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1 Dom Casmurro Dom Casmurro Machado de Assis Machado de Assis Prof. Welington Fernande Prof. Welington Fernande

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Esboço para uma breve apresentação sobre Dom Casmurro

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  • *Dom CasmurroMachado de Assis

    Prof. Welington Fernandes

  • *Sntese do enredoEm 1842, nasce Bentinho; por volta de 1844, eleito deputado, o pai muda-se com a famlia para o Rio de Janeiro. Algum tempo depois, o pai morre; em 1857, ao entrar em casa, ouve uma conversa entre sua me e o agregado Jos Dias: fica sabendo da promessa feita pela me (de torn-lo padre) e tem uma revelao a partir das palavras do agregado sobre sua amizade com a filha do vizinho (Capitu); por volta de 1860, Bentinho deixa o Seminrio; Em 1865, Bento e Capitu se casam; Em 1871, morre Escobar (amigo desde os tempos do Seminrio); No velrio, Bentinho estranha a forma como Capitu encara o cadver, e fica com a impresso de que ela estava tentando sufocar o choro. Quando, finalmente, as lgrimas lhe saltam aos olhos (poucas e caladas), ela teria tentando se afastar, levando consigo a viva. No entanto, como se o cadver a estivesse retendo. Em 1872, Capitu comenta com Bento que os olhos de Ezequiel se parecem com os de Escobar. A partir disso, Bento passa a sentir um cime doentio dela. Tempos depois, Bento, a esposa e o filho viajam Europa, de onde ele retorna sozinho. A partir da, passa a se corresponder e chega a fazer umas poucas viagens (sempre com o intuito de manter as aparncias). Mas, segundo ele, nunca mais se encontra com Capitu. Alguns anos depois, recebe uma breve visita de Ezequiel, que sai para outra viagem na qual acaba vitimado por uma febre tifide. Manda construir uma casa (reproduo daquele em que passara a infncia e adolescncia). Escreve suas memrias.

  • *DOM CASMURROPERSONAGENS PRINCIPAISDONA GLRIA a me de Bentinho, era uma santa criatura. Apesar de ainda nova e bonita ( 42 anos ), vestia-se com roupas escuras, sem enfeites. Fez promessa de que Bentinho seria padre. JOS DIAS agregado da casa de Bentinho, ali vivia h muito tempo. Vestia-se moda antiga. Amava os superlativos. Opinava e era ouvido. Achava que Capitu, a vizinha por quem Bentinho, sem saber, estava apaixonado, tinha olhos de cigana oblqua e dissimulada .

  • *DOM CASMURROPERSONAGENS PRINCIPAISJos Dias - ria largo, se era preciso, de um grande riso sem vontade, mas comunicativo, a tal ponto as bochechas, os dentes, os olhos, toda a cara, toda a pessoa, todo o mundo pareciam rir nele. Nos lances graves, gravssimo.

  • *DOM CASMURROPERSONAGENS PRINCIPAIS...um dia apareceu ali vendendo-se por mdico homeopata; levava Manual e uma botica. Havia ento um andao de febres; Jos Dias curou o feitor e uma escrava, e no quis receber nenhuma remunerao. Ento meu pai props-lhe ficar ali vivendo, com pequeno ordenado. Jos Dias recusou, dizendo que era justo levar a sade a casa de sap do pobre. Depois de alguma insistncia por parte o pai de Bentinho, Jos Dias disse que talvez voltasse dali a trs meses, voltou depois de duas semanas e permaneceu na condio de agregado at o fim de seus dias. Algum tempo depois de sua chegada, durante um novo surto de febres na regio, o pai de Bentinho solicitou seus servios e ele confessou que no era mdico e que tomara o ttulo apenas para ajudar a propaganda da nova escola, e que s curara seguindo s instrues dos livros. Agira como um charlato, embora por motivos dignos, mas agora a conscincia o impedia de aceitar outros doentes.

  • *DOM CASMURROPERSONAGENS PRINCIPAISPrima Justina prima de Dona Glria. Parece opor-se aos planos de Bentinho. Ou por um misto de cime e inveja ou por cautela. De certo modo, parece que ela teme pela prpria situao, na condio de parente que vive como dependente sob o teto que eu dia seria de Bentinho.Viva, e segundo as palavras do narrador: "vivia conosco por favor de minha me, e tambm por interesse", "dizia francamente a Pedro o mal que pensava de Paulo, e a Paulo o que pensava de Pedro".TIO COSME j vivo, vivia com a irm, D. Glria, desde que esta enviuvara. Gordo e pesado, tinha a respirao curta e os olhos dorminhocos.

  • *ESCOBAR- amigo que Bentinho conheceu no seminrio. Alegre, despachado, conversador, consentiu sair do seminrio com Bentinho, propondo que D. Glria, para no quebrar a promessa, colocasse l um substituto . Casou-se com Sancha, amiga de Capitu. Freqentava constantemente a casa dos amigos e deu filha o nome de Capitu, em homenagem amiga. Bentinho estranhava algumas de suas visitas inesperadas a Capitu, justo quando ele, Bentinho estava fora. Escobar morreu afogado e o olhar que Capitu lanou ao seu cadver, na sada do enterro, deu a Bentinho a certeza do adultrio de Capitu. DOM CASMURROPERSONAGENS PRINCIPAIS

  • *A condio da mulher no Brasil do XIX"Permanecer solteira era considerado uma desgraa e aos trinta anos uma mulher que no fosse casada era chamada de velha solteirona. Depois que seus pais morriam, o que elas podiam fazer, para onde poderiam ir? Se tivessem um irmo, poderiam viver em sua casa, como hspedes permanentes e indesejados. Algumas tinham que se manter e, ento, as dificuldades apareciam. A nica ocupao paga aberta a essas senhoras era a de governantas, em condies desprezadas e com salrios miserveis. Nenhuma das profisses eram abertas as mulheres; no havia mulheres nos gabinetes governamentais; nem mesmo trabalho de secretaria era feito por elas. At mesmo a enfermagem era desorganizada e desrespeitada at que Florence Nightingale a tornasse uma profisso ao fundar a Nightingale School of Nursing (Escola Nightingale de Enfermagem) em 1860". (Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito de 1860)

  • *A condio da mulher no Brasil do XIXA luta pela conquista do espao feminino no sculo XIX deu-se em duasfrentes: a primeira estava relacionada necessidade de instruo das mulheres; asegunda com a utilizao da escrita para falar por si. Essa ltima necessidade viaseatrelada ao fato de que j havia um discurso masculino que falava pela mulher antes mesma que ela o fizesse.O homem, no caso, pensa e elabora a fala da mulher segundo seu prprio ponto devista, sendo, portanto, sujeito do discurso na medida que constri a imagem femininade acordo com a ideologia dominante em cada poca, sempre sob a tica masculina.(PAIXO, 1991, p. 13) in: LITERATURA E HISTRIA NO ROMANCE FEMININO DO BRASIL NO SCULO XIX: RSULA.Eleuza Diana Almeida Tavares (UESB)Fani Miranda Tabak (Orientadora - Profa. Dra. Lit. Brasileira da UESB)http://www.ich.pucminas.br/posletras/Producao%20docente/Audemaro/Modos%20de%20ler%20Dom%20Casmurro%202.pdf

  • *CAPTULO CXLI / A SOLUO Aqui est o que fizemos. Pegamos em ns e fomos para a Europa, no passear, nem ver nada, novo nem velho; paramos na Sua. Uma professora do Rio Grande, que foi conosco, ficou de companhia a Capitu, ensinando a lngua materna a Ezequiel, que aprenderia o resto nas escolas do pas. Assim regulada a vida, tornei ao Brasil. Ao cabo de alguns meses, Capitu comeara a escrever-me cartas, a que respondi com brevidade e sequido. As dela eram submissas, sem dio, acaso afetuosas, e para o fim saudosas; pedia-me que a fosse ver. Embarquei um ano depois, mas no a procurei, e repeti a viagem com o mesmo resultado. Na volta, os que se lembravam dela, queriam notcias, e eu dava-lhes, como se acabasse de viver com ela; naturalmente as viagens eram feitas com o intuito de simular isto mesmo, e enganar a opinio. Um dia, finalmente...

  • *Legislao sobre divrcio no sculo XIX"Em 1857 a lei do divrcio foi aprovada e, como bem conhecido, definiu legalmente diferentes parmetros morais para homens e mulheres. De acordo com essa lei, um homem poderia obter a dissoluo de seu casamento se ele pudesse provar um ato de infidelidade de sua esposa; porm uma mulher no poderia desfazer seu casamento a no ser que pudesse provar que seu marido fosse culpado no apenas de infidelidade, mas tambm de crueldade". (Millicent Garrett Fawcett, em seu livro "O voto das mulheres", publicado em 1911)

  • *DOM CASMURRODos motivos para se desconfiar de Capitu:- a ambgua Capitu. Dissimulada, fria e calculista, a filha do Pdua tinha razes e como! para casar com Bentinho por motivos outros que no o amor;- A semelhana fsica e psicolgica entre Escobar e Ezequiel;- a perda de controle da sempre controlada Capitu no velrio de Escobar;- a passividade com que ela aceita ir morar no estrangeiro, longe do seu amor de infncia;- duas vezes em que Escobar visita Capitu em casa, na ausncia de Bentinho. O que torna essas visitas um pouco mais suspeitas que quando Capitu se v obrigada a contar ao marido sobre a primeira visita do amigo ela comenta: "Pouco antes de voc chegar; eu no disse para que voc no desconfiasse. Ora, quem desconfia, desconfia de alguma coisa.

  • *DOM CASMURRODos motivos para se desconfiar do Narrador:- As confisses de Bento Santiago so uma verso pessoal de acontecimentos dramticos, sujeita, portanto, a omisses voluntrias ou casuais, e a deformaes porventura preconcebidas - Ele prprio cita a seguinte passagem da Bblia: "no tenhas cimes de tua mulher para que ela no se meta a enganar-te com a malcia que aprender de ti" - (de Jesus, filho de Sirach: Eclesistico, IX,1)- Ele prprio confessa (quanto, como e de que(-m)) passou a sentir cime "de tudo e de todos" e acrescenta "Um vizinho, um par de valsa, qualquer homem, qualquer moo ou maduro- Ele prprio comenta a casual semelhana de Capitu com a me de Sancha, parecidssimas sem qualquer grau de parentesco entre as duas. Nesse contexto acaba por citar as palavras do pai de Sancha afirma: "Na vida h dessas semelhanas assim esquisitas".- Segundo o Houaiss, a acepo jurdica (vale lembrar que Bento advogado) do termo capitular : reunir (acusaes) em captulos. No difcil pensar o apelido Capitu, com o qual Bento se refere a sua vizinha-amada-esposa-ex-mulher como uma abreviao de capitular.