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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS COMPONENTESBIOGÊNICOS DO ESTUÁRIO DO RIO REAL E DA PRAIA
DE MANGUE SECO, BAHIA: RESULTADOS PRELIMINARES
Componentes biogênicos são sedimentos oriundos de estruturas biomineralizadas e
de fragmentos esqueletais que apresentam em sua superfície uma feição
reconhecível, porém suas características superficiais são modificadas por fatores
mesológicos (climáticos, fisiográficos e bióticos) e por processos atuantes na área
de sedimentação (ação das marés, correntes, ondas) de modo que a análise
tafonômica destes bioclastos auxilia na determinação dos processos de
sedimentação, transporte dos grãos e na interpretação da energia hidrodinâmica da
região estudada.
Diante disso, este trabalho visou analisar a distribuição espacial dos componentes
biogênicos presentes no sedimento do estuário rio Real e da praia de Mangue Seco,
Litoral Norte da Bahia.
Situado no Município de Jandaíra, o distrito de Mangue Seco encontra-se em um
pontal arenoso que se projeta em direção ao oceano a partir da margem sul do rio
Real na divisa com o estado de Sergipe (Fig. 1).
O sedimento superficial de fundo foi coletado em julho de 2013 (estação chuvosa)
em oito pontos distribuídos ao longo do estuário e também em quatro pontos na
praia de Mangue Seco (Fig. 1).
No laboratório, as amostras de sedimento foram lavadas sob água corrente em
peneira (0,062mm) e secas em estufa a 60°C. Sob estereomicroscópio, os
bioclastos foram identificados e analisados tafonomicamente (Fig. 2).
Foram contabilizados 10.006 componentes biogênicos (7.404 no estuário do rio
Real e 2.602 na praia de Mangue Seco) de 24 categorias biogênicas.
No rio Real predominaram os graus zero (28,3%), três (22,7%) ou dois (22,3%)
de arredondamento, enquanto que na praia prevaleceram os níveis dois
(38,1%) ou três (26,4%).
Foram baixos os percentuais de componentes que apresentaram bioerosão
(2,5%) e/ou bioincrustação (1,7%).
Agradecimentos
Durante a estação chuvosa, nos dois ambientes estudados, ocorre intensa
deposição de bioclastos recentes que são rapidamente soterrados (baixos
índices de bioerosão e bioincrustação), porém também há exumação de
componentes (grãos mosqueados e desgastados), principalmente na praia.
Vale ressaltar que a praia de Mangue Seco é do tipo dissipativa, o que justifica
seu alto índice de grãos dissolvidos, embora a ação das ondas e marés ainda
resulte num maior grau de arredondamento dos bioclastos.
A conclusão da análise das amostras da estação seca permitirá avaliar
possíveis variações sazonais neste padrão. Além disso, os resultados deste
trabalho serão incluídos no material didático que será utilizado nas oficinas e
disponibilizado para a comunidade de Mangue Seco.
Introdução Resultados e Discussão
Materiais e Métodos
Considerações Finais
Fig. 1 – Localização da área de estudo e dos pontos de amostragem.
Nailson Alves; Simone Moraes; Altair Machado; Diógenes Gomes; Cleiton Alves e Gabriele [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]
Fig. 2 – Procedimentos no campo e no laboratório
Fig.3 – Abundância relativa das principais categorias e dos padrões de desgaste e coloração dos
bioclastos no estuário do rio Real e na Praia de Mangue Seco.
BRAZIL
Bahia
Sergipe
0
10
20
30
40
50
60
Alga calcária Bivalve Foraminífero bentônico
GNI
54,23
6,34
13,688,99
%
Principais categorias
0
10
20
30
40
50
60
Agregado Alga calcária Diatomácea GNI Madeira
21,38
8,665,51
8,98
37,97
%
Principais categorias
Estuário do rio Real Praia de Mangue Seco
0
10
20
30
40
50
60
Natural Abrasão Dissolução Quebramento Misto
9,39
3,02
30,89
14,06
42,65
%
Padrões de desgaste
0
10
20
30
40
50
60
Branco Amarelo Mosqueado Marrom Preto
33,88
5,02
33,68
9,80
17,62
%
Padrões de coloração
0
10
20
30
40
50
60
Branco Amarelo Mosqueado Marrom Preto
20,7116,96
50,91
9,13
2,29
%
Padrões de coloração
0
10
20
30
40
50
60
Natural Abrasão Dissolução Quebramento Misto
4,195,18
35,52
13,71
41,41
%
Padrões de desgaste