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Ciência, Mídia e Sociedade Diferenças ou semelhanças ? Claudia Jurberg Coordenadora do Núcleo de Divulgação Programa de Oncobiologia UFRJ/Inca cedida pela Fiocruz

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Ciência, Mídia e Sociedade

Diferenças ou semelhanças ?

Claudia JurbergCoordenadora do Núcleo de Divulgação

Programa de OncobiologiaUFRJ/Inca

cedida pela Fiocruz

Ciência, Mídia e Sociedade

Mídia e divulgação científica

• Do total de municípios, 72% possuem jornais diários, 44% semanal e 33% têm outra periodicidade; • Cerca de 98% do território nacional recebe sinal de TV;• Existem 3.232 emissoras de rádiodifusão no país;• Os principais veículos da mídia impressa estão no eixo Rio, São Paulo e Brasília;• Há pouco tempo, a saúde era tema das páginas policiais, porém...• Os quatro principais jornais brasileiros, localizados na região sudeste, passaram a dar maior destaque para C&T e saúde;

• No JN/TV Globo, a importância de temas de ciência é maior do que todas as outras áreas, excluindo os temas classificados como “Geral” (Barca, 2004) • Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações, em relação à internet, apenas 8% da população brasileira têm acesso à rede;• Museus e centros de ciência também tornaram-se importantes espaço de divulgação de ciência, saúde e tecnologia, porém a maior parte necessita de recursos públicos para sobrevivência.

Mídia e divulgação científica

• Saúde, C&T – produz trabalhos para seus pares. Campo hermético, restrito, especializado. O texto científico segue padrão específico, normatização, árido e pouco flexível;

• Sociedade - não domina a leitura técnica, portanto, não tem acesso aos avanços científicos;

• Jornalista – almeja atingir o grande público. Assim sendo, os textos jornalísticos são coloquiais, atraentes e explicativos. Procuram “traduzir”o fazer ciência.

Áreas distintas ?

Trocando em miúdos:

Dificuldades de acesso à fonte

Dificuldades de comunicação

Dificuldades de aperfeiçoamento

Trocando em miúdos...

Os “entraves”de um diálogo ou conversa de surdos• O jornalista, diante de uma realidade que

dedica pouco espaço para a ciência, encontra uma árdua tarefa: explicar em poucas palavras um trabalho realizado durante anos;

• Ao cientista, que dedicou anos atrás de uma descoberta, importa todo o processo e não apenas a conclusão;

• Cria-se um impasse: dificuldade de comunicação, sendo a sociedade a mais atingida.

“O jornalista quer encontrar alguma coisa que desperte o interesse do leitor. O cientista quer mostrar que sua pesquisa é importante não só para ele. O jornalista parte da premissa que qualquer coisa científica é mortalmente chata. O pesquisador parte do princípio de que o jornalista é uma “anta” e não será capaz de entender a profundidade daquilo que ele trabalha. O pesquisador simplifica e morre de medo do que vai sair. O jornalista vulgariza o que já é simplificado, pois não vai entender nunca uma explicação dada por uma pessoa que não acredita que o outro esteja entendendo. E os dois duvidam que o leitor seja capaz de entender. Minha experiência mostra que o leitor é muito mais esperto do que se imagina. Ele entende e faz reflexões.” (Henrique Lins de Barros – Pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins)

 

 

Para pensar...

João Garcia

Diferenças ou semelhanças ?

E a história de Jorge Luiz Borges...

O tempo para a mídiaA ciência no decorrer do tempoJornalistas trabalham para divulgar um fato no dia seguinte, quando se trata da mídia impressa, ou mesmo no dia, no caso da tv, ou imediatamente à divulgação da novidade, na internet.Por outro lado, cientistas atuam com perspectivas de longo prazo a fim de elucidar uma questão.Porém, ambos trabalhamos com o tempo marcado seja pelas notícias ou pelas pesquisas.

volta

Prazer

volta

O prazer na descoberta científica: primeiro aparece uma idéia, o assunto cresce com o desenrolar dos experimentos, ganha status e,quando é realmente importante, conquista espaço numa revista, de preferência, internacional;O que é uma Notícia de ciência (com N caixa alta) ?Portanto, para ambos a descoberta dá um sentido ao cotidiano.

Verdade

volta

Cientistas são ávidos pela verdade e pela a precisão dos resultados. Também são esmerados nos detalhes descritos em seus artigos científicos.“Os jornalistas devem, por força da profissão, seguir três princípios básicos:devoção canina pela verdade; espírito crítico e vigilância ao poder”. (Mino Carta/Carta Capital) O trabalho do jornalista para um veículo traduz-se na procura pela verdade, que representará maior ou menor grau de credibilidade junto ao seu público leitor. Portanto, ambos, estão mais preocupados com a descrição do real do que do imaginário.

Estrutura

volta

Dizem por aí que o artigo científico e uma matéria jornalística são diametralmente opostos, mas se analisarmos....

O artigo científico Títuloautoresresumointroduçãoobjetivométodoresultadodiscussão conclusão

A matéria jornalísticaTítuloResponsável pela pesquisaLead e subleadResultados e conclusãoDiscussão sobre importância Método utilizadoDados complementares

Estratégia

próxima

No processo de divulgação de um artigo científico, o autor (es) escolhe (m) uma revista de acordo com o seu olhar criterioso. O artigo é enviado exclusivamente para uma revista e só será repassado para outra quando houver a recusa da primeira revista.Na imprensa, ocorre algo semelhante. De acordo com tema, o assessor de imprensa direciona a pauta a um veículo escolhido de forma exclusiva. Apenas quando são repercussões de grandes fatos, são organizadas coletivas.Portanto, ambos trabalhamos com exclusivas!

Criação

volta

“ Se você pensou em pesquisar algo, foi procurar algum artigo sobre o assunto e não encontrou nada, ou você não procurou direito, ou é porque o tema já foi pesquisado e não valeu a pena.” (Dr. Marcos Paschoal, HU)

O processo criativo na imprensa esbarra com o quesito tempo. Por isso, é difícil inventar algo diferente sobre o cotidiano das pessoas.Portanto, a criatividade para ambas as carreiras é um requisito fundamental, porém, uma árdua tarefa.

Perfil

volta

Cientistas e jornalistas são profissionais curiosos por natureza, que buscam detalhes do seu entorno para, de alguma forma, levá-los até mais próximo da sociedade.

Equipe

volta

Você já viu um pesquisador trabalhar isoladamente sem uma equipe ?Ou você já encontrou um jornalista que constrói uma reportagem sem ter uma equipe ou sem ter um entrevistado ?

Manuais

volta

Assim como o método científico é a “chave” para o pesquisador, os manuais de redação dos jornais e revistas são as “bíblias” da imprensa.

Cientistas e jornalistas: uma relação, a princípio, conflituosa

Alguns vícios do JC:•“Oficialismo” excessivo das fontes de informação;• Falta de uso de uma das regras básicas: sempre ouvir duas ou maisopiniões sobre o mesmo assunto;• Questionar pouco a fala do entrevistado;• Para evitar erros (“barrigas”, no jargão da profissão), procuraraveriguar se as novidades científicas já foram publicadas emperiódicos indexados;• Não esquecer de fazer o “dever de casa”antes de qualquer entrevista;• A divulgação de ciência é uma ação política e estratégica. (fonte OLIVEIRA, F. Jornalismo científico. Comtexto. 2002)

• Estereótipos dos cientistas:• O cientistas “torre de marfim”, que odeia falar com a

imprensa e que não acreditam na competência dos jornalistas para escrever sobre ciência;

• O cientista “São Tomé”, que fala com muita relutância e sempre quer ver a matéria antes de ser publicada;

• O cientista “socialite” é aquele que sempre quer aparecer e mais fala com a imprensa do que pesquisa;

• O cientista “bom samaritano” é aquele que tem a exata noção da dimensão social do seu trabalho e que vê no JC a possibilidade de transmitir à sociedade a relevância de sua pesquisa.

Cientistas e jornalistas: uma relação, a princípio, conflituosa

Algumas dicas para se evitar possíveis erros

• Lembrar (sempre) que as linguagens são diferentes, mas se complementam;• Pensar que as estruturas entre um artigo científico e uma matéria jornalística são opostas, mas ambas respondem as mesmas questões;• Ser objetivo nas entrevistas é fundamental para se alcançar um bom texto. Portanto, não utilizar jargões;• Usar e abusar de analogias;• Rigor nas informações científicas ou não. Evitar especulações do tipo “Em dez anos, teremos a cura para o câncer”;• Pensar sempre quem será o leitor daquele veículo;• Evite fórmulas, procure ser claro nas informações;• É possível sempre explicar tudo;Fonte: VIEIRA, C.L., Manual de Divulgação Científica. CH/Faperj 1999)

Algumas dicas para se evitar possíveis erros

• Não se irrite, pois perguntar não ofende;• Ser uma fonte acessível é um importante passo para evitar erros;• Não plantar notícias falsas e evitar as fofocas de bastidores, pois elas podem se tornar explosivas;• Procurar entender as características entre pautas exclusivas e coletivas;• Muito cuidado com o off...•Não peça para rever textos...• Conhecer o timing e a melhor oportunidade podem garantir uma excelente divulgação.

Quais podem ser, então, as interseções entre ciência, mídia e sociedade

ciênciaciência

mídiamídia

sociedadesociedade

Não é o público que precisa entender a ciência, mas a ciência que precisa entender o público.

“Ninguém liberta ninguém,

Ninguém se liberta sozinho:

Os homens se libertam em comunhão.”

Freire, P. Artes da Política:Pensamentos e citações. Marina Editores. 1988

Equipe:

Orientação: Vivian M. Rumjanek

Coordenação do Núcleo: Claudia Jurberg

Consultora de conteúdo: Alcira Bernardo dos Santos

Webdesigner: Massao Otsuka

Estagiária de comunicação: Camila Belisário Sousa

Colaboradora: Mabel Esteves

email: [email protected]