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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil
10 semestre de 2.013
Aula 21
Segurança de trânsito
(parte 2 de 4)
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21. Análise
Acidentologia – técnicas de análise:
- boletins de ocorrência (21.1)
- evolução dos acidentes (21.2)
- diagramas de acidentes (21.3)
- conhecendo os acidentes (21.4)
- abordagem do problema (21.5)
- análise de um caso fictício (21.6)
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21.1. Análise dos Boletins de Ocorrência
• os Boletins de Ocorrência (B.O.s) são a
principal fonte de registro de acidentes e devem
ser coletados para servirem como ponto de
partida na análise de acidentes
• infelizmente, no Brasil o B.O. ainda é um
instrumento jurídico e não científico, portanto não
preparado para servir aos estudos de segurança
de trânsito
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21.1.1. Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
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21.1.1. Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
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21.1.1. Cópias de um Boletim de Ocorrência (cont.)
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21.1.2. Outros exemplos de Boletins de
Ocorrência: E.U.A. fonte: McShane
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21.1.3. Outros exemplos de Boletins de
Ocorrência: Espanha
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21.2. Acidentologia – análise da evolução
dos acidentes
Pode indicar:
- aumento de volume
(vegetativo)
- deterioração gradual
da sinalização ou
visibilidade
fonte: Gold
Crescimento constante dos acidentes ao longo
dos meses
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21.2. Acidentologia – análise da evolução dos
acidentes (cont.)
Alteração súbita dos
acidentes ao longo dos
meses
Pode indicar:
- mau resultado de
projeto
-deterioração súbita da
sinalização ou visibilidade
- aumento de volume
decorrente de alteração fonte: Gold
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21.2.1. Acidentologia – mapeamento dos
acidentes
Acidentes (classificados segundo legenda) em uma
malha viária para verificação de concentrações
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21.2.1. Acidentologia – mapeamento dos
acidentes
Mapeamento dos
atropelamentos
ocorridos em 2010
na Av. Jabaquara,
S.Paulo
(fonte: CET)
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21.2.1. Acidentologia – mapeamento dos acidentes
(cont.)
Software Maptitude, para análise de acidentes
desenvolvido pela EPTC (Porto Alegre)
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21.3.
Simbologia
para
Diagrama
de
Acidentes
fonte: ABNT
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21.3.1. Exemplo de
aplicação de Diagrama
de Acidentes
bairro
centro
fonte: Gold
21.3.2. Exemplo de aplicação de Diagrama de
Acidentes utilizando-se software específico
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21.3.3. Exemplo de aplicação de software
específico para registro de croqui de acidente
fonte: ARC Network
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21.4. Conhecendo os acidentes
Para estudar os acidentes, suas causas e
conseqüências, é importante entender a
dinâmica do que ocorre durante o evento
O uso de elementos de segurança passiva nos
veículos podem reduzir significativamente a
gravidade dos acidentes, como o cinto de
segurança e o apoio para cabeça nos bancos.
A obrigatoriedade do uso desses itens nos
veículos é decorrência de estudos sobre a
dinâmica dos acidentes
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21.4. Conhecendo os acidentes (cont.)
Ilustração de como o apoio para cabeça ameniza o
“efeito Chicote”, que pode causar danos na coluna
cervical , especialmente em colisões traseiras
fonte: rede Sarah de hospitais de reabilitação
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21.4. Conhecendo os acidentes (cont.)
Ilustração mostrando o efeito que ocorre quando
o passageiro do banco de trás não usa o cinto de
segurança
fonte: rede Sarah de hospitais de reabilitação
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21.4. Conhecendo os acidentes (cont.)
Novo conceito,
ainda em testes:
cinto de segurança
e banco do veículo
atuando de modo
integrado, para
reduzir o “efeito
chicote”
fonte
: V
isio
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21.4. Conhecendo os acidentes (cont.)
O atropelamento – relação entre a velocidade do
impacto e a gravidade das vítimas (pedestres)
fonte: Lúcia Maria Brandão
Velocidade do
impacto (km/h)
Vítimas fatais
(%)
Feridos
(%)
Ilesos
(%)
32 5 65 30
48 45 50 5
64 85 15 0
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21.4. Conhecendo os acidentes (cont.)
Seqüência de um atropelamento
fonte
: re
vis
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21.5. Abordagem do problema
- vistoria (tarefas de “laboratório”): ações em
campo, no local em estudo, visando vivenciar
os diversos papéis – motorista, pedestre,
ciclistas etc. A finalidade é sentir os problemas
dos usuários para melhor orientar os
diagnósticos. Na vistoria se faz o
levantamento geral das condições da
sinalização e das demais características do
local. É recomendável sempre usar um
“check-list” e realizar as vistorias em dias de
semana diferentes, em horários variados
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21.5.1. Exemplo
de planilha de
vistoria de campo
para verificação
dos aspectos de
segurança do
tráfego (fonte:
Denatran)
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- pesquisas: serão direcionadas
pelos indícios mostrados nas
análises iniciais. Podem ser das
mais variadas: índices de
acidentes, tempos de percurso,
atrasos, comportamento,
desobediências, compreensão da
sinalização, entre outras. Inclui
conversas com moradores,
comerciantes e usuários do local
21.5.2. Abordagem do problema (cont.)
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21.5.3. Abordagem do problema – exemplo de pesquisa de acidentes (1 de 2)
Fon
te:
CE
T
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Reprodução de parte do relatório de acidentes do período
1994-2006 do cruzamento R. Itambé X R. Maria Antônia X
Av. Higienópolis X R. Dona Veridiana (fonte: CET)
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2)
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21.6. Análise de um caso fictício
O sr. Nascimento, 30 anos, gerente comercial,
após reunião demorada e tensa com seus
empregados, sai às pressas para pegar o filho
menor na escola. Por já estar atrasado, decide
sair de seu caminho habitual que, àquela hora,
supôs estar congestionado, e pega um “atalho”
que não lhe era tão familiar
O que segue é uma adaptação do estudo de um
caso fictício de acidente, contido nos
“Procedimentos para o tratamento de locais
críticos de acidentes de trânsito”, publicado em
2.002 pelo Ministério dos Transportes
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
Ao se aproximar de uma curva, num trecho de
mão-dupla, trafegando a 60 km/h, seu celular
toca. Ao pegar o celular no banco ao lado, tira
sua atenção da pista, ao tempo em que um
ônibus (veículo 2), que trafegava mais ou
menos a 30 metros à sua frente, inicia
procedimento de parada para pegar
passageiros num ponto de ônibus. Diante
dessa situação inesperada, o sr. Nascimento
tenta desviar do ônibus fazendo uma manobra
brusca para a esquerda
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
Como segurava o celular no momento do
ocorrido, ele não conseguiu controlar o seu
veículo (veículo 1), derrapando de lado e
invadindo velozmente a faixa contrária,
colidindo violentamente contra um caminhão
de carga (veículo 3) que trafegava na mão
oposta – colisão lateral, conforme esquema
mostrado na Figura 1
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
A colisão foi tão violenta que o sr. Nascimento foi
lançado para fora do veículo, batendo com a
cabeça em um obstáculo fixado na calçada
oposta, vindo a falecer minutos depois de dar
entrada na emergência do hospital, com
diagnóstico de lesão crânio–encefálica grave,
apesar de ter sido assistido tempestivamente por
uma equipe de resgate
O sr. Nascimento trafegava na Rua Ipiranga,
sentido bairro/centro, e a ocorrência deu-se na
altura do n° 135, por volta das 12h45, no dia 8 de
abril de 2001, uma quinta-feira
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
Detalhes complementares do acidente
levantados pela Perícia Técnica - PT e por
Investigação Posterior - IP:
1) a pista estava molhada e apresentava
desgaste excessivo - pavimento irregular (PT)
2) o local onde o ônibus parou era regulamentado
(IP)
3) as duas faixas eram separadas por duas faixas
contínuas amarelas, com taxas refletivas (PT e
IP)
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
4) a faixa onde trafegava o sr. Nascimento é em
declive (leve) e apresentava superelevação
negativa (PT)
5) o sr. Nascimento tentou acionar os freios,
havia marcas visíveis no pavimento, no entanto
não eram fortes (PT)
6) o veículo do sr. Nascimento apresentava
falhas no sistema de freios - pastilhas e disco
bastante gastos (PT)
7) o sr. Nascimento, no momento da colisão, não
usava cinto de segurança (PT)
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
8) o trecho estava sinalizado com placa de
regulamentação de velocidade limite de 40 km/h.
Todavia, a placa estava posicionada após a
parada de ônibus e o sr. Nascimento não tinha
condições de vê-la (IP)
9) há registro de acidentes com características
semelhantes na mesma área onde ocorreu o
acidente com o sr. Nascimento - invasão de faixa
em ambas as mãos de direção (IP)
10) existe uma parada de ônibus regulamentada
no sentido oposto, a 50 metros da primeira (IP)
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
11) a intensidade do fluxo de veículos no trecho é
de média para intensa nos horários de pico
(manhã e tarde) e rarefeita no entrepico (IP)
12) o trecho, em ambos os sentidos, é rota de
transporte coletivo (IP)
13) o obstáculo (seis peças de trilhos de 80 cm de
altura chumbadas a 60 cm da linha do que
deveria ser o alinhamento do meio-fio) foi
colocado por comerciantes do local para proteção
aos freqüentes acidentes na área (IP)
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
14) pessoas que trabalham na área relataram um
caso de atropelamento de usuários que
esperavam ônibus no ponto próximo ao local
referido no item anterior – o veículo invadiu a
calçada e atropelou seis pessoas, resultando em
dois óbitos (IP)
O croqui da Figura 1 (a seguir) foi produzido a
partir das informações colhidas pela perícia
técnica no local do acidente
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1.6
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(con
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Figura 1
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21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
O Quadro 1 traz os fatores contribuintes do caso,
sendo enfatizados aqueles de maior relevância do
ponto de vista da ocorrência e de sua severidade
Quadro 1 – Identificação dos fatores contribuintes
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• ainda em relação ao caso, pode-se inferir que a causa determinante primária do acidente teria sido o estado de fadiga mental e emocional do motorista (estresse)
• como causa determinante secundária, sua ação de tentar realizar manobra brusca de direção em condições desfavoráveis - estava com o telefone celular na mão direita
• os demais fatores contribuíram em menor escala para a ocorrência em questão
21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
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• admitindo-se a ocorrência do acidente, em
relação ao óbito do motorista, pode-se concluir
que este resultou, preliminarmente, do não uso
do cinto de segurança e, em segundo plano, do
choque contra os obstáculos posicionados às
margens da via, a despeito de este ter se
constituído em causa mortis
21.6. Análise de um caso fictício (cont.)
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• em relação às causas determinantes primária e
secundária, dificilmente seria possível identificá-
las na prática, pois para a reconstituição de um acidente com os detalhes apresentados, seriam
necessárias investigações minuciosas que
estão longe dos procedimentos correntes,
particularmente em relação à situação
emocional do motorista momentos antes do
acidente. Como foco de análise, restam apenas
os fatores contribuintes de menor escala, sendo
estes passíveis de intervenção (ver aula sobre
Intervenções)
21.6. Análise de um caso fictício (cont.)