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"Aprender Juntos com o Erasmus+" "Aprender Juntos com o Erasmus+" Odemira, maio de 2018 Rosália Ribeiro

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"Aprender Juntos com o Erasmus+"

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Odemira, maio de 2018

Rosália Ribeiro

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

INFORMAÇÕES GERAIS:

Nome do participante: Rosália Ribeiro (professora de Ciências Naturais, na Escola Básica de Saboia

nº 1

Programa: Learning social skills outdoors - Living together, learning together, working together -

Special focus on outdoor activities (6 de maio a 13 de maio de 2018)

Parceiro: InterCultural Iceland

Local: Borgarnes - Islândia

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

DESCRIÇÃO DETALHADA DA ATIVIDADE – DIÁRIO DE BORDO

07/05/2018

Introdução - Desenvolver Educação Intercultural

Após, praticamente, dois dias em viagem (Odemira - Lisboa - Londres - Reiquiavique - Borgarnes),

pelas 9h00 da manhã do dia 7 de maio de 2018, teve início a primeira sessão do curso "Learning

social skills outdoors - Living togetther, learning together, working together - Special focus on

outdoor activities", na sala de conferências do Hotel Borgarnes (oeste da Islândia -

http://bit.ly/borgarnes-TripAdvisor).

Como era devido, os trabalhos começaram com as apresentações. A primeira sessão decorreu em

modelo de mesa redonda, onde cada um tinha o seu lugar previamente marcado (situação que se

alterará em cada uma das sessões ao longo da semana).

A Guðrún Pétursdóttir (formadora) é a fundadora e gerente da associação InterCultural Iceland (ICI).

Dedica-se a luta contra preconceitos e o racismo, tendo-se especializado em educação intercultural.

É a principal formadora em todos os cursos de formação do ICI e promovendo formação de

professores tanto na Islândia como noutros países da Europa, desde 1999. Lecionou no

Departamento de Educação da Universidade da Islândia durante vários anos. É autora dos livros

“Educação Intercultural”, 1999 e “Todos podem fazer algo - Ninguém pode fazer tudo”, 2003.

Após a apresentação da formadora, cada participante formou com o colega sentado ao seu lado os

denominados pela formadora "talking friends". Cada um teve 2 minutos para partilhar com o seu

par aspetos da sua vida que considerasse importantes, excetuando os relativos à sua profissão. Numa

fase seguinte, o elemento do par que esteve a ouvir, apresentou ao restante grupo os aspetos mais

relevantes que reteve a respeito do seu colega.

O grupo é constituído por 22 professores oriundos de diversos países da Europa - Alemanha,

Eslovénia, Letónia, Polónia, Itália, Espanha, Reino Unido e República Checa - de diferentes áreas e

níveis de ensino.

Ultrapassada que foi a fase das apresentações, a formadora lançou as seguintes questões ao grupo:

"Por que motivo é importante um bom ambiente na sala de aula?" ... "Quais as características de um

bom ambiente na sala de aula?". A partir desta segunda questão gerou-se uma chuva de ideias:

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

segurança; sem juízos de valor; bom relacionamento; confiança; diversão; clara definição de papéis;

respeito; ouvir; espírito de grupo; cooperação; comum (não ser a exceção mas sim a norma);

ambiente relaxado; cuidar uns dos outros...

De acordo com Guðrún, há várias formas de se conseguir um bom ambiente na sala de aula. Para

promover aprendizagem ativa e/ou colaborativa há necessidade, antes de mais, de se criar uma boa

atmosfera, mas tal requer um trabalho gradual e continuado, procurando encontrar as condições

que melhor se enquadrem para todo e qualquer aluno que integre a turma.

O que podemos fazer para melhorar o ambiente na sala de aula?

"- Lidere os seus alunos pelo exemplo.

- Discuta com os seus alunos o que é que eles consideram ser um bom ambiente de sala de aula.

- Promova dinâmicas para os alunos se conhecerem melhor, entre si e a eles próprios.

- Planifique aulas que permitam aos alunos assumir um papel mais ativo ao longo do processo.

- Não tenha medo de perder a autoridade!" - foram ideias apresentadas pela formadora e colocadas

à discussão."

Com intenção de demonstrar mais uma técnica de promover um bom ambiente na sala de aula e

aprofundar o conhecimento entre os participantes no curso, a formadora propôs um jogo a que

chamou "Bingo!"

Todos se levantaram dos respetivos lugares. Cada um recebeu uma folha com uma tabela com 25

questões que deveria ir colocando aos seus pares. Cada vez que um dos colegas respondesse

positivamente à questão colocada registava-se o respetivo nome, não podendo repetir o nome de

ninguém. Cada vez que completasse uma linha ou coluna deveria gritar "bingo!"

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Do lote de questões colocadas faziam parte as seguintes: Tocas algum instrumento musical?; Gostas

de jogar futebol?; Falas mais do que três línguas?; És organizado(a)?; Gostas de viajar?; Estudaste

mais do que 5 anos?; Falas francês? Gostas de jardinagem?; És religioso(a)? Já viajaste até África?...

entre outras.

Após esta dinâmica de grupo, fez-se um ponto de situação destacando as suas principais

características e vantagens na promoção de um bom ambiente na sala de aula, tendo surgido as

seguintes ideias: interesses comuns; cooperação; conhecerem-se uns aos outros a diferentes níveis;

diversão; descontração; as questões não são comprometedoras; comunicação; participação ativa;

contacto físico; movimento; contacto visual; apoio aos colegas; capacidade de ouvir; praticar o uso

da língua.

Passando a discutir a questão relacionada com o tema central do curso "Educação Intercultural", a

formadora referiu os 4 objetivos chave definidos pela Comissão Internacional sobre Educação para o

Século XXI da Unesco: aprender a aprender; aprender a ser; aprender a fazer e aprender a viver com

os outros. Destacou igualmente a seguinte citação: Learning to live, learning to live with others. This

type of learning is probably one of the major issues in education today (Delors et al., 1996, p.

91). Neste âmbito, Guðrún considereou que com a progressiva individualização do papel do aluno e

o aumento da competição devido a introdução de processos de seleção (avaliação, exames, testes...),

à medida que avançamos nos níveis de escolaridade, ensina-se cada vez menos a viver com os outros:

"No jardim de infância ensina-se a viver com os outros, mas com o avançar da escolaridade essa parte

perde-se", foram palavras suas.

Continuando a explorar o conceito de "Educação Intercultural" ao nível escolar, a formadora referiu

que visa promover a capacidade de viver com os outros, independentemente de quem sejam. Ao

longo do tempo, designadamente na Islândia, foram surgindo diferentes abordagens,

designadamente: "Immigrant education"; "Multicultural education"; "Interculcural Education".

Na opinião da formadora, a primeira não funciona pois, na prática os emigrantes são colocados em

salas à parte para a aprender a língua do país que os recebe, mas perdem o desenvolvimento das

matérias nas várias disciplinas. O que se pretende nesta abordagem é a assimilação.

No segundo caso, Guðrún considera que continua a haver diferenciação, assumindo-se a existência

de sub-grupos com aqueles que se pensa terem características culturais minoritárias face ao grande

grupo. O conceito de cultura definido é um restrito - baseado em ideias generalizadas sobre a cultura

de um país (estereótipos). A diversidade está ligada à nacionalidade e não ao indivíduo em geral.

Enfatiza as diferenças entre as pessoas em vez do que possam ter em comum diferentes pessoas.

Relativamente à "Intercultural Education", com base nas ideias apresentadas pela formadora, o

conceito de cultura é assumido no sentido lato - todas as sociedades, todas as escolas e todas as salas

de aula são interculturais. São constituídas por indivíduos com diferentes experiências, background,

valores, atitudes, educação, nível económico, opiniões, conhecimento, competências, gostos,

interesses, sexo, idade... etc, independentemente da sua nacionalidade. A diversidade é benéfica.

"As sociedade que limitaram a diversidade correm o perigo de estagnar."

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Continuando a aprofundar o conceito de "Educação Intercultural", Guðrún promoveu uma "chuva

de ideias" em torno do que que cada dos presentes um associa a cultura, tendo surgido ideias, tais

como: comida; língua; arte; religião; hábitos; costumes; vestuário; música; dança; tradições; história;

clima; ensino; educação; economia; comportamentos; família; lei; valores; background; política; cor

da pele, atitude perante os animais, as pessoas ou as crianças... as ideias foram sendo escritas pela

formadora no quadro. Após ter dado por terminado a recolha de ideias, lançou a seguinte questão:

"De todos estes aspetos, quais os que são exclusivos do país não tendo nenhuma relação com outras

nacionalidades?"... um a um foram sendo apagados os que não eram exclusivos... no final, apesar de

algumas reticências por parte de alguns a respeito da ideia "história", todos os termos foram sendo

apagados, chegando-se à conclusão que todos estes aspetos acabam por não serem exclusivos de

uma dada nacionalidade, entrecuzando-se com outras. No final de contas, não temos nada que seja

puramente pertencente à cultura de um dado país, mas sim o resultado de uma percurso de partilhas

entre povos. Sendo que cada um de nós tem as suas próprias idiossincrasias e a sua própria forma de

agir, independentemente da sua origem.

Para concluir este debate, a formadora deixou-nos com os principais objetivos da "Educação

Intercultural". Em primeira instância, um dos objetivos é o de tornar os alunos "interculturalmente

competentes": que aprendam a lidar com a diversidade em geral, tanto quanto como com a

diversidade étnica e que se tornem capazes de viver e prosperar numa sociedade diversa e

intercultural. Por outro lado, que os alunos tenham iguais oportunidades para aprenderem e que se

criem condições para que todos os alunos tenham acesso igual ao processo de aprendizagem.

Para terminar a sessão de teórico-prática de hoje, que se estendeu por toda a manhã , a formadora

deixou-nos o desafio de refletirmos sobre o seguinte:

"Um dos objetivos da educação intercultural é desenvolver competências interculturais. O que é que

isso significa? Que competências e capacidades precisamos para viver e prosperar numa

sociedade plural/multicultural?"

Durante a tarde deste primeiro dia de formação, apesar da chuva e do frio para para o exterior

experimentar algumas dinâmicas de grupo que visam: aumentar o grau de conhecimento entre os

membros de um grupo, reconhecer a diversidade e o que temos em comum; aprender a cumprir

orientações; melhorar a colaboração/cooperação, a comunicação, a empatia e o respeito mútuo,

entre outros.

Foram várias as dinâmicas experimentadas, no exterior, pelo grupo: o carrossel; o "hot-spot"; o

dominó...

Estas dinâmicas serão aprofundadas mais tarde.

Infelizmente, as condições climatéricas comprometeram o registo fotográfico dos trabalhos no

exterior por parte dos formandos, havendo apenas alguns registos fotográficos efetuados pela

Guðrún que os partilhará com o grupo mais tarde.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Penso que para um primeiro dia de formação, já foram muitas as aprendizagens desenvolvidas e a

experiência tem sido enriquecedora.

08/05/2018

"Educação ao ar livre"

"Um dos objetivos da educação intercultural é desenvolver competências interculturais. O que é que

isso significa? Que competências e capacidades precisamos para viver e prosperar numa

sociedade plural/multicultural?"

Estas foram as questões que ficaram por responder na sessão teórica anterior.

Para procurar a resposta a esta questão promoveu-se uma chuva de ideias - "Que competências?":

(...)

Comunicação

Flexibilidade

Empatia

Espírito aberto

Resolução de problemas

Respeito

Responsabildiade

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Cooperação / Trabalho de equipa

Espírito crítico

Criatividade

Competências digitais

Resiliência

Gestão de conflitos

Iniciativa

Trabalho independente

Auto consciência

Consciência social

(...)

Foram algumas ideias lançadas.

No seguimento desta dinâmica, Guðrún partilhou com o grupo uma experiência que tinha tido numa

aula com jovens do secundário, na disciplina de sociologia. Quando desafiou os seus alunos a definir

um perfil para uma possível candidatura a um emprego, colocando-os a pesquisar as três

competências mais solicitadas nas propostas de emprego. Após analisarem centenas de propostas

os resultados foram os seguintes: 1.º - Competências de comunicação; Competência de

colaboração/trabalho de equipa; 3.º Flexibilidade e Iniciativa (exequo). Os alunos ficaram muito

surpreendidos com os resultados. Ou seja, com este exemplo a formadora quis-nos demonstrar que

preparar os alunos para o mundo do trabalho também exige que se promova nas escolas o

desenvolvimento de competências "interculturais". Para contribuirmos para esse objetivo devemos

diversificar as nossas metodologias e estratégias, adotando diferentes abordagens e proporcionando

experiências diversificadas aos nossos alunos.

A educação intercultural deve acontecer em qualquer nível de ensino, começando no Jardim de

infância.

Por que é isso necessário?

As crianças vivem e viverão, enquanto adultos, numa sociedade diversificada, é preciso prepará-las.

Muitos professores esperam que as competências positivas simplesmente aconteçam por si mesmas.

As crianças, por vezes, assumem crenças equivocadas sobre questões como a discriminação, racismo,

sexismo, direitos humanos, desenvolvimento global, meio ambiente, etc. Por isso devem ser

colocadas a observar e analisar as coisas de diferentes perspetivas.

As crianças precisam de constatar que as suas opções afetam a vida de outras pessoas, mesmo

estando elas muito longe. Precisam de se ver como pessoas cujas ações podem afetar o mundo em

seu redor - tornar-se cidadãos ativos.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Estas foram algumas das ideias apresentadas pela formadora, neste contexto.

De acordo com Guðrún, no respeitante à educação intercultural, existem três áreas particularmente

importante desenvolverem-se: autoestima, competências de comunicação e de colaboração.

A autoestima é um pilar relações construtivas com os outros. Ter consciência do seu próprio valor

permite é essencial para que as crianças desenvolvam a noção do respeito pelos outros. Crianças

com uma boa autoestima estão mais prontaspara lidar com questões controversas e menos

propensas a tolerar a discriminação e desigualdade, acabando por tomar posição contra a injustiça.

São crianças com maior probabilidade de assumir o risco de serem críticas e questionar uma

informação ou a autoridade. Serão menos propensas a não agir perante a injustiça.

Uma forma de promover a autoestima dos nossos alunos passa por lhes darmos verdadeiros reforços

positivos, sem deixarmos de sermos sinceros. Utilizar jogos e atividades que ajudem as crianças: a

sentirem-se bem consigo mesmas; a identificaram as suas próprias habilidade e os seus pontos

fortes; a aceitar as suas emoções a a expressá-las de forma construtiva; a reconhecer as qualidades

positivas dos seus colegas; a assumir pontos de vista genuínos perante os outros; a identificar o que

os outros podem estar a sentir; a aceitar o valor de diferentes respostas emocionais. Promover jogos

que enfatizem a cooperação em detrimento da competição.

Porquê promover competências de comunicação?

Porque são muito importantes para se tornar um "intercultural competente".

A comunicação, quer verbal quer não verbal, é a única via de realmente se conhecer alguém.

Competência para falar e ouvir é essencial para a prevenção e resolução pacífica de conflitos.

Até mesmo os mais jovens devem compreender que a comunicação pode acontecer com ou sem

as palavras e a expressar os seus sentimentos e emoções.

Sem competências de comunicação, a diversidade é um problema e não uma mais-valia.

Porquê promover a cooperação e o trabalho de equipa?

As crianças precisam de aprender a importância da interdependência - "as minhas ações e o meu

sucesso influenciam os outros".

Promover trabalha cooperativo de forma regular quebra estereótipos e preconceitos.

Tarefas de aprendizagem cooperativa contribuem para a construção do espírito de interajuda,

de apoio e de cuidado dentro de um grupo - competição: "não te ajude porque eu quero ser o

melhor" / cooperação: "eu ajudo-te porque o teu sucesso é também o meu sucesso".

Quando trabalhamos com crianças mais jovens o processo acaba por ser mais importante do que os

resultados, ou seja, a experiência de trabalhar em grupo é mais importante do que o resultado desse

trabalho em grupo.

Ao trabalhar em grupo as crianças aprendem competências muito importantes para a sua vida: de

organização; ajudar os outros e aceitar ajuda; ouvir; espírito crítico; pensamento criativo;

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

flexibilidade; expressar-se; competências de pensamento e de autorreflexão; resolução de

problemas; categorização e priorização; predição; etc.

De qualquer modo, independentemente da nossa abordagem, existem três aspetos que não

podemos esquecer: o a ideologia e a necessidade da educação intercultural ("O porquê?"); os

métodos de ensino ("O como?"); o currículo/os materiais e recursos de ensino ("O quê?" e "Com que

materiais e recursos?").

É importante começar por nos colocarmos, a respeito das aulas tradicionais, as seguintes questões:

- Quanta interação acontece entre os alunos?

- Quanto pensamento criativo eles desenvolvem?

- Eles aprendem a cooperar com os outros regularmente?

- Como é que eles aprendem que juntos eles podem aprender mais do que cada um sozinho?

- Como é que eles veem a vantagem da diversidade na sala de aula?

Os estudos apontam para que à medida que avançamos nos níveis de escolaridade perdemos o

desenvolvimento de competências interculturais e que o sistema tracional não "treina" estas

competências.

Como é que então podemos ensinar os conteúdos das nossas disciplinas ao mesmo tempo que

treinamos estas importantes competências?

Falaremos e exploraremos mais esta questão dos métodos de ensino ao longo do curso.

Estas foram algumas das ideias apresentadas e discutidas no grupo, em torno do áreas a priorizar

quando pretendemos promover educação intercultural.

Para encerrar esta parte da sessão a formadora partilhou a imagem abaixo apresentada com o

seguinte pensamento: "Alunos e professores precisam de compreender que a igualdade nem sempre

significa equidade..."

Após um breve intervalo, retomaram-se os trabalhos, agora para explorarmos o tema da "Outdoor

education", em tradução livre "Educação ao ar livre”.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

A formadora começou por apresentar-nos diferentes definições:

- "Outdoor learning is an umbrella term which covres every type of learning experience which

happens outdoors" (Juliet Robertsson)

Para saber mais sobre esta autora:

http://creativestarlearning.co.uk/;

https://www.independentthinking.co.uk/people/associates-q-z/juliet-robertson.aspx;

https://pivotaleducation.com/yearning-outdoor-learning-juliet-robertson-pp150/;

https://outdoorclassroomday.org.uk/wp-

content/uploads/sites/2/2016/06/160606_PROJECTDIRT_ECD_BOOK10_A5.pdf; https://www.wc

mt.org.uk/sites/default/files/migrated-reports/443_1.pdf;

https://www.crownhouse.co.uk/assets/look-inside/9781781351079.pdf

- "It's not a subject, discipline or curriculum area..."

- "It can be everithing form climing the higest moutain peaks to children discussing and exploring the

environment outside the classroom." (Gilbertson, Bales, McLaughlin og Ewert, 2006:4)

- "Outdoor education: Active learning in, for, or about the outdoors."

A ideia é trazer as crianças para o ar livre, não forçosamente para estudar aspetos da natureza.

Não se trata de trazer as carteiras para a rua, mas sim vir para a rua aprender, mesmo temas menos

óbvios neste contexto.

Por quê aprender ao ar livre?

- O ser humano precisa da luz do dia, ar, movimento e espaço - não só para sobreviver mas para

prosperar.

- A saúde física, cognitiva, social e emocional é afetada pelo tempo que passamos ao ar livre -

especialmente em espaços naturais (mas não só).

A investigação refere que a educação ao ar livre:

- Aumenta o sucesso em disciplinas específicas - é mais fácil manter os alunos interessados fora da

sala de aula.

- Tem um impacto positivo na saúde e no bem-estar dos jovens e ajuda a desenvolver cidadãos

responsáveis e uma valorização da Natureza ao longo da vida - os jovens não só aprendem sobre ela

como nela!

- Melhora competências sociais e de comunicação.

- Conjuga de forma efetiva muitas das vertentes da educação para o desenvolvimento sustentável.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

(Para saber mais - "Learning Outside Classroom" por Simon Beames, Robbie Nocol and Pete Higgins

2011)

Há muitas pesquisa sobre educação ao ar livre e todas chegam às mesmas conclusões: ajuda-nos a

crescer numa vasta área de competências e não apenas em saber ler, escrever e contar!

Nesta fase, a formadora partilhou com o grupo um vídeo que fez de uma aula do 1.º ano que ela

própria filmou há duas semanas atrás.

Neste vídeo pudemos ver as crianças, por volta das 8h40, a chegar à "sua sala de aula", que na prática

era uma sala maior dividida em vários recantos junto a janelas, delimitados pelo próprio mobiliário,

onde estão todas as turmas do primeiro ano. Cada um desses espaços destina-se a cada uma das

turmas do 1.º ano.

As crianças dirigem-se ao seu espaço sentam-se no chão, em pufs ou em bancos, de forma

descontraída e atentamente ouvem a professora a apresentar-lhes, através de um esquema ilustrado

com símbolos que lhes parecem ser familiares, as atividades previstas para este dia de aulas.

Observa-se algum diálogo entre a professora e os alunos sobre o que está planeado fazerem.

Nessa manhã está previsto irem para o recreio da escola estudar Matemática! Os jovens recebem

instruções para vestirem as suas roupas de agasalho e se calçarem (os alunos tiram os sapatos e ficam

de meias, pantufas ou mesmo descalços quando estão na sala). Rapidamente todos ficam prontos e

dirigem-se para o exterior e reúnem-se em torno da professora aguardando instruções para a

primeira atividade.

1.ª atividade:

- os alunos são divididos em grupo de 2 a 3 elementos (3 nos casos em que um deles tem dificuldades

em falar islandês - existem muitos emigrantes)

- cada grupo recebe um lote de cartões que de um lado tem uma conta de somar e no verso a solução

- um dos alunos do grupo fica com o lote de cartões e vai mostrando as contas aos colegas ficando

com a solução voltada para si - o(s) colega(s) respondem e este aluno confere se está certo com base

na solução, gerando-se algum diálogo a respeito

- quando acertam na resposta, o grupo dá um pulo para a frente, a partir do local onde a professora

os colocou inicialmente, sem que haja competição entre os diversos grupos já que cada um parte do

seu ponto de partida independentemente da posição dos restantes

- após um determinado número de respostas acordado previamente com a professora , os papéis

invertem-se

- o objetivo é responder ao máximo de respostas possíveis, sendo próprio a monitorizar o processo

e a colaborar na verificação das erradas procurando justificar uns aos outros o porquê.

Durante esta atividade a professora e uma assistente operacional observam e orientam os alunos

quando necessário, mas no geral eles concretizam a tarefa de autonomamente e com entusiasmo.

Passados, cerca de 15 a 20 minutos, os jovens regressam junto da professora e entregam os cartões.

Fazem um breve relato de como decorreu a atividade.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

De seguida todo o grupo dirige-se para um espaço relvado com arbustos e a professora explica a 2.ª

atividade.

2.ª atividade:

- a professora distribui por cada aluno um conjunto de fios de lã de diferentes cores - azul, amarelo

e vermelho

- os alunos recebem instruções para os prenderem nos ramos dos arbustos que rodeiam o espaço

relvado onde se encontram

- os alunos correm em diferentes direções e apressam-se a atar os seus fios de lã aos ramos,

distribuindo-os o mais possível

- terminada a distribuição dos fios (algo leva cerca de 5 minutos), os alunos regressam junto da

professora e aguardam novas instruções

- a professora diz-lhes que ao seu sinal, cada um terá de ir recolher o máximo de fios possível aos

ramos dos arbustos

- seguindo as indicações da professora, colocam-se todos alinhados, voltados para o local onde

estão os arbustos, esperam a ordem de partida da professora e logo que tal acontece, correm todos

a recolher todos os fios que presos nos ramos

- rapidamente todos regressam com o seu lote de fios e retomam os grupos formados na atividade

anterior

- nessa altura a professora fornece-lhes informações acerca do significado das diferentes cores - cada

cor corresponde a um algarismo (p.e. amarelo = 10; vermelho = 5; azul = 3) e diz-lhes que o desafio

será eles fazerem soma dos pontos obtidos, considerando o valor de cada fio recolhido em função

da sua cor

- cada grupo de forma colaborativa verifica os pontos somados, fazendo as somas em voz alta

- a professora observa e vai conferindo as somas

- no final não há nenhuma equipa vencedora, o que se pretende é que todas concluam a tarefa

Para terminar esta manhã de Matemática ao ar livre, a professora forma uma roda com os alunos e

dá instruções para a 3.ª atividade.

3.ª atividade:

- os alunos seguindo as orientações da professora formaram uma roda, onde ela própria também

está

- indica que ela irá começar a contar no "um", o aluno do seu lado direito continuará no "dois", o à

direita deste no "três"...

- quando chegar ao aluno que tem de dizer "cinco" ou qualquer múltiplo de cinco, esse aluno terá de

gritar "PUM"

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- se o aluno não disser "PUM", quando lhe compete fazê-lo, terá de ficar na roda voltado de costas

para o centro

Com esta atividade observou-se que todos os alunos estiveram envolvidos e participaram de forma

ativa. Tiveram oportunidade de interagir, comunicar, colaborar/cooperar... para além aprenderem

Matemática. Segundo o testemunho final da professora, os alunos aprendem muito mais e de forma

mais significativa, neste tipo de dinâmica e o simples facto de virem para o exterior motiva-os muito

mais. Por isso desenvolve atividades de ar livre, para explorar os mais variados temas, pelo menos

uma vez por semana.

Após o visionamento do filme, a formadora promoveu uma breve discussão acerca das conclusões

que se podem tirar das dinâmicas observadas e até que ponto as poderíamos promover no contexto

das nossas aulas.

Seguidamente, a formadora apresentou-nos uma estratégia utilizada para promover o a

colaboração e a partilha de ideias entre grupos - Jigsaw Technique.

Para concretizar em que consiste esta técnica, a formadora descreveu-nos um exemplo:

- o professor criar grupos com 3 a 5 alunos (para um exercício com 3 a 5 questões abertas que

promovam discussão e reflexão)

- distribui a cada elemento do grupo uma letra

- cada aluno irá responder individualmente apenas à questão que corresponde à sua letra (aluno com

a letra A responde à pergunta A...)

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- após esta fase, todos os alunos com mesma na sala formam um grupo designado grupo

dos "especialistas", onde vão partilhar as suas ideias sobre a resposta à questão que lhes coube e

todos registam as respostas dos colegas (cerca de 20 minutos)

- todos regressam ao seu grupo de origem e respondem em conjunto a todas as questões com base

na informação que cada especialista recolheu no grupo dos "especialistas"

- o grupo de origem prepara uma apresentação do resultado do seu trabalho para a restante turma

- no final, poderá acontecer uma discussão no grande grupo

Tendo por referência esta técnica, a formadora lançou-nos um desafio. Com grupos de 4 elementos

já formados, distribuiu a cada um uma letra - A, B, C e D. Todos os que tinham a mesma letra

separaram-se do grupo original para formar um novo grupo - os que tinham a letra A tiveram de se

debruçar sobre as vantagens da educação ao ar livre; os que tinham a letra B sobre as dificuldades

que podemos identificar quando desenvolvemos educação ar livre; os que tinham a letra C sobre as

condições importantes garantir e necessários para o fazer; e os que tinham a letra D sobre as

competências e capacidades que a educação ao ar livre promove.

O grupo dos "especialistas" teve 15 minutos para apresentar as suas ideias a respeito da questão que

lhes coube. Passado esse tempo, regressaram ao seu grupo de origem e apresentaram as conclusões

a que chegaram com os restantes especialistas.

Na fase seguinte, os grupos base tiveram de chegar a um consenso sobre os três maiores obstáculos

a ultrapassar para promover educação ao ar livre, identificando simultaneamente 3 possíveis

soluções para esses obstáculos. As conclusões desta tarefa tiveram de ser apresentadas ao grande

grupo de forma criativa.

Para concluir a discussão em torno dos principais obstáculos, a formadora expôs alguns dos aspetos

considerados na literatura a respeito: na maioria dos casos, os obstáculos são do próprio professor

que tenta arranjar justificação para não adotar este tipo de abordagem - "o frio... o calor... o pó... os

alunos sujarem-se... os pais..."

A respeito das vantagens, a formadora destacou as seguintes:

- ar fresco

- atividade física

- sensação de espaço e liberdade

- aprender a lidar com as condições climatéricas

- luz natural (por causa da vitamina D)

- acesso à natureza (mesmo em ambiente urbano)

- mudar de espaço/sair da sala onde habitualmente estão

- interagir com situações inesperadas que podem constituir oportunidade de aprendizagem

- maior variedade de experiências multissensoriais (aprender com todos os sentidos)

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- alcançar diferentes tipos de alunos - oportunidade de fazer sobressair competências e capacidades

que poderão não ser evidentes num ambiente interior

- dar "descanso" aos monitores/ecrãs

- praticar competências interculturais no decurso de atividades cooperativas bem desenhadas

Mas como agir perante miúdos que não querem ir para o exterior: cabe-nos a nós professores "fazê-

los entender a importância dessa experiência e o porquê", é opinião de Guðrún.

Da parte da tarde deste dia fomos visitar uma quinta pertencente à família da formadora, onde

simpaticamente esta nos ofereceu chocolates e uma bebida típica, e nos contou parte da história

daquela quinta que se cruza com a sua e com a do próprio país. Tivemos ainda oportunidade de

visitar um estábulo com ovelhas. Mais uma

possível abordagem quando saímos com os

alunos para o campo!

Após visitar a quinta dirigimo-nos para uma

cratera vulcânica rodeada por um campo de lava.

Aí formamos pares para a próxima dinâmica:

- cada par deveria escolher um local para se sentar

de costas e descrever o que via ao colega que

permanecia de olhos fechados, alternando de

papéis (30 segundos para cada)

- passada esta parte, cada par em 15 minutos teve de dramatizar uma história, obedecendo a

determinados critérios (utilizar pelo menos 3 adjetivos; descrever um fenómeno natural... são

apenas exemplos) que pudesse ter acontecido naquele local e apresentá-la ao restante grupo

- no final das apresentações, cada um descreveu o que sentiu e o que achou da experiência.

E foi assim que terminou mais um dia de formação!

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

09/05/2018

"Como preparar atividades de ar livre?"

Mais um dia de formação sobre educação ao ar livre e desenvolvimento de competências

interculturais.

Seguindo a estrutura dos dias anteriores, durante a primeira parte da manhã exploraram-se

conteúdos teóricos.

O mote foi: "Como preparar um atividade de ar livre?"

- Devemos vestir-nos confortavelmente e de acordo com as condições climatéricas e garantir que os

alunos também.

- Perguntar aos alunos o que poderia ser bom aprender ao ar livre, envolvê-los na organização.

Quanto mais velhos são mais devem ser envolvidas no processo de tomada de decisão.

- Planifique a saída - criar uma lista de verificação/checklist é uma boa ideia.

- Se tiver de utilizar documentos em papel, opte por os plastificar.

- Trabalhe com outros colegas, envolva outros professores na saída e preparação da mesma.

- Opte por atividades simples, sobretudo se for a primeira vez.

- Prepare a saída com os alunos - defina regras; que material precisam levar; reforçar que no exterior

as regras da sala de aula mantêm-se; acordar horários e pontos de encontro para verificar as

presenças, sobre tudo se estiver num espaço ampla em que os alunos se podem dispersar; informar

o professor se tiverem de se afastar; dar orientações de como procurar ajuda no caso de se ferirem;

como agir no caso de se perderem...

- Explore previamente o espaço onde pretende levar os alunos.

- Principais recursos: um espaço ao ar livre, o professor e os alunos!

- Também pode ser importante levar: câmara; giz; pranchetas; roupa suplente; um apito, sineta ou

megafone.

- Valorize os jogos livres e tenha uma abordagem lúdica da aprendizagem.

Que tipo de atividades e jogos podemos desenvolver no exterior?

- Escolher atividades que permitam aos alunos aprenderem com todos os sentidos e

experimentando.

- Atividades em que os sentimentos e as emoções são reais, mesmo quando a situação possa ser uma

simulação.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- Atividades complementadas com momentos de reflexão para que os alunos tomem consciência do

que estão a aprender (metacognição).

Estrutura para uma atividade ou exercício:

1.ª fase - experimentar (ação; "fazer")

2.ª fase - relatar e refletir (discutir padrões e dinâmicas a fim de intuir com base na experiência)

3.ª fase - generalizar (discutir padrões e como o que aprenderam se relaciona com o mundo real)

ATIVIDADES DE GRUPO

Depois de termos analisado e discutido aspetos teóricos subjacentes ao processo de preparação de

atividade de ar livre, fomos desafiados a utilizar este tipo de atividades enquanto processo de

aprendizagem...

Fomos divididos em grupos de 5 a 6 membros.

A cada grupo foi entregue uma proposta de atividade que tivemos de preparar para implementar

envolvendo os restantes colegas de curso, empreendendo as adaptações necessárias para que

pudesse desenvolver-se ao ar livre.

A preparação da atividade ocupou-nos parte da manhã. Nesse processo, foram distribuídos

diferentes papéis no sentido de cada um assumir diferentes responsabilidades no desenvolvimento

do trabalho:

- Facilitador/Organizador - garante que todos os membros do grupo percebem as instruções e

participam

- Repórter - toma notas das decisões do grupo, organiza a apresentação do grupo à turma, discute

com o grupo o que deve ser registado e o que cada um terá de fazer na apresentação

- Gestor dos materiais - assegura que o grupo dispõe dos materiais de que precisa para concretizar

as tarefas, deslocando-se onde for necessário para o efeito

- Gestor do tempo - organiza o cronograma das tarefas, garante o cumprimento dos prazos alertando

o restante grupo quando estão a perder tempo... controla o momento em que o grupo deve dar por

concluído a atividade

- Harmonizador - encoraja os colegas a participarem e a contribuírem para dar resposta aos desafios

colocados ao grupo, incentiva a interajuda e colaboração assegurando que nenhum é deixado ou

colocado de lado, dá reforço positivo aos colegas que estão a dar bons contributos ao trabalho do

grupo.

No final da manhã, todo o grupo dirigiu-se para um jardim público de Borgarnes e tentou encontrar

suporte nos recursos disponíveis naquele espaço que pudessem apoiar ou enriquecer a

implementação da atividade que lhes tinha calhado.

No caso do meu grupo, as orientações apontavam para o uso de post-its, contendo diferentes

palavras relacionadas com determinado tema, que seriam colados na testa de cada um dos

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

participantes. A dinâmica implicaria trabalho colaborativo entre todos, no sentido de adivinhar a

palavra que cada um tinha no respetivo post'it. Cada um poderia dirigir-se a um dos colegas para lhe

colocar questões no sentido de obter informações sobre a palavra. À medida que cada um fosse

adivinhando, poderia retirar o post-it da testa e dirigir-se aqueles que ainda não tinham descoberto

a palavra para os apoiar na sua descoberta.

Decidimos que o tema seriam personalidades importantes da História da Humanidade.

Cada grupo implementou com sucesso a sua atividade. Todos tivemos oportunidade não só de pensar

em diversas atividades na perspetiva de professor como experimentá-la na perspetiva do aluno.

As experiências de implementação de cada grupo estenderam-se para depois do almoço, tendo

terminado por volta das 15h30, hora a que regressamos à sala de conferências do hotel para

organizarmos ideias sobre a experiência vivida no exterior e tirar algumas conclusões a respeito.

De regresso das nossas atividades ao ar livre, cada grupo teve de identificar, relativamente à

atividade que implementou, os seguintes aspetos:

a) Para que nível etário é que esta se pode adequar?

b) Quanto tempo é preciso para a sua implementação?

c) Que competências é que treina?

d) Em que medida essas competências são importantes na vida real?

Os métodos de ensino mais úteis para alcançar os propósitos da Educação Intercultural

- Aprendizagem cooperativa

- Atividades de aprendizagem

Nota: "nenhum método de ensino é tão bom que se

adapte a todos os alunos o tempo todo"

As tarefas devem ir ao encontro das múltiplas

inteligências para dar oportunidade de todos os

membros do grupo possam ter oportunidade de

mostrar as suas capacidades.

Quanto mais implicado estiver o aluno nas dinâmicas

de sala de aula melhor sucedidas serão as suas

aprendizagens. A discussão em grupo, a prática e o ensinar os outros são métodos que potenciam a

aprendizagem.

Aprendizagem cooperativa é uma forma de treinar competência interculturais, de quebrar

estereótipos e envolver mais os alunos no processo de aprendizagem.

De notar que a aprendizagem cooperativa implica sempre trabalho de grupo, mas o trabalho de

grupo nem sempre implica aprendizagem cooperativa. Não basta juntar as mesas para que a

aprendizagem cooperativa aconteça.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Dar uma tarefa não estruturada sem prever a distribuição de papéis pode conduzir às seguintes

situações-problema:

- cada aluno acaba por não ser responsabilizado pelo seu trabalho - não há igualdade na participação

- um aluno assume todo o trabalho e há outros inativos - alguns alunos são deixados de fora por falta

de expectativas - o trabalho de grupo pode refletir as injustiças na sociedade e pode ainda ser piro

do que desenvolver trabalho individual.

APRENDIZAGEM COOPERATIVA

Concluindo a abordagem teórica relativa à preparação de atividades de ar livre, a formadora orientou

a nossa atenção para o tipo de aprendizagem que é favorecida no contexto deste tipo atividades -

aprendizagem cooperativa.

Começamos pode debater esta relação com o nosso "parceiro de conversa", para depois explorarmos

o assunto numa perspetiva teórica.

Assim, descrevo de seguida algumas das ideias que foram abordadas.

A aprendizagem cooperativa deve implicar trabalho de grupo muito bem estruturado:

- O professor deve formar grupos heterogéneos, em

função com o nível e das competências dos alunos.

- Todos os membros do grupo são responsáveis por

garantir a compreensão das tarefas e do que se

pretende com o trabalho por parte de todos os

elementos do grupo.

- Cada um tem o seu papel no grupo.

- As tarefas devem remeter para dinâmicas de

interação, cooperação e para habilidades e

competências diversificadas.

- "Ninguém acabou até que todos tenham acabado".

Relativamente à distribuição de papéis, esta deve variar no decurso do ano letivo de modo a que

todos possam experimentar diferentes responsabilidades seio de um grupo. É importante quando se

faz a distribuição dos papéis se dê indicações a respeito do significado de cada um. Uma forma de

facilitar a identificação do papel de cada membro do grupo, pode passar pela criação de crachás de

diferentes cores com a identificação do papel, podendo nestes constar a descrição das

responsabilidades que lhes estão subjacentes. Os tipos de papéis a atribuir no grupo podem variar

em função do tipo de tarefa, do contexto em que se desenvolve a atividade de aprendizagem, do tipo

de competências que pretendemos treinar, do tipo de abordagem... entre outras coisas. Nas

dinâmicas promovidas connosco pela nossa formadora os tipos de papéis distribuídos foram sempre

os mesmos:

- facilitador/organizador - garante que todos percebem as instruções, que todos participam e

comunica com o professor;

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- gestor de recursos/materiais - recolhe ou garante o acesso a todos os materiais e/ou recursos

necessários para o desenvolvimento da atividade;

- planeador - organiza um cronograma para as tarefas e intervém no sentido deste ser cumprido;

- harmonizador - encoraja os colegas do seu grupo a contribuírem para o trabalho e a ajudarem-se

mutuamente, garantindo que ninguém fica para trás, vai dando reforços positivos.

Cada um de nós pôde assumir diferentes papéis em diferentes grupos.

Vantagens da distribuição de papéis num trabalho de grupo:

- o trabalho de grupo é mais eficiente;

- um aluno ao ter um papel no grupo terá maior probabilidade de intervir no desenvolvimento das

da atividade;

- os alunos aprendem a responsabilizar-se perante um trabalho de grupo (co-responsabilização);

- é mais provável que todos estejam mais ativos no decurso do trabalho de grupo se cada um tiver

um papel a assumir perante o grupo;

- é mais provável que os alunos "dominantes" acabem por dar aos outros a oportunidade de

participarem;

- é mais provável que os alunos com baixos índices de participação e menos interventivos participem.

Os 4 princípios básicos da aprendizagem cooperativa (PIES)

P - interdependência positiva - o sucesso da equipa/grupo é mais difícil sem o contributo de todos

os seus membros (devemos pensar em atividades que promovam o trabalho interdependente -

questões abertas, atividades com uma estrutura rica e diversificada)

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

I - responsabilidade individual

E - participação igual (jigsaw technique)

S - interação simultânea

Como é que podemos promover a interdependência?

- tarefas abertas (possibilidade de obter "respostas" de diferentes perspetivas)

- tarefas que apelem a diferentes habilidades e competências

- tarefas em que todos os membros do grupo sejam importantes para a sua consecução

- colocar pressão no tempo para a consecução da tarefa

O que é uma questão aberta?

- "A resposta a uma resposta aberta é sempre: ... «Depende...»"

Algumas sugestões acerca de como colocar questões (desafios) consideradas abertas:

- "O que pensas"... em vez de "O que é?"

- "Enumera todas as possibilidades que te lembres..."

- "Qual pensas ser o melhor caminho para... e porquê?"

- "Concordas com..."

- "Explica porque pensas que..."

- Identifica todas as semelhanças e diferenças entre .... e ... que pensas existirem"

- "Enquanto grupo concordam ou não concordam com a seguinte afirmação...?"

- "Qual ... é melhor e porquê?"

- "Enumera todas as vantagens e desvantagens de ... para ..."

Para apoiar e melhorar o trabalho de grupo devemos ter presente os seguintes aspetos:

- Dar instruções detalhadas e muito claras

- Ir treinando as competências necessárias (não assumir logo à partida que os alunos já as tenham)

- Encorajar e dar sempre tempo para a reflexão em torno da experiência vivida - "O que aprendemos,

percebemos ou treinamos no decurso do trabalho de grupo?"

- Apoiar os alunos na identificação das competências mais importantes que utilizaram no decurso do

trabalho de grupo (não se limitando aos aspetos que se prendam com os conteúdos

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- Relatórios individuais após as atividades de aprendizagem cooperativa em que os alunos tenham

de responder a questões, tais como:

- O que aprendeste de novo? ... O que já sabias anteriormente?

- O que achaste mais interessante ou útil e porquê?

- Sobre o que é que gostarias de aprender mais?

- Como poderia alguma coisa que aprendeste neste trabalho ser útil para ti no teu dia-a-dia, agora

ou no futuro?

- Que ideia, competência ou conhecimento que tu levaste para o teu grupo foi mais útil para o

trabalho de grupo?

- Que ideia, competência ou conhecimento trouxeram outros colegas que tenha sido mais útil para

o grupo? Quem trouxe o quê para o grupo e de que forma isso foi útil?

O que queremos e devemos evitar?

- Utilizar a aprendizagem cooperativa como um tipo de alternativa "engraçada" ao processo "ensino-

aprendizagem"

- Não preparar convenientemente os alunos para a aprendizagem cooperativa (ambiente da sala de

aula, normas de cooperação, critérios de avaliação, garantir que eles percebam o porquê desta

abordagem...)

- Não nos prepararmos suficientemente bem (decidir como formar os grupos, acerca da distribuição

dos papéis...)

- Não criar tarefas de aprendizagem cooperativa suficientemente ricas (... e dar atividades de caráter

individual para serem realizadas cooperativamente)

- Não avaliar as habilidades e competências de cooperação e o modo como estas influenciam os

papeis dos membros do grupo

- Interferir demasiado (os alunos não terem oportunidade de aprenderem com os seus próprios

erros, de assumir responsabilidade, trabalhar de forma interdependente, etc.)

- Não observar suficientemente bem o processo e não dando conta ou retribuindo feedback quando

alguém fez algo bem feito

- Dar feedback positivo sem que este seja merecido

- Deixar o barulho perturbar-nos

- Desistir facilmente...

Papel do professor

- prepara o processo de constituição de grupos

- forma os grupos

- prepara o processo de distribuição de papéis

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- distribui os papéis

- treina os alunos

- fornece orientações

- estabelece as normas

- planifica a aula

- programa as questões ou desafios a lançar aos alunos

-responsabiliza os alunos

- ... e "por aí fora"

"Mesmo quando surgem problemas pergunte ao grupo qual melhor caminho para o resolver. Você

está lá para os guiar e não para lhes dizer o que fazer!" (E. Cohen)

Foi um longo e intenso dia de formação...

Está agora na hora do merecido descanso!

10/05/2018

"Experimentando Atividades de aprendizagem cooperativa"

Estamos na reta final do nosso curso e, depois de vários dias em que a teoria teve mais destaque, os

trabalhos do dia de hoje centraram-se na aplicação prática de alguns exemplos de "atividades de

aprendizagem cooperativa" dignas desse nome.

Antes da parte prática, Guðrún destacou alguns aspetos relevantes relacionados com o tipo de

tarefas que podem integrar atividades de aprendizagem cooperativa.

Características de uma boa tarefa de grupo criativa:

- As questões/desafios abertos geram incerteza e apelam à resolução de problemas complexos

- Dão aos alunos oportunidades de utilizar múltiplas habilidades e de demonstrar competência

intectual para desenvolver a tarefa

- Mobiliza conteúdo intelectualmente importante

- Requer interdependência positiva e responsabilização individual

- Inclui critérios claros de avaliação dos trabalhos de grupo e da prestação individual

(E.Cohen, 2014)

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Uma tarefa não é digna de trabalho de grupo se:

- Se tiver apenas uma solução ou reposta correta

- Se puder ser feita mais rápida e eficientemente por uma única pessoa do que por um grupo

- Se for pouco exigente e demasiado fácil

- Se envolver apenas a simples memorização e aprendizagens de rotina

- Se não implicar interação

"Everybody can do something - nobody can do everything"

Partindo do mote "Todos conseguem fazer alguma coisa - ninguém consegue fazer tudo", o desafio

que a formadora nos colocou foi o de explorarmos bons exemplos de atividades de aprendizagem

envolvendo trabalho de grupo e, consequentemente, aprendizagem cooperativa, assumindo que

todos os exemplos podem ser implementados ao ar livre.

1º exemplo: "Cooperative task about diferents perspectives of the same theme"

Organizados em grupo, com os papéis à partida definidos pela formadora, tivemos acesso a um

conjunto de imagens, artigos e informação (em papel) acerca de um determinado tópico relacionado

com sustentabilidade.

Cada grupo abordou a sustentabilidade numa diferente perspetiva: estilos de vida equilibrada;

negócios sustentáveis; habitação; sustentabilidade social; solidariedade.

No caso do meu grupo, os dados em análise prendiam-se com o "alojamento/habitação sustentável",

sendo que nos foram apresentados diversos exemplos para análise através dos materiais fornecidos.

Para orientarmos a exploração do conteúdo, foi-nos tínhamos um roteiro com um conjunto de

questões:

1. Qual a casa mais sustentável e porquê?

2. O que torna uma casa sustentável? Reúnam 4 aspetos mais importantes que sejam consensuais

para o grupo.

3. Todos os exemplos de casa apresentados encaixam em todo o tipo de ambiente (cidade, local

ventoso, próximo do mar, países frios e com poucas horas de luz, locais muito quentes e secos, etc.)

Descrevam um local onde não se encaixa cada um dos exemplos de casa porquê.

4. O que poderá ser a maior desvantagem destas casas sustentáveis para o dia-a-dia de cada um de

nós?

5. Agora analisem o edifício onde se encontram (escola...). Enumera pelo menos três aspetos do

edifício que o tornam insustentável.

Para desenvolver esta primeira tarefa foi-nos dado cerca de 30 minutos ("pressão do tempo")...

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Passada a fase de discussão e análise dos materiais, associada a procura de respostas para as

questões, cada grupo teve de preparar uma apresentação das principais conclusões do seu trabalho,

apelando-se aqui à criatividade - situações de role play (simulação de uma reunião de responsáveis

locais para tomar uma decisão sobre construir um edifício no espaço do jardim público onde estavam

presentes várias partes interessadas); apresentações com recurso a imagens; idealização de uma

campanha de alerta e sensibilização para o problema dos sacos plástico... para apresentar os seus

resultados, os grupos puderam dar largas à sua imaginação!

Estas propostas de atividades comportam sempre duas partes. Uma parte mais centrada nas

questões teóricas e outra parte para a partilha dos resultados apelando à criatividade.

2.º exemplo - "Cooperativa task about an excursion"...

Integrando novos grupos, fomos desafiados a participar numa nova atividade que contemplava

tarefas "indoor" e outras "outdoor"

A primeira parte desta atividade implicou a distribuição de diferentes tópicos sobre a Islândia a cada

grupo: fontes de energia; o cavalo Islandês; o clima; a fauna; a flora; lugares...

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

A cada grupo foi entregue uma folha identificando o tema que lhe coube.

Nessa folha, os grupos tiveram de redigir questões relacionadas com o tema sobre aspetos que

desconheciam e que queriam saber mais.

As folhas foram rodando de grupo em grupo, permanecendo cerca de 2/3 minutos em cada grupo

até que regressassem ao grupo de origem. À medida que as folhas iam rodando, foram sendo

acrescentadas perguntas, dadas sugestões de resposta, comentários ou informações adicionais face

ao que já lá tinha sido escrito, sem recorrer a qualquer fonte de informação ou pesquisa, baseando-

se apenas no que cada uma sabia.

No final, as folhas regressaram então ao grupo original com diversas informações a respeito do tópico

em causa.

Esta parte da atividade desenvolveu-se "indoor", mas poderia igualmente acontecer outdoor".

A segunda parte desta atividade implicou uma excursão por locais próximos de Borgarnes: uma

central hidroelétrica; uma quinta de criação de cavalos; umas cascatas; nascentes hidrotermais.

Antes da excursão, recebemos indicação de que deveríamos estar atentos ao aspetos abordados no

decurso da excursão, pois poderíamos obter mais informação a respeito dos temas explorados

abordados na primeira parte e obter resposta para algumas das questões colocadas acerca de cada

um. A formadora apelou igualmente à experiência emocional em cada uma das paragens da

excursão.

No regresso dessa excursão, tivemos de preparar uma apresentação criativa aos colegas para a

manhã seguinte, ao ar livre, numa praia próxima do hotel. Cada grupo recebeu previamente

indicações de como deveria desenvolver a sua apresentação: através de uma dramatização com

personagens já definidas; através de uma canção; através de uma história de amor; através de uma

dança; através de mímica...

De regresso ao hotel, informalmente cada grupo colocou a sua criatividade em ação para preparar a

apresentação da manhã seguinte.

...

E assim terminou o que foi, provavelmente, um dos mais intensos dias da nossa formação o que

justifica uma boa noite de descanso para todos!

11/05/2018

"Experimentando Atividades de aprendizagem cooperativa"

Esta penúltima manhã de formação começou com uma curta caminhada até a uma praia próxima do

hotel. Aí chegados, cada grupo apresentou a segunda parte da atividade "Cooperativa task about an

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

excursion"... destacando os aspetos emocionalmente mais marcantes da excursão do dia anterior de

forma criativa.

Depois de todos os grupos terem partilhado a sua criatividade e de mais este agradável momento

cooperação ao ar livre, regressamos ao hotel:

Aí chegados, Guðrún deu-nos as orientações para a criação de uma atividade cooperativa com

componente de ar livre, enquadrada na nossa área do currículo, seguindo critérios de uma

metodologia de aprendizagem cooperativa e prevendo alguma interdisciplinaridade.

Desta feita, foram criados novos grupos, tendo em conta a nossa área de currículo e nível etário dos

nossos alunos.

Antes de começarmos a formadora teceu algumas considerações e recordou alguns aspetos que

deveriam ser tidos em conta.

- Decidir por um tema/conteúdo/conceito para ensinar, tendo em conta que a tarefa deve permitir

conectar outros assuntos e implicar dinâmicas ao ar livre

- Criar a sua própria "Jigsaw + task" seguindo os seguintes critérios:

- deve ser uma tarefa que à partida possa ser importante e útil para todos os alunos

- qualquer tema possa ser incluído ou relacionar-se

- deve permitir fortalecer tanto competências sociais e interculturais como as competências a

aprendizagens relacionadas com o conteúdo

- ter lugar ao ar livre

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Relativamente à atividade B reforçou a ideia de que esta deve ir ao encontro das múltiplas

inteligências:

Seguindo os critérios fornecidos pela formadora, cada grupo meteu as mãos à obra!

No caso do meu grupo, sendo a área de currículo comum a todos as "Ciências Naturais", decidimos

explorar o tema "Ambiente".

Do brainstorming inicial surgiram muitas ideias e acabamos por nos centrar no "Aquecimentos

Global".

Depois de definirmos o tema a explorar na nossa atividade, estruturamos a nossa proposta, definindo

à luz do que prevê a metodologia Jigsaw+, uma tarefa A de cariz mais teórico e uma tarefa B de cariz

mais prático e criativo.

Em termos de objetivos definimos os seguintes:

- Conhecer o conceito de aquecimentos global;

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- Identificar causas e consequências do aquecimento global;

- Reconhecer a sua própria responsabilidade no aquecimento global;

- Desenvolver competências de comunicação, cooperação, autorreflexão, flexibilidade, a criatividade,

espírito crítico, entre outras.

Na tarefa A definimos 4 questões de aprendizagem (o número de questões deve ser igual ao número

de grupos da turma) em torno do tópico "aquecimento global":

A - Enumera todas as causas do aquecimento global que conheces.

B - Enumera todas as consequências do aquecimento global que

conheces.

C - Enuncia tudo o que poderás fazer para combater o

aquecimento global.

D - Enuncia tudo o que o governo e outras entidades responsáveis

poderão fazer para combater o aquecimento global.

No âmbito da tarefa B, em termos criativos, sugerimos que cada

grupo criasse um diferente recurso: um jogo; simulasse um talkshow; criasse um póster com recursos

à "colagem"; idealizasse uma campanha de publicitária de sensibilização. Cada um dos grupos

receberia orientações mais específicas sobre aspetos que deveriam contemplar e respeitar ao longo

do processo criativo e nos produtos finais, designadamente o facto destes terem de ser apresentados

ao ar livre.

Para avaliar o produto final, o grupo considerou que as rubricas constantes de um documento

fornecido anteriormente pela Guðrún poderiam ser úteis.

Cada grupo elaborou a sua proposta de atividade cooperativa, interdisciplinar e com componente de

ar livre, que apresentou ao grande grupo contextualizando e descrevendo as várias etapas previstas.

Este trabalho, desde a conceção da atividade de aprendizagem à sua subsequente apresentação ao

grande grupo, ocupou a grande parte manhã e a tarde.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Após cada apresentação todos foram convidados a comentar as propostas de atividades dos colegas

apontando "duas estrelas" (aspetos positivos) e "um desejo" (sugestão).

Terminadas as apresentações e subsequentes comentários, deu-se por encerrado mais um dia de

formação.

12/05/2018

"Como partilhar os novos conhecimentos?"

Chegamos à nossa última manhã de formação...

Foi uma semana intensa de trabalho e rica em novas experiências.

Para encerrar este curso de formação, a formadora desafiou-nos a propor ideias de como disseminar

o que aqui aprendemos com outros colegas no nosso país. Para o efeito organizou-nos em diversos

grupos.

Numa primeira fase, tivemos de propor ideias no seio dos pequenos grupos, tentando estruturar uma

possível proposta de disseminação comum, para numa segunda fase apresentar as nossas ideias ao

grande grupo.

No geral as propostas de disseminação apresentadas prenderam-se com:

- a criação de recursos digitais para divulgar o que aprendemos no curso (Blogues; Websites; artigos

para o página e/ou jornal da escola...);

- desenvolvimento de projetos na escola/localidade, enquadrando as aprendizagens aqui

desenvolvidas, em articulação com outros colegas;

- promoção de workshops e reuniões de trabalho para partilha de boas-práticas;

- programar aulas assistidas;

- filmar a nossa prática e partilhar com colegas:

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- ou simplesmente através do exemplo (implementar este tipo de metodologia na escola, por si só,

pode suscitar curiosidade e interesse e ser o mote para um momento de partilha, mesmo que,

informalmente).

Terminado este momento de reflexão em torno de possíveis formas de disseminação do que

aprendemos, Guðrún deu por terminado o curso e procedeu à entrega dos certificados.

Depois das despedidas feitas e as malas prontas, tomamos a estrada para Reykjavík, onde a maioria

ainda ia pernoitar antes de apanhar o voo para os respetivos destinos.

Para concluir a minha visita à Islândia, aproveitei a tarde para conhecer Reykjavík, da qual destacaria

a organização e asseio dos espaços públicos, para além dos aspetos arquitetónicos, tão peculiares e

inesperados para uma grande cidade, que me encantaram.

TRANSFERÊNCIA DE RESULTADOS E AVALIAÇÃO

TRANSFERÊNCIA / DISSEMINAÇÃO

Cumprindo o disposto no projeto, pretendo:

- Participar nas reuniões a serem agendadas para partilhar as experiências adquiridas, comparando

resultados com os outros professores, a fim de explorarmos as possibilidades de integração das várias

aprendizagens ao contexto escolar concelhio.

- Participar nas sessões de partilha com outros professores que possam vir a ser promovidas na minha

escola, a fim de explorar as possibilidades de integração das aprendizagens no nosso contexto.

- Participar nas reuniões de departamento, conselhos pedagógico e geral, para as quais seja

convocada, cuja a ordem de trabalhos preveja a proposta de adequação das novas

pedagogias/metodologias/estratégias/recursos observados à realidade da escola.

- Participar na sessão aberta à comunidade prevista para o final do projeto, em que serão convidados

outros municípios e escolas/agrupamentos, a fim de poder contribuir para disseminação de

resultados e impactos.

Ainda com intenção de contribuir para a disseminação, pretendo divulgar o website onde reuni toda

a informação (https://rosalia-erasmus-maio-2018.weebly.com) junto da comunidade educativa, através

dos canais de comunicação usuais (páginas da escola e/ou município, via correio eletrónico, página

pessoal de facebook...).

Para além do referido acima, encontro-me igualmente disponível para:

- dinamizar uma página de blogue associada a este website, onde poderão ser relatadas e partilhadas

experiências desenvolvidas no contexto da minha prática letiva, inspiradas nas metodologias

exploradas no curso;

- desenvolver projetos na escola/localidade, enquadrando as aprendizagens aqui desenvolvidas, em

articulação com outros colegas;

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

- promover workshops ou formações de curta duração subordinados ao tema;

- participar em reuniões de trabalho para partilha de boas-práticas;

- convidar colegas a assistir a atividades que venha a desenvolver à luz das aprendizagens

desenvolvidas neste curso.

- implementar este tipo de metodologia na escola.

AVALIAÇÃO

Programa - curso de formação

No que diz respeito à avaliação, já procedi ao preenchimento do formulário para o programa

comunitário ERASMUS+ que englobou a avaliação final, nomeadamente o impacto que o programa

teve na carreira profissional e/ou a nível pessoal do participante, assim como ao do formulário

remetido diretamente pela equipa do município que se encontra a acompanhar o projeto.

Em termos gerais considero que a minha participação no programa foi uma mais valia no âmbito da

minha formação profissional.

Considero que esta experiência me permitiu:

- Experimentar e desenvolver novas práticas de aprendizagem e métodos de ensino

- Adquirir competências práticas relevantes para minha prática e desenvolvimento profissional

- Potenciar a partilha de conhecimentos e competências com alunos e / ou outras pessoas

- Para aumentar minhas competências sociais, linguísticas e / ou culturais

No que diz respeito às competências que puderam sair reforçadas desta minha participação,

identificaria as seguintes:

- Aprender a aprender

- Competências sociais e cívicas

- Consciência e expressão cultural

- Competências de análise

- Competências de trabalho em grupo

- Competências emocionais

Em contrapartida, tendo em conta a estrutura e o tipo de abordagem adotada ao longo do curso,

lamentavelmente não tiveram o devido enfoque as competências tecnológicas e digitais.

"Aprender Juntos com o Erasmus+"

Acredito que a minha participação neste curso teve ou terá os seguintes impactos na minha escola

(comunidade educativa):

- Criar oportunidades para partilhar conhecimento adquirido com colegas

- Utilizar novos métodos de ensino/formação, novas abordagens e exemplos boas-práticas

- Criar oportunidades para a promoção ou desenvolvimento de novas atividades curriculares

Viagem e alojamento

As condições de alojamento e transporte foram bastante satisfatórias, correspondendo ao esperado,

sendo as necessárias para garantir condições favoráveis à participação bem-sucedida no curso.

Salvo o facto de, na primeira noite em que pernoitei em Reykjavík, não ter tido a presença de

ninguém do staff do hotel para me receber e só com a boa vontade de outro hóspede é que tive

acesso ao interior do alojamento, não houve qualquer problema a registar e tudo decorreu dentro

da normalidade.

Em termos de alojamento, destacaria o Hotel de Borgarnes, pelas excelentes condições que nos

ofereceu, tanto em termos de alojamento e alimentação, como de sala de conferências onde

decorreu grande parte do curso.

Odemira, 5 de junho de 2018

Rosália Antunes Ribeiro

(https://rosalia-erasmus-maio-2018.weebly.com - site para apoiar disseminação)