apresentaÇÃo - colÉgio estadual juventude de … · ano de 2008 foram feitos grupos de estudo...
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APRESENTAÇÃO
O projeto político pedagógico é uma ação intencional, onde a
comunidade escolar planeja o que deseja realizar com base na sua realidade,
buscando o que é possível fazer. Ao construir o seu projeto político
pedagógico, a escola estabelece uma direção para a ação pedagógica,
assumindo um compromisso definido coletivamente. É um processo de
reflexão e discussão dos problemas da escola buscando alternativas para
possibilitar a concretização das intenções firmadas.
Construir o projeto político pedagógico é criar eixos para uma ação
pedagógica comprometida com a realidade escolar, produzindo
conhecimento voltado para apropriação de normas, valores e culturas.
Segundo Vasconcellos (2004.p.61):
“[...] a efetivação de um projeto político pedagógico de caracter emancipatório, s consolidação da autonomia da escola, bem como o avanço do processo de gestão democrática das escolas [...] uma tarefa de articulação, de coordenação, de intencionalização, que, embora suponha o administrativo, o vincula radicalmente ao pedagógico. Portanto, a grande tarefa da direção, numa perspectiva democrática, é fazer a escola funcionar pautada num projeto coletivo”.
Esta ação pedagógica deverá ter metas claras e exequíveis,
possibilitando o pensar em função das intenções existentes, tornando
indissociáveis a teoria e a prática.
O projeto político pedagógico envolve participação crítica, viabilizando
mudanças. É intencional, pois caminha para a superação de uma realidade
para a construção de outra.
Segundo Veiga(2000):
“O projeto político pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com sentido explicito, com um compromisso definido coletivamente. Por uso, todo projeto pedagógico as escola, também é um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político com os interesses reais e coletivos da população majoritária”.
O cenário pedagógico é marcado pela diversidade e a escola atinge
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sua autonomia no momento em que deixa ingressar as inovações,
descobertas e vivências da comunidade em uma dinâmica reflexiva do
trabalho educativo e coletivo simultaneamente.
O Projeto Político Pedagógico está sendo construído juntamente com a
comunidade, representada pelos pais e pelos próprios alunos. Ao longo do
ano de 2008 foram feitos grupos de estudo para a elaboração do Projeto,
levando-se em conta os dados estatísticos coletados entre os pais, alunos,
funcionários e professores do nosso Colégio.
Segundo Luck cabe:
“Aos responsáveis pela Gestão escolar compete, portanto, promover a criação e sustentação de um ambiente propicio a participação plena, no processo social escolar, dos seus professores, de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência social critica e sentido de cidadania” ( 2000. P.18).
De acordo com a metodologia participativa e democrática, fizemos
ainda encontros para leitura de textos de jornais e revistas, livros e artigos
enviados pela SEED com o objetivo de se construir o embasamento teórico
do Projeto norteador de nosso Colégio.
Assim, o trabalho pedagógico deve ser coerente com a coletividade,
rumo a uma mesma direção, qualidade e com uma metodologia que atenda
às necessidades dos alunos, como todos os membros da comunidade,
justificando assim a importância de um Projeto Político Pedagógico.
Dessa forma, o presente projeto pretende explicitar teoricamente a
prática pedagógica desenvolvida pelo Colégio Estadual Juventude de Santo
Antônio.
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IDENTIFICAÇÃO
O Colégio Estadual Juventude de Santo Antônio – Ensino Fundamental
e Médio, situa-se à Rua Ricardo Zanetti, s/n° no bairro São Caetano no
Município de Balsa Nova.
O Estabelecimento de Ensino foi criado e autorizado a funcionar pela
Resolução nº. 409/93, publicada em diário Oficial do Estado em 05/02/1993
com o nome de Escola Estadual Juventude de São Caetano - Ensino de 1º
grau; situada na comunidade de São Caetano – Capela Santo Antonio, frente
com a BR-277 sentido Curitiba do Município de Balsa Nova, mantida pelo
Governo do Estado do Paraná.
A Escola funcionou inicialmente em 1993, com uma turma de 1º grau
em uma sala de catequese da capela de Santo Antonio, sendo que após dois
anos passou a funcionar em sede própria construída com recursos recebidos
da Fundepar e mantida pelo Governo do Estado do Paraná.
Através da Resolução 273/95 a Escola passou a denominar-se Escola
Estadual Juventude de Santo Antonio – Ensino de 1º grau.
A mesma Escola consegue prorrogar o prazo de autorização de
funcionamento do 1º grau – regular – 5ª a 8ª séries, pela Resolução 409/93
de 05/02/1993, por mais dois anos a partir de 05/11/1997.
Após esta prorrogação conseguimos junto a Diretora Geral da
secretaria do Estado da Educação, o reconhecimento do curso de 1º grau –
regular com a Resolução 2187/98.
Através da Resolução nº 1367/2000 com publicação em Diário Oficial
do Estado em 25/05/2000 o diretor Geral em exercício da secretaria do
Estado da Educação no uso das atribuições que lhe foram delegadas pela
Resolução nº 900/99 de 25/02/99 resolve autorizar funcionamento do Ensino
Médio, da Escola Estadual Juventude de Santo Antonio – Ensino Fundamental,
situada na Rua Ricardo Zanetti, s/nº,do município de Balsa Nova, N.R.E. da
Área Metropolitana Sul.
A autorização concedida é pelo prazo de dois anos, com a implantação
gradativa, a partir do início do ano letivo de 1999. Em decorrência do caput
do artigo 1º, o Estabelecimento passou a denominar-se Colégio Estadual
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Juventude de Santo Antonio – Ensino Fundamental e Médio.
No ano de 2005, ocorreu o Reconhecimento do Ensino Médio pela
Resolução 793/05.
Atualmente, o Colégio é administrado pelo Professor Joanin Stroparo
Neto e vice diretora Mirian Aparecida de Oliveira.
QUADRO GERAL DE PESSOAL
NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO
Aglairton Thedoro Vidal Professor Pós-Graduação em Sociedade Pós-
Industrial História e Cidadania
Antonia T. do Espírito
Santo da Silva
Aux. Serviços
GeraisEnsino Médio Completo
Carla Ceschin ProfessoraPós-Graduação em Epistemologia
da Matemática Experimental
Dalvanice Rita GurjãoTécnico
AdministrativoEnsino Médio
Denisabel de Jesus
MarquesProfessora Licenciatura Plena em História
Edilaine Timporini
Ramos
Técnico
Administrativo
Licenciatura em Português -
Espanhol
Eduardo Antonio Ramos
da SilvaProfessor Bacharel em Teologia
Eliana Zilio SantanaProfessor
PedagogoPós-graduada em Psicopedagogia
Elizete Vieira ProfessoraPós-graduada em Língua
Portuguesa e Literatura Brasileira
Eneli Apª Ferreira
BatistelProfessora
Graduada em Português e
Espanhol
Everson Cesar BarumbyTécnico
Administrativo
Graduado em Análise e
Desenvolvimento de Softwares
Fabrício Ap. Alves
LevandoskiProfessor Pós-Graduado em Psicopedagogia
Fernanda Mara Iasvolski Agente de Ciências Contábeis – Em curso
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Apoio
Genivaldo Chagas ProfessorPós- Graduado em Metodologia do
Ensino da Matemática
Itaboraí Silon Cordeiro Professor Pós-Graduado em Psicopedagogia
Jacira Aparecida da Silva
MagatãoProfessora Pós- Graduada em Psicopedagogia
Jacira de Fat. De O.
Inglês Nascimento
Aux. de Serviços
GeraisEnsino Fundamental incompleto
Jaqueline KupkaTécnico
Administrativo
Ensino Médio / Técnico em
Secretariado Executivo - Bilingue
Joanin Stroparo Neto Diretor Pós-Graduado em Gestão Escolar
José Maurício Cordeiro Professor Licenciatura em Pedagogia
Josiane de Fátima
Brunato de LaraProfessora
Licenciatura Plena em Estudos
Sociais – História e Geografia
Juliana Vargas de Souza Professora Pós-Graduada em Psicopedagogia
Kelly Brito Gonçalves ProfessoraPós-Graduada em Treinamento
Individual e Qualidade de vida
Loriane Jochinsen Fabris Professora Cursando Artes
Luciana Veiga Ribas
LinczukProfessora
Pós-graduada em Língua
Portuguesa e Literatura Brasileira
Luzia Melo da Silva ProfessoraPós-Graduada em Fundamentos
do Ensino da Arte
Márcia Cristina
NascimentoProfessora Licenciatura Plena em Química
Marcos Antonio Seguro Professor Pós-Graduado em Geografia
Maria Alice RoncaProfessor
Pedagogo
Pós-Graduada em
Interdisciplinaridade na Educação
Básica
Marília Ap. Do Espírito
Santo Dornelles
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental Completo
Marli Iavolski Poleto
Chiquito
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental Incompleto
Michele Mª Franquito Professora Cursando Ciências Biológicas
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Mirian Apª de Oliveira Diretora Auxiliar Pós-Graduada em Língua Inglesa
Nair de Jesus Ferreira
Taborda
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental incompleto
Nanci Terezinha Maneira
de Oliveira
Técnico
Administrativo
Graduada em Docência nos anos
iniciais
Natalina de Lourdes
Batistel
Aux. Serviços
GeraisEnsino Fundamental incompleto
Ponciano Munhoz Vidal Professor Licenciatura Plena Educação Física
Rodrigo Joaquim Ferreira ProfessorBacharel em Ciências Contábeis –
Adaptação em Matemática
Sueli Catarina Seguro ProfessoraLicenciatura Plena Português -
Inglês
Tamyris Kempner Professora Cursando Português - Inglês
OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
● Assumir o papel principal da escola: educar, ensinar/aprender;
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● Garantir a participação dos alunos no processo ensino
aprendizagem, valorizando o conhecimento que estes possuem da
realidade;
● Valorizar o trabalho em equipe e os profissionais que trabalham na
instituição, através de atividades onde estes possam desenvolver e
mostrar sua criatividade em feiras, atividades culturais, reportagens
em jornal local e da própria escola;
● Efetivar o trabalho das instâncias colegiadas como Conselho Escolar,
APMF, Grêmio Estudantil;
● Desenvolver um trabalho fundamentado na gestão democrática da
escola pública.
● Garantir ao professor horas de estudo com a equipe pedagógica,
participação em cursos oferecidos no Município ou na SEED e ainda
grupo de estudos para troca de experiência, de ideias, estudo de
texto com educadores de renome para o aperfeiçoamento e
entendimento do processo ensino-aprendizagem.
MARCO SITUACIONAL
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
A história de Balsa Nova vem da época dos tropeiros. Porém foi na
década de 30, quando o Paraná concentrava sua população na Capital, no
litoral e nas regiões de Ponta Grossa, Guarapuava e União da Vitória, que a
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instalação de uma grande madeireira francesa chamada João Eugênio,
iniciou o povoamento das terras localizadas entre a Serra de São Luiz do
Purunã e o Rio Iguaçu.
Até o ano de 1961 o município não existia e todos os atos
administrativos e políticos estavam concentrados em Campo Largo. O
desmembramento ocorreu em 04 de novembro daquele ano, tendo como
data de comemoração o dia 25 de janeiro, data da fundação do Município.
Em décadas de trabalho, nosso povo conquistou uma expressiva
produção agrícola como batata, cebola, feijão, soja e o milho tendo todos os
anos a famosa festa do Milho realizada próxima ao dia do aniversário da
cidade, além da instalação industrial de grande porte como a Cimento
Itambé e a Corn’s Products do Brasil além das Cerâmicas e Olarias.
De acordo com o IBGE, em 2007, a população total é de 10.639
habitantes, distribuídos em uma área territorial de 397 km².
Com muitas riquezas em seu solo como argila, areia, calcário e caulim
o município apresenta ainda grande beleza natural que consolida uma
tríplice vocação para o desenvolvimento baseada na industrialização que
está em crescimento, a agricultura e o turismo contando com pousadas,
trilhas, cachoeiras etc. Condições facilitadas pela localização estratégica.
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
Por meio de um questionário com abordagem qualitativa exploratória
foi realizada uma pesquisa de campo com as famílias dos alunos do colégio
na qual obteve-se os dados que a seguir serão apresentados.
O alunado é formado por alunos da Comunidade de São Caetano,
Jardim Serrinha, Boqueirão, Nova Serrinha, Itaqui de Cima, São Luiz do
Purunã, Bugre, Rincão, Canhada, Faxina, Tamanduá e Witmarsum, sendo que
89% moram em casa própria.
Em relação ao nível sócio-econômico e cultural, os pais dos alunos, em
grande maioria, possuem o Ensino Fundamental incompleto, ou seja, 74%
dos pais e 63% das mães, 11% dos pais e 17% das mães tem o Ensino
Fundamental Completo, 6% dos pais e 6% das mães tem o Ensino Médio
Incompleto, 4% dos pais e das mães tem o Ensino Médio Completo, 2% dos
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pais e 1% das mães tem Ensino Superior Incompleto, 1% dos pais e 3% das
mães tem Ensino Superior Completo, 3% dos pais e 6% das mães são
analfabetos.
Quanto à renda familiar, 55% possuem rendimento entre 01 e 03
salários mínimos, 15% até 01 salário mínimo, 14 % de 03 a 05 salários
mínimos, 7% estão sem renda (desempregados), 6% sem renda fixa
(autônomo) e 4% vivem com mais de 05 salários mínimos.
Das mães a maioria é do lar, e as que trabalham fora exercem as
seguintes profissões: doméstica, auxiliar de serviços gerais, cozinheira,
professora, cabeleireira, operária, etc.
Dos pais, a maioria é pedreiro, motorista, auxiliar de operações,
mecânico, comerciante, autônomo, chacareiro, aposentado, lavrador, etc.
Infelizmente, há um alto índice de desemprego e de trabalho informal
o que acaba refletindo na falta de perspectiva de vida e de estímulo quanto
ao futuro profissional para os jovens da comunidade.
Em relação à formação religiosa, 82% são católicos, havendo ainda
16% de evangélicos, 2% não possuem nenhuma religião. Apesar da maioria
da comunidade ter uma religião definida a falta de estrutura religiosa e
familiar é marcante, pois muitos alunos estão inseridos em famílias
desestruturadas com pais alheios ao desenvolvimento do discente, o que
leva também a um alto índice de educandos envolvidos precocemente com
drogas e sexo.
A comunidade do colégio atualmente reflete a desigualdade social
existente na sociedade neoliberal, pois a maioria dos alunos provem de
famílias de baixa renda marcadas pelo difícil acesso cultural e tecnológico.
Essas famílias residem em lugares isolados, pois o colégio encontra-se
localizado em área rural, dessa forma, não possuem muitas opções de lazer,
as quais se resumem nas quermesses religiosas e jogos de futebol realizados
na comunidade.
Em face dessa realidade, o colégio busca mostrar as possibilidades de
mudar essa situação por meio de ações educativas que visem o
desenvolvimento crítico-social que desencadeie ações concretas dentro
dessa sociedade. Possibilitando a integração do colégio e comunidade por
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meio de atividades extra escolares.
Referente ao ensino aprendizagem de nossos alunos podemos concluir
que dos 423 (quatrocentos e vinte e três) alunos que chegaram ao fim de
2006 matriculados em nossa escola, 9,2% ficaram retidos na mesma série. O
resultado do ensino aprendizagem da nossa escola no ano de 2006 ficou
assim definido:
ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO RENDIMENTO ESCOLAR
A seguir, os dados estatísticos referentes ao processo ensino-
aprendizagem no decorrer dos anos letivos de 2006, 2007 e 2008, obtidos
por meio do relatório final, do Ensino Fundamental(5ª a 8ª Séries) e Ensino
Médio.
Porcentagem de aprovação e reprovação
2006
Séries 5ª. Série 6ª. Série 7ª. série 8ª. série
Aprovação 80,50 78,60 75,40 86,60
Reprovação 16,60 14,70 20,70 10,00
Abandono 2,70 6,50 3,70 3,30
Séries 1ª. Série 2ª. Série 3ª. série
Aprovação 69,40 76,00 85,00
Reprovação 18,90 12,60 2,50
Abandono 11,50 11,20 12,50
2007
Séries 5ª. Série 6ª. Série 7ª. série 8ª. série
Aprovação 80,20 71,80 94,70 87,20
Reprovação 18,40 25,00 5,20 10,60
Abandono 1,30 3,10 0,00 2,10
Séries 1ª. Série 2ª. Série 3ª. série
Aprovação 65,80 86,00 80,80
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Reprovação 24,00 10,10 4,40
Abandono 10,10 3,70 14,70
2008
Séries 5ª. Série 6ª. Série 7ª. série 8ª. série
Aprovação 81,70 86,70 88,60 81,20
Reprovação 14,60 12,00 11,30 12,50
Abandono 3,60 1,20 0,00 6,20
Séries 1ª. Série 2ª. Série 3ª. série
Aprovação 67,20 78,00 80,50
Reprovação 16,30 12,00 2,90
Abandono 16,30 10,00 16,40
Na identificação deste projeto, expressou-se o perfil da comunidade,
famílias de baixa renda, pouca escolaridade, desemprego e trabalho
informal, desestrutura familiar, baixa autoestima, gerando consequências
negativas na escolaridade dos educandos oriundos desta realidade.
O grande desafio da escola está em conscientizar os alunos e família
para que acreditem no estudo como possibilidade de emancipação da
própria vida e realidade em que estão inseridos, que considerem a educação
como uma das formas de manifestações da prática social, que atua no
movimento da transformação social e na tomada de consciência do coletivo,
que promova o desenvolvimento da democracia e da liberdade humana.
O colégio, promove a mediação entre o educando e os modelos
sociais, orienta-se pelas Diretrizes Curriculares Estaduais que são parâmetros
para um contexto específico, com intencionalidade, pois é, através do
currículo que as ideologias se concretizam com conteúdos que fortalecem a
democratização do saber e das relações, ou seja, a unidade escolar como um
espaço de luta, é nela que a realidade social poderá ser mudada atendendo
à diversidade cultural para que não se reproduza uma única maneira de ser,
de pensar, tido como hegemônica.
O colégio prioriza através do Plano de Trabalho Docente, realizado em
cada disciplina, um trabalho pedagógico curricular de qualidade, que atenda
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as necessidades dos educandos, com metodologia diversificada,
atendimento individualizado para alunos com dificuldade, trabalho em grupo,
utilização de recursos tecnológicos, professor interagir com os alunos
enfatizando os conteúdos relevantes e oportunizar a obtenção de maior
sucesso escolar, aumentando a motivação dos alunos e minimizando a
evasão e a repetência escolar.
Como alternativa ao enfrentamento dos desafios educacionais, o
colégio realiza palestras, pesquisas com a comunidade escolar, reuniões
periódicas com os pais para discutir melhorias, momentos descontraídos,
etc. Também estamos redirecionando os Conselhos de Classe, para que haja
a participação de alunos e pais. Incentivamos todos os profissionais da
educação do colégio para participar das capacitações de formação
continuada e cursos ofertados pela Seed.
Contamos com a participação do Conselho Escolar nas tomadas de
decisões, com o Conselho Tutelar e a Patrulha Escolar.
Novas alternativas estão sendo estudadas para melhorias no processo,
conforme Legislação Vigente.
ESPAÇO FÍSICO E MATERIAL
Atualmente o colégio possui seis salas de aula, que são ocupadas nos
períodos da manhã, tarde e noite. A distribuição de turmas e horários foram
estabelecidas com base na procura das vagas em determinado horário e
ainda baseados na faixa etária dos alunos.
Segundo Zabalza a dimensão física:
“Refere-se ao aspecto material do ambiente e ao espaço físico ( a escola, a sala de aula e os espaços anexos) e suas condições estruturais ( dimensões, tipos de pisos, janelas etc). Também compreende os objetos de espaços ( materiais, mobiliários, elementos decorativos etc) e sua organização ( diferentes formas de distribuição do mobiliário e dos materiais dentro do espaço” ( 1998. P. 233).
Esta distribuição ficou estabelecida conforme o quadro abaixo:
Turno da manhã Turno da tarde Turno da noite
6ªA 5ªA 1ºB
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7ªA 5ªB 2ºB
8ªA 6ªB 3ºB
1ºA 7ªB
2ºA 8ªB
3º A
Além das salas de aula o estabelecimento possui:
● 1 laboratório de Ciências, Química e Física;
● 1 laboratório de informática;
● 1 sala de direção;
● 1 sala de equipe pedagógica;
● 1 sala de professores com 1 banheiro pequeno;
● 1 sala de secretaria;
● 1 biblioteca;
● 1 cozinha com dispensa;
● 1 banheiro feminino;
● 1 banheiro masculino;
● 1 almoxarifado;
● 1 quadra de esportes;
● 1 cancha de areia;
● 1 pátio coberto;
● 1 biblioteca;
● 1 sala de educação física.
Segundo Zabalza( 1998.p.133):
[...]será necessário criar divisões e espaços que rompam com a grandiosidade dos prédios e viabilizem, ao máximo, formas de relações personalizadas. E logicamente, será necessário ampliar este requisito às dimensões das equipes docentes.
Quanto aos recursos materiais o colégio dispõe de recursos básicos no
que se refere a acervo bibliográfico, materiais pedagógicos e esportivos,
utensílios de cozinha e mobiliário. No que se refere aos materiais de
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laboratório, a situação está ótima, pois no ano passado foram adquiridos
materiais novos suprindo as necessidades imediatas.
A REALIDADE DA INSTITUIÇÃO
Ao analisar as vivências diárias do Colégio Estadual Juventude de
Santo Antonio, foi possível perceber que a realidade é permeada por uma
tentativa da prática da gestão democrática na escola pública, pois a
realidade escolar é apresentada ao reconhecer que:
(...) em suas forças e fraquezas, de maneira transparente; a compreensão dos movimentos educativos que se processam no seu interior; o estabelecimento das relações existentes entre o fazer pedagógico e as questões sociais mais amplas, bem como as relações de mútua interdependência são fatores determinantes a serem considerados na elaboração do Projeto Pedagógico e da Escola... (FERREIRA NETO 1996, p.21 in VEIGA 1998, p.24).
Assim, o papel primordial da escola na realidade em que se insere, é o
de ser um alicerce fundamental na busca do conhecimento fazendo com que
ocorra efetivamente o ensino-aprendizagem de forma significativa para a
vida do discente. Por isso, parte do conhecimento que o educando possui
perante a realidade para o conhecimento científico é academicamente
elaborado.
A instituição escolar é um local de convívio social e de interação
cultural muito importante na educação, pois há uma diversidade étnica
cultural capaz de promover um aprendizado significativo para vida de nossos
alunos.
Segundo Severino (2001.p.127-128):
“[...] a escola é o lugar do recrutamento do projeto coletivo e político da sociedade com os projetos pessoais e existenciais dos educadores. É ela que viabiliza a possibilidade de as ações pedagógicas dos educadores tornarem-se educacionais, na medida em que as impregna das finalidades políticas da cidadania que interessa aos educandos. Se, de um lado, a sociedade precisa da ação dos educadores para a concretização de seus fins, de outro, os educadores precisam do dimensionamento político do projeto social para que sua ação tenha real significação enquanto mediação da humanização dos educandos”.
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Vemos e sentimos essa diversidade no convívio diário entre os
professores, alunos, direção, funcionários, equipe pedagógica e pais. O
relacionamento em nossa escola é o mais democrático possível, buscamos a
interação de todos dentro do processo ensino-aprendizagem e estamos em
busca de um único objetivo que é a formação do nosso aluno de maneira
integral.
Os pais possuem ampla abertura com a escola, também os professores
com a direção e com a equipe pedagógica. Em relação aos alunos,
procuramos ouvir suas reivindicações, estudar e discuti-las para chegar a um
consenso.
Os pais participam de reuniões semestrais e ainda são convocados
quando necessário para tratarem de assuntos relativos ao ensino-
aprendizagem de seus filhos. Porém encontramos alguns problemas
relacionados a “falta de tempo” dos pais para virem à escola; o que faz com
que muitas vezes os pais só compareçam na escola em último caso.
Segundo Dourado Apud Ferreira, 2000.p.155):
“[...] processo de construção de uma nova cultura no cotidiano escolar, como expressão de um projeto coletivo que envolve as comunidades local e escolar.(...) professores, diretores, supervisores, coordenadores, orientadores educacionais, alunos, pais de alunos e funcionários devem vivenciar e problematizar a gestão da escola, visando democratizá-la. Essa compreensão traz implicações efetivas no que se refere à lógica de distribuição do poder e do partilhamento das decisões na escola”.
Alguns pais não se interessam pelos estudos dos filhos, nem sequer
olhando a agenda que vem sendo um grande meio de comunicação entre os
pais e a escola.
Atualmente a escola está exercendo funções assistencialistas, em
decorrência da exclusão social e da desestrutura familiar, pois muitas vezes
os educandos buscam na escola a base que deveria vir da família.
O que julgamos ser prioritário em nosso colégio é a formação de
indivíduos críticos e participativos, comprometidos com a vida escolar e
social, com melhores perspectiva de vida, preparados para enfrentar os
desafios da sociedade.
Dessa forma, a instituição procura desenvolver um trabalho coletivo
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continuamente tendo um objetivo em comum; estar aberto a mudanças,
para então, superar as dificuldades apresentadas pela prática pedagógica.
Que são as de diminuir cada vez mais os índices de evasão e reprovação
escolar.
MARCO CONCEITUAL
O Colégio através de suas ações norteadoras, visa uma condição de
igualdade buscando a superação de uma realidade contraditória de classes
sociais com interesses divergentes, devemos pensar em uma escola única
para todos, centrando nossos esforços no sentido de ampliar a forma de
reapropriação do saber historicamente acumulado de uma grande parte da
população, onde o conhecimento seja percebido como resultado do trabalho
realizado pelo homem no sentido de satisfazer suas necessidades de
sobrevivência.
CONCEPÇÂO DE SOCIEDADE
Num país de contrastes como o nosso, onde convivem grandes
desigualdades econômicas, sociais e culturais devemos ter clareza da função
social de nossa escola e do homem que queremos formar, pois isto é
fundamental para que realizemos uma prática pedagógica competente e
socialmente comprometida.
Segundo Libâneo (2000p.187)
As transformações socais,políticas,econômicas e culturais do mundo contemporâneo afetam os sistemas educacionais e os de ensino[...].A educação mormente a escolar, precisa reciclar -se para assumir seu papel neste contexto como agente de mudanças geradora de conhecimento, formadora de sujeitos capacitados a intervir e atuar na sociedade de forma critica e criativa.
Como local privilegiado de trabalho com o conhecimento, temos
grande responsabilidade nessa formação, recebemos crianças e jovens por
um certo número de horas, todos os dias, durante anos de suas vidas,
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possibilitando-lhes construir saberes indispensáveis para a sua inserção
social.
Nesse sentido, poderemos contribuir no processo de inserção social
das novas gerações, oferecendo instrumentos de compreensão da realidade
local e, também favorecendo a participação dos educandos em relações
sociais diversificadas e cada vez mais amplas. A vida escolar possibilita
exercer diferentes papéis, em grupos variados, facilitando a integração dos
jovens no contexto maior.
Segundo Libâneo (2000, p.192)
A escola deve continuar investigando na ajuda aos alunos a se tornarem críticos , a se engajarem na luta pela justiça social a entender o papel que devem desempenhar, como cidadãos críticos, na mudança da realidade em que vivem e no processo de desenvolvimento nacional,e que a escola os capacite a desempenhar este papel.
Nessa perspectiva, os alunos não podem ser tratados apenas como
“cidadãos em formação”. Elas já fazem parte do corpo social e, por isso,
devem ser estimuladas a exercitar sua condição de cidadania,
desenvolvendo expectativas e projetos em relação ao conjunto da sociedade
" Cidadania hoje significa "dirigir ou controlar aqueles que dirigem"; para isso
o aluno precisa ter as condições básicas para situar-se competente e
criticamente no sistema produtivo (2000,p.192)
É preciso que tragamos para dentro de nosso espaço o mundo real, do
qual esses alunos e seus professores fazem parte. A escola não pode fazer
de conta que o mundo é harmonioso, que não existe violência, porque tudo
isto está presente e traz consequências para o momento em que vivemos e
para os momentos futuros.
CONCEPÇÂO DE PROFESSOR
O professor é responsável pelo processo de ensino, explicação dos
conteúdos, orientação das atividades, avaliação da aprendizagem.
Para Libâneo (2004) o corpo docente é uma atividade intencional ,
planeja consciente ,visando atingir objetivos de aprendizagem, por isso
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precisa ser estruturado e organizado, ele coloca ainda que cabe ao corpo
docente: modificar a ideia de uma escola e de uma pratica pluridisciplinar
para uma escola de uma pratica interdisciplinar. conhecer estratégias de
ensinar e pensar, ensinar e aprender. Assumir o trabalho de sala de aula
como um processo comunicativo e desenvolver capacidades comunicativas.
Reconhecer o impacto das novas tecnologias de informação e comunicação.
Atender à diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da
escola e da sala. Investir na atualização científica, técnica e cultural, como
ingredientes do processo de formação continuada desenvolver
comportamento ético e saber orientar os alunos em relação aos valores e
atitudes para a vida, ao ambiente , as relações humanas, a si próprio .
Os professores estão em busca de uma melhor qualidade de ensino e
procuram fazer de sua prática educativa uma reflexão em torno dos
conteúdos a serem trabalhados e que foram definidos anteriormente,
evitando assim que haja distância entre a prática e o discurso.
Segundo BONETTI (2000):
“A formação de professores é concebida como um dos componentes de mudança da escola, em conexão estreita com outros setores e áreas de intervenção. A formação não se faz antes da mudança, faz-se durante traduz-se nesse esforço de inovação e de procura dos melhores percursos para a transformação da escola”.
CONCEPÇÂO DE ESCOLA
Para LIBÂNEO (2001):
"A educação, enquanto escola atividade internacionalizada, é uma prática social cunhada como influencia do meio social sobre o desenvolvimento dos indivíduos na sua relação ativa com meio natural e social, tendo em vista, precisamente, potencializar essa atividade humana para torná-la mais rica, mais produtiva, mais eficaz diante das tarefas da práxis social postas num dado sistema de relações sociais”
A inclusão é necessária e é preciso, portanto, promover a identidade
cultural do aluno, inserindo-o no mundo em que vive, para que assim ele
18
possa ver e pensar a realidade como um todo, com um certo distanciamento,
de forma autônoma, única possibilidade de transformá-la.
No decorrer de sua história o Brasil tem buscado se tornar uma
sociedade que reconhece e respeita a diversidade. Dessa forma é dever da
escola garantir o acesso e a permanência de todas as crianças, jovens e
adultos com necessidades educacionais especiais no sistema regular de
ensino. A Escola tem obrigação de garantir aos alunos com necessidades
especiais seu espaço e oportunidade; a construção de um sistema
educacional inclusivo exige a participação efetiva da comunidade escolar.
“Inclusão é o privilégio de viver com as diferenças, é para o estudante
com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os
superdotados, para todas as minorias e para os que são discriminados por
qualquer outro motivo.”
Maria Mantoan (Revista Nova Escola. Maio.2005. p.24).
Na elaboração do Projeto Político Pedagógico o Colégio respeitou a
diversidade considerando que existem pessoas com diferentes necessidades,
habilidades, origens e culturas. Encaramos assim a inclusão de uma forma
mais ampla, entendendo que cada aluno, portador ou não de necessidades
especiais tem diferenças de aprendizagem e comportamento que devem ser
levadas em consideração.
O Colégio além da aceitação por parte de todos, deve estar preparado
com seu espaço físico para receber os portadores de necessidades especiais,
garantindo a eles o direito de ir e vir, de frequentar todas as aulas nos
diversos ambientes que esta oferece ao alunado.
Vemos a educação inclusiva como um movimento que compreende a
educação como um direito humano fundamental, a base para formação de
uma sociedade mais justa.
“Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças.” Maria Mantoan (Revista Nova Escola. Maio 2005. p.24)
A escola precisa ser o reflexo da vida do lado de fora, o grande ganho
da inclusão é poder viver a experiência da diferença. A inclusão possibilita
aos que são discriminados o direito de ocupar os seus espaços na sociedade.
19
Se a inclusão não acontecer, essas pessoas serão sempre dependentes e
terão uma vida cidadã pela metade.
“O conhecimento é algo sempre em construção, jamais definitivo: seu ponto de partida é o viver, o experimentar, seu processo é o refletir sobre o vivido em todas as suas dimensões e articulações. O próprio conhecimento universal acumulado ao longo da história resulta da reflexão crítica e criativa sobre a natureza, a existência e a prática social humana. Há uma unidade dialética entre o experimentar, o agir e o conhecer.” (ARRUDA, 1986. p.14.).
CONCEPÇÂO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
O ensino aprendizagem busca favorecer o desenvolvimento do
pensamento, este objeto de trabalho do professor, o qual deve estar
diretamente relacionado aos conteúdos sistematizados e construídos
historicamente. Essa relação se efetiva quando as experiências do alunado
são consideradas para favorecer o processo de aprendizagem, pois ocorre
aprendizagem quando se percebe a funcionalidade destes novos
conhecimentos construídos para os diferentes contextos existentes.
“É preciso considerar desde os primeiros momentos, que uma sala de aula tem experiências diversificadas, contextos familiares diferentes. É conveniente conhecer a diversidade respeitando-as, para ajustar as realidades com os interesses de professores e de alunos”. ( BASEADAS, 1999. p.138).
Para a efetivação de uma aprendizagem significativa se faz necessário
considerar a realidade, relacionando-a com os conteúdos propostos pela
escola para que haja uma aprendizagem contextualizada e funcional.
A ação ensino-aprendizagem deve subsidiar uma formação global do
indivíduo em qualquer nível de ensino, possibilitando o sucesso no processo
de construção do conhecimento e consequentemente dar condições ao
educando de ser um cidadão responsável por suas ações e atuante como
agente transformador da sociedade, sob essa ótica, esse educando terá uma
visão de mundo construída a partir dos conhecimentos adquiridos no interior
da escola.
20
A avaliação se faz presente na vida de todos nós que de alguma forma
estamos comprometidos com atos e práticas educativas.
A avaliação é um recurso pedagógico útil e necessário para auxiliar os
educadores e os educandos na busca e na construção de si mesmo e do seu
melhor modo de ser na vida. Ela deve ser inclusiva, dinâmica e construtiva;
precisa deixar de ser a tirana da prática educativa.
O professor que avalia o aluno continuamente, passando tarefas
menores, gradativas e sequenciais estará verificando com maior clareza a
aprendizagem do aluno. A avaliação deve ocorrer em vários momentos e de
diferentes formas contribuindo assim para que os alunos se tornem ativos e
críticos.
O objetivo da avaliação não deve ser o de testar simplesmente o aluno
e sim o de realizar um diagnóstico para detectar deficiências no aprendizado
e trabalhar esses pontos novamente.
“Respeitar a autonomia do educando equivale ao respeito que o professor tem por si mesmo. Não se deve jamais esquecer de que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. (FREIRE, 1999, p.80).
A avaliação educacional escolar como reafirma Luckesi é um meio e
não um fim em si mesmo. Desta forma vemos que nossa proposta de
avaliação vai de encontro a esse pensamento, pois pensamos que a
avaliação não se dá em um vazio conceitual, mas mostra as concepções de
mundo e de educação que queremos concretizar.
A prática avaliativa deve ser transformadora, preocupando-se mais
com o objetivo maior que se tem que é a transformação social. Deve ter
como função primordial auxiliar o professor no reconhecimento dos
caminhos já percorridos e na identificação dos caminhos a serem
perseguidos.
“A escola hoje, não pode viver isolada, achando que todos cumprem o seu papel. A escola antes é o espaço problematizador, criador, mediador. Ela está mais próxima da que estabelece com parceira, dividindo responsabilidade.” (PAIVA,2002. p.09)
Permitir que a sociedade exerça seu direito à informação e a
21
participação deve fazer parte dos objetivos de um governo que se
comprometa com a solidificação da democracia. Democratizar a gestão da
educação requer fundamentalmente que a sociedade possa participar do
processo de formulação e avaliação da política de educação e na fiscalização
de sua execução, através de mecanismos institucionais.
Para Libâneo (2004, p.322) "A gestão é , pois, a atividade pela qual são
mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização,
envolvendo basicamente,os aspectos gerenciais e técnicos- administrativos"
É necessário que os mecanismos de democratização da gestão
alcancem todos os níveis e instâncias, pois como o direito à informação e a
participação aparecem como secundários para muitos governos, a sociedade
perde sua força na luta pelo seu direito à educação de boa qualidade.
Essa democratização permite que os setores interessados participem
da elaboração do Projeto Político Pedagógico e dessa forma são gerados
ganhos em qualidade nas decisões, pois estas podem refletir a pluralidade
de interesses e visões que existem. Assim as ações empreendidas passam a
um patamar de legitimidade mais elevado e consequentemente a sociedade
passa, a saber, colocar em prática sua cidadania de forma consciente,
intervindo na realidade cruel em que vivemos, e assim transformando-a.
CONCEPÇÂO DE GESTÂO DEMOCRÁTICA
A gestão democrática deve garantir a eleição de diretores pela
comunidade escolar, a construção coletiva e a implementação do Projeto
Político Pedagógico, a livre criação de Grêmios Estudantis, a implementação
do Conselho Escolar, da APMF, estabelece espaço e tempo para a discussão
da política-pedagógica na escola, elaborar e implementar projetos que
enfoquem a formação integral do aluno-cidadão e são elementos
indispensáveis ao bom exercício da cidadania e democracia na escola.
“O mundo não é. O mundo está sendo. (....) Não sou apenas objeto da História, mas sujeito igualmente. (...) caminho para a inserção que implica decisão, escolha, intervenção na realidade...” (FREIRE. 2001. p.27)
O compartilhamento do poder, por parte de todos os integrantes da
22
comunidade escolar é o fato novo no ambiente da escola, e exige, portanto
pessoal melhor capacitado para tomar decisões, gerir recursos, mobilizar a
comunidade inovar.
A escola como organização aprendente e qualificante necessita,
portanto: visão partilhada do caminho que quer percorrer, refletir sistemática
e cooperativamente sobre as implicações e as consequências da
concretização dessa visão, a escola precisa ter um projeto que conte com o
empenho de cada um para a realização do que é comum a todos.
Na questão democrática a organização escolar aprendente vive o
movimento de ir e vir continuamente; desenvolvendo ações, refletindo sobre
essas ações e ainda retomando-as quando necessário for. Nesta gestão
destaca-se o papel do diretor como gestor ,que organiza,dirige,toma
decisões, organiza sua equipe dá condições para os diferentes papeis se
efetivarem e atingirem os objetivos ,buscando a qualidade no ensino.
Para Sander (2002) "O diretor é menos administrador e mais
governante. Todas as práticas implicam em repensar o papel do dirigente
como protagonista pedagógico, organizacional e político da instituição
educacional"
O desafio dos diretores é redimensionar a forma de administrar a
escola a partir da ação democrática, descentralizando o poder nas decisões e
a comunidade passe a ser um referencial em todo o processo escolar.
CONCEPÇÂO PEDAGOGICA
O setor pedagógico da instituição tem como atribuição o
relacionamento pedagógico-curricular. Cuida do atendimento e do
acompanhamento individual dos alunos, das dificuldades escolares de
relacionamento, visando o desenvolvimento integral dos mesmos.
A escola deve proporcionar ao aluno condições para compreender a
realidade de que faz parte, situar-se nela, interpretá-la e contribuir para sua
transformação, ou seja, dar condições de cada indivíduo formar-se
integralmente e crescer com livre expressão de pensamento, responsável,
que tenha facilidade de adaptação na sociedade, pronto a solucionar
23
problemas que possam aparecer no decorrer de sua vida, buscando a auto-
realização e o bem comum, solidificando o homem novo, justo, dinâmico,
compromissado com seus ideais de democracia e liberdade.
Como escola devemos responder pelo acesso ao conhecimento que se
considera necessário à inserção social, para que mais jovens se apropriem
das conquistas das gerações precedentes e se preparem para novas
conquistas. Fazemos isso através da seleção e organização de situações
planejadas especialmente para promover a aprendizagem dos conteúdos
que são culturalmente valorizados pela sociedade em que nos inserimos.
Para expressar ideias, sentimentos, conceitos, é necessário que o
aluno se sinta parte de um grupo que respeita e valoriza cada um de seus
membros. Nesse ambiente, o professor não é mais o único dono da palavra
que é de todo o grupo. As vivências, histórias e experiências de cada um são
enriquecidas na troca com outro, na descoberta comum de novos horizontes.
O professor no desenvolver de sua prática pedagógica deve
reconhecer que a realidade não deve ser vista de forma fragmentada ou
simplificada, mas complexa e dinâmica, vendo a sociedade e os homens
interligados num processo contínuo de transformação social.
A ação metodológica deve partir de uma problematização
possibilitando a construção do conhecimento relacionado com a realidade
vivida.
CONCEPÇÃO CURRICULAR
A proposta pedagógica traduz-se num esforço de adaptar o currículo
às características de seus alunos e de seu ambiente sócio-econômico
recorrendo, entre outros recursos, à interdisciplinaridade e à
contextualização com recursos para atingir os objetivos. Estas serão
utilizadas para reorganizar a experiência acumulada por professores e outros
profissionais da educação que trabalham na escola, de modo que os leve a
rever sua prática sobre o que e como ensinar seus alunos.
É essencial um aprofundamento nos fundamentos teórico-
metodológicos, numa relação direta com a realidade da escola, do seu
entorno e da análise estrutural e conjuntural da sociedade para as mudanças
24
vislumbradas.
O currículo escolar, deve ser o reflexo da produção humana construída
no coletivo da escola, de forma intencional, com clareza da função precípua
e específica da escola, na transmissão, apropriação e socialização do
conhecimento, no espaço institucional que se constitui a escola e lhe confere
sentido social no processo de transformação.
A partir das Diretrizes Curriculares Estadual, os conhecimentos
científicos, os conteúdos escolares, os saberes trabalhados, as técnicas, os
meios, os métodos de trabalho docente e discente e as diferentes formas
que a escola tem proposto para o enfrentamento dos problemas sociais,
econômico, políticos e culturais que se apresentam para a escola, tem sido o
instrumento de emancipação dos alunos e também evidenciando a função
social da escola em resposta ao que desejamos: uma sociedade justa,
humana e igualitária.
A consciência dos sujeitos se dá pela práxis – condição unitária de
compreensão da realidade, em uma perspectiva de totalidade que significa:
realidade estruturada, dialética.
Segundo Frigotto (1993), a produção do conhecimento e sua
socialização para determinados grupos ou classes não é alheio ao conjunto
de práticas e relações que produzem num determinado tempo ou espaço.
Isto quer dizer que ao se abordar o conteúdo da disciplina- recorte histórico,
político e cultural do conhecimento ( que por sua vez já trouxe consigo uma
intencionalidade) é preciso analisá-lo em suas múltiplas determinações.
Mesmo delimitado, o conhecimento não perde o tecido da totalidade.
É na categoria totalidade – condição de compreensão do conhecimento
nas suas determinações que se as questões sociais, ambientais, econômicas,
políticas e culturais podem e devem ser tratadas. Nesta perspectiva, os
“desafios educacionais “no currículo devem pressupor ser parte desta
totalidade. Portanto eles não podem se impor à disciplina numa relação
artificial e arbitrária, devem ser “chamados “pelo conteúdo da disciplina em
seu contexto e não o contrário transversalizando-o ou secundarizando-o
(SEED/PR, 2003).
25
A organização curricular está pautada no trabalho do professor em
sala de aula, contempladas no PTD (Plano de Trabalho Docente),
estabelecendo conteúdos estruturantes e específicos, metodologia
apropriada, com critérios e instrumentos de avaliações, identificando
recursos e estabelecendo interações sobre o que e como ensinar, criando
condições de desenvolvimento objetivo e subjetivo.
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é um processo dinâmico, de tomada de decisões para
mudar o que é necessário e direcionar a ação. Ocorre durante o processo de
ensino e aprendizagem, tem função diagnóstica e deve estar comprometida
com uma proposta pedagógica histórico-crítica progressista.
Para que a avaliação se constitua num processo contínuo, diagnóstico
e sistemático, é condição básica que em todas as atividades realizadas, o
professor e o aluno tenham conhecimento dos resultados. Deve respaldar-se
em múltiplos mecanismos, tais como a observação sistemática do professor
em sala de aula, instrumentos e técnicas diversas, sempre a partir de
critérios previamente definidos, levando-se em conta os objetivos
pretendidos no início de um período de trabalho.
A avaliação deve ser composta por um conjunto de ações que
englobam desde provas e tarefas até um profundo envolvimento em todas
as atividades de sala de aula, possibilitando assim a construção do perfil de
cada aluno e a caracterização de seu desenvolvimento no processo de
aprendizagem.
Esse conjunto de ações, efetivado de maneira concreta, organizada e
planejada, torna-se fácil de ser interpretado e entendido, não apenas pelo
professor, mas também pelo aluno, que pode perceber mais concretamente,
o que tem feito e passa a assumir maior responsabilidade pela sua própria
aprendizagem. O professor, neste contexto, não só tem uma ideia mais clara
do processo de aprendizagem e do desenvolvimento do aluno, como
também tem a oportunidade de avaliar seus materiais, conceitos, métodos e
o próprio desempenho. Em outras palavras, essa proposta não tem apenas a
26
vantagem de poder avaliar o aluno através de fontes e perspectivas
diferentes, que se completam e minimizam as chances de erros, como
também permite que a avaliação seja exercida em sua função educativa
mais ampla, cumprindo não apenas a função de avaliação do aluno, mas de
fonte de informação para que os professores, a escola, o aluno possam rever
todo o processo.
Propomos que a avaliação do aproveitamento escolar seja praticada
como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos
educandos, tendo por base seus aspectos essenciais e, como objetivo final,
uma tomada de decisão que direcione o aprendizado e, consequentemente,
o desenvolvimento do educando. Assim, o objetivo primeiro da aferição do
aproveitamento não será a aprovação ou reprovação, mas o direcionamento
da aprendizagem e sua consequente efetivação.
Dentro desse processo as avaliações serão contínuas, permanentes e
somatórias, vários instrumentos serão utilizados, como por exemplo: provas,
trabalhos, trabalhos em grupo, trabalhos individuais, pesquisas, relatórios,
resenhas, dependendo da realidade de cada disciplina. Serão expressas em
notas trimestrais de 0,0 a 10, 0, sendo a nota mínima para aprovação 6,0.
Os alunos serão promovidos com base nos resultados das avaliações e
em suas frequências, que deverá ser igual ou superior a 75% do total de
carga horária anual, a média anual deverá ser igual ou superior a 6,0.
A recuperação paralela é um dos aspectos da aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo, pelo qual o aluno, com aproveitamento
insuficiente, dispõe de condições que lhe possibilite a apropriação de
conteúdos não apreendidos ou compreendidos.
Os professores aplicarão a recuperação dos conteúdos, imediatamente
após a constatação das dificuldades apresentadas pelos alunos. A
recuperação de notas será feita utilizando instrumentos diversificados, os
quais subsidiarão a identificação de que houve realmente a recuperação dos
conteúdos não atingidos, sendo obrigatória para os alunos que atingirem
aproveitamento inferior a 60% do valor da avaliação.
Não haverá promoção parcial (DEL 09/01). A classificação será
realizada por promoção, por transferência e mediante uma avaliação
27
definindo o grau de desenvolvimento do candidato. Essa classificação terá
caráter pedagógico, estará centrada na aprendizagem e baseada numa
avaliação diagnóstica, documentada pelo professor e equipe pedagógica.
O Conselho de Classe, sendo um órgão colegiado e de natureza
consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, tem por objetivo
avaliar o processo ensino aprendizagem e os procedimentos adequados a
cada caso. Sua finalidade é:
a) Estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação
com o trabalho do professor na direção do processo ensino-aprendizagem,
proposto no plano–curricular;
b) Acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos,
bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor;
c) Analisar os resultados da aprendizagem na relação dos conteúdos e
o encaminhamento metodológico e o processo de avaliação;
d) utilizar procedimentos que assegurem a comparação com
parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino evitando a
comparação de alunos entre si.
A presidência do Conselho de Classe está a cargo do diretor que em
sua falta ou impedimento, será substituído pelo Pedagogo, contará ainda
com a presença do vice-diretor, e professores; reunir-se-á ordinariamente a
cada trimestre, em data prevista no Calendário Escolar, e
extraordinariamente, sempre que um fato relevante assim o exigir.
MARCO OPERACIONAL
A prática administrativa e pedagógica, as formas de convivência no
ambiente escolar, a organização do Currículo e das situações de aprendizagem,
os procedimentos de avaliação, serão coerentes com os valores estéticos,
políticos e éticos que inspiram a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases
nº9394/96, e fundamentam o trabalho escolar realizado neste Estabelecimento
de Ensino..
28
O funcionamento da Associação de Pais, Mestres e Funcionários
(A.P.M.F.) é fundamental para a integração família – escola – comunidade.
Representa os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo
para a melhoria da qualidade do ensino, visando sempre uma escola pública
gratuita e universal. A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (A.P.M.F.)
do nosso Colégio é eleita por voto direto.
O mandato da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (A.P.M.F.) é
de três anos, sendo possível a recondução por mais três anos.
Com relação ao Conselho de Classe, o projeto da escola está pautado
na discussão acerca da integralidade da aprendizagem, na reflexão e na
perspectiva de possíveis mudanças para efetividade de sucesso no processo.
É assim que Libâneo (2004.p.342-343) define Conselho de Classe:
“[...] órgão de natureza deliberativa acerca da avaliação discente, resolvendo quanto a ações preventivas e corretivas sobre o rendimento dos alunos, sobre o comportamento deles, sobre promoções e reprovações e sobre outras medidas concernentes à melhoria da qualidade da oferta dos serviços educacionais e ao melhor desempenho escolar do alunado”.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado que representa a
comunidade escolar de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e
fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e
administrativo da instituição escolar.
Conforme Vasconcellos (2002) o conselho de classe representa uma
das mais avançadas formas de participação efetiva na instituição,envolvendo
a comunidade, alunos, funcionários, professores e equipe diretiva.
O autor coloca também que não se deve excluir a comunidade,uma
vez que no conselho da escola está se discutindo temas relevantes como o
currículo da escola , e a forma da prática pedagógica. O conselho de classe
se resume em dialogo de decisões de resgate na busca do bem comum de
todos no âmbito da escola e de suas relações.
O Conselho Escolar é concebido enquanto um instrumento de gestão
colegiada e de participação da comunidade escolar, constituindo-se como
órgão máximo de direção do Estabelecimento de Ensino.
Os representantes do Conselho Escolar são escolhidos mediante
29
processo eletivo de cada segmento escolar, garantindo dessa forma a
representatividade de todos os níveis e modalidades de ensino. Cada
membro eleito terá um suplente.
Destes representantes, 50% serão de profissionais da escola e 50 %
de representantes da comunidade escolar. O mandato é de dois anos,
admitindo-se uma única re-eleição consecutiva.
Entendemos que toda representação estudantil deve ser estimulada,
pois dessa forma estamos democratizando a escola e ainda desenvolvendo a
gestão colegiada.
O Grêmio tem o papel na formação e no desenvolvimento educacional,
cultural e esportivo, organizando diversas atividades culturais, esportivas e
educacionais. A eleição acontecerá pelo voto direto em horário normal de
funcionamento de cada turno. O mandato da Diretoria do Grêmio será de um ano a
partir da data de posse.
PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Buscando a atualização dos professores de educação, os programas de
capacitação têm como objetivo repensar a metodologia de cada profissional
para que este encontre novas situações que inovem seu processo de
atuação profissional.
Para isso a escola se propõe a desenvolver algumas propostas:
Oportunizar situações de troca de experiências entre os professores
com a finalidade de tomadas de decisões oriundas do grupo e aplicação de
novas metodologias promovendo uma aprendizagem mais qualificada.
Aproximar a família/comunidade ao cotidiano escolar através de
palestras, confraternização e eventos.
Veicular textos para que o professor tenha um aprofundamento teórico
sobre os diversos temas para que haja reflexão e renovação dos
profissionais.
Formação Continuada, promovida pela SEED.
Eventos e cursos de capacitação promovidos pela SEED.
30
PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO PARA O ANO DE 2009
ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Juventude de Santo Antonio
MUNICÍPIO: Balsa Nova
NÚCLEO: Área Metropolitana Sul
DIRETOR: Joanin Stroparo Neto
VICE DIRETORA: Mirian Apª Oliveira
Objetivos gerais
Promover oportunidades para que os educandos sintam-se
participantes ativos de um grupo inserido no contexto social, onde a
apropriação do conhecimento os transforma em cidadãos autônomos
participativos e responsáveis.
Favorecer a participação da comunidade escolar no exercício da
cidadania no desenvolvimento de expectativas, projetos que respondam aos
anseios da comunidade, seja nas manifestações culturais, sociais ou nas
formas de sobrevivência e valores.
Garantir o acesso ao conhecimento científico, como instrumento
próprio para o exercício da cidadania.
Dinamizar práticas pedagógicas que permitam um processo contínuo
de transformação social.
AÇÕES
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS CRONOGRAMA
01
Promover junto a equipe
colegiada um plano
curricular que garanta uma
aprendizagem que leve o
educando ao
desenvolvimento pleno de
suas potencialidades.
Proposta curricular do
PPP.
Março de 2009.
Realizar um plano anual
com a participação do
Participação do
conselho escolar na
Março de 2009.
31
02
conselho escolar para
responder as expectativas e
anseios dos vários
segmentos da comunidade
escolar.
organização do plano
anual.
03
Definir no calendário
escolar programas de
enriquecimento curricular
para alunos, pais,
professores.
Passeios Educativos.
Oficinas de Disciplinas.
Palestras.
Semana Cultural.
2009, 2010, 2011.
04
Otimizar o processo de
escolha dos representantes
do Grêmio Escolar, com
processo efetivação de
participação democrática.
Formação de chapas.
Seguir normas legais
do estatuto.
Eleição.
Vencimento do
mandato do
grêmio atual.
05
Possibilitar condições para o
funcionamento efetivo do
laboratório de Química,
Física, Ciências e do
laboratório de informática.
Instalação dos novos
equipamentos.
Aquisição de materiais
complementares.
2009, 2010, 2011.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS CRONOGRAMA
06
Desenvolver projeto de
incentivo à pesquisa,
instigando propostas
inovadoras de
transformação da realidade.
Pesquisas com
utilização da Biblioteca
e Internet.
2009, 2010, 2011.
Realizar ampliações que
melhorem a estrutura física
do colégio, oferecendo
Cobertura da Cancha,
Construção de Sala de
aula ao ar livre, Pintura
Conforme poder
aquisitivo da
APMF, Parcerias
32
07 melhores condições aos
seus usuários.
nova, Instalação de
corrimões nas escadas
e instalação de mais
extintores de incêndio
Reforma da cancha de
areia.
com o Governo do
Estado e
Município, Verbas
Federais e
Estaduais.
08
Planejar momentos de
entretenimento, lazer para
a comunidade escolar.
Gincana
Campeonatos
Esportivos (Futebol,
Xadrez).
2009, 2010, 2011.
09
Adotar entre os profissionais
uma postura profissional
padrão, de unidade
filosófica e princípios
educacionais.
Favorecer a motivação.
Unidade de
pensamento e
procedimentos.
Dinâmicas de grupo
que favoreçam
relacionamento
interpessoal.
Conhecimento e
aplicação dos
princípios educacionais
do PPP.
Cotidianamente.
10
Otimizar o corpo docente a
descobrir novas formas de
elevar o nível de
aprendizagem dos alunos
reduzindo a reprovação e a
evasão escolar.
Grupos de Estudo
Debates
Tomada de decisões
para solucionar
problemas de alunos
em situação de risco.
Trimestral.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESTRATÉGIAS CRONOGRAMA
33
11
Possibilitar condições para o
funcionamento efetivo da
Biblioteca.
Informatizar
totalmente a
Biblioteca.
Março de 2009.
12
Estágio voluntário para
alunos no Laboratório de
informática.
Aplicação de teste de
conhecimento
específico e ter boas
notas.
Trimestral.
13
Fundar uma Banda musical. Promover encontros
com alunos que
possuem domínio de
algum instrumento
musical.
2009, 2010, 2011.
14
Avaliar o plano de ação do
Diretor, periodicamente
envolvendo a participação
dos segmentos da
comunidade escolar
(Conselho Escolar).
Discutir no grupo, a
concretização do
objetivo que foram
proposto no plano.
Trimestral.
15Avaliar o processo de
execução do plano anual
desenvolvido pela escola.
Questionário.
Comunidade Escolar.
Final de Cada ano
letivo.
AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO
No final do primeiro semestre, convocar o Conselho Escolar, a APMF, o
Grêmio Estudantil, os professores e os funcionários, para uma avaliação do
plano de ação do diretor, os representantes dos vários segmentos, deverão
estar de posse do plano e acompanhar o trabalho pelos objetivos propostos e
o cronograma estabelecido.
34
O diretor deverá apresentar um relatório das atividades realizadas e os
resultados obtidos de acordo com o que foi previsto no plano. Deverá ainda
apresentar as dificuldades encontradas para a realização desse plano de
ação.
Após a avaliação crítica, o grupo dos representantes deverá junto
apontar sugestões, tomar decisões e deliberar sobre os novos
direcionamentos que serão dados ao trabalho, uma vez que o compromisso
democrático é responsabilidade de todos os envolvidos no processo de
desenvolvimento do plano de ação do diretor e do PPP (Projeto Político
Pedagógico).
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO
A escola que queremos busca a aprendizagem real do aluno, levando
em conta sua realidade, através do ensino-aprendizagem sua interação com
a comunidade e ainda seu crescimento individual e educacional.
Os profissionais da escola têm buscado seu aprimoramento para
oferecer uma educação de qualidade aos educandos, objetivando o
desenvolvimento integral dos mesmos.
A comunidade escolar participa ativamente da escola através da APMF
e do Conselho Escolar, procurando trocar idéias em busca de soluções para
melhorar cada vez mais a qualidade de ensino.
Os educandos participam da escola através do Grêmio Estudantil, de
suas atividades esportivas, culturais e sociais.
Garantir o acesso e a permanência do seu alunado na escola com um
ensino de qualidade é uma busca constante.
O Projeto Político Pedagógico é o eixo norteador da escola e que
através da sua discussão, elaboração, aplicação e implementação do ensino
aprendizagem irá ter seus objetivos alcançados.
Outro ponto importante nestas discussões é a reflexão constante do
que está sendo é implementado no processo de ensino e de aprendizagem o
qual pode constantemente ser avaliado e re-estruturado se preciso for.
A avaliação é um termômetro que mostrará o desempenho do
professor em relação aos alunos e dos alunos em relação ao professor. É
35
através do resultado que o professor terá condições de se auto-avaliar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem em relação aos alunos e assim
rever sua prática.
A avaliação deverá ser feita periodicamente pela comunidade em
relação as atividades desenvolvidas pelo Colégio, sendo democrática,
através de questionários respondidos por todos os envolvidos no processo
educativo que serão analisados pela Direção, equipe pedagógica e corpo
docente, respeitando a opinião de todos. Após esta análise, cada membro da
comunidade escolar deverá procurar a superação de suas falhas, com intuito
de melhorar a qualidade das atividades desenvolvidas e redirecionar suas
ações.
A avaliação sistemática do curso é realizada nos Conselhos de Classe
através de questionamentos contínuos e permanente, avaliando problemas
enfrentados pelos professores na sua área. Enfatizamos muito que a
avaliação seja fonte integrante do ensino e por meio dela podemos
interpretar os dados da aprendizagem. Nesta avaliação sistemática do curso
tentamos resgatar e despertar o interesse dos alunos para uma análise
objetiva da realidade que os cerca, mostrando que eles estão inseridos neste
contexto como agentes de desenvolvimento.
No pré-conselho, através de seus representantes, os alunos colocam os
aspectos positivos e negativos do ambiente escolar num todo, sugerindo o
que poderá ser mudado, melhorias para o bom andamento do Colégio. É
repassado aos professores as questões pedagógicas, as queixas e os elogios.
Para os alunos é dado o retorno das questões que foram discutidas com os
professores, o que precisa mudar, notas que precisam melhorar, etc.
Os pais também participam dessa avaliação através de reuniões da
APMF e das reuniões de pais que acontecem para entrega de boletins e ou
quando se fizer necessária.
A educação precisa ser vista e trabalhada como um empreendimento
coletivo e, para isso, precisamos estar dispostos a descobrir o que é
importante para os nossos alunos em cada momento da nossa caminhada e
assim procurar com um trabalho coletivo dentro do projeto político
pedagógico realizar nosso plano de ação.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL, Leis e decretos. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei
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coletiva. Campinas: Papirus 1995.
DCEs – Diretrizes Curriculares Estaduais – 2008.
38
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES
ENSINO FUNDAMENTAL
ARTES
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Desde o início da história da humanidade, a arte tem se mostrado
como uma práxis presente em todas as manifestações artísticas culturais.
O homem desde seu surgimento usou de símbolos e desenhos para
manifestar seu modo de vida. O homem pré-histórico teve de aprender
construir conhecimentos para difundir essa prática.
A aprendizagem e o ensino da Arte sempre caminharam lado a lado
com transformações no decorrer da história de acordo com normas e valores
estabelecidos, em diferentes culturas. Capacitar o aluno é algo fundamental
para o desenvolvimento sócio cultural do indivíduo. A arte permite a
aproximação entre indivíduos mesmo os de culturas distintas, pois favorece
a percepção de semelhanças e diferenças entre as culturas, expressas nos
produtos artísticos e concepções estéticas.
O ensino de Arte no Brasil continua sofrendo descaso, não sendo
considerado por muitos educadores como fator de conhecimento humano,
por ser uma área que gera um comportamento e uma prática diferente em
relação a demais áreas. Porém é possíveis a integração da arte com outras
disciplinas e neste contexto explorar a prática artística envolvendo expressão
visual, a expressão oral e expressão corporal.
39
No estado do Paraná o ensino da arte vendo sofrendo transformações
causadas pelas influências provenientes de modelos artísticos oriundos de
diversos períodos da arte. Portanto observa-se reflexos dos vários processos
pelos quais passou o ensino da arte no Paraná até tornar-se disciplina
obrigatória. Tais processos acentuam-se a partir do final do século XIX com o
movimento imigratório. Os artistas imigrantes trouxeram novas ideias e
experiências culturais diferentes, entre elas a aplicação da arte aos meios
produtivos e da arte como expressão individual.
Com o intuito de adaptar-se à nova realidade artistas imigrantes e
artistas locais começaram a refletir a respeito da importância da arte para o
desenvolvimento de uma nova sociedade, tendo como alicerces
características próprias, baseadas numa valorização da realidade local.
Juntamente com a evolução social, política, industrial e econômica
do Paraná, surge também várias instituições de ensino específico das artes
objetivando a preparação de profissionais capacitados para ensinar arte na
escola. No final da década de 90 na nova LDB 9394/96 mantém a
obrigatoriedade do ensino da Arte nas Escolas de Educação básica. Houve
também a mudança nos cursos de graduação em Educação Artística que
passaram a ser licenciaturas em uma habilitação específica.
Firmadas em ações realizadas no decorrer do processo histórico
recente e na busca de efetivar uma transformação no ensino da Arte, essa
disciplina ainda exige reflexões que contemplam a arte como área de
conhecimento e não meramente como meio para o destaque de dons inatos,
sendo até mesmo utilizada equivocadamente, em alguns momentos como
prática de entretenimento e terapia. O ensino da arte deixa de ser
coadjuvante no sistema educacional e passa também a se preocupar com o
desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída
historicamente e em constante transformação.
O homem é um ser cultural, fruidor e agente de arte. Ele transmite a
cultura elaborada pela humanidade. Enquanto linguagem ultrapassa a
função de comunicação simples e pura, pois transmite as ideias, os
sentimentos e as informações, num dinâmico de interação entre o homem e
a sociedade.
40
A arte é conhecimento e, com tal, tem função no processo de
educação do homem, enquanto Educação Artística e alfabetização estética.
É por meio das atividades artísticas que os alunos desenvolvem auto-
estima e autonomia, sentimento de empatia, capacidade de simbolizar,
analisar, avaliar e fazer julgamentos com pensamento mais flexível; além de
desenvolverem o senso crítico e as habilidades específicas da área artística;
torna-se capazes de expressar melhor ideias e sentimentos, e ainda
conseguem fazer relação entre as partes e o todo e entender que as artes
são formas de conhecer e interpretar o mundo.
A proposta de Educação Artística tem dupla função. De um lado deve
analisar seu papel na formação da percepção e a sensibilidade do aluno
através do trabalho criador, da apropriação do conhecimento artístico e do
contacto com a produção cultural existente. De outro lado deve colher
significação da arte no processo de humanização do homem, visto que este,
como ser criador se transforma com a natureza do trabalho, produzindo
assim, novas maneiras de ver e sentir.
A Proposta pedagógica de Educação Artística visa criar no aluno uma
percepção exigente, crítica em relação a realidade humana e social,
propiciando a aquisição dos instrumentos necessários para compreender as
realidades expressas nas diversas manifestações artísticas bem como a
possibilidade de expressar nestas atividades.
A Educação Artística não se faz desvinculada da forma de organização
de nossa sociedade e da escola. O papel da escola é trabalhar com os
conhecimentos necessários ao aluno, para que este reconheça e interprete
na obra de arte a realidade humana social.
Tem por objetivo buscar desenvolver em nossos educandos uma
aceleração na formação da percepção e sensibilidade; apropriando-se de
vários conhecimentos artísticos e da produção cultural existente. O objetivo
artístico concretiza o olhar, a expressão do homem enquanto forma
específica de conhecimento da realidade, é fruto de seu fazer imitativo ou
criador.
Criar é ampliar, enriquecer, transformar o mundo e o homem. O
trabalho artístico resulta da ação conjunta fazer, do olhar e do pensar.
41
A arte propõe novas formas de refletir as relações e produções sociais
vigentes. Nesta perspectiva as linguagens artísticas possibilitarão condições
ao educando de traduzir a leitura da realidade, o conhecimento, a
compreensão do mundo que se quer refletir e expressar.
Dentro do ensino das artes deve-se apresentar ao aluno a História e
Cultura Afro-Brasileira e Indígena de acordo com a Lei 11.645/08, História do
Paraná Lei 13.381/01 e Meio Ambiente Lei 9.795/99.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes devem ser considerados pertinentes na
garantia ao aluno de um acesso mais completo e sistematizado as quatro
áreas de arte: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança.
O conjunto desses conteúdos permite, ainda, uma amplitude maior
dentro de cada área, contemplando quesitos essenciais para a compreensão
de conceitos, de maneira articulada com outros, mostrando que nada no
mundo acontece de maneira isolada, e que os acontecimentos de uma área
tem correspondência em outras.
Segundo a DCE - Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação
do Estado do Paraná - (2008), os conteúdos estruturantes para a disciplina
de Arte, no Ensino Fundamental apresenta uma unidade interdependente e
permitem que exista uma articulação entre as quatro linguagens, sendo eles:
Elementos básicos das linguagens artísticas, produções, Manifestações
artísticas e Elementos contextualizadores.
Os conteúdos estruturantes, estão, portanto, intrinsecamente
relacionados. No entanto, para que haja continuidade do trabalho
desenvolvido, busca-se uma padronização dos conteúdos, recorre-se a
divisão desses por série.
Isso não significa uma delimitação a outra possibilidades, pois alguns
dos conteúdos estruturantes permeiam grande parte dos trabalhos
desenvolvidos. Há que se entender que existem sim, caminhos por onde se
deve obrigatoriamente passar, mas que isso não impede de circular por
trajetos menores ou de ligação entre, por exemplo, um período e outro da
História da Arte.
42
5 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Geométrica
Técnicas e
Gêneros
Arte Pré-História
Arte no Egito Antigo
Arte Greco-Romana
Arte Popular
(Folclórica)
Renascimento
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Improvisação
Gêneros
Música Popular e
Folclórica
Teatro Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representações
Jogos teatrais
Gênero
Espaço Cênico,
circo.
Adereços
Greco-Romana
Teatro Popular
Africano
Dança Movimento
corporal
Tempo
Ponto de apoio
Formação
Técnicas e
Arte Popular (folclore)
43
Espaço Gêneros
6 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Geométrica
Técnicas e
Gêneros
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Idade Média
Arte Popular (folclore)
Arte Pré-Histórica
Renascimento
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Harmonia
Melodia
Gêneros
Técnicas
Música Popular e étnica
(ocidental e oriental)
Brasileira
Paranaense
Caipira / Sertanejo
Raiz
Teatro Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representações
Leitura dramática
Cenografia
Gêneros
Técnicas
Comédia dell'arte
Teatro Popular
Teatro Popular Brasileiro
e Paranaense
Dança Movimento
corporal
Rotação
Formação
Dança Popular
Brasileira]e Paranaense
44
Tempo
Espaço
Coreografia Africana
Indígena
Renascimento
7 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas e
Gêneros
Indústria Cultural
Arte Digital
Arte Contemporânea
Arte Cinética
Op Art
Pop Art
Classicismo
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Sonoplastia
Técnicas
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
Sertanejo pop
Vanguardas
Clássica
45
Teatro Personagem
Expressões
corporais,
vocais, gestuais
e faciais
Ação
Espaço
Representação
no Cinema e
Mídias (Vídeo, TV
e Computador)
Texto dramático
Cenografia
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro, enredo
Técnicas
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
Vanguardas
Classicismo
Dança Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Deslocamento
Sonoplastia
Coreografia
Improvisação
Hip-Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Moderna
Dança Clássica
8 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas
Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Figurativa
Abstrato
Bidimensional
Tridimensional
Semelhanças
Contrastes
Realismo
Dadaísmo
Arte Engajada
Muralismo
Grafite (Hip-Hop)
46
Luz Geométrica
Figura-fundo
Perspectiva
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas e
Gêneros
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Técnicas
Gêneros
Música Engajada
Música Popular Brasileira
Música Contemporânea
Hip Hop, Rock, Funk
Romantismo
Teatro Personagem
Expressões
corporais,
vocais, gestuais
e faciais
Ação
Espaço
Roteiro, enredo
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
iluminação
Figurino
Gêneros
Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro do Pobre
Teatro do absurdo
Romantismo
Dança Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Níveis
Rotação
Deslocamento
Coreografia
Gênero
Arte Engajada
Vanguardas
Dança
Contemporâneo
Romantismo
METODOLOGIA
As diferentes formas de pensar o ensino da Arte são consequências do
momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações
47
socioculturais, econômicas e políticas. Da mesma forma o conceito da arte
implícito é também influenciado por essas relações, sendo fundamental que
seja problematizado para organização de uma proposta de diretrizes
curriculares.
Nas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas
referências sobre sua função, o que resulta também em diferentes posições:
como a arte pode servir a ética, à política, á religião, à ideologia; ser utilitária
ou mágica e transformar-se em mercadoria ou meramente proporcionar
prazer.
Na educação, o ensino da arte amplia o repertório cultural do aluno a
partir de conhecimentos estético, artístico contextualizado, aproximando-o
do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.
Pois ao considerar a arte como fruto da percepção, da necessidade de
expressão e da capacidade criadora humana, ela converte-se numa síntese
superior ao trabalho dos sujeitos, na medida que a arte é um dos modos
pelos quais o homem supera o seu fazer, os limites da utilidade material
imediata, ultrapassam os condicionamentos da sobrevivência física e torna-
se parte fundamental do processo de humanização, isto é, de como os seres
humanos se constroem historicamente.
Em arte a prática pedagógica contemplará as Artes visuais, Dança,
Música e o Teatro; tendo uma organização semelhante entre níveis da
educação básica adotando como referências as relações estabelecidas entre
a arte e sociedade.
No Ensino fundamental as formas de relação da arte com a sociedade
serão tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da arte
com a cultura e da arte com a linguagem. Dessa forma, o aluno da
educação básica terá acesso ao conhecimento presente nas diversas formas
de relação da arte com a sociedade, de acordo com a proximidade das
mesmas com seu universo.
A prática pedagógica para o ensino da arte envolve aulas expositivas,
pesquisas, trabalhos individuais e em grupo; o uso da tecnologia moderna
(computador, DVD, CDs, aparelho de som, Pendrive, TV) ; bem como o uso
do livro didático, revistas, jornais, gibis.
48
AVALIAÇÃO
A Avaliação em Arte se dará de forma processual e sem estabelecer
parâmetros comparativos entre alunos, para que não haja frustrações por
parte de nenhum discente.
O papel da avaliação será discutir dificuldades e progresso de cada
aluno a partir de sua própria produção. Estará considerando o
desenvolvimento do pensamento estético e levando em conta a
sistematização dos conhecimentos para a leitura da realidade.
A sistematização da avaliação se dará na observação e registro dos
caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem,
acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações e
produções. Será observado de que forma o aluno resolve as
problematizações apresentadas e como se relaciona com os colegas no
trabalho em grupo.
As experiências individuais serão compartilhadas com o restante da
turma, para que o aluno possa expor, refletir e discutir a sua produção e a
dos colegas, para que haja um crescimento e uma abordagem crítica sobre a
arte.
Os instrumentos avaliativos utilizados são provas teóricas, trabalhos
individuais e em grupo (oral,escrito), pesquisa bibliográfica e de campo,
apresentação de teatro e coreografia.
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específicos educação artística. Secretária de Estado da Educação. Paraná,
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49
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SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Projeto de correção de
fluxo, caderno de arte 1 e 2 – artes plástica, teatro e música. Paraná:
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VÁRIOS AUTORES / ARTE SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte,livro
didático. Curitiba: SEED, 2006.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares
da Educação. Paraná, 2008.
CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Historicamente a Ciência nasceu da necessidade de resolver condições
sociais da adaptação dos seres humanos com o meio ambiente, onde nesta
época os fenômenos não explicados ou não compreendidos eram traduzidos
como sobrenaturais ou divinos.
Porém houve um momento onde surgiu a necessidade de propostas
concretas que deveriam trazer a sociedade soluções para as dúvidas de
fenômenos físicos e químicos, surgindo a partir daí homens que se
empenharam em promover, fosse casualmente ou propositadamente novas
discussões a serem observadas pelas culturas históricas.
Partindo destes princípios da relação entre a Ciência, tecnologia,
acontecimentos históricos, evoluções e rebeliões as quais interferiam na
sociedade de modo radicalmente inovador houve uma mudança no modo de
pensar e agir dos seres humanos e que trouxe a estes novos
questionamentos e diferenciações sobre fenômenos naturais, físicos,
químicos, biológicos e outros.
“Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos à sua volta e aprender com eles, a ciência já estava presente, embora não apresentasse o caráter sistematizador do conhecimento. Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem já utilizava técnicas para apanhar alimentos, como caçar com instrumentos feitos de pedra e usar outros materiais disponíveis na natureza, em busca de satisfazer suas necessidades”.(DCE 2006, pág. 15).
50
No decorrer do desenvolvimento buscando a explicação científica e
não só fragmento de uma história incompleta, o processo de aprendizagem
de Ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência,
abrindo caminho à curiosidade do porquê é importante o entendimento dos
problemas reais, físico-químicos naturais.
A partir da construção de novas ideias e abordagem crítica, a ciência
traz a busca do melhoramento da vida social, empregando conhecimentos
agora analisados e comprovados trazendo com a ciência um papel
importante na sociedade como questões relacionadas à saúde, meio
ambiente e a vinculação direta do ser humano no meio em que ele faz parte.
No Brasil, o ensino de ciências foi influenciado por relações de poder
entre as instituições de produção científica e no conflito de interesses entre
antigas e recentes profissões.
Entre 1889 e 1930 (Primeira República) as instituições escolares que
existiam eram frequentadas apenas pela elite e os professores que
lecionavam nestas instituições eram geralmente estrangeiros e ensinavam o
conhecimento científico em caráter formativo. Já a classe trabalhadora, filhos
de agricultores principalmente, recebiam formação diferenciada, seus
professores não possuíam formação especializada e o conhecimento
científico em caráter informativo e não formativo. O mesmo conhecimento
produzido era socializado de formas diferentes. Em 1931, com a Reforma
Francisco Campos a disciplina de Ciências iniciou sua consolidação nas
escolas brasileiras, transmitindo conhecimentos científicos provenientes de
diferentes ciências naturais já consolidadas no currículo escolar brasileiro.
A partir de 1940, a escola contribuía para a divisão de classes, o ensino
era destinado a elite, objetivando o ingresso dos estudantes de classe média
na universidade.
Com a modernização do país, e o aumento das indústria, surgiu a
necessidade de qualificação de mão-de-obra e então surgiram as escolas de
formação profissional, paralelas ao ensino secundário público . Em 1946,
surgiu o IBECC, Instituto de Educação, Ciência e Cultura, vinculada a Unesco
para melhorar a qualidade do ensino e consequentemente, a formação dos
estudantes para entrar no ensino superior. Neste período, com IBECC, os
51
livros didáticos de Ciências passaram por discussões pois refletiam a
pedagogia europeia, foram estabelecidos os conteúdos e a metodologia que
deveria ser aplicada em sala de aula.
Na década de 50, a sociedade brasileira passou por transformações
rumo a modernização e a tecnologia, essenciais para o desenvolvimento do
país. Surgiu então, a necessidade do conhecimento científico.
Com a LDB n. 4024/61 houve um fortalecimento para o ensino de
Ciências no Brasil, como a ampliação da participação da disciplina de
Ciências Naturais no currículo escolar para o domínio dos recursos científicos
e tecnológicos por meio do método científico. A LDB também possibilitou as
escolas a terem mais liberdade na escolha de livros didáticos que não
precisavam ser apenas os desenvolvidos pelo IBECC, surgia um intercâmbio
de livros didáticos elaborados e utilizados em outros países.
Com o golpe militar em 1964, o ensino passou a ser considerado
importante pra o crescimento econômico do país e exigia a formação de
trabalhadores. Surgiu o ensino tecnicista que articulava a educação com
formação para o mercado de trabalho e o ensino de ciências passou a ser
base para a formação de mão-de-obra técnico-científica para atender o
mercado de trabalho e as exigências do indústria e tecnologia. Os filhos da
classe trabalhadora prendiam-se aos cursos técnicos e os filhos da classe
dominante em geral, davam continuidade aos estudos em cursos
universitários.
Com a consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar, entre
as décadas de 50 e 80, o ensino era centrado nos conteúdos e discussões
sobre problemas sociais.
“O objetivo primordial do ensino de Ciências, anteriormente focado na formação do futuro cientista ou na qualificação do trabalhador, voltou-se, neste momento histórico, à análise das implicações sociais da produção científica, com vistas de fornecer ao cidadão elementos para viver melhor e participar do processo de redemocratização iniciado em 1985.” (DCE 2008, pág. 55)
No final dos anos 80, a Secretaria de Estado da Educação propôs o
Currículo Básico que visava estabelecer os conteúdos e os encaminhamentos
metodológicos a serem adotados nas escolas e analisava as relações entre
52
escola, trabalho e cidadania. O Currículo Básico organizava os conteúdos
escolares em três eixos: Noções de Astronomia; Transformação e Interação
de Matéria e Energia; e Saúde – Melhoria da Qualidade de Vida.
Com a nova LDB n. 9394/96 , surgiu as Diretrizes e Bases para a
Educação Nacional e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que
organizava o currículo no país. Os PCN substituíram o Currículo Básico e o
campo do conhecimento da disciplina de Ciências e sua constituição histórica
ficaram em segundo plano.
Nos PCN, os conteúdos foram reorganizados em eixos temáticos onde
os conceitos científicos escolares não eram enfatizados e davam ênfase no
desenvolvimento de atitudes e valores e esvaziaram o ensino dos conteúdos
científicos na disciplina de Ciências.
Em 2003 surgiram as Diretrizes Curriculares da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, com o objetivo de estabelecer novos rumos e uma
identidade para o ensino de Ciências.
O ensino de ciências deve propiciar aos educandos ultrapassar os
campos do saber científico, e possibilitar a compreensão dos conhecimentos
científicos em um contexto social, histórico, cultural, político, ético e
histórico.
Pretende-se que a área de Ciências gere oportunidades para que o
aluno venha a adquirir um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes
que operem como instrumentos para a interpretação do mundo tecnológico
em que vivemos, capacitando-o nas escolhas que faz como indivíduo e como
cidadão.
“A disciplina de Ciências constitui um conjunto de conhecimentos necessários para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. Por isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em cujos cenários estão os problemas reais, a prática social. Pode-se dizer que esse olhar para o objeto de estudo torna-se mais amplo e privilegia as relações e as realidades em estudo (SANTOS,2005,p.58).
A escola e o processo de ensino e de aprendizagem de Ciências
exercem um papel social fundamental, cujas intenções devem ser claras.
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade
53
crítica, viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade do
mundo em que está inserido.
Os avanços das pesquisas didáticas das Ciências apontam a
importância da análise psicológica e epistemológica do processo de ensino e
aprendizagem das Ciências, para compreendê-lo e re-estruturá-lo. Esse
processo envolve a estrutura do conhecimento científico e seu processo
histórico de produção, que tem relações com várias atividades humanas,
especialmente a tecnologia, com valores humanos e concepções de Ciência.
Deve-se também levar em conta que os estudantes possuem um repertório
de representações, de conhecimentos intuitivos, adquiridos pela vivência,
pela cultura e senso comum, acerca dos conceitos que serão ensinados na
escola. O grau de amadurecimento intelectual e emocional do aluno e sua
formação escolar são relevantes na elaboração do conhecimento científico,
considerando esses conhecimentos prévios.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja, a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de
informações faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na
realização de suas tarefas como estudantes; assim ele será capaz também
de desenvolver um olhar atento para usar o conhecimento científico na
discussão e interpretação de fatos do cotidiano, vai discernir o conhecimento
científico de crendices e superstições.
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as
relações entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver flexibilidade
para reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando fatos e dados na
re-elaboração de seus conhecimentos.
É objeto de estudo de Ciências o conhecimento científico que resulta
da investigação da natureza. Possibilitar ao homem interpretar os fenômenos
naturais como resultado das relações como tempo, espaço, matéria,
movimento, força,campo, energia e vida. As relações entre os seres humanos
com os demais seres vivos em busca de condições favoráveis de
sobrevivência, perceber que a interferência humana sobre a natureza
possibilita incorporar experiências, conhecimentos e valores que são
transmitidos culturalmente. Isso possibilita a circulação do conhecimento ,
54
novas formas de pensar, compreender a natureza e utilizar os seus recursos.
Na investigação da natureza, ocorre geralmente, a fragmentação na
produção do conhecimento científico para que possa assegurar o estudo da
realidade em todas as suas dimensões. Não existe um único método
científico e este se modifica com o tempo, pois é determinado
historicamente sob influências sociais, econômicas, éticas e políticas.
Para aprimorar o ensino de ciências é necessário ampliar os
encaminhamentos metodológicos para possibilitar os estudantes a superar
conceitos de sua vida cotidiana e compreender e a aplicar o conhecimento
científico.
No processo de ensino-aprendizagem deve-se considerar os conceitos
não sistematizados que os alunos trazem de sua vida cotidiana, já que o
aprendizado começa muito antes do contato com a escola. O conhecimento
científico e o conhecimento cotidiano sofrem interações mutuas e apesar da
necessidade de ruptura entre ambos, há a necessidade de não extrapolarem
os limites um do outro. O conhecimento científico é fundamentado,
sistematizado, o conhecimento cotidiano é formado por conhecimentos
alternativos, úteis a sua vida diária, não é sistematizado.
Dessa forma, o ensino de Ciências deixa de ser encarado como mera
transmissão de conceitos científicos, para ser compreendido como mera
transmissão de conceitos, possibilitando a superação das concepções
alternativas dos estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica
(LOPES, 1999). Assim, os alunos poderão estabelecer relações conceituais,
contextuais e interdisciplinares, utilizar linguagem científica e considerar os
conceitos científicos importantes em sua vida cotidiana.
A Ciência é uma construção humana coletiva da qual participam a
imaginação, a intuição e a emoção. A comunidade científica sofre a
influência do contexto social, tecnológico , culturais, éticos , político,
religiosos, histórico e econômico em que está inserido. Portanto não existem
neutralidade e objetividade absolutas: fazer Ciência exige escolhas e
responsabilidades humanas.
Os conteúdos de Ciências valorizam conhecimentos científicos da
Biologia, Física, Química, Geologia, Astronomia, etc, promovem uma inter-
55
relação entre conteúdos propiciando o entendimento do objeto de estudo da
disciplina.
Retornar alguns conteúdos históricos para a construção humana, para
o desdobramento dos conteúdos específicos da disciplina, a que proporciona
a curiosidade, aguçada pelos caminhos do processo educativo.
Favorecer a reflexão, a contextualização e a articulação dos conteúdos
específicos proporciona uma análise crítica sobre a relação entre Ciências,
aspectos sociais, políticos, tecnológicos,econômicos e éticos.
5 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Universo
Sistema Solar
Astros
Movimentos terrestres e celestes
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Níveis de organização celular
ENERGIA
Formas de energia
Conversão de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Organização dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos seres vivos
56
6 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Astros
Movimentos terrestres e terrestres
MATÉRIA
Constituição da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
Transmissão de energia
BIODIVERSIDADE
Origem da vida
Organização dos seres vivos
Sistemática
7 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Origem e evolução do Universo
MATÉRIA
Constituição da matéria
57
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Célula
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
ENERGIA
Formas de energia
BIODIVERSIDADE
Evolução dos seres vivos
8 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ASTRONOMIA
Astros
Gravitação universal
MATÉRIA
Propriedades da matéria
SISTEMAS BIOLÓGICOS
Morfologia e fisiologia dos seres vivos
Mecanismos de herança genética
ENERGIA
Formas de energia
Conversão de energia
BIODIVERSIDADE
Interações ecológicas
METODOLOGIA
58
“Propõe-se que os conteúdos específicos sejam encaminhados por meio de uma metodologia crítica e histórica, de modo a considerar a articulação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos”.(DCE 2006, pág 45).
Nesta proposta, inclui-se estudos relacionados à Educação Ambiental
voltada para a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade do
planeta. A História e a Cultura Afro-Brasileira e Indígena, diz respeito à todos
os brasileiros que vivem e são cidadãos de uma sociedade multicultural e
plurietnica e que buscam construir uma nação democrática e uma sociedade
justa, igual e equânime.
Faz-se também necessário incluir neste estudo a História do
Paraná,que, dentro do currículo de Ciências trata de espécies animais e
vegetais característicos da região, espécies ameaçadas e áreas de
preservação e conservação. Tudo isso para que o aluno adquira
conhecimento, desenvolva habilidades, atitudes e competências voltadas
para a preservação e conservação do meio ambiente.
Os conteúdos serão trabalhados através de equipes ou grupos onde os
alunos em conjunto poderão esclarecer e tirar as dúvidas durante as aulas
expositivas.
Os trabalhos com textos de jornais e revistas serão utilizados como
ponto de partida para um determinado tema. A leitura dos recortes gera
perguntas e polêmicas sobre determinados assuntos. Os recortes e as
perguntas podem ser organizados em um mural para serem trabalhadas
durante as aulas onde o tema será abordado.
Trabalhar com experiências é muito importante para desenvolver
habilidades de raciocínio do aluno e motiva-lo para a aprendizagem ao
explicar os conteúdos em situações do dia-a-dia. O ponto de partida para a
elaboração de uma aula prática é saber qual objetivo que se quer atingir
com a experiência.
Poderão ser feitas visitas a locais pré-estabelecidos onde os alunos irão
formar novos conceitos sobre temas já estudados, poderá ser feita uma
visita a: postos de saúde, parque da ciência, bibliotecas, museus, jardim
zoológico, jardim botânico, etc...
O filme também poderá ser trabalhado, pois é uma fonte muito valiosa
59
de relação da realidade com o conteúdo a ser discutido, o filme em cinema,
vídeo ou dvd, podendo ser didático ou comercial, traz uma linguagem mais
próxima do aluno e distinta das utilizadas normalmente nas aulas.
O uso de tecnologias como a TV Multimídia associada a ações
desenvolvida pela TV Paulo Freire, pelo Portal Dia-a-dia Educação e outros
meios da internet que podem ser acessados nos laboratórios de informática
do Paraná digital, geram inúmeras oportunidades ao professor no
desenvolvimento e na produção de recursos didáticos que podem ser usados
em sala de aula e tornar o assunto estudado mais significativo e atraente aos
alunos.
“A partir desse encaminhamento metodológico, a disciplina de Ciências poderá resgatar na escola a sua principal função: o estudo dos fenômenos naturais por meio do tratamento dos conteúdos específicos, de forma crítica e histórica”. (DCE 2006, pág 51).
AVALIAÇÃO
A avaliação do aprendizado de Ciências deve ser feita a todo o
momento, mesmo porque a construção do conhecimento é um processo
mais demorado que vem com resultados cotidianos. A avaliação é contínua e
cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos
jamais deve ser um instrumento para reprovar ou reter alunos, deve ocorrer
ao longo do processo de aprendizagem, propiciando ao aluno múltiplas
possibilidades de expressar e aprofundar a sua visão do conteúdo
trabalhado.
Considerar nos registros escritos e nas manifestações orais dos alunos
ou erros de raciocínio e integração histórica é de grande importância. Os
erros mostram o raciocínio do aluno e são valiosos na hora de planejar as
atividades didáticas.
O aluno deverá expor suas ideias de forma clara, sendo capaz de
argumentar e discutir sem dificuldade sobre seu ponto de vista.
“Conforme estas Diretrizes Curriculares, a avaliação ocorre ao longo do
ano letivo, não está centralizada em uma única atividade ou método
avaliativo e considera os alunos sujeitos históricos do processo pedagógico”.
60
(DCE 2006, pág. 53)
As avaliações diagnósticas devem acontecer de diferentes formas de
expressão e oportunidade para que o próprio aluno sinta a necessidade do
valor do ensino de Ciências, assim ele criará consciência das suas
possibilidades, objetivos e interesses.
O desenvolvimento de atividades em equipe produz um maior
aproveitamento já que os alunos trocam experiências vivenciadas no seu
dia-a-dia rendendo bons trabalhos e temas para discussões em seminários.
Os conceitos deverão ser avaliados de modo que demonstrem o nível
de conhecimento adquirido pelo aluno na prática diária, as definições dos
assuntos devem ser discutidas e associadas ao dia-a-dia para que haja
compreensão e não apenas o aprendizado momentâneo.
As avaliações serão feitas para os alunos demonstrarem os seus
conhecimentos, através de: testes escritos (provas)com questões
diversificadas, participação nas atividades propostas diariamente,
elaboração de painéis e seminários, trabalhos individuais e em equipes,
dinâmicas, jogos educativos e aulas práticas onde os alunos irão manifestar
os avanços na aprendizagem. A elaboração de Feira de Ciências ou Feira
Cultural vai demonstrar os seus conhecimentos e futuramente os resultados
obtidos das pesquisas, das aulas práticas e visitas a locais onde os alunos
poderão acrescentar conhecimentos e tirar dúvidas em relação à
aprendizagem.
“Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo de ensino e aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto do estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida” . (DCE 2008, pág. 79)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – O Meio Ambiente,
5a série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – Os Seres Vivos, 6a
série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – O Corpo Humano,
61
7a série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Ciências – Física e Química,
8a série. 2a edição. São Paulo: Ática 2002.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental - O Meio Ambiente, 5a série.
20a edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental – Os Seres Vivos, 6a série.
20a edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental - O Corpo Humano, 7a série.
20a edição. São Paulo: Ática 2005.
CRUZ, Daniel, Ciências e Educação Ambiental – Física e Química, 8a série.
20a edição. São Paulo: Ática 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a
escola pública do estado do Paraná. 3a edição. Curitiba: SEED, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. DIRETRIZES CURRICULARES
DE CIÊNCIAS para o Ensino Fundamental. Versão preliminar. Curitiba:
SEED, julho – 2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Ciências.
Curitiba: SEED, 2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Ciências.
Curitiba: SEED, 2008.
PÁTIO REVISTA PEDAGÓGICA – Currículo – Que Pessoas Queremos
Formar? Ano X, fev/abr 2006. Editora Positivo
VALLE, Cecília. Ciências – Terra e Universo, 5a série. 1a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
VALLE, Cecília. Ciências – Vida e Ambiente, 6a série. 1a edição. Curitiba:
Positivo 2004.
VALLE, Cecília. Ciências – Ser Humano e Saúde, 7a série. 1a edição.
Curitiba: Positivo 2004.
VALLE, Cecília. Ciências – Tecnologia e Sociedade, 8a série. 1a edição.
Curitiba: Positivo 2004.
DF, Ministério da Educação. O parecer do Conselho Nacional de
62
Educação e a s Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações
Étnico-Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana. DF, março de 2004.
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“No final do século XIX, Rui Barbosa, deputado geral do império, emitiu um parecer sobre o projeto denominado reforma do ensino primário e várias instituições complementares da instrução pública, no ano de 1882, quando, entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação do cidadão, equiparando-a em categorias e autoridade às demais disciplinas”.(DCE’S. p.15)
“A partir de então, a educação física tornou-se obrigatória nos currículos escolares, destacando-se que a burguesia brasileira depositou na ginástica a responsabilidade de promover, por meio dos exercícios físicos, a saúde do corpo, o pudor e os hábitos condizentes com a vida urbana”.(DCE’S. p.15)
“As práticas pedagógicas escolares de educação física foram fortemente influenciados pela instituição militar e pela medicina, emergentes dos séculos XVIII e XIX.
Para atender aos objetivos de adquirir, conservar, promover e restabelecer a saúde por meio dos exercícios físicos, foram importados da Europa práticas conformativas, como modelo de saúde e sistemas de ginástica”.(DCE’S. p.15)
“Por não existir um plano nacional de educação física a prática nas escolas se dava pelo método francês de ginásticas adotadas pelas forças armadas e tornado obrigatório a partir de 1931. A educação física se consolidou no contexto escolar a partir da Constituição de 1937, quando objetivava doutrinar, dominar e conter os ímpetos das classes populares. Também estabelecia o patriotismo a hierarquia e a ordem”.(DCE’S. p.15)”
“A educação física seguia a risca os princípios higienistas para um corpo forte e saudável, com atividades para a formação de um
63
corpo masculino, robusto, delineado para a defesa e proteção da família e da Pátria”.(DCE’S. p.15)
“Com a promulgação da Lei orgânica do ensino secundário em 1942, instituiu-se um primeiro ciclo denominado ginasial, com duração de 4 anos e um segundo ciclo de 3 anos, com duas opções, o clássico e o científico. Essa reforma ampliou a obrigatoriedade da educação física até os 21 anos de idade, para formar mão-de-obra fisicamente capacitada para o mercado de trabalho”.(DCE’S. p.15)
“A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase no Brasil, devido aos acordos feitos entre o MEC e o Departamento Federal de Educação Americana. Esse fato permitiu que muitos professores da disciplina frequentassem, nos Estados Unidos, cursos de pós-graduação na área esportiva. O esporte consolidou sua hegemonia na educação física, quando os currículos passaram a tratá-lo com maior ênfase pelo método tecnicista centrado na capacitação e no desempenho”.(DCE’S. p.16)
“Em meados da época de 1980 começou-se a formar uma comunidade cientifica na educação física, de modo que passaram a existir tendências ou correntes, cujos debates evidenciavam severas críticas ao modelo vigente até então”.(DCE’S. p.17)
No início da década de 90, um momento significativo para o estado do
Paraná foi elaboração do currículo básico, fundamentava-se na pedagogia
histórico crítica, denominada de educação física progressista, revolucionária
e crítica, sob pressupostos teóricos pautados no materialismo histórico
dialético.
“Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a dimensão social da educação física e possibilitou a consolidação de um novo entendimento em relação ao movimento humano, como expressão da identidade corporal como prática social e como uma forma de homem se relacionar com o mundo. Ainda, a proposta valorizou a produção histórica e cultural dos povos, relativa à ginástica, a dança, aos desportos, aos jogos e as atividades que correspondem às características originais”.(DCE’S. p.18)
“Tais avanços teóricos da educação física sofreram retrocesso da época de 1990, quando, após a discussão e a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases o Ministério da Educação (MEC) apresentou os parâmetros curriculares nacionais (PCN) para a disciplina de educação física”.(DCE’S. p.13)
64
“Os parâmetros curriculares nacionais de educação física para o ensino fundamental buscaram abandonar as perspectivas da aptidão física, fundamentadas em aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram outras questões relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas, afetivas, no tratamento dos conteúdos, baseadas em concepções teóricas relativas ao corpo e ao movimento”.(DCE’S. p.18)
“Nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio, os conhecimentos historicamente constituídos foram descaracterizados. Verificou-se, portanto, uma desvalorização das teorias, em nome de questões imediatistas e abstratas, presente na pedagogia das competências”.(DCE’S. p.19)
“Pode-se dizer que os parâmetros curriculares nacionais de educação física, transitou por diversas perspectivas, desde as mais reacionárias até as mais criticas, nestas diretrizes curriculares opta-se por interrogar a hegemonia que entende essa disciplina tão somente como treinamento do corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal. Busca-se, assim, a formação de um sujeito que reconheça o próprio corpo em movimento e também a sua subjetividade”.(DCE’S. p.19)
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento
devem ser articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade,
vida familiar e social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e
linguagens.
Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de
igualdade de direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física,
dentro de suas especificidades, deverá através dos seus eixos norteadores,
repensar e re-estruturar rituais, regras, valores, tempos e espaços que
compõem o trabalho pedagógico que abrange a educação do corpo da
escola.
É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da
Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e
da luta profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem
transformar-se em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins em
si mesmas:
“É o movimento humano com determinado significado/sentido, que por sua vez, lhe é conferido pelo contexto histórico-cultural. O
65
movimento que é tema da Educação Física é o que se apresenta na forma de jogos, de exercícios ginásticos, de esportes, de dança, etc.”(Brachdt, apud Daolio, 2004: 43)
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos
para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não
seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar
que os alunos portadores de necessidades especiais não podem ser privados
das aulas de Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque dentre
outros dois princípios, vêm de encontro às novas Diretrizes Curriculares:
(1) Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e métodos
da Educação Física devem incluir a totalidade dos alunos, (2) Princípio da
diversidade, que defende que os conteúdos do programa de educação física
ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao aluno escolher
criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em relação às atividades
da cultura corporal de movimento e (3) Princípio da alteridade, termo caro à
antropologia social, ciência cuja tradição fez com que os pesquisadores de
campo se defrontassem com o outro, o diferente, o exótico, o distante. Betti
afirma que o profissional de educação física deve considerar o outro (aluno,
clientela, atleta) numa relação de totalidade, não como objeto, mas como
sujeito humano, ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio,
2004, p.53).
O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas
concepções socioculturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho
desenvolvido nessa área se relacionam intimamente com a compreensão
que se tem desses dois conceitos.
A compreensão da organização institucional da cultura corporal de
movimento na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo
profissional, deve dar subsídios para uma discussão sobre a ética do esporte
profissional e amador, sobre a discriminação sexual e racial que neles existe.
Essa discriminação pode ser compreendida pela explicitação de atitudes
cotidianas, muitas vezes inconscientes e automáticas, pautadas em
preconceitos. Contribui para essa compreensão, por exemplo, o
conhecimento do processo político e histórico de inclusão dos negros e das
mulheres nas práticas organizadas dos esportes em olimpíadas e
66
campeonatos mundiais. Pode, ainda, favorecer a formação de uma
consciência individual e social pautada no bem-estar, em poucas não-
preconceituosas e não-discriminatórias e, ainda, no cultivo dos valores
coerentes com a ética democrática.
A prática de educação física na escola busca conduzir o educando a
identificar e compreender criticamente no decorrer da sua vida escolar o
significado de sua pratica como complemento do currículo. Sua busca se
direciona em compreender e identificar as capacidades físicas, básicas e na
manutenção como fonte de saúde e bem estar físico e mental.
“A formação do cidadão engloba sua participação nas diversas manifestações culturais que o rodeia, seja na organização, ou na participação, precisa superar barreira para conseguir a sua afirmação na sociedade. O objetivo da educação física é transcender o senso comum e desmistificar formas arraigadas e equivocadas em relação às diversas práticas e manifestações corporais. Nessa direção a finalidade das práticas corporais deve-se a modificação das relações sociais, portanto os conteúdos devem estar comprometidos com uma educação física transformadora”.(DCE’S. p.21)
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
Origem dos diferentes esportes e sua mudança na história;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento,
passes e fintas;
Práticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Praticas: Ginástica
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
A dança e o teatro como possibilidades de manifestação corporal;
Danças tradicionais e folclóricas;
Mímica, imitações e representações;
67
Expressão corporal com e sem material.
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Construção coletiva de jogos e brincadeiras;
Por que brincamos?
Oficina de construção de brinquedos;
Brinquedos e brincadeiras tradicionais, brinquedos cantados, rodas e
cirandas;
Jogos e brincadeiras com e sem materiais.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
Origem dos diferentes esportes e sua mudança na história;
O esporte como fenômeno de massa;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento,
passes e fintas;
Praticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Praticas: Ginástica;
Origem da ginástica e sua mudança no tempo;
Diferentes tipos de ginástica.
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
Diferentes tipos de danças;
Por que dançamos?
Danças tradicionais e folclóricas;
Mímica, imitações e representações;
Expressão corporal com e sem material.
68
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Por que brincamos?
Oficina de construção de brinquedos;
Jogos e brincadeiras com e sem materiais.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
O esporte como fenômeno de massa;
Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;
O sentido da competição esportiva;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento,
passes e fintas;
Praticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Práticas: Ginástica;
Diferentes tipos de ginástica.
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
Diferentes tipos de danças;
Danças tradicionais e folclóricas;
Expressão corporal com e sem material.
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Por que brincamos?
Oficina de construção de brinquedos;
69
Jogos e brincadeiras com e sem materiais;
Diferença entre jogo e esporte.
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS
O sentido da competição esportiva;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremesso, deslocamento,
passes e fintas;
Praticas esportivas: Esportes com e sem materiais e equipamentos.
MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS
Praticas: Ginástica;
Cultura da rua, cultura do circulo: malabares e acrobacias.
MANIFESTAÇÕES ESTÉTICO-CORPORAIS NA DANÇA E NO TEATRO
Danças tradicionais e folclóricas;
Desenvolvimento de formas corporais rítmico-expressivas;
Expressão corporal com e sem material.
JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
Jogos e brincadeiras com e sem materiais;
Diferentes manifestações e tipos de jogos;
Diferença entre jogo e esporte.
METODOLOGIA
Todas as metodologias surgidas nos últimos anos, não apenas na
Educação Física, têm orientado os professores para objetivar não apenas a “
instrução técnica ” do aluno, mas a sua formação geral. Até mesmo as
70
metodologias mais conservadoras têm se preocupado com isso. Portanto,
atender a sua formação geral e ampla constitui o princípio norteador do
ensino escolar hoje. (KUNS, 1999)
Nas aulas de Educação Física, os aspectos procedimentais são mais
facilmente observáveis, pois a aprendizagem desses conteúdos está
necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a valorização
do desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-versa, a
abordagem técnica com referência em modelos muito avançados, e,
principalmente, uma concepção de ensino que deixa como única alternativa
ao aluno adaptar-se ou não a modelos predeterminados têm resultado, em
muitos casos, na exclusão de alunos.
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos,
trata-se basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos
conteúdos na aplicação dentro de contextos significativos.
Em alguns casos, julga-se adequado nas duas primeiras séries do
ensino fundamental, uma ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos e
brincadeiras, considerando os perigos de uma especialização técnica precoce
e seus efeitos deficientes.
Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos
jogos e brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se exercícios
de habilidades e fundamentos esportivos como construção de pré-requisitos
para a aprendizagem de modalidades esportivas nas séries posteriores.
Para tanto serão utilizados recursos: audiovisuais, seleção de textos,
apostilas, material para manifestações esportivas(bolas, cones e outros
equipamentos); material para manifestações ginásticas e danças(colchões,
som, arcos, bolas, cordas...); material para jogos e brincadeiras(bexigas,
bolas, barbantes), entre outros, que a escola se dispõe para esta prática.
Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os
conteúdos tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais ou
ideais, mas sim reais, vinculados ao que é possível em cada situação e em
cada momento.
AVALIAÇÃO
71
Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos
objetivos educativos expressos na seleção dos conteúdos. A predominância
das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou
seja, facilitará a observação do aluno no processo de construção do
conhecimento. Essa avaliação contínua compreende as fases que se
convencionou denominar diagnóstica ou inicial; formativa ou concomitante;
somativa ou final.
A avaliação diagnóstica ou inicial fornecerá os dados para a elaboração
de um projeto de desenvolvimento dos conteúdos, a partir da consideração
dos conhecimentos prévios do aluno.
Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:
Explicitar os objetivos específicos propostos pelo programa de ensino;
Situar alunos e professores dentro do processo de ensino e
aprendizagem;
Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o quê, como e quando
será avaliado;
Reconhecer o desenvolvimento individual, valorizando o aluno e
contribuindo com a auto-estima;
Avaliar a construção do conhecimento como um processo.
Os instrumentos de avaliação estão diretamente relacionados com o
grau de abordagem dos conteúdos em função dos objetivos propostos.
Assim, o professor poderá construir instrumentos eficazes para cada objetivo
específico, tais como:
Fichas de acompanhamento do desenvolvimento pessoal;
Relatório de uma atividade em grupo ou fichas de observação com
critérios definidos sobre a participação e a contribuição no desenvolvimento
de algumas atividades em grupo;
Relatório de apreciação de um evento esportivo ou de um espetáculo
de dança, onde determinados aspectos forem ressaltados;
Ficha de avaliação do professor quanto à capacidade do grupo de
aplicar as regras de um determinado jogo, reconhecendo as transgressões e
atuando com autonomia;
Dinâmicas de criação de jogos, produção e transmissão para outros
72
grupos;
relatórios ou fichas de observação e auto-avaliação sobre a
participação na organização de um evento escolar ou para a comunidade;
relatórios para avaliação das etapas em trabalhos sobre projetos.
Fichas de auto-avaliação mapeando o interesse sobre os diversos
conteúdos, propiciando uma reflexão sobre interesse e participações.
A avaliação é ponto de referência. É um processo constante de
repensar a prática educacional em todos os segmentos. Na tarefa de
reconstrução da prática avaliativa, coloca-se como premissa básica à postura
de constante reflexão dos educadores sobre sua pratica pedagógica e o
acompanhamento do educando na sua caminhada de construção do
conhecimento.
Considerando a avaliação dessa forma, é possível enfatizar dois pontos
fundamentais. Primeiro, a avaliação é um processo dinâmico que qualifica e
oferece subsídios ao projeto político-pedagógico. Segundo, ela imprime uma
direção às ações dos professores e dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRACHT, Valter, Educação Física: conhecimento e especificidade. 2ª Edição.
Belo Horizonte: Cultura 1997.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil – História que não se
conta. 2ª dição. Campinas: Papirus 1991.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO
ESTADO DO PARANÁ, 2008.
LIVRO PÚBLICO ESTADUAL – EDUCAÇÃO FÍSICA.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2ª Edição. São Paulo:
Cortez 1995.
MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática de liberdade. Goiânia: UFG
2003.
VAGO, Tarcício Mauro. Cultura Escolar, cultivos de corpos. Bragança Paulista:
USF 2002.
73
ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Ensino Religioso no decorrer da historia perdeu sua
função catequética, pois com a manifestação do pluralismo religioso, esse
modelo curricular não poderia ser mais aplicado.
No Brasil colonia até a Constituição da República em 1891, era
identificada nas atividades de evangelização pela Companhia de Jesus, as
aulas eram exclusivamente voltadas para o ensino das sagradas escrituras e
da doutrina católica. Com o advento da República, a educação re-estruturou-
se de acordo com o critério de laicidade e interpretada no sentido de
neutralidade religiosa, dissolvendo o modelo de educação baseado na
catequese religiosa.
Na década de 60 foi re-elaborada a disciplina em função de uma
perspectiva aconfessional de ensino, concretizando legalmente na redação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e sua respectiva
correção, em 1997, pela Lei 9.475, recebendo a seguinte caracterização:
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das
escolas públicas de Educação Básica assegurado o respeito à diversidade
religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§1º – Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a
definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para
a habilitação e admissão de professores.
§2º – Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do
ensino religioso.
Com a aprovação da Deliberação nº 01/06 pelo Conselho Estadual de
Educação do Estado do Paraná, institui-se novas normas para o Ensino
Religioso no Sistema Estadual de Ensino do Paraná, com notáveis avanços
obtidos, destacando-se:
● o repensar do objeto de estudo da disciplina;
● o compromisso com a formação continuada dos docentes;
74
● a consideração da diversidade religiosa no Estado frente a superação
das tradicionais aulas de religião;
● a necessidade de diálogo e do estudo na escola sobre as diferentes
leituras do Sagrado na sociedade;
● o ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das
diferentes manifestações culturais e religiosas.
A disciplina de Ensino Religioso pretende contribuir para o
reconhecimento e respeito às diferentes expressões religiosas advindas da
elaboração cultural dos povos, bem como possibilitar o acesso às diferentes
fontes da cultura sobre o fenômeno religioso. Tendo em vista que o
conhecimento religioso insere-se como patrimônio da humanidade, em
conformidade com a legislação brasileira que trata do assunto. O Ensino
Religioso pressupõe promover aos educandos a oportunidade de processo de
escolarização fundamental para se tornarem capazes de entender os
movimentos religiosos específicos de cada cultura, e de possuir o substrato
religioso de modo a colaborar com a formação da pessoa.
O Ensino Religioso contribui também para superar a desigualdade
étnica religiosa e garantir o direito constitucional de liberdade de crença e
expressão, criar condições para melhorar a convivência entre as pessoas
pelo conhecimento, construir os pressupostos para o diálogo.
Portanto, o Ensino Religioso visa propiciar aos educandos a
oportunidade de identificação de entendimento, de conhecimento, de
aprendizagem em relação às diferentes manifestações religiosas presentes
na sociedade de tal forma que tenham a amplitude da própria cultura em
que se insere. Essa compreensão deve favorecer o respeito à diversidade
cultural religiosa, em suas relações éticas e sociais diante da sociedade,
fomentando medidas de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito e
discriminação e o reconhecimento de que, todos nós, somos portadores de
singularidade.
O Ensino Religioso permitirá que os educandos possam refletir e
entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se
relacionam com o sagrado. E, ainda, compreender suas trajetórias, suas
manifestações no espaço escolar, estabelecendo relações entre culturas,
75
espaços e diferenças, para que no entendimento desses elementos o
educando possa elaborar o seu saber, passando a entender a diversidade de
nossa cultura marcada pela religiosidade.
Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade pode se
destacar a necessária superação das tradicionais aulas de religião e a
inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações
religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de vista
as relações culturais, sociais, políticas e econômicas que são impregnadas.
O Ensino Religioso escolar adquire status de disciplina escolar, a partir
da definição mais consciente de seus conteúdos escolares, da produção de
referenciais didáticos-pedagógicos e científicos bem como da formação de
professores. No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de
conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do
estudo das manifestações religiosas que delas decorrem e constituem Ensino
Religioso uma vez que o sagrado compõe o universo cultural humano,
fazendo do modelo de organização de diferentes sociedades.
Para melhor compreensão de nossa sociedade e as suas diversas
manifestações é necessário que seja sistematizado os conteúdos
estruturantes: Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto
Sagrado, na disciplina de Ensino Religioso, para que os educandos possam
compreender a maneira como ocorre a manifestação religiosa.
Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e as
suas manifestações são significativas para todos os alunos durante o
processo de escolarização, por propiciarem subsídios para compreensão de
uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
PAISAGEM RELIGIOSA
O Ensino Religioso na Escola Pública
Respeito à diversidade religiosa.
76
SÍMBOLOS
Lugares Sagrados
Organizações Religiosas
TEXTOS SAGRADOS
Tradições religiosas
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
SÍMBOLOS
Universo simbólico religioso
Ritos
PAISAGEM RELIGIOSA
Festas
TEXTOS SAGRADOS
Vida e Morte
METODOLOGIA
Pensar o encaminhamento metodológico de uma disciplina, não se
reduz a determinar formas, métodos, ou materiais a serem utilizados em sala
de aula, mas supõe um (re)pensar e refletir sobre que concepção se possui
do processo de ensino e de aprendizagem, que vínculos se estabelece com
os alunos, e ainda o entendimento de como esse aluno aprende.
A metodologia do Ensino Religioso deve ser dinâmica, flexível e
adequada a cada conteúdo ou tema a ser desenvolvido, de modo a favorecer
a interação, o diálogo e o compromisso com a vida cidadã.
O educador tem a liberdade de desenvolver a trabalho pedagógico de
acordo com o seu próprio método, propiciando um clima harmonioso que
seja favorável ao diálogo entre os educandos, possibilitando a afetividade e a
humanização. Orientar um momento de observação, visando a sensibilização
77
para o mistério e a leitura da linguagem mítico-simbólica. Um espaço para o
diálogo, onde o educando terá a oportunidade de manifestar seu
pensamento e sua opinião sobre o conteúdo em estudo, sempre respeitando
a liberdade do aluno e articulando a conversação de modo a evitar juízos e
atitudes preconceituosas.
A metodologia supõe muita conversa, debates, acolhimento das
experiências dos alunos. Aprender a olhar a vida e fazer perguntas, junto
com quem estiver por perto. Consideramos que perguntar, interessar-se por
problemas, é mais educativo do que simplesmente aprender respostas.
À vida não cabe esquemas fechados e os alunos, sempre ouvidos,
podem sugerir rumos diferentes, concordando, discordando, acrescentando,
pesquisando. Podem inclusive propor novas ações mesmo em atividades nas
quais se imaginou que a resposta estivesse claramente colocada em uma
determinada direção.
Critérios de avaliação
Para disciplina de Ensino Religioso faz-se necessário destacar os
procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente
curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que
se refere à atribuição de notas ou conceitos. Assim, o Ensino Religioso não se
constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas
ou conceitos. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de
ser um dos elementos integrantes do processo educativo na disciplina de
Ensino Religioso. Cabe ao professor a implementação de práticas avaliativas
que permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos
pelo aluno e pela classe, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os
seus objetivos.
Pode-se avaliar em que medida o aluno expressa uma relação
respeitosa com os colegas de classe que tem opções religiosas diferentes da
sua, aceita as diferenças, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da
cultura e da identidade de cada grupo social, emprega conceitos adequados
para referir-se às diferentes manifestações do sagrado.
Assim, os alunos terão a oportunidade, como também poderão
perceber que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes
78
possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade cultural da qual a
religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação desta
disciplina como os demais componentes curriculares, os quais também
abordam aspectos relativos à cultura.
AVALIAÇÃO
Para a disciplina de Ensino Religioso faz-se necessário destacar os
procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente
curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que
se refere à distribuição de notas ou conceitos. Assim, o Ensino Religioso não
se constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de
notas ou conceitos. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não
deixa de ser um dos elementos integrantes do processo educativo na
disciplina de Ensino Religioso. Cabe ao professor a implementação de
práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de
conhecimentos pelo aluno e pela classe, tendo como parâmetro os
conteúdos tratados e os seus objetivos.
Pode-se avaliar em que medida o aluno expressa uma relação
respeitosa com os colegas de classe que tem opções religiosas diferentes da
sua, aceita as diferenças, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da
cultura e da identidade de cada grupo social, emprega conceitos adequados
para referir-se às diferentes manifestações do sagrado.
Assim, os alunos terão a oportunidade, como também poderão
perceber que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes
possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade cultural da qual a
religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação desta
disciplina como o demais componentes curriculares, os quais também
abordam aspectos relativos à cultura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSINTEC/SEED/PR. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado
do Paraná, 1992.
BOOF, Íris. Novos Paradigmas para o Ensino Religioso, Ed. Corpo –
79
Mente, Curitiba, 2000.
FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. O Ensino Religioso – Perspectivas,
tendências e desafios. Petrópolis, Vozes. 1996.
GRUEN, Wolfgang. O Ensino Religioso na Escola. Petrópolis. Vozes, 1995.
OTTO, R. O Sagrado. Lisboa. Edições 70, 1992
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo. Martins Fontes,
1988.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO
BÁSICA DO ESTADO DO PARANÁ – SEED – Ensino Religioso – 2008.
COSTELLA, D.O. O fundamento epistemológico do Ensino Religioso. In:
JUNQUEIRA, S.; WAGNER, R.(Org). O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba:
Champagnat, 2004.
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A definição da geografia, passa a ser o estudo da terra, ou seja, a
descrição sobre essa, porém a história da geografia sofreu mudanças com o
tempo, seu inicio aconteceu na Grécia, onde essa era entendida como a
história natural, destacando assim somente princípios da natureza para o seu
estudo, conhecendo somente os ambientes físicos e naturais. Com essa
definição chega-se a conclusão que o planeta era estudado como um todo,
não havendo divisões sobre o seu território. Com o auge das viagens
marítimas a geografia passa a ter mais importância, pois ocorre a
necessidade da descrição do espaço. Novas perspectivas começam a ser
estudadas na geografia, como a questão da interferência do clima nas
sociedades, a divisão do território. Nos últimos trinta anos, a geografia passa
a ter uma importância muito maior, pois sua finalidade agora é
compreender a organização e a disposição da sociedade moderna através do
espaço em que essa está inserida. No Brasil a história da geografia, começa
a ser descrita juntamente com a própria história, os primeiros a fazer essas
descrições são os viajantes, os quais ao percorrer o território brasileiro vão
descrevendo tudo aquilo que estão vendo e presenciando, com esses
80
conhecimentos a geografia passou a possuir espaço significativo para o
conhecimento assim como as demais matérias importantes. Com a sua
utilização em várias áreas essa passou a ser considerada uma ciência do
conhecimento.
Ao chegarmos no século XXI podemos perceber que a Geografia
enquanto disciplina associa-se a distintas teorias, e a questão ambiental
passa a não ter mais destaque como havia ganhado até então. A geografia
voltada ao tradicional, trabalhava somente com o espaço, dando ênfase a
descrição da natureza e do território no geral, não abordando aspectos da
relação entre sociedade e natureza. Com o passar do tempo, há um novo
impulso nas relações homem-natureza, propondo uma Geografia
socioambiental, ou seja, uma geografia mais critica a qual passa a abordar
vários aspectos dentro desse território e dessa natureza, trabalhando assim
a questão da sociedade inserida e na maioria das vezes convivendo com a
natureza, ou seja, trabalhar a sociedade no meio em que ela vive, política,
economia, etc. Segundo alguns autores o povo culto é aquele voltado a
natureza, possuindo assim melhores condições de vida. Com a evolução das
estruturas econômicas-sociais, com raízes antigas, ampliando o estudo das
relações entre sociedade e natureza, propõe-se uma nova perspectiva de
abordagem a qual ainda não era trabalhada.
Sendo assim, o objeto do estudo da geografia, é estudar o espaço,
porém não o individualmente, mas englobar a relação entre sociedade e
natureza, e as transformações decorrentes desse processo.
Neste sentido, a Geografia com o passar dos estudos, passa a ter por
objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação das
sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura das
escalas local, regional ao global; considerando-se que há reciprocidade
entre elas, analisando as dinâmicas das suas transformações, e como
afetam o meio ambiente, não sendo simplesmente a descrição e o estudo
de um mundo aparentemente estático. No entanto, temos que levar em
consideração o principio do ensino espontâneo, observando primeiramente o
que o aluno sabe para depois partir para um âmbito mais global, ou seja,
buscar primeiramente o local, após o regional e por fim o global. Assim o
81
espaço estará sendo observado frequentemente, determinando com o
tempo as mudanças decorrentes no território.
Na análise da organização social do espaço, a relação sociedade-
natureza se faz através do trabalho que, por ser um ato social, leva a
transformações territoriais para a construção de espaço diferenciado. A
territorialidade implica a localização, a orientação e a representação que são
integrantes do processo de trabalho e são utilizados de forma diferenciada,
já que o trabalho também é diferenciado de acordo com a organização da
sociedade. Então, precisam ser desenvolvidos e aprofundados durante todo o
Ensino Fundamental partindo-se de realidades próximas chegando ao
entendimento de conceitos que possibilitem ao aluno realizar uma análise
geográfica mais detalhada do mundo que nos cerca.
As informações, os meios de comunicações associados a realidade de
outras localidades ou grupos, além de vários recursos audiovisuais são
exemplos que ilustram tais interações e que contribuem para explicação e
compreensão daquilo que acontece no dia a dia, no lugar em que vivem e o
que se passa em outros lugares do mundo. Assim justifica-se o conhecimento
do ensino de geografia como disciplina escolar, a necessidade de
compreender e principalmente se localizar, movimentar, abordando aspectos
diários, ou seja, assuntos do seu cotidiano, os quais o ajudaram a se tornar
um cidadão mais responsável, conhecedor e critico do meio em que vive,
juntamente levar o educando a entender a importância da Geografia para o
mundo, compreendendo os diversos aspectos da sociedade e do espaço
geográfico, as paisagens naturais e os personagens sociais. O processo de
produção e transformação à partir de uma história constituída por
contradições e conflitos deve ser entendido como um processo que se
resolve e se repõe à partir das diversidades do mundo. Conscientizar a
importância do meio ambiente e a necessidade da preservação para o bem
da própria humanidade.
Além disso, compreender que as melhorias nas condições de vida, os
direitos políticos, os avanços tecnológicos e as transformações socioculturais
são conquistas decorrentes de acordos e conflitos, que ainda não são
usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades,
82
empenhar-se em democratizá-las.
5ª SÉRIE:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO/NO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Atividades econômicas e a transformação do espaço: atividades extrativas,
agricultura, indústria e comércio
A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
As diversas regionalizações do espaço geográfico.
A distribuição espacial das atividades produtivas e a reorganização do
espaço geográfico.
O exercício da cidadania na integração com pessoas e lugares.
DIMENSÃO SOCIAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Os movimentos da Terra no universo e suas influências para organizar o
espaço geográfico;
Rochas e minerais, formação e espacialização natural, alterações antrópicas
e desafios para a sustentabilidade;
O ambiente natural e diversidade de paisagens tanto no campo quanto na
cidade
Ambiente urbano e rural e os impactos socioambientais;
Classificação e espacialização dos fenômenos atmosféricos e mudanças
climáticas;
Circulação e poluição atmosférica e sua interferência na organização do
espaço geográfico ( indústria, habitação, saúde, entre outros);
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os
indicadores estatísticos.
83
A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade
cultural.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Organização econômica do espaço rural e urbano brasileiro, modernização
da agricultura
Inter-relações entre as Regiões brasileiras;
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
Tipos de indústrias e agroindústrias e sua distribuição no espaço geográfico
brasileiro;
Distribuição espacial das atividades produtivas e reorganização do espaço
geográfico brasileiro.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Localização do Brasil no Planeta Terra;
Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território
brasileiro.
As diversas regionalizações do espaço brasileiro
Ocupação e organização do espaço brasileiro
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A formação e crescimentos das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
rurais, problemas sociais causados pelo crescimento das cidades e
esvaziamento do campo.
Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
Distribuição espacial e as consequência socioambientais dos
desmatamentos, da chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, do efeito
estufa, entre outros.
84
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e
indicadores estatísticos.
Movimentos migratórios e suas motivações.
7ª SÉRIE:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais do
continente americano.
Distribuição espacial das atividades produtivas e reorganização do espaço.
A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
Acordos e Blocos econômicos;
As relações econômicas, a dependência tecnológica e a desigualdade social
no continente americano.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
As diversas regionalizações do continente americano. Formação e
mobilidade das fronteiras do continente americano.
A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do estado.
Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, OTAN, BANCO MUNDIAL, ETC.
Terrorismo, narcotráfico, prostituição, contrabando, biopirataria, entre outros
e suas influências na reorganização do espaço geográfico.
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A evolução demográfica da população americana e sua distribuição espacial,
indicadores estatísticos.
História das migrações mundiais e sua influência na formação cultural
distribuição espacial e configuração dos países;
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
85
DIMENSÃO SOCIAMBIENTAL
As eras geológicas: a formação e a espacialização dos recursos naturais;
Sistemas de energia: distribuição espacial, produção e degradação
socioambiental;
As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
Distribuição espacial e as consequência socioambientais dos
desmatamentos, da chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, do efeito
estufa, entre outros.
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
A Globalização da economia e seus efeitos no espaço geográfico;
Acordos e Blocos econômicos;
Sistemas(redes) de produção industrial, econômica, politica, sua
espacialidade;
Setor de serviços e reorganização do espaço geográfico.
Relações econômicas, dependência tecnológica e a desigualdade social.
A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção.
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A Guerra Fria e as influências na configuração dos sistemas políticos e do
mapa político do mundo;
Organização do espaço geográfico a partir de políticas econômicas,
manifestações culturais e socioambientais;
Influências do Neoliberalismo na produção e reorganização do espaço
geográfico;
Formação dos estados nacionais;
Organizações internacionais: ONU, OMC, FMI, OTAN, BANCO MUNDIAL, ETC.
86
DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
Formação étnico-religiosa: distribuição e organização espacial e conflitos;
Consumo, consumismo e cultura: as influências dos meios de comunicação
nas manifestações culturais e na (re)organização social do espaço
geográfico;
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção;
Distribuição espacial e as consequências socioambientais dos
desmatamentos, das chuvas ácidas, do buraco da Camada de Ozônio, do
Efeito Estufa, entre outros;
As lutas em defesa do meio ambiente: ONG’s.
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO NO/DO ESPAÇO
Sistema de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações;
A Globalização da economia e seus efeitos no espaço geográfico;
Acordos e Blocos econômicos;
Sistemas(redes) de produção industrial, econômica, politica, sua
espacialidade;
Setor de serviços e reorganização do espaço geográfico.
Relações econômicas, dependência tecnológica e a desigualdade social.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar ao
educando a compreensão de sua posição no conjunto das relações da
sociedade com a natureza. É importante considerar a realidade do aluno na
metodologia adotada, fazendo-se necessário que o professor desenvolva
uma postura pedagógica emancipatória, que remeta o aluno a pesquisa
individual e coletiva e ao questionamento. Voltando-se assim do princípio
que o aluno deve possuir um conhecimento espontâneo para depois partir
para o cientifico.
87
Como propostas de ações seguem também debates, projetos, leitura,
interpretação e produção de textos, análise de mapas, gráficos e tabelas,
relatórios de filmes e documentários, saídas de campo.
As ferramentas tecnológicas no mundo globalizado na qual a
sociedade encontra-se inserida, atenta e reforça a necessidade de seu uso
no contexto escolar onde o professor deverá estimular a pesquisa em sites
de busca, enriquecendo ainda mais o conteúdo estudado em sala de aula.
Dentre esses esquipamentos poderemos utilizar: internet, TV-Multimídia.
O trabalho a ser desenvolvido referente a Lei 11.645/08 e a 10.639/03,
volta-se a necessidade do conhecimento dos alunos, dos antigos negros que
aqui habitavam o território paranaense, mostrando assim que não somente
europeus estavam aqui, mas havia todo um povo negro que aqui habitava e
que acabou por formar e muitas vezes delimitar as nossas fronteiras, ou seja,
mostrar que há uma identidade negra, e essa contribuiu e muito para a
formação de nosso território. Já referente a história do Paraná, podemos
analisar desde a chegada dos imigrantes, a construção do solo paranaense,
a delimitação do território, o envolvimento entre sociedade e natureza, etc.
AVALIAÇÃO
O processo de avaliação deverá ser contínuo e dinâmico, onde o
professor esteja aberto para buscar formas mais criativas e até alternativas
para compreender se o aluno avançou, e como o conhecimento da Geografia
faz sentido para esse aluno hoje e também o fará futuramente.
Várias alternativas poderão diversificar a avaliação, desde trabalhos
em equipes e individuais, pesquisas bibliográficas e de campo, até mesmo
provas individuais e em duplas, com ou sem consulta. Além da análise e
interpretação de gráficos, mapas, tabelas, documentários, entre outros.
Em cada avaliação, o professor deve esclarecer o que espera do
aluno, bem como o que será avaliado por ele naquele conteúdo.
Será oportunizada a recuperação de estudos, como forma de garantir
um melhor desempenho do educando.
88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCHELA, R. S. e Gomes, M.F.V.B. – Geografia para o Ensino Médio – Manual
de aulas práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.
CAVALCANTI, L de S. Geografia escola e construção do conhecimento.
Campinas: Papirus, 1998.
CHRISTOFOLETTI, A (org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difiel. 1982.
CORREA, R.L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática. 1986.
GONÇALVES, C.W.P. Os (des) caminhos do meio ambiente. São Paulo:
Contexto, 1999.
LACOSTE, Y. A geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 1988.
SANTOS, M. Por uma Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS, M. Metamorfose no Espaço Habitado. São Paulo. Hucitec, 1988.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Da Educação
Básica. Paraná, 2008.
VESENTINI, José W. Geografia, natureza e sociedade. São Paulo: Contexto.
1997.
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A concepção de História nessa proposta, pressupõe aprender a
História de modo crítico, o princípio que possibilita aprender a História como
ciência.
Portanto, são apresentados a seguir aos princípios que de acordo com
as diretrizes nortearam a seleção dos conteúdos que vão orientar o trabalho
de História em sala de aula.
Através das Diretrizes Curriculares para o ensino de história na
educação básica, busca-se despertar reflexões a respeito de aspectos
políticos, econômicos, culturais e sociais, e das relações entre o ensino da
disciplina e a produção de conhecimento histórico.
As diretrizes nos propõe analisar o ensino de história entre o período
89
da década de 1970 até os dias atuais, a partir das tensões identificadas entre
as propostas curriculares e a produção historiográfica inserida nas práticas
escolares. Serão destacadas as permanências, mudanças e rupturas
ocorridas no ensino de história e suas contradições frente à ciência de
referência. Tais análises têm por finalidade fazer a crítica ao ensino de
história que se quer superar e propor diretrizes curriculares para essa
disciplina na educação básica da rede pública estadual.
A história passou a existir como disciplina escolar com a criação do
Colégio Pedro II, em 1837. Na mesmo ano foi criado o Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, que instituiu a história como disciplina acadêmica.
Alguns professores que faziam parte do Instituto (IHGB), construíram os
programas escolares para orientá-los nos conteúdos que seriam ensinados.
Essas produções foram elaboradas sob influência da história metódica e do
positivismo, caracterizados por uma racionalidade histórica orientada pela
linearidade dos fatos, pelo uso restrito dos documentos oficiais como fonte e
verdade histórica, pela perspectiva da valorização política dos heróis. A
narrativa histórica produzida justificava o modelo de nação brasileira vista
como extensão da história da Europa Ocidental, propunha uma
nacionalidade expressa na síntese das raças branca, indígena e negra, com o
predomínio da ideologia do bronqueamento. Nesse modelo conservador da
sociedade, o currículo oficial de história tinha como objetivo legitimar os
valores aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido pelos líderes
excluía a possibilidade das pessoas comuns serem estendidas como sujeitos
históricos. Esse modelo de ensino de história foi mantida no início da
República (1889) e o Colégio Pedro II continuava a ter o papel de referência
para organização educacional brasileira. Em 1901 os professores alteraram o
currículo do Colégio propondo que a história do Brasil passasse a compor a
cadeira de história universal. Esse retorno da história do Brasil deu-se apenas
no período autoritário de Getúlio Vargas, vinculado ao projeto político
nacionalista do estado Novo, e se ocupava em reforçar o caráter moral e
cívico dos conteúdos escolares. Durante o regime militar a partir de 1964 o
ensino de história manteve seu caráter estritamente político, pautado no
estudo de fontes oficiais e narrada apenas no ponto de vista factual,
90
mantiveram-se os grandes heróis como sujeitos da história narrada, modelo
de uma sociedade hierarquizada e nacionalista, o ensino não tinha espaço
para análise crítica e interpretações dos fatos, mas objetivada formar
indivíduos que aceitassem e valorizassem a organização da pátria.
Ainda no regime militar o Estado organizar o 1º Grau de 8 anos e o 2º
Grau profissionalmente. O ensino centrou-se numa formação tecnicista,
voltada à preparação de mão-de-obra para o mercado de trabalho. No
entanto, na configuração curricular definida pelo regime militar, as
disciplinas da área de ciências humanas perderam espaço nos currículos.
No 1º Grau, as disciplinas de história e geografia foram condensadas
como área de estudos sociais, dividindo ainda a carga para o ensino de
Educação Moral e Cívica. No 2º Grau, a carga horária foi reduzida e a
disciplina de organização social e política brasileira (OSPB) passou a compor
o currículo. Com isso o Estado objetivava exercer maior controle ideológico
sobre o corpo docente, porque retirava o instrumental intelectual politizador
e centrava a formação numa prática pedagógica pautada na transmissão dos
conteúdos selecionados e sedimentada pelos livros e manuais didáticos.
Assim o ensino de estudos sociais foi radicalmente contestado no início
dos anos 80, tanto pela academia como pela sociedade, defendiam o retorno
da disciplina de história como condição para que houvesse maior
aproximação entre investigação histórica e o universo da sala de aula. Em 90
o ensino do 2º grau no Paraná foi re-estruturado fundamentado na
pedagogia-crítico dos conteúdos, apresentava uma proposta curricular de
história a partir do estudo da formação do capitalismo no mundo ocidental e
inserção do Brasil nesse quadro pela retomada da historiografia social ligada
ao materialismo histórico dialético. Durante as reformas educacionais da
década de 1990, o Ministério da Educação divulgou entre os anos 1997 e
1999, os PCN para ensino fundamental, apresentaram as disciplinas como
áreas do conhecimento e a história foi mantida em sua especialidade,
integrada ás demais pelos chamados Temas Transversais. Os PCN para o
ensino médio organizaram o currículo por áreas do conhecimento, e a
História fazia parte das ciências humanas e suas tecnologias, juntamente
com as disciplinas de geografia, sociologia e filosofia.
91
O Estado do PR incorporou os parâmetros curriculares nacionais como
referências para organização curricular se deu de modo autoritário apesar de
ser garantida na LDB/96 a autonomia das escolas para elaborar suas
propostas curriculares. Os PCN a disciplina de história foi apresentada de
forma pragmática com função de resolver problemas imediatos e próximos
ao aluno, não se preocupava em contextualizar os períodos históricos
estudados. Os PCN do Ensino Médio só se preocupavam em preparar o jovem
para o mercado de trabalho e tecnologias avançadas e competitivas, quanto
que no ensino fundamental privilegiam uma abordagem psicológica e
sociológica dos conteúdos: minimizaram a análise do objeto de estudo da
disciplina e do pensamento crítico.
Após 2002 iniciou-se uma discussão coletiva envolvendo professores
da rede estadual com objetivo de elaborar novas Diretrizes Curriculares
Estaduais par ao ensino de história, tendo como referência os conteúdos
estruturantes, entendidos como conhecimentos que aproximam e organizam
os campos da história e seus objetivos. Os conteúdos estruturantes relações
de trabalho , poder e culturais podem ser identificados no processo histórico
de constituição da disciplina e no referencial teórico que sustenta a
investigação em uma nova racionalidade não linear e temática.
HISTÓRIA, CONHECIMENTO CONSTRUÍDO – História é um
conhecimento construído e em constante construção. Isso significa que a
produção da História não resulta do desenvolvimento de um método que
esgote o que há para saber sobre os objetos no passado, mas sim de
sucessivas perguntas que as diferentes gerações fazem o mesmo, com
novos métodos de pesquisa e novas concepções teóricas, tornando o saber
passível de novas interpretações.
HISTÓRIA E SEUS RECORTES - O estudo da História tanto no âmbito da
ciência, quanto no da Educação, sempre é um recorte dessa imensa
quantidade de dados e ideias disponíveis, não sendo possível estudar toda a
História.
HISTÓRIA E TOTALIDADE - O aluno não pode ficar a mercê de
compreender a História através de recorte com sentido fechado em si, mas
deve ser estimulado a compreender fenômenos de amplo efeito sobre
92
diferentes recortes sincrônicos e diacrônicos, permanências e
continuidades....
HISTÓRIA E LEGITIMAÇÃO – A História em sala de aula, compre o papel
de trabalhar, novas gerações, concepções, ideias e informações
consideradas adequadas pelos consensos mínimos da geração anterior.
HISTÓRIA E COTIDIANO – A História é a expressão de um
conhecimento vital, cotidiano e inerente a todo, pelo qual as pessoas se
orientam no tempo, desde a mais simples das atitudes às mais complexas,
pautando-se por uma reflexão sobre si mesmas, seus grupos e outras
sociedades.
HISTÓRIA E IDENTIDADES – O conhecimento histórico é fundamental
na definição das identidades pessoais e coletivas, na medida em que oferece
os primeiros conjuntos organizados de informações sobre o grupo e o
indivíduo, bem como sobre os outros grupos na totalidade temporal.
HISTÓRIA E POLITIZAÇÃO DO SUJEITO – O ensino de História, em
articulação com as demais disciplinas, tem como um de seus objetivos a
formação de atitudes e concepções úteis para a vida pessoal e cidadã.
Respeito à diversidade, espírito de justiça, criticidade, solidariedade, entre
outras.
CONCEPÇÃO DE SUJEITO HISTÓRICO - Esta concepção privilegia a
capacidade pessoal e intransferível do indivíduo de assumir-se como sujeito
histórico, distanciando-se, portanto, das perspectivas que atribuem apenas a
algumas pessoas e a determinados momentos a condição de “históricos”.
HISTÓRIA E SABERES ESCOLARES – O ensino de História não se opõe
ao conhecimento que o aluno traz, mas adiciona crescentes graus de
racionalidade e dialogicidade a esse conhecimento, tendo por referência o
conhecimento histórico científico. (DCE – Ensino Fundamental - História).
Esse conjunto de princípios levará a entender a História como produto
da ação de todos os homens, que se caracteriza por meio da sua produção
através dos tempos, os homens transformam a realidade de acordo com
suas necessidades.
Com relação ao valor educativo, a História na concepção das diretrizes
‘visa contribuir para a construção do conhecimento e respeito ao “outro” –
93
com o qual se convive pessoalmente (outras etnias, religiões, opções
sexuais, opções políticas, outras condições sociais) e com o qual convive-se
enquanto coletividade (outras regiões, culturas e nações)’ (DCE – Ensino
Fundamental - História).
Dentro desta perspectiva, o ensino de História no Ensino Fundamental,
deverá ter como objetivo a construção da identidade nacional e individual,
valorizando o aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem,
identificando as várias temporalidade e ritmos da História. Entender que a
História é o produto da prática concreta do homem e os homens
estabelecem relações sociais, organizando-se de modo diferente no tempo e
no espaço. Em cada sociedade existem diferentes classes e grupos que se
organizam e expressam-se de diferentes maneiras.
FONSECA (2003, p. 37-38) coloca que:
... ensinar e aprender História requer de nós, professores, a retomada de uma velha questão. O papel formativo do ensino de História. Devemos pensar sobre a possibilidade educativa da História, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o oficio de professor de história como uma forma de luta política cultural. A relação ensino aprendizagem deve ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a prática, política, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida. (in. DCE)
Portanto, é esta História que se explica o que essa sociedade é e o que
ela não é, abrindo para os alunos e professores a possibilidade de se
compreender como sujeitos da história e agentes de transformação social,
pois é a ciência encarregada de sistematizar os conhecimentos e os avanços
da sociedade bem como luta de classes transformando-se em fatos
históricos.
Para finalizar, é de suma importância conceituar o aluno para a
necessidade da valorização dos sujeitos históricos, não somente como
objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a
construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da
produção conceitual, de sua prática vivencial e investigativa no universo
escolar. Portanto, os sujeitos sócio-históricos (professores e alunos)
94
produzem suas ações por meio de suas vivências específicas, sua ideias e
intenções próprias e por serem construtores de significados.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Conteúdos estruturantes são os conhecimentos de grande amplitude
que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina
escolar, consideradas fundamentais para a compreensão de seu objeto de
estudo e ensino constituem-se como a própria materialidade do pensamento
histórico. Deles derivam os conteúdos básico / temas históricos e específicos
que compõem o trabalho pedagógico e a relação de ensino/aprendizagem no
cotidiano da escola e devem ser trabalhadas de forma articulada entre si.
Relações de Trabalho
Permitem diversas formas de organização social. No mundo capitalista
o trabalho assumiu historicamente um estatuto muito específico, do
emprego assalariado.
Pelo trabalho expressam-se as relações que os seres humanos
estabelecem entre si com a natureza, seja no que se refere à produção
material como à produção simbólica.
Para a nova esquerda inglesa, o resgate da história dos trabalhadores
é possível quando o historiador reúne vários documentos para construir um
novo modelo teórico para o seu objeto de investigação. Assim o estudo das
relações de trabalho nos anos finais do ensino fundamental e médio deve
contemplar diversos tipos de fontes, de modo que os professores e alunos
percebam diferentes visões históricas, para além dos documentos oficiais. A
partir daí, é possível construir um novo olhar sobre as relações de trabalho
através de novas fontes, buscar detectar a voz dos excluídos, uma vez que
os documentos oficiais privilegiavam, a priori, o olhar dos vencedores.
Relações de Poder
São exercidas nas diversas instâncias sócio-históricas, como o mundo
do trabalho, as políticas públicas e as diversas instituições, permitem ao
aluno perceber que tais relações estão em seu cotidiano. Assim, ele poderá
identificar onde estão os espaços decisórios, porque determinada decisão foi
tomada, de que forma foi executada ou implementada, e como, quando e
95
onde reagir a ela.
Relações Culturais
Aquela que permite conhecer os conjuntos de significados que os
homens conferiram à sua realidade para explicar o mundo. O estudo das
relações culturais deve considerar a especialidade de cada sociedade e as
relações entre elas. O processo histórico constituído nesta relação pode ser
chamado de cultura comum.
Por fim, nestas Diretrizes Curriculares de História, entende-se que os
conteúdos estruturantes relações de trabalho, poder e culturais permitem
construir uma fundamentação histórica das abordagens relativas aos temos
ou conteúdos básicos e aos conteúdos específicos. Porque materializam as
orientações do agir do humano estruturadas na formação do pensamento
histórico, baseado nos conteúdos estruturantes, é constituído por
metodologias de ensino e de aprendizagem articuladas às especialidades
dos ensinos fundamental e médio, as quais serão explicitados nos
encaminhamentos metodológicos.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
RELAÇÃO DE PODER
Poder político no Brasil Colônia;
96
Expansão territorial do Brasil;
Independência política no Brasil.
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL
Economia e sociedade nos primeiros tempos;
Mineração;
Rebeliões no Brasil colonial.
RELAÇÃO CULTURAL:
Das origens do homem ao século XVI, diferentes trajetórias, diferentes
culturas;
Os primeiros povoadores do Brasil, (índio, cultura afro);
Religião no Brasil colônia (catequização);
Vida material e herança cultural.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
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RELAÇÃO DE PODER:
Das contestações à ordem colonial até a independência do Brasil século XIII
ao XIX;
Primeiro Reinado;
Período Regencial;
Política interna/externa no 2º Reinado;
Modernização do Império;
República;
República da Espada;
República do Café com leite;
Revoltas populares e o Tenentismo;
Revolução de 30;
Era Vargas;
República Populista;
Governos Militares;
Constituições.
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL:
Transição do trabalho escravo par o livre;
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Internacionalização da economia;
República do Café com Leite;
Movimentos sociais;
Formação da classe operária.
RELAÇÃO CULTURAL:
Abolição e imigração; Comunicação e cultura de massa.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL:
Nessa série faz-se uma abordagem relacionada aos aspectos gerais
das sociedades Egípcias Mesopotâmia, Bárbaros, Hebreus, Fenícios, Persas,
Grécia, Roma, Árabes que por sinal são abordados nas três dimensões:
política, econômica e cultura.
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
Repensando a nacionalidade do século XX ao século XXI elementos
constitutivos da contemporaneidade.
99
RELAÇÃO DE PODER:
Procura-se abordar o período histórico denominado de feudalismo em termos
amplos levando em consideração os aspectos cultural, econômico e social
dessa sociedade;
Imperialismo;
Absolutismo;
Era napoleônica.
RELAÇÃO DE PODER, DE TRABALHO E CULTURAL:
A formação do Capital-mercantil;
Transformação do feudalismo para capitalismo;
Revolução industrial;
Capitalismo monopolista;
Primeira e segunda Guerra Mundial;
A industrialização no terceiro mundo;
Mundo pós Guerra.
RELAÇÃO CULTURAL:
100
Iluminismo (Os principais Iluministas);
Renascimento.
METODOLOGIA
O trabalho pedagógico com os conteúdos estruturantes e específicos
tem como finalidade a formação do pensamento histórico dos estudantes.
Isso se dá quando o professor e os alunos utilizam, em sala e nas pesquisas
escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas
históricas desses sujeitos. Assim os alunos perceberão que a história está
narrada em diferentes fontes sendo que os historiadores se utilizam destas
fontes para construírem suas narrativas históricas. Espera-se que, ao concluir
a Educação Básica, o aluno entenda que não existe uma verdade histórica
única, e sim que verdades são produzidas a partir de evidências que
organizam diferentes problematizações fundamentados em fontes diversas,
promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização social,
política e cultural em cada momento histórico.
Para o aluno compreender como se dá a construção do conhecimento
histórico o professor deve organizar seu trabalho por meio de:
● dos trabalho com vestígios e fontes históricas diversas;
● da fundamentação na historiografia;
● da problematização do conteúdo;
● essa organização deve ser estruturada por narrativas históricas
produzidas pelos sujeitos.
Trabalho com vestígios e fontes históricas. Pode favorecer o
pensamento histórico e iniciação aos métodos de trabalho do historiador.
Ao trabalhar com vestígios e documentos escritos, com iconográficos,
registros orais, os testemunhos de história local, documentos
contemporâneos, como: fotografia, cinema, quadrinhos, literatura e
informática. Outro fator a ser observado é a identificação das especialidades
do uso desses documentos, bem como entender a utilização parar superar
as ilustrações das aulas de história. Quanto à identificação do documento, a
sugestão é determinar sua origem, natureza, autor e autores, datação e
101
pontos importantes do mesmo.
O trabalho com documentos e fontes históricas podem levar a uma
análise crítica sobre o processo de construção do conhecimento histórico e
dos limites de sua compreensão.
Ensino fundamentado na historiografia
Fundamentar o conhecimento na historiografia significa compreendê-lo
em suas práticas, suas relações e plea multiplicidade de leituras e
interpretações históricas possíveis. O trabalho pedagógico com diversos
documentos e fontes exige que o professor esteja atento à rica produção
historiográfica que tem sido publicada em livros, revistas especializadas e
outras voltados ao público em geral, muitas das quais disponíveis também
nos meios eletrônicos. O estudo das histórias locais é uma opção
metodológica que enriquece e inova a relação de conteúdos a serem
abordados, além de promover a busca de produções historiográficas
diversas.
É importante também problematizar o conteúdo a ser trabalhado.
Algumas questões podem orientar uma abordagem problematizadora dos
conteúdos tais como: por quê? Como? Quando? O quê? Entretanto, essas
questões são insuficientes, pois, além delas, será necessário levantar
hipóteses acerca dos conhecimentos do passado, recorrer as fontes
históricas, preferencialmente partindo do cotidiano dos alunos e do
professor, ou seja “trabalhar conteúdos que dizem respeito à sua vida
pública e privada, individual e coletiva” (SCHMIDT e CAINELLI, 2004, p.53).
Ao usar o método que as ideias históricas dos estudantes são
marcadas pelas suas experiências de vida e pelos meios de comunicação. O
professor poderá trabalhar com periodização deve-se relativizar a
importância dada à compartimentação da história antiga, Medieval, Moderna
e Contemporânea, pois esta é uma divisão francesa que tem como marcos
somente acontecimentos históricos europeus.
Ao trabalhar com temporalidade, o professor deve tomar as ideias
históricas do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos,
propõe-se, então, uma abordagem da divisão temporal a partir das histórias
locais e nacionais que torna possível analisar os componentes mais
102
complexos das heranças africanas como, por exemplo, a reivindicação dos
movimentos negros a respeito da inserção da Cultura Africana e Afro-
brasileira e Indígena referente as Leis: (11.645/08) e (10.639/03) que permite
a reflexão sobre sujeitos que fazem parte da História. Além disso a proposta
metodológica de partir das histórias locais e do Brasil para a geral possibilita
abordagem da história regional, o que atende a Lei Nº 13.381/01 a qual torna
obrigatória, no ensino fundamental e médio da rede pública estadual, o
trabalho com os conteúdos de História do Paraná.
AVALIAÇÃO
A avaliação terá que ser democrática e manifestar-se como um
mecanismo de diagnóstico da situação e não como um mecanismo
meramente classificatório. (Currículo Básico).
A avaliação da aprendizagem deve constituir-se em instrumento,
através do qual o professor possa ter condições de saber se houve, e em que
medida houve, apropriação do conhecimento por parte do aluno. Nesse
sentido, a avaliação deve mostrar se as relações pedagógicas estabelecidas
ocorreram de modo a contribuir satisfatoriamente para o processo de ensino
aprendizagem.
A avaliação, efetivamente, só pode ser feita com qualidade se tiver um
sentido diagnóstico, ou seja, se for feita ao longo do processo ensino-
aprendizagem. Como instrumento auxiliar de aprendizagem, a avaliação tem
uma dimensão explicitamente prospectiva e não meramente retrospectiva
e/ou classificatória de ações passadas.
Falar de avaliação é falar de um processo que não pode ser discutido
de forma isolada, pois está intimamente ligada aos objetivos, à metodologia,
à natureza dos conteúdos e às relações propostas pela Escola.
A avaliação sendo contínua e mediadora do processo educativo, não
pode ser reduzida a uma ação pedagógica finalizadora do processo, apenas,
ou divisora de etapas de um todo que não devia ser fragmentado.
O processo de avaliação diagnostica, contínua e/ou cumulativa e
mediadora, é desenvolvida em processo e não por ação isolada, é auxiliar do
processo de aprendizagem significativa e, a partir das
103
falhas/erros/dificuldades observadas, em conjunto com o aluno:
● Verifica até que ponto os objetivos propostos na Filosofia da
disciplina ou no Referencial de trabalho do Colégio estão sendo
atingidos;
● Identifica as causas que estão dificultando e/ou interferindo em seu
crescimento intelectual e afetivo;
● Indica aspectos/habilidades, atos e atitudes que podem contribuir
para melhorar o desenvolvimento do aluno como pessoa e como
estudante;
● Sinaliza melhor o caminho a ser percorrido.
É a avaliação que subsidia o professor com elementos para uma
reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos
de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou
reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual
ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência
de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para a reorganização de
seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir
prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam
maior apoio.
Em resumo a avaliação em História dar-se-á em todos os momentos do
processo ensino aprendizagem. Será valorizado a participação do educando
nas atividades grupais, individuais, a iniciativa para pesquisa, elaboração e
apresentação de trabalhos (orais, escritos, individuais e coletivos), além de
avaliações escritas contendo questões de análise (subjetivas e objetivas).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARCA, Isabel. O pensamento histórico dos jovens: ideias dos adolescentes
acerca da provisoriedade da explicação histórica. Braga: Universidade do
Minho, 2000.
FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História e ensino de história. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere, v. I a VI. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2004.
104
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991.
Companhia das Letras, 2001.
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 5ª série. São Paulo:
Editora do Brasil, 2ª ed., 2001.
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 6ª série. São Paulo:
Editora do Brasil, 2ª ed., 2001.
MOCELLIN, Renato. Brasil: para compreender a história, 7ª série. São Paulo:
Editora do Brasil, 2ª ed., 2001.
MOCELLIN, Renato. Para compreender a história, 8ª série. São Paulo: Editora
do Brasil, 2ª ed., 2001.
PARANÁ. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná.
Curitiba: SEED, 1990.
SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática: problemas da unidade
conteúdo/método no processo pedagógico. Campinas: Autores Associados,
2000.
Secretaria de Estado do Paraná - Diretrizes Curriculares da Educação Básica
do Paraná – 2008.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Português, língua que tem sua raiz no indo-europeu por meio do
Latim, língua falada, escrita dos romanos, em seu início, teve também
influências germânicas, arábica (moçárabe) e provençal; no dialeto galiziano
(galaico-português), antes apenas falado, em 1189.
Paio Soares de Taveirós escreveu a “Cantiga da Ribeirinha”,
considerado o primeiro documento escrito; em 1920, Dom Dinis, o rei
trovador, tornou obrigatório o uso da língua portuguesa no reino de Portugal.
Em 1572, Luís Vaz de Camões escreveu o poema épico, “Os lusíadas”, o
maior documento literário e linguístico português. Em 1536 o Padre Fernão
de Oliveira escreveu a primeira gramática da língua portuguesa “Gramática
da Lingoagem Portugueza”. A partir da colonização portuguesa de outros
povos, entre eles, os habitantes do Brasil, o Português passou a ser falado e
105
escrito já em direção de sua dialetação, com as influências, primeiro das
línguas locais e, depois, das atuais línguas que expressam a maior força
econômica, política e cultural de seus países.
Hoje, são ainda milhões os brasileiros analfabetos totais e quase a
maioria dos adultos é de gente que consegue ler, mas sem entender o que lê
(analfabetos funcionais); poucos são os brasileiros que dominam a chamada
“língua culta” ou aquela que observa as normas de algum tipo de gramática.
Por isto, equivale dizer que, apesar da pretendida unidade política nacional,
não existe unidade linguística e, sobretudo, muitos fatores têm impedido de
a grande maioria ter acesso a uma língua melhor elaborada, fatores estes de
âmbito geográfico, cultural, político e sócio-econômico.
Mais um fator complicador, por meio das relações no comércio, na
informática e na Internet, é a adoção de termos ingleses, sem ao menos
adaptá-los à estrutura linguística portuguesa. Mario Lobo (na revista
Educação, nº. 217, maio de 1999) afirma: “Estrangeiros em relação a própria
língua, os brasileiros perdem capacidade de reflexão, discussão e criação”.
Se para alguns a solução seria a existência imposta de um “único
padrão” de língua, para outros esta padronização, considerada por eles
impossível, “destruiria a liberdade acadêmica e a criatividade expressiva”
(Analdo Niskier, presidente da Academia Brasileira de Letras, na revista
Educação citada); inclusive Niskier acrescenta que seria impor um
“colonialismo nacional” que já vem sendo exercido pela televisão, impondo o
falar dos paulistas e cariocas. Além disso, há de se respeitar que a língua é
um fenômeno social vivo, sujeito a mudanças; se assim não fosse, nossa
língua, já com seus 800 anos, seria a mesma que instruiu a escrita da
“Cantiga da Ribeirinha” e, talvez estivesse sistematizada na “Gramática da
Lingoagem Portugueza”.
Diante desta problemática, a escola tem sido apontada como culpada
por não ter dado conta de seu papel no ensino da língua. Caminhos e
critérios, nem sempre na mesma direção, têm sido indicados por estudiosos
nesta última década, alguns deles incorporados pelo Ministério da Educação
nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
No ensino da língua falada deve-se respeitar as diferenças regionais e
106
para o ensino da língua escrita deveria ser buscada uma “razoável unidade”,
mas com uma urgente atualização das gramáticas que vistas como “campo
das certezas absolutas” (Prof. Ataliba Teixeira de Castilho)”;
No ensino da língua a escola deveria: preocupar-se menos com a
gramática, a norma deveria estar a serviço da expressividade do estudante,
maior circulação social dos textos produzidos pelos alunos e organização de
“estratégias de re-escrita” (Adilson Citelli).
Durante muito tempo, o conteúdo gramatical, legitimado por uma
classe social influente e pela tradição acadêmica/escolar, tem sido a base
para o ensino de Língua Portuguesa e, por assim ser, tem havido uma forte
resistência em mudar, nas salas de aula, a prática decorrente dessa
concepção. O conceito de Conteúdo Estruturante lança um novo olhar sobre
esse aspecto, porque esse conceito é constituído dentro da mobilidade
histórica. Essa característica contextual garante a sua não fixidez,
inviabilizando a arbitrariedade de seus recortes. Possibilita, também, o
diálogo com conceitos diversos que, somados, conseguem abranger toda a
complexidade que envolve o processo de uso da língua, não contemplada
dentro de uma perceptiva exclusivamente gramatical.
Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas
diferentes instâncias sociais, acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é
a Língua e o Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o
discurso enquanto prática social (leitura, escrita e oralidade).
Sendo assim, torna-se necessário esclarecer as implicações que esse
termo ― discurso ― assume nestas Diretrizes. Na sua origem, o termo
significa curso, percurso, correr por movimento. Isso indica que a postura
frente aos conceitos fixos, imutáveis, deve ser diferenciada. De acordo com
Stam (2000, p.32), “a linguagem, em Bakhtin, não é um sistema acabado,
mas um contínuo processo de vir a ser”. A língua não é algo pronto, à
disposição dos falantes, mas algo em que eles “ingressam numa corrente
móvel de comunicação verbal”. A consciência só é adquirida por meio da
linguagem e é através dela que os sujeitos começam a intervir no real.
É por meio da linguagem que o homem constrói a representação da
realidade na qual está inserido. Agindo, ele é capaz de transformar a
107
realidade social, de forma que contribua para a acepção de novos valores no
mundo em quem vive. Segundo Frigotto e Ciavatta(2004): “Pensar o trabalho
pedagógico com a língua materna, no Ensino Médio, implica
necessariamente, pensar que este trabalho se concretiza no terreno das
contradições do sistema capitalista e da forma específica como elas se
produzem na sociedade brasileira”.
A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das
inúmeras relações de poder constituídas a partir das teias discursivas,
requererem de nós, professores, uma mudança de posicionamento no que se
refere à ação pedagógica.
Em se tratando do ensino de Língua Portuguesa e Literatura, no Ensino
Médio:
“No que concerne ao domínio do ensino de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Médio, um dos fundamentos teóricos que subjazem como orientação para a elaboração curricular são os postulados construídos a partir das contribuições do teórico russo Mikhail Bakhtin e do chamado Círculo de Bakhtin. Segundo tais postulados, a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, também só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Isto significa compreender a língua como ‘um conjunto aberto e múltiplo de práticas sociointeracionais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a linguagem(e a língua) desse modo, é perceber que ela não existe em si, mas só existe efetivamente no contexto das relações sociais: ela é elemento constitutivo dessas múltiplas relações e nelas se constitui continuamente”. (Faraco, 2003).
Tendo em mente que o sujeito se constitui em meio a atividades
verbais, o Ensino da Língua Portuguesa deve estar orientado por uma
concepção que torna esta disciplina um conjunto de práticas internacionais,
sociais e historicamente constituídas e se constituindo. Conforme
Orientações Curriculares de Língua Portuguesa do Ensino Médio(2005):
“Insistindo, ainda, nesta perspectiva, a função do professor de Língua Portuguesa e Literatura é ajudar seus alunos a ampliarem seu domínio de uso das linguagens verbais e não-verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos, engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem”.
108
A finalidade do ensino de Língua Portuguesa, tal como vem sendo
tratada em diversas propostas curriculares, é criar situações nas quais o
aluno amplie o domínio ativo do discurso nas diversas situações
comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem de
modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando
suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania.
OBJETIVOS GERAIS
O professor deve propiciar ao aluno, para além do contato com
diferentes textos, a possibilidade deste, expressar-se através dos diferentes
gêneros e até mesmo de, exercendo a sua criatividade, participar
ativamente da caracterização do próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível
oral e escrito, a interpretação que faz proliferar o pensamento, objetivando
assim, no que diz respeito à:
1. PRÁTICA DE LEITURA DE TEXTOS E ORALIDADE
Procedimentos de leitura:
● Identificar informações no texto;
● Relacionar uma informação do texto com outras informações
oferecidas no próprio texto ou em outro texto;
● Depreender de uma afirmação explícita uma outra informação
implícita.
● Identificar o tópico central de um texto;
● Estabelecer relações entre tópico e sub tópicos;
● Inferir o sentido de uma palavra ou expressão considerando: o
contexto e/ou universo temático e/ou a estrutura morfológica da
palavra (radical, afixo e flexões);
● Avaliar a propriedade de certas estratégias argumentativas,
utilizando informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou
por outro texto (enciclopédia, pequeno texto informativo, textos
científicos, notícia, etc.);
● Relacionar, na análise e compreensão do texto, informações verbais
109
com informações de ilustrações ou fotos e/ou gráficos ou tabelas
e/ou esquemas.
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito
e desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer as características típicas de um texto de análise/opinião
(tese, argumento, contra-argumento, refutação), como editorial,
crítica, crônica, artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo
(tópico e hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima,
ritmo, assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticos (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática).
Características do suporte e/ou do enunciador na construção de
valores e sentidos:
● Comparar o tratamento da informação em duas notícias sobre o
mesmo fato;
● Reconhecer em um texto, marcas decorrentes de identificações
políticas, ideológicas e de interesses econômicos dos agentes de
produção;
● Comparar as diferenças de uma mesma informação em diferentes
veículos informativos (ex.: jornal X revista X televisão X rádio);
● Relacionar valores e sentidos veiculados em um texto informativo
e/ou analítico/opinativo com suas condições de produção e intenções
do autor;
● Relacionar as diferenças de uma mesma informação divulgada por
110
diferentes fontes às interações do autor;
● Relacionar as intenções do autor e as diferenças de sentido
consequentes do seu lugar social (ex.: homem X mulher; líder
sindical X empresário; pai X filho);
● Avaliar o efeito de sentido consequente do uso de pontuação
expressivo (interrogação, exclamação, reticências, aspas);
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos lexicais (jogos metafóricos
e metonímicos, expressões nominais definidas, hiponímia,
hiperonímia, repetição) em função da estratégia argumentativa do
autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos sintáticos (paralelismo,
enumeração, inversão, intercalação, coordenação, subordinação etc)
na estratégia argumentativa do autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos semânticos (relações de
oposição ou aproximação, gradação, campo semântico, atenuação,
eufemismo, hipérbole, ironia) na estratégia argumentativa do autor.
2. PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
● Comparar paráfrases avaliando sua maior ou menor fidelidade ao
texto original;
● Avaliar a intenção da paródia de um texto dado;
● Identificar referências ou remissões a outros textos;
● Analisar incoerências e contradições na referência a outro texto ou
na incorporação de um argumento de outro autor;
● Estabelecer relações temáticas e/ou estilísticas (de semelhança e de
oposição) entre dois textos de diferentes épocas;
● Narrativa ficcional (conto curto, crônica, paródia);
● Descrição ficcional (conto longo, crônica policial ou de outra natureza
de gênero, paródia);
● Notícia;
● Resenha;
● Carta argumentativa/persuasiva;
111
● Texto dissertativo expositivo ou polêmico (dissertação, artigo de
opinião, crônica);
● Quanto ao texto dissertativo (expositivo ou argumentativo),
relacionar adequadamente a seleção e ordenação dos argumentos
com a tese;
● Quanto ao texto argumentativo, identificar o interlocutor e o assunto
sobre o qual se posiciona, e estabelecer interlocução explícita;
● Utilizar, considerando as condições de produção, diferentes recursos
resultantes de operações linguísticas (escolha, ordenação, expansão,
transformação, encaixamento, inversão, apagamento).
3. LITERATURA
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito
e desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer características típicas de um texto de análise/opinião
(tese, argumento, contra-argumento, refutação), como editorial,
crítica, crônica, artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo
(tópico e hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima,
ritmo, assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticas (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática);
● No concomitante aos períodos escravocratas no Brasil, relacionar
autores e obras importantes referentes aos assuntos voltados à raça
negra e sua luta ao tratamento e direitos iguais na sociedade como
um todo.
112
4. ANÁLISE LINGUÍSTICA
Coerência e coesão no processamento do texto:
● Comparar textos de diferentes gêneros quanto ao tratamento
temático e aos recursos formais utilizados pelo autor;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de repetição e
substituição de um termo;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de
mecanismos de concordância verbal e nominal;
● Estabelecer relação entre os recursos coesivos e operadores
argumentativos usados pelo autor e sua estratégia argumentativa;
● Analisar as relações sintático-semânticas em segmentos do texto
(gradação, disjunção, explicação/estabelecimento de relação causal,
conclusão, comparação, contraposição, exemplificação, retificação,
explicitação).
Progressão temática e organização argumentativa e narrativa:
● Identificar a tese e os argumentos de um texto;
● Analisar a seleção de argumentos de um texto para a corroboração
da tese;
● Analisar a pertinência das informações selecionadas na exposição do
argumento;
● Estabelecer a relação entre o modo de oposição e a estratégia
argumentativa do autor;
● Estabelecer relações comparativas entre duas operações
argumentativas, considerando as diferenças de sentido decorrentes
da opção por uma ou outra;
● Avaliar a complexidade do núcleo dramático de uma narrativa e das
ações dele decorrentes;
● Relacionar o narrador ao foco narrativo (ponto de vista);
● Relacionar a organização do cenário (tempo e espaço) com o enredo
e a ação das personagens;
● Avaliar a propriedade da incorporação de dados da realidade na
113
construção do universo ficcional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes
manifestações da Língua Verbal.
● Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna,
geradora de significação e integradora da organização do mundo e
da própria identidade.
● Aplicar as tecnologias de comunicação e da informação na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes da vida.
● Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando
textos/contextos, mediante a natureza, função, organização,
estrutura, de acordo com as condições de produção, recepção
(intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e
propagação das ideias e escolhas, tecnologias disponíveis).
● Recuperar, pelo estudo do texto literário, as formas instituídas de
construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da
cultura e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo
temporal e espacial.
● Articular as redes de diferenças e semelhanças entre a língua oral e
escrita e seus códigos sociais, contextuais e linguísticos.
● Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de
acordos e condutas sociais e como representação simbólica de
experiências humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e
agir na vida social.
● Entender os impactos das tecnologias da comunicação, em especial
da língua escrita, na vida, nos processos de produção, no
desenvolvimento do conhecimento e na vida social.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Por muitas décadas, o conteúdo gramatical tem sido a base para o
ensino de Língua Portuguesa. O conceito de conteúdo estruturante garante a
sua não fixidez, abrange toda a complexidade que envolve o processo de uso
114
da língua, não apenas a gramática.
A definição de Conteúdo Estruturante da disciplina de Língua
Portuguesa/Literatura abrange um campo de ação onde se concretizam
práticas de uso real da língua materna, contrapondo-se a ensino tradicional,
com estudo de regras gramaticais como objetivo do ensino da língua.
É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os
conceitos oriundos da linguística, sociolinguística, semiótica, estudos
literários, análise do discurso, gramática normativa, etc, de modo a contribuir
com o aprimoramento da competência linguística dos estudantes: “No
contexto das práticas discursivas, estarão presentes os conceitos oriundos
da Linguística, Sociolinguística, Semiótica, Pragmática, Estudos Literários,
Semântica, Morfologia, Sintaxe, Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas
normativa, descritiva, de usos, entre outros, de modo a contribuir com o
aprimoramento da competência linguística dos estudantes” (Diretrizes
Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica-2006).
5ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: história em
quadrinho, piadas, adivinhas, lendas, fábulas, contos de fadas, poemas,
narrativa de enigma, narrativa de aventura, dramatização, exposição oral,
comercial para TV, causos, carta pessoal, carta de solicitação, e-mail, receita,
convite, autobiografia, cartaz, carta do leitor, classificados, verbete,
quadrinhas, cantigas de roda, bilhetes, fotos, mapas, aviso, horóscopo,
regras de jogo, anedotas, e demais.
LEITURA
Identificação do tema.
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático
- interlocutores
115
- fonte
- intertextualidade
- informatividade
- intencionalidade
- marcas linguísticas
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
Inferências
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.
Particularidades de pronúncia de algumas palavras.
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Argumentação.
Paragrafação.
Clareza de ideias.
Refracção textual.
Temas propostos:
- O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
- Valores familiares e a vivência em sociedade;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
116
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno.
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto.
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica.
Processo de formação de palavras.
Gírias.
Algumas figuras de pensamento (prosopopeia, ironia e demais).
Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal.
Particularidades de grafia de algumas palavras.
6ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: entrevista (oral e
escrita), crônica de ficção, música, notícia, estatutos, narrativa mítica, tiras,
propaganda, exposição oral, mapas, paródia, chat, provérbios, torpedos,
álbum de família, literatura de cordel, carta de reclamação, diário, carta ao
leitor, instruções de uso, cartum, história em quadrinhos, placas, pinturas,
provérbios, entre outros.
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático.
- interlocutores.
- fonte.
- ideologia.
117
- papéis sociais representados.
- intertextualidade.
- intencionalidade.
- informatividade.
- marcas linguísticas.
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro
formal e informal.
Texto verbal e não-verbal.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação,
repetições, pausas, etc).
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.
Particularidades de pronúncia de algumas palavras.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Linguagem formal/informal.
Argumentação.
Coerência e coesão textual.
Organização das ideias/parágrafos.
Finalidade do texto.
118
Refracção textual.
Temas propostos:
O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
Valorização do meio cultural em que se vive;
A saúde e a prevenção a uma gravidez in desejada – causas e
consequências.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam
no texto.
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, itálico, parênteses, hífen.
Acentuação gráfica.
Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais.
A representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico;
determinado/indeterminado; ativo/passivo).
Neologismo.
Figuras de pensamento (hipérbole, ironia, eufemismo, antítese e demais).
Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal.
Linguagem digital.
Semântica.
Particularidades de grafia de algumas palavras.
7ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: regimento, slogan,
reportagem (oral e escrita), pesquisa, conto fantástico, narrativa de terror,
charge, narrativa de humor, crônica jornalística, paródia, resumo, anúncio
publicitário, sinopse de filme, poema, biografia, narrativa de ficção científica,
119
relato pessoal, outdoor, blog, haicai, júri simulado, discurso de defesa e
acusação, mesa redonda, dissertação escolar, regulamentos, caricatura,
escultura, e demais.
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático.
- interlocutores.
- fonte.
- ideologia.
- intencionalidade.
- informatividade.
- marcas linguísticas.
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
As diferentes vozes sociais representadas no texto.
Linguagem verbal, não-verbal, midiático, infográficos, etc.
Relações dialógicas entre textos.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Coerência global do discurso oral.
Variedades linguísticas.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação.
- turnos de fala.
Particularidades dos textos orais.
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
Finalidade do texto oral.
120
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Argumentação.
Coerência e coesão textual.
Paráfrase de textos.
Paragrafação.
Refracção textual.
Temas propostos:
O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
O respeito moral no meio familiar, na escola e na comunidade;
O meio ambiente e sua preservação imediata.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oral.
Conotação e denotação.
A função das conjunções na conexão de sentido do texto.
Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...).
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica.
Figuras de linguagem.
Procedimentos de concordância verbal e nominal.
A elipse na sequencia do texto.
Estrangeirismos.
As irregularidades e regularidades da conjugação verbal.
A função do advérbio: modificador e circunstanciador.
Complementação do verbo e de outras palavras.
121
8ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE E ESPECÍFICOS
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: artigo de opinião,
debate, reportagem oral e escrita, manifesto, seminário, relatório científico,
resenha crítica, narrativa fantástica, romance, histórias de humor, contos,
música, charges, editorial, entrevista oral e escrita, agenda cultural, reality
show, novela fantástica, conferência, palestra, fotoblog, depoimento,
imagens, instruções, etc.
LEITURA
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático.
- interlocutores.
- fonte.
- intencionalidade.
- intertextualidade.
- ideologia.
- informatividade.
- marcas linguísticas.
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
Informações implícitas em textos.
As vozes sociais presentes no texto.
Estética do texto literário.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Variedades linguísticas.
Intencionalidade do texto oral.
122
Argumentação.
Papel do locutor e do interlocutor:
- turnos de fala.
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
ESCRITA
Adequação ao gênero:
- conteúdo temático.
- elementos composicionais.
- marcas linguísticas.
Argumentação.
Resumo de textos.
Paragrafação.
Paráfrase.
Intertextualidade.
Refracção textual.
Temas propostos:
- O respeito à diversidade étnico-raciais e afro-descendentes;
- Cuidados com o corpo e as consequências provenientes da pedofilia,
frente às armadilhas de corrupção na sociedade;
- Planejamento familiar – uma questão de responsabilidade.
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Conotação e denotação.
Coesão e coerência textual.
Vícios de linguagem.
Operadores argumentativos e os efeitos de sentido.
Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao
que diz).
Semântica.
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto.
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
123
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica.
Estrangeirismos, neologismos, gírias.
Procedimentos de concordância verbal e nominal.
Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais.
A função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto.
Coordenação e subordinação nas orações do texto.
METODOLOGIA
A visão que se tem sobre a linguagem e, por extensão sobre a língua,
determinará a metodologia a ser adotada pelo docente; por exemplo: um
professor que tenha uma visão Estruturalista, ministrará aulas com base no
código, pautando sua forma de ensino na “decoreba” de regras gramaticais
e de modelos textuais; ao passo que um professor com uma visão
sociointeracionista, pautará o ensino no uso efetivo da língua, ou seja, a
língua enquanto local de interação entre o sujeito e a sociedade que o cerca.
Assim, as ideias e reflexões sobre o desenvolvimento da competência
linguística vão direcionar as aulas de Língua Portuguesa, sendo que a
metodologia adotada será pautada na efetiva utilização que se faz da língua,
promovendo atividades e momentos em que o aluno reflita sobre o idioma
na tentativa de adequar a linguagem ao contexto, assim, conforme citam as
Diretrizes de Língua Portuguesa:
Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às praticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitarão que o aluno modifique, aprimore, re-elabore sua visão de mundo e tenha voz, também no dialeto de prestígio social, para se fazer presente na sociedade. (DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA p. 29)
Uma seleção rica de materiais escritos será o embasamento de toda a
124
dinâmica ensino/aprendizagem, sempre que possível serão utilizados
recursos como a TV-Multimídia, o laboratório de informática, retroprojetor,
vídeo, painéis, livros, jornais, revistas, o próprio livro didático e outros, para
tornar as aulas menos cansativas, mais interessantes e que alcancem maior
grau de aprendizagem.
Contudo, ainda existem alguns desafios a serem vencidos, como por
exemplo, a luta contra a falta de recursos, que na maioria das vezes, assola
a maioria das escolas públicas estaduais, uma estreita relação entre o que e
como ensinar determinados assuntos, etc. Objetivos só podem ser
alcançados se os conteúdos tiverem tratamento didático específico. A
questão não é apenas qual informação deve ser oferecida, mas
principalmente, que tipo de tratamento deve ser dado à informação que se
oferece, conforme esclarece Bakhtin (1986): "A verdadeira substância da
língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem
pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua
produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através
da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui a realidade
fundamental da língua" (1986:123).
Ter-se á, como objeto de toda metodologia utilizada a familiarização do
aluno com a prática da oralidade, prática essa de fundamental importância
para a vida futura do educando, bem como a prática de análise linguística e
a de produção e de leitura de uma grande variedade de gêneros, inserindo-
se na comunidade dos leitores, aprendendo a selecionar informações
pertinentes em diferentes suportes, compreendendo a perspectiva
enunciativa com que os textos foram produzidos e posicionando-se
criticamente. Portanto, estudar os principais mecanismos de textualização: a
coesão nominal responsável pela continuidade temática, a coesão verbal e
as conexões temporais ou lógicas responsáveis por marcar as articulações da
progressão temática; envolver-se em uma intensa e variada prática de
produção de textos, elaborando relatórios, etc.
A própria definição dos conteúdos, já é em si, uma questão didática
que tem relação direta com os objetivos colocados. Dentro desta perspectiva
cabe ao professor desta instituição, oferecer em suas aulas práticas de
125
oralidade, escrita e análise linguística – respeitando e abrangendo as
diversas variedades de análise linguística – o uso de textos variados, dos
mais diferente gêneros: prosa, poesia, texto científico, publicitário,
quadrinhas, música popular, receitas, bulas, panfletos, resenhas, entre
outros.
A partir dessa abordagem dos mais diferentes gêneros presentes na
sociedade, serão feitas explorações de temas como: relações entre língua
oral e língua escrita; linguagem verbal e as outras linguagens; usos e
funções da linguagem oral e escrita numa perspectiva pragmática e
enunciativa; compreensão dos fenômenos de variação linguística, em uma
abordagem sociolinguística; estrutura composicional e características
estilísticas dos gêneros literários, de imprensa, de divulgação científica,
epistolares, instrucionais, publicitários e outros; gêneros de tradição oral:
trava-língua, parlendas, adivinhas, quadrinhas, cantigas de roda, contos de
fada, contos, lendas, mitos e fábulas e análise dos gêneros literários.
Literatura infantil: história e características do gênero, mecanismos de
coerência e de coesão, a partir de contribuições da linguística textual.
Análise dos processos interlocutivos, numa perspectiva enunciativa,
analisando as estratégias argumentativas e o cruzamento das diversas
perspectivas no interdiscurso. História das letras e do alfabeto, para
compreensão do funcionamento dos sistemas de escrita. Articulações entre o
sistema fonológico e o sistema gráfico da língua: a ortografia e os valores
funcionais das letras. Morfossintaxe: análise das palavras e de suas relações
e identificação das unidades menores do que a palavra. Identificação das
correções impostas pelos padrões da escrita como instrumentos para a
revisão de textos.
Além dos conteúdos acima mencionados faz-se necessário abordar
ainda temas relativos à “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, de
acordo com a lei nº 11.645/08 e, de igual forma, conteúdos relacionados aos
temas contidos nas leis nº 13.381/01 e n° 9.795/99 que instituem o ensino
respectivamente da “História do Paraná” e “Meio Ambiente”. Tais temas
serão abordados com uma metodologia diferenciada, por meio de textos que
busquem evidenciar a importância, bem como a preservação do meio
126
ambiente e, com relação aos povos e culturas, a valorização das diferenças e
dos contrastes existentes na sociedade em que vivemos e da qual fazemos
parte. Dessa forma, aliam-se aos conteúdos temas de grande importância e
relevância para a vida social do educando, evidenciando novamente para o
aluno que a disciplina de Língua Portuguesa tem como norte a interação
entre sujeito e sociedade, e não a mera memorização de conceitos –
evidenciada da concepção sociointeracionista de linguagem.
Uma grande atenção também deve ser dada ao equilíbrio necessário
entre os trabalhos que envolvam leitura e escrita, oralidade e análise
linguística, pois estas são as quatro práticas de estudo que sintetizam a
aprendizagem da Língua Portuguesa.
AVALIAÇÃO
No que consiste o progresso do aluno, o professor deve estar apto a
considerar as mais diversas formas de valoração, a fim de que sua prática
pedagógica tenha validade para o que ensinou, e para a efetivação da
aprendizagem de seus discentes:
“[...] o Professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio, será capaz de se valer de todos os meios de que dispõe para – ao aperfeiçoar a expressão e a compreensão dos seus alunos nos níveis da oralidade, leitura e escrita, fazendo a um tempo com que o pensamento prolifere – permitir que os alunos façam suas próprias escolhas ante as oportunidades que a vida colocar na sua frente e assim caminhem com suas próprias pernas. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a criatividade. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a liberdade”. (Orientações Curriculares de Língua Portuguesa do Ensino Médio, 2005)
Se o professor tiver consciência que a avaliação é a caminhada de
crescimento de seu aluno – ensino e aprendizagem – verificando o processo
e não o produto, e que sua função é diagnóstica, os resultados serão
satisfatórios e relevantes.
Que a verificação tenha caráter de observância apenas, e a avaliação
se faça valer pela totalidade – o que o aluno traz consigo do seu meio em
que vive, e o desenvolvimento de suas habilidades criativas conseguidas
neste meio, enquanto cidadão do mundo – assim, o professor estará
realizando a avaliação formativa, o que, na atualidade, rege os parâmetros
127
educacionais nacionais no que diz respeito à avaliação contínua, real e não
classificatória.
Nesta instituição estaremos avaliando o aluno pela sua caminhada –
desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio – que perpassa por vários
obstáculos, dos quais o fortalecimento na aprendizagem fará a diferença.
Obstáculos que estarão sendo sanados pelas práticas diferenciadas de
relações linguísticas, seja na leitura e oralidade, na escrita, ou ainda, pela
concepção de desmembramento e desconstrução da Língua Portuguesa
através da análise linguística.
Estaremos proporcionando ao aluno a apresentação de diversos textos,
variações linguísticas de comunicação midiática, o estudo das práticas
discursivas atuais e de décadas passadas, num confronto literário, onde se
possa avaliar este aluno pelo seu progresso, nas produções de
textos(diversos gêneros discursivos), numa leitura organizada(individual e
coletiva), na abertura e exposição de ideias argumentadas e com
fundamentação histórica(o debate), na interpretação de textos, charges,
propagandas, mapas, gráficos e seus incisos(intertextualidade de gêneros de
textos), a dramatização e a literatura presente no meio cultural da
língua(autores do século XX e XXI, incluindo os contemporâneos), entre
outros meios que possam vir a colaborar com o processo de aprendizagem
contínua e não acabada, que a escola propõe.
Não estaremos esquecendo a cada instante, de retomarmos os
conteúdos programáticos, relevantes e de planejamento disciplinar da Língua
Portuguesa, não assimilados pelos alunos, de forma a proporcionar a eles,
uma revisão qualitativa a cada conteúdo trabalhado, por meio de outras
técnicas metodológicas e pedagógicas, a fim de amenizar e resolver
problemas referentes à concretização da aprendizagem, segundo as
propostas curriculares educacionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, Maria Luiza & PONTARA, Marcela Nogueira & FADEL, Tatiana.
Português Língua e Literatura. São Paulo: MODERNA. ed.1, 2001.
AMARAL, Emília & FERREIRA, Mauro & LEITE, Ricardo & ANTÔNIO, Severino.
128
Português – Novas palavras: Literatura, Gramática e Redação. São Paulo:
FTD. ed.1, 2000.
CADORE, Luís Agostinho. Curso Prático de Português – Literatura, Gramática
e Redação. São Paulo: ÁTICA. ed.6, 1998.
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. 2008.
FARACO, Carlos Alberto. Português Língua e Literatura. Curitiba: BASE. ed.1,
2005. Livros 1, 2 e 3.
GUIMARÃES, Margaret e Florianete. A Gramática lê o texto. São Paulo:
MODERNA. ed.1, 1997.
http://www.seed.pr.gov.br/diaadia. Portal Dia-a-dia Educação. Educadores.
Disciplinas. Língua Portuguesa. Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa-
2008.
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO. Língua Portuguesa e Literatura – Ensino Médio.
SEED. 2007-2008.
MAIA, João Domingues. Português – Série Novo Ensino Médio. São Paulo:
ÁTICA. ed.1, 2007.
OLINTO, Antônio. Minidicionário de Língua Portuguesa. São Paulo: MODERNA.
ed.2, 2001.
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto – Leitura e Redação. São Paulo:
ÁTICA. ed. 8, 1994.
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Conhecimento Matemático vem sendo construído através da
história, estruturado e formalizado através dos tempos e hoje faz parte da
vida diária de todas as pessoas, sendo impossível, não se adquirir o mínimo
deste conhecimento para a convivência na sociedade. É importante perceber
a Matemática como uma ciência com características próprias, como um
conhecimento social e historicamente construído e de importância impar no
desenvolvimento científico e tecnológico.
MIORIM traz a importância deste conhecimento quando analisa o
caminho histórico da Matemática desde o seu surgimento na Grécia antiga.
129
Ao analisar a construção histórica do conhecimento matemático,
percebe-se que o mesmo tem sido elaborado a partir da tentativa do homem
de compreender e atuar em seu mundo. Como, na Grécia Antiga, berço da
Matemática, somente alguns tinham o acesso ao conhecimento formal, os
escribas eram considerados homens especiais, dotados de inteligência acima
da média, por serem os únicos capazes de decifrar e desfrutar os
conhecimentos geométricos e aritméticos da época, que muitas vezes eram
complexos como o sistema de numeração grego e egípcio. A escola
pitagórica muito contribuiu para este pensamento, pois, formada por
aristocratas, defendia o número como sendo a essência de tudo o que existe.
Segundo Miorim (s/d:15), a escola pitagórica foi responsável pela introdução
da concepção, existente até hoje, de que os homens que trabalham com os
conceitos matemáticos são superiores aos demais.
Portanto, a História da Matemática teve como palco o mundo egípcio,
babilônico, grego, árabe, hindu. Esses povos criaram a prática Matemática a
partir de vivências e necessidade diárias. Mais tarde com Descartes, Leibniz,
Newton, Gauss, entre outros o conhecimento matemático alcança um novo
período de sistematização que contribui para uma fase de grande progresso
científico.
A partir do século XX educadores matemáticos apontavam para a
necessidade de compreender como acontecia o ensino da matemática de
forma que os alunos tivessem a possibilidade de realizarem análises,
discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
Surgiram as ideias que vislumbravam um ensino da Matemática
baseado nas explorações indutivas e intuitivas (SCHUBRING, 2003).
A Educação Matemática configurou-se, então, como campo de estudo
de modo que os professores encontraram fundamentação teórica e
metodológica para direcionar sua prática.
Para Lonrenzato e Fiorentini (2001), a Educação Matemática é uma
área que engloba inúmeros saberes, na qual apenas o conhecimento da
matemática e a experiência de magistério não garantem competência a
qualquer profissional que nela trabalhe.
Os objetivos básicos da educação matemática buscam desenvolve-la
130
como campo de investigação e de produção de conhecimento, através de
sua natureza científica e a melhoria da qualidade do ensino, em sua natureza
pragmática.
Para Miguel e Miorim (2004, p.70), a finalidade da educação
matemática é fazer o estudante compreender e se apropriar da própria
matemática “concebida como um conjunto de resultados, métodos,
procedimentos, algoritmos, etc.” Outra finalidade apontada pelos autores é
fazer o estudante construir, “por intermédio do conhecimento matemático,
valores e atitudes de natureza diversa, visando à formação integral do ser
humano, particularmente do cidadão, isto é, do homem público” ( MIGUEL E
MIORM 2004, p.71).
No Brasil a Matemática desencadeada desde o Brasil colônia até os
dias atuais passou por constante mudanças e reformas. A deficiência
tecnológica do Brasil causou malefícios para o desenvolvimento das ciências
no Brasil. No inicio da industrialização no Brasil surgiram as exigências
mercadológicas . Na primeira metade do século XX, as mudanças na
educação atingiram diretamente o ensino da Matemática, já na metade do
seculo XX , isto é, início da década de 50, teve como características as
profundas transformações no cenário mundial , o Brasil vivia um período
democrático e com expansão econômica , a matemática estava em fase de
estruturação, prevalecia o ensino tradicional,a rigorosidade, a memorização
e o castigo. Os exames recorriam à matemática como meio de segregação
social, período em que a matemática foi institucionalizada .
No início da década de 70 foi caracterizado pela matemática moderna,
fruto do Movimento Internacional da Matemática Moderna. Um aspecto
marcante da manifestação deste movimento foi a produção de livros
didáticos. No conteúdo o marco principal foi a Teoria dos Conjuntos.
A década de 80, foi decisiva para a Educação Matemática no Brasil,
pois desencadeou o surgimento de cursos, programas e pesquisas.
Praticamente em todo o país existiam profissionais preocupados com o
Ensino da Matemática.
Na década de 90, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (Lei
nº9.394/96) e implementação dos Parâmetros Curriculares considerava-se
131
um grande espectro de competências e habilidades a serem desenvolvidas
no conjunto de disciplinas. Esperava-se que o ensino da Matemática
pudesse contribuir para que os alunos desenvolvessem habilidades
relacionadas à representação,compreensão,comunicação,investigação e,
também, à contextualização sociocultural.
O Estado do Paraná no inicio do século XXI repensando sua
organização curricular juntamente com os professores passou a adotar as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica voltada a cada disciplina
pensando o aluno como sujeito crítico-emancipatório.
O ensino da matemática proposto nas diretrizes curriculares prevê a
formação de um estudante crítico, capaz de agir com autonomia nas suas
relações sociais e, para isso, é preciso que ele se aproprie de conhecimentos
matemáticos. Pela apropriação do conteúdo matemático o estudante se
apropria de conhecimentos que lhe possibilitam criar relações sociais.
Para que a educação matemática se realize necessita de um professor
interessado em desenvolver-se intelectual e profissionalmente e em refletir
sobre sua prática para tornar-se um educador matemático e um pesquisador
em contínua formação.
Cabe ao professor delimitar sua ação docente fundamentado numa
ação crítica, que conceba a ciência matemática como atividade humana em
construção.
A disciplina matemática tem como um dos objetivos transpor para a
prática docente, o objeto matemático construído historicamente e possibilitar
ao estudante ser um conhecedor desse objeto.
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Sistema de numeração decimal e não decimal;
Números naturais e suas representações;
Operações Fundamentais e suas inversas.
Múltiplos e Divisores;
132
Potenciação e Radiciação;
Números Fracionários - Transformação de números fracionários ( na forma de
razão/quociente) em números decimais; Adição, subtração, multiplicação e
divisão de frações por meio de equivalência.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento;
Organização do sistema métrico decimal ;
Medidas de Área e Volume ;
Transformações de unidades de medidas de massa, capacidade,
comprimento e tempo;
Sistema Monetário;
Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
Geometria Plana.
Geometria Espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Leitura, interpretação e representação de dados, tabelas, listas, diagramas,
quadros e gráficos.
Porcentagem.
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Conjuntos numéricos (naturais, racionais e inteiros).
Operações fundamentais e suas inversas.
Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e
diferença.
133
Regra de três.
Grandezas direta e inversamente proporcionais.
Equações e inequações do 1º grau.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de temperatura.
Ângulos.
GEOMETRIAS
Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na
resolução de problemas algébricos.
Planificação de sólidos geométricos.
Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas.
Desenho geométrico com uso de régua e compasso.
Classificação de poliedros e corpos redondos, polígonos e círculos.
Ângulos, polígonos e circunferências.
Classificação de triângulos.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Pesquisa Estatística: Coleta, organização e descrição de dados.
Média Aritmética.
Moda e Mediana.
Juros Simples.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Conjuntos numéricos (naturais, racionais, reais, inteiros e irracionais).
Potências.
Noções de variável e incógnita e a possibilidade de cálculo pela substituição
134
de letras por valores numéricos.
Equações e sistemas de equações de 1º grau.
Monômios e Polinômios.
Produtos notáveis.
Fatoração.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Medidas de comprimento e área.
Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na
resolução de problemas algébricos.
Ângulos e arcos – unidade, fracionamento e cálculo.
GEOMETRIAS
Geometria Espacial: planificações de sólidos geométricos.
Cálculo do número de diagonais de um polígono.
Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas.
Classificação de poliedros e corpos redondos, polígonos e círculos.
Ângulos, polígonos e circunferências.
Classificação de triângulos.
Soma dos ângulos internos de um triângulo.
Representação cartesiana.
Representação geométrica dos produtos notáveis.
Estudo dos poliedros de Platão.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Coleta, organização e descrição de dados.
Leitura, interpretação e representação de dados de tabelas, listas,
diagramas, quadros e gráficos.
Construção de Gráficos.
135
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Conjuntos numéricos.
Operações fundamentais e suas inversas.
Propriedades dos radicais.
Equações do 2º grau.
Equações Biquadradas.
Teorema de Pitágoras.
Regra de três composta.
GRANDEZAS E MEDIDAS
Trigonometria no triângulo retângulo.
Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na
resolução de problemas algébricos.
Triângulo retângulo – relações métricas e teorema de Pitágoras.
FUNÇÕES
Noção intuitiva de função afim.
Noção intuitiva de função quadrática.
GEOMETRIAS
Congruência e semelhança de figuras planas – Teorema de Talles.
Condições de paralelismo e perpendicularidade.
Desenho geométrico com uso de régua e compasso.
Ângulos, polígonos e circunferências.
Classificação de triângulos.
Representação cartesiana e confecção de gráficos.
Estudo de polígonos encontrados a partir de prismas e pirâmides.
Círculo e cilindro.
136
Noções de geometria espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Coleta, organização e descrição de dados.
Leitura, interpretação e representação de dados de tabelas, listas,
diagramas, quadros e gráficos.
Gráficos de barras, colunas, linhas poligonais, setores e de curvas e
histogramas.
Noções de probabilidade.
Médias, moda e mediana.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar a
apropriação de conhecimentos matemáticos deverá facilitar as articulações
entre os conteúdos específicos, de conteúdos estruturantes e as relações
com seu cotidiano. É importante considerar a realidade do educando de
forma que suas significações sejam, de acordo com as DCEs: “ reforçadas,
refinadas e intercomunicadas”.
Os recursos didáticos a serem adotados para o desenvolvimento do
trabalho pedagógico inclui a utilização do livro didático, quadro negro,
materiais de geometria, além de materiais atualizados ( revistas, jornais,...).
Os conteúdos são trabalhados em sua grande maioria através do uso
da tendência metodológica resolução de problemas, pois trata-se de uma
metodologia pela qual o educando ou discente tem a oportunidade de aplicar
conhecimentos matemáticos já adquiridos em novas situações de modo a
resolver a questão proposta.
A Etnomatemática supre a necessidade de atender e desenvolver a lei
11.645 “ História e Cultura Afro-brasileira e indígena, levando em
consideração que não existe um conhecimento único, mas vários e distintos
conhecimentos que nenhum é menos importante que o outro.
Pode-se utilizar a modelagem matemática sendo ela um caminho para
despertar no educando o interesse por tópicos matemáticos que ainda não
conhece, por meio da pesquisa, desenvolvendo assim o seu conhecimento
137
critico sobre o conteúdo pesquisado.
Com a crescente globalização torna-se necessário a utilização da
mídias tecnológicas como ferramentas educacionais, levando o educando a
ampliar suas possibilidades de observação e investigação.
Os recursos tecnológicos ofertados na escola, dentre eles: TV-
Multimídia, Paraná-digital,calculadora, possibilitam a interpretação e
visualização de um mesmo conteúdo de diversas maneiras.
Através das tendências propostas nas Diretrizes, ensinamos os
conteúdos estruturantes, aplicando problemas que podem ser resolvidos
com conhecimentos da História da Matemática, incentivando o aluno a
compreender a evolução dos conceitos.
AVALIAÇÃO
A avaliação escolar tem assumido novas dimensões, objetivando
orientar a ação do professor e do aluno durante todo o processo de ensino e
aprendizagem. Para MARTINS(1997), a avaliação também deve ser encarada
como um processo de recolha de informação, que se utiliza de observações,
entrevistas, situações problemáticas, relatórios e ensaios escritos, assim
como, de testes escritos de diversos tipos. Neste caso ela assume a função
reguladora durante todo o processo de ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, a avaliação surge como meio educativo, como
instrumento que visa orientar a atividade pedagógica para promover o
sucesso dos alunos. Assim, a avaliação deverá ser constante no cotidiano da
aula de forma a orientar e ajustar o processo de ensino e aprendizagem,
proporcionando ao professor a possibilidade de melhorar a sua prática
pedagógica e, ao aluno, envolver-se no próprio processo.
A avaliação não é nem o objetivo, nem o fim de um processo; ela tem,
como tarefa, gerar novas oportunidades de aprendizagem e fornecer dados
essenciais para o professor e para o aluno.
LACUEVA (1997) propõe que a avaliação se centre em ser uma ajuda
para que os alunos continuem aprendendo mais. Que a escola seja um
mundo cultural rico, que ofereça aos alunos múltiplas experiências
formativas e os avalie em contextos naturais como apoio para a aventura de
138
aprender. A avaliação deve contribuir para que os alunos tomem consciência
de seus êxitos, do que sabem, do que dominam, base fundamental para seus
futuros esforços. Ela também deve conscientizar os alunos de suas lacunas,
erros, e insuficiências, porém considerando esse fato normal, esperado e
natural, de alunos em aprendizagem.
Os instrumentos avaliativos utilizados são diversificados e incluem
provas individuais e em duplas, atividades em grupo, resolução de exercícios
com acompanhamento do professor, trabalhos realizados em sala e em casa.
Os critérios utilizados não devem ser punitivos. Avalia -se levando em
consideração o processo realizado pelo educando e o avanço obtido por ele
em cada instrumento avaliativo.
A retomada dos conteúdos é realizada por meio de uma conversa do
professor com o aluno sobre os seus erros e acertos contribui para a
conscientização dos pontos fortes e fracos, contribuindo também para a
aprendizagem e superação de erros. Este diálogo propicia, ao aluno, a
familiaridade com as formas de avaliar, com critérios de avaliação,
contribuindo por sua vez para que ele se tome mais independente do
professor e responsável pela sua própria aprendizagem. Assim, orientado
pelo professor, cada vez mais o aluno passa a ser o proponente das medidas
de intervenção (1997).
Porém, ainda hoje,
[...] o erro é considerado, pela maioria das pessoas, uma espécie de disfunção, uma anomalia, como tendo um caráter anormal, portanto, o ideal é a ausência de erro. [Os erros] são tomados como um tipo de índice de que o aluno não sabe fazer, não tem estudado e não tem como um índice de que o aluno sabe alguma coisa parcial, incorreta e que portanto é preciso trabalhar com ela para, a partir daí, construir um conhecimento correto. (BURIASCO,2000, p.10).
Para melhor compreender os erros cometidos nas aulas de Matemática
é importante que o professor ofereça aos seus alunos tipos diferentes de
atividades e que também ao avaliá-los utilize-se dos mais diversos tipos de
instrumentos ou recursos.
A aferição de notas dar-se-á por meio dos diversos instrumentos
avaliativos citados e após totalizarem 5,0 pontos realiza-se a recuperação
139
dos conteúdos que não foram satisfatoriamente aprendidos. A nota obtida
através da soma dos dois blocos de 5,0 pontos realizados ao longo do
período.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURIASCO, Regina L. C. de. Algumas considerações sobre avaliação
educacional. Estudos em Avaliação educacional, São Paulo, n. 22, p. 175-
178, jul.ldez. 2000.
DUARTE, N. A relação entre o lógico e o histórico no ensino da
matemática elementar. São Carlos, 1987, 185p. Dissertação Mestrado em
Educação. UFSC.
LACUEVA, Aurora. La evaluácion en Ia escuela: una ayuda para seguir
aprendiendo. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23 n. 1/2,
jan.ldez. 1997.
MARTINS, Maria da Paz. Avaliação das aprendizagens em matemática:
concepção dos professores. Lisboa, 1996. Tese (Mestrado), Faculdade
Católica Portuguesa Lisboa.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
Fundamental, Médio, jovens e adultos, Educação Profissional e Educação
Especial.
Secretaria de Estado do Paraná - Diretrizes Curriculares da Educação Básica
do Paraná – 2008.
L.E.M. - INGLÊS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Com o objetivo de melhorar a instrução pública e atender as
demandas advindas da abertura dos portos ao comércio em 1809, D.joão VI
assinou o decreto de 22 de junho para criar a cadeira de Inglês. A partir daí
o ensino de línguas Estrangeiras Modernas começou a ser valorizado no
Brasil.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se
acentuou durante e após a Segunda Guerra Mundial e com isso intensificou-
140
se a necessidade de aprender inglês. Na década de l940 , professores
universitários, militares, cientistas, artistas, imbuídos por missões norte-
americanas vieram para o Brasil e, com eles, a produção cultural daquele
país. Assim falar Inglês passou a ser um anseio das populações urbanas, de
modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais espaço no currículo.
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de
aumentar a percepção do aluno, como ser humano e como cidadão. Por isso,
ela vai centrar-se no engajamento discursivo do aluno, ou seja, em sua
capacidade de se engajar e engajar outros no discurso, de modo a poder agir
no mundo social. Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de
atividades pedagógicas centradas na constituição do aluno como ser
discursivo, ou seja, sua construção como sujeito do discurso via Língua
Estrangeira. Essa construção passa pelo envolvimento do aluno com os
processos sociais de criar significados por intermédio da utilização de uma
Língua Estrangeira.”
A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre
outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. Com relação a
uma Língua Estrangeira, no caso o Inglês, o número de pessoas que utilizam
o conhecimento de habilidades orais da língua em situação do trabalho está
em progressão. Deste modo, o uso de uma Língua Estrangeira parece estar
mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer. Nota-se também,
que os únicos exames formais em Língua Estrangeira (no caso do vestibular
e admissão a cursos de pós-graduação), requerem o domínio da habilidade
da leitura, que atende por um outro lado, as necessidades da educação
formal, e, por outro, é a habilidade que o aluno pode usar em seu contexto
social imediato. A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler
em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua
língua materna. As DCEs, apresentam a seguinte visão de língua: “a língua
se apresenta como espaço de construções discursivas, de produção de
sentidos indissociável dos contextos em que ela adquire sua materialidade,
inseparável das comunidades interpretativas que a constroem e são
construídas por ela”.
Deve-se considerar também o fato de que as condições na sala de aula
141
da maioria das escolas brasileiras podem inviabilizar o ensino das quatro
habilidades (ouvir, falar, ler e escrever ).
“A LE também pode ser propiciadora da construção das identidades dos alunos como cidadãos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e a planetária ( Res. CEB nº 2, Art. III. Inciso V)”.
RAJAGOPALAN (2003), destaca que: “o verdadeiro do ensino de línguas
estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras
culturas e modos de pensar e agir. Significa transformar-se em cidadão do
mundo”.
Pela linguagem, o homem não só consolida seus laços societários e
acumula conhecimentos – transmitindo informações – como também produz
a possibilidade da consciência propriamente humana, assim como amplia a
visão de mundo, contribuindo para que se torne um cidadão mais críticos e
reflexivos, agindo no mundo pelo discurso, além daquilo que a língua
materna oferece, sabendo distinguir as variantes linguísticas.
No que se refere à sala de aula, os professores devem possibilitar aos
alunos a escolha do vocabulário que melhor reflita a ideia que se pretenda
transmitir. Ter condições de escolher o vocabulário que melhor reflita a ideia
que se pretenda transmitir, utilizando aspectos como coerência e coesão na
produção em Língua Estrangeira ( oral e/ou escrita). Todos os textos
referentes à produção e à recepção em qualquer idioma, são regidos por
princípios gerais de coerência e coesão e, por isso, somos capazes de
entender e de sermos entendidos.
O aluno deve dominar as estratégias verbais que entram em ação,
para compensar as falhas na comunicação ( como o fato de não recordar
momentaneamente, uma forma gramatical ou léxica ), e para favorecer a
efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido ( falar mais lentamente,
ou enfatizando certas palavras para obter determinados efeitos retóricos, por
exemplo ) e leva-lo a comparar sua própria língua com a Língua Estrangeira
estudada, conduzindo-o a refinar a percepção de sua própria cultura por
meio de conhecimento da cultura de outros povos.
142
(...) a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se comunicar na Língua Estrangeira, deixou de lado a relação a relação entre comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre falantes nativos e não-nativos como comunicação intercultural mais do que comunicação na língua-alvo (GIMENEZ, 2001, p.110).
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
Ao tomarmos a língua como interação verbal, como espaço de
produção de sentidos marcados por relações contextuais de poder, o
conteúdo estruturante Discurso como prática social tratará a língua de
forma dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
Para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de
produção dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações
sociais e de poder, é preciso que os níveis de organização linguística –
fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da
linguagem na compreensão e na produção escrita, oral, verbal e não-verbal.
O professor deve considerar a diversidade de gêneros textuais
existentes e a especificidade do tratamento da língua estrangeira na prática
pedagógica, a fim de estabelecer critérios para definir os conteúdos
específicos para o ensino.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Leitura, Escrita e Oralidade
● Leitura e compreensão de diferentes tipologias textuais observando
as características da tipologia e o vocabulário que estabelecem a
referência textual;
● Percepção do conteúdo vinculado, interlocutores, assunto, fonte,
papéis sociais representados, intencionalidade, valor estético e
condições de produção;
● Elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela
progressão textual, encadeamento das ideias e coerência do texto;
● Diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre as
comunidades de língua estrangeira e/ou as de língua materna e,
ainda, no âmbito de uma mesma comunidade. Importância do
respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro-descendentes
143
como comportamento étnico e expressão de cidadania;
● Discussão dos assuntos lidos, dos acontecimentos, situações
polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros envolvendo a língua
inglesa.
Os conhecimentos linguísticos, tais como artigos, verbos, pronomes e
outros, a ortografia e as possíveis realizações sonoras, assim como os
conteúdos elencados, estarão presentes no processo pedagógico de todas as
séries e serão trabalhados em grau de profundidade de acordo com o
conhecimento do aluno.
5ª SÉRIE
Cumprimentos (Greetings)
Alfabeto em Inglês
Apresentações
Verbo To Be
Países e Nacionalidades
Pronomes Demonstrativos
Artigos
Pronomes Pessoais
Cores
Numerais Cardinais
Animais
Preposições
6ª SÉRIE
Informações Pessoais
Profissões
Presente Simples
Numerais ordinais
Pronomes Interrogativos: What, Which, Whose, What Time
Horas
Dias da Semana
Meses do Ano
144
Estações do Ano
Matérias Escolares
Verbo to Have
Cômodos e mobília da Casa
Esportes
Pronomes pessoais e possessivos
Caso Genitivo
Roupas, acessórios e calçados
Verbo can
7ª SÉRIE
Imperativo
Verbo There to be
Verb to do
Passado Simples – Verbos Regulares e irregulares
Preposições
Why – Because
Palavras que indicam direções
Descrição Física
Tempo Futuro
Contable/Uncontable
Partes do Corpo
Problemas de saúde
8ª SÉRIE
Grau dos Adjetivos Comparativo e Superlativo
Verbos Modais: can, could, may, would
Plural dos Substantivos
Passado Simples - Revisão
Adjetivos
Vocabulário – comidas e bebidas
Prepositions
Verbos modais – must e mustn`t
145
Pronomes Interrogativos
Advérbios – Tempo, Lugar, Frequência e modo
METODOLOGIA
Hoje, com o advento da globalização e novas formas de tecnologias,
falar, ler e escrever em inglês tornou-se indispensável a todos que aspiram a
uma condição profissional de destaque. Portanto, a partir do conteúdo
estruturante Discurso como prática social, serão abordadas questões
linguísticas, culturais e discursivas, assim como as práticas do uso da língua:
leitura, escrita e oralidade.
Diante desse quadro, nossa proposta é fazer com que o aluno do
Ensino Médio tenha uma visão da língua como instrumento vivo, de modo
que o aluno possa desempenhar um papel atuante, vivenciando o
aprendizado de fato. Uma língua não é um conjunto de regras gramaticais a
ser decorado, memorizado para provas bimestrais, sem jamais ser utilizado
de forma adequada dentro e fora da sala de aula. Uma língua é algo em
constante transformação, geralmente utilizada por um ou mais povos, e por
isso, deve ser abordada em toda sua amplitude e complexidade.
Entendemos que o aluno deve incorporar a língua ao seu dia-a-dia, e
não ter diante de si algo estático e distante. Optamos, portanto, por um
ensino dinâmico e envolvente, em que as culturas dos países de língua
inglesa são constantemente comparadas à brasileira, possibilitando ao
aluno, através de uma análise contrastante, uma visão crítica do modo em
que vive:
“A educação nesta perspectiva, teria o papel de informar, mostrar, desnudar, ensinar as regras do jogo, não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser modificadas.
Esse é o sentido da pedagogia da possibilidade, ou seja, o ensino/aprendizagem de maneiras de falar, escrever, visualizar, agir e incorporar que, como resultado de determinadas constelações de capacidades/formas, são materialmente possíveis e recebem “encorajamento coesivo” em consequência de não serem marcadas nem como desviantes, nem como patológicas, nem como
inadequadas, inaceitáveis ou anormais”. ( SIMON, 1992 ).
O nosso trabalho metodológico com Língua Estrangeira segue a
seguinte estrutura:
146
● Aulas expositivas;
● Textos – gêneros variados: publicitários, jornalísticos, literários,
informativos e de opinião. O texto como unidade de linguagem em
uso, ou seja, de comunicação verbal - escrita, oral ou visual – será o
ponto de partida da aula de Língua Estrangeira. Esse texto trará uma
problematização em relação a um tema. A busca por sua solução
deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma
prática analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e
percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas presentes
num discurso;
● Atividades em que a teoria e a prática possam ser integradas
através de dramatizações, histórias em quadrinho, etc.;
● Uso de diferentes recursos disponíveis, como DVD, aparelho de
som, TV-Multimídia, retro-projetor, laboratório de informática e
outros elementos motivadores e envolventes;
● Atividades lúdicas ( Músicas cantadas pelos alunos, jogos, palavras
cruzadas, etc. ), que contribuam para o sucesso do processo
ensino/aprendizagem;
Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor
ingênuo, mas que seja crítico e reaja aos diversos gêneros textuais de forma
que entenda que por trás deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e
valores particulares e próprios da comunidade em que está inserido.
AVALIAÇÃO
Segundo VYGOTSKY (1989): “Caberá ao professor observar a
participação dos alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala
de aula se faça pela interação verbal, a partir dos textos, e de diferentes
formas: entre os alunos e professor; entre os alunos na turma; na interação
com o material didático; nas conversas em língua materna e língua
estrangeira; e no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo
ao promover o desenvolvimento de ideias”.
Na avaliação, o professor deve criar situações em que o aluno
demonstre e expresse sua aprendizagem. Por este motivo deve ser contínua,
147
auxiliando o processo de ensino/aprendizagem.
A avaliação é valida quando o professor acompanha o crescimento de
seu aluno, verificando o processo e não o produto. Sua função é diagnóstica,
sendo rigorosa a observância dos critérios pré-estabelecidos pelo professor.
Sendo dinâmica, ao professor cabe registrar as observações, em relação ao
processo de ensino e aprendizagem, evitando:
● Generalidades de encaminhamentos e orientações, distante do
desenvolvimento do aluno.
● Necessidade de provas bimestrais.
● Desconhecimento da dinâmica do processo da aprendizagem da
turma.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora da sala
de aula deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos
da história dos alunos, da comunidade e da cultura local.
Portanto, os alunos serão avaliados através de avaliações escritas tais
como provas com atividades variadas, trabalhos de pesquisa e traduções.
“Com o propósito de encarar este desafio, busca-se em Língua Estrangeira Moderna, superar a concepção de avaliação como mero instrumento de medição de apreensão de conteúdos. Espera-se que subsidie discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções.”(DCE 2008, pág.70)
Enfim, o professor que tenha em mente a concepção de que sua
prática educacional deve estar voltada para a transformação, terá em cada
passo do processo, decisões claras, explícitas do que está fazendo e para
onde está encaminhando os resultados de suas ações. Abordando sempre
aspectos da comunicação, que se centram em funções da linguagem,
extraídas de contextos culturalmente significativos mais amplos e reais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Dirce Guedes de & GOMES, Ayrton de Azevedo. Blow Up. FTD:
São Paulo. Books 5, 6, 7, 8. 1998.
BERTOLIN, Rafael & SILVA, Antonio de Siqueira e. New Dynamic English.
IBEP: São Paulo. Books 1, 2, 3, 4. 1993.
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
148
HOFFMANN, Jussara. Avaliação para promover. São Paulo: Mediação,
2000.
INTERNET e FILMES.
LAPORTA, Edgar. A Practical English course. COMPANHIA EDITORA
NACIONAL: São Paulo, Workbooks 1, 2, 3, 4.
MICHAELIS. Dicionário Prático Inglês-Português e Português-Inglês.
EDITORA MELHORAMENTOS: São Paulo. 1987.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Currículo básico para escola pública
do estado do Paraná. 3ªed. Curitiba, 1997.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica - 2008.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
LEFFA,V. J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.;
VANDRESEN, P. Florianópolis: UFSC, 1988.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e
Inglês / vários autores Curitiba, 2006.
AZEVEDO, Dirce Guedes de & GOMES, Ayrton de Azevedo. Blow Up. FTD:
São Paulo. Books 5, 6, 7, 8. 1998.
BERTOLIN, Rafael & SILVA, Antonio de Siqueira e. New Dynamic English.
IBEP: São Paulo. Books 1, 2, 3, 4. 1993.
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação para promover. São Paulo: Mediação,
2000.
INTERNET e FILMES.
LAPORTA, Edgar. A Practical English course. COMPANHIA EDITORA
NACIONAL: São Paulo, Workbooks 1, 2, 3, 4.
MICHAELIS. Dicionário Prático Inglês-Português e Português-Inglês.
EDITORA MELHORAMENTOS: São Paulo. 1987.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Currículo básico para escola pública
do estado do Paraná. 3ªed. Curitiba, 1997.
149
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES
ENSINO MÉDIO
ARTES
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Entendendo O homem como um todo: razão,emoção. Pensamento, percepção, imaginação e reflexão, a Edu-cação Artística busca ajudar o homem compreendera realidade e transformá-la, com criatividade,tornando a humanidade mais sensível e construtiva.
O homem é um ser cultural, fruidor e agente de Arte. Como ser
criador, se transforma e transforma a natureza, produzindo novas maneiras
de ver e sentir. Esta maneira como vê e sente o meio em que vive, é relativa
a cada momento histórico e a cada cultura.
A Arte tem função no processo de educação do homem. Enquanto
Educação Artística e alfabetização estética, o leva a observar o meio que o
cerca, reconhecendo a organização de suas formas. Deste modo, A Arte tem
como finalidade possibilitar os processos de percepção, sensibilização,
cognição, expressão e criação, necessários ao desenvolvimento global do
homem, levando à construção de um leitor de mundo mais crítico, sensível e
eficiente em seus posicionamentos.
A escola constitui-se um espaço privilegiado de educação, que dialoga
entre o particular e o universal. A disciplina de Arte também deve manter
este diálogo, estabelecendo relações de nossa experiências, nossa cultura e
vivência com a imagem, com os sons, com os gestos, com os movimentos e,
nessa perspectiva, educar nossos alunos esteticamente, ensinando-os a ver,
a ouvir criticamente, a interpretar a realidade, a fim de ampliar suas
possibilidades de fruição e expressão artística.
A história social da Arte aborda que as formas artísticas não são
exclusivamente formas de consciência individual, mas também exprimem
150
uma visão de mundo. Em cada cultura e em cada momento histórico, as
transformações da sociedade determinam condições para uma nova atitude
estética.
Portanto, a arte e educação são produtos culturais e precisam ser
entendidas no contexto das culturas onde surgem, A escola é o espaço onde
pode-se intermediar a cultura, é ponto de intersecção e de convergência,
destinado a reprodução cultural, para a criação autônoma, para a crítica e a
construção da cidadania,
As contribuições que o ensino da arte traz na formação do educando é
mais completa, porque visa o conhecimento e a compreensão de si mesmo.
Quando realizam atividades artísticas, eles se mostram pessoas sensíveis,
com capacidade de percepção refinada, capazes de perceber modificações
que acontecem no mundo físico e natural além de experimentar sentimento
como de ternura, simpatia e compaixão.
Por meio das atividades artísticas ocorre desenvolvimento de
habilidades que expandem a capacidade de dizer melhor sobre si mesmo e
sobre o mundo, usando imagens visuais, sons, gestos, movimentos e
palavras para expressar valores e afetos, concretizados em forma de
músicas, danças, dramatizações, desenhos, pinturas e esculturas.
Apreciar produtos de arte, em suas vária linguagens, desenvolvendo
tanto a fruição quanto a análise estética, conhecendo, analisando, refletindo
e compreendendo critérios culturalmente construídos e embasados em
conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico,
antropológico, semiótico, científico, dentre outros.
● Analisar os sistemas de representação visual de artes visuais e
audiovisuais, e as possibilidades estéticas, bem como de
comunicação presentes nos trabalhos, de seus colegas e de outras
pessoas.
● Fazer trabalhos artísticos, como desenhos, pinturas, gravuras
perspectiva, modelagens, esculturas, fotografia, reografia,
ambientes de vitrines, design, artes gráficas (folhetos, cartazes,
capas de CDs, encartes, logotipos).
● Investigar em suas produções de artes visuais e audiovisuais,
151
inclusive os informatizadas, como se dão as articulações entre os
componentes básicos dessas linguagens – linha, forma, cor, valor,
luz, textura, volume, espaço, superfície, movimento, tempo, etc.
● Analisar as intrínsecas relações de forma e conteúdos presentes em
sua própria produção em linguagem visual e audiovisual
aprofundando os conhecimentos de suas estáticas.
● Analisar crítica e esteticamente músicas de gêneros, estilos e
culturas diferenciadas, utilizando conhecimento e vocabulário
musicais.
● Improvisar, atuar e interpretar personagens tipos, coisas situações.
● Fazer criações de possibilidades expressivas corporais, faciais, do
movimento, da voz, do gesto,
● Utilizar diferentes fontes de improvisações em dança (instruções
diretas, descobertas, guiadas, jogos, respostas selecionadas).
Experimentar, investigar improvisação de dança e composição
coreográfica inclusive em arte visuais, a partir de diversas fontes
culturais. Levar o aluno a conhecer a história e cultura Afro-brasileira
e indígena conforme a lei nº11.645/08, bem como história do Paraná
Lei 13.381/01 e meio Ambiente 9.795/99.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina Arte, no Ensino Médio visa a
preservação do direito de acesso ao conhecimento sistematizado em arte
pelo aluno.
Os saberes, conteúdos estruturantes da disciplina Arte: Elementos
formais, a Composição, os Movimentos e os períodos, e permeando a
todos estes está a relação do tempo e do espaço. Constituem-se também em
identidade para a arte onde a prática pedagógica contempla as quatro áreas
de arte.
De acordo com as DCE – Diretrizes Curriculares da Rede Pública de
Educação Básica do Estado do Paraná – (2006), os conteúdos estruturantes
para o Ensino Médio são conhecimentos de maior amplitude, conceitos
importantes, basilares e fundamentais para a compreensão de cada uma
152
das áreas de arte, e paralelamente é elemento fundamental de uma área
podendo encontrar correspondentes nas outras áreas.
Ao utilizar os conteúdos estruturantes o professor poderá relacionar de
forma mais clara os conhecimentos das outras áreas de arte facilitando,
assim, ao aluno a compreensão da totalidade da mesma, objetivando a
abrangência do conhecimento em arte produzido pela humanidade.
1 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativo
Abstrata
BI/Tridimensional
Semelhanças
Contraste
Gêneros
Técnicas
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Indústria Cultural
Arte Contemporânea
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Gêneros
Técnicas
Música Popular
Brasileira
Indústria Cultural
Música Eletrônica,Rap,
Funk,Techo,etc.
Hip-HopTeatro Personagem:
Expressões
corporais, vocais,
faciais
Ação
Representação
Sonoplastia
Iluminação
Cenografia
Figurino
Caracterização
Gêneros
Teatro Greco-Romano
Teatro do Oprimido
Teatro do Pobre
Dança Movimento
Corporal
Sonoplastia
Coreografia
Industria Cultural
Dança Popular Brasileira
153
Tempo
Espaço
Improvisação
Gêneros
Paranaense
Dança moderna
Dança Contemporânea
2 A SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes Visuais Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativa
Abstrata
Contrastes
Ritmo visual
Gêneros,
Técnicas
Expressionismo
Realismo
Surrealismo
Cubismo
Arte Engajada
Arte de Vanguarda
Industria Cultural
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Melodia
Harmonia
Gêneros
Improvisação
Interpretação
Música Popular
Brasileira
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Africana
Teatro Personagem:
Expressões
corporais, vocais,
faciais
Ação
Representação
Caracterização
Roteiro
Gêneros
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Arte de Vanguarda
Teatro Realista
Commedia dell art
Teatro japonês nô e
Kabuki,
Teatro modernoDança Movimento Gêneros Danças antigas
154
Corporal
Tempo
Espaço
Coreografia
Sonoplastia
Formação
Improvisação
Danças indígenas
Dança de rua
Dança moderna
Vanguardas
Arte Engajada
Renascimento
3 a SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes visuais Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativa
Abstrata
Figura/fundo
Ritmo visual
Técnicas
Gêneros
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Digital
Arte Latino-Americana
Música Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Intervalo melódico
Intervalo
harmônico
Gêneros
Estilos
Ocidental
Oriental
Latino-Americana
Música Popular
Brasileira
Paranaense
Teatro Personagem:
Expressões
corporais, vocais,
faciais
Ação
Representação
Sonoplastia
Caracterização
Figurino
Roteiro
Cenografia
Teatro Paranaense
Teatro Latino-Americano
Teatro de Vanguarda
Teatro Simbolista
Dança Movimento corporal
Tempo
Ação
Formação
Coreografia
Improvisação
Dança Classica
Africana
Paranaense
155
Dança Moderna
METODOLOGIA
A metodologia para o ensino da Arte busca o aproveitamento e
apropriação dos conteúdos pelo aluno de forma específica e qualitativa dos
conhecimentos produzidos pela humanidade.
Para isso o trabalho em sala de aula deve destacar a ralação do
homem com arte, com produzir arte,trabalho artístico e sentir e perceber as
obras de arte.
Sabendo-se que o objeto do trabalho é o conhecimento, a metodologia
do ensino da arte deve contemplar: o sentir e perceber: são formas de
apreciação e apropriação da obra de arte; o trabalho artístico: é a prática
de uma obra; o conhecimento em arte: fundamenta e possibilita o aluno
que sinta e perceba a obra de arte bem como desenvolva um trabalho
artístico para formar conceitos artísticos.
E para uma exposição mais adequada dos conteúdos o professor
utilizará livros, revistas, jornais, gibis, os recursos tecnológicos ( computador,
TV, Dvd, Cds, pendrive e aparelho se som), será realizado trabalho individual
em grupo e pesquisas.
AVALIAÇÃO
A avaliação no sentido de rever a prática pedagógica de modo que
leve o aluno a apropriação do conhecimento, assume caráter dinâmico,
contínuo, cooperativo da prática pedagógica e requer participação de todos
os envolvidos no processo.
É interessante, portanto que seja avaliado o processo, ou seja, o
domínio que o aluno vai adquirindo dos modos de organização dos
conteúdos ou elementos formais na composição artística para que ele possa
se expressar.
A forma de acompanhamento do aprendizado deve refletir o trabalho
realizado, privilegiando os conteúdos já dominados pelo aluno ou aqueles
que foram ampliados ao longo do percurso.
De forma a não tomar a avaliação totalmente subjetiva, deve estar
156
pautada em critérios previamente estabelecidos, os quais constituem níveis
de idealidade a serem atingidos.
O processo de avaliação deve ser contínuo, somando práticas em sala
de aula, trabalhos de pesquisas e apresentação oral, entre outras práticas,
além de avaliações escritas e, principalmente, do próprio acompanhamento
sobre a organização e a participação ativa e crítica do aluno em sala.
Os intrumentos avaliativos utilizados são trabalhos artísticos
individuais e em grupo, pesquisas biblibográficas e de campo, seminário,
debates, e simpósios, provas teóricas e prráticas, registros em forma de
relatórios,portifólio, gráficos, audio-visuais
CONTEÚDOS
1.ª SÉRIE
● Perspectiva, ponto de fuga, linha do horizonte.
● Perspectiva de exteriores: correta colocação de portas e janelas de
acordo com o ângulo de inclinação das paredes.
● Perspectiva de interiores
● História da arte: Realismo, escultura realista – August Rodin.
● Pintura social, salão dos recusados, influência da Revolução
industrial
● Design – rough, layout e arte final
● Propaganda Visual, verbal e audiovisual
● Análise estética de uma obra de arte. “ Almoço na relva” / Manet ,
● A pintura como modo de registrar o momento histórico
● Gravura: xilogravura, linoleogravura, gravura em metal, litogravura.
● História da arte. Impressionismo e Pós-impressionismo
● Principais movimentos artísticos do séc. XX.
● Linguagem visual e seus elementos fundamentais (ponto, linha,
textura, cor e forma)
● Relação entre forma e conteúdo.
● Arte popular no Brasil ( Mestre Vitalino, Heitor dos Prazeres.
Cerâmica, artesanato, tecelagem.
● Estudo da arte brasileira: pré-história, arte indígena, Barroco no
157
Brasil, missão francesa.
● Imagem sequencial – história em quadrinhos
● Música: origem, história e evolução mundial e brasileira.
● Gêneros musicais.
● Apreciação musical
● Elementos da Música: melodia, harmonia, ritmo e timbre.
● História do rádio e da TV
● Criação de Programa de Radio: roteiro, estilo, músicas, notícias,
propagandas, participação, tempo, voz.
● Estilos musicais: sertaneja, MPB, samba, rap, Reggae, Rock, Pop,
dance, eletrônica, pagode, romântica, etc
● Criação de Párodia ( releitura de músicas)
● Criação de capa de CDs.
● Gêneros teatrais
● Teatro – Grécia, Roma e Comédia dell arte.
● Linguagem visual e seus elementos
● Leitura da obra de arte: peso, figuras principais, estratégia para
aumentar a dramaticidade e o equilíbrio entre a entrada e a saída e
a saída do olhar do observador em relação a obra.
● Composição tridimensional
2.ª SÉRIE
● Escorço: deformação aparente que um corpo sofre quando
observado em determinadas posições.
● Retrato e auto-retrato: histórico e técnicas.
● História da arte: Dadaísmo
● Criação de poesia dadaísta
● A pintura como modo de expressão, crítica e os conflitos do ser
humano.
● Análise da obra de arte “O grito” (Edward Munch) - Expressionismo
● Movimentos artísticos do séc. XX Cubismo, Surrealismo, Futurismo,
Abstracionismo, Pop. Art, Op. Art, pintura metafísica.
● Arte popular no Brasil
158
● Caricaturas, charges, cartum.
● Arte paranaense (principais artistas e obras).
● Estudo da linha na pintura
● Superfície (contraste de claro-escuro)
● A cor e as possibilidades de sensações .
● Ritmo por distorção das linhas e das cores
● Composição bidimensional e tridimensional
● Processo da audição: Como você ouve?
● Aparelho fonador – como funciona a voz
● Elementos do som
● Elementos da Música
● Gêneros musicais
● Instrumentos musicais classificação, e como são executados.
● Música brasileiras ( Gêneros e estilos) marcantes a partir da década
de 50, 60, 70, 80, 90, Séc. XXI década 2000 bem como o contexto
histórico.
● Origem do teatro brasileiro
● Leitura de peças teatrais
● Gêneros teatrais
● Teatro Japonês No, Kabuki,
● Máscaras, figurino, luz, efeitos sonoros,
● Impostação de voz e interpretação de personagem, regionalismo.
3.ª SÉRIE
● História da escultura: pré-história, egípcia, grega, romana,
renascentista, barroca, realista, contemporânea, interativa,cinética
● Escultores consagrados e expoentes.
● Escultura abstrata e figurativa
● Escultura em sabão
● Contraste de claro-escuro (pintura com nanquim)
● Contraste com carvão vegetal
● Texturas: orgânicas, inorgânicas, próprias ou produzidas
● Desenho de observação representando diversas texturas com o
159
grafite
● Publicidade e propaganda: criação de anúncios, folder’s, cartazes,
campanha de conscientização, logotipos.
● Criação de capa de CDs e livros
● A música no Brasil
● A formação da música brasileira
● Radionovela – texto, música, personagens, ruídos, efeitos sonoros,
gravação.
● Instrumento folclórico(afoxé, atabaque, berimbau, pandeiro, rabeca).
● Chiquina Gonzaga – serestas, marchinha.
● Tropicalismo ,jovem guarda, forró e músicas que marcaram o final do
século XX.
● Descaracterização da música brasileira pelos modismos impostos
pela mídia
● Cinema brasileiro: “O Pagador de promessas, Oscarito e grande
Otelo, As chanchadas, Glauber Rocha
● Análise da arte paranaense: Alfredo Andersen, De Bona, João Turin,
Poty Lazzaroto
● Teatro – expressão corporal, voz, interpretação – Gêneros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALABRIA,Carla Paula B, Raquel Valle Martins. Arte, história & produção. São
Paulo: FTD, 1997 vol. 1 e 2.
COLL, César, Ana Teberosky. Aprendendo arte. São paulo: Ática, 2000.
PROENÇA, Graça. História da arte. São Paulo: Ática, 1997.
SECRETÁRIA DE ESTADO DO PARANÁ. Projeto de correção de fluxo, caderno
de arte 1 e 2 – artes plástica, teatro e música. Paraná: Governo do
Paraná,1998.
VÁRIOS AUTORES/ARTE SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO. Arte, livro
didático. Curitiba; SEED,2006.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÀ. Diretrizes Curriculares
Estaduais da Educação Básica - 2008.
160
BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCPLINA
Pretende-se que a área de Biologia gere oportunidades para que o
aluno ao final do Ensino Médio tenha adquirido um conjunto de conceitos,
procedimentos e atitudes que operem como instrumentos para a
interpretação do mundo tecnológico em que vivemos, capacitando-o nas
escolhas que faz como indivíduo e como cidadão.
“A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre esse fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreende-lo”. (DCE 2006, pág.15)
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade
crítica, viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade do
mundo.
O ensino de Biologia prepara o aluno para identificar o conhecimento
científico como resultado do trabalho de gerações de homens e mulheres em
busca do conhecimento para a compreensão do mundo, valorizando-o como
instrumento para o exercício da cidadania; o aluno vai valorizar a aplicação
do vocabulário científico para representar e comunicar conhecimentos sobre
o mundo natural e tecnológico; vai desenvolver hábitos de saúde e cuidado
pessoal/corporal, concebendo a saúde pessoal, social e ambiental como bens
individuais e da coletividade que se devem conservar e preservar. Através do
ensino da Biologia que é uma extensão do ensino de ciência no ensino
fundamental, o aluno também vai identificar elementos como recursos
naturais que tenham um ritmo de renovação, perceber os processos de
relação, interação e transformação, os limites e a independência entre os
seres vivos e os demais elementos do ambiente relacionando-os com a
sobrevivência das espécies. Vai ser possível relacionar as características do
ambiente natural e cultural com a qualidade de vida.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja , a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de
161
informações faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na
realização de suas tarefas como estudante; assim ele será capaz também de
desenvolver um olhar atento para usar o conhecimento científico na
discussão e interpretação de fatos do cotidiano, vai discernir o conhecimento
científico de crendices e superstições.
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as
relações entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver flexibilidade
para reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando fatos e dados na
re-elaboração de seus conhecimentos.
Dentro do estudo de Biologia deve se relacionar também descobertas
e invenções humanas, com as mudanças sociais, políticas e ambientais,
compreendendo a tecnologia como recurso para resolver as necessidades do
homem, diferenciando os usos corretos e úteis daqueles prejudiciais ao
equilíbrio da natureza e ao homem.
“A História da Ciência mostra que tentativas de definir a VIDA têm origem desde a Antiguidade. Ideias desse período que contribuíram para o desenvolvimento da Biologia tiveram como principais pensadores e estudiosos os filósofos Platão (428/27 a.C. – 347 a.C) e Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C). Ambos deixaram contribuições relevantes quanto à classificação dos seres vivos, pois suas interpretações filosóficas buscavam explicações para compreensão da natureza”. (DCE 2006, pág.15)
Cada Ciência particular possui um código intrínseco, uma lógica
interna, métodos próprios de investigação, que se expressam nas teorias,
nos modelos construídos para interpretar os fenômenos que se propõe
explicar. Apropriar-se desses códigos, dos conceitos e métodos relacionados
a cada uma da Ciências particulares, compreender a relação entre Ciência,
Tecnologia e Sociedade, representa ampliação das possibilidades de
compreensão do mundo e de participação efetiva nesse mundo.
É objeto de estudo da Biologia, o fenômeno vida em sua diversidade
de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de
processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um
indivíduo, ou ainda de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre
fruto da interação entre seus elementos constituintes e das interação entre
esse mesmo sistema e demais componentes de seu meio. As diferentes
162
formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrer no tempo e no
espaço, sendo, ao mesmo tempo, propiciadoras de transformações no
ambiente.
Ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o
surgimento e a diversificação da vida, de modo que os modelos científicos
conviveram e convivem com outros sistemas explicativos; o ensino da
Biologia permite a compreensão da natureza e dos limites dos diferentes
sistemas explicativos, a contraposição entre os mesmos e a compreensão de
que a Ciência não tem respostas definitivas para tudo, sendo uma de suas
características a possibilidade de ser questionada e de se transformar.
Permite, ainda, a compreensão de que os modelos na Ciência servem para
explicar tanto aquilo que podemos observar, como também aquilo que
nossos olhos não podem ver, que tais modelos são frutos da imaginação
humana e não a própria natureza; mas que, embora imaginados, procuram
sempre ter como critérios de legitimação a realidade.
A presença de elementos da história e da filosofia da Biologia torna
possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações
entre a produção científica e o contexto social, econômico e político. Ao
longo da história é possível verificar que a formulação e o sucesso das
diferentes teorias científicas estão associados a seu momento histórico.
Questões atualmente bastante polêmicas como as que dizem respeito ao
desenvolvimento de tecnologias de intervenção no meio e aproveitamento
de recursos naturais, só podem ser devidamente julgadas e alternativas
encaminhadas, á luz do conhecimento sobre a dinâmica dos ecossistemas,
dos organismos, enfim sobre o modo como a natureza se comporta e a vida
se processa.
O desenvolvimento da Genética e da Biologia Molecular, das
Tecnologias de Manipulação do DNA e de Clonagem, traz á tona aspectos
éticos envolvidos na produção e aplicação do conhecimento científico e
tecnológico, chamado á reflexão sobre as relações entre Ciência, Tecnologia
e Sociedade. Conhecer a estrutura molecular da vida, os mecanismos de
perpetuação e diferenciação das espécies, de diversificação intra-específica,
a importância da biodiversidade para a vida no planeta, permite significar
163
tais construções e intervenções, ponderar sobre os usos de cada uma dessas
produções humanas, reconstruir valores e se posicionar frente tais assuntos,
superando a postura maniqueista.
O desenvolvimento da física quântica mostrou uma realidade que
demanda outras representações, que permite compreender a estrutura
microscópica da vida. Na Biologia estabelecem-se modelos para as
microscópicas estruturas de construção dos seres, de sua reprodução e de
seu desenvolvimento. E se debate, com questões existenciais de grande
repercussão filosófica, se a lugar da vida é um acidente, uma casualidade
que poderia não ter acontecido ou se, pelo contrário é a realização de uma
ordem já inscrita na própria constituição da matéria primeira.
Pretende-se que a área de Biologia gere oportunidades para que o
aluno venha a adquirir um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes
que operem como instrumentos para a interpretação do mundo tecnológico
em que vivemos, capacitando-o nas escolhas que faz como indivíduo e como
cidadão.
A proposta básica é auxiliar os alunos a formar uma mentalidade
crítica, viva e construtiva, sintonizada com a atualidade e com a realidade do
mundo.
O desenvolvimento de uma postura para a aprendizagem, ou seja, a
curiosidade, interesse, mobilização para a busca e organização de
informações faz com que o aluno tenha autonomia e responsabilidade na
realização de suas tarefas como estudantes; assim ele será capaz também
de desenvolver um olhar atento para usar o conhecimento científico na
discussão e interpretação de fatos do cotidiano, vai discernir o conhecimento
científico de crendices e superstições.
Quanto às questões éticas o aluno será capaz de refletir sobre as
relações entre ciência, sociedade e tecnologia, vai desenvolver flexibilidade
para reconsiderar suas ideias reconhecendo e solucionando fatos e dados na
re-elaboração de seus conhecimentos.
O aprendizado de Biologia deve permitir a compreensão da natureza
viva e dos limites dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre
os mesmos e a compreensão de que a ciência não tem respostas definitivas
164
para tudo, sendo uma de suas características a possibilidade de ser
questionada e de se transformar. Deve permitir, ainda, a compreensão de
que os modelos na ciência servem para explicar tanto aquilo que podemos
observar diretamente, como também aquilo que só podemos inferir, que tais
modelos são produtos da mente humana e não a própria natureza,
construções mentais que procuram sempre manter a realidade observada
como critério de legitimação.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Características dos seres vivos
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
BIODIVERSIDADE
Teorias Evolutivas
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Organismos geneticamente modificados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● Apresentação: O que é Biologia
● Histórico da Biologia
● Organização da Biologia
● Lugar da Vida
● Evolucionismo
● Evidências da Evolução
● Evolução dos grandes grupos de seres vivos
165
● Evolução Humana
● Características Gerais dos Seres Vivos
● Introdução á Biologia Celular
● Organização Geral da Célula
● Composição Química das células
● Membranas Celulares
● O citoplasma e o sistema de canais
● Vesículas e Membranas internas da Célula
● As mitocôndrias e a liberação de energia pela célula
● Centro Celular, cílios e flagelos
● Núcleo, Cromossomos e mutações
● Divisão Celular
● Metabolismo energético das Células
● Reprodução
● Desenvolvimento embrionário
● Introdução á ecologia
● Energia nos ecossistemas
● Ciclos Biogeoquímicos
● Relações entre os seres vivos
● Sucessões ecológicas
● Fatores Abióticos
● Dinâmica de populações
● Tópicos de Biogeografia
● O homem e a biosfera
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Características dos seres vivos
Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia
166
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
BIODIVERSIDADE
Teorias Evolutivas
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência
com o ambiente
Organismos geneticamente modificados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● Classificação dos Seres Vivos e a Nomenclatura Biológica
● Os Vírus
● Reino Monera
● Reino Protista
● Reino Fungi
● O Reino metaphyta – Vegetalia – Plantae
● Histologia Vegetal
● Organologia Vegetal – órgãos Vegetativos
● Organologia Vegetal – órgãos de Reprodução e Dispersão
● Tópicos de Fisiologia Vegetal
● Os grandes grupos Vegetais
● Introdução ao Reino Metazoa
● Filo dos Porifera
● Filo dos Coelenterata – Cnidaria
● Filo dos Platyhelminthes
● Filo dos Aschelminthes
● Filo dos Annlelida
● Filo Arthropoda
● Filo Mollusca
● Filo Echinodermata
167
● Filo Chordata
● Superclasse Pisces
● Classe Amphibia
● Classe Reptilia
● Classe Aves
● Classe Mammalia
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Mecanismos de desenvolvimento embriológico
Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
BIODIVERSIDADE
Teorias Evolutivas
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Transmissão das características hereditárias
Organismos geneticamente modificados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● Reprodução e Desenvolvimento
● Reprodução Assexuada ou Agâmica
● Reprodução Sexuada ou Gâmica
● Casos Especiais de Reprodução
● Reprodução Humana
● Sistema Genital Masculino
● Sistema Genital Feminino
● Fecundação
168
● Regulação Hormonal
● Embriologia
● Tipos de Óvulos
● Segmentação ou Clivagem
● Gastrulação
● Organogênese
● Anexos Embrionários
● Introdução á Genética
● Genética Mendeliana
● A sequencia do Mendelismo
● O Di-Hibridismo e a 2ª Lei de Mendel
● Noções básicas de Probabilidade
● Polialelia ou Alelos Múltiplos
● Sistema ABO, Rh, Mn
● Fator Rh ou D
● A herança relacionada ao Sexo
● Gametogênese
● Interação Gênica
● Pleiotropia
● Hidação Fatorial ou “Linkage”
● Genética de Populações
● Genes ligados, permutações e mapas genéticos
● Hereditariedade e cromossomos sexuais
● Biotecnologia e Engenharia Genética
● Mapeamento dos Genes nos cromossomos
● Clonagem do DNA em bactérias e Vírus
● Organismos transgênicos
● Recuperação de espécies em extinção
METODOLOGIA
Os conteúdos serão trabalhados através de equipes ou grupos onde os
alunos em conjunto poderão esclarecer e tirar as dúvidas durante as aulas
expositivas.
169
O trabalho com textos de jornais e revistas serão utilizados como ponto
de partida para um determinado tema. A leitura dos recortes gera perguntas
e polêmicas sobre determinados assuntos. Os recortes e as perguntas
podem ser organizadas em um mural para serem trabalhadas durante as
aulas onde o tema será abordado.
Trabalhar com experiências é muito importante para desenvolver
habilidades de raciocínio do aluno e motivá-lo para a aprendizagem ao
explicar os conteúdos em situações do dia-a-dia. O ponto de partida para a
elaboração de uma aula prática é saber qual objetivo que se quer atingir
com a experiência.
Poderão ser feitas visitas a locais pré-estabelecidos onde os alunos irão
formar novos conceitos sobre temas já estudados, poderá ser feito uma
visita a: postos de saúde, estação da ciência, bibliotecas, faculdades, etc...
O filme também poderá ser trabalhado, pois é uma fonte muito valiosa
de relação da realidade com o conteúdo a ser discutido, o filme em cinema
ou vídeo, podendo ser didático ou comercial, traz uma linguagem mais
próxima do aluno e distinta das utilizadas normalmente nas aulas.
Formas de aprender e ensinar biologia
Os avanços das pesquisas didáticas das Ciências apontam a
importância da análise psicológica e epistemológica do processo de ensino e
aprendizagem das Ciências, para compreendê-lo e re-estruturá-lo. Esse
processo envolve a estrutura do conhecimento científico e seu processo
histórico de produção, que tem relações com várias atividades humanas,
especialmente a tecnologia, com valores humanos e concepções de Ciência.
Deve-se também levar em conta que os estudantes possuem um repertório
de representações, de conhecimentos intuitivos, adquiridos pela vivência,
pela cultura e senso comum, acerca dos conceitos que serão ensinados na
escola. O grau de amadurecimento intelectual e emocional do aluno e sua
formação escolar são relevantes na elaboração do conhecimento científico,
considerando esses conhecimentos prévios. O professor também carrega
consigo muitas ideias de senso comum, ainda que tenha elaborado parcelas
do conhecimento científico.
170
É fundamental, portanto, que se estabeleça uma relação entre o aluno,
o professor e o conhecimento científico, na perspectiva da aprendizagem
significativa do conhecimento historicamente acumulado, da formação de
uma concepção de Ciência e sua relação com a Tecnologia e com a
Sociedade.
No ensino médio, embora os alunos sejam capazes de elaborar
conceitos, de articular dados a redes de ideias, de compreender teorias
científicas e sua construção espaço-temporal, é preciso considerar que a
apropriação de tais conceitos e dos procedimentos aí envolvidos é processual
e mediada pela interação professor/aluno.
Os modelos científicos têm uma lógica interna, grande parte das
vezes, diversa daquela do conhecimento intuitivo. Tem-se verificado que as
concepções espontâneas das crianças e adolescentes se assemelham a
concepções científicas de outros tempos. É o caso, na Biologia, das
explicações de tipo lamarckista sobre o surgimento e diversidade da vida. A
apreensão de um conceito científico, nem sempre significa o abandono do
intuitivo. Pesquisas têm mostrado que muitas vezes conceitos intuitivos
coexistem a conceitos científicos aprendidos na escola. Neste caso o ensino
não provocou uma mudança conceitual mas, desde que a aprendizagem
tenha sido significativa, o aluno adquiriu um novo conceito. Além disso,
desde que o professor interfira adequadamente, o aluno pode ganhar
consciência de fatos e fenômenos, estando apto a reconhecer e aplicar
diferentes domínios de ideias em diferentes situações.
Se é nossa intenção que os alunos se apropriem do conhecimento
científico e desenvolvam uma autonomia no pensar e agir, é importante
concebermos a relação de ensino/aprendizagem como uma relação entre
sujeitos, em que cada um, a seu modo, com determinado papel, está
envolvido na construção de uma compreensão dos fenômenos naturais e
suas transformações, na formação de atitudes e de valores humanos.
É do aluno o movimento de “resignificar” o mundo, de construir
explicações norteadas pelo conhecimento científico; somente ele pode
realizá-lo. Mas esse processo não é espontâneo, é construído pela
intervenção do professor. É o professor que tem condições de orientar este
171
caminhar do aluno, criando situações e fornecendo informações que
permitam a re-elaboração e a ampliação dos conhecimentos prévios de seus
alunos, propondo articulações entre os conceitos construídos, de sorte a
organizá-los como corpo de conhecimento sistematizados.
É ao professor que cabe selecionar, organizar e problematizar
conteúdos de modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual
do aluno, na sua construção como ser humano, e que sejam importantes do
ponto de vista de sua inserção social.
As diversas metodologias aplicadas no processo de ensino-
aprendizagem sofreram, durante a evolução da didática, várias
modificações, e talvez para a época em que foram utilizadas, eram as mais
acertadas ou possíveis de serem encaminhadas. Não podemos deixar de
considerar que, de modo que a construção da ciência Biologia se dá sob a
interferência de agentes sociais, políticos, religiosos e econômicos em que
está processando, o ensino dessa área do conhecimento também sofrerá a
ação, com maior ou menor intensidade, de cada um desses agentes. Dessa
forma temos uma gama relativamente complexa de mecanismos didáticos
em que a “apropriação” dos conceitos em Biologia, e não só em Biologia,
aconteceu ou acontece. Descrevemos alguns deles, apenas como mote para
podermos comparar com o que pensamos acerca desse processo.
Alguns professores estão preocupados, em formular questões com o
objetivo de medir o tamanho do repertório adquirido pelo aluno e poder dar
notas boas ou ruins, como forma de reforçar positiva ou negativamente sua
postura frente ao aprendizado. Implícita nesta prática do professor está à
ideia de que a conduta do aluno pode ser moldada por fatores externos
(notas), não havendo a necessidade de ensiná-lo a aprender; ao aluno resta
a expectativa de receber um prêmio ou um castigo pelo que puder
apresentar. Nesse sentido o aprendizado está na dependência exclusiva de
reforços e o aluno é um mero receptor passivo do conhecimento. De acordo
com essa concepção o mérito do aluno está tão somente em apresentar a
maior quantidade possível de conteúdos, independente de sua relevância, e
a responder, de forma mais semelhante possível ao texto, as questões
formuladas pelo professor.
172
Esta forma de pensar o ensino em Biologia fez com que escutássemos
dos alunos, e por várias vezes, que “para aprender alguma coisa nesta
matéria basta memorizar o máximo possível as informações;
Biologia é única e exclusivamente decoreba”.
Outros professores dedicam-se a selecionar conteúdos, que exprimam
e organizem os saberes culturais importantes que formarão o corpo de
conhecimentos de que o aluno deverá se apropriar através de várias
estratégias pedagógicas ( aulas expositivas, leituras de texto, vídeos,
experimentações, visitas a museus, etc. ).
Diferente do primeiro caso, o professor entende que a aprendizagem
depende, também, de uma série de processos cognitivos que atuam na
mente do aluno e que esses processos devem ser levados em conta no
aprendizado. O problema surge na hora de tentar decifrar a natureza desses
processos cognitivos e como intervir neles, contribuindo para o seu
aprendizado. A escolha pode levar a basicamente, mas não exclusivamente,
dois caminhos: copiar ou construir.
O copiar é fruto de uma crença em que apreender consiste em
reproduzir, sem mudanças, a informação que chega por diferentes meios e
que o conhecimento é uma cópia interna da informação externa. Nesse caso,
o professor, passa a ser de extrema importância a seleção dos conteúdos
mais adequados e também as condições ideais para que o aprendizado
( cópia ) aconteça. Essa forma de aprendizado está diretamente relacionado
com a corrente positivista que permeou o ensino nos anos 50 e 60, que
postulava o estabelecimento de uma lógica legitimada pela Ciência como
condição suficiente para o aprendizado. Todos os conteúdos, não importando
se biológicos ou não, se caracterizavam por apresentar uma organização
lógica, com linguagens e métodos objetivos, que garantiriam a coerência
interna do aluno. O professor deveria propor atividades onde o aluno
pudesse repetir, de diferentes formas, o que deveria aprender ( construir
maquetes, desenhos, esquemas, ver slides e ler textos sobre célula), ou
trabalhar em classe e em casa, várias modalidades de “ exercícios de
fixação” sobre o mesmo conteúdo. De acordo com essa concepção o aluno
que tivesse sua mente organizada dentro de princípios lógicos, estaria
173
preparado para aprender todos os saberes, inclusive os que não tivessem a
mesma estrutura lógica. Para a maioria dos alunos o resultado foi uma
repetição de conteúdos, sem uma real compreensão do objeto de estudo e
sem a possibilidade de aplicação do aprendizado em situações que
extrapolassem a sala de aula. Por exemplo, por mais que tivessem utilizado
métodos científicos nos experimentos em laboratório, não transferiram esses
procedimentos para o seu dia a dia. Nesta concepção a aprendizagem não
incorpora as características do aluno que aprende e muito menos os
processos pelos quais aprende.
A construção do conhecimento tem como princípio básico o
aprendizado através de uma elaboração pessoal da representação do objeto
de estudo. Neste sentido o aluno não é considerado um ser desprovido de
conhecimentos e o professor não é o único que conhece os conteúdos. Os
saberes espontâneos serão alvos de estudo e aprofundamento e é a partir
deles que o conhecimento sistematizado é construído. Professores e alunos
saem das respectivas posições de atores e espectadores, colocados que
foram nas outras formas de ensino-aprendizagem, para assumirem posições,
ambos, de agentes do processo. O centro do processo deixa de ser a Biologia
e o aluno assume a posição de destaque, já que o seu aprendizado está na
dependência direta da sua atuação sobre o conteúdo a ser ensinado.
O professor não pode simplesmente avaliar as capacidades dos alunos
( relacionar, inferir, interpretar, deduzir, etc ), mas terá que, antes de avaliar,
ensinar o que deve ser feito para que consigam realizar esses
procedimentos. Muitos educadores, apesar de adotarem essa concepção de
ensino-aprendizagem, entendem que o fato de ensinar tais procedimentos
equivale a realizar uma tarefa que os alunos deveriam conseguir fazer por si
mesmos. É necessário uma reflexão sobre essa prática: não é possível
considerar esse processo de ensino-aprendizagem como sendo uma série de
passos, por diferentes caminhos, que devam ser percorridos solitariamente
pelo aluno. Se partimos dos pressupostos de que os alunos são pessoas
capazes de se desenvolver em sociedade e portanto com condições de se
apropriarem de conhecimentos importantes para essa vida em sociedade;
que essa apropriação não acontece por acaso, mas é intimamente
174
dependente de esforços do quarteto: professor-aluno-escola-família; que o
caminhar não deve ser feito somente pelo aluno mas também pelo
professor, devemos ir em busca do aprofundamento do nosso papel como
educadores, assim como das características intrínsecas desse processo de
ensino-aprendizagem.
Nessa perspectiva é de suma importância ensinar o aluno a aprender e
ajudá-lo a compreender que, quando aprende, não deve levar em conta
apenas o conteúdo, objeto de aprendizagem, mas também como se organiza
e atua para aprender. Dessa forma o ensino deve ser compreendido no
trabalho pedagógico como tendo conteúdos conceituais (objetos de
aprendizagem ), conteúdo procedimentais (como se organizar para se
apropriar dos objetos de aprendizagem ) e conteúdos atitudinais ( normais,
valores e atitudes adequados para conseguir se organizar na apropriação
dos objetos de aprendizagem ).
Algumas estratégias
Conteúdos diversos podem ser trabalhados com diferentes técnicas,
com uma mesma técnica ou ainda com uma combinação delas. É desejável,
entretanto, que se assegure uma dinâmica de aula capaz de estimular o
interesse dos alunos, de instigá-los a resolver os problemas que devem
emergir das próprias atividades, organizadas e dos procedimentos
envolvidos. É necessário, portanto, variar as técnicas e as atividades de
acordo com os conteúdos que se pretende desenvolver.
Se pretendemos que os alunos compreendam conceitos e se
apropriem de procedimentos, é importante considerarmos as interpretações
que eles trazem acerca dos fenômenos em estudo. Tal situação nos permite
conhecer seu repertório, seus referenciais e organizar atividades que
viabilizem o confronto dessas interpretações com os dados obtidos e com
outras interpretações. Coloca-se, assim, para os alunos, um problema cuja
superação exige mais informações e uma mudança de referenciais.
As técnicas são várias e não pretendemos com os nossos exemplos
esgotá-las, mas apontar para os cuidados que devemos ter ao adotá-las.
● Textos: podem ser utilizados, uma vez verificada sua adequação,
175
como introdução ao estudo de um dado conteúdo, síntese do
conteúdo desenvolvido, leitura complementar. Um texto apresenta
concepções filosóficas, visões de mundo, e deve-se estimular o
aluno aprender a ler além das palavras, aprender, dar chance a ele
avaliar e mesmo se contrapor ao que vê e ouve. A leitura de um
texto deve ser sempre um recurso e não a aula. Assim, cabe ao
professor problematizar o texto e oferecer novas informações que
caminhem para a compreensão do conceito pretendido.
● Experimentos: não como mera constatação prática de conceitos
trabalhadores em classe ou que “tenham que dar certo”. Um
experimento requer um controle e seus resultados nem sempre não
previsíveis. A importância está justamente em interpretar os
resultados que se obtêm, diante daquilo que “ esperava-se que
acontecesse”. Um experimento é uma técnica de investigação que
deve estar acompanhada de questões que permitam a reflexão,
posterior análise e organização dos dados obtidos e fornecimento de
informações para que o conceito pretendido seja elaborado.
● Debates: é uma técnica bastante interessante, que pode ampliar o
universo do aluno, que estimula o desenvolvimento da capacidade
de síntese, argumentação etc, e é um ótimo momento para se
trabalhar as questões relativas a atitudes e valores (respeitar, ouvir
e falar no momento correto, capacidade de convencimento etc ). O
debate exige um conjunto de atividades preparatórias ( como a
seleção de textos sobre o tema )
● Excursões – Estudos do Meio: é um excelente recurso em Biologia,
dada a riqueza de material que podemos encontrar e analisar no
próprio ambiente. É preciso que o professor tenha claro o que
pretende explorar, visitar o local com antecedência e elaborar um
roteiro. Os dados das observações devem ser registrados e, de volta
á sala de aula, organizados, analisados e interpretados, tendo
sempre como referência o objetivo explicitado na elaboração da
proposta.
● Aulas expositivas: é comum entre os professores a ideia de que essa
176
técnica pedagógica é sempre cansativa, longa e desinteressante,
além de frequentemente recorrerem a ela quando há necessidade
de transmitir um conceito. A aula expositiva é o momento do
diálogo, do exercício da criatividade e do trabalho coletivo de
construção do conhecimento. Através dessa técnica podemos, por
exemplo, fornecer informações preparatórias para um debate, jogo
ou outra atividade em classe, análise e interpretação dos dados
coletados nos estudos do meio e laboratório, além de trabalhar os
objetivos atitudinais inerentes a uma produção coletiva.
● Audiovisual: ( filmes, slides, transparências, painéis fotográficos,
registros sonoros ). São recursos complementares importantes,
desde que o professor verifique e reafirme a relação do filme com os
conteúdos que estão sendo trabalhados, prepare sua sequencia e
garanta a qualidade da apresentação.
● Jogos: O aluno deve se sentir desafiado pelo jogo e não somente
pelos outros participantes. Logicamente, o aspecto competitivo
estará presente. Não devemos nos preocupar com o aparecimento
desse fator ( competição ), desde que a nossa postura seja a de
evidenciar que a competição é da natureza dos jogos e não da vida.
É muito importante que o professor se assegure da organização no
registro de dados ( marcações do jogo ), para que sejam
compreendidas as interpretações sobre o desenvolvimento ou final
do jogo.
Temas da biologia para o núcleo comum
A decisão sobre o que e como ensinar Biologia, no núcleo comum, está
diretamente relacionada aos objetivos que estabelecemos para o ensino da
disciplina e precisa considerar: _momento de desenvolvimento intelectual
dos alunos, de sorte a possibilitar que eles compreendam os conceitos
envolvidos, com eles operem, e avancem no seu desenvolvimento; _ uma
articulação dos conteúdos, de tal forma que permita a compreensão das
inter-relações dos temas abordados; _ um tratamento que propicie a
compreensão de que a vida, assim como o universo, é fruto de interações
177
entre seus elementos constituintes.
A ideia de que o universo se comporta como uma máquina, em que
cada peça opera isoladamente, tem sido uma tônica no ensino de Biologia e
tem gerado incompreensão, desinteresse e a falsa ideia de que ao estudar
cada parte o aluno estará apto a compor e compreender o todo; _ um
tratamento que também permita a compreensão de que as teorias em
Biologia (como nas demais ciências) se constituem em modelos explicativos,
constituídos em determinados contextos sócio-político-econômicos; as
relações, cada vez mais ampliadas, entre Biologia e Tecnologia e desses
fazeres humanos com a qualidade de vida.
É importante atentarmos para uma distribuição dos conteúdos, ao
longo do 2º grau, de modo a garantir a compreensão do todo, partindo do
geral, analisando sua complexidade até chegar ao particular e retomando o
geral. O fenômeno vida é a totalidade. Pode estar expresso no ambiente,
num organismo, numa célula, mas é sempre resultado de inter-relações
particulares. Assim, estudando essas interações, chegamos a compreender o
particular.
O ambiente, por exemplo, é produto das interações entre fatores
abióticos e seres vivos. É preciso que se conheça, num primeiro plano, essas
interações para então conhecer cada organismo em particular e reconhecê-
lo no ambiente. Por sua vez, cada organismo é um conjunto de interações
entre órgãos, aparelhos e sistemas que, no particular, são formados por um
conjunto de células que interagem. E, no mais íntimo nível, cada célula se
configura pelas interações entre suas organelas, que também possuem suas
particularidades individuais, e pelas interações entre essa célula e as demais.
Importa, também, que os conteúdos se apresentem como problemas a
serem resolvidos. Assim, o primeiro problema biológico a ser resolvido com
os alunos, se refere ás interações entre seres vivos, incluindo o ser humano,
e demais elementos do ambiente, seguido da lugar e diversidade, até que
conhecer a célula transpareça como problema a ser desvendado para uma
maior e melhor compreensão do fenômeno vida. E mais, que os alunos
tenham um desses problemas biológicos comporta conexões com aspectos
do conhecimento tecnológico a eles associados.
178
Os Conteúdos Estruturantes de Biologia ao mesmo tempo agrupam as
diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como
relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no
Ensino Médio.
Tomando os objetivos definidos para o ensino de Biologia no nível
médio de escolaridade e as considerações acima, sugere-se que os
conteúdos selecionados estejam articulados pelos eixos:
Organização e Distribuição dos Seres Vivos
Noções sobre citologia aparecem nos temas anteriores, com níveis
diversos de enfoque e aprofundamento. Por exemplo, ao trabalharmos as
funções vitais básicas dos seres vivos (Tema Diversidade da Vida) vários
processos celulares podem ser abordados: fotossíntese, respiração celular,
digestão celular etc. No estudo da hereditariedade pode se tratar a síntese
proteica e, portanto, as noções de núcleo, ribossomos, ácidos Nucleicos; os
conhecimentos sobre os processos de divisão celular também podem ser
contemplados. Os exemplos citados acima evidenciam o estudo da célula de
forma contextualizada, isto é, a célula pode ser vista como parte de um todo
e como unidade.
Nesse tópico cabe elaborar uma síntese para construir o conceito
sistematizado de célula e ampliá-lo nos estudos acerca da sua origem e
evolução (hipóteses sobre a origem da célula procarionte, eucarionte
autotrófica e heterotrófica), especialização (diferenciação celular) e
interações (organismos pluricelulares).
Recomenda-se que os estudos sobre embriologia atenham-se á
espécie humana, focalizando-se as principais fases embrionárias (ovo,
mórula, blástula, gástrula, nêurula), os anexos embrionários e a comunicação
intercelular no processo de diferenciação. Caso haja interesse, demanda, por
conhecer a embriologia de demais grupos de seres vivos, tal assunto pode se
constituir em tema integrante do núcleo diversificado.
Medicina ortomolecular, radicais livres e envelhecimento celular são
conhecimentos que podem ser relacionados aos estudos de citologia.
Compõem esse tópico as diferentes ideias sobre o surgimento da vida
179
na Terra e as características dos primeiros sistemas vivos, com
aprofundamento na hipótese atualmente mais aceita, evidenciando-se a
contribuição dos diferentes campos do conhecimento, como a geologia, a
física e a astronomia, por exemplo. O estudo dos processos que culminaram
com o surgimento desses sistemas vivos leva a indagações acerca dos
diferentes níveis de organização, resultantes das interações entre tais
sistemas e entre eles e o meio. Os níveis de organização (tecidos, órgãos,
aparelhos, organismos, populações, comunidades, ecossistemas, biosfera)
são, portanto, assunto deste tópico. Os aspectos relacionados á tecnologia
podem aparecer, aqui, representados pelos instrumentos, aparelhos e
procedimentos, cujo desenvolvimento contribui para a compreensão dos
processos relacionados ao surgimento da vida e suas manifestações.
Biodiversidade
Focalizando-se as interações entre os diversos seres vivos e elementos
físico-químicos que configuram um ecossistema, estudam-se sua estrutura e
dinâmica. É de maior importância que não se perca de vista a íntima relação
entre estrutura e função, a fim de garantir a compreensão das frequentes
transformações, das quais também nós fazemos parte e ás quais também
nós estamos sujeitos. Torna-se fundamental, portanto, a compreensão das
relações alimentares representadas pelas cadeias e teias alimentares; dos
ciclos da matéria e do fluxo de energia, como formas de interação entre a
porção viva e a abiótica do sistema; dos movimentos populacionais; do
equilíbrio dinâmico que caracteriza qualquer ecossistema. O estudo das
relações alimentares chama a investigação das formas de obtenção de
alimento e energia pelos seres vivos, ainda numa abordagem
fenomenológica. Se as interações acima apontadas se apresentam em
quaisquer ecossistemas, o que torna cada um deles particular? O estudo dos
diversos ecossistemas brasileiros, um olhar atento ao modo como fatores
bióticos e abióticos interagem em cada um deles, de modo a produzir
sistemas distintos, oferece elementos para a construção da resposta.
O ser humano, parte integrante dos ciclos e fluxos que operam nos
ecossistemas, neles intervém produzindo modificações intencionais,
180
mediadas pela tecnologia, construindo novos ambientes. O estudo da
ocupação humana, através da abordagem de alguns entre os diversos temas
existentes, permite a compreensão e o julgamento de diferentes modos de
realizar tais intervenções e sua relação com fatores político-econômicos; o
estabelecimento de relações entre degradação ambiental e saúde humana e
a avaliação do desenvolvimento sustentado como alternativa ao modelo de
desenvolvimento vigente. Também nesse tópico se evidenciam conexões
com outros campos do conhecimento, como a física e a química – ciclos da
matéria e fluxo de energia; como a física a química, a história, a geografia, a
filosofia – ocupação humana.
Um aspecto da maior relevância na abordagem dos ecossistemas diz
respeito a sua construção no espaço e no tempo e á possibilidade da
natureza absorver impactos e se recompor. O estudo da sucessão ecológica
permite compreender a dimensão espaço – temporal do estabelecimento de
ecossistemas, relacionar diversidade e estabilidade de ecossistemas,
relacionar essa estabilidade e equilíbrio dinâmico, fornecendo elementos
para avaliar as possibilidades de absorção de impactos pela natureza.
Processos de Modificações dos Seres Vivos
Diversas foram as explicações sobre a diversidade das espécies –
fixismo, vitalismo, catastrofismo, lamarckismo, darwinismo, neodarwinismo,
neolamarckismo, teoria sintética da evolução. Conhecer algumas dessas
explicações, seus pressupostos, seus limites, o contexto em que foram
formuladas e em que foram substituídas ou complementadas e
reformuladas, permite a compreensão da dimensão histórico-fisiológica da
produção científica e o caráter da verdade científica.
Focaliza-se, então, a teoria sintética da evolução, abordando-se a
contribuição de diferentes campos do conhecimento para sua elaboração,
como, por exemplo, a paleontologia, a embriologia, a genética, a bioquímica.
É central para a compreensão da teoria os conceitos de adaptação e seleção
natural como mecanismos da evolução e a dimensão temporal (tempo
geológico) do processo evolutivo. Embora possam parecer corriqueiros, tais
conceitos são bastante complicados e, grande parte das vezes, os alunos
181
não se apropriam dos mesmos. As relações entre alterações ambientais e
modificações dos seres vivos, estas últimas decorrentes do acúmulo de
alterações genéticas, precisam ser compreendidas como eventos
sincrônicos, que não guardam relação de causa e efeito; a variabilidade
como consequência de mutações e de combinações diversas de material
genético, precisa ser entendida como substrato sobre o qual age a seleção
natural; a própria ação da natureza selecionando combinações genéticas que
se expressam em características adaptativas, também precisa ser
significada, considerando a reprodução como possibilitadora da permanência
de determinado material genético na população.
A interpretação do processo de especiação (formação de novas
espécies) demanda a aplicação dos conceitos acima apontados,
relacionando-os ás condições de isolamento geográfico e reprodutivo.
Para o estudo da diversidade de seres (tradicionalmente Zoologia e
Botânica) é adequado o enfoque evolutivo-ecológico, a história geológica da
vida. A escala de tempo geológico é focalizada, centrando-se atenção na
configuração das águas e continentes e nas formas de vida que marcam
cada período e era geológicos. Uma análise primeira permite verificar que a
vida surge, se expande, se diversifica e se fixa nas águas. Os continentes são
ocupados posteriormente á ocupação das águas e, neles também, a vida se
diversifica e se fixa, não sem um grande número de extinções.
O estudo das funções vitais básicas (nutrição, transporte, trocas
gasosas, respiração excreção, reprodução), realizadas por diferentes
estruturas, órgãos e sistemas, com características que permitem sua
adaptação nos diversos meios, possibilitam a compreensão das relações de
origem entre diferentes grupos de seres vivos e o ambiente em que essas
relações ocorrem. Ao abordar as funções acima citadas, pode ser dado
destaque ao corpo humano, estudando essa espécie em particular. Uma vez
resguardados os aspectos básicos acima tratados, fica a critério do professor
o aprofundamento dado a cada tema, tendo em vista a demanda e a
dinâmica de sala de aula.
Os estudos realizados (relações estabelecidas entre
forma/função/ambiente) permitem estabelecer critérios objetivos através dos
182
quais os seres vivos podem ser agrupados. Desta forma ao estudar o
indivíduo, estaremos estudando o grupo ao qual ele pertence e vice-versa.
Vale ressaltar que o contexto evolutivo deve estar presente na elaboração
dos agrupamentos feitos. Caso haja interesse nos estudos aprofundados de
determinados grupos de seres vivos, em particular – sua anatomia, fisiologia
e comportamentos – o assunto pode se converter em tema ou temas do
núcleo diversificado.
Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida
O que faz com que os peixes gerem sempre e tão somente peixes,
samambaias gerem samambaias, seres humanos gerem seres humanos? O
que faz com que os indivíduos de cada grupo animal ou vegetal, mesmo tão
semelhantes jamais sejam idênticos?
Questões como essas mereceram explicações diversas ao longo da
história da humanidade, até que se estabelecessem as leis da Genética. O
conhecimento da estrutura e composição do material genético
(cromossomos, DNA, genes); do processo de síntese de proteínas e de que é
o conjunto proteico que caracteriza uma espécie, são aspectos fundamentais
á compreensão do modo como a hereditariedade acontece.
Contribui, ainda, para esse entendimento a compreensão do processo
da reprodução celular (mitose e meiose – sem detalhamento das fases)
Relacionando os conceitos e processos acima expressos, trabalham-se
as leis da herança mendeliana (1ª e 2ª leis de Mendel e algumas de suas
derivações: alelos múltiplos, herança quantitativa e herança ligada ao sexo),
recombinação gênica e ligação fatorial.
Para dar significado ás leis da hereditariedade são necessárias noções
de probabilidade, análise combinatória e bioquímica.
De posse desses conhecimentos é possível ao aluno relacioná-los ás
tecnologias de clonagem, manipulação do DNA (biotecnologia), ao projeto
Genoma, em que se abordam aspectos éticos, morais, políticos e
econômicos envolvidos na produção científica e na sua utilização, momento
bastante adequado ao trabalho com a superação de posturas maniqueistas.
183
AVALIAÇÃO
O aluno deverá expor suas ideias de forma clara, sendo capaz de
argumentar e discutir sem dificuldade sobre o ponto de vista.
A avaliação do aprendizado deve ser feita a todo o momento, mesmo
porque a construção do conhecimento é um processo mais demorado que
vem com resultados cotidianos. A avaliação deve ocorrer ao longo do
processo de aprendizagem, propiciando ao aluno múltiplas possibilidades de
expressar e aprofundar a sua visão do conteúdo trabalhado.
As avaliações diagnósticas devem acontecer de diferentes formas de
expressões e oportunidades para que o próprio aluno sinta a necessidade do
valor do ensino de biologia, assim ele criará consciência das suas
possibilidades, objetivos e interesses.
O desenvolvimento de atividades em equipe produz um maior
aproveitamento já que os alunos trocam experiências vivenciadas no seu
dia-a-dia rendendo bons trabalhos e temas para discussões em seminários.
Os conceitos deverão ser avaliados de modo que demonstrem o nível
de conhecimento adquirido pelo aluno na prática diária, as definições dos
assuntos devem ser discutidas e associadas ao dia-a-dia para que haja
compreensão e não apenas o aprendizado momentâneo.
As avaliações serão feitas para os alunos demonstrarem os seus
conhecimentos, através de: testes escritos, participação nas atividades
propostas diariamente, elaboração de painéis e seminários, trabalhos
individuais e em equipes onde os alunos vão manifestar os avanços na
aprendizagem. A elaboração de feira de ciências vai demonstrar os seus
conhecimentos e futuramente os resultados obtidos das pesquisas, das aulas
práticas e visitas a locais onde os alunos poderão acrescentar conhecimentos
e tirar dúvidas em relação a aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio.
Brasília, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a
184
escola pública do estado do Paraná. 3a edição. Curitiba: SEED, 1997.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Temas para estudo - Biologia. Curitiba: SEED, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Biologia – Orientações Curriculares Preliminares. Curitiba: SEED.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Orientações Curriculares Preliminares - Biologia. Semana Pedagógica.
Curitiba:SEED, julho/2005
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Orientações Curriculares Preliminares - Biologia. Semana Pedagógica.
Curitiba:SEED, fevereiro/2006
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio – Versão
preliminar. Curitiba: SEED, julho/2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Biologia.
Curitiba: SEED, 2008.
PÁTIO REVISTA PEDAGÓGICA – Currículo – Que Pessoas Queremos
Formar? Ano X, fev/abr 2006. Editora Positivo
SANTOS, Maria Ângela Dos. Biologia Educacional. São Paulo: Ática, 2005
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
No final do século XIX, Rui Barbosa, deputado geral do império, emitiu
um parecer sobre o projeto denominado reforma do ensino primário e várias
instituições complementares da instrução pública, no ano de 1882, quando,
entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação
do cidadão, equiparando-a em categorias e autoridade às demais disciplinas.
A partir de então, a educação física tornou-se obrigatória nos currículos
escolares, destacando-se que a burguesia brasileira depositou na ginástica a
responsabilidade de promover, por meio dos exercícios físicos, a saúde do
corpo, o pudor e os hábitos condizentes com a vida urbana.
185
As práticas pedagógicas escolares de educação física foram
fortemente influenciados pela instituição militar e pela medicina, emergentes
dos séculos XVIII e XIX.
Para atender aos objetivos de adquirir, conservar, promover e
restabelecer a saúde por meio dos exercícios físicos, foram importados da
Europa práticas conformativas, como modelo de saúde e sistemas de
ginástica.
Por não existir um plano nacional de educação física a prática nas
escolas se dava pelo método francês de ginásticas adotadas pelas forças
armadas e tornado obrigatório a partir de 1931. A educação física se
consolidou no contexto escolar a partir da Constituição de 1937, quando
objetivava doutrinar, dominar e conter os ímpetos das classes populares.
Também estabelecia o patriotismo a hierarquia e a ordem.
A educação física seguia a risca os princípios higienistas para um corpo
forte e saudável, com atividades para a formação de um corpo masculino,
robusto, delineado para a defesa e proteção da família e da Pátria.
Com o promulgação da Lei orgânica do ensino secundário em 1942,
instituiu-se um primeiro ciclo denominado ginasial, com duração de 4 anos e
um segundo ciclo de 3 anos, com duas opções, o clássico e o científico. Essa
reforma ampliou a obrigatoriedade da educação física até os 21 anos de
idade, para formar mão-de-obra fisicamente capacitada para o mercado de
trabalho.
A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase no
Brasil, devido aos acordos feitos entre o MEC e o Departamento Federal de
Educação Americana. Esse fato permitiu que muitos professores da disciplina
frequentassem, nos Estados Unidos, cursos de pós-graduação na área
esportiva. O esporte consolidou sua hegemonia na educação física, quando
os currículos passaram a tratá-lo com maior ênfase pelo método tecnicista
centrado na capacitação e no desempenho.
Em meados da época de 1980 começou-se a formar uma comunidade
cientifica na educação física, de modo que passaram a existir tendências ou
correntes, cujos debates evidenciavam severas críticas ao modelo vigente
até então.
186
No início da década de 90, um momento significativo para o estado do
Paraná foi elaboração do currículo básico, fundamentava-se na pedagogia
histórico crítica, denominada de educação física progressista, revolucionária
e crítica, sob pressupostos teóricos pautados no materialismo histórico
dialético.
Essa proposta representou um marco para a disciplina, destacou a
dimensão social da educação física e possibilitou a consolidação de um novo
entendimento em relação ao movimento humano, como expressão da
identidade corporal como prática social e como uma forma de homem se
relacionar com o mundo. Ainda, a proposta valorizou a produção histórica e
cultural dos povos, relativa à ginástica, a dança, aos desportos, aos jogos e
as atividades que correspondem às características originais.
Tais avanços teóricos da educação física sofreram retrocesso da época
de 1990, quando, após a discussão e a aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases o Ministério da Educação (MEC) apresentou os parâmetros curriculares
nacionais (PCN) para a disciplina de educação física.
Os parâmetros curriculares nacionais de educação física para o ensino
fundamental buscaram abandonar as perspectivas da aptidão física,
fundamentadas em aspectos técnicos e fisiológicos, e destacaram outras
questões relacionadas às dimensões culturais, sociais, políticas, afetivas, no
tratamento dos conteúdos, baseadas em concepções teóricas relativas ao
corpo e ao movimento.
Nos parâmetros curriculares nacional para o ensino médio, os
conhecimentos historicamente constituídos foram descaracterizados.
Verificou-se, portanto, uma desvalorização da teorias, em nome de questões
imediatistas e abstratas, presente na pedagogia das competências.
Pode-se dizer que os parâmetros curriculares nacionais de educação
física, transitou por diversas perspectivas, desde as mais reacionárias até as
mais criticas, nestas diretrizes curriculares opta-se por interrogar a
hegemonia que entende essa disciplina tão somente como treinamento do
corpo, sem nenhuma reflexão sobre o fazer corporal. Busca-se, assim, a
formação de um sujeito que reconheça o próprio corpo em movimento e
também a sua subjetividade.
187
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais, as áreas do Conhecimento
devem ser articuladas com aspectos da Vida Cidadã: saúde, sexualidade,
vida familiar e social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e
linguagens.
Procurando atuar no processo de construção da cidadania e de
igualdade de direitos entre os cidadãos, a disciplina de Educação Física,
dentro de suas especificidades, deverá através dos seus eixos norteadores,
repensar e re-estruturar rituais, regras, valores, tempos e espaços que
compõem o trabalho pedagógico que abrange a educação do corpo da
escola.
É fundamental que se faça uma clara distinção entre os objetivos da
Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e
da luta profissional. Embora sejam uma fonte de informações, não podem
transformar-se em meta a ser almejada pela escola, como se fossem fins em
si mesmas: “É o movimento humano com determinado significado/sentido,
que por sua vez, lhe é conferido pelo contexto histórico-cultural. O
movimento que é tema da Educação Física é o que se apresenta na forma de
jogos, de exercícios ginásticos, de esportes, de dança, etc.”(Brachdt, apud
Daolio, 2004: 43)
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos
para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não
seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Cabe assinalar
que os alunos portadores de necessidades especiais não podem ser privados
das aulas de Educação Física. Segundo Mauro Betti, este enfoque dentre
outros dois princípios, vêm de encontro às novas Diretrizes Curriculares:
(1) Princípio da não exclusão: que prega que os conteúdos e métodos
da Educação Física devem incluir a totalidade dos alunos, (2) Princípio da
diversidade, que defende que os conteúdos do programa de educação física
ofereçam variedade de atividades, a fim de permitir ao aluno escolher
criticamente, de forma valorativa, seus motivos-fins em relação às atividades
da cultura corporal de movimento e (3) Princípio da alteridade, termo caro à
antropologia social, ciência cuja tradição fez com que os pesquisadores de
campo se defrontassem com o outro, o diferente, o exótico, o distante. Betti
188
afirma que o profissional de educação física deve considerar o outro (aluno,
clientela, atleta) numa relação de totalidade, não como objeto, mas como
sujeito humano, ouvindo-o como ser humano global. (Betti, apud Daólio,
2004, p.53).
O trabalho na área de Educação Física tem seus fundamentos nas
concepções socioculturais de corpo e movimento, e a natureza do trabalho
desenvolvido nessa área se relaciona intimamente com a compreensão que
se tem desses dois conceitos.
A compreensão da organização institucional da cultura corporal de
movimento na sociedade, incluindo uma visão crítica do sistema esportivo
profissional, deve dar subsídios para uma discussão sobre a ética do esporte
profissional e amador, sobre a discriminação sexual e racial que neles existe.
Essa discriminação pode ser compreendida pela explicitação de atitudes
cotidianas, muitas vezes inconscientes e automáticas, pautadas em
preconceitos. Contribui para essa compreensão, por exemplo, o
conhecimento do processo político e histórico de inclusão dos negros e das
mulheres nas práticas organizadas dos esportes em olimpíadas e
campeonatos mundiais. Pode, ainda, favorecer a formação de uma
consciência individual e social pautada no bem-estar, em poucas não-
preconceituosas e não-discriminatórias e, ainda, no cultivo dos valores
coerentes com a ética democrática.
A prática de educação física na escola busca conduzir o educando a
identificar e compreender criticamente no decorrer da sua vida escolar o
significado de sua pratica como complemento do currículo. Sua busca se
direciona em compreender e identificar as capacidades físicas, básicas e na
manutenção como fonte de saúde e bem estar físico e mental.
A formação do cidadão engloba sua participação nas diversas
manifestações culturais que o rodeia, seja na organização, ou na
participação, precisa superar barreira para conseguir a sua afirmação na
sociedade.
O objetivo da educação física é transcender o senso comum e
desmistificar formas arraigadas e equivocadas em relação as diversas
práticas e manifestações corporais. Nessa direção a finalidade das práticas
189
corporais deve-se a modificação das relações sociais, portanto os conteúdos
devem estar comprometidos com uma educação física transformadora.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
ESPORTES
● Futebol
● Handebol
● Voleibol
● Basquetebol
● Atletismo e punhobol
JOGOS
● Brincadeiras de ruas/populares;
● Brinquedos;
● Construção de brinquedos alternativos com sucata;
● Jogos de salão;
● Jogos pré-desportivos;
● Jogos de raquete e peteca;
● Jogos dramáticos e de interpretação;
● Jogos cooperativos
GINÁSTICA
● De academia;
● Rítmica;
● Artística
● Acrobática
● Relaxamento;
190
● Condicionamento;
● Geral
LUTAS
● Judô;
● Sumo;
● Karatê;
● Capoeira;
● Taekwondo
DANÇA
● Cantigas de roda;
● Dança regional;
● Dança folclórica;
● Dança internacional;
● Dança de salão;
● Expressão corporal
METODOLOGIA
Todas as metodologias surgidas nos últimos anos, não apenas na
Educação Física, têm orientado os professores para objetivar não apenas a
“instrução técnica” do aluno, mas a sua formação geral. Até mesmo as
metodologias mais conservadoras têm se preocupado com isso. Portanto,
atender a sua formação geral e ampla constitui o princípio norteador do
ensino escolar hoje. (KUNS, 1999)
Nas aulas de Educação Física, os aspectos procedimentais são mais
facilmente observáveis, pois a aprendizagem desses conteúdos está
necessariamente vinculada à experiência prática. No entanto, a valorização
do desempenho técnico com pouca ênfase no prazer ou vice-versa, a
abordagem técnica com referência em modelos muito avançados, e,
principalmente, uma concepção de ensino que deixa como única alternativa
ao aluno adaptar-se ou não a modelos predeterminados têm resultado, em
muitos casos, na exclusão de alunos.
191
Na aprendizagem e no ensino da cultura corporal de movimentos,
trata-se basicamente de acompanhar a experiência prática e reflexiva dos
conteúdos na aplicação dentro de contextos significativos.
Em alguns casos, julga-se adequado nas duas primeiras séries do
ensino fundamental, uma ênfase nas atividades lúdicas por meio de jogos e
brincadeiras, considerando os perigos de uma especialização técnica precoce
e seus efeitos deficientes.
Noutras, justamente em função da suposta precariedade técnica dos
jogos e brincadeiras exercidos nessas primeiras séries propõem-se exercícios
de habilidades e fundamentos esportivos como construção de pré-requisitos
para a aprendizagem de modalidades esportivas nas séries posteriores.
Além da metodologia crítico-emancipatória, a construtivista defende o
método de integração com o mundo externo e com o mundo interno do
aluno, procurando o resultado de provocar o gosto de aprender e a auto-
suficiência na busca de respostas. O aluno é tomado como um ser pensante,
com desenvolvimento próprio, o professor procura ser um orientador que
facilita a aprendizagem criando situações estimulantes e motivadoras de
respostas e a escola é o espaço do saber e integração do indivíduo à
sociedade e à cultura.
Pode-se utilizar ainda a metodologia crítico-superadora, a de situação
problema, a da pesquisa e outras que poderão contribuir no processo ensino-
aprendizagem.
Para tanto serão utilizados recursos: audiovisuais, seleção de textos,
apostilas, material para manifestações esportivas(bolas, cones e outros
equipamentos); material para manifestações ginásticas e danças(colchões,
som, arcos, bolas, cordas...); material para jogos e brincadeiras(bexigas,
bolas, barbantes...), entre outros, que a escola se dispõe para esta prática.
Em síntese, o que se quer ressaltar é que nem os alunos, nem os
conteúdos tampouco os processos de ensino e aprendizagem são virtuais ou
ideais, mas sim reais, vinculados ao que é possível em cada situação e em
cada momento.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
192
Os instrumentos de avaliação deverão atender à demanda dos
objetivos educativos expressos na seleção dos conteúdos. A predominância
das intenções avaliativas ocorrerá dentro de uma perspectiva processual, ou
seja, facilitará a observação do aluno no processo de construção do
conhecimento. Essa avaliação contínua compreende as fases que se
convencionou denominar diagnóstica ou inicial; formativa ou concomitante;
somativa ou final.
A avaliação diagnóstica ou inicial fornecerá os dados para a elaboração
de um projeto de desenvolvimento dos conteúdos, a partir da consideração
dos conhecimentos prévios do aluno.
Em síntese, os instrumentos de avaliação deverão:
Explicitar os objetivos específicos propostos pelo programa de ensino;
Situar alunos e professores dentro do processo de ensino e
aprendizagem;
Ser claros o suficiente para que o aluno saiba o quê, como e quando
será avaliado;
Reconhecer o desenvolvimento individual, valorizando o aluno e
contribuindo com a auto-estima;
Avaliar a construção do conhecimento como um processo.
Os instrumentos de avaliação estão diretamente relacionados com o
grau de abordagem dos conteúdos em função dos objetivos propostos.
Assim, o professor poderá construir instrumentos eficazes para cada objetivo
específico, tais como:
Fichas de acompanhamento do desenvolvimento pessoal;
Relatório de uma atividade em grupo ou fichas de observação com
critérios definidos sobre a participação e a contribuição no desenvolvimento
de algumas atividades em grupo;
Relatório de apreciação de um evento esportivo ou de um espetáculo
de dança, onde determinados aspectos forem ressaltados;
Ficha de avaliação do professor quanto à capacidade do grupo de
aplicar as regras de um determinado jogo, reconhecendo as transgressões e
atuando com autonomia;
Dinâmicas de criação de jogos, produção e transmissão para outros
193
grupos;
Relatórios ou fichas de observação e auto-avaliação sobre a
participação na organização de um evento escolar ou para a comunidade;
Relatórios para avaliação das etapas em trabalhos sobre projetos.
Fichas de auto-avaliação mapeando o interesse sobre os diversos
conteúdos, propiciando uma reflexão sobre interesse e participações.
A avaliação é ponto de referência. É um processo constante de
repensar a prática educacional em todos os segmentos. Na tarefa de
reconstrução da prática avaliativa, coloca-se como premissa básica à postura
de constante reflexão dos educadores sobre sua pratica pedagógica e o
acompanhamento do educando na sua caminhada de construção do
conhecimento.
Considerando a avaliação dessa forma, é possível enfatizar dois pontos
fundamentais. Primeiro, a avaliação é um processo dinâmico que qualifica e
oferece subsídios ao projeto político-pedagógico. Segundo, ela imprime uma
direção às ações dos professores e dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRACHT, Valter, Educação Física: conhecimento e especificidade. 2ª Edição.
Belo Horizonte: Cultura 1997.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil – História que não se
conta. 2ª dição. Campinas: Papirus 1991.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da
Educação Básica - 2008.
LIVRO PÚBLICO ESTADUAL – EDUCAÇÃO FÍSICA.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2ª Edição. São Paulo:
Cortez 1995.
MASCARENHAS, Fernando. Lazer como prática de liberdade. Goiânia: UFG
2003.
VAGO, Tarcício Mauro. Cultura Escolar, cultivos de corpos. Bragança Paulista:
USF 2002.
194
FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Como todas as criações e instituições humanas, a Filosofia tem uma
história, e está na história. No Brasil, especificamente, a filosofia terá uma
função didascálica desde a chegada dos portugueses no Brasil. Junto com os
colonizadores chegaram os religiosos jesuítas que detiveram o monopólio
educacional. Esses religiosos não ficaram somente encarregados de ministrar
catequese aos indígenas, mas também de educar os filhos dos colonos. Os
religiosos católicos com uma ampla formação dentro da tradição escolástica
permaneceram no Brasil por mais de dois séculos e por isso foram os
responsáveis pela educação de várias gerações. Com a expulsão dos jesuítas
do Brasil por decreto do ministro iluminista Marques de Pombal muitos
jovens oriundos das elites vão continuar os estudos na Europa e lá tem
contato com a filosofia repudiada até então pelo humanismo religioso
ensinado pelos jesuítas. Esses jovens ao contato com ideias liberais nas
áreas cientificas e políticas ao voltar ao Brasil serão os responsáveis pela
maioria das ideias revolucionárias, dentre elas vale destacar a conjuração
mineira e a revolta de Pernambuco. Ademais o surgimento de sociedades
secretas tal como a maçonaria é reflexo desse encontro com a filosofia de
Locke, Rousseau, Voltaire etc. Embora o ensino jesuítico estivesse arraigado
no Brasil e em decorrência disso à Filosofia Escolástica não foram poucos os
padres que buscaram novas formas de reflexão filosófica, portanto, foram
opositores da própria filosofia da igreja – vale destacar nesse ponto os
jansenistas. Tão associada estava a filosofia da igreja – entenda-se aqui a
filosofia escolástica – com a situação política do momento que qualquer
insurgente contra o status quo estava sujeito à perseguição política – foi
assim com Luís Vieira da Silva retratado minuciosamente no livro “O diabo na
livraria do cônego” de Eduardo Frieiro.
Desde cedo, portanto, a filosofia desassociada da filosofia da igreja foi
vista como subversiva e propagadora da desordem social – entenda-se aqui
contrária à monarquia.
Os nossos historiadores consideram Frei Francisco de Mont’Alverne o
195
nosso primeiro filósofo. Essa consideração não é dada pela sua originalidade,
mas principalmente por suas críticas à escolástica. Sua filosofia
caracterizava-se pelo ecletismo com influências de Victor Cousin.
Ainda atrelada aos seminários católicos e, desde a chegada dos
protestantes no Brasil na metade do século XIX, seminários protestantes
uma nova filosofia encontrará na burguesia comercial um campo fértil. Essa
classe burguesa fará adesão à filosofia de Augusto Comte e ao
evolucionismo de Spencer. A filosofia positivista exercerá tamanha influência
nos ideais republicanos que o dístico “ordem e progresso” escrita na
bandeira nacional será o lema filosófico do positivismo. Os principais
responsáveis pela propaganda positivista foram Teixeira Mendes e Miguel
Lemos. Ainda merecem destaque no pensamento filosófico no Brasil juristas
tais como: Tobias Barreto, Silvio Romeiro e Farias Brito.
A filosofia no Brasil ganhará novo impulso com a formação das
Universidades; na Universidade de São Paulo, por exemplo, foi criada a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; visto não termos no Brasil filósofos
por formação muitos professores estrangeiros são convidados para lecionar
na nova Universidade, dentre eles: Lévi-Strauss e Jean Maugüe.
Foi a partir da fundação da Universidade de São Paulo que surgem
centros de pesquisa, tais como: Instituto Brasileiro de Filosofia e Instituto
Superior de Estudos Brasileiros [ISEB] – este último fechado na época da
Ditadura Militar.
No entanto, a filosofia na década de sessenta irá sofrer alguns revés
não somente com o fechamento do ISEB, mas também com a lei 4.024/61 a
qual extinguiu a obrigatoriedade do ensino de Filosofia; com a lei 5.692/71 a
filosofia desapareceria dos currículos escolares. Se por um lado houve
avanços desde o surgimento das Universidades, pouco tempo depois às
novas gerações seria relegado o aprofundamento na área filosófica.
Com a abertura política ocorrida nos anos oitenta a discussão em torno
da disciplina voltou à tona; depois de um longo processo que durou vários
anos surgiu a Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas (SEAF), principal
movimento intelectual que defenderá a presença da filosofia no currículo do
ensino médio (antigo segundo grau). Embora a SEAF tenha sido importante
196
nas discussões acerca da presença da filosofia no ensino médio, as propostas
caíam no esquecimento e esporadicamente voltavam à tona. No entanto, no
ano de 1994 uma comissão composta por professores da rede pública junto
com o Departamento de Ensino de Segundo Grau elaboraram a Proposta
Curricular de Filosofia para o Ensino de Segundo Grau. A mudança de
governo em 1995 optou em esquecer-se das propostas apresentadas
anteriormente e no ano seguinte a partir da LDB n. 9.394/96, o ensino de
filosofia é apresentado nas políticas curriculares oficiais como disciplina
transversal, ou seja, apresentada mediante outras disciplinas. Vale destacar
que o veto de 2001 optando que a filosofia e a sociologia fossem disciplinas
apresentadas de maneira transversal foi assinado pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso, coincidentemente um sociólogo. Com a mudança
governamental ocorrida em 2002 a filosofia passou a ser novamente
discutida e revista em 2004. Essa revisão teve a colaboração dos professores
responsáveis pela disciplina e também da Associação Nacional de Pós-
Graduação em Filosofia (Anpof); após essas discussões em fins de 2005
foram enviadas ao Conselho Nacional de Educação propostas quanto às
mudanças na legislação. A mudança na legislação foi apoiada por
unanimidade e em 2006 a disciplina filosofia foi tornada obrigatória no
Ensino Médio e em 2008 legitimada por meio da correção da LDB pela lei
11.684.
O ensino da filosofia no Paraná apresenta um modelo contraposto ao
ensino e a prática neoliberal, visto que, através das DCE's o sujeito – nesse
caso o aluno – é incentivado à busca pela emancipação, assim como a
compreensão do seu contexto pluridimensional.
A partir desse momento fica clara a necessidade de uma discussão
quanto à metodologia e conteúdo a ser apresentado nas escolas. A
necessidade de situar historicamente a filosofia e sua importância na grade
curricular é uma das principais tarefas dos professores da disciplina, pois
ainda ela enfrenta alguma resistência.
A tarefa da filosofia no Ensino Médio é levar o estudante à investigação
dos diversos problemas inerentes à humanidade divergindo dialeticamente,
muitas vezes, da opinião geral. Os conteúdos estruturantes propostos
197
circundam o ser humano e é a reflexão filosófica que proporcionará ao
estudante a elaboração de conceitos diante de seu contexto. A apropriação
por parte do aluno dos conceitos teóricos possibilitará ao mesmo interagir
com sua realidade e propor, a partir de uma abstração, novos caminhos e
propostas para a sociedade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
● MITO E FILOSOFIA
● TEORIA DO CONHECIMENTO
● ÉTICA
● FILOSOFIA POLÍTICA
● FILOSOFIA DA CIÊNCIA
● ESTÉTICA
MITO E FILOSOFIA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● A função social do Mito a partir da leitura de Édipo Rei
● O Mito do Progresso: uma leitura sobre os ideais iluministas
Em primeiro lugar a importância desse conteúdo está na possibilidade
de compreensão sobre a função social do Mito a partir de uma análise dos
mais diversificados povos, desde os monoteístas hebreus aos politeístas
gregos. As chamadas histórias da carochinha, como por exemplo: o mito do
Boto-Rosa tem como finalidade a coerção, disciplina ou em alguns casos o
medo. Enfim, grande parte dos mitos tem uma função didascálica
Em segundo lugar podemos analisar a ruptura entre o mundo mítico e
o nascimento da Filosofia e abordar o tema “Mito Moderno” a partir de uma
leitura dos filósofos iluministas.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre o Mito a partir
198
de uma apresentação dos mais diversificados Mitos: mito da criação do
mundo (Cosmogonia), mito do surgimento dos deuses (Teogonia).
Problematização
Se o Mito ainda está presente na sociedade hodierna, através das
histórias que os avôs contam para as crianças, e também faz parte de uma
vertente literária é possível decretar o fim do mito com o surgimento da
filosofia? É possível desassociar verdade mítica e verdade filosófica?
Investigação
A análise sobre o Mito será feita através da leitura de autores clássicos,
como por exemplo: Sófocles. Para uma melhor compreensão sobre o mundo
mítico é necessário abordar o contexto histórico e entender a necessidade
que os povos sentiam em legislar de alguma forma. Se partirmos de uma
compreensão que esses povos não tinham meios de legislar através do saber
cientifico, o único meio de impor uma organização social seria por meio da
emoção recorrendo ao Mito.
Para uma melhor compreensão sobre esse tema é necessário discutir o
conteúdo especifico através do uso do Livro Didático Público propondo aos
alunos o desenvolvimento de textos, debates etc.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes
serão arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados
em sala de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas
abordados espera-se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através
da autocrítica – gnōthi seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente
usará como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
ÉTICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
199
● A Ética como disciplina fundamental para o convívio social
● O tema da Liberdade, Felicidade e Amizade à luz da experiência
cognitiva do aluno e a necessidade do recorte-teórico.
Em primeiro lugar a importância desse conteúdo está na possibilidade
de compreensão sobre a função da Ética no corpo social, assim como o seu
papel na subjetividade do sujeito. Temas, tais como: Liberdade, Felicidade e
Amizade estão presentes no cotidiano do aluno que a partir da criação de
conceitos poderá lidar com esses assuntos de maneira prática, mas também
se apropriando do conhecimento existencialista, tanto na sua vertente ateia
em Jean-Paul- Sartre, quanto na vertente cristã em Soren Kierkegaard. Nos
outros dois conteúdos a leitura de filósofos clássicos faz-se necessária, visto
a necessidade de uma correlação entre filosofia e história para a
compreensão da vida social na Polis Grega.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre Ética (a qual na
maioria das vezes é associada simplesmente ao moralismo cívico) e, a partir
de então, propor um recorte-teórico que vise desenvolver conceitos que
ultrapassem o entendimento vinculado ao senso-comum.
Problematização
Se na base das relações humanas está o convívio em sociedade, diria
até, a busca por essa interação na maioria dos atores sociais, como não
tratá-lo em sala de aula junto à pluralidade de ideias e diversas
experiências?
Investigação
A análise sobre a Ética será feita através da leitura de autores
clássicos, como por exemplo: Sócrates, Platão e Aristóteles, mas, também,
filósofos contemporâneos, visto existir um devir histórico de tempos em
tempos.
Para uma melhor compreensão sobre esse tema é necessário discutir o
200
conteúdo especifico através do uso do Livro Didático Público propondo aos
alunos o desenvolvimento de textos, debates etc.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes
serão arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados
em sala de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas
abordados espera-se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através
da autocrítica – gnōthi seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente
usará como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
ESTÉTICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● A Escola de Frankfurt e sua contribuição filosófica.
● A questão do gosto.
A importância desse conteúdo está na possibilidade de compreensão
sobre os fundamentos da arte e sua relação com a história. Através da
história o ser humano criou padrões de beleza que podem ser distintos
conforme o contexto social, político, religioso ou, como recentemente,
midiático. Vários filósofos trataram sobre o tema, dentre eles Hume e Kant,
no entanto, a contribuição mais sentida com relação à Estética pertence à
Escola de Frankfurt. Tillich, Benjamim (estes mais como inspiradores da
Escola), Adorno, Horkheimer e Marcuse serão os filósofos estudados em sala
de aula.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre a questão do
gosto, ou padrão de gosto. Mostrar que, sim, o gosto é uma questão a ser
discutida, pois não está circunscrita somente ao campo subjetivo, mas uma
série de fatores exerce influência para que o sujeito desprovido de uma
análise crítica desenvolva esse padrão que, na maioria das vezes, é ditado
201
pela mídia, governos ou a elite em si.
Problematização
Se o gosto é algo discutível o aluno deve buscar nas bases da razão o
porquê ele é levado a gostar desse tipo de música e não do outro, dessa e
não daquela cultura etc., para isso faz-se necessário estudarmos alguns
teóricos que tratam, também, sobre o tema, tais como Guy Debord e Maria
Rita Kehl, a qual buscará na psicanálise explicar os relacionamentos de
gênero na sociedade.
Investigação
Como visto acima não podemos desvincular o padrão de gosto do
setor econômico (como vista na arte de vanguarda), da religião (como visto
na Idade Média do Ocidente), da política (como analisada pela própria Escola
de Frankfurt), portanto, faz-se necessário para uma compreensão profícua
sobre a Estética adentramos em vários campos da ciência através da
interdisciplinaridade.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes
serão arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados
em sala de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas
abordados espera-se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através
da autocrítica – gnōthi seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente
usará como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
FILOSOFIA POLÍTICA
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
● O animal político para Aristóteles.
● A política entre os povos indígenas
202
Partindo do conceito aristotélico de que o homem é um animal político
faz-se necessário desassociar política no sentido strictu senso o qual
compreende o conceito de Aristóteles do sentido lato senso que de pela sua
amplitude de significado pode se referir ao sufrágio, aos partidos políticos e
até mesmo a corrupção, por isso, num primeiro momento – se não
desassociada – pode gerar no aluno certa ojeriza pelo conteúdo.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Mobilização
Identificar as ideias que os estudantes possuem sobre os conceitos
básicos da ciência política. Levar ao aluno o conhecimento sobre a teoria
política; os posicionamentos da Esquerda e da Direita. Apresentar as teorias
políticas vinculadas ao contexto histórico em que elas surgiram; demonstrar
que a leitura de alguns clássicos da teoria política, tais como, O Leviatã de
Hobbes ou O Príncipe de Maquiavel, precisam ser lidos com a consciência
histórica do período etc.
Problematização
Se as relações políticas fazem parte das próprias relações humanas de
onde vem o preconceito contra o termo? Seria a falta de uma conceituação
mais precisa?
Investigação
Francis Wolff em sua tese sobre as sociedades democráticas irá
justapor a Sociedade Tupi-Guarani de antes da descoberta junto a Sociedade
Ateniense da Grécia Clássica como se as duas fossem as únicas civilizações
que alcançaram plenamente o ideal democrático. Dessa forma cabe aos
alunos um pormenorizado estudo sobre as sociedades indígenas e, para isso,
a leitura de antropólogos e historiados faz-se de suma importância. Uma vez
feita à análise da sociedade indígena com o ideal de um chefe sem poder os
203
alunos serão arguidos se, de fato, acreditam nesse ideal democrático. Para
um melhor aproveitamento dos debates sobre o assunto faz-se necessário
um teórico que se contraponha a tese de Wolff, por isso Thomas Hobbes e
sua teoria política da barbárie serão analisados.
Criação de conceitos
Ao final da investigação de cada conteúdo específico os estudantes
serão arguidos e submetidos a uma consideração dos problemas trabalhados
em sala de aula. Dentro da compreensão que tiveram sobre os temas
abordados espera-se que sejam capazes de reavaliar suas opiniões através
da autocrítica – gnōthi seauton.
Para acarretar um melhor aproveitamento do conteúdo o docente
usará como subsidio metodológico: debates, textos argumentativos etc.
OBJETIVOS GERAIS
Levar o aluno a:
● Desenvolver argumentos sistemáticos específicos da Filosofia;
● Apropriar-se de conceitos próprios da Filosofia;
● Entender as estruturas nos discursos ideológicos;
● Produzir textos analíticos e reflexivos;
CONTEÚDOS
1° SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MITO E FILOSOFIA
O surgimento da Filosofia
Os primeiros filósofos
A etimologia da palavra Filosofia
A função social do mito na sociedade grega
A passagem do pensamento mítico para o pensamento filosófico
Mito e razão filosófica
204
TEORIA DO CONHECIMENTO
O que é conhecimento?
Como se dá conhecimento? Relação sujeito X objeto
As Fontes do conhecimento
O problema do conhecimento para os gregos
A origem da palavra Filosofia: Pitágoras
O significado da palavra método
Os métodos para alcançar o conhecimento
O método cartesiano
Racionalismo e Empirismo
ÉTICA
A condição para o bom convívio social
A felicidade para os primeiros filósofos
O sujeito e a Polis (condição para a felicidade)
Como atingir a felicidade?
Conceito de Ética
A etimologia da palavra Ética
A liberdade em Kiekgaard (existencialismo cristão)
A liberdade em Jean-Paul Sartre (existencialismo ateu)
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
O que é ciência?
Filosofia e ciência
Senso comum e ciência
O surgimento das ciências e a ciência moderna
O mito do cientificismo (COMTE)
Bioética
FILOSOFIA POLÍTICA
Definição e origem da Política
Desassociação entre a política e a politicagem
Os teóricos políticos: Maquiavel, Hobbes, Marx
205
A importância da esfera pública em Habermas
2º SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
FILOSOFIA POLÍTICA
Definição e origem da Política
Desassociação entre a política e a politicagem
Os teóricos políticos: Maquiavel, Hobbes, Marx
A importância da esfera pública em Habermas
ESTÉTICA
Beleza
A beleza na Idade Média: espiritual x corporal
A beleza na Renascença: razão x corpo
Gosto: questão cultural e histórica
Arte ou sociedade do espetáculo: uma análise sobre o livro de Guy Debord
A arte no cinema, publicidade e televisão: um estudo sobre a relação de
gênero
A estética em Kierkegaard (o estádio estético, ético e religioso)
ÉTICA
A condição para o bom convívio social
A felicidade para os primeiros filósofos
O sujeito e a Polis (condição para a felicidade)
Como atingir a felicidade?
Conceito de Ética
A etimologia da palavra Ética
A liberdade em Kiekegaard (existencialismo cristão)
A liberdade em Jean-Paul Sartre (existencialismo ateu)
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação para o ensino de Filosofia não deve se restringir ao mero
206
cumprimento de exigências legais, para mensuração de notas. A avaliação
deve estar inserida no contexto da própria aula de Filosofia e sua
especificidade.
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela
não possui uma finalidade em si mesma, mas tem por função subsidiar e
mesmo redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem,
tendo em vista garantir a qualidade do processo educacional, que
professores, estudantes e a própria instituição de ensino estão construindo
coletivamente. No ensino de Filosofia, a avaliação não se trata meramente
de perceber o quanto o aluno assimilou o conteúdo presente na história da
filosofia, o problemas dos filósofos, nem tão pouco sua capacidade de tratar
deste ou daquele tema. Portanto, o pensamento crítico não surge apenas das
discussões sobre questões atinentes aos problemas culturais, históricos e
vivenciais, pela simples confrontação de posições divergentes, nem da
reprodução das soluções apresentadas pelo professor.
O professor pode considerar também para avaliação os trabalhos em
grupos realizados em sala de aula e como atividade extra-classe, nas quais
os alunos deverão demonstrar intensa atividade de pesquisa e capacidade
de expor, por escrito, de forma clara, as suas ideias.
Os debates orais sobre temas pertinentes aos conteúdos
programáticos, desenvolvidos de forma sistemática, nos quais se procura
levar em conta a participação do aluno, poderá ser um outro ponto para
avaliação. Enfim, o professor organizará os instrumentos de avaliação dos
conteúdos de Filosofia, procurando constatar se o aluno re-elaborou os
conhecimentos adquiridos, avaliando a capacidade do aluno em reformular
questões de maneira organizada e estruturada, procedendo de forma
sistemática, com conteúdos determinados, procurando as raízes e
examinando as diversas dimensões do problema num todo articulado.
Através de exercícios do “estilo reflexivo” nas aulas, nos trabalhos de
pesquisas, nas discussões, nas leituras de textos e comentários escritos, o
professor poderá ir avaliando o grau de inteligibilidade alcançada pelos
educandos, no sentido de diagnosticar as dificuldades e intervir no processo
para que possa atingir uma maior qualidade de reflexão. Neste sentido é
207
possível entender a avaliação como um processo que se dá no interior da
própria aula de Filosofia e não um momento em separado destinado a
avaliar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SEED. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
educação fundamental da rede de educação básica do Estado do
Paraná: Filosofia do Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
( Coleção Trans).
FILOSOFIA. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 336p. (Livro Didático
Público).
GALLO, S.; KOHAN, W.O. (Orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes,
2000.
FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Física é uma das ciências mais antigas, é responsável por
grande parte do desenvolvimento cientifico alcançado pela humanidade e tem
como objeto de estudo o universo em toda sua complexidade.
As descobertas no campo da Física remontam a pré-história, onde
nasceu o primeiro conhecimento elementar da Mecânica.
As primeiras civilizações Mesopotâmia e do Egito exerciam os
conhecimentos físicos em caráter prático, não sistematizando uma teoria
explicativa.
Os gregos tentavam explicar o mundo através da razão, assim
explicavam os seus conhecimentos através de princípios explicativos, porém
valorizaram demasiadamente as ideias e muito pouco a experimentação.
A Física foi inaugurada por Galileu Galilei (1562-1643), no século XVI, com
uma nova forma de se conceber o universo, pela descrição matemática dos
fenômenos físicos. Galileu buscava descrever um fenômeno partindo de uma
208
situação particular, por exemplo, a queda de um corpo sob ação da gravidade.
Inaugurava-se então as bases da ciência moderna, que, a partir de uma situação
particular chega ao geral, tornando possível construir leis universais.
Galileu Galilei contrariou a física aristotélica ao propor que o peso dos
corpos não tem influência sobre a sua queda. Na concepção de Aristóteles,
os corpos caem porque tendem a buscar o seu lugar natural, o centro da
Terra, o qual, por sua vez coincide com o centro do Cosmos.
De suas observações através do telescópio, Galileu Galilei desfez o
sacrário dos lugares naturais, da dicotomia entre terra e céu, entre mundo
sublunar e supralunar. Então, o universo já não seria finito nem o céu tão
perfeito. O espaço deixava de ser qualitativo para ser mensurável; passou a
ser descrito em linguagem matemática.
Ao aceitar o modelo de Copérnico e propor a matematização do
universo, Galileu causou uma revolução.
Ao instituírem o método, Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente,
outros anônimos, retiraram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o
conhecimento e iniciaram um novo período que chamamos de moderno, de
modo que abriu-se caminho para que Isaac Newton (1642-1727) fizesse a
primeira grande unificação da ciência, elevando a Física, no século XVII, ao
estatuto de Ciência.
Issac Newton fez as suas descobertas mais importantes e quando
interrogado respondeu: "Para descobrir todos os fenômenos que deseja, basta
ao sábio três coisas: pensar, pensar, pensar."
No final do século XIX destacou-se Albert Einstein, autor da teoria da
relatividade (1905), onde provocou grande revolução no campo cientifico,
desenvolvendo a mecânica quântica.
Elaborada por Newton, a Teoria da Gravitação deu consistência teórica
aos trabalhos de Brahe e Kepler e pode ser considerada o início de urna nova
concepção, na qual o universo passaria a ser governado por leis físicas, sob
equações matemáticas, e já não tão submetido à ação divina.
A partir de Newton e seus sucessores, a nova ciência indicava a ideia
de que o universo se comporta com uma regularidade mecânica, conhecida
como mecanicismo, e está alicerçada em dois pilares:
209
● a Matemática, como linguagem para expressar leis, ideias e elaborar
modelos para descrever os fenômenos físicos; e
● a experimentação, como forma de questionar a natureza, de
comprovar ou confirmar ideias, de testar nossos modelos.
De acordo com Abrantes (1989), a Física francesa do século XIX
distinguia as propriedades gerais dos corpos (physique générale - Física
geral), seguindo o modelo dos Principia. Era abstrata, matematizada,
euclidiana, cujo caráter qualitativo e especulativo dificultava uma visão
simples da natureza. Os fenômenos particulares, por sua vez, (physique
particulière - Física especial) eram tomados sob uma abordagem empírica,
qualitativa, especulativa, conforme o modelo da Óptica. "Em Laplace, os
newtonianos que tomaram seja os Principia, seja a Óptica como paradigmas
confluem, contribuindo para o surgimento, na França, de uma Física
unificada" (ABRANTES, 1989, p. 10).
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o capitalismo se
consolidava. Com a incorporação das máquinas a vapor à indústria, houve
mudança no modo de produzir bens, o que contribuiu para grandes
transformações sociais e tecnológicas.
O contexto social e econômico favorecia o avanço do conhecimento
físico, de maneira que a termodinâmica evoluía.
Em 1842, Mayer concluiu que calor e trabalho são manifestações de
energia, e elaborou uma síntese na qual afirmava que a energia criada não
pode ser destruída, aniquilada; pode tão-somente mudar de forma. Ao
abranger trocas de trabalho e calor, a energia mostrou-se uma quantidade
que se conserva em todos os processos, constituindo outro grande
invariante, ao lado das quantidades de movimento, outra grande unificação
da física (MENEZES, 2005, p. 29).
Em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, o ensino de Física foi
trazido para o nosso país para atender à corte e aos desejos da
intelectualidade local. O ensino de Física ocupou-se com a formação de
engenheiros e médicos, de modo a formar as elites dirigentes do país.
Portanto, não era para todos, visto que esse conhecimento não fazia parte da
grade curricular das poucas escolas primárias ou profissionais.
210
No período entre guerras, a ascensão do nazismo na Alemanha e a
solidificação do fascismo na Itália faziam muitos cientistas se transferirem
para países onde podiam desenvolver suas pesquisas, especialmente os
Estados Unidos.
Em 1934, no Brasil, a conjuntura favoreceu a criação, na Faculdade de
Philosophia, Sciencias e Letras da Universidade de São Paulo, do curso de
"Sciencias Physicas", destinado a formar bacharéis e licenciandos em Física.
A criação de tal curso foi possível com a vinda ao Brasil do professor Gleb
Wataghin, um físico russo de nascimento, que atuava na Universidade de
Turin. Foi criado, então, o curso de Física da USP, o que permitiu ao país que
a Física, como campo de pesquisa e criação de novos conhecimentos,
começasse efetivamente.
A intensificação do processo industrial no país, desde a década de
1950, tornou a física no Brasil parte dos currículos do ensino secundário, hoje
Ensino Médio.
A Física é um campo de conhecimentos específicos, em construção e
socialmente reconhecido, eis por que não é aceitável generalizá-lo. De fato,
essa cultura de busca de princípios gerais e abrangentes, tal qual o espírito
positivista, é obstáculo ao desenvolvimento do conhecimento científico e
pode levar o espírito científico a se prender a soluções fáceis, imediatas e
aparentes.
Dessa forma, a Física deve construir um ensino centrado em
conteúdos e metodologias capazes de levar aos estudantes uma reflexão
sobre o mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta não é somente
fruto da racionalidade científica.
A Física deve educar para cidadania e contribuir para o
desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da
produção científica ao longo da história. Também deve considerar a
dimensão do conhecimento sobre o universo de fenômenos e fazer perceber
a não-neutralidade de sua produção, mas aspectos sociais, políticos,
econômicos e culturais, seu comprometimento e envolvimento com as
estruturas que representam tais aspectos.
Sob o pressuposto de que o ensino de Física considera a ciência uma
211
produção cultural, objeto humano construído e produzido nas e pelas
relações sociais, entende-se:
● que o processo de ensino-aprendizagem, em Física, deve partir do
conhecimento trazido pelos estudantes, fruto de suas experiências
de vida em seu contexto social. Interessam as concepções
alternativas apresentadas pelos estudantes a respeito de alguns
conceitos, as quais influenciam a aprendizagem desses conceitos do
ponto de vista científico;
● que a experimentação no ensino de Física é importante se entendida
como metodologia de ensino que contribui para relacionar teoria e
prática, por proporcionar melhor interação entre professor e
estudantes e entre grupos de estudantes, o que propicia o
desenvolvimento cognitivo e social, no ambiente escolar;
● que saber Matemático não pode ser um pré-requisito para ensinar
Física, ainda que a linguagem matemática seja, por excelência, uma
ferramenta para a Física. É preciso que os estudantes se apropriem
do conhecimento físico, daí a ênfase aos aspectos conceituais sem,
no entanto, descartar o formalismo matemático;
● que embora se adote um tratamento disciplinar, deve-se ir além,
visto que a Física não se separa das outras disciplinas,
Os conteúdos básicos devem ser abordados considerando-se:
● o contexto histórico-social, discutindo a construção científica como
um produto da cultura humana, sujeita ao contexto de cada época;
● a Epistemologia, a História e a Filosofia da Ciência – uma forma de
trabalhar é a utilização de textos originais traduzidos para o
português ou não, pois se entende que eles contribuem para
aproximar estudantes e professores da produção Científica, a
compreensão dos conceitos formulados pelos cientistas e os
obstáculos epistemológicos encontrados;
● o reconhecimento da Física como um campo teórico, ou seja,
consideram-se prioritários os conceitos fundamentais que dão
sustentação à teoria dos movimentos, pois se entende que, para
ensinar uma teoria científica, é necessário o domínio e a utilização
212
de linguagem própria da ciência, indispensável e inseparável do
pensar ciência. Portanto, é fundamental o domínio das ideias, das
leis, dos conceitos e definições presentes na teoria e sua
linguagem científica;
● as relações da Física com a Física e com outros campos do
conhecimento;
● o contexto social dos estudantes, seu cotidiano e os jogos e
brincadeiras que fazem parte deste cotidiano;
● as concepções dos estudantes e a História da evolução dos
conceitos e ideias em Física como possíveis pontos de partida para
problematizações;
● que a ciência dos movimentos não se esgota em Newton e seus
sucessores. Propõe-se uma discussão em conjunto com o quadro
teórico da Física no final do século XIX, em especial as dúvidas que
inquietavam os cientistas a respeito de algumas questões que
envolviam o eletromagnetismo, as tentativas de adaptar o
eletromagnetismo à mecânica, o surgimento do Princípio da
Incerteza e as consequências para a física clássica;
● textos de divulgação científica, literários, etc.
Do ponto de vista clássico, o conceito de momentum implica na
concepção de intervalo de tempo, deslocamento, referenciais e o conceito de
velocidade.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MOVIMENTO
História da física nos movimentos;
Sistema Internacional de medidas;
Cinemática;
Dinâmica;
Gravitação Universal;
Estática;
213
Hidrostática.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
TERMODINÂMICA
Termologia;
Estudo dos gases;
Termodinâmica;
Ondulatória;
Acústica.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ELETROMAGNETISMO
Eletrostática;
Eletrodinâmica;
Eletromagnetismo;
Óptica.
METODOLOGIA
Propõe-se uma metodologia onde o educador deverá levar os
conceitos fundamentais desta ciência a todos os estudantes, mesmo aqueles
que não vão necessitar diretamente destes conhecimentos em suas
profissões devem estuda-los. Em cada tópico estudado ressaltar a Física
presente no cotidiano dos alunos, fazendo relações com situações concretas
à sua vida.
O estudante adquire a concepção espontânea no dia-a-dia, na
interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência, os quais,
na escola, fazem-se presentes ao se iniciar o processo de ensino-
aprendizagem.
Deve-se estimular as atividades experimentais, mesmo que muito
214
elementares pois elas disputam em grande parte a curiosidade do aluno, é
uma maneira de explicitar as ideias sobre o que está sendo estudado,
procurando demonstrar ou confirmar os conceitos, favorecendo a
compreensão do educando.
Procurar trabalhar a Física não somente como matemática aplicada. Os
problemas e testes e exercícios de fixação constituem uma atividade
indispensável para a aprendizagem do conteúdo e deverão estar ligados a
situações concretas da vida do aluno.
Deve-se trabalhar conduzindo o educando a desenvolver o máximo
possível dos objetos que são esperados, tais como: compreender
enunciados, fórmulas, códigos, fazer representações, utilizar as tabelas,
sendo capaz de diferenciar as linguagens matemáticas e físicas,
apresentando de maneira clara e sintética o que foi aprendido, reconhecer a
física fazendo relações com a história sociocultural, compreender a sua
evolução e relação com o meio científico.
Para facilitar o aprendizado do aluno, podemos utilizar meios
tecnológicos como recursos computacionais, ou seja, softwares voltados ao
ensino da física, textos e notícias retirados do portal dia-a-dia educação e
aulas expositivas. Utilização de programas referentes a Física que são
transmitidos através da TV Paulo Freire, e também utilizando laboratórios
para realização de experimentos de Física.
Os modelos Matemáticos e o ensino de Física
É de senso comum o argumento de que para ensinar Física é preciso
um requisito prévio: saber Matemática. De fato, em muitas situações, os
fenômenos físicos são ensinados a partir de fórmulas.
Ainda hoje, no estudo dos movimentos, há um excesso de atenção às
questões da engenharia.
Segundo os DCEs, para que o estudante tenha uma visão mais
abrangente do universo, é preciso indicar-lhe que as fórmulas matemáticas
representam modelos, os quais são elaborações humanas criadas para
entender determinado fenômeno ou evento físico. Esses modelos são válidos
para alguns contextos, não para todos. Ou seja, eles abrangem uma região e
215
têm um prazo de validade que termina quando a teoria não consegue
explicar fatos novos que podem surgir. Portanto, não é suficiente propor
questões como: considere, suponha, resolva e calcule.
Sabe-se da importância da linguagem matemática na Física, visto ser
uma ciência estruturada sob modelos traduzidos em equações matemáticas.
Mas os modelos criados quase sempre são escritos pelos cientistas para seus
pares. Falar com estudantes é diferente; é preciso levar em conta seu grau
de capacidade de compreensão dessa matéria, para que chegue a um saber
científico em contraponto à imparcialidade e à unilateralidade do
conhecimento empírico.
O papel da experimentação no ensino de Física
Todas as pesquisas realizadas sobre o ensino da física, mostram como
é importante o uso dessa prática para melhorar a compreensão dos
fenômenos físicos.
Os experimentos podem suscitar a compreensão de conceitos ou a
percepção da relação de um conceito com as ideias discutidas em aula, para
que os estudantes reflitam sobre a teoria e a prática e para que o professor
perceba as dúvidas dos alunos. Além disso, os experimentos privilegiam o
confronto entre concepções prévias e a concepção científica, o que facilita a
formação de um conceito científico. Para que isso seja possível, antes do
experimento, devem ser acolhidas as ideias espontâneas dos alunos, em
questões verbais ou escritas. Depois, o próprio estudante pode comparar as
suas concepções iniciais com a concepção científica.
Leituras científicas de Física
Deve-se utilizar textos no ensino da física, porém tomar cuidado
quanto à escolha, no que diz respeito a: linguagem, conteúdo, aluno a que se
destina e o que se pretende com a proposta da leitura.
O texto deve servir como instrumento de mediação entre aluno-aluno
e aluno-professor, a fim de que surjam novas questões e discussões, o que
de fato ocorrerá, pois os leitores não são iguais, carregam em si histórias de
vida diferentes e versas leituras, ou, eventualmente nenhuma.
216
AVALIAÇÃO
O processo avaliativo deverá ser contínuo e consistente, considerando
que o educando deverá estar desenvolvendo o espírito crítico, questionador,
refletindo e ampliando as percepções sobre o mundo que o rodeia,
compreendendo as leis e princípios através de vivências.
Dessa forma, a avaliação deve ter um caráter diversificado, levando
em consideração todos os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a
capacidade de análise de um texto seja ele literário ou científico, emitindo
uma opinião que leve em conta o conteúdo físico; a capacidade de elaborar
um relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva a
Física, como por exemplo, uma visita a um Parque de Ciência, dentre outros.
A avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos com uma
nota, como tradicionalmente tem sido feita, com o objetivo de testar o aluno
ou mesmo puni-lo, mas sim de auxiliá-lo na aprendizagem. Ou seja, avaliar
só tem sentido quando utilizada como instrumento para intervir no processo
de aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONJORNO, José R. ; RAMOS, Clinton M.; Física Fundamental.Vol. única; ed
FTD S.A.; São Paulo – SP, 1999.
MARTINS, R. Andrade. O universo: teorias sobre sua origem e evolução. 5.
ed.São Paulo: Moderna, 1997.
BONJORNO, Regina A.; BONJORNO, José R.; BONJORNO, Valter; RAMOS,
Clinton M.; Física Completa. Vol. Único, ed FTD S.A.
Coleção explorando o Ensino. Física. Vol 7. Ministério da educação. Brasília-
2006.
Livro de Física do Ensino Médio, Secretaria de Estado da Educação.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da
Educação Básica - 2008.
www.diaadiaeducaçao.pr.gov.br
217
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Na relação Sociedade x Natureza, a Geografia tem um objetivo muito
amplo, muitas vezes passa a ser confundida ou a penetrar em outras
ciências. Daí as discussões sobre a existência de uma ciência geográfica ou
ciências geográficas que tanto preocuparam ou seus estudiosos. Portanto,
estudando as relações entre a sociedade e a natureza, ela tem áreas em
comum com os dois grandes grupos científicos e se o espaço é produzido e
reproduzido pela sociedade, a Geografia tem grande aproximação com as
mais diversas ciências sociais; se analisa a intervenção desta sociedade na
natureza; tem naturalmente a necessidade de manter contatos, de trocar
conhecimentos e experiências com muitas das ciências ditas naturais. Ao
utilizar técnicas modernas, divulgadas pelas ciências ditas exatas, a
Geografia necessita manter contato com as ciências ditas exatas. Esta
diversidade de contatos e enfoques tem colocado em perigo, durante muito
tempo, a identidade da Geografia, fazendo com que autores conceituados
afirmassem dualidade da Geografia, ora até a existência não de uma mas de
diversas ciências geográficas. Cabe a Geografia, estudando as relações entre
a sociedade e a natureza, analisar a forma como a sociedade atua, criticando
os métodos utilizados e indicando as técnicas e as formas sociais que melhor
mantenham o equilíbrio natural e o bem estar social .
Porém, com a evolução das estruturas econômicas-sociais houve
também o desenvolvimento da superestrutura cultural e da forma de
interpretar o processo de relações entre a sociedade e a natureza; daí
também teremos evoluído o conceito e a ideia de qual o objeto da
Geografia .
Na pré-história e na Antiguidade, a Geografia era utilizada apenas para
desenhar roteiros a serem percorridos, para indicar os recursos a serem
explorados, para analisar as relações meteorológicas, etc. Estando
profundamente identificada com a Cartografia e com a Astronomia.
Na Idade Média, o pensamento geográfico foi influenciado pela visão
de mundo imposta pelo poder e pela organização socioespacial então
218
estabelecida.
A ideia de que a Terra era um disco se generalizou e tornou-se para a
Igreja da época uma verdade que não podia ser contestada. Só com a
difusão das ideias de Aristóteles, após o século XII é que se voltou a admitir,
a esfericidade do planeta. A distribuição das terras e das águas sobre a
superfície terrestre também provocaram grandes discussões entre os sábios
e pensadores em consequência da expansão do mundo conhecido,
provocada pelos movimentos religiosos e pelo interesse comercial,
acentuando-se nos tempos modernos em face de grandes transformações
ocorridas nos estudos náuticos, a divulgação do uso de astrolábio, da
bússola, do surgimento de novos tipos de embarcações, a exemplo da
caravela. Esta expansão atingia as classes dominantes de então que se
preparavam para o advento do capitalismo comercial e promoviam tanto as
viagens como a divulgação das mesmas através dos livros e dos mapas. A
cartografia antiga foi reformulada e com as navegações passaram a ser
produzidos os mapas que descreviam com detalhes as rotas marítimas,
indicando as re-entrâncias e saliências existentes na costa.
Fazendo-se um balanço do avanço do conhecimento geográfico na
Idade Média, observa-se que ele sofreu descontinuidade em relação à Idade
Antiga, devido ao período de grande conurbação que se observou nos
séculos V e VI, com a destruição do Império Romano do Ocidente; mas,
surgidas novas estruturas e iniciado o intercâmbio com os árabes, esses
estudos voltaram a desenvolver-se, quer pelo enriquecimento de
informações e de descobertas, quer pela retomada dos ensinamentos dos
sábios gregos (Aristóteles, Herodoto, Ptolomeu, etc) e por sua atualização.
Assim vários temas do período medieval foram retomados do período grego
e romano e uma das maiores contribuições dessa retomada foi dada pelos
padres Alberto Magno e Tomas de Aquino, quando renovaram e puseram na
ordem do dia as ideias Aristotélicas. Daí a crença da esfericidade da Terra,
apesar de condenada pela Igreja Católica no final da Idade Média e a
preparação dos grandes movimentos que geraram os Tempos Modernos.
Na Idade Moderna, começou-se a procurar explicações mais profundas
sobre sistemas de relações entre a Terra e os astros, entre as condições
219
naturais, climáticas e as sociedades;
Os séculos XV e XVI foi marcado pela intensificação das grandes
navegações, com o descobrimento do caminho marítimo para as Índias, o
descobrimento e conquista da América e o início da navegação no Oceano
Pacífico que seria intensamente explorado no século XVIII. A grande
revolução para o conhecimento geográfico na Idade Moderna foi a expansão
extraordinária do espaço conhecido, a dominação da configuração da Terra e
a relação de uma série de ideias a respeito de sua superfície.
Ao chegar ao século XVII, os conhecimentos geográficos interligados às
várias ciências afins já eram, bastante numerosos, Os geógrafos passaram a
preocupar-se com a estrutura da Terra e a formação das rochas e outros
fenômenos naturais de considerável importância para a análise espacial.
O desenvolvimento da Geografia acelerou-se nos séculos XVIII e XIX
em consequência da expansão do capitalismo. Com isso , as desigualdades
sociais tornaram-se tão fortes que um novo pensar geográfico teve de ser
colocado. Assim, muitas escolas surgiram, muitos pensadores colocaram
suas ideias do pensar geográfico, passou-se a uma analise crítica do espaço
geográfico. Tal abordagem foi denominada de Geografia Crítica.
No Brasil, o percurso das mudanças desencadeadas no pós-guerra foi
afetado pelas tensões políticas dos anos de 1960 que trouxeram
modificações no ensino de Geografia e na organização curricular que atrasou
a chegada das abordagens teórico-conceituais críticas na escola. Nessa
contraposição teórica, o então movimento da Geografia Crítica no Brasil
estabelecia embates entre as demais correntes de pensamento, entre elas
com a Geografia Clássica ou Tradicional. A Geografia tradicional produzida no
século passado na Europa influenciou Geógrafos brasileiros, bem como ao
ensino da Geografia. Mas esta Geografia apresentava algumas
particularidades no seu método e em seus objetivos que fragmentava a
realidade, reduzindo-se a citações de lugares, enfim, fornecendo escassos
elementos para uma empobrecida visão do mundo.
Hoje tentamos inverter esta situação tentando desenvolver nos alunos
a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar criticamente a
realidade para melhor compreendê-la para identificar as possibilidades de
220
transformação no sentido de superar suas contradições.
Assim sendo, a Geografia como as demais ciências sociais tem na
escola o compromisso de contribuir para formar o homem por inteiro. Deve
contribuir para a formação do cidadão que participa dos movimentos
promovidos pela sociedade, que conhece seu papel no inteiro das várias
instituições que participa.
OBJETIVOS
A Geografia deverá facilitar a integração entre o ambiente mais restrito
do aluno e o mundo do qual faz parte, fornecendo-lhe uma visão mais
completa da sociedade(o espaço construído pelo trabalho humano ao longo
da história).
Essa integração deve ser interpretada como a capacidade de refletir
criticamente sobre a sociedade em que vive e sobre o espaço que ocupa e
ajuda a construir, refletindo as questões da natureza como recurso disponível
em oposição aos interesses econômicos.
Para que o aluno seja capaz de construir um conjunto de
conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudes
relacionados à Geografia, alguns objetivos serão colocados em prática,
fazendo com que ao final do processo o aluno seja capaz de:
● Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da
natureza em suas múltiplas relações , de modo a compreender o
papel das sociedades em sua produção e construção;
● Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas
consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a construir
referenciais que possibilitem uma participação em questões sociais,
econômicas e ambientais;
● Compreender que as melhorias nas condições de vida , os avanços
tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas
decorrentes de conflitos e que estas não são ainda usufruídas por
todos os seres humanos, apesar dos seus esforços;
● Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia
para compreender o espaço , a paisagem, o território e o lugar , seus
221
processos de construção , identificando suas relações, problemas e
contradições.
● Fazer leituras de imagens, mapas , dados e documentos de
diferentes fontes de informação , de modo a interpretar, analisar e
relacionar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes
paisagens;
● Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e
representar a espacialidade dos fenômenos geográficos;
● Valorizar o patrimônio sociocultural e ambiental, reconhecendo como
um direito dos povos e indivíduos e um elemento de fortalecimento
da democracia;
● Respeitar as diferenças étnico-culturais dos diferentes povos que
contribuíram para a formação da sociedade brasileira e as diferentes
civilizações;
● Identificar a importância que representa o uso dos recursos naturais
para a sociedade a qual encontra-se inserido e a necessidade de se
preservar os recursos ou fontes ainda disponíveis na natureza;
● Compreender que a organização do espaço geográfico mundial é
fruto da produção do trabalho humano, estando em constantes
transformações.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
A DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL
A Ciência Geográfica: evolução do pensamento geográfico;
Localização e orientação: coordenadas geográficas, fusos horários, evolução
dos mapas e sua representação, projeções cartográficas, tecnologias
aplicadas a Cartografia;
Geografia e meio ambiente: origem e evolução da Terra, estrutura e formas
de relevo, relevo brasileiro, climas, solo, hidrografia e formações vegetais no
mundo e no Brasil, recursos naturais, conservacionismo e preservacionismo,
crise e impactos ambientais.
222
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
A GEOPOLÍTICA
A Nova Ordem Mundial no início do século XXI e a atual oposição norte/sul;
O Neoliberalismo;
Regionalização do espaço mundial;
Os novos papéis das organizações internacionais;
Redefinições de fronteiras;
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
Modos de produção e formações socioespaciais;
Indústria clássica, periférica e planejada;
Revolução Técnico-científica informacional e novo arranjo do espaço da
produção;
Distribuição espacial da indústria nas diversas escalas geográficas;
Os recursos naturais e sua importância na produção industrial;
As fontes de energia;
Internacionalização do capital e sistemas financeiros;
As novas tecnologias e alterações nos espaços urbano e rural;
Industrialização dos países pobres e diferenças tecnológicas, econômicas e
ambientais;
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO/NO ESPAÇO
Urbanização e hierarquia das cidades: megalópoles, metrópoles, cidades
grandes, médias e pequenas.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
DINÂMICA CULTURA L E DEMOGRÁFICA
Crescimento demográfico e suas implicações políticas, sociais e econômicas;
Teorias demográficas e políticas educacionais em diferentes países;
223
Composição demográficas dos lugares: geração. Gênero e etnia;
Relações entre composição Demográficos;
População urbana e rural;
Diferentes grupos socioculturais e suas marcas na paisagem;
Diferentes grupos étnicos e o racismo: migração e desemprego;
Movimentos populacionais e suas implicações;
Nacionalismo, minorias étnicas, separatismo e xenofobia
Aspectos culturais e identidades regionais.
GEOPOLÍTICA
Organização do espaço geográfico à partir de políticas econômicas,
ambientais e socioculturais;
Conflitos rurais e estrutura fundiária.
METODOLOGIA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado na disciplina de
Geografia deverá ser aquele que possibilite ao educando a compreensão de
sua posição no conjunto das relações da sociedade com a natureza ; como e
poque suas ações, individuais ou coletivas em relação aos valores humanos
ou à natureza têm consequências , tanto para si, como para a sociedade.
Uma metodologia que permita também fazer com que o aluno adquira
conhecimentos para compreender as diferentes relações que são
estabelecidas na construção do espaço geográfico , no qual se encontra-se
inserido, tanto em nível local como mundial, os avanços na tecnologia , nas
ciências e nas artes como resultantes de trabalho e experiência coletiva da
humanidade, de resgate de sua identidade permitindo o avanço de muitos
questionamentos, propondo um novo perfil do papel da cultura afro-brasileira
na formação do país, estabelecendo e reconhecendo e reconhecendo novas
perspectivas educacionais para uma compreensão do papel do tráfico, da
escravidão como elementos formadores da configuração do mundo
contemporâneo, no sentido de construirmos pressupostos para traçar um
novo perfil do papel das culturas negras na formação do Brasil, respeitando e
224
valorizando diferenças culturais e étnicas. Como encaminhamento
metodológico, seguem como propostas de ações:
● Coleta de dados para posterior leitura e análise de resultados
obtidos;
● Perguntas e suposições acerca do assunto em estudo;
● Defesa de um ponto de vista(Debate/Fórum);
● Elaboração de hipóteses;
● Leitura, interpretação e produção de textos;
● Leitura, interpretação e superposição de mapas;
● Interpretação de noticiários diários e a relação com os temas
estudados;
● Análise e/ou interpretação de gráficos e tabelas;
● Produção de textos à partir de informações diversas;
● Interpretação de filmes, documentários e fotos com paisagens com
retratos das mais diversas realidades;
● Visita à indústrias, parques, pontos turísticos regionais e outros
locais que enriqueçam e auxiliem o educando na compreensão do
espaço geográfico;
● Trabalhos em grupos e situações que contemplem ao longo dos
conteúdos a História e cultura afro-brasileira e indígena (Lei
11.645/08), a História do Paraná (Lei 13.381/01) e Meio Ambiente
(Lei 9.795/99);
● As ferramentas tecnológicas no mundo globalizado na qual a
sociedade encontra-se inserida, atenta e reforça a necessidade de
seu uso no contexto escolar onde o professor deverá estimular a
pesquisa em sites de busca, enriquecendo ainda mais o conteúdo
estudado em sala de aula.
Enfim, uma metodologia que contribua para a compreensão das
relações locais com as universais, como o contexto mais próximo contém e
está contido em um contexto mais amplo e quais as possibilidades e
implicações que estas dimensões possuem, sempre levando-se em
consideração a realidade dos educandos.
AVALIAÇÃO
225
O processo de avaliação deverá ser contínuo e dinâmico, onde o
professor esteja aberto para buscar formas mais criativas e até alternativas
para compreender se o aluno avançou, e como o conhecimento da Geografia
faz sentido para esse aluno hoje e também o fará futuramente.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças
necessárias para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça
mais próxima da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no
espaço onde os alunos estão inseridos. Neste sentido, várias alternativas
poderão diversificar a avaliação, desde trabalhos em equipes e individuais,
pesquisas bibliográficas e de campo, até mesmo provas individuais e em
duplas, com ou sem consulta. Além da análise e interpretação de gráficos,
mapas, tabelas, documentários, entre outros.
Será oportunizada a recuperação de estudos, como forma de garantir o
desempenho do educando.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCHELA, R. S. e Gomes, M.F.V.B. – Geografia para o Ensino Médio – Manual
de aulas práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.
CAVALCANTI, L de S. Geografia escola e construção do conhecimento.
Campinas: Papirus, 1998.
CHRISTOFOLETTI, A (org) Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difiel. 1982.
CORREA, R.L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática. 1986.
GONÇALVES, C.W.P. Os (des) caminhos do meio ambiente. São Paulo:
Contexto, 1999.
LACOSTE, Y. A geografia – Isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 1988.
LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA. Curitiba. 2006.
SANTOS, M. Por uma Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SANTOS, M. Metamorfose no Espaço Habitado. São Paulo. Hucitec, 1988.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da
Educação Básica - 2008.
VESENTINI, José W. Geografia, natureza e sociedade. São Paulo: Contexto.
226
1997.
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A história tem como estudos os processos históricos relativos às ações
e às relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os
sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já as
relações humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como
estruturas sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de
raciocinar, de representar, de imaginar, de instituir, portanto, de se
relacionar social, cultural e politicamente.
As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos
sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar
constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as
ações dos sujeitos permitem espaços para suas escolhas e projetos de
futuro. Deve-se considerar também como objeto de estudos, as relações dos
seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as condições
geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os quais
também se conformam a partir das ações humanas.
Os conteúdos de história devem partir de uma visão tridimensional da
história – a história vivida aquela que é vivida por todos os homens no
passado e presente. A História enquanto produto dos historiadores que é o
conhecimento histórico acumulado. A História como disciplina curricular,
conteúdos sistematizados cientificamente pela sociedade.
Estudar História significa buscar entendê-la como processo e
identificando sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-
social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos
são as ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos
conteúdos estruturantes propostos neste Plano Curricular: a dimensão
política, a dimensão econômico-social e dimensão cultural, a abordagem dos
conteúdos, nessa perspectiva, possibilita que o professor explore os novos
227
métodos de produção do conhecimento histórico e amplie as possibilidades:
de recortes temporais, do conceito de documento, de sujeitos e de suas
experiências, de problematização em relação ao passado. Além disso,
permite que o aluno elabore conceitos que o permitam pensar
historicamente, superando também a ideia de história como algo dado, como
verdade absoluta.
E ainda, o ensino de história deve dar conta de superar os desafios de
desenvolver o senso critico, rompendo com a valorização do ensino
enciclopédico. Socializando a produção da ciência histórica, passando da
reprodução do conhecimento à compreensão das formas de como este se
produz, formando o homem político, capaz de compreender a estrutura do
mundo da produção onde ele se insere e nele interfere, considerando o aluno
e o professor como sujeitos de seu próprio conhecimento, numa constante
elaboração e re-elaboração, que se dá a partir de necessidades e problemas
cotidianos.
Percebe-se, assim, a necessidade da valorização dos sujeitos
históricos não somente como objetos de analise historiográfica, mas como
agentes que buscam a construção do conhecimento através da reflexão
teórica e, portanto, da produção conceitual, de sua prática vivencial e
investigativa no universo escolar. Este é um caminho para a formação de
uma consciência histórica no aluno e no professor ao pensarem a própria
experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e cidadãos
construtores de um espaço público realmente democrático produzido por
uma ação social.
Para isto acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais
teóricos de caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre
outros aspectos sócio-históricos, as práticas dos alunos e dos professores
inseridos no cotidiano do universo escolar. Estes referenciais devem permitir
a seleção das informações advindas do mundo extra escolar através de uma
conceitualização teórica rigorosa, considerando, assim, a forma com que
estes sujeitos sócio-históricos entendam e constroem a narrativa histórica
(interpretações e explicações). Este rigor se refere a um critério de verdade
estruturado na historicidade do conhecimento científico, que para
228
Christopher Lloyd possui um duplo argumento:
Primeiro, a sociedade não é o único sistema histórico. O universo
inteiro, incluindo os planetas, a geologia da Terra, a biosfera e evolução das
formas de vida são históricos no sentido de apresentar processos específicos
de mudanças. Em segundo lugar, a ciência não se caracteriza
necessariamente pelo objetivo de descobrir leis. A forma da racionalidade, a
estrutura do raciocínio, a reflexibilidade e a autocrítica, bem como a
objetividade empírica, são características (...) essenciais. (LLOYD, 1995, p.
43).
As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos
sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar
constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as
ações dos sujeitos permitem espaços para suas escolhas e projetos de
futuro. Deve-se considerar também como objeto de estudos, as relações dos
seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as condições
geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os quais
também se conformam a partir das ações humanas.
As estruturas sócio-históricas podem ser descobertas, interpretadas e
analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados empíricos
tais como as fontes históricas. Este confronto, dentro dos critérios realistas
apontados por Lloyd, pode modificar as metodologias e mesmo verificar a
sua validade em relação aos fatos históricos expressos nas fontes utilizadas
ao abordar o objeto de estudo. Nessa concepção as teorias e as
metodologias não são somente formas discursivas, pois elas se constituem a
partir da realidade sócio-histórica do objeto de estudo (no caso, a ação
humana na formação das estruturas sócio-históricas que a limitam e a
modelam) enquanto elemento relativamente autônomo em relação à
realidade complexa e total. É neste espaço, portanto, que ocorre a
tematização dos conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto
empírico e o aspecto teórico conceitual do conhecimento histórico.
Por fim,
... ensinar e aprender história requer de nós, professores, a retomada de uma velha questão: o papel formativo de história. Devemos
229
pensar sobre a possibilidade educativa da história, ou seja, a história como saber disciplinar que tem um papel fundamental na formação da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por diferenças e desigualdades múltiplas. Requer assumir o oficio de professor de história como uma forma de luta política e cultural. A relação ensino-aprendizagem deve ser um convite e um desafio para alunos e professores cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a prática, a política e o cotidiano, a história, a arte e a vida. (FONSECA, 2003, p. 37-38).
A investigação histórica pode detectar causalidades externas voltadas
para descobertas de relações humanas, e causalidades internas que buscam
compreender/interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações.
A finalidade da História é expressa no processo de produção do
conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É
voltada para a interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos,
por meio da compreensão da provisoriedade deste conhecimento. Esta
provisoriedade não significa relativismo teórico, mas que, além de existirem
várias explicações e/ou interpretações para um determinado fato, algumas
delas são mais válidas historiograficamente do que outras. Esta validade é
constituída pelo estado atual da ciência histórica em relação ao seu objeto e
a seu método. O conhecimento histórico possui formas diferentes de explicar
seu objeto de investigação, construído a partir das experiências dos sujeitos.
A Nova História Cultural se utiliza das categorias de representação e
apropriação para a produção do conhecimento histórico. Representação,
considerada a pedra angular da Nova História Cultural, conceito superior ao
de mentalidade, é entendida como as diferentes formas através das quais as
comunidades, partindo de suas diferenças sociais e culturais, percebem e
compreendem sua sociedade e sua própria história.
A apropriação, por sua vez, “tem por objectivo [sic.] uma história social das interpretações, remetidas para as suas determinações fundamentais (que são sociais, institucionais e culturais) e inscritas nas práticas específicas que as produzem” (CHARTIER, 1987, p. 26.).
Ao optar pelas contribuições das correntes historiográficas
identificadas como Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa como
referenciais teóricos das diretrizes curriculares de História, objetiva-se
propiciar aos alunos, ao longo da Educação Básica, a formação da
230
consciência histórica genética. Nesta corrente historiográfica a cultura é
entendida de forma integrada aos modos de produção e não como mero
reflexo da infra-estrutura econômica de uma sociedade. Nessa perspectiva,
existiria uma relação dialética entre a cultura e as estruturas sociais.
O ensino de história tem que estar em sintonia com as atuais correntes
historiográficas para que o aluno perceba a flexibilidade das ciências
humanas, em constante construção, por não serem exatas estão sujeitas a
superação, a novas formulações, tornando ainda mais complexas realidades
sociais múltiplas, conflituosas, descontínuas. Há um permanente debate e
não existem possibilidades que apontem para um consenso.
Temas sociais que no passado eram ignorados pela historiografia, hoje
ganham relevância. A história do cotidiano valoriza e possibilita novas
percepções na vida das classes trabalhadoras, mulheres, crianças, grupos
étnicos, neste aspecto as fontes de pesquisa tornam-se mais abrangentes,
considerando textos, imagens, cartas pessoais, relatos orais, objetos ...
possibilitando aos professores direcionamento de pesquisas envolvendo e
valorizando os alunos como sujeitos de um contexto amplo. Isso reforça e
fortalece a posição de que as formas de estudar o passado são plurais e
estão relacionadas com o presente. Esta perspectiva dá a história
importância social de contribuir para a construção da identidade do aluno,
desenvolvendo um sentimento de pertencimento a nação de um mundo
“civilizado”.
Nesta perspectiva é valorizado o conceito de experiência, ideia que se
contrapõe ao pensamento dicotômico base/estrutura. Os historiadores dessa
corrente teórica consideram a subjetividade, as relações entre as classes e a
cultura. Defendem, ainda, que a consciência de classe se constrói nas
experiências cotidianas comuns, a partir das quais são tratados os
comportamentos, valores, condutas, costumes e culturas.
Outro conceito fundamental é o de poder, onde a Nova Esquerda
Inglesa busca superar a visão mecânica e reducionista de uma corrente
tradicional marxista que prescrevia uma História linear em direção a uma
revolução, e ainda uma História tradicional calcada em fatos históricos
determinados e aliados a figuras de heróis. Os historiadores da Nova
231
Esquerda Inglesa procuraram analisar a concepção de poder de forma a
apresentar outros atores sociais e outros espaços de poder, o que ficou
conhecida como a "história vista de baixo".
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa elegeram a classe
trabalhadora como personagem central de seus estudos. O conceito de
classe social e de luta de classes fundamentais para o pensamento marxista,
são ampliados por essa historiografia, à medida em que seus estudos não
reduzem a explicação histórica ao aspecto econômico. Nessa perspectiva,
percebem a classe trabalhadora a partir do conceito de experiência,
envolvendo dialeticamente o econômico, o cultural e o social. Ao que se
refere a conceitos fundamentais do marxismo como o de luta de classes,
esta corrente historiográfica amplia o seu significado, passando a considerar
não só a luta entre classes, mas a luta dentro de uma mesma classe.
Portanto, a aprendizagem caminhará de mãos dadas com o interesse
em relação a cada fato exposto, uma vez que o aluno deverá se colocar
como agente construtor da história.
OBJETIVOS
Busca-se no ensino da história a compreensão do processo histórico
relativo às permanência e às transformações temporais dos modelos
culturais e a compreensão da vida social em toda sua complexidade, para
que o aluno tenha a formação da consciência histórica, ajudando-o a ser um
cidadão participativo nas questões sociais e políticas do seu meio.
Essa concepção de História, enquanto experiência de homens e
mulheres e sua relação dialética com a produção material, valoriza a
possibilidade de luta e transformação social. Justifica-se assim a concepção
de História que se pretende, a qual não se vincula às teorias deterministas
da estrutura, nem às teorias voluntaristas da consciência que reduzem a
produção historiográfica à categoria de ficção.
Desta forma propõe-se a estabelecer articulações entre abordagens
teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e até a oposição
entre elas, por entender que esse é um caminho possível para o ensino de
História, uma vez que possibilita aos alunos compreender as experiências e
232
os sentidos que os sujeitos dão às mesmas.
RELAÇÕES DE TRABALHO
O trabalho expressa a relação que os seres humanos estabelecem
entre e si e a natureza. A execução do trabalho requer o emprego físico e
mental, estes esforços transformaram elementos da natureza em bens que
satisfazem as necessidades humanas. Ao realizar as atividades de
transformação de elementos da natureza, os homens se relacionam entre
si. Estas relações de trabalho permitem diversas formas de organização do
mundo do trabalho. Na sociedade e capitalista o trabalho assumiu uma
forma muito específica. O emprego assalariado. Para entende r como se
construiu este modelo bem como sua consequência, faz-se necessário
entende r como as relações de trabalho foram construídas historicamente.
Thompson (1998 e 2004) entende que o conceito de experiência
histórica possui duas dimensões. A primeira afirma que a classe social e sua
respectiva consciência de classe são fenômeno s produzidos pelas
experiências e valores herdados e compartilhados pelos sujeitos históricos
ao construírem sua identidade. A segunda dimensão do conceito se refere
à prática do historiador, que deve ser pautada na análise e verificação de
documentos para que se produza a metodologia da investigação
histórica.
Para os historiadores da Nova Esquerda Inglesa o resgate da história
dos trabalhadores é possível quando o historiador reúne vários documentos,
(inclusive aqueles que a historiografia tradicional não aceitava como fonte
histórica, como, por exemplo, um boletim de ocorrência), analisando-os a luz
de uma teoria para verificar se as informações retiradas dos documentos
correspondem à teoria por ele optada, caso isso não ocorra o historiador
deve construir um novo modelo teórico para o seu objeto de investigação.
Assim o estudo de relações de trabalho no Ensino Médio deve
contemplar diversos tipos de fontes históricas para que professores e alunos
possam a partir diferentes visões perceber a História para além dos
documentos oficiais.
A Nova Esquerda Inglesa entende que a consciência de classe dos
233
sujeitos não se constrói somente entre a luta de classes da burguesia versus
proletariado, mas também em conflitos intraclasses e nas relações
interclasses, por meio da experiência vivida pelos trabalhadores.
Partindo desta concepção o estudo das relações de trabalho deve
considerar as esferas: doméstica; a prática comunitária; as manifestações
artísticas e intelectuais, e a participação nas instâncias de representações:
políticas; trabalhistas e comunitárias.
A investigação sobre as relações de trabalho a partir de problemáticas
do presente, tais como: impactos ambientais, movimentos sociais e culturais,
desemprego, desigualdade social, fome, violência etc., e articulados aos
demais conteúdos estruturantes, permite aos alunos e professores entender
como as relações de trabalho foram construídas no decorrer do processo
histórico.
RELAÇÕES DE PODER
Pode-se definir poder como “a capacidade ou possibilidade de agir ou
de produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos”
(BOBBIO in BOBBIO, MATTEUCCI e PASQUINO, 2000, p. 993). O poder não
possui forma de coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações sociais
e ideológicas estabelecidas entre aquele que exerce e aquele que se
submete, portanto, o que existe são as relações de poder.
O estudo das relações de poder geralmente remete a ideia de poder
político. Porém as relações de poder não se limitam somente à dimensão
política, essas relações encontram-se também na dimensão econômico-
social e na dimensão cultural, ou seja, em todo corpo social.
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa, criticam a historiografia
política tradicional pois esta se limitou a explicar o poder tendo como
referência somente o Estado. A Nova Esquerda Inglesa analisa as relações de
poder a partir da valorização das condições materiais, das estruturas sócio-
econômicas, das classes e grupos sociais, dos movimentos coletivos em
geral e a reintroduz a ideologia como categoria analítica do discurso
histórico.
Para a corrente historiográfica Nova História Cultural, o estudo das
234
relações de poder remete às esferas das representações, do imaginário e das
práticas sociais. Radicalizando esta ideia, Michel Foucault optou pela ideia de
“poderes”. Esta concepção entende os saberes enquanto poderes; poderes
que são exercidos nas instituições, tais como: nas escolas; nas prisões, nos
hospitais; nas famílias e comunidades; nos estados nacionais, nas igrejas e
nos organismos internacionais políticos, econômicos e culturais. Ele também
valorizou a pluralidade das redes de poder ou micropoderes e propôs o
estudo das relações entre as diferentes práticas sociais discursivas.
O entendimento que as relações de poder são exercidas nas diversas
instâncias sócio-históricas, como o mundo do trabalho, as políticas públicas e
as diversas instituições, permite ao aluno perceber que estas relações fazem
parte de seu cotidiano. Assim ele poderá identificar onde se localizam as
arenas decisórias, porque determinada decisão foi tomada e de que forma
foi ela executada ou implementada para que ele entenda como, quando e
onde reagir a mediadas em processo de definição.
RELAÇÕES CULTURAIS
As relações culturais são a correspondência dialética entre as
estruturas materiais e simbólicas de um determinado contexto histórico.
Diante disso, pensou-se nas relações culturais como conteúdo estruturante
para o Ensino Médio. O conceito de cultura aqui proposto, parte de Raymond
Willians (2003), o qual afirmava que esta é comum a todos os seres
humanos, na medida em que existe uma estrutura comum de modos de
pensar, agir e perceber o mundo, que leva à constituição de organizações
sociais diferentes. As diferenças culturais existem devido às diversas
interpretações construídas por sujeitos históricos que estão inseridos em
grupos sociais distintos na divisão social do trabalho.
Assim, na forma de organizar a vida político-econômica, as sociedades
contemporâneas não são tão diferentes, pois são poucas as sociedades que
destoam do padrão cultural imposto pelo capitalismo contemporâneo. Em
outras palavras, as classes dominadas existem numa relação de poder com
as classes dominantes, de tal modo que ambas partilham um processo social
comum, portanto, de uma experiência histórica comum, produto dessa
235
história coletiva. No entanto, os benefícios produzidos por esta sociedade e
seu controle se repartem desigualmente.
O estudo das relações culturais deve considerar a especificidade de
cada sociedade e relações entre elas. O processo histórico constituído na
relação entre as diversas sociedades é o que pode ser chamado de cultura
comum.
Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa repensaram o conceito de
cultura a partir de sujeitos históricos antes ignorados pela história tradicional
e passaram a valorizar uma “história vista de baixo”.
Para Thompson, o conceito de experiência histórica é o elemento
articulador entre as relações humanas, pois esta se expressa na constituição
de uma cultura comum. Assim, este historiador afirmava que a cultura
comum dos trabalhadores urbanos e camponeses na Inglaterra do século
XVIII, “longe de ter a permanência rígida que a palavra ‘tradição’ sugere, o
costume era um terreno de mudança e de conflito, um lugar onde interesses
opostos formulavam reivindicações opostas.” (1998, p. 16-17).
Hobsbawn entende que as tradições culturais são inventadas dentre
do contexto da luta de classes, intraclasses e das relações interclasses.
Neste conflito existem grupos dominantes que lutam por um consenso
hegemônico, enquanto outros grupos sociais resistem criando uma contra-
hegemonia a partir de suas experiências e valores (HOBSBAWN e RANGER,
2002).
Os historiadores da Nova História Cultural abordam as relações
culturais a partir de conceitos que superam a dicotomia entre a cultura de
elite e a cultura popular. Roger Chartier analisa a cultura a partir das
práticas, apropriações e representações culturais que os sujeitos têm em
relação aos artefatos culturais (literários, visuais ou mentais). Já Carlo
Ginzburg estuda a circularidade entre as culturas por meio de um recorte
local onde se valorizam as ações e os valores de sujeitos comuns, de suas
famílias e comunidades. Esta abordagem é denominada micro-história ou
microanálise e permite reavaliar as macroanálises.
Tanto os historiadores da Nova Esquerda Inglesa como os da Nova
História Cultural utilizam-se de documentos antes desvalorizados pela
236
historiografia tradicional, tais como processos judiciais, interrogatórios,
boletins de ocorrência, canções populares, relatos de tradições orais, livros
populares, etc. O uso destas evidências possibilitou aos historiadores a
construção de narrativas históricas que incorporavam olhares alternativos
em relação às ações dos sujeitos ao produzir e vivenciar o processo histórico
de constituição da humanidade.
CATEGORIAS DE ANÁLISE: TEMPO E ESPAÇO
O estudo do passado dos seres humanos, investigado por historiadores
ou por professores de história e seus alunos, realiza-se no presente à luz de
uma expectativa de futuro. Nesse sentido, as noções de tempo e espaço
tornam-se categorias de análise e quando articuladas aos conteúdos
estruturantes possibilitam a delimitação e a contextualização dos temas a
serem problematizados.
Tempo
O conceito de tempo foi construído historicamente e modificou-se de
acordo com o surgimento e transformação das sociedades. A concepção de
tempo de uma sociedade se articula a consciência histórica que seus sujeitos
possuem.
O tempo, nas sociedades agrárias, possuía um caráter cíclico e mítico;
já nas sociedades industriais, tem uma marca cronológica e disciplinadora.
Nas primeiras predomina uma experiência do tempo que leva a uma
consciência histórica tradicional, que aceita e repetem os modelos culturais
dados. Na sociedade industrial as experiências possuem dimensões e
durações temporais diversas. Nesta sociedade, estas experiências são
acessíveis a um número maior de sujeitos, os quais se defrontam no seu
cotidiano com concepções temporais, como: estruturas ou “fatos de massa”;
conjunturas ou “fatos institucionais”; a intervenção do acaso e das ações dos
sujeitos e grupos (VILAR apud FONTANA, 2004, p. 326). Na escola, a
compreensão dessas múltiplas experiências temporais pode provocar nos
alunos o desenvolvimento de uma consciência histórica crítica ou genética.
A articulação entre as dimensões temporais se expressa nas relações
237
de temporalidade, tais como: processos, mudanças, rupturas, permanências,
simultaneidades, transformações, descontinuidades e deslocamentos. Estas
temporalidades podem ser periodizadas, o que consiste em classificar,
arbitrariamente, a sucessão ou as rupturas entre processos e
acontecimentos criados pelas diferentes sociedades históricas e investigados
pelas correntes historiográficas. As correntes historiográficas tomadas como
referência neste documento se utilizam de determinadas temporalidades e
periodizações.
Com relação à temporalidade, os historiadores da Nova Esquerda
Inglesa valorizam a relação dialética entre as permanências e as mudanças,
privilegiando as rupturas como elementos dinamizadores do processo
histórico. Quanto à periodização, rompem com a concepção etapista dos
modos de produção, mas consideram as estruturas materiais e simbólicas
(modos de produção) como grandes contextos que delimitam e possibilitam
as ações humanas no tempo. Sob este aspecto, Hobsbawn, a partir de
Gramsci, propõe o conceito de bloco histórico, o qual é uma forma de
periodização que leva em conta uma macro-estrutura espaço-temporal que
valoriza a análise das relações entre as ações humanas e as estruturas sócio-
históricas em um período definido por marcos históricos precisos. Um
exemplo disso são os marcos temporais das obras deste autor: a Era das
Revoluções (1789-1848), a Era do Capital (1848-1875), a Era dos Impérios
(1875-1914) e a Era dos Extremos (1914-1991).
Os historiadores da Nova Historia Cultural tendem a adotar a
temporalidade criada por Fernand Braudel relativa a longa duração
(estruturas), a média duração (conjunturas) e à curta duração
(acontecimentos). O historiador Roger Chartier procura detectar quais as
permanências e mudanças presentes nas práticas e nas representações
culturais dos sujeitos; já Carlo Ginzburg investiga como as temporalidades se
relacionam com a circularidade cultural entre os sujeitos. Esta corrente
historiográfica geralmente utiliza a periodização quadripartite (Idade antiga,
medieval, moderna e contemporânea) para classificar os contextos
históricos.
Considera-se, neste documento, que o estudo das ações e das relações
238
humanas do passado parte de problematizações feitas no presente. Essas
problematizações ou perguntas levam a um recorte temporal que delimita o
estudo. Assim, é a partir da temática proposta pela problematização que o
professor historiador e o aluno determinam a periodização que define os
marcos temporais que balizam seu estudo.
Portanto, busca-se a superação de periodizações tradicionais
determinadas a priori, como, por exemplo, certo uso da periodização
quadripartite da história, através da valorização de diferentes
temporalidades históricas escolhidas de acordo com o objeto a ser
pesquisado e os questionamentos feitos ao passado.
Espaço
A conceito de espaço, assim como o de tempo, contextualiza e articula
os conteúdos estruturantes aqui propostos. O local onde os sujeitos
históricos atuam delimita as possibilidades de ação e de compreensão do
processo histórico. Os historiadores, os professores e os alunos delimitam,
através da problematização, o contexto temporal e espacial a ser estudado.
Os historiadores ligados à Nova Esquerda Inglesa delimitam grandes
contextos espaciais em suas análises. Hill e Thompson tendem a abarcar
todo o território do Reino Unido, pois este é o local de ação dos movimentos
sociais que eles investigam. Entretanto, estes dois historiadores também
analisam como as estruturas sócio-históricas interferem na vida de
indivíduos e nos costumes de pequenas comunidades e como estes reagem
a elas. Hobsbawn, em suas principais obras, investiga os processos históricos
mundiais que ocorreram e interferiram em diversos locais em determinado
contexto histórico, construindo, assim, novos modelos teóricos para seus
objetos.
Os historiadores da Nova História Cultural, tais como Carlo Ginzburg e
Giovanni Levi compreendem, por meio da micro-história, que a relação entre
o local e o universal é um problema de escalas. Para eles esta diferença se
refere a distintos graus nas perspectivas de análise. Um olhar local é um
procedimento fundamental para perceber as fissuras nas estruturas sócio-
históricas e aponta caminhos que mapeiam as transformações estruturais
239
que ocorrem durante a constituição do processo histórico.
O ambiente (seja ele natural, rural ou urbano), as paisagens, os
territórios, os caminhos, as conquistas territoriais, as migrações, etc. fazem
parte do conhecimento histórico bem como da memória social de uma
sociedade. O modo como o espaço é apreendido pelos homens que vivem
em determinado local, a localização e a relação entre os seres humanos e o
ambiente constituem a categoria de análise espaço que, junto com a
categoria de análise tempo, permite a delimitação de marcos históricos que
são necessários ao estudo de um tema.
OBJETIVOS
Construir a identidade nacional e individual, localizando os momentos
históricos, seu processo de sucessão e duração, ressaltando o papel do
homem como agente ativo do processo.
● Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se
como agente transformador da sociedade.
● Construir a identidade social e individual, visando um maior
conhecimento da realidade dos povos bem como seus costumes
podendo assim compreender como a nossa sociedade chegou onde
nos encontramos.
● Conhecer o processo histórico com o objetivo de conhecer nosso
passado para poder encaminhar nossa sociedade para um promissor
futuro.
CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ABORDAGEM CENTRAL
A História entre a ciência e a filosofia
240
CONTEÚDOS VINCULADOS
O que é história?
Construção da ciência da história
Existe o tempo?
Para que serve a história
ABORDAGEM CENTRAL
O surgimento do ser humano e da civilização
CONTEÚDOS VINCULADOS
África berço da humanidade
Migrações euro-asiáticas e para a América o povoamento do mundo
Revolução agrícola e o nascimento das civilizações
(Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais)
Organização social no mundo antigo:
O Estado teocrático
Sociedades matriarcais
Sociedades patriarcais
O trabalho: escravo e livre
Religiosidade/mitologia
(Mesopotâmia, Egito/Núbia, hebreus, fenícios, persas, chineses, olmecas)
ABORDAGEM CENTRAL
Pindorama uma terra repleta de palmeiras O mundo antigo
CONTEÚDOS VINCULADOS
Mitos de origem dos principais grupos de indígenas
o processo de transformação da natureza (tecnologias)
os costumes
a importância da mandioca
a educação das crianças
(Arawakes, Karibes, Tupis e Jês)
241
ABORDAGEM CENTRAL
Grécia e Roma – modelos do mundo ocidental?
CONTEÚDOS VINCULADOS
A filosofia grega (importância do Egito nessa construção)
Educação, a família e a mulher
mundo escravo
Propriedade da terra – divina ou privada?
a expansão romana e o encontro com outras culturas
- a cristianização
- Abordagem central
- O império da Igreja cristã na Europa
- Conteúdos vinculados
- Feudalismo e poder da Igreja na Idade Média
- Ruralização da economia
- Cruzadas: encontro Oriente e Ocidente
- Império Bizantino
OBJETIVOS
● Compreender e respeitar as particularidades de cada povo da
antiguidade.
● Construir a identidade nacional e individual, localizando os
momentos históricos, seu processo de sucessão e duração,
ressaltando o papel do homem como agente ativo do processo.
● Discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando o presente e o passado, percebendo-se
como agente transformador da sociedade.
● Construir a identidade social e individual.
● Entender o tempo histórico como duração.
● Compreender o papel do indivíduo como sujeito e produto histórico.
● Compreender a identidade das gerações passadas.
● Entender o tempo histórico como construção cultural.
● Localizar os momentos históricos em seu processo de sucessão e em
242
sua simultaneidade.
● Analisar a diferença entre se atrasado ou culturalmente diferente.
● Evidenciar os servos e senhores feudais como peças chaves do
feudalismo.
● Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
● Reconhecer a valorização da terra, da agricultura.
● Reconhecer as fontes documentais da natureza de diversas.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ABORDAGEM CENTRAL
Grandes civilizações americanas
Conteúdos vinculados
Maias
Astecas
Incas
Tupi-guarani
ABORDAGEM CENTRAL
África
Conteúdos vinculados
Sociedades subsaarianas:
Tribos
Cidades-estados
Reinos e impérios
Reino de Axum (Etiópia)
Grande Zimbabwe
243
ABORDAGEM CENTRAL
Terras ou dinheiro? O mundo ocidental entre a nobreza e a burguesia.
CONTEÚDOS VINCULADOS
A riqueza do Oriente: novas tecnologias (imprensa) novas culturas
O poder absolutista, o mercantilismo e o Sistema Colonial
A burguesia e sua nova visão de mundo
Renascimento, Reforma Religiosa,Colonização da América e da África e da
Ásia.
ABORDAGEM CENTRAL
Encontro de culturas:
os ameríndios e os espanhóis
os ameríndios e os portugueses
os negros africanos e os portugueses
CONTEÚDOS VINCULADOS
Os negros africanos e os portugueses
O Sistema Colonial Espanhol
Resistência e extermínio dos ameríndios
Paraná espanhol (Revolta de Guairacá, os jesuítas e a escravização indígena)
A colônia como produtora de riqueza p/a metrópole: organização do Sistema
Colonial
A escravidão africana
Resistência à escravidão
Sociedade patriarcal para a elite. E o resto?
ABORDAGEM CENTRAL
Brasil: liberdade ou dependência?
CONTEÚDOS VINCULADOS
Processo de independência do Brasil
244
A luta entre o liberalismo e o conservadorismo
Revoltas de elite e populares
Houve de fato abolição da escravidão?
ABORDAGEM CENTRAL
Capital e Trabalho
CONTEÚDOS VINCULADOS
Revolução industrial
Mudança na forma de trabalho
Exploração: mais-valia
Expansão imperialista e colonialista
A partilha da África
Contestação ao capitalismo
OBJETIVOS
● Saber que a Homérica nem sempre foi como conhecemos, conhecer
os povos pré- colombianos.
● Analisar a forma do Estado Nacional.
● Compreender o que é um Rei Absolutista;
● Reconhecer que a expansão Comercial e marítima teve apoio dos
reis e burgueses;
● Identificar as inovações e consequências na navegação.
● Estabelecer relações entre permanências e transformações no
processo histórico;
● Reconhecer fontes documentais de natureza diversas;
● Analisar o Renascimento como resgatou a arte greco-romana.
● Reconhecer como era a Igreja, porque houve críticas;
● Identificar o protestantismo como movimento que deu origem a
outras religiões
● Compreender as mudanças da igreja Católica e a mudança do
pensamento religioso no mundo.
● Reconhecer o Iluminismo como movimento que impulsionou o
245
conhecimento.
● Analisar as características e pensamentos iluministas.
● Evidenciar os motivos que levaram a Revolução Inglesa e Francesa;
● Compreender o real significado da classe burguesa na Revolução
Francesa;
● Reconhecer as consequências das Revoluções.
● Analisar motivos que os colonos queriam ser independentes;
● Evidenciar como e porque aconteceu a Independência dos EUA.
● Reconhecer como era o cotidiano nas 13 colônias;
● Compreender o que levou a Crise do Sistema Colonial, as
independências em geral, motivos e consequências.
● Evidenciar como e porque ocorreu a Guerra da Secessão
● Compreender as consequências que levaram à Conquista do Oeste.
● Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
● Compreender o que aconteceu e como ocorreram esses
acontecimentos durante o 1º Reinado.
● Analisar o desenvolvimento no Período Regencial.
● Evidenciar o desenvolvimento e acontecimentos do 2º Reinado.
● Analisar a Revolução Agrícola e Industrial, as quais possibilitaram
mudanças nas relações dos homens, da terra, das plantas e animais.
● Analisar e comparar o operário e sua situação da época e a atual.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
ABORDAGEM CENTRAL
Fim do Brasil Império e a República
CONTEÚDOS VINCULADOS
A queda do Império
Proclamação da República
A República da Espada
246
Revolução Federalista
Cerco da Lapa no Paraná
O poder das oligarquias e o coronelismo
Contestado
ABORDAGEM CENTRAL
Mundo em guerra
CONTEÚDOS VINCULADOS
Primeira Guerra Mundial
A Política das alianças
O desenrolar da guerra
1917 o ano das mudanças
Os Tratados de Paz
Revolução Russa
Crise de 1929
Segunda Guerra Mundial
Crise do Liberalismo
Tensão Internacional
Nazismo
Fascismo
1ª e 2ª fases da guerra
O pós-guerra: os Tratados de Paz, a ONU e as divergências entre os
vencedores
Oposição capitalismo x comunismo:
Guerra Fria
Descolonização da África e Ásia
República Popular da China
Revolução em Cuba
Brasil contemporâneo:
Era Vargas e a política nacionalista
Período democrático no Brasil
Ditadura Militar
247
Abertura política
Os governos neoliberais e o impacto social
América Latina no século XX
Ditaduras militares e resistência
Democratização e dependência
Alternativas sustentáveis
A hegemonia do EUA
As políticas estadunidenses para o mundo
Neocolonialismo
Fundamentalismo religioso e o confronto com o Oriente Médio
OBJETIVOS
● Analisar e entender os motivos da partilha da África e da Ásia, bem
como a suas consequências.
● Compreender o imperialismo como motivo principal dessa
dominação.
● Verificar como estava o povo desses locais específicos, a política, a
economia, etc.
● Interpretar os motivos da unificação e como ela realmente
aconteceu.
● Diferenciar a Itália em todos os aspectos da Alemanha (sociedade,
economia, etc).
● Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
● Reconhecer os motivos que levaram a essa guerra, bem como suas
consequências.
● Analisar os dados, mapas, voltados a esse momento.
● Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
● Entender onde e porque aconteceu essa revolução, bem como
reconhecer o cotidiano desse povo, suas dificuldades e sua luta.
● Reconhecer as consequências das Revoluções.
248
● Compreender o que levou a Crise de 1929, seus motivos e
consequências.
● Analisar as suas consequências nos outros países, inclusive no Brasil.
● Estabelecer relações entre continuidade/permanência e
ruptura/transformação nos processos históricos.
● Evidenciar o que foram: Nazismo, Fascismo, Totalitarismo.
● Compreender os motivos e as consequências catastróficas da
guerra, bem como o cotidiano antes e depois da guerra, dos países
que participaram dela.
● Entender que foi uma guerra sem armas, porém estratégica e que
trouxe consequências catastróficas da guerra, bem como o cotidiano
antes e depois da guerra, dos países que participaram dela e que
sofrem até hoje.
● Compreender a descolonização como fato interligado ao fim do bloco
socialista evidenciando os motivos reais do mesmo.
● Valorizar as características das sociedades capitalistas, entendendo
que o mundo hoje gira em torno delas, mesmo não sendo um
modelo de igualdade social, nem se preocupando com o povo.
Reconhecer as Ordens Mundiais atuais, bem como o papel dos
países, inclusive o Brasil.
● Considerar o desempenho do aluno para se posicionar diante de
questionamentos que fazem parte dos conteúdos estudados e de
sua realidade.
● Analisar seus motivos, características, bem como o povo que vivia
nas épocas (Império, República e Atualidade), suas diferenças,
semelhanças. A economia, a política, enfim todos os dados possíveis.
● Articular estudos de pesquisas historiográficas, interpretando
documentos, visando à memória social.
METODOLOGIA
A proposta curricular do Ensino de História propõe-se a estabelecer
articulações entre abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas
as diferenças e até a oposição entre elas, uma vez que possibilita aos alunos
249
compreender as experiências e os sentidos que os sujeitos dão às mesmas.
Por exemplo, a macro-história e a micro-história são abordagens que podem
ser combinadas: uma história das experiências ligadas ao sofrimento e à
miséria, sempre injustos, de uma localidade, de uma família, de um indivíduo
mostra pontos de vista e ações de um determinado passado que permitem
uma reavaliação dialética das explicações macro-históricas, as quais
analisam e propõem ações que visam à superação das condições de vida dos
sujeitos do presente, apontando para expectativas futuras.
Entende-se que a consciência histórica é uma condição da existência
do pensamento humano, pois sob esta perspectiva os sujeitos se constituem
a partir de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo
histórico, ou seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em
toda a sua diversidade.
Por meio do encaminhamento metodológico se busca a formação de
uma consciência histórica, tendo como conteúdos estruturantes as
dimensões política, econômica-social e cultural, bem como a ênfase na
História do Brasil como conteúdos específicos.
No processo da aprendizagem o aluno deverá ter estímulo para
discernir limites e possibilidades de atuação na permanência ou
transformação, comparando presente e passado e percebendo-se como
agente transformador da sociedade.
Dentro da disciplina de História, o professor deve desenvolver no aluno
a capacidade de observar, de extrair informações e interpretar algumas
características da realidade em seu entorno, de estabelecer relações e
confrontações entre informações atuais e históricas de forma crítica e
reflexiva, de datar e localizar as suas ações e as de outras pessoas no tempo
e no espaço e, em certa medida, poder relativizar questões específicas de
sua época, confrontando opiniões e possibilitando-o a ter acesso as novas
informações.
O ensino de História na Educação Básica, pode se beneficiar da
corrente historiográfica, na medida em que esta valoriza a diversificação dos
documentos (imagens, canções, objetos arqueológicos, entre outros), na
construção do conhecimento histórico, permitindo também relações
250
interdisciplinares com outras áreas do conhecimento.
Da mesma forma, a abordagem local, assim como os conceitos de
representação, prática cultural, apropriação, por um lado, e circularidade
cultural e polifonia, por outro lado, possibilitam aos alunos e aos professores,
tratarem esses documentos através de problematizações mais complexas
em relação à história tradicional, desenvolvendo uma consciência histórica
que leve em conta a diversidade das práticas culturais dos sujeitos, sem
abandono do rigor do conhecimento histórico.
Através de atividades variadas (individuais ou em grupos) os alunos
realizarão análise e sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revista,
documentários. As estratégias devem-se voltar para estimular o trabalho
docente transformando-se mais atraente, dinâmico suscitando a criatividade,
o confronto de ideias e o espírito crítico do aluno.
Haverá muito incentivo à pesquisa como forma de despertar no aluno
o gosto pela leitura e por novas descobertas, o interesse em adquirir novos
conhecimentos além dos adquiridos em sala de aula. Estudo do meio (visitas
a museus, fábricas, cidades históricas, reservas biológicas, bibliotecas),
procurando comparar o conhecimento teórico com os dados obtidos em
campo.
Os educandos farão leituras críticas dos conteúdos vinculados pelo
texto básico, trabalho de reflexão e produção de comentários, a partir de
imagens (mapas, fotos, desenhos, obras de arte), produção de textos
conceituais, poéticos e narrativos, a respeito e temas históricos, confecção
de jornais e histórias em quadrinhos para estimular a criatividade do aluno
além de utilizar debates em duplas e em equipes para maior
engrandecimento do assunto.
Através do uso contínuo de diversas fontes históricas o educando
poderá compreender melhor a sociedade contemporânea e nela situar-se, de
modo a perceber-se como agente transformador da sociedade, atuante,
participativo e consciente.
No Ensino Fundamental deve-se fazer o encaminhando metodológico
partindo-se da “problematização dos conhecimentos” utilizando-se da
produção historiográfica e as várias linguagens de história como caricaturas,
251
imprensa e outros, para que ao chegar no Ensino Médio o aluno tenha
condições de discutir a produção do conhecimento histórico de forma crítica .
Os conteúdos de história devem partir de uma visão tridimensional da
história – a história vivida aquela que é vivida por todos os homens no
passado e presente. A História enquanto produto dos historiadores que é o
conhecimento histórico acumulado. A História como disciplina curricular,
conteúdos sistematizados cientificamente pela sociedade.
Estudar História significa buscar entendê-la como processo e
identificando sua dinâmica, sua historicidade e sua relação com a vida.
A problematização de situações relacionadas às dimensões econômico-
social, política e cultural leva a seleção de objetos históricos. Esses objetos
são as ações e relações humanas no tempo, ou seja, articulam-se aos
conteúdos estruturantes propostos nesta Proposta Pedagógica Curricular : a
dimensão política, a dimensão econômico-social e dimensão cultural, a
abordagem dos conteúdos, nessa perspectiva possibilita que o professor
explore os novos métodos de produção do conhecimento histórico e amplie
as possibilidades: de recortes temporais, do conceito de documento, de
sujeitos e de suas experiências, de problematização em relação ao passado.
Além disso, permite que o aluno elabore conceitos que o permitam pensar
historicamente, superando também a ideia de história como algo dado, como
verdade absoluta.
Em relação ao Ensino Fundamental, o encaminhamento metodológico
deve ainda ter coerência de desenvolver os conteúdos de forma crítica e
reflexiva, levando o aluno a perceber-se como peça importante no processo
histórico reconhecendo-se como agente transformador da história. Para isso,
o aluno fará as atividades individuais, em duplas ou em grupos o que
possibilitará analises e sínteses de textos, filmes, artigos de jornais, revistas,
documentários, etc. O método de trabalho focará o incentivo a pesquisa
como forma de despertar no aluno o gosto pela leitura, por novas
descobertas e o interesse em adquirir novos conhecimentos conseguidos em
fontes como imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias,
pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas, são documentos que podem ser
transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do
252
conhecimento histórico.
Dentro dessa concepção, o uso de documentos em sala de aula
proporciona a produção de conhecimento histórico quando usado como fonte
na qual buscam-se respostas para as problematizações anteriormente
formuladas. Assim os documentos permitem a criação de conceitos sobre o
passado e o questionamento dos conceitos já construídos.
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de História objetiva favorecer a busca da
coerência entre a concepção de História defendida e as práticas avaliativas
que integram o processo de ensino de aprendizagem. Nesta perspectiva, a
avaliação deve estar colocada a serviço da aprendizagem de todos os
alunos, de modo que permeie o conjunto das ações pedagógicas, e não
como um elemento externo a este processo.
Através da avaliação, o professor identifica as apreensões de
conteúdo, conceitos e atitudes, como conquistas dos alunos, comparando o
antes, o durante, e o depois. Assim, este caráter diagnóstico possibilita ao
professor se auto-avaliar como docente, refletindo sobre as intervenções
metodológicas e buscando outras possibilidades para atuação no processo
de aprendizagem dos alunos.
Para que as decisões tomadas a partir da avaliação diagnóstica sejam
mais bem implementadas na continuidade do processo de ensino e
aprendizagem, faz-se necessário que sejam realizadas a partir do diálogo
entre alunos e professores, envolvendo questões relativas aos critérios
adotados, a função da avaliação a partir da tomada de decisões a partir do
que foi constatado de forma individual ou coletiva. Assim, a aprendizagem e
a avaliação poderão ser compreendidas como um fenômeno compartilhado,
que se dará de modo contínuo, processual, e diversificado, permitindo uma
análise crítica das práticas que podem ser constantemente retomadas pelo
professor e pelos alunos
Retomar a avaliação com os alunos, permite ainda situá-los como
parte de um coletivo, onde a responsabilidade pelo e com o grupo seja
assumida com vista aprendizagem de todos.
253
Como os alunos possuem ritmos e outras características diferenciadas,
também temos que diversificar esses instrumentos de avaliação, pois
existem alunos que são portadores de necessidades especiais e merecem
uma avaliação diferenciada.
Para o desenvolvimento do pensamento crítico, a avaliação deverá
propor situações que permitam aos alunos estabelecerem relações entre
sociedades estudadas, detectando as semelhanças e diferenças, exercitando
assim a reflexão acerca das mudanças e permanências que se estabelecem
entre temporalidade distintas.
A seguir alguns critérios a serem observados pelo professor que
permitam analisar se os conteúdos e conceitos históricos estão sendo
apropriados aos alunos:
● compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base
em um método de problematização de diferentes fontes
documentais, a partir das quais o pesquisador produz a narrativa
histórica;
● explicitam o respeito da diversidade étnico-racial, religiosa, social e
econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos que
os constituíram;
● compreender a História como prática social, da qual participam
como sujeitos históricos de seu tempo;
● reconhecem que o conceito de tempo foi construído de forma a
permitir o estudo das diferentes dimensões e contextos históricos
propostos para este nível de ensino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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São Paulo: Papirus, 2003.
JÚNIOR, Alfredo Boulos Júnior. História Geral: Moderna e Contemporânea.
São Paulo, Ed. Renovada: FTD, 1997.
JÚNIOR, Alfredo Boulos Júnior. História Geral: Antiga e Medieval. São
Paulo, Ed. Renovada: FTD, 1997.
LLOYD, Christopher. As Estruturas da História. São Paulo: Zahar, 1995.
254
MOCELLIN, Renato. Para Compreender a História. São Paulo, Ed. Do
Brasil, 1997.
ORDONEZ, Marlene. História Moderna e Contemporânea. São Paulo,
IBEP, 1999.
PARANÁ. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental e
Médio da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná – História.
Curitiba, 2008.
BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de
1996.
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade
da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.
BRASIL. Câmara de Educação Básica. Parecer n. 04/98, de 29 de janeiro de
1998. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Relatora
Conselheira: Regina Alcântara de Assis. Diário Oficial da União, 15 de abril de
1998. Sec. 1, p.31.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Currículo básico para a
escola pública do estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Português, língua que tem sua raiz no indo-europeu por meio do
Latim, língua falada, escrita dos romanos, em seu início, teve também
influências germânicas, arábica (moçárabe) e provençal; no dialeto galiziano
(galaico-português), antes apenas falado, em 1189.
Paio Soares de Taveirós escreveu a “Cantiga da Ribeirinha”,
considerado o primeiro documento escrito; em 1920, Dom Dinis, o rei
trovador, tornou obrigatório o uso da língua portuguesa no reino de Portugal.
Em 1572, Luís Vaz de Camões escreveu o poema épico, “Os lusíadas”, o
maior documento literário e linguístico português. Em 1536 o Padre Fernão
255
de Oliveira escreveu a primeira gramática da língua portuguesa “Gramática
da Lingoagem Portugueza”. A partir da colonização portuguesa de outros
povos, entre eles, os habitantes do Brasil, o Português passou a ser falado e
escrito já em direção de sua dialetação, com as influências, primeiro das
línguas locais e, depois, das atuais línguas que expressam a maior força
econômica, política e cultural de seus países.
Hoje, são ainda milhões os brasileiros analfabetos totais e quase a
maioria dos adultos é de gente que consegue ler, mas sem entender o que lê
(analfabetos funcionais); poucos são os brasileiros que dominam a chamada
“língua culta” ou aquela que observa as normas de algum tipo de gramática.
Por isto, equivale dizer que, apesar da pretendida unidade política nacional,
não existe unidade linguística e, sobretudo, muitos fatores têm impedido de
a grande maioria ter acesso a uma língua melhor elaborada, fatores estes de
âmbito geográfico, cultural, político e sócio-econômico.
Mais um fator complicador, por meio das relações no comércio, na
informática e na Internet, é a adoção de termos ingleses, sem ao menos
adaptá-los à estrutura lingüística portuguesa. Mario Lobo (na revista
Educação, nº. 217, maio de 1999) afirma: “Estrangeiros em relação a própria
língua, os brasileiros perdem capacidade de reflexão, discussão e criação”.
Se para alguns a solução seria a existência imposta de um “único
padrão” de língua, para outros esta padronização, considerada por eles
impossível, “destruiria a liberdade acadêmica e a criatividade expressiva”
(Analdo Niskier, presidente da Academia Brasileira de Letras, na revista
Educação citada); inclusive Niskier acrescenta que seria impor um
“colonialismo nacional” que já vem sendo exercido pela televisão, impondo o
falar dos paulistas e cariocas. Além disso, há de se respeitar que a língua é
um fenômeno social vivo, sujeito a mudanças; se assim não fosse, nossa
língua, já com seus 800 anos, seria a mesma que instruiu a escrita da
“Cantiga da Ribeirinha” e, talvez estivesse sistematizada na “Gramática da
Lingoagem Portugueza”.
Diante desta problemática, a escola tem sido apontada como culpada
por não ter dado conta de seu papel no ensino da língua. Caminhos e
critérios, nem sempre na mesma direção, têm sido indicados por estudiosos
256
nesta última década, alguns deles incorporados pelo Ministério da Educação
nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
No ensino da língua falada deve-se respeitar as diferenças regionais e
para o ensino da língua escrita deveria ser buscada uma “razoável unidade”,
mas com uma urgente atualização das gramáticas que vistas como “campo
das certezas absolutas” (Prof. Ataliba Teixeira de Castilho)”;
No ensino da língua a escola deveria: preocupar-se menos com a
gramática, a norma deveria estar a serviço da expressividade do estudante,
maior circulação social dos textos produzidos pelos alunos e organização de
“estratégias de re-escrita” (Adilson Citelli).
Durante muito tempo, o conteúdo gramatical, legitimado por uma
classe social influente e pela tradição acadêmica/escolar, tem sido a base
para o ensino de Língua Portuguesa e, por assim ser, tem havido uma forte
resistência em mudar, nas salas de aula, a prática decorrente dessa
concepção. O conceito de Conteúdo Estruturante lança um novo olhar sobre
esse aspecto, porque esse conceito é constituído dentro da mobilidade
histórica. Essa característica contextual garante a sua não fixidez,
inviabilizando a arbitrariedade de seus recortes. Possibilita, também, o
diálogo com conceitos diversos que, somados, conseguem abranger toda a
complexidade que envolve o processo de uso da língua, não contemplada
dentro de uma perceptiva exclusivamente gramatical.
Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas
diferentes instâncias sociais, acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é
a Língua e o Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o
discurso enquanto prática social (leitura, escrita e oralidade).
Sendo assim, torna-se necessário esclarecer as implicações que esse
termo ― discurso ― assume nestas Diretrizes. Na sua origem, o termo
significa curso, percurso, correr por movimento. Isso indica que a postura
frente aos conceitos fixos, imutáveis, deve ser diferenciada. De acordo com
Stam (2000, p.32), “a linguagem, em Bakhtin, não é um sistema acabado,
mas um contínuo processo de vir a ser”. A língua não é algo pronto, à
disposição dos falantes, mas algo em que eles “ingressam numa corrente
móvel de comunicação verbal”. A consciência só é adquirida por meio da
257
linguagem e é através dela que os sujeitos começam a intervir no real.
É por meio da linguagem que o homem constrói a representação da
realidade na qual está inserido. Agindo, ele é capaz de transformar a
realidade social, de forma que contribua para a acepção de novos valores no
mundo em quem vive. Segundo Frigotto e Ciavatta(2004): “Pensar o
trabalho pedagógico com a língua materna, no Ensino Médio, implica
necessariamente, pensar que este trabalho se concretiza no terreno das
contradições do sistema capitalista e da forma específica como elas se
produzem na sociedade brasileira”.
A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das
inúmeras relações de poder constituídas a partir das teias discursivas,
requererem de nós, professores, uma mudança de posicionamento no que se
refere à ação pedagógica.
Em se tratando do ensino de Língua Portuguesa e Literatura, no Ensino
Médio:
“No que concerne ao domínio do ensino de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Médio, um dos fundamentos teóricos que subjazem como orientação para a elaboração curricular são os postulados construídos a partir das contribuições do teórico russo Mikhail Bakhtin e do chamado Círculo de Bakhtin. Segundo tais postulados, a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, também só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Isto significa compreender a língua como ‘um conjunto aberto e múltiplo de práticas sociointeracionais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a linguagem(e a língua) desse modo, é perceber que ela não existe em si, mas só existe efetivamente no contexto das relações sociais: ela é elemento constitutivo dessas múltiplas relações e nelas se constitui continuamente”. (Faraco, 2003).
Tendo em mente que o sujeito se constitui em meio a atividades
verbais, o Ensino da Língua Portuguesa deve estar orientado por uma
concepção que torna esta disciplina um conjunto de práticas internacionais,
sociais e historicamente constituídas e se constituindo. Conforme
Orientações Curriculares de Língua Portuguesa do Ensino Médio(2005):
“Insistindo, ainda, nesta perspectiva, a função do professor de Língua Portuguesa e Literatura é ajudar seus alunos a ampliarem seu domínio de uso das linguagens verbais e não-verbais através do
258
contato direto com textos dos mais variados gêneros, orais ou escritos, engendrados pelas necessidades humanas enquanto falantes do idioma. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem”.
A finalidade do ensino de Língua Portuguesa, tal como vem sendo
tratada em diversas propostas curriculares, é criar situações nas quais o
aluno amplie o domínio ativo do discurso nas diversas situações
comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem de
modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando
suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania.
OBJETIVOS GERAIS
O professor deve propiciar ao aluno, para além do contato com
diferentes textos, a possibilidade deste, expressar-se através dos diferentes
gêneros e até mesmo de, exercendo a sua criatividade, participar
ativamente da caracterização do próprio gênero. Antes de tudo isso, no nível
oral e escrito, a interpretação que faz proliferar o pensamento, objetivando
assim, no que diz respeito à:
1. PRÁTICA DE LEITURA DE TEXTOS E ORALIDADE
Procedimentos de leitura:
● Identificar informações no texto;
● Relacionar uma informação do texto com outras informações
oferecidas no próprio texto ou em outro texto;
● Depreender de uma afirmação explícita uma outra informação
implícita.
● Identificar o tópico central de um texto;
● Estabelecer relações entre tópico e sub-tópicos;
● Inferir o sentido de uma palavra ou expressão considerando: o
contexto e/ou universo temático e/ou a estrutura morfológica da
palavra (radical, afixo e flexões);
● Avaliar a propriedade de certas estratégias argumentativas,
utilizando informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou
259
por outro texto (enciclopédia, pequeno texto informativo, textos
científicos, notícia, etc.);
● Relacionar, na análise e compreensão do texto, informações verbais
com informações de ilustrações ou fotos e/ou gráficos ou tabelas
e/ou esquemas.
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito
e desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer as características típicas de um texto de análise/opinião
(tese, argumento, contra-argumento, refutação), como editorial,
crítica, crônica, artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo
(tópico e hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima,
ritmo, assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticos (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática).
Características do suporte e/ou do enunciador na construção de
valores e sentidos:
● Comparar o tratamento da informação em duas notícias sobre o
mesmo fato;
● Reconhecer em um texto, marcas decorrentes de identificações
políticas, ideológicas e de interesses econômicos dos agentes de
produção;
● Comparar as diferenças de uma mesma informação em diferentes
veículos informativos (ex.: jornal X revista X televisão X rádio);
● Relacionar valores e sentidos veiculados em um texto informativo
260
e/ou analítico/opinativo com suas condições de produção e intenções
do autor;
● Relacionar as diferenças de uma mesma informação divulgada por
diferentes fontes às interações do autor;
● Relacionar as intenções do autor e as diferenças de sentido
consequentes do seu lugar social (ex.: homem X mulher; líder
sindical X empresário; pai X filho);
● Avaliar o efeito de sentido consequente do uso de pontuação
expressivo (interrogação, exclamação, reticências, aspas);
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos lexicais (jogos metafóricos
e metonímicos, expressões nominais definidas, hiponímia,
hiperonímia, repetição) em função da estratégia argumentativa do
autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos sintáticos (paralelismo,
enumeração, inversão, intercalação, coordenação, subordinação etc)
na estratégia argumentativa do autor;
● Avaliar a propriedade do uso dos recursos semânticos (relações de
oposição ou aproximação, gradação, campo semântico, atenuação,
eufemismo, hipérbole, ironia) na estratégia argumentativa do autor.
2. PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Comparar paráfrases avaliando sua maior ou menor fidelidade ao texto
original;
● Avaliar a intenção da paródia de um texto dado;
● Identificar referências ou remissões a outros textos;
● Analisar incoerências e contradições na referência a outro texto ou
na incorporação de um argumento de outro autor;
● Estabelecer relações temáticas e/ou estilísticas (de semelhança e de
oposição) entre dois textos de diferentes épocas;
● Narrativa ficcional (conto curto, crônica, paródia);
● Descrição ficcional (conto longo, crônica policial ou de outra natureza
de gênero, paródia);
● Notícia;
261
● Resenha;
● Carta argumentativa/persuasiva;
● Texto dissertativo expositivo ou polêmico (dissertação, artigo de
opinião, crônica);
● Quanto ao texto dissertativo (expositivo ou argumentativo),
relacionar adequadamente a seleção e ordenação dos argumentos
com a tese;
● Quanto ao texto argumentativo, identificar o interlocutor e o assunto
sobre o qual se posiciona, e estabelecer interlocução explícita;
● Utilizar, considerando as condições de produção, diferentes recursos
resultantes de operações linguísticas (escolha, ordenação, expansão,
transformação, encaixamento, inversão, apagamento).
3. LITERATURA
Características dos gêneros:
● Reconhecer características típicas de uma narrativa ficcional (conflito
e desenlace, cenário, personagens, narrador);
● Reconhecer características típicas de um texto de análise/opinião
(tese, argumento, contra-argumento, refutação), como editorial,
crítica, crônica, artigo;
● Analisar a estratégia argumentativa do autor em um texto
analítico/opinativo;
● Reconhecer as características próprias de um texto informativo
(tópico e hierarquia de informação, exemplificação, analogia);
● Reconhecer recursos prosódicos frequentes em texto poético (rima,
ritmo, assonância, aliteração);
● Estabelecer relações, num texto poético, entre os aspectos formais
(verso, estrofe, exploração gráfica do espaço) e temáticas (lirismo
amoroso, descrição de objeto ou cena, retrato do cotidiano, narrativa
dramática);
● No concomitante aos períodos escravocratas no Brasil, relacionar
autores e obras importantes referentes aos assuntos voltados à raça
negra e sua luta ao tratamento e direitos iguais na sociedade como
262
um todo.
4. ANÁLISE LINGUÍSTICA
Coerência e coesão no processamento do texto:
● Comparar textos de diferentes gêneros quanto ao tratamento
temático e aos recursos formais utilizados pelo autor;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de repetição e
substituição de um termo;
● Estabelecer relações entre partes de um texto a partir de
mecanismos de concordância verbal e nominal;
● Estabelecer relação entre os recursos coesivos e operadores
argumentativos usados pelo autor e sua estratégia argumentativa;
● Analisar as relações sintático-semânticas em segmentos do texto
(gradação, disjunção, explicação/estabelecimento de relação causal,
conclusão, comparação, contraposição, exemplificação, retificação,
explicitação).
Progressão temática e organização argumentativa e narrativa:
● Identificar a tese e os argumentos de um texto;
● Analisar a seleção de argumentos de um texto para a corroboração
da tese;
● Analisar a pertinência das informações selecionadas na exposição do
argumento;
● Estabelecer a relação entre o modo de oposição e a estratégia
argumentativa do autor;
● Estabelecer relações comparativas entre duas operações
argumentativas, considerando as diferenças de sentido decorrentes
da opção por uma ou outra;
● Avaliar a complexidade do núcleo dramático de uma narrativa e das
ações dele decorrentes;
● Relacionar o narrador ao foco narrativo (ponto de vista);
● Relacionar a organização do cenário (tempo e espaço) com o enredo
e a ação das personagens;
263
● Avaliar a propriedade da incorporação de dados da realidade na
construção do universo ficcional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes
manifestações da Língua Verbal.
● Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna,
geradora de significação e integradora da organização do mundo e
da própria identidade.
● Aplicar as tecnologias de comunicação e da informação na escola, no
trabalho e em outros contextos relevantes da vida.
● Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando
textos/contextos, mediante a natureza, função, organização,
estrutura, de acordo com as condições de produção, recepção
(intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e
propagação das ideias e escolhas, tecnologias disponíveis).
● Recuperar, pelo estudo do texto literário, as formas instituídas de
construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da
cultura e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo
temporal e espacial.
● Articular as redes de diferenças e semelhanças entre a língua oral e
escrita e seus códigos sociais, contextuais e linguísticos.
● Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de
acordos e condutas sociais e como representação simbólica de
experiências humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e
agir na vida social.
● Entender os impactos das tecnologias da comunicação, em especial
da língua escrita, na vida, nos processos de produção, no
desenvolvimento do conhecimento e na vida social.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Por muitas décadas, o conteúdo gramatical tem sido a base para o
ensino de Língua Portuguesa. O conceito de conteúdo estruturante garante a
264
sua não fixidez, abrange toda a complexidade que envolve o processo de uso
da língua, não apenas a gramática.
A definição de Conteúdo Estruturante da disciplina de Língua
Portuguesa/Literatura abrange um campo de ação onde se concretizam
práticas de uso real da língua materna, contrapondo-se a ensino tradicional,
com estudo de regras gramaticais como objetivo do ensino da língua.
É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os
conceitos oriundos da linguística, sociolinguística, semiótica, estudos
literários, análise do discurso, gramática normativa, etc, de modo a contribuir
com o aprimoramento da competência linguística dos estudantes: “No
contexto das práticas discursivas, estarão presentes os conceitos oriundos
da Linguística, Sociolinguística, Semiótica, Pragmática, Estudos Literários,
Semântica, Morfologia, Sintaxe, Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas
normativa, descritiva, de usos, entre outros, de modo a contribuir com o
aprimoramento da competência linguística dos estudantes” (Diretrizes
Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica-2006).
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
GÊNEROS DISCURSIVOS A SEREM TRABALHADOS: textos dramáticos,
romance, novela fantástica, crônica, conto, poema, contos de fada
contemporâneo, fábulas, diários, biografia, debate, artigos de opinião,
editorial, classificados, notícia, reportagem, entrevista, anúncio, carta de
leitor, carta ao leitor, carta de reclamação, tomada de notas, resumo,
resenha, relatório científico, dissertação escolar, seminário, conferência,
palestra, pesquisa e defesa de trabalho acadêmico, mesa redonda,
instruções, regras em geral, leis, estatutos, lendas, mitos, piadas, histórias
de humor, tiras, cartum, charge, caricaturas, paródia, propagandas, placas,
outdoor, chats, e-mail, folder, blogs, fotoblog, fotos, pinturas, esculturas,
depoimento, folhetos, mapas, croqui, explicação, horóscopo, provérbios, e
demais.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
LEITURA
265
Interpretação textual, observando:
- conteúdo temático;
- interlocutores;
- fonte;
- intencionalidade;
- ideologia;
informatividade;
situacionalidade;
marcas linguísticas;
Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários;
Inferências;
As particularidades (lexicais, sintáticas e composicionais) do texto em
registro formal e informal;
Relações dialógicas entre textos;
Contexto de produção da obra literária;
Estética do texto literário;
As vozes sociais presentes no texto;
Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc;
Contexto de produção da obra literária;
Diálogo da literatura com outras áreas.
ORALIDADE
Adequação ao gênero:
conteúdo temático;
elementos composicionais;
marcas linguísticas;
Variedades linguísticas;
- Intencionalidade do texto.
Papel do locutor e do interlocutor:
- participação e cooperação;
- turnos de fala;
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras;
- Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação
266
(entonação, repetições, pausas...);
- Finalidade do texto oral;
- Materialidade fônica dos textos poéticos.
ESCRITA
1ª SÉRIE
Adequação ao gênero;
Conteúdo temático;
Elementos composicionais;
Marcas linguísticas;
Tese e Argumento;
Coesão e coerência textual;
Finalidade do texto;
Paragrafação;
Paráfrase de textos;
Diálogos textuais;
Texto jornalístico;
Poesia e poema;
Requerimento;
Carta comercia;l
Narração;
Dissertação;
Ofício;
Refracção textual.
Temas propostos:
- Os meios de comunicação em nossa sociedade atual;
-O respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro descendentes;
- A família e os valores de importância, para vivência em sociedade;
- O desequilíbrio no meio ambiente e suas consequências futuras;
- As atividades físicas e a importância do esporte no nosso dia-a-dia;
- Direitos e deveres de cada cidadão brasileiro;
- As diferenças entre o sistema educacional brasileiro e demais países
267
da América Latina;
- A influência de outros povos na colonização e cultura brasileira;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
2ª SÉRIE
Coesão e coerência textual.
Adequação ao gênero:
conteúdo temático;
elementos composicionais;
marcas linguísticas;
Diálogos textuais;
Texto de opinião;
Reflexão;
Dissertação;
Carta ao leitor;
Memorando;
Entrevista;
Mensagem publicitária;
Convite;
Resumo;
Comunicado a imprensa;
Temas propostos:
- Os meios de comunicação em nossa sociedade atual;
-O respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro descendentes;
- A família e os valores de importância, para vivência em sociedade;
- O desequilíbrio no meio ambiente e suas consequências futuras;
- As atividades físicas e a importância do esporte no nosso dia-a-dia;
- Direitos e deveres de cada cidadão brasileiro;
- As diferenças entre o sistema educacional brasileiro e demais países
da América Latina;
- A influência de outros povos na colonização e cultura brasileira;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
268
3ª SÉRIE
Coesão e coerência textual.
Adequação ao gênero:
Conteúdo temático;
Elementos composicionais;
Marcas linguísticas;
Diálogos textuais;
Narrativa;
Abaixo-assinado;
Pesquisa e criação;
Currículo;
Argumentação;
Carta de apresentação de currículo;
Solicitação e relatório de estágio;
Procuração.
Temas propostos:
- Os meios de comunicação em nossa sociedade atual;
- O respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro descendentes;
- A família e os valores de importância, para vivência em sociedade;
- O desequilíbrio no meio ambiente e suas consequências futuras;
- As atividades físicas e a importância do esporte no nosso dia-a-dia;
- Direitos e deveres de cada cidadão brasileiro;
- As diferenças entre o sistema educacional brasileiro e demais países
da América Latina;
- A influência de outros povos na colonização e cultura brasileira;
- A saúde e as drogas – causas e consequências.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
1ª SÉRIE
Conotação e denotação;
Figuras de pensamento e linguagem;
Vícios de linguagem;
269
Operadores argumentativos e os efeitos de sentido;
Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao
que diz, como: felizmente, comovedoramente...);
Semântica;
Coesão e coerência;
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico.
Acentuação gráfica;
Gírias, neologismos, estrangeirismos;
Procedimentos de concordância verbal e nominal;
Particularidades de grafia de algumas palavras;
Estrutura e formação das palavras.
2ª SÉRIE
Radicais gregos e latinos;
Coerência e coesão textual;
Função do adjetivo, pronome, artigo,verbo, numeral e de outras categorias
como elementos do texto;
Semântica;
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam
no texto;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Particularidades de grafia de alguma;
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam
no texto;
Progressão referencial no texto;
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
3ª SÉRIE
Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto;
Radicais gregos e latinos;
270
Coerência e coesão textual;
Oração e período;
Termos da oração;
Coordenação e subordinação nas orações do texto;
Período composto por subordinação;
Orações subordinadas: adjetivas, adverbiais;
Semântica;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Função do adjetivo, advérbio, pronome, e de outras categorias como
elementos do texto;
Procedimentos de concordância verbal e nominal;
Particularidades de grafia de alguma;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto.
METODOLOGIA
A visão que se tem sobre a linguagem e, por extensão sobre a língua,
determinará a metodologia a ser adotada pelo docente; por exemplo: um
professor que tenha uma visão Estruturalista, ministrará aulas com base no
código, pautando sua forma de ensino na “decoreba” de regras gramaticais
e de modelos textuais; ao passo que um professor com uma visão
sociointeracionista, pautará o ensino no uso efetivo da língua, ou seja, a
língua enquanto local de interação entre o sujeito e a sociedade que o cerca.
Assim, as ideias e reflexões sobre o desenvolvimento da competência
linguística vão direcionar as aulas de Língua Portuguesa, sendo que a
metodologia adotada será pautada na efetiva utilização que se faz da língua,
promovendo atividades e momentos em que o aluno reflita sobre o idioma
na tentativa de adequar a linguagem ao contexto, assim, conforme citam as
Diretrizes de Língua Portuguesa:
Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de
271
promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às praticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitarão que o aluno modifique, aprimore, re-elabore sua visão de mundo e tenha voz, também no dialeto de prestígio social, para se fazer presente na sociedade. (DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA p. 29)
Uma seleção rica de materiais escritos será o embasamento de toda a
dinâmica ensino/aprendizagem, sempre que possível serão utilizados
recursos como a TV-Multimídia, o laboratório de informática, retroprojetor,
vídeo, painéis, livros, jornais, revistas, o próprio livro didático e outros, para
tornar as aulas menos cansativas, mais interessantes e que alcancem maior
grau de aprendizagem.
Contudo, ainda existem alguns desafios a serem vencidos, como por
exemplo, a luta contra a falta de recursos, que na maioria das vezes, assola
a maioria das escolas públicas estaduais, uma estreita relação entre o que e
como ensinar determinados assuntos, etc. Objetivos só podem ser
alcançados se os conteúdos tiverem tratamento didático específico. A
questão não é apenas qual informação deve ser oferecida, mas
principalmente, que tipo de tratamento deve ser dado à informação que se
oferece, conforme esclarece Bakhtin (1986): "A verdadeira substância da
língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem
pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua
produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através
da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui a realidade
fundamental da língua" (1986:123).
Ter-se á, como objeto de toda metodologia utilizada a familiarização do
aluno com a prática da oralidade, prática essa de fundamental importância
para a vida futura do educando, bem como a prática de análise linguística e
a de produção e de leitura de uma grande variedade de gêneros, inserindo-
se na comunidade dos leitores, aprendendo a selecionar informações
pertinentes em diferentes suportes, compreendendo a perspectiva
enunciativa com que os textos foram produzidos e posicionando-se
272
criticamente. Portanto, estudar os principais mecanismos de textualização: a
coesão nominal responsável pela continuidade temática, a coesão verbal e
as conexões temporais ou lógicas responsáveis por marcar as articulações da
progressão temática; envolver-se em uma intensa e variada prática de
produção de textos, elaborando relatórios, etc.
A própria definição dos conteúdos, já é em si, uma questão didática
que tem relação direta com os objetivos colocados. Dentro desta perspectiva
cabe ao professor desta instituição, oferecer em suas aulas práticas de
oralidade, escrita e análise linguística – respeitando e abrangendo as
diversas variedades de análise linguística – o uso de textos variados, dos
mais diferente gêneros: prosa, poesia, texto científico, publicitário,
quadrinhas, música popular, receitas, bulas, panfletos, resenhas, entre
outros.
A partir dessa abordagem dos mais diferentes gêneros presentes na
sociedade, serão feitas explorações de temas como: relações entre língua
oral e língua escrita; linguagem verbal e as outras linguagens; usos e
funções da linguagem oral e escrita numa perspectiva pragmática e
enunciativa; compreensão dos fenômenos de variação linguística, em uma
abordagem sociolinguística; estrutura composicional e características
estilísticas dos gêneros literários, de imprensa, de divulgação científica,
epistolares, instrucionais, publicitários e outros; gêneros de tradição oral:
trava-língua, parlendas, adivinhas, quadrinhas, cantigas de roda, contos de
fada, contos, lendas, mitos e fábulas e análise dos gêneros literários.
Literatura infantil: história e características do gênero, mecanismos de
coerência e de coesão, a partir de contribuições da linguística textual.
Análise dos processos interlocutivos, numa perspectiva enunciativa,
analisando as estratégias argumentativas e o cruzamento das diversas
perspectivas no interdiscurso. História das letras e do alfabeto, para
compreensão do funcionamento dos sistemas de escrita. Articulações entre o
sistema fonológico e o sistema gráfico da língua: a ortografia e os valores
funcionais das letras. Morfossintaxe: análise das palavras e de suas relações
e identificação das unidades menores do que a palavra. Identificação das
correções impostas pelos padrões da escrita como instrumentos para a
273
revisão de textos.
Além dos conteúdos acima mencionados faz-se necessário abordar
ainda temas relativos à “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, de
acordo com a lei nº 11.645/08 e, de igual forma, conteúdos relacionados aos
temas contidos nas leis nº 13.381/01 e n° 9.795/99 que instituem o ensino
respectivamente da “História do Paraná” e “Meio Ambiente”. Tais temas
serão abordados com uma metodologia diferenciada, por meio de textos que
busquem evidenciar a importância, bem como a preservação do meio
ambiente e, com relação aos povos e culturas, a valorização das diferenças e
dos contrastes existentes na sociedade em que vivemos e da qual fazemos
parte. Dessa forma, aliam-se aos conteúdos temas de grande importância e
relevância para a vida social do educando, evidenciando novamente para o
aluno que a disciplina de Língua Portuguesa tem como norte a interação
entre sujeito e sociedade, e não a mera memorização de conceitos –
evidenciada da concepção sociointeracionista de linguagem.
Uma grande atenção também deve ser dada ao equilíbrio necessário
entre os trabalhos que envolvam leitura e escrita, oralidade e análise
linguística, pois estas são as quatro práticas de estudo que sintetizam a
aprendizagem da Língua Portuguesa.
AVALIAÇÃO
No que consiste o progresso do aluno, o professor deve estar apto a
considerar as mais diversas formas de valoração, a fim de que sua prática
pedagógica tenha validade para o que ensinou, e para a efetivação da
aprendizagem de seus discentes:
“[...] o Professor de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio, será capaz de se valer de todos os meios de que dispõe para – ao aperfeiçoar a expressão e a compreensão dos seus alunos nos níveis da oralidade, leitura e escrita, fazendo a um tempo com que o pensamento prolifere – permitir que os alunos façam suas próprias escolhas ante as oportunidades que a vida colocar na sua frente e assim caminhem com suas próprias pernas. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a criatividade. Um Professor de Língua Portuguesa e Literatura educa para a liberdade”. (Orientações Curriculares de Língua Portuguesa do Ensino Médio, 2005)
Se o professor tiver consciência que a avaliação é a caminhada de
274
crescimento de seu aluno – ensino e aprendizagem – verificando o processo
e não o produto, e que sua função é diagnóstica, os resultados serão
satisfatórios e relevantes.
Que a verificação tenha caráter de observância apenas, e a avaliação
se faça valer pela totalidade – o que o aluno traz consigo do seu meio em
que vive, e o desenvolvimento de suas habilidades criativas conseguidas
neste meio, enquanto cidadão do mundo – assim, o professor estará
realizando a avaliação formativa, o que, na atualidade, rege os parâmetros
educacionais nacionais no que diz respeito à avaliação contínua, real e não
classificatória.
Nesta instituição estaremos avaliando o aluno pela sua caminhada –
desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio – que perpassa por vários
obstáculos, dos quais o fortalecimento na aprendizagem fará a diferença.
Obstáculos que estarão sendo sanados pelas práticas diferenciadas de
relações linguísticas, seja na leitura e oralidade, na escrita, ou ainda, pela
concepção de desmembramento e desconstrução da Língua Portuguesa
através da análise linguística.
Estaremos proporcionando ao aluno a apresentação de diversos textos,
variações linguísticas de comunicação midiática, o estudo das práticas
discursivas atuais e de décadas passadas, num confronto literário, onde se
possa avaliar este aluno pelo seu progresso, nas produções de
textos(diversos gêneros discursivos), numa leitura organizada(individual e
coletiva), na abertura e exposição de ideias argumentadas e com
fundamentação histórica(o debate), na interpretação de textos, charges,
propagandas, mapas, gráficos e seus incisos(intertextualidade de gêneros de
textos), a dramatização e a literatura presente no meio cultural da
língua(autores do século XX e XXI, incluindo os contemporâneos), entre
outros meios que possam vir a colaborar com o processo de aprendizagem
contínua e não acabada, que a escola propõe.
Não estaremos esquecendo a cada instante, de retomarmos os
conteúdos programáticos, relevantes e de planejamento disciplinar da Língua
Portuguesa, não assimilados pelos alunos, de forma a proporcionar a eles,
uma revisão qualitativa a cada conteúdo trabalhado, por meio de outras
275
técnicas metodológicas e pedagógicas, a fim de amenizar e resolver
problemas referentes à concretização da aprendizagem, segundo as
propostas curriculares educacionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, Maria Luiza & PONTARA, Marcela Nogueira & FADEL, Tatiana.
Português Língua e Literatura. São Paulo: MODERNA. ed.1, 2001.
AMARAL, Emília & FERREIRA, Mauro & LEITE, Ricardo & ANTÔNIO, Severino.
Português – Novas palavras: Literatura, Gramática e Redação. São Paulo:
FTD. ed.1, 2000.
CADORE, Luís Agostinho. Curso Prático de Português – Literatura, Gramática
e Redação. São Paulo: ÁTICA. ed.6, 1998.
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. 2008.
FARACO, Carlos Alberto. Português Língua e Literatura. Curitiba: BASE. ed.1,
2005. Livros 1, 2 e 3.
GUIMARÃES, Margaret e Florianete. A Gramática lê o texto. São Paulo:
MODERNA. ed.1, 1997.
http://www.seed.pr.gov.br/diaadia. Portal Dia-a-dia Educação. Educadores.
Disciplinas. Língua Portuguesa. Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa-
2008.
LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO. Língua Portuguesa e Literatura – Ensino Médio.
SEED. 2007-2008.
MAIA, João Domingues. Português – Série Novo Ensino Médio. São Paulo:
ÁTICA. ed.1, 2007.
OLINTO, Antônio. Minidicionário de Língua Portuguesa. São Paulo: MODERNA.
ed.2, 2001.
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto – Leitura e Redação. São Paulo:
ÁTICA. ed. 8, 1994.
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Conhecimento Matemático vem sendo construído através da
276
história, estruturado e formalizado através dos tempos e hoje faz parte da
vida diária de todas as pessoas, sendo impossível, não se adquirir o mínimo
deste conhecimento para a convivência na sociedade.
MIORIM traz a importância deste conhecimento quando analisa o
caminho histórico da Matemática desde o seu surgimento na Grécia antiga.
Ao analisar a construção histórica do conhecimento matemático,
percebe-se que o mesmo tem sido elaborado a partir da tentativa do homem
de compreender e atuar em seu mundo. Como, na Grécia Antiga, berço da
Matemática, somente alguns tinham o acesso ao conhecimento formal, os
escribas eram considerados homens especiais, dotados de inteligência acima
da média, por serem os únicos capazes de decifrar e desfrutar os
conhecimentos geométricos e aritméticos da época, que muitas vezes eram
complexos como o sistema de numeração grego e egípcio. A escola
pitagórica muito contribuiu para este pensamento, pois, formada por
aristocratas, defendia o número como sendo a essência de tudo o que existe.
Segundo Miorim (s/d), a escola pitagórica...foi responsável pela introdução da
concepção, existente até hoje, de que os homens que trabalham com os
conceitos matemáticos são superiores aos demais. (MIORM, s/d: 15).
Portanto, a História da Matemática teve como palco o mundo egípcio,
babilônico, grego, árabe, hindu. Esses povos criaram a prática Matemática a
partir de vivências e necessidade diárias. Mais tarde com Descartes, Leibniz,
Newton, Gauss, entre outros o conhecimento matemático alcança um novo
período de sistematização que contribui para uma fase de grande progresso
científico.
A partir do século XX educadores matemáticos apontavam para a
necessidade de compreender como acontecia o ensino da matemática de
forma que os alunos tivessem a possibilidade de realizarem análises,
discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias.
Surgiram as ideias que vislumbravam um ensino da Matemática
baseado nas explorações indutivas e intuitivas (SCHUBRING, 2003).
A Educação Matemática configurou-se, então, como campo de estudo
de modo que os professores encontraram fundamentação teórica e
metodológica para direcionar sua prática.
277
Para Lorenzato e Fiorentini (2001), a Educação Matemática é uma área
que engloba inúmeros saberes, na qual apenas o conhecimento da
matemática e a experiência de magistério não garantem competência a
qualquer profissional que nela trabalhe.
Os objetivos básicos da educação matemática buscam desenvolve-la
como campo de investigação e de produção de conhecimento, através de
sua natureza científica e a melhoria da qualidade do ensino, em sua natureza
pragmática.
Para Miguel e Miorim (2004, p.70), a finalidade da educação
matemática é fazer o estudante compreender e se apropriar da própria
matemática “concebida como um conjunto de resultados, métodos,
procedimentos, algoritmos, etc.” Outra finalidade apontada pelos autores é
fazer o estudante construir, “por intermédio do conhecimento matemático,
valores e atitudes de natureza diversa, visando à formação integral do ser
humano, particularmente do cidadão, isto é, do homem público” ( MIGUEL E
MIORM 2004, p.71).
O ensino da matemática proposto nas diretrizes curriculares prevê a
formação de um estudante crítico, capaz de agir com autonomia nas suas
relações sociais e, para isso, é preciso que ele se aproprie de conhecimentos
matemáticos. Pela apropriação do conteúdo matemático o estudante se
apropria de conhecimentos que lhe possibilitam criar relações sociais.
Para que a educação matemática se realize necessita de um professor
interessado em desenvolver-se intelectual e profissionalmente e em refletir
sobre sua prática para tornar-se um educador matemático e um pesquisador
em contínua formação.
Cabe ao professor delimitar sua ação docente fundamentado numa
ação crítica, que conceba a ciência matemática como atividade humana em
construção.
A disciplina matemática tem como um dos objetivos transpor para a
prática docente, o objeto matemático construído historicamente e possibilitar
ao estudante ser um conhecedor desse objeto.
1ª SÉRIE
278
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRAS
Conjuntos dos números reais.
FUNÇÕES
Função afim;
Função quadrática;
Função exponencial;
Função logarítmica;
Função trigonométrica;
Função Modular.
GEOMETRIAS
Geometria plana.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Matemática Financeira.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NUMEROS E ÁLGEBRA
Sistemas lineares.
FUNÇÕES
279
Progressão aritmética;
Progressão geométrica.
GEOMETRIAS
Geometria plana;
Geometria espacial.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Análise combinatória;
Estatística;
Binômio de Newton;
Probabilidade.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRAS
Noções de números complexos;
Matrizes;
Determinantes;
Polinômios.
GEOMETRIAS
Geometria analítica;
Noções básicas de geometria não-euclidiana.
280
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O encaminhamento metodológico a ser utilizado deverá possibilitar a
apropriação de conhecimentos matemáticos e deverá facilitar as articulações
entre os conteúdos específicos, de conteúdos estruturantes e as relações
com seu cotidiano. É importante considerar a realidade do educando de
forma que suas significações sejam, de acordo com as DCEs: “ reforçadas,
refinadas e intercomunicadas”.
Os recursos didáticos a serem adotados para o desenvolvimento do
trabalho pedagógico inclui a utilização do livro didático, quadro negro,
materiais de geometria, além de materiais atualizados ( revistas,
jornais,internet...), proporcionando
Os conteúdos são trabalhados em sua grande maioria através do uso
da tendência metodológica resolução de problemas, pois trata-se de uma
metodologia pela qual o educando ou discente tem a oportunidade de aplicar
conhecimentos matemáticos já adquiridos em novas situações de modo a
resolver a questão proposta.
A Etnomatemática supre a necessidade de atender e desenvolver a lei
11.645 “ História e Cultura Afro-brasileira e indígena, levando em
consideração que não existe um conhecimento único, mas vários e distintos
conhecimentos que nenhum é menos importante que o outro.
Pode-se utilizar a modelagem matemática sendo ela um caminho para
despertar no educando o interesse por tópicos matemáticos que ainda não
conhece, por meio da pesquisa, desenvolvendo assim o seu conhecimento
critico sobre o conteúdo pesquisado.
Com a crescente globalização torna-se necessário a utilização da
mídias tecnológicas como ferramentas educacionais, levando o educando a
ampliar suas possibilidades de observação e investigação.
Os recursos tecnológicos ofertados na escola, dentre eles: TV-
Multimídia, Paraná-digital, calculadora, possibilitam a interpretação e
visualização de um mesmo conteúdo de diversas maneiras.
AVALIAÇÃO
A avaliação escolar tem assumido novas dimensões, objetivando
281
orientar a ação do professor e do aluno durante todo o processo de ensino e
aprendizagem. Para MARTINS(1997), a avaliação também deve ser encarada
como um processo de recolha de informação, que se utiliza de observações,
entrevistas, situações problemáticas, relatórios e ensaios escritos, assim
como, de testes escritos de diversos tipos. Neste caso ela assume a função
reguladora durante todo o processo de ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, a avaliação surge como meio educativo, como
instrumento que visa orientar a atividade pedagógica para promover o
sucesso dos alunos. Assim, a avaliação deverá ser constante no cotidiano da
aula de forma a orientar e ajustar o processo de ensino e aprendizagem,
proporcionando ao professor a possibilidade de melhorar a sua prática
pedagógica e, ao aluno, envolver-se no próprio processo.
A avaliação não é nem o objetivo, nem o fim de um processo; ela tem,
como tarefa, gerar novas oportunidades de aprendizagem e fornecer dados
essenciais para o professor e para o aluno.
LACUEVA (1997) propõe que a avaliação se centre em ser uma ajuda
para que os alunos continuem aprendendo mais. Que a escola seja um
mundo cultural rico, que ofereça aos alunos múltiplas experiências
formativas e os avalie em contextos naturais como apoio para a aventura de
aprender. A avaliação deve contribuir para que os alunos tomem consciência
de seus êxitos, do que sabem, do que dominam, base fundamental para seus
futuros esforços. Ela também deve conscientizar os alunos de suas lacunas,
erros, e insuficiências, porém considerando esse fato normal, esperado e
natural, de alunos em aprendizagem.
Os instrumentos avaliativos utilizados são diversificados e incluem
provas individuais e em duplas, atividades em grupo, resolução de exercícios
com acompanhamento do professor, trabalhos realizados em sala e em casa,
pesquisas, construções de tabelas e gráficos e apresentações de trabalhos.
Os critérios avaliativos levarão o aluno a ampliar as possibilidades de
representações por meio da linguagem matemática, exercitando a
construção de esquemas, tabelas e gráficos; argumentações lógicas; o uso
de expressões algébricas. Espera-se que o aluno consiga estabelecer
relações entre o conhecimento matemático e as experiências da vida
282
pessoal, social e produtiva e obtenha um embasamento científico para a
tomada de decisões, através de análise de dados. É importante que o aluno
perceba e compreenda a necessidade das geometrias realizando leituras que
exijam a percepção, a linguagem e raciocínio geométricos.
Avalia -se levando em consideração o processo realizado pelo
educando e o avanço obtido por ele em cada instrumento avaliativo.
A retomada dos conteúdos é realizada por meio de uma conversa do
professor com o aluno sobre os seus erros e acertos e contribui para a
conscientização dos pontos fortes e fracos, contribuindo também para a
aprendizagem e superação de erros. Este diálogo propicia, ao aluno, a
familiaridade com as formas de avaliar, com critérios de avaliação,
contribuindo por sua vez para que ele se tome mais independente do
professor e responsável pela sua própria aprendizagem. Assim, orientado
pelo professor, cada vez mais o aluno passa a ser o proponente das medidas
de intervenção (1997).
Porém, ainda hoje,
[...] o erro é considerado, pela maioria das pessoas, uma espécie de disfunção, uma anomalia, como tendo um caráter anormal, portanto, o ideal é a ausência de erro. [Os erros] são tomados como um tipo de índice de que o aluno não sabe fazer, não tem estudado e não tem como um índice de que o aluno sabe alguma coisa parcial, incorreta e que portanto é preciso trabalhar com ela para, a partir daí, construir um conhecimento correto. (BURIASCO,2000, p.10).
Para melhor compreender os erros cometidos nas aulas de Matemática
é importante que o professor ofereça aos seus alunos tipos diferentes de
atividades e que também ao avaliá-los utilize-se dos mais diversos tipos de
instrumentos ou recursos.
A aferição de notas dar-se-á por meio dos diversos instrumentos
avaliativos citados e após totalizarem 5,0 pontos realiza-se a recuperação
dos conteúdos que não foram satisfatoriamente aprendidos.
A nota bimestral é obtida através da soma dos dois blocos de 5,0
pontos realizados ao longo do período.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
283
BURIASCO, Regina L. C. de. Algumas considerações sobre avaliação
educacional. Estudos em Avaliação educacional, São Paulo, n. 22, p. 175-
178, jul.ldez. 2000.
DUARTE, N. A relação entre o lógico e o histórico no ensino da
matemática elementar. São Carlos, 1987, 185p. Dissertação Mestrado em
Educação. UFSC.
LACUEVA,Aurora. La evaluácion en Ia escuela: una ayuda para seguir
aprendiendo. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 23 n. 1/2,
jan.ldez. 1997.
MARTINS, Maria da Paz. Avaliação das aprendizagens em matemática:
concepção dos professores. Lisboa, 1996. Tese (Mestrado), Faculdade
Católica Portuguesa Lisboa.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
Fundamental e Médio. Diretrizes Curriculares da Educação Básica –
2008.
QUÍMICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Inicialmente a humanidade busca no conhecimento mítico muitas
respostas, que ao longo da sua evolução cognitiva, já não basta explicar os
novos que foram surgindo. Através da filosofia e mais tarde da ciência as
respostas são transferidas das entidades místicas para a mão do homem.
Durante o renascimento surgiu o termo “químico” com Robert Boyle e
Lavoisier. Foi no século XIX que finalmente a química define seu caráter
microscópico. Com a ideia de átomo e a evolução dos modelos atômicos,
pelo estudo da eletricidade e da radioatividade, foi o que permitiu o homem
o domínio da nanotecnologia.
A Química participa do desenvolvimento científico-tecnológico com
importantes contribuições específicas, cujas decorrências têm alcance
econômico, social e político. A sociedade e seus cidadãos interagem com o
conhecimento químico 'por diferentes meios. A tradição cultural difunde
saberes, fundamentados em um ponto de vista químico, científico, ou
284
baseado em crenças populares. Por vezes, podemos encontrar pontos de
contato entre esses dois tipos de saberes, como, por exemplo, no caso de
certas plantas cujas ações terapêuticas popularmente difundidas são
justificadas por fundamentos químicos. Daí investir em recursos na pesquisa
dos seus princípios e das suas aplicações. Mas as crenças populares nem
sempre correspondem a propriedades verificáveis e podem reforçar uma
visão distorcida do cientista e da atividade científica, a exemplo do
alquimista, que foi visto como feiticeiro, mágico e não como pensador,
partícipe da visão de mundo de sua época.
Além disso, frequentemente, as informações veiculadas pelos meios de
comunicação são superficiais, errôneas ou exageradamente técnicas. Dessa
forma, as informações recebidas podem levar a uma compreensão unilateral
da realidade e do papel do conhecimento químico no mundo
contemporâneo. Transforma-se a Química na grande vilã do final do século,
ao se enfatizar os efeitos poluentes que certas substâncias causam no ar, na
água e no solo. Entretanto, desconsidera-se o seu papel no controle das
fontes poluidoras, através da melhoria de processos industriais, tornando
mais eficaz o tratamento de efluentes.
Na compreensão da concepção histórica e social nos quais seus
conceitos foram construídos o ensino da química pode encontrar uma
ferramenta importante para superar o seu grande desafio de realizar a ponte
entre os universos de senso comum e conhecimento científico.
Aliando a ciência química com a educação de química, a construção do
conhecimento inerente a esta disciplina deve respeitar tanto o lado científico
e tecnológico assim como valorizar a realidade do educando a partir do
contexto em que este está inserido, aproximando o que se ensina do que se
vive.
Na escola, de modo geral, o indivíduo interage com um conhecimento
essencialmente acadêmico, principalmente através de transmissão de
informações, supondo que o estudante, memorizando-as passivamente,
adquira o "conhecimento acumulado". A promoção do conhecimento químico
em escala mundial, nestes últimos quarenta anos, incorporou novas
abordagens, objetivando a formação de futuros cientistas, de cidadãos mais
285
conscientes e também o desenvolvimento de conhecimentos aplicáveis ao
sistema produtivo, industrial e agrícola. Apesar disso, no Brasil, a abordagem
escolar continua praticamente a mesma. Embora às vezes com uma
aparência de modernidade, a essência permanece a mesma, priorizando se
as informações desligadas da realidade vivida pelos alunos e professores.
A Química tem papel essencial na formação do sujeito, levando-o ao
estudo das substâncias materiais e suas transformações, mais ainda assim é
uma ciência ligada diretamente à vida, afirma Vanin:
"Os materiais provêm da natureza e, após processados quimicamente, voltam a interagir com ela. Esses materiais, extraídos do ambiente, são importantes para construir desde abrigos até ferramentas e instrumentos. Se essas considerações não bastam para convencer alguém da importância do estudo da Química, podemos acrescentar que a natureza funciona através de delicados equilíbrios químicos, produzindo uma infinidade de substâncias. A vida é o mecanismo da hereditariedade se baseiam em complexas estruturas moleculares e um número impressionante de reações."(VANIN, 2002, p.75).
O meio ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que o
planeta está vem sendo atingido por vários problemas que correspondem a
este campo do conhecimento. A maior parte dos habitantes desse planeta já
está familiarizada com o efeito estufa, que aumenta a temperatura da terra e
com os problemas causados pelos buracos da camada de ozônio da
estratosfera, por onde passam os nocivos raios ultravioleta que atingem o
solo com maior intensidade.
Os dois casos vistos acima decorrem da ação humana. O primeiro
através do dióxido de carbono, isto. é queima de combustíveis fosseis e, no
segundo, através da liberação de clorofluorcarbonetos (aerossóis) ou óxidos
de nitrogênio (motores de combustão interna).
Enfatiza-se por demais propriedades periódicas, tais como
eletronegatividade, raio atômico, potencial de ionização, em detrimento de
conteúdos mais significativos sobre os próprios elementos químicos, como a
ocorrência, métodos de preparação, propriedades, aplicações e as
correlações entre esses assuntos.
O aprendizado de Química pelos alunos de Ensino Médio implica que
eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico
286
de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos
as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e
tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos. Esse
aprendizado deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos
químicos em si' quanto da construção de um conhecimento científico em
estreita relação com as aplicações tecnológicas' e suas implicações
ambientais, sociais, políticas e econômicas. Tal a importância da presença da
Química em um Ensino Médio compreendido na perspectiva de uma
Educação Básica.
O conhecimento especializado, o conhecimento químico isolado, é
necessário, mas não suficiente para o entendimento do mundo físico, pois
não são capazes de estabelecer explícita e constantemente, por si só, as
interações com outros subsistemas.
Na interpretação do mundo através das ferramentas da Química, é
essencial que se explicite o caráter dinâmico. Assim, o conhecimento
químico não deve ser entendido como o conjunto de conhecimentos
isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da mente humana,
em contínua mudança. A História da Química, como parte do conhecimento
socialmente produzido, deve permear todo ensino de Química, possibilitando
ao aluno a compreensão do processo de elaboração desse conhecimento,
com seus avanços, erros e conflitos.
Com isso o aluno será capaz de selecionar e processar informações
para poder relacionar os conhecimentos adquiridos de forma integrada.
Assim, faz-se necessário adquirir competências e habilidades para poder
organizar produções de forma autônoma e criativa e ter capacidade de
resolver problemas.
Utilizar a vivência dos alunos e fatos do dia- a- dia pode ajudar a (re)
construir os conhecimentos químicos que possibilitam conhecer o mundo em
que eles vivem.
As habilidades desejáveis no ensino da Química devem estar
relacionados aos conteúdos a serem desenvolvidos: descrever as
transformações químicas em linguagens discursivas, compreender os
códigos e símbolos próprios da Química atual, compreender dados
287
quantitativos, estimativas e medidas, selecionar e utilizar ideias e
procedimentos científicos (leis, teorias, modelos) para a resolução de
problemas qualitativos e quantitativos de Química.
Os conhecimentos difundidos no ensino da Química permitem a
construção de uma visão de mundo mais articulada, menor fragmentada,
contribuindo para que o indivíduo se auto-observe como participante de um
mundo em constante transformação. Esses conhecimentos devem se
traduzir em habilidades cognitivas e afetivas ao aluno do ensino médio.
Conteúdos
Para concretizar esta ponte entre a vivência do aluno e o
conhecimento produzido pela ciência de forma mais significativa, na DCE de
Química, foram apontadas três conteúdos estruturantes, pelos quais
permeiam os conteúdos básicos de química e buscam romper e superar a
forma clássica praticada nas escolas até então, de forma fragmentada e sem
real significância para os alunos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Matéria e sua natureza
Para entender o mundo microscópico é necessário conhecer os
átomos, sua características atômicas como sua capacidade de se ligar a
outros átomos, associar com sua disposição na tabela periódica. Por isto, faz-
se necessário compreender a matéria e sua natureza.
Biogeoquímica
Foi investigando a natureza e suas relações com ela que o homem
desenvolveu seus saberes químicos. Sendo assim a biogeoquímica, é a
principal fonte do conhecimento para este indivíduo, e ela tem a função de
instrumentalizar o educando para compreender estas relações, levando-o a
uma mudança de postura como agentes transformadores do meio em que
vivem.
288
Química sintética
Este conjunto de saberes corresponde à aplicação direta dos
conhecimentos produzidos pelo homem através da investigação do mundo
material, para produzir conforto e gerar novos conhecimentos. Através da
química sintética, pode-se desenvolver a industria, produzir medicamentos,
fertilizantes e agrotóxicos para aumentar a produção de alimentos, permitiu
ao homem entrar na era do plástico.
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Matéria e Energia.
Objetivos específicos
● Estabelecer o objetivo da química como ciência.
● Enumerar as características da química como ciência.
● Definir Matéria, Energia e propriedades.
● Diferenciar as formas de energia e as fases da matéria.
MATÉRIA E SUA NATUREZ.
Propriedades da matéria, sistema material e suas transformações.
Objetivos específicos
● Analisar gráficos relacionados aos pontos de fusão e ebulição.
● Determinar a densidade de alguns materiais.
● Conceituar os diferentes sistemas materiais.
289
● Diferenciar substâncias puras de misturas.
● Métodos de Separação.
● Diferenciar sistema homogêneo de Heterogêneo.
● Caracterizar fenômenos físicos e químicos.
● Descrever uma reação através de uma equação química.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Atomística e Radioatividade.
Objetivos específicos
● Relatar a evolução do átomo na história da química como elemento
químico constituinte da matéria.
● Caracterizar as partículas subatômicas e sua relevância dentro do
átomo.
● Demonstrar a organização dos elétrons dentro da eletrosfera
atômica.
● Conceituar fenômenos radioativos.
● Identificar as partículas radioativas.
● Descrever leis da radioatividade.
● Demonstra os fenômenos de fusão e fissão nuclear.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Distribuição Eletrônica e Tabela Periódica.
Objetivos específicos
● Organizar os elementos em uma tabela segundo a periodicidade de
suas propriedades.
● Identificar a posição de um elemento dentro das famílias e períodos,
com base na sua distribuição eletrônica.
● Relacionar as principais propriedades dos elementos.
● Interpretar gráficos das propriedades periódicas.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Ligações Químicas.
290
Objetivos específicos
● Caracterizar as interações químicas existentes entre átomos e
moléculas.
● Relacionar as ligações atômicas com as eletronegatividade dos
átomos de um elemento.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Funções Inorgânicas.
Objetivos específicos
● Demonstrar a capacidade de algumas substâncias de conduzir
corrente elétrica em solução.
● Caracterizar as propriedades funcionais.
● Classificar as substâncias inorgânicas em funções.
● Nomear as substâncias inorgânicas segundo nomenclatura de suas
respectivas funções.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Reações Químicas.
Objetivos específicos
● Reconhecer um fenômeno químico através das mudanças de
propriedades.
● Identificar os elementos de uma equação química.
● Classificar os diferentes tipos de reações.
● Desenvolver o balanceamento de equações químicas.
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
BIOGEOQUIMICA
Dispersões, Concentrações e Grandezas químicas.
Objetivos específicos
291
● Caracterizar as dispersões.
● Conceituar solubilidade.
● Ler gráficos de solubilidade.
● Conceituar massa atômica e sua unidade, assim como massa
molecular e molar.
● Realizar cálculos com número de Avogadro.
● Descrever as transformações gasosas.
● Calcular os diferentes tipos de concentrações.
● Identificar as concentrações em bulas, rótulos e embalagens.
BIOGEOQUIMICA
Termoquímica.
Objetivos específicos
● Conceituar entalpia e variação de entalpia.
● Diferenciar fenômenos endotérmicos e exotérmicos.
● Calcular a variação de entalpia através de diferentes métodos.
BIOGEOQUIMICA
Cinética Química.
Objetivos específicos
● Conceituar velocidade média.
● Identificar os fatores que afetam a velocidade de uma reação.
● Calcular da velocidade de uma reação.
BIOGEOQUIMICA
Equilíbrio Químico e Iônico.
Objetivos específicos
● Conceituar equilíbrio químico e iônico.
● Trabalhar com as diferentes constantes de equilíbrio.
● Identificar os fatores que afetam no equilíbrio químico.
● Caracterizar soluções iônicas.
292
● Calcular o produto iônico da água.
● Classificar as soluções em ácidas, básicas ou neutras.
BIOGEOQUIMICA
Eletroquímica.
Objetivos específicos
● Conceituar eletroquímica.
● Diferenciar os fenômenos pilha e eletrólise.
● Calcular os potenciais de uma pilhar.
● Identificar as partes de uma pilha.
● Demonstrar fenômenos de eletrólise utilizados na produção de
produtos do nosso cotidiano.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
QUÍMICA SINTÉTICA
Introdução a Química Orgânica.
Objetivos específicos
● Definir química orgânica,
● Perceber a importância dos compostos orgânicos na sociedade atual.
● Demonstrar as propriedades do átomo de carbono em um composto
orgânico.
● Classificar o átomo de Carbono.
● Classificar as cadeias carbônicas.
QUÍMICA SINTÉTICA
Funções Orgânicas.
Objetivos específicos
293
● Identificar as funções orgânicas.
● Nomear seus compostos,
QUÍMICA SINTÉTICA
Isomeria.
Objetivos específicos
● Identificar o fenômeno da isomeria em diferentes estruturas
orgânicas,
● Caracterizar as diferentes isomerias planas e espacial (geométrica e
óptica)
QUÍMICA SINTÉTICA
Teoria acido-base.
Objetivos específicos
● Relacionar os diferentes conceitos de ácido e base, segundo as
teorias de Arrhenius, Brönsted-Lowry e Lewis.
METODOLOGIA
Para atingir as metas do ensino de química, existem caminhos
variados. Cada professor escolhe o melhor caminho, porém sempre fazendo
observações para que os objetivos estejam sendo alcançados de maneira
satisfatória.
“Isto é possível, na medida em que se considera aluno e professor como sujeitos e produtores do seu próprio conhecimento. Isto é, o conhecimento não é um dado pronto e acabado, mas uma constate re-elaboração e construção, que se dá a partir de necessidades e problemas colocados pelo cotidiano. A percepção da possibilidade de elaboração do conhecimento deve se tomar o fio condutor de todo o trabalho educativo, onde professores e alunos, numa relação pedagógica, se colocam numa interação constante de ensino-aprendizagem”.
A partir dessas reflexões o trabalho da disciplina de química deve
tratar os conhecimentos como elementos de sustentação para as tecer em
294
torno deles. A preocupação maior deve-se a integração da pratica com a
teoria, buscando o seu significado, mais do que memorizar acontecimentos
amarrados por uma linha do tempo com intuito de memorização maior que a
reflexão.
A coleta dos materiais dos conteúdos selecionados não cabe apenas
ao professor, onde tem a participação ativa do aluno, isto é, o professor
coloca a disposição do aluno para que o mesmo possa analisar e interpretar
os resultados avaliativos.
O professor deve priorizar a atividade intelectual com base em
experiências vividas pelos alunos, fazendo com que o educando leia o
mundo em que vive com seus próprios olhos e com olhos da ciência ,
realizando atividades experimentais em sala de aula por demonstrações
vistas, tendo em vista que estas atividades tem o papel de facilitar a
aprendizagem. Ao elaborar atividades para que os alunos desenvolvam.
Considerar também o desenvolvimento cognitivo e de valores, como controle
das variáveis, e tradução de informações. Proporcionar a leitura de textos
para posterior discussão de ideias e temas levando os alunos a construir e
ampliar conceitos. Ministrar aulas dialógicas, instigando o diálogo sobre o
tema de estudo. Utilizar recursos de áudio e vídeo com a finalidade de
facilitar a aprendizagem utilizando a informática como fonte de dados e
informações.
AVALIAÇÃO
O conhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos, com
capacidade de ampliar conhecimento na resolução de problemas do
cotidiano de química, e de outras áreas, utilizando a linguagem química para
expressar ideias, habilidades de pensamento como analisar, generalizar,
inferir, raciocinar; cuidando da realização de tarefas e na cooperação em
grupo.
A avaliação deve desenvolver conteúdos integrados à vida do
educando, oportunizando o desenvolvimento de sua capacidade de
investigação e críticas, sendo este capaz de posicionar-se frente à
problemática da evolução da ciência química em todos os seus aspectos.
295
As avaliações terão caráter formativo, dialético e diagnóstico.
Ocorrerão o ao longo de todo o processo, através de instrumentos avaliativos
diversificados individuais e coletivos, tais como: provas, relatórios, cartazes,
produção de textos, folhas de exercícios, apresentação de seminários, auto-
avaliação, tarefas, entre outros.
A recuperação será realizada paralelamente, ao final de cada conjunto
de avaliações, caso o aluno não atinja o mínimo de 60% da soma das
avaliações realizadas ate o momento, através de novas avaliações depois da
retomada de conteúdo com os alunos que dela necessitarem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Presidência da República. lei n° 9394. Brasília: 1996.
CANTO, Eduardo. Química. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
CHASSOT,A. A Ciência através dos tempos. 7a ed. São Paulo: Moderna, 1997.
FEL TRE, Ricardo. Química. São Paulo: Editora Moderna,2000.
GOLDFARB, A. M. Da Alquimia à Química. São Paulo: Landy,2001.
KUENZER, Acácia Z. (org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para 9s
que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 1999.
MALDANER, O. A. A Formação inicial e continuada de professores de
Química: Professor/Pesquisador. 2a ed. Ijuí: Ed. Ijuí,2003.
QUAGLlANO,J.V. e VALLARINO, L.M. Química. 3a ed. Ed. Guanabara Dois,
1979. RUSSEL, J.B. Química Geral. São Paulo: McGraw.hell,1981.
VANIN, José Atílio. Alquimistas e Químicos: O passado, o presente e o futuro.
São Paulo: Moderna, 2002.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – Química – 2008.
SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A trajetória do Ensino de Sociologia, caracterizada por frequentes
interrupções, trouxe-lhe marcas que não podem ser ignoradas relativamente
à sua inserção no cenário educacional.
296
Na Europa no auge da modernidade do século XIX surge uma ciência
disposta a dar conta das questões sociais, embora ainda imatura para os
acontecimentos que ora aconteciam e para melhor concluir, assim surge o
nascimento da disciplina sociologia como ciência, nesse período ocorria três
grandes revoluções: uma política, a Revolução Francesa de 1789; uma social,
a Revolução Industrial e uma revolução na ciência, que se afirma como
ilusionismo, com sua fé na razão e no progresso da civilização.
Os anos 1930 foram de plena efervescência da Sociologia que se
institucionalizou, no Brasil, graças a um conjunto de iniciativas na área da
educação, no campo da pesquisa e editoração. Nasce o ensino da disciplina
e alavanca a reflexão sobre as peculiaridades da cultura e sociedade
brasileiras. Entre as iniciativas que favoreceram o despertar da produção
sociológica, estão as apontadas por Meucci (2008):
a) introdução da cadeira de sociologia nos cursos secundários
chamados complementares, em 1925, e nas Escolas Normais de Pernambuco
e no Rio de Janeiro, m 1928, e de São Paulo, em 1933;
b) criação dos cursos de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia
e Política, em 1933; na Universidade de São Paulo, em 1934; na
universidade do Distrito Federal, em 1935; e na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras do Paraná, em 1938;
c) publicação das consagradas obras Evolução Política do Brasil [1933]
de Caio Prado Júnior, Casa grande e senzala [1933] de Gilberto Freyre e
Raízes do Brasil [1936] de Sérgio Buarque de Holanda;
d) surgimento de dicionários, coletâneas de textos e periódicos que,
juntamente com os manuais didáticos, se constituíram nos primeiros veículos
de difusão do conhecimento sociológico, entre eles o Dicionário de Etnologia
e Sociologia [1939] de Herbert Baldus e Emílio Willems; o Dicionário de
Sociologia [1939] de Achiles Archero Júnior e Alberto Conte; a revista
Sociologia [1939], primeiro periódico especializado em Sociologia publicado
por Romano Barreto e Emílio Willems; e a coletânea organizada por Romano
Barreto, Leituras Sociológicas [1940], com traduções de artigos publicados
na Europa e nos Estados Unidos, considerados essenciais para o
conhecimento da teoria social.
297
No Brasil teve em Florestan Fernandes (1976), seus primeiros acordes
de análise positiva. E ficou a margem das salas por vários motivos políticos e
outros, mas graças a lei, a disciplina passou a ser obrigatória a partir de
2007, por não estar ainda bem integrada tem sua limitação em delimitar
conteúdos pertinentes ao ensino médio, o que vamos superar em breve,
embasados pelas diretrizes.
Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do acirramento
das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial
desenfreado, entre outras causas, exigem sujeitos capazes de refutar a
lógica neoliberal da destruição social e planetária. É tarefa inadiável da
escola e da Sociologia a formação de novos valores, de uma nova ética e de
novas práticas que indiquem a possibilidade de construção de novas
relações sociais.
Seu objeto é o conhecimento e a explicação da sociedade pela
compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem em
grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes
grupos, bem como a compreensão das consequências dessas relações para
indivíduos e coletividades.
A Sociologia se afirmou no desenvolvimento e na consolidação do
capitalismo; por isso, traz a especificidade de, simultaneamente, fazer parte
e procurar explicar a sociedade capitalista como forma de organização social.
Contudo, não existe uma única forma de explicar sociologicamente a
realidade; cada uma depende de posicionamentos políticos distintos, o que
confirma o princípio de que não existe neutralidade científica em análises do
social.
O tratamento dos conteúdos pertinentes à Sociologia se fundamenta e
sustenta-se em teorias originárias de diferentes tradições sociológicas, cada
uma com seu potencial explicativo. A ciência, dessa forma, pode ser
mobilizada para a conservação ou para a transformação da sociedade, para
a melhoria ou para a degradação humana. Como disciplina escolar, a
Sociologia deve acolher essa particularidade – das diferentes tradições – e,
ao mesmo tempo, recusar qualquer espécie de síntese teórica, assim como
encaminhamentos pedagógicos de ocasião, carentes de método e rigor.
298
Karl Marx (1818-1883) concebe a sociedade capitalista como relação
de exploração, e a educação como possibilidade de emancipar o sujeito da
opressão exercida por essa relação desigual.
Marx, cuja teoria teve a finalidade de compreender a natureza da
sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação,
investigou os mecanismos de “enquadramento” social dos indivíduos pela
análise das forças sociais capazes de controlar a consciência humana. Ao
perceber, para além das aparências, o processo histórico que conduziu a
burguesia ao patamar de classe dominante, Marx enunciou – como lei de
validade geral – que a história das sociedades é movida pela luta entre as
classes sociais.
Émile Durkheim (1858-1917) concebe a sociedade capitalista como
vínculo moral entre os homens e a educação como forma de manutenção da
estabilidade e da ordem social.
Para Durkheim, as representações dos fatos sociais são percebidas
pelas pessoas de modo singular e coletivo ao mesmo tempo: cada ser
humano é habitado por estados mentais que dizem respeito apenas à sua
pessoa quanto por estados mentais coletivos, que são crenças, valores e
hábitos compartilhados.
Max Weber (1864-1920) concebe a sociedade capitalista como vínculo
de racionalização da vida, resultado de uma grande teia de interações e
relações interindividuais e pensa a educação como uma resposta limitada e
inexorável à essa racionalização.
Para Weber, a realidade social não é algo por si, independente. A
realidade tem determinada fisionomia a partir dos valores que orientam sua
compreensão, os quais são compartilhados, são coletivos. No entanto, são
introjetados e apreendidos de formas diferenciadas, efeito do processo de
interação social. Ou seja, o social reside na interação entre as partes, que
são muitas e se renovam a cada dia; daí a impossibilidade de sua apreensão
como totalidade.
Antonio Gramsci (1891-1937), pensador marxista e ativo militante
comunista, volta sua reflexão para as sociedades de capitalismo avançado,
caracterizadas por um forte mercado interno e pelo pluralismo político.
299
Conforme a concepção de Gramsci, o poder é diluído entre o governo e
suas instituições, qualificado por ele como o espaço da coerção; e a variadas
instâncias da sociedade civil, como as indústrias, os partidos, os sindicatos,
chamadas de espaço de consenso e persuasão.
Em sua concepção de sociedade, Bourdieu (1930 – 2002) radicaliza a
precedência e o peso das estruturas sociais sobre as ações individuais
presentes no pensamento de Durkheim.
Bourdieu questiona o discurso que propaga uma escola igualitária que,
supostamente, possibilitaria a concretização das potencialidades humana. Ao
contrário, para ele, a instituição escolar dissimularia, sob a fachada da
neutralidade, as desigualdades.
Para Florestan Fernandes (1920-1995), a sociedade é um nexo de
relações causais que se desdobram em processos e estruturas que
engendram a especificidade social.
Para ele, o homem se constitui como ser social no mesmo processo por
meio do qual constitui sua sociabilidade, sua forma de organização concreta.
“Existir” socialmente significa, para o sociólogo, compartilhar condições e
situações, desenvolver atividades e reações, praticar ações e relações que
são interdependentes e se influenciam reciprocamente. Tal nexo de relações
configura as condições de persistência e/ou transformação da realidade
social.
Objetivos Gerais
No contexto escolar o conhecimento de concepções é importante na
construção do pensamento sociológico, porque possibilita ao aluno de Ensino
Médio ter acesso a conhecimentos elaborados de forma rigorosa, complexa e
crítica, acerca da realidade social na qual está inserido. A sociedade
brasileira, com suas acentuadas desigualdades sociais, econômicas, políticas
e culturais permite questionar muito da Sociologia clássica e moderna a
partir do resgate dos seus conteúdos críticos. Categorias como coerção,
coesão, racionalidade, interação, hegemonia, classe social, reprodução,
violência simbólica, diversidade, desigualdade, apresentam-se como
possibilidades de explicação e emancipação das relações, processos e
300
estruturas de dominação política e apropriação econômica que articulam as
desigualdades e os antagonismos que caracterizam a realidade brasileira e
sua inserção no mundo contemporâneo.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E ESPECÍFICOS
O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas
A formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do
pensamento social;
O pensamento científico e senso comum;
As Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Engels e Marx, Weber.
O desenvolvimento da sociologia no Brasil.
1. Processo de Socialização e as Instituições Sociais
Processo de Socialização;
Grupos sociais;
Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas;
Instituições de Ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos,
etc.;
A Instituição Estado.
2. Cultura e Indústria Cultural
O desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição
na análise das diferentes sociedades;
O que é Diversidade cultural?;
O que é Identidade?;
Indústria cultural e Meios de comunicação de massa;
Sociedade de consumo;
Preconceito e formas de discriminação;
Questões de gênero;
Cultura afro-brasileira e africana;
Cultura indígena;
301
A formação do Povo brasileiro;
A formação da sociedade paranaense;
3.Trabalho, Produção e Classes Sociais
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais;
O Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições;
Globalização; Relações de trabalho;
Neoliberalismo;
O Trabalho no Brasil.
4. Poder, Política e Ideologia
O que é Estado? E a Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
A democracia, o autoritarismo, o totalitarismo
O Estado no Brasil;
Conceitos de Poder;
Conceitos de Ideologia;
Conceitos de dominação e legitimidade;
As expressões da violência nas sociedades contemporâneas;
A mídia e as comunicações de massa.
5. Direito, Cidadania e Movimentos Sociais
Direitos: civis, políticos e sociais;
Direitos Humanos;
Conceito de cidadania;
Conceito de Movimentos Sociais;
Movimentos Sociais urbanos e rurais;
Movimentos Sociais no Brasil;
Movimentos ambientalistas;
Movimentos Sociais Conservadores.
METODOLOGIA
302
No ensino de Sociologia é fundamental a utilização de múltiplos
instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos
pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos
conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a
discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica ou outros, pois assim como
os conteúdos estruturantes – e os conteúdos específicos deles derivados – e
o processo de avaliação ensino-aprendizagem também devem estar
relacionados à própria construção histórica da sociologia crítica,
caracterizada portanto por posturas teóricas e práticas favorecedoras ao
desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante.
Recomenda-se articular os excertos dos textos sociológicos
acadêmicos a textos de livros didáticos, procurando garantir a cientificidade
do conteúdo trabalhado. A utilização de textos teórico-sociológicos pode
subsidiar o desenvolvimento teórico dos conteúdos. O exercício de análise
desses textos acadêmicos propicia uma aproximação do educando com a
linguagem própria das Ciências Sociais. Destaca-se que textos literários
contextualizados e articulados com o conhecimento sociológico enriquecerão
as discussões da disciplina.
O Livro Didático Público de Sociologia é outro importante suporte
teórico e metodológico desta disciplina e constitui um ponto de partida para
professores e alunos. Assim como qualquer material pedagógico, o livro
didático não esgota ou supre todas as necessidades que o ensino da
Sociologia requer no Ensino Médio.
Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos, e
consequentemente a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de
tudo numa atitude ativa e participativa. O ensino da Sociologia pressupõe
metodologias que coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, seja a
leitura, o debate, a pesquisa de campo, ou a análise de filmes, mas importa
que o aluno esteja constantemente provocado a relacionar a teoria com o
vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.
AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de Sociologia, pauta-se numa concepção
303
formativa e continuada, onde os objetivos da disciplina devem estar de
acordo com os critérios de avaliação propostos pelo professor em sala de
aula. Concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social e
articulando-a aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma
prática avaliativa que vise “desnaturalizar” conceitos tomados
historicamente como irrefutáveis e propicie o melhoramento do senso crítico
e a conquista de uma maior participação na sociedade. Pelo diálogo
suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e ilustrada, a
avaliação da disciplina constitui-se em um processo contínuo de crescimento
da percepção da realidade à volta do aluno e faz do professor, um
pesquisador.
De maneira diagnóstica, a avaliação formativa deve acontecer
identificando aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas, e
também as que apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente
possa ser reorientado. Nesses termos, a avaliação formativa deve servir
como instrumento docente para a reformulação da prática através das
informações colhidas. Nesse sentido, a avaliação também se pretende
continuada, processual, por estar presente em todos os momentos da prática
pedagógica e possibilitar a constante intervenção para a melhoria do
processo de ensino e aprendizagem. O caráter diagnóstico da avaliação, ou
seja, a avaliação percebida como instrumento dialético da identificação de
novos rumos, não significa menos rigor na prática de avaliar. Transpostos
para o ensino da Sociologia, esse rigor almejado na avaliação formativa,
conforme Luckesi (2005), significa considerar como critérios básicos:
a) a apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a
prática social;
b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
c) a clareza e a coerência na exposição das ideias sociológicas, no
texto oral ou escrito;
d) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.
Os instrumentos de avaliação em Sociologia, atentando para a
construção da autonomia do educando, acompanham as próprias práticas de
ensino e aprendizagem da disciplina e podem ser registros de reflexões
304
críticas em debates, que acompanham os textos ou filmes; participação nas
pesquisas de campo; produção de textos que demonstrem capacidade de
articulação entre teoria e prática.
Várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva ao
selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da
apreensão, compreensão, reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo,
expressão oral ou escrita da sua percepção de mundo. Assim, a avaliação em
Sociologia busca servir como instrumento diagnóstico da situação, tendo em
vista a definição de encaminhamentos adequados para uma efetiva
aprendizagem. Estudar, aprender e ensinar Sociologia exige
posicionamentos teórico-metodológicos claros e concisos e também um
posicionar-se frente à realidade escancarada pelo conhecimento produzido.
A forma de agir metodologicamente no ensino da Sociologia em nível
médio aproxima estudantes e professores nas indagações e esses da
realidade social devolvendo o conhecimento científico ao senso comum.
Nesse movimento invertido, a Sociologia crítica revela que o conhecimento
científico-tecnológico tem cercado a humanidade, fazendo-a refém da fome,
da concentração de riquezas, da desigualdade, das discriminações sociais,
apenas para citar algumas das disparidades e paradoxos que a modernidade
produziu. Cabe ao ensino da Sociologia, despertar a consciência dos
educandos para as possibilidades de mudança. Demonstrar esses nexos de
responsabilidade entre a ciência e a política pode devolver aos professores e
alunos-pesquisadores, a dimensão social desse conhecimento nos currículos
de Sociologia. A pesquisa integrante da Sociologia, não sendo neutra nem
pura, nem imparcial ou comprometida, tem um papel social de importância
no Ensino Médio das escolas brasileiras: dar respostas simples a perguntas
simples. O que se apresenta de forma complicada pode não conter bem
qualquer formulação. As contribuições sobre a matéria requerem visões e
interpretações de maior compreensão e menor margem de equívocos ou
reducionismos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Espera-se que os estudantes compreendam:
305
● O processo histórico de constituição da Sociologia como ciência;
● Como as teorias clássicas relacionam-se com o mundo
contemporâneo;
● Que o pensamento sociológico constrói diferentes conceitos para a
compreensão da sociedade e dos indivíduos;
● Que os conceitos formulados pelo pensamento sociológico
contribuem para capacidade de análise e crítica da realidade social
que os cerca;
● Que as múltiplas formas de se analisar a mesma questão ou fato
social refletem a diversidade de interesses existentes na sociedade;
● Reconheçam a importância da produção sociológica nacional e o
esforço dos sociólogos brasileiros para se pensar o país;
● Identifiquem-se como seres eminentemente sociais;
● Compreendam a organização e a influência das instituições e grupos
sociais em seu processo de socialização e as contradições deste
processo;
● Reflitam sobre suas ações individuais e que as ações em sociedade
são interdependentes;
● Conheçam a importância e o papel das Instituições de
Ressocialização;
● Reconheçam a necessidade do Estado em nossas vidas;
● Identifiquem e compreendam a diversidade cultural, étnica, religiosa,
as diferenças sexuais e de gênero presentes nas sociedades;
● Compreender que a questão gênero é uma construção social;
● Conheçam o processo de formação do povo brasileiro e da sociedade
paranaense;
● Conheçam a importância e as contribuições dos diversos povos e
etnias que formaram o Brasil;
● Compreendam como a cultura e a ideologia podem ser utilizadas
como formas de dominação na sociedade contemporânea;
● Compreendam como o conceito de indústria cultural engloba os
mecanismos que transformam os meios de comunicação de massa
em poderosos instrumentos de formação e padronização de
306
opiniões, gostos e comportamentos;
● Entendam o consumismo como um dos produtos de uma cultura de
massa, que está relacionada a um determinado sistema econômico,
político e social;
● Identifiquem as formas de discriminação existentes
contemporaneamente e trabalhem para o desenvolvimento da
alteridade;
● Que as desigualdades sociais são historicamente construídas, ou
seja, não são “naturais”. Variam conforme a articulação e
organização das estruturas de apropriação econômica e de
dominação política;
● As transformações nas relações de trabalho advindas do processo de
globalização;
● Que a sociedade é formada por classes sociais e que estas, são
construções sociológicas;
● Compreendam o contexto histórico da conquista de direitos, e sua
relação com a cidadania;
● Percebam como direitos que hoje consideram “naturais” são
resultado da luta de diversos indivíduos ao longo do tempo;
● Sejam capazes de identificar grupos em situações de vulnerabilidade
em nossa sociedade, problematizando a necessidade de garantia de
seus direitos básicos;
● Compreendam as diversas possibilidades de se entender a
cidadania;
● Compreendam o contexto histórico do surgimento dos diversos
movimentos sociais em suas especificidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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da sociologia geral. 11ª ed. São Paulo: Duas Cidades, 1973.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem, São Paulo: Hucitec,
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HOBSBAWN, E. Rebeldes primitivos: estudo sobre formas arcaicas de
movimentos sociais nos séculos XIX e XX, 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1978.
ORTIZ, R. Cultura brasileira e entidade nacional, São Paulo: Brasiliense,
2003.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro, a formação e o sentido do Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – 2008.
L.E.M. - INGLÊS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Com o objetivo de melhorar a instrução pública e atender as
demandas advindas da abertura dos portos ao comércio em 1809, D. João
VI assinou o decreto de 22 de junho para criar a cadeira de Inglês. A partir
daí o ensino de línguas Estrangeiras Modernas começou a ser valorizado no
Brasil.
A dependência econômica do Brasil em relação aos Estados Unidos se
acentuou durante e após a Segunda Guerra Mundial e com isso intensificou-
se a necessidade de aprender inglês. Na década de l940 , professores
universitários, militares, cientistas, artistas, imbuídos por missões norte-
americanas vieram para o Brasil e, com eles, a produção cultural daquele
país. Assim falar Inglês passou a ser um anseio das populações urbanas, de
modo que o ensino dessa língua ganhou cada vez mais espaço no currículo.
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de
aumentar a percepção do aluno, como ser humano e como cidadão. Por isso,
ela vai centrar-se no engajamento discursivo do aluno, ou seja, em sua
capacidade de se engajar e engajar outros no discurso, de modo a poder agir
no mundo social. Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de
atividades pedagógicas centradas na constituição do aluno como ser
308
discursivo, ou seja, sua construção como sujeito do discurso via Língua
Estrangeira. Essa construção passa pelo envolvimento do aluno com os
processos sociais de criar significados por intermédio da utilização de uma
Língua Estrangeira.”
A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre
outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. Com relação a
uma Língua Estrangeira, no caso o Inglês, o número de pessoas que utilizam
o conhecimento de habilidades orais da língua em situação do trabalho está
em progressão. Deste modo, o uso de uma Língua Estrangeira parece estar
mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer. Nota-se também,
que os únicos exames formais em Língua Estrangeira (no caso do vestibular
e admissão a cursos de pós-graduação), requerem o domínio da habilidade
da leitura, que atende por um outro lado, as necessidades da educação
formal, e, por outro, é a habilidade que o aluno pode usar em seu contexto
social imediato. A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler
em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua
língua materna. As DCEs, apresentam a seguinte visão de língua: “a língua
se apresenta como espaço de construções discursivas, de produção de
sentidos indissociável dos contextos em que ela adquire sua materialidade,
inseparável das comunidades interpretativas que a constroem e são
construídas por ela”.
Deve-se considerar também o fato de que as condições na sala de aula
da maioria das escolas brasileiras podem inviabilizar o ensino das quatro
habilidades (ouvir, falar, ler e escrever ).
“A LE também pode ser propiciadora da construção das identidades dos alunos como cidadãos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e a planetária ( Res. CEB nº 2, Art. III. Inciso V)”.
RAJAGOPALAN (2003), destaca que: “o verdadeiro do ensino de línguas
estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras
culturas e modos de pensar e agir. Significa transformar-se em cidadão do
mundo”.
309
Pela linguagem, o homem não só consolida seus laços societários e
acumula conhecimentos – transmitindo informações – como também produz
a possibilidade da consciência propriamente humana, assim como amplia a
visão de mundo, contribuindo para que se torne um cidadão mais críticos e
reflexivos, agindo no mundo pelo discurso, além daquilo que a língua
materna oferece, sabendo distinguir as variantes linguísticas.
No que se refere à sala de aula, os professores devem possibilitar aos
alunos a escolha do vocabulário que melhor reflita a ideia que se pretenda
transmitir. Ter condições de escolher o vocabulário que melhor reflita a ideia
que se pretenda transmitir, utilizando aspectos como coerência e coesão na
produção em Língua Estrangeira ( oral e/ou escrita). Todos os textos
referentes à produção e à recepção em qualquer idioma, são regidos por
princípios gerais de coerência e coesão e, por isso, somos capazes de
entender e de sermos entendidos.
O aluno deve dominar as estratégias verbais que entram em ação,
para compensar as falhas na comunicação ( como o fato de não recordar
momentaneamente, uma forma gramatical ou léxica ), e para favorecer a
efetiva comunicação e alcançar o efeito pretendido ( falar mais lentamente,
ou enfatizando certas palavras para obter determinados efeitos retóricos, por
exemplo ) e levá-lo a comparar sua própria língua com a Língua Estrangeira
estudada, conduzindo-o a refinar a percepção de sua própria cultura por
meio de conhecimento da cultura de outros povos.
(...) a abordagem comunicativa, na tentativa de ensinar e se comunicar na Língua Estrangeira, deixou de lado a relação a relação entre comunicação e cultura, e a necessidade de entender a comunicação entre falantes nativos e não-nativos como comunicação intercultural mais do que comunicação na língua-alvo (GIMENEZ, 2001, p.110).
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
Ao tomarmos a língua como interação verbal, como espaço de
produção de sentidos marcados por relações contextuais de poder, o
conteúdo estruturante Discurso como prática social tratará a língua de
forma dinâmica, por meio da leitura, da oralidade e da escrita.
310
Para que os alunos percebam a interdiscursividade, as condições de
produção dos diferentes discursos, das vozes que permeiam as relações
sociais e de poder, é preciso que os níveis de organização linguística –
fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da
linguagem na compreensão e na produção escrita, oral, verbal e não-verbal.
O professor deve considerar a diversidade de gêneros textuais
existentes e a especificidade do tratamento da língua estrangeira na prática
pedagógica, a fim de estabelecer critérios para definir os conteúdos
específicos para o ensino.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Leitura, Escrita e Oralidade
● Leitura e compreensão de diferentes tipologias textuais observando
as Características da tipologia e o vocabulário que estabelecem a
referência textual.
● Percepção do conteúdo vinculado, interlocutores, assunto, fonte,
papéis sociais representados, intencionalidade, valor estético e
condições de produção.
● Elementos coesivos e marcadores do discurso responsáveis pela
progressão textual, encadeamento das ideias e coerência do texto.
● Diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre as
comunidades de língua estrangeira e/ou as de língua materna e,
ainda, no âmbito de uma mesma comunidade. Importância do
respeito às diferenças culturais, étnico-raciais e afro-descendentes
como comportamento étnico e expressão de cidadania.
● Discussão dos assuntos lidos, dos acontecimentos, situações
polêmicas, notícias, relatos pessoais e outros envolvendo a língua
inglesa.
Os conhecimentos linguísticos, tais como artigos, verbos, pronomes e
outros, a ortografia e as possíveis realizações sonoras, assim como os
conteúdos elencados, estarão presentes no processo pedagógico de todas as
311
séries e serão trabalhados em grau de profundidade de acordo com o
conhecimento do aluno.
1ª SÉRIE
Temas abordados em diferentes textos orais ou escritos:
- Healthy Food X Junk Food (comida saudável e não saudável).
- English Around the world and through the ages (Inglês pelo mundo e
através dos tempos).
- Datas Comemorativas.
Gramática contextualizada:
- Pronomes pessoais, possessivos, demostrativos.
- Palavras e expressões interrogativas: Which, whose, what time, How
much.
- Uso do Adjetivo.
- Grau dos adjetivos - Comparativo (igualdade, superioridade e
inferioridade), Superlativo.
- Presente simples – atividades de rotina e lazer.
- Elementos coesivos – First, then, next, after, that, finally.
- Expressões adverbiais de frequência e tempo.
2ª SÉRIE
Temas abordados em diferentes textos orais ou escritos:
- The Influence of English in the Portuguese Language (Estrangerismo
na sociedade brasileira).
- People Through the music ( Pessoas através da música).
- Shakespeare and ``Ten Things I Hate About You`` ( Literatura ).
- Datas comemorativas
- Vocabulário – partes do corpo.
Gramática Contextualizada:
312
- Voz Passiva.
- Pronomes pessoais e reflexivos.
- Modo Imperativo.
- Revisão do Futuro.
- Palavras Cognatas.
- Uso do artigo indefinido.
3ª SÉRIE
Temas abordados em diferentes textos orais ou escritos:
- Technology and Work (Tecnologia e trabalho).
- Tale – Fábulas (Literatura).
- Datas Comemorativas.
Gramática Contextualizada:
- Presente Perfeito com ever, never, already, recently, lately, just.
- Presente Perfeito com since e for.
- Contraste entre presente perfeito e passado simples.
- Verbo should and shouldn`t.
- Verbos modais must and mustn`t.
- Discurso Direto e Indireto.
- Pronomes Pessoais e objeto.
METODOLOGIA
Hoje, com o advento da globalização e novas formas de tecnologias,
falar, ler e escrever em inglês tornou-se indispensável a todos que aspiram a
uma condição profissional de destaque. Portanto, a partir do conteúdo
estruturante Discurso como prática social, serão abordadas questões
linguísticas, culturais e discursivas, assim como as práticas do uso da língua:
leitura, escrita e oralidade.
Diante desse quadro, nossa proposta é fazer com que o aluno do
Ensino Médio tenha uma visão da língua como instrumento vivo, de modo
que o aluno possa desempenhar um papel atuante, vivenciando o
313
aprendizado de fato. Uma língua não é um conjunto de regras gramaticais a
ser decorado, memorizado para provas bimestrais, sem jamais ser utilizado
de forma adequada dentro e fora da sala de aula. Uma língua é algo em
constante transformação, geralmente utilizada por um ou mais povos, e por
isso, deve ser abordada em toda sua amplitude e complexidade.
Entendemos que o aluno deve incorporar a língua ao seu dia-a-dia, e
não ter diante de si algo estático e distante. Optamos, portanto, por um
ensino dinâmico e envolvente, em que as culturas dos países de língua
inglesa são constantemente comparadas à brasileira, possibilitando ao
aluno, através de uma análise contrastante, uma visão crítica do modo em
que vive:
“A educação nesta perspectiva, teria o papel de informar, mostrar, desnudar,ensinar as regras do jogo, não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser modificadas.
Esse é o sentido da pedagogia da possibilidade, ou seja, o ensino/aprendizagem de maneiras de falar, escrever, visualizar, agir e incorporar que, como resultado de determinadas constelações de capacidades/formas, são materialmente possíveis e recebem “encorajamento coesivo” em consequência de não serem marcadas nem como desviantes, nem como patológicas, nem como inadequadas, inaceitáveis ou anormais”. ( SIMON, 1992 ).
O nosso trabalho metodológico com Língua Estrangeira segue a
seguinte estrutura:
● Aulas expositivas.
● Textos – gêneros variados: publicitários, jornalísticos, literários,
informativos e de opinião. O texto como unidade de linguagem em
uso, ou seja, de comunicação verbal - escrita, oral ou visual – será o
ponto de partida da aula de Língua Estrangeira. Esse texto trará uma
problematização em relação a um tema. A busca por sua solução
deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma
prática analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e
percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas presentes
num discurso.
● Atividades em que a teoria e a prática possam ser integradas
através de dramatizações, histórias em quadrinho, etc..
● Uso de diferentes recursos disponíveis, como DVD, aparelho de
314
som, TV-Multimídia, retro-projetor, laboratório de informática e
outros elementos motivadores e envolventes.
● Atividades lúdicas ( Músicas cantadas pelos alunos, jogos, palavras
cruzadas, etc. ), que contribuam para o sucesso do processo
ensino/aprendizagem.
Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um leitor
ingênuo, mas que seja crítico e reaja aos diversos gêneros textuais de forma
que entenda que por trás deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e
valores particulares e próprios da comunidade em que está inserido.
AVALIAÇÃO
Segundo VYGOTSKY (1989): “Caberá ao professor observar a
participação dos alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala
de aula se faça pela interação verbal, a partir dos textos, e de diferentes
formas: entre os alunos e professor; entre os alunos na turma; na interação
com o material didático; nas conversas em língua materna e língua
estrangeira; e no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo
ao promover o desenvolvimento de ideias”.
Na avaliação, o professor deve criar situações em que o aluno
demonstre e expresse sua aprendizagem. Por este motivo deve ser contínua,
auxiliando o processo de ensino/aprendizagem.
A avaliação é válida quando o professor acompanha o crescimento de
seu aluno, verificando o processo e não o produto. Sua função é diagnóstica,
sendo rigorosa a observância dos critérios pré-estabelecidos pelo professor.
Sendo dinâmica, ao professor cabe registrar as observações, em relação ao
processo de ensino e aprendizagem, evitando:
● Generalidades de encaminhamentos e orientações, distante do
desenvolvimento do aluno.
● Necessidade de provas trimestrais.
● Desconhecimento da dinâmica do processo da aprendizagem da
turma.
Todo e qualquer material explorado e trabalhado dentro e fora da sala
de aula deve ser considerado no processo de avaliação, inclusive aspectos
315
da história dos alunos, da comunidade e da cultura local.
Portanto, os alunos serão avaliados através de avaliações escritas tais
como provas com atividades variadas, trabalhos de pesquisa e traduções.
316
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO CALENDÁRIO ESCOLAR – 2009
Considerar Formação Continuada (Fev. e Jul) como dias let ivos
JANEIRO FEVEREIRO MARÇOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 74 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 15 8 9 10 11 12 13 14 22
11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 dia s 15 16 17 18 19 20 21 d ia s
18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 22 23 24 25 26 27 2825 26 27 28 29 30 31 29 30 31
1 D ia M u nd ia l d a Pa z 2 4 Ca rn a va l
ABRIL MAIO JUNHOD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 65 6 7 8 9 10 11 19 3 4 5 6 7 8 9 20 7 8 9 10 11 12 13 20
12 13 14 15 16 17 18 dia s 10 11 12 13 14 15 16 dia s 14 15 16 17 18 19 20 d ia s
19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 2726 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30
311 0 Pa ixã o 1 D ia d o T ra b a lho 1 1 Co rpu s Christ i
2 1 T ira d e nt e s
JULHO AGOSTO SETEMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 3 1 1 2 3 4 55 6 7 8 9 10 11 dia s 2 3 4 5 6 7 8 18 6 7 8 9 10 11 12 21
12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 dia s 13 14 15 16 17 18 19 d ia s
19 20 21 22 23 24 25 10 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 2626 27 28 29 30 31 dia s 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30
30 317 In d e pe n d ê ncia
OUTUBRO NOVEMBRO DEZ EMBROD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 54 5 6 7 8 9 10 20 1 2 3 4 5 6 7 20 6 7 8 9 10 11 12 13
11 12 13 14 15 16 17 dia s 8 9 10 11 12 13 14 dia s 13 14 15 16 17 18 19 d ia s
18 19 20 21 22 23 24 15 16 17 18 19 20 21 20 21 22 23 24 25 2625 26 27 28 29 30 31 22 23 24 25 26 27 28 27 28 29 30 31
29 301 2 N. S.Apa re cida 1 9 Em a n cipa çã o Po l ít ica d o PR
1 5 Dia d o Prof e sso r 1 5 Pro cla m a çã o d a Re p ú b lica 2 5 Na t a l
Dias let ivos Férias Discentes Férias/Recessos/Docentes
1º semestre 102 janeiro 31 dias janeiro / férias 30 dias2º semestre 105 fevereiro 08 dias jan/fev /reces. 03 diasSubtotal 207 julho 17 dias julho/reces. 14 diasFeriado Mun. 1 dezem bro 11 dias dez / reces. 11 dias
Conselho de Classe 2 Total 67 dias outros recessos 02 dias
Recessos 3 Total 60 diasTotal 201
Início d e ano let ivo e b im estreTérm ino d e ano le t ivo e b im estrePlanejam ento e Rep lanejam ento
FériasRecesso
Form ação Continuad aConselho de Classe
Reunião Ped ag óg icaOBMEP/Consciência Neg ra
Sem ana Cultura lCom plem entação
(07 /03 – 4 h, 16/05 – 4h, 27/06 – 4h, 08 /08 – 8h e 26 /09 – 8h)
18 OBMEP-2009 (1ª FASE)
2 F ina d o s
20 Dia Na cio n a l d a Co n sciê n cia Ne g ra
“Com o propósito de encarar este desafio, busca-se em Língua Estrangeira Moderna, superar a concepção de avaliação como mero instrumento de medição de apreensão de conteúdos. Espera-se que subsidie discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções.”(DCE 2008, pág.70)
Enfim, o professor que tenha em mente a concepção de que sua
prática educacional deve estar voltada para a transformação, terá em cada
passo do processo, decisões claras, explícitas do que está fazendo e para
onde está encaminhando os resultados de suas ações. Abordando sempre
aspectos da comunicação, que se centram em funções da linguagem,
extraídas de contextos culturalmente significativos mais amplos e reais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Dirce Guedes de & GOMES, Ayrton de Azevedo. Blow Up. FTD: São
Paulo. Books 5, 6, 7, 8. 1998.
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São Paulo. Books 1, 2, 3, 4. 1993.
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação para promover. São Paulo: Mediação, 2000.
INTERNET e FILMES.
LAPORTA, Edgar. A Practical English course. COMPANHIA EDITORA
NACIONAL: São Paulo, Workbooks 1, 2, 3, 4.
MICHAELIS. Dicionário Prático Inglês-Português e Português-Inglês. EDITORA
MELHORAMENTOS: São Paulo. 1987.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Currículo básico para escola pública do
estado do Paraná. 3ªed. Curitiba, 1997.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba, 2006.
PARANÁ, Secretaria da Educação. DCE - Diretrizes Curriculares de Língua
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LEFFA,V. J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P.
Florianópolis: UFSC, 1988.
PARANÁ, Secretaria da Educação. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e
Inglês / vários autores Curitiba, 2006.
317
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................1
IDENTIFICAÇÃO....................................................................................................................3
QUADRO GERAL DE PESSOAL..........................................................................................4
OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.........................................7
MARCO SITUACIONAL.........................................................................................................8
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO......................................................................8
CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE.................................................................8
ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO RENDIMENTO ESCOLAR.....................10
ESPAÇO FÍSICO E MATERIAL.............................................................................12
A REALIDADE DA INSTITUIÇÃO.........................................................................14
MARCO CONCEITUAL........................................................................................................16
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, ESCOLA, ENSINO-APRENDIZAGEM. .16
CONCEPÇÃO CURRICULAR...............................................................................25
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO............................................................................28
PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA...............................................................31
PLANO DE AÇÃO DA DIREÇÃO PARA O ANO DE 2009 ......................................31
AVALIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO......................................................................35
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO....................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................37
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES............................................................40
ENSINO FUNDAMENTAL....................................................................................................40
ARTES ...........................................................................................................40
CIÊNCIAS ........................................................................................................51
EDUCAÇÃO FÍSICA ..........................................................................................64
ENSINO RELIGIOSO..........................................................................................75
GEOGRAFIA.....................................................................................................81
HISTÓRIA.........................................................................................................90
LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................104
MATEMÁTICA.................................................................................................128
L.E.M. - INGLÊS..............................................................................................139
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES...........................................................149
ENSINO MÉDIO.................................................................................................................149
ARTES...........................................................................................................149
BIOLOGIA......................................................................................................160
EDUCAÇÃO FÍSICA.........................................................................................184
FILOSOFIA.....................................................................................................193
FÍSICA...........................................................................................................207
GEOGRAFIA...................................................................................................216
HISTÓRIA.......................................................................................................225
LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................254
MATEMÁTICA.................................................................................................275
QUÍMICA........................................................................................................283
SOCIOLOGIA..................................................................................................295
L.E.M. - INGLÊS..............................................................................................307
ANEXOS.............................................................................................................................316
CALENDÁRIO ESCOLAR 2009.........................................................................316