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LITERATURA PROF(a). REBEKKA MENEZES

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LITERATURA

PROF(a). REBEKKA MENEZES

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 01 MULHER AO ESPELHO

Hoje, que seja esta ou aquela,

pouco me importa.

Quero apenas parecer bela,

pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,

já fui Margarida e Beatriz.

Já fui Maria e Madalena.

Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida

do meu cabelo, e do meu rosto,

se tudo é tinta: o mundo, a vida,

o contentamento, o desgosto?

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 01

Por fora, serei como queira

a moda, que me vai matando.

Que me levem pele e caveira

ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,

olhos, braços e sonhos seus,

e morreu pelos seus pecados,

falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,

do alto penteado ao rubro artelho.

Porque uns expiram sobre cruzes,

outros, buscando-se no espelho.

(MEIRELES, Cecília. Poesias Completa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973.)

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 01 O uso de palavras e expressões cotidianas, neste texto,

é carregado de sentido simbólico.

a) Uma expressão utilizada no poema possui um

sentido correspondente ao da expressão "da

cabeça aos pés".

Retire-a do texto.

b) Na 3a estrofe, o substantivo "tinta" se refere a uma

expressão que o antecede.

Transcreva essa expressão e indique a conotação

que o substantivo "tinta" adquire no texto.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 02

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 02Estas mãos

Olha para estas mãos

de mulher roceira,

esforçadas mãos cavouqueiras.

Pesadas, de falanges curtas,

sem trato e sem carinho.

Ossudas e grosseiras.

(...) Mãos que varreram e cozinharam.

Lavaram e estenderam

roupas nos varais.

Pouparam e remendaram.

Mãos domésticas e remendonas.

Minhas mãos doceiras...

jamais ociosas.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 02Fecundas. Imensas e ocupadas.

Mãos laboriosas.

Abertas sempre para dar,

ajudar, unir e abençoar.

Mãos de semeador...

Afeitas à sementeira do trabalho

Caminheira de uma longa estrada.

[...]

(Cora Coralina – 1889-1985 – “Meu livro de cordel”)

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 02A tirinha e o poema “Estas mãos”, embora pertençam a gêneros textuais

diferentes, são semelhantes no que se refere

a) à abordagem da mesma temática, ainda que com diferentes

intenções comunicativas.

b) às tarefas exercidas pelas mãos femininas.

c) à redução do termo mão à questão do trabalho doméstico.

d) à denúncia da exploração do trabalho doméstico feminino.

e) às mãos como conotação de pedido de casamento.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 03Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes

que ficavam no centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha

brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes. “Aquele

branco é meu.” “Não, eu já disse que os brancos são meus.” “Mas esse

não é totalmente branco, tem janelas verdes.” Parávamos às vezes

longo tempo, a cara imprensada nas grades, olhando.

[...] Numa das brincadeiras de “essa casa é minha”, paramos diante de

uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar.

E, à frente, em canteiros bem ajardinados, estavam plantadas as flores.

LISPECTOR, Clarice. Cem anos de perdão. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 60.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 03A narrativa de ficção joga com sentidos duplos e figurados e explora as

variadas possibilidades da linguagem. Na obra de Clarice Lispector,

para atingir uma maior expressividade na construção do texto, destaca-

se ainda a epifania.

Considerando-se o conceito de epifania na obra dessa autora, pode-se

ler o conto “Cem anos de perdão” como

a) antítese do prazer da criança que desvela, por meio do ato de

roubar, as possibilidades da transgressão das rígidas normas impostas

pela sociedade, mas que sofre de forma antecipada devido à

possibilidade da punição.

b) metáfora da passagem da infância para a adolescência, uma vez

que a descoberta dos grandes jardins com suas rosas e pitangas

acena, figurativamente, para a descoberta do erotismo e da

sexualidade.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 03c) alegoria da dor da criança pobre que, ao andar pelas ruas ricas do

espaço urbano, percebe a desigualdade social de Recife, o que

autoriza e legitima o ato de roubar.

d) metonímia do mal que se manifesta, de forma inofensiva, nas

crianças, por meio do roubo de rosas e de pitangas, mas que na vida

adulta se manifestará em atos e atitudes que prejudicarão a

sociedade.

GABARITO: B

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 04TEXTO 1

“Vamos celebrar nossa justiça

A ganância e a difamação

Vamos celebrar os preconceitos

O voto dos analfabetos

Comemorar a água podre

E todos os impostos

Queimadas, mentiras

E sequestros...”

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 04TEXTO 2

“Há manifestantes representando policiais, que defendem a votação da

PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 300, que estabelece o piso

nacional para policiais militares e bombeiros. Outro grupo representa

médicos que querem a derrubada do veto ao projeto de lei do Ato

Médico; e um terceiro bloco é formado por profissionais de 13 categorias

da área de saúde que defendem a manutenção do veto.”

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 04Com base nos textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir:

I. A linguagem literária é predominantemente referencial, visto que é

de natureza complexa e ambivalente.

II. A denotação está presente no texto 1, pois as palavras possuem

sentidos mais precisos.

III. O texto 1 é polissêmico por ser literário e passível de provocar

interpretações diferenciadas.

IV. A expressão “... celebrar nossa justiça...” é produzida com ironia

pelo eu lírico.

V. A sigla PEC 300, utilizada no texto 2, possui sentido figurado e gera

dubiedade na compreensão.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 04Estão CORRETAS

a) I, II e III.

b) I, II e IV.

c) II, III e IV.

d) II, IV e V.

e) III, IV e V.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05Texto 1

Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio de carros em alta

velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos

seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a

sobrevivência. Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo

tiveram mais pressão evolutiva favorável.

Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, mas o medo está

longe de desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito que

servia na época em que nos encontrávamos com um leão enquanto

trazíamos água do rio. A diferença é que agora carregamos carteiras e

andamos pelas ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele atalho

deserto à meia-noite é baseada em um medo racional que promove a

sobrevivência. Na verdade, o que mudou foram só os estímulos, já que

corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo

ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05A maioria de nós jamais esteve perto da peste bubônica (epidemia que

atacou a Europa na época medieval), mas nosso coração para ao vermos

um rato. Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores

envolvidos no medo. O ser humano pode ter o dom da antecipação, o que

nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: coisas que

ouvimos, lemos ou vemos na TV. A maioria de nós nunca vivenciou um

acidente de avião, mas isso não nos impede de sentar em um avião e

agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação de um estímulo de

medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a

situação real. Isso também é um benefício obtido com a evolução.

http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1.htm 01/09/2009 (adaptado).

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05Texto 2

A coragem (...) só se torna uma virtude quando a serviço de outrem ou de

uma causa geral e generosa. Como traço de caráter, a coragem é,

sobretudo, uma fraca sensibilidade ao medo, seja por ele ser pouco

sentido, seja por ser bem suportado, ou até provocar prazer. É a coragem

dos estouvados, dos brigões ou dos impávidos, a coragem dos “durões”,

como se diz em nossos filmes policiais, e todos sabem que a virtude pode

não ter nada a ver com ela.

Isso quer dizer que ela é, do ponto de vista moral, totalmente indiferente?

Não é tão simples assim. Mesmo numa situação em que eu agiria apenas

por egoísmo, pode-se estimar que a ação generosa (por exemplo, o

combate contra um agressor, em vez da súplica) manifestará maior

domínio, maior dignidade, maior liberdade, qualidades moralmente

significativas e que darão à coragem, como que por retroação, algo de seu

valor: sem ser sempre moral, em sua essência, a coragem é aquilo sem o

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05que, não há dúvida, qualquer moral seria impossível ou sem efeito. Alguém

que se entregasse totalmente ao medo que lugar poderia deixar aos seus

deveres? (...) O medo é egoísta. A covardia é egoísta. (...) Como virtude, ao

contrário, a coragem supõe sempre uma forma de desinteresse, de

altruísmo ou de generosidade. Ela não exclui, sem dúvida, uma certa

insensibilidade ao medo, até mesmo um gosto por ele. Mas não os supõe

necessariamente. Essa coragem não é a ausência do medo, é a

capacidade de superá-lo, quando ele existe, por uma vontade mais forte e

mais generosa. Já não é (ou já não é apenas) fisiologia, é força de alma,

diante do perigo. Já não é uma paixão, é uma virtude, é a condição de

todas. Já não é a coragem dos durões, é a coragem dos doces, e dos

heróis.

André Comte-Sponville. Pequeno tratado das grandes virtudes. P. 55 a 57 (adaptado).

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05Texto 3

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05Para responder à questão, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F

(falso), considerando as afirmativas sobre o texto 3 e relacionando-as, se for

o caso, com as ideias presentes nos textos 1 e 2.

( ) No primeiro quadrinho, a palavra “hostilidade” está sendo usada com

uma conotação positiva.

( ) O conceito de “ação generosa”, apresentado no texto 2 (2º

parágrafo), é exemplificado nos planos das crianças, no segundo quadro

do texto 3.

( ) No terceiro e no quarto quadrinhos, as falas de Hamlet indicam que ele

já vivenciou a situação descrita.

( ) O “dom da antecipação”, explicitado no texto 1 (3º parágrafo), pode

ser ilustrado pela manifestação das crianças, no quinto quadro do texto 3.

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// QUESTÃO 05A sequência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima

para baixo, é

a) V – F – F – V

b) F – V – F – V

c) V – V – F – F

d) V – F – V – F

e) F – F – V – V

LITERATURA - A ARTE, A LITERATURA E SEUS CONCEITOS

// GABARITO

1.

2. A

3. B

4. C

5. A