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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Vitória, fevereiro de 2014 Luciano Rubim Franco

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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Vitória, fevereiro de 2014 Luciano Rubim Franco

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SUMÁRIO

1 Introdução 3

2 Objetivo 4

3 Acidente do trabalho 4

4 Causas dos acidentes 9

5 Registro de acidentes do trabalho 11

6 Introdução à higiene industrial 13

7 Prevenção e controle de perdas 21

8 Análise de riscos 30

9 Investigação de acidentes 39

10 Referências 44

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1 Introdução

O homem sempre necessitou trabalhar para garantir sua sobrevivência. Pela sua

capacidade de raciocínio, conseguiu através do tempo criar processos e tecnologias que

têm possibilitado viver de forma mais confortável e estender estas facilidades a um número

cada vez maior de pessoas.

Em consequência da produção em massa pelas indústrias, um grande número de

acidentes e doenças relacionadas ao trabalho passou a fazer parte da rotina dos

trabalhadores, como resultado da interatividade entre o homem, a máquina e a

organização do trabalho. Trabalhar com máquinas e equipamentos sem a devida proteção,

além de causar acidentes, pode causar danos permanentes à saúde.

O risco é uma característica inevitável da existência humana. Nem o homem, nem as

organizações e sociedade aos quais pertence podem sobreviver por um longo período sem

a existência de tarefas perigosas.

Desde as épocas mais remotas, grande parte das atividades às quais o homem tem se

dedicado apresentam uma série de riscos em potencial, frequentemente concretizados em

lesões que afetam sua integridade física ou sua saúde.

Assim, o homem primitivo teve sua integridade física e capacidade produtiva diminuídas

pelos acidentes próprios da caça, da pesca e da guerra, que eram consideradas as

atividades mais importantes de sua época. Depois, quando o homem primitivo se

transformou em artesão, descobrindo o minério e os metais, pode facilitar seu trabalho pela

fabricação das primeiras ferramentas, conhecendo também as primeiras doenças do

trabalho, provocadas pelos próprios materiais que utilizava.

Após a revolução industrial, as relações entre o homem e seu trabalho sofreram drásticas

mudanças. O homem deixou o risco de ser apanhado pelas garras dos animais, para

submeter-se ao risco de ser apanhado pelas garras das máquinas.

Junto com a evolução industrial proporcionada pelas novas e complexas máquinas,

surgiram os riscos e os acidentes da população trabalhadora. Face às exigências de

melhores condições de trabalho e maior proteção ao trabalhador, são dados os primeiros

passos em direção à proteção da saúde e vida dos operários. A Engenharia de Segurança

toma forma e com os estudos de Ramazzini - o Pai da Medicina do Trabalho -, passando

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por Heinrich, Fletcher, Bird, Hammer e outros, evolui e muda conceitos, ampliando sua

abordagem desde as filosofias tradicionais até nossos dias.

O processo tradicional de segurança baseado em trabalhos estatísticos, que servem para

determinar como o trabalho afeta o elemento humano, através de um enfoque altamente

filosófico, mas sem tomar atitudes concretas frente ao alto índice de acidentes, dá lugar à

novos conceitos, e os acidentes deixam de se tornar eventos incontroláveis, aleatórios e de

causas inevitáveis para tornarem-se eventos indesejáveis e de causas conhecidas e

evitáveis. Sem desmerecer as filosofias tradicionais, pois elas são um instrumento valioso

e o passo inicial para buscar eficazmente não apenas a correção, mas a prevenção dos

acidentes, torna-se imperativo para o desenvolvimento e crescimento social e econômico

de uma nação que tanto os órgãos governamentais quanto a iniciativa privada vejam no

homem sua riqueza maior e compreendam que investir em segurança é um ótimo negócio.

2 OBJETIVO

Esta apostila é parte integrante da disciplina “Ergonomia, Higiene e Segurança do

Trabalho” e foi elaborada como complemento aos estudos e como instrumento de

pesquisas futuras.

Não pretendemos, portanto, esgotar aqui os assuntos abordados, mas sim despertar o

interesse pela busca de outras literaturas que abordam os assuntos com maior

profundidade.

3 ACIDENTE DO TRABALHO

No trabalho ocorrem muitas situações que podem gerar acidentes e, outras vezes, o que

chamamos de Incidente (ou “Quase Acidente”), por exemplo, quando escorregamos e

quase caímos.

Algumas situações de risco decorrem, por exemplo, da postura do trabalhador ao

improvisar uma ferramenta ou utilizar equipamentos não adequados. Estas posturas,

ações ou condições em desacordo com as normas de trabalho, e que podem gerar um

acidente ou um incidente, são classificadas como DESVIOS. Esses DESVIOS são ações

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que não estão de acordo com as normas, os procedimentos ou as boas práticas de

Segurança.

3.1 Definições:

a) ACIDENTE: Evento imprevisto e indesejável,

instantâneo ou não, que resultou em dano à pessoa

(inclui a doença do trabalho e a doença profissional), ao

patrimônio (próprio ou de terceiros) ou impacto ao meio

ambiente.

b) ACIDENTE DO TRABALHO : Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho

a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.11

desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou

redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção

e segurança da saúde do trabalhador.;

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de

segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a

executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades

representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores,

conforme dispuser o Regulamento.

Fonte: Artigo 19 da Lei n.º 8.213, de 24 de julho d e 1991

Art. 20 - Considera-se acidente do trabalho, nos te rmos do artigo anterior, as seguintes

entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho

peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do

Trabalho e da Previdência Social;

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II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação

mencionada no inciso I.

Art. 21 - Equiparam-se também ao acidente do trabal ho, para efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não t enha sido a causa única haja contribuído

diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o

trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médi ca para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidenta l do empregado no exercício de sua

atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fo ra do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar

proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de

seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção

utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o

meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras

necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no

exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante

de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

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Art. 22 - A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º

(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade

competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-

contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência

Social.

§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus

dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus

dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade

pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do

cumprimento do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela

Previdência Social, das multas previstas neste artigo.

Art. 23 - Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data

do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação

compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer

primeiro.

c) INCIDENTE: evento imprevisto e indesejável que poderia ter resultado em dano à pessoa, ao

patrimônio (próprio ou de terceiros) ou impacto ao meio ambiente.

d) SEGURANÇA DO TRABALHO : Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos

de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais,

bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

e) SEGURANÇA : é a isenção de riscos considerados inadmissíveis.

f) DESVIO: Qualquer ação ou condição, que tem potencial para conduzir, direta ou indiretamente,

a danos a pessoas, ao patrimônio (próprio ou de terceiros) ou impacto ao meio ambiente, que se

encontra desconforme com as normas de trabalho, procedimentos, requisitos legais ou normativos,

requisitos do sistema de gestão ou boas práticas.

3.2 Legislação:

Em nosso país, a primeira Lei de Acidente do Trabalho surgiu em 1919, e baseava-se no conceito

de "risco profissional", considerando esse risco como sendo natural à atividade profissional. Essa

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legislação não estabelecia um seguro obrigatório, mas previa pagamento de indenização ao

trabalhador ou à sua família, calculada de acordo com a gravidade das seqüelas do acidente,

sendo que a prestação do socorro médico-hospitalar e farmacêutico era obrigação do empregador.

A comunicação do acidente de trabalho tinha que ser feita à autoridade policial do lugar, pelo

empregador, pelo próprio trabalhador acidentado, ou ainda, por terceiros.

Desde então, a legislação brasileira sobre acidentes de trabalho sofreu importantes modificações

em 1934, 1944, 1967, 1976, 1984, 1991, 1992 e finalmente, em 1995. A legislação atualmente em

vigor é a Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, posteriormente regulamentada pelo Decreto Nº 611,

de 21 de julho de 1992 (Plano de Benefícios da Previdência Social). De acordo com essa

legislação, além de ser responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de

proteção e segurança da saúde do trabalhador, a empresa deve contribuir com o financiamento da

complementação das prestações por acidente de trabalho proporcionalmente ao grau de risco de

acidentes de trabalho correspondente à sua atividade econômica. Os percentuais, incidentes sobre

o total das remunerações pagas no decorrer do mês, eqüivalem à 1% (um por cento) para o grau

de risco leve, à 2% (dois por cento) para o grau médio e à 3% (três por cento) para o grau de risco

grave.

A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social, através da emissão da

Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e,

em caso de morte, de imediato à autoridade policial competente. O acidentado ou seus

dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria, deverão receber cópia fiel

da CAT.

Na falta de comunicação por parte da empresa, poderão emitir a CAT o próprio acidentado, seus

dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade

pública.

O acidente de trabalho deverá ser caracterizado:

• Administrativamente, através do setor de benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social

(INSS), que estabelecerá o nexo entre o trabalho exercido e o acidente;

• Tecnicamente, através da perícia médica do INSS, que estabelecerá o nexo de causa e

efeito entre o acidente e a lesão.

Em caso de acidente de trabalho, o acidentado e os seus dependentes têm direito,

independentemente de carência, às seguintes prestações:

• Quanto ao segurado: auxílio-doença, auxílo-acidente ou aposentadoria por invalidez;

• Quanto ao dependente: pensão por morte.

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O auxílio-acidente será concedido ao trabalhador segurado quando, após consolidação das lesões

decorrentes da doença profissional ou acidente de trabalho, resultar seqüela que implique em

redução da capacidade laborativa. Esse auxílio é mensal e vitalício e, corresponde a 50% do

salário-de-contribuição do segurado, vigente no dia do diagnóstico da doença profissional ou da

ocorrência do acidente de trabalho.

A aposentadoria por invalidez será devida ao trabalhador que for considerado incapaz para o

trabalho e insuscetível de reabilitação, e corresponde a 100% do salário-de-contribuição do

segurado.

As ações referentes às prestações por acidentes de trabalho podem ser apreciadas na esfera

administrativa (INSS) e na via judicial (Justiça dos estados), e prescrevem em 5 (cinco) anos,

contados da data do acidente.

Convém observar que o pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente de

trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. Da mesma forma, os

responsáveis técnicos (o engenheiro ou técnico de segurança, o médico do trabalho ou as chefias)

podem ser chamados a responder criminalmente pelo dano à integridade física do trabalhador.

Por sua vez, o trabalhador segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo

mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a

cessação do auxílio-doença acidentário.

4 CAUSAS DOS ACIDENTES:

Imprudência: ocorre quando praticamos uma ação sem as necessárias precauções. Por

exemplo, transportar ferramentas pontiagudas no bolso do uniforme.

Imperícia: ocorre quando falta aptidão especial, habilidade, experiência para o exercício

de determinada função ou profissão. Por exemplo, um profissional que não está qualificado

para exercer uma atividade.

Negligência: ocorre quando ao executar uma tarefa existe a omissão de cuidado, falta ou

demora em prevenir ou impedir um dano. Este é o caso do não cumprimento das Normas

de SMS. Por exemplo, não cumprir o que determina uma Permissão para Trabalho (PT).

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PERIGO X RISCO

PERIGO: Propriedade ou condição inerente a

uma substância ou atividade, capaz de causar

danos às pessoas, propriedades e/ou ao meio

ambiente.

RISCO: potencial de ocorrência de

conseqüências indesejáveis decorrentes da

exposição a um perigo (por exemplo, ao realizar

de uma atividade).

4.1 Estudo de caso 1

No dia 15 de março de 2012 Roberval sai de sua residência em direção à empresa onde

trabalha. Chega ao trabalho um tanto quanto atrasado devido ao trânsito numa das

avenidas principais de sua cidade. Ao chegar à empresa, recebe de seu chefe a

incumbência de participar de uma reunião com uma empresa prestadora de serviços, afim

de esclarecer algumas dúvidas sobre o projeto ao qual ele era responsável. Ao sair da

empresa em direção ao escritório da empresa de engenharia, dirigindo o seu próprio

veículo, ele colide com um caminhão da prefeitura.

Em função do acidente Roberval teve escoriações leves no rosto, uma perna fraturada e

uma perfuração no pulmão ocasionada por uma costela quebrada.

Perguntas:

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a) Esse evento pode ser caracterizado como acidente? Justifique.

b) Esse evento pode ser caracterizado como acidente de trabalho? Justifique.

c) Este evento pode ser caracterizado como acidente de trajeto? Justifique.

d) Este evento pode ser caracterizado como acidente de trânsito? Justifique.

5 REGISTRO DE ACIDENTES DO TRABALHO

Acidentes do trabalho registrados são aqueles cujas comunicações são protocoladas e

caracterizadas administrativa e tecnicamente. Estas informações são obtidas a partir da

tabulação das Comunicações do Acidente do Trabalho (CAT), cadastradas nas unidades

de atendimento da Previdência Social, e mediante Internet, segundo o tipo de acidente:

– Acidente Típico - acidente decorrente da característica da atividade profissional

desempenhada pelo acidentado;

– Acidente de Trajeto - acidente ocorrido no percurso entre a residência e o local de

trabalho do segurado, e vice-versa;

– Doença Profissional ou do Trabalho - entende-se por doença profissional aquela

produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de

atividade constante do Anexo II do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado

pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999, e por doença do trabalho aquela adquirida ou

desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele

se relacione diretamente, desde que constante do Anexo citado anteriormente.

A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho ocorrido com seu empregado,

havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência

e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável

entre o limite mínimo e o teto máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente

aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 286 do Regulamento

da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999.

Trabalho em Grupo: análise e caracterização de acid entes:

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Em uma refinaria de petróleo, um permutador estava sendo preparado para manutenção.

Receberia alguns pontos de solda no seu casco e em seguida seria efetuada pintura para evitar

corrosão.

Como o prazo para a conclusão dos serviços estava se esgotando, o encarregado resolveu

adiantar os serviços, levando para o local todo o material que seria utilizado na pintura, estocando-

o próximo ao equipamento, sem informar ao soldador a sua atitude.

Na manhã do dia seguinte, o soldador iniciou o serviço de solda elétrica no costado do permutador,

gerando centelhas que atingiram algumas latas de tinta que estavam mal condicionadas, iniciando

um princípio de incêndio. Ao perceber as chamas, o soldador tentou debelar o fogo utilizando um

pedaço de lona que cobria alguns materiais. No afã de apagar o fogo, derrubou algumas latas,

derramando tinta em sua roupa e conseqüentemente vindo a incendiar-se.

As outras equipes que se encontravam próximas, percebendo o ocorrido, acionaram as equipes de

brigada que conseguiram apagar o fogo com o uso de extintores e mangueiras de incêndio. O

soldador teve 30% do corpo com queimaduras de 2º e 3º graus.

Perguntas:

1) Qual(is) foram as causas deste acidente?

2) Quais foram as conseqüências deste acidente?

3) Quais os perigos desta tarefa?

4) Quais os riscos desta tarefa?

5) Quais medidas deveriam ser tomadas para se evitar novos acontecimentos como esse?

Acidente do trabalho

Acidente Típico

Ocorrências equiparadas

Doenças Ocupacionais

Acidente de trajeto

Doenças Profissionais

Doenças do Trabalho

{{

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6 INTRODUÇÃO A HIGIENE INDUSTRIAL

6.1 CONCEITO Higiene industrial é o conjunto de ações voltadas para o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores ambientais e tensões originadas do ou no local de trabalho que possam causar doença, comprometimento da saúde e bem estar ou significativo desconforto e ineficiência entre trabalhadores ou membros de uma comunidade de trabalhadores. É a ciência que cuida de identificar, qualificar e quantificar os agentes ambientais presentes no ambiente de trabalho. 6.2 RISCOS AMBIENTAIS Os riscos ambientais estão presentes em todos os segmentos empresariais, compreendendo situações, condições e substâncias que, conforme a natureza do produto, o tempo de exposição, a concentração e intensidade do RISCO, possuam potencial para provocar danos à saúde, acidentes, doenças, limitações, incapacidade e morte. 6.2.1 LIMITE DE TOLERÂNCIA É o valor máximo a que pode ser exposto um trabalhador a determinado agente, numa determinada jornada de trabalho, sem que o mesmo possa trazer danos à sua saúde. 6.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS Os Riscos Ambientais são classificados de acordo com a sua origem, ou seja, a fonte potencialmente capaz de provocar danos à saúde do funcionário. 6.3.1 RISCOS FÍSICOS São os riscos gerados por agentes que atuam por transferência de energia sobre o organismo. Quanto maior a quantidade e velocidade desta transmissão, maiores serão os danos à saúde. Exemplos: 6.3.1.1 Pode-se entender o som como qualquer variação de pressão em um meio elástico (no ar, água ou outro meio) que o ouvido humano possa detectar, ou seja, uma vibração que é transmitida na forma de ondas e percebida pelo indivíduo como “agradável”. Quando o som não é desejado ou incômodo, ou possui uma combinação não harmoniosa, diz-se que o mesmo se transformou em ruído ou barulho. O RUÍDO se divide em três situações, conforme a sua freqüência sonora: IMPACTO (explosões), INTERMITENTE (martelete pneumático), CONTÍNUO (motoserra). A unidade de medida da intensidade sonora é o decibel (dB), cujos equipamentos de medição são o Medidor de Nível de Pressão Sonora (decibelímetro), Audiodosímetro e Dosímetro.

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A exposição a níveis de ruído fora do Limites de Tolerância pode provocar: surdez, estresse e suas conseqüências (cansaço, irritação, pressão alta, problemas digestivos e impotência). A Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional (PAIRO) (surdez ocupacional) é uma das principais causas de Ações Indenizatórias (trabalhistas e cíveis). Portanto, além das conseqüências para a saúde do trabalhador, há de se atentar para o risco à saúde financeira da empresa que não adota medidas preventivas e corretivas quanto ao ruído gerado no seu processo produtivo. A perda auditiva ou diminuição da acuidade auditiva é a conseqüência mais imediata causada pela exposição excessiva ao ruído. Mas os efeitos do ruído não se limitam a isso. A exposição em excesso ao ruído pode acarretar outros problemas de saúde ou piorá-los, além de impactos na qualidade de vida do indivíduo exposto. Por exemplo, aumento da pressão sanguínea, ansiedade, perturbação da comunicação, irritação, fadiga e diminuição do rendimento no trabalho. A NR 15 estabelece os Limites de Tolerância (LT) para os ruídos contínuos e intermitentes, conforme tabela abaixo:

NÍVEIS DE RUÍDO (dB)

TEMPO MÁXIMO DE EXPOSIÇÃO DIÁRIA

85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4:30 horas 90 4 horas 91 3:30 horas 92 3 horas 93 2:40 horas 94 2:15 horas 95 2 horas 96 1:45 horas 98 1:15 horas

100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

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6.3.1.2 – VIBRAÇÕES: são observadas principalmente pelo uso de máquinas e equipamentos, em que podemos destacar o Martelete Pneumático, o Compactador Pneumático e a Motosserra.

Entre as conseqüências principais para a saúde do trabalhador, as mais comuns são as dores de coluna, problemas renais e circulatórios e comprometimento das articulações. A vibração normalmente vem associada a um outro risco ambiental, o ruído; portanto, somam-se as conseqüências do risco.

6.3.1.3 – RADIAÇÕES IONIZANTES são formas de energia que possuem potencial para provocar alteração em uma célula. Suas conseqüências no organismo humano são graves e muitas vezes irreversíveis. Esta forma de energia encontra-se presente nas atividades em que há utilização de raios X, Gama, Berta, Alfa, entre outros.

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As ionizantes têm o poder de ionizar a matéria; ao atingir um átomo, tem a capacidade de subdividi-lo em duas partes; as principais são os Raios X (camada de elétrons) e Gama (núcleo atômico) 6.3.1.4 – RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES são formas de energias que não possuem potencial para alterar uma célula. Suas conseqüências no organismo, embora também graves, são mais amenas que na radiação ionizante. Ex: dor de cabeça, catarata, câncer de pele e queimaduras na pele. Esta forma de energia encontra-se presente quando da utilização de:

- MICROONDAS: ondas de rádio, radares e fornos microondas; - RAIOS INFRAVERMELHOS: luz solar; - RAIOS ULTRAVIOLETAS: luz solar, soldas elétricas; - RAIOS LASER: trabalhos especiais;

As não-ionizantes incidem sobre o corpo humano e apenas o excitam, fazendo com que a energia interna aumente (ultravioletas, infravermelhas, laser, microondas, ultra-som, rádiofreqüências, ultra-som, soldagem elétrica)

6.3.1.5 TEMPERATURAS EXTREMAS – FRIO: O organismo humano mantém sua temperatura interna constante em torno de 37º Celsius, e quando exposta a uma temperatura ambiental muito inferior, reage primeiramente por meio de tremores e depois através de doenças do frio (resfriados, gripes, dermatites, problemas circulatórios, entre outros).

– CALOR: torna-se um risco à saúde do trabalhador quando ocorrer uma diferença elevada (positiva) de temperatura ambiente em relação a temperatura corpórea. As principais conseqüências da exposição ao excesso de calor são: a desidratação, cãibras, problemas cardiovasculares e problemas oculares. As conseqüências do excesso de calor somam-se às da radiação, conforme a fonte de aquecimento.

6.3.1.6 PRESSÕES ANORMAIS: as variações acentuadas da pressão atmosférica podem causar sérios riscos à saúde. O nível de oxigênio presente no ar se altera conforme a pressão atmosférica do ambiente. Como nosso organismos depende de uma quantidade definida e pouco variável de oxigênio, estas mudanças agridem nossas funções vitais; portanto devem ser adotados sérios e rigorosos procedimentos para a realização de trabalhos em ambientes com pressões atmosféricas anormais para os seres humanos.

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Pressões atmosféricas elevadas: situações de trabalho comum aos mergulhadores profissionais; Pressões atmosféricas baixas: situação de trabalho comum aos alpinistas e Aeronautas profissionais.

6.3.1.7 UMIDADE: é comum em atividades realizadas em locais alagados ou encharcados, como as efetuadas dentro de esgotos fluviais. Tem como conseqüência expor o trabalhador a microorganismos, de maneira a deixá-lo suscetível a resfriados, gripes, pneumonias e dermatoses. 6.3.2 RISCOS QUÍMICOS São os riscos decorrentes da exposição a substâncias químicas, as quais podem provocar danos à saúde, inclusive a morte, quando excedem o limite de tolerância de um organismo.

As vias de penetração dos produtos químicos no organismo são: • Via respiratória (pulmões) • Via cutânea (pele) • Via digestiva (estômago)

Para fins de estudo e proteção, os produtos químicos são divididos em três tipos: AERODISPERSÓIDES São partículas respiráveis, sólidas ou líquidas, dispersas na atmosfera que, devido a seu tamanho bastante reduzido, podem ficar bastante tempo em suspensão no ar, e são divididas em quatro categorias:

• Poeiras: são partículas produzidas pela ruptura mecânica de um sólido. Ex: uso de lixadeiras, polimentos, escavações, explosões, colheita, etc. Principais doenças: pneumoconiose (caso da sílica – silicose) e tumores de pulmão (caso amianto - asbestose).

• Névoas: são partículas produzidas pela ruptura mecânica de líquidos. Ex: processos de pulverização. Principais doenças: dermatites e problemas pulmonares.

• Fumos: são partículas produzidas pela condensação de vapores metálicos. Ex: processos de fundição e soldagem de metais. Principais doenças: saturnismo (fundições de chumbo)

• Neblinas: são partículas líquidas dispersas no ar, originadas da condensação de gases provenientes de algum processo térmico. Ex: cozimentos de produtos alimentícios, fenômenos meteorológicos, etc. Principais doenças: irritações dos olhos, pele e vias respiratórias.

GASES São substâncias que, em condições normais de temperatura e pressão atmosférica, apresentam-se no estado gasoso, dividindo-se em:

• Produzidos pela natureza: nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, ozônio, etc. • Produzidos por máquinas: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, metano, etc.

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VAPORES São substâncias gasosas que podem retornar ao seu estado normal (líquido ou sólido) quando submetidos às condições normais de temperatura e pressão, detacando-se os vapores produzidos por solventes, tintas, água e derivados de petróleo em geral. A exposição a agentes químicos pode desenvolver doenças que afetam principalmente os pulmões. As principais doenças são: - PNEUMOCONIOSE: Acúmulo de partículas nos alvéolos; - FIBROSE: Alteração na parede alveolar; - BRONQUITE: Produção excessiva de muco; - ASMA: Constrição dos dutos alveolares; - CÂNCER: Alteração do tecido pulmonar. 6.3.3 RISCOS BIOLÓGICOS São os riscos originados pela presença de microorganismos, que podem provocar graves doenças aos seres humanos. O risco de contaminação por agentes biológicos pode ser reduzido por meio da manutenção de uma boa higienização e ventilação do local de trabalho. Destaque-se os cuidados no destino e manuseio dos dejetos (lixos) de origem orgânica (alimentos, sangue, papéis servidos, etc.). A contaminação por microrganismos pode ocorrer, por exemplo:

• Pelo contato com materiais contaminados e com pessoas portadoras de alguma doença contagiosa;

• Por transmissão através de vetores (roedores, baratas, mosquitos e animais domésticos);

• Por contato com roupas e objetos de pessoas doentes; • Por meio de contaminação em ambientes fechados; • Por acidentes com objetos pontiagudos.

6.3.4 RISCOS ERGONÔMICOS São os riscos gerados pela desarmonia entre o trabalhador e seu ambiente de trabalho. Refere-se à falta de conforto, segurança e eficiência em uma atividade. A ergonomia é uma ciência multidisciplinar que, baseando suas teorias na antropometria, fisiologia, psicologia e engenharia, tem por principal objetivo a adaptação das condições de trabalho às características físicas e psicológicas do homem. A ergonomia busca elevar ao máximo possível o nível de qualidade do trabalho humano, visando à execução das mesmas tarefas com o mínimo risco, erro e esforço.

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Principais áreas de atuação da ergonomia: � Na área industrial: Projetos de postos de trabalho, concepção de máquinas e

ferramentas, sinalização interna e externa de circulação, Layout de locais de trabalho.

� Nas atividades esportivas: projetos de utensílios (tênis, meias, bolas, raquetes, etc), aprimoramento de métodos e técnicas (busca de melhores resultados e recordes)

� Área hospitalar: projetos de equipamentos e utensílios cirúrgicos, projetos de mobiliários para os funcionários e pacientes.

� Na área militar: concepção de veículos e armamentos, desenvolvimento de técnicas de combate, desenvolvimento de uniformes.

Os casos mais comuns de problemas ergonômicos, nos diversos ramos de atividades empresariais, são:

Esforço físico intenso; Levantamento e transporte manual de peso; Exigência de postura inadequada; Controle rígido de produtividade; Imposição de ritmos excessivos; Trabalhos em revezamento de turnos; Jornadas de trabalho prolongadas; Monotonia e repetitividade; Iluminação inadequada.

6.3.5 RISCOS DE ACIDENTES (OU MECÂNICOS)

São os riscos existentes pela falta de organização e segurança do ambiente e/ou dos processos de trabalho, em razão da falta de manutenção predial, manutenção de máquinas e equipamentos e falhas de procedimentos.

Principais Riscos de Acidentes nas empresas Arranjo físico inadequado:

• Máquinas e equipamentos mal localizados; • Móveis em geral com disposições inadequadas;

Falta de Ordem e Limpeza

• Obstáculos que dificultem o acesso à saída, entrada e circulação de pessoas; • Chão sujo e escorregadio;

Máquinas e equipamentos sem proteção:

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• Falta de proteção em correias, polias, correntes, esteiras, etc.; • Esmeril sem coifa protetora; • Equipamentos de solda oxi-acetilênica sem válvula corta chamas;

Ferramentas inadequadas ou defeituosas

• Levantar um veículo com um macaco hidráulico defeituoso; • Fixar um prego na parede utilizando um alicate; • Usar o disco de corte como esmeril.

Iluminação inadequada

• Dirigir à noite sem faróis; • Realizar serviços de conferência de documentos na penumbra; • Trabalhar sob iluminação intensa (holofotes);

Eletricidade

• Extensões com emendas e fios expostos; • Disjuntores mal dimensionados; • Equipamentos energizados com falta de aterramento.

Probabilidade de incêndio ou explosão

• Realizar serviços de solda próximos a depósitos de inflamáveis; • Fumar em depósitos de papéis, madeiras, GLP e postos de combustíveis; • Manusear ou transportar dinamite e outros explosivos.

Armazenamento inadequado

• Empilhamento de caixas em quantidade e altura superiores ao limite estabelecido;

• Sobrecarregar de peso apenas uma das extremidades de um depósito; • Armazenar produtos incompatíveis no mesmo local.

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7 PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS

No início dos anos 30, o engenheiro H. W. Heinrich, em sua obra intitulada Industrial

Accidente Prevention, divulgou pela primeira vez a filosofia do acidente com danos à

propriedade. Suas análises trouxeram como resultado a proporção de 1:29:300, isto é,

uma lesão incapacitante para 29 lesões leves e 300 acidentes sem lesões. Esta proporção

originou a pirâmide de Heinrich (fig. 1)

A filosofia de que os acidentes também poderiam gerar danos à propriedade (acidentes

sem lesões) foi introduzida por Heinrich, a partir de 1931. Nos estudos que realizou,

Heinrich conseguiu demonstrar que, para cada acidente com lesão incapacitante, haviam

29 acidentes que produziam lesões não incapacitantes (leves) e 300 acidentes sem lesões.

Durante o período de 1959 a 1966, o engenheiro Frank Bird Jr. empreendeu uma pesquisa

na qual analisou mais de 90 mil acidentes ocorridos em uma empresa siderúrgica

americana e atualizou a relação estabelecida por Heinrich, desenvolvendo a proporção

1:100:500. Ou seja, para cada lesão incapacitante existiam 100 lesões não incapacitantes

e 500 acidentes com danos à propriedade.

Os dados obtidos permitiram que Bird desenvolvesse a sua teoria intitulada de “Controle

de Danos”. Um programa de Controle de Danos é aquele que requer a identificação,

registro e investigação de todos os acidentes com danos à propriedade, e a determinação

do seu custo para a empresa. Além disso, todas essas medidas deverão ser seguidas de

ações preventivas.

Ao se implantar um programa de Controle de Danos, um dos primeiros passos a serem

adotados é a revisão das regras convencionais de segurança, as quais estão voltadas

apenas para a questão das lesões. Desse modo, as regras devem ser ampliadas com o

objetivo de abranger os danos à propriedade, e essas alterações devem envolver desde a

alta direção da empresa até o corpo funcional, pois todos deverão saber que regra foi

mudada e qual a razão da mudança. Ainda, é importante que qualquer pessoa envolvida

no programa compreenda que, para este ser bem-sucedido, será necessário um período,

devidamente planejado, de comunicação e educação, com o intuito de mostrar a gravidade

de não se informar qualquer acidente com dano à propriedade que venha a ocorrer na

empresa.

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Bird ainda ampliou o seu referencial de estudo analisando acidentes ocorridos em 297

empresas, as quais representavam 21 grupos de indústria diferentes, com um total de

1.750.000 operários que trabalharam mais de 3 bilhões de horas durante o período de

exposição. Assim sendo, obteve a seguinte proporção: 1:10:30:600. Para cada acidente

com lesão incapacitante, havia 10 acidentes com lesões leves, 30 acidentes com danos à

propriedade e 600 acidentes sem lesão ou danos visíveis (quase-acidentes). Estes dados

podem ser melhor compreendidos observando-se a figura 1.

Prosseguindo o trabalho iniciado por Bird, e partindo do pressuposto de que os acidentes

que resultam em danos às instalações, aos equipamentos e aos materiais têm as mesmas

causas básicas daqueles que resultam em lesões, John A. Fletcher, em 1970, propôs o

estabelecimento de programas de “Controle Total de Perdas”, cujo objetivo maior é reduzir

ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar um sistema. De acordo

com a proposta de Fletcher, o Controle Total de Perdas deve ser concebido de modo que

permita a eliminação de todas as fontes que possam interromper um processo produtivo,

quer elas resultem de lesão, dano à propriedade, incêndio, explosão, roubo, vandalismo,

sabotagem, poluição da água, do ar, do solo, doença ocupacional ou defeito do produto.

A partir de 1972, surge uma nova abordagem na questão de prevenção de perdas. Essa

abordagem, fundamentada nos trabalhos desenvolvidos por Willie Hammer, foi

denominada de Engenharia de Segurança de Sistemas e ampliou o escopo da atuação do

prevencionismo, pois as empresas passaram a ser visualizadas dentro de um enfoque

sistêmico.

FIGURA 1: Comparação dos estudos realizados por Heinrich e Bird

Heinrich

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Essa visão sistêmica das organizações possibilitou que outra perspectiva fosse inserida no

prevencionismo, fazendo com que o mesmo passasse a contemplar os eventos ou fatos

antecessores a concretização dos acidentes, possibilitando que as ações preventivas

adotadas pelas empresas não fossem mais apenas baseadas em “tentativas e erros” ou

em avaliações pós-fato das causas que produziram o acidente. Isso permite evitar a

formalização dos acidentes e, conseqüentemente, a ocorrência de inúmeros prejuízos ao

patrimônio empresarial, uma vez que o mesmo fica resguardado de situações geradoras

de efeitos indesejados. Deve-se considerar que os eventos ou fatos antecessores são os

“quase-acidentes” abordados por Bird, e que agora são definidos como incidentes críticos.

Trata-se, portanto, de uma situação ou condição com potencial para provocar dano, mas

que não o manifesta.

7.1 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE PERDAS NAS EMPRESA S.

Desde que o processo produtivo passou a fazer parte das sociedades organizadas,

percebeu-se que os acidentes representavam, não apenas pela incapacitação temporária

ou permanente da mão-de-obra, como também pelos prejuízos financeiros causados em

máquinas, equipamentos, instalações, ao meio ambiente e na produção em si.

Hoje sabemos que poder medir (e conseqüentemente gerenciar) os elementos que dão

causa ou antecedem os acidentes torna o tema “Controle de Perdas” uma ferramenta

essencial às empresas preocupadas em garantir a sua continuidade operacional.

7.2 FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE PERDAS

O processo pelo qual ocorre uma perda por acidente é uma série seqüencial de causas e

efeitos que resultam em danos aos recursos humanos e materiais ou em descontinuação

operacional. Compõe-se de três fases distintas: Condição Potencial de Perdas, Acidente e

Perda Real ou Perda Potencial.

Page 24: Apostila+Ergonomia+e+Segurança+do+Trabalho

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Condição potencial de perda – condição ou grupo de condições capaz, sob certas

circunstâncias não planejadas, de causar a perda. Como condição, ela é estática e de

equilíbrio instável e, em momento não previsível, gerada em função de circunstâncias que

lhe são favoráveis, pode desencadear o acidente.

Acidente – acontecimento indesejado e inesperado (não programado) que produz ou pode

produzir perdas.

Perda real e perda potencial – a perda real é produto do acidente e pode manifestar-se

como lesão ou morte de pessoas, danos a materiais, equipamentos, instalações ou

edificações ou descontinuação do processo normal de trabalho. A perda potencial, também

chamada de quase-perda, é aquela que, em circunstâncias um pouco diferentes, poderia

ter-se transformado em perda real.

7.3 INDICADORES DE SEGURANÇA

Indicadores de acidentes do trabalho são utilizados para mensurar a exposição dos

trabalhadores aos níveis de risco inerentes à atividade econômica, viabilizando o

acompanhamento das flutuações e tendências históricas dos acidentes e seus impactos

nas empresas e na vida dos trabalhadores. Além disso, fornecem subsídios para o

aprofundamento de estudos sobre o tema e permitem o planejamento de ações nas áreas

de segurança e saúde do trabalhador.

Os indicadores propostos a seguir não esgotam as análises que podem ser feitas a partir

dos dados de ocorrências de acidentes, mas são indispensáveis para a determinação de

programas de prevenção de acidentes e a conseqüente melhoria das condições de

trabalho no Brasil.

CAUSA FATO EFEITO

CONDIÇÃO POTENCIAL DE

PERDA

ACIDENTE

PERDA REAL OU PERDA

POTENCIAL

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As informações utilizadas na construção dos indicadores apresentados aqui foram

extraídas da NBR 14280, o que não limita a pesquisa e aplicação prática somente a esta

norma.

7.3.1 TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTES COM AFASTAMENTO (TFCA)

Esta taxa mede o número de acidentes com afastamento para cada um milhão do horas

homem de exposição ao risco.

TFCA = NCA x 1.000.000 HHER Onde: TFCA = Taxa de Freqüência de Acidentes com Afastamento NCA = Número de acidentes com afastamento HHER = Horas Homem de Exposição ao Risco

7.3.2 TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTES SEM AFASTAMENTO (TFSA)

Esta taxa mede o número de acidentes sem afastamento para cada um milhão do horas

homem de exposição ao risco.

TFSA = NSA x 1.000.000 HHER Onde: TFSA = Taxa de Freqüência de Acidentes sem Afastamento NSA = Número de acidentes sem afastamento HHER = Horas Homem de Exposição ao Risco

7.3.3 TAXA DE GRAVIDADE (TG)

Esta taxa mede a gravidade dos acidentes com afastamento ocorridos.

TG = {(DP + DD)} x 1.000.000 HHER Onde: TG = Taxa de Gravidade DP = Dias Perdidos DD = Dias debitados HHER = Horas Homem de Exposição ao Risco Dias Perdidos: são os dias de afastamento de cada acidentado, contados a partir do primeiro dia de afastamento até o dia anterior ao do dia de retorno ao trabalho, segundo a orientação médica;

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Dias Debitados: são os dias que devem ser debitados devido à morte ou incapacidade permanente, total ou parcial.

NO CASO DE MORTE OU INCAPACIDADE PERMANENTE TOTAL, DEVEM SER DEBITADOS 6.000 (SEIS MIL) DIAS; POR INCAPACIDADE PERMANENTE PARCIAL, OS DIAS A SEREM DEBITADOS DEVEM SER RETIRADOS DA NORMA BRASILEIRA ABNT - NBR 14.280

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Fonte: NBR 14280

7.3.4 EXEMPLO:

No dia 12 de março de 2011, as 09:30h, ocorreu um a cidente numa plataforma de produção de petróleo.

Descrição do evento:

Durante o processo de corte de um tambor onde havia m vestígios de um líquido combustível, ocorreu a explosão do mesmo, ferindo o empregado que realizava a tarefa e um ajudante.

Em função da gravidade deste acidente, um soldador teve 15% do corpo queimado, precisando ficar afastado da empresa por 25 dias pa ra tratamento médico.

O ajudante que estava próximo ao local, teve a terc eira falange do dedo mínimo amputada, necessitando afastar-se de suas atividade s por 40 dias para recuperação.

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Sabendo-se que neste mês a empresa teve ainda 5 aci dentes sem afastamento; que a mesma contava neste mês com 673 empregados e cons iderando que o regime de trabalho era de 8 horas diárias, em 5 dias por sema na (de segunda a sexta-feira), calcule:

TFCA, TFSA e TG

Resolução:

a) Cálculo do HHER

HHER = Número de empregados x n. de horas x n. de dias úteis

HHER = (671 x 8 x 21) + (2 x 8 x 8) = 112.728 + 128 =

HHER = 112.856

b) Cálculo da TFCA

TFCA = NCA x 1.000.000 HHER TFCA = 2 x 1.000.000 112.856 TFCA = 17,72

c) Cálculo da TFSA

TFSA = NSA x 1.000.000 HHER TFSA = 5 x 1.000.000 112.856

TFSA = 44,30

d) Cálculo da TG

TG = (DP + DD) x 1.000.000 HHER TG = {(25 + 40) + (50)} x 1.000.000 112.856

TG = 1019,00

Exercícios:

MARÇO 2011 D S T Q Q S S

1

2 3 4 5 6 7 8

9 10 11 12 13 14 15

16 17 18 19 20 21 22

23 24 25 26 27 28 29

30 31

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1) No dia 10/01/2011, durante o descarregamento de placas de concreto que seriam utilizadas na pavimentação do acesso ao prédio de manutenção, o empregado da empresa KWV teve o dedo mínimo da mão direita prensado por uma das peças, o que resultou na extração de sua unha. No momento do acidente o empregado usava luvas, capacete e botina de segurança. O acidente ocorreu às 10:15h e o mesmo teve alta médica no dia 13/01/2011, retornando ao trabalho no dia seguinte.

Calcular a TFCA e a TG da empresa para o mês de janeiro de 2011, considerando que:

- a empresa possui no total 19 empregados e que havia 1 empregado de férias neste mês e;

- cada empregado trabalha 8 horas por dia, de segunda a sexta-feira.

2) Durante o serviço de solda no costado de um caminhão tanque que havia transportado petróleo, houve uma explosão do mesmo, que resultou na morte do soldador e na amputação da mão esquerda no ajudante. O acidente ocorreu no dia 17/01/11. O ajudante precisou ser afastado do trabalho até o dia 23/02/11 para tratamento médico.

Calcular a TFCA e a TG para o mês de janeiro, considerando que:

- a empresa possui 107 empregados;

- todos os empregados trabalham 8 horas por dia de segunda a sexta-feira.

3) Em uma estação de tratamento e bombeamento de petróleo em terra, durante o serviço de limpeza de tubulação com o uso de escova rotatória, houve o desprendimento de algumas cerdas de aço que atingiram o olho do operador, a perna de um eletricista e a barriga do apontador que passavam pelo local. O acidente ocorreu no dia 10/01/2011. O operador que foi atingido no olho precisou ser afastado do trabalho para tratamento médico até o dia 24/02/2011 em decorrência de ter perdido a visão deste olho. O eletricista não necessitou de afastamento médico, recebendo apenas atendimento ambulatorial no próprio local. O apontador necessitou ficar afastado por 8 dias para tratamento das lesões. Considerando que:

- a empresa possui 1.223 empregados e que na mesma estação trabalham ainda outros 230 empregados de outras empresas e;

- todos os empregados trabalham de 2ª a 6ª feira, durante 8 horas por dia, calcule a TFCA, a TFSA e a TG da Estação para o mês de janeiro.

Respostas:

1) TFCA = 302,66 TG = 2.118,64

2) TFCA = 107,11 TG = 483.986,72

3) TFCA = 7,83 TG = 7.263,61 TFSA = 3,91

Page 30: Apostila+Ergonomia+e+Segurança+do+Trabalho

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8 ANÁLISE DE RISCOS

8.1 OBJETIVO

Definir a metodologia estruturada para avaliar os riscos potenciais decorrentes da

instalação de novas unidades ou em operação, sistemas existentes que lidam com

materiais perigosos, bem como serviços e tarefas que envolvam riscos à segurança, saúde

e meio ambiente.

8.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS

8.2.1 WHAT IF...? (O QUE ACONTECERIA SE...?)

TÉCNICA QUALITATIVA DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, CUJO FOCO É: “TUDO O

QUE PODE SAIR DE ERRADO”.

� O elemento fundamental é a criatividade;

� BRAINSTORMING promovido por equipe multidisciplinar;

� O método consiste no questionamento aberto, promovido pela pergunta “E SE?...”. Ex:

E SE... a matéria prima estiver contaminada? E SE... Ocorrer um vendaval? E SE... a

tubulação romper? E SE... A reação de cloração for muito rápida? Etc.;

� O objeto do estudo pode ser um sistema, processo, equipamento, operação, evento ou

uma atividade.

QUANDO APLICAR

A técnica é particularmente útil na fase de pesquisa e desenvolvimento de processos e

produtos, pois nessa etapa não há informações suficientes para a aplicação de Hazop,

Árvore de Falhas ou Árvore de Eventos.

Existem alguns passos básicos para a aplicação do m étodo:

1) Formação do comitê de revisão: montagens das equipes e seus integrantes;

2) Planejamento prévio: planejamento das atividades e pontos a serem abordados na

aplicação do método;

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3) Reunião organizacional: discussão dos procedimentos, programação de novas reuniões,

definição de metas para as tarefas e informação aos integrantes sobre o funcionamento do

sistema sob análise;

4) Reunião de revisão de processo: para os integrantes ainda não familiarizados com o

sistema em estudo;

5) Reunião de formulação de questões: formulação de questões do tipo “E se ...?”, a partir

do início do processo e continuando, passo a passo, até a entrega do produto final;

6) Reunião de respostas às questões: obtenção de respostas escritas às questões. Serão

analisadas e categorizadas em: resposta aceita pelo grupo tal como submetida; resposta

aceita após discussão e/ou modificação e aceitação postergada em dependência de

investigação adicional;

7) Relatório de revisão dos perigos do processo: o objetivo é documentar os perigos

identificados na revisão, bem como registrar as ações recomendadas para sua eliminação

ou controle.

COMBINAÇÃO COM LISTAS DE VERIFICAÇÃO

Listas de Verificação (Check List) conferem sistematização à “E SE...”, pois as perguntas

são formuladas e a lembrança é assegurada por listas elaboradas para áreas específicas

de investigação, como proteção contra incêndio, segurança elétrica, preservação

ambiental, higiene ocupacional, etc.

Exemplo de aplicação

Utilizando os conceitos do What IF...? faça uma análise de riscos para a organização de

uma festa de aniversário.

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OBJETO DA ANÁLISE: FESTA DE ANIVERSÁRIO ÓRGÃO:

EXECUTADO POR: FOLHA:

DATA: LOCAL:

E SE...? PERIGO/CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCO E DE

CONTROLE DE EMERGÊNCIA

Vierem mais pessoas que o esperado?

Falta de espaço, falta de comida e bebidas...

- Distribuir convites individuais para a festa;

- Avaliar a possibilidade de comparecerem mais convidados e prever alimentos e bebidas suficientes.

As pessoas não encontrarem o local da festa?

Desagradar amigos, criar clima de insatisfação, não receber presentes, perda de alimentos e bebidas.

Anexar mapa aos convites, acrescentando número de telefone.

Chover? Dificuldades na chegada, pessoas com roupas molhadas.

- Consultar o serviço de meteorologia para programar a data da festa;

- Adquirir guarda-chuva grande para ajudar as pessoas a deslocar-se do carro à porta da casa.

8.3 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR.

CONCEITO

Análise Preliminar de Riscos (APR): metodologia estruturada para identificar os perigos e

avaliar os riscos potenciais decorrentes da instalação de novas unidades ou em operação,

sistemas existentes que lidam com materiais perigosos, bem como serviços e tarefas que

envolvam riscos à segurança, saúde e meio ambiente.

Esta metodologia procura examinar as maneiras pelas quais a energia pode ser liberada

de forma descontrolada, levantando, para cada um dos Riscos identificados, as suas

causas, os métodos de detecção disponíveis e os efeitos sobre os operadores, a

população circunvizinha e sobre o meio ambiente. Além disso, são sugeridas medidas

preventivas e/ou mitigadoras dos Riscos a fim de se eliminar as causas ou reduzir as

conseqüências dos cenários de acidente identificados.

8.3.1 OBJETIVOS DA APR

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS;

CAUSAS;

Page 33: Apostila+Ergonomia+e+Segurança+do+Trabalho

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CONSEQÜÊNCIAS;

MEDIDAS MITIGATÓRIAS .

O escopo da APR abrange todos os eventos perigosos cujas causas tenham origem no

interior da instalação analisada, englobando tanto as falhas intrínsecas de componentes ou

sistemas, como eventuais erros operacionais ou de manutenção (erros humanos). Embora

alguns dos eventos Perigosos causados por agentes externos, tais como: sabotagem,

queda de balões, de aviões, de helicópteros ou de meteoritos, terremotos, maremotos e

inundações, possam ter freqüências de ocorrência consideradas extremamente remotas,

eles poderão também ser incluídos na análise.

8.3.2 DADOS NECESSÁRIOS

As principais informações requeridas para a realização da APR estão indicadas na tabela

abaixo:

Região dados demográficos; dados climatológicos.

Instalações

premissas de projeto; especificações técnicas de projeto; especificações de equipamentos; lay-out da instalação; descrição dos principais sistemas de proteção e segurança

Substâncias propriedades físicas e químicas; características de inflamabilidade; características de toxicidade.

Tarefas e Serviços descrição da tarefa; pessoal envolvido; instrumentos e equipamentos.

8.3.4 PESSOAL NECESSÁRIO E SUAS ATRIBUIÇÕES

A APR deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar, contendo entre cinco e oito

pessoas no máximo. Dentre os membros da equipe deve-se dispor de um membro com

experiência em segurança de instalações industriais e pelo menos um que seja

conhecedor do processo envolvido. É recomendável que a equipe tenha a composição

indicada na tabela abaixo e a função e atribuições desempenhadas por cada um.

Page 34: Apostila+Ergonomia+e+Segurança+do+Trabalho

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Função Atividades

Coordenador

− Pessoa responsável pelo evento que deverá: • definir a equipe; • reunir informações atualizadas, tais como: fluxogramas de

engenharia, especificações técnicas do projeto, etc. • Distribuir material para a equipe; • programar as reuniões; • encaminhar aos responsáveis as sugestões e modificações oriundas

da APR.

Líder

− Pessoa conhecedora da metodologia, sendo responsável por: • explicar a metodologia a ser empregada aos demais participantes; • conduzir as reuniões e definir o ritmo de andamento das mesmas. • Cobrar dos participantes pendências de reuniões anteriores.

Especialistas Pessoas que estarão ou não ligadas ao evento, mas que detêm informações sobre a unidade ou o sistema a ser analisado ou experiência adquirida em sistemas / unidades similares.

Relator − Pessoa que tenha poder de síntese para fazer anotações,

preenchendo as colunas da planilha de APR de forma clara e objetiva.

8.3.5 ESTIMATIVA DE TEMPO E CUSTO REQUERIDOS

Em geral as reuniões não devem durar mais do que 3 horas, sendo a periodicidade de 2 a

3 vezes por semana. O tempo necessário para a realização de reuniões de APR pode ser

estimado como sendo de 3 horas por cada grande equipamento da instalação.

O reconhecimento antecipado dos Riscos existentes na planta economiza tempo e reduz

os custos oriundos de modificações posteriores da instalação / sistema. Isto faz com que

os custos em termos de homens-hora alocados à realização da APR tenham um retorno

considerável.

8.3.6 NATUREZA DOS RESULTADOS

Na APR são levantadas as causas que ocasionam a ocorrência de cada um dos eventos e

as suas respectivas conseqüências, sendo, então feita uma avaliação qualitativa da

freqüência de ocorrência do cenário de acidente, da severidade das conseqüências e do

risco associado. Portanto, os resultados obtidos são qualitativos, não fornecendo

estimativas numéricas.

Normalmente uma APR fornece também uma ordenação qualitativa dos cenários de

acidentes identificados, a qual pode ser utilizada como um primeiro elemento na

priorização das medidas propostas para redução dos riscos da instalação analisada.

Page 35: Apostila+Ergonomia+e+Segurança+do+Trabalho

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8.3.7 APRESENTAÇÃO DA TÉCNICA

A metodologia de APR compreende a execução das seguintes etapas:

1. Definição dos objetivos e do escopo da análise;

2. Definição das fronteiras da instalação analisada;

3. Coleta de informações sobre a região, a instalação e a substância Perigosa envolvida;

4. Subdivisão da instalação em módulos de análise;

5. Realização da APR propriamente dita (preenchimento da planilha);

6. Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por categorias de freqüência e de severidade;

7. Análise dos resultados e preparação do relatório.

Para simplificar a realização da análise, a instalação estudada é dividida em “módulos de

análise”. A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de

uma planilha de APR (ANEXO A) para cada módulo de análise da instalação.

Categoria de Frequência do cenário

No contexto da APR, um cenário de acidente é definido como o conjunto formado pelo

perigo identificado, suas causas e cada um dos seus efeitos. Exemplo de cenário de

acidente possível seria:

Grande liberação de substância tóxica devido a ruptura de tubulação levando à formação

de uma nuvem tóxica.

De acordo com a metodologia de APR, os cenários de acidente devem ser classificados

em categorias de freqüência e severidade, as quais fornecem uma indicação qualitativa da

freqüência esperada de ocorrência para cada um dos cenários identificados - ANEXO B.

Identificador do Cenário de Acidente

Após o preenchimento das planilhas de APR, a tarefa seguinte corresponde ao

levantamento do número de cenários de acidentes identificados por categorias de

freqüência, de severidade e de risco. O resultado da elaboração das estatísticas dos

cenários por categorias de freqüência e de severidade é a quantidade de cenários por

cada categoria de risco, conforme exemplificado no Anexo "D".

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Finalmente, procede-se à análise dos resultados obtidos, listando-se as recomendações de

medidas preventivas e/ou mitigadoras propostas pela Equipe da APR. O passo final é a

preparação do relatório da análise realizada.

8.3.8 PROPOSTA DE ESTRUTURA DO RELATÓRIO

Capítulo 1: Descrição dos objetivos visados com a aplicação da técnica, do escopo

abrangido pela análise e da estrutura do relatório.

Capítulo 2: Descrição do sistema analisado, contemplados aspectos de operação,

manutenção, bem como, possíveis modificações a serem feitas.

Capítulo 3: Descrição da metodologia utilizada, destacando os eventuais critérios

adotados na análise, as planilhas da APR, a estatística dos cenários de acidentes

levantados pela APR.

Capítulo 4: Apresentação da Análise Preliminar de Riscos do sistema analisado,

contendo a identificação dos módulos de análise, as planilhas da APR, a estatística dos

cenários de acidentes levantados pela APR.

Capítulo 5: Conclusões gerais da APR, listando os cenários de risco sério ou crítico

identificados na APR. As recomendações geradas devem ser enfatizadas, se possível,

designar o órgão responsável por suas avaliações e implementações.

Capítulo 6: Referências bibliográficas.

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Categorias de Freqüências dos Cenários

Categoria Denominação Faixa de Freqüência

(/ano) Descrição

A Extremamente remota

f < 10-4 Conceitualmente possível, mas extremamente improvável de ocorrer durante a vida útil da instalação.

B Remota 10-3 > f > 10-4 Não esperado ocorrer durante a vida útil da instalação.

C Improvável 10-2 > f > 10-3 Pouco provável de ocorrer durante a vida útil da instalação.

D Provável 10-1 > f > 10-2 Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil da instalação.

E Freqüente f > 10-1 Esperado ocorrer várias vezes durante a vida útil da instalação.

Severidade das Conseqüências do Cenário

Cat. Denominação Descrição / Características

I Desprezível Sem lesões, ou no máximo casos de primeiros socorros, sem afastamento

II Marginal Lesões leves em empregados e terceiros. Ausência de lesões extramuros

III Crítica Lesões de gravidade moderada em pessoas intramuros. Lesões leves em pessoas extramuros

IV Catastrófica Provoca morte ou lesões graves em 1 ou mais pessoas intra ou extramuros

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Matriz de Classificação de Riscos

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9 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

A empresa realmente interessada na Prevenção de Acidentes através de seus prepostos:

a) Planeja as suas instalações tão seguras quanto possível, realizando um estudo de todas as áreas de trabalho e eliminando ou controlando riscos de acidentes;

b) Treina, educa e instrui os seus empregados nas práticas de segurança, para minimizar os fatores humanos que originam os acidentes, e procura conquistar a sua cooperação na execução do programa de segurança;

c) Analisa as operações, quanto à segurança, para determinar e estabelecer as práticas e métodos de trabalho seguros;

d) Supervisiona eficientemente os seus empregados, tomando, se necessário, ação disciplinar;

e) Institui levantamento das condições de trabalho e inspeções de segurança para garantir o funcionamento normal do seu programa de segurança e para descobrir perigos ou riscos não previstos.

É perfeitamente claro que os perigos que escapam a todas estas medidas preventivas e causam acidentes precisam ser identificados através de uma investigação.

9.1 OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES:

A investigação de acidentes é de uma importância tal que sua integridade, como meio de evitar acidentes, deve ser preservada. As investigações devem procurar fatos, não culpas.

Do contrário, poderão ser mais prejudiciais do que benéficas. Se o trabalhador imaginar que a investigação tem propósito de apontar culpados, informações vitais podem ser ocultadas ou distorcidas. Até mesmo quando, em investigação de acidentes fatais, se fala em “responsabilidade”, deverá ter-se o cuidado, pois não falta quem confunda “responsabilidade” com “culpabilidade”. Registre-se, porém, que extrapolando o âmbito da empresa (processo administrativo), pode-se chegar a processo civil ou criminal, nos quais a culpabilidade é procurada (investigação policial).

A investigação de acidentes deve ser objetiva e livre de qualquer motivação punidora, pois seu propósito deverá ser o de descobrir quais os procedimentos que deveriam ter sido melhores, e de que maneira, a fim de que possam ser aperfeiçoados e não contribuam de novo para um acidente.

Além de ter o objetivo de descobrir os fatores causativos, práticas e condições inseguras de acidentes, para que medidas adequadas sejam tomadas, a fim de que se evite repetição de acidentes similares, a investigação de acidentes permite a coleção de dados, para a elaboração das estatísticas e análises das causas dos acidentes e, através de registros, cria uma fonte de referência, que poderá ser útil em qualquer complicação legal ou técnica que possa surgir, no futuro.

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9.2 ANÁLISE DAS CAUSAS DOS ACIDENTES

Através do registro, compilação e estatísticas das circunstâncias e das causas de acidentes é possível determinar quais indivíduos, ocupação, órgão, equipamentos, máquinas e ferramentas e locais mais freqüentemente são envolvidos em acidentes, o que permite uma ação direta para evitar sua repetição. A concentração de esforço sobre o controle das causas identificadas poderá trazer resultados imediatos.

A análise das circunstâncias e causas dos acidentes pode produzir os seguintes resultados:

- Identificação e localização das principais fontes de acidentes;

- Revelação da natureza e dimensões do problema de acidentes por órgão e ocupações;

- Identificação da necessidade de revisões de engenharia dos equipamentos e materiais;

- Revelação das deficiências ou da falta de atualização dos métodos, processos e procedimentos operacionais;

- Revelação das práticas inseguras que indiquem a necessidade de treinamento dos empregados;

- Revelação dos desajustamentos físicos e mental de empregados às funções que desempenham;

- Orientação aos supervisores sobre onde e em que concentrar esforços com maior proveito;

- Avaliação objetiva do processo de um programa de segurança.

-

9.3 ACIDENTES A INVESTIGAR

Torna-se aqui necessário dar ao acidente uma definição para fins de investigação e prevenção, entendemos que a melhor definição é a que segue:

“ACIDENTE É EVENTO QUE RESULTA OU PODERIA RESULTAR EM LESÃO PESSOAL”.

O termo evento compreende:

a) As condições imediatas, que podem ser identificadas em termos de uma data e hora específicas, e;

b) As ocorrências imediatas ou exposições, contínuas ou intermitentes, a elementos patogênicos, as quais só podem ser identificadas em termos de um período hipotético. (A Dara da ocorrência, no relatório, é a da comunicação da lesão).

O termo Lesão Corporal compreende:

a) A lesão traumática e a doença, e;

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b) O distúrbio mental, neurológico ou orgânico decorrente da exposição a elementos do ambiente de trabalho ou das circunstâncias em que este se realiza;

Pela definição dada ao acidente, vê-se também que, além dos casos que resultam em lesão, os erroneamente chamados “quase acidentes”, em verdade os acidentes sem vítimas, devem ser também investigados, ainda que danos materiais não se tenham verificado, pois do ponto de vista de segurança todos têm a mesma importância. Basta que tenha havido a possibilidade de a lesão ter ocorrido, para que o acidente deva ser investigado.

Uma epidemia de pequenas lesões exige um estudo de suas causas, não só das imediatas, mas também das contribuintes, nas quais, aliás, reside o valor da investigação.

Por razões expostas anteriormente todos os acidentes, com ou sem lesão, devem ser investigados e suas causas corrigidas, haja ou não necessidade de elaboração de relatórios.

9.4 ELEMENTOS BÁSICOS DE UM ACIDENTE

O supervisor que conhece os elementos de um acidente e o modo como contribuíram para a sua ocorrência possui os meios principais para determinar a ação corretiva e evitar a repetição de acidentes similares, e para elaborar, quando necessário, o relatório.

Esses elementos são os seguintes:

1- Natureza da lesão

2- Localização da lesão;

3- Fonte da Lesão

4- Tipo de acidente;

5- Condições de insegurança;

6- Agentes do acidentes

7- Parte do agente do acidente

8- Ato inseguro;

9- Fator pessoal de insegurança

Definição:

1- Natureza da lesão: É o tipo da lesão ocorrida;

2- Localização da lesão: É parte do corpo diretamente atingida pela lesão;

3- Fontes da lesão: É o objeto, a substância, a exposição ou o movimento corporal que diretamente produziu ou causou a lesão;

4- Tipo de acidente: É o evento que, diretamente, resultou na lesão (ou poderia ter resultado em lesão);

5- Desvio ambiente: É a condição ou circunstância física que causou ou permitiu a ocorrência do acidente;

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6- Agente do acidente: É o objeto, a substância, ou a parte das instalações, em que existia a condição de insegurança;

7- Parte do agente do Acidente: É a parte específica do agente do acidente, em que existia a condição de insegurança;

8- Desvio comportamental: É a violação de um procedimento seguro comumente aceito que diretamente permitiu ou ocasionou o ocorrência do acidente;

9- Fator pessoal de insegurança: É a característica mental ou física que diretamente permitiu ou ocasionou o Ato Inseguro.

Para auxiliar a determinação dos elementos básicos de um acidente, formulam-se as seguintes perguntas:

a) Qual foi a lesão? (natureza da lesão)

b) Que parte do corpo foi atingida? (localização da lesão)

c) Que objeto ou substância produziu a lesão? (fonte da lesão)

d) Como entrou o acidentado em contato com o objeto ou a substância? (tipo de acidente)

e) Em que condições ou circunstâncias perigosas, física ou ambiental, causou ou permitiu a ocorrência do evento, mencionado em d? (condição de insegurança)

f) Em que objeto ou substância existia a condição perigosa mencionada em e? (agente do acidente)

g) Em que parte específica do objeto ou da substância mencionada em f existia a condição ou circunstância perigosa mencionada em e? (parte do agente do acidente).

h) Qual desvio contribuiu para a ocorrência em d? (desvio)

i) Que fator pessoal contribuiu para o ato inseguro mencionado em h? (fator pessoal de insegurança).

Para melhor compreensão, examinemos esta conversa telefônica entre o Supervisor e

Chefe de uma seção.

Supervisor: “Um dos rapazes se acidentou; sofreu fratura na perna”.

Chefe: Que aconteceu?

Supervisor: Ele caiu do andaime?

Chefe: Que houve de errado, o que ele estava fazendo?

Supervisor: Ele estava no andaime. O corrimão, por estar fendido, cedeu e provocou a queda.

Chefe: Espero que ele não tenha tentado subir na estrutura, usando o corrimão.

Supervisor: Não, nada disso, ele apenas encostou no corrimão.

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Não houve nesse exemplo ato inseguro e, portanto, não poderia haver Fator Pessoal de Insegurança.

9.5 PROCEDIMENTOS NA INVESTIGAÇÃO

Na investigação de acidentes devem ser observados os seguintes procedimentos:

1. Examinar o local do acidente e, se possível, fotografá-lo;

2. Compor grupo multidisciplinar para investigar o acidente;

3. Ouvir o acidentado e, quando existirem, as testemunhas;

4. Esforçar-se por obter fatos. Cuidar para não responsabilizar nem culpar ninguém;

5. Procurar descobrir as causas do acidente, encorajando os envolvidos a dar sugestões para evitar o acidente;

6. Procurar descobrir indícios dos fatores causativos nos comentários dos circunstantes;

7. Estudar as possíveis causas imediatas do acidente: Desvios de comportamento e ambientais;

8. Consultar pessoas interessadas sobre possíveis soluções;

9. Consultar especialistas sobre possíveis causas do acidente;

10. Preencher formulário de relatório de acidente;

11. Certificar-se da correção das causas do acidente. Se elas não podem ser corrigidas imediatamente, informar a todos os interessados;

12. Envolver a maior parte das gerências nas ações de bloqueio das causas dos acidentes;

13. Divulgar as medidas corretivas para que todos tirem proveito da experiência;

14. Estabelecer metas e prazos para atender às recomendações oriundas da investigação do acidente.

Dados de identificação:

1- Data do acidente:

2- Local do acidente;

3- Dados do acidentado

4- Gravidade provável da lesão;

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10 REFERÊNCIAS 10.1 Livros Araújo, Giovanni Moraes de. Normas regulamentadoras Comentadas . 3a Edição. Ver. Ampl. e atualizada, Rio de Janeiro 2002. Ayres, Dennis de Oliveira. Manual de prevenção de acidentes do trabalho: aspec tos técnicos e legais . São Paulo 2001 Editora Atlas Burgess, William A. Identificação de possíveis riscos à saúde do trabal hador nos diversos processos industriais. Ergo Editora Ltda Gonçalves, Edwar Abreu. MANUAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Ltr Editora Ltda.

LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 - Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.Previdência Social e dá outras providências.Previdência Social e dá outras providências.Previdência Social e dá outras providências.

Menezes, João Salvador Reis. O ACIDENTE DO TRABALHO EM PERGUNTAS E RESPOSTAS LTR Editora Ltda Michel, Oswaldo. ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS Ltr Editora Ltda.

NBR 14280 – Cadastro de Acidente de Trabalho Cadastro de Acidente de Trabalho Cadastro de Acidente de Trabalho Cadastro de Acidente de Trabalho –––– Procedimento e Classificação.Procedimento e Classificação.Procedimento e Classificação.Procedimento e Classificação.

10.2 Sites www.segurancaesaude.com.br www.areaseg.com.br www.segbrasil.com.br www.jseg.net www.zeroacidente.com.br www.fundacentro.gov.br www.mte.gov.br 10.3 Periódicos Revista PROTEÇÃO Revista CIPA