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APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE, UMA VISÃO DETALHADA DE SEUS COMPONENTES E SUA IMPORTÂNCIA PARA A PROFISSÃO BOMBEIRO MILITAR. Alessandro Roldão Pereira 1 RESUMO Tendo em vista o avanço da instituição Bombeiro Militar quanto ao conhecimento cientifico e o constante crescimento no interesse dos bombeiros na melhoria de suas atividades fins, ou seja de salvamento, e no seu melhor condicionamento físico, resolveu-se neste artigo, pesquisar sobre os componentes da aptidão física relacionada a saúde. A mesma possui componentes de suma importância para o desenvolvimento integro das capacidades físicas de bombeiros militares e da sociedade de modo geral. São eles a aptidão cardiorrespiratória, a força muscular, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal. Percebe-se ser fundamental, que os membros da corporação tenham o conhecimento especifico destes aspectos, para que não só pratiquem as atividades físicas focados em objetivos sólidos, mas tenham a consciência e conhecimento dos benefícios destes para a vida profissional e pessoal. No estudo podemos perceber que a aptidão cardiorrespiratória e os demais componentes da aptidão física relacionada a saúde estão intimamente ligados a ausência de doenças, e uma boa capacidade de trabalho. A atividade física por muito tempo em diversas instituições foi tratada de forma empírica, deixando rastros culturais e conceitos muitas vezes errôneos de um treinamento seguro, eficaz e específico. Desta forma neste trabalho também se detalhou a atividade física e seus benefícios para a vida Bombeiro Militar. Palavras-chave: Aptidão Física, Atividade Física, Bombeiro Militar. 1 INTRODUÇÃO A atividade física é e sempre foi um dos maiores precursores da saúde no Brasil e no mundo. Sabe-se que nas últimas décadas a sociedade a tem reconhecido devido aos grandes avanços nos tratamentos e prevenção de doenças. Os investimentos 1 Aluno Soldado do CEBM – Centro de Ensino Bombeiro Militar de Santa Catarina. Graduado em Educação Física, Pós Graduado em Fisiologia do Exercício. E-mail: [email protected]

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  • APTIDO FSICA RELACIONADA SADE, UMA VISO DETALHADA DE SEUS COMPONENTES E SUA IMPORTNCIA

    PARA A PROFISSO BOMBEIRO MILITAR.

    Alessandro Roldo Pereira1

    RESUMO

    Tendo em vista o avano da instituio Bombeiro Militar quanto ao conhecimento cientifico e o constante crescimento no interesse dos bombeiros na melhoria de suas atividades fins, ou seja de salvamento, e no seu melhor condicionamento fsico, resolveu-se neste artigo, pesquisar sobre os componentes da aptido fsica relacionada a sade. A mesma possui componentes de suma importncia para o desenvolvimento integro das capacidades fsicas de bombeiros militares e da sociedade de modo geral. So eles a aptido cardiorrespiratria, a fora muscular, resistncia muscular, flexibilidade e composio corporal. Percebe-se ser fundamental, que os membros da corporao tenham o conhecimento especifico destes aspectos, para que no s pratiquem as atividades fsicas focados em objetivos slidos, mas tenham a conscincia e conhecimento dos benefcios destes para a vida profissional e pessoal. No estudo podemos perceber que a aptido cardiorrespiratria e os demais componentes da aptido fsica relacionada a sade esto intimamente ligados a ausncia de doenas, e uma boa capacidade de trabalho. A atividade fsica por muito tempo em diversas instituies foi tratada de forma emprica, deixando rastros culturais e conceitos muitas vezes errneos de um treinamento seguro, eficaz e especfico. Desta forma neste trabalho tambm se detalhou a atividade fsica e seus benefcios para a vida Bombeiro Militar.

    Palavras-chave: Aptido Fsica, Atividade Fsica, Bombeiro Militar.

    1 INTRODUO

    A atividade fsica e sempre foi um dos maiores precursores da sade no Brasil e no mundo. Sabe-se que nas ltimas dcadas a sociedade a tem reconhecido devido aos grandes avanos nos tratamentos e preveno de doenas. Os investimentos

    1Aluno Soldado do CEBM Centro de Ensino Bombeiro Militar de Santa Catarina. Graduado em Educao Fsica, Ps Graduado em Fisiologia do Exerccio. E-mail: [email protected]

  • em pesquisas nesta rea e por conseguinte, contemplando os saberes da fisiologia do exerccio tem aumentado em grande nmero.

    Os exerccios fsicos dentro da profisso bombeiro militar, so de fundamental importncia para a manuteno dos componentes da aptido fsica, alm de trazer benefcios pessoais e para a corporao, sabe-se que as atividades desempenhadas dentro da profisso necessitam alm de capacidade tcnica, um padro ideal de condicionamento fsico. Este padro diz respeito ao poder de resposta do bombeiro nas atividades que exigem grande desprendimento energtico, ou seja, vigor fsico para alcanar os objetivos da emergncia com segurana.

    Os componentes da aptido fsica relacionada sade; resistncia cardiovascular, e aptido msculo esqueltica, a qual se divide em fora muscular, resistncia muscular e flexibilidade so as principais valncias corporais a serem trabalhadas nos programas de atividades fsicas que visam a promoo da sade e melhoria da aptido fsica.

    Tendo em vista a fundamental importncia de tais componentes para a segurana das misses, e a promoo da sade dos bombeiros militares, este estudo abordar bibliograficamente os aspectos fisiolgicos dos mesmos, visando esclarecer os processos que o corpo realiza quando submetido a programas de atividades fsicas direcionados, e conscientizar os membros da corporao que a aptido fsica essencial aliado do bombeiro nas suas misses.

    Para ingresso no Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, os candidatos passam pelo TAF, teste de aptido fsica, o qual avalia de acordo com padres estabelecidos por estudos da corporao a viabilidade de acesso do candidato. Os mesmos passam por teste de resistncia cardiorrespiratria, fora muscular, resistncia muscular entre outros, tendo estrita relao com o tema neste abordado, que valoriza a continuidade dos programas de exerccios fsicos durante a vida Bombeiro Militar como forma de promoo da sade e eficincia na capacidade de trabalho.

    2 ATIVIDADE FSICA

    A atividade fsica definida como os movimentos do corpo produzidos pelos msculos esquelticos que acarretam em gasto energtico (GOMES; SIQUEIRA; SICHIERI, 2001).

  • Segundo Nahas (2003, p. 10) Para muitas pessoas, iniciar a prtica da atividade fsica regular, e manter um ritmo saudvel para alcanar boa condio nos componentes que se referem aptido fsica tende a ser uma tarefa difcil, requerendo um certo esforo individual. De fato, nas sociedades urbanas modernas, nveis adequados de atividade fsica e aptido fsica, somente so mantidos quando uma forte motivao est continuamente presente; quer dizer, quando o indivduo percebe os benefcios deste comportamento como de grande valor para a sua vida, superando as dificuldades para realizar tais aes, e quando as foras sociais oferecem mais facilitadores do que barreiras.

    Para usufruir os benefcios da atividade fsica para a sade, importante que se adote um estilo de vida mais ativo, como participar de programas necessrios para o desenvolvimento orgnico e funcional de nosso corpo, e tambm hbitos alimentares mais saudveis. Desta forma, melhoras na qualidade de vida tendem a ser conquistadas (PINHO; PETROSKI 1999, p.61).

    De acordo com Nahas (2003, p. 10) A inatividade fsica, o baixo nvel de condicionamento fsico, assim como o fumo e a hipertenso arterial so considerados fatores de risco para mortalidade prematura. O sedentarismo, que considerado um dos principais fatores de risco para mortalidade cardiovascular, observado tanto em pases desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento e, portanto, deve estimular a elaborao de campanhas envolvendo abordagens que visem o combate inatividade fsica da populao.

    3 APTIDO FSICA E SADE

    Segundo Nieman (1999) Sade definida como um estado de completo bem estar fsico, mental, social e espiritual, e no somente a ausncia de doenas ou enfermidades. Tambm define-se aptido fsica como uma condio na qual o individuo possui energia e vitalidade suficientes para realizar as tarefas dirias e participar de atividades recreativas sem fadiga.

    Logo a resistncia cardiorrespiratria, a aptido msculo-esqueltica (fora e resistncia muscular, flexibilidade) e uma composio corprea ideal so os componentes mensurveis da aptido fsica relacionados a sade. Por outro lado, a aptido relacionada a habilidade est relacionada com a agilidade, equilbrio,

  • coordenao, potncia e tempo de reao (habilidades esportivas) e apresenta pouca relao com a sade e com a preveno de doenas.

    3.1 Aptido Cardiorrespiratria

    A aptido cardiorrespiratria a capacidade do organismo como um todo de resistir a fadiga em esforos de mdia e longa durao.

    Esta aptido pode ser mensurada de forma direta (por ergoespirometria, onde se analisa o volume de gases inspirado e expirado) ou indireta (atravs de testes de campo). Para Dwyer e Davis (2006) A aptido cardiorrespiratria est relacionada realizao de um exerccio de intensidade moderada a alta, sendo dinmico, com participao de grandes grupos musculares, por perodos prolongados. Podendo ser avaliada por varias tcnicas, entre eles o teste de capacidade aerbica mxima, VO2 mx.

    O componente cardiorrespiratrio est diretamente associado aos nveis de sade dos indivduos. Este se correlaciona com as doenas cardiovasculares quando apresenta dficit considervel. No oposto, elevados nveis atingidos atravs de atividades fsicas regulares esto ligados a diversos benefcios a sade, (DWYER e DAVIS, 2006).

    Quanto maior o VO2 mx. de um individuo, maior a sua capacidade de sustentar esforos submximos por perodos prolongados. Vrios fatores influenciam o grau de aptido cardiorrespiratria dos seres humanos, no entanto, a intensidade, a durao e a freqncia semanal do treinamento aerbio que determinam seus valores em diversos nveis, (FERNANDES FILHO, 2003 p.132).

    A aptido cardiorrespiratria conforme Nahas, (2003) depende fundamentalmente da captao e distribuio de oxignio para os msculos em exerccio, envolvendo os sistemas respiratrio e cardiovascular. A eficincia dos msculos na utilizao do oxignio transportado e a disponibilidade de combustvel para produzir energia tambm determinam a aptido cardiorrespiratria de uma pessoa.

    Ao questionarmos os benefcios de uma boa aptido fsica vimos que para manter o organismo vivo e realizar as tarefas fsicas e mentais, nossas clulas

    necessitam de fornecimento constante de oxignio (O2), e de nutrientes, principalmente em forma de glicose. Cabe ao sistema cardiorrespiratrio (pulmes, corao, circulao

  • sangunea) fornecer esses elementos vitais ao organismo eliminando os subprodutos das reaes qumicas celulares, principalmente gs carbnico- VO2, cido ltico e o calor produzido pelas reaes qumicas. (NAHAS, 2003).

    O autor a cima citado traz que para a melhora da sade e da aptido fsica, o msculo cardaco precisa ser desenvolvido juntamente com os demais componentes do sistema cardiorrespiratrio. Logo os exerccios que prestam esta arte chamam-se aerbicos, que incluem atividades de mdia a longa durao.

    Uma das formas de controlar a intensidade dos exerccios aerbicos a freqncia cardaca.

    Sabe-se que o programa de exerccios deve ser adaptado ao individuo, pessoas sedentrias devem comear em baixos nveis de intensidade progredindo gradativamente de acordo com seu objetivo e sua condio fsica.

    Logo entende-se que ao iniciar um programa de atividades fsicas deve-se estar apto em relao aos parmetros saudveis de condio cardaca, devido a solicitao do sistema cardiorrespiratrio e msculo cardaco.

    Assim indivduos com baixos nveis de aptido fsica, so recomendados a realizar as atividades fsicas inicialmente com uma intensidade entre 50% a 70% da FC mx. Para indivduos mais jovens e melhor condicionados, at 80-90% pode ser considerado para melhores resultados.

    Conforme Guedes e Guedes (2006) A intensidade descreve a sobrecarga sobre o sistema cardiovascular necessria para gerar um efeito do treinamento. As melhorias da aptido cardiorrespiratria ocorrem quando a intensidade de 50% a 85% do VO2 mx ou, segundo a descrio mais recente da intensidade do exerccio ; 40/50 a 85% da reserva de oxignio (VO2R). Para maioria da pessoas, 60 a 80% do VO2 mx parece ser uma faixa suficiente para atingir os objetivos da funo cardiorrespiratria.

    O modo mais indicado de se medir a freqncia cardaca seriam os traados eletrocardiogrficos, logo percebe-se que torna-se acessvel e de real valia os monitores cardacos com sistema de telemetria porttil. A analise das informaes associadas s medidas de freqncia cardaca deve ser finita. Seus valores mximos apresentam relao direta e inversa com a idade cronolgica do avaliado, expressa em anos independentemente do sexo. Nesse sentido, informaes da literatura sugerem estimativas da freqncia cardaca mxima pela subtrao da idade atual do avaliado do valor 220.

  • Ainda assim Guedes e Guedes (2006) descreve que mais recentemente houve a preocupao em revisar o modelo tradicional 220-idade, inicialmente com a utilizao da tcnica da metanalise com estudos previamente publicados e, na seqncia por intermdio de delineamento experimental realizado em condies laboratoriais.

    Considerando a utilizao de delineamento de estudo extremamente bem aprimorado e o tipo de recurso experimental voltado a validade dos coeficientes de ajuste, parece ser possvel sugerir que a freqncia cardaca mxima deva ser mais seguramente estimada mediante o modelo FC mx = 208-(0,7x idade em anos).

    Como base nestes parmetros torna-se possvel estabelecer indicadores de intensidade do trabalho pela freqncia cardaca de reserva, que corresponde a diferena entre a freqncia cardaca mxima e a de repouso.

    FC mx= FC mxima FC repouso Supe-se como ilustrao; um avaliado de 40 anos de idade, freqncia

    cardaca de repouso de 80 bpm e freqncia cardaca de esforo de120 bpm: Estimativa da freqncia cardaca mxima:

    FC mx= 208-(0,7x idade em anos) = 208-(0,7x40 anos) = 208-28 = 180 bpm Estimativa da freqncia cardaca de reserva: FC reserva-= FC mx FC repouso

    = 180 80 bpm = 100 bpm

    Proporo da intensidade do esforo fsico equivalente a FC esforo= 120 bpm:

    % FC mx= ___(FC esforo)___-___FC repouso)___ x 100 FC reserva

    % FC mx=_____120 bpm_____- ____80 bpm_____ x 100 100 bpm

    = 0,40 x 100= 40 %

  • Contudo as melhorias na aptido cardiorrespiratria aumentam com a freqncia das sesses de exerccio, sendo no mnimo de duas sesses, e h uma estabilizao dos ganhos dessa funo com trs ou quatro sesses por semana. Esses ganhos podem ser obtidos com um programa de dois dias por semana, mas a intensidade precisa ser maior do que a do programa de trs dias por semana (POWERS e HOWLEY, 2005).

    3.2 Fora Muscular

    De acordo com Nahas (2003) Fora muscular a capacidade mxima de um grupo muscular ou msculo contra uma resistncia e pode variar de acordo com a especificidade do grupo muscular, tipo de contrao (sendo esttica ou dinmica; concntrica ou excntrica), velocidade de contrao e articulao que est sendo utilizada.

    No existe determinante nico para avaliar a fora muscular, e a mensurao utilizada para determinar a aptido muscular; identificar uma fraqueza; monitorar a progresso da reabilitao e medir a eficcia do treinamento. Sabe-se ainda que o msculo aumenta sua fora quando exercitado em tenses prximas de seu mximo. Sem a sobrecarga no acontece o aumento da fora (NAHAS, 2003).

    Os exerccios isotnicos ou dinmicos so aqueles em que o msculo se encurta e se alonga enquanto a fora aplicada (exemplos: levantamento de pesos, arremessos, saltos). H movimento das partes corporais e um grande aumento da circulao sangunea (NAHAS, 2003). Por sua vez, nos isomtricos ou estticos os msculos se contraem contra uma resistncia esttica, ou seja, no h variao no ngulo da articulao envolvida no movimento, mas o individuo faz fora (ex: tentar empurrar parede) (NAHAS, 2003). Os exerccios isocinticos so realizados em equipamentos especiais que proporcionam uma resistncia varivel de acordo com o ngulo e a velocidade do movimento. A idia manter a acelerao constante, estimulando o msculo de forma ideal e constante em todos os ngulos do movimento, (NAHAS, 2003).

    Uma boa condio muscular proporciona maior capacidade para realizar as atividades da vida diria, com mais eficincia e menos fadiga. Tambm permite realizar atividades esportivas com melhor desempenho e menor risco de leses, alm de ajudar a manter uma boa postura. A partir da meia idade, bom nvel de fora muscular ajuda a

  • prevenir a osteoporose e as quedas, preservando a independncia das pessoas durante a fase de envelhecimento, (NAHAS, 2003, p.70).

    3.3 Resistncia Muscular

    Conforme Dwyer e Davis, (2006) Outro componente da aptido msculo-esqueltica a resistncia muscular, definido em testes que devem ser elaborados com o fim de avaliar a capacidade dos grupos musculares de produzirem uma fora submxima para contraes repetidas.

    Para mensurar a resistncia muscular podemos ressaltar que existem testes onde deve ser determinado o perodo de tempo durante o qual uma contrao muscular pode ser mantida ou o nmero de contraes submximas repetidas que um grupo muscular consegue realizar. Como exemplos de avaliar a resistncia muscular, podemos citar os testes de uma repetio mxima (1RM), onde deve ser preestabelecido um percentual de tenso mxima, ou usando o prprio corpo do indivduo. (Alguns dos testes mais utilizados so os exerccios abdominais, apoio de frente, elevaes do tronco por flexo de braos), (DWYER e DAVIS, 2006).

    3.4 Flexibilidade

    Segundo Dantas (2005) O ltimo componente da aptido msculo-esqueltica a flexibilidade, que define-se como a qualidade fsica responsvel pela execuo voluntria de um movimento de amplitude angular mxima, por uma articulao ou um conjunto de articulaes, dentro dos limites morfolgicos, sem o risco de provocar leso. A flexibilidade especifica para cada articulao e depende do msculo que esta sendo avaliado, da distensibilidade da cpsula articular, de um bom aquecimento, da viscosidade muscular e da complacncia de ligamentos e tendes, (DWYER e DAVIS, 2006).

    Dwyer e Davis (2006) tambm relata que a flexibilidade torna-se importante e necessria devido reduo no desempenho dirio quando a mesma inadequada. A regio lombossacra e quadril contribuem para o surgimento de uma lombalgia quando apresentam nveis baixos de flexibilidade.

  • 3.5 Composio Corporal

    A composio corporal segundo Petroski (2007, p. 121) a quantificao dos principais componentes estruturais do corpo humano. O tamanho e a forma corporais so determinados basicamente pela carga gentica e formam a base sobre a qual so dispostos, em propores variadas, os trs maiores componentes estruturais do corpo humano: osso, msculo e gordura. Esses componentes so tambm as maiores causas da variao na massa corporal.

    A Antropometria a mensurao do corpo humano. Varias tcnicas se enquadram nessa categoria: altura/peso, circunferncias/medidas de cintura e pregas cutneas. Tcnicas antropomtricas diferentes utilizam uma ampla variedade de regies corporais e instrumentos de mensurao. (DWYER e DAVIS, 2006, p. 44)

    A mensurao da prega cutnea uma tcnica simples e de fcil manuseio, apresenta alta fidedignidade se correlacionando otimamente com as tcnicas mais sofisticadas. Este tem sido o mtodo preferido dos pesquisadores na rea do esporte e exerccio fsico. O compasso de dobras cutneas o instrumento usado nesta mensurao.

    3.6 Aptido Fsica e Bombeiros

    De acordo com ( BOLDORI; PETROSKI; SILVEIRA, 2005 ) , em seu estudo Aptido fsica, sade e ndice de capacidade de trabalho de bombeiros, identificou que 83,56% de uma amostra de 359 bombeiros catarinenses, esto com sua aptido fsica nas faixas ideais, e 16,44% precisam de programas regulares de atividades fsicas para melhorias na aptido fsica.

    Foram realizados testes que avaliam os componentes da aptido fsica relaciona a sade abordados neste artigo, foram eles: testes abdominal remador (1min); e de barra fixa (maior n de repeties efetuadas); a flexibilidade atravs da prova sentar e alcanar de Wells e Dillon; e para a estimativa do VO2 max. foi utilizado o teste vai-e-vem de mltiplos estgios de Lger et al.

    No estudo a cima citado, tambm observou-se que o bombeiro que possui um condicionamento fsico considerado bom, no indicou ter qualquer doena diagnosticada por mdico e apresenta sua classificao na capacidade de trabalho nos nveis "Boa ou tima". Por outro lado, aquele bombeiro que no possui uma boa

  • aptido fsica, indicou que possui alguma doena diagnosticada por mdico, apresentou tambm sua classificao na capacidade de trabalho como "fraca ou Moderada".

    Segundo o Manual do CFSD/RJ (2006), O bombeiro militar para atender suas emergncias, sejam elas de salvamento, ou de extino de incndio, dever possuir uma boa aptido fsica, no assim sendo, de nada adiantaria todo o conhecimento tcnico adquirido anteriormente, pois havendo o limitante fsico, este conhecimento tcnico tende a estar comprometido.

    CONCLUSO

    A eficcia e eficincia num trabalho de extino de incndio ou operaes de salvamento dependero de diversos fatores, tais como: preparo tcnico, psicolgico, recursos materiais, motivao, entre outros, todavia, se a aptido fsica do bombeiro for um fator limitante, todo o preparo anterior no ser o suficiente para ajud-lo a executar seu servio plenamente, j que alm de exigir o preparo fsico, essas situaes de altos riscos tambm requerem um alto controle emocional.

    A atividade fsica uma segurana para o bem estar e qualidade de vida do indivduo, para a integridade fsica no desempenho de suas funes e para a melhor qualidade do servio prestado. Quando o corpo chegar ao seu limite de estresse fsico a raa, a adrenalina e o sentimento de dever a cumprir muitas vezes no o suficiente para completar uma misso. Logo percebe-se que aumentar os limites uma estratgia essencial, preparando-se atravs do treinamento das suas aptides fsicas, pois, do seu treinamento e desempenho dependero vidas. To logo os componentes da aptido fsica, objetos de estudo deste, so de suma importncia para a melhor qualidade de resposta fsica do bombeiro em suas misses, percebeu-se que os indivduos em nveis ideais de aptido fsica, ou seja possuidores de resistncia cardiovascular, fora e resistncia muscular, flexibilidade e uma boa composio corporal, vivem com qualidade de vida, e tendem a no possuir problemas de sade. O desenvolvimento dos componentes da aptido fsica relacionada a sade, deve ser feito de forma segura, como indica o estudo presente, logo percebe-se importante para a atividade de resistncia cardiovascular, o monitoramento da freqncia cardaca mxima, da freqncia cardaca de reserva e de repouso para que se viabilize atravs dos clculos neste apresentado, indicadores de intensidade de trabalho,

  • garantindo a eficincia do treinamento. Contudo percebeu-se que a aptido fsica relacionada a sade, est intimamente ligada ao estilo de vida ativo e saudvel do Bombeiro Militar, e traz para as fileiras da corporao, um legado de informaes que oportuniza a preparao de bombeiros com um poder de resposta de qualidade em suas misses, tendo em vista que a fadiga torna-se mais distante quando os componentes desta esto presentes na vida pessoal e profissional de Bombeiros Militares.

  • REFERNCIAS

    BOLDORI, R. ; PETROSKI, E.L. ; SILVEIRA, G da. Aptido Fsica, Sade e ndice de Capacidade de Trabalho de Bombeiros, 2005. Disponvel em: . Acesso em: 15 mar. 2011.

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    FERNANDES FILHO, Jos. A prtica da avaliao fsica, medidas e avaliao fsica em escolares, atletas e academias de ginstica. 2.ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. 266p.

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