apresentação geração da utopia

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O Brasil que me (Des)Silencia: a Concepção de Leitura e de Leitores Inscrita e a Identidade Sonhada Universidade Feevale Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes ICHLA Grupo de Pesquisa: Linguagens e Manifestações Culturais Autor: Erlon Roberto Adam [email protected] Professor Orientador: Dr. Daniel Conte [email protected]

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Page 1: Apresentação   geração da utopia

O Brasil que me (Des)Silencia: a Concepção

de Leitura e de Leitores Inscrita e a

Identidade Sonhada

Universidade Feevale

Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes – ICHLA

Grupo de Pesquisa: Linguagens e Manifestações Culturais

Autor: Erlon Roberto Adam – [email protected]

Professor Orientador: Dr. Daniel Conte – [email protected]

Page 2: Apresentação   geração da utopia

OBJETIVO GERAL

Analisar as influências da cultura e da

identidade brasileiras na constituição da

identidade angolana.

Imagem 1

Page 3: Apresentação   geração da utopia

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Investigar as manifestações da interlocução

referencial entre Brasil e Angola e a

representação da autorreferenciação da

literatura e dos leitores, na ficção de

Pepetela.

Estudar o processo histórico contemporâneo

angolano, no período em que se inicia a

sistematização da resistência à colonização

portuguesa, indo até o pós-independência, a

partir de referências regionais brasileiras.

Page 4: Apresentação   geração da utopia

METODOLOGIA

CONSCIÊNCIA HISTÓRICA

NEOMARXISMO

HIBRIDISMO CULTURAL

ANÁLISE LINGUÍSTICA

E LITERÁRIA

DIALOGISMO E CONSTRUÇÃO

DE SENTIDO

REDE SIMBÓLICA

Page 5: Apresentação   geração da utopia

Segundo Stuart Hall (2000, p. 85), acultura nacional se constitui na principalfonte das identidades.

Enquanto a constituição da nação, paraBourdieu (1998, p.13), ocorre como umaconstrução produzida por atores sociaisque, em agentes históricos, veiculam suasideias através de discursos, onde seapresenta um conjunto de representaçõese de símbolos, não consensuais.

Page 6: Apresentação   geração da utopia

ESTRUTURA DA OBRA:

A Geração da Utopia

Quatro partes distintas, que dinamizama organização da narrativa, dividem AGeração da Utopia, de Pepetela.

Assim, determinam-na quatro temposhistóricos – ciclos –, comaproximadamente dez anos os trêsprimeiros, totalizando cerca de 30 anosde história.

Page 7: Apresentação   geração da utopia

O Polvo

O Templo

?

A casa

A Chana

Anos 80-90, erosionamentoda utopia.

CICLOS HISTÓRICOS

Anos 60 em Portugal, ditadura salazarista.

Anos 60-70 em Angola, período da guerrilha.

Anos 70-80, Angola recém independente.

Page 8: Apresentação   geração da utopia

A Casa

Imagem 2

Casa dos Estudantes doImpério, em Lisboa.

Page 9: Apresentação   geração da utopia

Narrativa que transcorre em Lisboa;

foca-se nos jovens angolanos da Casados Estudantes do Império;

esses estudantes compõem a “geraçãoda utopia” e alicerçaram as lutas contrao colonialismo, durante a década de60;

cada personagem representa umaideologia distinta, fundamentada emsuas leituras (o leitor aparece comosujeito histórico).

Page 10: Apresentação   geração da utopia

A casa é uma organização onde aspersonagens estabelecem relações emuma rede de significados, da qualemerge o diálogo permeado dasinfluências que compõem Angola: omando português e a referênciacultural brasileira.

Assim, o poeta Horácio, personagem deGeração da Utopia fala:

“Qual Camões, qual Pessoa, Drummond é queera, tudo estava nele, até a situação deAngola se podia inferir na sua poesia”.(PEPETELA, 2000, p. 31).

Page 11: Apresentação   geração da utopia

A Chana

Imagem 3

Imagem de guerrilheiros em Angola

Page 12: Apresentação   geração da utopia

Descreve os anos de guerra em Angola,durante a década de 70;

representa um momento de criseideológica – a morte iminente, noscombates em meio à solidão da Chana,leva à seguinte reflexão: lutar por umacausa coletiva ou por uma individual?

Page 13: Apresentação   geração da utopia

Essa crise ideológica está marcada nospensamentos de Vítor, o Mundial, aoromper com o senso comum (BOURDIEU,2005).

[Vítor] estava farto de discutir revoluções noscafés com africanos e latino-americanos,revoluções falhadas à nascença. Estava fartodos comitês europeus de apoio às lutas doTerceiro Mundo [...]. (PEPETELA, p.156).

Page 14: Apresentação   geração da utopia

O Polvo

Imagem 4

Baía da Caotinha, em Angola.

Page 15: Apresentação   geração da utopia

Décadas de 1970 e 1980, após oprocesso de independência.

Aníbal, o Sábio, enfrenta o polvo queo amedrontava desde a infância, masnão atinge a autossatisfaçãoesperada.

Paralelo a isso, essa personagem nãose conforma com o destino que arevolução tomou (o governoigualitário que ele sonhoutornou-se uma máquina corruptae opressora).

Page 16: Apresentação   geração da utopia

O polvo (o estado), com seus tentáculosdevoradores.

A crença de Aníbal, o Sábio, de que oespírito de Mussole habita em uma árvorerepresenta um retorno à tradição míticaafricana.

Imagem 5Baobá

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O Templo

Page 18: Apresentação   geração da utopia

Na década de 1990, faz uma crítica aosvalores morais e éticos, perdidos oudeturpados durante a guerrilha;

está contextualizada com astransformações políticas em Angola.

Page 19: Apresentação   geração da utopia

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Brasil permeiaconstantemente a ficçãoafricana.

A análise da obra permiteum diálogo entre os doisdiscursos: o ficcional e ohistórico, o que possibilitauma ampla análisedialógica entre a culturaangolana e a brasileira.

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Page 21: Apresentação   geração da utopia

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemasfundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 9. ed.São Paulo, SP: Hucitec, 1999.

Bacherlard, G. A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes,1996.

Bhabha, H K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

BOURDIEU, P. O poder do simbólico. Rio de Janeiro: BertrandBrasil, 2005.

CONTE, Daniel. Calados por Deus ou de como Angola foiarrasada pela história: os tons de silêncio no processo deconstrução da identidade angolana e sua representação na ficção dePepetela. Tese de doutorado. Porto Alegre: UFRGS, 2008.

PEPETELA. A Geração da Utopia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,2000.

Page 22: Apresentação   geração da utopia

IMAGENS

Imagem 1: o autor

Imagem 2: a cessada em 19 de jul. de 2010. Disponível em: http://macauantigo.blogspot.com/2009/07/caa-dos-estudantes-do-imperio.html

Imagem 3: “Numa chana (planície) algures no CuandoCubango.” Por António Moita) Fórum 4611: Fórum dos antigosmilitares do Batalhão de Caçadores 4611/72 (Angola, Novembrode 1972 a Novembro de 1974). Disponível em:<http://forum4611.blogspot.com/2009/06/serpa-pinto.html>Conferido em: 19 jul. 2010.

Imagem 4: Conferida em 19 jul. 2010. Disponível em:<http://picasaweb.google.com/lh/photo/YVNPFWcVAuhlZ6CGfh60_A>