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Os determinantes sociais da saúde no contexto do Semiárido: A questão da participação comunitária e do apoderamento Prof. Dr. Israel Rocha Brandão Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

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Apresentação realizada por mim na mesa redonda sobre Determinantes Sociais da Saúde, na I Conferência Internacional sobre Terras Secas.

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Os determinantes sociais da saúde no contexto do Semiárido:

A questão da participação comunitária e do apoderamento

Prof. Dr. Israel Rocha Brandão Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

O que entendemos por DSS?

• Condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham (OMS, 2007)

• Mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em informação (Krieger, 2001)

• Características sociais dentro das quais a vida transcorre (Tarlov, 1996)

O que entendemos por DSS?

• Fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos, raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. (CNDSS, 2007)

• As condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde (BUSS, 2007)

AMBIENTE DE SUPORTE PARA SAÚDE

DIMENSÕES: SOCIAL POLÍTICA ECONÓMICA

ATIVA PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES

ÁREAS DE AÇÃO: EQUIDADE GERAÇÕES FUTURAS RESPEITO A CULTURA

DECLARAÇÃO DE SUNDSVALL (Junho, 1991)

POLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEIS O VALOR DA SAÚDE EQUIDADE, ACESSO E DESENVOLVIMENTO

RESPONSABILIZAÇÃO NA SAÚDE

ABORDAGEM INTEGRADA PARCEIROS NO PROCESSO DA POLÍTICA

ÁREAS DE AÇÃO SAÚDE DAS MULHERES ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO TABACO E ÁLCOOL AMBIENTES DE SUPORTE

DEC

LAR

ÃO

DE

AD

ELA

IDE

(AB

RIL

, 1

98

8)

DECLARAÇÃO DE JAKARTA: A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO SÉCULO 21 1997

PROMOVER A RESPONSABILIDADE SOCIAL PELA SAÚDE

ACRESCENTAR A INVERSÃO NO DESENVOLVIMENTO SANITARIO

CONSOLIDAR E AMPLIAR AS PARCERIAS EM PROL DA SAÚDE

AMPLIAR A CAPACIDADE DAS COMUNIDADES E EMPODERAR AS PESSOAS

CONSOLIDAR A INFRAESTRUTURA NECESSARIA PARA PROMOVER A SAÚDE

CARTA DE OTTAWA, 1986

POLÍTICAS PUBLICAS ENTORNOS SAUDÁVEIS

REORIENTAÇÃO DOS SERVIÇOS AÇÃO COMUNITARIA

DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES PESSOAIS

CARTA DE MÉXICO (Junho, 2000)

EQUIDADE TRABALHO EM REDES AMPLIAR O

CONHECIMENTO PUBLICO DA SAÚDE ESTRATÉGIAS E INTERVENÇÕES MAS EFETIVAS

produtividade

equidade

sustentabilidade

apoderamento

segurança humana

ética

solidariedade

responsabilidade social pela saúde

desenvolvimento humano

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Vamos discutir um pouco?

1. Como é a participação no nosso município?

2. Os planos municipais (saúde, diretor, etc.) estão favorecendo a participação social?

3. Em que sentido as pessoas estão se tornando mais participativas?

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Por que falar de desenvolvimento social e participação?

1. Consumismo

2. Coisificação da vida

3. Mundo administrado

4. Individualismo

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Por que falar de participação?

“Porque é uma necessidade humana universal”

(Bordenave, 1995)

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O que entendemos por participação?

• Antítese da Marginalização

• Não se reduz à Mobilização

• Implica no “apoderamento” (empowerment)

• Confronta o sofrimento ético-político

• Tem o território como cenário

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Como construir a participação?

• Trabalhando com Educação Popular

• Desenvolvendo a Educação Permanente

• Formando Preceptores no serviço público

• Adotando o Planejamento Participativo

• Utilizando a Roda como ferramenta de gestão

• Respeitando as organizações sociais existentes

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Não –participativos:

• 1. Manipulação

• 2. Terapia

Participação simbólica:

• 3. Informação

• 4. Consulta

Escala de participação (Arnstein, 1969)

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Participação efetiva:

• 5. Conciliação

• 6. Parceria

• 7. Delegação de poderes

• 8. Controle pelos cidadãos

Escala de participação (Arnstein, 1969)

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Concluímos que...

•Não pode ser manipulação disfarçada

•Também não necessita de um líder ou terapeuta

•É mais que informação e consulta

•Implica em conciliação e parceria

•Resulta na delegação de poderes e no controle pelos cidadãos

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Território

•Espaço apropriado politicamente

•Físico e simbólico

•Implica em relações de poder

(SANTOS, 1999)

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Uma vez que está organizado e apropriado o espaço pelos indivíduos, é muito difícil modificá-lo ou transformá-lo, pois mudar o espaço significa mudar nossa própria vida. Esta resistência à mudança se agudiza com a idade.

(POL, 1995)

Território

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“A cidade representa muito mais que um amontoado de ruas, de casas e de edifícios repletos de homens e de mulheres. É um ser vivo que tem existência própria, que nasce, que cresce, vive tempos de crise e de prosperidade e pode estar doente ou saudável”

(LACHANCE & MORISETTE, 1995)

Território

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Identidade de Lugar

•Processo de vinculação das pessoas com o lugar-território

•Implica em agir, sentir e pensar

•Faz parte da identidade pessoal e comunitária

(BRANDÃO, 2000)

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O que é município potencialmente saudável

• Integração: economia – ambiente – equidade

• As pessoas se convertem em cidadãos, preocupados com a qualidade de vida na sua municipalidade

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Modelo de implementação de municípios potencialmente saudáveis

(Brandão, 2005)

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Sobre as políticas públicas

• Políticas públicas de inserção

(oxigenação/ compensatórias/ reparadoras)

AÇÃO TÉCNICA

• Políticas públicas preventivas

(processual / ataca as causas da

vulnerabilidade)

AÇÃO POLÍTICA

(CASTEL, 2007)

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A Roda como método de gestão nas organizações

• É um método de gestão de coletivos

• Baseada nos Círculos de Cultura de Paulo Freire

• Princípios: diálogo e argumentação

• Afetividade como instrumento agregador

• Transcende as máscaras sociais e as hierarquias rígidas

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• Administrativa

• Terapêutica

• Pedagógica

• Política

(CAMPOS, 2000)

A Roda como método de gestão nas organizações

A Roda em três momentos

ser Conhecer

Fazer

•A Roda precisa ser cuidada por todos

•Cada momento é cuidado por uma dupla ou subgrupo

•Cada dupla/subgrupo planeja o seu momento de acordo com os outros dois

(BRANDÃO, 2005)

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O conselho da cidade

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O conselho da cidade

•Construir democraticamente uma visão de futuro para o município, orientando esforços, tempo e a população em direção a um lugar desejável;

•Fortalecer e desenvolver formas de participação da municipalidade junto à gestão municipal e estadual, visando o exercício efetivo da cidadania;

•Implementar uma mentalidade de planejamento e de ação integrada entre administração e população com vistas ao desenvolvimento auto-sustentável do município

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A reorientação dos serviços públicos

1. Ênfase em políticas preventivas (Estratégia de Saúde da Família, Plano diretor, etc.)

2. Educação permanente dos profissionais

3. Criação de espaços de educação permanente para os profissionais do município (Residências Multiprofissionais em Saúde da Família, Políticas Públicas ...)

4. Modelo: território, preceptoria e tenda invertida

5. Formação universitária para os Agentes Comunitários (saúde, sociais, etc.)

6. Reforma curricular das escolas públicas: busca de um currículo saudável

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Possibilidades de ação comunitária

1. Organização de grupos de concertação nos

territórios rurais e urbanos

(Comitês comunitários, Mesas de Bairro, Bairro

Ecológico)

2. Projetos comunitários voltados para a eqüidade

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Alguns iniciativas de participação comunitária

• Comitê comunitário (rural)

• Mesa de concertação (urbano)

• Bairro ecológico (Ecoquartier)

• Roda (gestão social e governamental)

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O comitê comunitário (rural) e a Mesa de Bairro (urbano)

Pré-requisitos importantes...

• Compromisso político-social firmado

• Centro econômico-cultural agregador

• Equipamentos sociais mínimos

• Construção de uma identidade grupal (sentido para estar junto)

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O comitê comunitário

(BARBOSA, 2005)

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AGREGADO Semi-articulado

C

O

M

U

N

I D

A

D

E ENTO I

MOVIMENTO I

Articulado

C

O

M

U

N

I D

A

D

E MOVIMENTO II

Teia grupal

O comitê comunitário

(BARBOSA, 2005)

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Higiene

Alegria

Qualidade de Vida

Saudável

Paz Disposição Coragem

Esperança

Força

Amor

Luta

União

Educação

Felicidade

Alimentação

ção Vida

SAÚDE

O comitê comunitário

(BARBOSA, 2005)

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Educar para a participação...

•Precisa ser autorreflexão crítica (# Barbárie)

•Não é obediência, mas reflexão (# heteronomia)

•Não reprime a angústia

•Não absolutiza o que existe (status quo)

•Não pode ser marcada pela indiferença

•Implica na capacidade de amar

•Considera o contexto sócio-histórico e cultural

(ADORNO, 1995)

TUDO O QUE JÁ FOI, É O

COMEÇO DO QUE VAI VIR.

(JOÃO GUIMARÃES ROSA)