apresentação do case residencial barão de mauá
DESCRIPTION
Apresentação do Case Residencial Barão de Mauá, realizado por Taísa Caires e Fabiano Facó, alunos do curso de MBA de Gestão Ambiental e Práticas de Sustentabilidade do Instituto Mauá de Tecnologia.Disciplina: Gerenciamento de Conflitos Ambientais e Negociação.Professor: Mauro RuizNovembro de 2010TRANSCRIPT
Fabiano Facó & Taísa Caires
Disciplina: Gerenciamento de Conflitos Ambientais e Negociação
Professor: Mauro Ruiz
MBA em Gestão Ambiental e Práticas de Sustentabilidade
Instituto Mauá de TecnologiaNovembro - 2010
O CONFLITO
O residencial Barão de Mauá foi parcialmente construído, na década de 1990, sobre umaterro industrial e doméstico desativado.
Cerca de cinco mil habitantes residem no condomínio, construído numa área de 160mil metros quadrados, no Parque São Vicente, em Mauá.
Em abril de 2000 aconteceu uma explosão, enquanto dois prestadores de serviçosfaziam a manutenção em uma caixa de água, uma das pessoas faleceu e outra teve 40%do corpo queimado.
Em 2001 foi proposto pelo MP uma Ação Civil Pública.
Em 2006, a juíza da 3.ª Vara Civil de Mauá, declarou como culpadas a fábrica Cofap, asconstrutoras Soma e SQG e a prefeitura de Mauá.
O CONFLITO
Entre danos materiais e morais, a sentença definiu que cada família deveria serindenizada em até quatro vezes o que pagou pelo apartamento - valor que varia entrecerca de R$ 500 mil e R$ 1,7 milhão.
Além disso, determinou a total evacuação do condomínio, a demolição de todos osprédios e a recuperação do solo. As rés recorreram da decisão, cabendo ainda a recursoao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na impossibilidade de evacuar os prédios, visto que as famílias não tinham para ondeir, várias ações de remediação do solo foram adotadas
As secretarias estadual e municipal de Saúde e o Ministério da Saúde têm desenvolvidoações destinadas à caracterização dos eventuais danos à saúde da população expostaaos contaminantes existentes no local.
Reportagens sobre o caso
Programa Repórter Eco da TV Cultura:
http://www.youtube.com/watch?v=IcDn01WG5A4
Barão de Mauá Chernobil é Aqui: http://www.youtube.com/watch?v=HQv9Lv_GoOQ
ATORES E SEUS PAPÉIS
PARTE “A”Moradores / Proprietários – vítima de dano material (imóvel desvalorizado), risco de problemas de saúde e novos acidentes.Colaboradores – uma vítima fatal e uma pessoa com 40% do corpo queimado em explosão. Riscos de problemas de saúde e novos acidentes.
PARTE “B”COFAP (Grupo Fiat) – Causadora do dano: disposição de resíduos industriais noterreno, entre 1972 e 1993.Paulicoop Planejamento e Assessoria a Cooperativas S/C Ltda. – comprou oterreno para instalação do condomínio.Fazenda Pública do Município de Mauá (Prefeitura) - era ré por ter emitido oalvará de autorização para a obra em terreno irregular, porém foi retirada doprocesso porque as acusações prescreveram.Administradora e Construtora Soma Ltda. - Construção do condomínio.SQG Empreendimentos e Construções Ltda. - Construção do condomínio.
ATORES E SEUS PAPÉIS
PRESSÕESMinistério Público do Estado de São Paulo – Promoção da Ação Civil PúblicaMovimento Brasileiro Universitates Personarum JC & JC (Juventude, Comunidade,Justiça e Cidadania) – Promoção da Ação Civil PúblicaInstituto de Defesa da Cidadania – Promoção da Ação Civil PúblicaCEF (Caixa Econômica Federal) – Conceção do financiamento para aquisição dasunidades. Foi questionada sobre o financiamento dos imóveis em área contaminada. Estaafirmou que "a escolha dos apartamentos não foi da Caixa, mas dos mutuários, sob o pontode vista documental não há vícios quanto ao imóvel e a área não é irregular.Parlamentares - acompanhar o trabalho realizado pelo MP e pela Comissão Legislativa,e agilizar o cumprimento da lei.CETESB (Cia Ambiental do Estado de São Paulo) – Atua no caso à partir de 2000(quando houve a explosão), e aplica multa na responsável pela construção (SQGEmpreendimentos), exigiu ações de monitoramento, identificação, caracterização eremediação do solo e águas subterrâneas, bem como acompanhamento e análise dodiagnóstico de contaminação realizado pela Geoklock.IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) – acompanhamento e avaliação do diagnóstico das áreas de contaminação feito pela empresa Geoklock.Geoklock – empresa contratada pela Cofap p/ realização de diagnóstico para investigar a localização, quantidade ou concentração e a composição dos resíduos do solo, avaliar seu potencial para fazer mal à saúde e as vias de exposição.
ESTÁGIO ATUAL
Após dez anos, o caso Barão de Mauá teve um desfecho no dia 30 de setembro de 2010. A Câmara de Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença da juíza Maria Lucinda Costa, que condena as rés Cofap, Paulicoop, construtoras Soma e STG por danos ambientais, que terão de pagar R$ 51 mil como indenização para as mais de 1,7 famílias, entre moradores que já deixaram o local e moradores que ainda residem no condomínio, mas ainda não definiu se o valor será pago por apartamento ou por pessoa residente.
Com a decisão, os proprietários poderão revender seus imóveis aos empreendedores responsáveis, após a publicação da decisão por escrito, o que deve acontecer dentro de dez dias. O valor dos apartamentos ainda não foi definido e deve ser avaliado caso por caso.
A Prefeitura de Mauá, que era ré por ter emitido o alvará de autorização para a obraem terreno irregular, foi retirada do processo porque as acusações prescreveram.
ANÁLISE ESTRUTURAL DO CONFLITO
PARTE A(moradores e vítimas da
explosão)
Comportamentos : indignação, revolta,
frustração do sonho, etc...
PARTE B(Cofap, construtoras ,
prefeitura e cooperativa.)
Comportamentos :negação da
responsabilidade, direito “comercial”
Legislação brasileira,vítimas, articulação social,
dano ambiental reconhecido, prejuízos materiais
Isenção, desconhecimento do caso, poder político e
econômico
Forças em Jogo
Ministério Público
CETESB
ONG’s
CEF
Parlamen-tares
IPT
Comunidade não afetada (alguns moradores)
Geoklock
Pressões Pressões
QUADRO DE REFERÊNCIA
Maior tendência para satisfação dos interesses de cada parteMenor sentimento de cooperação p/ solução
ANÁLISE DINÂMICA DO CONFLITO
PARTE A(moradores e vítimas da explosão)
Percepção: impunidade, isenção de
responsabilidade
Comportamento: indignação, revolta,
frustração do sonho, etc...
PARTE B(Cofap, construtoras , prefeitura e cooperativa.)
Percepção: apatia, falta de articulação
Comportamento:tirar vantagem comercial
MEDIADOR(Poder Judiciário)
Ap
ós,
10
an
os,
ho
uve
a c
on
den
ação
da
rés
Co
fap
, P
auli
coo
p, c
on
stru
tora
s S
om
a e
STG
. P
refe
itu
ra
excl
uíd
a d
a aç
ão
Exp
losã
o e
m a
bri
l/20
00
(1
víti
ma
fata
l, 1
par
cial
e
risc
o d
e n
ovo
s ac
iden
tes
p/
mo
rad
ore
s)ACONTECI-
MENTO RESULTADO
Dep
óst
o d
e li
xo i
nd
ust
rial
pel
a C
ofa
p;
Co
mp
ra d
o
terr
eno
pel
a P
oli
coo
p, c
on
stru
ção
de
con
do
mín
io
pel
a S
om
a e
SQ
G.
Pre
feit
ura
lib
era
ob
ra,
mes
mo
sem
te
rren
o c
on
tam
inad
o.
EPISÓDIO PRECE-DENTE
EPISÓDIO SEGUINTE
Rés
rec
orr
erão
ao
ST
J
EPISÓDIO DE CONFLITO
O Conflito não existiria, se as responsáveis pelo empreendimento tivessem feito a remediação da área contaminada, ou ainda se mesmo com o acontecimento a percepção e
comportamento das partes fossem diferentes, o resultado poderia ser outro.
•Prefeitura•Cofap
ANÁLISE DIACRÔNICA DO CONFLITO
Escala
Desaceleração
QU
EB
RA
DA
CO
MU
NIC
AÇ
ÃO
Deteriorização da Percepção do Outro Acentuação da Coerção em Direção ao Outro
Viés Perceptivo
Aprovação de Terceiros
Simplificação Cognitiva
Perda do Objetivo Principal
Equilíbrio das Perdas
Incompatibi-lidade
Equilíbrio entre as partes Novo Equilíbrio entre as partes
•Parte A• Parte B
HOJE
CONCLUSÃO...
“O conflito tem muitas funções positivas. Ele previne a estagnação decorrente do equilíbrio constante da concordância, estimula o interesse e a curiosidade pelo desafio
da oposição, descobre problemas e demanda sua resolução. Funciona, verdadeiramente, como a raiz de mudanças pessoais, grupais e
sociais”.
(MOSCOVICI, 1997 – pag. 146)