arte colonial e rococó

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ARTE COLONIAL E ROCOCÓ/BARROCO Arte colonial brasileira é o termo pelo qual se categoriza toda a obra artística produzida no Brasil, durante o período em que o país permaneceu como colônia de Portugal. De modo geral, a arte classificada como colonial brasileira é aquela produzida entre os século XVI e XVII, com destaque para a Arquitetura e decoração de interiores. Arquitetura colonial Após a chegada dos europeus e a sua consequente ocupação do litoral, iniciou-se a construção das primeiras vilas. Atualmente, algumas cidades ainda conservam as construções desse período. Casas, igrejas e solares representam parte da história do país e são protegidos como Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico do povo brasileiro. A arquitetura era bastante simples, sempre com estruturas retangulares e cobertura de palha sustentada por estruturas de madeira roliça inclinada. Essas construções eram conhecidas por tejupares, palavra que vem do tupi-guarani (tejy = gente e upad = lugar). Com o tempo os tejupares melhoram e passam os colonizadores a construir casas de taipa. Com essa evolução, começam a aparecer as capelas e os centros das vilas, dirigidas por missionários jesuítas. Nas capelas há crucifixo, imagem de Nossa Senhora e a de algum santo, trazidos de Portugal. As primeiras cidades construídas pelos portugueses não possuíam um planejamento urbano definido, tendo casas construídas muito próximas das outras. Os materiais empregados variavam de acordo com a localização: no litoral utilizava-se pedra e cal; no interior, barro batido, madeira e barro ou pedra. Além das cidades litorâneas, outro ponto importante de ocupação eram as fazendas onde se produzia açúcar, o melaço e a cachaça. Alguns artistas dedicaram-se a retratar as cenas das fazendas e engenhos, especialmente Fran Post (século XVII), Debret (século XIX) e, já no século XX, Cícero Dias e Vicente do Rego Monteiro. A arte religiosa, assume grande expressividade nesse período. Com o intuito de catequizar os índios, e manter os preceitos da igreja católica, os portugueses construíram várias igrejas replicando àquelas que existiam em Portugal. As pinturas e esculturas desse período eram feitas por padres e jesuítas, seguindo o estilo Maneirista. A partir do século XVII começou-se a utilizar o estilo que ficaria mais associado ao tipo de arte empregado na decoração de igrejas de todo Brasil colonial, o estilo Barroco. O Barroco e o Rococó (séculos XVI ao XIX) Período que se destaca as esculturas e decoração de igrejas com características religiosas. No auge do século do ouro, as igrejas são decoradas para mostrar o poder da Igreja. A utilização de curvas e espirais prevalecem nas obras deste período. Os artistas utilizam muito matérias-primas típicas do Brasil, tais como: pedra-sabão e madeira. O artista que mais se destacou nesta época foi Aleijadinho. Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, nasceu por volta de 1730 na cidade de Vila Rica. A partir de 1777, o artista começou a sofrer os sintomas de uma misteriosa doença que lhe causou deformidades no corpo e que lhe valeram a alcunha de "Aleijadinho". Antônio sofria dores horríveis e que eventualmente perdeu os dedos dos pés e teve de andar de joelhos. Também terminou por perder os dentes e os dedos das mãos, e suas deformidades teriam feito com que trabalhasse escondido por tendas para que as pessoas não o observassem. Seu escravo Maurício seria o responsável por atar a suas mãos os cinzéis com os quais esculpia. Aleijadinho pode ser considerado um dos mais importantes artistas da História do Brasil. Em pleno ciclo do ouro (século XVIII), encantou a sociedade colonial com suas esculturas e obras de arquitetura. Nem mesmo a doença, impossibilitou o trabalho do gênio do Barroco Mineiro. Os doze profetas é considerada sua obra mais conhecida e representativa. Para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre Aleijadinho, vale a pena fazer uma viagem para as cidades históricas mineiras de Ouro Preto e Congonhas em Minas Gerais.

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ARTE COLONIAL E ROCOCÓ/BARROCO

Arte colonial brasileira é o termo pelo qual se categoriza toda a obra artística produzida no Brasil, durante o

período em que o país permaneceu como colônia de Portugal. De modo geral, a arte classificada como colonial

brasileira é aquela produzida entre os século XVI e XVII, com destaque para a Arquitetura e decoração de

interiores.

Arquitetura colonial

Após a chegada dos europeus e a sua consequente ocupação do litoral, iniciou-se a construção das primeiras

vilas. Atualmente, algumas cidades ainda conservam as construções desse período. Casas, igrejas e solares

representam parte da história do país e são protegidos como Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico do povo

brasileiro.

A arquitetura era bastante simples, sempre com estruturas retangulares e cobertura de palha sustentada por

estruturas de madeira roliça inclinada. Essas construções eram conhecidas por tejupares, palavra que vem do

tupi-guarani (tejy = gente e upad = lugar). Com o tempo os tejupares melhoram e passam os colonizadores a

construir casas de taipa.

Com essa evolução, começam a aparecer as capelas e os centros das vilas, dirigidas por missionários jesuítas.

Nas capelas há crucifixo, imagem de Nossa Senhora e a de algum santo, trazidos de Portugal.

As primeiras cidades construídas pelos portugueses não possuíam um planejamento urbano definido, tendo

casas construídas muito próximas das outras. Os materiais empregados variavam de acordo com a localização:

no litoral utilizava-se pedra e cal; no interior, barro batido, madeira e barro ou pedra.

Além das cidades litorâneas, outro ponto importante de ocupação eram as fazendas onde se produzia açúcar, o

melaço e a cachaça. Alguns artistas dedicaram-se a retratar as cenas das fazendas e engenhos, especialmente

Fran Post (século XVII), Debret (século XIX) e, já no século XX, Cícero Dias e Vicente do Rego Monteiro.

A arte religiosa, assume grande expressividade nesse período. Com o intuito de catequizar os índios, e manter os

preceitos da igreja católica, os portugueses construíram várias igrejas replicando àquelas que existiam em

Portugal.

As pinturas e esculturas desse período eram feitas por padres e jesuítas, seguindo o estilo Maneirista. A partir do

século XVII começou-se a utilizar o estilo que ficaria mais associado ao tipo de arte empregado na decoração de

igrejas de todo Brasil colonial, o estilo Barroco.

O Barroco e o Rococó (séculos XVI ao XIX)

Período que se destaca as esculturas e decoração de igrejas com características religiosas. No auge do século do

ouro, as igrejas são decoradas para mostrar o poder da Igreja. A utilização de curvas e espirais prevalecem nas

obras deste período. Os artistas utilizam muito matérias-primas típicas do Brasil, tais como: pedra-sabão e

madeira. O artista que mais se destacou nesta época foi Aleijadinho.

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, nasceu por volta de 1730 na cidade de Vila Rica.

A partir de 1777, o artista começou a sofrer os sintomas de uma misteriosa doença que lhe causou deformidades

no corpo e que lhe valeram a alcunha de "Aleijadinho". Antônio sofria dores horríveis e que eventualmente

perdeu os dedos dos pés e teve de andar de joelhos. Também terminou por perder os dentes e os dedos das

mãos, e suas deformidades teriam feito com que trabalhasse escondido por tendas para que as pessoas não o

observassem. Seu escravo Maurício seria o responsável por atar a suas mãos os cinzéis com os quais esculpia.

Aleijadinho pode ser considerado um dos mais importantes artistas da História do Brasil. Em pleno ciclo do

ouro (século XVIII), encantou a sociedade colonial com suas esculturas e obras de arquitetura. Nem mesmo a

doença, impossibilitou o trabalho do gênio do Barroco Mineiro. Os doze profetas é considerada sua obra mais

conhecida e representativa. Para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre Aleijadinho, vale a pena

fazer uma viagem para as cidades históricas mineiras de Ouro Preto e Congonhas em Minas Gerais.

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