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Hugh Prather
Aprendaa viverem pazPensamentos paraencarar a vida com otimismoe superar as difi culdades
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Para Beverly Hutchinson
(por tantas razões)
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Introdução
Você provavelmente vai logo perceber que a maior parte deste
livro foi escrita na primeira pessoa. Eis o porquê.
Ao longo dos anos, resisti a atender a vários pedidos para que
escrevesse um livro de refl exões, por acreditar que já havia ótimos
exemplares no mercado e que, por essa razão, eu não teria muito
a acrescentar.
No entanto, há cerca de um ano, reparei que, de manhã, algu-
mas ideias sempre me vinham à mente assim que eu despertava.
Meus pensamentos acabaram encontrando um equilíbrio e agora
são como um casaco velho e confortável, de bolsos grandes e
mangas bem compridas, com o qual posso contar para me aquecer
no inverno.
Este livro, portanto, é um pouco diferente de outros do gênero,
por conter tudo o que eu preciso ouvir. É por isso que, eventual-
mente, você vai encontrar pensamentos do tipo: “Hoje vou fazer
duas coisas: fi car de boca fechada e cuidar da minha vida” e “Se eu
escolho o presente, ao menos nesse instante não posso optar pelo
passado”. Essas duas ideias, bem como as demais refl exões que reuni
nesta obra, são aprofundadas nos parágrafos que se seguem a elas.
Eu e Gayle, minha esposa, sempre achamos que cometemos
menos erros se começamos o dia com um objetivo espiritual
defi nido. Temos pilhas de papel com esses propósitos diários, dos
anos em que nos revezávamos sugerindo um a cada dia. Esse reve-
zamento e, sobretudo, o fato de termos um objetivo em comum,
foram muito proveitosos e continuam sendo até hoje.
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A principal mudança em nossa jornada espiritual no decorrer
dos quase 40 anos em que Gayle e eu estamos casados é que redu-
zimos esses inúmeros objetivos a alguns poucos, todos simples o
sufi ciente para não darem margem a nenhum erro de interpre-
tação. Esses temas são apresentados ao longo do livro em etapas
progressivas.
Acredito que a melhor maneira de evitar o caos é parar de
pensar demais e começar a viver. Em vez de buscar formas mais
adequadas de dizer certas coisas, o melhor é começar a exercitar
modos mais tranquilos e inclusivos de agir. Se você fi zer uma
pausa e refl etir um pouco, tudo de que qualquer pessoa precisa, na
verdade, é a regra de ouro: “Trate os outros como gostaria de ser
tratado.” Se ela for colocada em prática diariamente, nos levará
aonde quisermos chegar. No entanto, a maioria de nós considera
útil dispor de diversas formas de abordar um tema, e eu tento for-
necer uma boa variedade de conceitos básicos nessa mesma linha.
Concebi o livro de tal modo que ele possa ser lido em sequência
ou aberto em qualquer página, ao acaso.
Ao estabelecermos nosso objetivo diário, o mais importante é
lembrar que Ele está sempre ao nosso lado. Nós nos saímos bem
quando não tentamos caminhar sozinhos. Por isso, o melhor a
fazer é segurar a mão de Deus e, acima de tudo, seguir o que
dizem Suas palavras, que podem ser ouvidas por qualquer pessoa
que permaneça em silêncio por um momento.
Mesmo que este livro não o ajude em sua jornada, não há dúvida
de que você chegará à Morada. Todos nós chegaremos. Podemos
tornar nosso caminho mais penoso, insistindo em descobrir tudo
sozinhos, ou podemos torná-lo menos árduo aceitando a ajuda
que Ele sempre nos oferece. O caminho mais fácil é também o
melhor.
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Escolher o amor é recomeçar.
Não há dúvida de que a família, como instituição, vem enfren-
tando problemas. Mas é justamente por isso que ela está mais
receptiva a mudanças.
Hoje eu me uno a inúmeras outras pessoas com a determina-
ção renovada de ser uma pessoa melhor – um pai ou uma mãe de
verdade para meus fi lhos, um amigo mais tolerante, um colega
de trabalho mais gentil, um companheiro mais dedicado. Para
que isso aconteça, preciso apaziguar minha mente e estar bem
resolvido, porque não é possível controlar o comportamento que
se origina de ideias confl itantes.
Entrar em guerra contra minha própria personalidade não leva
a nada. Nem tomar decisões que não duram mais do que alguns
dias ou umas poucas semanas. Para ser bem-sucedido preciso ter
apenas um propósito em mente. E o amor é o único propósito
verdadeiro.
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Sei o que fazer. A única questão
é se farei o que tem de ser feito.
Este dia eu nunca vivi, por isso estou livre para um novo come-
ço, já que meus erros fi caram no passado. Eles podem ser motivo
de vergonha ou um tesouro valioso, então vou usá-los para reno-
var minha fé e fortalecer minha determinação. Graças a eles, sei
o que fazer e posso me libertar de todos os modos de agir antigos
que confundiram minha mente e esgotaram minha energia. Vou
canalizar meus pensamentos para a renovação do amor e a simpli-
cidade da paz, me abrindo para os outros, para, assim, abrir meu
coração para Deus.
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O melhor é se liberar da pressão,
em vez de aumentá-la.
Como tenho a tendência de piorar as coisas, eu preciso ao menos
parar por um momento e refl etir sobre o que quero fazer, porque,
quando dou início a uma batalha interior, minha mente fi ca dividi-
da entre mim e Deus, pois eu torno o confl ito mais importante que
todo o resto. Quando tento fi car no caminho dos outros, é porque
vencer se tornou mais importante que o amor. E quando tento
determinar o curso dos acontecimentos, imediatamente entro em
confl ito com a situação em que me encontro. No entanto, se relaxo
e confi o numa verdade maior, a vida se torna mais simples e meu
comportamento se modifi ca naturalmente.
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Estar em Deus é simplesmente
me manter unido.
Necessito de algo além do livre-arbítrio, de ser mais do que
independente ou especial. Preciso de mais do que pensamentos
particulares, um código próprio ou um ponto de vista sensacional.
Preciso de gente. Não apenas para estar vivo, mas para estar ple-
namente vivo, para ser plenamente humano, afetuoso, divertido,
brincalhão, generoso, feliz. Posso adorar uma ideia – posso estu-
dá-la, refl etir sobre ela e expressá-la aos outros –, mas não posso
abraçá-la. E Deus é isto: braços que nos acolhem.
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Quando vejo seu coração,
desejo o que você deseja.
“Amar ao próximo como a si mesmo” é uma outra maneira de
dizer que qualquer coisa que seja menos que amor não é amor. A
regra de ouro é não perguntar “O que eu quero?”. O que importa
é o que meu fi lho, meu amigo, meu companheiro, meus pais real-
mente querem. O amor não admite palpites – ele envolve, acolhe
e compreende. Se não amamos ninguém além de nós mesmos,
então simplesmente não nos amamos. Deus é amor, e no amor
Dele não existe discriminação.
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A bondade é o toque de Deus.
Se Deus é amor, a bondade é a chave para a felicidade, a liber-
dade e o verdadeiro sucesso. E se Deus é um só, praticar o amor
não pode signifi car escolher entre o próximo e eu. Serei desonesto
se disser que devo me colocar em primeiro lugar. A prioridade é
o amor. Hoje terei a atitude mais poderosa e transformadora de
todas as práticas espirituais: vou ser bondoso. Serei gentil comigo
mesmo, com todos que encontrar e com aqueles que me vierem
à mente.
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Dê mais importância ao seu estado de espírito
do que ao que você está fazendo.
Podemos controlar apenas a mente. A saúde, os rendimentos,
os relacionamentos, a longevidade, a reputação e coisas dessa natu-
reza não estão sob nosso controle. O destino pessoal é meramente
a história que meu corpo conta. Não podemos controlar nem
mesmo os acontecimentos de menor importância, e tentar fazê-lo
sempre deixa minha mente inquieta. Quando tento controlar o
que acredito estar fora de meu alcance, desperdiço a força de meus
pensamentos e deixo de assumir a responsabilidade por eles.
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Quando me entrego, Deus me recebe.
Se eu me entregar e deixar Deus agir, permitirei que o amor
esteja em mim. Com serenidade, reconheço e aceito minha ver-
dadeira natureza. Entregar-se ao amor é ser afetuoso, olhar com
bondade, compreender rapidamente e não se apressar a julgar. É
relaxar, fi car em silêncio, se conformar e, acima de tudo, abrir mão
da ilusão de controle que se costuma ter.
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Podemos aceitar uns aos outros e
aproveitar a vida ou julgar uns
aos outros e ser infelizes.
Preocupar-se consigo mesmo é um estado mental de infelicida-
de, embora proporcione vários prazeres temporários, que precisam
ser analisados sinceramente. Por exemplo, a vingança talvez pareça
muito satisfatória por algum tempo, e ações mal-intencionadas
podem até vir a nos tornar mais autoconfi antes. Contudo, há outros
prazeres, que resultam da empatia, da tolerância e da confi ança nas
outras pessoas e que nunca provocam tristeza. Se de fato existe um
grande Guia, quem sou eu para julgar o que cada um deve fazer?
É isso o que signifi ca confi ar nos outros.
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A paz interior consiste em
abrir mão de estar certo.
É óbvio que não posso estar certo sem que alguém esteja errado.
O perdão é uma escolha. Se pretendo que minha mente deixe de
me torturar e passe a me reconfortar, preciso fazer do perdão algo
espontâneo, tal como respirar. Perdoar não é uma gentileza que
faço a outra pessoa, é uma atitude positiva que adoto para a minha
própria saúde mental.
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O medo é responsabilidade minha,
porque a existência dele indica
que estou em conflito.
Somos como crianças que, assustadas, apontam para uma som-
bra e gritam de medo, e na mesma hora a mãe ou o pai amoroso
vai ao seu encontro, para confortá-las e transmitir segurança.
Deus nos mostra como ser fortes, como fi car completamente
em paz. Mas, se estou em dúvida quanto a seguir nessa direção, a
paz de Deus não me obriga a decidir de modo contrário aos meus
desejos, mesmo que eles sejam instáveis e sempre me magoem.
Hoje, quando perceber que estou com medo, vou olhar para
dentro de mim e identifi car os objetivos confl ituosos.
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Aceitar os outros é a maneira de me abençoar.
Meu desdém, meu ódio ou minha antipatia em relação a
alguém não pune a pessoa em questão. Pune a mim. Sou eu que
serei uma pessoa amarga. Não posso transferir esse pedacinho do
inferno para os outros. O ódio destrói qualquer consciência da luz
em mim, porém, a menos que eu faça com que os outros tomem
conhecimento dele, eles sequer saberão que os julgo.
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A verdadeira ajuda resulta do vínculo
com Deus, não das palavras.
Palavras, por si só, não ajudam. O que nos ajuda é o que Deus
fala a nosso coração quando lemos ou ouvimos suas palavras. É
por isso que passagens conhecidas das Escrituras Sagradas nor-
malmente têm um novo signifi cado cada vez que as relemos. E
é também por essa razão que nunca dá certo decidir o que outra
pessoa precisa ouvir. Se desejo ser útil hoje, devo me concentrar
em meu sentimento de ligação com o próximo, pois escutamos
Deus quando vivenciamos o amor.
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