apropriaÇÃo de conhecimento, alianÇas, rede … · 5.2 específicos 6. ... frente à...
TRANSCRIPT
APROPRIAÇÃO DE CONHECIMENTO, ALIANÇAS, REDE SOCIAIS,
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E INTERSETORIALIDADE COMO FATORES DE
FORTALECIMENTO DA SUSTENTABILIDADE DE AÇÕES DE PROMOÇÃO
DA SAÚDE
Proponentes: CEPEDOC Cidades Saudáveis- Faculdade de Saúde Pública USP
Pesquisadores :
Rosilda Mendes, Marco Akerman, Crhistinne Maymone Goncalves, Marcia Faria
Westphal, Cláudia Maria Bógus
Março
2006
ÍNDICE
1. Introdução
2. Contextualização
3. Justificativa, hipóteses e perguntas de pesquisa
4. Público-alvo
5. Objetivos
5.1 Geral
5.2 Específicos
6. Estratégias
6.1 Disseminação da produção de conhecimentos
6.2 Análise das Experiências
7. Etapas previstas
8. Bibliografia
9. Plano de ação da pesquisa
10. Recursos solicitados
10.1 Contrapartida
10.2 Proposta Orçamentária
10.3 Cronograma de Desembolso
10.4 Orçamento Detalhado
10.4.1 Apoio Financeiro a Estudante
10.4.2 Material de consumo
10.4.3 Serviços de Terceiro- Pessoa Jurídica
10.4.4 Obrigações Tributárias e Obrigatórias
10.4.5 Despesas com deslocamentos,alimentação e hospedagens
10.4.6 Passagens
10.4.7 Recursos cognitivos do Estudo
Identificação da Entidade
Razão Social: Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em Cidades/ Municípios Saudáveis
Nome Fantasia: Cepedoc Cidades Saudáveis
Endereço: Avenida Dr. Arnaldo, 715
Complementos: Bairro: Cerqueira César
Cidade / UF: São Paulo CEP: 01246-904
Fone: (11) 3085-4760 Fax: (11) 3082-5607 E-mail:
Responsável: Rosilda Mendes
Cargo: diretor presidente
Natureza da Entidade: privada, sem fins lucrativos Ramo de Atividade: capacitação e pesquisa
Data de Fundação: outubro 2000 CNPJ: 04569502/0001-99
Área de Atuação: promoção da saúde; planejamento urbano; cidades saudáveis; desenvolvimento
comunitário
1. Introdução
No campo da saúde, é cada vez mais reconhecida a incapacidade do modelo de atenção
baseado hegemonicamente no conhecimento biológico de explicar e responder aos
processos de saúde e doença de uma população. A evolução tecnológica e científica
desenvolveu-se muito no campo biomédico e é inegável a sua contribuição na atenção e
no controle do risco individual. No entanto, questões como o aumento da
morbimortalidade por causas externas, o predomínio das doenças crônicas não
transmissíveis como causa de morte, o recrudescimento de antigas doenças com novas
características - se configuram grandes desafios a serem enfrentados para as quais o
instrumental científico-tecnológico, por si só, não é suficiente para respondê-las, dada a
sua complexidade.
Essas são questões significativas que nos desafiam a pensar a saúde sob a ótica do
desenvolvimento e da condição humana e da necessidade de delinearmos estratégias e
ações no campo da saúde, capazes de apontar para a construção de soluções dos
problemas complexos que são vividos.
Uma visão mais abrangente do que é saúde, entendida como uma produção social,
determinada de forma múltipla e mediada pelo sistema social contrasta em relação a uma
compreensão "negativa" quanto ao processo saúde-doença, focado na ocorrência de
agravos (Mendes, 1999; Santos & Westphal, 1999). Nessa perspectiva, na última década,
se intensificam ações de promoção da saúde voltadas aos interesses e necessidades
sociais, priorizando o princípio da eqüidade e a redução das desigualdades sociais.
O debate em torno da promoção da saúde, quer no campo teórico, quer no aprimoramento
de metodologias e instrumentos que aportam a implementação de práticas, surge com
uma postura crítica a medicalização da saúde, na sociedade e no interior do próprio
sistema, e tem, no atual contexto um marco de referência mais amplo do que o enfoque
usado para caracterizar um nível de atenção da medicina preventiva, conforme definido
por Leavell & Clark, no esquema da História Natural das Doenças. Este debate,
conceitual, político e metodológico em torno do processo saúde – doença visa analisar e
atuar sobre as condições sociais que são críticas para melhorar as condições de saúde e de
qualidade de vida (Cerqueira, 1997; Buss, 1998; Buss, 2000; Mendes 2000).
A promoção da saúde em nosso país tem duas marcas de referência. A primeira delas a
VIII Conferência Nacional de Saúde realizada em Brasília em 1986, e outra, a I
Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada em Ottawa, Canadá, que
resultou na Carta de Ottawa, documento que se tornou referência para as demais
Conferências Internacionais de Promoção da Saúde, promovidas pela Organização
Mundial de Saúde (Adelaide, 1988; Sundswall, 1991; Bogotá, 1992; Jacarta, 1997;
México, 2000, Bangkok, 2005). Nessas conferências foi recomendada a necessidade de se
ampliar o conceito de saúde para além do modelo biomédico tradicional, enfatizando-se
os recursos sociais e pessoais como elementos fundamentais na defesa da vida e da saúde.
Em suma, podemos dizer que produzir saúde socialmente é a razão de ser da promoção
da saúde, o que implica reconhecer que a saúde reflete a qualidade de vida de uma
população, traduzindo-se em bem estar da sociedade.
A promoção da saúde pode se configurar em duas dimensões, a intersetorialidade,
entendida como convergência de esforços de diferentes setores governamentais e não-
governamentais, para produzir políticas que ofereçam respostas às necessidades geradas,
e a participação social, que se dá em diferentes contextos, na construção de agendas
sociais, na perspectiva de formação de redes sociais promotoras de qualidade de vida. É
por meio do diálogo democrático e participativo, com a diversidade de atores e sujeitos
envolvidos em múltiplas ações de mudanças sociais, que se opera de fato a promoção da
saúde. No seu sentido mais amplo, portanto, promover a saúde significa promover a vida,
o que se traduz em um conjunto de princípios, valores, atitudes, procedimentos e
tecnologias dirigidas a aumentar a capacidade de indivíduos, populações e organizações
para enfrentar os determinantes pessoais, sociais, ambientais e econômicos e melhorar a
qualidade da vida.
Ultrapassando, portanto, os marcos do setor saúde, essa perspectiva volta-se para novos
desenhos e propostas de políticas de promoção da qualidade de vida, valorizando a
capacidade inerente aos agentes sociais de refletirem criticamente sobre o contexto social
e proporem estratégias que envolvam redes intersetoriais de interações entre governo e
outros segmentos da sociedade, que vivem e constroem as políticas no âmbito do
território.
Na implementação de políticas públicas que têm a promoção da saúde como eixo, atores
sociais e instituições vêm discutindo a necessidade de aprimorar processos avaliativos e
de construir um marco conceitual para a construção de uma base de evidências. Enfatiza-
se que a avaliação em promoção da saúde não está isenta de valores e de princípios e que
estes precisam ser explicitados pelos atores da avaliação como “roteiro” ético do processo
avaliativo (Akerman et al 2002, Akerman et al 2004).
As iniciativas de promoção da saúde, desenvolvidas em vários países a mais de uma
década, vêm sendo acompanhadas por uma preocupação em relação à avaliação da
sustentabilidade dos processos: saber se elas “sobreviverão” à transição dos governos que
se sucedem periodicamente, saber se há possibilidade de continuar a obter recursos para o
desenvolvimento das ações, saber se as ações empreendidas se consolidam de modo a
produzir mudanças significativas nas condições de vida e saúde da população e,
finalmente, se essas iniciativas podem manter os seus efeitos por um longo período. Em
suma, sustentabilidade referida como continuidade de novas institucionalidades, por um
complexo sistema de relações, que envolvem atores e instituições na busca de soluções
mais amplas e duradouras. (Moisés, SJ et al, 2004; Pluye P et al, 2004, Pluye P el al
2004b; Swerissen H Crisp BR. 2004; Nguyen MN et al , 2005).
É importante, portanto, refletir sempre sobre a sustentabilidade dos projetos, ações e
políticas, transformando-a em ponto permanente de pauta para gestores, formuladores de
políticas e outros atores da promoção da saúde. Como bem refere a oportuna e recente
análise de St Leger (2005), as “ações de sustentabilidade” de promoção da saúde carecem
ainda do desenvolvimento de estudos empíricos que promovam uma reflexão crítica com
maior profundidade.
Na perspectiva da promoção da saúde, onde o que se espera, é um compartilhamento de
conhecimentos, ações e responsabilidades, as questões relativas a sustentabilidade dos
processos estão intimamente relacionadas ao desenvolvimento de ações intersetoriais e
participativas, o que coloca a necessidade da análise e aprofundamento dos “lugares de
poder” ( Mendes e Fernandez, 2004).
2. Contextualização
O Cepedoc Cidades Saudáveis (Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em
Cidades Saudáveis) foi formado, no ano de 2000, por integrantes da "Oficina Permanente
de Cidades Saudáveis" organizada a partir da Faculdade de Saúde Pública da USP, em
São Paulo. O Centro apóia municípios e comunidades a ingressarem no Movimento por
Cidades Saudáveis, organiza e divulga informação existente sobre projetos de melhoria
de qualidade de vida nas cidades. Este apoio se dá por meio de eventos, promoção de
cooperação entre cidades e instituições, intercâmbio de experiências, cursos de formação
e ajuda profissional para organizar metodologicamente a estrutura do movimento em cada
cidade parceira, além da sistematização de documentos sobre o assunto.
Neste período, compartilhamos com inúmeras organizações públicas municipais,
nacionais e internacionais, pesquisas em distintos temas relacionados com o campo da
promoção da saúde e estamos em processo de organizar junto com a BIREME / OPAS
uma BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) em cidades e comunidades saudáveis.
Acreditamos assim, frente à experiência acumulada sobre o tema, estarmos aptos à
execução deste estudo solicitado pela FADE à UNESCO.
3. Justificativa, hipóteses e perguntas de pesquisa
A justificativa deste projeto de pesquisa origina-se da necessidade de ampliar os
conhecimentos e desenvolver metodologias de avaliação de iniciativas de promoção da
saúde, buscando aprofundar as questões relacionadas com as dimensões da
sustentabilidade das políticas. Procurar-se-á por meio deste estudo, responder a algumas
questões que desafiam profissionais, gestores de políticas e pesquisadores, interessados
em verificar os resultados de intervenções integradas e articuladas nas políticas públicas,
que podem ter reflexos na saúde e qualidade de vida, e que buscam atender a
necessidades individuais e coletivas que superem a fragmentação das políticas, e
considerem o cidadão na sua totalidade.
Levantamos três principais hipóteses em relação ao objeto de pesquisa proposto: a
primeira é de que o contexto e as prioridades políticas interferem significativamente na
sustentabilidade de iniciativas de promoção da saúde; a segunda, é que a existência de
parcerias e alianças entre os diversos atores, governos, associações, e não-
governamentais, ou a capacidade de ampliar alianças entre os diversos setores, baseada
em arranjos institucionais que envolvem a ruptura do modelo centrado em instituições ou
agências isoladas, cria uma grande possibilidade de sustentabilidade dessas iniciativas; a
terceira é de que o nível de apropriação de conhecimentos do campo da promoção da
saúde pelos atores envolvidos, através de cursos, envolvimento em pesquisas, contato
com publicações, entre outros, contribui para a sustentabilidade de iniciativas de
promoção da saúde.
Em outras palavras, mais que um mero arranjo organizacional a intersetorialidade é um
pré-requisito estratégico para a sustentabilidade das políticas públicas.
Desta afirmação formulamos as seguintes questões de pesquisa:
1. As iniciativas de promoção da saúde têm conseguido articular processos e manter
redes cooperativas apoiadas na diversidade de atores e instituições que delas participam?
2. Que características de redes e articulações intersetoriais que facilitam ou criam
barreiras para a sustentabilidade?
3. Que outras características (por exemplo, participação, autonomia, sistemas
tecnocráticos versus sistemas gerenciais partidarizados, entre outros) facilitam ou criam
barreira para a sustentabilidade e continuidade de boas práticas de gestão em promoção
da saúde?
4. Que papel possui a disseminação de conhecimento entre gestores na
sustentabilidade de ações e políticas de promoção da saúde?
E como pergunta central e orientadora da inserção deste projeto no “Estudo Multicêntrico
de Avaliação”:
5. Quais metodologias permitem avaliar a sustentabilidade das ações de promoção da
saúde?
4. Público-alvo
A proposta refere-se a duas experiências desenvolvidas em dois municípios brasileiros,
de diferentes regiões e especificidades: o município de Campo Grande – Estado de Mato
Grosso do Sul, região centro-oeste do país, capital com população estimada de
749.768(IBGE 2005) e São Paulo, capital do Estado, localizada na região Sudeste, com
população estimada de 10.927.985 (IBGE 2005).
5. Objetivos
5.1 Geral
Contribuir com a pesquisa de promoção da saúde no Brasil, através de participação no
Estudo Multicêntrico, com as demais instituições reconhecidas nacionalmente, por meio
da interação de saberes, trazendo para o debate o enfoque do tema sustentabilidade na
execução das iniciativas de promoção da saúde.
5.2 Objetivos específicos
- Disseminar a produção acumulada de conhecimentos conceituais e operacionais sobre
iniciativas em promoção da saúde para gestores públicos.
- Analisar a sustentabilidade de iniciativas de promoção da saúde em diferentes contextos
onde elas ocorrem.
- Criar modelos, métodos, indicadores de análise e avaliação das relações entre os atores
políticos e outros atores sociais para relacioná-los com variáveis de contextos, local,
regional e nacional.
6. Estratégias
O presente projeto de pesquisa se delineará em dois grandes eixos: a disseminação da
produção dos conhecimentos e a análise de duas experiências de contextos diferentes.
6.1 Disseminação da produção de conhecimentos
Trata-se de resultado de uma síntese analítica de toda a nossa produção conceitual e
operacional que identificou o tema da “sustentabilidade” permeando todos os campos de
ação da promoção da saúde. Em outras palavras, mais do que disponibilizar metodologias
e tecnologias para desenvolver processos de implementação e gestão de ações e políticas
de promoção de saúde é identificar possibilidades e estratégias de como construir novos
arranjos societários baseados em abordagens integradas e participativas e como fazê-las,
“duráveis” ao longo do tempo.
Esta conclusão é fruto do trabalho de sistematização teórica de temas como a qualidade
de vida, a gestão local de políticas públicas, o debate sobre o território, a integração de
agendas convergentes, a participação social e a descentralização, para citar alguns dos
enfoques.
Neste sentido, disseminar toda esta produção conceitual e operacional para o maior
número de atores sociais possível é primeiro passo estratégico do presente projeto de
pesquisa para desencadear o debate sobre como construir iniciativas de promoção da
saúde que respondam a “novas institucionalidades”, ou seja, agreguem diferentes atores,
com distintas agendas, e que sejam duráveis (sustentáveis).
Neste sentido, propõe-se esta diretriz como parte vital do desencadeamento desta
pesquisa, a publicação da “Coleção Cidades Saudáveis e Agendas Urbanas”, contendo
sete livretos inéditos sobre temas relacionados à Promoção da Saúde, conforme segue:
1) Promoção da Saúde e Qualidade de Vidal;
2) Gestão Local e Políticas Públicas para a Qualidade de Vida ;
3) Participação Social;
4) Intersetorialidade;
5) Território e Gestão em Saúde;
6) Descentralização;
7) Cidades Saudáveis: Experiências em Construção.
Este projeto editorial é uma das estratégias definidas pelo conjunto
multidisciplinar de pesquisadores do CEPEDOC Cidades Saudáveis para perseguir a
missão de “promover processos SUSTENTÁVEIS que viabilizem políticas públicas
integradas, participativas e formação de lideranças visando a eqüidade e qualidade de
vida, utilizando os princípios e valores dos municípios saudáveis”. A Coleção “Cidades
Saudáveis e Agendas Urbanas” representa a possibilidade de reunir em uma só
publicação uma série de temas que vem despertando o interesse de gestores públicos e
demais profissionais ligados à área de Promoção da Saúde e de responder, assim, às
demandas por informação e capacitação formuladas, por todo o país, em torno dessa
problemática. Representa uma oportunidade de aproximar a Promoção da Saúde e a
agenda de Cidades Saudáveis a outras agendas urbanas – Agenda 21, Cidades
Educadoras, DLIS Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, por exemplo -, que
também se ocupam com a temática da intersetorialidade, participação social, qualidade de
vida, eqüidade, descentralização, entre outros, estratégia esta fundamental para construir
processos que se sustentem ao longo do tempo pela convergência de recursos, atores e
ideais comuns.
Ao oferecer subsídios teóricos e metodológicos que contribuam para o estabelecimento e
consolidação das estratégias e ações de Promoção da Saúde nos âmbitos local, regional e
nacional, estaremos colaborando com a sustentabilidade de processos já existentes e para
que novos projetos se alimentem de experiências já desenvolvidas e possam aprender
com erros e acertos já vividos.
Com isso, esperamos:
• Divulgar os princípios e conceitos da Promoção de Saúde: sua história e contexto;
• Divulgar o ideário e pressupostos das Cidades Saudáveis;
• Divulgar métodos de apoio à gestão integrada e participativa de políticas públicas
que tenham repercussão sobre a saúde e qualidade de vida das comunidades;
• Subsidiar o desenvolvimento de práticas inovadoras de gestão pública na ótica da
Promoção da Saúde;
• Incentivar a adoção de estratégias de Promoção da Saúde.
Os textos foram produzidos de modo a tratarem dos temas separadamente ou
através suas múltiplas articulações, podendo, assim, ser distribuídos e/ou apropriados em
razão dos públicos-alvo ou interesses específicos espalhados por todo o país. Os
exemplares serão distribuídos graciosamente e, do total das publicações, 600 caixas
especiais, reunindo sete exemplares da coleção, serão distribuídas exclusivamente para
gestores públicos que atuam na área de promoção da saúde e em outras agendas urbanas que
promovem a qualidade de vida.
6.2 Análise das experiências
A etapa subseqüente se refere ao aprofundamento de teorias e experiências que tenham
tratado da categoria “sustentabilidade” na direção da aproximação de um marco
conceitual e operacional da “sustentabilidade em promoção da saúde”, por meio de uma
revisão bibliográfica nas principais bases de dados: Medline, Lilacs e Scielo e em
bibliotecas virtuais de organizações nacionais e internacionais.
O levantamento bibliográfico deve ser amplo o suficiente para favorecer a construção de
categorias metodológicas que permitam cotejá-las com as experiências de campo
selecionadas. Serão definidas, portanto, perguntas de pesquisa que deverão permear a
investigação e o desenvolvimento de métodos, indicadores e instrumentos de coleta de
dados.
A abordagem é de natureza qualitativa e participativa e exige um amplo processo de
relação entre as pessoas envolvidas. Essa participação é explicitada dentro da situação de
investigação, com os cuidados necessários para que haja reciprocidade por parte das
pessoas e grupos implicados. Desta forma, deve-se assegurar uma ampla e explícita
interação entre os pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada. Durante o
processo de criação de instrumentos de pesquisa há um acompanhamento das decisões,
das ações e de toda atividade realizada, e por fim, esta etapa de pesquisa não se limita a
uma forma de ação: pretende aumentar o conhecimento e a capacidade de todos os
envolvidos na pesquisa , pesquisadores e as pessoas e dos grupos considerados.
Este trabalho conjunto entre as experiências e o CEPEDOC permitirá dar apoio
metodológico necessário ao desenvolvimento de um estudo comparativo, em duas
experiências (no estado de São Paulo e na cidade de Campo Grande), relacionadas
respectivamente, com cada uma das instituições envolvidas, devendo ser analisadas, sob a
ótica de um “exercício preditivo” da sua capacidade potencial em produzir (ou não)
elementos que favoreçam a sustentabilidade das experiências em tela.
7. Etapas Previstas
1. Confecção, edição e distribuição da produção de conhecimentos conceituais e
operacionais sobre iniciativas em promoção da saúde, através das 600 caixas especiais,
reunindo sete exemplares, da Coleção CEPEDOC - Cidades Saudáveis e Agendas
Urbanas;
2. Definição das iniciativas de promoção da saúde a serem analisadas, de acordo com
seguintes critérios: estar em desenvolvimento a pelo menos 4 anos; envolver diferentes
segmentos e atores sociais na sua implementação, estar orientada na lógica dos
determinantes sociais de saúde, eqüidade e promoção da qualidade de vida; ter
documentos e informantes-chaves disponíveis;
3. Construção de um marco lógico de análise junto às equipes dos projetos a serem
analisados. Esta perspectiva de trabalho incorpora os atores da iniciativa deste o início do
projeto que constroem o conceito de sustentabilidade, suas potencialidades e aspectos
desafiadores, definem as suas categorias de análise e buscam analisar os elementos
advindos da iniciativa que vem sendo implementada. Esta etapa pressupõe um
fortalecimento de capacidades das equipes por meio de estudos, desenvolvimento de
workshops e reflexão acerca dos processos e resultados encontrados;
4. Criação de um desenho de monitoramento e avaliação que permitam o
acompanhamento permanente das iniciativas;
5. Documentação e sistematização de cada uma das iniciativas para posterior comparação
de processos e resultados encontrados. Nesta etapa estão previstos 2 encontros entre as
equipes (um em cada cidade), o que permitirá a troca de experiências e dos
conhecimentos que venham a ser produzidos;
6. Produção de uma publicação dos estudos de caso visando à divulgação do processo e a
replicabilidade do método em experiências similares.
8. Bibliografia Akerman, M.; Mendes, R.; Bógus, C.M. 2004. É possível avaliar um imperativo ético? Ciência & Saúde Coletiva, 9(3): 605-15.
Akerman, M.; Mendes, R.; Bógus, C.M.; Westphal, M.F.; Bichir, A.& Pedroso, M.L. 2002. Avaliação em promoção da saúde: foco no município saudável. Revista de Saúde Pública, 36(5): 638-646. Buss, P.M. organizador. Promoção da saúde e a saúde pública : contribuição para o debate entre as escolas de saúde pública da América Latina. ENSP. Rio de Janeiro; 1998. Buss, P.M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e Saúde Coletiva 2000; 5(1): 163-177. Cerqueira, M.T. Promoción de la salud y educacón para la salud: retos y perspectivas. In: Arroyo HV, Cerqueira MT. La promoción de la salud y educación para la salud en América Latina: un análisis sectorial. Puerto Rico:Editorial de la Universidade de Puerto Rico/OPS; 1997. p. 7-47. Mendes, EV. Uma agenda para a saúde. São Paulo: Hucitec, 1999. Mendes, R. Cidades saudáveis no Brasil e os processos participativos: os casos de Jundiaí e Maceió. São Paulo; 2000. [Tese de Doutorado – Faculdade de Saúde Pública da USP]. Mendes, R e Fernandez, J.C.A, Práticas intersetoriais para a qualidade de vida na cidade, São Paulo, In: Gestão Local nos territórios da cidade- Ciclo de Atividades com as Subprefeituras. São Paulo, Secretaria Municipal das Subprefeituras e Mídia Alternativa, 2004. pp.117-123. Moysés, SJ; Moysés, ST e Krempel, MC. Avaliando o processo de construçäo de políticas públicas de promoçäo de saúde: a experiência de Curitiba / Assessing the building process of health promotion public policies: the experience of Curitiba. Ciênc. saúde coletiva;9 (3) :627-641, jul.-set. 2004. Nguyen MN, Gauvin L, Martineau I, Grignon R. Sustainability of the impact of a public health intervention: lessons learned from the laval walking clubs experience. Health Promot Pract.2005 Jan;6(1)44-52. Pluye P, Potvin L, Denis JL, Pelletier J. Program sustainability: focus on organizational routines. Health Promot Int.2004 Dec19(4): 489-500 Pluye P, Potvin L, Denis JL. Making public health programs last: conceptualizing sustainability. Evaluation and Program Planning, 2004b. Santos JL.; Westphal, MF. Práticas emergentes de um novo paradigma de saúde: o papel da universidade. Estudos avançados, 13(5): 71 - 88, 1999.
St Leger L Questioning sustainability in health promotion Health Promot Int.2005 Dec; 20(4):317-9. Swerissen H, Crisp BR. The sustainability of health promotion interventions for different levels of social organization. Health Promot Int. 2004 Mar;19(1)123-30.
9. Plano de Ação da Pesquisa
Objetivo Descrição Ação Período(meses)
1.Disseminar a produção de
conhecimentos conceituais e operacionais
sobre iniciativas em promoção da saúde
para gestores públicos.
1. 1 Confecção de 600
caixas especiais, reunindo
sete exemplares da Coleção
CEPEDOC- Cidades
Saudáveis e Agendas
Urbanas
1.2 Divulgação dos temas
relacionados à promoção
da saúde, através da
Coleção Cepedoc-Cidades
Saudáveis e Agendas
Urbanas
1.1.1 Edição e impressão da Coleção
CEPEDOC- Cidades Saudáveis e Agendas
Urbanas
1.2.1 Distribuição para gestores públicos
das áreas da promoção da saúde; e,
organizações e instituições com
interesses voltados para a administração
pública.
1º trimestre
2. Analisar a sustentabilidade de duas
iniciativas de promoção da saúde em
diferentes contextos, São Paulo/SP e
Campo Grande/MS.
2.1 Aprofundamento de
teorias e experiências
relacionadas à categoria
“sustentabilidade”
2.1.1Revisão bibliográfica nas
principais bases de dados Medline,
Lilacs e Scielo, bibliotecas virtuais de
organizações nacionais e internacionais
1º trimestre
2.2 Mapeamento das
iniciativas de Promoção da
Saúde a serem analisadas
2.2.1 Levantamento das experiências
municípios do estudo Esta fase prevê
visita as cidades selecionadas ( SP e
Campo Grande/MS) para identificação
das experiências a serem analisadas
2º trimestre
2.3 Definição das
iniciativas de Promoção da
Saúde a serem analisadas
2.3.1 Realização de uma Oficina com o
tema da Intersetorialidade(em cada uma
das cidades), para apresentação das
experiências identificadas e discussão
com a comunidade e gestores sobre a
escolha do objeto de análise.
2º trimestre
2.4 Definição de etapas de
trabalhos conjuntos e de
metodologias para
monitoramento do
processo
2.4.1 Criação de categorias
metodológicas, desenvolvimento de
métodos, indicadores e instrumentos de
coletas de dados
2º trimestre
2.5 Fortalecimento da
capacidade das equipes
2.5.1 Realização de estudos, por meio
de encontros e realização de
k h fl ã d
3º trimestre
workshops,para reflexão e acerca dos
processos e resultados encontrados
2.6 Criação de um desenho
de monitoramento e
avaliação que permitam o
acompanhamento
permanente das iniciativas;
2.6.1Realização de estudos, por meio de
encontros e realização de workshops,
para reflexão e acerca dos processos e
resultados encontrados
3º trimestre
2.7 Documentação e
sistematização de cada uma
das iniciativas para
posterior comparação de
processos e resultados
encontrados.
2.7.1 Realização de dois encontros entre
as equipes (um em cada cidade), o que
permitirá a troca de experiências e dos
conhecimentos que venham a ser
produzidos
3º trimestre
3.Criar modelos, métodos, indicadores de
análise e avaliação das relações entre os
atores políticos e outros atores sociais
para relacioná-los com variáveis de
3.1 Análise final do estudo
através da sistematização
das iniciativas, dos
processos de avaliação dos
3.1.1Produção de uma publicação dos
estudos de caso visando a divulgação do
processo e a replicabilidade do método
em experiências similares.
4º trimestre
contextos, local, regional e nacional.
resultados encontrados e do
levantamento bibliográfico
realizado
10. Recursos Solicitados
10.1. Contrapartida
CEPEDOC – Recursos Humanos: pesquisadores, bolsistas (de iniciação técnica), assistente de pesquisa, apoio administrativo. CEPEDOC - Infra-estrutura física, Recursos materiais: 5 micro-computadores, 3 impressoras, 1 fax, telefone, 2 câmeras digitais, 2 laptop. 10.2. Proposta Orçamentária
PROPOSTA ORCAMENTARIA
Rubrica Valor (R$) 1,00
Materiais de Consumo 4035,00Passagens aéreas 10500,00Despesas com deslocamento 6000,00Bolsas de iniciação científica 30225,00Pesquisadores 45000,00Assistente de pesquisa 6000,00Apoio Administrativo 4200,00Serviços- Pessoa Jurídica 52000,00Obrigações Tributárias e Contributivas 2040,00
TOTAL 160.000,00
10.3 Cronograma de Desembolso (R$)
Produto Período da liberação do
recurso financeiro
Percentual
(%)
Valor
Ação 1.1.1 Assinatura 27 43.200,00
Ações 1.2.1, 2.1.1 Início do 2º Mês - -
Ações 2.2.1, 2.3.1, 2.4.1 Início do 4º Mês 38 60.800,00
Ações 2.5.1, 2.6.1,2.7.1 Início do 7º Mês 25 40.000,00
Ação 3.1.1 Fim do 11º Mês 10 16.000,00
Total 100 160.000,00
10.4 Orçamento detalhado (R$)
10.4.1. Apoio Financeiro a Estudante
Item Especificação
Indicador Físico VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Unidade Quant. 1 Bolsista de iniciação
científica para 12 meses bolsista 5 500,00 30.000,00
2 Seguro para 12 meses bolsista 5 45,00 225,00 TOTAL 30.225,00
10.4.2. Material de Consumo
Item Especificação do Material
Indicador Físico VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Unidade Quant.
1 Papel A4 report Resma 50 10,00 500,002 Papel A2 report Resma 50 10,00 500,003 Cartucho HP UND 11 120,00 1320,00
4 Pasta Plástica UND 160 2,00 320,005 Pincéis atômicos, lápis,
canetas diversos vários
500,006 Transparências UND 40 3,00 120,007 Etiquetas cx 3 25,00 75,008 Toner UND 10 70,00 700,00 TOTAL 4035,00
10.4.3. Serviços de terceiros - Pessoa Jurídica
Item Especificação dos Serviços
Indicador Físico VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Unidade Quant.
1 Publicação da “Coleção Cidades Saudáveis e Agendas Urbanas”(600 coleções composta de 7 livretos)
UND 600 70,00 42.000,00
2 Publicação do estudo final (formato livreto)
UND 1000 10,00 10.000,00
TOTAL 52.000,00 10.4.4. Obrigações tributárias e contributivas
Item Especificação dos Serviços
Indicador Físico
VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Unidade
Quant.
1 Assistente de pesquisa mês 12 100,00 1200,002 Apoio administrativo mês 12 70,00 840,00 TOTAL 2040,00
10.4.5. Despesas com deslocamentos, alimentação e hospedagem
Item
Especificação VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Quant.
1 Deslocamentos da equipe
15 400,00 6.000,00
TOTAL 6.000,00 10.4.6. Passagens
Item
Especificação Indicador Físico VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Unidade Quant.
1 Passagens aéreas Passagens 15 700,00 10500,00 TOTAL 10500,00
10.4.7. Recursos cognitivos do estudo
Item
Especificação VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
Quant. Total
de horas
1 Pesquisadores (R$120,00 hora /pesquisador)
375 45.000,00
Quantidade
Custo mensal VALOR
TOTAL 2 Assistente de pesquisa 01 500,00 6000,00 3 Apoio administrativo 01 350,00 4200,00 TOTAL 55.200,00