apostila.condicionador
DESCRIPTION
Apostila de funcionamento de condicionadorTRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA ELTRICA
PS-GRADUAO EM ENGENHARIA ELTRICA
UMA PROPOSTA DE MODELAGEM DE CONDICIONADORES DE
AR SPLIT VISANDO A ANLISE DE PEDIDOS DE
RESSARCIMENTO POR DANOS ELTRICOS
PAULO HENRIQUE OLIVEIRA REZENDE
Uberlndia Agosto - 2012
-
PAULO HENRIQUE OLIVEIRA REZENDE
UMA PROPOSTA DE MODELAGEM DE CONDICIONADORES DE
AR SPLIT VISANDO A ANLISE DE PEDIDOS DE
RESSARCIMENTO POR DANOS ELTRICOS
Dissertao apresentada Universidade
Federal de Uberlndia como requisito parcial
para a obteno do ttulo de Mestre em
Cincias.
Jos Carlos de Oliveira, Ph.D. (Orientador) - UFU
Carlos Eduardo Tavares, Dr - UFU
Carlos Alberto Calixto Mattar, MSc - ANEEL
Kleiber David Rodrigues, Dr - UFU
Thiago Cl de Oliveira, Dr - UNIFEI
Uberlndia Agosto - 2012
-
PAULO HENRIQUE OLIVEIRA REZENDE
UMA PROPOSTA DE MODELAGEM DE CONDICIONADORES DE
AR SPLIT VISANDO A ANLISE DE PEDIDOS DE
RESSARCIMENTO POR DANOS ELTRICOS
Dissertao apresentada Universidade
Federal de Uberlndia como requisito parcial
para a obteno do ttulo de Mestre em
Cincias. Aprovada em 10 de Agosto de 2012.
___________________________________
Prof. Jos Carlos de Oliveira, Ph.D
Orientador - UFU
___________________________________
Prof. Alexandre Cardoso, Dr.
Coordenador do Curso de Ps-Graduao - UFU
-
Dedico este trabalho aos meus pais zio
e Izildete, por toda educao,
compreenso, carinho e amor, os quais
tiveram papel fundamental para
concretizao desta dissertao e a
formao do meu carter.
-
AGRADECIMENTOS
Agradeo de forma incessante a Deus, pela fora concebida nos
momentos mais difceis para concluso desta dissertao. Ser sublime e maioral
o qual ns deu o dom da vida e a capacidade de buscar o conhecimento.
De forma especial, com muito respeito e carinho, agradeo ao meu
orientador, o Professor Jos Carlos de Oliveira por toda pacincia, orientao,
amizade, confiana e dedicao, os quais foram fundamentais para realizao
deste trabalho e uma melhor formao profissional.
Agradeo aos meus pais zio Parreira de Rezende e Izildete Carlos de
Oliveira Rezende que sempre me apoiaram e incentivaram nos momentos de
indecises e dificuldades. A minha irm Jaqueline Oliveira Rezende pela
confiana e credibilidade depositada a mim. Agradeo tambm a minha
namorada Lase Oliveira Resende pelo carinho, companheirismo e pacincia ao
longo deste tempo.
Aos amigos do Laboratrio de Qualidade da Energia Arnaldo Jos
Pereira Rosentino Junior, Fabricio Parra Santilho, Isaque Nogueira
Gondim, Joo Areis Ferreira Barbosa Jnior pelo companheirismo, apoio,
amizade e agradvel convvio proporcionado nos diversos momentos de trabalho
em equipe.
Aos colegas e amigos da Ps Graduao, Alex Reis, Fernanda Hein,
Loana Nunes Velasco, Thiago Vieira da Silva pelo companheirismo e suporte
desde o incio deste trabalho.
-
Aos demais colegas e professores de ps-graduao, Antnio Carlos
Delaiba, Carlos Eduardo Tavares, Ivan Nunes Santos, Jos Rubens Macedo
Jnior, Jos Wilson Resende, Marcelo Lynce Ribeiro Chaves, Milton Itsuo
Samesima pelo apoio e conhecimento que contriburam para a concluso desta
dissertao.
A todos os meus familiares e amigos, em especial, aos meus avs Hlcio e
Nilza, Aristonides e Dinamar que sempre me apoiaram em todas as conquistas
de minha vida.
A Ps-Graduao da Engenharia Eltrica, em especial o coordenador
Alexandre Cardoso, que cedeu gentilmente o aparelho condicionador de ar
Split utilizado nos trabalhos prticos desta dissertao.
Agradeo de forma muito especial empresa REA Ar Condicionado,
pela instalao do condicionador de ar e por todo suporte e conhecimento
tcnico, os quais foram essenciais para o desenvolvimento desta dissertao.
CAPES pelo suporte financeiro.
-
VII
O Senhor meu pastor, nada me faltar...
...Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, no temerei mal
algum, porque tu ests comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Salmo 23, 1 e 4.
-
VIII
RESUMO
O grande nmero de pedidos de ressarcimento por danos em
equipamentos eletro-eletrnicos tem, nos ltimos tempos, merecido a ateno
das concessionrias de energia, agncias de regulao, consumidores e outros
rgos governamentais. Tais preocupaes esto associadas no apenas com os
volumes financeiros envolvidos, mas, sobretudo, com os impactos sociais
atrelados com solicitaes, decises, conflitos e outras questes que envolvem a
relao entre as concessionrias de servios pblicos de distribuio e seus
consumidores. Contribuindo nesta direo, esforos foram realizados at a
obteno de um aplicativo computacional j bastante difundido no cenrio
nacional e denominado por APR Analisador de Pedidos de Ressarcimento. Tal
software consiste num processo avaliativo dos pedidos de indenizao atravs da
correlao entre os esforos eltricos impactantes sobre os equipamentos e seus
limites de tolerncia dieltricos e trmicos. Visando complementar tal
ferramenta, a presente pesquisa aborda a questo da insero de condicionadores
de ar tipo Split no mencionado aplicativo. Neste contexto, esta dissertao tem
por meta: a proposio de uma modelagem matemtica para os condicionadores
de ar Split, sua implementao na plataforma ATP e APR, a realizao de testes
de validao, e, por fim, mostrar a potencialidade e aplicabilidade da ferramenta
atravs de estudos tpicos de pedidos de indenizao.
Palavras-Chave: Qualidade da energia, ressarcimento de danos, modelagem,
condicionador de ar Split.
-
IX
ABSTRACT
The large number of refunding request for electrical and electronic
equipment damages has attracted the attention of the electric utilities,
consumers, regulatory and other government agencies. Such concerns are not
associated only with the financial contents involved, but especially with the
social impacts associated to requests, decisions, conflicts and other issues
involving the relationship between utilities and their consumers. Therefore, this
theme has been encouraging investigations aimed at improving the process of
the refunding request analysis throughout the correlation between the
disturbances and effects and the equipment withstand capability to typical
disturbances in electric system and this has produced the APR software. Within
this scenario comes to this dissertation which aims to propose ways to include
the well-known air conditioner split type equipment in the referred program. The
main subjects focused in this work are directed to: the mathematical model
proposition to represent the focused equipment, its implementation in the ATP
platform and APR software, the model validation through laboratory
experiments and, at the end, the investigation of typical electrical system
occurrences and the possibility of equipment damage in accordance with the
refunding request procedures.
Keywords: Power quality, refunding request for damages, modeling, air
conditioner of split type.
-
X
LISTA DE FIGURAS
FIGURA1.1NMERODEPEDIDOSDEINDENIZAOPORDANOSELTRICOSANODE201018EMPRESASDISTRIBUIDORASFORNECIDOPELAANEEL.23
FIGURA1.2PRINCIPAISEQUIPAMENTOSRECLAMADOSPARAUMAEMPRESADISTRIBUIDORA.23FIGURA1.3CUSTOSTOTAISRESSARCIDOSPORPEDIDOSDEINDENIZAOPORDANOSPARAUMAEMPRESA
DEDISTRIBUIO.24FIGURA1.4PRINCIPAISFENMENOSAOSQUAISESTARIAMASSOCIADOSOSPEDIDOSDEINDENIZAOPELA
MESMADISTRIBUIDORAANTERIORMENTEEMPREGADA.25FIGURA2.1ELEMENTOSDEUMSISTEMADEREFRIGERAO.38FIGURA2.2COMPONENTESDEUMREFRIGERADOR:A)EVAPORADORESE41FIGURA2.3TUBOCAPILAR.41FIGURA2.4FILTROSECADOR42FIGURA2.5COMPRESSORHERMTICOALTERNATIVOPARAUTILIZAOEM:A)APARELHOS
CONDICIONADORESDEAREB)REFRIGERADORESDOMSTICOSECOMERCIAIS46FIGURA2.6COMPONENTESDEUMCOMPRESSORHERMTICO47FIGURA2.7COMPRESSORHERMTICOROTATIVOPARAUTILIZAOEMAPARELHOSCONDICIONADORESDE
ARDEDIFERENTESCAPACIDADES.48FIGURA2.8COMPRESSORHERMTICOSCROLLPARAUTILIZAOEMAPARELHOSCONDICIONADORESDEAR
DEDIFERENTESCAPACIDADES.49FIGURA2.9SISTEMADEARCONDICIONADOCENTRALNOTOPODEUMEDIFCIO.50FIGURA2.10APARELHOCONDICIONADORDEARSPLITINSTALADOEMUMARESIDNCIA.51FIGURA2.11VISTADAUNIDADECONDENSADORA.52FIGURA2.12VISTADAUNIDADEEVAPORADORA.52FIGURA2.13EVAPORADORADEUMSISTEMASPLITCASSETEPARAUTILIZAOEMTETO.53FIGURA2.14SISTEMATRISPLIT.53FIGURA2.15SISTEMAVRVINSTALADONACOBERTURADEUMEDIFCIO.54FIGURA2.16CURVASDECOMPARAOENTREOSISTEMAINVERTERCOMAPARELHOSPLITCONVENCIONAL.
[MANUALDAFUJITSUBRASIL]55FIGURA2.17APARELHOCONDICIONADORDEARDOTIPOSELF.56FIGURA2.18VISTAEMCORTEDEUMAAPARELHOCONDICIONADORDEARTIPOJANELA.56
-
XI
FIGURA3.1CONDICIONADORDEARUTILIZADO:(A)EVAPORADORAE(B)CONDENSADORA.59FIGURA3.2UNIDADESCONSTITUINTESDAEVAPORADORA.60FIGURA3.3UNIDADESCONSTITUINTESDACONDENSADORA.61FIGURA3.4PLACAELETRNICADAEVAPORADORA.62FIGURA3.5OSCILOGRAMASDETENSO(AZUL)ECORRENTE(VERMELHO)NOSTERMINAISDEENTRADADA
PLACAELETRNICADAEVAPORADORARESULTADOSDERIVADOSDEENSAIOSLABORATORIAIS.63FIGURA3.6CIRCUITOEQUIVALENTEDAPLACAELETRNICA.64FIGURA3.7BLOCODAEVAPORADORANOSIMULADORATP.65FIGURA3.8OSCILOGRAMASDETENSOECORRENTENOSTERMINAISDEENTRADADAPLACAELETRNICA
DAEVAPORADORARESULTADOSOBTIDOSCOMPUTACIONALMENTE.65FIGURA3.9DIAGRAMAFSICODAESTRUTURADECOMPOSIODOMOTORTIPOPSC.66FIGURA3.10ESQUEMAELTRICOSIMPLIFICADODOAPARELHOCONDICIONADORDEAR.67FIGURA3.11REPRESENTAODOMOTORDEINDUOBIFSICOASSIMTRICO.69FIGURA3.12REPRESENTAODOSCIRCUITOSEQUIVALENTESDOSENROLAMENTOSMONOFSICOSDO
MOTORPSC.70FIGURA3.13JANELADOATPINDICANDOOLUGARPARAINSERODOSDADOSDOCOMPRESSORMOTOR.
84FIGURA3.14CIRCUITOELTRICODACONDENSADORANOATP.88FIGURA3.15BLOCOREPRESENTATIVODACONDENSADORANOATP.88FIGURA3.16REPRESENTAODOCONDICIONADORDEARSPLITCOMPLETONOATP.90FIGURA3.17JANELADOPLOTXYNOSTERMOSDISPONIBILIZADOSPELOATP.90FIGURA4.1MONTAGEMDOCONDICIONADORDEARNOLABORATRIODEENSAIOS.94FIGURA4.2ARRANJOFSICOEMPREGADOPARAAREALIZAODOSENSAIOSNOCONDICIONADORDEAR.95FIGURA4.3MDULOSCONSTITUINTESDAFONTEHP6834A.96FIGURA4.4ESTRUTURALABORATORIALPARAAREPRODUODEFENMENOSCARACTERSTICOS
ATRELADOSCOMDISTRBIOSNAREDEDESUPRIMENTOEOCONDICIONADORDOAR.97FIGURA4.5TENSODEALIMENTAO(AZUL),CORRENTETOTAL(VERMELHO),CORRENTEDO
ENROLAMENTOPRINCIPAL(ROSA),CORRENTEDOENROLAMENTOAUXILIAR(VERDE)SUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOSEXPERIMENTAISCASO1.99
FIGURA4.6TENSODEALIMENTAO(AZUL),CORRENTETOTAL(VERMELHO),CORRENTEDOENROLAMENTOPRINCIPAL(ROSA),CORRENTEDOENROLAMENTOAUXILIAR(VERDE)SUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOSCOMPUTACIONAISCASO1.99
FIGURA4.7TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOSEXPERIMENTAISCASO1.101
FIGURA4.8TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOSCOMPUTACIONAISCASO1.101
FIGURA4.9VELOCIDADEDOMOTOREMRPMREGIMEDEPARTIDASUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOCOMPUTACIONALCASO1.102
-
XII
FIGURA4.10CONJUGADONOEIXO(N.M)XTEMPO(S)SUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOCOMPUTACIONALCASO1.103
FIGURA4.11CONJUGADODECARGA(N.M)XVELOCIDADEDOMOTOR(RPM)SUPRIMENTOIDEALENOMINALRESULTADOCOMPUTACIONALCASO1.103
FIGURA4.12TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCOMELEVAOMOMENTNEADE115%EM16CICLOSRESULTADOEXPERIMENTALCASO2.106
FIGURA4.13TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCOMELEVAOMOMENTNEADE115%EM16CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO2.106
FIGURA4.14VELOCIDADEDOMOTOREMRPMREGIMEDEPARTIDAALIMENTAOCONTENDOELEVAOMOMENTNEADETENSODE115%EM16CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO2.107
FIGURA4.15TENSODEALIMENTAOEFICAZ(AZUL)ECORRENTETOTALEFICAZ(VERMELHO)SUPRIMENTOCOMELEVAOMOMENTNEADE115%EM16CICLOSRESULTADOEXPERIMENTALCASO2.108
FIGURA4.16TENSODEALIMENTAOEFICAZ(AZUL)ECORRENTETOTALEFICAZ(VERMELHO)SUPRIMENTOCOMELEVAOMOMENTNEADE115%EM16CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO2.108
FIGURA4.17TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAFUNDAMENTODETENSODE40%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOEXPERIMENTALCASO3.110
FIGURA4.18TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAFUNDAMENTODETENSODE40%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO3.110
FIGURA4.19VELOCIDADEDOMOTOREMRPMREGIMEDEPARTIDASUPRIMENTOCONTENDOUMAFUNDAMENTODETENSODE40%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO3.111
FIGURA4.20TENSODEALIMENTAOEFICAZ(AZUL)ECORRENTETOTALEFICAZ(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAFUNDAMENTODETENSODE40%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOEXPERIMENTALCASO3.112
FIGURA4.21TENSODEALIMENTAOEFICAZ(AZUL)ECORRENTETOTALEFICAZ(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAFUNDAMENTODETENSODE40%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO3.112
FIGURA4.22TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAINTERRUPODETENSODE0%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOEXPERIMENTALCASO4.113
FIGURA4.23TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAINTERRUPODETENSODE0%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO4.114
-
XIII
FIGURA4.24CONJUGADONOEIXO(N.M)XTEMPO(S)SUPRIMENTOCONTENDOUMAINTERRUPODETENSODE0%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO4.115
FIGURA4.25TENSO(AZUL)EVELOCIDADENOEIXO(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAINTERRUPODETENSODE0%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO4.115
FIGURA4.26TENSODEALIMENTAOEFICAZ(AZUL)ECORRENTETOTALEFICAZ(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAINTERRUPODETENSODE0%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOEXPERIMENTALCASO4.116
FIGURA4.27TENSODEALIMENTAOEFICAZ(AZUL)ECORRENTETOTALEFICAZ(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOUMAINTERRUPODETENSODE0%COMDURAODE10CICLOSRESULTADOCOMPUTACIONALCASO4.116
FIGURA4.28TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOFLUTUAODETENSO:PST=5EFREQUNCIADAMODULADORADE13,5HZRESULTADOEXPERIMENTALCASO5.118
FIGURA4.29TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDOFLUTUAODETENSO:PST=5EFREQUNCIADAMODULADORADE13,5HZRESULTADOCOMPUTACIONALCASO5.119
FIGURA4.30TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDODISTOROHARMNICATOTAL(DTT)DE20%RESULTADOEXPERIMENTALCASO6.120
FIGURA4.31TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTOCONTENDODISTOROHARMNICATOTAL(DTT)DE20%RESULTADOCOMPUTACIONALCASO6.121
FIGURA4.32ESPECTROHARMNICODACORRENTEDEENTRADADOCONDICIONADORDEARSUPRIMENTOCONTENDOCONTENDODISTOROHARMNICATOTAL(DTT)DE20%RESULTADOEXPERIMENTALECOMPUTACIONALCASO6.121
FIGURA4.33TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTODIRETAMENTEDACONCESSIONRIALOCALRESULTADOEXPERIMENTALCASO6.123
FIGURA4.34TENSODEALIMENTAO(AZUL)ECORRENTETOTAL(VERMELHO)SUPRIMENTODIRETAMENTEDACONCESSIONRIALOCALRESULTADOCOMPUTACIONALCASO6.124
FIGURA4.35ESPECTROHARMNICODACORRENTEDEENTRADADOCONDICIONADORDEARSUPRIMENTODIRETAMENTEDACONCESSIONRIALOCALRESULTADOEXPERIMENTALECOMPUTACIONALCASO6.125
FIGURA5.1ESTRUTURADOAPLICATIVOAPR.130FIGURA5.2INTERFACEDOAPLICATIVOAPRDESTACANDOAINSERODONOVOEQUIPAMENTODISPONVEL
DENTREASOPESJEXISTENTES.132FIGURA5.3REDEDEDISTRIBUIOUTILIZADAPARAOSESTUDOSDEDESEMPENHODOAPLICATIVOAPR.133FIGURA5.4TENSODEALIMENTAOCONDIESIDEAISDEOPERAOCASO1135FIGURA5.5CORRENTEDEALIMENTAOCONDIESIDEAISDEOPERAOCASO1136
-
XIV
FIGURA5.6COMPARAOENTREASOLICITAODIELTRICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADEADOTADACONDIESIDEAISDEOPERAOCASO1137
FIGURA5.7COMPARAOENTREASOLICITAOTRMICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADEADOTADACONDIESIDEAISDEOPERAOCASO1137
FIGURA5.8INSERODADESCARGAATMOSFRICANOAPRCASO2138FIGURA5.9TENSODEALIMENTAOCOMINCIDNCIADEDESCARGACASO2139FIGURA5.10CORRENTEDEALIMENTAOCOMINCIDNCIADEDESCARGACASO2.139FIGURA5.11COMPARAOENTREASOLICITAODIELTRICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADE
ADOTADADESCARGAATMOSFRICACASO2.140FIGURA5.12COMPARAOENTREASOLICITAOTRMICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADE
ADOTADADESCARGAATMOSFRICACASO2.140FIGURA5.13INSERODORELIGAMENTOEM3ESTGIOSNOAPRCASO3.142FIGURA5.14TENSODEALIMENTAOCOMRELIGAMENTOEM3ESTGIOSCASO3143FIGURA5.15CORRENTEDEALIMENTAOCOMRELIGAMENTOEM3ESTGIOSCASO3143FIGURA5.16COMPARAOENTREASOLICITAODIELTRICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADE
ADOTADARELIGAMENTOEM3ESTGIOSCASO3.144FIGURA5.17COMPARAOENTREASOLICITAOTRMICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADE
ADOTADARELIGAMENTOEM3ESTGIOSCASO3144FIGURA5.18INSERODOCURTOCIRCUITOFASETERRANOAPRCASO4.146FIGURA5.19TENSONOPONTODEOCORRNCIADOCURTOCIRCUITOFASETERRAMDIATENSOCASO
4147FIGURA5.20TENSONOPONTODECONEXODOCONDICIONADORDEARATRELADACOMOCURTO
CIRCUITOFASETERRANAMDIATENSOCASO4147FIGURA5.21TENSODEALIMENTAODOEQUIPAMENTOPARAOCASO4148FIGURA5.22CORRENTEDEALIMENTAODOEQUIPAMENTOPARAOCASO4148FIGURA5.23COMPARAOENTREASOLICITAODIELTRICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADE
ADOTADACURTOCIRCUITOFASETERRANAMDIATENSOCASO4149FIGURA5.24COMPARAOENTREASOLICITAOTRMICAIMPOSTAEACURVADESUPORTABILIDADE
ADOTADACURTOCIRCUITOFASETERRANAMDIATENSOCASO4149
-
XV
LISTA DE TABELAS
TABELA1.1DISSERTAESDEMESTRADOETESESDEDOUTORADODESENVOLVIDOSPELONCLEODEQUALIDADEDAENERGIAELTRICAUFUNOMBITODOSPIDS.28
TABELA1.2PROJETOSDEPESQUISAEDESENVOLVIMENTOREALIZADOSENTREEMPRESASCONCESSIONRIASDEENERGIAELTRICAEAUFU.30
TABELA3.1CARACTERSTICASDOCONDICIONADORDEARUTILIZADONOSESTUDOS.61TABELA3.2PRINCIPAISCARACTERSTICASDOCOMPRESSORDOCONDICIONADORDEARSPLIT.67TABELA4.1CONDIESEPARMETROSELTRICOSDOCONDICIONADORDEARSPLIT.98TABELA4.2COMPARAOENTREOSRESULTADOSEXPERIMENTAISECOMPUTACIONAISPARAAS
CORRENTESCASO1.100TABELA4.3QUADRORESUMODOSCASOSESTUDADOS.104TABELA4.4SNTESEDASPRINCIPAISOCORRNCIASOBSERVADASNOCASO2ELEVAOMOMENTNEADE
TENSODE15%,DURAODE16CICLOS.109TABELA4.5SNTESEDASPRINCIPAISOCORRNCIASOBSERVADASNOCASO3AFUNDAMENTODETENSODE
40%COMDURAODE10CICLOS.113TABELA4.6SNTESEDASPRINCIPAISOCORRNCIASOBSERVADASNOCASO4:INTERRUPODO
FORNECIMENTODEENERGIA,TENSODE0%10CICLOS.117TABELA4.7DISTORESHARMNICASTOTALEINDIVIDUAIS.120TABELA4.8COMPARAODASHARMNICASDECORRENTEENTREOSRESULTADOSEXPERIMENTAISE
COMPUTACIONAISQUANTOAPLICADOUMADISTOROHARMNICADETENSO(DTT)DE20%.122TABELA4.9DISTORESHARMNICASTOTALEINDIVIDUAIS.123TABELA5.1DADOSDOSCOMPONENTESDAREDEDEDISTRIBUIOUTILIZADANOSESTUDOS.134TABELA5.2CASOEMPREGADOSPARAAANLISEDODESEMPENHODOAPRCOMOCONDICIONADORDEAR
SPLITSOBAAODEDISTRBIOSNOSUPRIMENTO.135
-
XVI
SUMRIO
1. INTRODUO GERAL ------------------------------------------------19
1.1. Consideraesiniciais19
1.2. Contextualizaodotema221.2.1. Sntesequalitativaequantitativasobreaquestodoressarcimentopordanoseltricos221.2.2. Aspectosjurdicos251.2.3. Pesquisaseprodutosparaaanlisedonexocausal28
1.3. Contribuiesdestadissertao31
1.4. Estruturadestadissertao32
2. CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR ----------------------------------------------35
2.1. Consideraesiniciais35
2.2. Aorigemdoscondicionadoresdear36
2.3. Principiooperacionaldeumsistemaderefrigerao37
2.4. Componentesdeumsistemaderefrigerao402.4.1. Componentesmecnicos402.4.2. Componenteseltricos43
2.5. Tiposdesistemasdecompresso462.5.1. Compressoresalternativos462.5.2. Compressoresrotativos482.5.3. CompressoresScroll49
-
XVII
2.6. Tiposdecondicionadoresdear502.6.1. Sistemadearcondicionadocentral502.6.2. SistemastipoSplit512.6.3. SistemasSelf552.6.4. Aparelhosindividuaisoudejanela56
2.7. Consideraesfinais57
3. MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT --------------------------58
3.1. Consideraesiniciais58
3.2. IdentificaoecaractersticasfsicasdocondicionadordearSplit59
3.3. EstratgiaparamodelagemdocondicionadordeartipoSplit613.3.1. Modelagemdaevaporadora623.3.2. Identificaodoarranjofsicodacondensadora66
3.4. ModelagemmatemticadomotormonofsicoPSC68
3.5. ImplementaocomputacionaldacondensadoranosimuladorATP83
3.6. ImplementaodocondicionadordeartipoSplitnosimuladorATP89
3.7. Consideraesfinais90
4. VALIDAO DO MODELO COMPUTACIONAL DO APARELHO CONDICIONADOR DE AR SPLIT ----------------------92
4.1. ConsideraesIniciais92
4.2. Estruturapararealizaodosensaiosexperimentais93
4.3. DesempenhocomtensodesuprimentoidealCaso197
4.4. Desempenhocomtensesdesuprimentonoideais1044.4.1. ElevaodetensodecurtaduraoCaso21054.4.2. AfundamentodetensodecurtaduraoCaso31094.4.3. InterrupodetensoCaso41134.4.4. FlutuaodetensoCaso5117
-
XVIII
4.4.5. TensocomdistoroharmnicaCaso6119
4.5. ConsideraesFinais125
5. IMPLEMENTAO DO MODELO COMPUTACIONAL DO CONDICIONADOR DE AR SPLIT NO APR E ESTUDOS DE
DESEMPENHO -------------------------------------------------------------- 128
5.1. ConsideraesIniciais128
5.2. AplicativocomputacionalAPR129
5.3. Estudodecasos1325.3.1. Identificaodoalimentador1335.3.2. Caso1Condioidealdeoperao1355.3.3. Caso2DescargaAtmosfrica1385.3.4. Caso3Religamentotripolaremtrsestgios1415.3.5. Caso4Curtocircuito145
5.4. Consideraesfinais150
6. CONCLUSES GERAIS ---------------------------------------------- 152
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS-----------------------------------155
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
19
CAPTULO 1
1. INTRODUO GERAL
1.1. Consideraes iniciais
A evoluo da sociedade, aliada aos avanos tecnolgicos, culminou no
aumento considervel da necessidade e do consumo da energia eltrica, tendo
em vista que a mesma tornou-se elemento indispensvel vida moderna. Diante
deste quadro, surge a figura dos supridores e consumidores, fato este que
determina a necessidade de documentos que venham a reger as bases e
compromissos na forma de mecanismos legais para esta relao comercial.
Neste sentido no demais lembrar que compete Agncia Nacional de Energia
Eltrica-ANEEL, regular os servios de energia eltrica, sendo que, dentre
outros objetivos, constata-se a busca do equilbrio entre os interesses do
consumidor e da concessionria, cabendo a essa agncia reguladora, no
exerccio de sua funo, emitir documentos voltados para a definio das
diretrizes diversas, dentre elas as questes de ressarcimento.
Nesse contexto e em vista do problema central focado por esta
dissertao, qual seja, o tema relacionado com os processos de solicitao de
indenizao por danos eltricos, surgiu a Resoluo normativa n 414/2010 que
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
20
incorporou a antiga resoluo n 61/2004, e estabelece as disposies relativas
ao ressarcimento de danos em equipamentos eltricos instalados em unidades
consumidoras, causados por perturbaes no sistema eltrico [1].
Diante das normas vigentes e acima elencadas e considerando que os
consumidores esto cada vez mais conscientes dos seus direitos, torna-se
inevitvel o surgimento de uma srie de contendas instauradas em detrimento
das empresas prestadoras de servio pblico de energia eltrica, principalmente
no que tange s distribuidoras, almejando-se o ressarcimento de eventuais
prejuzos sofridos em decorrncia de distrbios manifestados nas redes eltricas
e, por conseguinte, na prestao do servio pblico correspondente.
Em verdade, constata-se, ao longo dos ltimos anos, um aumento
gradativo de pedidos de ressarcimento por danos em equipamentos eltricos e
eletrnicos (tecnicamente denominados PID Pedidos de Indenizao por
Danos pelas concessionrias de energia eltrica), fato este que tem merecido a
ateno das concessionrias de energia eltrica especialmente do setor de
distribuio, agncias de regulao, consumidores e outros rgos
governamentais. Tais preocupaes no se restringem aos volumes financeiros
envolvidos, mas, sobretudo, se relacionam aos impactos sociais ocasionados
pelas solicitaes, decises, conflitos e outras questes que envolvem a relao
entre as empresas concessionrias e seus consumidores.
Assim sendo, o tema enfatizado vem motivando esforos a fim de que se
vislumbre uma melhoria do processo de anlise dos pedidos de indenizao por
danos eltricos, e que venha a oferecer meios confiveis, seguros e geis para
que se possa aferir com uma maior preciso a correlao entre os distrbios
existentes no fornecimento da energia eltrica e os eventuais efeitos
ocasionados.
No que tange as inevitveis situaes anmalas passveis de manifestao
em uma rede eltrica de distribuio ou transmisso, estas se apresentam
associadas com o dia a dia da empresa e da dinmica de operao de um sistema
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
21
eltrico. Como exemplos dessas ocorrncias pode-se citar: atuaes dos
dispositivos de proteo; entrada e sada de cargas de elevadas potncias; partida
de grandes motores; ocorrncia de curtos-circuitos; forte presena de cargas no
lineares; descargas atmosfricas; dentre outros. A manifestao desses
fenmenos podem provocar distintos tipos de distrbios no sistema de
suprimento, que, em tempos atrs, eram pouco sentidos pelos aparelhos,
normalmente eletromecnicos, mas com a evoluo dos equipamentos e difuso,
cada vez maior, dos dispositivos eletroeletrnicos em todos os segmentos da
sociedade, h de se reconhecer que esses distrbios podem trazer fortes impactos
nas caractersticas operacionais de muitos dispositivos e, para muitas situaes,
leva-los a operar de maneira inadequada ou, em casos extremos, sofrer danos
fsicos irreversveis [2].
Buscando, pois, subsdios para solucionar as controvrsias existentes, so
estabelecidos procedimentos pelas empresas concessionrias de energia eltrica,
os quais obedecem a uma lgica extremamente emprica visando atender aos
termos estabelecidos pela agncia reguladora atravs de suas normas vigentes e
resolues editadas e, sobretudo, a legislao do ordenamento jurdico [3].
Contudo, o crescente nmero dos pedidos de indenizao, e consequentes
montantes financeiros envolvidos nos processos de ressarcimento, tm apontado
para a necessidade de mtodos de anlise mais consistentes, fundamentados na
cincia e tecnologia, a exemplo dos procedimentos propostos em [4 - 6]. Uma
vez desenvolvida uma metodologia apropriada, confivel e aceita pelas partes
(supridor, consumidor, agncia reguladora e rgos de apoio ao consumidor),
acredita-se, ter-se- atingido um estado de maturidade que ofereceria respostas
aos processos via laudos tcnicos que primam pela iseno de interesses de uma
ou outra parte, e deste modo, a justia seria praticada luz da lei e da coerncia
fsica da correlao entre causa e efeito. dentro desde cenrio que se encontra
enquadrado o tema central desta dissertao, como pormenorizado nas sees
subsequentes.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
22
1.2. Contextualizao do tema
De forma a contextualizar o assunto em pauta, dentro do cenrio
brasileiro, as sesses seguintes abordam a questo do ressarcimento por danos
eltricos de forma qualitativa e quantitativa.
1.2.1. Sntese qualitativa e quantitativa sobre a questo do ressarcimento por danos eltricos
Visando oferecer informaes gerais sobre o tema em foco, esta seo
encontra-se direcionada para uma caracterizao da relevncia da matria dentro
do cenrio brasileiro. Neste particular ressalta-se que os resultados aqui
sintetizados expressam grandezas qualitativas e quantitativas relacionadas com
os pedidos de indenizao, a nvel nacional, durante o ano de 2010, e ainda,
oferece alguns dados particulares atrelados com o processo aplicado no mbito
de uma empresa distribuidora de energia.
Iniciando, a figura 1.1, advinda da Agncia Nacional de Energia Eltrica
ANEEL, expressa aspectos quantitativos sobre o nmero de solicitaes
encaminhadas para anlise. Os nmeros so considerados parciais e representam
a situao vivenciada ao longo do ano de 2010 para apenas 30% das empresas
nacionais. A importncia do tema quanto a sua relevncia para as partes
envolvidas, a saber: consumidores; concessionrias e agncia reguladora; fica
evidente pelos nmeros envolvidos. De fato, os registros de solicitaes
apontam para cerca de 260.000 reclamaes de pedidos de ressarcimento, das
quais, aproximadamente 45% foram julgados procedentes e 55% improcedentes.
Vale observar que a sntese apresentada compreende 18 empresas distribuidoras,
enquanto o Brasil possui 63 concessionrias atreladas com a distribuio da
energia eltrica.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
23
Figura 1.1 - Nmero de pedidos de indenizao por danos eltricos ano de 2010 18 empresas distribuidoras fornecido pela ANEEL.
De modo particular, a figura 1.2 ilustra os principais equipamentos
contemplados nos processos de indenizao para uma empresa de grande porte.
A diversidade de produtos fica evidenciada e, por conseguinte, contata-se que a
grande maioria envolve eletrodomsticos de custo mais elevado, fato este que,
em ateno aos nmeros financeiros, conduz a um custo estimado de R$250,00
por produto indenizado.
Figura 1.2 - Principais equipamentos reclamados para uma empresa distribuidora.
0
10
20
30
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18NMER
ODE
PEDIDO
S(X1
000)
CONCESSIONRIA
PedidosProcedentes PedidosImprocedentes
0%5%
10%15%20%25%30%35%
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
24
Diante do nmero de solicitaes e dos custos associados com o reparo ou
substituio dos equipamentos cujos pedidos foram julgados procedentes, mais
uma vez, objetivando ilustrar os custos associados com o assunto contemplado
nesta dissertao, a figura 1.3 apresenta os valores totais dos ressarcimentos
feitos pela mesma empresa referenciada, ao longo dos ltimos quatro anos.
Novamente, fica evidenciado que os valores financeiros so significativos e a
taxa de crescimento das solicitaes de indenizao se apresenta com um
crescimento exponencial. Estes argumentos, somados s ponderaes anteriores,
refletem, de forma clara e inequvoca, a relevncia do tema e a importncia da
busca por mecanismos legais e tcnicos para a soluo dos problemas de
conflitos entre as partes.
Figura 1.3 - Custos totais ressarcidos por pedidos de indenizao por danos para uma empresa de distribuio.
Complementarmente, a figura 1.4 mostra a origem dos supostos
fenmenos aos quais estariam vinculados, em sua maioria, os pedidos de
indenizao. Como pode ser visto, as descargas atmosfricas e os religamentos
automticos constam como as principais causas das reclamaes direcionadas s
distribuidoras de energia eltrica. No obstante a isto, a correlao entre tais
distrbios e os danos a eles atribudos, certamente, constitui-se ainda em
R$0,00R$500.000,00
R$1.000.000,00R$1.500.000,00R$2.000.000,00R$2.500.000,00R$3.000.000,00R$3.500.000,00R$4.000.000,00
2007200820092010
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
25
motivos para discusses e avaliaes mais criteriosas, no bastando a existncia
para uma justa correlao entre causas e efeitos. Isso tem provocado um
conjunto de aes de ordem regulamentadora, mtodos de anlise, processos e
outros aspectos diretamente afetos ao assunto [7].
Figura 1.4 - Principais fenmenos aos quais estariam associados os pedidos de indenizao pela mesma distribuidora anteriormente empregada.
1.2.2. Aspectos jurdicos
A energia eltrica considerada um bem ou um produto essencial e,
consoante com o disposto em Lei n 8987/1995, esta deve ser oferecida de
maneira adequada e com qualidade. Partindo-se desse pressuposto e,
considerando o previsto pela legislao vigente, sobretudo a Constituio
Federal, no restam dvidas que as pessoas jurdicas de direito privado
prestadoras de servios pblicos, dentre as quais se encontram inseridas as
concessionrias de energia eltrica, respondero pelos danos a outrem
37%
28%4%
8%
4% 5%6%
4% 4%
Fenmenosnaturaisdescargaatmosfrica
Operacionaisreligamentoautomtico
Operacionaisemergncia
Indeterminadaapsinspeodarede
Fenmenosnaturaisvento
Operacionaisemergncia
Meioambientearvore
Falhasemequipamentos
Operacionais
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
26
ocasionados. Assim sendo, emerge o fato que as empresas privadas, quando lhes
atribudo o dever de executar os servios de interesse pblico, seja atravs de
concesso, permisso ou autorizao, respondem pelos danos causados pela
falha ou defeito na prestao de seus servios.
luz destes argumentos, surge um dos papeis da Agncia Reguladora do
setor eltrico ANEEL, direcionado para a mitigao dos problemas existentes
entre as concessionrias de energia eltrica e seus usurios. Com efeito, alm da
misso regulatria e fiscalizatria atribuda por lei a ANEEL, possui este rgo
a competncia de expedir os atos necessrios ao cumprimento das normas
estabelecidas pela legislao em vigor. Dessa maneira, na resoluo de conflitos
existentes entre usurios do servio pblico de energia eltrica e as
concessionrias de energia eltrica, merece observncia o disposto pelas
Resolues normativas editadas pela ANEEL, as quais devem estar em perfeita
harmonia com o disposto no Cdigo de Defesa do Consumidor e, sobretudo, em
consonncia com o que dispe a Constituio Federal, que se sobrepe a toda e
qualquer legislao, tendo em vista a hierarquia de normas existentes no
ordenamento jurdico ptrio.
luz destas diretrizes, no obstante seja dispensvel a comprovao da
culpa, para que se concretize o dever das concessionrias de energia eltrica de
indenizar os danos eltricos ocasionados aos consumidores, faz-se
imprescindvel a constatao de alguns pressupostos, quais sejam: o dano
efetivamente ocasionado ao consumidor; o ato ilcito, consistente na ao ou
omisso por parte do agente causador do dano que violam direitos causando
danos a outrem e o nexo causal entre a conduta por parte daquele que ocasiona
danos a outrem e o dano experimentado.
Faz-se importante ponderar, dessa maneira, que em algumas situaes a
Administrao Pblica e as prestadoras de servios pblicos podero ter por
excluda a obrigao de indenizar, ainda que se constate danos a outrem
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
27
ocasionados, nos casos em que se vislumbre alguma excludente de
responsabilidade civil.
Assim sendo, apenas naquelas situaes em que se comprove, de forma
inequvoca a ausncia do nexo causal entre o dano ocasionado ao consumidor e
a eventual falha ou deficincia na prestao de, no h que se falar em dever de
indenizar por parte desta.
Ao final, importa destacar que muito embora a legislao vigente ampare
o direito do consumidor em ser ressarcido por eventuais danos eltricos, fazem-
se incontestveis as dificuldades enfrentadas pelos consumidores na obteno da
reparao devida. Por outro lado, o total desconhecimento dos consumidores das
situaes em que se estaria diante de algum excludente de responsabilidade da
concessionria de energia eltrica, no havendo, qualquer obrigao desta em
proceder s indenizaes pleiteadas, leva a crer que se faz premente a
uniformizao dos procedimentos adotados na anlise dos pedidos de
indenizao por danos eltricos.
Desta forma, a busca por mecanismos visando uma padronizao de
mtodos de anlise, em que pese mecanismos ou softwares alicerados em
critrios tcnicos e cientficos da engenharia, capazes de aferir com maior
preciso se de fato houve correlao entre a perturbao no sistema eltrico e o
dano ocasionado ao consumidor, se apresentam como desafios importantes e
necessrios. pois neste cenrio do desenvolvimento de estratgias isentas de
interesses de uma ou outra parte que se situa a presente pesquisa, a qual visa
propor um processo avaliativo, com perspectivas mais slidas que meras
inspees visuais e ocorrncias de campo, a fim da constatao do nexo causal
entre a falha na prestao do servio pblico de energia eltrica e o dano
alardeado que se poderia cogitar na indenizao correspondente [8].
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
28
1.2.3. Pesquisas e produtos para a anlise do nexo causal
No mbito dos trabalhos realizados pela Universidade Federal de
Uberlndia, no que diz respeito a mecanismos balizadores para emisso de
pareceres envolvendo pedidos de ressarcimento por danos eltricos, a tabela 1.1
resume todas as dissertaes de mestrado e teses de doutorado defendidas sobre
o assunto em pauta.
Tabela 1.1 - Dissertaes de mestrado e teses de doutorado desenvolvidos pelo Ncleo de Qualidade da Energia Eltrica - UFU no mbito dos PIDs.
AUTOR TIPO DE TRABALHO
ANO TTULO DO TRABALHO
Isaque Nogueira Gondim
Tese (Em andamento)
2012
Contribuio para o aplicativo APR: Novos limites de Suportabilidades, perturbaes via medies e sistematizao no processo da configurao da rede.
Jomil Marques Borges
Dissertao de Mestrado
2012
Desenvolvimento de uma Metodologia para Anlise de Ressarcimento de Aparelhos de Som Associados aos Distrbios na Rede Eltrica da CEMIG Testando Dispositivos Mitigadores.
Claudinei Jeremias de vila
Dissertao de Mestrado
2011
Curvas de Suportabilidade Dieltrica e Trmica para Televisores Integrados ao APR e ao Banco de Dados da CEMIG Distribuio SA.
Jos Nelson Quadrado Jnior
Dissertao de Mestrado
2012
Estudos Avaliativos de Desempenho do Aplicativo APR Atravs de Caso Reais de Consumidores da Regio Metropolitana de Cuiab.
Edcio Antnio Martins
Dissertao de Mestrado
2012
Elaborao de Curvas de Suportabilidade para Microcomputadores e Estudos de Desempenhos de Dispositivos Mitigadores para Subsidiar os PIDs.
Fernando Gadenz Dissertao de Mestrado
2010
Uma Proposta para a Insero do Tempo de Uso dos Equipamentos no Aplicativo APR e Estudos Avaliativos de Casos Reais de PIDs.
Orlando Adolfo da Silva
Dissertao de Mestrado
2010 Metodologia para subsidiar a anlise de Solicitaes de ressarcimento com dispositivos de proteo contra surtos.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
29
Marcus Vincius Borges Mendona
Tese de Doutorado
2010 Contribuies ao Processo Computacional para Analise de Pedidos de Indenizao por Danos em Equipamentos Eltricos.
Ivandro Antonio Bacca
Dissertao de Mestrado
2008 Modelagem para Anlise de Desempenho de Eletrodomsticos Fora-Motriz Diante de Distrbios de Qualidade da Energia.
Carlos Eduardo Tavares
Tese de Doutorado
2008 Uma Estratgia Computacional para a Anlise Tcnica de Pedidos de Ressarcimento a Consumidores.
Rodrigo Antnio Peniche
Dissertao de Mestrado
2004
Modelagem e Anlise de Desempenho de Equipamentos Eletroeletrnicos diante de Distrbios da Qualidade da Energia - Enfoque: Aparelhos de DVD, Fax e Telefone sem fio.
Carlos Eduardo Tavares
Dissertao de Mestrado
2004
Modelagem e Anlise de Desempenho de Equipamentos Eletroeletrnicos diante de Distrbios da Qualidade da Energia - Enfoque: Televisores, VCR's e Som.
Mateus Duarte Teixeira
Dissertao de Mestrado
2003 Uma Estrutura Laboratorial para Testes de Desempenho de Equipamentos no Contexto da Qualidade da Energia Eltrica.
Ricardo Nogueira Magalhes
Dissertao de Mestrado
2003 Controlador Lgico Programvel no Contexto da Qualidade da Energia.
Bismarck Castilho Carvalho
Dissertao de Mestrado
2003 Desempenho de Aparelho Condicionador de Ar no Contexto da Qualidade da Energia Eltrica.
Ana Carolina Azevedo
Dissertao de Mestrado
2003 Desempenho de Refrigeradores Domsticos no Contexto da Qualidade da Energia Eltrica.
Ana Cludia Daroz dos Santos
Dissertao de Mestrado
2001 Desempenho de Fontes Lineares e Chaveadas no Contexto da Qualidade da Energia Eltrica.
Como demonstrado, a linha de pesquisas na qual se insere a presente
dissertao j se apresenta com um lastro significativo de contribuies, tambm
materializadas na forma de inmeros artigos em congressos nacionais e
internacionais, peridicos e outros meios de divulgao.
Visando ainda consubstanciar a relevncia do assunto, relacionam-se, a
seguir, projetos de Pesquisa e Desenvolvimento realizados pelo Grupo de
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
30
Qualidade da Energia Eltrica em conjunto com empresas distribuidoras que
compem o setor eltrico nacional.
Tabela 1.2 - Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento realizados entre empresas concessionrias de energia eltrica e a UFU.
PROJETOS DESCRIO
LIGHT-UFU 2002-2004
Possibilitou a gerao de modelos computacionais para distintos aparelhos eletro-eletrnicos, os quais permitem a reproduo, via software, do desempenho dieltrico e trmico dos mesmos, sob a ao dos mais distintos tipos de distrbios passveis de manifestao numa rede de distribuio. Nesta fase das atividades foi utilizado um simulador que no o ATP.
CEB-UFU 2005-2007
Produziu um software que reproduz efeitos associados com os indicadores de conformidade dos suprimentos e, conjuntamente com outro grupo de equipamentos devidamente simulados, permite correlacionar as intensidades dos fenmenos com as curvas de suportabilidade dieltrica e trmica dos produtos investigados. Neste projeto a rede eltrica at o consumidor modelada manualmente, so contemplados alguns equipamentos definidos pela empresa e avana no sentido de se utilizar o ATP como plataforma para os clculos. Este trabalho resultou numa primeira verso do aplicativo, o qual foi designado por APR-1.0, ou seja, Analisador de Pedidos de Ressarcimento - verso 01.
LIGHT-UFU 2006-2009
Este projeto ofereceu expressivos avanos em relao ao produto anterior. Dentre as principais inovaes destacam-se: novos equipamentos foram inseridos, foi proposta uma estratgia para a incluso do tempo de uso dos produtos, foram considerados modelos mais complexos para os cabos eltricos, os equipamentos fundamentados no principio da fora motriz foram aprimorados, e outros aspectos visando situaes particulares para as redes de distribuio da empresa contratante. Ao final das atividades foi produzido um software que recebeu a designao: APR-2.0, ou seja, uma segunda verso do produto anteriormente destacado.
CEMIG-UFU 2008-2010
Esta pesquisa visou, sobretudo, a determinao de curvas reais que expressem os nveis de suportabilidade de distintos equipamentos eletro-eletrnicos, possibilitando, assim, melhorias significativas para o processo de anlise e parecer emitido pelo APR-2.0.
CELG-UFU 2008-2010
Fundamentalmente, atravs da definio de uma estrutura de hardware e software, tal projeto contemplou a formao de bancos de dados sobre ocorrncias reais nas redes de distribuio, os quais podero ser utilizados como entrada de informaes para o APR-2.0.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
31
Maiores informaes e detalhamentos sobre os objetivos alcanados com
os trabalhos ressaltados podem ser obtidos diretamente atravs de uma consulta
aos mesmos. Entretanto, importante destacar que, como resultado deste
volume de pesquisas a UFU produziu um software destinado ao processo de
anlise da consistncia entre causas e efeitos, destinado avaliao dos
processos de indenizao e a oferecer pareceres conclusivos sobre a existncia
ou no do pressuposto nexo causal. Este programa foi denominado por APR
(analisador de pedidos de ressarcimento) e esta ferramenta constitui-se a base e
o objetivo principal da presente dissertao.
1.3. Contribuies desta dissertao
Procurando contribuir para o avano e consolidao do mecanismo
computacional contemplado nas discusses anteriores, a saber, o Aplicativo
APR, os trabalhos realizados pela presente pesquisa encontram-se centrados em
quatro pontos focais. So eles:
Modelagem matemtica, no domnio do tempo, de um aparelho condicionador de ar tipo Split;
Implementao computacional no software ATP do equipamento supra referido;
Validao do modelo e programa atravs da correlao entre os desempenhos experimentais e computacionais do condicionador de
ar tipo Split sob condies de suprimento ideais e no-ideais;
Implementao do modelo no aplicativo APR e realizao de estudos de desempenho.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
32
1.4. Estrutura desta dissertao
O primeiro captulo, aqui considerado, consistiu na introduo geral ao
tema principal desta pesquisa e contextualiza a relevncia do estabelecimento de
procedimentos sistematizados para os estudos e pareceres sobre a consistncia
ou no dos nexos causais existentes entre distrbios manifestados nas redes e
respectivos danos reclamados pelos consumidores. Somado a isto, foram tecidos
comentrios sobre trabalhos realizados pelo Grupo de Pesquisadores da UFU no
cenrio em pauta e definidos os rumos da presente pesquisa.
Alm deste texto introdutrio, a presente dissertao encontra-se
estruturada na forma de mais cinco captulos, os quais so identificados a seguir:
CAPTULO 2 CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS
CONDICIONADORES DE AR
Este captulo iniciado apresentando breve histrico da
refrigerao, seguido da descrio dos aspectos tecnolgicos e
funcionamento destes dispositivos, mostrando os componentes
principais e como se processa um ciclo completo de
refrigerao. Na sequncia, feita classificao dos principais
tipos de aparelhos condicionadores de ar existentes no mercado
com um enfoque especial ao tipo Split, o qual objeto de estudo
principal deste trabalho.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
33
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM
CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
Este captulo apresenta as caractersticas do aparelho
condicionador de ar Split utilizado no estudo. Descreve tambm
o funcionamento da evaporadora e condensadora, abordando
quais as estratgias utilizadas na modelagem de ambas.
Destaque dado ao tratamento da unidade condensadora, a qual
tratada na forma de uma representao matemtica para os
acionamentos que fundamentam o seu principio funcional. Os
demais componentes, relacionados com unidades eletrnicas,
so tratados na forma de circuitos equivalentes, representados
por recursos tradicionalmente disponibilizados na base
computacional empregada.
CAPTULO 4 VALIDAO DO MODELO COMPUTACIONAL DO APARELHO
CONDICIONADOR DE AR SPLIT
Esta etapa da dissertao encontra-se direcionada para os
trabalhos de validao dos modelos matemticos e circuitos
equivalentes obtidos para a representao do condicionador de
ar Split como um todo. Fundamentalmente, a estratgia
utilizada se apoia na realizao de ensaios experimentais e
correspondentes correlaes com desempenhos similares
obtidos da base computacional ATP junto qual foi inserido o
produto em foco. As investigaes aqui contempladas
compreendem situaes normais e anmalas de funcionamento
do produto, no que tange a tenso de suprimento.
-
CAPTULO 1 - INTRODUO GERAL
34
CAPTULO 5 IMPLEMENTAO DO MODELO COMPUTACIONAL DO
CONDICIONADOR DE AR SPLIT NO APR E ESTUDOS DE
DESEMPENHO
Esta seo destina-se a insero do modelo computacional do
condicionador de ar Split no aplicativo APR e, posteriormente,
avaliao do seu desempenho atravs de estudos de casos. Para
tanto so consideradas situaes tpicas que reflitam a real
condio vivenciada pelos agentes envolvidos com a anlise de
pedidos de ressarcimento. Para cada situao considerada, os
fenmenos so propagados at o equipamento em anlise e
estabelecidos termos comparativos entre os impactos incidentes
e os nveis de suportabilidade do produto avaliado
determinando-se, assim, a correlao entre esforos e a
possibilidade de danos eltricos no aparelho.
CAPTULO 6 CONCLUSES GERAIS
Por fim, apresenta-se uma sntese dos principais pontos e
concluses relacionados com o trabalho como um todo. Alm
disso, sero ressaltadas questes vinculadas s principais
contribuies deste trabalho, bem como sugestes para futuros
desenvolvimentos.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
35
CAPTULO 2
2. CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
2.1. Consideraes iniciais
Tendo em mente que o foco da presente dissertao encontra-se
direcionado para estudos de modelagem, implementao computacional, estudos
de desempenho, e outros objetivos relacionados com estudos de pedidos de
indenizao por danos eltricos, com destaque aos aparelhos condicionadores de
ar tipo Split, considerou-se relevante, neste estgio, apresentar uma sntese dos
principais produtos comerciais atrelados com a aplicao em pauta. Isso foi feito
com o objetivo de esclarecer e contextualizar o equipamento selecionado para os
desenvolvimentos constantes nesta dissertao.
Em consonncia com o exposto, seguem os principais tpicos
contemplados encontram-se assim organizados:
Sntese histrica da evoluo da refrigerao e da sua importncia para o desenvolvimento da humanidade;
Apresentao de conceitos e informaes a respeito da refrigerao, em seus aspectos tecnolgicos e de aplicabilidade;
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
36
Resumo das aplicaes mais comuns da refrigerao, sua classificao e dispositivos encontrados comercialmente;
Identificao de suas partes componentes, mecnicas e eltricas presentes em aparelhos de refrigerao bem como os do tipo em
foco neste estudo;
Descrio e diferenciao dos diversos tipos de sistema de condicionadores de ar utilizados pelo mercado.
2.2. A origem dos condicionadores de ar
Em 1902, o engenheiro Willis Carrier analisando os problemas
especficos de uma indstria grfica de Nova York, a Sackett-Wilhelms
Lithography and Publishing Co., inventou um processo mecnico para
condicionamento de ar. Carrier teorizou que poderia retirar a umidade da
fbrica pelo resfriamento do ar. Desenhou, ento, uma mquina que fazia
circular o ar por dutos artificialmente resfriados que controlavam a temperatura
e a umidade. O invento se tornaria precursor de toda a indstria da climatizao
e controle do conforto ambiental dando a Carrier o ttulo de pai do ar
condicionado.
A partir de 1914, o controle da temperatura tambm passou a ser usado
para fins de conforto. Carrier desenvolveu um aparelho para aplicao
residencial, usado pela primeira vez numa residncia no estado norte-americano
de Minnesota e, nesse mesmo ano, foi desenvolvido o primeiro condicionador
de ar para hospitais.
A partir da dcada de 20 o ar condicionado comeou a se popularizar nos
Estados Unidos. Nessa mesma poca, comearam a ser viabilizado para o
mercado equipamentos compacto destinado ao condicionamento de ar em
comrcios e residncias, em funo do uso de um novo gs refrigerante no
inflamvel, o freon, mais apropriado para uso em sistemas de menor capacidade,
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
37
alm de mais seguro e barato. Ainda assim o custo do equipamento domstico
no era muito acessvel, ficando quase que limitado ao uso em pequenos
estabelecimentos comerciais [9].
A partir de 1950, ano em que Willis Carrier faleceu, a adoo do
condicionamento de ar residencial passou a ser disseminada com a produo em
srie de unidades em formato de caixas de ao para instalaes suspensas, os
hoje considerados ultrapassados equipamentos do tipo janela. Nessa poca
comearam tambm a ser produzidas as centrais de ar condicionado para
residncias.
A partir da dcada seguinte, os condicionadores de ar deixaram de ser
novidade. Iniciou-se um mercado de amplitude mundial em constante expanso,
em que as indstrias do setor passaram a investir em desenvolvimento
tecnolgico e novidades em produtos. Os aparelhos passaram a se tornar mais
compactos e silenciosos, e foi introduzido o controle remoto para aumentar a
comodidade dos usurios. Veio a preocupao com o consumo de energia
eltrica, tornando os aparelhos mais econmicos e eficientes. Os
condicionadores tipo janela evoluram para o sistema Split, permitindo maior
versatilidade nas instalaes. Sendo o grande foco da atualidade, a ateno com
o meio ambiente fez com que fossem desenvolvidos aparelhos que utilizam gs
ecolgico, que no agride a camada de oznio. Estes aparelhos, que utilizam o
sistema Inverter, mantm o ambiente com uma variao mnima de temperatura
e so mais econmicos em comparao com os convencionais [10].
2.3. Principio operacional de um sistema de refrigerao
Aps vrios anos de aperfeioamento das tcnicas originalmente
desenvolvidas e que culminaram nas aplicaes supra mencionadas, na
atualidade dispe-se de inmeros produtos comerciais destinados a melhorar o
conforto, segurana e adequao de ambientes s condies impostas pelos seus
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
38
usurios ou equipamentos. No obstante o reconhecimento de uma vasta gama
de produtos, h de destacar que os princpios que regem o funcionamento dos
mesmos so similares. Diante deste fato, as discusses subsequentes encontram-
se dirigidas a uma compreenso dos princpios fsicos que norteiam o
funcionamento dos condicionadores de ar e, por conseguinte, a identificao das
suas partes constituintes, nos termos requeridos para o estabelecimento de
modelos equivalentes a serem considerados oportunamente.
Como mencionado, existe uma grande semelhana no ciclo de
refrigerao dos diversos sistemas existentes. Basicamente, os equipamentos
utilizam os mesmos tipos de componentes eltricos e mecnicos, variando
somente quanto forma e capacidade e respectivos dispositivos de controle e
proteo, em funo de sua capacidade ou importncia [11].
A figura 2.1 mostra os elementos responsveis pelo fenmeno da
refrigerao. Sendo que, um ciclo de refrigerao completo, passa por todos os
componentes.
Figura 2.1 - Elementos de um sistema de refrigerao.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
39
O ciclo de refrigerao tem incio com o compressor aspirando o vapor
refrigerante do evaporador, baixa presso, comprimindo-o, aumentando assim
a presso e temperatura do gs, para, em seguida, envi-lo ao condensador. No
condensador, o vapor refrigerante transformado em lquido refrigerante por
conveco (natural ou forada), cedendo o calor ao meio ambiente. O lquido
refrigerante a alta presso, deixa o condensador e, atravessando o filtro, penetra
no tubo capilar (ou vlvula de expanso, dependendo do equipamento), que por
sua vez, funcionando como um dispositivo regulador de refrigerante, produz a
queda de presso necessria para o evaporador. O gs lquido chega ao
evaporador em forma de chuveiro, e em virtude do amplo espao existente,
perde presso, vaporizando-se, e absorvendo o calor latente do espao
refrigerado.
A transferncia de calor do espao refrigerado para o condensador, e deste
para o meio ambiente exterior, conseguido atravs de um agente refrigerante
que pode ser gua, lcool, amnia, bixido de carbono, anidrido sulfuroso, ter
metlico, cloreto de metila e outros, muito embora cada um destes frigorgenos
apresentem certas desvantagens.
Atualmente, de maneira a atender tratados internacionais quanto a
preservao do meio ambiente, as indstrias fabricantes esto produzindo
equipamentos para utilizao de gases chamados de ecolgicos por no
constiturem risco para a vida no planeta. De maneira a melhor ilustrar a
importncia da substituio dos gases refrigerantes base de CFC pelos
chamados ecolgicos, pesquisas recentes comprovaram que com a reduo do
uso dos primeiros, em refrigeradores e condicionadores de ar, estabilizou-se o
efeito danoso sobre a camada de oznio da atmosfera. Alm disso, com tais
atitudes, estima-se que o perodo de regenerao completa do buraco foi
reduzido de 50 para 40 anos.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
40
2.4. Componentes de um sistema de refrigerao
Os componentes de um sistema de refrigerao, seja para uso em
refrigeradores ou em condicionadores de ar, so basicamente os mesmos. A
seguir so descritas as principais unidades mecnicas e eltricas destes sistemas
[12, 13].
2.4.1. Componentes mecnicos
Em aparelhos de refrigerao de pequeno porte, as partes mecnicas so
trs: o condensador, o evaporador e o compressor; este ltimo sendo acoplado
ao motor eltrico. Outros dois componentes importantes so: o tubo capilar que,
dependendo da aplicao final do equipamento, pode ser substitudo por uma
vlvula de expanso; e o filtro secador. Estas unidades, juntamente com uma
srie de controles (trmicos, de corrente, etc.), constituem o sistema de
refrigerao e possibilitam a construo de equipamentos de grande capacidade
trmica e tambm sistemas residenciais.
A seguir so ilustrados e resumidos os distintos componentes acima
referidos.
Condensadores e evaporadores como trocadores de calor O condensador e o evaporador so superfcies de troca de calor. A funo
do evaporador a de absorver o calor latente de vaporizao do espao
refrigerado, enviando-o, atravs do compressor, ao condensador para que seja
eliminado, atravs de troca com o meio ambiente. Na figura 2.2 (a) e (b) so
mostradas estas duas partes.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
41
(a) (b)
Figura 2.2 - Componentes de um Refrigerador: a) Evaporadores e b) Condensador
Tanto em refrigeradores como em condicionadores de ar, as estruturas de
evaporadores e condensadores so semelhantes, diferenciando apenas no
material que utilizado em sua fabricao. Nos evaporadores de refrigeradores
utiliza-se o alumnio enquanto que em condicionadores de ar utilizado o cobre.
Tubo capilar O capilar um tubo de cobre de reduzidas dimenses utilizado no lado de
alta presso. Sua funo regular a quantidade de refrigerante que chega ao
evaporador atravs de seu reduzido dimetro, que por sua vez, em funo de seu
comprimento, causa a queda de presso necessria, dividindo o sistema em duas
sees de presso: o lado de alta e o lado de baixa presso.
Figura 2.3 - Tubo Capilar.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
42
Filtro secador Este exerce duas funes importantes: a primeira a de reter partculas
slidas que, em circulao no circuito, podem ocasionar obstruo ou danos
partes mecnicas do compressor; e a segunda, absorver totalmente a umidade
residual do circuito que porventura no tenha sido removida pelo processo de
vcuo, evitando danos ao sistema como formao de cidos, corroso, aumento
das presses e obstruo do tubo capilar por congelamento da umidade.
Figura 2.4 - Filtro Secador
Compressores O compressor pode ser considerado como o corao de um sistema de
refrigerao. Ele o responsvel pelas transformaes fsicas que ocorrem no
fluido refrigerante, transformaes essas que culminam no fenmeno da
refrigerao. Sua funo a de succionar e impulsionar o gs refrigerante para
que esse possa circular no sistema. Esta unidade constituda, basicamente, por
duas partes distintas: uma eltrica e outra mecnica. Ambas, dependendo
principalmente do porte do equipamento, podem encontrar-se numa mesma
unidade, formando os chamados compressores hermticos. Nos equipamentos
de maior capacidade, por motivos de ordem tcnica, as partes eltricas e
mecnicas so montadas separadamente, embora possuindo acoplamento
mecnico. Estes so os compressores conhecidos como semi-hermticos ou
abertos. Grande parte das aplicaes de pequeno porte, tais como:
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
43
refrigeradores, freezers, bebedouros e aparelhos de ar condicionado residencial,
utilizam compressores do tipo hermtico.
2.4.2. Componentes eltricos
Neste item so descritos os principais componentes eltricos utilizados em
equipamentos de refrigerao de pequeno porte, componentes esses que sero
posteriormente identificados nos esquemas eltricos utilizados em dispositivos
comercialmente disponveis.
Motor eltrico do compressor O motor eltrico do compressor do tipo induo, com rotor em gaiola de
esquilo. O rotor e o estator encontram-se fixados diretamente no eixo e no corpo
da bomba do compressor. Ele o responsvel pela transformao da energia
eltrica de suprimento em energia mecnica no eixo do motor.
Construtivamente, o motor do compressor formado por dois enrolamentos: um
principal ou de marcha e outro auxiliar ou de partida. Este ltimo podendo
permanecer ou no conectado ao circuito, dependendo da finalidade de uso do
compressor. Para uso em refrigeradores, o enrolamento de partida, normalmente,
atua somente na partida do motor do compressor, sendo desligado aps atingir-
se o regime permanente. J para utilizao em condicionadores de ar, por tratar-
se de equipamentos de maior porte, normalmente tal enrolamento permanece
conectado em srie com um capacitor.
Rel de partida eletromagntico O rel de partida do compressor hermtico um dispositivo utilizado em
unidades de pequena capacidade, tais como pequenos refrigeradores domsticos.
Este componente se apresenta com os contatos normalmente abertos. A bobina
do rel de partida ligada em srie com o enrolamento principal do compressor,
que, devido ao valor elevado da corrente na partida, origina um campo
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
44
magntico que atrai a armadura, fechando o contato e conectando o enrolamento
auxiliar. Quando o motor atinge a rotao de servio, a corrente diminui
gradativamente at o momento em que o campo magntico no tem fora para
manter a armadura atracada. Dessa forma, a armadura, pela ao da gravidade,
desce, abrindo os contatos e consequentemente desconectando a bobina de
partida do motor.
Rel de coeficiente de temperatura positivo - PTC O rel PTC um dispositivo semicondutor formado por uma pastilha de
material cermico, utilizado na partida de unidades de refrigerao. Esse possui
a propriedade de aumentar a resistncia eltrica, quando aquecido, devido ao
aumento da corrente que passa atravs dele. Durante a partida do motor, o PTC
est frio e com baixa resistncia eltrica, consequentemente, conduz corrente
atravs da bobina de partida, fazendo o motor girar. Essa corrente ir aquec-lo,
fazendo com que a resistncia aumente e a corrente atravs da bobina de partida
diminua, at se tornar praticamente nula. Seu uso recomendado para freezers e
refrigeradores domsticos, onde o tempo entre os ciclos de operao suficiente
para o PTC esfriar e permitir nova partida.
Rel voltimtrico Usado normalmente em equipamentos de mdio porte, em que esto
presentes capacitores de partida e capacitores permanentes no esquema de
ligao do motor, o rel voltimtrico possui os contatos normalmente fechados.
A bobina do rel ligada em paralelo com a bobina auxiliar do compressor. A
tenso na bobina do enrolamento auxiliar aumenta com o aumento da velocidade
do motor, at atingir o valor especfico de pickup. Neste ponto, a armadura do
rel atrada, abrindo os contatos do rel e desconectando o capacitor de partida
do circuito. Aps a abertura, a tenso induzida na bobina de partida suficiente
para continuar atraindo a armadura e manter os contatos do rel abertos.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
45
Protetor trmico bimetlico Este componente ligado em srie com o circuito que alimenta o motor.
fixo e encostado cabea do compressor, atuando, quando requerido, para abrir
o circuito e desligando rapidamente o compressor na presena de qualquer
aumento anormal de temperatura ou de corrente, ocasionados por problemas
mecnicos, eltricos ou por aplicao inadequada. Um disco bimetlico (dentro
do protetor), sensvel a excesso de temperatura e/ou corrente, flexiona, abrindo
os contatos e desenergizando o circuito. Alguns protetores possuem uma
resistncia em srie com o disco que, com o seu aquecimento, auxilia a abertura
dos contatos em situaes de aumento excessivo da corrente eltrica.
Capacitor Este dispositivo, conectado em srie com o enrolamento auxiliar, tem por
objetivo produzir defasagens entre os campos magnticos principal e auxiliar, de
modo a favorecer o processo de partida. Tal componente se faz presente de duas
formas. Um capacitor de partida e um permanente. Em caso de necessidade de
torque de partida elevado, conforme se faz necessrio em sistemas no auto-
equalizados, utiliza-se um capacitor em srie com a bobina auxiliar ou de
partida. Este aumenta a corrente na bobina de partida causando,
consequentemente, apreciveis aumentos do torque. O capacitor atua somente na
partida, sendo desconectado pelo rel quando o motor atinge rotao normal de
funcionamento. O capacitor permanente projetado para atuar continuamente,
em srie com a bobina de partida, melhorando o torque de partida, o torque de
regime e a eficincia eltrica do motor. Este esquema de ligao aplicado aos
sistemas auto-equalizados.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
46
2.5. Tipos de sistemas de compresso
So trs os tipos mais comuns de compressores utilizados em
equipamentos de refrigerao de pequeno porte: compressores alternativos,
compressores rotativos e compressores centrfugos. A diferena entre eles est
no princpio de funcionamento mecnico. A seguir feita uma breve descrio
das caractersticas de trs tipos de compressores utilizados em aparelhos
condicionadores de ar.
2.5.1. Compressores alternativos
Estes so os compressores de maior uso no mercado brasileiro e
encontram aplicaes desde a refrigerao domstica at a industrial. Tais
componentes so constitudos por um ou dois cilindros, cabeote, vlvula de
descarga, vlvula de admisso, bloco, fole da vedao, biela, virabrequim,
mancais, pistes e sistema de lubrificao. A figura 2.5 mostra dois modelos de
compressores hermticos utilizados em equipamentos de refrigerao.
(a) (b)
Figura 2.5 - Compressor hermtico alternativo para utilizao em: a) aparelhos condicionadores de ar e b) refrigeradores domsticos e comerciais
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
47
De maneira a propiciar um melhor entendimento sobre as partes
componentes dos compressores hermticos do tipo alternativo, a figura 2.6
mostra um corte deste componente, identificando as suas partes internas,
eltricas e mecnicas.
Figura 2.6 - Componentes de um compressor hermtico
1. Corpo 18. Furos de Lubrificao
2. Eixo 19. Muflas de Descarga
3. Biela 20. Cano de Suco
4. Pisto 21. Suporte Interno
5. Pino 22. Carcaa
6. Placa de Vlvulas 23. Cano de Descarga
7. Vlvula de Suco 24. Molas de Suspenso
8. Vlvula de Descarga 25. Solda
9. Cabeote 26. Serpentina de Descarga
10. Pescador de leo 27. Aletas Rotor
11. Divisor 28. Terminal Hermtico
12. Nvel de leo 29. Cabos de Ligao
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
48
13. Resfriador de leo 30. Bobina de Partida
14. Mancal Principal 31. Bobina de Trabalho
15. Ranhura de Lubrificao 32. Isolao
16. Contrapeso 33. Estator
17. Mancal 34. Rotor
2.5.2. Compressores rotativos
Na atualidade, como consequncia da necessidade de aumentar a
eficincia em todos os setores, de promover reduo de custos, e uma maior
preocupao com a conservao e racionalizao da energia eltrica, a tendncia
mundial que os compressores rotativos voltem a ser fabricados em substituio
aos alternativos, mesmo a um custo inicial maior [13].
Como pode ser observado na figura 2.7, os compressores rotativos so
unidades hermticas e compactas, constitudas, fundamentalmente, pelas
seguintes unidades: bloco divisor, estator, rotor, eixo e excntrico, impulsor e
cilindros.
(a) (b)
Figura 2.7 - Compressor hermtico rotativo para utilizao em aparelhos condicionadores de ar de diferentes capacidades.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
49
2.5.3. Compressores Scroll
Os compressores Scroll tm uma vantagem de apresentarem com uma
melhoria na eficincia da ordem de 5 a 10% em relao aos rotativos a pisto.
Isto ocorre pelo fato que os tipo Scroll se apresentam com uma reduo das
fugas de gs e das perdas de fluxo. Alm disso, para um compressor rotativo, as
folgas mecnicas aumentam a medida que seus componentes se desgastam. Os
compressores Scroll mantm sua capacidade de vedao durante o
funcionamento normal, j que as partes emparelhadas se desgastam juntas em
seu encaixe, isto , h o acoplamento entre elas com o uso. Para os Scroll de ar
condicionado, as perdas de fludo tambm so reduzidas. Ainda, nos
compressores rotativos, grandes pulsaes do gs ocorrem contra a carcaa, os
quais proporcionam rudo adicional. Nos compressores Scroll, a maior
contribuio de rudos do contato mecnico entre os elementos. De uma
maneira geral, um compressor Scroll , em mdia, cerca de 3 a 8 dB mais
silencioso do que um semi-hermtico do mesmo tamanho. A vibrao associada
a esse compressor tambm mais baixa. Esse compressor ilustrado pela figura
2.8.
(a) (b)
Figura 2.8 - Compressor hermtico Scroll para utilizao em aparelhos condicionadores de ar de diferentes capacidades.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
50
2.6. Tipos de condicionadores de ar
Apresenta-se, na sequncia, os principais equipamentos comercialmente
disponveis para as mais distintas aplicaes [14].
2.6.1. Sistema de ar condicionado central
O sistema de ar condicionado central utiliza um conjunto de mquinas de
grande porte. Devido ao seu alto custo, so usados somente em grandes projetos,
sendo que em longo prazo so mais eficientes no uso de energia eltrica. O
condensador encontra-se integrado torre de arrefecimento, recebendo gua
temperatura ambiente ao gs refrigerante, reduzindo a temperatura do mesmo
antes de passar pelo compressor. A figura 2.9 ilustra esse equipamento instalado
no topo de um edifcio.
Figura 2.9 Sistema de Ar Condicionado Central no topo de um edifcio.
Existe um sistema de ar condicionado central que adota uma tecnologia
conhecida como Termoacumulao. Esta uma forma de acumular frio em
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
51
horrios em que a eletricidade mais barata, ou seja, durante a noite,
possibilitando reduzir o uso dos compressores durante o dia, gerando economias.
2.6.2. Sistemas tipo Split
Um Split (que literalmente significa dividido) no requer grandes
aberturas nas paredes ou janelas. As partes da mquina que emitem maior rudo
(condensador e compressor) ficam do lado de fora do prdio, reduzindo bastante
o barulho no ambiente de trabalho. Por outro lado, a parte do aparelho que gera
e circula o ar frio (o evaporador com um ventilador) instalada dentro do
ambiente.
A figura 2.10 ilustra as partes constituintes desses sistemas.
Figura 2.10 Aparelho condicionador de ar Split instalado em uma residncia.
As figuras 2.11 e 2.12 mostram as duas unidades do condicionador de ar
Split em detalhes, destacando os principais componentes de cada sistema.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
52
Figura 2.11 Vista da unidade condensadora.
Figura 2.12 Vista da unidade evaporadora.
Algumas variaes permitem adaptar a ideia do Split para criar um
sistema parecido ao ar condicionado central. Uma das vantagens reduzir
correntes de ar, pois o ar frio pode ser distribudo de forma menos concentrada.
A exemplo disto tem-se o denominado Split Cassete (Piso/Teto) que um Split
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
53
indicado para o uso comercial e residencial, de mdio a grande porte de
capacidade. A figura 2.13 ilustra a evaporadora desse sistema.
Figura 2.13 Evaporadora de um sistema Split Cassete para utilizao em teto.
Uma outra aplicao, denominada por Multi-split, consiste em uma
mquina externa que atende diversos evaporadores no interior do ambiente.
Tradicionalmente, no mercado existem multi-splits com dois a quatro
evaporadores. A figura 2.14 ilustra um sistema Tri-Split.
Figura 2.14 Sistema Tri-Split.
Uma outra varincia dos Splits consiste no sistema VRV (Volume de
Refrigerante Varivel). Esse um sistema em que o fluxo do gs refrigerante
pode ser variado e funciona como um multi-split de maior capacidade. Alm de
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
54
ser verstil e flexvel, de fcil expanso e com grande facilidade de adaptao
em prdios com escritrios de pequeno e mdio porte, onde no se tenha um
sistema central de refrigerao. A figura 2.15 ilustra esse item instalado na
cobertura de um edifcio.
Figura 2.15 - Sistema VRV instalado na cobertura de um edifcio.
Por fim, comercialmente encontra-se ainda o que se denomina por Sistema
Inverter. Estes produtos trazem uma inovao para os condicionadores de ar
convencionais, pois so capazes de atingir a temperatura desejada rapidamente,
alm de mant-la praticamente constante. A economia de energia desses
aparelhos de at 40% maior que o convencional. A operao do
compressor varia em funo da temperatura desejada sendo que a rotao do
compressor aumenta gradativamente evitando correntes de partidas. J a funo
de secagem de serpentina evita a formao de mofo e de odor. O nvel de rudo
do aparelho menor comparando aos aparelhos tradicionais devido ao sistema
de operao interno, que habilita o compressor a operar em baixa rotao
quando a temperatura fica estabilizada, reduzindo potencialmente o rudo. O
aparelho utiliza o gs ecolgico R-410A, que no emite CFC, causador de
agresses na camada de Oznio. A figura 2.16 mostra a comparao entre o
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
55
funcionamento do aparelho que usa o sistema Inverter com o aparelho Split
convencional nos aspectos de temperatura e velocidade do compressor.
Figura 2.16 - Curvas de comparao entre o sistema inverter com aparelho Split convencional. [Manual da Fujitsu Brasil]
2.6.3. Sistemas Self
Um sistema Self, ou Self-Contained um aparelho similar ao aparelho de
janela, porm de maior porte, maior capacidade de resfriamento e mais moderno
tecnologicamente. Alguns prdios possuem salas dedicadas para a instalao de
um self, onde, se fosse o caso, poderia ser instalado um fan-coil, se o prdio
oferecesse ar condicionado central. Existem dois tipos principais de self. Os que
utilizam gua no condensador e os que utilizam ar. A figura 2.17 ilustra uma
unidade de um aparelho tipo Self utilizado no mercado.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
56
Figura 2.17 - Aparelho condicionador de ar do tipo Self.
2.6.4. Aparelhos individuais ou de janela
So os produtos compactos de menor valor agregado e possuem o
evaporador e condensador no mesmo gabinete. Os ventiladores sopram ar sobre
os trocadores de calor para melhorar a sua capacidade de dissipar calor (para o
ar exterior) e frio (para o ambiente ser resfriado). A figura 2.18 ilustra uma vista
e corte de um aparelho condicionador de ar tipo janela, bem como seus
elementos.
Figura 2.18 Vista em corte de uma aparelho condicionador de ar tipo janela.
-
CAPTULO 2 - CONSIDERAES GERAIS SOBRE APARELHOS CONDICIONADORES DE AR
57
2.7. Consideraes finais
Este captulo, inicialmente, abordou aspectos gerais da refrigerao,
caracterizando a sua evoluo ao longo do tempo bem como a sua importncia
crescente na sociedade moderna.
Prosseguindo, fez-se uma descrio do princpio de funcionamento desse
tipo de dispositivo de refrigerao, exemplificado atravs da descrio do ciclo
completo de refrigerao de um aparelho condicionador de ar. Na sequncia, de
maneira a possibilitar o entendimento do funcionamento de dispositivos de
refrigerao, foram apresentados os principais componentes eltricos e
mecnicos utilizados nestes equipamentos, assim como a funo que cada um
desempenha dentro de um determinado circuito.
Encerrando o captulo, foram apresentados os compressores do tipo
hermticos atualmente encontrados em aparelhos de refrigerao de pequeno
porte, bem como os tipos de sistemas condicionadores de ar mais utilizados em
escala residencial, comercial e industrial, destacando as diferenas de
funcionamento e tambm sua aplicao especfica.
-
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
58
CAPTULO 3
3. MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
3.1. Consideraes iniciais
Este captulo destina-se a apresentar uma sntese das principais unidades
constituintes do equipamento condicionador de ar tipo Split, com destaque s
caractersticas fsicas das partes componentes da evaporadora e condensadora.
Uma vez identificadas as suas constituies fsicas, baseando em procedimentos
clssicos adotados quando da elaborao de modelos eltricos, procede-se aos
trabalhos de modelagem matemtica visando representao do produto no
simulador bsico empregado neste trabalho, a saber, o ATPDraw.
Como ressaltado anteriormente, o principal dispositivo que se faz presente
na estrutura fsica do condicionador de ar Split, no que diz respeito unidade
eltrica, o compressor hermtico. Isto se deve, sobremaneira, ao fato que esse
componente cabe a funo da expanso e compresso do gs refrigerante atravs
de um acionamento proporcionado por um motor de induo monofsico.
A partir das equaes dinmicas que representam o comportamento da
mquina referida, estas constituem-se nos fundamentos que norteiam o modelo
-
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
59
computacional, e as aes para implementao do equipamento na plataforma
ATP.
3.2. Identificao e caractersticas fsicas do condicionador de ar Split
Atravs de consultas em manuais tcnicos e visitas a oficinas
credenciadas em manuteno de equipamentos de refrigerao, em especial de
aparelhos condicionadores de ar, verificou-se uma grande semelhana dos
circuitos eltricos utilizados em cada equipamento, independentemente de sua
marca. Diferentemente dos aparelhos condicionadores tipo janela, os da
categoria Split possuem uma maior diversidade de fabricantes de compressores
que atendem esses produtos, muito embora o circuito eltrico principal e
equivalente sejam praticamente os mesmos para todas as marcas existentes no
mercado.
Na sequncia so apresentados detalhes construtivos de um aparelho
condicionador do tipo aqui focado e seus principais componentes para posterior
modelagem matemtica. Vale ressaltar que o produto ora considerado consiste
naquele utilizado ao longo de toda a pesquisa. O produto comercial utilizado
encontra-se ilustrado na figura 3.1.
(a) (b)
Figura 3.1 Condicionador de ar utilizado: (a) Evaporadora e (b) Condensadora.
-
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
60
O equipamento selecionado consiste num condicionador de ar Split com
capacidade de refrigerao de 7500 BTU/h.
Analisando as duas partes do equipamento, pode-se reconhecer que os
componentes mais importantes e que definem o desempenho operacional do
aparelho, como um todo, se apresenta em duas partes: a unidade evaporadora e a
condensadora.
No que tange a constituio interna da unidade evaporadora, a figura 3.2
mostra os dispositivos que a compem. possvel observar que o trocador de
calor da evaporadora ocupa uma grande parcela do espao do equipamento. O
sensor de temperatura e a placa eletrnica podem ser tambm observados.
Figura 3.2 - Unidades constituintes da evaporadora.
A figura 3.3 ilustra a condensadora aberta. Fica evidenciada que a
estrutura construtiva da mesma compreendem: seu compressor hermtico do
tipo rotativo, filtro, tubo capilar, capacitor permanente do compressor, motor de
induo monofsico do ventilador, capacitor permanente do motor do
ventilador, rgua de bornes para ligaes e o sistema de troca de calor da
condensadora.
-
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
61
Figura 3.3 Unidades constituintes da condensadora.
A tabela 3.1 fornece as principais caractersticas e dados de placa do
condicionador de ar utilizado nos estudos.
Tabela 3.1 Caractersticas do condicionador de ar utilizado nos estudos.
Evaporadora Condensadora Marca Springer Springer Modelo 42RWCA007515LS 38MC007515MS Potncia 26 W 736 W Tenso 220 V 220 V Srie Maxiflex Maxiflex
3.3. Estratgia para modelagem do condicionador de ar tipo Split
As atividades contempladas na sequncia encontram-se direcionadas ao
processo do estabelecimento dos modelos representativos das duas unidades
principais anteriormente identificadas para o produto aqui considerado.
-
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
62
3.3.1. Modelagem da evaporadora
Como j identificado, a evaporadora possui um motor de induo
monofsico, que tem o papel de ventilador para o processo de evaporao, o
qual permanece ligado todo o tempo que o aparelho se encontra em
funcionamento.
Diante dos objetivos principais desta pesquisa, cujo foco est na obteno
da correlao entre os esforos dieltricos e trmicos impactantes sobre o
produto e os limites de suportabilidade de suas unidades fsicas, fica, pois,
esclarecido que, no que se refere a este componente do condicionador de ar, o
limite encontra-se atrelado com a placa eletrnica de entrada. De fato, consultas
feitas a diversas oficinas credenciadas indicaram que, quando da manifestao
de danos eltricos, estes esto vinculada com problemas nesta placa e no no
motor da evaporadora, quase que para a totalidade dos casos. Isto orientou para
que os trabalhos, nesta fase, viessem a valorizar este componente de entrada
para fins da modelagem da unidade em questo. A figura 3.4 ilustra essa placa
eletrnica.
Figura 3.4 Placa eletrnica da evaporadora.
-
CAPTULO 3 MODELAGEM MATEMTICA E COMPUTACIONAL DE UM CONDICIONADOR DE AR TIPO SPLIT
63
Um circuito eletrnico permite ligar e desligar o compressor hermtico da
condensadora via comando para os rels e destina-se ao ajuste da temperatura
escolhida pelo usurio. Devido complexidade do circuito e falta de maiores
informaes, adotou-se, para fins desta pesquisa, um circuito equivalente que
absorve uma corrente com caractersticas semelhantes corrente medida
experimentalmente na entrada da evaporadora.
Para a obteno de um primeiro conjunto de informaes que indicariam a
composio estrutural da placa, procedeu-se, inicialmente, a uma simulao
experimental do produto sob anlise, obtendo-se, na entrada da evaporadora, as
formas de onda de tenso e corrente ilustradas na figura 3.5.
Figura 3.5 - Oscilogramas de tenso (azul) e corrente (vermelho) nos terminais de entrada da placa eletrnica da evaporadora resultados derivados de ensaios
laboratoriais.
A partir de uma inspeo visual da placa eletrnica, e juntamente com os
oscilogramas de tenso e corrente medidos, conclui-se que a placa eletrnica
pode ser representada por uma ponte retificadora de onda completa a diodos e