apresentação sem as mulheres os direitos nÃo sÃo...

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Prezados amigos e amigas, Inspirado no Lema 2016 da Novamerica - - este número do está dedicado a debater os direitos humanos e a luta histórica das mulheres por seus direitos. Este é o convite do Boletim Cidadania em Rede. Inspirados em nosso compromisso institucional de educar em e para os direitos humanos, nosso objetivo é refletir sobre a relação entre a luta por direitos de igualdade entre homens e mulheres e a perspectiva feminista. Assim, através de notícias, atividades, entrevistas, textos e imagens, queremos entender os avanços e os limites que a luta pelos direitos das mulheres têm enfrentado ao longo da história. Boa leitura e bom trabalho! “Direito das Mulheres: compromisso de todos e todas” Boletim Cidadania em Rede em em ede ede idadania idadania e Ano XIII - Nº 1 / 2016 Apresentação Apresentação SEM AS MULHERES OS DIREITOS NÃO SÃO HUMANOS Das Mulheres ao Gênero: uma Trajetória dos Movimentos Feministas AS MULHERES E OS DIREITOS HUMANOS Com a Palavra... Com a Palavra... “Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.” Simone de Beauvoir (1908-1986) Escritora, filósofa e teórica feminista. A Equipe. Simone de Beauvoir 2 0 1 6 2 0 1 6

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Prezados amigos e amigas,

Inspirado no Lema 2016 da Novamerica -

- este número doestá dedicado a debater os direitos humanos e a

luta histórica das mulheres por seus direitos. Esteé o convite do Boletim Cidadania em Rede.

Inspirados em nosso compromisso institucional deeducar em e para os direitos humanos, nosso

objetivo é refletir sobre a relação entre a lutapor direitos de igualdade entre homens e

mulheres e a perspectiva feminista.

Assim, através de notícias, atividades,entrevistas, textos e imagens, queremos

entender os avanços e os limites que a luta pelosdireitos das mulheres têm enfrentado ao longo da

história.

Boa leitura e bom trabalho!

“Direitodas Mulheres: compromisso de todos e todas”

Boletim Cidadania em Rede

emem edeedeidadaniaidadania eAno XIII - Nº 1 / 2016

ApresentaçãoApresentação

SEM AS MULHERES OS DIREITOSNÃO SÃO HUMANOS

Das Mulheres ao Gênero:uma Trajetória dos

Movimentos Feministas

AS MULHERES EOS DIREITOS HUMANOS

Com a Palavra...Com a Palavra...

“Nunca se esqueça que bastauma crise política, econômica

ou religiosa para que osdireitos das mulheres sejam

questionados. Esses direitos nãosão permanentes. Você terá que manter-se vigilante

durante toda a sua vida.”

Simone de Beauvoir (1908-1986)Escritora, filósofa e teórica feminista.

A Equipe.

Simonede Beauvoir

2 0 1 62 0 1 6

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e

Ideias

Focoem

mulheres eram colocadas num lugar deinferioridade em relação aos homens. Oconceito de gênero nasce para explicar adesigualdade social entre homens emulheres criadas a partir de diferençasbiológicas.

Falar em relações de gênero implicacompreender o nosso reconhecimentosocial enquanto mulher ou homem, nãodepende unicamente das característicasbiológicas presentes em nossos corpos,mas que estamos inseridos em sistemas derelações sociais, culturais e históricas.Assim, a categoria de gênero tem comoobjetivo destacar o caráter social edinâmico, das diferenças e dasdiscriminações baseadas no sexo.

Apesar do conceito de gênero surgir emoposição à opressão vivenciada pelasmulheres na sociedade, as feministasacabaram criando uma noção de mulhersupostamente universalizada, sendo essaimagem de mulher pautada nas questõesdas mulheres brancas, o que fez com que oconceito de gênero não contemplassetodas as mulheres. Por exemplo, asmulheres negras sentiram necessidade deconstruir outros espaços sociais de luta,fora dos movimentos feministas e tambémfora dos movimentos negros. Elasconstruíram seus próprios núcleos, poisidentificaram que nos movimentosfeministas e nos movimentos negros suasquestões específicas - de mulheres e denegras - eram sempre colocadas emlugares secundários.

Assim, percebemos que entre lutas,tensões e questionamentos, a trajetóriados movimentos feministas não deve sercompreendida de uma mesma forma. Épreciso ter em mente que existem diversosfeminismos, com agendas próprias, compontos de aproximação e distanciamentos.

Os feminismos de hoje não são os mesmod e o n t e m , m a s e l e s p o s s u e mcaracterísticas em comum. Seguimoslutando contra a inferiorização dasmulheres, sua subordinação e dominação.

Dentre os desafios do tempo presente, nãopodemos fugir de interrogar os padrões danormalidade, pois eles atravessam asconcepções do que é ser mulher. Torna-seessencial questionar e refletir sobre ospadrões de gênero. Ou seja, sobre aquiloque chamamos de feminino e masculino.

É a partir da desestabilização dessespadrões e normas que podemos abrirespaços para novas possibilidades de sermulher hoje. Assim, vamos reconhecendoa pluralidade do grupo de mulheres:brancas, negras, índias, pobres, de classemédia, trans, lésbicas, entre tantasoutras. Esta diversidade existente dentrodos movimentos feministas é uma de suasriquezas atuais. Não se trata de ummovimento, mas de vários movimentos,com objetivo comum: a luta pelos direitosdas mulheres.

Movimento ou movimentos?

Das Mulheres ao Gênero:uma Trajetória dos

Movimentos FeministasO feminismo no Brasil

O conceito de gênero

Vale lembrar que, no contexto brasileiro,durante a chamada primeira onda dofeminismo, ou seja, nos anos finais doséculo XIX, ainda vivíamos o fim do sistemaescravista. Sendo assim, as mulheresnegras não estavam minimamentecontempladas nas lutas das mulheresbrancas; já que umas eram escravas eoutras senhoras que desejavam pelodireito ao voto e à herança.

Também devemos considerar que a lutapor direitos políticos, como o caso do voto,não foi linear em todo mundo. No Brasil,por exemplo, as mulheres, brancas enegras, só conquistaram o direito ao votoem 1932. Porém, nem todas estavamincluídas, podiam votar apenas asmulheres casadas, com autorização dosmaridos, e as viúvas e solteiras com rendaprópria.

Isso comprova que as três ondas feministassão desenvolvidas de maneira muitodiferente em cada contexto. Sendo assim,em determinados países, onde a populaçãojá possuía melhores condições de vida eacesso à educação, as lutas feministas seampliaram, enquanto em países como onosso, colonizado e escravista, essas lutasseguiram outros ritmos.

O feminismo, no Brasil, só vai ganhar forçae repercussão na década de 1970. Suaprincipal característica está nas lutaspolíticas e trabalhistas. Assim, assumindoa necessidade e a urgência de fazeravançar a luta das mulheres, as feministasbrasileiras afirmaram a importância dereescreverem a história, trazendo suasexperiências e suas questões.

Os estudos sobre o direito das mulheresforam os primeiros passos para o queconhecemos hoje como “estudos degênero”. Pautados inicialmente numaseparação estritamente biológica, osestudos de gênero buscavam explicar asdesigualdades sociais das mulheres atravésda diferença entre os sexos (masculino efeminino).

Assim, ao mesmo o tempo que a categoria“mulher” representava uma conquista nocampo dos direitos civis e políticos, elatrazia limitações teóricas. Fazia-senecessária uma nova categoria, querepensasse os critérios da exclusão socialfeminina, a partir das diferençasbiológicas que eram transformadas emdesigualdades sociais.

Desse modo, o conceito de gênero surgecomo proposta de problematizar a própriaconcepção de mulher. Assim, para além dadiferença biológica entre macho e fêmea,o mais importante passa a ser entender asrelações sociais entre homens e mulheres,sendo estas, constituídas de influênciasculturais, sociais, políticas, econômicas ebiológicas. Nestas relações sociais, as

A história dos direitos dasmulheres não pode ser

dissociada da trajetória daslutas feministas, caracterizadas

pela busca de novos espaçossociais e direitos políticos. Dessa

forma, a trajetória feminista deve sercompreendida como parte de uma buscamaior: um conjunto de lutas sociais pordireitos civis e políticos.

Sobre a história dos movimentosfeministas, podemos dizer que existemtrês ondas. Essas ondas podem sercaracterizadas pelos questionamentostrazidos pelas feministas em seusdiferentes momentos.

A pode ser localizada navirada do século XIX para o XX. Asfeministas começaram a questionar a faltade direitos políticos das mulheres,principalmente, o direito ao voto, aotrabalho e ao recebimento de herança. Emalguns países, como França e a Inglaterra,mesmo as mulheres da nobreza, com amorte do chefe da família, não possuíamdireitos sobre os bens herdados. Quemherdava os bens era o filho homem ou umparente mais próximo.

A pode ser caracterizadapelos questionamentos ligados ao direitoao corpo. É nessa fase que surge a pílulaanticoncepcional. A criação da pílula écompreendida como um momento delibertação das mulheres. É após seusurgimento que as mulheres vão entrar demodo mais intensivo no mercado detrabalho, pois elas passam a ter maiorcontrole sobre a maternidade, podendoescolher o momento que desejavamengravidar. Antes da pílula, as mulheresnão tinham essa possibilidade e elasviviam, praticamente, em função daprocriação e dos cuidados de muitos filhos.Também podemos atribuir à segunda ondaum maior impulso na teoria feminista. Em1949, Simone de Beauvoir escreve ohistórico livro . O livro éum dos marcos do feminismo e aformulação “

é reconhecida como um dosprimórdios do conceito de gênero.

Assim, o surgimento e a consolidação doconceito de gênero configuram a

dos movimentos feministas, quep o d e s e r c a r a c t e r i z a d a p e l o squestionamentos dentro do própriomovimento feminista. Um dos pontosl e v a n t a d o s é a p r e t e n s ã o d ehomogeneidade do movimento feministaque acabava por não levar em conta adiversidade presente entre as mulheres.Essa crítica foi levantada, por exemplo,pelas mulheres negras e pelas mulhereslésbicas, que não se percebiamcontempladas dentro das lutas clássicas dofeminismo.

A história do feminismo em três ondas.

primeira onda

segunda onda

terceiraonda

“O Segundo Sexo”

não se nasce mulher, torna-semulher”

Rachel Pulcino (PUC-Rio)

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1º momento:

2º momento:

SENSIBILIZAÇÃO

APROFUNDAMENTO

, de RachelPulcino (Seção

O/a animador/a apresenta opara introduzir o tema e pede que os

participantes comentem livremente as imagens e asfrases.

Em seguida, o/a animador/a pede que osparticipantes escolham uma frase do Jornal Muralpara ser analisada. O animador pode lançar aseguinte questão:

O/a animador/a distribui a todos os participantesuma cópia do texto

, do BoletimCidadania em Rede).

Após a leitura, o/a animador/a pode guiar o debatecom as seguintes questões:

“Jornal Mural Imagense Palavras”

Como você relaciona as frases e asimagens do Jornal Mural?

“Das mulheres ao gênero: umatrajetória dos movimentos feministas”

“Idéias em Foco”

Apresentamos trechos de duas entrevistas de ,professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do RioGrande do Sul (UFRGS), que pesquisa as questões de gênero no campo

educacional. As entrevistadas foram publicadas na Revista Difere (2012)e na Revista Cult (2014).

Guacira Lopes Louro

O que a motivou a debater gênero e sexualidade em educação? Como foi suatrajetória até o debate de gênero e sexualidade?

Posso dizer que sou uma pessoa inquieta, me interesso por muitas coisas ao mesmotempo e gosto de estar com gente; mas se tivesse de buscar uma característica mais

constante em minha vida, diria que sou uma “professora”. Já trabalhava comoprofessora quando comecei a faculdade, pois já havia feito a Escola Normal. Então,

depois de concluir o curso de História, fiz concurso para a Faculdade de Educação daUFRGS, onde acabei construindo toda minha carreira acadêmica. O interesse pelasquestões de gênero e sexualidade provavelmente estão vinculados à minha própriaexperiência como mulher atenta às coisas de seu tempo, às significativas mudanças

culturais e sociais que, muito jovem, vivi e observei, principalmente a partir do finaldos anos 1960. Além desse contexto social mais amplo, costumo identificar comoespecialmente significativo para meu interesse na área de gênero e sexualidade aminha atividade como professora de História da Educação, no curso de Pedagogia.

Nessas aulas, as estudantes me questionavam sobre a ausência das mulheres nos textosoficiais, nos relatos e documentos. De fato, quando mencionada, a educação femininacostumava ficar restrita a notas de rodapé. Essa ausência ou esse silêncio me levou apropor o tema - A história da educação da mulher - como anteprojeto de tese, ao me

candidatar a uma vaga no curso de doutorado da Unicamp. A tese, afinal, acabouenfocando a educação de mulheres numa escola tradicional do Rio Grande do Sul, oInstituto de Educação de Porto Alegre. Não por acaso, tinha sido nessa escola que eu

havia estudado desde o jardim de infância. Por isso, talvez seja possível dizer que, dealgum modo, eu acabaria realizando uma reflexão sobre minha própria trajetória comomulher e professora, junto com a análise cultural mais ampla. Concluído o doutorado,retornei à UFRGS, ingressei como docente no Programa de Pós-Graduação em Educaçãoe ali passei a oferecer seminários avançados sobre a temática. Posso dizer então quefoi um mergulho nos estudos feministas que me levou ao conceito de gênero, e foram

as demandas das professoras e professores nas salas de aulas que, logo a seguir,passaram a exigir minha atenção aos estudos sobre sexualidade.

A emergência de gênero como categoria de análise nãoproduziu uma certa “territorialização” das identidades

de gênero, mesmo quando pretende desconstruir asoposições binárias?

Entendo que o texto de Joan Scott é um marco no campodos Estudos Feministas. De um modo ou de outro,

praticamente todas as estudiosas feministascontemporâneas se remetem ou se referem a esse artigo.Scott propõe que se deixe de enfocar exclusivamente a

mulher ou as mulheres e se passe a pensar napotencialidade do gênero, um conceito que surgiu no

próprio contexto da luta feminista. Acentuando o caráterconstruído e relacional do gênero, ela chama atenção paracomo e quanto a produção de feminilidades está implicadana produção de masculinidades e vice-versa. Além disso, oque é especialmente significativo, é que ela sugere que, nocontexto das relações de gênero, se compreenda o poder deum modo mais complexo e não restrito à noção de um polodominante, o masculino, e um dominado, o feminino. Scottse aproxima da noção de poder como algo disseminado, que

se exerce em rede e que é atravessado por resistências,cumplicidades. A introdução do conceito de gênero nocampo feminista revelou-se extremamente produtiva erepresentou uma espécie de “virada” nas pesquisas e

atividades que desde então passaram a ser realizadas. Porcerto, há que se reconhecer que esse conceito também foialvo de críticas e de polêmicas. Mas, afinal, é assim que se

constroem as teorias. Debates são indispensáveis para avitalidade de qualquer campo teórico.

O que mais chamou atenção naleitura do texto?

Quais as principais característicasdos movimentos feministas?

Qual seria nosso papel hoje emprol das lutas das mulheres?

Como promover os direitos políticos dasmulheres no Brasil hoje?

COMPROMISSO

O/a animador/a inicia este momento lendopausadamente as palavras de Simone de Beauvoir(Seção ) e os itens da Seção

.

Após estas leituras, propõe a seguinte tarefa para ogrupo:

Após um breve debate, o/a animador/a podeconvidar os participantes a registrarem ocompromisso assumido num cartaz, sintetizando aconversa do grupo.

“Com a Palavra” “VocêSabia?”

3º momento:

Marcelo Andrade

AS MULHERES E OS DIREITOS HUMANOS

Faça Acontecer!

Esta seção está aberta para sua opinião.Comunique-se conosco!

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sobre o tema discutido.

NOTÍCIA

ONU: retração econômica ameaça direitos

das mulheres na América LatinaZH Notícias | 18/05/2016

ISSN 1677 - 4167 Rua Dezenove de Fevereiro, 160 - Botafogo - CEP : 22280 - 030 -Rio de Janeiro - R.J. - BRASILTel/fax: 2542 6244 - 2295 8033 - E-mail: [email protected] - http://www.novamerica.org.br

NOVAMERICA

Editora: Coordenação:Composição Gráfica:

Susana SacavinoCompañia Visual Manteca

Marcelo Andrade

Programa Direitos Humanos Educação e Cidadania

NOVAMERICA

Realização:

A América Latina sai de uma década de avanço econômico eentra em um período de retração que ameaça algumas dasconquistas alcançadas na matéria de igualdade entre homens emulheres, alertou um painel de especialistas da ONU reunidasem Montevidéu.

"Vamos saindo na região de uma longa década de prosperidadecom resultados insuficientes, do ponto de vista das mulheres",disse Lara Blanco, Diretora Regional para as Américas e o Caribeda ONU Mulheres.

Como exemplo, apontou que a taxa de desemprego de mulheresna região é três pontos superior àquela que corresponde aoshomens.

Lara Blanco advertiu que, em um contexto de retração daseconomias regionais depois de um período de forte crescimento,corre-se o "risco de perder conquistas sociais que sãoimportantes para as mulheres".

Lara Blanco participou em Montevidéu do evento "Igualdade deGênero: avanços e desafios na perspectiva regional", junto àdiretora do Instituto Nacional das Mulheres, Mariella Mazzotti, ea coordenadora da ONU Mulher, Denise Cook.

"Os esforços que foram feitos naAmérica Latina e no Caribe parareduzir a violência contra as mulheres não têm sido exitososembora tenham sido grandes", avaliou Blanco.

A representante da ONU se referiu em particular à situação dochamado "triângulo norte" da América Central, formado porHonduras, Guatemala e El Salvador.

"A situação do triângulo norte da América Central é cada vezmais alarmante", argumento, ressaltando casos de violência ede controle sobre a vida das mulheres.

Lara Blanco pediu que se acelerem os esforços pela igualdade naregião e afirmou que é "indispensável mudar a escala deinvestimentos para pôr freio à violência contra as mulheres".

Segundo os últimos dados disponíveis no Observatório deIgualdade de Gênero da Comissão Econômica para AméricaLatina (Cepal), a taxa de homicídios de mulheres por seuscompanheiros e ex-companheiros na América Latina, Caribe,Espanha e Portugal, tem seu maior número absoluto naColômbia, com 145, e a taxa mais alta no Suriname, com 2,61assassinatos para cada 100.000 mulheres.

O relatório da Cepal é produzido a partir de dados oficiais eestudos acadêmicos que reúnem os últimos resultados em cadapaís e não estabelece um período de tempo específico.

eNão!

Que a participação direta da mulher emcargos de comando no mundo ainda é umfato raro?

Que, em 1929, Alzira Soriano conquistou60% dos votos e em 1º de janeiro de 1930foi empossada prefeita de Lajes, no RioGrande do Norte? Alzira Soriano foi àprimeira mulher da América Latina aassumir o governo de uma cidade.

Que, em 1933, Carlota Pereira de Queiróstornou-se a primeira deputada federalbrasileira pelo Estado de São Paulo?

Que Indira Gandhi (Índia, 1966), IsabelPerón (Argentina, 1974) e MargarethTatcher (Inglaterra, 1979) foram asprimeiras mulheres a ocuparem o cargo deChefe de Estado nos estados modernos?

Que, na América Latina, apenas 5 paísesque já tiveram mulheres presidentes daRepública? São eles: (IsabelPerón; 1974 e Cristina Kirchner; 2007 e2011); (Violeta Chamorro1990); (Mireya Moscoso; 1999);

(Michele Bachelet; 2006 e 2014) e(Dilma Rousseff; 2010 e 2014). Num

continente marcado por golpes editaduras, as 6 latino-americanas queexerceram 9 mandatos diferenteschegaram ao poder pelo voto.

Que as mulheres são mais da metade doseleitores brasileiros e minoria noCongresso Nacional? Na Câmara dosDeputados, a representação femininahoje é de apenas 10%. São 45 mulheres e468 homens. No Senado, as mulheresrepresentam apenas 13% dos cargos. São13 mulheres e 68 homens.

Argentina

NicaráguaPanamá

ChileBrasil