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Notas de Aulas Período 2013.1: Vibrações Mecânicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM) 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA MECÂNICA APOSTILA DE CURSO DISCIPLINA: VIBRAÇÕES MECÂNICAS (CÓDIGO: 1105021) Prof. Dr. Antonio Almeida Silva Campina Grande PB 2013

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  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    1

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

    CENTRO DE CINCIAS E TECNOLOGIA

    UNIDADE ACADMICA DE ENGENHARIA MECNICA

    APOSTILA DE CURSO

    DISCIPLINA: VIBRAES MECNICAS (CDIGO: 1105021)

    Prof. Dr. Antonio Almeida Silva

    Campina Grande PB

    2013

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

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    CAPTULO 1 FUNDAMENTOS DE VIBRAES MECNICAS

    Sumrio:

    Importncia do estudo da vibrao: breve histrico e movimentos relativos em sistemas mecnicos vibratrios;

    Causas, efeitos e controle da vibrao: fontes de excitaes, tenses atuantes, conforto e estabilidade de sistemas;

    Conceitos de vibraes: graus de liberdade, modelos de sistemas discretos e contnuos;

    Classificao e procedimento de anlise de vibraes: elementos de mola, de massa ou inrcia e de amortecimento;

    Movimento harmnico simples: representao matemtica no tempo e em freqncia, parmetros de medidas e anlise;

    Vibraes complexas: anlise harmnica pelo teorema de Fourier, representaes no domnio do tempo e da frequncia.

    1.1 Importncia do Estudo da Vibrao

    Breve histrico

    (grandes nomes)

    Pitgoras (582-507 a.C.) considerado um pioneiro a investigar sons musicais com base cientfica. Realizou experincias com uma corda

    vibratria conhecida como monocrdio;

    Zhang Heng (132 d.C.) desenvolveu um instrumento para medir terremotos, utilizando um mecanismo de alavancas articuladas em 8

    direes (precursor do sismgrafo);

    Galileu Galilei (1564-1642) considerado o fundador da cincia experimental e estudou o comportamento do pndulo simples, medindo

    o perodo dos movimentos e relacionando o seu comprimento com a

    frequncia de oscilao;

    Isaac Newton (1642-1727) publicou sua obra Principia Mathematica em 1686, na qual descreve a lei da gravitao universal, bem como as leis

    do movimento utilizadas para derivar as equaes do movimento de um

    corpo em vibrao;

    Leohnard Euler (1707-1783) foi um grande matemtico e tambm se dedicou mecnica, astronomia e tica. Seu tratado de 1736, Trait

    Complet de Mechanique, foi a primeira obra de anlise aplicada

    cincia do movimento, apresentando contribuies a fsica newtoniana;

    Jean DAlembert (1717-1783) desenvolveu o mtodo para estabelecer a equao diferencial do movimento de uma corda (equao de onda), em

    suas memrias publicadas pela Academia de Berlim em 1750;

    Joseph Lagrange (1736-1813) apresentou a soluo analtica da corda vibratria em suas memrias (Academia de Turim, 1759), que admitia a

    corda composta por um nmero finito de partculas de massas idnticas

    espaadas igualmente e estabeleceu a existncia de um nmero de

    frequncias independentes igual ao nmero de partculas;

    Joseph Fourier (1768-1830) lanou em 1822 sua obra mais notvel, Thorie Analytique de la Chaleur, onde demonstrou que a conduo do

    calor em corpos slidos poderia ser expressa por sries infinitas.

    Tambm dedica toda uma seo soluo do "desenvolvimento de uma

    funo arbitrria qualquer, em uma srie de senos e co-senos";

    Charles Coulomb fez estudos tericos e experimentais em 1784 sobre as oscilaes torcionais de um cilindro de metal suspenso por um arame,

    cujo torque resistente do arame proporcional ao ngulo de toro.

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    Motivao:

    1.2 Causas, Efeitos e Controle da Vibrao

    Principais

    fontes de

    vibrao:

    Possveis

    efeitos:

    Controle de

    vibraes:

    Desbalanceamentos de massas girantes;

    Desalinhamentos de eixos, correias, correntes;

    Folgas generalizadas e bases de mquinas soltas;

    Defeitos em dentes de engrenagens, rodas dentadas;

    Rolamentos e mancais de suportes defeituosos;

    Escoamentos de fluido turbulentos, cavitao de bombas;

    Transportes areo, frreo, naval, automotivo;

    Explosivos, terremotos, abalos ssmicos, etc.

    Desconforto humano, desgaste fsico ou dor;

    Alto risco de acidentes nas instalaes;

    Desgaste prematuro dos componentes;

    Falha da estrutura, colapso, distores residuais;

    Quebras inesperadas, paradas repentinas;

    Perdas de energia e desempenho das mquinas;

    Instabilidade geomtrica, desconexo;

    Baixa qualidade dos produtos, falta de acabamento;

    Ambiente de trabalho insalubre, condies inseguras.

    Eliminao das fontes (balanceamentos, alinhamentos, reapertos,

    lubrificao, ajuste de rigidez, etc);

    Isolamento das partes (amortecedores estticos e dinmicos);

    Atenuao da resposta (reforos estruturais, massas auxiliares,

    mudana da freqncia de ressonncia);

    A vibrao mecnica surge em mquinas e estruturas devido ao movimento relativo das partes entre si;

    At onde a vibrao indesejvel depende da intensidade das tenses atuantes sobre as peas, ou da perturbao causada pela oscilao

    (conforto);

    Devido ao seu efeito, se faz necessrio uma anlise do comportamento dinmico das estruturas na fase de projeto, visando reduzir ao mximo

    as vibraes.

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    1.3 Conceitos Bsicos de Vibraes

    1.3.1 Graus de liberdade de um sistema (GDL)

    Nmero mnimo de coordenadas independentes requeridas para determinar completamente as posies de todas as partes de um sistema a qualquer instante (Rao, 2009).

    Exemplos de modelos de 1 GDL

    O pndulo simples mostrado na Fig. (1.11) representa um modelo de sistema com

    apenas um grau de liberdade. O movimento do pndulo pode ser definido em termos do

    ngulo ou em termos das coordenadas cartesianas x e y. Neste caso, constatamos que a escolha de como a coordenada independente ser mais conveniente. Outros modelos adotados so ilustrados na Fig. (1.12).

    Exemplos de modelos de 2 e 3 GDL

    Alguns modelos de sistemas de dois e trs graus de liberdade so mostrados nas Figs.

    (1.13) e (1.14), respectivamente. A Fig. (1.13a) mostra um sistema de duas massas e duas

    molas que descrito pelas duas coordenadas lineares x1 e x2. A Fig. (1.13b) denota um

    sistema de dois rotores cujo movimento pode ser especificado em termos de 1 e 2.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

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    Nos sistemas mostrados nas Figs. (1.14a) e (1.14c), as coordenadas xi (i=1, 2, 3) e

    i (i=1, 2, 3) podem ser usadas, para descrever o movimento.

    1.3.2 Sistemas discretos e contnuos

    Uma grande quantidade de sistemas prticos pode ser descrita usando um nmero

    finito de graus de liberdade, como os sistemas mostrados nas Figs. (1.11 a 1.14). Alguns

    sistemas, em especial os que envolvem elementos elsticos contnuos, tm um nmero infinito

    de graus de liberdade como o exemplo simples de uma viga em balano (Fig. 1.15).

    Sistemas com um nmero finito de graus de liberdade so denominados sistemas discretos ou de parmetros concentrados, e os que tm um nmero infinito de graus de liberdade so denominados sistemas contnuos ou distribudos (Rao, 2009).

    Na maioria das vezes, os sistemas contnuos so aproximados como sistemas

    discretos, cujas solues so obtidas de maneira mais simples. Embora tratar um sistema

    contnuo d resultados exatos, os mtodos analticos disponveis para lidar com sistemas

    contnuos esto limitados a uma pequena quantidade de problemas como vigas uniformes,

    hastes delgadas e placas finas. Por consequncia, grande parte dos sistemas prticos so

    estudados tratando-os como massas, molas e amortecedores concentrados. Em geral obtm-se

    resultados mais precisos aumentando-se o nmero de graus de liberdade.

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    1.4 Classificao e Anlise de Vibraes

    1.4.1 Classificao de vibraes

    a) Vibrao livre

    Se um sistema, aps uma perturbao inicial, continuar a vibrar por conta prpria, a

    vibrao resultante conhecida como vibrao livre. A oscilao de um pndulo simples

    um exemplo de vibrao livre.

    b) Vibrao forada

    Se um sistema estiver sujeito a uma fora externa (geralmente peridica), a vibrao

    resultante conhecida como vibrao forada. A vibrao que surge em mquinas, como

    motores a diesel, um exemplo de vibrao forada.

    Se a freqncia da fora externa coincidir com uma das freqncias naturais do

    sistema, ocorre uma condio conhecida como ressonncia, e o sistema sofre oscilaes

    elevadas. Muitas falhas de estruturas como edifcios, pontes, turbinas e asas de avio esto

    associadas ocorrncia de ressonncia.

    c) Vibrao no amortecida e amortecida

    Se nenhuma energia for perdida ou dissipada por atrito ou outra resistncia durante a

    oscilao (sistema conservativo), a vibrao conhecida como vibrao no amortecida.

    Todavia, se qualquer energia for perdida dessa maneira, ela denominada vibrao

    amortecida.

    Em muitos sistemas fsicos, a quantidade de amortecimento to pequena que pode

    ser desprezada para a maioria das finalidades de engenharia. Contudo, considerar o

    amortecimento torna-se extremamente importante na anlise de sistemas vibratrios prximos

    a regio de ressonncia.

    d) Vibrao linear e no linear

    Se todos os componentes bsicos de um sistema vibratrio (massa, mola e

    amortecedor) se comportam linearmente, a vibrao resultante conhecida como vibrao

    linear. Contudo, se qualquer dos elementos apresenta comportamento no linear, a vibrao

    denominada vibrao no linear.

    Se a vibrao for linear, o princpio da superposio vlido e as tcnicas de anlise

    so bem mais conhecidas. Uma vez que a maioria dos sistemas vibratrios tendem a

    comportar-se no linearmente com o aumento da amplitude de oscilao, importante

    conhecer bem os modelos de vibraes no lineares.

    e) Vibrao determinstica e no determinstica

    Se o valor ou magnitude da excitao (fora ou movimento) que est agindo sobre um

    sistema vibratrio for conhecido a qualquer dado instante, a excitao denominada

    determinstica.

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    Em alguns casos, a excitao no determinstica ou aleatria; o valor da excitao

    em dado instante no pode ser previsto por equaes analticas (ex. velocidade dos ventos,

    aspereza de uma estrada, movimento do solo durante terremotos), e nesses casos s possvel

    estimar atravs de parmetros estatsticos (mdia, mdia quadrtica e RMS).

    1.4.2 Procedimento de anlise de vibraes

    Um sistema vibratrio um sistema dinmico no qual as variveis como as excitaes

    (entradas) e respostas (sadas) so dependentes do tempo. Em geral, a resposta de um sistema

    depende das condies iniciais, bem como das excitaes externas. Assim, a anlise de um

    sistema vibratrio normalmente envolve as seguintes etapas:

    Etapa 1: Modelagem matemtica

    A finalidade representar os aspectos importantes do sistema com o propsito de

    obter as equaes analticas que governam o seu comportamento.

    Etapa 2: Derivao das equaes governantes

    Uma vez disponvel o modelo matemtico, usamos os princpios da dinmica e

    derivamos as equaes que descrevem a vibrao do sistema. As equaes de movimento

    esto normalmente na forma de um conjunto de equaes diferenciais ordinrias para um

    sistema discreto e equaes diferenciais parciais para um sistema contnuo.

    Etapa 3: Soluo das equaes governantes

    As equaes de movimento devem ser resolvidas para determinar a resposta do

    sistema vibratrio. Dependendo da natureza do problema, podemos usar mtodos

    padronizados para resolver as equaes diferenciais, mtodos que utilizam transformadas de

    Laplace, mtodos matriciais e mtodos numricos.

    Etapa 4: Interpretao dos resultados

    A soluo das equaes governantes fornece deslocamentos, velocidades e aceleraes

    das vrias massas do sistema. Esses resultados podem ser interpretados com uma clara viso

    da finalidade da anlise e das possveis implicaes dos resultados no projeto.

    1.4.3 Elementos de massa ou inrcia

    Admite-se que o elemento de massa ou inrcia um corpo rgido e pode ganhar ou

    perder energia cintica sempre que a velocidade do corpo mudar. Pela segunda lei do

    movimento de Newton, o produto da massa por sua acelerao igual fora aplicada

    massa. Como exemplo, consideremos a viga em balano com uma massa na extremidade

    ilustrada na Fig. (1.21a).

    Para uma anlise rpida e de razovel preciso, a massa da viga desprezvel em

    comparao com a massa principal e o sistema pode ser modelado como um sistema de 1

    GDL (Fig. 1.21b). Porm, como ser mostrado mais adiante, essa simplificao pode resultar

    numa variao significativa no clculo da frequncia natural do sistema.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

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    Associao de elementos de massa

    Em muitas aplicaes prticas, vrias massas aparecem associadas (Fig. 1.29a). Para

    uma anlise simples, podemos substituir essas massas por uma nica massa equivalente, como

    ilustrado na Fig. (1.29b). Podemos supor que a massa equivalente est localizada na posio

    da massa m1. Igualando a energia cintica do sistema de massa equivalente, obtemos

    3

    2

    1

    32

    2

    1

    21eq m

    l

    lm

    l

    lmm

    (1.1)

    1.4.4 Elementos de molas

    Uma mola linear um tipo de elo mecnico cuja massa e amortecimento so, de modo

    geral, considerados desprezveis. Pela lei de Hooke, a fora da mola proporcional

    quantidade de deformao e dada por F=k x, onde F a fora aplicada, x a deformao

    linear e k a rigidez da mola ou constante elstica.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

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    Elementos elsticos como vigas tambm se comportam como molas. Algumas

    frmulas podem ser usadas para determinar as constantes elsticas de vigas e placas com

    geometrias simples (ver Apndices).

    a) Associao de molas em paralelo

    Para obter uma expresso para a constante equivalente de molas ligadas em paralelo,

    considere as duas molas mostradas na Fig. (1.22a). Quando aplicada uma carga W, o sistema

    sofre uma deflexo esttica st, como na Fig. (1.22b). Ento o diagrama de corpo livre, representado na Fig. (1.22c), fornece a equao de equilbrio,

    st2st1 kkW (1.2)

    Se keq a constante elstica equivalente, ento para a mesma deflexo esttica, temos

    21eqsteq kkkondekW , (1.3)

    Em geral, se tivermos n molas com constantes elsticas nkkk ...,,, 21 em paralelo,

    ento, pode-se obter a constante equivalente keq:

    neq kkkk ...21 (1.4)

    b) Associao de molas em srie

    Uma expresso para a constante elstica equivalente de molas ligadas em srie pode

    ser obtida considerando as duas molas mostradas na Fig. (1.23a). Sob a ao de uma carga W,

    as molas sofrem alongamentos 1 e 2, como na Fig. (1.23b). O alongamento total (ou deflexo esttica) do sistema st dado por,

    21 st (1.4)

    Visto que ambas as molas esto sujeitas mesma fora W, temos o equilbrio

    mostrado na Fig. (1.23c).

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    Se keq denotar a constante elstica equivalente, ento para a mesma deflexo esttica,

    teremos,

    2211 kkkW steq (1.5)

    Substituindo os valores de 1 e 2 da Eq. (1.5) na Eq. (1.4), obtm-se

    21

    111

    kkkeq (1.6)

    A equao pode ser generalizada para o caso de n molas em srie:

    neq kkkk

    1...

    111

    21

    (1.7)

    1.4.5 Elementos de amortecimento

    Em muitos sistemas prticos, parte da energia de vibrao geralmente convertida ou

    dissipada na forma de calor ou som. Em virtude da reduo da energia, a resposta do sistema,

    tambm diminui com o amortecimento. Admite-se que um amortecedor no tem massa nem

    elasticidade, e que a fora de amortecimento s existe se houver uma velocidade relativa entre

    suas extremidades.

    a) Amortecimento viscoso

    o mecanismo de amortecimento mais usado em anlise de vibrao. Nesse caso, a

    fora de amortecimento proporcional velocidade do corpo em vibrao. Exemplos tpicos

    de amortecimento viscoso so: (1) pelcula de leo entre superfcies deslizantes; (2) fluxo de

    fluido ao redor de um pisto dentro de um cilindro; (3) pelcula de leo ao redor de um

    mancal de rolamento.

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    b) Amortecimento de Coulomb ou por atrito seco

    Aqui, a magnitude da fora de amortecimento constante, mas no sentido oposto ao

    movimento do corpo vibratrio, causado pelo atrito entre as superfcies em contato que

    estejam secas ou com lubrificao deficiente.

    c) Amortecimento material ou por histerese

    Quando um material deformado, ele absorve e dissipa energia. O efeito deve-se ao

    atrito entre os planos cristalinos internos, que deslizam ou escorregam enquanto as

    deformaes ocorrem. Quando um corpo com amortecimento material sujeito vibrao, o

    diagrama tenso-deformao mostra um ciclo de histerese (Fig. 1.33a), cuja rea desse ciclo

    denota a energia perdida por unidade de volume do corpo por ciclo devido ao amortecimento

    (Fig. 1.33b).

    Figura 1.33 - Ciclo de histerese para materiais elsticos.

    1.5 Movimento Harmnico e Conceitos Bsicos

    1.5.1 Caracterizao do fenmeno vibratrio

    Uma forma de modelar a vibrao pelo deslocamento da massa ao longo do tempo,

    resultando num movimento oscilatrio, conforme ilustra a Fig. (1.34).

    Figura 1.34 - Vibrao pelo movimento harmnico subamortecido.

    Se o movimento for repetido a intervalos de tempos iguais, denominado movimento

    peridico. O tipo mais simples o movimento harmnico simples com perodo de vibrao T.

    O deslocamento x em relao ao tempo t pode ser representado conforme a Fig. (1.35a).

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    Esse movimento pode ser expresso, matematicamente, pela equao:

    t

    TsenAtx

    2)( (1.8)

    onde: A a amplitude de oscilao, medida a partir da posio de equilbrio;

    T o perodo de vibrao, usualmente medido em segundos;

    f=1/T a frequncia de vibrao, expressa em Hz.

    A frequncia angular (rad/s) pode ser descrita de acordo com a equao:

    fT

    22

    (1.9)

    Como j se sabe, partindo-se do movimento harmnico de deslocamento, podem-se

    determinar os parmetros da velocidade e da acelerao por diferenciaes sucessivas em

    relao ao tempo, ou seja:

    Deslocamento: )()( tsenAtx (1.10)

    Velocidade: )2

    ()(cos)(

    tsenAtAtx (1.11)

    Acelerao: )()()(22 tsenAtsenAtx (1.12)

    As Figs. (1.35a, b e c) ilustram as trs representaes das equaes acima, com a mesma

    frequncia de oscilao do deslocamento, porm defasados de /2 e , respectivamente.

    Figura 1.35 - Movimento harmnico: (a) Deslocamento; (b) Velocidade; (c) Acelerao.

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    1.6 Vibraes Complexas e Anlise Harmnica

    1.6.1 Funes peridicas e o teorema de Fourier

    Qualquer funo peridica )(tx , no importa o grau de complexidade, pode ser

    representada por uma combinao de um nmero de curvas senoidais e cossenoidais puras

    com freqncias harmonicamente relacionadas entre si, dada pela equao de Fourier:

    1

    2121

    ))()(cos(2

    ...)2()()2(cos)(cos2

    )(

    nnn

    o

    o

    tnsenbtnaa

    tsenbtsenbtataa

    tx

    (1.13)

    onde oa a amplitude mdia, nn bbbeaaa ,...,,,...,, 2121 so as amplitudes das

    componentes cosenoidais e senoidais, e n...,,2, so as suas respectivas harmnicas.

    1.6.2 Anlise de sinais peridicos e sries de Fourier

    Utilizando os conceitos da srie de Fourier discreta, pode-se encontrar a descrio

    temporal de sinais peridicos, utilizando o seguinte procedimento:

    1

    2sin

    2cos

    2)(

    nnn

    o tT

    nbt

    T

    na

    atx

    (1.14)

    onde, as constantes podem ser calculadas por (ver Exerccio_03):

    T

    o dttxT

    a0

    )(2

    ;

    Tn dtt

    T

    ntx

    Ta

    0

    2cos)(

    2 ;

    Tn dtt

    T

    ntx

    Tb

    0

    2sin)(

    2

    Pode-se ainda calcular os parmetros de mdia, mdia quadrtica e RMS:

    T

    dttxT

    x0

    )(1

    ; T

    dttxT

    x0

    22 )(1

    ; T

    rms dttxT

    x0

    2 )(1

    (1.15)

    1.6.3 Representaes nos domnios do tempo e da frequncia

    A expanso por srie de Fourier permite a descrio de qualquer funo peridica

    usando uma representao no domnio do tempo ou da frequncia. Por exemplo, uma funo

    harmnica dada por )(cos)(cos)( t2AtAtx 21 , que ilustra a vibrao tpica de acelerao

    de um pisto automotivo no domnio do tempo (ver Exerccio_04), pode ser representada pela

    amplitude e pelas suas componentes de frequncias atravs do seu espectro em frequncia,

    que consiste de linhas discretas mostrando as principais componentes de frequncias do sinal.

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    EXERCCIOS RESOLVIDOS

    Captulo 1 - Fundamentos de Vibraes

    Exerccio_01 (P 2.3, Thomson)

    Na figura (a) um peso de 44,50 N ligado extremidade inferior de uma mola cuja

    extremidade superior fixa, vibra com um perodo natural de 0,45 s. Determinar o perodo

    natural quando um peso de 22,25 N ligado ao meio da mesma mola, com ambas as

    extremidades fixas, conforme a figura (b).

    Soluo:

    Considerando a montagem da esquerda (a): HzTfn 22,245,011 11 (E.1)

    e calculando a respectiva frequncia natural: sradfnn /96,132 11 (E.2)

    Donde pode-se obter a rigidez da mola, a partir da relao:

    mNmkm

    knn /885)96,13()54,4()(

    2211 (E.3)

    Considerando a segunda montagem direita (b), onde a mola suporta agora uma

    massa de 22,25 N (m2=0,5m1), passa-se a ter duas molas em paralelo, e devido reduo do

    seu comprimento metade, as novas constantes de rigidez passam a ser: kkk 221 .

    Calculando a rigidez equivalente, mNkkkkeq /40,3540421 . (E.4)

    Logo, a nova frequncia natural ser: sradm

    keqn /5,39

    27,2

    4,3540

    22

    (E.5)

    Consequentemente, sf

    TeHzfn

    nn

    n 159,01

    28,62 2

    22

    2

    .

    (E.6)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    15

    Exerccio_02 (P 1.52 - Rao)

    Dadas duas funes harmnicas abaixo, encontrar a sua soma e representar o

    movimento graficamente: )2(cos15)();(cos10)( 21 ttxttx

    Soluo: Mtodo 1 Usando relaes trigonomtricas

    Considerando que a frequncia circular a mesma em ambas as funes x1(t) e x2(t),

    podemos expressar a soma na forma geral, como sendo a superposio linear:

    )()()(cos)( 21 txtxtAtx

    (E.1)

    ou seja, usando relaes trigonomtricas

    )2sin.sin2cos.(cos15cos10

    )2(cos15cos10)sin.sincos.(cos

    ttt

    ttttA

    (E.2)

    ou ainda,

    )2sin15(sin)2cos1510(cos)sin(sin)cos(cos ttAtAt

    (E.3)

    Igualando os termos de cos(t) e sen(t), em ambos os membros da Eq. (E.3), obtemos as relaes:

    14771421521510A

    215A

    21510A

    22 ,)sin()cos(

    sinsin

    coscos

    (E.4)

    Usando a relao da fase do movimento,

    )598,74(302,12cos1510

    2sin151

    tg

    (E.5)

    Mtodo 2 Usando a notao vetorial

    Para um valor arbitrrio de t, os movimentos harmnicos x1(t) e x2(t) podem ser denotados graficamente, conforme a Fig. (1.43) abaixo. Adicionando vetorialmente, o vetor

    resultante x(t) pode ser encontrado como sendo,

    )5963,74(cos1477,14)( ttx

    (E.6)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    16

    Uma rotina no Matlab ilustra cada uma das funes e o resultado da soma, obtida

    atravs do mtodo da superposio (curva de linha pontilhada).

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    -15

    -10

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

    SINAL TEMPORAL

    tempo (s)

    x(t

    )

    x1=10.cos(wt)

    x2=15.cos(wt+2)

    xt=x1+x2

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    17

    Exerccio_03 (Expanso de Fourier em sinais peridicos)

    Dada a funo peridica abaixo (onda retangular), descrever a expanso dos sinais no

    tempo na forma de sries de Fourier. Encontrar a equao geral e executar uma rotina de

    simulao no Matlab para nmero de termos crescentes: ex: n=5; n=10; n=50.

    Soluo:

    Calculando os coeficientes de Fourier atravs das integrais:

    011)1()1(2

    2)(

    2 20

    0

    2

    0

    ttdtdtdttxT

    a

    (E.1)

    0001)(1)(11

    )cos()1()cos()1(2

    2)

    2cos()(

    2

    2

    0

    2

    00

    nntsen

    nntsen

    na

    dtntdtntdttT

    ntx

    Ta

    n

    T

    n

    (E.2)

    mparnnn

    ntn

    ntn

    b

    dtntsendtntsendttT

    nsentx

    Tb

    n

    T

    n

    .....4

    221

    )cos(1

    )cos(11

    )()1()()1(2

    2)

    2()(

    2

    2

    0

    2

    00

    (E.3)

    Com a substituio dos coeficientes na srie da Eq. (1.13), abaixo, obtemos:

    1

    ))()(cos(2

    )(n

    nno tnsenbtna

    atx

    (E.4)

    ...55

    13

    3

    11.1

    4)(

    4

    2

    24

    2

    2cos.0

    2

    0)(

    11

    tsentsentsentx

    n

    ntsent

    nsen

    nt

    ntx

    nn

    (E.5)

    t

    x(t)

    1

    0 - 2

    3

    -1

    ...

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    18

    Atribuindo valores de n crescentes numa rotina computacional Matlab, a srie dada

    pela Eq. (E.5) assume as formas,

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

    -1

    0

    1

    SINAL GERADO: n= 1, 3, 6

    tempo (s)

    s(t

    )

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

    -1

    0

    1

    SINAL GERADO: n=10 termos

    tempo (s)

    s(t

    )

    Observaes:

    1) Como a funo dada mpar, nota-se que os coeficientes 0an , o que resulta numa

    srie de Fourier de senos. Caso a funo dada fosse par os coeficientes 0bn ;

    2) Nota-se que medida que se aumenta o nmero de termos da srie, com n=1, 3, 5 termos, a representao da onda vai assumindo uma forma mais definida;

    3) No caso para n=10 termos, a forma de onda j est bem definida, porm nota-se uma flutuao nas extremidades da onda, que conhecido como efeito de Gibbs, devido a

    variaes do sinal de um valor positivo para negativo e/ou vice-versa.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    19

    Exerccio_04 (P 1.89, Rao)

    Um mecanismo tpico de manivela cursor vertical (pisto automotivo) mostrado na

    Fig. 1.96, representando um sistema de 1 GDL na coordenada xp.

    Soluo:

    Considerando o ponto de referncia O para o pisto na posio superior, e lembrando que

    o segmento BC comum aos dois tringulos, pode-se obter as relaes:

    senrsenl , o que resulta, 21

    2

    2

    2

    1cos

    sen

    l

    r

    Assim, a equao da posio, pode ser obtida na forma,

    21

    2

    2

    2

    1coscoscos)(

    sen

    l

    rlrlrlrlrtxp (E.1)

    Usando uma aproximao da srie, para 2 termos: 2111 , e aps algumas

    manipulaes algbricas, a Eq. (E1) acima fica,

    t2cos

    l4

    rtcosr

    l2

    r1r)t(xp (E.2)

    Assumindo (r/l)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    20

    Analogamente, derivando mais uma vez a Eq. (E.4), obtm-se a acelerao do pisto,

    tl

    rtrtap

    2coscos)(

    222 (E.5)

    Realizando a simulao no Matlab, para a relao 330lr , tem-se as curvas abaixo:

    0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5

    -20

    -10

    0

    10

    20

    30SINAL DESLOCAMENTO

    tempo (s)

    x1

    x2

    xd

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

    5

    10

    15

    20FFT do Sinal

    freguncia (Hz)

    Xf(

    w)

    0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5-2000

    -1000

    0

    1000

    2000

    SINAL DE VELOCIDADE

    tempo (s)

    x1

    x2

    xv

    0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5-1

    -0.5

    0

    0.5

    1

    1.5x 10

    5 SINAL DE ACELERAO

    tempo (s)

    x1

    x2

    xa

    Obs:Analisando as curvas, percebe-se que para relaes 3,0lr , a presena da segunda

    harmnica j se faz notar, especialmente distorcendo as curvas de velocidade e

    acelerao do pisto. (ver artigo anexo).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    21

    Exerccio_05 (Anlise numrica de Fourier P 1.74, Rao)

    A variao do torque de um motor de combusto interna em relao ao tempo dada

    pela Tabela (1.3). Execute uma anlise harmnica do torque pela Srie de Fourier discreta.

    Determine as amplitudes das trs primeiras harmnicas.

    Soluo:

    Analisando o perodo dado na tabela, temos que T=0,012 s, o que implica que a

    frequncia da primeira harmnica dada por, sradT

    /6,523012,0

    22

    Para se obter os coeficientes da srie de Fourier, devemos obter as somatrias

    numericamente, para as 3 primeiras harmnicas (n =1, 2 e 3), conforme as equaes discretas:

    ;,

    sinsin

    ;,

    coscos

    ;

    0120

    tn2M

    12

    1tn2M

    N

    2b

    0120

    tn2M

    12

    1tn2M

    N

    2a

    M12

    1M

    N

    2a

    i24

    1i

    ii

    N

    1i

    in

    i24

    1i

    ii

    N

    1i

    in

    24

    1i

    i

    N

    1i

    i0

    A planilha abaixo ilustra os resultados dos coeficientes e somatrias individuais, e

    suas respectivas somas totais, representadas na ltima linha da tabela.

    Tabela de Resultados (P 1.74)

    i ti Mti 012,0

    2cos ii

    tMt

    012,0

    2sin ii

    tMt

    x1000 (n=1) x1000

    012,0

    4cos ii

    tMt

    012,0

    4sin ii

    tMt

    x1000 (n=2) x1000

    012,0

    6cos ii

    tMt

    012,0

    6sin ii

    tMt

    x1000 (n=3) x1000

    1 0.0005 770 0.7438 0.1993 0.6668 0.3850 0.5445 0.5445

    2 0.0010 810 0.7015 0.4050 0.4050 0.7015 -0.0000 0.8100

    3 0.0015 850 0.6010 0.6010 0.0000 0.8500 -0.6010 0.6010

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    22

    4 0.0020 910 0.4550 0.7881 -0.4550 0.7881 -0.9100 -0.0000

    5 0.0025 1010 0.2614 0.9756 -0.8747 0.5050 -0.7142 -0.7142

    6 0.0030 170 0.0000 1.1700 -1.1700 0.0000 0.0000 -1.1700

    7 0.0035 370 -0.3546 1.3233 -1.1865 -0.6850 0.9687 -0.9687

    8 0.0040 610 -0.8050 1.3943 -0.8050 -1.3943 1.6100 0.0000

    9 0.0045 890 -1.3364 1.3364 0.0000 -1.8900 1.3364 1.3364

    10 0.0050 750 -1.5155 0.8750 0.8750 -1.5155 -0.0000 1.7500

    11 0.0055 630 -1.5745 0.4219 1.4116 -0.8150 -1.1526 1.1526

    12 0.0060 510 -1.5100 0.0000 1.5100 -0.0000 -1.5100 -0.0000

    13 0.0065 390 -1.3426 -0.3598 1.2038 0.6950 -0.9829 -0.9829

    14 0.0070 290 -1.1172 -0.6450 0.6450 1.1172 0.0000 -1.2900

    15 0.0075 190 -0.8415 -0.8415 0.0000 1.1900 0.8415 -0.8415

    16 0.0080 110 -0.5550 -0.9613 -0.5550 0.9613 1.1100 0.0000

    17 0.0085 1050 -0.2718 -1.0142 -0.9093 0.5250 0.7425 0.7425

    18 0.0090 990 0.0000 -0.9900 -0.9900 -0.0000 -0.0000 0.9900

    19 0.0095 930 0.2407 -0.8983 -0.8054 -0.4650 -0.6576 0.6576

    20 0.0100 890 0.4450 -0.7708 -0.4450 -0.7708 -0.8900 -0.0000

    21 0.0105 850 0.6010 -0.6010 -0.0000 -0.8500 -0.6010 -0.6010

    22 0.0110 810 0.7015 -0.4050 0.4050 -0.7015 0.0000 -0.8100

    23 0.0115 770 0.7438 -0.1993 0.6668 -0.3850 0.5445 -0.5445

    24 0.0120 750 0.7500 -0.0000 0.7500 -0.0000 0.7500 0.0000

    24

    1

    27300

    -4.9794e+003 1.8038e+003

    a1 b1

    343.2051 -1.7541e+003

    a2 b2

    428.7006 661.8377

    a3 b3

    24

    112

    1

    2275 -414.9472 150.3162 28.6004 -146.1720 35.7250 55.1531

    A equao final obtida fica na forma,

    )3cos3cos2cos2coscoscos(12

    1

    2)( 332211

    0iiiiii tbtatbtatbta

    atx

    Uma visualizao das curvas obtida pela srie acima, plotada abaixo.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    23

    0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012600

    800

    1000

    1200

    1400

    1600

    1800

    2000SINAL de Torque Mt

    tempo (s)

    M(t

    ) N

    .m

    Tabela 1.3

    Srie Fourier, xt

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    24

    CAPTULO 2 VIBRAO LIVRE DE SISTEMAS (1 GDL)

    Sumrio:

    Introduo;

    Vibrao livre de sistemas no amortecidos;

    Condies de estabilidade e mtodos da energia;

    Vibrao livre com amortecimento viscoso;

    Soluo analtica das equaes do movimento (Matlab);

    Soluo de resposta no tempo pelo mtodo numrico de Runge-kutta.

    2.1 Introduo

    O estudo da vibrao livre de sistemas de um grau de liberdade, no amortecidos e

    amortecidos, fundamental para o entendimento de questes mais avanadas de vibraes.

    Um sistema se encontra em vibrao livre quando oscila livremente sob uma dada

    perturbao inicial (ex. pndulo simples), sem a ao de nenhuma fora aps a perturbao,

    que pode ser um carregamento sbito, um impacto ou choque. A partir desse modelo sero

    definidos os parmetros de frequncia natural e frequncia amortecida, bem como o fator de

    amortecimento viscoso e fator de perda por histerese do material.

    2.2 Vibrao Livre de Sistemas No Amortecidos

    A Fig. (2.1a) mostra um sistema massa-mola que representa um modelo vibratrio

    simplificado. Uma vez que no existe nenhum elemento que cause dissipao de energia

    (sistema conservativo), a amplitude do movimento permanece constante ao longo do tempo, e

    o sistema considerado no amortecido. Na prtica, exceto no vcuo, a amplitude de vibrao

    livre sempre diminui gradativamente com o tempo devido resistncia do meio (ar, atrito,

    fluido). Tais vibraes so denominadas amortecidas.

    2.2.1 Equao do movimento pela 2a lei de Newton

    Considerando o sistema massa-mola no amortecido (Fig. 2.1a), e assumindo que a

    massa m se encontra fixada a uma mola de rigidez k e est apoiada sobre roletes sem atrito de

    modo a ter movimento de translao apenas no sentido longitudinal.

    Figura. 2.1 Sistema massa-mola em posio horizontal.

    Supondo que a massa deslocada a uma distancia x em relao sua posio de

    equilbrio esttico, a fora atuante na mola ser k.x, e o diagrama de corpo livre da massa

    pode ser representado na Fig. (2.1c).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    25

    Aplicando a segunda lei de Newton massa m resulta na equao de movimento:

    0)( xkxmouxmxktF (2.1)

    2.2.2 Soluo da equao do movimento

    A soluo da Eq. (2.1) pode ser encontrada admitindo-se que

    tsts esCtxeeCtx 2)()( (2.2)

    onde C e s so constantes no nulas a serem determinadas pelas condies iniciais.

    Substituindo a Eq. (2.2) em (2.1) resulta em,

    0)( 2 kmsC (2.3)

    Como a constante C no nula, podemos assumir que 0kms2 e, por consequncia, as razes dessa equao so

    m

    ks 21 , (2.4)

    Considerando que 1i , definimos a frequncia natural por

    mkn (2.5)

    Os dois valores de s dados pela Eq. (2.4) so tambm conhecidos como autovalores do

    problema. Assim, uma soluo geral da Eq. (2.1) pode ser expressa como

    titi nn eCeCtx

    21)( (2.6)

    onde C1 e C2 so constantes a serem determinadas a partir das condies iniciais.

    Usando a identidade de Euler: tseniteti cos , a Eq. (2.6) pode ser reescrita,

    tensAtAtx nn 21 cos)( (2.7)

    onde A1 e A2 so novas constantes. Duas condies so necessrias para avaliar essas

    constantes. Se os valores do deslocamento )(tx e da velocidade )(tx , forem definidas como

    oo xex no tempo t = 0, temos a partir da Eq. (2.7),

    on

    o

    xAtx

    xAtx

    2

    1

    )0(

    )0(

    (2.8)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    26

    Assim, a soluo da Eq. (2.1) sujeita s condies iniciais dadas pelas constantes A1 e

    A2 da Eq. (2.8) pode assumir a forma,

    tensx

    txtx nn

    o

    no

    cos)( (2.9)

    Outras formas de representao da Eq. (2.7) utilizando-se as formas

    vetoriais: AsenAeAA 21 cos , que pode ser expressa como

    )(cos)( tAtx n ou )()( ono tensAtx (2.10)

    onde as amplitudes e ngulos de fase so obtidas por

    2

    2

    n

    ooo

    xxAA

    (2.11)

    e

    no

    o

    o

    noo

    x

    xtge

    x

    xtg

    11

    (2.12)

    A Fig. (2.8) ilustra uma representao tpica da Eq. (2.10), onde se observa o efeito

    das condies iniciais em termos do ngulo de fase .

    Figura. 2.8 Representao grfica do movimento de um oscilador harmnico.

    2.2.3 Vibrao livre de um sistema torcional

    Se um corpo rgido oscilar em relao a um eixo de referncia, o movimento resultante

    ser uma vibrao por toro. No caso, o deslocamento do corpo medido em termos de uma

    coordenada angular . A Fig. (2.14a) mostra um disco com momento de inrcia de massa polar Jo montado em uma extremidade de um eixo circular slido cuja outra extremidade

    fixa. Pela teoria da toro de eixos, temos as seguintes relaes:

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    27

    l

    IGk ot onde

    32

    4dIo

    (2.13)

    G o mdulo de elasticidade transversal,

    l o comprimento do eixo,

    d o dimetro do eixo,

    Io o momento de inrcia polar

    Figura. 2.14 Vibrao por toro de um disco.

    Se o disco for deslocado de um ngulo em relao a sua posio de equilbrio, o eixo age como uma mola torcional com uma constante de elasticidade dada por

    l

    dG

    l

    IGk ot

    32

    4 (2.14)

    Equao de movimento de sistema torcional no amortecido

    A equao de movimento angular do disco em relao ao seu eixo pode ser derivada

    tambm pela segunda lei de Newton. Considerando o diagrama de corpo livre do disco (Fig.

    2.14b), pode-se obter a equao

    0 to kJ (2.15)

    que podemos verificar ser idntica Eq. (2.1) se o momento de inrcia Jo, o deslocamento

    angular e a constante elstica torcional kt forem substitudos pela massa m, deslocamento x e constante linear k, respectivamente.

    Assim, a frequncia natural do sistema torcional dada por

    otn Jk (2.16)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    28

    A soluo geral da Eq. (2.15) pode ser obtida, como no caso da Eq. (2.1), na forma:

    tensAtAt nn 21 cos)( (2.17)

    onde as constantes A1 e A2 podem ser determinadas pelas condies iniciais e a Eq. (2.17)

    tambm representa um movimento harmnico simples.

    2.3 Condies de Estabilidade e Mtodos de Energia

    2.3.1 Condies de estabilidade

    Considere uma barra rgida de massa uniformemente distribuda m articulada em uma

    das extremidades e conectada simetricamente a duas molas na outra extremidade, como

    mostra na Fig. (2.17a). Quando a barra for deslocada por um ngulo , a fora resultante em

    cada mola senlk ; e a fora total da mola ser senlk2 . A fora resultante da gravidade mgW age no sentido vertical de cima para baixo,

    passando pelo centro de gravidade G.

    O momento em relao ao eixo de rotao O devido acelerao angular

    32mlJo . Assim, a equao de movimento pode ser escrita como

    02

    cos23

    2

    senl

    Wlsenlkml (2.18)

    Para pequenas oscilaes, sen e 1cos , a Eq. (2.18) reduz-se a

    02

    3120

    22

    3 2

    22

    2

    ml

    Wllkou

    lWlk

    ml (2.19)

    A soluo da Eq. (2.19) depende do sinal de 22 2312 mllWlk .

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    29

    Caso 1. Quando 02312 22 mllWlk , a soluo da Eq. (2.19) representa oscilaes estveis e pode ser expressa como

    tensAtAt nn 21 cos)( (2.20)

    onde A1 e A2 so constantes e

    21

    2

    2

    2

    312

    ml

    lWlkn .

    Caso 2. Quando 02312 22 mllWlk , a Eq. (2.19) reduz-se para 0 , e a soluo pode ser obtida diretamente integrando-se duas vezes

    21)( CtCt (2.21)

    Para as condies iniciais oo tet )0()0( , a soluo torna-se

    00)( tt (2.22)

    A Eq. (2.22) mostra que o deslocamento angular aumenta linearmente com velocidade

    constante 0 . Entretanto, se 00 , o pndulo permanece na posio de equilbrio 0 .

    Caso 3. Quando 02312 22 mllWlk , definimos 21

    2

    2

    2

    123

    ml

    lklW e expressamos a

    soluo da Eq. (2.19) como

    tt eBeBt 21)( (2.23)

    onde B1 e B2 so constantes. Para as condies iniciais 0)0( t e 0)0( t , a Eq.

    (2.23) torna-se

    tt eet

    00002

    1)( (2.24)

    A Eq. (2.24) mostra que )(t aumenta exponencialmente com o tempo e, por

    consequncia, o movimento instvel. A razo fsica que o momento restaurador devido

    mola )2( 2lk , que tenta trazer o sistema para a posio de equilbrio, menor do que o

    momento no restaurador devido gravidade ))2(( lW , que tenta afastar a massa da

    posio de equilbrio.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    30

    2.3.2 Equao do movimento por mtodos de energia

    a) Princpio de DAlembert*

    Nesse princpio, os problemas de dinmica podem ser considerados como de equilbrio

    de foras (ou momentos). Assim, as equaes de movimento podem ser reescritas como:

    0)(0)( JtMouxmtF (2.25)

    Os termos Jexm so chamados de fora de inrcia e momento de inrcia, respectivamente. A interpretao da Eq. (2.25) a de que a soma das foras externas e da

    fora de inrcia que atuam no sistema zero. A aplicao do princpio de DAlembert, ao sistema da Fig. (2.1c) resulta na equao:

    00 xkxmouxmxk (2.26)

    b) Princpio dos deslocamentos virtuais

    Esse princpio afirma que se um sistema em equilbrio sob a ao de um conjunto de foras for submetido a um deslocamento virtual, ento o trabalho virtual total realizado pelas

    foras ser zero. Considere um sistema massa-mola em uma posio deslocada como mostrado na Fig.

    (2.6a). No diagrama de corpo livre da massa com as foras reativa e de inrcia da Fig. (2.6b),

    quando a massa sofre o deslocamento virtual x, o trabalho virtual realizado pode ser calculado da seguinte maneira:

    - Trabalho virtual realizado pela fora da mola = xxkWs )( ;

    - Trabalho virtual realizado pela fora de inrcia = xxmWi )( ;

    Portanto, quando o trabalho virtual total realizado por todas as foras iguala-se a zero,

    e considerando que o deslocamento virtual pode ter um valor arbitrrio, 0x , obtemos

    00 xkxmouxxkxxm (2.27)

    (*) Matemtico e fsico francs, JEAN BAPTISTE LE RONDE DALEMBERT (1717-1783), publicou em 1743 o Trait de Dinamique, o qual continha o mtodo que ficou conhecido como princpio de DAlembert. De acordo com a forma generalizada desse princpio, quando um conjunto dos chamados deslocamentos virtuais

    imposto ao sistema de interesse, o trabalho resultante realizado pelas foras externas e foras inerciais zero.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    31

    c) Princpio da conservao da energia

    Um sistema conservativo se nenhuma energia for perdida devido a atrito ou

    elementos que dissipam energia. Se nenhum trabalho for realizado sobre um sistema

    conservativo por foras externas (com exceo da fora da gravidade ou outras foras

    potenciais), ento a energia total do sistema permanece constante. Visto que a energia do

    sistema vibratrio parcialmente potencial U e parcialmente cintica T, a soma dessas duas

    energias permanece constante.

    Assim, o princpio da conservao da energia pode ser expresso como:

    0 UTdt

    doucteUT (2.28)

    Como a energia cintica T e energia potencial U so dadas por

    2

    21 xmT e 2

    21 xkU (2.29)

    A substituio da Eq. (2.29) em (2.28) tambm nos d:

    0 xkxm (2.30)

    conforme j obtida anteriormente, pela segunda lei de Newton.

    2.4 Vibrao Livre Com Amortecimento Viscoso

    2.4.1 Equao do movimento pela segunda lei de Newton

    Um sistema com 1 grau de liberdade com um amortecedor viscoso mostrado na Fig.

    (2.21a). Se x for medida em relao posio de equilbrio da massa m, e considerando que o

    elemento de amortecimento viscoso, dado pela constante c proporcional velocidade x , a aplicao da segunda lei de Newton, conforme o diagrama da Fig. (2.21b), nos d

    0 xkxcxmouxkxcxm (2.31)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    32

    2.4.2 Soluo da equao

    Para resolver a Eq. (2.31), admitimos uma soluo na forma steCtx )( , onde C e s

    so constantes. A insero dessa funo e suas derivadas resultam na equao caracterstica,

    02 kscsm (2.32)

    cujas razes so obtidas na forma j conhecida,

    m

    k

    m

    c

    m

    c

    m

    mkccs

    22

    2,1222

    4 (2.33)

    Estas razes do duas solues, tsts

    eCtxeeCtx 21 2211 )()( . Assim, a soluo geral

    dada pela combinao das solues )()( 21 txetx :

    tstseCeCtx 21 21)( (2.34)

    onde C1 e C2 so constantes arbitrrias a serem determinadas pelas condies iniciais.

    Definies de amortecimento crtico e fator de amortecimento

    O amortecimento crtico cc definido como o valor da constante de amortecimento c

    para o qual o radical na Eq. (2.33) torna-se nula:

    ncc mmk

    m

    kmcou

    m

    k

    m

    c2220

    2

    2

    (2.35)

    Para qualquer sistema amortecido, o fator de amortecimento pode ser definido como

    sendo a razo entre a constante de amortecimento e o amortecimento crtico: ccc .

    Substituindo nmc )2( , na Eq. (2.33), obtm-se outra forma de expressar as razes

    ns )1(2

    2,1 (2.36)

    e, portanto, a soluo geral dada pela Eq. (2.34) assume a forma

    tt nneCeCtx

    1

    2

    1

    1

    22

    )( (2.37)

    A natureza das razes 21 ses e o comportamento da soluo, dada pela Eq. (2.37),

    depende do fator de amortecimento. Pode-se perceber que para o caso de 0 resulta em

    vibraes no amortecidas discutidas na seo 2.2. Por consequncia, admitindo que 0

    podemos considerar os trs casos seguintes.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    33

    Caso 1. Sistema subamortecido: mkm2coucc;10 c

    Para essa condio, )1( 2 negativo e as razes so complexas. Fazendo 1i ,

    as razes da Eq. (2.36) podem ser expressas como

    nis )1(2

    2,1 (2.38)

    Analogamente, a soluo dada pela Eq. (2.37), pode ser descrita de formas diferentes,

    como:

    titi nn eCeCtx )1(

    2

    )1(

    1

    22

    )(

    (2.39)

    ou, aps algumas manipulaes algbricas, nas formas

    )1(cos)(

    )1()(

    2

    2

    on

    t

    o

    n

    t

    teXtx

    ou

    tseneXtx

    n

    n

    (2.40)

    onde ),( '2'

    1 CC , ),( X , ),( ooX so constantes arbitrrias a serem determinadas pelas

    condies iniciais. Para as condies iniciais 0)0( xtx e 0)0( xtx , podemos

    determinar '2'

    1 CeC :

    n

    onoo

    xxCexC

    2

    '

    2

    '

    1

    1

    (2.41)

    e, por consequncia, a soluo geral torna-se

    t

    xxtxetx n

    n

    onono

    tn

    2

    2

    2 1sin1

    1cos)(

    (2.42)

    As constantes ),( X e ),( ooX podem ser expressas como

    '1'21'2'112'

    2

    2'

    1 )()(

    CCtgeCCtg

    CCXX

    o

    o

    (2.43)

    Obs: O movimento descrito por essas equaes um movimento harmnico amortecido de

    frequncia angular 21 nd ; porm por causa do fator tne

    , a amplitude

    diminui exponencialmente no tempo (Fig. 2.22).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    34

    Caso 2. Sistema criticamente amortecido: mkmcoucc c 2;1

    Nesse caso, as duas razes da Eq. (2.36) so reais e iguais, e podem ser expressas como

    nc

    m

    css

    221 (2.44)

    Por causa das razes repetidas, a soluo geral da Eq. (2.31) dada por,

    tnetCCtx 21)( (2.45)

    A aplicao das condies iniciais: 00 )0()0( xtxextx , para esse caso nos d

    onoo xxCexC 21 (2.46)

    e a soluo torna-se

    tonoo netxxxtx )( (2.47)

    Obs: Pode-se ver que o movimento representado pela Eq. (2.47) aperidico (no peridico).

    Visto que 0 tne quando t , o movimento eventualmente diminuir at zero,

    como indica a Fig. (2.24).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    35

    Caso 3. Sistema superamortecido: mkmcoucc c 2;1

    A Eq. (2.36) mostra que as razes 21 ses so reais e distintas, e so dadas por:

    0)1( 22,1 ns (2.48)

    com 12 ss . Nesse caso, a soluo dada pela Eq. (2.39), pode ser:

    tt nn eCeCtx )1(

    2

    )1(

    1

    22

    )(

    (2.49)

    A Eq. (2.49) mostra que o movimento aperidico, independente das condies

    iniciais impostas ao sistema. Visto que as razes 21 ses so ambas negativas, o movimento

    diminui exponencialmente com o tempo, como tambm pode ser visto na Fig. (2.24).

    Nota: A natureza das razes 21 ses com a variao dos fatores de amortecimento pode ser

    mostrada no plano complexo. Na Fig. (2.25), o semicrculo representa o lugar das razes para

    diferentes valores de na faixa de 10 . Constatamos que para 0 , obtemos as razes

    imaginrias nis 2,1 , o que resulta na soluo dada na Eq. (2.7).

    Mtodo do decremento logartmico

    O decremento logartmico representa a taxa de reduo da amplitude de uma vibrao

    livre livremente amortecida. A partir da Eq. (2.40), podemos expressar a razo entre duas

    amplitudes sucessivas 21 xex como

    dn

    dn

    n

    ee

    e

    x

    xt

    t

    )(

    2

    1

    1

    1

    (2.50)

    O decremento logartmico pode ser obtido pela Eq. (2.50):

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    36

    n

    ndnx

    x

    22

    1

    1

    2ln

    ou

    m

    c

    d 2

    2

    1

    2

    2

    (2.51)

    ou ainda, para pequeno fator de amortecimento, a Eq. (2.51) pode ser aproximada:

    12 se (2.52)

    A Fig. (2.27) mostra a variao do decremento logartmico como dado pelas Eqs.

    (2.51) e (2.52), onde se observa que, para valores at 3,0 , difcil distinguir uma curva

    da outra.

    O decremento logartmico adimensional e, na realidade, outra forma do fator de

    amortecimento . Uma vez conhecido , pode ser determinada resolvendo-se a Eq. (2.51):

    22)2(

    (2.53)

    Se usarmos a Eq. (2.52) em vez da Eq. (2.51), obtemos

    2 (2.54)

    Se o amortecimento no sistema dado no for conhecido, podemos determin-lo por

    meios experimentais medindo quaisquer dois deslocamentos consecutivos 21 xex . Na

    verdade, o fator de amortecimento tambm pode ser determinado medindo-se dois ciclos separados por qualquer nmero de ciclos m, cuja equao geral do decremento, dada por

    1

    1ln1

    mx

    x

    m (2.55)

    que pode ser substitudo nas Eqs. (2.53) ou (2.54) para obter o fator de amortecimento .

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    37

    2.5 Soluo Analtica das Equaes do Movimento (Matlab)

    Embora os problemas examinados at aqui sejam tratados como equaes diferenciais

    lineares e que podem ser resolvidas analiticamente, existem muito problemas que no podem

    ser resolvidos dessa forma. A equao do pndulo simples um exemplo. Para resolver a

    equao analiticamente, fez-se uso da aproximao angular sen , resultando numa

    soluo analtica aproximada, onde as condies iniciais so vlidas apenas para pequenos

    ngulos )( 10 . Para os casos de condies iniciais com ngulos maiores, uma rotina de

    integrao numrica deve ser utilizada para calcular e plotar uma soluo correta da equao

    de movimento (ver Exerccio_07).

    O Matlab possui diversas sub-rotinas baseadas na utilizao de mtodos numricos,

    que podem ser usados para a soluo de sistemas de equaes diferenciais ordinrias de

    primeira ordem. Em sistemas de equaes diferenciais de ordens mais elevadas ou no

    homogneas, especialmente aqueles onde as foras atuantes so do tipo transientes ou no

    peridicas, uma equao diferencial de ordem n pode ser convertida em um sistema de n

    equaes diferenciais ordinrias de primeira ordem antes de usar funes Matlab.

    2.6 Resposta no Tempo pelo Mtodo Numrico de Runge-Kutta

    Em geral, a aplicao das leis fsicas pertinentes aos vrios tipos de problemas

    dinmicos (mecnica dos slidos, mecnica dos fluidos, etc.) recai na formulao de modelos

    atravs de equaes diferenciais parciais. Nesses casos, os modelos so chamados de

    modelos contnuos, e considera um nmero infinito de pequenas massas distribudas ao longo da estrutura, o que permite obter um comportamento que reproduz 'quase-exatamente' o

    sistema fsico em questo. Infelizmente estes modelos s podem ser resolvidos para um

    pequeno nmero de casos e situaes especiais, o que limita bastante as necessidades dos

    engenheiros, levando-os a trabalhar com modelos 'menos exatos'.

    Quando se considera o meio material discreto, os modelos so denominados modelos de parmetros concentrados, cujas variveis dependentes do sistema so consideradas uniformes sobre regies finitas do espao. Neste caso, geralmente se trabalha com sistemas de

    equaes diferenciais ordinrias, cujas solues so mais simples e de fcil compreenso do

    fenmeno em estudo.

    2.6.1 Mtodo de Runge-kutta aplicado na resposta de vibrao livre

    O Matlab tem diversas funes ou solvers baseados na utilizao de mtodos

    numricos, que podem ser usados para a soluo de um sistema de equaes diferenciais

    ordinrias de primeira ordem. Um procedimento numrico produz uma lista de valores

    discretos )( ii txx que aproxima uma soluo tal qual a funo contnua )(tx , que a

    soluo exata. Para as condies iniciais do problema de vibrao livre amortecida na forma

    oo v0xex0x0xkxcxm )()(; (2.56)

    os valores iniciais oo vex , formam os dois primeiros pontos da soluo numrica. Seja o

    intervalo de durao ),( fT0 cuja soluo de interesse, e o intervalo de discretizao no

    tempo tal que nTt f . Assim a Eq. (2.56) calculada nos valores de

    ).,...,.,, fn21o Ttntt2ttt0t para produzir uma representao aproximada, ou

    simulao da soluo.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    38

    Uma formulao til para resolver problemas de primeira ordem, baseada nas

    derivadas de Runge-kutta, estabelece que

    ),();,(

    );,();,(

    :,

    ttktxfk2

    ttk

    2

    txfk

    2

    ttk

    2

    txfktxfk

    ondekk2k2k6

    txx

    n3nn4nn2nn3n

    n1nn2nnn1n

    4n3n2n1nn1n

    (2.57)

    A soma entre parnteses na primeira das Eqs. (2.57) representa a mdia de 6 nmeros,

    cada um resultante das inclinaes mdias obtidas para os diferentes tempos no intervalo t . Retornando ao problema da Eq. (2.56), dividimos ambos os termos da equao pela

    massa m e definimos duas novas variveis )(txx1 e )(txx2 , e substitumos x e sua derivada em termos de x1 e x2 na forma

    )()()(

    )()(

    txm

    ktx

    m

    ctx

    txtx

    122

    21

    (2.58)

    sujeitas s condies iniciais o1 x0x )( e o2 x0x )( . As duas equaes acopladas dadas pelas

    Eqs. (2.58), podem ser expressas na forma matricial

    )(

    )()(;

    )(

    )()(;

    0x

    0x0x

    tx

    txtx

    m

    c

    m

    k10

    A2

    1

    2

    1 (2.59)

    onde a matriz A definida nessa forma chamada de matriz de estado, e o vetor x chamado

    de vetor de estado. A posio x1 e velocidade x2 so chamadas de variveis de estado. Usando

    essas definies, a Eq. (2.61) pode ser escrita na forma compacta

    )()( txAtx (2.60)

    sujeita a condio inicial x(0). Utilizando uma rotina Runge-Kutta a escolha dos intervalos de

    tempo pode ser feita de forma automtica usando a funo ode23, cujo seguinte comando

    deve ser usado

    >> [t, x]=ode23('dfunc',tspan,x0)

    onde 'dfunc' o nome da funo m-file cuja entrada deve ser t e x e cuja sada deve ser um

    vetor coluna que representa dtdx / , isto , f(t,x). O nmero de linhas no vetor coluna deve ser igual ao nmero de equaes de primeira ordem. O vetor 'tspan' deve conter os valores inicial

    e final da varivel independente tempo t e, opcionalmente, quaisquer valores intermedirios

    de t nos quais se queira a soluo. O vetor x0 deve conter os valores iniciais de x(t). Um

    procedimento semelhante usando a funo ode45 (ver Exerccio_09).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    39

    EXERCCIOS RESOLVIDOS

    Captulo 2 - Vibraes Livres

    Exerccio_06 (Vibrao livre no amortecida Ex. 2.18, Rao)

    Um sistema massa-mola no amortecido com m=20 kg e rigidez k=500 N/m sujeito a

    um deslocamento inicial de mxo 075,0 e uma velocidade inicial de smxo /10,0 .

    Determinar as equaes e plotar curvas de deslocamento, velocidade e acelerao no Matlab.

    Soluo:

    Considerando o sistema no amortecido, e a equao na forma compacta dada por,

    ono tensAtx )( (E.1)

    A frequncia natural obtida por: sradm

    kn /0,5

    20

    500 ; (E.2)

    A amplitude mxima Ao e o ngulo de fase o so:

    mx

    xAn

    ooo 077,0

    5

    1,0)075,0(

    2

    2

    2

    2

    (E.3)

    radtgx

    xtg

    o

    noo 31,175

    1,0

    )5)(075,0(11

    (E.4)

    Assim, as respectivas equaes de movimento, sob as condies adotadas acima, so:

    31,1594,1)(

    31,15cos388,0)(

    31,15077,0)(

    tenstx

    ttx

    tenstx

    (E.5)

    Uma visualizao das curvas de deslocamento, velocidade e acelerao so plotadas

    no Matlab, onde nota-se as diferenas de amplitude e ngulo de fase de cada uma delas.

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5-0.1

    0

    0.1Resposta de Deslocamento, x(t)

    Am

    plitu

    de (

    m)

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5-0.5

    0

    0.5Resposta de Velocidade, v(t)

    Am

    plitu

    de (

    m/s

    )

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

    -2

    0

    2

    Resposta de Acelerao, a(t)

    Tempo, (s)

    Am

    plitu

    de (

    m/s

    2)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    40

    Exerccio_07 (Frequncia natural de pndulos simples P.2.62, Rao)

    Uma massa m ligada extremidade de uma barra de massa desprezvel e entra em

    vibrao em trs configuraes (Fig. 2.79). (i) Derive as expresses para a frequncia natural

    dos pndulos e determine qual a configurao que correspondente mais alta frequncia

    natural. (ii) Analise as respostas no tempo em termos de deslocamentos relativos em

    condies de posio angular qualquer do pndulo onde a soluo linearizada no vlida.

    Soluo:

    (a) Vibrao livre: considerando apenas a massa m no D.C.L. acima e aplicando a 2 lei de

    Newton, teremos a Eq. (E.1) no linear,

    0gmml sin (E.1)

    Considerando que para pequenos deslocamentos, sin , a Eq. (E.1) linearizada fica,

    0gmml ou na forma geral

    02n (E.2)

    onde, encontra-se a frequncia natural dada por,

    lgn (E.3)

    Assim, a soluo geral em termos de posio angular do pndulo simples ser,

    ttt nn

    ono

    sincos)( (E.4)

    (b) Para a segunda configurao contendo uma mola de rigidez k numa dada posio a,

    aplicando a 2 lei de Newton, obtm-se

    0sinsin22 lgmakml (E.5)

    Considerando que para pequenos deslocamentos, sin , a Eq. (E.5) fica

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    41

    0)( 22 glmakml (E.6)

    Ou ainda, da Eq. (E.6) encontra-se a frequncia natural,

    2

    2

    lm

    lmgakn

    (E.7)

    (c) Para a configurao do pndulo invertido, aplicando a 2 lei de Newton, obtm-se

    0sinsin22 lgmakml (E.8)

    Considerando que para pequenos deslocamentos, sin , a Eq. (E.8) fica

    0)( 22 glmakml (E.9)

    Ou ainda, da Eq. (E.9) encontra-se a frequncia natural,

    2

    2

    lm

    lmgakn

    (E.10)

    Obs: Aps anlise dos resultados observa-se que a configurao (b) ser a que apresenta a

    maior frequncia natural, devido ao numerador possuir os termos se somando.

    Por outro lado, analisando as Eqs. (1) e (2), em termos das suas solues analtica e numrica

    (Runge-kutta), para condies de deslocamentos angulares maiores, onde sin , nota-se um aumento significativo do perodo de vibrao resultante em relao soluo obtida pela

    equao linearizada.

    0 2 4 6 8 10 12 14-1

    -0.5

    0

    0.5

    1Vibrao livre - linearizada

    Tempo [s]

    Deslo

    c.

    angula

    r [r

    ad]

    0 2 4 6 8 10 12 14-1

    -0.5

    0

    0.5

    1Vibrao livre no linear

    Tempo [s]

    Deslo

    c.

    angula

    r [r

    ad]

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    42

    Exerccio_08 (Efeito da massa da viga sobre a frequncia natural)

    Determine a frequncia natural de vibrao transversal de uma viga engastada-livre

    sob o efeito de uma carga concentrada P na extremidade (Fig. 2.20), sem considerar e

    incluindo a massa da viga.

    Soluo:

    (a) Numa primeira anlise, sem considerarmos o efeito da massa da viga, a frequncia natural

    seria dada por: Mkn onde k a rigidez e M representa a massa principal.

    (b) Considerando a massa da viga m, determinamos a massa equivalente na extremidade livre

    usando a equivalncia de energia cintica num modelo com 1 GDL. A deflexo esttica da

    viga em balano sob uma carga concentrada P na extremidade, dada por:

    323

    2

    32

    36

    )( xlxl

    yxl

    EI

    xPxy mx (E.1)

    A mxima energia cintica da viga em si (Tmx) dada por

    dxxyTl

    lm

    mx2

    021 )( (E.2)

    Usando a Eq. (E.2) para expressar a variao de velocidade )(xy , como

    323

    32

    )( xlxl

    yxy mx

    (E.3)

    e, por consequncia, a Eq. (E.2) torna-se

    mxmx

    l

    mxmx

    ymll

    y

    l

    m

    dxxlxl

    y

    l

    mT

    27

    6

    2

    0

    232

    2

    3

    140

    33

    2

    1

    35

    33

    42

    1

    )3(22

    (E.4)

    Se meq denotar a massa equivalente da viga em balano na extremidade livre, sua

    energia cintica mxima pode ser expressa como

    mxeqmx ymT2

    21 (E.5)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    43

    Igualando as Eqs. (E.4) e (E.5), obtemos mmmeq 236,014033 . Assim, a massa

    efetiva total que age na extremidade livre da viga em balano dada por

    eqeff mMM (E.6)

    onde M a massa principal devido carga na extremidade da viga.

    Portanto, a frequncia natural de vibrao transversal da viga dada por

    mM

    k

    mM

    k

    M

    k

    effn

    236,014033

    (E.7)

    Obs: Nota-se uma reduo na frequncia natural devido ao acrscimo no denominador da

    massa efetiva. Para comprovar esse estudo, foi desenvolvido um trabalho experimental

    no LVI-UFCG (Silvano e Rocha, 2009).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    44

    Exerccio_09 (Resposta de vibrao livre amortecida, P 2.109)

    Um sistema massa-mola subamortecido com m=10 kg e rigidez k=1000 N/m sujeito

    a um deslocamento inicial de mxo 10,0 e uma velocidade inicial de sm10xo / . Determinar

    a equao de deslocamento e plotar o grfico de resposta para c=50 N.s/m usando o Matlab.

    Compare as respostas analtica e numrica por uma rotina Runge-Kutta.

    Soluo:

    Considerando a resposta em deslocamento de um sistema subamortecido 10 , obtm-se uma forma analtica da soluo dada pela Eq. (2.17):

    )()( tseneXtx d

    tn , donde se obtm os parmetros:

    msN200m2csrad1010

    1000

    m

    kncn /...;/ ;

    srad2501101250c

    c 22nd

    c

    /9,68),(;,

    m061689

    10102501010

    xxxX

    2

    2

    2

    d

    ono2

    o ,,

    ),)((,),(

    rad101025010

    10tg

    xx

    xtg 1

    ono

    do1 0,094),)((,

    )9,68)(,(

    Logo, obtemos a soluo analtica: )0,0949,68(,)(, tsene061tx t52

    Obs: Observa-se pelo grfico, uma boa concordncia entre os mtodos analtico e numrico

    (Runge-kutta), inclusive na regio onde ocorre o maior pico de amplitude relativa.

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3-0.4

    -0.2

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1Problema 2.109

    Tempo, s

    Deslo

    cam

    en

    to,

    m

    Numerica

    Analitica - zeta=0,25

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    45

    Exerccio_10 (Projeto de amortecedor de motocicleta Ex. 2.11, Rao)

    O projeto de um absorvedor de choque para uma motocicleta de m=200 kg, conforme

    a Fig. (2.31a) deve seguir as especificaes da resposta conforme a Fig. (2.31b).

    (a) Determine as constantes de rigidez e amortecimento para um perodo de vibrao

    amortecida de 2 s e quando a amplitude x1 tiver de ser reduzida a um quarto em meio ciclo;

    (b) Determinar a velocidade inicial mnima que resulta num deslocamento mximo 250 mm.

    Soluo:

    Visto que 164;4 15,1215,1 xxxxx .

    Por consequncia, o decremento

    22

    1

    1

    2773,2)16ln(ln

    x

    x

    onde, obtm-se =0,4037. Usando a relao do perodo d=2 s, obtm-se

    sradnnd

    d /43,3)4037,0(12

    2

    1

    222

    22

    (a) A constante de amortecimento crtico cc pode ser obtida por

    msNmc nc /.54,373.1)43,3)(200(22

    Assim a constante de amortecimento c dada por

    msNcc c /.49,554)54,373.1)(4037,0(

    E a rigidez: mNmk n /26,358.2)434,3)(200(22

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    46

    (b) O deslocamento da massa atingir seu valor mximo no tempo t1, dado por: (ver P.2.86)

    sttsentsen d 368,0915,0)4037,0(11 122

    11

    O envelope que passa pelos pontos mximos, dado por

    mXeXeXxtn 455,0)4037,0(125,01 )368,0)(434,3)(4037,0(22

    A velocidade da massa pode ser obtida, diferenciando o deslocamento

    ttseneXtxtseneXtx dddnt

    d

    t nn cos)()(

    Quando t=0, a equao acima fica

    smXXxtx ndo /43,1)4037,0(1)434,3)(455,0(1)0(22

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    47

    CAPTULO 3 VIBRAO EXCITADA HARMONICAMENTE Sumrio:

    Introduo;

    Equao geral do movimento;

    Resposta de sistema no amortecido fora harmnica;

    Resposta de sistema amortecido fora harmnica;

    Excitao pela base e movimento de suporte;

    Problemas de desbalanceamento rotativo;

    Soluo de equaes do movimento (simulao no Matlab).

    3.1 Introduo

    Diz-se que um sistema mecnico ou estrutural sofre vibrao forada sempre que

    energia externa fornecida ao sistema durante a vibrao. Essa energia fornecida por meio

    de uma fora aplicada ou por uma excitao de deslocamento imposta. A natureza da fora

    aplicada ou da excitao pode ser de natureza harmnica, no harmnica, no peridica ou

    aleatria. A resposta de um sistema sujeito excitao harmnica tambm denominada de

    resposta harmnica. A excitao no peridica pode ser de curta ou longa durao. A

    resposta de um sistema dinmico a excitaes no peridicas aplicadas repentinamente

    denominada de resposta transiente.

    Nesse captulo, consideraremos apenas a resposta dinmica de um sistema de 1 grau

    de liberdade sob excitao harmnica da forma )cos()( 0 tFtF , onde F0 a amplitude,

    a freqncia e o ngulo de fase da excitao harmnica. Ser observado que se a frequncia de excitao coincidir com a frequncia natural, a resposta do sistema ser muito

    grande. Em geral, essa condio, conhecida como ressonncia deve ser evitada, para impedir

    a falha do sistema. A vibrao produzida por uma mquina rotativa desbalanceada e o

    movimento vertical de um automvel sobre uma superfcie senoidal de uma estrada so

    exemplos de vibrao excitada harmonicamente.

    3.2 Equao Geral de Movimento

    Seja uma fora )(tF que age sobre um sistema massa-mola viscosamente amortecido,

    como mostra a Fig. (3.1a).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    48

    A partir do D.C.L. da Fig. (3.1b) a equao de movimento pode ser obtida pela

    aplicao da segunda lei de Newton:

    )(tFxkxcxm (3.1)

    Visto que essa equao considerada no homognea, sua soluo geral )(tx dada

    pela soma da soluo homognea )(txh com a soluo particular )(txp . A soluo da

    equao homognea

    0 xkxcxm (3.2)

    representa a vibrao livre do sistema e j foi discutida no Captulo 2. Como visto na seo

    2.4, essa vibrao ou oscilao livre desaparece com o tempo sob cada uma das trs condies

    de amortecimento (subamortecida, amortecida criticamente e superamortecida) e sob todas as

    possveis condies iniciais.

    Assim, a certa altura, a soluo geral da Eq. (3.1) reduz-se soluo particular )(txp ,

    que representa a vibrao forada em regime permanente. As variaes das solues

    homognea, particular e geral com o tempo para um caso tpico so mostradas na Fig. (3.2).

    Podemos perceber que )(txh desaparece e )(tx torna-se )(txp aps algum tempo . A parte

    do movimento que desaparece devido ao amortecimento denominada transitria.

    3.3 Resposta de Sistema No Amortecido Fora Harmnica

    Considerando um sistema no amortecido sujeito a uma fora harmnica,

    tFtF o cos)( , a equao de movimento, Eq. (3.1), reduz-se a

    tFxkxm o cos (3.3)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    49

    A soluo homognea dessa equao dada por

    tCtCtx nnh sincos)( 21 (3.4)

    onde mkn a frequncia natural do sistema. Como a fora de excitao F(t)

    harmnica, a soluo particular )(txp tambm harmnica e tem a mesma frequncia .

    Assim, admitimos uma soluo na forma

    tXtxp cos)( (3.5)

    onde X uma constante que denota a mxima amplitude de )(txp . Substituindo a Eq. (3.5) na

    Eq. (3.3) e resolvendo para X, obtemos

    22 1 nsto

    mk

    FX

    (3.6)

    Onde, kFost denota a deflexo esttica. Assim, a soluo total da Eq. (3.3) torna-se

    tmk

    FtCtCtx onn

    cossincos)(

    221 (3.7)

    Usando as condies iniciais oxtx )0( e oxtx )0( , obtm-se

    n

    ooo

    xC

    mk

    FxC

    221 , (3.8)

    e, por consequncia,

    tmk

    Ft

    xt

    mk

    Fxtx on

    n

    on

    oo

    cossincos)(

    22

    (3.9)

    A mxima amplitude X na Eq. (3.6) pode ser expressa como

    211

    nst

    XM

    (3.10)

    A quantidade stXM representa a razo entre a amplitude dinmica e amplitude

    esttica do movimento e denominada fator de amplificao. A variao desse coeficiente,

    com a razo de frequncias nr , mostrada na Fig. (3.3), onde podemos constatar que

    h trs tipos de resposta do sistema.

    Caso 1: Quando 10 n , o denominador da Eq. (3.10) positivo, e a resposta dada

    pela Eq. (3.5) sem alterao. Diz-se que a resposta est em fase com a fora externa.

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    50

    Caso 2: Quando 1n , o denominador da Eq. (3.10) negativo, e a soluo em regime

    permanente pode ser expressa como tXtxp cos)( , onde a amplitude de movimento X

    redefinida como uma quantidade positiva,

    12

    n

    stX

    (3.11)

    Visto que )(txp e )(tF tem sinais opostos, diz-se que a resposta est defasada de 180

    em relao fora externa. Alm disso, quando n , 0X . Assim, a resposta do

    sistema a uma fora harmnica de frequncia muito alta prxima de zero.

    Caso 3: Quando 1n , a amplitude X da Eq. (3.10) ou Eq. (3.11) torna-se infinita. Essa

    condio, para a qual a frequncia de excitao igual frequncia natural do sistema n, denominada de ressonncia. Para determinar a resposta para essa condio, reescrevemos a

    Eq. (3.9) como

    21

    coscossincos)(

    n

    nstn

    n

    ono

    ttt

    xtxtx

    (3.12)

    Visto que o ltimo termo da Eq. (3.12) possui uma indeterminao quando n ,

    aplicamos a regra de LHospital para avaliar o limite desse termo, derivando separadamente o numerador e o denominador em relao a . A resposta do sistema em ressonncia torna-se

    tsin2

    t.tsin

    xtcosx)t(x n

    nstn

    n

    ono

    (3.13)

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    51

    Podemos ver pela Eq. (3.13) que, em ressonncia, )(tx aumenta indefinidamente. O

    ltimo termo dessa equao mostrado na Fig. (3.6), onde se observa que a amplitude da

    resposta aumenta linearmente com o tempo.

    3.3.1 Resposta total de vibrao no amortecida

    A resposta total do sistema, dado pelas Eq. (3.7) ou Eq. (3.9), tambm pode ser

    expressa como

    1para;tcos

    1)t(cosA)t(x n2

    n

    stn

    (3.14)

    1para;tcos

    1)t(cosA)t(x n2

    n

    stn

    (3.15)

    onde A e podem ser determinados pelas condies iniciais, como j discutido anteriormente. Assim, o movimento completo pode ser expresso como a soma de duas curvas

    cossenoidais de frequncias diferentes, como mostra a Fig. (3.7).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    52

    3.3.2 Fenmeno do batimento

    Se a frequncia forante for prxima frequncia natural do sistema, pode ocorrer um

    fenmeno conhecido como batimento. A partir da Eq. (3.9), se as condies iniciais forem

    nulas, 0 oo xx , esta reduz-se a,

    tt

    mFtt

    mFtx nn

    n

    on

    n

    o

    2sin.

    2sin2coscos)(

    2222

    (3.16)

    Seja a freqncia de excitao for ligeiramente menor que a freqncia natural,

    2n , onde uma quantidade pequena. Ento, n e 2n . Rearranjando

    o segundo termo, a Eq. (3.16) fica

    )(sin)(sin2

    )( ttmF

    tx o

    (3.17)

    J que pequena, a funo tsin varia lentamente, e seu perodo, igual a 2

    grande (ver Exerccio_11). A Fig. (3.8) mostra que a amplitude aumenta e diminui

    continuamente com perodo de batimento dado por

    )(

    2

    2

    2

    nb

    (3.18)

    e a frequncia de batimento definida como

    nb 2 (3.19)

    3.4 Resposta de Sistema Amortecido Excitao Harmnica

    3.4.1 Equao de movimento sob excitao harmnica

    Se a funo forante harmnica for dada por tFtF o cos)( , a equao de

    movimento torna-se

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    53

    tFxkxcxm o cos (3.20)

    Como espera-se que a soluo particular da Eq. (3.20) tambm seja harmnica,

    admitimos que esteja na forma

    tXtxp cos)( (3.21)

    onde X e so constantes a serem determinadas. Substituindo a Eq. (3.21) e suas respectivas derivadas na Eq. (3.20), chegamos a

    tFtsenctmkX o cos)()(cos)( 2 (3.22)

    Desenvolvendo as relaes trigonomtricas da Eq. (3.22) e igualando os coeficientes

    de tcos e tsen em ambos os lados da equao resultante, obtm-se o sistema de equaes:

    0cos)(

    cos)(

    2

    2

    csenmkX

    FsencmkX o (3.23)

    cuja soluo pode ser obtida na forma,

    222 )()( cmk

    FX o

    (3.24)

    e

    2

    1

    mk

    ctg (3.25)

    Inserindo as expresses de X e na Eq. (3.21), obtemos a soluo particular. Dividindo tanto o numerador quanto o denominador da Eq. (3.24) por k e fazendo algumas

    substituies algbricas, obtemos

    222222 )2()1(1

    )(2)(1

    1

    rr

    X

    nnst

    (3.26)

    e

    2

    1

    2

    1

    1

    2

    )(1

    )(2

    r

    rtgtg

    n

    n

    (3.27)

    As variaes de stXM e com a razo de frequncias nr e o fator de

    amortecimento so ilustrados na Fig. (3.11).

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    54

    Obs_1: Algumas caractersticas do fator de amplificao pela Fig. (3.11a) so:

    1. Para o sistema no amortecido )0( , a Eq. (3.26) reduz-se Eq. (3.10) e

    stX quando 1 nr ;

    2. Qualquer quantidade de amortecimento )0( reduz o fator de amplificao M para

    todos os valores da frequncia forante. Porm a reduo mais significativa na

    regio prxima da ressonncia;

    3. A amplitude de vibrao forada torna-se menor com valores crescentes da frequncia

    forante, isto , 0M quando nr ;

    Obs_2: Algumas caractersticas do ngulo de fase pela Fig. (3.11b) so:

    4. Para um sistema no amortecido )0( , a Eq. (3.27) mostra que o ngulo de fase

    0 para 10 r (excitao e resposta esto em fase) e 180 para 1r (excitao e resposta esto defasadas);

    5. Para 0 e 10 r , o ngulo de fase dado por 900 , o que implica que a resposta se atrasa em relao excitao;

    6. Para 0 e 1r , o ngulo de fase dado por 18090 , o que implica que

    a resposta se adianta em relao excitao;

    7. Para 0 e 1r , o ngulo de fase 90 , o que implica que a diferena de fase

    entre a excitao e a resposta 90. Para 0 e valores grandes de r, o ngulo de

    fase 180 , e a resposta e a excitao esto fora de fase.

    3.4.2 Resposta total de vibrao amortecida

    A soluo completa da resposta dada por )()()( txtxtx ph , onde )(txh j foi

    obtida na Seo 2.4. Assim, para um sistema sub amortecido, teremos

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    55

    )cos()cos()( tXteXtx odt

    on (3.28)

    onde X e so dados pelas Eq. (3.26) e (3.27), respectivamente, e Xo e o podem ser determinados pelas condies iniciais do problema (ver Exerccio_12).

    3.4.3 Equao de movimento na forma complexa

    Outra forma interessante de anlise da resposta considerar a excitao harmnica

    descrita na forma complexa, tioeFtF

    )( , de modo que a equao de movimento torna-se

    tioeFxkxcxm

    (3.29)

    Como uma excitao real dada somente pela parte real de )(tF , a resposta tambm

    ser dada pela parte real de )(tx , e satisfaz a Eq. (3.29). Admitindo a soluo particular )(txp

    na forma

    ti

    pti

    pti

    p eXtxeXitxeXtx 2)(;)(;)( (3.30)

    obtemos, pela substituio dos termos da Eq. (3.30) na Eq. (3.29),

    cimk

    FX o

    )( 2 (3.31)

    Multiplicando o numerador e o denominador do lado direito da Eq. (3.31) por

    cimk )( 2 e separando as partes, real e imaginria, obtemos

    222222

    2

    )()()()(

    cmk

    ci

    cmk

    mkFX o (3.32)

    Usando as propriedades e notao de nmero complexo: ieAiyx , onde

    22 yxA e xytg , a Eq. (3.32) pode ser expressa como

    io ecmk

    FX

    222 )()(

    (3.33)

    onde

    2

    1

    mk

    ctg (3.34)

    3.4.4 Resposta de regime permanente no tempo

    Assim, a soluo em regime permanente, dada pela Eq. (3.30), torna-se

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    56

    )(

    222 )()()(

    tiop ecmk

    Ftx (3.35)

    3.4.5 Resposta em frequncia

    A Eq. (3.31) tambm pode ser reescrita na forma complexa por,

    )(2)1(

    12

    iHrirF

    Xk

    o

    (3.36)

    onde, )( iH conhecida como a resposta em frequncia complexa do sistema. O valor

    absoluto de )( iH dado por

    222 )2()1(

    1)(

    rrF

    XkiH

    o

    (3.37)

    e denota o fator de amplificao definido na Eq. (3.26). Utilizando a relao de

    Euler*: seniei cos , pode-se mostrar que as Eqs. (3.36) e (3.37) esto relacionadas:

    ieiHiH )()( (3.38)

    onde dado pela Eq. (3.34), que tambm pode ser expressa como

    2

    1

    1

    2

    r

    rtg

    (3.39)

    Assim, a Eq. (3.35) pode ser expressa como

    )()()( tiop eiHk

    Ftx (3.40)

    Assim, podemos ver que a funo de resposta em frequncia complexa contm a

    magnitude e a fase da resposta em regime permanente. Se tFtF o cos)( , a soluo dada

    pela parte real da Eq. (3.35), que tambm igual a Eq. (3.21).

    )(

    222)(Re)(cos

    )()()(

    tioop eiH

    k

    Ft

    cmk

    Ftx (3.41)

    (*) LEONHARD EULER (1707-1783) tornou-se matemtico e professor de matemtica na corte imperial de

    So Petersburgo, Rssia. Produziu muitas obras sobre lgebra e geometria e interessava-se tambm pela forma

    geomtrica das curvas de deflexo na resistncia dos materiais. Ele tambm deduziu a equao de movimento

    para as vibraes de flexo de uma haste (teoria de Euler-Bernoulli). Usando algumas constantes e smbolos

    matemticos (e, , 1i ), Euler encontrou a expresso: ii esenie cos101 .

  • Notas de Aulas Perodo 2013.1: Vibraes Mecnicas Professor Antonio Almeida Silva (UFCG/CCT/UAEM)

    57

    De maneira semelhante, se tsenFtF o )( , a soluo em regime permanente

    correspondente dada pela parte imaginria da Eq. (3.35):

    )(

    222)(Im)(

    )()()(

    tioop eiH

    k

    Ftsen

    cmk

    Ftx (3.42)

    3.4.6 Representao complexa do movimento harmnico

    A excitao harmnica e a resposta do sistema amortecido podem ser representadas

    graficamente no plano complexo, e pode-se dar uma interessante interpretao ao diagrama

    resultante. Inicialmente, diferenciamos a Eq. (3.41) em relao ao tempo duas v