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15-02-2004 GRUPO II - jorge matos/joão rosa/carla jarmelo 1 c o m p o s i ç ã o I C u r s o d e A r q u i t e c t u r a e U r b a n i s m o U N I V E R S I D A D E F E R N A N D O PE S S O A

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c o m p o s i ç ã o I

C u r s od eA r q u i t e c t u r ae U r b a n i s m o

U N I V E R S I D A D E F E R N A N D O PE S S O A

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““C A S A M A L A P A R T E”C A S A M A L A P A R T E”

CASAS DO SÉCULO XXCASAS DO SÉCULO XX

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O A R Q U I T E C T O - Adalberto LiberaAdalberto Libera

Nasceu a 16 de Junho de 1903, em Villa Lagarina e com o eclodir da guerra a família transfere-se para Parma.

Em 1925, depois de estudar Matemática e Arte, inscreve-se na Regia Scuola di Architettura di Roma e recebe o Grau de Arquitecto em 1928, sabendo-se que já em 1926 era elemento activo do GRUPP7, onde entrou através de Gino Pollini, sobressaindo pelos seus textos.

Em 1928 ajudou o Movimento dell’Architettura Razionale (MAR) e, em 1930, o Movimento Italiano dell’Architettura Razionale (MIAR).

Em 1928 começou a participar com Gaetano Minnucci, em Roma, e organiza a 1ª. Exposizione dell’Architettura Razionale e em 1931 ajudou a montar a 2ª. na galeria Pier Maria Bardi’s (“Table of Horror’s” -caricaturas da academia da arquitectura do período) que foi mostrada a Mussolini, o que originou uma grande reacção dos arquitectos que fundaram então o Raggruppimento degli Architetti Moderni Italiani (RAMI), apoiado por Marcello Piacentini, causando a dissolução do MIAR.

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Adalberto Libera (1903/1963) foi um dos proeminentes Arquitectos Racionalistas dos anos 30/40.

Foi protagonista da moderna Arquitectura Italiana e um importante elemento organizador cultural durante o movimento GENISIS.

Emergiu como autor de vários trabalhos de edifícios chavedurante o Regime Fascista.

Alguns dos seus trabalhos mais conhecidos são a Casa Malaparte(Capri, Itália, 1938/1943), o Palazzo dei Congressi (Roma, Itália, 1938/1953) e Uffício Postale (Via Marmorata, Roma, Itália, 1934).

Estes e outros projectos, como Escolas, Auditórios e Edifícios de Apartamentos, demonstram que foi um Arquitecto bastante prolífero e abrangente.

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O DONO DA OBRA - CURZIO MALAPARTECURZIO MALAPARTE

Nasceu em 1898 e faleceu em 1957. Originalmente Kurt Erich Suckert, foi um jornalista e escritor italiano que documentou as mudanças políticas e culturais dos anos 30 aos 50, com a sensibilidade de um sismógrafo.

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Prolífero autor de vários géneros literários, correspondente de guerra, actor, novelista, poeta, realizador, soldado, compositor, jornalista (onde colaborou com os surrealistas em Paris), prisioneiro e figura política, “revelador de verdades” – Malaparte associado com Mussolini e Estaline criticou Hitler e admirava Mao. Proprietário de uma revista e produtor cinematográfico, Malaparte era, também aomesmo tempo, fascista, comunista e maoista

Várias vezes foi exilado e preso pelas suas convicções extremistas.

Foi editor-chefe do jornal La Stampa, de Mussolini, acabando por ser deportado para a ilha de Lipari, em 1933, pelas suas opiniões demasiado liberais.

Vittorio De Sica, Jean Coteau, Curzio Malaparte e Antoine de Saint-Exupery

(da esquerda para a direita)

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Durante a 2ª. Guerra Mundial, trabalhou como correspondente de guerra em Berlim, na frente Russa, na Polónia e Finlândia.

Com base nas suas experiências, em 1944, escreveu Kaputt – uma reportagem, em forma de novela, misturando documentários e material, grotesco, humorístico e visões apocalípticas.

Com a queda de Mussolini, retornou da Finlândia para Itália, em 1943 e foi um dos 1os. a juntar-se às Forças Aliadas.

Em The Skin (1949), Malaparte descreve os acontecimentos finais da guerra em Itália.

Em 1950 escreveu e dirigiu um filme chamado Forbidden Christ.

Depois da guerra Malaparte aproximou-se dos Comunistas e desenvolveu interesse pela China de Mao Ze Dong.O último acto de religiosidade do escritor teve lugar no seu leito de morte, quando se juntou ao Partido Comunista e pediu Absolvição.

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O local para a construção da CASA

Durante um dos seus exílios, resolve construir uma casa na Baía de Nápoles onde, em 1937, escolhe um local em Capri.

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O belíssimo cenário, reabilitado por aristocratas amantes da natureza no início do século, era fantástico e com a vantagem adicional do genro de Mussolini, também ministro dos negócios estrangeiros, ali passar as suas férias e se ter comprometido a conseguir-lhe a licença de construção.

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O local devia ser um dos mais extraordinários e delicados do mundo, pelo que, para garantir a autorização, Malaparte encomendou o projecto ao conhecido arquitecto romano, Adalberto Libera, a quem se atribuiu a autoria da casa durante muitos anos.

Todavia, sabe-se hoje com toda a certeza que a maior parte da concepção se deve ao próprio Malaparte, apoiado pelo seu mestre-pedreiro, Adolfo Amitrano.

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Isto e a doutrina racionalista que o arquitecto defendia tiveram um peso equilibrado no edifício resultante.

O projectado por Libera e alterado por Malaparte é um exemplo paradigmático na história da arquitectura doméstica, atendendo àsituação da moradia, à beira duma escarpa e à vontade do cliente em concretizar o seu ideal de habitação

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É, sem dúvida, um episódio arquitectónico único no contexto de Capri. Não segue nenhum estilo local. Não faz nada para se misturar no ambiente circundante embora não possamos imaginar nenhum outro local onde pudesse ser construída. A linha decidida e marcante, o volume agudo que vai transitando em modo modular evidencia a origem racionalista da concepção arquitectónica que está na base desta construção.É um enigma perpétuo, que confunde quem se aproxima para a ver.

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Apresenta um volume com lados divergentes para sul, tecto em escada até um terraço sobre o qual Malaparte fez construir um muro com a forma de falso “C” para o proteger dos olhares indiscretos dos curiosos quando tomava banhos de sol.

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É rematada por um terraço exterior (transformado num solário que é o único andar visível do mar) a que se acede através de uma escadaria onde os degraus se escondem à medida da ascensão, lembrando a de Miguel Ângelo, no Campidoglio de Roma, embora, de facto, tenha sido inspirada pela Igreja da Anunciação de Lipari.

A casa nasce do próprio promontório rochoso (Punta Massullo – um penhasco na

ilha de Capri)..

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Em vez do simples corredor idealizado por Libera, Malaparte prolongou o volume ligeiramente, concretizando uma sequência axial que parece sugerida pela domus grega, achada em várias escavações arqueológicas dos anos 30.

Planta da cobertura ... 1/100

0.40

L

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A planta desenvolve-se de forma rigorosamente ortogonal nos limites do perímetro autorizado para a construção, deixando surgir uma simples e familiar forma que, além de não interferir com a enorme beleza da paisagem envolvente, permite igualmente que a casa surja como uma plataforma profundamente natural.

Planta da cobertura ... 1/100

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L

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0.30

A Casa Malaparte é mais que um ícone arquitectónico – é uma obra prima literária, um manifesto político e a autobiografia do seu proprietário

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Este inigualável cenário transforma-se numa realização sem limites quando se contempla das escadas tipo teatro grego.

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No interior, a vista avassaladora é emoldurada por janelas rectangulares da maior simplicidade, rasgadas nas grossas paredes.

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“Eu não construí a casa – afirmou Malaparte ao General Rommel –construí, sim, a paisagem”.

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Um dos pormenores manifestamente artísticos aparece no salão, onde um pequeno envidraçado, aberto na lareira, permite ver a imagem das chamas ondeando sobre o Mediterrâneo. Um sublime instante artístico de fusão entre o fogo e a água.

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Por baixo da cobertura-solário, a casa dispõe-se em três pisos de diferentes comprimentos.

0.25

0.80

Planta do 2º. piso ... 1/100

Planta do 3º. piso ... 1/100

0.65

1.78

0.16

0.25

0.37

0.58

L

L

0.65

Planta do 1º. piso ... 1/100

0.31

0.32

0.330.25 L

0.65

23.79 m2Estúdio/escritório

20.98 m2Suíte

20.98 m2Suíte

12.22 m2Circulação

96.75 m2Sala

10.34 m2Patamar/circ.

7.56 m2Arrumos

4.04 m2Arrumos

6.21 m2Arrumos

8.29 m2Quarto de hóspedes

23.79 m2Caixa de ar ventilada

8.29 m2Quarto de hóspedes

8.68 m2Quarto de hóspedes

8.68 m2Quarto de hóspedes

7.17 m2Corredor

14.51 m2Cozinha/copa

10.42 m2Patamar22.46 m2

Circulação de serviço3.15 m2Arrumos

7.69 m2Quarto dos empregados

7.61 m2Quarto dos empregados

4.15 m2Cozinha

10.68 m2Sala de refeições

7.00 m2Circulação de serviço

3.28 m2Arrumos

7.15 m2Arrumos

1.31 m2Arrumos

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Nos dois pisos inferiores Libera situou os quartos de visitas e as dependências de serviços.

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Planta do 2º. piso ... 1/100

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Planta do 1º. piso ... 1/100

0.31

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0.330.25 L

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8.29 m2Quarto de hóspedes

23.79 m2Caixa de ar ventilada

8.29 m2Quarto de hóspedes

8.68 m2Quarto de hóspedes

8.68 m2Quarto de hóspedes

7.17 m2Corredor

14.51 m2Cozinha/copa

10.42 m2Patamar22.46 m2

Circulação de serviço3.15 m2Arrumos

7.69 m2Quarto dos empregados

7.61 m2Quarto dos empregados

4.15 m2Cozinha

10.68 m2Sala de refeições

7.00 m2Circulação de serviço

3.28 m2Arrumos

7.15 m2Arrumos

1.31 m2Arrumos

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O piso superior está exclusivamente ocupado pelo apartamento do escritor, que, de certo modo, é a única parte da casa a gozar plenamente de tão singular situação. No último andar, no estúdio do romancista, metade da superfície constitui uma grande sala de estar e a outra metade organiza-se a partir de um eixo de simetria central que separa dois quartos, e acentua o carácter remotamente náutico que a casa sugere. Seguindo a linha do barco, o estúdio do escritor situa-se na parte posterior do piso privilegiado da casa: a ré

Planta do 3º. piso ... 1/100

1.78 L

23.79 m2Estúdio/escritório

20.98 m2Suíte

20.98 m2Suíte

12.22 m2Circulação

96.75 m2Sala

10.34 m2Patamar/circ.

7.56 m2Arrumos

4.04 m2Arrumos

6.21 m2Arrumos

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Na rocha, pintada com um tom encarnecido, a casa surge ao longe como um objecto que conclui a paisagem. Longe de atenuar o perfil do rochedo, o volume recorta e completa a vista da escarpa. Embora a licença de construção da vivenda, num local tão distante da civilização, mas tão perto do mar, tenha sido concedida tão rapidamente, a construção demorou anos num processo arrastado e moroso, interrompido por várias alterações.

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Ao longo desses anos, Curzio Malaparte tomou as rédeas do projecto, dado que Libera, estava muito atarefado com o objectivo de apresentar e transformar o racionalismo na linha oficial para a aplicar na construção durante o governo de Mussolini. Nesta perspectiva, o arquitecto começara já a construção daquele que ficaria na história como o seu projecto mais importante: o Palácio de Congressos de Roma, um edifício monumental e rígido, muito distante da bela silhueta da Casa Malaparte a repousar por entre a paisagem.

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Actualmente, a casa continua desocupada, tendo permanecido selada durante os vinte anos que se seguiram à sua morte em 1957. Pensa-se que Malaparte desejava que ela constituísse o seu mausoléu à semelhança da “pira ardente” do túmulo romano que Amedeo Maiuri,que no seu Breviario di Capri, publicado em 1937, afirmava ter visto na costa da Anatólia.

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Seja como for, e independentemente daquilo que tenha significado para o seu proprietário e autor, a Casa Malaparte subsiste para lá do tempo e de qualquer descrição convencional sobre o seu processo arquitectónico.

Malaparte chamou ao edifício “casa como eu”, convidando à perpétua especulação sobre o que quereria dizer com isso.

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Bibliografia:“a casa do século XX” – Richard Weston – Editorial Blau, Lda.;

“As casas do Século” – Anatxu Zabalbeascoa – Editorial Gustavo Gili, S.A.;

“Adalberto Libera” – Francesco Garofalo e Luca Veresane;

“Malaparte: A House Like Me” – Michael McDonough –Clarkson Potter/Publishers;

“Casa Malaparte on Capri” – a Solitaire of Modern Architecture – Dr. Petra Liebl-Osborne – Munchen/Miami

FIM