arcadismo no brasil ( segunda metade do sec. xviii e início do sec xix )

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Arcadismo no Brasil (segunda metade do sec. Xviii e início do sec XIX)

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Arcadismo no Brasil ( segunda metade do sec. Xviii e início do sec XIX ). Introdução. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Arcadismo  no  Brasil ( segunda metade  do sec. Xviii e  início  do sec XIX )

Arcadismo no Brasil(segunda metade do sec. Xviii e início do sec XIX)

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Introdução

O Arcadismo, também conhecido como

Neoclassicismo, surgiu no continente europeu no

século XVIII, durante uma época de ascensão da

burguesia e de seus valores sociais, políticos e

religiosos. Esta escola literária caracterizava-se

pela valorização da vida bucólica e dos

elementos da natureza. O nome originou-se de

uma região grega chamada Arcádia (morada do

deus Pan).

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Barroco x arcadismo

Os árcades propunham o retorno aos modelos clássicos,

porque neles encontravam o equilíbrio dos sentimentos por

meio da razão, que seria a força controladora dos excessos.

Buscavam, ao contrário do Barroco, uma linguagem simples,

com períodos diretos e vocabulário fácil, sem o uso exagerado

de figuras de linguagem, cortando tudo o que fosse inútil,

desnecessário. Os árcades exaltavam a virtude, a humildade, o

comedimento. Seus heróis eram sempre pastores anônimos e

felizes.

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Características

É a partir da clara reação contra os exageros do Barroco que

surgem os principais temas do Arcadismo: EQUILÍBRIO –

BUCOLISMO – CARPE DIEM

Principais características: • a valorização da natureza - que reflete o primeiro desencanto da

humanidade com a civilização urbana. Elementos como os campos, rios, vales e flores têm presença constante nas obras desse período. Por esta razão, era comum aos poetas árcades, ficcionalmente, assumirem o papel de pastores da Arcádia;

• a busca por uma vida simples, pastoril;

• a valorização da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia).

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Arcadismo no brasil

No Brasil, o Arcadismo chega e desenvolve-se na segunda

metade do século XVIII, em pleno auge do ciclo do ouro na

região de Minas Gerais. É também neste momento que ocorre

a difusão do pensamento iluminista, principalmente entre os

jovens intelectuais e artistas de Minas Gerais. Desta região,

que fervia culturalmente e socialmente nesta época, saíram os

grandes poetas.

 Entre os principais poetas do arcadismo brasileiro, podemos

destacar Cláudio Manoel da Costa (autor de Obras Poéticas),

Tomás Antônio Gonzaga (autor de Liras, Cartas Chilenas e

Marília de Dirceu), Basílio da Gama (autor de O Uraguai) , Frei

Santa Rita Durão (autor do poema Caramuru) e Silva Alvarenga

(autor de Glaura).

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Contextualização histórica

Arcadismo no Brasil teve início no ano de 1768, com a

publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel da Costa.

Nesse período, Portugal explorava suas colônias a fim de

conseguir suprir seu déficit econômico. A economia brasileira

estava voltada para a era do ouro, da mineração e, portanto,

ao estado de Minas Gerais, campo de extração contínua de

minérios. No entanto, os minérios começaram a ficar escassos

e os impostos cobrados por Portugal aos colonos ficaram

exorbitantes. Influenciados pelo iluminismo, movimento

intelectual ocorrido por volta dos séculos XVII e XVIII que

influenciou o pensamento artístico da época na Europa e

principalmente a Revolução Francesa, os poetas árcades são os

principais ativistas da Inconfidência Mineira.

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Cláudio manuel da costa

Um dos maiores poetas do Arcadismo brasileiro, Cláudio

nasceu em 1729, em Vargem de Itacolomi, Minas Gerais, e

morreu a 4 de julho de 1789, em Ouro Preto. Seus pais eram

portugueses ligados à mineração. Estudou com os jesuítas no

Rio de Janeiro e mais tarde se formou em Direito na

Universidade de Coimbra, em Portugal. Voltou para Vila Rica

(atual Ouro Preto) em 1753, onde trabalharia como advogado e

minerador (herdara bens fundiários) e também assumiria

cargos administrativos no Governo da capitania. Sua

participação na Inconfidência Mineira parece ter sido lateral, o

que ainda assim lhe valeu um interrogatório, no qual parece

ter sofrido psicologicamente e teria comprometido amigos.

Suicidou-se logo após num cárcere da Casa dos Contos, onde

fora encerrado, com 60 anos de idade.

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Produção literária

Quem deixa o trato pastoril, amado

Quem deixa o trato pastoril, amadoPela ingrata, civil correspondência, Ou desconhece o rosto da violência,Ou do retiro a paz não tem provado.Que bem é ver nos campos transladadoNo gênio do pastor, o da inocência!E que mal é no trato, e na aparênciaVer sempre o cortesão dissimulado!Ali respira amor sinceridade;Aqui sempre a traição seu rosto encobre;Um só trata a mentira, outro a verdade.Ali não há fortuna, que soçobre;Aqui quanto se observa, é variedade:Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!

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Tomás Antonio Gonzaga

Português da cidade do Porto, veio morar no Brasil, com seu pai,

aos sete anos, estudou no Colégio dos Jesuítas de Salvador e

depois, estudou Direito em Coimbra. De volta ao Brasil, já como

magistrado, foi morar em Vila Rica, onde fora nomeado ouvidor-

geral. Conheceu Cláudio Manuel da Costa e muitos outros com

quem se encontrava nos salões literários promovidos em suas

casas. Na mesma época, conheceu a adolescente Doroteia de

Seixas, sua eterna musa Marília. Depois de alguma resistência da

família, devido a diferença de idade e de fortuna, o pai da moça

permitiu o casamento que não chegou a realizar-se.Ainda que

Gonzaga não tenha participado diretamente da Inconfidência

Mineira, era simpático à causa. Depois de algumas transferências

em prisões brasileiras foi condenado ao degredo e enviado a

Moçambique.

 

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Produção Literária

Enquanto estava preso no Brasil, Tomás Antonio Gonzaga

produziu "Marília de Dirceu", uma das obras mais famosas

do Arcadismo brasileiro, foi publicada em Lisboa, por seus

amigos. Inspirado em Doroteia, com quem não pôde mais

casar, Gonzaga escreveu suas liras, onde a natureza vira o

local perfeito (locus amoenus), sagrado e ideal para os

pastores viverem sua paixão ingênua. Este poema

bucólico, de inspiração clássica, foi publicado em várias

línguas e é a sua principal obra.

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Marília de dirceu

Lira I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

Que viva de guardar alheio gado;

De tosco trato, d’ expressões grosseiro,

Dos frios gelos, e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal, e nele assisto;

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!

http://www.youtube.com/watch?v=Gqj6SlT8Gzw