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A poética osmaniana: entre a alegoria e o símb Joseana Paganine – Universida Brasília

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Power Point apresentado no II Colóquio Osman Lins, realizado na Universidade de Brasília, em setembro de 2014.

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A potica osmaniana: entre a alegoria e o smbolo

A potica osmaniana: entre a alegoria e o smboloJoseana Paganine Universidade de Braslia

A volpia com que a significao reina, como um negro sulto no harm das coisas.

Walter Benjamin, Origem do drama barroco alemo

Jogados em um universo impenetrvel tentamos nome-lo, teimosamente, cnscios da nossa insuficincia. A nomeao, ato inteligente, tambm e por isso um ato aflito. Da as aventuras da linguagem, expresso com as suas contores, buracos, obscuridades dessa tentativa to desesperada.

Osman Lins, A rainha dos crceres da Grcia

Alegoria da Justia

Alfredo Ceschiatti, Praa dos Trs Poderes

Alegoria das virtudes e dos vcios

Capela de Scrovegni, Giotto (1266-1337)

Tessera hospitalisMuseu de Arqueologia da Universidade de Navarra, Espanha

As ilhas afortunadas, in Mensagem, Fernando PessoaDawn after the wreck, William Turner, 1841

Que voz vem no som das ondasQue no a voz do mar? a voz de algum que nos fala,Mas que, se escutamos, cala,Por ter havido escutar.

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Peter Paul Rubens (1577-1640)Minerva protege a Paz de Marte (Alegoria sobre as Bnos da Paz)

A rainha dos crceres da GrciaRio de Janeiro: Editora Guanabara, 1986Quem ou que nos salva do esquecimento? Antes, ainda os mais inscientes dentre ns, sabamos por qu. [...]Tudo, porm, se movia jubilosamente de um extremo a outro e este voo, e este lao, e este passo de dana, tinha um nome: nexo. Se inventssemos o cntaro, tnhamos em mente a gua, a mo, o copo, a boca. A lana? Vede como longa, enramada e tortuosa. Ali est a minha fome, alm minha cautela, alm meu brao, alm meu olho, alm minha percia, alm a mquina quente do animal, vulnervel: isto a lana. Quem se desviaria em lanas que ignorassem o ato de caar e a necessidade de ferir, fechando em si esta fbrica agressiva, ento inerte? O animal tombava, golpeado, e isto no mutilava o mundo: sua morte era um evento, rico de memria. Agora, erramos orgulhosos e tristes, de ato vo em ato vo, modelando vasos fechados e cortando lanas circulares, no mais portadoras de aguilho. [...](pp. 193-194)

A Ruined Castle Gateway (1650), Jacob van Ruisdael

BIBLIOGRAFIA

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialtica do Esclarecimento. RJ: Jorge Zahar, 1985.BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemo. SP: Brasiliense, 1984.GAGNEBIN, Jeanne Marie. Histria e narrao em Walter Benjamin. SP: Perspectiva, 1999.LINS, Osman. Avalovara. So Paulo: Cia das Letras, 1995._____. A rainha dos crceres da Grcia. RJ: Guanabara, 1986._____. Evangelho na taba. SP: Summus, 1979._____. Guerra sem testemunhas. SP: tica, 1974._____. Nove, novena: narrativas. SP: Cia das Letras, 1994.TODOROV, Tzvetan. Teorias do smbolo. Campinas: Papirus, 1996.