aromaterapia - um guia prático

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    O UTOR

    Quando inicia o curso de Cincias Biolgicas na Universidade do Vale do Itaja, a rea da

    Botnica torna-se um grande interesse do jovem universitrio. Esse estudo o motiva a seguir

    adiante sua graduao na universidade, vindo a formar-se bilogo. Seu interesse por Botnica

    no foi coincidncia.

    Em meio a esse estudo tem seu primeiro contato com os leos essenciais: sua vida no seria

    mais a mesma.

    Encontra na Aromaterapia a possibilidade de unir vrios interesses seus: sade, natureza,

    conhecimento cientfico e tradicional, mas, principalmente, trabalhar com algo que ama.

    Campos de Lavanda na Provence, Frana.

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    Esse encontro com a Aromaterapia inicia uma busca, nacional e internacional, intelectual e

    prtica. Atravs dessa busca o jovem bilogo vem aumentando sua bagagem nesta perfumada

    cincia, por meio de cursos e outros encontros, com pessoas vinculadas Aromaterapia (desde

    estudiosos a agricultores), viajando em busca de experincia e profundidade no conhecimento

    dos leos essenciais, que, segundo ele, so verdadeiros tesouros da natureza.

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    SUMRIO

    Introduo................................................................................................................................. 04

    Origens da Aromaterapia.......................................................................................................... 05

    Aromaterapia Promovendo Sade e Bem Estar....................................................................... 09

    Qumica dos leos Essenciais................................................................................................... 10

    Plantas Aromticas................................................................................................................... 17

    Destilao................................................................................................................................. 18

    Hidrolatos................................................................................................................................. 21

    Sistema Olfativo....................................................................................................................... 22

    Pele.......................................................................................................................................... 25

    leos Carreadores................................................................................................................... 27

    Como Comprar leos Essenciais............................................................................................. 28

    Consideraes Finais............................................................................................................... 29

    Referncias Bibliogrficas....................................................................................................... 30

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    INTRODUO

    Ao escrever esse guia meu objetivo foi o de explorar, de modo sucinto e introdutrio, a prtica

    da Aromaterapia. Desejo que possa servir a todos que queiram introduzir-se nesse estudo.

    Esta a cincia que busca trazer sade e bem estar atravs dos leos Essenciais. Apesar de ser

    uma cincia relativamente nova no Brasil, em grande parte da Europa a Aromaterapia

    reconhecida por seus efeitos benficos a mais de um sculo, sendo usada por mdicos,

    enfermeiros e outros profissionais na rea da sade. Na Frana, por exemplo, ensinada aos

    estudantes de Medicina; j na Inglaterra, encontram-se enfermeiros utilizando leos essenciais

    em tratamentos hospitalares. Mas o que leo essencial?

    O nome leo essencialpode ser explicada da seguinte maneira:

    leo: chamado assim por tratar-se de uma substncia solvel em leo. Mas ao

    analisar-se o aspecto qumico, no poderia ser classificado assim, pois no possui cido

    graxo, componente bsico do azeite de oliva, por exemplo.

    essencial: este termo indica a substncia aromtica extrada, a mais pura essncia da

    planta.

    Segundo Lavabre: Os leos essenciais condensam as foras vitais e espirituais da planta em

    uma forma material. Ou seja, o mago da natureza de determinadas plantas tornado

    material, sendo possvel manej-lo e utiliz-lo terapeuticamente.

    Fao convite ao leitor para que me acompanhe em uma agradvel jornada pela qual

    exploraremos, atravs do estudo da Aromaterapia, campos diversos e complementares como a

    cincia, a natureza e a sade.

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    ORIGENS D ROM TER PI

    Desde tempos imemoriais, as plantas aromticas fazem parte da histria da humanidade.

    Especula-se que, em reunio ancestral em volta da fogueira, tenha-se colocado, por acidente,

    um tronco ou folhas de uma planta aromtica no fogo. O contato da planta com o fogo fez com

    que o aroma se espalhasse no ambiente. E assim como hoje, o fantstico aroma das plantas,

    prendeu a ateno do homem.

    Pintura de John White.

    Existem registros antiqussimos do uso de plantas aromticas. Hipcrates (460 a. C.360 a. C.),

    mdico da antiga Grcia, falava dos banhos aromticos como receitas de longevidade. Nos

    povos chineses, hindus e americanos parte da cultura ancestral utilizar plantas aromticas em

    seus rituais e sua teraputica.

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    Na antiga Prsia um estudioso se destacou na extrao dessas essncias aromticas, sendo o

    precursor da destilao a vapor, mtodo at hoje utilizado (praticamente sem alteraes).

    Avicena (980 d. C. 1037)foi mdico e filsofo, tendo escrito mais de duzentos livros, alguns

    deles tratados de medicina utilizados na Europa at meados do sculo XVII. Atravs das grandes

    navegaes esse conhecimento dos leos essenciais, difundido por Avicena no mundo rabe,

    foi trazido Europa, se espalhando rapidamente.

    Avicena (980-1037 d.C.)

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    Um fato interessante foi observado na poca das grandes pragas infecciosas da Europa. As

    famlias que comercializavam especiarias aromticas escapavam da infeco, preservando sua

    sade. A partir desse acontecimento estudos se focaram no potencial teraputico dos leos

    essenciais.

    Na Frana, no inicio do sculo XX, um perfumista chamado Ren-Maurice Gattefoss descobriu

    acidentalmente o poder cicatrizante do leo essencial de Lavanda. Em experimentos sofreu

    uma queimadura na mo, sua reao imediata foi coloc-la em um recipiente que, por acaso,

    continha este leo. A rapidez com que a regio queimada se recuperou, sem deixar cicatrizes, o

    impressionou. A partir deste acontecimento Gattefoss comeou a estudar mais

    profundamente os leos essenciais, posteriormente desenvolvendo o conceito de

    Aromaterapia.

    Ren-Maurice Gattefoss (1881-1950 d.C.)

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    Contemporneo de Gattefoss, o Dr. Jean Valnet (1920-1995) obteve sucesso ao tratar

    soldados feridos na guerra com leos essenciais. Dr. Valnet destacou-se mundialmente

    difundindo prticas de aplicao da Aromaterapia.

    Dr. Jean Valnet (1920-1995 d.C.)

    Atualmente h um crescimento na utilizao dos leos essenciais como forma de tratamento.

    Estudos cientficos vm sendo desenvolvidos no sentido de comprovar o benefcio dos leos

    essenciais para os seres humanos. Atravs da histria, v-se que os leos essenciais vm agindo

    como aliados na busca por cura e sade.

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    ROM TER PI PROMOVENDO S DE E BEM EST R

    Voc conhece alguma substncia 100% natural que possibilite:

    Elevar o humor num momento triste;

    Manter alerta quando necessrio;

    Tranquilizar antes de dormir;

    Aliviar uma dor articular;

    Regenerar a pele;

    Aumentar sua concentrao;

    E preventivamente, fortalecer o Sistema Imune?

    Os leos essenciais so capazes de trazer todos esses benefcios, se manejados e utilizados

    corretamente. Pesquisas indicam que terapias que utilizam tcnicas de massagem e

    relaxamento, e tm por aliados os leos essenciais, possuem resultados altamente benficos

    para sade. Este um dos fatores que fazem da Aromaterapia uma das prticas teraputicas

    com resultados mais significativos.

    Os leos essenciais utilizados, tanto pela inalao quanto atravs de massagens, auxiliam a

    manter os nveis de energia equilibrados durante um longo perodo de trabalho ou quando

    estamos submetidos s situaes de stress.

    Alm de ser eficaz em diversos problemas de sade, a Aromaterapia tambm pode

    desempenhar uma funo importante para pacientes que buscam um complemento a seu

    tratamento, agindo beneficamente na perspectiva emocional e psicolgica do paciente.

    importante que o uso teraputico dos leos essenciais seja acompanhado por hbitos de vida

    saudveis: alimentao equilibrada, exerccios fsicos, sono de qualidade e gua pura. Dessa

    maneira o leo essencial pode ser parte de uma abordagem holstica da sade.

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    QUMIC DOS LEOS ESSENCI IS

    Os leos essenciais possuem uma grande variedade de componentes qumicos. Alguns chegam

    a ter mais de 600 componentes qumicos diferentes. Essa riqueza qumica os torna versteis e

    eficazes.

    Quase todas as molculas encontradas nos leos so formadas por carbono, hidrognio e

    oxignio.

    - tomosso os componentes bsicos de todas as substncias, ao nvel fsico: eles constituem a

    menor unidade de um elemento.

    - Molculasso a unio de tomos de dois ou mais elementos diferentes. A molcula de gua,

    por exemplo, formada por 2 tomos de hidrognio ligados 1 tomo de oxignio. Quanto

    maior a molcula, menor sua capacidade de volatizar (evaporar), pois se torna mais pesada.

    De acordo com a composio qumica do leo essencial, podemos classifica-lo em grupos

    funcionais. Esta parte qumica bem interessante e importante, mas requer um

    aprofundamento maior se realmente seu objetivo de estudo. Neste Guia iremos falar de

    forma simplificada sobre os grupos funcionais:

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    TERPENOS

    Os terpenos so parte de um grupo funcional grande e muito importante, eles, os terpenos, so

    formados apenas por tomos de carbono e hidrognio.Podemos reconhecer um componente qumicos da famlia dos terpenos quando possui o

    sufixo: -eno. Por exemplo: cariofileno encontrado na Goiaba.

    Podem ser classificados como monoterpenos (quando possuem 10 tomos de carbono) ou

    sesquiterpenos (quando possuem 15 tomos de carbono).

    Os terpenos esto presentes na estrutura qumica da maioria dos leos essenciais, o leo

    essencial de Melaleuca pode conter mais de 30% de terpenos em sua composio.

    Propriedades teraputicas: Antisspticas leves

    Descongestionante do Sistema Respiratrio

    Anti-inflamatrias, Antivirais e Bactericidas

    Analgsicas

    Estrutura do Cariofileno.

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    ALDEDOS

    Quando um componente qumico possui sufixoal, indica que pertence ao grupo dos Aldedos.

    O responsvel pelo aroma ctrico do Capim Limo o citral.Propriedades teraputicas:

    Anti-inflamatrias locais

    Calmantes

    Estimulantes digestivos

    Antisspticas areas

    Antifngicas

    Estrutura do Citral.

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    CETONAS

    As cetonas so componentes que possuem o sufixoona, como a verbenona, encontrada no

    Alecrim. Por serem compostos hidroflicos, podem ser encontrados nos hidrolatos aps adestilao a vapor.

    Propriedades teraputicas:

    Efeito regenerativo na pele;

    Efeito expectorante no Sistema Respiratrio;

    Estimulante do Sistema Nervoso Central.

    Estrutura da Verbenona.

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    ALCOIS

    O sufixool indica a presena de um lcool. Um exemplo o Linalol, encontrado na Lavanda e

    no Pau Rosa.Propriedades teraputicas:

    Anti-infecciosasantisspticas, bactericidas e antivirais;

    DiurticasAumentam a produo de urina;

    Fortalecem o Sistema Circulatrio;

    Imunoestimulantes.

    Estrutura do Linalol.

    CIDOS

    So compostos raramente encontrados nos leos essenciais. O mais comum o cido gernico.

    Possuem baixa volatilidade mas, quando encontra um lcool, forma um ster.

    Estrutura do cido Gernico.

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    STERES

    Molculas encontradas na composio de leos essenciais como resultado da unio de um

    lcool com um cido. So extremamente volteis. So produzidos em maior quantidade quandoas flores esto no auge da florescncia.

    Propriedades teraputicas:

    Efeito calmante no Sistema Nervoso Central;

    Antifngicas.

    FENIS

    Os fenis compartilham algumas caractersticas dos lcoois, por isso possuem o mesmo sufixo

    ol. Um exemplo o timol presente no Tomilho. Possuem caractersticas altamente anti-

    infecciosas.

    Propriedades teraputicas:

    Bactericidas, Antifngicas, Antivirais e Antiparasitas;

    Efeito Estimulante;

    Dilatadora dos brnquios;

    Imunoestimulantes.

    Estrutura do Timol.

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    XIDOS

    Como geralmente derivam de um lcool, os xidos conservam o sufixool. Um exemplo

    comum o cineol, principal componente do Eucalipto.Propriedades Teraputicas:

    Fortalecedora do Sistema Respiratrio;

    Expectorante;

    Estimulante do Sistema Nervoso Central;

    Analgsicas.

    Estrutura do Cineol.

    ADVERTNCIAS

    Aplicao de grande quantidade de Aldedos pode ter efeito irritante ou trazer

    sensibilidade para a pele.

    Tenha cuidado com leos essenciais ricos em Cetonas.

    Tenha cuidado com leos essenciais ricos em Fenis, pois sujeito causar leve

    toxicidade heptica.

    No utilize leos ricos em Cineol em bebs, pois sujeito fechar os alvolos

    pulmonares.

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    S PL NT S ROMTIC S

    Nem todas as plantas produzem leos essenciais. As que produzem, so conhecidas como

    plantas aromticas. As molculas aromticas esto relacionadas com a sobrevivncia destas

    plantas, e variam de acordo com as famlias botnicas, espcies e at partes da planta.

    As plantas produzem leos essenciais, principalmente, por dois motivos: atrair polinizadores ou

    defender-se de predadores. Por exemplo, leo essencial produzido pela Lavanda serve para

    atrair abelhas, responsveis pela polinizao. J o Alecrim produz seu leo essencial para

    proteger-se de ataques de animais herbvoros.

    As estruturas que produzem leo nas plantas aromticas podem ser encontradas em locais

    diferentes de sua estrutura. Assim pode-se entender porque leos essenciais produzidos pela

    mesma plantamas em locais diferentes (folhas, frutos ou flores)possuem caractersticas

    qumicas e aromas diferentes.

    As estruturas que armazenam leo so: clulas glandulares, clulas de resina, tricomas, ductos

    secretores, entre outras.

    Ductos Secretores.

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    DESTIL O

    A destilao uma tcnica antiga, utilizada para fabricao de diversos produtos, incluindo

    bebidas e leos essenciais.

    Exemplo de um Destilador antigo.

    No que diz respeito aos leos essenciais, dependendo da planta, diferentes partes sero

    utilizadas na destilao. Por exemplo: para destilar o leo Essencial de Eucalipto, utilizamos

    suas folhas. J para destilar o leo essencial de Rosa, utilizamos as flores.

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    Vamos explicar 2 tcnicas: a Hidrodestilao e a Destilao por Arraste de Vapor.

    Hidrodestilao: O material da planta colocado no destilador junto com uma

    quantidade de gua. O destilador tampado e medida que o recipiente vai sendo

    aquecido, a gua ir ferver e o material da planta comear a liberar os leos na gua.

    medida que a gua comear a evaporar e subir, as molculas aromticas faro o mesmo

    caminho, at uma parte do destilador chamada de condensador. No condensador, o

    vapor de gua misturado com o leo essencial resfriado, e volta a se tornar gua em

    estado lquido. A gua e o leo essencial so encaminhado para um recipiente, e por sermenos denso que a gua, o leo essencial se separa, formando uma camada na

    superfcie da gua condensada. Dessa forma podemos coletar apenas o leo essencial. A

    gua resultante do processo chamada de Hidrolato.

    Esquema de uma Hidrodestilao.

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    Destilao por Arraste de Vapor: um processo bem semelhante, mas neste mtodo, o

    material da planta no entra em contato direto com a gua. A gua aquecida e se

    torna vapor, para a sim passar pelo material da planta e carregar os leos essenciais.

    Por isso o nome Arraste de Vapor.

    Outro mtodo de obteno de leos essenciais bem comum, atravs da Prensagem. Este

    mtodo utilizado para obter leo dos frutos ctricos.

    Voc se recorda de alguma vez em que estava descascando uma laranja e sentiu algo

    borrifando no olho, causando ardncia? Isso acontece porque o leo essencial destes frutos

    est localizado logo abaixo da casca.

    Na verdade a grande maioria dos leos essenciais de laranja, limo ou bergamota, um

    subproduto de empresas que produzem sucos destes frutos.

    Para extrair o leo essencial basta prensar a casca. Por ser um processo onde o leo essencial

    no obtido atravs da destilao, existem algumas substncias que no so volteis e estaro

    presentes na composio dos leos ctricos. Estas substncias possuem efeito fototxico, ou

    seja, sensibilizam a pele, podendo manch-la se exposta luz direta do Sol. O nome desta

    substncia Furocumarina.

    Sendo assim, no indicado utilizar o leo essencial de frutos ctricos na pele e se expor luz

    direta do Sol, em seguida.

    Alguns outros mtodos de extrao pouco comuns so: Extrao por Solvente, CO2 e

    Absolutos.

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    HIDROL TOS

    O hidrolato a gua resultante do processo de destilao, aquela de onde retiramos a camada

    superficial de leo essencial. Por serem resultado deste processo, so produtos nicos, que no

    podem ser fabricados sinteticamente em laboratrio. Esta gua Floral possui em sua

    composio cerca de 1% de leo essencial e ainda outras substncias hidrossolveis que no

    esto presentes nos leos essenciais.

    Alm de simples guas perfumadas, os hidrolatos so interessantes do ponto de vista

    teraputico, pois ao contrrio dos leos essenciais, so altamente tolerveis e leves, possuindo

    efeitos anti-inflamatrios e antisspticos. Sua vida til bem menor que a dos leos essenciais,

    por isso importante armazen-los bem fechados, em locais frescos ou refrigerados e

    protegidos da luz direta.

    Camada de leo Essencial e Hidrolato. (Imagem:Malu Haddock Lobo)

    http://www.blogger.com/profile/10516902171610211879http://www.blogger.com/profile/10516902171610211879
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    SISTEM OLF TIVO

    O olfato desempenha um papel importantssimo na Aromaterapia, bem como na vida, em

    geral. Atravs dele consegue-se sentir o aroma dos alimentos e das pessoas quem convive-se,

    por exemplo. O que muita gente no sabe que o olfato tem uma ligao ntima com os

    sentimentos, desencadeiam uma srie de reaes no crebro e, consequentemente, em nosso

    organismo.

    Para conseguir sentir o cheiro de determinada substncia, esta precisa ser voltilou seja

    estar no ar, para que suas molculas possam penetrar nas narinas.

    Quando inalamos o ar atravs do nariz, ele se aquece, e qualquer molcula odorfera se

    dissolve e entra em contato com a mucosa olfativa.

    Esta mucosa, tambm chamada de epitlio olfativo, composta por cerca de 10 milhes de

    clulas olfativas. Estas clulas se regeneram constantemente, e so totalmente renovadas a

    cada 28 dias.

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    As clulas da membrana olfativa so tambm terminaes nervosas, sendo este local o nico

    em todo o corpo humano em que o Sistema Nervoso Central est exposto, em contato direto

    com o ambiente.

    Cada clula olfativa possui de 6 a 8 minsculos pelos, chamados de clios, que, por sua vez,

    esto equipados com clulas receptoras.

    Quando uma molcula odorfera (como o leo essencial) entra pelas narinas, ela busca entre

    esta infinidade de clios (cerca de 80 milhes), em qual ir se encaixar. Tal como uma chave

    buscando sua fechadura ou uma pea seu lugar em um quebra-cabea.

    Este sistema to complexo, que apenas recentemente (2004) foi descoberto como age este

    mecanismo e o quo complexo e especfico ele .

    Sabendo disso, no difcil entender a importncia do olfato para a vida humana. Cada vez que

    respira-se, recebe-se informaes sobre o ambiente em que se est. Este sentido ajustado

    desde o nascimento, e fundamental ao longo da vida.

    Esquema do Sistema Olfativo.

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    Podemos classificar o processo de como percebe-se os aromas de 2 formas:

    Sentido Primrio: Este nos acompanha desde que nascemos. Est presente quando um

    recm-nascido rapidamente reconhece o cheiro da me, quando identificamos o aroma

    de comida ou de perigo ou osjovens na puberdade que so fisgados pelo parceiro por

    meio de odores hormonais, chamado feromnios.

    Sentido Secundrio: a capacidade que temos de ir aumentando nossa memria

    olfativa ao longo da nossa vida. Conseguindo distinguir diferentes aromas e os

    relacionando com experincias negativas ou positivas. Esta ligao entre aroma,

    memrias e emoes fundamental em nossa vida.

    Na Aromaterapia, utilizamos nosso olfato para sentir o aroma dos leos essenciais. E a ligao

    direta do Sistema Olfativo com o Sistema Nervoso e o crebro que permite aos leos essenciais

    desempenharem seus efeitos teraputicos, principalmente relacionados s emoes, ao humor

    e atividade mental.

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    PELE

    Alm de ser o maior rgo do nosso corpo, a pele possui a capacidade de absorver algumas

    substncias, incluindo os leos essenciais. Dessa forma, temos a segunda principal forma de

    utilizao dos leos: atravs da absoro da pele.

    Uma das principais funes da pele agir como uma barreira protetora, evitando que

    substncias estranhas entrem no nosso corpo. At pouco tempo atrs se acreditava que a pele

    era totalmente impermevel. Porm, algumas substncias microscpicas e lipossolveis

    possuem a capacidade de penetr-la. o caso dos leos essenciais.

    Assim que so absorvidos pela pele, os leos essenciais encontram diversos vasos sanguneos e

    linfticos, assim podem percorrer todo nosso corpo atravs dos Sistemas Circulatrios, Linftico

    e Sanguneo.

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    A massagem aromaterpica um mtodo relaxante e eficaz de utilizar os leos. indicado

    diluir o leo essencial em um leo carreador, antes de aplica-lo junto massagem. Dessa

    forma, dilui-se o leo essencial e a sua absoro facilitada.

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    LEOS C RRE DORES

    Por serem substncias altamente concentradas, indicado que os leos essenciais sejam

    diludos antes de aplic-los na pele ou utiliz-los em massagens. Essa a principal funo dos

    leos Carreadores, que tambm facilitam a absoro dos leos pela pele e possuem efeitos

    nutritivos e hidratantes.

    Diferentemente dos leos essenciais, que so volteis, os leos carreadores so leo fixosno

    evaporame possuem aroma bem mais suave que os leos essenciais.

    Na grande maioria das vezes, so obtidos atravs de uma prensagem a frio das sementes, dos

    frutos ou das nozes, dependendo da planta.

    importante utilizar leos carreadores de boa procedncia, de preferencia orgnicos. O ideal

    armazen-los bem fechados, em local fresco e protegido da luz solar e umidade.

    A palavra Carreador utilizada na Aromaterapia, pois estes leos podem desempenhar a

    funo de carregar os leos essenciais neles diludos.

    Os leos Carreadores mais conhecidos so: Amndoa, Coco, Abacate, Semente de Uva e Baru.

    Este ltimo, um leo de altssima qualidade proveniente de uma rvore brasileira, nativa do

    Centro-Oeste.

    leo de Coco.

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    COMO COMPR R LEOS ESSENCI IS

    Para garantir a qualidade qumica e propriedades teraputicas, importante ficar atento ao

    adquirir seus leos essenciais.

    Hoje no Brasil existem diversas marcas e boas opes, mas bom ficar atento em alguns

    detalhes:

    O leo essencial deve sempre ser armazenado em um frasco de vidro, de cor mbar ou

    azul.

    Desconfie de leos essenciais muito baratos, e saiba que aromatizante, essncia ou

    perfume, no soleos essenciais.

    Preferencialmente adquira leos essenciais provenientes de cultivos orgnicos,

    comrcio justo e tcnicas sustentveis.

    Saiba o nome cientfico da espcie vegetal que voc quer. Isso evita que voc compre

    um leo essencial de uma planta, achando que outra.

    Muitas pessoas confundem leos essenciais com essncias ou fragrncias. Neste Post voc ir

    descobrir que so produtos bem distintos uns dos outros.

    Produtos conhecidos como essncias ou fragrncias, na verdade so imitaes sintticas dos

    compostos encontrados naturalmente nos leos essenciais.

    Geralmente derivadas de Petrleo, essas substncias visam apenas uma fragrncia para ser

    utilizada em perfumes, produtos de limpeza, leos para massagem, etc.

    No preciso dizer que estes produtos no possuem efeitos teraputicos e ainda podem causar

    sensibilidade e irritao na pele.

    Se voc encontrar no mercado leos com nomes tipo: Frutas Selvagens, Flores do Campo, Brisa

    de Vero Passe longe! So produtos sintticos que podem fazem mal sua sade.

  • 7/26/2019 Aromaterapia - Um Guia Prtico

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    CONSIDER ES FIN IS

    Espero que este Guia desperte em voc o querer de aprofundar seu conhecimento sobreAromaterapia. Uma cincia ampla e complexa, mas ao mesmo tempo simples em sua aplicao

    e segura em seus resultados.

    A realidade da grande maioria da pessoas hoje, utilizar medicamentos alopticos que muitas

    vezes proporcionam mais efeitos colaterais do que a cura em si.

    A Natureza tem muito a nos ensinar e oferecer. Aproveite!

  • 7/26/2019 Aromaterapia - Um Guia Prtico

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    REFERNCI S BIBLIOGRFIC S

    Hoare, J. (2010). Guia Completo de Aromaterapia. Pensamento.

    Lavabre, M. (2005). Aromaterapia: A Cura pelos leos Essenciais. Nova Era.

    Wolffenbttel, A N (2010). Base da Qumica dos leos Essenciais e Aromaterapia. Roca.

    Corazza, S (2002). Aromacologia: Uma Cincia de Muitos Cheiros. Senac.

    Schnaubelt, K (1988). Advanced Aromatherapy. Healing Arts Press.