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APROPRIAÇÃO DE CONHECIMENTO, ALIANÇAS, REDE SOCIAIS, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E INTERSETORIALIDADE COMO FATORES DE FORTALECIMENTO DA SUSTENTABILIDADE DE AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Proponentes: CEPEDOC Cidades Saudáveis- Faculdade de Saúde Pública USP Pesquisadores : Rosilda Mendes, Marco Akerman, Crhistinne Maymone Goncalves, Marcia Faria Westphal, Cláudia Maria Bógus Março 2006

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APROPRIAÇÃO DE CONHECIMENTO, ALIANÇAS, REDE SOCIAIS,

PARTICIPAÇÃO SOCIAL E INTERSETORIALIDADE COMO FATORES DE

FORTALECIMENTO DA SUSTENTABILIDADE DE AÇÕES DE PROMOÇÃO

DA SAÚDE

Proponentes: CEPEDOC Cidades Saudáveis- Faculdade de Saúde Pública USP

Pesquisadores :

Rosilda Mendes, Marco Akerman, Crhistinne Maymone Goncalves, Marcia Faria

Westphal, Cláudia Maria Bógus

Março

2006

ÍNDICE

1. Introdução

2. Contextualização

3. Justificativa, hipóteses e perguntas de pesquisa

4. Público-alvo

5. Objetivos

5.1 Geral

5.2 Específicos

6. Estratégias

6.1 Disseminação da produção de conhecimentos

6.2 Análise das Experiências

7. Etapas previstas

8. Bibliografia

9. Plano de ação da pesquisa

10. Recursos solicitados

10.1 Contrapartida

10.2 Proposta Orçamentária

10.3 Cronograma de Desembolso

10.4 Orçamento Detalhado

10.4.1 Apoio Financeiro a Estudante

10.4.2 Material de consumo

10.4.3 Serviços de Terceiro- Pessoa Jurídica

10.4.4 Obrigações Tributárias e Obrigatórias

10.4.5 Despesas com deslocamentos,alimentação e hospedagens

10.4.6 Passagens

10.4.7 Recursos cognitivos do Estudo

Identificação da Entidade

Razão Social: Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em Cidades/ Municípios Saudáveis

Nome Fantasia: Cepedoc Cidades Saudáveis

Endereço: Avenida Dr. Arnaldo, 715

Complementos: Bairro: Cerqueira César

Cidade / UF: São Paulo CEP: 01246-904

Fone: (11) 3085-4760 Fax: (11) 3082-5607 E-mail:

[email protected]

Responsável: Rosilda Mendes

Cargo: diretor presidente

Natureza da Entidade: privada, sem fins lucrativos Ramo de Atividade: capacitação e pesquisa

Data de Fundação: outubro 2000 CNPJ: 04569502/0001-99

Área de Atuação: promoção da saúde; planejamento urbano; cidades saudáveis; desenvolvimento

comunitário

1. Introdução

No campo da saúde, é cada vez mais reconhecida a incapacidade do modelo de atenção

baseado hegemonicamente no conhecimento biológico de explicar e responder aos

processos de saúde e doença de uma população. A evolução tecnológica e científica

desenvolveu-se muito no campo biomédico e é inegável a sua contribuição na atenção e

no controle do risco individual. No entanto, questões como o aumento da

morbimortalidade por causas externas, o predomínio das doenças crônicas não

transmissíveis como causa de morte, o recrudescimento de antigas doenças com novas

características - se configuram grandes desafios a serem enfrentados para as quais o

instrumental científico-tecnológico, por si só, não é suficiente para respondê-las, dada a

sua complexidade.

Essas são questões significativas que nos desafiam a pensar a saúde sob a ótica do

desenvolvimento e da condição humana e da necessidade de delinearmos estratégias e

ações no campo da saúde, capazes de apontar para a construção de soluções dos

problemas complexos que são vividos.

Uma visão mais abrangente do que é saúde, entendida como uma produção social,

determinada de forma múltipla e mediada pelo sistema social contrasta em relação a uma

compreensão "negativa" quanto ao processo saúde-doença, focado na ocorrência de

agravos (Mendes, 1999; Santos & Westphal, 1999). Nessa perspectiva, na última década,

se intensificam ações de promoção da saúde voltadas aos interesses e necessidades

sociais, priorizando o princípio da eqüidade e a redução das desigualdades sociais.

O debate em torno da promoção da saúde, quer no campo teórico, quer no aprimoramento

de metodologias e instrumentos que aportam a implementação de práticas, surge com

uma postura crítica a medicalização da saúde, na sociedade e no interior do próprio

sistema, e tem, no atual contexto um marco de referência mais amplo do que o enfoque

usado para caracterizar um nível de atenção da medicina preventiva, conforme definido

por Leavell & Clark, no esquema da História Natural das Doenças. Este debate,

conceitual, político e metodológico em torno do processo saúde – doença visa analisar e

atuar sobre as condições sociais que são críticas para melhorar as condições de saúde e de

qualidade de vida (Cerqueira, 1997; Buss, 1998; Buss, 2000; Mendes 2000).

A promoção da saúde em nosso país tem duas marcas de referência. A primeira delas a

VIII Conferência Nacional de Saúde realizada em Brasília em 1986, e outra, a I

Conferência Internacional de Promoção da Saúde realizada em Ottawa, Canadá, que

resultou na Carta de Ottawa, documento que se tornou referência para as demais

Conferências Internacionais de Promoção da Saúde, promovidas pela Organização

Mundial de Saúde (Adelaide, 1988; Sundswall, 1991; Bogotá, 1992; Jacarta, 1997;

México, 2000, Bangkok, 2005). Nessas conferências foi recomendada a necessidade de se

ampliar o conceito de saúde para além do modelo biomédico tradicional, enfatizando-se

os recursos sociais e pessoais como elementos fundamentais na defesa da vida e da saúde.

Em suma, podemos dizer que produzir saúde socialmente é a razão de ser da promoção

da saúde, o que implica reconhecer que a saúde reflete a qualidade de vida de uma

população, traduzindo-se em bem estar da sociedade.

A promoção da saúde pode se configurar em duas dimensões, a intersetorialidade,

entendida como convergência de esforços de diferentes setores governamentais e não-

governamentais, para produzir políticas que ofereçam respostas às necessidades geradas,

e a participação social, que se dá em diferentes contextos, na construção de agendas

sociais, na perspectiva de formação de redes sociais promotoras de qualidade de vida. É

por meio do diálogo democrático e participativo, com a diversidade de atores e sujeitos

envolvidos em múltiplas ações de mudanças sociais, que se opera de fato a promoção da

saúde. No seu sentido mais amplo, portanto, promover a saúde significa promover a vida,

o que se traduz em um conjunto de princípios, valores, atitudes, procedimentos e

tecnologias dirigidas a aumentar a capacidade de indivíduos, populações e organizações

para enfrentar os determinantes pessoais, sociais, ambientais e econômicos e melhorar a

qualidade da vida.

Ultrapassando, portanto, os marcos do setor saúde, essa perspectiva volta-se para novos

desenhos e propostas de políticas de promoção da qualidade de vida, valorizando a

capacidade inerente aos agentes sociais de refletirem criticamente sobre o contexto social

e proporem estratégias que envolvam redes intersetoriais de interações entre governo e

outros segmentos da sociedade, que vivem e constroem as políticas no âmbito do

território.

Na implementação de políticas públicas que têm a promoção da saúde como eixo, atores

sociais e instituições vêm discutindo a necessidade de aprimorar processos avaliativos e

de construir um marco conceitual para a construção de uma base de evidências. Enfatiza-

se que a avaliação em promoção da saúde não está isenta de valores e de princípios e que

estes precisam ser explicitados pelos atores da avaliação como “roteiro” ético do processo

avaliativo (Akerman et al 2002, Akerman et al 2004).

As iniciativas de promoção da saúde, desenvolvidas em vários países a mais de uma

década, vêm sendo acompanhadas por uma preocupação em relação à avaliação da

sustentabilidade dos processos: saber se elas “sobreviverão” à transição dos governos que

se sucedem periodicamente, saber se há possibilidade de continuar a obter recursos para o

desenvolvimento das ações, saber se as ações empreendidas se consolidam de modo a

produzir mudanças significativas nas condições de vida e saúde da população e,

finalmente, se essas iniciativas podem manter os seus efeitos por um longo período. Em

suma, sustentabilidade referida como continuidade de novas institucionalidades, por um

complexo sistema de relações, que envolvem atores e instituições na busca de soluções

mais amplas e duradouras. (Moisés, SJ et al, 2004; Pluye P et al, 2004, Pluye P el al

2004b; Swerissen H Crisp BR. 2004; Nguyen MN et al , 2005).

É importante, portanto, refletir sempre sobre a sustentabilidade dos projetos, ações e

políticas, transformando-a em ponto permanente de pauta para gestores, formuladores de

políticas e outros atores da promoção da saúde. Como bem refere a oportuna e recente

análise de St Leger (2005), as “ações de sustentabilidade” de promoção da saúde carecem

ainda do desenvolvimento de estudos empíricos que promovam uma reflexão crítica com

maior profundidade.

Na perspectiva da promoção da saúde, onde o que se espera, é um compartilhamento de

conhecimentos, ações e responsabilidades, as questões relativas a sustentabilidade dos

processos estão intimamente relacionadas ao desenvolvimento de ações intersetoriais e

participativas, o que coloca a necessidade da análise e aprofundamento dos “lugares de

poder” ( Mendes e Fernandez, 2004).

2. Contextualização

O Cepedoc Cidades Saudáveis (Centro de Estudos, Pesquisa e Documentação em

Cidades Saudáveis) foi formado, no ano de 2000, por integrantes da "Oficina Permanente

de Cidades Saudáveis" organizada a partir da Faculdade de Saúde Pública da USP, em

São Paulo. O Centro apóia municípios e comunidades a ingressarem no Movimento por

Cidades Saudáveis, organiza e divulga informação existente sobre projetos de melhoria

de qualidade de vida nas cidades. Este apoio se dá por meio de eventos, promoção de

cooperação entre cidades e instituições, intercâmbio de experiências, cursos de formação

e ajuda profissional para organizar metodologicamente a estrutura do movimento em cada

cidade parceira, além da sistematização de documentos sobre o assunto.

Neste período, compartilhamos com inúmeras organizações públicas municipais,

nacionais e internacionais, pesquisas em distintos temas relacionados com o campo da

promoção da saúde e estamos em processo de organizar junto com a BIREME / OPAS

uma BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) em cidades e comunidades saudáveis.

Acreditamos assim, frente à experiência acumulada sobre o tema, estarmos aptos à

execução deste estudo solicitado pela FADE à UNESCO.

3. Justificativa, hipóteses e perguntas de pesquisa

A justificativa deste projeto de pesquisa origina-se da necessidade de ampliar os

conhecimentos e desenvolver metodologias de avaliação de iniciativas de promoção da

saúde, buscando aprofundar as questões relacionadas com as dimensões da

sustentabilidade das políticas. Procurar-se-á por meio deste estudo, responder a algumas

questões que desafiam profissionais, gestores de políticas e pesquisadores, interessados

em verificar os resultados de intervenções integradas e articuladas nas políticas públicas,

que podem ter reflexos na saúde e qualidade de vida, e que buscam atender a

necessidades individuais e coletivas que superem a fragmentação das políticas, e

considerem o cidadão na sua totalidade.

Levantamos três principais hipóteses em relação ao objeto de pesquisa proposto: a

primeira é de que o contexto e as prioridades políticas interferem significativamente na

sustentabilidade de iniciativas de promoção da saúde; a segunda, é que a existência de

parcerias e alianças entre os diversos atores, governos, associações, e não-

governamentais, ou a capacidade de ampliar alianças entre os diversos setores, baseada

em arranjos institucionais que envolvem a ruptura do modelo centrado em instituições ou

agências isoladas, cria uma grande possibilidade de sustentabilidade dessas iniciativas; a

terceira é de que o nível de apropriação de conhecimentos do campo da promoção da

saúde pelos atores envolvidos, através de cursos, envolvimento em pesquisas, contato

com publicações, entre outros, contribui para a sustentabilidade de iniciativas de

promoção da saúde.

Em outras palavras, mais que um mero arranjo organizacional a intersetorialidade é um

pré-requisito estratégico para a sustentabilidade das políticas públicas.

Desta afirmação formulamos as seguintes questões de pesquisa:

1. As iniciativas de promoção da saúde têm conseguido articular processos e manter

redes cooperativas apoiadas na diversidade de atores e instituições que delas participam?

2. Que características de redes e articulações intersetoriais que facilitam ou criam

barreiras para a sustentabilidade?

3. Que outras características (por exemplo, participação, autonomia, sistemas

tecnocráticos versus sistemas gerenciais partidarizados, entre outros) facilitam ou criam

barreira para a sustentabilidade e continuidade de boas práticas de gestão em promoção

da saúde?

4. Que papel possui a disseminação de conhecimento entre gestores na

sustentabilidade de ações e políticas de promoção da saúde?

E como pergunta central e orientadora da inserção deste projeto no “Estudo Multicêntrico

de Avaliação”:

5. Quais metodologias permitem avaliar a sustentabilidade das ações de promoção da

saúde?

4. Público-alvo

A proposta refere-se a duas experiências desenvolvidas em dois municípios brasileiros,

de diferentes regiões e especificidades: o município de Campo Grande – Estado de Mato

Grosso do Sul, região centro-oeste do país, capital com população estimada de

749.768(IBGE 2005) e São Paulo, capital do Estado, localizada na região Sudeste, com

população estimada de 10.927.985 (IBGE 2005).

5. Objetivos

5.1 Geral

Contribuir com a pesquisa de promoção da saúde no Brasil, através de participação no

Estudo Multicêntrico, com as demais instituições reconhecidas nacionalmente, por meio

da interação de saberes, trazendo para o debate o enfoque do tema sustentabilidade na

execução das iniciativas de promoção da saúde.

5.2 Objetivos específicos

- Disseminar a produção acumulada de conhecimentos conceituais e operacionais sobre

iniciativas em promoção da saúde para gestores públicos.

- Analisar a sustentabilidade de iniciativas de promoção da saúde em diferentes contextos

onde elas ocorrem.

- Criar modelos, métodos, indicadores de análise e avaliação das relações entre os atores

políticos e outros atores sociais para relacioná-los com variáveis de contextos, local,

regional e nacional.

6. Estratégias

O presente projeto de pesquisa se delineará em dois grandes eixos: a disseminação da

produção dos conhecimentos e a análise de duas experiências de contextos diferentes.

6.1 Disseminação da produção de conhecimentos

Trata-se de resultado de uma síntese analítica de toda a nossa produção conceitual e

operacional que identificou o tema da “sustentabilidade” permeando todos os campos de

ação da promoção da saúde. Em outras palavras, mais do que disponibilizar metodologias

e tecnologias para desenvolver processos de implementação e gestão de ações e políticas

de promoção de saúde é identificar possibilidades e estratégias de como construir novos

arranjos societários baseados em abordagens integradas e participativas e como fazê-las,

“duráveis” ao longo do tempo.

Esta conclusão é fruto do trabalho de sistematização teórica de temas como a qualidade

de vida, a gestão local de políticas públicas, o debate sobre o território, a integração de

agendas convergentes, a participação social e a descentralização, para citar alguns dos

enfoques.

Neste sentido, disseminar toda esta produção conceitual e operacional para o maior

número de atores sociais possível é primeiro passo estratégico do presente projeto de

pesquisa para desencadear o debate sobre como construir iniciativas de promoção da

saúde que respondam a “novas institucionalidades”, ou seja, agreguem diferentes atores,

com distintas agendas, e que sejam duráveis (sustentáveis).

Neste sentido, propõe-se esta diretriz como parte vital do desencadeamento desta

pesquisa, a publicação da “Coleção Cidades Saudáveis e Agendas Urbanas”, contendo

sete livretos inéditos sobre temas relacionados à Promoção da Saúde, conforme segue:

1) Promoção da Saúde e Qualidade de Vidal;

2) Gestão Local e Políticas Públicas para a Qualidade de Vida ;

3) Participação Social;

4) Intersetorialidade;

5) Território e Gestão em Saúde;

6) Descentralização;

7) Cidades Saudáveis: Experiências em Construção.

Este projeto editorial é uma das estratégias definidas pelo conjunto

multidisciplinar de pesquisadores do CEPEDOC Cidades Saudáveis para perseguir a

missão de “promover processos SUSTENTÁVEIS que viabilizem políticas públicas

integradas, participativas e formação de lideranças visando a eqüidade e qualidade de

vida, utilizando os princípios e valores dos municípios saudáveis”. A Coleção “Cidades

Saudáveis e Agendas Urbanas” representa a possibilidade de reunir em uma só

publicação uma série de temas que vem despertando o interesse de gestores públicos e

demais profissionais ligados à área de Promoção da Saúde e de responder, assim, às

demandas por informação e capacitação formuladas, por todo o país, em torno dessa

problemática. Representa uma oportunidade de aproximar a Promoção da Saúde e a

agenda de Cidades Saudáveis a outras agendas urbanas – Agenda 21, Cidades

Educadoras, DLIS Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, por exemplo -, que

também se ocupam com a temática da intersetorialidade, participação social, qualidade de

vida, eqüidade, descentralização, entre outros, estratégia esta fundamental para construir

processos que se sustentem ao longo do tempo pela convergência de recursos, atores e

ideais comuns.

Ao oferecer subsídios teóricos e metodológicos que contribuam para o estabelecimento e

consolidação das estratégias e ações de Promoção da Saúde nos âmbitos local, regional e

nacional, estaremos colaborando com a sustentabilidade de processos já existentes e para

que novos projetos se alimentem de experiências já desenvolvidas e possam aprender

com erros e acertos já vividos.

Com isso, esperamos:

• Divulgar os princípios e conceitos da Promoção de Saúde: sua história e contexto;

• Divulgar o ideário e pressupostos das Cidades Saudáveis;

• Divulgar métodos de apoio à gestão integrada e participativa de políticas públicas

que tenham repercussão sobre a saúde e qualidade de vida das comunidades;

• Subsidiar o desenvolvimento de práticas inovadoras de gestão pública na ótica da

Promoção da Saúde;

• Incentivar a adoção de estratégias de Promoção da Saúde.

Os textos foram produzidos de modo a tratarem dos temas separadamente ou

através suas múltiplas articulações, podendo, assim, ser distribuídos e/ou apropriados em

razão dos públicos-alvo ou interesses específicos espalhados por todo o país. Os

exemplares serão distribuídos graciosamente e, do total das publicações, 600 caixas

especiais, reunindo sete exemplares da coleção, serão distribuídas exclusivamente para

gestores públicos que atuam na área de promoção da saúde e em outras agendas urbanas que

promovem a qualidade de vida.

6.2 Análise das experiências

A etapa subseqüente se refere ao aprofundamento de teorias e experiências que tenham

tratado da categoria “sustentabilidade” na direção da aproximação de um marco

conceitual e operacional da “sustentabilidade em promoção da saúde”, por meio de uma

revisão bibliográfica nas principais bases de dados: Medline, Lilacs e Scielo e em

bibliotecas virtuais de organizações nacionais e internacionais.

O levantamento bibliográfico deve ser amplo o suficiente para favorecer a construção de

categorias metodológicas que permitam cotejá-las com as experiências de campo

selecionadas. Serão definidas, portanto, perguntas de pesquisa que deverão permear a

investigação e o desenvolvimento de métodos, indicadores e instrumentos de coleta de

dados.

A abordagem é de natureza qualitativa e participativa e exige um amplo processo de

relação entre as pessoas envolvidas. Essa participação é explicitada dentro da situação de

investigação, com os cuidados necessários para que haja reciprocidade por parte das

pessoas e grupos implicados. Desta forma, deve-se assegurar uma ampla e explícita

interação entre os pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada. Durante o

processo de criação de instrumentos de pesquisa há um acompanhamento das decisões,

das ações e de toda atividade realizada, e por fim, esta etapa de pesquisa não se limita a

uma forma de ação: pretende aumentar o conhecimento e a capacidade de todos os

envolvidos na pesquisa , pesquisadores e as pessoas e dos grupos considerados.

Este trabalho conjunto entre as experiências e o CEPEDOC permitirá dar apoio

metodológico necessário ao desenvolvimento de um estudo comparativo, em duas

experiências (no estado de São Paulo e na cidade de Campo Grande), relacionadas

respectivamente, com cada uma das instituições envolvidas, devendo ser analisadas, sob a

ótica de um “exercício preditivo” da sua capacidade potencial em produzir (ou não)

elementos que favoreçam a sustentabilidade das experiências em tela.

7. Etapas Previstas

1. Confecção, edição e distribuição da produção de conhecimentos conceituais e

operacionais sobre iniciativas em promoção da saúde, através das 600 caixas especiais,

reunindo sete exemplares, da Coleção CEPEDOC - Cidades Saudáveis e Agendas

Urbanas;

2. Definição das iniciativas de promoção da saúde a serem analisadas, de acordo com

seguintes critérios: estar em desenvolvimento a pelo menos 4 anos; envolver diferentes

segmentos e atores sociais na sua implementação, estar orientada na lógica dos

determinantes sociais de saúde, eqüidade e promoção da qualidade de vida; ter

documentos e informantes-chaves disponíveis;

3. Construção de um marco lógico de análise junto às equipes dos projetos a serem

analisados. Esta perspectiva de trabalho incorpora os atores da iniciativa deste o início do

projeto que constroem o conceito de sustentabilidade, suas potencialidades e aspectos

desafiadores, definem as suas categorias de análise e buscam analisar os elementos

advindos da iniciativa que vem sendo implementada. Esta etapa pressupõe um

fortalecimento de capacidades das equipes por meio de estudos, desenvolvimento de

workshops e reflexão acerca dos processos e resultados encontrados;

4. Criação de um desenho de monitoramento e avaliação que permitam o

acompanhamento permanente das iniciativas;

5. Documentação e sistematização de cada uma das iniciativas para posterior comparação

de processos e resultados encontrados. Nesta etapa estão previstos 2 encontros entre as

equipes (um em cada cidade), o que permitirá a troca de experiências e dos

conhecimentos que venham a ser produzidos;

6. Produção de uma publicação dos estudos de caso visando à divulgação do processo e a

replicabilidade do método em experiências similares.

8. Bibliografia Akerman, M.; Mendes, R.; Bógus, C.M. 2004. É possível avaliar um imperativo ético? Ciência & Saúde Coletiva, 9(3): 605-15.

Akerman, M.; Mendes, R.; Bógus, C.M.; Westphal, M.F.; Bichir, A.& Pedroso, M.L. 2002. Avaliação em promoção da saúde: foco no município saudável. Revista de Saúde Pública, 36(5): 638-646. Buss, P.M. organizador. Promoção da saúde e a saúde pública : contribuição para o debate entre as escolas de saúde pública da América Latina. ENSP. Rio de Janeiro; 1998. Buss, P.M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e Saúde Coletiva 2000; 5(1): 163-177. Cerqueira, M.T. Promoción de la salud y educacón para la salud: retos y perspectivas. In: Arroyo HV, Cerqueira MT. La promoción de la salud y educación para la salud en América Latina: un análisis sectorial. Puerto Rico:Editorial de la Universidade de Puerto Rico/OPS; 1997. p. 7-47. Mendes, EV. Uma agenda para a saúde. São Paulo: Hucitec, 1999. Mendes, R. Cidades saudáveis no Brasil e os processos participativos: os casos de Jundiaí e Maceió. São Paulo; 2000. [Tese de Doutorado – Faculdade de Saúde Pública da USP]. Mendes, R e Fernandez, J.C.A, Práticas intersetoriais para a qualidade de vida na cidade, São Paulo, In: Gestão Local nos territórios da cidade- Ciclo de Atividades com as Subprefeituras. São Paulo, Secretaria Municipal das Subprefeituras e Mídia Alternativa, 2004. pp.117-123. Moysés, SJ; Moysés, ST e Krempel, MC. Avaliando o processo de construçäo de políticas públicas de promoçäo de saúde: a experiência de Curitiba / Assessing the building process of health promotion public policies: the experience of Curitiba. Ciênc. saúde coletiva;9 (3) :627-641, jul.-set. 2004. Nguyen MN, Gauvin L, Martineau I, Grignon R. Sustainability of the impact of a public health intervention: lessons learned from the laval walking clubs experience. Health Promot Pract.2005 Jan;6(1)44-52. Pluye P, Potvin L, Denis JL, Pelletier J. Program sustainability: focus on organizational routines. Health Promot Int.2004 Dec19(4): 489-500 Pluye P, Potvin L, Denis JL. Making public health programs last: conceptualizing sustainability. Evaluation and Program Planning, 2004b. Santos JL.; Westphal, MF. Práticas emergentes de um novo paradigma de saúde: o papel da universidade. Estudos avançados, 13(5): 71 - 88, 1999.

St Leger L Questioning sustainability in health promotion Health Promot Int.2005 Dec; 20(4):317-9. Swerissen H, Crisp BR. The sustainability of health promotion interventions for different levels of social organization. Health Promot Int. 2004 Mar;19(1)123-30.

9. Plano de Ação da Pesquisa

Objetivo Descrição Ação Período(meses)

1.Disseminar a produção de

conhecimentos conceituais e operacionais

sobre iniciativas em promoção da saúde

para gestores públicos.

1. 1 Confecção de 600

caixas especiais, reunindo

sete exemplares da Coleção

CEPEDOC- Cidades

Saudáveis e Agendas

Urbanas

1.2 Divulgação dos temas

relacionados à promoção

da saúde, através da

Coleção Cepedoc-Cidades

Saudáveis e Agendas

Urbanas

1.1.1 Edição e impressão da Coleção

CEPEDOC- Cidades Saudáveis e Agendas

Urbanas

1.2.1 Distribuição para gestores públicos

das áreas da promoção da saúde; e,

organizações e instituições com

interesses voltados para a administração

pública.

1º trimestre

2. Analisar a sustentabilidade de duas

iniciativas de promoção da saúde em

diferentes contextos, São Paulo/SP e

Campo Grande/MS.

2.1 Aprofundamento de

teorias e experiências

relacionadas à categoria

“sustentabilidade”

2.1.1Revisão bibliográfica nas

principais bases de dados Medline,

Lilacs e Scielo, bibliotecas virtuais de

organizações nacionais e internacionais

1º trimestre

2.2 Mapeamento das

iniciativas de Promoção da

Saúde a serem analisadas

2.2.1 Levantamento das experiências

municípios do estudo Esta fase prevê

visita as cidades selecionadas ( SP e

Campo Grande/MS) para identificação

das experiências a serem analisadas

2º trimestre

2.3 Definição das

iniciativas de Promoção da

Saúde a serem analisadas

2.3.1 Realização de uma Oficina com o

tema da Intersetorialidade(em cada uma

das cidades), para apresentação das

experiências identificadas e discussão

com a comunidade e gestores sobre a

escolha do objeto de análise.

2º trimestre

2.4 Definição de etapas de

trabalhos conjuntos e de

metodologias para

monitoramento do

processo

2.4.1 Criação de categorias

metodológicas, desenvolvimento de

métodos, indicadores e instrumentos de

coletas de dados

2º trimestre

2.5 Fortalecimento da

capacidade das equipes

2.5.1 Realização de estudos, por meio

de encontros e realização de

k h fl ã d

3º trimestre

workshops,para reflexão e acerca dos

processos e resultados encontrados

2.6 Criação de um desenho

de monitoramento e

avaliação que permitam o

acompanhamento

permanente das iniciativas;

2.6.1Realização de estudos, por meio de

encontros e realização de workshops,

para reflexão e acerca dos processos e

resultados encontrados

3º trimestre

2.7 Documentação e

sistematização de cada uma

das iniciativas para

posterior comparação de

processos e resultados

encontrados.

2.7.1 Realização de dois encontros entre

as equipes (um em cada cidade), o que

permitirá a troca de experiências e dos

conhecimentos que venham a ser

produzidos

3º trimestre

3.Criar modelos, métodos, indicadores de

análise e avaliação das relações entre os

atores políticos e outros atores sociais

para relacioná-los com variáveis de

3.1 Análise final do estudo

através da sistematização

das iniciativas, dos

processos de avaliação dos

3.1.1Produção de uma publicação dos

estudos de caso visando a divulgação do

processo e a replicabilidade do método

em experiências similares.

4º trimestre

contextos, local, regional e nacional.

resultados encontrados e do

levantamento bibliográfico

realizado

10. Recursos Solicitados

10.1. Contrapartida

CEPEDOC – Recursos Humanos: pesquisadores, bolsistas (de iniciação técnica), assistente de pesquisa, apoio administrativo. CEPEDOC - Infra-estrutura física, Recursos materiais: 5 micro-computadores, 3 impressoras, 1 fax, telefone, 2 câmeras digitais, 2 laptop. 10.2. Proposta Orçamentária

PROPOSTA ORCAMENTARIA

Rubrica Valor (R$) 1,00

Materiais de Consumo 4035,00Passagens aéreas 10500,00Despesas com deslocamento 6000,00Bolsas de iniciação científica 30225,00Pesquisadores 45000,00Assistente de pesquisa 6000,00Apoio Administrativo 4200,00Serviços- Pessoa Jurídica 52000,00Obrigações Tributárias e Contributivas 2040,00

TOTAL 160.000,00

10.3 Cronograma de Desembolso (R$)

Produto Período da liberação do

recurso financeiro

Percentual

(%)

Valor

Ação 1.1.1 Assinatura 27 43.200,00

Ações 1.2.1, 2.1.1 Início do 2º Mês - -

Ações 2.2.1, 2.3.1, 2.4.1 Início do 4º Mês 38 60.800,00

Ações 2.5.1, 2.6.1,2.7.1 Início do 7º Mês 25 40.000,00

Ação 3.1.1 Fim do 11º Mês 10 16.000,00

Total 100 160.000,00

10.4 Orçamento detalhado (R$)

10.4.1. Apoio Financeiro a Estudante

Item Especificação

Indicador Físico VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Unidade Quant. 1 Bolsista de iniciação

científica para 12 meses bolsista 5 500,00 30.000,00

2 Seguro para 12 meses bolsista 5 45,00 225,00 TOTAL 30.225,00

10.4.2. Material de Consumo

Item Especificação do Material

Indicador Físico VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Unidade Quant.

1 Papel A4 report Resma 50 10,00 500,002 Papel A2 report Resma 50 10,00 500,003 Cartucho HP UND 11 120,00 1320,00

4 Pasta Plástica UND 160 2,00 320,005 Pincéis atômicos, lápis,

canetas diversos vários

500,006 Transparências UND 40 3,00 120,007 Etiquetas cx 3 25,00 75,008 Toner UND 10 70,00 700,00 TOTAL 4035,00

10.4.3. Serviços de terceiros - Pessoa Jurídica

Item Especificação dos Serviços

Indicador Físico VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Unidade Quant.

1 Publicação da “Coleção Cidades Saudáveis e Agendas Urbanas”(600 coleções composta de 7 livretos)

UND 600 70,00 42.000,00

2 Publicação do estudo final (formato livreto)

UND 1000 10,00 10.000,00

TOTAL 52.000,00 10.4.4. Obrigações tributárias e contributivas

Item Especificação dos Serviços

Indicador Físico

VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Unidade

Quant.

1 Assistente de pesquisa mês 12 100,00 1200,002 Apoio administrativo mês 12 70,00 840,00 TOTAL 2040,00

10.4.5. Despesas com deslocamentos, alimentação e hospedagem

Item

Especificação VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Quant.

1 Deslocamentos da equipe

15 400,00 6.000,00

TOTAL 6.000,00 10.4.6. Passagens

Item

Especificação Indicador Físico VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Unidade Quant.

1 Passagens aéreas Passagens 15 700,00 10500,00 TOTAL 10500,00

10.4.7. Recursos cognitivos do estudo

Item

Especificação VALOR UNITÁRIO

VALOR TOTAL

Quant. Total

de horas

1 Pesquisadores (R$120,00 hora /pesquisador)

375 45.000,00

Quantidade

Custo mensal VALOR

TOTAL 2 Assistente de pesquisa 01 500,00 6000,00 3 Apoio administrativo 01 350,00 4200,00 TOTAL 55.200,00