ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE E A PRESERVAÇÃO DE MONUMENTOS HISTÓRICOS (1910 – 1930)

Gonzales RJBF 1, Pacheco RA 2

1 Mestrando em História Social da Cultura Regional, Univ. Federal Rural de Pernambuco;

2 Laboratório de Pesquisa e Intervenção em Patrimônio Cultural e Memória Social; Dep. de Educação; PGH Univ. Fed. Rural de Pernambuco.

Palavras-chave: Arquidiocese de Olinda e Recife; Preservação Histórica; Restauração.

Em um contexto de reforma urbana da cidade do Recife, a Arquidiocese apresenta uma série de projetos de restauração e remodelação de alguns dos seus monumentos. A década seguinte ao período de reforma urbana no Recife, assistiu o nascimento do debate de Intelectuais como Mário Mello e Annibal Fernandes em favor de uma política de preservação histórica, o que interferiu sobremaneira na preservação dos monumentos da Arquidiocese. Este trabalho procura entender o processo de formação do pensamento preservacionista da Arquidiocese de Olinda e Recife entre os anos de 1910 e 1930, período que inexistia uma política de preservação efetiva. Nossa análise se inicia com o projeto de reforma da Sé de Olinda (1910) e se encerra na restauração da Igreja da Madre de Deus (1930). Entre esses dois projetos há uma diferença significativa da postura da Arquidiocese. O primeiro templo foi transformado em outro de estilo neogótico e o segundo acabou por ser restaurado segundo critérios científicos. Para este trabalho foram pesquisados os jornais de época, os acervos documentais da Cúria Metropolitana, do IPHAN e do Instituto Histórico e Geográfico Pernambucano. Com esse corpo documental foi possível problematizar a atuação dos agentes envolvidos no processo. Como base teórica, procuramos definir e problematizar os conceitos de Preservação, Patrimônio e Restauração através de autores como Fonseca (1997) Choay (2001), Poulot (2009) e Riegl (2014). Na análise das fontes coletadas, procurando entender o pensamento e as atitudes de preservação que a Arquidiocese pratica nesse momento. A partir dos dados constatados notamos uma mudança no conceito de preservação da Arquidiocese, provocada pelas críticas recebidas pelos seus projetos, sobretudo a partir da reforma da Sé de Olinda, que fomentou a discussão por uma política de preservação histórica.