apostila_sistema de controle em tempo discreto

128
Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Escola de Engenharia Departamento de Mecânica - DEMEC EMA166 Sistema de Controle em Tempo Discreto Notas de Aula Introdução ao Controle de Sistemas em Tempo Discreto Autor: Prof. Dr. Lázaro Valentim Donadon Fevereiro de 2010

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Apostila de Sistemas de controle

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Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

Escola de Engenharia

Departamento de Mecânica - DEMEC

EMA166 – Sistema de Controle em Tempo

Discreto

Notas de Aula

Introdução ao Controle de Sistemas em Tempo

Discreto

Autor: Prof. Dr. Lázaro Valentim Donadon

Fevereiro de 2010

ii

Prefácio

Ementa:

Amostragem de Sinais contínuos; Transformada Z; Modelos Discretos; Espaço de

Estados discreto; Análise de Sistemas Discretos; Controladores PID digital; Métodos de

projeto de controladores em tempo discreto, Realimentação de Estado e Observadores

de Estado.

Programa:

Semana: Data: Assunto:

1 Introdução ao controle de sistemas em tempo discreto

2 Transformada Z

3 Função de Transferência em Tempo Discreto – Parte I

4 Função de Transferência em Tempo Discreto – Parte II

5 Aula de Exercícios

6 1ª Prova

7 Projeto de Controladores por Métodos Clássicos

8 Exercícios

9 Formulação por Matrizes de Estado

10 Controlabilidade e Observabilidade

11 2ª Prova

11 09/06 Alocação de Pólos, realimentação e observadores de estado

12 16/06 Exercícios – Matlab

13 23/06 Observadores de ordem reduzida

14 30/06 Exercícios

15 Exercícios adicionais

16 3ª Prova

Critérios de Avaliação:

1ª Prova 30%, 2ª Prova 30%, 3ª Prova 30%, listas de exercício 10%

Bibliografia:

K. Ogata. Discrete-Time Control Systems. Prentice Hall, 2nd

Edition. 1994.

G.F. Franklin, J.D. Powell, and M.L. Workman. Digital Control of Dynamic Systems.

Addison-Wesley, 3rd

Edition. 1998.

C.L. Phillips, H.T. Charles. Digital control system analysis and design. 3rd

Edition

Englewood Cliffs, N. J.: Prentice - Hall, c1995.

iii

Sumário

1 INTRODUÇÃO AO CONTROLE DE SISTEMAS EM TEMPO DISCRETO 1

1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 1.2 SISTEMAS DE CONTROLE EM TEMPO DISCRETO........................................................................ 1 1.3 TIPOS DE SINAIS .................................................................................................................... 5 1.4 AMOSTRAGEM DE SINAIS CONTÍNUOS..................................................................................... 6

1.4.1 Teoria da Amostragem – Tratamento empírico ................................................................. 6 1.4.2 Não unicidade de sinais amostrados................................................................................. 8

1.5 EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................... 10

2 TRANSFORMADA Z ....................................................................................... 11

2.1 MÉTODO DA TRANSFORMADA Z .......................................................................................... 11 2.1.1 Transformada Z ............................................................................................................. 11 2.1.2 Transformada Z de funções elementares ......................................................................... 11 2.1.3 Propriedades da Transformada Z ................................................................................... 13 2.1.4 Principais Transformadas Z ........................................................................................... 16 2.1.5 Principais Propriedades da Transformadas Z ................................................................ 16

2.2 TRANSFORMADA Z INVERSA ................................................................................................ 16 2.2.1 Método de expansão em frações parciais ....................................................................... 17 2.2.2 Método computacional - Matlab..................................................................................... 20

2.3 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................... 20 2.4 EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................... 22

3 FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA EM TEMPO DISCRETO ....................... 23

3.1 AMOSTRAGEM IMPULSIVA ................................................................................................... 23 3.2 CIRCUITO DATA-HOLD ....................................................................................................... 24

3.2.1 Segurador de Ordem Zero (ZOH)................................................................................... 25 3.2.2 Segurador de primeira ordem (FOH) ............................................................................. 26 3.2.3 Funções de Transferência em Tempo Discreto com ZOH ................................................ 27 3.2.4 Resposta em Freqüência do ZOH ................................................................................... 28

3.3 FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA PULSADA ............................................................................... 29 3.3.1 Transformada Z de FTs incluindo o amostrador ............................................................. 30 3.3.2 Função de Transferência em Cascata ............................................................................. 31 3.3.3 Função de transferência em malha fechada .................................................................... 32 3.3.4 Função de transferência em malha fechada de controladores digitais ............................. 33 3.3.5 Função de transferência pulsada de um controlador PID digital .................................... 33 3.3.6 Simulação de sistemas em tempo discreto ....................................................................... 37 3.3.7 Realização de Controladores digitais e filtros digitais .................................................... 38 3.3.8 Resposta ao Impulso Finita e Infinita ............................................................................. 40

3.4 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................... 42 3.5 EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................... 44

4 PROJETO DE CONTROLADORES POR MÉTODOS CLÁSSICOS .......... 46

4.1 MAPEAMENTO ENTRE PLANO Z E PLANO S ........................................................................... 46 4.2 ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE SISTEMAS NO PLANO Z ......................................................... 50 4.3 RESPOSTA TRANSIENTE ....................................................................................................... 51 4.4 MÉTODO DE PROJETO BASEADO NO LUGAR DAS RAÍZES ........................................................ 52 4.5 PROJETO DE CONTROLADORES PID ..................................................................................... 59

4.5.1 Ziegler-Nichols malha fechada....................................................................................... 59 4.5.2 Ziegler-Nichols Malha Aberta ........................................................................................ 61

4.6 CONTROLADOR TIPO “DEAD BEAT”..................................................................................... 61 4.7 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................... 62 4.8 EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................... 64

iv

5 FORMULAÇÃO POR MATRIZES DE ESTADO.......................................... 66

5.1 INTRODUÇÃO À FORMULAÇÃO DE ESTADO ........................................................................... 66 5.2 NOMENCLATURA DE ESPAÇO DE ESTADOS ........................................................................... 67 5.3 REPRESENTAÇÃO DE ESPAÇO DE ESTADOS DISCRETOS.......................................................... 67

5.3.1 Forma Canônica Controlável ......................................................................................... 67 5.3.2 Forma Canônica Observável ......................................................................................... 68 5.3.3 Forma Canônica Diagonal ............................................................................................ 68 5.3.4 Forma Canônica de Jordan ........................................................................................... 69 5.3.5 Não unicidade das matrizes de estado ............................................................................ 69

5.4 SIMULANDO UM SISTEMA NA FORMA DE ESTADO DISCRETO .................................................. 70 5.5 PASSANDO DE MATRIZES DE ESTADO PARA FT .................................................................... 70 5.6 DISCRETIZAÇÃO DE MATRIZES DE ESTADO CONTÍNUAS ....................................................... 71 5.7 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................... 74 5.8 EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................... 77

6 CONTROLABILIDADE E OBSERVABILIDADE ........................................ 78

6.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 78 6.2 CONTROLABILIDADE ........................................................................................................... 78 6.3 CONTROLABILIDADE DE SAÍDA ............................................................................................ 80 6.4 OBSERVABILIDADE ............................................................................................................. 81 6.5 COMENTÁRIOS GERAIS SOBRE CONTROLABILIDADE E OBSERVABILIDADE .............................. 84

6.5.1 Princípio da dualidade................................................................................................... 84 6.5.2 Condições de controlabilidade e observabilidade em termos de Funções de Transferência 85 6.5.3 Efeito da discretização ................................................................................................... 87

6.6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................... 87 6.7 EXERCÍCIOS PROPOSTOS...................................................................................................... 88

7 PROJETO DE CONTROLADORES VIA ALOCAÇÃO DE PÓLOS ........... 90

7.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 90 7.2 FÓRMULA DE ACKERMANN ................................................................................................. 91 7.3 FORMAS ALTERNATIVAS PARA O GANHO K........................................................................... 92 7.4 CONTROLE POR REALIMENTAÇÃO DE ESTADO...................................................................... 94 7.5 OBSERVADORES DE ESTADO ................................................................................................ 97

7.5.1 Observadores de Estado de Ordem Completa ................................................................. 97 7.5.2 Comentários sobre estimador de estado ....................................................................... 100 7.5.3 Estimadores de Ordem Reduzida .................................................................................. 103

7.6 RESUMO DA METODOLOGIA PARA PROJETO DE CONTROLADORES ....................................... 109 7.7 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................. 111 7.8 EXERCÍCIOS PROPOSTOS.................................................................................................... 117

8 PROJETOS ..................................................................................................... 119

8.1 PÊNDULO INVERTIDO ........................................................................................................ 120 8.2 SUSPENSÃO ATIVA PARA ¼ DE VEÍCULO ............................................................................ 121 8.3 CONTROLE NÃO COLOCADO ............................................................................................... 122 8.4 PROJETO DE FILTROS DIGIAIS ............................................................................................ 123

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 124

1

Capítulo 1

1 Introdução ao Controle de Sistemas em Tempo Discreto

Neste item, será apresentado os equipamentos utilizados em sistemas de

controle, isto é, será descrito brevemente os componentes necessários para se

implementar um sistema de controle em tempo real.

1.1 Introdução

Aqui, serão tratados sistemas lineares e invariantes no tempo em que o

controle de sistemas em tempo discreto é entendido como a implementação de sistemas

de controle utilizando placas de aquisição de dados capazes de medir uma determinada

quantidade de sinais analógicos, processá-los e devolvê-los ao meio ambiente.

1.2 Sistemas de controle em tempo discreto

Um sistema de controle em tempo contínuo em realimentação pode ser

reresentado como na Figura 1.1, neste caso, todos os sinais envolvidos são sinais

contínuos e o sistema de controle e a planta podem ser escritos no domínio de Laplace.

Figura 1.1: Exemplo de um sistema de controle em tempo contínuo

Já os sistemas de controle em tempo discreto envolvem a discretização de uma

ou mais variáveis do processo de controle. Normalmente, a implementação de um

sistema de controle em tempo discreto envolve a utilização de um computador em

conjunto com uma placa de aquisição de dados para a implementação do controlador.

Sendo assim, está implícito no método que ocorra pelo menos uma passagem do tempo

contínuo para o tempo discreto, denominada discretização ou amostragem do sinal, e

uma passagem do tempo discreto para o tempo contínuo, chamada de reconstrução.

A implementação em tempo real de controle para um sistema de controle em

tempo discreto em realimentação onde o controlador é implementado em tempo discreto

pode ser observado na Figura 1.2.

2

Figura 1.2: Exemplo de um sistema de controle em tempo discreto

Ambiente Físico é o ambiente no qual será implementado o sistema de controle,

é o ambiente real onde o processo físico ocorre.

Ambiente Computacional é o ambiente onde o sistema de controle é

implementado, isto é, onde ocorre o processo de síntese do controlador e é calculada a

lei de controle. Este ambiente representa o hardware e software onde o sistema de

controle é implementado, como por exemplo, no Matlab/Simulink.

Variável Física é a quantidade física que se deseja medir para ser usada no

sistema de controle, por exemplo, deslocamento, velocidade, aceleração, temperatura,

pressão, etc.

Transdutor é o dispositivo capaz de transformar uma quantidade de entrada em

outra quantidade de saída, normalmente voltagem, isto é, é o dispositivo que tem a

capacidade de medir a variável física e transformá-la em voltagem para ser utilizado

como informação pelo sistema de controle, em outras palavras, é simplesmente o

sensor, como acelerômetros, vibrômetros laser, células de carga, sensores de posição,

tacômetros, microfones, etc.

Condicionador de sinais é o dispositivo que alimenta o transdutor, pois

normalmente o transdutor precisa de uma fonte de alimentação específica para ele. De

maneira geral, os transdutores geram uma quantidade de voltagem insuficiente para

serem utilizados em sistemas de medida e controle, necessitando assim de um sistema

de amplificação. Os condicionadores de sinais podem incluir um amplificador

operacional como fonte de alimentação básica, um sistema de amplificação e filtros

analógicos, integradores, etc.

Filtros Analógicos são dispositivos que modificam o sinal de entrada, isto é,

eles eliminam determinadas faixas de freqüência do sinal de entrada. São classificados

em filtros passa-baixo, onde apenas freqüências abaixo de um determinado valor estão

presentes no sinal de saída, filtros passa-alto onde apenas freqüências acima de um

determinado valor estão presentes no sinal de saída, passa-banda onde apenas uma

determinada faixa de freqüências está no sinal de saída e rejeita-banda onde uma banda

de freqüências é retirada do sinal de saída. Alguns filtros podem incluir um sistema de

amplificação, mas em geral não substituem o sistema de condicionamento de sinal.

3

Figura 1.3: Exemplo de curva em freqüência de um filtros ideais. Passa-baixo. Passa-

alta, Rejeita-banda ou Notch e Passa-banda

Multiplexador Analógico normalmente é parte integrante da placa de aquisição

de sinais e é o dispositivo que conecta os canais de entrada da placa de aquisição de

dados ao circuito “Sample and hold”. Normalmente uma placa de aquisição de sinais

contém vários canais de entrada e apenas um multiplexador analógico.

Circuito Sample-and-Hold é dispositivo que faz a amostragem, sample, e

mantém o sinal amostrado por um determinado período de tempo, hold. Este dispositivo

é aquele que o usuário tem a escolha do tempo de discretização.

Conversor Analógico Digital é o dispositivo que realmente realiza o processo

de amostragem e quantificação do sinal analógico, isto é, a saída do conversor A/D é

um sinal binário, normalmente o multiplexador analógico e circuito sample-and-hold

são partes integrantes do conversor A/D.

Figura 1.4: Componentes básicos de um sistema de medida

Demultiplexador é dispositivo que conecta a saída de dados da placa de

aquisição de sinais com os respectivos canais de saída. Esta conexão é sincronizada com

o respectivo tempo de amostragem.

Conversor Digital Analógico é o dispositivo que transforma uma entrada

digital, neste caso um número binário, em uma saída analógica.

Hold ou segurador é um dispositivo que mantém o sinal de saída do conversor

D/A seguindo uma determinada função, isto é, o hold mais comum é o Zero-Order Hold

(ZOH), segurador de ordem zero, ele mantém o sinal constante como apresentado

abaixo. Este dispositivo é parte integrante do conversor D/A, Figura 1.5.

4

Figura 1.5: sinal contínuo e sinal contínuo com segurador de ordem zero

Filtro de reconstrução é um filtro analógico adicionado na saída do conversor

D/A com o intuito de eliminar as “escadas” feitas pelo segurador. Este filtro pode ser

eliminado do processo se necessário.

Sistema de condicionamento do atuador é um dispositivo parecido com o

condicionador apresentado anteriormente e serve para alimentar, filtrar e amplificar o

sinal que será enviado ao atuador.

Atuador é o dispositivo responsável por implementar a lei de controle no

sistema físico, isto é, é o dispositivo que implementa fisicamente a lei de controle.

Figura 1.6: Componentes básicos de um sistema de atuação

Exemplo 1.1: Controle de temperatura de uma autoclave

Figura 1.7: Sistema de controle de temperatura em uma autoclave

Exemplo 1.2: Montagem experimental de um sistema de controle

5

Figura 1.8: Sistema de controle detalhado

1.3 Tipos de sinais

Sinais em analógico em tempo contínuos são sinais contínuos definidos em

qualquer instante de tempo cuja amplitude varia continuamente neste intervalo. Figura

1.9(a).

Sinal em tempo contínuo quantizado é um sinal cuja amplitude só pode

assumir valores pré-determinados. Figura 1.9(b).

Sinais discretizados são sinais que só podem assumir valores em determinados

instantes de tempo. Figura 1.9(c).

Sinais discretizados e quantizados são sinais discretizados que só podem

assumir determinados valores de amplitude. Figura 1.9(d).

(a) Sinal contínuo (b) Sinal contínuo quantizado

(c) Sinal discretizado (d) Sinal discretizado quantizado

Figura 1.9: Tipos de sinais

6

A Figura 1.9(a) representa um sinal analógico qualquer, enquanto que a Figura

1.9(d) representa um sinal visto por um sistema de aquisição de dados, isso significa

que existirão erros entre a passagem de um sinal contínuo para um sinal discreto. Aqui o

termo sinal contínuo ser referirá sempre ao sinal da Figura 1.9(a) enquanto que um sinal

discreto ou em tempo discreto a um sinal igual ao da Figura 1.9(d).

Controle de sistemas em tempo discreto envolverá uma ou mais variáveis que só

podem ser acessadas ou lidas em determinados instantes de tempo através de um

processo de amostragem.

1.4 Amostragem de sinais contínuos

Este item será explicado como a amostragem de um sinal contínuo deve ser feito

sem que haja perda de informação ou se cometa erros durante este processo.

O Processo de Amostragem de sinais contínuos substitui o sinal em tempo

contínuo por uma seqüência de valores em tempo discreto. Este processo normalmente é

seguido por um processo de quantização do sinal discreto.

1.4.1 Teoria da Amostragem – Tratamento empírico

A amostragem ou discretização de um sinal analógico é feita seguindo um

determinado tempo de amostragem T, em segundos, ou freqüência de amostragem fa,

dada em Hz. Sendo que,

fa

1T (1.1)

Então, a amostragem é dada pela seguinte relação,

k

kTt)t(xkTx k=0, 1, 2 ... (1.2)

onde o delta de Dirac,, extrai o valor da função no instante em que t = kT.

(a) sinal contínuo (b) Sinal amostrado

Figura 1.10: Sinal contínuo e sinal amostrado

7

Para que um sinal contínuo possa ser corretamente discretizado, ele deve

obedecer às regras imposta por Fourier, isto é, a maior freqüência contida no sinal a ser

amostrado deverá obrigatoriamente ser menor que metade da freqüência de amostragem

fa que é conhecida como freqüência de Nyquist fN. De modo geral, para uma boa

aplicação de sistemas de controle, deve ser considerado pelo menos de 4 a 6 pontos por

período da maior freqüência a ser amostrada para que o sistema de controle possa

funcionar adequadamente.

Exemplo 1.3: Supor um sinal analógico com apenas uma freqüência igual a 400 Hz. Se

a amostragem for feita com uma freqüência de amostragem fa = 1600 Hz. Pede-se:

a) Qual o tempo de amostragem?

Solução:

O tempo de amostragem T é dados por,

ms625.01600

1

fa

1T

b) Quantos pontos por período?

Solução:

Como o sinal contínuo tem f = 400 Hz e a amostragem foi feita em 1600

Hz, então o número de pontos por período é dado por,

Número de pontos por período n = 1600/400 = 4.

c) Gráfico do sinal correto vs sinal amostrado

Figura 1.11: Sinal correto e sinal amostrado

Exemplo 1.4: Supondo um sistema massa-mola com m=0.5 kg e k = 100.000 N/m que

será simulado em tempo discreto por uma senóide com freqüências de 65 e 85 Hz. Qual

deverá ser o tempo de amostragem mínimo supondo 6 pontos por período?

Solução:

Para 6 pontos por período,

F = 65 Hz, então, ms57.265

1

6

1T

8

F = 85 Hz, então, ms96.185

1

6

1T

s/rad21.447m

kn significando que Hz18.71

2

21.447f n

, então

ms35.218.71

1

6

1T

Desta forma, terá de ser amostrado com o menor T, então, 1.96 ms.

Exemplo 1.5: Supondo um sistema G(s) como abaixo. Qual deverá ser o tempo de

amostragem mínimo para uma simulação utilizando uma entrada degrau unitário?

25s26s2s

15s5)s(G

23

Solução:

O primeiro passo neste caso é calcular as raízes do denominador ou calcular os

pólos do sistema, neste caso, os pólos são dados por:

s1 = -1, s2,3 = -0.54.975i

Deve ser lembrado que o par de pólos complexo é dado por,

dn2,1 is com 2

nd 1 (1.3)

Chegando a = 0.1 e n = 5 rad/s. O pólo real pode ser considerado um pólo

com amortecimento = 1 e n = 1 rad/s. Portanto, considerando 6 pontos por período,

ms25

2

6

1T

Figura 1.12: Resposta em tempo contínuo e tempo discreto

1.4.2 Não unicidade de sinais amostrados

9

Supondo a Figura 1.13, observe que se a senoide de 400 Hz for amostrada com T

= 2 ms isso representa uma freqüência de amostragem fa = 500 Hz e uma freqüência de

Nyquist fN = 250 Hz. O sinal original de 400 Hz se rebate em Nyquist, representando

uma freqüência aparente de 100 Hz.

Figura 1.13: Sinal contínuo e sinal amostrado incorretamente

Desta forma, não se pode amostrar um sinal cuja freqüência seja maior que a

freqüência de Nyquist, para evitar este problema, os sinais devem ser filtrados por um

filtro passa baixo para eliminar todas as freqüências do sinal acima de Nyquist.

Além disso, significa que uma vez o sinal tenha sido amostrado, não é mais

possível recupera-lo completamente devido ao problema de amostragem. Por isso, a

discretização do sinal deve ser feita com muito cuidado para obter o resultado final

desejado.

Em geral, o tempo de discretização será limitado pela capacidade da placa de

aquisição de sinais, isto é, as placas possuem uma capacidade limitada em velocidade de

processamento, isso na prática irá limitar a velocidade de aquisição.

10

1.5 Exercícios Propostos

Exercício 1.1: Calcular o tempo de amostragem mínimo para simular o sistema de 2ª

ordem dado abaixo para uma entrada senoidal com freqüência = 50 radl/s, supondo 6

pontos por período.

10000s20s

100)s(G

2

Exercício 1.2: Calcular o tempo de amostragem mínimo para simular o sistema de 1ª

ordem dado abaixo para uma entrada senoidal com freqüência = 50 radl/s e para a

entrada degru unitário, supondo 6 pontos por período.

1s10

1)s(G

11

Capítulo 2

2 Transformada Z

Neste capítulo, será abordada a transformada e a transformada inversa Z para

sinais contínuos e discretos.

2.1 Método da Transformada Z

O método da Transformada Z, transforma equações diferenciais temporais em

equações algébricas no domínio discreto. Aqui, serão tratados sinais e sistemas lineares

com parâmetros invariantes no tempo. Será assumido que o tempo de amostragem T

seja escolhido de tal forma a possibilitar a reconstrução do sinal temporal original,

significando que não haverá erros de processamento de sinais. Para iniciar, deve-se

considerar que a discretização de um sinal temporal contínuo é dada por,

k

kTt)t(xkTx (2.1)

Aqui deve ser comentado que a equação acima transforma um sinal contínuo em

um sinal discreto independente do teorema da amostragem apontado no capítulo 1. Isto

significa apenas que a reconstrução do sinal em tempo contínuo será possível apenas se

o tempo de amostragem foi escolhido apropriadamente.

2.1.1 Transformada Z

A transformada Z de uma função temporal contínua x(t), onde t representa

apenas o eixo positivo de tempo, para um tempo de amostragem T será definida por,

0k

kzkTxkTxZtxZzX (2.2)

2.1.2 Transformada Z de funções elementares

Função Degrau Unitário definido como

0t0

0t1)t(1tx

Solução: Aplicando a definição,

321

0k

k zzz1z)t(1ZtxZzX

Fazendo,

12

1Gzzzzz

Gzzz1G 4321321

Portanto,

1z1

1

1z

zGz)1z(GzzGG1G

z

G

Então,

1z

z

z1

1zzz1z1ZtxZzX

1

321

0k

k

Note que esta série convergirá se |z| >1.

Função Rampa Unitária definida por:

0t0

0tttx

Solução: Aplicando a definição,

321

0k

k z3z2zTkTzkTZtZzX

Fazendo,

4321

4323211

321

zzzzGz

1z

z3z2zz3z2zG)z1(

z3z2zG

Comparando com o exemplo do degrau unitário, então,

212z1

1

1z

zGG

z

1z1

1z

z

Portanto,

221

1321

0k

k

1z

Tz

z1

Tzz3z2z1TkTzkTZtZzX

Função Polinomial na forma

0t0

t0atx

k

com a constante.

Solução: Aplicando a definição,

az

z

az1

1zazaaz1zaaZzX

1

33221

0k

kkk

Utilizando o mesmo princípio do exemplo anterior,

33221 zazaaz1G

Portanto,

1zazaazzazaaz1G)az1( 33221332211

Então,

az

z

az1

1G1G)az1(

1

1

Finalmente,

az

z

az1

1zazaaz1zaaZzX

1

33221

0k

kkk

13

Função Exponencial na forma:

0t0

t0etx

at

Solução: Aplicando a definição,

3aT32aT21aT

0k

kakTakTat zezeze1zeeZeZzX

Comparando com a solução do exemplo anterior, é fácil notar que a = e-aT

, então,

aT1aT

0k

kakTakTat

ez

z

ze1

1zeeZeZzX

Função Senoidal definida como:

0t0

t0tsintx

Solução: Sabendo-se que,

tjtj eej2

1tsin

Aplicando a definição,

tjtjtjtj eZeZj2

1ee

j2

1ZtsinZzX

Observe que aqui se aplicou duas propriedades da transformada Z, que foi a

multiplicação por uma constante e a propriedade da soma.

Então, pela transformada Z da exponencial,

1Tcosz2z

Tsinz

zTcosz21

Tsinz

zzee1

zee

j2

1

ze1

1

ze1

1

j2

1ee

j2

1ZtsinZtxZ

221

1

21TjTj

1TjTj

1Tj1Tj

tjtj

2.1.3 Propriedades da Transformada Z

Multiplicação por uma constante: )z(aX)t(xaZ)t(axZ

Linearidade: )kT(g)kT(f)kT(x então )z(G)z(F)z(X

Multiplicação por ak: )za(X)kT(xaZ 1k

Prova:

)za(Xza)kT(xz)kT(xa)kT(xaZ 1

0k

k1

0k

kkk

Translação no tempo ou translação real,

)z(Xz)nTt(xZ n (2.3)

Prova:

14

0k

nkn

0k

k

z)nTkT(xz

z)nTkT(x)nTt(xZ

Definindo m = k-n, então,

nm

mn z)mT(xz)nTt(xZ

Como x(mT) para m<0 por definição é igual a zero,

)z(Xzz)mT(xz)nTt(xZ n

0m

mn

Além disso,

1n

0k

kn z)kT(x)z(Xz)nTt(xZ

Prova

1n

0k

kn

1n

0m

mnn

1n

0m

mn

0m

mn

nm

mn

0k

nkn

0k

k

z)kT(x)z(Xz

z)mT(xz)z(Xz

z)mT(xzz)mT(xzz)mT(xz

z)nTkT(xz

z)nTkT(x)nTt(xZ

Exemplo 2.1: Achar a transformada Z do degrau unitário quando o degrau é

aplicado 4 períodos de amostragem depois, isto é, para k = 4.

Solução: como a transformada Z do degrau unitário começando em k = 0 é dada

por,

1z

z1ZtxZzX

O problema pede,

T4txZzX

Utilizando o teorema da translação no tempo,

1z

z)z(Xzz)mT(xz)T4t(xZ

44

0m

m4

Neste caso, deve ser notado que z-4

significa um atraso de tempo de 4 sem

considerar qual foi o atraso de tempo utilizado, isto é, o tempo de amostragem T.

Translação complexa,

aT

0k

kaT

0k

kakTat zeXze)kT(xze)kT(x)t(xeZ

(2.4)

15

Exemplo 2.2: Encontrar a transformada Z de atte

Solução: como a transformada de t, rampa unitária é dada por,

)z(X1z

Tz

z1

TztZzX

221

1

Então, pelo teorema da translação complexa,

2aT

aT

21aT

1aTat

1ze

Tze

ze1

zeTteZzX

Teorema do valor inicial: Se x(t) possui uma transformada X(z) e se )z(Xlimz

existe, então o valor inicial x(0) é dado por,

)z(Xlim)0(xz

(2.5)

Prova: Como a transformada z de uma seqüência de números é dada por,

321

0k

k z)T3(xz)T2(xz)T(x)0(xz)kT(x)kT(xZzX

Fazendo z tender ao infinito, sobra apenas x(0).

Teorema do valor final: Supondo que x(kT) onde x(0) = 0 para todo k<0, tenha

a transformada X(z) e todos os pólos de X(z) estejam dentro do circulo de raio unitário

com exceção de um pólo simples em z = 1, isto é a condição de estabilidade que será

apresentada mais à frente. Então, o valor final de x(kT) pode ser expresso por,

)z(Xz1lim)kT(xlim 1

1zk

(2.6)

Prova: Sabendo-se que pela definição da transformada Z,

0k

kzkTxzXkTxZ

Então,

0k

k1 zTkTxzXzTkTxZ

Subtraindo um do outro,

)z(Xz)z(XzTkTxzkTx 1

0k

k

0k

k

Aplicando o limite quando z tende à unidade,

)z(Xz1limzTkTxzkTxlim 1

1z0k

k

0k

k

1z

Como foi assumido que x(k) = 0 para k < 0 então, o lado esquerdo da equação

acima torna-se,

0k

0k

kk

0k

k

0k

k

1z

)TkT(xkTx

1)TkT(x1kTxzTkTxzkTxlim

Expandindo o somatório,

16

)k(xlim)(x

)1(x)2(x)0(x)1(x)1(x)0(x)TkT(xkTx

k

0k

Então,

)z(Xz1lim)k(xlim 1

1zk

2.1.4 Principais Transformadas Z

X(s) x(t) X(kT) X(z)

1 1 (t) (kT) 1

2 s

1

1(t) 1(kT) 1z1

1

3 as

1

ate akTe 1aTze1

1

4 2s

1 t kT

21

1

z1

Tz

5 22s

tsin kTsin

21

1

zTcosz21

Tsinz

6 22s

s

tcos kTcos

21

1

zTcosz21

Tcosz1

2.1.5 Principais Propriedades da Transformadas Z

X(s) x(t) X(kT) X(z)

1 st0e)s(X

)tt(x 0 )nTkT(x )z(Xz n

2 st0e)s(X )tt(x 0 )nTkT(x

1n

0k

kn z)kT(x)z(Xz

3 X(s+a) )t(xe at )kT(xe akT aTzeX

4 )s(sXlims

x(0) x(0) )z(Xlimz

5 )s(sXlim0s

x() x() )z(Xz1lim 1

1z

2.2 Transformada Z inversa

Como apresentado anteriormente, quando sinais contínuos são amostrados, a sua

reconstrução não é única, isto é, parte do sinal pode ter sido perdida devido ao teorema

da amostragem. Por exemplo, o sinal apresentado na Figura 2.1, como o sinal amostrado

gera apenas os pontos discretos, qual o sinal real?

17

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

Figura 2.1: Sinal amostrado e suas possíveis reconstruções

Assim, a transformada Z de x(kT) ou x(t) gera um único X(z), desde que

especificado o tempo de amostragem T. Por sua vez, a transformada inversa de X(z)

gera um único x(kT), mas resta saber se este x(kT) representa a resposta esperada para

x(t), assim pode-se dizer que a transformada inversa de X(z) pode não gerar um único

x(t).

2.2.1 Método de expansão em frações parciais

Alguns métodos podem ser utilizados para encontrar a transformada z inversa,

nesta parte será abordado o método de expansão em frações parciais que consiste em

expandir X(z) em frações na forma mais simples possível e utilizar a tabela de

transformada Z para encontrar a sua representação em tempo contínuo.

Deve ser lembrado que pólos puramente reais representam a resposta de

exponenciais enquanto que pólos complexos conjugados representam a resposta de

exponenciais complexas ou senos e cossenos.

Exemplo 2.3: Encontrar a transformada z inversa de 1

1

az1

z)z(X

Solução: Nas tabelas de transformada Z não se encontra a função acima, porém,

fazendo,

1

1

az1

1)z(Yz)z(X

Utilizando a tabela de transformada z, tem-se que,

k

1

11 aaz1

1Z)z(YZ

Porém, o desejado é,

T)1k(111 a)TkT(y)z(YzZ)z(XZ

Assim,

18

0k0

,3,2,1ka)TkT(y)kT(y

T)1k(

Para encontrar a transformada z inversa de X(z), deve-se notar que X(z) é dada

da seguinte forma,

n1n

1n

1

n

m1m

1m

1

m

0

azazaz

bzbzbzb)z(X

com m ≤ n (2.7)

Ou ainda,

n

n

1

1

n

m

)1mn(

1

)mn(

0

zaza1

zbzbzb)z(X

(2.8)

Colocando na forma de pólos e zeros,

n21

m210

pzpzpz

zzzzzzb)z(X

(2.9)

Supondo que todos os pólos são pólos não repetidos, então, a melhor expansão

será na forma,

n

n

2

2

1

1

pz

a

pz

a

pz

a

z

)z(X

(2.10)

Se houver pólos repetidos, supondo um pólo duplo e nenhum outro pólo real, a

expansão poderá ser na forma,

1

2

2

1

1

pz

c

pz

c

z

)z(X

(2.11)

Exemplo 2.4: Supondo que a transformada z seja na forma

1z2z2z

2zz)z(X

23

2

As raízes do denominador, que são os pólos, são dadas por, 1, 3j12

1 ,

portanto, um pólo real e um par de pólos complexos conjugados, sendo assim, fazendo,

1zz1z

aazaaazaa

1zz

aza

1z

a

1zz1z

2zz)z(X

2

31321

2

21

2

321

2

2

Portanto, montando o sistema matricial para a solução,

2

3

4

2

1

1

101

111

011

a

a

a

2

1

1

a

a

a

101

111

0111

3

2

1

3

2

1

Então,

19

21

2

21

1

1

1

2222

2

zz1

z2

zz1

z3

z1

z4

1zz

2

1zz

z3

1z

4

1zz

2z3

1z

4

1zz1z

2zz)z(X

Para o primeiro termo,

TkT14)kT(x)kT(14)kT(yz1

4)z(Y)z(Xz

1

1

Para o segundo termo, deve-se notar que,

21

1

zTcosz21

TsinztsinZ

Aplicando o teorema da translação complexa,

2aT21aT

1aTakT

zeTcosze21

TsinzekTsineZ

(2.12)

Então, comparando os denominadores, 212aT21aT zz1zeTcosze21

Significando que kTaT2 11e , e consequentemente, kTaT 11e e

2 1Tcos , portanto, 3T . Como 23Tsin . Então,

21

1

2aT21aT

1aTkT

zz1

z

2

3

zeTcosze21

TsinzekT

3sin1Z

Significando que,

kT3

sin32)kT(xzz1

z3kT

3sin

3

23Z)z(X

21

1

Para a terceira parte, utilizando a resposta anterior e sabendo que,

kT3

sin3

34)kT(y

zz1

z2kT

3sin

3

22Z)z(Y)z(Xz

21

11

Então, pelo teorema da translação temporal,

TkT3

sin3

34)kT(x

Portanto, a solução final fica,

TkT3

sin3

34kT

3sin32TkT14)kT(x

Mesma solução, mas agora completando o quadrado do termo de segunda

ordem. Então,

21

11

1

1

22

2

zz1

z3

21z3

z1

z4

1zz

2z3

1z

4

1zz1z

2zz)z(X

Como,

2aT21aT

1aTakT

zeTcosze21

Tcosze1kTcoseZ

(2.13)

Substituindo os termos já calculados acima,

20

21

1

2aT21aT

1aT

zz1

z2

11

zeTcosze21

Tcosze1

Portanto,

kT3

sin3

2

6

11kT

3cos1

zz1

z6

1

zz1

z2

11

zz1

z3

21

kTkT

21

1

21

1

21

1

Reunindo a resposta com os devidos atrasos temporais,

TkT3

sin9

3TkT

3cos3TkT14)kT(x

2.2.2 Método computacional - Matlab

O método apresentado aqui pode ser implementado em qualquer software, ele

consiste em calcular a resposta do sistema ao delta de Kronecker, neste caso, a resposta

será numérica, e em alguns casos a reconstrução pode ser retirada facilmente.

Exemplo 2.5: Calcular a transformada Z inversa de,

1z2z

z2z

1z

2zz)z(X

2

2

2

No Matlab digitar: num=[1 2 0]; % numerador

den=[1 -2 1]; % denominador

u=[1 zeros(1,30)]; % delta de Kronecker

x=filter(num,den,u) % resposta ao delta de Kronecker

Solução encontrada. x =

Columns 1 through 12

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34

Columns 13 through 24

37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70

Columns 25 through 31

73 76 79 82 85 88 91

Neste caso, a seqüência de valores é dada por 1k3)k(x , k=0, 1, 2, .....

2.3 Exercícios Resolvidos

Exemplo 2.6: Encontrar a transformada Z de,

21

0t0

0ttcos)t(x

Solução: Sabendo-se que 2

eetcos

tjtj e que,

1t

tj

ze1

1eZ

e

1t

tj

ze1

1eZ

Então,

1Tcosz2z

Tcoszz

ze1

1

ze1

1

2

1tcosZ

2

2

1t1t

Exemplo 2.7: Encontrar a transformada Z do sinal que tem a seguinte representação em

Laplace,

1ss

1)s(X

Neste caso, expandindo em frações parciais,

1s

1

s

1

1ss

1)s(X

Das tabelas de transformada de laplace inversa, tem-se que,

t1 e1)s(XL t ≥ 0

Então a transformada Z fica,

)ez)(1z(

z)e1(

ze1

1

z1

1e1Z)s(XZ

T

1T

1T1

t

Exemplo 2.8: Encontrar a transformada Z da função definida na figura abaixo,

assumindo tempo de amostragem T = 1 segundo.

0 1 2 3 4 5 6 7 80

0.2

0.4

0.6

0.8

1

t

x(t

)

Figura 2.2: sinal a ser discretizado

Observe que há algumas possíveis soluções, pois x(t) pode ser escrita como a

soma de 3 impulsos devidamente defasados com o degrau unitário defasado de 4

instantes de tempo,

)4kT(1)3kT(75.0)2kT(5.0)1kT(25.0)kT(x

Aplicando a transformada Z em cada termo,

21

51

1

4321

z14

zz

z1

z

4

z3

2

z

4

z)kT(xZ

Ou então, como uma reta iniciando em 0 menos uma reta negativa iniciando em

4,

22

)T4kT(4

1kT

4

1)kT(x

Aplicando a transformada Z em cada termo,

21

51

21

5

21

1

z14

zz

z1

z

4

1

z1

z

4

1)kT(xZ

2.4 Exercícios Propostos

Exercício 2.1: Obter a transformada Z de,

a) ate1a

1)t(x

b) at2et)t(x

c) 0 1 2 3 4 5 6 7 8

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

t

x(t

)

Exercício 2.2: Considerando a seguinte função de transferência discreta,

211

1

z4.0z3.11z1

z)z(X

Determinar:

a) Valor inicial x(0);

b) Valor final x(∞);

c) A transformada Inversa;

Exercício 2.3: (Prova 2007) Calcular a Transformada Z do sinal apresentado abaixo,

23

Capítulo 3

3 Função de transferência em tempo discreto

Este capítulo trata da forma adequada de transformar uma função de

transferência em laplace em uma função de transferência na transformada Z.

3.1 Amostragem impulsiva

Considerando um sinal x(t) que será amostrado por um amostrador, conhecido

como sampler, de tal modo que a intervalos de tempo T, conhecido como tempo de

amostragem ou tempo de discretização, ocorra uma leitura, este sinal é dado pela Figura

3.1, e pode ser representado por,

0k

* )kTt()kT(x)t(x (3.1)

Figura 3.1: Amostrador impulsivo

Supondo que não são medidos tempos negativos, devido à causalidade, então a

equação acima pode ser expandida como,

)kTt()kT(x)Tt()T(x)t()0(x)t(x*

Observe que o representa um trem de impulsos e, uma das formas de entender

o fenômeno da amostragem é que o sinal x(t) modula o trem de impulsos para formar o

sinal amostrado conforme apresentado pela Figura 3.2.

24

Figura 3.2 : Amostrador impulsivo como um modulador

Agora aplicando a Transformada de Laplace no sinal amostrado,

)T2t(L)T2(x)Tt(L)T(x)t(L)0(x)t(xL)s(X **

Sabendo-se que a Transformada de laplace de um impulso defasado de a é,

ase)at(L

Então,

0k

kTsTs2Ts* e)kT(xe)T2(xe)T(x)0(x)s(X

Comparando com a definição da transformada Z,

0k

kzkTxkTxZtxZzX

Observa-se que,

zlnT

1szeTs (3.2)

Então,

0k

k

zlnT

1s

* zkTx)s(X (3.3)

O lado direito desta equação é a definição de transformada Z da seqüência x(t),

então,

)z(X)s(Xzln

T

1s

*

(3.4)

Desta forma,

)z(XzlnT

1X*

3.2 Circuito Data-Hold

A saída de um amostrador é um trem de impulsos, mas em alguns casos isso não

é desejável, e o necessário seria um sinal contínuo. A transformação de um sinal na

forma de trem de impulsos em um sinal contínuo pode ser feito por um circuito tipo

Data-Hold, que nada mais é do que o processo de se obter um sinal contínuo x(t) de

uma seqüência discreta x(kT).

25

O circuito Data-Hold nada mais é do que um interpolador, isto é, ele gera ou

mantém um sinal entre dois impulsos seguindo uma interpolação polinomial na forma,

01

1n

1n

n

n aaaa)kT(h

onde h(kT+) é a saída do circuito data-hold. Assumindo x(kT) como o sinal que

passará pelo circuito, neste caso, h(kT) deve ser igual a x(kT) para que os sinais sejam

os mesmos, então,

)kT(xaaa)kT(h 1

1n

1n

n

n

3.2.1 Segurador de Ordem Zero (ZOH)

A forma mais simples de interpolação é fazendo n=0, que representa um circuito

de ordem zero dado por,

)kT(x)kT(h (3.5)

Na Figura 3.3:, observa-se o resultado de um segurador de ordem zero.

Figura 3.3: Exemplo de sinal amostrado com uma reconstrução utilizando o ZOH

O ZOH mantém o sinal anterior até que um novo sinal apareça, então,

)kT(x)tkT(h

Significando que a saída do circuito será igual à entrada até que ocorra outro

sinal de entrada, então,

)T3t(1)T2t(1)T2(x)tT2(h2k

)T2t(1)Tt(1)T(x)tT(h1k

)Tt(1)t(1)0(x)t(h0k

Então a resposta temporal do ZOH será definida como,

0k

)T)1k(t(1)kTt(1)kT(x

)T2t(1)Tt(1)T(x)Tt(1)t(1)0(x)t(h

Como a Transformada de Laplace do degrau unitário atrasada de kT é dada por,

s

e)kTt(1L

kTs

Então a Transformada de Laplace da resposta do ZOH torna-se,

0k

kTsTs

0k

Ts1kkTs

e)kT(xs

e1

s

e

s

e)kT(x)s(H (3.6)

Como,

26

0k

kTs* e)kT(x)s(X

Então,

)s(Xs

e1)s(H *

Ts (3.7)

Consequentemente, a função de transferência o ZOH é dada por,

s

e1

)s(X

)s(H)s(G

Ts

*ZOH

(3.8)

3.2.2 Segurador de primeira ordem (FOH)

Fazendo n=1, que representa um circuito de primeira ordem dado por,

)kT(xa)kT(h 1

Aplicando a condição que,

)T)1k((x)T)1k((h

Então,

)T)1k((x)kT(xTa)T)1k((h 1

Portanto,

T

)T)1k((x)kT(xa1

Consequentemente, a equação do segurador de primeira ordem fica,

)kT(xT

)T)1k((x)kT(x)kT(h

(3.9)

Como o FOH utiliza uma extrapolação linear utilizando o valor anterior e o atual

para predizer o valor do próximo e, além disso, o valor h(kT) deve ser igual a x(kT).

então,

)T(xT

)T2(xT

1)T2(xT

)T(x)T2(x)T2(h2k

)0(xT

)T(xT

1)T(xT

)0(x)T(x)T(h1k

)0(xT

1)0(xT

)T(x)0(x)(h0k

Que pode ser expressa convenientemente como,

)T)1k((xT

)kT(xT

1)kT(h

(3.10)

Fica difícil escrever a equação sem assumir uma entrada conhecida, utilizando

uma entrada degrau unitário para x(t),

)Tt(1T

t)t(1

T

t1)t(h

Somando e subtraindo 1(t-T),

)Tt(1)Tt(1T

Tt)t(1

T

t1)t(h

Aplicando a transformada de Laplace em cada um dos termos da equação acima,

27

2

TsTsTs

22 Ts

1Tse1e

s

1e

Ts

1

Ts

1

s

1)s(H

Agora, a transformada de Laplace da entrada x*(t) do FOH é,

0kTs

kTs*

e1

1e)kT(1)s(X

Então a função de transferência do segurador de primeira ordem FOH fica,

2

2Ts

*FOHTs

1Tse1

)s(X

)s(H)s(G

(3.11)

Um exemplo do FOH é dado na Figura 3.4:.

Figura 3.4: FOH de um sinal qualquer

3.2.3 Funções de Transferência em Tempo Discreto com ZOH

Supondo que antes da função G(s) há um ZOH, então a convolução de G(s) com

o ZOH é dada por,

)s(Gs

e1)s(X

Ts (3.12)

Fazendo,

)s(Ge)s(G)s(Ge1s

)s(Ge1)s(G

s

e1)s(X 1

Ts

11

TsTsTs

Pegando apenas o último termo,

)s(Ge)s(X 1

Ts

1

Aplicando o teorema da convolução,

t

0

101 d)(g)t(g)t(x

onde,

)s(GL)t(g

TteL)t(g

1

1

1

Ts1

0

Então,

t

0

11 d)(g)Tt()t(x

Como o delta tem a propriedade de extrair o valor da função,

)Tt(g)t(x 11

Além disso, Z[g1(t)]=G1(Z), então, por definição,

28

)z(Gz)Tt(gZ)t(xZ 1

1

11

Porém, o desejado é,

s

)s(GZz1)z(Gz1)z(Gz)z(G

)t(xZ)t(gZ)s(Ge)s(GZ)z(X

1

1

1

1

1

1

111

Ts

1

Portanto, a função de transferência discreta da planta G(s) com o ZOH fica,

s

)s(GZz1)z(X 1 (3.13)

No caso do FOH preceder a função G(s), tem-se

)s(GTs

1Tse1)s(X

2

2Ts

Utilizando o mesmo resultado do ZOH,

)s(GTs

1TsZz1

)s(GTs

1Tse1Z)z(X

2

21

2

2Ts

(3.14)

Exemplo 3.1: Obter a transformada Z de,

1s

1

s

e1)s(X

Ts

Solução: Como representa um ZOH,

1T

1T

1T1

11

1Ts

ze1

ze1

ze1

1

z1

1z1

1s

1

s

1Zz1

1s

1

s

1Zz1

1s

1

s

e1Z)z(X

3.2.4 Resposta em Freqüência do ZOH

A função de transferência do ZOH é dada por,

s

e1G

Ts

ZOH

A resposta em freqüência, que é o diagrama de bode, pode ser encontrada

substituindo s por j,

2/T

2/TsinTe

j2

eee2

j2

eee2

j2

e12

j

e1)j(G

Tj2/1Tj2/1Tj2/1Tj2/1

Tj2/1Tj2/1Tj2/1TjTj

ZOH

Nas figuras abaixo, s representa a freqüência de Nyquist, isto é a máxima

freqüência que o sinal ainda pode ser reconstruído adequadamente. Caso o sinal

amostrado apresente freqüências acima da freqüência de Nyquist o sinal discretizado

apresentará erro de aliasing.

29

(a) (FRF) (b) diagrama de Bode

Figura 3.5: Resposta em freqüência do ZOH

O ZOH pode ser entendido como um filtro de reconstrução do sinal amostrado e

ele não é um filtro passa-baixo ideal. Como a magnitude muda com a freqüência,

atenuando o sinal a medida que a freqüência aumenta, o ZOH distorce o sinal, isto é, ele

altera a amplitude e a fase do sinal de saída.

3.3 Função de Transferência Pulsada

A função de transferência, FT, pulsada é a função de transferência em Laplace

envolvendo o amostrador. Supondo que um sistema cuja resposta ao impulso seja h(t)

tenha a entrada x(t) e a saída seja y(t), cujas transformadas de Laplace são H(s), X(s) e

Y(s) respectivamente. Pelo teorema da convolução tem-se,

t

0

t

0

dhtxdxth)t(x*)t(hty

Que no domínio de Laplace é dada por,

)s(X)s(H)s(Y

Adicionando um amostrador em x(t), este é dado por,

0k0k

* kTt)kT(xkTt)t(x)t(x

Aplicando esta entrada no sistema, tem-se que a resposta y(t) será a combinação

de cada impulso gerado por x*(t) em h(t), sendo assim,

30

kTt0)nT(x)nTt(h

kTx)kTt(hT2x)T2t(hTx)Tt(h0x)t(h)t(y

k

0n

Amostrando também a saída do sistema, tem-se a Soma de Convolução dada

por,

)kT(x*)kT(h)nT(h)nTkT(x)nT(x)nTkT(h)kT(y0n0n

(3.15)

O procedimento feito até aqui é exatamente o que ocorre na Figura 3.6. Deve-se

notar que H(z) é a resposta do sistema ao delta de Kronecker, pois se,

0k0

0k1)kT()kT(x

Então,

1z)kT(x)kT(Z)z(X0k

k

Significando que Y(z) = H(z) se a entrada for um impulso.

Figura 3.6 : Sistema em tempo contínuo com amostradores

3.3.1 Transformada Z de FTs incluindo o amostrador

Em sistemas em tempo discreto, alguns sinais do sistema são amostrados

enquanto outros continuam representados em tempo contínuo, que é exatamente o que

ocorre na Figura 3.6. Sendo assim, será útil calcular a função de transferência pulsada

contendo amostradores em várias posições.

Note que na Figura 3.6, a função de transferência Y(s) é dada por,

)s(X)s(H)s(Y *

A Transformada de Laplace Inversa de Y(s) é dada por,

0k

t

0 0k

t

0

**1

)kT(x)kTt(hd)kT()(x)t(h

d)(x)t(h)s(X)s(HL)t(y

Aplicando a transformada Z,

0n

n

0k

z)kT(x)kTnT(h)z(Y

Fazendo m = n - k,

31

)z(X)z(H

z)kT(xz)mT(h

z)kT(x)mT(h)z(Y

k

0k

m

0m

0m

mk

0k

Significando que,

)s(X)s(H)s(X)s(H)s(Y *****

Aplicando transformada Z, torna-se,

)z(H)z(X

)z(Y)z(X)z(H)z(Y (3.16)

3.3.2 Função de Transferência em Cascata

Considerando o sistema apresentado na Figura 3.7(a), supondo que os

amostradores estão sincronizados. Neste caso, observa-se que,

)s(U)s(H)s(Y

)s(X)s(G)s(U

*

*

Como mostrado no item anterior, encontra-se,

)s(X)s(G)s(H)s(Y)s(U)s(H)s(Y

)s(X)s(G)s(U ****

***

***

Aplicando a Transformada Z, obtém-se a função de transferência,

)Z(G)z(H)z(X

)z(Y)z(X)z(G)z(H)z(Y (3.17)

Porém, aplicando o mesmo método na Figura 3.7(b), neste caso tem-se que,

)s(X)s(HG)s(X)s(G)s(H)s(Y **

Que resulta em,

)s(X)s(HG)s(Y ***

Cuja transformada Z é dada por,

)z(HG)z(X

)z(Y (3.18)

Nota-se claramente que,

)Z(G)z(H)z(HG

Figura 3.7 :Sistemas em cascata

32

Exemplo 3.2: Encontrar a função de transferência discreta em cascata do

sistema apresentado na Figura 3.7 (note que não há ZOH) supondo,

as

1)s(G

e

bs

1)s(H

Para a Figura 3.7(a) tem-se,

1bT1aT ze1

1

ze1

1

bs

1Z

as

1Z)Z(G)z(H

)z(X

)z(Y

Para a Figura 3.7(b) tem-se,

1bT1aT

1bTaT

ze1ze1

zee

ab

1

bsas

ab

ab

1Z

bs

1

as

1Z)Z(HG

)z(X

)z(Y

Este exemplo mostra claramente que ambos são diferentes.

3.3.3 Função de transferência em malha fechada

Como mencionado anteriormente, a amostragem pode ocorrer em qualquer etapa

do processo de controle. Supondo um sistema em malha fechada como o descrito na

Figura 3.8.

Figura 3.8: sistema em malha fechada envolvendo amostador

Consequentemente,

)s(E)s(HG)s(R)s(E)s(G)s(H)s(R)s(E **

Que pode ser reescrito utilizando FT pulsada para todos os termos como,

)s(GH1

)s(R)s(E)s(E)s(HG)s(R)s(E

*

******

Como,

)s(E)s(G)s(C ***

Então, a função de transferência pulsada de malha fechada é dada por,

)s(GH1

)s(G

)s(R

)s(C

)s(GH1

)s(R)s(G)s(E)s(G)s(C

*

*

*

*

*

*****

Aplicando a transformada Z, encontra-se a função de transferência discreta em

malha fechada,

)z(GH1

)z(G

)z(R

)z(C

33

3.3.4 Função de transferência em malha fechada de controladores digitais

Na prática, o controlador será um controlador digital e a planta será em tempo

contínuo. Neste caso haverá um amostrador que discretiza o sinal através do conversor

A/D quando o sinal entra em uma placa controladora ou no sistema que realiza o

controlador, como um controlador lógico programável – CLP, que normalmente é

implementado em tempo discreto. Após a realização do controlador, o sinal de controle

gerado é enviado para o conversor D/A que normalmente possui um ZOH para

implementar a lei de controle em tempo contínuo. Um caso como o apresentado aqui

sem levar em conta as funções de transferência dos conversores A/D e D/A é dado na

Figura 3.9.

Figura 3.9: sistema em malha fechada envolvendo amostador

No caso, a função de transferência em malha fechada é dada por,

)s(E)s(G)s(G)s(C)s(E)s(G)s(G)s(C **

D

****

D

Aplicando a transformada Z,

)z(E)z(G)z(G)z(C D

Como,

)z(C)z(R)z(G)z(G)z(C)z(C)z(R)z(E D

Chegando a,

)z(G)z(G1

)z(G)z(G

)z(R

)z(C

D

D

3.3.5 Função de transferência pulsada de um controlador PID digital

A resposta de um controlador PID no domínio do tempo é dada por,

)t(e

dt

dTdt)t(e

T

1)t(eK)t(u d

t

0i

(3.19)

onde e(t) é a entrada do controlador dada pela diferença da resposta da planta e pela

referência a ser seguida, K é o ganho proporcional, Ti é a constante de tempo do

controle integral e Td a constante de tempo do controle proporcional.

Para se obter a função de transferência pulsada do controlador PID, é necessário

realizar a discretização da resposta temporal. A integral será aproximada pela soma

trapezoidal e a derivada será aproximada pela derivada da interpolação utilizando 2

pontos. Assim,

34

T

T)1k(e)kT(eT

2

)kT(eT)1k(e

2

)T2(e)T(e

2

)T(e)0(e

T

T)kT(eK)kT(u

d

i

Ou então,

T)1k(e)kT(eT

T

2

)hT(eT)1h(e

T

T)kT(eK)kT(u d

k

1hi

Para resolver o problema, deve-se primeiro notar que,

1i

0h

h

1

k

ih

z)h(x)z(Xz1

1)h(xZ

Prova: esta transformada é comprovada fazendo,

)k(x)1i(x)i(x)h(x)k(y~k

ih

A transformada Z de cada um dos termos utilizando a propriedade da translação

real, k)1i(i z)k(xz)1i(xz)i(x)z(Y

~

Porém, observe que, definindo,

k)1i(i z)k(xz)1i(xz)i(x)z(X~

E da definição de transformada Z,

21

0k

k z)2(xz)1(x)0(xz)k(x)]k(x[Z)z(X

Então, obtêm-se,

1i

0h

hz)h(x)z(X)z(X~

Por outro lado,

)z(X~

z1

1)z(Y

~)z(X

~)z(Y

~z)z(Y

~)k(x)1k(y~)k(y~

1

1

Pois a transformada Z de x(k) que começa em k = i é )z(X~

, finalmente,

1i

0h

h

11

k

ih

z)h(x)z(Xz1

1)z(X

~

z1

1)z(Y

~)h(xZ

Voltando ao problema original utilizando o resultado acima e assumindo a

causalidade, isto é, que para o tempo t = 0 não há resposta do erro,

)z(Ez1

1)0(E)z(E

z1

1)hT(eZ

11

k

1h

)z(Ez1

z)0(E)z(E

z1

1z)T1h(eZ

1

1

1

1k

1h

Agora, para

)z(Ez)T1k(eZ

)z(E)kT(eZ

1

Então, a transformada Z do controlador PID é dada por,

)z(Ez)z(E

T

T)z(E

z1

z

z1

1

2

1

T

T)z(EK)z(U 1d

1

1

1

i

35

Resultando em,

1d

1

1

i

z1T

T

z1

z1

T2

T1K

)z(E

)z(U (3.20)

Rearranjando os termos,

1

D1

IP

1d

1

ii

z1Kz1

KK

z1T

T

z1

1

T

T

T2

T1K

)z(E

)z(U

Onde

2

KK

T2

KTKK I

i

p ganho proporcional

i

IT

KTK ganho integral

T

KTK D

D ganho derivativo

A equação acima é referenciada como sendo a forma em posição.

Exemplo 3.3: Comparar a resposta ao degrau unitário do sistema abaixo considerando o

sistema com e sem o controlador PID digital, ou comparar a resposta em malha fechada

e em malha aberta, na forma como apresentado na Figura 3.10.

Figura 3.10 : sistema em malha fechada envolvendo amostador

Assumindo que o tempo de amostragem T é de 1 segundo, os ganhos do

controlador sejam KP = 1, KI=0.2, KD = 0.2 e que a planta seja dada por,

1ss

1G p

Solução: Primeiro deve-se calcular a função de transferência pulsada entre o

ZOH e a planta. A convolução da planta e o ZOH é dada por,

1ss

1

s

e1GG

s

pZOH

Aplicando a transformada de Z,

1T21

11TTT1

2

1

2

1s

pZOH

ze1z1

zzTee1e1Tz1

1ss

1Zz1

1ss

1Zz1

1ss

1

s

e1ZGGZ

Esta transformada foi obtida através de tabela de transformação. Item 13 fazendo

a = 1. Para comparar com o resultado do Exemplo 2.7, deve-se lembrar que naquele

1

D1

IP z1K

z1

KK

11

21

z1z3679.01

z2642.0z3679.0

R(z)

+ -

36

ponto estava-se trabalhando com sinais, que são as respostas, e não as Funções de

Transferência como tratadas aqui. No Exemplo 2.7, a resposta é a convolução da FT

com entrada. Agora substituindo os valores de T = 1 e simplificando, obtêm-se,

11

21

pZOHz3679.01z1

z2642.0z3679.0)z(GGGZ

A função de transferência do controlador PID é dada por

1

21

1

2

D

1

DPDIP

1

D1

IPD

z1

z2.0z4.14.1

z1

zKzK2KKKK

z1Kz1

KK)z(G

)z(E

)z(M

Agora a função de transferência em malha fechada é dada por,

4321

4321

321

4321

321

4321

11

21

1

21

11

21

1

21

D

D

z0528.0z6642.0z5906.1z8528.11

z0528.0z2963.0z1452.0z5151.0

z3679.0z7358.1z3679.21

z0528.0z2963.0z1452.0z5151.01

z3679.0z7358.1z3679.21

z0528.0z2963.0z1452.0z5151.0

z3679.01z1

z2642.0z3679.0

z1

z2.0z4.14.11

z3679.01z1

z2642.0z3679.0

z1

z2.0z4.14.1

)z(G)z(G1

)z(G)z(G

)z(R

)z(C

Programa em Matlab:

clear all;close all;clc % planta sem o sistema de controle discreto % significando que a simulação é tempo contínuo num=[1]; % numerador contínuo den=[1 1 0]; % denominador contínuo figure('Color',[1 1 1]) step(num,den) % resposta ao degrau % Planta controlada com PID digital numd=[0 0.5151 -0.1452 -0.2963 0.0528]; dend=[1 -1.8528 1.5906 -0.6642 0.0528]; kT=[0:1:40]; % vetor de tempo discreto com T=1 r=ones(1,41); % criação do degrau unitário c=filter(numd,dend,r); % simulação do sistema figure('Color',[1 1 1]);plot(kT,c,'ko',kT,c,'k-') title('Unit-Step Response');xlabel('kT [s]');ylabel('Output C')

37

(a) sem controle (b) controlado

Figura 3.11: Resposta do sistema

3.3.6 Simulação de sistemas em tempo discreto

Uma função de transferência em tempo discreto pode ser representada por,

n

1n

1

n

m

1mn

1

mn

0

n

n

1

1

n

m

1mn

1

mn

0

azaz

bzbzb

zaza1

zbzbzb

)z(X

)z(Y

n m (3.21)

Que também pode ser expressa na forma de pólos e zeros,

n21

m210

pzpzpz

zzzzzzb

)z(X

)z(Y

n m (3.22)

Observe que,

n

n

1

1

m

m

1

10

zaza1

zbzbb

)z(X

)z(Y

(3.23)

Que pode ser reescrita como,

)z(Xzbzbb)z(Yzaza1 m

m

1

10

n

n

1

1

Aplicando a transformada inversa de Z, obtém-se,

)mTkT(xb)TkT(xb)kT(xb

)nTkT(ya)T2kT(ya)TkT(ya)kT(y

m10

n21

Significando que a resposta atual y(kT) é obtida fazendo,

)mTkT(xb)TkT(xb)kT(xb

)nTkT(ya)T2kT(ya)TkT(ya)kT(y

m10

n21

(3.24)

Deve ser lembrado que para kT < 0 a resposta do sistema será zero, isto é y(-T)

= 0 devido à condição de causalidade.

Exemplo 3.4: Calcular a resposta ao degrau unitário em tempo discreto com T = 0.5s

para o sistema dado em tempo contínuo,

21s

s)s(G

Solução: Aplicando a transformada Z na função de transferência G(s) com um

ZOH na entrada,

38

2

1

2

11

1s

1Zz1

1s

s

s

1Zz1

s

)s(GZz1)z(G

Das tabelas de transformada Z,

21

21

21

1

21T

1T

2

z3679.0z2131.11

z3033.0z3033.0)z(G

)z(U

)z(Y

z3679.0z2131.11

z3033.0

ze1

zTe

1s

1Z

Então, o sistema a ser simulado é,

(1 – 1.2131z-1

+ 0.3679z-2

)Y(z) = 0.3033(z-1

- z-2

)U(z)

Aplicando a Transformada Z inversa,

y(kT) – 1.2131y((k-1)T) + 0.3679y((k-2)T) = 0.3033u((k-1)T) – 0.3033u((k-2)T)

Rearranjando,

y(kT) = 1.2131y((k-1)T) - 0.3679y((k-2)T) + 0.3033u((k-1)T) – 0.3033u((k-2)T)

Como x(kT)=1(kT), então, começando o processo de iteração,

Para k = 0 u(kT) = u(0) = 1

y(kT) = y(0) = 0

Para k = 1 u(kT) = u(0.5) = 1; u(0)=1

y(kT) = y(0.5) = 1.2131y(0) + 0.3033 u(0)

= 0 + 0.3033 = 0.3033

Para k=2 u(kT) = u(1) = 1; u(0.5) = 1; u(0) = 1

y(kT) = y(1) = 1.2131y(0.5) - 0.3679y(0) + 0.3033(u(0.5) – u(0))

= 1.2131*0.3033 - 0 + 0 = 0.3680

Para k=3 u(kT) = u(1.5) = 1; u(1) = 1;u(0.5) =1

y(kT) = y(1.5) = 1.2131y(1.0) - 0.3679y(0.5) + 0.3033(u(1.0) – u(0.5))

= 1.2131*0.3680 - 0.3679*0.3033 + 0 = 0.3348

Para k=4 x(kT) = u(2) = 1; u(1.5) = 1; u(1) = 1

y(kT) = y(2)=1.2131y(1.5)-0.3679y(1)+0.3033(u(1.5)-u(1.0))

= 1.2131*0.3348-0.3679*0.3680+0 = 0.2708

E assim por diante.

3.3.7 Realização de Controladores digitais e filtros digitais

Considerando o sistema abaixo,

39

n

n

1

1

m

m

1

10

zaza1

zbzbb

)z(X

)z(Y

A sua representação em diagramas de bloco, ou utilizando o Simulink do

Matlab, é dada na Figura 3.12, esta realização é conhecida como padrão, pois o sistema

pode ser alterado para se obter outras realizações.

Figura 3.12 : Função de transferência

Exemplo 3.5: Implementar em Simulink o exemplo da Figura 3.10. Utilizando funções

de transferência para o controlador e para a planta e finalmente a função de

transferência de malha fechada.

Solução: a função de transferência da planta é dada por,

21

21

z3679.0z3679.11

z2642.0z3679.0)z(G

Função de transferência do controlador PID digital,

1

21

PIDz1

z2.0z4.14.1)z(G

Para implementar esta função de transferência da planta e do controlador utiliza-

se o bloco denominado “Discrete Filter”, mas poderia ser utilizado os blocos “Discrete

Transfer Fcn” ou “Discrete Zero-Pole”. A implementação do sistema está apresentada

na Figura 3.13:.

Figura 3.13: Diagrama de blocos implementado em Simulink utilizando funções de

transferência

40

Para a implementação da função de transferência de malha fechada, optou-se

pela expansão em blocos ao invés de se utilizar função de transferência, para tanto,

deve-se observar que a função de transferência de malha fechada é dada por,

4321

4321

z0528.0z6642.0z5906.1z8528.11

z0528.0z2963.0z1452.0z5151.0

)z(R

)z(C

Observe que neste caso, observa-se que o termo b0 é zero, pois sua

representação é,

4

4

3

3

2

2

1

1

4

3

3

3

2

2

1

10MF

zazazaza1

zbzbzbzbb)z(G

Para este caso, a solução se encontra na Figura 3.14.

Figura 3.14 : Diagrama de blocos implementado em Simulink utilizando atrasadores

3.3.8 Resposta ao Impulso Finita e Infinita

Observe que filtros ou funções de transferência na forma digital podem ser

classificados de acordo com a duração da resposta ao impulso, isto é, têm-se os

chamados filtros IIR, Infinite Impulse Response, e FIR, Finite Impulse Response.

Como apresentado anteriormente, considera-se uma função de transferência na forma,

n

n

1

1

m

m

1

10

zaza1

zbzbb

)z(X

)z(Y

Que pode ser representada em termos de equação de diferenças na forma,

)T)mk((xb)T)1k((xb)kT(xb

)T)nk((ya)T)2k((ya)T)1k((ya)kT(y

m10

n21

A forma acima é conhecida como Filtro IIR, cuja resposta é composta dos

atrasos na entrada e na saída da função de transferência. Supondo que os termos ai

sejam todos iguais a zeros, neste caso tem-se,

)T)mk((xb)T)1k((xb)kT(xb)kT(y m10

41

Significando que a resposta da planta é composta apenas dos atrasos da entrada,

este tipo de resposta é conhecida como filtro FIR. Que em termos da transformada Z é

dada por,

m

m

1

10 zbzbb)z(Y (3.25)

Este tipo de resposta é interessante, pois não apresenta pólos. FIR provém do

fato que a resposta será composta por um número finito de atrasos de tempo da entrada.

Exemplo 3.6: Transformar a função de transferência abaixo que está na forma IIR para

a forma FIR e calcular a resposta ao degrau unitário.

1

1

z5.01

z6.02)z(G

Para transformar a resposta acima para forma FIR, deve-se dividir o numerador

pelo denominador, ou então, calcular a resposta ao impulso.

clear all;close all;clc % denifindo os dados da planta num=[2 -0.6]; den=[1 0.5]; x=[1 zeros(1,10)]; y=filter(num,den,x)

Uma alternativa para ao “x=[1 zeros(1,10)];” e “y=filter(num,den,x)” seria utilizar

direto a resposta ao impulso discreto “y=dimpulse(num,den)”

Y = Columns 1 through 8 2.0000 -1.6000 0.8000 -0.4000 0.2000 -0.1000 0.0500 -0.0250 Columns 9 through 11 0.0125 -0.0063 0.0031

Tomando apenas os valores abaixo de z-7

, então, a forma FIR fica,

7654321

1

1

z025.0z05.0z1.0z2.0z4.0z8.0z6.12

z5.01

z6.02)z(G

)z(X

)z(Y

Esta é a diferença principal entre uma representação IIR e FIR, em geral a FIR

representa apenas a parte da resposta IIR.

Cuja equação de diferenças fica,

)T)7k((x025.0)T)6k((x05.0)T)5k((x1.0)T)4k((x2.0

)T)3k((x4.0)T)2k((x8.0)T)1k((x6.1)kT(x2)kT(yFIR

Enquanto que a forma IIR é dada por,

)T)1k((x6.0)T)k((x2)T)1k((y5.0)kT(yIIR

Resposta ao degrau unitário – FIR Resposta ao degrau unitário – IIR

k=0 y(0) = 2x(0) = 2*1 = 2.0 y(0) = 2x(0)= 2.0

42

k=1 y(1) = 2x(1)-1.6x(0) = 2*1-1.6*1 = 0.4 y(1) = -0.5y(0)+2x(1)-0.6x(0) 0.4

k=2 y(2) = 2-1.6+0.8 = 1.2 y(2) = -0.5y(1)+2x(2)-0.6x(1) 1.2

k=3 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4 = 0.8 y(3) = -0.5y(2)+2x(3)-0.6x(2) 1.0

k=4 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2 = 1.0 y(4) = -0.5y(3)+2x(4)-0.6x(3) 0.9

k=5 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2-0.1 = 0.9 y(5) = -0.5y(4)+2x(5)-0.6x(4) 0.95

k=6 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2-0.1+0.05 = 0.95 y(6) = -0.5y(5)+2x(6)-0.6x(5) 0.925

k=7 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2-0.1+0.05-0.025 = 0.925 y(7) = -0.5y(6)+2x(7)-0.6x(6) 0.9375

k=8 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2-0.1+0.05-0.025 = 0.925 y(8) = -0.5y(7)+2x(8)-0.6x(7) 0.9312

k=9 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2-0.1+0.05-0.025 = 0.925 y(9) = -0.5y(8)+2x(9)-0.6x(8) 0.9328

k=10 y(3) = 2-1.6+0.8-0.4+0.2-0.1+0.05-0.025 = 0.925 y(10) = -0.5y(9)+2x(10)-0.6x(9) 0.9336

3.4 Exercícios Resolvidos

Exemplo 3.7: Calcular a resposta de tsin na forma discreta para uma freqüência de 1

Hz utilizando 8 pontos por período. Utilizar a equação na forma recursiva.

Solução: Para a senóide na forma, t2sin)t(y , com T = 1/(8*1) = 0.125 s.

Calculando a Transformada Z,

1Tcosz2z

Tsinz)kT(yZ)t(yZ

2

Como = 2, então

sin 2T = sin(20.125) = 0.7071

cos 2T = cos(20.125) = 0.7071

Assim, tem-se,

21

1

zz4142.11

z7071.0

)z(U

)z(Y

Aplicando a Transformada Z inversa,

)z(Uz7071.0)z(Yzz4142.11 121

)T)1k((u7071.0)T)2k((yT)1k((y4142.1)kT(y

Para gerar a senóide, deve-se aplicar a resposta ao impulso, isto é u(0) = 1 e

u(kT) = 0 para k ≥ 1, então

Para k = 0 y(0) = 0

K = 1 y(0.125) = 0.7071u(0) = 0.7071

K = 2 y(0.250) = 1.4142y(0.125) = 1

K = 3 y(0.375) = 1.4142y(0.250) - y(0.125) = 0.7071

K = 4 y(0.500) = 1.4142y(0.375) - y(0.250) = 0

43

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

Impulse Response

Tempo [s] (sec)

Am

plitu

de

Exemplo 3.8: Encontrar a FT de malha fechada em tempo discreto para o

seguinte sistema,

Solução: Montando as seguintes equações,

E(s) = R(s) – H(s)C(s) (I)

C(s) = P(s)X*(s) (II)

X(s)=G(s)E*(s) (III)

A primeira equação não está na forma satisfatória para aplicar a transformação

para FT pulsada, pois não contém nenhum sinal amostrado. O ideal é deixar do lado

direito somente sinais amortrados, então, combinando a 1ª equação com a 2ª equação,

E(s) = R(s) – H(s)P(s)X*(s) (IV)

Aplicando a transformação para FT pulsada em (III),

[X(s)]*=[G(s)E*(s)]* X*(s)=G*(s)E*(s) (V)

Para (IV)

[E(s)]* = [R(s)]* – [H(s)P(s)X*(s)]*

E*(s) = R*(s) – HP*(s)X*(s) (VI)

Combinando (V) e (VI), encontra-se a função de transferência pulsada em malha

fechada,

)s(*HP)s(*G1

)s(*P)s(*G

)s(*R

)s(*C

Aplicando a Transformada Z, encontra-se a função de transferência discreta em

malha fechada,

)z(HP)z(G1

)z(P)z(G

)z(R

)z(C

44

3.5 Exercícios Propostos

Exercício 3.1: Obter a transformada Z das seguintes funções de transferência, e

comparar os resultados com os valores obtidos no Matlab com T = 1s e a = 3.

a) 2s1s

3s)s(G

b) 2

Ts

as

1

s

e1)s(G

Dica: clear all;close all;clc % denifindo os dados da planta T=0.2; num=[1 3]; den=conv([1 1 ],[1 2]); Gs=tf(num,den) % planta contínua Gz=c2d(Gs,T) % planta discreta

Exercício 3.2: (Prova de 2007) Calcular a Transformada Z do seguinte sinal,

2

st

2s

e1)s(G

Exercício 3.3: (Exame de 2007) Calcular a Transformada Z da seguinte função de

transferência,

2s3s

1)s(G

2

Exercício 3.4: (Prova de 2007) Calcular a resposta c(kT) para k = 0,1,2,3,4,5, rupondo

que a entrada r(kT) seja um impulso e o tempo de amostragem T = 1 segundo,

21

1

z5.01

z21

)z(R

)z(C

Exercício 3.5: Obter a função de transferência discreta em malha fechada dos seguintes

diagramas de bloco,

(a)

45

(b)

Exercício 3.6: (Prova de 2007) Calcular a função de transferência em malha fechada do

seguinte diagrama de blocos,

Exercício 3.7: (Exame de 2007) Calcular a função de transferência em malha fechada

do seguinte diagrama de blocos,

46

Capítulo 4

4 Projeto de controladores por métodos clássicos

4.1 Mapeamento entre plano Z e plano S

A estabilidade absoluta e relativa de sistemas lineares com parâmetros

invariantes no tempo em se tratando de sistemas de controle em malha fechada em

tempo contínuo são determinados pelos pólos de malha fechada no plano S. Sabendo-se

que os pólos complexos estão em pares conjugados conforme,

2

nndn2,1 1jjs (4.1)

Figura 4.1: Pólo complexo no plano complexo S

A estabilidade é relacionada com a parte real dos pólos no plano s, e o sistema é

classificado conforme:

Se todos os pólos possuem 0s , o sistema é Assintoticamente Estável;

Se pelo menos 1 pólo possui 0s e os demais pólos forem 0s , o

sistema é Marginalmente Estável;

Se pelo menos 1 pólo possui 0s , o sistema é Instável;

Quando a amostragem é incorporada no processo, a relação que rege a

transformação do plano complexo S para o plano discreto Z é dada por,

zlnT

1szeTs (4.2)

47

onde T é o tempo de amostragem, s a raiz complexa no plano S e z a raiz complexa no

plano Z.

Como a raiz s possui uma parte real e uma parte imaginária,

js

Então, TjTjTTs eeeez

Como a exponencial complexa é dada por,

TsinjTcose Tj

Significando que esta parte é repetida a cada 2k, significando que freqüências

que são múltiplas inteiras da freqüência de amostragem 2/T são mapeadas na mesma

região no plano Z, de acordo com a Figura 4.2, pois,

k2TjTTjTjTTs eeeeeez (4.3)

Figura 4.2: Faixas periódicas no plano complexo e a correspondente região no plano

discreto, onde s corresponde à freqüência de amostragem.

Além disso, o lado esquerdo do plano S possui parte real negativa, significando

que,

1ez T (4.4)

Então todo o lado esquerdo do plano complexo é localizado no plano Z dentro

de um círculo de raio unitário, o eixo j é mapeado exatamente em cima do circulo e o

lado direito do plano S é mapeado fora do circulo de raio unitário.

Além disso, quanto menor o tempo de discretização mais próximo do círculo de

raio unitário encontra-se a raiz. Isto ocorre porque se T tende para zero então eT

tende

para 1.

Observa-se pela equação de transformação que raízes com a mesma parte real,

mas com parte imaginária diferente localizam-se em forma de círculo no plano

complexo, de acordo com a Figura 4.3. Isto também significa que a parte real dá a

distância da origem no plano z, isto é, o raio.

48

Figura 4.3: Localização das raízes complexas com a mesma parte real no plano discreto.

No caso de raízes complexas com a mesma parte imaginária, elas encontram-se

na forma de retas inclinadas de de acordo com a Figura 4.4.

Figura 4.4: Localização das raízes complexas com a mesma parte imaginária no plano

discreto.

Para traçar as curvas de fator de amortecimento constante, basta lembrar que um

pólo complexo é,

dn

2

nn j1js

Aplicando a transformação,

s

d

s

d

2dn

2j1

2

jTs eeez

Consequentemente,

s

d

21

2

ez e s

d2zangle

Assim, a magnitude de z decresce e o ângulo aumenta quando d, que é a

freqüência natural amortecida, aumenta. Caracterizando assim uma espiral logarítmica.

Note que para uma dada relação d/s, a magnitude de z torna-se apenas uma função do

fator de amortecimento . A representação da curva com fator de amortecimento

constante é dada na Figura 4.5.

49

Figura 4.5: Representação das curvas de fator de amortecimento constante.

Note que se a espiral de fator de amortecimento constante está no segundo ou

terceiro quadrante do plano S, lado real negativo, então a espiral decai para dentro do

circulo no plano Z. Se ela estiver no primeiro ou quarto quadrante, lado real positivo,

que neste caso corresponderia a um caso com fator de amortecimento negativo,

corresponderia a uma espiral crescendo para fora do circulo de raio unitário.

Além disso, deve- se notar que à medida que a freqüência aumenta, ela passa de

uma banda para outra, sendo assim, só é necessário representar a primeira parte, que

corresponde a 0 ≤ ≤ 1/2s, Figura 4.6, a parte correspondente de -1/2s ≤ ≤ 0 é

uma imagem espelho para a parte de baixo.

A curva para freqüência n constante, são círculos no plano S que são

perpendiculares às curvas de fator de amortecimento constante, assim, a sua

representação é dada na Figura 4.6, onde /T é s/2.

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 10

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0.9

0.8

0.70.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

/T

/T

0.9/T

0.8/T

0.7/T

0.6/T0.5/T

0.4/T

0.3/T

0.2/T

0.1/T

Figura 4.6: Representação das curvas de freqüência natural constante e fator de

amortecimento constante.

Esta abordagem apresentada acima foi feita para determinar qual a região dos

pólos e zeros desejados para as funções de transferência em tempo discreto. Então a

partir dos gráficos anteriores pode-se determinar a região desejada dos pólos e zeros

discretos de acordo com a Figura 4.7.

50

Figura 4.7: Localização das raízes complexas desejadas no plano discreto.

Aqui deve ser mencionado que se um sistema em tempo contínuo possui um par

de pólos na forma s = - ± j1 no plano s, e for feita uma amostragem tal que 1 >

1/2s em que s = 2/T, sendo T o tempo de amostragem, significando que este par de

pólos complexo possui freqüência natural maior que a freqüência de Nyquist, ele cairá

fora da primeira faixa de valores, mas como mencionado anteriormente, ele será

transportado para dentro do circulo de raio unitário do plano Z como se estivesse

posicionado no plano S em s = - ± j(1 - s). Este caso significa que ele não poderá

mais ser reconstruído em tempo contínuo, pois violou o teorema da amostragem.

4.2 Análise de Estabilidade de Sistemas no plano Z

Como mencionado anteriormente, para que um sistema seja assintoticamente

estável no plano complexo S, os pólos deverão obrigatoriamente possuir a parte real

negativa, que significa no plano Z estar localizado dentro do circulo de raio unitário,

sendo assim,

Assintoticamente estável, todos os pólos deverão apresentar 1z .

Para que um sistema seja marginalmente estável no plano complexo S, o

sistema deverá possuir pelo menos 1 pólo com a parte real nula e os demais

pólos possuírem parte real negativa, assim, marginalmente estável, pelo menos 1

pólo em 1z e os demais com 1z ;

Para que o sistema seja instável no plano complexo S, ele deve possuir pelo

menos 1 pólo com parte real positiva, que no plano Z corresponde à parte

localizada fora do circulo de raio unitário, assim, instável, pelo menos 1 pólo

apresentando 1z .

Exemplo 4.1: Considerando o sistema em malha fechada apresentado abaixo,

determinar a estabilidade para K = 1 e um tempo de amostragem T = 1s.

1ss

1)s(Gp

51

Solução: Calculando a convolução do ZOH com a planta,

1T21

11TTT1

2

1

2

1s

pZOH

ze1z1

zzTee1e1Tz1

1ss

1Zz1

1ss

1Zz1

1ss

1

s

e1ZGGZ

Esta transformada foi obtida através de tabela de transformação. Item 13.

fazendo a = 1. Agora substituindo os valores de T = 1 e simplificando, obtêm-se,

11

21

pZOHz3679.01z1

z2642.0z3679.0)z(GGGZ

Como a função de transferência em malha fechada é dada por,

21

21

11

21

11

21

z6321.0z1

z2642.0z3679.0

z3679.01z1

z2642.0z3679.011

z3679.01z1

z2642.0z3679.01

)z(KG1

)z(KG

)z(R

)z(C

Então, calculando as raízes do denominador, que são os pólos, encontra-se,

6181.0j5.0z 2,1

Pegando o valor absoluto,

7950.06181.05.0z22

2,1

Como o valor é menor que 1, significa que o sistema é assintoticamente estável.

4.3 Resposta Transiente

Algumas aplicações de controle envolvem a melhora da resposta transitória do

sistema segundo alguns critérios. A resposta transitória aparece na resposta do sistema

quando ocorre alguma mudança de excitação, esta mudança pode ser do regime

permanente para um outro regime permanente ou simplesmente quando o sistema sai do

repouso.

As especificações para a resposta transiente envolvem normalmente os seguintes

parâmetros apresentados na Figura 4.8,

1. Tempo de atraso td (Delay time) é o tempo requerido para que a resposta do

sistema alcance metade da resposta em regime permanente. Este parâmetro

está relacionado com a velocidade de resposta do sistema.

2. Tempo de subida tr (Rise Time) é o tempo requerido para que a resposta do

sistema suba de 10% para 90% ou de 5% para 95% da resposta em regime

52

permanente. Observe que se um sistema possui um tempo de atraso baixo,

isto é, ele demore bastante para responder a uma mudança de excitação, mas

ocorre uma subida rápida, o tr será pequeno ao passo que o td será grande.

3. Tempo de pico tp (Peak Time) é o tempo requerido para que a resposta do

sistema atinja o primeiro pico de sobresinal.

4. Máximo sobresinal Mp (Maximun Overshoot) é o pico máximo de sinal

acima da referência a ser atingida, isto é, se a referência for a resposta ao

degrau unitário e o sistema não apresentar erro estacionário, é o pico acima

da amplitude 1. Por ser um fator que depende da excitação, costuma-se

utilizar um percentual de sobresinal definido como,

%100)(c

)(c)t(calsinsobredemporcentage

5. Tempo de estabilização ts (Settling Time) é o tempo necessário para a

resposta do sistema alcance e permaneça dentro de uma porcentagem da

resposta em regime permanente, usualmente 2%.

Figura 4.8: Resposta ao degrau de um sistema com os parâmetros de projeto.

Observe que nem todas as especificações são aplicadas a todos os sistemas, isto

é, se um sistema for superamortecido ou se for um sistema de primeira ordem ou se

todas as raízes forem puramente reais negativas, não ocorrerá o sobre sinal e nem o

tempo de pico.

4.4 Método de Projeto baseado no lugar das raízes

O método de projeto de controladores baseado no lugar das raízes é baseado no

fato que a resposta do sistema é baseada nos pólos dominantes do sistema em malha

fechada. O modo mais simples de alocá-los é utilizar um controlador proporcional em

malha fechada conforme apresentada na Figura 4.9.

53

Figura 4.9: Sistema de malha fechada com controlador proporcional.

O sistema em malha fechada possui a resposta dada por,

)z(KG1

)z(KG

)z(R

)z(C

onde K representa o ganho do controlador proporcional.

O denominador ou equação característica é dado por,

0)z(KG1

Que pode ser reescrita como,

0pzpzpz

zzzzzzK1

n21

m21

O método do lugar das raízes é baseado em dar valores para K na equação cima

e encontrar os pólos correspondentes desejados. Interessante notar que,

K

1

pzpzpz

zzzzzz

n21

m21

Exemplo 4.2: Supondo que o sistema seja dado por,

T

Ts

pZOHez

e1

1s

1

s

e1ZGGZ

E o controlador seja na forma integral dada por,

1z

zK

z1

K)z(G I1

ID

Investigar a influencia do ganho KI e do tempo de amostragem T para a

estabilidade do sistema. Supondo que o sistema seja amostrado com os seguintes

tempos T = 0.5s, 1s e 2s.

Solução: A função de transferência em malha fechada é dada por,

T

T

IPZOHDez

e1

1z

zKGGZ)z(G)z(G

Então,

TTT

I

2

T

I

eze1e1Kz

ze1K

)z(G1

)z(G

)z(R

)z(C

Substituindo o valor de T = 0.5s,

54

Programa feito em Matlab:

clear all;close all;clc % tempo de amostragem T = 0.5; % Definição da planta num=[(1-exp(-T)) 0]; den=conv([1 -1],[1 -exp(-T)]); % Empacotando sys=tf(num,den,T) % aplicação do método do lugar das raízes rlocus(sys);zgrid

Transfer function: 0.3935 z ---------------------- z^2 - 1.607 z + 0.6065 Sampling time: 0.5

Transfer function: 0.6321 z ---------------------- z^2 - 1.368 z + 0.3679 Sampling time: 1

Transfer function: 0.8647 z ---------------------- z^2 - 1.135 z + 0.1353 Sampling time: 2

Figura 4.10: Lugar das raízes para T = 0.5s

55

Figura 4.11: Lugar das raízes para T = 1s

Figura 4.12: Lugar das raízes para T = 2s

Exemplo 4.3: Observar a influência da variação dos parâmetros do controlador

PID para o seguinte sistema,

)5s(1s

1)s(G p

Aplicando a transformada na convolução da planta com o ZOH,

56

1T51T

2TT5T61T5T

1T51T

1T11T511T1T5

1T51T1

1

1

1s

pZOH

ze1ze120

zee5e4zee54

ze1ze120

ze1z1ze1z15ze1ze14

ze120

1

ze14

1

z15

1z1

5s20

1

1s4

1

s5

1Zz1

5s1ss

1Zz1

5s1ss

1

s

e1ZGGZ

O primeiro passo é calcular

clear all;close all;clc % Planta contínua num=1; % numerador den=[conv([1 1],[1 5])]; % denominador Gs=tf(num,den) % empacotando % Planta discreta T=0.1; % tempo de amostragem b1=(4-5*exp(-T)+exp(-5*T)); b2=(4*exp(-6*T)-5*exp(-5*T)+exp(-T)); numd=[0 b1 b2]/20; % numerador a1=-exp(-T)-exp(-5*T); a2=exp(-6*T); dend=[1 a1 a2]; % denominador Gz=tf(numd,dend,T) % empacotando figure('Color',[1 1 1]) step(Gs,Gz) legend('Contínuo','Discreto') % diagrama de bode para escolher Kp figure;rlocus(Gz);zgrid;set(gcf,'Color',[1 1 1])

0 1 2 3 4 5 60

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.14

0.16

0.18

0.2

Step Response

Time (sec)

Am

plitu

de

Contínuo

Discreto

Root Locus

Real Axis

Ima

gin

ary

Ax

is

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1

0.20.30.40.50.60.70.80.9

System: Gz

Gain: 0

Pole: 0.607

Damping: 1

Overshoot (%): 0

Frequency (rad/sec): 5

System: Gz

Gain: 10

Pole: 0.734 + 0.206i

Damping: 0.705

Overshoot (%): 4.38

Frequency (rad/sec): 3.85

System: Gz

Gain: 50

Pole: 0.648 - 0.538i

Damping: 0.241

Overshoot (%): 45.8

Frequency (rad/sec): 7.14

57

Figura 4.13: Resposta do sistema considerando tempo contínuo e discreto e lugar das

raízes

Calculando a resposta do sistema com o controlador proporcional,

% fechando a malha - Controle porporcional Kp Sys1=feedback(2*Gz,1) % ganho Kp = 2 Sys2=feedback(10*Gz,1) % ganho Kp = 10 Sys3=feedback(50*Gz,1) % ganho Kp = 50 figure('Color',[1 1 1]);step(Sys1,Sys2,Sys3) legend('K_P = 2','K_P = 10','K_P = 50')

Figura 4.14: Respostadas do sistema controlado para vários valores de Kp

58

% Controle PD % Kp = 50 , Kd = 0 Kp=50;Kd=0;Ki=0; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd];den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA=GPIDz*Gz sysMF1=feedback(sysMA,1) % Kp = 50 , Kd = 10 Kp=50;Kd=10;Ki=0; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd];den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA=GPIDz*Gz sysMF2=feedback(sysMA,1) % Kp = 50 , Kd = 50 Kp=50;Kd=50;Ki=0; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd]; den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA=GPIDz*Gz sysMF3=feedback(sysMA,1) figure('Color',[1 1 1]) step(sysMF1, sysMF2, sysMF3,3) legend('K_D = 0','K_D = 10','K_D = 50')

% Controle PID % Kp = 50 , Kd = 50 , Ki = 0 Kp=50;Kd=50;Ki=0; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd];den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA=GPIDz*Gz sysMF4=feedback(sysMA,1) % Kp = 50 , Kd = 50 , Ki = 2 Kp=50;Kd=50;Ki=2; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd];den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA= GPIDz*Gz sysMF5=feedback(sysMA,1) % Kp = 50 , Kd = 50 , Ki = 10 Kp=50;Kd=50;Ki=10; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd];den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA=GPIDz*Gz sysMF6=feedback(sysMA,1) % Kp = 50 , Kd = 50 , Ki = 40 Kp=50;Kd=50;Ki=40; num=[Kp+Kd+Ki -(Kp+2*Kd) +Kd]; den=[1 -1 0]; GPIDz=tf(num,den,T) sysMA=GPIDz*Gz sysMF7=feedback(sysMA,1) figure('Color',[1 1 1]) step(sysMF4,sysMF5,sysMF6,sysMF7,5) legend('K_I = 0','K_I = 2','K_I = 10','K_I = 40')

Figura 4.15: Respostadas do sistema controlado para vários valores de Kd, mantendo o

valor de Kp = 50.

59

Figura 4.16: Respostadas do sistema controlado para vários valores de Ki, mantendo os

valores de Kp = 50 e Kd = 50.

4.5 Projeto de Controladores PID

Os controladores PIDs são os controladores mais utilizados na prática devido a

sua fácil implementação e ajuste. Aqui são apresentados os métodos Ziegler-Nichols de

ajuste de controladores PID.

Deve ser lembrado que o PID Contínuo é dado por,

Tis

KsTKsTTK

sT

1sT1K

s

KsKsK

s

KsKK)s(PID

cic

2

idc

i

dc

Ip

2

dIdp

(4.5)

Enquanto que o PID discreto é dado por,

1

D1

IP

1d

1

1

i

c z1Kz1

KKz1

T

T

z1

z1

T2

T1K)z(PID

(4.6)

4.5.1 Ziegler-Nichols malha fechada

Supondo um controlador PID na forma,

Figura 4.17: Controlador PID

60

Para aplicar o método Ziegler-Nichols de malha fechada deve-se primeiro

encontrar qual o ganho proporcional Kp, com o ganho integral Ki e o ganho Kd iguais a

zero, que torna o sistema de malha fechada marginalmente estável, isto é, pelo menos

um dos pólos do sistema de malha fechada deve ser puramente imaginário no plano

complexo S, que no plano discreto Z significa tem módulo 1 ou estar em cima do

círculo de raio unitário. Este ganho Kp passa a ser chamado de ganho crítico Kcr.

O sistema apresentado na Figura 4.17, fazendo o PID somente Kp, o sistema de

malha fechada é dado por,

Kp)z(G1

Kp)z(G

)z(R

)z(Y

Para o calculo do ganho crítico, pelo menos um dos pólos da equação acima

deve possuir parte real igual a zero.

Root Locus

Real Axis

Ima

gin

ary

Ax

is

-3 -2 -1 0 1 2 3-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

System: Gs

Gain: 4.5

Pole: 0.00145 + 3.63i

Damping: -0.0004

Overshoot (%): 100

Frequency (rad/sec): 3.63

System: Gs

Gain: 4.47

Pole: -0.00302 - 3.63i

Damping: 0.000832

Overshoot (%): 99.7

Frequency (rad/sec): 3.63

Root Locus

Real Axis

Ima

gin

ary

Ax

is

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1

0.2

0.3

0.40.50.60.70.8

0.9

System: Gz

Gain: 3.35

Pole: 0.807 + 0.59i

Damping: 0.000454

Overshoot (%): 99.9

Frequency (rad/sec): 3.15

System: Gz

Gain: 3.35

Pole: 0.807 - 0.59i

Damping: 0.000454

Overshoot (%): 99.9

Frequency (rad/sec): 3.15

Figura 4.18: Lugar das Raízes no plano complexo S e no plano discreto Z

O segundo passo consiste em traçar a resposta ao degrau do sistema

realimentado pelo ganho crítico Kcr. Desta resposta é retirado o tempo de oscilação Tu.

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 50

0.5

1

1.5

Step Response

Time (sec)

Am

plitu

de

Tempo de

Oscilação Tu

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

0

0.5

1

1.5

Step Response

Time (sec)

Am

plitu

de

Tempo de

oscilação Tu

Figura 4.19: Resposta ao degrau do sistema realimentado com Kcr

Agora os parâmetros do controlador podem ser ajustados de acordo com a tabela

abaixo.

61

Tabela 4-1: Ajustes do controlador PID para o método Ziegler-Nichols malha fechada.

Tipo do controlador Kc Ti Td

P 0,5 Kcr -- --

PI 0,45.Kcr Tu/1,2 ---

PID 0,6.Kcr 0,5Tu 0,125Tu

4.5.2 Ziegler-Nichols Malha Aberta

O método Ziegler-Nichols em malha aberta pode ser aplicado quando a curva de

resposta ao degrau unitário de entrada apresentar o aspecto de um S. Essa curva de

resposta ao degrau unitário pode ser gerada experimentalmente ou a partir de uma

simulação dinâmica da planta.

Figura 4.20: Resposta ao degrau unitário

A curva com o formato em S pode ser caracterizada por duas constantes, o atraso

L e a constante de tempo T. O atraso e a constante de tempo são determinados

desenhando-se uma linha tangente no ponto de inflexão da curva com o formato de S e

determinando-se a interseção da linha tangente com o eixo do tempo. O ajuste do

controlador PID, segundo este método, introduz no sistema dois zeros em -1/L se o

projeto for feito em tempo contínuo.

Tabela 4-2: Ajustes do controlador PID para o método Ziegler-Nichols malha aberta.

Tipo de controlador Kc Ti Td

P T/L 0

PI 0,9T/L L/0,3 0

PID 1,2T/L 2L 0,5L

4.6 Controlador Tipo “Dead Beat”

62

Uma resposta tipo “Dead Beat” é aquela em que o sistema apresenta o menor

tempo de estabilização possível, sem erro estacionário e sem apresentar oscilações

durante o transiente. Então, se um sistema de controle for projetado para que a resposta

do sistema de malha fechada apresente uma resposta tipo “dead beat”, o controlador

que gerou esta resposta recebe o nome de controlador “dead beat”.

Figura 4.21: Diagrama de blocos de um sistema de controle utilizando controlador

“Dead Beat”

Supondo o sistema de controle em malha fechada com o apresentado na Figura

4.21, cuja malha fechada é dada por,

)z(G)z(G1

)z(G)z(G

)z(R

)z(C

D

D

Para que o sistema em malha fechada tenha uma resposta “dead beat”,

necessariamente a malha fechada deve ser na forma,

N

N

1N

1

N

0N

N

1

10z

azazazazaa)z(F

)z(R

)z(C

(4.7)

onde N deve ser maior ou igual a ordem do sistema G(z). Observe que F(z) não deve

conter potencias positiva de z, pois significaria que o sistema seria não causal. Além

disso, o sistema em malha fechada é representado por um sistema cujos pólos são todos

iguais a zero.

4.7 Exercícios Resolvidos

Exemplo 4.4: Um sistema de controle em tempo contínuo possui pólos em malha

fechada com freqüência natural n = 5 rad/s e fator de amortecimento = 0.7 e

freqüência natural n = 10 rad/s e fator de amortecimento = 0.5, com tempo de

amostragem T=0.1s. Quais seriam os pólos do sistema de controle em malha fechada

em tempo discreto?

Solução: com as informações dadas acima, o sistema terá dois pólos complexos

conjugados formados por, 2

nd 1jnjns

Então,

5707.3j5.37.015j57.0s 2

2,1

6603.8j55.0110j105.0s 2

4,3

Passando para tempo discreto, Tsez

Então,

63

2463.0j6602.0ez 5707.3j5.31.0

2,1

4620.0j3929.0ez 6603.8j51.0

4,3

Exemplo 4.5: Curiosidades de raízes complexas:

Raízes discretas puramente reais positivas:

z = 0.5 s = fa(-0.631)

São originadas de raízes puramente reais no plano s.

Raízes discretas puramente reais negativas

z = -0.5 s = fa(-0.631j)

São raízes cujas frequencias correspondem a fa/2. Pois,

21.3fafa631.0fa22

n [rad/s]

Significando que a amostragem foi feita erradamente, pois dividindo n por 2,

]Hz[521.0fafn

Isto mostra que o teorema da amostragem foi aplicado errado

Exemplo 4.6: Verificar no plano Z, como ficam os pólos e zeros do seguinte sistema

contínuo amostrado com fa = 100 Hz,

22

2

400s8s

400)s(G

Observe que neste caso, a freqüência natural n = 20 rad/s e fator de

amortecimento = 0.2.

clear all;close all;clc % Dados contínuos sn=0.2; % fator de amortecimento wn=2*pi*10; % frequencia natural % Empacotando Gs=tf(100,[1 2*sn*wn wn^2]) % calculando os pólos damp(Gs) % lugar das raízes figure;pzmap(Gs);sgrid % Dados discretos fa=100; % frequencia de amostragem T=1/fa; % tempo de discretização % passando para tempo discreto Gz=c2d(Gs,T) % calculando os pólos damp(Gz) % lugar das raízes figure;pzmap(Gz);zgrid

Transfer function:

100

--------------------

s^2 + 25.13 s + 3948

64

Eigenvalue Damping Freq. (rad/s)

-1.26e+001 + 6.16e+001i 2.00e-001 6.28e+001

-1.26e+001 - 6.16e+001i 2.00e-001 6.28e+001

Transfer function:

0.004459 z + 0.004096

---------------------

z^2 - 1.44 z + 0.7778

Sampling time: 0.01

Eigenvalue Magnitude Equiv. Damping Equiv. Freq. (rad/s)

7.20e-001 + 5.09e-001i 8.82e-001 2.00e-001 6.28e+001

7.20e-001 - 5.09e-001i 8.82e-001 2.00e-001 6.28e+001

4.8 Exercícios Propostos

Exercício 4.1: Para o sistema abaixo, quais seriam os pólos em tempo discreto?

100s10s

100)s(G

2

Exercício 4.2: Para o Exemplo 4.1, encontrar quais os valores que K em tempo

discreto que tornam o sistema em malha fechada um sistema assintoticamente estável,

marginalmente estável e instável?

Exercício 4.3: Para o sistema em tempo contínuo abaixo, pede-se:

a) Encontrar um ajuste para o controlador PID para o sistema em tempo

discreto utilizando os métodos Ziegle-Nichols de malha aberta e

malha fechada;

b) Fazer ajustes finos para encontrar o melhor resultado possível;

c) Quais as freqüências naturais e fatores de amortecimento para os três

casos?

65

3s2s1s

2)s(G

e

30s

30)s(H

Para resolver este problema deve-se assumir que há um amostrador em X(s) e

um ZOH em U(s).

66

Capítulo 5

5 Formulação por Matrizes de Estado

A representação em forma de Matrizes de Estado é um das principais

ferramentas de simulação de sistemas, e elas são formuladas diretamente no domínio em

tempo contínuo ou discreto e não envolvem transformações para Laplace ou

transformada Z.

5.1 Introdução à formulação de estado

Considerando um sistema massa-mola-amortecedor na forma,

)t(u)t(ky)t(yc)t(ym

Que pode ser reescrito como,

m

)t(u)t(y)t(y2)t(y 2

nn

Definindo uma variável como,

)t(y)t(x)t(y)t(x 11

Definindo outra variável como,

)t(y)t(x)t(x)t(y)t(x 212

Substituindo na equação original e deixando somente uma variável com a

derivada temporal, então,

m

)t(u)t(x)t(x2)t(x 1

2

n2n2

Agora, escrevendo um sistema na seguinte forma,

)t(um/1

0

)t(x

)t(x

2

10

)t(x

)t(x

2

1

n

2

n2

1

Ainda está faltando a resposta y(t) do sistema, que é dada por,

)t(u0)t(x

)t(x01)t(y

2

1

Que pode ser escrito da seguinte maneira,

)t(Du)t(Cx)t(y

)t(Bu)t(Ax)t(x

A forma acima é conhecida como forma de estado. Como observado, a

transformação para a formulação de espaço de estados consistiu em transformar uma

equação de segunda ordem em duas equações de primeira ordem. Generalizando, a

transformação de espaço de estados consiste em transformar um sistema de equações de

ordem n para um sistema de primeira ordem de 2n equações, tornando assim, mais

simples a sua solução.

67

5.2 Nomenclatura de Espaço de Estados

Vetor de estado x(t) é o vetor de ordem n que contém todos os estados.

Vetor de saída y(t) é o vetor de ordem m que contém todas as respostas.

Vetor de entrada u(t) é o vetor de ordem r que contém todas as entradas.

Matriz de estado A é a matriz de ordem n×n que contém os autovalores e os

autovetores do sistema.

Matriz de entrada B é a matriz de ordem n×r da entrada.

Matriz de saída C é a matriz de ordem m×n da saída.

Matriz de transmissão direta D é matriz de ordem m×r que correlaciona

diretamente a entrada com a saída.

Então,

1rrm1nnm1m

1rrn1nnn1n

)t(uD)t(xC)t(y

)t(uB)t(xA)t(x

A representação em diagramas de bloco do sistema acima é dada por,

Figura 5.1: Representação em diagrama de blocos para tempo contínuo.

5.3 Representação de Espaço de Estados discretos

A formulação de espaço de estados discretos é dada por,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

(5.1)

Nota-se que as matrizes C e D não mudaram, significando que são as mesmas

matrizes de sistemas em tempo contínuo.

Agora, supondo um sistema discreto cuja função de transferência é dada por,

n

n

1

1

n

n

1

10

zaza1

zbzbb

)z(U

)z(Y

Esta FT pode ser representada de várias maneiras em espaço de estados, pois a

formulação de estado não é única.

5.3.1 Forma Canônica Controlável

68

A forma canônica controlável é dada por,

)k(u

1

0

0

0

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

aaaa

1000

0100

0010

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

n

1n

2

1

12n1nnn

1n

2

1

)k(ub

)k(x

)k(x

)k(x

babbabbab)k(y 0

n

2

1

01101n1n0nn

Se a matriz G for uma matriz de posto cheio, isto é, o determinante é diferente

de zero, o sistema é controlável, caso contrário, significa que pelo menos 1 dos estados

não é controlável. A controlabilidade significa que o sistema pode ser alterado de

qualquer estado para qualquer estado em um período de tempo finito.

5.3.2 Forma Canônica Observável

A forma canônica observável é dada por,

)k(u

bab

bab

bab

bab

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

a100

a000

a001

a000

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

011

022

01n1n

0nn

n

1n

2

1

1

2

1n

n

n

1n

2

1

)k(ub

)k(x

)k(x

)k(x

100)k(y 0

n

2

1

Para o sistema ser completamente observável, a matriz G deve ser uma matriz de

posto cheio. A observabilidade significa que todos os estados do sistema podem ser

observados ou medidos.

5.3.3 Forma Canônica Diagonal

Expandindo a FT em frações parciais tal que,

n

n

2

2

1

10

pz

c

pz

c

pz

cb

)z(U

)z(Y

Então, a forma canônica diagonal é dada por,

69

)k(u

1

1

1

)k(x

)k(x

)k(x

p00

0

0p0

00p

)1k(x

)1k(x

)1k(x

n

2

1

n

2

1

n

2

1

)k(ub

)k(x

)k(x

)k(x

ccc)k(y 0

n

2

1

n21

onde pi representa os pólos do sistema.

5.3.4 Forma Canônica de Jordan

A forma canônica de jordan é usada quando se deseja representar o sistema na

forma diagonal mas existem pólos repetidos. Supondo que o pólo p1 é repetido m vezes,

então,

)k(u

1

1

__

1

0

0

)k(x

)k(x

_______

)k(x

)k(x

)k(x

p0

0p

]0[

]0[

p000

01p0

001p

)1k(x

)1k(x

_______

)1k(x

)1k(x

)1k(x

n

1m

m

2

1

n

1m

1

1

1

n

1m

m

2

1

)k(ub

)k(x

)k(x

)k(x

ccc)k(y 0

n

2

1

n21

5.3.5 Não unicidade das matrizes de estado

A representação de estado não é única, isto é, para um mesmo sistema na forma

de função de transferência pode haver várias representações de estado. Por exemplo,

supondo que um sistema seja observável e controlável, definições que serão apresentada

mais à frente, então haverá uma representação na forma canônica controlável e

observável.

Para exemplificar, supondo o sistema na seguinte forma de estado,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Supondo uma transformação tal que,

70

)k(xP)k(x

onde a matriz P é de ordem n×n, mesma ordem da matriz G. Então,

)k(Du)k(xCP)k(y

)k(Hu)k(xGP)1k(xP

Que pode ser reescrito como,

)k(Du)k(xCP)k(y

)k(HuP)k(xGPP)1k(x 11

Agora definindo,

GPPG 1 , CPC e HPH 1

Então,

)k(Du)k(xC)k(y

)k(uH)k(xG)1k(x

Que é exatamente da mesma forma que o sistema original. Se a matriz P for a

matriz dos autovetores da matriz G, então o sistema será diagonalizado, caso isso não

seja possível, a matriz resultante será a matriz de Jordan.

5.4 Simulando um sistema na forma de estado discreto

Nesta parte, supõe-se que o sistema seja linear e invariante no tempo, na forma,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Pegando apenas os estados do sistema, para o instante inicial têm-se,

)0(Hu)0(Gx)1(x

Para o instante seguinte,

)1(Hu)0(GHu)0(xG

)1(Hu)0(Hu)0(GxG

)1(Hu)1(Gx)2(x

2

Para o instante seguinte,

)2(Hu)1(GHu)0(HuG)0(xG

)2(Hu)1(Hu)0(GHu)0(xGG

)2(Hu)2(Gx)3(x

23

2

Fazendo isso para k instantes,

1k

0j

1jkk )j(HuG)0(xG)k(x k = 1, 2, 3 ... (5.2)

Substituindo este resultado em y(k),

)k(Du)j(HuG)0(xGC)k(y1k

0j

1jkk

k = 1, 2, 3 ... (5.3)

5.5 Passando de Matrizes de Estado para FT

Supõe-se o sistema na forma,

71

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Aplicando transformada Z, obtém-se,

)z(DU)z(CX)z(Y

)z(HU)z(GX)0(zx)z(zX

Supondo condições iniciais nulas,

)z(HUGzI)z(X)z(HU)z(XGzI)z(HU)z(GX)z(zX1

Substituindo em Y(z),

)z(UDHGzIC)z(DU)z(HUGzIC)z(Y11

Como a função de transferência pulsada é a relação dada por Y(z)/U(z),

DHGzIC)z(U

)z(Y 1

(5.4)

Observe que se Y(z)/U(z) é uma matriz mr.

5.6 Discretização de Matrizes de Estado Contínuas

Em se tratando de sistemas em tempo discreto, pode-se converter diretamente de

matrizes de estado contínuas para matrizes de estado discretas. Porem é necessário fazer

uma revisão de matrizes antes de mostrar o processo de discretização.

Em se tratando de matrizes há alguns cuidados a serem tomados e algumas

definições a serem compreendidas. Começando com,

0k

kkkk22At

!k

tAtA

!k

1tA

!2

1AtIe

Diferenciando esta solução em relação ao tempo, para isso a derivada é feita

termo a termo, encontra-se,

AeAeedt

d AtAtAt

Agora, três relações importantes,

Iee AtAt BtAttBA eee se AB = BA BtAttBA eee se AB ≠ BA

Agora, obtendo a resposta para matrizes de estado contínuas, isto é,

)t(Bu)t(Ax)t(x

Que pode ser reescrita como,

)t(Bu)t(Ax)t(x

Agora pré-multiplicando por e-At

,

)t(Bue)t(xedt

d)t(Ax)t(xe AtAtAt

Integrando1 de 0 a t,

t

0

AAt d)(Bue)0(x)t(xe

Que pode ser rearranjada como,

1 Deve ser lembrado que a integral da derivada é a própria função aplicada os limites de integração.

72

t

0

tAAt d)(Bue)0(xe)t(x (5.5)

A equação acima representa a solução para um sistema na forma de estado

contínuo. Para a solução completa, basta substituir os estados x(t) em,

)t(Du)t(Cx)t(y

Para fazer o mesmo para um sistema discreto, tem-se que,

)kT(Hu)kT(Gx)T)1k((x)t(Bu)t(Ax)t(x

Para que possa ser utilizada a solução de um sistema contínuo para encontrar a

solução de um sistema discreto, assume-se que a entrada u(t) entre um período e outro

de amostragem é constante, isto é, que há um ZOH, então,

)kT(u)t(u kT ≤ t < kT+T

Então, a solução,

t

0

tAAt d)(Bue)0(xe)t(x

Para o tempo kT, substitui-se t por kT,

kT

0

AAkTAkT d)(Buee)0(xe)kT(x

Para o tempo (k+1)T, substitui-se t por (k+1)T,

T1k

0

AT1kAT1kA d)(Buee)0(xe)T)1k((x

Agora fazendo,

kT

0

kTAAkTAT

T1k

0

T1kAT1kAAT d)(Bue)0(xeed)(Bue)0(xe)kT(xe)T)1k((x

Simplificando2,

T1k

kT

AT1kAAT

kT

0

AAkTAT

T1k

0

AT1kAAkTATT1kAAT

d)(Buee)kT(xe

d)(Bueeed)(Buee)0(xeee)kT(xe)T)1k((x

Supondo agora o ZOH, então, o tempo entre kT e (k+1)T pode ser substituído

por 0 e T dentro da integral, pois o que vai variar é apenas u() que é considerado

constante. Então,

T

0

AATAT d)(Buee)kT(xe)T)1k((x

Aplicando a transformação de variável onde = T-,

T

0

AAT d)(Bue)kT(xe)T)1k((x

Que representa a solução da equação de estado discreta na forma,

)kT(Hu)kT(Gx)T)1k((x

Que neste caso, tem-se que para encontrar estas matrizes discretas,

necessariamente,

2 Deve ser lembrado que

T1kAAkTAT eee

73

ATeG e BdeH

T

0

A

(5.6)

Pelas equações acima, verifica-se claramente que as matrizes discretas são

dependentes do tempo de amostragem.

A solução para y(kT) é dada simplesmente por,

)kT(Du)kT(Cx)kT(y

Se a matriz A for não singular, então

BAIeBIeABdeH 1ATAT1

T

0

A

(5.7)

Exemplo 5.1: Considerando o sistema abaixo, encontrar a representação de estado

discreto e a expressão para função de transferência discreta para T = 1 s.

21

2

2

2 asas

b

s2s

1

)2s(s

1)s(G

Solução: O primeiro passo é encontrar uma representação de estado para o

sistema, utilizando a forma canônica controlável,

)t(x

)t(x01)t(y

)k(u1

0

)t(x

)t(x

20

10

)t(x

)t(x

2

1

2

1

2

1

Como foi visto, para as matrizes discretas têm-se3,

1353.00

4323.01

e0

e12

11

eGT2

T2AT

Outra forma de encontrar a matriz G é fazendo,

2s

10

2ss

1

s

1

AsIeL1At

Cuja transformada de laplace inversa é dada por,

t2

t21At

e0

e12

11

2s

10

2ss

1

s

1

Le

Então,

3

0k

kkkk22At

!k

tAtA

!k

1tA

!2

1AtIe

74

4323.0

2838.0

e12

1

2

1eT

2

1

1

0

e12

10

2

1eT

2

1T

1

0d

e0

e12

11

BdeH

T2

T2

T2

T2

T

02

2T

0

A

Desta forma, o sistema discreto na forma de matrizes de estado é dado por,

)k(x

)k(x01)k(y

)k(u4323.0

2838.0

)k(x

)k(x

1353.00

4323.01

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Para a representação em FT discreta,

1353.0z1353.1z

1485.0z2838.00

4323.0

2838.0

1353.00

4323.01

10

01z01

DHGzIC)z(G)z(U

)z(Y

2

1

1

O mesmo problema pode ser resolvido utilizando o Matlab,

clear all;close all;clc % Planta contínua num=1; % numerador den=[conv([0 0 1],[1 2 0])]; % denominador % Transformando para matrizes de Estado [A,B,C,D]=tf2ss(num,den) % discretizando as matrizes T=1; [G,H]=c2d(A,B,T) % voltando para TF discreta [numd,dend]=ss2tf(G,H,C,D)

Observe que neste caso, as matrizes de estado não estão na forma canônica, mas

o resultado em Função de Transferência deve ser exatamente o mesmo.

5.7 Exercícios Resolvidos

Exemplo 5.2: Para o sistema abaixo, converter para matrizes de estado discretas

utilizando o Matlab,

10s6325.10s6325.1s

2s)s(G

23

clear all;close all;clc

75

% denifindo os dados da planta T=0.1; num=[1 2]; den=conv([1 2*0.1*sqrt(10) 10],[1 1]); % Funções de Transferencia Gs=tf(num,den) % planta contínua Gz=c2d(Gs,T) % planta discreta % Matrizes de Estado [A,B,C,D]=tf2ss(num,den) MEs=ss(A,B,C,D) % empacotando MEz=c2d(MEs,T) % Matrizes de estado discreta

Exemplo 5.3: Para uma suspensão ativa representando ¼ de veículo, escrever as

matrizes de estado contínuas supondo que o distúrbio da via seja w(t).

Neste caso, as matrizes que regem o comportamento dinâmico do sistema são

dadas por,

Massa Suspensa,

)t(uxxkxxcxm NSSNSSSS

Masssa Não-Suspensa,

)t(u)t(wkxkxxkxxcxm PNPSNSSNSNN

Que na forma matricial fica,

)t(u)t(wk

)t(u

x

x

kkk

kk

x

x

cc

cc

x

x

m0

0m

pP

S

PSS

SS

P

S

SS

SS

P

S

N

S

Este caso representa um sistema MIMO, duas entradas e duas saídas. Definindo

as variáveis de estado iniciando pelos deslocamentos,

S1S1 xxxx e N2N2 xxxx

Para as velocidades,

S13 xxx e N24 xxx

Com as definições acima, as equações de estado são dadas por,

31 xx

42 xx

S

21

S

S

43

S

S

3m

)t(uxx

m

kxx

m

cx

)t(um

1)t(w

m

kx

m

kxx

m

kxx

m

cx

NN

P2

N

P12

N

S

34

N

S

4

Que na forma matricial fica,

76

w

u

m

k

m

1

0m

100

00

x

x

x

x

m

c

m

c

m

kk

m

k

m

c

m

c

m

k

m

k1000

0100

x

x

x

x

N

P

N

S

4

3

2

1

N

S

N

S

N

PS

N

S

S

S

S

S

S

S

S

S

4

3

2

1

De forma geral, se for sempre assumido que o vetor de estado se inicia com

deslocamentos e depois as velocidades, as matrizes de estado podem ser dadas a partir

das matrizes dinâmicas como,

)}t(F{)}t(X]{K[)}t(X]{C[)}t(X]{M[

Sendo que o vetor de estado,

)t(X

)t(X)t(X

E as matrizes de estado,

UF]M[

]0[X

C]M[K]M[

I]0[X

111

A resposta do sistema deve ser dada pelo que se deseja medir, supondo que seja

necessário medir os deslocamentos e velocidades,

w

u

00

00

00

00

x

x

x

x

1000

0100

0010

0001

y

y

y

y

4

3

2

1

4

3

2

1

Caso seje necessário medir apenas o deslocamento da massa suspensa,

w

u00

x

x

x

x

0001y

4

3

2

1

1

Exemplo 5.4:Para o sistema abaixo, encontrar as matrizes de estado.

As equações de movimento na forma matricial são dadas por,

33

322

211

3

2

1

323

3212

21

3

2

1

3

2

1

uF

uuF

uuF

x

x

x

kkk0

kkkk

0kk

x

x

x

m00

0m0

00m

Portanto, as matrizes de estado podem ser dadas como,

77

3

2

1

3

2

1

33

222

111

6

5

4

3

2

1

3

32

3

3

2

3

2

21

2

2

1

2

1

1

6

5

4

3

2

1

u

u

u

F

F

F

m

100

m

100

m

1

m

100

m

10

0m

1

m

100

m

1000000

000000

000000

x

x

x

x

x

x

000m

kk

m

k0

000m

k

m

kk

m

k

0000m

k

m

k100000

010000

001000

x

x

x

x

x

x

5.8 Exercícios Propostos

Exercício 5.1: Para a FT abaixo, escrever a representação em matrizes de estado na

forma canônica controlável, observável e diagonal para,

a) 3s2ss

1s)s(G

para T = 0.1 s;

b) 2s5s4s

1)s(G

23 para T = 0.1 s;

Exercício 5.2: Supondo o seguinte sistema dinâmico,

Supondo, m1 = m2 = m3 = 0.5 kg, k1 = k2 = k3 = k4 = 10.000 N/m, c2 = c3 =

50 Ns/m, determinar utilizando o Matlab,

a) Equação de movimento matricial

b) Matrizes de estado contínuas;

c) Matrizes de estado discretas;

d) Freqüências naturais e modos de vibrar;

e) Resposta em freqüência, diagrama de bode;

f) Resposta ao Impulso contínua e discreta.

Exercício 5.3: (Prova 2007) Considerando o sistema abaixo, escrever a forma canônica

controlável e observável,

5.0zz

5.0z2)z(G

2

78

Capítulo 6

6 Controlabilidade e Observabilidade

6.1 Introdução

A controlabilidade se refere à capacidade do sistema ter seu estado alterado de

qualquer estado para qualquer outro estado. De modo geral significa que o sistema pode

ser controlado.

A observabilidade significa que o sistema pode ter seus estados observados, em

outras palavras, o sistema pode ser inteiramente medido, significando que qualquer tipo

de informação pode ser conseguida.

6.2 Controlabilidade

Um sistema de controle é dito ser de estado completamente controlável se é

possível transferir o sistema de um estado qualquer para outro estado desejável qualquer

em um período finito de tempo utilizando uma lei de controle sem restrições. Para um

sistema discreto, a controlabilidade significa que o sistema pode ser transferido de um

estado qualquer x(kT) para um estado final x(kT) utilizando no máximo n períodos de

amostragem. Considerando um sistema em espaço de estados discretos na forma,

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Sua solução temporal é dada por,

)T)1k((Hu)T(HuG)0(HuG)0(xG

)j(HuG)0(xG)kT(x

2k1kk

1k

0j

1jkk

k = 1, 2, 3 ... (6.1)

Esta solução pode ser rearranjada para os primeiros n instatnes de tempo como,

)0(u

)2n(u

)1n(u

HGGHH)0(xG)n(x 1nn

onde n é a dimensão da matriz G. Como a dimensão de H é n1 e cada coluna da matriz

[H GH ... Gn-1

H] é n1, então a dimensão da matriz é nn para o caso de uma única

entrada u(k), caso a entrada seja um vetor de dimensão 1r, então a matriz é de

dimensão nnr, significando que, dada uma lei de controle u(k), para alterar o estado do

sistema de x(0) para x(n) a matriz necessariamente precisa obedecer à seguinte relação,

nHGGHHposto 1n (6.2)

Esta matriz é conhecida como matriz de controlabilidade. Caso o posto da matriz

de controlabilidade seja menor que n, não significa que o sistema é incontrolável, mas

79

significa que pelo menos um dos estados não pode ser controlado, isto é, parte do

sistema pode ser controlado e parte não.

Dever ser notado que a controlabilidade de estado independe da saída, isto é, a

controlabilidade de estado é independente das matrizes C e D.

Exemplo 6.1: Verificar se os sistemas abaixo são de estado completamente

controláveis.

Sistema 1:

)k(u3

2

)k(x

)k(x

20

01

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

Solução: Construindo a matriz de controlabilidade,

63

22

3

2

20

01

3

2GHH

Não é necessário calcular o posto da matriz de controlabilidade, pois é só

observar se as linhas são linearmente independentes, neste caso, o posto = 2, então o

sistema é completamente controlável.

Sistema 2:

)k(u0

2

)k(x

)k(x

20

01

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

Solução: Construindo a matriz de controlabilidade,

00

22

0

2

20

01

0

2GHH

Neste caso, claramente o sistema possui posto = 1, significando que o sistema

não é completamente controlável.

Sistema 3:

)k(u

)k(u

12

00

03

00

10

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

50000

15000

00200

00120

00012

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

2

1

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

Solução: Construindo a matriz de controlabilidade,

HGHGHGGHH 432

Como a solução é mais complicada, utiliza-se o matlab para resolver o

problema,

clear all;close all;clc % definindo matriz G G=[-2 1 0 0 0 0 -2 1 0 0 0 0 -2 0 0 0 0 0 -5 1 0 0 0 0 -5] % definindo matriz H

80

H=[0 1;0 0;3 0;0 0;2 1] % Construindo matriz de Controlabilidade CO=ctrb(G,H) rank(CO)

Como o posto = 5, que é a dimensão da matriz G, então o sistema é de estado

completamente controlável.

Sistema 4:

)k(u

)k(u

00

12

00

03

10

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

50000

15000

00200

00120

00012

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

2

1

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

Solução: Construindo a matriz de controlabilidade,

HGHGHGGHH 432

Como a solução é mais complicada, utiliza-se o matlab para resolver o

problema,

clear all;close all;clc % definindo matriz G G=[-2 1 0 0 0 0 -2 1 0 0 0 0 -2 0 0 0 0 0 -5 1 0 0 0 0 -5] % definindo matriz H H=[0 1;3 0;0 0;2 1;0 0] % Construindo matriz de Controlabilidade CO=ctrb(G,H) rank(CO)

Como o posto = 3 que é menor que a dimensão da matriz G, então o sistema não

é de estado completamente controlável.

6.3 Controlabilidade de saída

Em muitas implementações práticas de sistemas de controle, é desejável

controlar a saída do sistema e não necessariamente todos os estados do sistema. Neste

caso, deve ser lembrado que a resposta do sistema é dada por,

)T)1k((CHu)T(HuCG)0(xCG

)kT(Du)j(HuG)0(xGC)kT(y

1kk

1k

0j

1jkk

k = 1, 2, 3 ... (6.3)

Esta solução pode ser rearranjada para os primeiros n instantes de tempo como,

81

)0(u

)2n(u

)1n(u

HCGCGHCH)0(xCG)n(y 1nn

Significando que para a saída ser completamente controlável, o posto da matriz

precisa ser m, que é a dimensão da matriz C, isto é,

mHCGCGHCHposto 1n (6.4)

Caso esteja presente a matriz D, a condição de controlabilidade completa de

saída é dada por,

mHCGCGHCHDposto 1n (6.5)

Dever ser notado que a controlabilidade de saída é dependente de todas as

matrizes que compõe o sistema, isto é, a controlabilidade de saída é dependente das

matrizes G, H, C e D.

6.4 Observabilidade

Um sistema é dito completamente observável se todo estado inicial x(0) pode

ser determinado a partir da observação da saída y(kT) em um período finito de tempo.

Observabilidade completa significa que, dado y(0), y(T), y(2T), ..., é possível

determinar x1(0), x2(0), ..., xn(0). Utilizando esta definição, então dado um sistema na

forma,

)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Sua resposta é dada por,

1k

0j

1jkk )j(HuG)0(xGC)kT(y k = 1, 2, 3 ... (6.6)

Fazendo a resposta para os n primeiros instantes de tempo,

)0(xCG)1n(y

)0(CGx)1(y

)0(Cx)0(y

1n

)0(x

CG

CG

C

)1n(y

)1(y

)0(y

1n

Consequentemente, com os primeiros n instantes de tempo, deve ser possível

determinar os estados iniciais x1(0), x2(0), ..., xn(0). Note que y(kT) é um vetor de

dimensão m1, portanto a simulação acima possui nm equações todas envolvendo os

estados iniciais. Para obter um conjunto único de estados iniciais, deve necessariamente

existir n equações lineares independentes, isso significa necessariamente que a matriz

nmn,

n

CG

CG

C

posto

1n

(6.7)

Esta matriz é conhecida como matriz de observabilidade. Normalmente, esta

equação não é usada, mas a equação transposta dela dada por,

82

nCGCGCpostoH1nHH

onde H representa a hermitiana, que é o conjugado transposto. Observe que a

observabilidade é independente da matriz de entrada B.

Exemplo 6.2: Considerando os sistemas abaixo, verificar a observabilidade.

Sistema 1:

)k(x

)k(x51)k(y

)k(x

)k(x

20

01

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Encontrando a matriz de observabilidade,

10

1

5

1

5

1

20

01

5

1CGC HHH

Como se observa, a matriz de observabilidade tem posto 2 que é a mesma ordem

da matriz G, então o sistema é completamente observável.

Sistema 2:

)k(x

)k(x10)k(y

)k(x

)k(x

20

01

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Encontrando a matriz de observabilidade,

2

0

1

0

1

0

20

01

1

0CGC HHH

Como se observa, a matriz de observabilidade tem posto 1 que é menor que

ordem da matriz G, então o sistema não é completamente observável.

Sistema 3:

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

01110

10111

)k(y

)k(y

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

30000

13000

00200

00120

00012

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

5

4

3

2

1

2

1

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

Como o sistema definido acima é um sistema de alta ordem, difícil de ser feito,

utiliza-se o Matlab,

83

clear all;close all;clc % definindo matriz G G=[-2 1 0 0 0 0 -2 1 0 0 0 0 -2 0 0 0 0 0 -3 1 0 0 0 0 -3] % definindo matriz C C=[1 1 1 0 1 0 1 1 1 0] % Construindo matriz de Controlabilidade OB=obsv(G,C) rank(OB)

Como o posto da matriz de observabilidade é 5 que é a mesma dimensão da

matriz G, então o sistema é completamente observável.

Sistema 4:

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

00110

10111

)k(y

)k(y

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

)k(x

30000

13000

00200

00120

00012

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

)1k(x

5

4

3

2

1

2

1

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

Como o sistema definido acima é um sistema de alta ordem, difícil de ser feito,

utiliza-se o Matlab,

clear all;close all;clc % definindo matriz G G=[-2 1 0 0 0 0 -2 1 0 0 0 0 -2 0 0 0 0 0 -3 1 0 0 0 0 -3] % definindo matriz C C=[1 1 1 0 1 0 1 1 0 0] % Construindo matriz de Controlabilidade OB=obsv(G,C) rank(OB)

84

Como o posto da matriz de observabilidade é 4 que é menor que a dimensão da

matriz G, então o sistema não é completamente observável.

6.5 Comentários gerais sobre controlabilidade e observabilidade

Nesta parte, será feito alguns comentários sobre a controlabilidade e

observabilidade de sistemas em tempo discreto.

6.5.1 Princípio da dualidade

Como a transformação para espaço de estados não é única, então há uma

transformação de uma forma para outra, a qual será útil quando se deseja obter uma

forma canônica de estado.

Supondo um sistema na forma,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Para transformá-lo na forma canônica controlável, aplica-se uma matriz de

transformação T na forma,

MWT e )k(xT)k(x

onde M é a matriz de controlabilidade dada por,

HGGHHM 1n

e a matriz W é dada por,

0001

001a

01aa

1aaa

W

1

3n2n

12n1n

Aplicando esta transformação no sistema, encontra-se,

)k(Du)k(xCT)k(y

)k(HuT)k(xGTT)1k(x 11

onde o sistema definido acima está na forma canônica controlável.

Para transformá-lo na forma canônica observável, aplica-se,

1HWNQ

e )k(xQ)k(x

onde N é a matriz de observabilidade dada por,

H1nHHHH HGCGCN

Aplicando esta transformação no sistema, encontra-se,

)k(Du)k(xCQ)k(y

)k(HuQ)k(xGQQ)1k(x 11

Interessante notar que se o sistema está na forma canônica controlável dada por,

85

)k(uD)k(xC)k(y

)k(uH)k(xG)1k(x

(6.8)

Para se obter a forma canônica observável, basta fazer,

)k(uD)k(xH)k(y

)k(uC)k(xG)1k(x

H

H

(6.9)

Esta equação demostra o princípio da dualidade

6.5.2 Condições de controlabilidade e observabilidade em termos de Funções de Transferência

Em se tratando de funções de transferência, não deve haver cancelamentos entre

pólos e zeros das plantas, isso significará que este estado será não observável e não

controlável. Este tipo de situação pode ocorrer em sistemas em série, onde os zeros de

uma planta são os pólos da outra. Como em alguns casos o desejável é realizar o

controle entre as duas, isso não será possível.

Exemplo 6.3: Verificar a controlabilidade e observabilidade do sistema abaixo.

16.0zz

2.0z

)z(U

)z(Y2

Escrevendo na forma canônica observável,

)k(x

)k(x10)k(y

)k(u1

2.0

)k(x

)k(x

11

16.00

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Verificando a controlabilidade,

8.01

16.02.0

1

2.0

11

16.00

1

2.0GHH

Verificando que o sistema não é completamente controlável. Agora, verificando

a observabilidade,

11

10

1

0

116.0

10

1

0CGC HHH

Verificando que o sistema é completamente observável.

Agora fazendo os mesmos testes só que escrevendo na forma controlável,

)k(x

)k(x12.0)k(y

)k(u1

0

)k(x

)k(x

116.0

10

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Verificando a controlabilidade,

11

10

1

0

116.0

10

1

0GHH

86

Verificando que o sistema é completamente controlável Agora, verificando a

observabilidade,

2.01

16.02.0

1

2.0

11

16.00

1

2.0CGC HHH

Verificando que o sistema não é completamente observável.

A explicação provém do seguinte fato, fatorando o denominado da FT,

2.0z8.0z

2.0z

16.0zz

2.0z

)z(U

)z(Y2

Neste caso, verifica-se que há um zero cancelando um pólo. Outro fato a ser

notado neste exemplo é o princípio da dualidade. Como o sistema escrito na forma de

estado não é única, o cancelamento de pólos e zeros acarreta hora em quebra da

controlabilidade hora em quebra da observabilidade. Isto irá depender da forma como o

sistema está escrito.

Exemplo 6.4: Verificar que o sistema não é observável,

)k(x

)k(x

)k(x

154)k(y

)k(u

1

0

0

)k(x

)k(x

)k(x

6116

100

010

)1k(x

)1k(x

)1k(x

3

2

1

3

2

1

3

2

1

Para a observabilidade,

111

575

664

1

5

4

2561

60110

3660

1

5

4

610

1101

600

1

5

4

CGCGC HH2HHH

Cujo determinante é zero, mostrando que o posto da matriz de observabilidade é

menor que a dimensão da matriz G assim, o sistema não é completamente observável.

Porém, o sistema é controlável. Agora escrevendo o seu opositor, isto é, transpondo as

matrizes,

)k(x

)k(x

)k(x

100)k(y

)k(u

1

5

4

)k(x

)k(x

)k(x

610

1101

610

)1k(x

)1k(x

)1k(x

3

2

1

3

2

1

3

2

1

O sistema será observável, mas não controlável. De novo a presença do principio

da dualidade. Este fato provém do cancelamento entre um pólo por um zero, observe

que a FT é dada por,

3z2z1z

4z1z

6z11z6z

4z5zHGzIC

)z(U

)z(Y23

21

Observando que um pólo é cancelado por um zero.

87

6.5.3 Efeito da discretização

Quando um sistema sofre uma discretização, isto é, quando um sistema é

passado de tempo contínuo para tempo discreto, dependendo da taxa de amostragem T

empregada, poderá haver cancelamento entre pólos e zeros. Para exemplificar,

considera-se o sistema abaixo,

)t(x

)t(x01)t(y

)t(u1

0

)t(x

)t(x

01

10

)t(x

)t(x

2

1

2

1

2

1

Cujas matrizes de controlabilidade e observabilidade em tempo contínuo são

dadas por,

01

10ABB e

10

01CAC HHH

Significando que para tempo contínuo o sistema é completamente controlável e

observável. Aplicando a discretização, encontra-se,

)k(x

)k(x01)k(y

)k(uTsin

Tcos1

)k(x

)k(x

TcosTsin

TsinTcos

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

A questão será, há algum valor de T para qual o sistema perderá controlabilidade

e observabilidade? Para responder a esta questão, faz-se,

TsinTcos2TsinTsin

Tcos21TcosTcos1GHH

2

Para que não tenha controlabilidade, faz-se o determinante igual a zero,

chegando a,

0Tcos1Tsin2

Significando que para T = n a matriz de controlabilidade será de posto menor

que a dimensão da matriz G, mostrando que o sistema será de estado não

completamente controlável.

O mesmo fato pode ser verificado através da matriz de observabilidade,

Tsin0

Tcos1CGC HHH

Fisicamente, o que ocorreu foi que se pretende observar e controlar uma

freqüência que é exatamente igual à Nyquist, por isso não foi possível controlá-la.

6.6 Exercícios Resolvidos

Exemplo 6.5: Verificar para que valores de a, b, c e d o sistema é completamente

controlável e observável.

88

)k(x

)k(xdc)k(y

)k(ub

a

)k(x

)k(x

3.14.0

10

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Solução: a matriz de controlabilidade,

b3.1a4.0b

ba

b

a

3.14.0

10

b

aGHH

Calculando o determinante e, para que o sistema seje completamente

controlável, o determinante deve ser diferene de zero, então,

0bab3.1a4.0 22

Para a matriz de observabilidade,

d3.1cd4.0

dc

3.14.0

10dc

dc

CG

C

Portanto,

0d4.0cb3.1c 22

Como os valores de a, b, c e d não podem ser valores complexos, tem-se a

resposta como,

6.7 Exercícios Propostos

Exercício 6.1: Para a FT abaixo, escrever a representação em matrizes de estado na

forma canônica controlável, observável e diagonal utilizando as transformações.

3s2ss

1s)s(G

para T = 0.1 s;

Exercício 6.2: Determinar para quais valores de a o sistema é completamente

observável e controlável.

89

a) 1zazz

1z)z(G

23

b) 1z3z

1az)z(G

2

c) 1z3z

1z2az)z(G

2

2

90

Capítulo 7

7 Projeto de Controladores via Alocação de Pólos

7.1 Introdução

A alocação de pólos é uma técnica parecida com a técnica do lugar das raízes, a

qual consiste em realizar uma realimentação de saída para realocar ou ajustar os pólos

de malha fechada. Porém a técnica do lugar das raízes é baseada na alocação apenas dos

pólos dominantes do sistema em malha fechada, que são os pólos com a menor parte

real possível. Já a técnica de alocação de pólos posiciona todos os pólos do sistema em

malha fechada através de uma realimentação de estado.

Como será feita uma realimentação de estado, considera-se que os estados estão

disponíveis, caso não estejam, eles necessitam ser estimados através de um estimador de

estado que será visto mais adiante, além disso, o sistema é de estado completamente

controlável.

Sendo assim, dado o sistema na forma,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

A realimentação de estado será dada por4, para um regulador,

)k(Kx)k(u (7.1)

onde K representa um vetor de ganhos de realimentação se u(k) for uma única lei de

controle, caso haja várias leis de controle, K será uma matriz.

Figura 7.1: Diagrama de blocos de um sistema de controle por realimentação de estado

para um regulador.

Assim, o sistema em malha fechada é dado por,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(xHKG)k(HKx)k(Gx)k(Hu)k(Gx)1k(x

Portando, a dinâmica do sistema realimentado será dada por,

HKGG~

(7.2)

4 Se a referência a ser seguida é zero, o sistema de controle é denominado de regulador, caso contrário, o

sistema de controle é denominado controlador.

91

Portanto, deve-se especificar os pólos do sistema de malha fechada através dos

pólos de G-HK da seguinte forma,

n21 pzpzpzG~

zIdet (7.3)

Para encontrar os valores do vetor ou matriz de ganho K deve-se resolver esta

equação. Porém, ela pode ser complicada dependendo da ordem do sistema, para isso

criou-se a fórmula abaixo.

7.2 Fórmula de Ackermann

Esta fórmula permite encontrar o ganho do controlador de realimentação de

estado facilmente. Para a sua dedução inicia-se expandindo a equação característica de

malha fechada,

0z

zzzz

pzpzpzHKGzIdet

n1n

2n

2

1n

1

n

n21

(7.4)

Utilizando o teorema de Cayley-Hamilton que diz que G~

deve satisfazer sua

própria equação característica, isto é, substituindo G~

no lado direito no lugar de z,

0G~

IG~

G~

G~

G~

n1n

2n

2

1n

1

n

Agora fazendo as multiplicações para G~

,

1n1nnnn

223

23

223

2233

22

2222

G~

HKHKGGHKGG~

G~

HKG~

GHKHKGG

HKGG~

HKHKGGHKHKGG

HKG~

HKGG~

HKHKGGHKGHKGG

HKGG~

HKGHKGHKGHKGHKGG~

G~

HKGHKGHKGHKGHKG

HKHKGGHKGHKGG~

HKGG~

II

Então, a equação pode ser reescrita como,

1n1nn

2

2n1nn

n2

2n1nn

G~

HKHKGG

G~

HKGHKGHKGIG~

G~

G~

I

Expandindo os termos e rearranjando na forma,

1n1n

2n1n

n2

2n1nn

n2

2n1nn

G~

HKHKGG~

HKGHKHK

GGGIG~

G~

G~

I

Observando que do lado esquerdo é G~

e a primeira linha do lado direito é

(G),

1n1n

2n1n G~

HKHKGG~

HKGHKHKGG~

Que pode ser escrito como,

92

0

K

G~

KG~

KK

G~

KG~

KK

HGGHHGG~

2n

3n2n

1n

2n1n

1n

Observa-se que a matriz HGGHH 1n é a matriz de controlabilidade,

rearranjnado na forma,

GHGGHH

K

G~

KG~

KK

G~

KG~

KK

11n2n

3n2n

1n

2n1n

Observando que sobrou apenas o ganho do controlador K na n-ésima linha, e ele

pode ser extraído multiplicando ambos os lados por um vetor composto por [0 0 0 1],

assim,

GHGGHH100

K

G~

KG~

KK

G~

KG~

KK

100

11n

2n

3n2n

1n

2n1n

Então, tem-se que,

GHGGHH100K11n (7.5)

Esta é a Fórmula de Ackermann para a determinação do ganho de realimentação

de estado.

7.3 Formas alternativas para o ganho K

A fórmula de Ackermann é uma excelente alternativa para o cálculo do ganho K

por ser de fácil implementação computacional, contudo existem alternativas à sua

utilização, como se verá a seguir.

1. Comparação direta: Este método consiste em substituir diretamente os

coeficientes do ganho K dentro da equação característica,

0zzzz

pzpzpzHKGzI

n1n

2n

2

1n

1

n

n21

Porém, só é de fácil aplicação quando a ordem do sistema é baixa.

2. Outra forma do cálculo do ganho K é através de,

1

111n1nnn

1

111n1nnn

MWaaa

TaaaK

onde,

93

HGGHHM 1n e

0001

001a

01aa

1aaa

W

1

3n2n

12n1n

Quando este modo for aplicado, se o sistema estiver na forma canônica

controlável, a matriz transformação T torna-se a identidade, facilitando a aplicação do

método.

3. Se os pólos desejados pi para o sistema em malha fechada forem distintos,

pode-se aplicar a seguinte relação diretamente,

1

n21111K

onde,

HpGi

ii

com i = 1 ... n

Se a resposta desejada for “dead beat”, significando que pi = 0, então,

HG i

i

com i = 1 ... n

Exemplo 7.1: Considerando o sistema abaixo,

)k(u1

0

)k(x

)k(x

116.0

10

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

Cujos pólos do sistema são,

8.0z

2.0z016.0zz

1z16.0

1zGzI

1

12

Deseja-se que os pólos de malha fechada sejam,

5.0j5.0z 2,1

Solução: O primeiro passo é verificar se o sistema é de estado completamente

controlável. Então, a matriz de controlabilidade é,

11

10

1

0

116.0

10

1

0GHH

Significando que o sistema é de estado completamente controlável. Aplicando a

definição, isto é, resolvendo a seguinte equação,

12

2

21

21

K16.0zK1zK1zK16.0

1z

KK1

0

116.0

10

z0

0zHKGzI

Como a equação característica do sistema em malha fechda precisa ser igual ao

polinômio com os novos pólos, que é dado por,

5.0zz5.0j5.0z5.0j5.0zz 2

Por comparação,

234.0KKK 21

Agora aplicando a fórmula de Ackermann para encontrar o ganho da

realimentação de estado,

94

GGHH10K1

Para (z), que é o novo polinômio característico,

5.0zz5.0j5.0z5.0j5.0zz 2

Portanto,

234.010

015.0

116.0

10

116.0

10

11

1010K

21

Solução utilizando o Matlab, clear all;close all;clc % Matrizes do sistema G=[0 1;-0.16 -1] H=[0;1] % Vetor dos novos polos im=sqrt(-1); P=[0.5+im*0.5 0.5-im*0.5] % Utilizando Fórnula de Ackermann K=acker(G,H,P) % Forma alternativa K=place(G,H,P)

Root Locus

Real Axis

Imagin

ary

Axis

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1

0.2

0.3

0.40.50.60.70.8

0.9

System: Gma

Gain: 0

Pole: -0.2

Damping: 0.456

Overshoot (%): 20

Frequency (rad/sec): 3.53

System: Gma

Gain: 0

Pole: -0.8

Damping: 0.0709

Overshoot (%): 80

Frequency (rad/sec): 3.15

Root Locus

Real Axis

Imagin

ary

Axis

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1

0.2

0.30.40.50.60.70.8

0.9

System: Gmf

Gain: 0

Pole: 0.5 + 0.5i

Damping: 0.404

Overshoot (%): 25

Frequency (rad/sec): 0.858System: Gmf

Gain: 0

Pole: 0.5 - 0.5i

Damping: 0.404

Overshoot (%): 25

Frequency (rad/sec): 0.858

(a) Pólos originais (b) Pólos realocados

Figura 7.2: Lugar das raízes do sistema sem controle e controlado

7.4 Controle por Realimentação de Estado

Supondo o seguinte sistema,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Quando há uma referência a ser seguida, a lei de controle será dada por,

)k(Kx)k(rk)k(u 0 (7.6)

onde r(k) é uma referência a ser seguida e k0 é uma constante para ajustar a resposta

controlada do sistema para que não ocorra erro estacionário, isto significa que se a

95

referencia a ser seguida for o degrau unitário então a saída deverá ser tal que y()1.

Então, o ganho k0 precisa ser ajustado. Substituindo a lei de controle no sistema

encontra-se,

)k(Du)k(Cx)k(y

)k(rHk)k(xHKG)k(Kx)k(rkH)k(Gx)1k(x 00

Neste caso, a dinâmica do sistema é dada por G – HK, que é a mesma dinâmica

apresentada para um regulador. Desta forma, as mesmas fórmulas para calcular o ganho

K podem ser aplicadas.

Figura 7.3: Controle por realimentação de estado.

Exemplo 7.2: Dado o sistema baixo.

)k(x

)k(x01)k(y

)k(u1

0

)k(x

)k(x

116.0

10

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

E os pólos de malha fechada sejam,

5.0j5.0z 2,1

Solução: Para o ganho K,

234.010

015.0

116.0

10

116.0

10

11

1010K

21

Agora basta encontrar o ganho k0 para que o sistema em malha fechada não

apresente erro estacionário. Para isso, encontra-se a FT do sistema,

H~

G~

zIC)z(G)z(R

)z(Y 1

Onde, neste caso,

15.0

10232.0

1

0

116.0

10HKGG

~ e HkH

~0

Portanto,

5.0zz

k

1

0k

1z5.0

1z01H

~G~

zIC)z(G)z(U

)z(Y2

00

11

Para o erro estacionário5,

5 Deve ser lembrado que Y(z)=G(z)U(z), com R(z) sendo a entrada degrau unitário.

96

15.011

k

z1

1

5.0zz

kz1lim)z(Yz1lim)k(ylim 0

12

01

1z

1

1zk

Portanto,

5.0k 0

A solução utilizando o Matlab fica, clear all;close all;clc % Matrizes do sistema G=[0 1;-0.16 -1]; H=[0;1]; C=[1 0];D=0; T=1; % sistema em malha aberta empacotado Gma=ss(G,H,C,D,T) % Vetor dos novos polos im=sqrt(-1); P=[0.5+im*0.5 0.5-im*0.5] % Calculando ganho K K=acker(G,H,P) K=place(G,H,P) % sistema em malha fechada Gf=G-H*K; Hf=0.5*H; Gmf=ss(Gf,Hf,C,D,T) % cálculo da resposa ao degrau step(Gma,Gmf,30) legend('Gma','Gmf')

0 5 10 15 20 25 300

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

Step Response

Time (sec)

Am

plit

ude

Gma

Gmf

97

Figura 7.4:Resposta ao degrau unitário do sistema sem controle e malha fechada com o

controlador

7.5 Observadores de Estado

No início deste capítulo, foi apresentada a realimentação de estado, onde se

admitia que os estados do sistema estavam disponíveis. Porém, nem sempre isso é

possível, já que em muitas aplicações de sistemas de controle, mede-se apenas algumas

variáveis de saída, sendo assim, nem todos os estados estão disponíveis para serem

utilizados na realimentação de estados.

Neste caso, deve-se criar um estimador de estado que pode ser de ordem

completa, em que todos os estados são estimados, ou de ordem mínima, em que apenas

os estados não medidos são estimados, ou de ordem reduzida, em que os estados não

medidos e alguns dos estados medidos são estimados.

Os estados do sistema serão estimados com base nas entradas e nas saídas

disponíveis do sistema, isto é, através da entrada u(k) e da saída y(k). Será “projetado”

um novo sistema tal que os estados deste novo sistema sejam os estados do sistema a ser

controlado, ver Figura 7.5, onde )k(x~ representa a estimativa dos estados da planta

original. Como é previsto que será utilizada a saída do sistema, dever ser notado que a

condição de observabilidade deve ser obedecida.

Figura 7.5: Sistema de controle por realimentação de estados junto com observador de

estado.

7.5.1 Observadores de Estado de Ordem Completa

Então, considerando um sistema, cujos estados x(k) não podem ser medidos,

dado por,

)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

Supondo que os estados do sistema acima podem ser aproximados pelos estados

do seguinte sistema,

)k(x~C)k(y~

)k(Hu)k(x~G)1k(x~

(7.7)

onde as matrizes G, H, C e D são as mesmas matrizes de estado do sistema cujos

estados não podem ser medidos. Na prática, estas matrizes precisam ser estimadas,

98

assunto que não será abordado aqui. Além disso, tem-se que a resposta dos dois

sistemas deve ser a mesma, isto significa que a diferença das respostas deve tender a

zero com o passar das iterações, isto é,

0)k(y~)k(ylimk

Uma forma de fazer com que isso ocorra é pela introdução de um sistema de

controle, pois se as entradas e as saídas forem iguais e as matrizes de estado são as

mesmas, isso significa que os estados são os mesmos, então o sistema utilizado para a

estimação de estados deve ser dado por,

)k(x~C)k(y~)k(y~)k(yK)k(Hu)k(x~G)1k(x~ e

(7.8)

onde Ke é um controlador introduzido para garantir que os dois sistemas se comportem

da mesma forma.

Figura 7.6: Sistema de controle por realimentação de estados junto com observadores de

estado completo.

O sistema do estimador de estado completo pode ser reescrito substituindo

)k(x~C)k(y~ ,

)k(x~C)k(y~)k(yK)k(Hu)k(x~CKG)1k(x~ ee

(7.9)

Observe que a matriz do sistema é dada por (G-KeC) e para um sistema de

controle por realimentação de estado é dada por (G-HK). Então, do princípio da

dualidade entre a forma canônica controlável e observável, o vetor de ganho Ke do

observador de estado pode ser encontrado da mesma forma que o vetor de ganho K,

pois,

0zzzz

pzpzpzHKGzI

n1n

2n

2

1n

1

n

n21

Agora, a expressão torna-se,

99

0zzzz

pzpzpzCKGzI

n1n

2n

2

1n

1

n

n21

HH

e

H

Significando que o ganho de estado era dado por, utilizando a fórmula de

Ackermann,

GHGGHH100K11n

Então, o ganho do estimador de estado pode ser dado por,

1

0

0

CG

CG

C

GK

1

1n

e

(7.10)

Deve-se notar que a fórmula para o cálculo do vetor de ganho do observador de

estado depende da inversa da matriz de observabilidade.

Exemplo 7.3: Supondo o sistema,

)k(x

)k(x10)k(y

)k(u1

0

)k(x

)k(x

11

16.00

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Projetar um observador de estado completo para que o estimador de estado tenha

pólos em,

5.0j5.0z 2,1

Solução: O polinômio característico para o observador,

5.0zz5.0j5.0z5.0j5.0zz 2

E o ganho do observador,

2

34.0

1

0

11

10

34.22

32.034.0

1

0

11

16.0010

10

10

015.0

11

16.00

11

16.00

1

0

CG

CGK

1

12

1

e

Para se utilizar o comando “acker” ou “place” do Matlab, deve ser lembrado que

o que está sendo calculado está conjugado transposto, então,

clear all;clc;close all % Matrizes do sistema G=[0 -0.16;1 -1] C=[0 1] % Vetor dos novos polos im=sqrt(-1); P=[0.5+im*0.5 0.5-im*0.5]

100

% utilizando acker Gt=G'; Ct=C'; K=acker(Gt,Ct,P); Ke=K'

7.5.2 Comentários sobre estimador de estado

Definindo que o erro da estimativa de estado seja,

)k(x~)k(x)k(e (7.11)

Agora subtraindo ambos os sistemas,

)k(x~)k(xCKG

)k(CxK)k(x~CK)k(x~)k(xG

)k(yK)k(Hu)k(x~CKG)k(Hu)k(Gx)1k(x~)1k(x

e

ee

ee

Portanto,

)k(eCKG)1k(e e (7.12)

Significando que o comportamento do erro do estimador vai depender da

posição dos pólos da equação característica G-KeC. Normalmente, os pólos do

observador devem ser escolhidos de 2 a 5 vezes mais rápido que os pólos da planta a ser

estimada, isto é, com uma freqüência de 2 a 5 vezes maior. Porém, em aplicações

práticas, se a resposta da planta for contaminada com ruído, deve utilizar uma

estimativa mais lenta.

Exemplo 7.4: Supondo o sistema,

)k(x

)k(x

)k(x

010)k(y

)k(u

1

0

0

)k(x

)k(x

)k(x

1.12.05.0

100

010

)1k(x

)1k(x

)1k(x

3

2

1

3

2

1

3

2

1

Projetar um controlador de estado e um observador de estado para a resposta ao

degrau unitário supondo,

Raízes do controlador: 0.5±j0.5 e 0.5 25.0zz5.1zP 23

Raízes do observador: 0.3±j0.5 e 0.3 102.0z52.0z9.0zP 23

Solução: Observe que as raízes da planta são dadas por,

6.0j8.0z

5.0z05.0z2.0z1.1z

0

1.1z2.05.0

1z0

01z

0GzI

2,1

123

Que podem ser melhor compreendidas através da passagem para tempo

contínuo,

101

zlnT

1sez Ts

Portanto, assumindo T = 1 s, as raízes em tempo contínuo são dadas por,

6435.0js

1416.3j6931.0s

4,3

2,1

Portanto o par complexo representa um pólo marginalmente estável, já a nova

posição, 0.5±j0.5 e 0.5 representa,

7854.0j3466.0s5.0j5.0z

6931.0s5.0z

3,23,2

11

Iniciando pela verificação da controlabilidade e observabilidade do sistema,

Controlabilidade:

01.11.11

1.110

100

HGGHH 2

Observabilidade:

1.110

2.001

5.000

CGCGC HH2HHH

Portanto, o sistema é de estado completamente controlável e observável.

Root Locus

Real Axis

Imagin

ary

Axis

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

-1

-0.5

0

0.5

1

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T

0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.10.2

0.30.40.50.60.70.80.9

System: Gpp

Gain: 0

Pole: 0.5 + 0.5i

Damping: 0.404

Overshoot (%): 25

Frequency (rad/sec): 0.858

System: Gpp

Gain: 0

Pole: 0.5 - 0.5i

Damping: 0.404

Overshoot (%): 25

Frequency (rad/sec): 0.858

System: Gpp

Gain: 0

Pole: 0.5

Damping: 1

Overshoot (%): 0

Frequency (rad/sec): 0.693

Root Locus

Real Axis

Imagin

ary

Axis

-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1-1.5

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.1/T

0.2/T

0.3/T

0.4/T0.5/T0.6/T

0.7/T

0.8/T

0.9/T

/T

0.10.2

0.30.40.50.60.70.80.9

System: Gpp

Gain: 0

Pole: 0.3 - 0.5i

Damping: 0.464

Overshoot (%): 19.3

Frequency (rad/sec): 1.16

System: Gpp

Gain: 0

Pole: 0.3 + 0.5i

Damping: 0.464

Overshoot (%): 19.3

Frequency (rad/sec): 1.16

System: Gpp

Gain: 0

Pole: 0.3

Damping: 1

Overshoot (%): 0

Frequency (rad/sec): 1.2

Figura 7.7: Justificativa para as alocações dos pólos do controlador e observador

Projeto do Controlador,

4.08.075.0)G(HGGHH100K12

Projeto do Observador,

54.0

2.0

204.1

1

0

0

CG

CG

C

GK

1

2

e

102

x(k+1) x(k)

x(k+1) x(k)

0.25z

1

RespostaControlada

Ke* u

Kc* u

H* u

H* u

G* u

G* u

z

1C* u

C* u3

3

3

3

3

33

3

3

3

3

3

3

333

3

3

Figura 7.8: Diagrama de blocos do controle de estado e do observador

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

Am

plitu

de

Tempo 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

Am

plitu

de

Tempo Figura 7.9: Resposta do sistema nominal e ao sistema com x(0)= [-2 3 1]

T

Para a planta do sistema definida por,

)k(Cx)k(y

)k(Hu)k(Gx)1k(x

A função de transferência é dada por,

5.0z2.0z1.1z

zHGzIC

)Z(U

)z(Y)z(G

231

Para o sistema definido por,

)k(x~C)k(y~)k(yK)k(Hu)k(x~CKG)]k(y~)k(y[K)k(Hu)k(x~G)1k(x~ EEE

Aplicando transformada Z,

)z(YKCKGzI)z(HUCKGzI)z(X~

)z(YK)z(HU)z(X~

CKG)z(X~

z

E

1

E

1

E

EE

Como a lei de controle é dada por,

)k(x~K)k(r)k(u C

Aplicando a transformada Z,

103

)z(YKCKGzI)z(HUCKGzIKc)z(R

)z(X~

K)z(R)z(U

E

1

E

1

E

C

Definindo,

102.0z52.0z9.0z

8622.0z3561.1z959.0KCKGzIKcG

102.0z52.0z9.0z

153.0z72.0z4.0HCKGzIKcG

23

2

E

1

E3

23

21

E2

Então,

)z(Y

G1

G)z(R

G1

1)z(U)z(YG)z(UG)z(R)z(U

2

3

2

32

Através da equação acima, observa-se que o sistema em malha fechada pode ser

resumido a,

0.25

RespostaControlada

z

z -1.1z +0.2z+0.53 2

Planta

0.959z -1.356z+0.86222

z -1.3z +1.24z+0.0513 2

ControladorRealimentação

z -0.9z +0.52z-0.1023 2

z -1.3z +1.24z+0.0513 2

ControladorAvanço

Figura 7.10: Sistema em malha fechada

Substituindo em Y(z)=G1(z)U(z),

312

1

2

31

2

1

GGG1

G

)z(R

)z(Y)z(Y

G1

GG)z(R

G1

G)z(Y

Que substituindo os valores chega-se a,

25.0zz5.1z

z

)z(R

)z(Y23

Observe que houve cancelamento de pólos e zeros e no final, os pólos são os

pólos estipulados pela realimentação de estado.

Para o ajuste do ganho Ko para eliminar o erro estacionário,

25.0K125.015.11

K

z1

1

25.0zz5.1z

zkz1lim)z(Yz1lim)k(ylim

0

0

123

01

1z

1

1zk

7.5.3 Estimadores de Ordem Reduzida

Na prática, alguns estados do sistema são medidos, significando que nem todos

os estados devem ser estimados. Além disso, a medida do estado pode não ser precisa.

Nestes casos, utiliza-se observadores de ordem reduzida ou de ordem mínima.

Supondo n estados x(k) do sistema e a saída y(k) do sistema seja de ordem m.

Como a saída é uma combinação linear dos estados, correlacionado pela matriz C, então

o observador de ordem reduzida será de ordem n-m.

Escrevendo o vetor de estado em duas partes,

104

)k(x

)k(x)k(x

b

a (7.13)

onde xa(k) é a parte do vetor de estado que pode ser diretamente medida e de ordem m,

xb(k) a parte que precisa ser estimada e de ordem n-m. Então o sistema pode ser

reescrito como,

)k(x)k(y)k(x

)k(x0I)k(y

)k(uH

H

)k(x

)k(x

GG

GG

)1k(x

)1k(x

a

b

a

b

a

b

a

bbba

abaa

b

a

(7.14)

Desta forma, a equação de estado contendo a dinâmica dos estados que são

conhecidos é dada por,

)k(uH)k(xG)k(xG)1k(x ababaaaa (7.15)

Que pode ser rearranjada como,

)k(xG)k(uH)k(xG)1k(x babaaaaa (7.16)

A parte restante, que representa a dinâmica dos estados não medidos, é dada por,

)k(uH)k(xG)k(xG)1k(x bbbbabab (7.17)

Como a equação de estado para o observador de estado de ordem completa é

dada por,

)k(x~C)k(y~)k(Hu)k(x~G)1k(x~

Comparando com a equação de estado dos estados não medidos na seguinte

forma,

)k(uH)k(xG)k(xG)1k(x bababbbb (7.18)

E a saída do observador de estado completo,

)k(x~C)k(y~

Comparando com,

)k(xG)k(uH)k(xG)1k(x babaaaaa (7.19)

O projeto do observador de ordem mínima ou de ordem reduzida pode ser

encontrado comparando a equação de estado do observador de ordem completada dada

por,

)k(x~C)k(y~

)k(Hu)k(x~G)1k(x~

(7.20)

Comparada com,

)k(uH)k(xG)k(xG)1k(x bababbbb (7.21)

)k(xG)k(uH)k(xG)1k(x babaaaaa (7.22)

Onde observa-se que,

Observador de ordem completa Observador de ordem mínima

)k(x~ )k(x~b

G Gbb

Hu(k) Gbaxa(k) + Hbu(k)

105

y(k) Xa(k+1) - Gaaxa(k) - Hau(k)

C Gab

Ke ordem n×m Ke ordem (n-m)×m

Utilizando a tabela acima, através do projeto do observador de ordem completa

que é dado por,

)k(yK)k(Hu)k(x~CKG)1k(x~ ee

O projeto do observador de ordem mínima ou de ordem reduzida é dado por,

)k(uH)k(xG)1k(xK

)k(uH)k(xG)k(x~GKG)1k(x~

aaaaae

babababebbb

Substituindo xa(k) = y(k), pois são os estados medidos,

)k(uH)k(yG)1k(yK

)k(uH)k(yG)k(x~GKG)1k(x~

aaae

bbababebbb

Rearranjando,

)k(uHKH)k(yGKG

)1k(yK)k(x~GKG)1k(x~

aebaaeba

ebabebbb

O problema em utilizar a equação acima está no fato de ter que medir y(k+1).

Então, uma forma mais conveniente de expressar a equação acima é fazendo,

)k(uHKH)k(yGKGKGKG

)k(yK)k(x~GKG

)k(uHKH)k(yGKG

)k(yKGKG)k(yK)k(x~GKG

)k(uHKH)k(yGKG)k(x~GKG)1k(yK)1k(x~

aebaaebaeabebb

ebabebb

aebaaeba

eabebbebabebb

aebaaebababebbeb

Definindo,

)k(~)k(xK)k(x~)k(yK)k(x~ aebeb

Pode-se escrever o sistema como,

)k(yGKGKGKG

)k(uHKH)k(GKG)1k(~

aaebaeabebb

aebabebb

A equação acima descreve a dinâmica do observador de estado de ordem

mínima ou ordem reduzida. O erro do observador pode ser definido como,

)k(x~)k(x)k(~)k()k(e bb

Que se torna,

)k(uH)k(xG)1k(xK

)k(uH)k(xG)k(x~GKG

)k(uH)k(xG)k(xG)1k(x~)1k(x

aaaaae

babababebb

bababbbbb

Rearranjando,

)k(uH)k(xG)1k(xK

)k(x~GK)k(x~)k(xG)1k(x~)1k(x

aaaaae

babebbbbbb

Substituindo a equação de xa(k+1),

106

)k(uH)k(xG)k(uH)k(xG)k(xGK

)k(x~GK)k(x~)k(xG)1k(x~)1k(x

aaaaababaaae

babebbbbbb

Que simplificando encontra-se,

)k(x)k(x~GK)k(x~)k(xG)1k(x~)1k(x bbabebbbbbb

Que se reduz a,

)k(eGKG)k(eGK)k(eG)1k(e abebbabebb

Portanto, a equação característica do erro do observador de ordem mínima ou de

ordem reduzida é dada por,

0GKGzI abebb

Assim, o projeto do observador de ordem reduzida é feito escolhendo os pólos

desejados para a equação acima, utilizando a fórmula de Ackerman, conforme,

1

0

0

GG

GG

G

GK

1

1n

bbab

bbab

ab

bbe

(7.23)

Sendo que n agora é a ordem da matriz Gbb.

Figura 7.11: Diagrama de blocos do controlador de estado e do observador de ordem

mínima ou de ordem reduzida

Exemplo 7.5: Supondo o seguinte sistema,

)k(Cx)k(y~)k(Hu)k(Gx)1k(x

Com,

10

2.01G ,

2.0

02.0H e 01C

107

Projetar um controlador de estado para que os pólos do sistema em malha

fechada sejam estabelecidos em

Z1,2 = 0.6 j0.4

Assumir que apenas o primeiro estado x1(k) pode ser medido. Projetar um

observador de ordem mínima para que o erro do observador seja do tipo “Dead-Beat”.

Determinar a Função de Transferência de realimentação do sistema de controle.

Solução: Iniciando pela verificação da observabilidade e controlabilidade do

sistema,

2.02.0

6.002.0

2.0

02.0

10

2.01

2.0

02.0GHH

2.00

11

0

1

12.0

01

0

1CGC TTT

Novo polinômio característico para a realimentação de estado,

52.0z2.1z4.0j6.0z4.0j6.0zz 2

Fórmula de Ackermann para a realimentação de estado,

2.38

10

0152.0

10

2.012.1

10

2.01

2.02.0

6.002.010

GGHH10K

21

1

Desta forma, a lei de controle é dada por,

)k(x~)k(y

2.38)k(x~)k(x

2.38)k(Kx)k(u22

1

Para encontrar o observador de ordem mínima, deve-se separar o sistema

segundo,

10

2.01

GG

GGG

bbba

abaa e

2.0

02.0

H

HH

b

a

Como o observador deve ter comportamento Dead-Beat, o polinômio

característico é dado por6,

0zz

Aplicando Ackermann para o ganho do observador de ordem mínima,

5)1()2.0)(1(1GGK 11

abbbe

A equação de estado do observador de ordem mínima,

)k(yGKGKGKG

)k(uHKH)k(GKG)1k(~

aaebaeabebb

aebabebb

Substituindo os valores,

)k(y5)k(u1.0

)k(y)1)(5(05)2.0)(5(1

)k(u)02.0)(5(2.0)k()2.0)(5(1)1k(~

Só está faltando os estados não estimados dado por,

6 O polinômio característico para dead beat deve ser da ordem a ser utilizada, como neste caso precisa-se

estimar apenas um estado, o polinômio característico é apenas z.

108

)k(~)k(y5)k(~)k(yK)k(x~ e2

E a equação da lei de controle,

)k(x~2.3)k(y8)k(u 2

Estas últimas três equações definem o sistema de controle. Combinando as duas

últimas,

)k(~2.3)k(y24

)k(~)k(y52.3)k(y8)k(u

Se esta equação é verdade,

)1k(~2.3)1k(y24)1k(u

Substituindo a equação do observador,

)k(y16)1k(y24)k(u32.0)1k(u

)k(y5)k(u1.02.3)1k(y24)1k(u

Para a função de transferência do controlador, aplica-se a transformada Z na

equação anterior,

)z(Y16)z(zY24)z(U32.0)z(zU

Chegando a,

32.0z

16z24

)z(Y

)z(U)z(GD

A função de transferência da planta,

1z2z

02.0z02.0

2.0

02.0

10

2.01

z0

0z01

DHGzIC)z(U

)z(Y)z(G

2

1

1

P

Step Scope

0.02z+0.02

z -2z+12

Planta

Ko

Gain

24z-16

z+0.32

Controlador

Figura 7.12: Diagrama de blocos do sistema em malha fechada

A equação característica do sistema em malha fechada, assumindo que a

resposta seja C(z) e a referência a ser seguida R(z), pode ser encontrada através do

diagrama de blocos, Figura 7.12, dada por,

z52.0z2.1z

0064.0z0264.0z02.0K

)z(G)z(G1

)z(GK

)z(R

)z(C23

2

o

DP

Po

Para que o sistema não tenha erro estacionário,

109

0606.6K132.0

0528.0K

z1

1

z52.0z2.1z

0064.0z0264.0z02.0Kz1lim)z(Cz1lim)k(clim

oo

123

2

o1

1z

1

1zk

Notar que a equação característica do sistema em malha fechada é dada por,

0z52.0z2.1z2

Representando os mesmos pólos escolhidos para o fechamento da malha.

Justificativa para a escolha dos pólos do controlador em z1,2 = 0.6 j0.4. Os

pólos originais são z1,2 = 1, que são pólos marginalmente estáveis, porém, passando os

pólos escolhidos para tempo contínuo encontra-se s1,2 = - 0.327 j0.588, representando

N = 0.6728 rad/s e fator de amortecimento = 0.486. Isto foi feito assumindo T = 1s.

7.6 Resumo da Metodologia para Projeto de Controladores

A metodologia a ser seguida será baseada na hipótese mais provável de ser

encontrada na prática, isto é, supõe-se que o sistema a ser controlado é um sistema em

tempo contínuo.

1. Estabelecer quais são os pólos do sistema a ser controlado;

a. Se Função de Transferência, os pólos são as raízes do denominador;

0)s(D)s(D

)s(N)s(G

b. Se Matrizes de Estado, os pólos são os autovalores da matriz de

estado,

)t(Du)t(Cx)t(y

)t(Bu)t(Ax)t(x

0AsI

c. Encontar os valores de amortecimento e freqüência natural dados na

forma, 2

nd2,1 1jnjns

2. Com base na maior freqüência presente no sistema, estabelecer o tempo de

amostragem e discretizar o sistema,

maxf

1

10

1a

6

1T

3. Verificar a Controlabilidade e Observabilidade, supondo que a ordem da

matriz G seja n,

a. Controlabilidade,

n)CO(postoHGGHHCO 1n

b. Observabilidade,

110

n)OB(posto

CG

CG

C

OB

1n

4. Escolher os novos pólos do sistema controlado supondo,

TsezzlnT

1s

5. Calcular o vetor de realimentação de estado,

a. Novo polinômio característico, com zn os sendo os novos pólos

desejados dados por,

n1n

2n

2

1n

1

n

n21

zzzz

zzzzzzz

b. Vetor de realimentação,

GHGGHH100K11n

c

c. Ajustar o ganho estático Ko para que não ocorra erro estacionário da

resposta controlada se necessário.

6. Projeto do vetor de controle do estimador de ordem completa,

a. Equação do observador,

)k(x~C)k(y~)k(y~)k(yK)k(Hu)k(x~G)1k(x~ e

b. Projeto do vetor de ganho,

1

0

0

CG

CG

C

GK

1

1n

e

c. Escrever a lei de controle supondo,

i. Regulador: )k(x~K)k(u c

ii. Controlador: )k(rK)k(x~K)k(u 0c

7. Projetar o vetor de realimentação do estimador de ordem reduzida fazendo,

a. Reescrevendo a planta na forma,

)k(x)k(y)k(x

)k(x0I)k(y

)k(uH

H

)k(x

)k(x

GG

GG

)1k(x

)1k(x

a

b

a

b

a

b

a

bbba

abaa

b

a

b. Projetando o vetor de ganho na forma, com n sendo a ordem de Gbb,

111

1

0

0

GG

GG

G

GK

1

1n

bbab

bbab

ab

bbe

c. Escrever a equação do observador de ordem reduzida na forma,

)k(yGKGKGKG

)k(uHKH)k(GKG)1k(~

aaebaeabebb

aebabebb

d. Escrever a equação dos estados estimados na forma,

)k(xK)k(~)k(x~ aeb

e. Escrever a lei de controle supondo,

i. Regulador:

)k(x~

)k(yK)k(u

b

c

ii. Controlador: )k(rK)k(x~

)k(yK)k(u 0

b

c

8. Escrever o sistema final na forma sistema-controlador-observador e verificar

a resposta controlada.

7.7 Exercícios Resolvidos

Exemplo 7.6: Para o sistema abaixo, projetar um controle por realimentação de estado

em tempo discreto para o sistema abaixo,

100s2s

50)s(G

2

Sabendo-se que o desejado para o sistema acima seria que o seu fator de

amortecimento fosse 2/2 e sua freqüência natural fosse 20 rad/s.

Solução: Passando o sistema para tempo discreto, precisa-se saber qual a freqüência

natural do sistema, por análise simples, verifica-se que ela é de 10 rad/s, portanto a

maior freqüência será de 20 rad/s. Sendo assim, escolhe-se T = 0.05 s. Agora,

discretizando o sistema, atravéz de tabelas é fácil verificar que,

100s2s

99

992

1

100s2s

1s

2

1Z

z12

z1

100s2s

1s2

1

s2

1Zz1)s(G

s

e1Z)z(G

221

1

2

1Ts

Comparando com os items 16 e 17 da tabela de transformada, a = 1 e 99 ,

então,

9048.0z672.1z

05727.0z05923.0)s(G

s

e1Z)z(G

2

Ts

112

Transformando para matrizes de estado, utilizando a forma canônica observável,

pois a matriz C é na forma unitária,

)k(x

)k(x10)k(y

)k(u05923.0

05727.0

)k(x

)k(x

672.11

9048.00

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

Para os novos pólos do sistema em tempo contínuo,

1421.14j1421.142

212020

2

2js

2

dn2,1

Passando para tempo discreto,

3203.0j3749.0eez )05.0)1421.14j1421.14(sT

2,1

Projetando o controle via realimentação de estado, matriz de controlabilidade,

1563.05923.0

0536.05727.0

05923.0

05727.0

672.11

9048.00

05923.0

05727.0GHH

Novo polinômio característico,

9048.0z672.1z)3203.0j3749.0z)(3203.0j3749.0z()z( 2

Aplicando Ackerman,

2331.85878.7

10

012431.0

672.11

9048.007498.0

672.11

9048.00

1563.05923.0

0536.05727.010

GGHH10K

21

1

Desta forma, a lei de controle é dada por,

)k(x

)k(x2331.85878.7)k(Kx)k(u

2

1

Exemplo 7.7: Para o sistema acima, projetar um sistema de controle em realimentação

utilizando um estimador tipo “Dead Beat” para o observador de estado de ordem

reduzida.

Solução: Observa-se que neste caso, a posição da matriz C está diferente da formulação

proposta. Comparando as equações do observador de ordem reduzida e a equação do

sistema, observa-se que,

672.11

9048.00

GG

GGG

aaab

babb e

05923.0

05727.0

H

HH

a

b

Como o observador deve ter comportamento Dead-Beat, o polinômio

característico é dado por,

0zz

Aplicando Ackermann,

0)1()1)(0(1GGK 11

abbbe

113

Significando que o observador de ordem reduzida não pode ser aplicado. Porém,

a transformação para matrizes de estado não é única, aplicando a seguinte

transformação,

)k(x

)k(x

10

11

)k(xn

)k(xn

10

11T

2

1

2

1

O sistema fica,

)k(xn

)k(xn

10

1110)k(y

)k(u05923.0

05727.0

10

11

)k(xn

)k(xn

10

11

672.11

9048.00

10

11

)1k(xn

)1k(xn

2

1

1

2

1

1

2

1

Chegando a,

)k(xn

)k(xn10)k(y

)k(u05923.0

1165.0

)k(xn

)k(xn

672.01

2328.01

)1k(xn

)1k(xn

2

1

2

1

2

1

A resposta do novo sistema e do sistema antigo é exatamente a mesma,

significando que os dois sistemas são os mesmos. Agora, aplicando o método,

1)1()1)(1(1GGK 11

abbbe

A equação de estado do observador de ordem mínima,

)k(yGKGKGKG

)k(uHKH)k(GKG)1k(~

aaebaeabebb

aebabebb

Substituindo os valores,

)k(y9048.0)k(u0573.0

)k(y)672.0)(1(2328.01)1)(1(1

)k(u)05923.0)(1(1165.0)k()1)(1(1)1k(~

Só está faltando os estados não estimados dado por,

)k(~)k(y)k(~)k(yK)k(nx~ e1

Neste ponto deve ser lembrado que o que está sendo estimado é xn1(k) não

x1(k) como necessário para o controlador, porém da relação de transformação utilizada,

)k(xn

)k(xn

10

11

)k(xn

)k(xn

10

11

)k(x

)k(x

10

11T

2

1

2

1

1

2

1

Significando que x2(k) = xn2(k), mas x1(k) = xn1(k)+xn2(k) = xn1(k)+x2(k),

assim, a lei de controle fica,

)k(xn

)k(nx~6453.05878.7

)k(xn

)k(xn)k(nx~2331.85878.7)k(Kx)k(u

2

1

2

21

Estas últimas três equações definem o sistema de controle. Combinando as duas

últimas,

114

)k(~5878.7)k(y2331.8

)k(x6453.0)k(~)k(y5878.7

)k(xn6453.0)k(nx~5878.7)k(u

2

21

Se esta equação é verdade, então,

)1k(~5878.7)1k(y2331.8)1k(u

Substituindo a equação do observador,

)k(y8654.6)k(u4348.0)1k(y2331.8

)k(y9048.0)k(u0573.05878.7)1k(y2331.8

)1k(~5878.7)1k(y2331.8)1k(u

Para a função de transferência do controlador, aplica-se a transformada Z na

equação anterior,

)z(Y8654.6)z(zY2331.8)z(U4348.0)z(zU

Chegando a,

4348.0z

8654.6z2331.8

)z(Y

)z(U)z(GD

A função de transferência da planta original,

9048.0z672.1z

05727.0z05923.0)z(G

2P

A equação característica do sistema em malha fechada, assumindo que a

resposta seja C(z) e a referência a ser seguida R(z), pode ser encontrada através de,

0002473.0z2428.0z7494.0z

0249.0z08302.0z05923.0K

)z(G)z(G1

)z(GK

)z(R

)z(C23

2

o

DP

Po

Para que o sistema não tenha erro estacionário,

9533.2K14936.0

1671.0K

z1

1

0002473.0z2428.0z7494.0z

0249.0z08302.0z05923.0Kz1lim

)z(Cz1lim)k(clim

oo

123

2

o1

1z

1

1zk

Exemplo 7.8: Supondo o seguinte sistema, com T = 1s,

)k(x

)k(x

)k(x

001)k(y

)k(u

1

1

1

)k(x

)k(x

)k(x

2.086.036.3

2.036.186.3

2.036.186.2

)1k(x

)1k(x

)1k(x

3

2

1

3

2

1

3

2

1

a) Determinar se o sistema é completamente observável e controlável;

b) Implementar uma realimentação para posicionar os pólos em,

Z1,2 = 0.5 i0.5 e Z3 = 0.1

c) Implementar um estimador para os estados não estimados para que este

apresente resposta deadbeat.

Solução: Iniciando pela controlabilidade e observabilidade,

115

93.37.21

43.37.21

73.17.11

HGGHH 2 e

34.0212.2602.3

2.036.186.2

001

CGCGC HH2HHH

Portanto, sistema completamente controlável e observável. Para calcular o vetor

de realimentação de estado, o novo polinômio característico é dado por,

05.0z6.0z1.1zz 23

Então o vetor de realimentação de estado,

1.066.016.1GHGGHH100K12

c

Para a determinação do observador de ordem reduzida, deve-se fazer,

2.086.0

2.036.1

36.3

86.3

2.036.186.2

GG

GGG

bbba

abaa e

1

11

H

HH

a

b

O polinômio para o observador deve ser deadbeat, então,

2zz

O vetor de controle do observador,

1

1

1

0

GG

GGK

1

bbab

ab

bbe

A equação de estado do observador de ordem mínima,

)k(yGKGKGKG

)k(uHKH)k(GKG)1k(~

aaebaeabebb

aebabebb

Substituindo os valores,

)k(u3P)k(y2P)k(1P)k(y1

1)k(

05.0

00)1k(~

A outra equação necessária,

)k(y1

1)k(~)k(xK)k(~)k(x~ aeb

Figura 7.13: Diagrama de blocos do sistema de controle com estimador de ordem

mínima

116

Exemplo 7.9: Supondo o sistema apresentado no Exemplo 7.4, projetar um observador

de estado de ordem mínima para os estados que não são medidos. Supor resposta

DeadBeat para o observador, utilizando o mesmo controlador proposto no exemplo.

)k(x

)k(x

)k(x

010)k(y

)k(u

1

0

0

)k(x

)k(x

)k(x

1.12.05.0

100

010

)1k(x

)1k(x

)1k(x

3

2

1

3

2

1

3

2

1

Solução: O primeiro passo é verificar qual a saída que é medida, no caso a saída

x2(k). Então é necessário reescreve o sistema na seguinte forma,

)k(u

1

0

0

)k(x

)k(x

)k(x

1.15.02.0

001

100

)1k(x

)1k(x

)1k(x

3

1

2

3

1

2

Nesta nova configuração,

)k(x)k(x 2a ;

)k(x

)k(x)k(x

3

1

b

0Gaa ; 10Gab ;

2.0

1G ba ;

1.15.0

00G bb

0Ha ;

1

0H b

Ainda do Exemplo 7.4, o ganho do controlador,

4.08.075.0Kc

O ganho do observador de estado mínimo pode ser encontrado através da

equação do erro dada por,

)k(eGKG)1k(e abebb

Como foi especificada resposta tipo deadbeat, então,

2zz

Aplicando a fórmula de ackerman,

1.1

0

1

0

GG

GGK

1

bbab

ab

bbe

A construção do diagrama de blocos segue através das seguintes equações,

)k(u3P)k(y2P)k(~1P

)k(yGKGKGKG

)k(uHKH)k(~GKG)1k(~

aaebaeabebb

aebabebb

Substituindo os valores,

)k(u1

0)k(y

2.0

1

)k(~)k(~

05.0

00

)1k(~)1k(~

)k(u3P)k(y2P)k(~1P)1k(~

2

1

2

1

117

A segunda equação a ser utilizada,

)k(yK)k(~)k(xK)k(~)k(x~ eaeb

Substituindo os valores,

)k(y1.1

0

)k(~)k(~

)k(x~)k(x~

2

1

3

1

Finalmente a terceira equação,

)k(x~)k(x

)k(x~

K)k(rK

)k(x

)k(x

)k(x

K)k(rK)k(u

3

2

1

c0

3

2

1

c0

Substituindo os valores,

)k(x~)k(x

)k(x~

4.08.075.0)k(rK)k(u

3

2

1

0

Chegando a,

x(k+1) x(k)

n(k+1) n(k)

x~(k)

0.25z

1

RespostaControlada

Kc* u

P3* u

H* u

Ke2* uP2* u

P1* u

G* u

z

1

C* u

3

3

3

3

3

33

2

2

222

2

2

2

2

2

2 3

3

2

Figura 7.14: Diagrama de blocos do sistema de controle com estimador de ordem

mínima

7.8 Exercícios Propostos

Exercício 7.1: (Prova 2007) Para o sistema abaixo, pede-se,

)1k(x

)1k(x01)k(y

)k(u5.0

1

)k(x

)k(x

05.0

11

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

a) Verificar se o sistema é Controlável;

b) Projetar um sistema de controle via realimentação de estado para que os

novos pólos do sistema sejam posicionados em, 3.015.02,1 jz

c) Supondo uma entrada degrau r(k), calcular qual o ganho k0 para que não

haja erro estacionário;

118

Exercício 7.2: (Prova 2007) Para o sistema do Exercício 7.1, pede-se,

a) Verificar se o sistema é Observável;

b) Projetar um observador de ordem completa para que este apresente resposta

tipo DeadBeat;

c) Colocar as equações necessárias e desenhar o diagrama de blocos da planta –

observador de ordem completa – realimentação de estado para uma resposta

ao degrau unitário;

Exercício 7.3: (Prova 2007) Para o sistema abaixo, pede-se,

)1k(x

)1k(x01)k(y

)k(u5.0

1

)k(x

)k(x

75.05.0

2.01

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

a) Projetar um observador de ordem mínima para o estado que não é medido,

para que este apresente uma resposta tipo DeadBeat;

b) Escrever as equações necessárias e desenhar o diagrama de blocos planta -

observador de ordem mínima – realimentação de estado supondo que o

sistema seja um regulador.

Exercício 7.4: (Exame 2007) Para o sistema abaixo pede-se,

)1k(x

)1k(x10)k(y

)k(u2

1

)k(x

)k(x

02

11

)1k(x

)1k(x

2

1

2

1

2

1

a) Verificar se o sistema é Controlável e Observável;

b) Projetar um sistema de controle via realimentação de estado para que os

novos pólos do sistema sejam posicionados em, 5.0j5.0z 2,1 ;

c) Projetar um observador de ordem reduzida para o estado que não é medido,

supor resposta deadbeat para o observador de ordem reduzida;

d) Escrever as equações necessárias e o diagrama de blocos para o conjunto

sistema-controlador-observador de ordem reduzida supondo que o sistema de

controle seja um Regulador.

119

Capítulo 8

8 Projetos

Nesta parte, será apresentada uma seqüência de projetos interessantes de

sistemas mecânicos envolvendo sistemas de controle em tempo discreto. Para a

implementação dos sistemas de controle, necessariamente deverá ser seguido os

seguintes passos,

1. Modelagem matemática; onde o aluno deverá assumir todas

as condições necessárias para o equacionamento do sistema,

tais como posição dos sensores e atuadores, se há atrito,

linearização, etc.

2. Equações na forma de função de transferência e de Espaço

de Estados ambos em tempo contínuo e tempo discreto;

onde o aluno deverá optar por uma das formas para a

transformação de tempo contínuo para tempo discreto.

Além disso, deve-se especificar qual o tempo de

amostragem e explicar a sua escolha;

3. Apresentar o sistema em diagrama de blocos; nesta parte

será apresentado o diagrama de blocos contendo planta e

sistema de controle separadamente, pode ser feita em

Simulink;

4. Implementação do sistema de controle, explicando a sua

escolha e detalhando o procedimento de cálculo;

5. Apresentação dos resultados contendo distúrbio e lei de

controle;

120

8.1 Pêndulo Invertido

Implementar um sistema de controle para que a massa suspensa do pêndulo

invertido apresentado na Figura 8.1 fique em equilíbrio na posição vertical. Sabendo-se

que M = 2 Kg, L = 0.5 m e m = 0.1 kg.

Figura 8.1: Pêndulo invertido.

O problema está resolvido por realimentação de estado no Ogata, página 596.

Implementar um controlador PID para que o desempenho do sistema controlado seja

parecido com o já implementado.

121

8.2 Suspensão Ativa para ¼ de veículo

Implementar um sistema de controle em ¼ de suspensão veicular, Figura 8.2,

para que a massa suspensa da suspensão apresente a menor aceleração possível.

Sabendo-se que Ms = 250 Kg, Ks = 5.000 N/m, Cs = 250 Ns/m, Mn = 25 kg e Kp =

100.000 N/m.

Figura 8.2: Suspensão de ¼ de veículo.

Para a implementação do sistema de controle, assumir que apenas a aceleração é

medida, mas verificar a aceleração e deslocamento da massa suspensa. O objetivo aqui é

manter a aceleração da massa suspensa igual a zero, portanto o sistema de controle é um

regulador.

Distúrbios da via a serem considerados

a) Entrada degrau com 100 mm de altura;

b) Entrada ½ circunferência de 150 mm de raio;

Deve ser lembrado que os distúrbios da via são relacionados com o tempo,

simular para 40 km/h e 100 km/h.

122

8.3 Controle não colocado

Supondo o sistema apresentado na Figura 8.3, o objetivo e minimizar o

deslocamento da massa M3, com um controlador posicionado entre as massas M1 e M2

e um outro controlador posicionado entre as massas M2 e M3.

Figura 8.3: Sistema de 3GDL para controle não colocado.

Objeivo é investigar sistemas de controle “colocado” e “não colocado”.

Considerar que M1 = M2 = M3 = 0.5 Kg, K1 = K2 = K3 = 10 KN/m. Excitação é um

impulso dado na massa M3.

123

8.4 Projeto de Filtros Digiais

Apresentar o projeto de filtros digitais contendo os seguintes passos:

a) O que são filtros digitais;

b) Para que são utilizados;

c) Influência dos pólos e zeros;

d) Tipos de Filtros digitais;

e) Projetos de cada Tipo;

f) Resposta em Freqüência;

O aluno deverá fazer uma implementação computacional exemplificando a

utilização de filtros digitais;

124

9 Referências Bibliográficas

K. Ogata. Discrete-Time Control Systems. 2nd Ed. Prentice Hall, 1994.

G.F. Franklin, J.D. Powell, and M.L. Workman. Digital Control of Dynamic Systems.

Addison-Wesley, 3rd

Edition. 1998.

C.L. Phillips, H.T. Charles. Digital control system analysis and design. 3rd

Edition

Englewood Cliffs, N. J.: Prentice - Hall, c1995.

C.H. Houpis, G.B. Lamont. Control Systems. Theory, Hardware, Software. 2nd

Ed.

McGraw-Hill, 1992.

J.J. Distefano III, A. R. Stubberud. Schaum’s Outline of Theory and Problems of

Feedback and Control Systems. 2nd

Ed., Schaum’s Outline Series, McGraw-Hill.

1990.