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aquisição de linguagem

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  • 1Aquisio da Linguagem

    Seung Hwa Lee

    Introduo aos estudos Lingusticos I

  • 2Universais da Linguagem: Um trao

    estrutural que comum a todas as

    lnguas

    Onde existem seres humanos existe linguagem

    No existem lnguas primitivas todas as lnguas so igualmente complexas e igualmente capazes de exprimir uma idia do universo.

    Todas as lnguas evoluem atravs do tempo.

    As relaes entre sons e significados em linguagens de sinais so, na maior parte dos casos, arbitrrias.

    Todas as lnguas humanas utilizam um sistema finito de sons discretos (ou gestos) que se combinam formando elementos com significao ou palavras que, por seu lado, constituem um sistema infinito de frases possveis.

    Todas as gramticas apresentam regras semelhantes para a formao de palavras e frases.

    Toda a lngua falada inclui elementos sonoros discretos, como p, n ou a, que podem ser definidos por um conjunto finito de propriedades sonoras ou traos. Toda a lngua falada apresenta uma classe de vogais e uma classe de consoantes.

  • 3Universais da Linguagem: Um trao

    estrutural que comum a todas as

    lnguas

    Em todas as lnguas se encontram categorias gramaticais semelhantes (ex. nome, verbo).

    Existem universais semnticos, como masculino ou feminino, animado ou humano, em todas as lnguas do mundo.

    Todas as lnguas tm recursos para referir um tempo passado, a capacidade de negar, a capacidade de formular perguntas, emitir ordens, etc.

    Falantes de todas as lnguas so capazes de produzir e compreender um conjunto infinito de frases. Universais sintticos revelam que todas as lnguas apresentam meios de formar frases.

    Toda a criana normal, nascida em qualquer parte do mundo, seja qual for a sua origem racial, geogrfica, social ou econmica, capaz de aprender qualquer lngua com que esteja em contato. As diferenas que encontramos entre as lnguas no se devem a razes biolgicas.

    A diversidade lingustica superficial esconde muitas vezes a uniformidade subjacente.

  • 4Empirismo e Racionalismo

    John Locke: Hiptese de Experincia => Skinner(Behaviorismo): A linguagem uma funo geral da inteligncia. criana nasce sem nenhuma capacidade especial para a linguagem, apenas com uma habilidade geral para apreender: imitao e reforo

    Ren Descarte: Hiptese de inativismo: aprendizado mnimo: sistema lingustico faz parte do equipamento neural inato

    Chomsky: Language Acquisition Device, LAD) O ser humano nasce com este mecanismo inato.

    Representao Subjacente => LAD => Representao Superficial

    Lenneberg (1967) A criana que sofreu leso no hemisfrio esquerdo do crebro, consegue adquirir a lngua materna, usando o hemisfrio direito do crebro.

  • 5Por que a linguagem natural instinto do homem?

    Especfico para os seres humanos

    Uniformidade para espcie humana

    Os seres humanos criam lnguas espontaneamente

    independncia dos outros sistemas cognitivos: sndrome de Williams

    Perodo sensvel na aquisio da linguagem: a aquisio de primeira lngua biologicamente determinada para ser inevitvel e cronologicamente limitada a um perodo critico durante a infncia.

  • 6Por que a linguagem natural instinto do homem?

    Outras espcies no podem aprender linguagens naturais

    Carter abstrato e a Complexidade Estrutural das lnguas : Os sistemas de comunicao dos animais no so complexos como as linguagens naturais

    Por que a aquisio da linguagem sempre segue o mesmo caminho de desenvolvimento?

    Relativa perfeio da aquisio da linguagem: As diferenas da inteligncia tm correlao direta com diferenas na aquisio da linguagem?

  • 7Alguns fatos

    as crianas no aprendem uma lngua armazenando todas as palavras e todas as oraes em algum dicionrio mental gigantesco. A lista de palavras finita, mas nenhum dicionrio pode segurar todas as sentenas que so infinitas em nmero.

    as crianas aprendem construir sentenas que elas nunca produziram antes.

    as crianas aprendem entender sentenas que elas nunca ouviram antes.

  • 8Alguns fatos

    as crianas constroem as "regras" que permitem usar a lngua delas criativamente.

    ningum lhes ensina estas regras.

    Pobreza da entrada as crianas falam as expresses que nunca ouviram antes.

    A criana que sofreu leso no hemisfrio esquerdo do crebro, consegue adquirir a lngua materna, usando o hemisfrio direito do crebro.

  • 9Aquisio da L1 (Primeira Lngua)

    O que aprendem as crianas quando eles aprendem a lngua nativa deles/delas?

    1. fonologia: como as crianas aprendem aquele /ng / um som possvel na posio final da slaba do ingls, mas no na posio inicial da slaba

    2. morfologia:

    a. Como as crianas aprendem classe das palavras? Nome, Verbo, Adjetivo.

    b. Como as crianas aprendem aquela construo, transformao, transformacionalizao so possveis palavras no Portugus, mas *transformacionalao no ?

  • 10

    Aquisio da L1

    3. semntica:

    a. Como as crianas aprendem que eu vi um homem com um telescpio ambguo?

    b. Como as crianas aprendem em Maria confia nela => ela no pode ser Maria

    A Maria pensa que o Joo confia nela => ela pode ser a Maria ou no a Maria

    c. Como as crianas aprendem os dois significados da seguinte frase?

    Todos os meninos danaram com duas meninas

    a. para cada menino havia duas meninas (por exemplo, se havia trs meninos, ento, havia at seis meninas)

    b. cada menino danou com as mesmas duas meninas (havia s duas meninas)

    4. sintaxe:

    Como as crianas aprendem que O Joo comeu uma ma ontem uma orao boa, mas *Ontem o Joo uma ma comeu no boa: Eles chegaram tarde. * eles tarde chegaram.

  • 11

    Aquisio

    Como uma criana aprende uma lngua nativa?

    Aquisio da L1: Lingustico

    competncia

    domain-specific

    estrutura

    Nativismo

    Deductivo

    Child Language psicolgico

    performance

    domain-general

    Funo

    empirismo

    indutivo

  • 12

    Estgios da aquisio

    fonolgica

    1) Estgio pr-lingustico (de 0:1 1:0): Primeiros sons: (2 meses) [mu-], [pa] [ba]

    Estrutura CV

    Balbucio: 4 meses a 8 meses

    Primeira Palavra: palavra = frase (9mese a 17 meses) holophrastic stage

    2) Fonologia das 50 primeiras palavras (de 1:0 1:6)

    Comportamento fonolgico varivel e assimtrico,

    Perodo da fonologia baseada na palavra

  • 13

    Estgios da aquisio

    fonolgica

    3) Estgio de duas palavras (18 meses => ): palavras lexicais

    agent + action = baby sleep

    action + agent = kick ball

    action + locative = sit chair (locative means something that locates an action or entity)

    entity + locative = teddy bed

    possessor + possession = Mommy book

    entity + attribute = block red

    demonstrative + entity = this shoe

    Comea a adquirir morfemas funcionais (a partir de 2 anos de idade)

  • 14

    Estgios da aquisio

    fonolgica4) Exploso ( 29 meses): a criana domina

    mais ou menos 1000 palavras

    4 Anos: 2000 vocabulrios igual gramtica do adulto

    5) Fonologia dos morfemas simples ou do desenvolvimento fonmico (de 1:00 4:0)

    Fonologia representativa ou sistemtica

    Caracterstica distintiva

    Menos variabilidade

    Contraste fonmico

  • 15

    Teoria da Aquisio

    1. Teoria de ImitaoAs crianas aprendem gramtica atravs da

    memorizao de palavras e sentenas da sua lngua.

    => Problemas1) crianas produzem muitas coisas que no esto presentes na gramtica do adulto2) Crianas cometem erros consistentes que no pode ser atribudos para pronncia errada e que nunca tinha ouvido na gramtica do adulto. Ex) fazi3) Crianas entendem e produzem as frases que nunca ouviram antes.

  • 16

    Teoria da Aquisio

    2. Teoria de Reforo os pais corrigem a fala dos seus filhos, quando elas falam erradamente. Elogios e recompensas

    Filho: Nobody don't like me.

    Me: No, say "Nobody likes me."

    Filho: Nobody don't like me.

    (dialogue repeated eight times)

    Me: Now, listen carefully, say "Nobody likes me."

    Filho: Oh, nobody don't likes me.

  • 17

    Teoria da Aquisio

    3. Teoria de AnalogiaI painted a red barn.

    I painted a blue barn. I painted a barn red.

    I saw a red barn.

    * I saw a barn red. (por analogia mas agramatical)

    4. Interao Social: Intenes Comunicativas da Criana e Anlise da Fala Materna (Vygotsky, Crrea)

    5. Teoria de Inatismo

    As crianas descobrem as regras

  • Crebro e

    Linguagem

  • 19

    Teoria de lateralizao

    2.1 Evidncias da lateralizao

    1) Acidente na alemanha (setembro de 1848) Phineas Gage

    2) Estudos sobre a afasia

    3) Crebro partido: bloqueio no tratamento da epilepsia => Ma na mo esquerda, mas no consegue identificar

    Banana na mo direita,

    4) MRI (Imagem de ressonncia magntica)

    5) Audio dictica: o ouvido direito mais sensvel nos vocabulrios. Barulhos -> ouvido esquerdo

    2.2 Estruturas do crebro e linguagem

    Hemisfrio cerebral esquerdo: habilidades analticas

    Hemisfrio cerebral direito: habilidades abstratas (artsticas)

    Motor and Somatosensory cortices adjacent to each other

    Hemisfrio cerebral esquerdo controla o lado direito do corpo

    Hemisfrio cerebral direito controla o lado esquerdo do corpo

  • 20

    Primary Visual Cortex (Memory Associative Area of PVC -- reading)

    Arcuate fasciculus -- connects 1-3 through the Motor Control area for the articulatory organs

  • 21

    reas da linguagem

    1) the anterior or "Broca's" area (agrammatism) -- memory associative area of the Motor Control Area for the articulatory organs:

    Perda de controle de entoao, a falta de palavras/morfemas gramaticais (conjuno, preposio, artigo, auxiliar), erro nas ordens das palavras, etc.

    Pouca dificuldade para acessar as palavras lexicais (N, A, V, Adv), mas omite argumentos (sujeito e objeto direto)

    Exemplo) Schwartz, Linebarger & Saffran (1985) provide this example of an agrammatic aphasic (M.E.) attempting to tell the story of Cinderella.

    M.E. Cinderella...poor...um 'dopted her...scrubbed floor, um, tidy...poor, um...'dopted...Si-sisters and mother...ball. Ball, prince um, shoe...

    Examiner Keep going.

    M.E. Scrubbed and uh washed and un...tidy, uh, sisters and mother, prince, no, prince, yes. Cinderella hooked prince. (Laughs.) Um, um, shoes, um, twelve o'clock ball /pnt/, finished.

    Examiner So what happened in the end?

    M.E. Married.

    Examiner How does he find her?

    M.E. Um, Prince, um, happen to, um...Prince, and Cinderalla meet, um met um met.

    Examiner What happened at the ball? They didn't get married at the ball.

    M.E.No, um, no...I don't know. Shoe, um found shoe...

  • 22

    reas da linguagem

    2) the posterior or "Wernicke's" area (anomia) -- memory associative area of the Primary Auditory Cortex)

    Fluente mas, tem dificuldade de lembrar as palavras lexicais. (anomia)

    No h problemas nas ordens (sintaxe)

    Cria neologismos incompreensveis (parafasia)

    Mostra dificuldade na escolha dos itens lexicais e na compreenso da fala dos outros.

    Exemplo) Buckingham (1981) provides the following example of a sensory aphasic (C.B.) attempting to explain a picture of a child taking a cookie as a woman spills water elsewhere in the picture.

    C.B. Uh, well this is the ... the /ddu/ of this. This and this and this and this. These things going in there like that. This is /sen/ things here. This one here, these two things here. And the other one here, back in this one, this one /g/ look at this one.

    Examiner Yeah, what's happening there?

    C.B. I can't tell you what that is, but I know what it is, but I don't now where it is. But I don't know what's under. I know it's you couldn't say it's ... I couldn't say what it is. I couldn't say what that is. This shu-- that should be right in here. That's /bli/ bad in there. Anyway, this one here, and that, and that's it. This is the getting in here and that's the getting around here, and that, and that's it. This is getting in here and that's the getting around here, this one and one with this one. And this one, and that's it, isn't it? I don't know what else you'd want.

  • 23

    reas da linguagem

    3) Angular gyrus (conductive aphasia): O paciente tem dificuldade de repetir as frases que acabaram de ouvir.

    => Afasia um distrbio da linguagem que ocorre com frequncia nas doenas vasculares cerebrais, principalmente no acidente vascular do tipo o isqumico (AVCI).

    => uma perda total ou parcial de habilidade para articular as idias, fala, devido ao ferimento do crebro.

    4) Dislexia A dislexia uma perturbao ou transtorno na leitura. A criana dislxica um mau leitor: capaz de ler, mas no capaz de entender o que l de maneira eficiente.

    os dislxicos fazem confuso entre letras, slabas ou palavras com diferenas sutis de grafia, como "a-o", "h-n" e "e-d".

    As leses no crebro mostram que a gramtica modular.

  • 24

    3. A autonomia da faculdade da Linguagem

    Linguagem como sistema cognitivo ou no

    1) Yamada

    - Laura uma jovem de 16 anos com QI 41-44 analfabeta- no tem noo de clculos, habilidade artstica no nvel infantil,

    - no tem noo de tempo.

    - no tinha dificuldade de vocabulrios e de criar frases complexas

    He was saying that I lost my battery powered watch that I loved; I just loved that watch; Last year at school when I first went there, three tickets were gave out by a police last year.

    - habilidade lingustica normal - Sintaxe, morfologia, fonologia.

    - mostrou deficincias nas habilidades no-lingusticas.

    2) Christopher

    - Gnio de 29 anos

    - IQ: 60-70

    - fluente nas 15 linguas diferentes que aprendeu atravs dos livros ou das conversas.

    - morava no asilo para os deficientes.

    a faculdade da linguagem e independente dos sistemas cognitivos