Álvaro Dentinho. O levantamentofotográfico de desenhos e obras de arquitectura paisagista, realizado durante2002 e 2003, esteve a cargo do fotógrafoManuel Silveira Ramos. Este levantamentodocumental e iconográfico exaustivo, um importante arquivo para o estudo da disciplina em Portugal, está depositadona Biblioteca de Arte da Fundação, para consulta pública.

O projecto compreendeu ainda o desenvolvimento de um extenso programaeducativo e cultural em torno de questõessobre a paisagem que resultou da colaboração entre os Serviços de Belas-Artes, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP) e Museu Calouste Gulbenkian.

Esta iniciativa insere-se num ciclo de três grandes exposições sobre a FundaçãoGulbenkian, iniciado em 2001, com a exposição dedicada à obra do designerDaciano da Costa, e a concluir em 2006,com a apresentação da obra dos autores do projecto arquitectónico da Sede.

Catálogo “Do Estádio Nacionalao Jardim Gulbenkian. Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas. 1940-1970” € 63 940

No âmbito da apresentação da exposiçãoatrás referida foi publicado um catálogo,com edições em português e inglês, quereuniu as contribuições de autores nacionaise estrangeiros. O catálogo, para além do estudo exaustivo da obra de FranciscoCaldeira Cabral e da primeira geração de arquitectos paisagistas, aborda a temática do modernismo na arquitecturapaisagista e pretende contribuir para uma melhor compreensão da arquitecturapaisagista no contexto europeu.

Com o objectivo de apoiar a leitura da exposição por um público mais alargado,foi também publicado um pequeno guia que apresenta um conjunto de textos sobreos diferentes núcleos da exposição e sobreas quatro intervenções-instalações da artistaGabriela Albergaria.

Catálogo da exposição “Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian. Francisco CaldeiraCabral e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas.1940-1970”.

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Conferência “European Conferenceof Landscape ArchitectureSchools” € 1 974

A Fundação Calouste Gulbenkian recebeu em 23 e 24 de Outubro a conferência anual das Escolas Europeias de ArquitecturaPaisagista (ECLAS), no âmbito de umprotocolo de colaboração com o InstitutoSuperior de Agronomia da UniversidadeTécnica de Lisboa, a entidade responsávelpela organização da conferência em 2003. A conferência, que reuniu especialistas de diversas escolas de arquitecturapaisagista da Europa, foi realizada sobre o tema do modernismo na arquitecturapaisagista e integrou o programa cultural da exposição “Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian. Francisco CaldeiraCabral e a Primeira Geração de ArquitectosPaisagistas. 1940-1970”.

Estudos de Arte, Arqueologiae Património € 118 939

História da artee arqueologia € 68 939

História da arte

Foi atribuído, no âmbito deste programa,um subsídio para apoio à realização da exposição “Colecção Rodrigues Alves

– uma herança da Misericórdia de Lisboa”,numa organização do Museu de São Roque;2 subsídios para participação de técnicosda área da conservação e restauro em reuniões científicas internacionais, um dos quais ao Instituto Português de Conservação e Restauro; 3 subsídiospara o desenvolvimento de trabalhos de investigação e divulgação, destacando-seo arranque do projecto de realização do “Corpus da Tapeçaria em Portugal (Séculos XIV-XVIII)”, coordenado pela Dr.ª Maria Antónia Quina, e o apoio à visitaa Portugal de um grupo de reputadosinvestigadores europeus do Centre d’ÉtudesSupérieures de la Renaissance, criado pelo Prof. André Chastel, visita coordenadapelo Prof. Rafael Moreira, da UniversidadeNova de Lisboa; foram igualmenteconcedidos 11 subsídios para possibilitar aparticipação em estágios e reuniõescientíficas internacionais de especialistasportugueses de reconhecida e elevadaqualidade, e em congressos realizados em Santiago do Chile, Dresden, Los Angelese Rio de Janeiro, reunindo este último um importante número de especialistasportugueses e brasileiros em história da arte moderna.

Arqueologia

Foram concedidos 6 subsídios para a realização de trabalhos de campo e de investigação, levados a cabo porarqueólogos, investigadores e instituiçõesespecializadas nacionais, incluindo a prossecução do apoio ao projecto de escavação do Palácio de Mênfis, no Egipto, dirigido pela Professora DoutoraMaria Helena Trindade Lopes, da Universidade Nova de Lisboa, ao Projecto“MARCAS – Castro Marim e o seu TerritórioImediato durante a Antiguidade”,coordenado pela Professora Doutora AnaMargarida Arruda, da Faculdade de Letras de Lisboa, e a continuação do apoio ao projecto “Villa Romana do Rabaçal”,desenvolvido pela Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal, presidido peloDr. Miguel Pessoa; 1 subsídio à Associaçãode Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur para a realizaçãode um curso livre sobre “Fortificações

Família Oriental, pormenor da tapeçaria

Cortejo Triunfal com Dromedários

e Elefante, da Fundação Abel de

Lacerda – Museu do Caramulo (Tornai,

primeiro quartel doséculo XVI, a partir

de gravura de Dürer,do projecto do

“Corpus da Tapeçariaem Portugal

(Séculos XIV-XVIII)”,coordenado pela

Dr.ª Maria AntóniaQuina (História

da Arte).

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Islâmicas no al-Andalus – Séculos XII-XIII”,com a participação de vários especialistasinternacionais neste tema e que surge nasequência da descoberta de um importanteRibat neste concelho; 4 subsídios para apoio a publicações científicas e dedivulgação, incluindo o apoio à edição dovolume 5 do Journal of Iberian Archaeology,editado pela ADECAP, sob a direcção do Professor Doutor Vítor Oliveira Jorge e visando a divulgação da arqueologiaibérica para os países de expressão inglesae à publicação do volume 8 da revistaArqueologia Medieval, editada pelo CampoArqueológico de Mértola; e 11 subsídiospara possibilitar a participação em estágios e reuniões científicas internacionais de especialistas portugueses de reconhecidae elevada qualidade.

Património € 50 000

Foi concedido um apoio à Fundação da Casa de Mateus para permitir levar a cabo o projecto de restauro das colecçõesmuseológicas e beneficiação dos espaçosexpositivos da Casa de Mateus. Este projectovisa melhorar a qualidade de apresentaçãodo acervo museológico desta casa-museu,seja através do restauro e recuperação de peças degradadas, como da melhoria da sua apresentação ao público; esteprojecto foi também comparticipado peloServiço de Educação e Bolsas da Fundação.

Atribuiu-se um subsídio ao arquitectoJoaquim António de Moura Flores paraapresentar um poster no 7.° SimpósioInternacional da Organização das CidadesPatrimónio Mundial, em Rodes (Grécia),centrado sobre a experiência de recuperaçãopatrimonial obtida na cidade do Porto.

Teatro € 128 765

O Sector de Teatro manteve os quatroprogramas de intervenção definidos em 2002, continuando assim a sua missãode promover a dramaturgia nacional e apoiaracções de investigação e formação teatral,encenadores em início de profissionalizaçãoe consolidação de estruturas teatrais.

Dramaturgia portuguesa € 21 600

Com o objectivo de promover a dramaturgiaportuguesa foram atribuídos subsídios a 7 projectos. Destaca-se a tradução de A Tempestade de Shakespeare, por Fernando Villas Boas, e a criação de

7879

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Folheto do espaço--museu do projecto“Villa Romana do Rabaçal”,desenvolvido pelaAssociação deAmigos da VillaRomana do Rabaçal(Penela, Portugal).

Programa do FestivalEuropeu “Tempsd’images”, realizadono Centro Cultural de Belém, Cinemateca Portuguesa e PalácioFoz, em Lisboa, de 25 de Setembro a 5 de Outubro de 2003.››

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Tempestade,de William

Shakespeare, tradução e adaptação

de Fernando VillasBoas e encenação

de Tim Carroll(Programa de Apoio

à DramaturgiaPortuguesa).

Pedr

o So

ares

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originais por Isabel Freire, Regina Guimarãese Serge Saguenail, Manuel Sardinha, MiguelCastro Caldas e José Luís Peixoto.

Novos encenadores € 64 950

Este programa continua a dar provas da suaeficácia no desenvolvimento da carreira decriadores em início de profissionalização.Este ano foram subsidiados 19 projectos,destacando-se os trabalhos de AmândioPinheiro, Miguel Loureiro, Joaquim Horta,Nuno M. Cardoso, Tiago Guedes, FilipeViegas, André Muraças e Pedro Carmo,entre outros.

Formação e investigaçãona área teatral € 26 715

Foram subsidiadas 7 acções de formaçãoe investigação. Destacam-se o workshoppara actores e encenadores profissionais, que teve lugar no Teatro Nacional D. Maria II, orientado, entre outros, por Béatrice Picon--Vallin, Gennadi Bogdanov, Krystian Lupa e Eimuntas Nekrosius; o projecto de Luz da Câmara para um estudo que envolveparalelismos entre as peças Frei Luís deSousa de Garrett e Macbeth de Shakespeare;o projecto “Congerminações” de Ana Pais, e o projecto “Húmus” de Carlos Zíngaro,baseado em Raul Brandão.

Consolidação de estruturasteatrais € 15 500

É o segundo ano de existência desteprograma, em fase de implementação na cena teatral portuguesa. Foram apoiadasduas companhias para a contratação de gestores, respectivamente,a Acto e o Teatro Praga.

Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa

Prosseguiu o apoio ao Centro de Estudos de Teatro, para o “Estudo da Intervenção da Fundação Calouste Gulbenkian no Teatroem Portugal”. Este levantamento seráconcluído em 2004, respondendo assim à necessidade de informatização do arquivo

Materiais Diversos, de Tiago Guedes(Programa de Apoio a Novos Encenadores – ProjectoMultidisciplinar).

8081

Um Édipo, deArmando NascimentoRosa, encenação de Miguel Loureiro(Programa de Apoio a Novos Encenadores).

Patr

ícia

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eida

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do Sector, memória imprescindível para o estudo do teatro em Portugal.

Cinema € 38 900

Em 2003, o Serviço concentrou a suaactividade distributiva na área do cinema no apoio a jovens cineastas, para a realização de filmes de carácterexperimental sobre temas de arte,destacando-se os subsídios atribuídos ao Laboratório de Cinema Experimental da Universidade Nova de Lisboa, quecoordenou os projectos de produção emvídeo dedicados à personalidade e obra dos artistas plásticos António Sena, CarlosNogueira, Daniel Blaufuks e Francisco Tropa,os quais, ao longo do ano, apresentaram o seu trabalho, em exposições individuais,no CAMJAP. Por outro lado, e tendo comoobjectivo contribuir para a divulgação do cinema português no estrangeiro, foramconcedidos apoios à realizadora Inês Oliveira para participar no Festival de Curtas-Metragens da Noruega, em Grimstad, com o seu primeiro filmeO Nome e o N.I.M. e à Associação Eira, na qualidade de co-produtora da 2.ª ediçãodo Festival Europeu “Temps d’Images 2003”de Paris, que apresentou filmes e projectosteatrais de autores portugueses, belgas,italianos e alemães.

Bolsas de Estudo € 624 445

Bolsas de estudode especializaçãoe valorização profissional € 589 791

Iniciada em 1957, na sequência da realização da 1.ª Exposição de ArtesPlásticas da Fundação Calouste Gulbenkian,a acção que visa a atribuição de bolsas de estudo de especialização, investigação e valorização profissional, no país e no estrangeiro, tem-se mantido, com grande visibilidade, ao longo dos anose tem permitido premiar a obra e o trabalhode artistas, investigadores e profissionaisportugueses, proporcionando-lhes a oportunidade de desenvolver e actualizaros seus conhecimentos e, ao mesmo tempo,

distinguir jovens talentos em início de carreira. Esta acção, que contempla as diversas áreas da actividade do Serviçode Belas-Artes, tem sido reconhecidaunanimemente pelo papel que tem desempenhado no desenvolvimento e enriquecimento da vida artística e cultural do país.

Ao concurso aberto em 2003 apresentaram-se 330 candidatos, o que constituiu, de facto, o maior númerode pedidos desde sempre recebidos no âmbito deste concurso. As candidaturasenvolveram propostas em todos os domíniosda competência do Serviço: arquitectura e urbanismo – 61; artes plásticas, design e gestão das artes – 128; históriada arte, estética e património – 49;arqueologia – 10; teatro – 28; cinema – 31;museologia e conservação – 23.

O Júri do concurso, constituído para apreciação das candidaturas, integrouespecialistas dos quadros da Fundação e outros exteriores aos mesmos, tendo sido emitidos pareceres sobre todas as propostas. Elaborados os orçamentos das propostas seleccionadase tendo em conta as disponibilidadesfinanceiras para este concurso, veio a ser aprovado o plano das novasbolsas para o ano lectivo de 2003-2004, num total de 35, com a seguintedistribuição:

Como se verifica, foram contemplados todosos sectores de especialização para os quaiso concurso foi aberto, tendo havidoigualmente a preocupação de apoiar

Artes plásticas10

Arquitecturae urbanismo

4

Design3

Arqueologia2

Cinema3

Gestãodas artes

1

História da arte,estética

e antropologia6

Teatro4

Museologiae conservação

2

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projectos de natureza diversa, que vãodesde a obtenção de graus académicos deprestígio, à realização de estágios deaperfeiçoamento e valorização profissional,até aos domínios da criação ou da reflexãoe pesquisa teórica. A distribuição das bolsasconcedidas por países é a seguinte:

Por outro lado, e ao abrigo das disposiçõesregulamentares, foram prorrogadas 16 bolsasde estudo, anteriormente atribuídas, por forma a permitir o prosseguimento ou conclusão de estudos iniciados com o apoio da Fundação e que vêmdecorrendo com excelentes resultados,conforme comprovação dos respectivosorientadores.

As bolsas destinadas a estudos nos EUA,novas ou renovadas, foram concedidas no âmbito do protocolo há vários anosestabelecido com a Fundação Luso-Americanapara o Desenvolvimento (FLAD), queconnosco partilha o estudo dos processos e os encargos a assumir com este programa.

Bolsas “Exemplares” € 34 654

Estas bolsas são assim designadas porque é objectivo do Serviço atribuí-las em casosmuito particulares, visando a especialização,ao mais alto nível e em áreas de vanguardaou consideradas prioritárias, a cumprir em estabelecimentos de ensino de grandeprestígio no estrangeiro que ofereçamprogramas de qualificação artística eprofissional, contribuindo de forma decisiva

para a afirmação e solidificação das carreiras artísticas e profissionais dosnossos bolseiros. Em 2003, foram atribuídas2 bolsas com estas características:

› Bolsa “João Hogan” – em memória do artista e com recurso ao seu legado, foi distinguido, em 2003, o artista JorgeQueiroz, que beneficia presentemente doprograma de “residência e workshop” emartes visuais oferecido pela KünstlerhausBethanien de Berlim, instituição com a quala Fundação mantém há cinco anos um protocolo, que permite a participaçãocomum na escolha dos candidatos e o acompanhamento conjunto do trabalhodesenvolvido e dos resultados obtidos pelo artista seleccionado;› Bolsa “Ernesto de Sousa” – também emmemória deste artista, pioneiro na área daarte experimental multimédia, a Fundação,em parceria com a FLAD e com a“Experimental Intermedia Foundation” (EIF)de Nova Iorque, selecciona todos os anosum projecto inédito no referido domínio,proporcionando ao artista premiado um estágio de um mês na EIF, seguido da apresentação pública da obra executadadurante esse período. Em 2003, foi escolhido Ruben Verdadeiro, que apresentou a concurso uma propostaassociando a imagem, o som e o movimento.

Jorge Queiroz, Sem Título, 2003.Técnica mista sobrepapel, 50 � 70 cm(Bolsa “João Hogan”).

8283

Reino Unido16

EUA10

Alemanha1

Espanha1

Portugal5

França1

Bélgica1

››

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Valores em euros

Encargos com pessoal 174 469

Despesas de funcionamento 21 991

Iniciativas directas 155 279

Total 351 739

Receitas 32 216

Dada a quantidade e qualidade dos textospublicados desde 1971 na revistaColóquio/Letras, contendo matériaimportante para o estudo das literaturas delíngua portuguesa (e não só), tem vindo aproceder-se à introdução dos aspectos maisrelevantes dessa matéria numa base dedados passível de ser consultada, via Internet, pelos leitores interessados. Tal base de dados encontra-se praticamenteconcluída e estuda-se agora a sua inserçãona net de modo a disponibilizar ao públicoinformação organizada que funciona comoenciclopédia literária.

Em 2003 adiantou-se ainda a preparação decinco futuros números da revista:› A História da Amizade de AlmadaNegreiros e Maria Adelaide Soares Cardoso(Lalá Marco). Para além da publicação deum diário inédito dos anos 20 escrito porLalá Marco, documento muito significativosobre a vida social e cultural das elitesportuguesas da época, o volume conterá aedição de cerca de 70 cartas inéditas deAlmada, algumas delas ilustradas e outrascontendo textos literários nunca antesdivulgados. Ambos os inéditos serãoacompanhados de dossiês com anotações,iconografia e documentação.› A edição dos textos do programa “Imagensda Poesia Europeia” e do conjunto detraduções de poesia feitas por DavidMourão-Ferreira, desde sempre colaboradorda revista e seu director entre 1984 e 1995,ano em que faleceu. Os textos encontram-sejá paginados, faltando completar asrespectivas bibliografias, para o que foramcontactados especialistas nas diversas

épocas da literatura e em virtude do que,com a activa cooperação da viúva, tem sido insistentemente consultada a biblioteca do escritor.› A edição das cartas de Sebastião da Gamapara os amigos, que julgamos serem não sódo melhor alguma vez escrito pelo poetacomo também um documento indispensávelpara o estudo e compreensão de toda umageração, fundamental para a literaturaportuguesa, para os estudos literários e parao ensino em Portugal. Recorde-se que entreos amigos de Sebastião da Gama secontaram nomes como os de Luís FilipeLindley Cintra, David Mourão-Ferreira,António Manuel Couto Viana, Maria de JesusBarroso, Matilde Rosa Araújo, AntónioSampaio, José Régio, Cristovam Pavia, Mariade Lourdes Belchior, Luís Amaro, Alberto deSerpa, ou Virgílio Couto. As cartasencontram-se já transcritas e tem-se vindo aproceder ao contacto com os destinatáriosou seus descendentes, visando a elucidaçãode muitas passagens menos claras para a respectiva anotação.› A edição de um número dedicado aoestudo do mito da “dama-pé-de-cabra” nãosó em Alexandre Herculano – pode dizer-seque, com ele, se iniciou o romance modernoem Portugal –, como também na IdadeMédia, na Antiguidade Clássica, noutrasregiões geográficas – a Galiza, sobretudo –e culturais – a literatura feminina e oDireito, por exemplo. Foram encomendadosensaios a especialistas como Maria Helenada Rocha Pereira, Isabel Maria MagalhãesColaço, Helena Buescu, Luís Prista, Luís Kruss, Alberto Pimenta ou Ana GabrielaMacedo. Paula Rego mostrou-se interessadaem ilustrar o volume.› A edição de um número – pensado para2006 – sobre o entrecruzamento em Lisboa,nos anos 20, de inúmeros intelectuais:espanhóis (entre os quais Ramón Gómez dela Serna e Carmen de Burgos), portugueses (Almada Negreiros, Fernando Pessoa, António Ferro) e franceses (sobretudo Valery Larbaud).

›› Revista Colóquio/Letras

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