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1 Seções Seções ANO 2 NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018 Apresentação O Boletim Econômico Capixaba é uma publicação mensal do Instituto de Desenvolvimento Industrial e Educacional do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) e apresenta as principais análises e indicadores da economia brasileira e capixaba. O Boletim está dividido em sete seções. A primeira se alterna a cada mês, ora trazendo um Assunto em Destaque, ora um Especialista Convidado. Nesta edição, o especialista é o economista Marcelo Saintive, Diretor Executivo do Ideies e ex-Secretário do Tesouro Nacional. A segunda seção – Cenário Econômico – apresenta os últimos dados da atividade econômica e o desempenho geral dos setores, relativos ao Brasil e ao Espírito Santo. Na terceira seção – Desempenho Industrial – dados como a produção física, emprego na indústria e os índices de confiança são analisados de forma mais detalhada, com comparações entre o desempenho brasileiro e o capixaba. A quarta seção – Comércio Exterior discorre sobre exportação e importação no Espírito Santo, o saldo da balança comercial, além de apresentar a evolução dos preços das commodities. A quinta seção – Crédito – aborda o desempenho deste mercado, analisando a evolução do saldo de operações, inadimplência, taxas de juros e spread bancário. A sexta seção – Finanças Públicas Estaduais – analisa a evolução das receitas e despesas do Governo do Estado do Espírito Santo nos primeiros oito meses de 2018, comparando os resultados com os anos anteriores. A última seção apresenta os Comentários Finais. O objetivo do Boletim Econômico Capixaba é apresentar os últimos dados disponíveis de cada variável. Assim, para algumas – como produção física, comércio, serviços e crédito –, a última informação refere-se a julho de 2018. Para outras, como inflação, comércio exterior e finanças públicas, os números mais recentes são de agosto de 2018. Os dados apresentados são aqueles disponíveis até o dia 25/09/2018. O Ideies disponibiliza em seu portal o “Ideies em Dados”, espaço que concentra os dados de diversas fontes oficiais, inclusive as utilizadas nesse boletim. Acesse em: https://ideies.org.br/dados/. Ótima leitura! 1. Especialista – Marcelo Saintive 2. Cenário Econômico 3. Desempenho Industrial 4. Comércio Exterior 5. Crédito 6. Finanças Públicas Estaduais 7. Comentários Finais 12 15 20 23 06 02 28

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Seções

Seções

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Apresentação

O Boletim Econômico Capixaba é uma publicação

mensal do Instituto de Desenvolvimento Industrial e

Educacional do Espírito Santo (Ideies), entidade do

Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito

Santo (Findes) e apresenta as principais análises e

indicadores da economia brasileira e capixaba.

O Boletim está dividido em sete seções. A primeira se

alterna a cada mês, ora trazendo um Assunto em

Destaque, ora um Especialista Convidado. Nesta

edição, o especialista é o economista Marcelo Saintive,

Diretor Executivo do Ideies e ex-Secretário do Tesouro

Nacional.

A segunda seção – Cenário Econômico – apresenta os

últimos dados da atividade econômica e o desempenho

geral dos setores, relativos ao Brasil e ao Espírito Santo.

Na terceira seção – Desempenho Industrial – dados

como a produção física, emprego na indústria e os

índices de confiança são analisados de forma mais

detalhada, com comparações entre o desempenho

brasileiro e o capixaba.

A quarta seção – Comércio Exterior – discorre sobre

exportação e importação no Espírito Santo, o saldo da

balança comercial, além de apresentar a evolução dos

preços das commodities.

A quinta seção – Crédito – aborda o desempenho deste

mercado, analisando a evolução do saldo de operações,

inadimplência, taxas de juros e spread bancário.

A sexta seção – Finanças Públicas Estaduais – analisa a

evolução das receitas e despesas do Governo do Estado

do Espírito Santo nos primeiros oito meses de 2018,

comparando os resultados com os anos anteriores.

A última seção apresenta os Comentários Finais.

O objetivo do Boletim Econômico Capixaba é apresentar

os últimos dados disponíveis de cada variável. Assim,

para algumas – como produção física, comércio, serviços

e crédito –, a última informação refere-se a julho de

2018. Para outras, como inflação, comércio exterior e

finanças públicas, os números mais recentes são de

agosto de 2018. Os dados apresentados são aqueles

disponíveis até o dia 25/09/2018.

O Ideies disponibiliza em seu portal o “Ideies em Dados”,

espaço que concentra os dados de diversas fontes

oficiais, inclusive as utilizadas nesse boletim. Acesse em:

https://ideies.org.br/dados/.

Ótima leitura!

1. Especialista –

Marcelo Saintive

2. Cenário Econômico

3. Desempenho Industrial

4. Comércio Exterior

5. Crédito

6. Finanças Públicas Estaduais

7. Comentários Finais

12

15

20

23

06

02

28

2

1

23

1 Nas duas situações, em poucos meses, obteve-se estabilização da economia e as taxas de crescimento foram de de 4,4% do PIB

em 2000 e de 5,8% em 2004. 2 Considerando os investimentos diretos no país menos investimentos diretos no exterior. 3 Para uma análise da conjuntura econômica nacional e do estado ver a seção 2 deste boletim.

Para compreendermos o contexto atual da economia brasilei-

ra, vale a pena analisarmos brevemente outros ciclos de ajus-

te, tais como o de 1999-2000 e o de 2003-2004. Estes ciclos

se mostraram eficazes em devolver o crescimento à econo-

mia, revertendo desequilíbrios acumulados em anos anteri-

ores e dirimindo as dúvidas sobre a política econômica futura.

No final da década de 1990, uma forte deterioração fiscal,

acompanhada de uma moeda depreciada em face da

deterioração dos termos de troca, e a persistente desacele-

1. Especialista – Marcelo Saintive

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

ração da atividade econômica levaram a economia

brasileira a um quadro de desequilíbrio que exigiu uma

drástica mudança na política fiscal e cambial (gráfico 1). Em

2002, após diversos choques de oferta, o câmbio

apresentou altas tensões e a atividade econômica se

alterou visto que aumentou a incerteza sobre como seria a

condução da política econômica no ano seguinte.

Contudo, é importante salientar que, nestas duas situações

a firmeza na retomada do controle fiscal permitiu a rápida

reversão desse quadro¹.

Gráfico 1 - Crescimento percentual do Produto Interno Bruto 1995-98 e 2011-14

Fonte: IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Ano I Ano II Ano III Ano IV

1995-98

2011-14

O quadro atual é, em grande medida, distinto.

Hoje, sabemos, vivenciamos a pior crise

econômica da história do país, cuja forte

contração da economia, a partir do 3º trimestre

de 2014 até o 1º trimestre de 2017, teve queda

acumulada de 8,3%. No entanto, é importante

destacar que avanços ocorreram. Em nível

macroeconômico, destacamos as seguintes

mudanças de rumo:

• Reservas internacionais elevadas (totalizam US$ 380,7

bilhões em 25/09/2018);

• Arcabouço fiscal consolidado e fortalecido (LRF – Lei

Complementar nº 101/2000, Teto de Gastos Públicos –

Emenda Constitucional 95/2016 e criação da TLP – Lei nº

13.483/2017);

• O déficit em conta corrente diminuindo significativamente,

tendo passado de US$ -23,7 bilhões em 2016 para US$ -9,8

bilhões em 2017, apesar da previsão de aumento para US$

-14,3 bilhões em 2018.

• Entrada líquida de capital² positiva nos últimos anos (2015:

US$ 61,2 milhões, 2016: US$ 65,0 milhões e 2017: US$ 64,4

milhões)

• O manejo da política monetária na direção correta, qual

seja, de ancorar as expectativas de inflação. Para este ano a

previsão é de inflação em 4,38% e para 2019 de 4,28 %,

segundo o Boletim Focus³.

• Esforço de contenção de despesas ocorrido ao longo do

período de 2015-2018.

O porquê da necessidade das reformas previdenciária e tributária

3

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Em nível microeconômico, as tabelas 1 e 2

resumem as principais medidas implementadas:

Tabela 1 - Principais reformas microeconômicas recentes

Reformas Instrumento Legal Objetivos

Lei das Estatais Lei nº

13.303/2016

•Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de

suas subsidiárias.

•Simplifica o processo licitatório para garantir celeridade as contratações.

• Impões adoções de medidas da Lei de Responsabilidade Fiscal e critérios para nomeações

de dirigentes e etc.

Regime de Recuperação

Fiscal (RRF)

Lei Complementar

nº 159/2017

•Institui o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para fornecer aos Estados com desequilíbrio

financeiro os instrumentos para o ajuste de suas contas.

•Requisitos para entrada do Estado no RRF: receita corrente líquida (RCL) anual menor do

que a dívida consolidada ao final do último exercício; somatório das despesas com pessoal,

juros e amortizações for igual ou maior do que 70% da RCL e o valor total de obrigações

seja superior às disponibilidades de caixa.

•O Estado que ingressar no RRF deve apresentar ao MF um Plano de Recuperação Fiscal.

Trabalhista e Terceirização Lei nº

13.467/2017

•Altera mais de 100 pontos da CLT: férias, jornada de trabalho, horas extras, terceirização,

entre outras.

•Flexibilidade: permite customizações dos contratos de trabalho de acordo com as

especificidades e as necessidades do negócio.

Ensino Médio

Projeto de Lei de

Conversão (PLV)

34/2016

•Flexibilização da grade curricular: a nova estrutura terá uma parte que será comum e

obrigatória a todas as escolas (Base Nacional Comum Curricular) e outra parte flexível;

•Altera a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do

ciclo, dá novo peso ao ensino técnico e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral.

Petrobrás Lei nº

13.365/2016

•Retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobrás como operadora única de todos os blocos

contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal;

•Garante à estatal o direito de preferência para atuar como operadora e com a participação

mínima de 30% nos consórcios formados para exploração de blocos licitados no regime de

partilha.

Dispensa do

reconhecimento de firma

Decreto nº

9.094/2017

•Dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços público,

ratificando a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticação em documentos

produzidos no País e institui a Carta de Serviços ao Usuário.

Marco regulatório do

setor de mineração

Lei nº

13.540/2017

•Dispõe sobre a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM):

aumenta os royalties pagos pelas mineradoras, altera a base da cobrança de faturamento

líquido para bruto.

Lei nº

13.575/2017

•Cria a Agência Nacional de Mineração (ANM) e extingue o Departamento Nacional de

Produção Mineral (DNPM)

Desoneração da folha de

Pagamento

Lei nº

13.670/2018

•Reduz o rol de setores elegíveis à opção pela desoneração da folha de salários, que permitia

a substituição da apuração e recolhimento da contribuição previdenciária patronal de 20%

pela apuração e recolhimento da contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita bruta

(CPRB) a alíquotas que variavam de 1% a 4,5%, a depender do tipo de atividade empresarial.

•Transporte ferroviário de cargas (em detrimento do transporte rodoviário de cargas),

transporte aéreo e marítimo, manutenção e reparação de aeronaves e embarcações, setor

hoteleiro, indústria de alimentos, bebidas, produtos químicos, medicamentos, comércio

varejista de determinadas categorias, entre outros, foram excluídos do regime de desoneração

de folha de salários.

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

4

4

4 Para análise sobre as reformas microeconômicas e a Agenda BC+, ver o Box 1 da edição de abril do Boletim Econômico Capixaba

disponível em: https://ideies.org.br/wp-content/uploads/2018/03/Boletim-Abril.pdf

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Tabela 2 - Status das ações da Agenda BC+: pilar Crédito mais Barato4

Ações Status

Cadastro positivo ― Em andamento

Revisão do sistema de cartão de crédito ― Em andamento

Depósitos Voluntários ― Em andamento

Redução do compulsório ― Em andamento

Criação da taxa de longo prazo (TLP) Concluído

Simplificar as regras dos recolhimentos compulsórios Concluído

Regulamentar a Letra Imobiliária Garantida (LIG) Concluído

Estimular agenda estruturante para redução do spread bancário Concluído

Registros eletrônicos de garantias Concluído

Alteração da metodologia de apuração da Taxa Referencial (TR) Concluído

Modernizar o cálculo dos encargos das operações de crédito rural

(Plano Safra) Concluído

Modernizar o cálculo dos encargos de operações financeiras não-

rurais dos Fundos Constitucionais Concluído

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Contudo, a principal fragilidade dos esforços de reequilíbrio

macroeconômico acima mencionados persiste, a saber: os

ajustes fiscais de curto prazo não vieram acompanhado de

reformas estruturais. Este é o ponto. Para a retomada do

crescimento tão almejado pela sociedade brasileira, será

necessário enfrentarmos a questão previdenciária e a

simplificação tributária.

O gráfico 2 ilustra bem o impacto dos gastos com a

previdência no resultado fiscal.

Tendo-se em mente os resultados primários demostrados,

tecemos brevíssimas considerações sobre este tema

complexo. Em primeiro lugar e somente para efeitos de

comparação, o Brasil possui 8% da sua população com

idade acima de 65 anos, os países da OCDE têm 16,2%. No

entanto, o Brasil gasta 7,4% do PIB com gastos

previdenciários e a OCDE 7,8%. Vale assinalar que esta

situação se agrava dado o envelhecimento acelerado da

população brasileira.

Gráfico 3 – Resultado primário do governo central (em R$ milhões)

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (STN)

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Tesouro Nacional + Bacen

Previdência Social

Déficit Primário

(Meta)

R$ -121.357 R$ -124.400 R$ -161.276 R$ -157.443 R$ -139.000

Gráfico 2

-

5

5

6

5 Para um ótimo resumo e contextualização da questão previdenciária no Brasil ver Mitos e Verdades; Ministério da Fazenda, disponível

em: <http://fazenda.gov.br/centrais-de-conteudos/apresentacoes/arquivos/2017/2017-05-08_mitos-sobre-a-reforma-da-previdencia-

final.pdf>, acesso em 25/09/2018. Para artigos mais exaustivos sobre este tema ver Tafner, P. e Giambiagi, F. Previdência no Brasil -

debates, dilemas e escolhas; IPEA (2007). 6 Ver série de artigos “Dimensões da política fiscal”, publicados pelo referido autor no jornal O Estado de São Paulo a partir de

agosto de 2018. Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,dimensoes-da-politica-fiscal-3,70002506777

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Em segundo lugar, é preciso enfrentar a questão da falta de

isonomia entre os trabalhadores da inciativa privada e os

servidores públicos. Um aspecto crucial (equidade) faz-se

necessário salientar quando comparamos os regimes

previdenciários privado (RGPS) e público (RPPS): enquanto a

previdência privada é ligeiramente progressiva, ou seja, os

trabalhadores de baixa renda são um pouco beneficiados, a

previdência dos servidores públicos é fortemente regressiva,

ou seja, beneficiam a parcela mais rica da população.

Acrescente-se a esta, a não equivalência entre os regimes, já

que os servidores públicos possuem estabilidade e outros

benefícios não percebidos pelos trabalhadores da iniciativa

privada.

Em terceiro lugar, é preciso jogar luz sobre as concessões

especiais. Por exemplo, as pensões por morte no Brasil

consomem 3% do PIB enquanto o padrão mundial gira em

torno de 1% a 2% do PIB.

Por fim e para não sermos exaustivos na miríade de

distorções do sistema previdenciário brasileiro, resta citar o

Benefício

Benefício de Prestação Continuada, que é um benefício

vinculado ao salário mínimo. Ocorre que a governança deste

programa é bastante falha. Não há controle na comprovação

da renda familiar nem se um dos conjugues já recebe o

benefício (duplicidade no recebimento). A título de ilustração,

em 2015, 19% dos benefícios concedidos foram obtidos por

via judicial5.

Uma outra reforma crucial para retomada do crescimento

econômico é a tributária. Não podemos fugir do senso co-

mum, qual seja, a carga tributária no Brasil é extremamente

elevada e, principalmente, não se reflete na percepção da

sociedade brasileira em uma prestação de serviços públicos

eficientes e de qualidade. Foge ao escopo e tamanho desta

seção analisarmos o tema com alguma profundidade, porém,

gostaria de chamar atenção para a dimensão da melhoria do

ambiente de negócios. Segundo o relatório Doing Business

(2018), o Brasil é país que gasta mais tempo com o

cumprimento da burocracia tributária. A estimativa do Banco

Mundial é que o país gasta, em média, 1958 horas frente a

uma média dos países OCDE de 160,7 horas.

Gráfico 3 - Tempo para pagamento de impostos (horas por ano)

Fonte: Doing Business (2018)

Elaboração: Ideies/Sistema Findes

1.958

291

207

241

332

Brasil

Chile

China, República popular da

México

Média Regional (América Latina & Caribe)

Dado o emaranhado de tributos no Brasil, faz parte da

agenda de todos os candidatos alguma proposta de

reforma nesta seara. Somos a favor da simplificação e da

melhor eficiência, mas como o economista Bernardo Appy

adverte: “É preciso ter cuidado, (...) medidas que focam

apenas na tributação não são as mais eficientes”6. Em suma,

quando se trata de analisar os tributos e propor mudanças

no sistema tributário, há que se analisar os gastos custeados

por estes, bem como os aspectos distributivos que sempre

envolvem um regime tributário.

Em resumo, neste ciclo de ajustes (2015-2018) o

país realizou mudanças macroeconômicas e mi-

croeconômicas significativas e necessárias, con-

tudo, resta enfrentar as reformas estruturantes,

previdenciária e tributária. Só a partir da consoli-

dação da política fiscal e deste enfrentamento, a

capacidade de recuperação da atividade econô-

mica voltará.

6

7

8

7 A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,83 para R$ 3,90. Para o fechamento de

2019, avançou de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar. Em ambos os casos são as maiores cotações já estimadas no fim de cada semana

por meio da pesquisa semanal Focus do Banco Central. 8 Para 2018, o centro da meta é 4,50%, com limite inferior de 3,00% e superior de 6,00%. Para 2019, a previsão é 4,25%, com

intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

2. Cenário Econômico

A mediana das projeções do mercado para o crescimento

da economia em 2018 recuou pela quinta vez consecutiva,

para 1,35%. Há quatro semanas estava em 1,47%. A

expectativa do mercado para expansão da economia, em

2019, continuou em 2,50%. Para o IPCA, índice que mede a

inflação oficial do país, os analistas elevaram a estimativa,

de 2018, de 4,09% para 4,28%. Para 2019, a estimativa

também foi revisada para cima de 4,11% para 4,18%8.

Até agosto, considerando a inflação acumulada em 12

meses, o IPCA manteve-se abaixo do centro da meta, em

4,19%, ante 4,48% em julho.

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

O Comitê de Política Monetária do Banco Central,

em reunião nos dias 18 e 19 de setembro, manteve

a taxa básica de juros em 6,5% ao ano.

O principal item que poderia ter elevado a taxa de juros seria

a valorização do dólar frente ao real, fortemente influenciado

pela incerteza do cenário eleitoral. A moeda norte americana

fechou o dia 13 de setembro a R$ 4,19, maior valor de

fechamento desde a criação do Plano Real, em 19947. Por

outro lado, o fraco desempenho da atividade econômica

pode estar influenciando a Selic na outra direção.

Segundo o comitê, as expectativas controladas

para inflação em 2018 e 2019 foram os fatores

que justificaram a manutenção da Selic em mais

uma reunião. Mas, pela primeira vez, o Copom

sinalizou que a Selic poderá subir caso o cenário

prospectivo para a inflação ou seu balanço de

riscos apresentem piora.

Gráfico 4 - Evolução da Selic, IPCA acumulado em 12 meses e Juros Reais (%)

Fonte: Banco Central do Brasil; IBGE; LCA

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

14,25

6,50

8,97

4,197,26

3,97

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez

Jan

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez

Jan

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ag

o

2016 2017 2018

Selic IPCA acum. 12 meses Juros reais

Na análise mensal, o índice brasileiro apresentou

deflação de -0,09% em agosto, após treze meses

de alta. Contribuíram para esse resultado, após o

crescimento de 0,33% em julho, a queda no preço

dos transportes (-1,22%) e alimentos (-0,34%).

Os analistas do mercado financeiro, consultados pelo relato-

rio semanal de mercado Focus, reduziram novamente a previ-

são de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e também

passaram a estimar uma inflação mais alta para em 2018.

As passagens aéreas diminuíram em -26,12% no mês, após

elevação de 44,51% em julho, contribuindo com -0,11

ponto percentual no índice. Os preços dos combustíveis

também reduziram (-1,86%), com destaque para o etanol

(-4,69%) e a gasolina (-1,45%).

7

9

9 Os produtos e serviços que compõem o IPCA podem ser divididos entre os que têm preços livres, ou seja, que variam de acordo

com o mercado, e os que tem preços administrados, que são os preços regulados por contrato ou por órgão público. Os preços

dos produtos derivados do petróleo (como gasolina) são incluídos no grupo dos administrados porque, apesar de terem sido

desregulamentados em 2002, ainda são estabelecidos pela Petrobras, que detém um monopólio, de fato, na produção.

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Entre os produtos que puxaram a queda do índice na

RMGV, destacam-se as passagens aéreas (-31,1%) e a cebo-

la (-13,66%). A energia elétrica residencial, por outro lado,

cresceu 6,23% em agosto na Grande Vitória, a maior varia-

ção positiva entre as 16 áreas pesquisadas e acima da média

nacional (0,96%). Esse aumento ocorreu devido ao reajuste

de 15,87% nas contas de luz dos consumidores capixabas,

aprovado em 07 de agosto, pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel).

Tabela 3 - Indicadores Econômicos (variações %)

Indicadores Mensais Ago 2018/

Jul 2018

Acumulada

no ano

Acumulada

em 12 meses

IPCA Geral - Brasil -0,09 2,85 4,19

IPCA Preços Monitorados - Brasil 0,12 6,45 9,20

IPCA Preços Livres - Brasil -0,16 1,56 2,37

IPCA Geral RMGV -0,04 2,87 3,70

IPCA Preços Monitorados - RMGV 1,45 6,56 8,21

IPCA Preços Livres - RMGV -0,58 1,53 2,14

Fonte: IBGE; Banco Central do Brasil

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

A alta nos preços das tarifas de energia elétrica desacelerou

em agosto (0,96%), após avanço de 5,33% em julho. Mesmo

assim, a energia elétrica gerou o maior impacto individual

positivo no IPCA (0,04 ponto percentual). Além da

continuidade da vigência da bandeira tarifária vermelha

patamar 2, com a cobrança adicional de R$ 0,05 por KWh

consumido, houve reajustes nas tarifas cobradas por

concessionárias em Belém, São Luís, São Paulo e Vitória.

Na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), a

inflação mensurada pelo IPCA cresceu 2,87% no acumulado

do ano e 3,70% no acumulado em 12 meses. Os preços

monitorados (administrados)9, por sua vez, apresentaram

alta de 8,21% na RMGV, valor abaixo da média nacional

(9,20%), mostrando que estes itens têm um peso

importante na composição do índice geral.

Após quatro meses seguidos de alta no índice, o

IPCA da RMGV apresentou deflação de -0,04%

em agosto, influenciado, principalmente, pelos

grupos de transportes (-2,02%) e alimentação e

bebidas (-0,59%). Por outro lado, o aumento no

grupo habitação (2,28%) pesou para que o índice

não alcançasse uma queda maior.

Gráfico 5 – Variação (%) mensal do IPCA, por regiões pesquisadas - Agosto de 2018

0,30 0,260,12 0,03

-0,01 -0,04 -0,09 -0,10 -0,12 -0,18 -0,20 -0,27 -0,28-0,38

-0,51-0,72

Brasil: -0,09

Gráfico 6 – Variação (%) mensal da energia elétrica residencial - Agosto de 2018

6,234,37 4,24

3,01 2,93 2,020,87 0,63

-0,28 -0,28 -0,56 -0,59-2,12 -2,91 -3,07 -3,63

Brasil: 0,96

Fonte: IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Fonte: IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

8

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

A estimativa do PIB nominal do estado do Espírito Santo no

segundo trimestre de 2018, em valores correntes, foi de

R$ 33 bilhões, resultado puxado pelo crescimento

acentuado do setor de comércio e da agricultura.

A alta de 1,8% no segundo trimestre de 2018, em

relação ao primeiro trimestre do ano, foi a maior

dos últimos cinco períodos, a terceira alta positi-

va seguida e superior ao desempenho nacional

(0,2%). Os principais setores de atividade do

estado também registraram variação positiva

nesta base de comparação. O comércio varejista

restrito cresceu 5,7% entre o 1º e 2º trimestre do

ano, o setor de serviços teve elevação de 0,7% e a

produção física industrial capixaba ampliou em

0,4%, com a indústria de transformação aumen-

tando em 0,9%, nas séries livres de influência

sazonal.

De acordo com os dados divulgados pelo

Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o PIB

capixaba no segundo trimestre registrou

resultados positivos em todas as bases de

comparação temporal. O crescimento do nível de

atividade econômica estadual foi superior ou

igual ao desempenho do PIB nacional.

Tabela 4 – Indicadores Econômicos (variações %)

Indicadores

Trimestrais

2ºT 2018/

1ºT 2018 ¹

2ºT 2018/

2ºT 2017

Últimos 4T /

4T anteriores

Acumulado

no ano

PIB Brasil (%) 0,2 1,0 1,4 1,1

PIB ES (%) 1,8 1,6 1,7 1,1

¹ Valores com ajuste sazonal

Fonte: IBGE; IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Enquanto o estado registrou um aumento no ritmo de

crescimento da atividade econômica do primeiro para o

segundo trimestre de 2018, na comparação com o mesmo

trimestre do ano anterior (de 0,5% para 1,6%), o país

apresentou desaceleração, reduzindo o patamar de

expansão de 1,2% para 1,0% no mesmo período.

Apenas no indicador acumulado em quatro trimestres

ocorreu uma ligeira desaceleração no estado, de 1,7%,

frente ao avanço de 2,1% apresentado anteriormente,

porém, acima do resultado nacional (1,4%).

Gráfico 7 - PIB trimestral – Brasil e Espírito Santo - Variação (%) contra o mesmo período do ano anterior

Fonte: IBGE; IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

5,9

0,0

-2,9

-10,5 -10,5 -10,1-11,8

-4,2

-0,8

3,1 2,7 1,90,5

1,6

-1,6

1,0

I II III IV I II III IV I II III IV I II

2015 2016 2017 2018

PIB ES PIB BR

Gráfico 8 - PIB do Espírito Santo e IBCR-ES - Variação (%) acumulada no ano

Fonte: IJSN; Banco Central do Brasil (BC)

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

1,2 1,7 1,8

0,51,10,9 1,1 1,3

0,8

2,0 2,3

PIB-ES IBCR-ES

9

10

10 Embora seja anunciado como "PIB do BC", o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das Contas Nacionais, calculadas pelo

IBGE.

dois meses consecutivos com expansão da atividade, embora

a variação de julho tenha sido em ritmo inferior ao mês

antecedente.

Ao se analisar o comportamento do IBCR capixaba, observa-

se uma variação de 2,11% no acumulado em 12 meses até

julho, taxa superior ao crescimento nacional de 1,46%,

resultado ocorrido devido ao desempenho satisfatório do

comércio varejista ampliado, com crescimento de 14,5% no

período. Já o setor de serviços (-0,7%) e a produção física

industrial (-2,3%) pressionaram negativamente o indicador.

Na comparação com o mesmo mês de 2017, o IBCR-ES

cresceu 4,06% e no acumulado dos sete primeiros meses de

2018, o indicador capixaba está em 2,29%, ambos resultados

superiores aos nacionais, de 2,56% e 1,19%, respectivamente.

Nos sete primeiros meses do ano, o indicador nacional está

em 1,19% e, no acumulado em 12 meses até julho, o

crescimento é de 1,46%, nas séries sem ajustes sazonais.

A economia tem oscilado desde o início do ano entre um

mês negativo e outro positivo, junho e julho, enfim, foram

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

-0,67

1,46

-0,81

2,11

IBC-BR IBCR-ES

Gráfico 9 - IBC-BR e IBCR-ES - Variação (%) acumulada em 12 meses

Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Tabela 5 - Indicadores Econômicos (variações %)

Indicadores Julho 2018 /

Junho 2018¹

Julho 2018 /

Julho 2017

Acumulada

no ano

Acumulada

em 12 meses

Índice de atividade econômica (IBC-Br) 0,57 2,56 1,19 1,46

Índice de atividade econômica regional ES 0,48 4,06 2,29 2,11

Produção Física da Indústria (PIM-PF) Brasil -0,2 4,0 2,5 3,2

Produção Física da Indústria (PIM-PF) ES 5,8 7,5 -3,7 -2,3

Volume de vendas do comércio (PMC) Brasil -0,5 -1,0 2,3 3,2

Volume de vendas do comércio (PMC) ES 0,9 4,8 7,6 5,6

Volume de vendas do comércio varejista ampliado² - Brasil -0,4 3,0 5,4 6,5

Volume de vendas do comércio varejista ampliado² - ES 1,4 11,2 14,4 14,5

Volume de vendas de serviço (PMS) - Brasil -2,2 -0,3 -0,8 -1,0

Volume de vendas de serviço (PMS) - ES 0,2 -0,1 -0,6 -0,7

¹ Valores com ajuste sazonal.

² Comércio Varejista Ampliado, que abrange os segmentos Veículos, Motos e Peças; Material para Construção e Varejo Restrito.

Fonte: IBGE e Banco Central do Brasil

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Os últimos indicadores de atividade econômica

nacional do Banco Central mostraram que,

mesmo após o aumento de 3,42% em junho, a

economia brasileira continuou avançando. O

IBC-BR10 iniciou o terceiro trimestre com

crescimento de 0,57% em julho, resultado com

ajuste sazonal. Esse foi o segundo mês seguido de

elevação no nível de atividade, após queda de

-3,35% em maio, por conta da greve dos

caminhoneiros.

10

11

11 As receitas administradas pela Receita Federal englobam todas as receitas que são arrecadadas diretamente pelos órgãos públicos

federais da administração direta ou indireta, em decorrência, principalmente, da prestação de um serviço direto à população, bem

como os recursos de doações e convênios (por exemplo, impostos e contribuições). As Demais Receitas do Governo Federal

compreendem aquelas receitas não-administradas pela Receita Federal do Brasil, por exemplo os royalties do petróleo.

No Brasil, de acordo com a pesquisa mensal comércio

(PMC) do IBGE, o volume de vendas no varejo restrito (3,2%)

e varejo ampliado (6,5%) apresentaram crescimento no

acumulado em 12 meses. No Espírito Santo, ambas as

modalidades de varejo pesquisadas fecharam com vendas

positivas nessa base de comparação, com altas de 5,6% nas

vendas do comércio restrito e de 14,5% no varejo ampliado,

valores superiores à média nacional.

O comércio varejista ampliado ficou positivo em 26 das 27

unidades da federação, nos últimos 12 meses, com

destaque para o Espírito Santo, que registrou a maior

variação no volume de vendas. Amazonas (14,1%) e Santa

Catarina (13,6%) tiveram o segundo e terceiro melhor

desempenho. Goiás destacou-se negativamente (-3,2%).

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Por outro lado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços

(PMS) do IBGE, o setor no Brasil registrou desempenhos

negativos em julho em todas as bases de comparação:

-1,0% no acumulado em 12 meses, -0,3% ao comparar com

julho de 2017, -0,8% no acumulado do ano e -2,2% em

relação ao mês de junho de 2018.

Quando analisado o comportamento do volume do setor

serviços na variação acumulada em 12 meses (-0,7%), o

Espírito Santo ficou em 7º lugar em relação às 27 Unidades

da Federação. Com este resultado, o estado se mantém

acima da média nacional.

Gráfico 10 - Volume de vendas no comércio varejista

ampliado¹ - Variação (%) acumulada em 12 meses

¹ Comércio Varejista Ampliado, que abrange os segmentos Veículos, Motos e Peças;

Material para Construção e Varejo Restrito.

Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

6,5

14,5

ag

o/1

7

set/

17

ou

t/17

no

v/1

7

dez/

17

jan

/18

fev/1

8

mar/

18

ab

r/18

mai/

18

jun

/18

jul/

18

BR ES

Gráfico 11 - Volume de vendas de serviços –

Variação (%) acumulada em 12 meses

Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

-1,0

-0,7

ag

o/1

7

set/

17

ou

t/17

no

v/1

7

dez/

17

jan

/18

fev/1

8

mar/

18

ab

r/18

mai/

18

jun

/18

jul/

18

BR ES

Em relação às receitas federais, a arrecadação teve alta real

(descontada a inflação) de 1,08% em agosto, na

comparação com igual mês do ano anterior, atingindo R$

109,7 bilhões. De acordo com os dados da Secretaria da

Receita Federal, o valor arrecadado foi o melhor

desempenho para meses de agosto desde 2014, no

entanto, o menor crescimento do ano. Em julho, o aumento

foi de 12,8%, comparado ao mesmo mês de 2017.

Foi o décimo mês consecutivo em que a arrecadação

federal teve crescimento real frente ao mesmo período do

ano anterior.

No acumulado dos oito primeiros meses de 2018,

a arrecadação federal somou R$ 953,6 bilhões, o

melhor desempenho para o período em quatro a-

nos. O montante representa avanço real de 6,94%

na comparação com igual período de 2017.

Por sua vez, as receitas administradas pela Receita Federal11

totalizaram R$ 107,1 bilhões, com aumento de 0,63% em

relação a agosto do ano passado (em julho o crescimento

havia sido de 8,3%). No acumulado de janeiro a agosto de

2018, tal valor chegou a R$ 915,2 bilhões, registrando

acréscimo real de 5,68%.

11

Sergipe, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Maranhão.

De janeiro a agosto, foram registrados 568,5 mil empregos

com carteira assinada em todo o país. No acumulado em 12

meses, foram criadas 356,8 mil vagas com carteira assinada.

Gráfico 12 - Saldo de empregos formais – Espírito Santo – Agosto de 2018

Fonte: Rais / MTE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

951

659

5

-1

-15

-47

-272

-1.668

Construção Civil

Serviços

Administração Pública

Siup

Indústria de Transformação

Extrativa Mineral

Comércio

Agropecuária SALDO: -388

Apenas o setor agrícola apresentou mais demissões do que

contratações, no mês de agosto. Os demais setores da

atividade econômica, como indústria, comércio, serviço e

construção, registraram saldos positivos nos números de

empregos. Segundo o Ministério do Trabalho, 22 unidades

da federação tiveram saldos positivos no mês, exceto Acre,

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

O Brasil gerou em agosto 110,4 mil empregos

com carteira assinada, saldo das 1.353.422

contratações e 1.242.991 demissões. Este foi o

melhor resultado para meses de agosto desde

2013 (127,6 mil vagas), segundo os dados do

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

(Caged), divulgados no último dia 21 pelo

Ministério do Trabalho (MTE).

No Espírito Santo, os dados do Caged mostram

que o mês de agosto registrou saldo negativo no

número de empregos formais. Foram encerrados

388 postos com carteira assinada, o terceiro pior

resultado entre as unidades da federação. Ao

longo deste ano, de janeiro a agosto, o saldo de

empregos no estado é positivo, com a criação de

12.738 vagas.

Essa desaceleração ocorreu, segundo a Receita, pois os

dados de agosto de 2017 estão influenciados pela entrada

de R$ 3,5 bilhões do pagamento do Refis, o que não ocorreu

neste ano.

O fechamento de -1.668 postos de trabalho na

agropecuária e -272 no comércio foram os principais

fatores para o saldo negativo do estado. Por outro lado, os

setores que mais contrataram foram os de construção civil

(951) e de serviços (659).

12

12 13

12 Esse grupo é composto por: Fabricação de vidro e de produtos do vidro; Fabricação de cimento; Fabricação de artefatos de

concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes; Fabricação de produtos cerâmicos; aparelhamento de pedras e

fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos. 13 Estoque com ajuste das declarações fora do prazo.

3. Desempenho Industrial

Na comparação contra igual mês do ano

anterior, a produção do setor industrial brasileiro

cresceu 4,0%, com variações positivas nas quatro

grandes categorias econômicas e em 19 dos 26

ramos pesquisados.

A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE de julho de 2018

registrou, no acumulado em 12 meses, um crescimento de

3,2% na produção industrial do Brasil. Esse resultado teve

como principal influência o desempenho da indústria de

transformação (3,7%). Nos sete primeiros meses do ano, a

indústria acumula alta de 2,5%, puxada pelas categorias

econômicas de bens de consumo duráveis (14,6%) e de

capital (9,0%).

Entre as categorias econômicas se sobressai o resultado dos

bens duráveis, impulsionado pela produção na fabricação

de automóveis (29,9%) e nos eletrodomésticos da “linha

branca” (4,1%). Outro fator que influenciou positivamente

o indicador foi o “efeito calendário”, uma vez que julho de

2018 teve um dia útil a mais do que o mesmo mês do ano

anterior.

Porém, na relação julho contra junho desse ano, a indústria

brasileira recuou -0,2%, ante a alta de 12,9% no mês

anterior. A maior redução da produção ocorreu na indústria

de transformação (-0,6%), puxada, principalmente, pelas

quedas na fabricação de veículos automotores, reboques e

carrocerias (-4,5%) e nos produtos alimentícios (-1,7%).

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Tabela 6 – Produção Industrial Mensal do Brasil, por seção e categoria econômica, em %

Julho 2018 /

Junho 2018 *

Julho 2018 /

Julho 2017

Acumulado

no ano

Acumulado

em 12 meses

Por seção

Indústria geral -0,2 4,0 2,5 3,2

Indústrias extrativas 0,6 3,8 0,0 0,2

Indústrias de transformação -0,6 4,0 2,9 3,7

Por categoria econômica

Bens de capital -6,2 6,5 9,0 9,5

Bens intermediários 1,0 3,5 1,3 2,1

Bens de consumo -1,2 4,6 3,5 4,2

Bens de consumo duráveis -0,4 16,9 14,6 15,9

Bens de consumo semiduráveis e não duráveis -0,5 1,8 0,8 1,5

(*) Dados com ajuste sazonal

Fonte: PIM-PF/ IBGE

Elaboração: Ideies/ Sistema Findes

Ao contrário do país, a produção industrial do

Espírito Santo reduziu no acumulado em 12

meses (-2,3%). Tanto o setor da indústria de

transformação (-3,3%) quanto o da extrativa

(-1,4%) registraram variações negativas.

A queda desta atividade na economia capixaba ocorreu

devido à menor produção de cimento “Portland” e de

granito talhado ou serrado.

A fabricação de minerais não metálicos12 no estado vem

perdendo dinamismo desde 2012, com resultados negativos

a partir de 2015. No país, o setor teve um comportamento

similar (gráfico 10), mas, ao contrário do Espírito Santo, co-

meçou a se recuperar em 2017/2018. O resultado é preocu-

pante para a economia do estado, pois essa atividade é his-

toricamente importante para a geração de renda e emprego.

De acordo com dados do CAGED, em julho de 2018, essa

atividade no estado possuía um estoque de empregados de

21.948 pessoas13 com média salarial de R$ 1.608.

No acumulado do ano, a indústria do Espírito

Santo também diminuiu a sua produção, em

-3,7%, resultado do recuo das atividades da

indústria de transformação (-6,1%). Destaca-se a

retração acumulada de -18,7% na fabricação de

produtos de minerais não-metálicos, desempe-

nho na contramão do registrado pela média no

país (0,8%).

13

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Os setores que apresentaram o melhor desempenho

foram a fabricação de produtos alimentícios (23,7%) e a

indústria extrativa (18,6%).

Tabela 7 - Produção Industrial Mensal (PIM-PF) para o Espírito Santo (%)

Julho 2018 /

Junho 2018 *

Julho 2018 /

Julho 2017

Acumulado

no ano

Acumulado

em 12 meses

Indústria geral 5,8 7,5 -3,7 -2,3

Indústrias extrativas 9,6 18,6 -1,2 -1,4

Indústrias de transformação 2,5 -2,1 -6,1 -3,3

Fabricação de produtos alimentícios 10,5 23,7 -0,5 5,7

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 2,2 -4,3 -9,5 -7,1

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 2,1 -14,5 -18,7 -16,2

Metalurgia -0,7 -8,0 0,7 1,6 (*) Dado com juste sazonal

Fonte: PIM-PF / IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Gráfico 13 - Evolução da produção industrial na atividade de fabricação de minerais não-metálicos -

Brasil e Espírito Santo, % acumulado no ano

(*) Acumulado até julho

Fonte: PIM-PF/ IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

9,3

3,1

-0,72,2

-2,5

-7,7-10,6

-3,0

0,8

9,813,1

4,3 3,80,7

-2,3

-8,4 -8,1

-18,7

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Brasil Espírito Santo

Na comparação de julho contra o mesmo mês do

ano anterior, a indústria capixaba voltou a

crescer (7,5%), após sete meses consecutivos de

queda. Esse desempenho foi superior à média

nacional (4,0%).

Na variação de julho contra junho de 2018, a

indústria geral do Espírito Santo cresceu 5,8%,

maior resultado entre as 15 regiões pesquisadas

e superior à média nacional (-0,2%). Apenas seis

estados apresentaram crescimento no mês.

Gráfico 14 - Resultado regional da produção física da indústria - variação julho contra junho 2018, em %

Fonte: PIM-PF/ IBGE

Elaboração: Ideies/ Sistema Findes

5,8

4,6

2,7 2,51,9

1,0

-0,2 -0,2 -0,3-0,9 -1,0 -1,1 -1,3

-2,1

Brasil: -0,2

ES RS PA AM SC BA CE PE RJ MT MG SP PR GO

14

14

15

14 Barris de óleo equivalente. 15 Corresponde à diferença entre número de funcionários demitidos e de admitidos.

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

O desempenho da indústria capixaba na margem foi

influenciado pelos resultados positivos, com ajuste sazonal,

da indústria extrativa (9,6%) e da indústria de transformação

(2,5%). Nesta última, a maior evolução foi registrada na

fabricação de produtos alimentícios (10,5%), fabricação de

celulose e papel (2,2%) e minerais não-metálicos (2,1%).

Apenas a metalurgia apresentou recuo de -0,7% em sua

produção.

De acordo com a ANP, no mês de julho a extração e pro-

dução de petróleo e gás natural do Espírito Santo atingiu

371.310 boe/dia14. Esse resultado é -2,7% menor que o do

mês imediatamente anterior, retração mais acentuada do

que

que a registrada no país (-0,2%). Na relação julho 2018

contra o mesmo mês do ano anterior, a produção cresceu

5,7%. Vale destacar que esse aumento em P&G teve

influência da base de comparação anterior, já que em julho

de 2017 ocorreu a paralisação para manutenção da

plataforma P-58, que reduziu acentuadamente a produção

desses hidrocarbonetos no estado (vide gráfico 12).

Esses números reforçam a trajetória de queda na produção

dos campos de P&G no estado: em julho de 2016 haviam

44 campos produtores que produziram em média 473.203

boe/dia. No mesmo mês de 2018, com 48 campos em

atividade, a produção caiu para 371.311 boe/dia.

Gráfico 15 - Evolução da extração e produção de petróleo e gás natural no Espírito Santo (em boe/dia)

(*) Queda provocada pela paralisação da plataforma P-58 para manutenção

Fonte: ANP

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

403.503

473.203

351.228

371.311

310.000

330.000

350.000

370.000

390.000

410.000

430.000

450.000

470.000

490.000

510.000

jan

/16

fev/1

6

mar/

16

ab

r/16

mai/

16

jun

/16

jul/

16

ag

o/1

6

set/

16

ou

t/16

no

v/1

6

dez/

16

jan

/17

fev/1

7

mar/

17

ab

r/17

mai/

17

jun

/17

jul/

17*

ag

o/1

7

set/

17

ou

t/17

no

v/1

7

dez/

17

jan

/18

fev/1

8

mar/

18

ab

r/18

mai/

18

jun

/18

jul/

18

De acordo com os dados do Caged no mês de agosto

de 2018, o total da indústria (extrativa mineral,

transformação e construção) do Espírito Santo

admitiu (8.355) mais funcionários que desligou

(7.466), gerando um saldo líquido15 positivo de 889

pessoas empregadas.

des da indústria de transformação, os maiores resultados da

diferença entre desligados e admitidos foram em produtos

alimentícios, bebidas e álcool etílico (284) e material de

transporte (82).

No acumulado do ano, o total da indústria capixaba

registrou um saldo líquido de empregados de 6.167

pessoas. Entre os setores, o melhor resultado foi registrado

na indústria de transformação (3.169), puxada por suas

atividades de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico

(1.201) e química de produtos farmacêuticos, veterinários,

perfumaria (630).

Esse resultado foi influenciado pelo saldo positivo de 951

pessoas na construção civil, enquanto a extrativa mineral e

a indústria de transformação apresentaram saldos

negativos, respectivamente de -47 e -15. Entre as ativida-

des

15

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Tabela 8 – Evolução do emprego no total da indústria do Espírito Santo

Setores *

Agosto/2018 No ano **

Admitidos Desligados Saldo

Líquido Admitidos Desligados

Saldo

Líquido

Extrativa Mineral 138 185 -47 1.255 1.245 10

Indústria de Transformação 4.770 4.785 -15 41.377 38.208 3.169

Produtos minerais não metálicos 674 653 21 4.842 4.899 -57

Metalúrgica 421 582 -161 5.318 4.864 454

Mecânica 1.102 1.333 -231 11.529 10.954 575

Material elétrico e de comunicações 72 72 0 509 368 141

Material de transporte 225 143 82 1.193 908 285

Madeira e do mobiliário 251 289 -38 1.968 1.899 69

Papel, papelão, editorial e gráfica 112 88 24 753 749 4

Borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas 146 92 54 1.073 1.092 -19

Química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria 242 225 17 2.283 1.653 630

Têxtil do vestuário e artefatos de tecidos 392 466 -74 3.080 3.262 -182

Calçados 26 19 7 296 228 68

Produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico 1.107 823 284 8.533 7.332 1.201

Construção Civil 3.447 2.496 951 22.974 19.986 2.988

TOTAL DA INDÚSTRIA 8.355 7.466 889 65.606 59.439 6.167

(*) Dados com base na classificação de setores do IBGE

(**) Valores com ajuste das declarações feitas fora do prazo

Fonte: Caged / MTE

Elaboração: Ideies/ Sistema Findes

4. Comércio Exterior

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as

exportações brasileiras alcançaram US$ 158,9 bilhões, valor

8,9% acima do realizado no mesmo período de 2017. Em

destaque, novamente, estão as compras externas de

produtos básicos e manufaturados, com crescimento de

11,7% e 11,1%, respectivamente. Na comparação mensal, o

valor de agosto de 2018 (US$ 22,6 bilhões) cresceu 15,8%

em relação a agosto de 2017 (US$ 19,5 bilhões), impul-

sionado, principalmente, pelos produtos manufaturados,

que aumentaram em 35,1% no mesmo comparativo.

O Espírito Santo, no acumulado até agosto,

exportou US$ 5,1 bilhões, o que representa 3,2%

do total exportado no Brasil. Em números

absolutos, esse resultado representou redução

de -2,5% em relação ao efetivado no mesmo

período de 2017, influenciado pelos produtos

industrializados, em que os manufaturados

caíram -21,8% e os semimanufaturados -8,0%.

Dentre esses grupos, o produto com maior impacto

negativo foi “tubos flexíveis de ferro ou aço”, com uma

redução de -60,2%. Em agosto, as exportações capixabas

chegaram a US$ 682,0 milhões, com alta de apenas 0,8%

em relação a agosto de 2017.

Na abertura dos produtos por fator agregado, mantém-se

a predominância das exportações de produtos básicos, com

mais da metade do total exportado pelo estado. Em

sequência tem-se os produtos semimanufaturados (26,2%)

e os manufaturados (21,9%).

No ranking dos principais produtos da pauta exportadora

capixaba, de janeiro a agosto, minério de ferro e seus

concentrados lideram com a maior participação individual

(32,5%), seguidos pelos semimanufaturados de ferro ou

aços (13,0%) e pela celulose (12,0%). Os 10 principais

produtos exportados pelo estado concentram 92,7% do

total, evidenciando a concentração da pauta exportadora

capixaba e a importância de cada um deles na economia do

estado.

16

Gráfico 16 – Evolução da participação no total da exportação capixaba, segundo classes (2012-2018),

US$ FOB bilhões e % do total

Fonte: Funcex

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

69,0%68,3%

67,9%

59,6%

35,5%44,0% 51,1%

14,7%

13,9%

12,2%

20,0%

28,2%

27,8%26,2%

14,4%

17,1%

19,2%

19,8%

35,5%

27,3% 21,9%

1,8%

0,8%

0,7%

0,6%

0,8%

0,9% 0,8%

Jan. - Jul.

2012

Jan. - Jul.

2013

Jan. - Jul.

2014

Jan. - Jul.

2015

Jan. - Jul.

2016

Jan. - Jul.

2017

Jan. - Jul.

2018

Básicos Semimanufaturados Manufaturados Outros

US$ 5,1US$ 5,3

US$ 4,2

US$ 7,0

US$ 8,1

US$ 6,9

US$ 8,2

As importações no Brasil chegaram ao somatório de

US$ 121,2 bilhões, no acumulado de janeiro a agosto, valor

acima do ocorrido em 2017 (U$S 97,8 bilhões) e 2016

(U$S 91,2 bilhões). O crescimento se mantém em todas as

categorias econômicas, com ênfase na aquisição de bens de

capital, que aumentou 95,8%, quando comparado ao

mesmo período de 2017. No mês de agosto de 2018 as

importações totalizaram US$ 18,8 bilhões, 35,2% acima do

verificado em agosto de 2017.

Tabela 9 – Identificação dos produtos com maior participação nas exportações capixabas, 2017 e 2018

Descrição 2017 2018 (b) – (a)

US$ mi Part. (a) US$ mi Part. (b) Var em pp

1 Minérios de ferro e seus concentrados 1.262 24,0% 1.665 32,5% 8,5

2 Produtos semimanufaturados de ferro ou aços 765 14,6% 667 13,0% -1,5

3 Celulose 644 12,3% 613 12,0% -0,3

4 Óleos brutos de petróleo 683 13,0% 547 10,7% -2,3

5 Produtos laminados planos de ferro ou aços 390 7,4% 430 8,4% 1,0

6 Obras de mármore e granito 471 9,0% 323 6,3% -2,7

7 Café cru em grão 154 2,9% 201 3,9% 1,0

8 Tubos flexíveis, de ferro ou aço 342 6,5% 136 2,7% -3,9

9 Demais produtos manufaturados 103 2,0% 108 2,1% 0,1

10 Ferro fundido bruto e ferro "spiegel" (exceto ferro gusa) 52 1,0% 63 1,2% 0,3

Fonte: Funcex

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

No Espírito Santo as importações somaram

US$ 3,4 bilhões, no acumulado dos oito

primeiros meses do ano, participação de 2,8%

em relação ao importado nacionalmente. Esse

montante está 15,5% acima do realizado no

mesmo período de 2017, devido, especialmente,

ao aumento de bens de consumo duráveis

(64,0%), atrelado à maior aquisição de

automóveis de passageiros (73,0%).

17

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

No âmbito das categorias econômicas, observa-se a

diminuição relativa na concentração das importações de

combustíveis e bens intermediários, contra o mesmo

período do ano passado, enquanto os bens de consumo

não duráveis ficaram em igual patamar e houve maior

aquisição de bens de consumo duráveis e bens de capital.

Tabela 10 – Identificação dos produtos com maior participação nas importações capixabas 2017-2018

Descrição 2017 2018 2018/2017

US$ mi Part. % US$ mi Part. % Var em pp

1 Carvão mineral e gás natural 793,1 29,9% 591,5 21,2% -8,7

2 Automóveis de passageiros 189,7 7,7% 334,0 11,5% 3,8

3 Demais bens intermediários 258,0 10,2% 239,0 8,2% -1,9

4 Equipamentos de informática, produtos

eletrônicos e ópticos 80,5 5,1% 213,4 7,4% 2,3

5 Aviões e outras aeronaves 124,8 5,6% 209,5 6,4% 0,7

6 Fios, tecidos e artigos têxtis 140,6 5,5% 162,4 5,7% 0,2

7 Produtos metalúrgicos não-ferrosos 107,6 4,4% 135,5 4,6% 0,1

8 Produto e preparos químicos diversos 94,9 3,6% 104,4 3,6% 0,0

9 Demais produtos de combustíveis 26,4 0,8% 55,3 1,9% 1,1

10 Componentes eletrônicos e peças de máquinas

de processamento de dados 51,2 1,1% 55,1 1,9% 0,8

Fonte: Funcex

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Gráfico 17 – Evolução da participação no total da importação capixaba, segundo categorias econômicas

(2012-2018), US$ FOB milhões e % do total

Fonte: Funcex

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

23,2% 25,5% 28,3%17,9% 15,1% 16,4% 20,0%

41,3%

38,5% 36,4%

37,8%

44,6% 33,6%33,4%

16,8%

14,6% 15,6%

18,9%

11,9% 8,6%

12,3%

9,7%

12,1% 9,6%

10,5%

11,4% 9,8%

9,8%

9,0%

9,4% 10,1%

14,8%

17,0%31,7%

24,5%

Jan. - Jul.

2012

Jan. - Jul.

2013

Jan. - Jul.

2014

Jan. - Jul.

2015

Jan. - Jul.

2016

Jan. - Jul.

2017

Jan. - Jul.

2018

Bens de

capital

Bens

intermediários

Bens de

consumo

duráveis

Bens de

consumo

não duráveis

Combustíveis

US$ 3,4

US$ 2,9

US$ 2,4

US$ 3,7

US$ 4,8US$ 4,8

US$ 5,9

Na análise segregada dos principais produtos importados

para o estado, entre janeiro e agosto, carvão mineral e gás

natural (21,2%) lideram o ranking, seguido por automóveis

de passageiros (11,5%) e demais bens intermediários (8,2%).

A tabela a seguir identifica os 10 principais produtos

importados pelo estado, que respondem por 72,5% do total.

18

16

16 Mais informações em: Revista Brasileira de Comércio Exterior, nº 136, julho – setembro de 2018 (Funcex)

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

O saldo da balança comercial brasileira foi

positivo em US$ 36,4 bilhões entre os meses de

janeiro a agosto deste ano. A balança

comercial capixaba somou US$ 1,8 bilhão no

mesmo período, e ambas permanecem com

resultados superavitários, apesar do saldo

capixaba ter atingido o mesmo nível que em

2016, sendo o menor resultado desde 2012.

Gráfico 18 – Balança comercial capixaba (2012-2018), US$ FOB – milhões

Fonte: FUNCEX

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

8,2

6,9

8,1

7,0

4,2

5,3 5,1

5,9

4,8 4,8

3,7

2,42,9

3,4

2,3 2,1

3,4

3,3

1,82,3

1,8

Jan. - Ago.

2012

Jan. - Ago.

2013

Jan. - Ago.

2014

Jan. - Ago.

2015

Jan. - Ago.

2016

Jan. - Ago.

2017

Jan. - Ago.

2018

ExportaçõesImportaçõesSaldo

No mês corrente o saldo no estado chegou a US$ 208,4

milhões, o que configura redução de -11,0% em relação ao

mês anterior e -20,8% em relação a agosto de 2017,

consequência do aumento, em maior proporção, das

importações no período analisado.

Um outro importante indicador do comércio exterior, que

combina exportação, importação e PIB, é o grau de abertu-

ra, que tem o seu cálculo baseado na corrente de comércio.

Quanto maior o indicador, maior a dinâmica e a sensibili-

dade da economia às oscilações do comércio exterior.

Gráfico 19 – Grau de abertura do Espírito Santo e Brasil (2014-2018) – trimestral

Fonte: IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

39,132,7

34,4

37,2

34,2 34,638,5

33,6

29,5

25,8 25,226,3

27,926,4

34,236,2

32,6

36,2

18,0 18,5 19,417,9 17,9

19,821,7

20,719,0 18,9

17,616,2 17,0

18,2 18,717,7

19,221,4

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II

2014 2015 2016 2017 2018

Espírito Santo Brasil

Por outro lado, o grau de abertura brasileiro apresenta um

nível bem mais baixo, de 21,4% no segundo trimestre,

crescimento de 3,2 pontos percentuais em relação ao

segundo trimestre de 2017.

Comparativamente ao restante do mundo, o Brasil possui

um grau de abertura próximo ao de países como Argentina

e Sudão, aquém da maioria dos demais países. Esse fato

reforça as afirmações de especialistas de que o Brasil é um

país protecionista e fechado economicamente16.

O grau de abertura da economia capixaba, no

segundo trimestre do ano, foi de 36,2%, valor

9,9 pontos percentuais acima do verificado no

mesmo trimestre de 2017.

19

17

17 O indicador IC-Br é elaborado a partir da média mensal dos preços internacionais de commodities, convertidos para reais, em

busca de refletir a relevância de cada commodity para a dinâmica da inflação doméstica e captar os impactos provenientes das

variações na taxa de câmbio.

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Os preços das commodities também são indicadores

relevantes a serem acompanhados na dinâmica do

comércio exterior capixaba.

A média anual dos preços das principais commodities

brasileiras segue em tendência crescente nas cotações de

petróleo (Brent e WTI). Contudo, a cotação do minério de

ferro, apesar de ter avançado em agosto de 2018, continua

com média anual inferior ao mesmo período de 2017, de-

vido às reduções ocorridas entre março e julho de 2018, á-

pice das instabilidades entre EUA e China, que envolveram

a taxação sobre a comercialização dessa commodity como

medida protecionista praticada pela economia americana.

O Índice de Commodities Brasil17 (IC-Br), divulgado pelo

Banco Central, segue em trajetória crescente no período de

janeiro a agosto de 2018, superior aos períodos anteriores.

Esse cenário está relacionado ao crescimento nas cotações

internacionais das commodities dos três subgrupos que

compõem o índice (energia, metálicas e agropecuárias). O

IC-BR avançou 17,1%, na comparação com o mesmo

período de 2017, e 28,8% em relação ao mesmo mês de

2017. Os subgrupos acompanharam o crescimento,

considerando o acumulado do ano em relação ao anterior:

aumento de 35,0% nas commodites de energia (compostas

por petróleo brent, gás natural e carvão); 13,4% nas

agropecuárias (carne de boi, algodão, óleo de soja, trigo,

açúcar, milho, café, arroz, carne de porco, suco de laranja e

cacau); e 10,4% nas metálicas (alumínio, minério de ferro,

cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata).

Gráfico 21 – Evolução dos principais grupos de commodities brasileiras, média anual (2005 = 100)

*últimos dados até agosto de 2018 Fonte: Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes

142,8 144,8

158,0

189,3 188,0

169,1

183,1

118,8127,9

136,3

155,2

185,5

204,1

239,7

94,5103,5

108,9

94,8

70,383,9

112,2

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Agropecuária

Metal

Energia

Gráfico 20 – Evolução das cotações das principais commodities brasileiras, em US$

* última atualização ago/2018 minério de ferro e set/2018 petróleo Brent e WTI

Fonte: Investing

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

111,5 108,497,5

54,4

46,0

55,7

74,2

94,1 97,691,2

49,344,5

51,9

67,7

128,5

135,5

96,4

55,2 58,1

70,768,8

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Petróleo Brent

Petróleo WTI

Minério de Ferro

20

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

O mercado de crédito brasileiro fechou o mês de julho com

saldo de operações total de R$ 3,12 trilhões, apresentando

resultados positivos na perspectiva anual. O saldo da carteira

de crédito avançou 2,4% na comparação com julho de 2017,

o quinto mês seguido de alta.

Gráfico 22 – Saldo de operações, por tipo de crédito – Brasil,

Variação % contra o mesmo mês do ano anterior

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2,4

7,7

-3,0

jan

/14

ab

r/14

jul/

14

ou

t/14

jan

/15

ab

r/15

jul/

15

ou

t/15

jan

/16

ab

r/16

jul/

16

ou

t/16

jan

/17

ab

r/17

jul/

17

ou

t/17

jan

/18

ab

r/18

jul/

18

Total Livre Direcionado

5. Crédito

O bom resultado foi influenciado pela elevação

de 7,7% no saldo de operações com recursos

livres, que já soma nove meses seguidos de evolu-

ção positiva na mesma base de comparação, e

teve sua maior alta desde dezembro de 2013.

teve pequena redução de -0,2%, com queda de -0,1% no

crédito livre e de -0,3% no crédito direcionado.

Gráfico 23 – Saldo de operações, por tipo de tomador – Brasil,

Variação % contra o mesmo mês do ano anterior

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2,4

6,4

-2,1

jan

/14

ab

r/14

jul/

14

ou

t/14

jan

/15

ab

r/15

jul/

15

ou

t/15

jan

/16

ab

r/16

jul/

16

ou

t/16

jan

/17

ab

r/17

jul/

17

ou

t/17

jan

/18

ab

r/18

jul/

18

Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas

Já as operações com recursos direcionados tiveram nova bai-

xa, de -3,0% em julho contra o mesmo mês do ano anterior,

acumulando resultados negativos desde outubro de 2016.

Na comparação de julho contra junho de 2018 o saldo total

Em relação ao tipo de tomador, o saldo para pesso-

as físicas segue em trajetória positiva, tendo apre-

sentado alta de 6,4% na comparação com julho de

2017. Já para as pessoas jurídicas, houve a 27ª

queda consecutiva, dessa vez de -2,1%.

A boa notícia é que o ritmo de queda vem se reduzindo

continuamente em 2018, com possibilidade de reversão dos

resultados negativos nos próximos meses.

Ao se comparar julho contra junho de 2018 a variação men-

sal dos saldos por tipo de tomador no Brasil registrou alta

de 0,5% para as pessoas físicas e redução de -1,0% para as

pessoas jurídicas.

21

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

O saldo de operações do Espírito Santo foi positivo

em julho, chegando ao montante de R$ 47,4 bilhões.

Na comparação com julho de 2017 esse valor

representou alta de 2,8%, com avanço de 1,0% no

crédito para pessoas jurídicas e de 4,0% para

pessoas físicas.

pessoas jurídicas e de 0,3% para pessoas físicas.

A taxa de inadimplência para o Brasil ficou em 3,0% em

julho, e para o Espírito Santo foi de 3,8%. Ambas se

encontram em patamar menor do que o registrado em julho

de 2017 (3,7% e 4,2%, respectivamente). No entanto, na

comparação contra o mês imediatamente anterior, a

inadimplência no país se manteve estável, enquanto no

estado teve alta de 0,2 p.p.

Na análise marginal, contra o mês imediatamente anterior,

também houve avanço de 0,3%, com alta de 0,4% para

pessoas

Gráfico 24 – Saldo de operações, por tipo de tomador – Espírito Santo,

Variação % contra o mesmo mês do ano anterior

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2,8

4,0

1,0

jan

/14

ab

r/14

jul/

14

ou

t/14

jan

/15

ab

r/15

jul/

15

ou

t/15

jan

/16

ab

r/16

jul/

16

ou

t/16

jan

/17

ab

r/17

jul/

17

ou

t/17

jan

/18

ab

r/18

jul/

18

Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas

Gráfico 25 – Taxa de Inadimplência mensal - Brasil e Espírito Santo (%)

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2,8

4,23,8

2,83,7

3,0

0

1

2

3

4

5

6

jan

/14

abr/

14

jul/

14

ou

t/1

4

jan

/15

abr/

15

jul/

15

ou

t/1

5

jan

/16

abr/

16

jul/

16

ou

t/1

6

jan

/17

abr/

17

jul/

17

ou

t/1

7

jan

/18

abr/

18

jul/

18

Espírito Santo Brasil

22

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

As taxas médias de juros para as operações de

crédito no país seguem em trajetória de queda.

A taxa média total ficou em 24,5% em julho,

valor -4,5 p.p. abaixo do registrado no mesmo

mês do ano anterior.

Na mesma base de comparação o spread do crédito livre

foi de 29,4%, indicando redução de -8,0 p.p., enquanto para

o crédito direcionado ficou em 4,0%, queda de -0,2 p.p.

Para o crédito livre a queda, nessa mesma base de

comparação, foi de -8,5 p.p., chegando à taxa de 38,1%. Já

no crédito direcionado a taxa média foi de 8,3%,

representando queda de -1,7 p.p.

Gráfico 26 - Taxa média de juros, por tipo de crédito (% a.a.)

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

23,0

29,0

24,5

34,3

46,6

38,1

7,810,1

8,3

jan

/14

mar

/14

mai

/14

jul/

14

set/

14

no

v/1

4

jan

/15

mar

/15

mai

/15

jul/

15

set/

15

no

v/1

5

jan

/16

mar

/16

mai

/16

jul/

16

set/

16

no

v/1

6

jan

/17

mar

/17

mai

/17

jul/

17

set/

17

no

v/1

7

jan

/18

mar

/18

mai

/18

jul/

18

Total Recursos Livres Recursos Direcionados

Gráfico 27 - Spread médio, por tipo de crédito (% a.a.)

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

14,2

21,4

17,8

22,7

37,4

29,4

2,64,2 4,0

jan

/14

mar/

14

mai/

14

jul/

14

set/

14

no

v/1

4

jan

/15

mar/

15

mai/

15

jul/

15

set/

15

no

v/1

5

jan

/16

mar/

16

mai/

16

jul/

16

set/

16

no

v/1

6

jan

/17

mar/

17

mai/

17

jul/

17

set/

17

no

v/1

7

jan

/18

mar/

18

mai/

18

jul/

18

Total Recursos Livres Recursos Direcionados

O spread bancário médio no Brasil também

acompanha trajetória semelhante à da taxa de

juros média. O spread total ficou em 17,8% em

julho, valor -3,6 p.p. abaixo do mesmo mês de

2017.

23

Tabela 11 - Taxas médias de juros cobradas pelas principais instituições financeiras do varejo - Pessoa Jurídica

Período Analisado: de 03/09/2018 a 10/09/2018

Instituição

Capital de Giro

até 365 dias

Capital de Giro

superior 365 dias Conta Garantida

Desconto de

Duplicatas

Adiantamento

Contrato Câmbio

% a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a.

Banco do Brasil 1,3 16,4 1,1 13,8 2,3 31,7 1,9 25,5 0,3 3,5

Caixa Econômica 3,0 43,2 1,9 24,9 - - 3,6 52,9 0,5 5,9

Santander 2,2 29,2 2,0 26,3 2,8 39,8 1,5 19,6 0,3 3,9

Itaú-Unibanco 1,9 24,7 1,8 24,1 3,4 50,0 1,8 23,6 0,3 3,7

Bradesco 1,7 23,0 1,7 22,5 3,9 58,4 1,5 19,8 0,4 4,3

Banestes 2,0 27,2 2,1 28,7 2,6 36,3 2,5 33,6 0,7 8,1

Média Total 2,0 27,3 1,8 23,4 3,0 43,2 2,1 29,2 0,4 4,9

Variação média total* -0,1 -1,8 0,0 -0,2 0,0 0,5 0,0 -0,6 0,0 -0,2

* Variação de p.p. em comparação com a média total do período de 01/08/2018 a 08/08/2018

Fonte: Instituições Financeiras / Banco Central

Elaboração: Depecon / Fiesp & Ideies / Sistema Findes

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

nos períodos comparados. Ainda assim, o banco capixaba

segue com uma taxa média bastante acima do Banco do

Brasil, por exemplo.

A taxa média também caiu nas operações de capital de giro

de longo prazo, desconto de duplicatas e adiantamento de

contratos de câmbio. Nas operações de conta garantida, ao

contrário, foi registrada uma alta de 0,5 p.p. na taxa média

ao ano.

Segundo os dados do Banco Central, analisando-se as taxas

médias de juros cobradas pelas principais instituições

financeiras do varejo no país, a primeira semana do mês de

setembro apresentou tendência de ligeira queda para a

maioria das operações de pessoas jurídicas, quando

comparada com a primeira semana de agosto.

A maior redução, considerando a taxa de juros anual, ocor-

reu para capital de giro de curto prazo (-1,8 p.p.), destacan-

do-se a taxa média do Banestes que teve queda de -9,8 p.p.

nos

6. Finanças Públicas Estaduais

De janeiro a agosto deste ano, a receita total do

Governo do Estado foi da ordem de R$ 10,8

bilhões, resultando em um aumento real de

4,0% em relação ao mesmo período de 2017.

Em termos nominais, este resultado é 7,2%

superior à arrecadação realizada até o 4°

bimestre do ano anterior.

Um dos principais componentes da receita estadual, o

ICMS, vem apresentando desempenho positivo em 2018.

Foram R$ 6,5 bilhões arrecadados até o quarto bimestre

deste ano, o que representa 74,6% da receita desse imposto

prevista para 2018. Esse número significa uma ampliação

real de 8,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Gráfico 28 – Despesas e receitas acumuladas de janeiro a agosto, 2013-2018 - em bilhões (IPCA-agosto/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

11,712,6

11,210,2 10,3 10,8

9,910,9

9,38,5 8,0 8,6

Jan. - Ago.

2013

Jan. - Ago.

2014

Jan. - Ago.

2015

Jan. - Ago.

2016

Jan. - Ago.

2017

Jan. - Ago.

2018Receita Despesa

24

18

19

18 O FPE consiste numa transferência constitucional da União para os Estados e o Distrito Federal. Os recursos do Fundo provêm

de 21,5% da arrecadação federal de Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Cada Estado tem

um coeficiente de distribuição próprio (o coeficiente para o ES é 2,40% no exercício de 2018). Do montante total destinado a

cada um, são descontados 1% para o PASEP e 20% para o FUNDEB. Os outros 79%, que chegam efetivamente aos cofres dos

Estados, podem ser aplicados livremente, já que não há vinculação para o uso dos recursos do FPE. 19 Segundo o Ministério da Educação (MEC) o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação – Fundeb é um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo por estado e

Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado, na quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e

transferências dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição

Federal. Além desses recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais, sempre

que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. Independentemente da

origem, todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação básica.

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Tabela 12 – Receita e despesa do Espírito Santo, em 2017 e 2018 (IPCA - agosto/2018)

Receitas e despesas Jan. - Ago.

2017 (a)

Jan. - Ago.

2018 (b)

Variação real

2018/2017

(R$)

Variação

2018/2017

(%)

Previsão

em R$ - 2018

(c)

Realizado

2018

(d)=(b)/(c )

Receita Total 10.390.699.833 10.809.125.548 418.425.715 4,0 16.686.484.451 64,8

Receita Tributaria 7.420.491.996 7.899.116.162 478.624.166 6,5 10.566.501.027 74,8

ICMS Total 6.097.948.380 6.587.545.878 489.597.498 8,0 8.826.458.399 74,6

ICMS - Comércio 1.135.738.441 1.253.850.777 118.112.335 10,4 1.678.920.361 74,7

ICMS - Industria 754.576.963 1.087.047.200 332.470.237 44,1 989.535.265 109,9

Demais Receitas Tributárias 1.322.543.616 1.637.413.718 314.870.102 23,8 1.740.042.628 94,1

Transferências Correntes 3.316.165.183 3.686.140.658 369.975.474 11,2 4.898.830.199 75,2

FPE 912.050.603 964.995.200 52.944.597 5,8 1.454.690.376 66,3

IPI 144.526.649 150.957.171 6.430.522 4,4 228.935.356 65,9

Royalties e Participação Especial 1.052.364.438 1.361.955.984 93.669.506 12,6 1.388.395.841 98,1

Demais Transf. Correntes 1.207.223.494 1.208.232.303 1.008.810 0,1 1.826.808.626 66,1

Demais Receitas 2.779.338.265 2.596.485.198 -182.853.067 -6,6 5.619.627.992 46,2

(-) Deduções da Receita -3.125.295.612 -3.372.616.470 -247.320.858 7,9 -4.398.474.767 76,7

Despesa Total 8.096.934.366 8.644.820.176 547.885.810 6,8 16.039.047.224 53,9

Pessoal e Encargos Sociais 5.281.137.216 5.433.709.656 152.572.440 2,9 9.561.886.358 56,8

Investimentos 210.670.557 319.454.986 108.784.429 51,6 1.565.944.067 20,4

Demais Despesas 2.605.126.593 2.891.655.534 286.528.941 11,0 4.911.216.799 58,9

Resultado Orçamentário

Acumulado até agosto 2.293.765.467 2.164.305.372 -129.460.095 -5,6 - -

Fonte: Portal da Transparência ES

Nota: Despesa Liquidada

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Gráfico 29 – Receitas de ICMS acumuladas de janeiro a agosto,

2013-2018 - em R$ milhões (IPCA – Agosto/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

1.353,1 1.245,6 994,7 603,3 754,5 1.087,0

6.257,6 6.100,06.006,0

5.653,6 5.343,45.500,5

7.610,7 7.345,6 7.000,7

6.256,9 6.097,96.587,5

Jan. - Ago.

2013

Jan. - Ago.

2014

Jan. - Ago.

2015

Jan. - Ago.

2016

Jan. - Ago.

2017

Jan. - Ago.

2018

ICMS-Indústria Outros ICMS ICMS Total

Dentro das receitas de ICMS vale destacar o

montante proveniente das atividades industri-

ais. Nos primeiros oito meses de 2017, o ICMS

Indústria havia totalizado R$ 754,5 milhões,

enquanto em 2018 chegou a R$ 1,1 bilhão,

aumento real de 44,1%, ultrapassando a pre-

visão de arrecadação para esta receita no ano.

Entre as transferências governamentais constitucionais,

destaca-se o Fundo de Participação dos Estados (FPE)18.

Nos oito primeiros meses do ano a receita do FPE foi de

R$ 964,9 milhões (R$ 761,5 milhões se descontados os

20% destinados ao Fundeb19), representando um

aumento de 5,8% em relação a 2017.

25

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Análogo ao FPE, há o Fundo de Participação dos Municí-

pios (FPM), que é uma transferência constitucional

(CF, Art. 159, I, b) de recursos específicos para municípios,

composto por 22,5% das arrecadações do Imposto de

Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI) realizadas pela União. A distribuição do FPM é feita

de acordo com o número de habitantes e a renda per

capita dos municípios. Por esta receita, chegaram aos 78

municípios do Espírito Santo, até agosto de 2018, R$

988,7 milhões.

Outra receita importante para o Espírito Santo é a advinda

do petróleo. As receitas do petróleo podem ser divididas

em royalties e participações especiais – que representam

uma forma de compensação diferenciada, proporcional à

produção e à rentabilidade de cada campo de petróleo.

Os royalties e participações especiais somaram às finanças

estaduais R$ 1,3 bilhão de janeiro a agosto de 2018, valor

12,6% superior ao mesmo período do ano anterior. Este

número representa 98,1% da arrecadação prevista para

2018, o que significa que, até o termino do ano, o que for

arrecadado estará além do planejamento orçamentário do

governo, gerando uma possível sobra de caixa.

Gráfico 30 – Transferências da União para o Estado e Municípios do Espírito Santo –

em R$ milhões (IPCA – Agosto/2018)*

*valores já descontados os 20% destinados ao FUNDEB.

Fonte: Tesouro Nacional

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

736,9 759,3 742,9677,9

728,8 761,5

892,0 918,7 916,5 882,1952,6 988,7

Jan. - Ago.

2013

Jan. - Ago.

2014

Jan. - Ago.

2015

Jan. - Ago.

2016

Jan. - Ago.

2017

Jan. - Ago.

2018

FPE FPM

Gráfico 31 – Receitas do petróleo acumuladas de janeiro a agosto – em R$ milhões

(IPCA – Agosto/2018)

1.362,0

295,8

236,2

830,0

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

26

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

As despesas estaduais totalizaram R$ 8,6 bilhões

nos oito primeiros meses do ano, 53,9% da

despesa total prevista para o ano. Se comparado

ao mesmo período de 2017, os dispêndios

aumentaram R$ 547,8 milhões em termos reais

(6,8%). O resultado orçamentário do período foi

5,6% menor do que o registrado em 2017.

Gráfico 32 – Despesa de investimentos acumulada de janeiro a agosto, 2013-2018 –

em R$ milhões (IPCA – Agosto/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

686,4

1.355,3

325,3247,9 210,7

319,5

Jan. - Ago.

2013

Jan. - Ago.

2014

Jan. - Ago.

2015

Jan. - Ago.

2016

Jan. - Ago.

2017

Jan. - Ago.

2018

previsto inicialmente na Lei de Diretrizes Orçamentárias

(LDO) de 2018, que era de R$ 1,5 bilhão. Deste montante

adicional, 100% já possuem destino anunciado para melho-

rias junto a diversas áreas de atuação do estado. Os maiores

valores foram alocados nas áreas de saneamento, habitação

e desenvolvimento humano, agricultura e educação.

Assim como no ano anterior, o orçamento de 2018

do Governo do Estado prevê investimentos da or-

dem de R$ 1,5 bilhão. No entanto, em 2017 foram

efetivados R$ 653 milhões. Para este ano o cami-

nho tem sido o mesmo, até agosto de 2018 foi rea-

lizada uma despesa de investimentos na ordem de

R$ 319,4 milhões, 20,4% do previsto para o ano.

Gráfico 33 – Despesa com pessoal acumulada de janeiro a agosto, 2013-2018 –

em R$ bilhões (IPCA – Agosto/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

5,5

6,2

5,8

5,4

5,2

5,4

Jan. - Ago.

2013

Jan. - Ago.

2014

Jan. - Ago.

2015

Jan. - Ago.

2016

Jan. - Ago.

2017

Jan. - Ago.

2018

Tudo indica que 2018 será um novo ano de investimentos

abaixo do indicado na lei orçamentária.

Na primeira semana de setembro o Governo do Estado

anunciou um novo aumento na previsão de investimentos

para o ano de 2018. O aumento do preço do barril de

petróleo deve injetar no orçamento R$ 277 milhões além do

petróleo

A despesa mais representativa na conta do estado

é a com pessoal e encargos sociais. Até o 4°

bimestre do ano essa conta foi de R$ 5,4 bilhões,

quase 57% do montante previsto para 2018, o que

representa 63% de toda despesa pública

registrada nos oito primeiros meses do ano.

O Espírito Santo é um dos poucos estados em que

a receita cresce a uma velocidade superior à

despesa com pessoal e encargos sociais. Este fator,

acrescido de outros aspectos positivos atípicos

como a melhora na arrecadação das participações

especiais do petróleo, permite que o estado se

encaminhe para o final do ano com resultados

positivos financeiramente.

27

20

20 CARVALHO, A. M. Estado, descentralização e sustentabilidade dos governos locais no Brasil. Economía, Sociedad y Territorio. v.

3, n. 12, jul-dez 2002

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Dos 5.570 municípios brasileiros, 1.872 não geram

receita suficiente para cobrir as despesas básicas da

máquina pública, segundo o Índice Firjan de

Desenvolvimento Municipal (IFDM) da Federação das

Indústrias do Estado do Rio (Firjan). Olhando para o

Espírito Santo, qual a situação atual dos municípios

capixabas?

O Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-

ES) divulgou um balanço das contas públicas dos

municípios capixabas registradas de janeiro a julho de

2018. Chama a atenção o baixo poder de arrecadação

própria de boa parte dos municípios.

A arrecadação própria é a forma mais segura de um

município se sustentar, ou seja, de arcar com seus gas-

tos a curto e longo prazo. Só é sustentável o município

capaz de se manter e ter perspectiva de continuidade

financeira. Assim, Carvalho (2002) em seu estudo “Esta-

do, descentralização e sustentabilidade dos governos

locais no Brasil”20 fortalece a definição de que muni-

cípios que são incapazes de se manter sem os repasses

intergovernamentais são denominados insustentáveis.

Nos primeiros sete meses do ano, 32 dos 78 municípios

do estado possuem como arrecadação própria menos

de 10% de toda sua receita registrada, ou seja, mais de

90% de suas receitas são oriundas de transferências da

União e do Estado. Destes 32 municípios, 11 não

possuem arrecadação própria suficiente para cobrir

sequer os custos de material de consumo, segundo

dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES).

Além de ter baixa arrecadação própria, boa parte

destes municípios compromete mais de metade de sua

receita total com despesa de pessoal e encargos

sociais.

Outros 26 dos 78 municípios capixabas possuem entre

11% e 20% de sua receita originada da arrecadação de

fontes próprias.

Cachoeiro de Itapemirim, Alegre, Serra, Aracruz,

Guarapari, Vila Velha e Vitória são os únicos municípios

do estado que registraram arrecadação própria acima

de 30% nos primeiros sete meses de 2018.

Mapa 1 – Arrecadação própria dos municípios do

Espírito Santo em 2018

Nota: os dados referem-se ao acumulado de janeiro a julho de 2018

Fonte: TCE-ES

Elaboração: Ideies/Sistema Findes

Box 1 – Análise da sustentabilidade financeira dos municípios capixabas

As três principais fontes de arrecadação dos municípios

são o imposto sobre a propriedade predial e territorial

urbana (IPTU), o imposto sobre serviços de qualquer

natureza (ISSQN) e o imposto de transmissão de bens

imóveis (ITBI).

O primeiro, em especial, é calculado através da multi-

plicação do valor venal do imóvel pela respectiva

alíquota (que é definida por Lei). Uma importante ques-

tão que permeia o IPTU é que os municípios passam

anos sem a atualização da sua respectiva planta de va-

lores venais, o que faz com que o valor arrecadado por

meio do imposto fique defasado ao longo do tempo.

28

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

Vale salientar que a Lei de Responsabilidade Fiscal,

além de impor rígido controle de gastos públicos,

condiciona as despesas do ente à sua capacidade

arrecadatória, reiterando assim a busca pela efetividade

na arrecadação de todos os tributos. Além do mais, a

eficiência da arrecadação própria aumentaria o poder

de investimento de muitos dos municípios, como a me-

lhora nos serviços prestados à população, por exemplo.

O baixo nível de arrecadação própria faz com que as

cidades sejam cada vez mais dependentes de

transferências intergovernamentais, principalmente do

Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é a

principal transferência da União para os entes

municipais. Esta, em 2017, representou em média

16,2% da receita das cidades capixabas.

Os municípios contam também com as transferências

estaduais. Entre elas há a destinação da cota-parte de

25% do imposto sobre operações relativas à circulação

de mercadorias e serviços (ICMS), que é dividida em

relação ao valor adicionado gerado no próprio

município. Há, também, a participação no imposto

sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)

arrecadado, em que 50% são destinados ao município

de licenciamento do veículo, dentre outras

transferências constitucionais.

Em 2017, a arrecadação via receitas próprias

representou 17,5% da receita total dos municípios

capixabas. Nos sete primeiros meses de 2018 este valor

médio é de 15% da receita total, em um cenário em que

74% dos municípios do Espírito Santo dependem em

80% ou mais das transferências intragovernamentais.

Ter um mínimo de sustentabilidade financeira para os

municípios é de suma importância, e justificaria, de

certa forma, o custo de manutenção da máquina

pública.

Tabela 13 – Composição da receita dos municípios do Espírito Santo, 2017 (%)

Receita

Tributária

(própria)

FPM QPM-ICMS

Royalties e

Participações

Especiais

Outras* Total

17,5 16,2 21,6 7,8 37,0 100,0

* Inclui as transferências do IPVA, Convênios, entre outros

Fonte: Aequus Consultoria – Revista de Finanças dos municípios capixabas

Elaboração: editada por Ideies/Sistema Findes

7. Considerações Finais

A divulgação do PIB estadual do 2º trimestre do ano trouxe

boas notícias para o Espírito Santo. O estado teve

crescimento em todas as bases de comparação, igualando

ou superando o desempenho do PIB nacional.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2018 houve

evolução de 1,8% no indicador capixaba, enquanto no

acumulado do ano a alta é de 1,1% e no acumulado em

quatro trimestres chegou a 1,7%.

O Índice de Atividade Econômica Regional do Espírito San-

to também registrou evolução, de 0,48% em julho. Indús-

tria, comércio e serviços tiveram variações positivas no mês.

Em relação à produção física industrial, o último dado de

julho mostrou que a indústria brasileira teve ligeira queda

de -0,2% na variação mensal, porém, segue com

crescimento positivo no acumulado no ano e acumulado

em 12 meses. Já a indústria capixaba teve desempenho

diferente: em julho houve crescimento expressivo de 5,8%

(melhor resultado entre as 15 regiões pesquisadas), no

entanto, o acumulado no ano e acumulado em 12 meses

seguem negativos.

A balança comercial capixaba acumulou saldo positivo de

US$ 1,8 bilhão no acumulado do ano até agosto. Apesar de

se manter positivo esse é, junto com o número de 2016, o

menor valor registrado desde 2012. As exportações tiveram

queda em comparação ao acumulado em 2017, enquanto

as importações subiram de forma mais intensa.

29

Em julho, os mercados de crédito nacional e estadual

seguiram as tendências dos últimos meses. O saldo de

operações permanece crescendo na comparação com o

mesmo mês do ano passado. As taxas médias de juros e do

spread bancário estão em trajetória de queda, enquanto a

inadimplência se mantém em patamar relativamente

estável em 2018.

Em relação às finanças públicas estaduais, o Governo do

Espírito Santo segue com movimentações superiores às do

ano passado, no acumulado do ano até agosto. As receitas

realizadas chegaram a R$ 10,8 bilhões, enquanto as

despesas foram de R$ 8,6 bilhões. Em relação à

arrecadação, as receitas do petróleo e o ICMS Indústria

apresentam desempenho acima do esperado, já alcançando

o previsto para o ano inteiro sem contar, ainda, um

quadrimestre de receitas a serem realizadas. A alta das

receitas

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

receitas do petróleo fez com que o Governo do Estado

ampliasse em R$ 227 milhões a previsão de investimentos

para 2018.

A incerteza eleitoral tem provocado algumas reações no

mercado, como a disparada recente do dólar, que em

meados de setembro chegou ao seu maior patamar desde

1994. No entanto, com o IPCA registrando ligeira deflação

no mês de agosto, tanto no Brasil quanto na Região

Metropolitana da Grande Vitória, a inflação se mostra ainda

sob controle e o Comitê de Política Monetária manteve a

taxa Selic em 6,5% a.a. em sua reunião de setembro.

Os desdobramentos da eleição presidencial ainda deverão

gerar incertezas no mês de outubro, principalmente pela

tendência real de haver segundo turno no dia 28/10.

30

3. Comentários

Finais

Lista de Siglas e Fontes dos indicadores utilizados nesta publicação

ACC: Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio

ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Anatel: Agência Nacional das Telecomunicações

BC: Banco Central do Brasil

BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Cade: Conselho Administrativo de Defesa Econômica

Caged: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CMN: Conselho Monetário Nacional

CNAE: Classificação Nacional de Atividades Econômicas

Copom: Comitê de Política Monetária

Fecomércio-ES: Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo

Fed: Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos

Fiesp: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Findes: Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo

FMI: Fundo Monetário Internacional

Focus: Relatório semanal organizado pelo BC, com expectativas de mercado de cerca de 130 instituições

FPE: Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal

FOB: “Free On Board”

Funcex: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior

Fundeb: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação

IBC: Índice de Atividade Econômica do Banco Central

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRE/FGV: Instituto Brasileiro de Economia / Fundação Getúlio Vargas

IC-Br: Índice de Commodities Brasil

ICEI: Índice de Confiança do Empresário Industrial

ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IJSN: Instituto Jones dos Santos Neves

IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados

IR: Imposto de Renda

LCA: LCA Consultores

MDIC: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

MTE: Ministério do Trabalho

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Pasep: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PIB: Produto Interno Bruto

PIM-PF: Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física

PMC: Pesquisa Mensal do Comércio

PMS: Pesquisa Mensal de Serviços

RMGV: Região Metropolitana da Grande Vitória

SEFAZ: Secretaria de Estado da Fazenda

Selic: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

SIGEFES: Sistema Integrado de Gestão das Finanças Públicas do Espírito Santo

SIUP: Serviços Industriais de Utilidade Pública

STN: Secretaria do Tesouro Nacional

ANO 2 – NÚMERO 13 – SETEMBRO DE 2018

31