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Isa Guerreiro
GRUPO DE ENGENHARIA URBANA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA
1
ENGENHARIA URBANA:ENGENHARIA URBANA:CONCEITOS E PRINCÍPIOSCONCEITOS E PRINCÍPIOS
Rio de Janeiro, Brasil
Grupo de Engenharia UrbanaEscola Politécnica / UFRJ
MÓDULO 1CIDADES E ENGENHARIASCIDADES E ENGENHARIAS
Parte 1
Isa Guerreiro
GRUPO DE ENGENHARIA URBANA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROESCOLA POLITÉCNICA
SUMÁRIO
PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
Isa Guerreiro
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As questões ligadas às cidades têm se tornado, juntamente com as questões ligadas ao ambiente, uma
preocupação.
POR QUÊ ?
Isa Guerreiro
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Iniciamos este novo milênio com a metade da população vivendo nas cidades.
Em 2050 a taxa de urbanização no mundo chegará a 65%.
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Esse é um fato
p o s i t i v o ou
n e g a t i v o ?
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URBANO?
RURAL?
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Definindo URBANO urbe = cidade
Cidade – do latim civitas sf – complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma concentração populacional não agrícola.
As Nações Unidas definem uma aglomeração urbana (urban agglomeration) como toda área construída ou densamente povoada que contenha o centro (city proper), os subúrbios e áreas conurbadas. Pode ser menor ou maior que uma metrópole.
Uma região metropolitana (metropolitan area) é o conjunto de áreas com seus governos locais formais que compreende a área urbana como um todo e as áreas imediatamente próximas.
O centro (city proper) é a jurisdição política individual que contém o centro histórico.
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Contudo, o conceito varia de país para país, de acordo com a definição usada por seus governos:
• 105 países baseiam seu conceito por critérios administrativos, utilizando limites físicos do estado ou capitais de província, municipalidades ou outras jurisdições locais; 83 desses utilizam esse único critério para diferenciar o urbano do rural.
• 100 países definem cidade pelo tamanho de sua população ou pela densidade populacional, com concentrações mínimas que variam de 200 a 50.000 habitantes; 57 países usam esse critério como único.
• 25 países definem cidade através de critérios econômicos, embora não exclusivamente, como, por exemplo, a proporção da força de trabalho ativa em atividades não-agrícolas.
• 18 países consideram a disponibilidade de infra-estrutura de saneamento, energia e transportes em sua definição.
• 25 países não definem o termo.• 6 países consideram sua população como inteiramente urbana.
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Exemplos:
Dinamarca: 250 habitantesFrança: 2.000 habitantesEspanha: 10.000 habitantesONU: 20.000 habitantes
Brasil: segundo o IBGE, órgão oficial do Governo Federal responsável pelos censos demográficos, qualquer comunidade urbana caracterizada como sede de município ou de distrito pode ser considerada uma cidade, independentemente de seu número de habitantes.
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Cidades mais Populosas do Mundo
Ranking
2006
Cidade País Área (km²) População estimada
(nº hab.)
Densidade populacional
(hab/km²)
1 Mumbai Índia 437,77 12.883.645 29.430
2 Tóquio Japão 2.187 12.527.115 5.651
3 São Paulo Brasil 1.522 11.016.703 7.175
4 Moscou Rússia 1.081 10.425.000 9.634
5 Seoul Coréia do Sul
605,41 10.297.004 16.575
6 Istambul Turquia 1.538 10.034.830 6.521
7 Shangai China 6.340 9.838.000 2.804
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Áreas Metropolitanas mais Populosas do Mundo
Ranking
2006
Cidade País Área (km²) População estimada
(nº hab.)
Densidade populacional
(hab/km²)
1 Tóquio Japão 13.500 35.197.000 2.610
2 Cidade do México México 4.980 22.850.000 3.818
3 Seoul Coréia do Sul
610 22.300.000 15.725
4 Nova York Estados Unidos
8.680 21.900.000 2.131
5 São Paulo Brasil 8.050 20.000.000 2.277
6
7
Mumbai
Deli
Índia
Índia
4.360
1.480
18.048.000
10.048.000
4.206
10.360
8 Shangai China 6.500 17.503.000 1.949
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Posi-ção
População (habitantes)
Área
(km2)
Densidade
(hab/km2)
Planeta Terra 6.445.398.968 148.940.000 43
1 Mônaco 32.409 1,95 16.620
2 Cingapura 4.425.720 692,7 6.389
19 Índia 1.080.264.388 3.287.590 328
34 Alemanha 82.431.390 357.021 230
150 Brasil 186.112.794 8.511.965 21
191 Austrália 20.090.437 7.686.850 2
Países mais Densamente povoados
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As cidades são, potencialmente, territórios com grande riqueza e diversidade econômica,
ambiental, política e cultural. O modo de vida urbano interfere diretamente sobre o modo
em que estabelecemos vínculos com nossos semelhantes e com o território.
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Relatório da UN-HABITAT – 16.06.06“O Estado das Cidades no Mundo 2006/2007
20072007o primeiro ano em que a metade da população mundial estará vivendo em
ambiente urbano
UM TERÇO DA POPULAÇÃO URBANA NO MUNDO VIVE EM ÁREAS CARENTES
“... Essa data deveria ser comemorada, pois, desde o início dos tempos, cidades são centros de crescimento econômico e
criatividade cultural. No entanto, a urbanização tornou-se sinônimo de favelização.”
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Os mesmos problemas ocorrem em todas as cidades do mundo, da
mesma forma?
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Países centraisElevada taxa de território urbanizado e alto padrão econômico
• Aumento dos gastos energéticos• Aumento das fontes de poluição• Aumento do consumo de área construída• Danos ao ambiente• Problemas no padrão econômico e social
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Países periféricos e semi-periféricos Crescimento urbano acelerado e pressões de ordem social, econômica e ambiental
• Taxa de crescimento econômico não acompanhou a taxa de urbanização favelização
• Maioria da população com renda insuficiente para pagar pelos serviços urbanos, elevando os custos operacionais da cidade, desencorajando investimentos do setor privado
• Governos locais não conseguiram responder rapidamente a essa demanda
• População encontra suas próprias soluções• Condições precárias de moradia: violência
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QUESTÃO
1. Voltar à vida rural, ao campo? OU
2. Continuar vivendo na cidade, e procurar reduzir seu impacto no ambiente e melhorar a qualidade de vida, ou, em outras palavras,
caminhar para a SUSTENTABILIDADE URBANA ?
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DesafioComo?
- Usar razão na prática do planejamento
- Reconhecer que a cidade é dinâmica como dinâmica é a vida humana
- Capacitar dirigentes e técnicos
- Modificar a cultura institucional para permitir a prática do planejamento
- Desenvolver a prática participativa que habilitará a cidadania a controlar a gestão pública
Estará pronta a maioria dos Municípios brasileiros em levar adiante uma administração planejada?
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Mas.....
não há outro caminho senão as iniciativas de por o planejamento em marcha:
“Caminhante, não há caminho: faz-se caminho ao andar.”
Antonio MachadoPoeta espanhol
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O que significam, afinal, os termos:
PLANEJAMENTO URBANO
E
GESTÃO URBANA ?
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Administrar recursos e problemas:
PLANEJAMENTO longo prazo
GESTÃO médio e curto prazos
A administração de forma mais imediata é tão importante quanto a visão de longo alcance, portanto
Planejamento e Gestão devem ser exercidos ao mesmo tempo.
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PLANEJAMENTO URBANO E URBANISMO
Segundo SOUZA, M.L. (2004). Mudar a Cidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil:
PLANEJAMENTO URBANO (que deve ser sempre pensado junto com a GESTÃO):
Campo interdisciplinar que reúne profissionais de diversas competências, para resolver problemas ligados à cidade: arquitetos, engenheiros de diversas especialidades, cientistas sociais, entre os quais os geógrafos, assim como os especialistas em direito urbano, e outros.
URBANISMO (ou DESENHO URBANO, termo adotado no Brasil por vários arquitetos-urbanistas)
Campo incluído no Planejamento Urbano, o Urbanismo é exercido pelos arquitetos-urbanistas, que possuem conhecimentos técnicos para resolver problemas ligados aos aspectos funcionais e estéticos do espaço urbano.
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Segundo KORDA, Martin (1999:37) (org): Städtebau. Stuttgart e Leipzig: Teubner, 4ª Ed. Apud SOUZA, M.L. (2004):
“o Planejamento Urbano (Stadtplanung) se ocupa, acima de tudo, com o direcionamento da evolução espacial e com o uso das superfícies
de uma cidade, ao passo que a missão do Urbanismo (Städtebau) é, antes, a aplicação do planejamento e a modelagem formal do espaço urbano por intermédio da atividade construtiva”.
Portanto, os termos não são sinônimos e nem o primeiro esgota o segundo.
A diferença não significa antagonismo, mas apesar do objeto CIDADE ser um só, os treinamentos recebidos através de cada formação e os olhares de cada profissional sobre a mesma são diferentes.
Dessa forma, para benefício de suas populações, o aprendizado mútuo entre os profissionais de diversas áreas deve ser buscado.
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Diante do exposto, qual é a tarefa da
ENGENHARIA URBANA ?
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ENGENHARIA URBANA – Conceito
Segundo ABIKO, A. (2006):
• uma especialidade da engenharia civil preocupada com a gestão integrada das cidades e de seus subsistemas técnicos
• Transversalidade
– urbanismo, edifícios, infraestruturas, serviços, meio-ambiente
– tecnologias, economia e ciências sociais
• Generalista
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Engenharia Urbana – Perspectivas
• Desafios da questão ambiental / sustentabilidade
• Envelhecimento das redes
• Participação do setor privado
• Participação das comunidades
• Importância da pobreza e da informalidade urbana
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No que consiste a
SUSTENTABILIDADE URBANA?
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• Sustentabilidade urbana
• exige resposta não somente no setor construtivo, mas também no setor econômico, social e ambiental, e envolve atores públicos e privados;
• deve considerar as características do local, pois os processos de urbanização acontecem em diferentes contextos culturais e regulatórios;
• necessita de um enfoque no planejamento e na gestão, e não somente no enfoque do controle do uso do solo e da regulamentação através de planos diretores;
• deve incluir programas de redução da pobreza, de geração de emprego e renda e de governança urbana.
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Engenharia Urbana
contribuição
Sustentabilidade Urbana
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ENGENHARIA URBANAENGENHARIA URBANA
INFRA-ESTRUTURA
MOBILIDADE
AMBIENTE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ECOMUNICAÇÃO
EDIFICAÇÕES E ÁREAS LIVRES
MÓDULO 6PLANEJAMENTO E GESTÃO
MÓDULO 1CIDADES E ENGENHARIAS
INTERVENÇÃO
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SUMÁRIO
PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
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De acordo com SOUZA (2003), o surgimento e transformação das cidades são conseqüência de três períodos históricos:
1. Revolução Agrícola período pré-histórico da Idade da Pedra Polida ou Período Neolítico prática da agricultura surgimento dos primeiros assentamentos sedentários, capazes de produzir inclusive um excedente alimentar
2. Revolução Urbana terceiro milênio antes de Cristo, logo depois da Revolução Agrícola aumento da complexidade dos assentamentos permanentes
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passa a abrigar inclusive população de não-produtores agrícolas, tais como governantes, funcionários, sacerdotes e guerreiros, além dos artesãos especializados, que com suas manufaturas, contribuíram para o crescimento do comércio entre os povos surgimento das primeiras cidades teve relação não somente com as mudanças econômicas e tecnológicas, mas também com as mudanças culturais e políticas, como a formação de sistemas de dominação e algumas formas centralizadas e hierárquicas de exercício do poder
É a partir da acima denominada Revolução Urbana que surgiu a cidade propriamente dita, a cidade medieval,
há cerca de 10 Séculos, como uma das inovações mais importantes da Idade Média.
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A cidade livre, separada do campo feudal, era amuralhada e habitada por pessoas que se distinguiam do restante da sociedade, feudal, eclesiástica
ou agrícola. Diferentemente do aristocrata, que vivia em um castelo fortificado, ou do sacerdote, que vivia em um mosteiro, ou do servo, que
vivia em um casebre, o comerciante ou artesão viviam em uma casa (RYBCZYNSKI, 2002).
3. Revolução Industrial a cidade industrial se estabeleceu no Século XIX e início do Século XX desigualdades sociais profundas, causadas por um intenso processo migratório da população rural para a cidade, devido a uma profunda transformação nos processos produtivos então praticados fábricas instalam-se nas cidades, constroem-se bairros operários aumentam as diferenças entre classes sociais a miséria que toma conta da Europa faz eclodir duas guerras mundiais, que dividem o mundo ocidental em dois sistemas políticos: o capitalista e o comunista.
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a posterior recuperação econômica da Europa e, consequentemente, de seu espaço urbano, não é seguida pelos países que foram suas colônias, conquistadas ainda no período da cidade barroca passam a coexistir três mundos econômicos:
a dos países ricos e desenvolvidos (ou centrais), a dos países pobres e subdesenvolvidos (ou periféricos) e dos países pobres em via de desenvolvimento (ou semiperiféricos), como o Brasil, que mesclam algumas características dos países centrais e dos periféricos.
a partir de meados do Século XX e, atualmente, no início do Século XXI, está-se diante da cidade contemporânea, caracterizada por profundas mudanças na estrutura econômica mundial, grande concentração industrial e financeira, e políticas marcadas pelo fenômeno da globalização. Nesse novo quadro, a cidade parece ainda não ter encontrado uma forma urbana adequada para cumprir com seu papel.
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Ano Zero 20001000500 1500 1850
Idade Média Id. Moderna Id. Contemp.
Rev. Pós-Industrial
Rev. IndustrialRev. Urbana
MEDIEVAL BARROCA INDUSTRIAL
CIDADE CONTEMPORÂNEA
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SUMÁRIO
PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
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Para melhor entendermos a cidade contemporânea, será analisada a formação dos três modelos de urbanização ocorridos a partir da
Revolução Industrial, origem dos principais problemas urbanos que conhecemos:
1. A Cidade Compacta do Século XIX2. O Sistema Metropolitano do Século XX3. A Cidade Conurbada Extensa Policêntrica do Século XXI
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1. A Cidade Compacta do Século XIX
paradigma: Paris (segundo Walter Benjamin, “a capital do Século XIX”) resultado do processo de crescimento e concentração urbana ocorrido a
partir da revolução industrial, no final do Século XVIII incremento dos intercâmbios comerciais nacionais e internacionais entre
cidades, regiões e países perspectiva de melhores condições de vida do que no campo e nas
cidades de pequeno porte organização espacial caracterizada por um espaço edificado compacto e
contínuo e por uma escassa especialização de funções as funções urbanas dominantes na grande cidade compacta são
comerciais, de governo e culturais centros políticos e de consumo
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2. O Sistema Metropolitano do Século XX
paradigma: Nova York e Chicago (fim do Séc. XIX e metade do Séc. XX) resultado de processos físicos, econômicos e sociais que levaram à
formação de estruturas urbanas diferenciadas, caracterizadas por uma parte central dominante e de uma extensa área metropolitana ou periférica, dependente da primeira
Metrópolis termo utilizado na Grécia antiga, que significava cidade-mãe de assentamentos coloniais periféricos.
o desenvolvimento industrial emergente, caracterizado pela fábrica
fordista e taylorista e da nova organização do trabalho intelectual e manual por ela induzido, assume papel fundamental na formação desse modelo de cidade
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desenvolvimento e centralização do setor terciário nos centros das cidades
processo de descentralização urbana da fábrica fordista (segunda revolução industrial)
processo de descentralização das funções residenciais com a formação dos subúrbios e dos bairros periféricos populares favorecidos pela construção de novas infra-estruturas de transporte rápido coletivo sobre trilhos
a organização espacial interna se caracteriza pela diferenciação morfológica das diversas partes, pela formação de alguns pólos centrais, numerosas periferias e por uma forte especialização funcional e econômico-social das várias zonas
as funções de governo se separam geograficamente das funções econômicas produtivas
as metrópoles industriais e terciárias são geralmente capitais políticas dos respectivos estados nacionais
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3. A Cidade Conurbada Extensa Policêntrica do Século XXI
paradigma: região urbana pós-metropolitana de Los Angeles-San Diego (espaço urbano surgido a partir das últimas décadas do Século XX)
relação entre mais de um sistema urbano anteriormente distinto, caracterizado pelo desenvolvimento periférico de novas áreas centrais e de infra-estruturas para a mobilidade através do automóvel, as quais tornam-se cada vez mais elementos de atração para novos assentamentos de atividades comerciais e produtivas
é o resultado similar de percursos evolutivos locais diferentes: Estados Unidos: evolução da metrópole para a megalópole através
da relação entre diversos sistemas metropolitanos Europa: evolução da metrópole para a megalópole através da relação
entre cidades de grandes, médias e pequenas dimensões, com a presença, às vezes, de uma metrópole industrial e terciária em fase de descentralização
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são espaços urbanos emergentes e dominantes na época contemporânea porque neles se recompõem uma pluralidade de funções urbanas que antes eram desarticuladas territorialmente. Nesse sentido, tornam-se entidades tendencialmente independentes, autônomas, e funcionalmente completas
têm assumido, nas últimas décadas, um novo papel político no cenário nacional e internacional, subtraindo-o das capitais nacionais: Barcelona e a Catalunha Milão e a região do norte da Itália
podem constituir-se em um fenômeno similar às da cidades-estado, devido à presença simultânea de funções políticas internacionais, econômicas, de consumo e culturais
cada vez mais, no cenário econômico, é mais comum a competição entre as grandes conurbações contemporâneas do que entre os estados nacionais.
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EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO ATÉ 1970– CIDADES DE PAÍSES CENTRAIS
1850 1930 1950 1970
Paris 1.100.000 5.200.000 5.900.000 8.300.000
Londres 2.200.000 8.200.000 8.900.000 8.600.000
Berlim 450.000
Milão 200.000 1.400.000 5.500.000
Nova York 10.300.000 12.300.000 16.200.000
Chicago 4.300.000 4.900.000 6.700.000
Detroit 2.000.000 2.800.000 4.000.000
Los Angeles 4.000.000 8.400.000
San Francisco 2.000.000 3.000.000
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PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
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Na base dos fenômenos urbanos, estão os fatores de urbanização, que são de diversas naturezas:
a) Fatores físicos, geográfico-naturaisPara que aconteça um fenômeno urbano, é necessário que existam fisicamente solos que permitam esse fenômeno, e que os mesmos sejam geologicamente e geomorfologicamente adequados ao desenvolvimento urbano, seja na fase inicial como na fase de crescimento. Os estudos de geografia urbana destacam o papel:
- do sítio natural: o lugar de origem que permite um assentamento protegido, como a proximidade de um rio ou ao longo da costa e,
- da posição natural: um espaço que facilite as relações com o contexto, com o entorno, as comunicações, a acessibilidade, como uma costa acessível por via marítima e terrestre, uma planície entre o mar e a montanha, uma confluência entre vales.
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b) Fatores econômicos e demográficosOs proprietários da terra a partir do Século XIX (sujeitos privados em países de economia capitalista) beneficiaram-se com o desenvolvimento urbano, pois conseguiram uma renda maior daquela extraída da agricultura, colocando no mercado terrenos que seriam edificados por:
- empresários privados do setor da construção civil, que passaram a edificar tipologias e densidades que dependem do nível de renda paga aos proprietários dos terrenos e pela legislação urbanística; destaca-se aqui o papel da administração pública local que através de planos e leis regulam o espaço a ser construído; entidades locais e instituições públicas podem intervir na produção edilícia a favor da população de baixa renda.
- empresários do setor da manufatura (indústrias) e dos serviços (escritórios, atividades comerciais); a localização urbana das atividades econômicas não agrícolas cria uma demanda de trabalho que se traduz em movimento demográfico de imigração.
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c) Fatores antropológicos, culturais, sociais e políticosAs instituições públicas e, em parte, as privadas e religiosas, sempre forneceram serviços assistenciais (hospitais, asilos), administrativos (prefeituras), judiciários (tribunais), educacionais (escolas, universidades) e culturais (teatros, cinemas) que exercem uma atratividade sobre a população, incentivando o desenvolvimento econômico urbano; a política – entendida como arte de governo da convivência civil – interage com os fenômenos urbanos também de outros modos: de fato, estes podem ser deixados a agir livremente sobre o território de modo descontrolado, ou podem ser politicamente dirigidos e regulados através de planejamento e programação de modo a evitar uma série de consequências no plano físico (problemas de higiene, paisagens em desarmonia, problemas ambientais), no plano econômico (desequilíbrios regionais, altos custos das edificações, congestão viária) e no plano social (insegurança, atraso cultural, falta de lazer).
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d) Fatores tecnológicosOs fatores tecnológicos têm efeito seja sobre as dinâmicas de desenvolvimento ou declínio como nos modos e formas de morar, de trabalhar, de se locomover, de se socializar, de viver o tempo livre. Basta pensar nos efeitos de invenções como as ferrovias (a melhoria dos transportes favorecem a imigração e a atratividade dos mercados urbanos), a eletricidade (bondes e elevadores que permitiram maior mobilidade vertical e horizonta), a linha de montagem (que exigiu a descentralização periférica da grande indústria de manufatura que necessitava de amplos espaços horizontais para as implantações industriais e depósitos), e, hoje, nas novas tecnologias da informação e comunicação (computadores, Internet, telefonia celular) que facilitam processos de mobilidade, formando as condições de passagem da cidade da primeira era da máquina para a cidade informacional das redes.
Isa Guerreiro
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SUMÁRIO
PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
Isa Guerreiro
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Segundo TORRES (2004) a cidade é uma relação entre três fenômenos principais (como na metáfora orgânica animal):
a) Aglomerações – concentração de edificações, populações, instituições e atividades – pele, músculos e carne
b) Mobilidade – redes de infra-estrutura e mobilidade de pessoas, mercadorias, recursos naturais, resíduos, informações, dados e imagens – sistema circulatório e esqueleto
c) Centralização – centralização de elementos físicos, trocas econômicas e interações culturais e políticas – coração.
Essa relação é algo mais que a simples somatória desses fenômenos: é o
efeito de sua interação.
A cidade é em si um fenômeno relacional que não é compreensível fora de suas relações com o todo.
Isa Guerreiro
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SUMÁRIO
PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
Isa Guerreiro
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Os fenômenos e os modelos urbanos podem ser
observados, através da visão humana, mas também através de meios de representação como a fotografia, a aerofoto, das fotos de satélites, da pintura, do cinema escutados, através das conversas com os habitantes, os administradores, os empresários, da literatura, da percepção auditiva dos sons, ruídos e silêncios dos espaços urbanos mensurados, através do tato, do passo humano, da cartografia, dos dados estatísticos e dos modelos matemáticos
No campo dos estudos urbanos, os problemas urbanos tem sido considerados de três tipos:
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a) Físicos, espaciais, estético-perceptivos (da paisagem) e ambientaisreferem-se às relações entre os sentidos do corpo humano e o ambiente urbano físico-sensível circundante:
• superpopulação• insolação e ventilação insuficientes, iluminação natural escassa• carência de espaços públicos abertos, falta de espaços para
pedestres e ciclovias• fadiga excessiva nos deslocamentos entre residência e trabalho,
percursos complexos• poluição sonora, poluição visual, hídrica e atmosférica, destruição
dos recursos naturais não renováveis
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b) Econômicosreferentes às diversas funções consideradas incompatíveis nos mesmos espaços e
aos custos das edificações e de transporte no espaço urbano e sua má distribuição entre as diversas faixas de renda:
• falta de unidades habitacionais para população de baixa renda• percentual alto dos custos de moradia e transporte sobre a renda familiar• injustiça econômico-social• desequilíbrios urbanos
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c) Sociaisrelativos ao tipo e intensidade dos relacionamentos coletivos no espaço urbano:
• falta de relações de vizinhança• pouca participação na esfera de decisão pública e no plano urbanístico• dificuldade de acesso aos serviços locais e às redes de comunicação,• escassa integração entre os diversos grupos sociais• crise dos espaços públicos e dos lugares simbólicos da coletividade• violência e insegurança.
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FENÔMENOS E PROBLEMAS URBANOS NOS 3 MODELOS CITADOS
CIDADE COMPACTA DO SÉCULO XIX
FenômenosUrbanos
Problemas Físicos
Problemas Econômicos
Problemas Sociais
Aglomerações eEspaçosEdificados
assentamentos precários e degradados
pobreza “classes perigosas”
Mobilidade e Espaços Livres
drenagem e coleta de lixo precárias
não circulação de pessoas e mercadorias
prostituição e vendedores ambulantes
Centralização e Espaços Públicos
não visibilidade dos monumentos
não valorização das centralidades
medo dos contatos
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FENÔMENOS E PROBLEMAS URBANOS NOS 3 MODELOS CITADOS
SISTEMA METROPOLITANO DO SÉCULO XX
FenômenosUrbanos
Problemas Físicos
Problemas Econômicos
Problemas Sociais
Aglomerações eEspaçosEdificados
superpopulação nas áreas centrais
indústrias nas áreas centrais
crise das comunidades de vizinhança
Mobilidade e Espaços Livres
sobreposição de pedestres e meios de transporte
congestionamento da mobilidade
solidão do pendular de massa
Centralização e Espaços Públicos
falta de espaços não valorização da congestionamento
assimilação dos imigrantes
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FENÔMENOS E PROBLEMAS URBANOS NOS 3 MODELOS CITADOS
CIDADE CONURBADA ESTENSA POLICÊNTRICA DO SÉCULO XXI
FenômenosUrbanos
Problemas Físicos
Problemas Econômicos
Problemas Sociais
Aglomerações eEspaçosEdificados
fragmentação dos espaços edificados
custos da dispersão
comunidades privadas
Mobilidade e Espaços Livres
ocupação de espaços pelos automóveis
novas desigualdades
insegurança
Centralização e Espaços Públicos
não composição das centralidades periféricas
privatização dos espaços públicos
controle social e distração cultural
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PARTE 1 – ENGENHARIAS, CIDADES E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1.1 Introdução: Engenharia Urbana e Sustentabilidade Urbana
1.2 O Surgimento e Transformação das Cidades no Mundo
1.3 Principais Modelos de Urbanização a partir do Século XIX
1.4 Principais Fatores de Urbanização
1.5 Principais Fenômenos Urbanos
1.6 Principais Problemas Urbanos
1.7 Principais Práticas de Intervenção
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As problemáticas físicas, econômicas e sociais têm sido enfrentadas , no âmbito de governo, com instrumentos de intervenção diversos, segundo a natureza das diferentes questões a serem tratadas. Cada instrumento constitui uma prática, um meio ou uma técnica que persegue um objetivo, ou são escolhas que são quase sempre políticas.
São atores:
• as entidades públicas locais (estados e municípios) – desenvolvem papel relevante, mas não exclusivo, na formação das práticas de intervenção e na determinação dos objetivos políticos de mudança
• os sujeitos privados formais e informais que detém uma parte de poder econômico e político
• os movimentos sociais urbanos que surgem a partir de problemáticas referentes à habitação, transportes, ambiente
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São instrumentos de intervenção:
• o planejamento urbano que se ocupa do controle:
a) das relações entre o espaços edificados, solo e recursos naturais,e portanto da sustentabilidade, do equilíbrio higiênico, energético e ecológico entre a cidade e o ambiente;
b) da satisfação das necessidades de espaço para moradia, atividades econômicas, serviços, espaços livres e mobilidade, da definição do uso do solo e das densidades (land use planning) ou seja, da eficiência e eficácia da cidade, da regulação do processo de produção e consumo urbanos e de seus efeitos na distribuição social da renda
c) das formas físicas, materiais, das morfologias que derivam da composição entre os diversos elementos e processos estruturais da cidade e portanto lugares concretos do habitar, do espaço das práticas cotidianas e das paisagens simbólicas e sensíveis
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São instrumentos de intervenção:
• as políticas econômicas setoriais que se ocupam:
a) dos investimentos públicos em capital fixo social, realizados pelas entidades locais municipais ou estaduais, no âmbito da aquisição de terrenos e imóveis para a produção de habitação popular e para o incentivo de atividades econômicas, da reabilitação de áreas industriais abandonadas, da realização de serviços públicos (escolas, hospitais) e de infra-estruturas em geral;
b) da fiscalização urbana, da distribuição comercial e das atividades produtivas e artesanais
c) novos instrumentos de intervenção e de investimento de capital fixo, com participação público-privada
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São instrumentos de intervenção:
• as políticas sociais públicas que têm como objeto o desenvolvimento da coesão social através de medidas com o fim de incentivar:
a) o enraizamento ou a territorialização dos interesses apoiando associações permanentes de bairro e a participação com a valorização dos espaços coletivos locais;
b) a acessibilidade urbana com inciativas como o car sharing que tem o objetivo de assegurar uma mobilidade sustentável
c) A socialização aberta nos lugares centrais com políticas culturais de apoio a eventos coletivos, políticas de segurança
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As diversas formas de intervenção podem ser estudadas de diferentes perspectivas:
• Através dos aspectos físicos, econômicos e sociais: efeitos esperados e imprevistos pelas diversas práticas de intervenção
• Através dos aspectos legislativos e de procedimentos: financiamentos públicos e privados e uso do solo
• Através da descrição do sistema de interações político-sociais coletivas: resultando em uma política pública setorial (habitação, transportes, saneamento, serviços) ou um plano urbanístico. Neste caso, trata-se de descrever o sistema político do planejamento, a sociologia do processo decisório, as formas de governo insitucional (government) e de auto-organização social das comunidades locais (governance).
Isa Guerreiro
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As AÇÕES – planos, projetos, políticas territoriais – devem ser INTEGRADAS e orientadas por três critérios gerais:
a) A FORMAÇÃO DE UMA CIDADE ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL E DE UMA CIDADE BELA, COMPOSTA DE UMA PAISAGEM URBANA ESTETICAMENTE AGRADÁVEL À VISÃO, AO TATO, À AUDIÇÃO, AO OLFATO
b) A REALIZAÇÃO DE UMA CIDADE JUSTA E SOLIDÁRIA DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO E SOCIAL
c) A CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE DEMOCRÁTICA E ABERTA À ORGANIZAÇÃO DE SEUS ESPAÇOS DE COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL PÚBLICA.
Isa Guerreiro
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Bibliografia
ABREU, Maurício de A. Evolução Urbana do Rio de Janeiro. 3ª Edição. Rio de Janeiro: IPLANRIO, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1997.
CHOAY, Françoise. O Urbanismo. Tradução: Dafne Nascimento Rodrigues. 5ª Edição. São Paulo: Perspectiva, 2000.
FRIEDMANN, John R.P. Introdução ao Planejamento Democrático. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Administração Pública, Fundação Getúlio Vargas, 1959.
JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2003.MARICATO, Ermínia. Brasil, Cidades. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.MINISTÉRIO DAS CIDADES. Estatuto das Cidades. Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001.MITCHELL, William J. @-topia. Tradução: Ana Carmen Martins Guimarães. São Paulo: SENAC, 2002.REIS FILHO, Nestor Goulart. Evolução Urbana do Brasil. São Paulo: Pioneira, 1968. ROSSI, A.M.G. (Organizadora). Ambiente Construído: Reflexões sobre o Desenvolvimento Urbano
Sustentável. Rio de Janeiro, Editora Sete Letras, 2003.ROSSI, A.M.G.; SCHWEIZER, P.J. Cities of the Future in Brazil: Sustainability and Innovation. PLEA 2002.
Toulouse, France, 2002.RUANO, Miguel. Ecourbanism. Sustainable Human Settlements: 60 Case Studies. 2ª Edição. Barcelona:
Gustavo Gili 2000. SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a Cidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.SCHWEIZER, Peter José. (Org.) Planejamento Participativo na Reestruturação Urbana. Rio de Janeiro:
7Letras, 2000.UNITED NATIONS. Agenda 21. United Nations Conference on Environment and Development, Rio de Janeiro,
1992.
Isa Guerreiro
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MUITO OBRIGADA !