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ARCADISMONEOCLASSICISMO
A luz da razão volta a brilhar forte sobre a Europa no século XVIII. O cientista olha para o céu e se pergunta sobre a configuração das estrelas, o filósofo questiona o direito da nobreza a uma vida privilegiada. Razão e ciência iluminam a trajetória humana, explicando fenômenos e propondo novas formas de organizar a sociedade.
A ARTE BARROCA
O êxtase de Santa Teresa
Apolo e Dafne
A ARTE NEOCLÁSSICA
Resting nude
Arcadian landscape
MOMENTO HISTÓRICO
O Século das Luzes
ISAAC NEWTON e as explicações racionais para os fenômenos que observa;
VOLTAIRE a razão é usada para analisar as tradições JEAN-JACQUES ROUSSEAU
CHARLES DE MONTESQUIEU
ILUMINISMOConjunto de tendências ideológicas, filosóficas e científicas desenvolvidas no século XVIII, como consequência de um espírito experimental e racional que buscava o saber enciclopédico.
DESPOTISMO ESCLARECIDOLAICISMO
EMPIRISMO
ARCÁDIA: A ORIGEM DO TERMO
Era uma espécie de país imaginário, idealizado por pintores e poetas, onde os pastores de ovelhas desfrutavam dos prazeres da natureza e onde o trabalho e a poesia viviam em harmonia plena.
O PROJETO LITERÁRIO DO ARCADISMO
Restaurar o estilo dos poetas clássicos-renascentistas (Neoclassicismo)
Combater o rebuscamento barroco em prol da simplicidade;
Instaurar a NATUREZA como medida de equilíbrio e harmonia (Bucolismo)
A simplicidade árcade serve para divulgar os ideais de uma sociedade mais igualitária e justa, desvalorizando a pompa e a sofisticação das cortes europeias.
O PROJETO LITERÁRIO DO ARCADISMO
I. O bucolismo e o pastoralismo
Num sítio amenoCheio de rosas,De brancos lírios,Murtas viçosas,
Dos seus amoresNa companhia,Dirceu passavaAlegre o dia
Tomás Antônio Gonzaga
II. O resgate de temas clássicosa) fugere urbem
CONTRASTE ENTRE A VIDA CAMPESTRE A DAS CIDADESNos campos o vilão sem susto passa,Inquieto na corte o nobre mora;O que é ser infeliz aquele ignora,Este encontra nas pompas a desgraça.
Aquele canta e ri; não se embaraçaCom essas coisas vãs que o mundo adora:Este (oh cega ambição!) mil vezes chora,Porque não acha bem que o satisfaça:
Aquele dorme em paz no chão deitado,Este no ebúrneo leito preciosoNutre, exaspera velador cuidado:
Triste, sai do palácio majestoso;Se hás-de ser cortesão, mas desgraçado,Antes ser camponês, e venturoso.
BOCAGE
b) Carpe diem
Que havemos de esperar, Marília bela? que vão passando os florescentes dias? As glórias que vêm tarde já vêm frias, e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela. Ah! não, minha Marília, aproveite o tempo, antes que faça o estrago de roubar ao corpo as forças, e ao semblante a graça!
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
c) Locus amoenus
Enquanto pasta alegre o manso gado,Minha bela Marília, nos sentemosÀ sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemosNa regular beleza,
Que em tudo quanto vive nos descobreA sábia Natureza.
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
d) Inutilia truncat
Vem, ó Marília, vem lograr comigoDeste alegres campos a beleza,Destas copadas árvores o abrigo:
Deixa louvar da corte a vã grandeza:Quanto me agrada mais estar contigoNotando as perfeições da Natureza!
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Cláudio Manuel da Costa Glauceste Satúrnio BRASIL
Tomás Antônio Gonzaga Dirceu
Manuel Maria Barbosa du Bocage Elmano Sadino PORTUGAL
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA (1729-1789)Leia a posteridade, ó pátrio Rio,Em meus versos teu nome celebrado,Porque vejas uma hora despertadoO sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,Fresco assento de um álamo copado;Não vês Ninfa cantar, pastar o gado,Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo, banhando as pálidas areias,Nas porções do riquíssimo tesouroO vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o Planeta louro,Enriquecendo o influxo em tuas veiasQuanto em chamas fecunda, brota em ouro.
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
Nasceu em Mariana e estudou num colégio de jesuítas. Mais tarde, seguiu para Portugal, onde se formou em Direito. Considerado um dos homens mais ricos de Minas, foi denunciado como inconfidente e preso. Enforcou-se em 1789, quando esperava julgamento.
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado,De tosco trato, de expressões grosseiro,Dos frios gelos e dos sóis queimado.Tenho próprio casal e nele assisto;Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;Das brancas ovelhinhas tiro o leite,E mais a finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,Dos anos inda não está cortado;Os Pastores, que habitam este monte,Respeitam o poder do meu cajado.Com tal destreza toco a sanfoninha,Que inveja até me tem o próprio Alceste:Ao som dela concerto a voz celesteNem canto letra que não seja minha.
Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)Marília de Dirceu (1ª parte)
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)
Lira V
Acaso são estesOs sítios formosos,Aonde passavaOs anos gostosos?São estes os prados,Aonde brincava,Enquanto pastavaO gordo rebanho,Que Alceu me deixou?
São estes os sítios?São estes; mas euO mesmo não sou.Marília, tu me chamas?Espera, que eu vou.
Marília de Dirceu (1ª parte)Lira IX
Eu sou, gentil Marília, eu sou cativo;Porém não me venceu a mão armada
De ferro, e de furor:Uma alma sobre todas elevadaNão cede a outra força, que não seja
A tenra mão de Amor.
Arrastem pois os outros muito emboraCadeias nas bigornas trabalhadas
Com pesados martelos:Eu tenho minhas mãos ao carro atadasCom duros ferros não, com fios d’ouro,
Que são os teus cabelos.
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)Marília de Dirceu (2ª parte)
Lira XXI
Que diversas que são, Marília, as horas,Que passo na masmorra imunda, e feia,Dessas horas infelizes, já passadas
Na tua pátria aldeia!
Então eu me ajuntava com Glauceste;E à sombra de alto Cedro na campinaEu versos te compunha, e ele os compunha
À sua cara Eulina.
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (1744-1810)Cartas chilenas
Aquele, Doroteu, que não é santo,mas quer fingir-se santo aos outros homens,pratica muito mais do que praticaquem segue os sãos caminhos da verdade.Mal se põe nas igrejas, de joelhos,abre os braços em cruz, a terra beija,entorta o pescoço, fecha os olhos,faz que chora, suspira, fere o peitoe executa outras muitas macaquices,estando em parte onde o munda as veja.Assim o nosso chefe, que procuramostrar-se compassivo, não descansacom estas poucas obras: passa a dar-nosda sua compaixão maiores provas.
Nasceu no Porto (Portugal), mas veio com a família ainda pequeno para a Bahia. Formou-se em Direito, na cidade de Coimbra. Foi preso como inconfidente e deportado para Moçambique, onde reconstituiu a vida. Lá faleceu em 1810.