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    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    APOSTILA ZOOTECNIA GERAL 1

    TERESINA

    2009Falar dos frutos sem lembrar as flores fazer a histria sem viv-la

    A. A. Alves

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    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603.250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: INTRODUO ZOOTECNIA

    1. EVOLUO DA ZOOTECNIA COMO ARTE E COMO CINCIA

    1.1 Zootecnia como arte

    As evidncias acumuladas durante os ltimos anos indicam que a agricultura provavelmente teve suas origens no

    Oriente Mdio, embora, ao contrrio do que se supunha, no nos vales frteis da Mesopotmia, que se tornariam

    centros importantes da primitiva civilizao, mas sim nas regies montanhosas e semi-ridas prximas. Datas

    determinadas para foices de slex e moinhos de pedras l descobertos indicam que antes de 8.000 anos a.C. o

    homem provavelmente comeou a colher gros naturais e h provas de que, cerca de mil anos depois, j cultivava

    esses gros e possua animais domsticos (Heiser Jnior, 1977).

    Segundo Domingues (1981), uma das primeiras realizaes do homem primitivo foi criar animais, concomitante

    ao cultivo dos vegetais, quando deixou de ser nmade (caador e pescador) e se tornou sedentrio, passando a ser

    pastor e agricultor. Isto na idade da Pedra Polida, cerca de 7.000 anos a.C.

    Inicialmente, o homem criou animais para satisfazer seu totemismo (zoolatria), em seguida, com a

    indisponibilidade de alimentos espontneos prximos s aldeias, passou a utiliz-los como alimento e, por ltimo,

    com os rigores climticos ou intempries, para proteo.

    1.2 Zootecnia como cincia

    A distino formal entre o cultivo de vegetais e a criao de animais se deu em 1844, quando o Conde Adrien de

    Gasparin publicou o livro "Cours d'Agriculture", separando definitivamente o estudo dos vegetais cultivados do

    dos animais criados pelo homem. O estudo do cultivo dos vegetais j era conhecido com o nome de Agricultura.

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    Para o estudo da criao dos animais domsticos, o autor props o termo Zootechnie, do grego: zoon = animal,

    e techn = arte.

    Em 1848, com a instalao do Instituto Agronmico de Versailles, em Paris, foi adotada a distino proposta pelo

    Conde Adrien de Gasparin e para o ensino terico da explorao dos animais domsticos foi estabelecida a

    Ctedra de Zootecnia.

    A Zootecnia como cincia surgiu em 1849, na Frana, com a aprovao de uma tese apresentada pelo naturalista

    Emile Baudement em concurso para a Ctedra de Zootecnia do Instituto Agronmico de Versailles, ao tornar-se o

    primeiro docente de Zootecnia. Nesta tese, foi estabelecido o princpio terico que consiste em considerar o

    animal domstico como uma mquina viva transformadora e valorizadora dos alimentos, constituindo-se no

    fundamento de todos os conhecimentos zootcnicos. Assim, constata-se que a arte de criar remota, enquanto a

    cincia de criar surgiu h um pouco mais de um sculo e meio.

    No sentido de melhor conhecimento da Zootecnia, recomenda-se recorrer ao vasto volume de fontes

    bibliogrficas, desde aquelas pioneiras, como os livros Introduo Zootecnia e Elementos de Zootecnia

    Tropical, de autoria do professor Octvio Domingues, grande responsvel pela consolidao da Zootecnia no

    Brasil, s mais atuais, que apresentam uma viso atualizada da evoluo da Zootecnia no Brasil, incluindo-se

    Ferreira e Pinto (2000), Fonseca (2001) e Miranda (2001), sendo recomendado ainda o conhecimento da Histria

    da Sociedade Brasileira de Zootecnia, segundo Peixoto (2001).

    2. CONCEITOS, OBJETIVOS, CLASSIFICAO, IMPORTNCIA E RELAO DA ZOOTECNIA

    COM OUTRAS CINCIAS

    Em 1929, o Professor Octavio Domingues definiu Zootecnia como a cincia aplicada que estuda e aperfeioa os

    meios de promover a adaptao econmica do animal ao ambiente criatrio e deste ambiente ao animal.

    A Zootecnia tem como objeto de estudo o animal domstico e visa o perfeito conhecimento deste e dos demais

    fatores envolvidos no seu processo produtivo, sempre visando alto grau de especializao.

    Com relao ao alto grau de especializao, o animal mais produtivo no o mais aperfeioado no sentido geralou o mais especializado em determinada funo produtiva. A "mquina viva" mais perfeita, capaz de oferecer

    maior retorno econmico, aquela que est adaptada s condies de criao e explorao.

    Quando se busca alto grau de especializao em determinado animal, dois princpios devem ser considerados:

    A especializao no deve acarretar desequilbrio fisiolgico no animal;

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    O animal adaptado s condies de criao e explorao no deve sofrer comprometimento das caractersticas

    adaptativas.

    Para fins didticos, a Zootecnia subdividida em Zootecnia Geral e Zootecnia Especial.

    Em Zootecnia Geral, os animais domsticos so considerados como seres vivos que evoluram e apresentam

    caractersticas de natureza tnica e zootcnica, influenciando-se por fatores ambientais de ordem natural ou

    artificial e que se reproduzem sujeitos s leis da hereditariedade, portanto, capazes de sofrer melhoramento

    gentico.

    Em Zootecnia Especial, so estudados processos e regimes de criao, variveis com a finalidade da explorao e

    o destino dos produtos, com a qualidade dos animais a multiplicar, e com as potencialidades do ambiente

    criatrio. Assim, surge a Zootecnia de cada espcie domstica, cada uma com sua denominao particular:

    bovinocultura, equideocultura, bubalinocultura, ovinocultura, caprinocultura, suinocultura, apicultura,

    sericicultura, piscicultura, avicultura, etc., ou mesmo, daquelas que, embora no ainda consideradas domsticas,

    sejam exploradas racionalmente, como por exemplo, a ranicultura, ou criao de rs; a carcinicultura, ou criao

    de crustceos; a minhocultura, ou criao de minhocas, etc.

    A Zootecnia como cincia investiga, por meio da observao e da experimentao, os fenmenos biolgicos aos

    quais esto sujeitos os animais domsticos, em determinado ambiente natural ou artificial. Entretanto, no se trata

    de uma cincia pura, sendo dependente de outras cincias para desenvolver-se. Portanto, alm do conhecimento

    individual, proporcionado pela Anatomia e Fisiologia Animal, a Zootecnia se fundamenta em cincias auxiliares

    quando da adaptao, alimentao, melhoramento e sanidade animal, gerenciamento da produo e tecnologia de

    alimentos, destacando-se:

    Na Adaptao: Climatologia (Zooclimatologia e Bioclimatologia), Etologia;

    Na Alimentao: Nutrio (Bromatologia), Forragicultura, Botnica, Bioqumica, Qumica e Edafologia;

    No Melhoramento Gentico Animal: Gentica, Estatstica, Bioestatstica, Matemtica e Informtica;

    Na Sanidade: Medicina Veterinria;

    No Gerenciamento da Produo: Economia e Administrao;

    Na Tecnologia de Alimentos: Engenharia de Alimentos.

    Para o perfeito exerccio das atividades na rea de Zootecnia, exige-se identidade profissional, determinada pelo

    Ncleo de Contedos Profissionais Essenciais, integrando as subreas de conhecimento que identificam

    atribuies, deveres e responsabilidades, segundo Fonseca (2001), assim constitudo:

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    Anatomia Descritiva dos Animais Domsticos;

    Bioclimatologia Zootcnica;

    Biotecnologia Animal;

    Bromatologia;

    Comunicao e Extenso Rural; Construes Rurais;

    Economia e Administrao Agrria;

    tica e Legislao;

    Ezoognsia e Julgamento Animal;

    Fisiologia Animal;

    Pastagens e Forragicultura;

    Gentica e Melhoramento Animal;

    Gesto de Recursos Ambientais;

    Gesto Empresarial e Marketing;

    Industrializao de Produtos de Origem Animal;

    Instalaes e Equipamentos Zootcnicos;

    Mecnica e Mquinas Agrcolas;

    Meteorologia e Climatologia Agrcola;

    Microbiologia Zootcnica;

    Nutrio, Alimentao e Formulao de Raes; Poltica e Desenvolvimento Agrrio;

    Produo Animal;

    Profilaxia e Higiene Zootcnica;

    Reproduo Animal;

    Sociologia Rural;

    Solos e Nutrio de Plantas;

    Tcnicas e Anlises Experimentais.

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    3. A SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA (SBZ) E A CONSOLIDAO DA ZOOTECNIA NO

    BRASIL

    A idia da fundao da SBZ amadureceu durante a Exposio de Animais de Uberaba, em 1951, quando oszootecnistas presentes incubiram seus colegas de Piracicaba a promoverem a I Reunio Brasileira de Zootecnia, aser realizada naquela cidade como homenagem ao qinquagsimo aniversrio da Escola Superior de AgriculturaLuiz de Queiroz (ESALQ). O perodo escolhido foi de 26 a 28 de julho de 1951, coincidindo com a ExposioNacional de Animais que, naquele ano, se realizaria em So Paulo (Peixoto, 2001).

    O professor Octavio Domingues, engenheiro agrnomo graduado pela ESALQ, foi o primeiro presidente da SBZ,tendo conduzido os destinos da Sociedade de 1951 a 1968. Alm dessa laboriosa tarefa, segundo o professorAristeu Mendes Peixoto (2001), coube ao Professor Octavio Domingues o mrito de uma doutrinao tenaz epersistente para imprimir novo sentido aos estudos zootcnicos no Brasil, defendendo a organizao de cursos deZootecnia equiparados aos de Engenharia Agronmica e de Medicina Veterinria, numa poca em que adiscusso do assunto constitua um verdadeiro tabu. Sob a gide da SBZ e a inspirao do professor OctavioDomingues, o primeiro currculo acadmico para um curso de Zootecnia foi proposto em 1953, o qual veio a

    servir de orientao para os cursos de Zootecnia que surgiram no Brasil a partir de 1966, quando se instalou emUruguaiana, no Rio Grande do Sul, a primeira faculdade de Zootecnia.

    A Sociedade Brasileira de Zootecnia, no ano de 2000, contava com 1697 scios, consistindo em uma SociedadeCientfica com os seguintes objetivos:

    Promover intercmbio entre os zootecnistas brasileiros e os estrangeiros, favorecendo as relaesprofissionais e de amizade; Promover reunies anuais na sede da SBZ ou em outro local a critrio da Diretoria; Promover reunies extraordinrias, congressos, conferncias ou convenes, nacionais ouinternacionais, sobre qualquer assunto da zootecnia e a participao da Sociedade em reunies promovidas por

    outras entidades congneres; Levar ao conhecimento de todos os associados, por meio de publicao sistemtica, os trabalhosrealizados por seus membros, mesmo que na forma de resumo; Organizar Comisses especializadas, entre seus membros, para estudar assuntos tcnicos deinteresse da economia nacional; Envidar esforos para o aperfeioamento da pecuria no Pas, por meio do ensino, da pesquisa e daextenso.

    Constituem publicaes peridicas da Sociedade Brasileira de Zootecnia:

    Anais das Reunies Anuais da SBZ;

    Revista Brasileira de Zootecnia (disponvel na Biblioteca Setorial do CCA/UFPI).

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    MINISTRIO DA EDUCAO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603-250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: CLASSIFICAO ZOOTCNICA

    1. ESPCIE

    O conceito de espcie artificial. Devido necessidade de agrupar indivduos, determinou-se que espcie

    corresponde ao "conjunto de indivduos do mesmo gnero, descendentes uns dos outros, com caracteres

    semelhantes hereditariamente transmissveis, e separados de outros grupos especficos por infecundidade ou

    por separao geogrfica".

    Bases para o estabelecimento do conceito de espcies:

    CRITRIO DA MORFOLOGIA E DA FISIOLOGIA (M): Baseado nas diferenas morfolgicas efisiolgicas entre os diferentes grupos especficos;

    CRITRIO DA ECOLOGIA E DA DISTRIBUIO GEOGRFICA (E): Baseado nas diferentes

    reaes adaptativas dos indivduos das diversas espcies;

    CRITRIO DA FECUNDIDADE INTERIOR E DA INFERTILIDADE EXTERIOR (I): Baseado no fato

    de que os indivduos de uma mesma espcie so fecundos entre si e infecundos com indivduos de outras

    espcies.

    Diante destes critrios, seria denominada espcie legtima aquela que apresentasse frmula MEI, entretanto,

    como na natureza nem sempre possvel ocorrncia destes trs critrios, admite-se como espcie distinta de

    uma outra qualquer, aquele grupo de indivduos que satisfizer a pelo menos dois desses critrios. Dessa

    forma, as espcies bovinas Bos taurus e Bos indicus so consideradas diferentes por apresentarem frmula

    ME.

    Quanto distribuio geogrfica, as espcies podem ser classificadas em:

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    SIMPTRIDAS: Espcies que convivendo em um mesmo territrio se mantm infecundas. Ex.: Bubalus

    bubalis e Bos sp.

    ALOPTRIDAS: Espcies diferentes quanto ao isolamento ecolgico. Ex.: Os hempteros Notonecta

    glauca e Notonecta furcata so infecundos no norte e fecundos no sul do continente europeu.

    2. RAA

    Raa definida como agrupamento de animais de mesma espcie e origem, com caracteres morfolgicos,

    fisiolgicos e econmicos comuns e transmissveis hereditariamente sob condies ambientais e de

    explorao ideais.

    Segundo DECHAMBRE, raa definida como certo nmero de animais da mesma espcie, vivendo em

    condies semelhantes, com a mesma aparncia exterior, as mesmas qualidades produtivas, cujos caracteres

    reaparecem em seus descendentes tal como existiam em seus antepassados.

    A existncia oficial de uma raa requer um "padro racial" e um "livro genealgico", o primeiro elaborado e

    o segundo mantido pela Associao de Criadores da Raa.

    A separao das raas, em geral, feita por caracteres de fantasia, sem considerar a importncia econmica.

    Quanto mais acentuados esses caracteres, maior segurana se ter de sua pureza. importante lembrar quenenhuma raa tem constncia absoluta.

    Por padro da raa ou "standard" se entende o modelo ideal que deve orientar os criadores na seleo dos

    reprodutores. O padro estabelecido por criadores reunidos em Associao, que tambm ter o encargo de

    preserv-lo atravs do Registro Genealgico.

    2.1 CRITRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE RAAS

    Semelhana dos indivduos que a constitui, pelos caracteres raciais, entre os quais os econmicos ou

    zootcnicos;

    Hereditariedade dos caracteres raciais e das qualidades econmicas;

    Meio ambiente considerado o mesmo ou semelhante para a boa expresso dos caracteres raciais e

    qualidades;

    Origem comum;

    Algo de convencional (Padro Racial para Registro Genealgico).

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    Uma vez estabelecidos esses critrios pelos criadores, estes se comprometem a manter o Padro Racial e,

    para isto, criam o Livro Genealgico onde so registrados os animais puros ou seus descendentes, isto , os

    que esto dentro do Padro.

    2.2 PUREZA RACIAL E PUREZA GENTICA

    A pureza racial um conceito convencional, resultante da existncia de um "pedigree", de um registro oficial

    do animal. As raas podem ser puras racialmente, mas geneticamente so parcialmente puras.

    A pureza gentica de uma raa pode ser atingida para alguns caracteres, devido dificuldade de se atingir

    alta grau de homozigose para todos os genes.

    2.3 NATUREZA DAS RAAS

    QUANTO AO GRAU DE PUREZA

    a) Homognea - Raa mais ou menos fixa em suas principais caractersticas. Ex.: Cavalo rabe.

    b) Heterognea - Raa ainda no totalmente fixada. Ex.: Raas formadas por derivao.

    QUANTO ORIGEM

    a) Primitiva - Raa natural de determinada regio, formada por seleo natural, submetida ou no,

    posteriormente seleo artificial. Ex.: Bovinos Schwyz.

    b) Derivada - Raa que provm de outras, ditas primitivas ou naturais, por variabilidade espontnea ou

    cruzamento (Derivada sinttica). Ex.: Raas bovinas Santa Gertrudis, Canchim, Pitangueira.

    c) Nativa - Raa natural ou mesolgica, formada em determinada regio por seleo natural, acompanhada

    ou no de ao seletiva e conservadora do homem. dita "nativa melhorada" quando sujeita seleo

    artificial, no sentido de seu melhoramento gentico, com aperfeioamento econmico. Ex.: Raa caprina

    Moxot.d) Extica - Raa introduzida em regio diferente da regio de origem. Ex.: Raa bovina holandesa, no

    Brasil.

    QUANTO APTIDO ECONMICA: Considera-se a aptido produtiva da raa. Ex.: Raas bovinas

    leiteiras; Raas de caprinos para abate; Raas de aves para postura; Raas de sunos tipo carne.

    QUANTO REA GEOGRFICA

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    Por "rea geogrfica da raa" entende-se o espao territorial onde vivem e se aclimaram indivduos da raa,

    em estado de pureza ou em alto grau de sangue; e por "bero da raa" entende-se o local onde a raa se

    definiu e formou da se dispersando para outras regies, nas quais se aclimou.

    Quanto rea geogrfica, as raas podem ser consideradas:

    a) Cosmopolita - Raa de extensa rea geogrfica. Ex.: Holandesa.

    b) Topopolita - Raa de rea geogrfica restrita. Ex.: Hereford.

    QUANTO FILIAO TNICA: Considera os troncos tnicos de origem. Ex.: Bos taurus aquitanicus -

    Caracu; Bos taurus batavicus - Holandesa.

    3. VARIEDADE: Principalmente em raas cosmopolitas, possvel formar-se grupamentos de indivduos

    em diversos locais, mais ou menos isoladamente, e que apresentam distines sensveis, de modo a permitir

    certas diferenas entre a raa e os novos grupamentos. Essa variao limitada a certos caracteres pode ser

    provocada ou mantida pelo criador visando um melhor rendimento. Assim, se constituem, dentro da raa, as

    variedades ou sub-raas. Essa diversificao pode basear-se em atributos zootcnicos ou em caracteres sem

    valor econmico como pelagem, conformao craneana, etc.

    4. FAMLIA: Conjunto de descendentes de um casal, direta e colateral, at a quinta gerao.

    5. LINHAGEM: Constituda pelos descendentes "diretos", a partir de um genitor macho ou fmea. Os

    descendentes devem apresentar, com notvel fixao, certos traos ou qualidades adquiridos por herana

    biolgica daquele antepassado comum. Em geral, usado o macho, por gerar muito mais descendentes no

    mesmo espao de tempo.

    6. LINHAGEM PURA: Decorre de atributos fixos e puros nos descendentes diretos a partir de um

    determinado genitor.

    7. SANGUE: Sob o ponto de vista zootcnico, a parte hereditria. Os animais de mesmo sangue pertencem

    mesma raa ou descendem dos mesmos antepassados, isto , possuem antepassados comuns.

    8. MISTURA DE SANGUE: uma aluso a cruzamentos de animais de raas diferentes.

    9. FORMA: o conjunto de animais cuja herana ainda uma incgnita. A fixao dos caracteres no est

    comprovada. um termo geral, servindo para designar um grupo que ainda no pode ser considerado raa.

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    10. POPULAO: um grupamento qualquer de indivduos, considerado do ponto de vista numrico,

    desde que vivam em determinada rea geogrfica comum.

    11. INDIVDUO: a unidade indivisvel. O indivduo nunca totalmente igual a outro de mesma raa,

    variedade ou famlia, porque um se torna portador de caractersticas diferentes da herana biolgica dos

    antepassados. Mesmo sendo irmos h sempre um meio de distingu-los, pois as variaes se fazem notar.

    Quanto mais fixa e homognea for a raa, menos diferenas so notadas. Nos gmeos univitelinos e clones

    h alto grau de igualdade.

    12. GENTIPO: o indivduo considerado segundo sua origem gentica ou sua herana biolgica. Ogentipo uma combinao acidental de heranas que tm origem no passado e seu futuro na eternidade. No

    melhoramento animal, o que mais interessa o gentipo, pois na conservao ou melhoramento da raa o

    gentipo precisa ser conhecido, pois, este passa s novas geraes. No gentipo est a garantia da

    permanncia da raa, da sua fixao ou de seu aperfeioamento.

    13. FENTIPO: a expresso exterior do gentipo sob a influncia de determinadas condies de

    ambiente. O fentipo efmero, passageiro e morre com o animal. Ao explorador de animais o que mais

    interessa o fentipo, seus caracteres raciais expressos somaticamente, suas finalidades zootcnicas.

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    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: TAXONOMIA ZOOLGICA DAS ESPCIES DOMSTICAS

    A classificao das espcies baseada em aspectos estruturais, tamanhos, propores, colorao e outros

    contveis ou mersticos como nmero de dentes, nmero de raios de nadadeiras, etc.

    O Sistema de classificao estabelecido por LINEU distribui as espcies domsticas em REINO, FILO,

    CLASSE, ORDEM, FAMLIA, GNERO e ESPCIE, podendo ocorrer subdivises entre estes

    agrupamentos. A apresentao dos nomes cientficos das espcies consiste em apresentar o nome genrico

    com inicial maiscula, seguido pelo nome especfico com inicial minscula, sendo ambos grifados ou em

    itlico e seguidos da inicial ou nome do classificador, separados por vrgula, devendo ainda, ser citado entre

    parnteses. Conforme descrito, a ttulo de exemplo, o nome cientfico dos taurinos Bos taurus L.

    As espcies animais domsticas esto agrupadas em quatro CLASSES zoolgicas (Mammalia = 17 espcies,

    Aves = 11 espcies, Pisces = 01 espcie, e Insecta = 02 espcies), pertencentes ao REINO Animalia, com as

    trs primeiras classes possuidoras de coluna vertebral, crnio e encfalo, considerados cordados superiores e

    pertencentes ao FILO Vertebrata, e a ltima ao FILO Invertebrata.

    A seguir, so apresentadas as principais espcies domsticas e suas classificaes taxonmicas:

    I - CLASSE MAMMALIA

    *Corpo coberto de plos; respirao pulmonar; corao com quatro cmaras; endotrmicos; fmeas com

    glndulas mamrias.

    Ordem: PERISSODACTYLA

    *Mamferos ungulados de dedos mpares. Grandes, pernas longas, ps com nmero mpar de artelhos dentro

    de um casco crneo; o eixo funcional da perna passa atravs do artelho mdio (terceiro artelho); estmago

    simples.

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    O1. Famlia: Equidae

    *Cavalos, asnos e zebras. Um dedo funcional com casco em cada membro; habitam plancies abertas ou

    desertos, alimentam-se basicamente de gramneas.

    Espcies: Equus caballus CAVALO

    Equus asinus - ASININO

    Ordem: ARTIODACTYLA

    *Mamferos ungulados de dedos pares. Tamanho variado; pernas geralmente longas, dois (raramente quatro)

    artelhos funcionais em cada p, cada um envolvido por um casco cornificado; eixo da perna entre os

    artelhos; muitos com chifres ou cornos; todos, com exceo dos sunos, com dentio reduzida; a maioria,

    com estmago com quatro compartimentos, ruminam.

    A - Subordem: Suiformes

    *Porcos e semelhantes. Sem cornos ou chifres, 38 a 44 dentes, caninos grandes como presas curvas.

    O2.Famlia: Suidae

    *Porcos do Velho Mundo. Muitos no Sul da frica.

    Espcie: Sus domesticus - SUNO

    B - Subordem: Tylopoda

    O3.Famlia: Camelidae

    *Ps macios, largos (sem cascos); um par de incisivos superiores; estmago com trs partes, ruminam.

    Espcies: Camelus bactrianus - CAMELO

    Camelus dromedarius - DROMEDRIO

    Lama glama - LHAMA

    Lama pacos - ALPACA

    C - Subordem: Ruminantia

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    *Ruminantes. Ps com cascos, ruminam.

    O4.Famlia: Cervidae

    *A espcie domstica Rangifer tarandus, das regies setentrionais, apresenta em ambos os sexos um par de

    chifres slidos, calcrios.

    Espcie: Rangifer tarandus - RENA

    O5.Famlia: Bovidae

    *Ruminantes com cornos ocos, pares, no ramificados, de queratina, com crescimento lento e contnuo na

    base, sobre bases sseas dos ossos frontais, geralmente em ambos os sexos, maiores nos machos.

    a)Subfamlia: Caprinae

    Espcies: Capra hircus - CAPRINO

    Ovis aries - OVINO

    b)Subfamlia: Bovinae

    Espcies: Bos taurus - TAURINO

    Bos indicus - ZEBUNO

    Bubalus bubalis - BUBALINO

    Ordem: CARNIVORA

    *Carnvoros, pequenos a grandes; geralmente com cinco artelhos (pelo menos quatro artelhos), todos com

    garras; pernas mveis, rdio e cbito, tbia e pernio completos e separados; incisivos pequenos, geralmente

    3/3; caninos 1/1, delgadas presas; tero bicrneo; placenta zonria.

    O6.Famlia: Felidae

    Espcie: Felis domestica - GATO

    O7.Famlia: Canidae

    Espcie: Canis familiaris - CO

    Ordem: LAGOMORPHA

    *Lebres e coelhos. Tamanho moderado a pequeno; artelhos com garras; cauda curta e grossa; incisivos em

    bisel; sem caninos; molares sem raiz, movimento das mandbulas apenas lateral.

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    O8.Famlia: Leporidae

    Espcie: Oryctolagus cuniculus - COELHO

    Ordem: RODENTIA

    *Roedores. Geralmente pequenos; pernas geralmente com cinco artelhos e garras; incisivos em bisel, sem

    raiz; desprovidos de caninos; movimento das mandbulas tanto para a frente e para trs, como para as

    laterais.

    O9.Famlia: Cavidae

    *Cauda curta ou ausente.

    Espcie: Cavia cobaya - COBAIA

    II-CLASSE AVES

    *Corpo coberto de penas; membros anteriores transformados em asas para vo; membros posteriores para

    nadar, andar ou empoleirar-se; geralmente quatro artelhos, nunca mais; boca distendida em bico, sem dentes;

    respirao pulmonar; corao com quatro cmaras; ovparas.

    SUB-CLASSE: Neornithes

    *Aves verdadeiras. Apresentam o segundo dedo como mais longo.

    Ordem: ANSENIFORMES

    *Patos, gansos e cisnes. Bico alargado com "unha" ou capa mais dura na extremidade; pernas curtas; ps

    com palmouras (palmpedes); filhotes cobertos de penas quando eclodem.

    1O.Famlia: Anatidae

    *Patos de superfcie, mergulham apenas a cabea e no o corpo ao se alimentarem.

    Espcies: Anser domesticus - GANSO

    Anas boschas - MARRECO

    Cairina moschata - PATO

    Cygnus olor - CISNE

    Ordem: GALLIFORMES

    *Bico curto; ps geralmente adaptados para ciscar e correr; filhotes cobertos com plumas ao eclodirem.

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    11.Famlia: Phasianidae

    Espcies: Gallus domesticus - GALINHA

    Phasianus colchicus - FAISO

    Numida galeata - CAPOTE

    Pavo cristatus - PAVO

    12.Famlia: Penelopidae

    Espcie: Meleagris gallopavo - PERU

    Ordem: COLUMBIFORMES

    *Bico geralmente curto e delgado, com pele mole e grossa na base (ceroma); filhotes nus; cosmopolitas.

    13.Famlia: Columbidae

    Espcie: Columba livia - POMBO

    Ordem: STRUTHIONIFORMES

    *Aves andadoras que no voam; asas reduzidas; cabea, pescoo e pernas com penas escassas.

    14.Famlia: Struthionidae

    Espcie: Struthio camelus - AVESTRUZ

    III-CLASSE PISCES

    *Animais com respirao branquial; aquticos; corao com uma aurcula.

    SUB-CLASSE: Actinopterygii

    *Peixes de nadadeiras com raios.

    Ordem: OSTARIOPHYSI

    *Grupo dominante de peixes de gua doce.

    15.Famlia: Cyprinidae

    Espcie: Cyprinus carpio - CARPA

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    IV-CLASSE INSECTA (HEXAPODA)

    *Insetos. Cabea, trax e abdome distintos; um par de antenas (exceto na ordem protura); peas bucais para

    mastigar, sugar ou lamber; trax tipicamente com trs pares de pernas articuladas e dois pares de asas muito

    variadas, reduzidas ou ausentes; sexos separados.

    Ordem: LEPIDOPTERA

    *Mariposas e borboletas. Tamanho variado; peas bucais nas larvas para mastigar e nos adultos para sugar

    (espiritromba); antenas longas; quatro asas membranosas cobertas por escamas finas.

    16.Famlia: Bombycidae

    Espcie: Bombyx mori - BICHO-DA-SEDA

    Ordem: HYMENOPTERA

    *Vespas, formigas, abelhas, etc. Peas bucais mastigadoras ou mastigadoras-lambedoras; dois pares de asas

    pequenas (ou ausentes), membranosas, poucas nervuras; base do abdmen geralmente estreita; fmeas com

    ovipositor para serrar, perfurar ou picar; larvas em forma de lagarta ou podes; metamorfose completa;

    algumas espcies vivem em colnia.

    17.Famlia: Apidae

    *Abelhas. Olhos peludos; operrias com cestas de plen (corbculas) nas patas posteriores.

    Espcie: Apis mellifera - ABELHA

    Subespcies: Apis mellifera mellifera - ALEM

    Apis mellifera ligustica - ITALIANA

    Apis mellifera adansonii - AFRICANA

    Apis mellifera carnica - CARNICA

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    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603-250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: ORIGEM E DOMESTICAO DAS ESPCIES DE INTERESSE ZOOTCNICO

    Inicialmente, admitia-se que todas as espcies domsticas teriam se originado na sia, entretanto, com os

    trabalhos de paleontologia desenvolvidos ficou esclarecido que, embora os asiticos tivessem domesticado

    grande parte das espcies domsticas atuais e, naquele continente tivessem origem grande nmeros de

    espcies, em outros continentes surgiram e foram domesticadas espcies de interesse zootcnico.

    A seguir, so apresentadas as principais espcies domsticas de interesse zootcnico, com possveis origens e

    ancestrais.

    1. CAVALO (Equus caballus)

    Originado na Amrica, onde no sobreviveu, e domesticado na sia na Idade dos Metais, cerca de 3.500

    anos a.C.

    O Eohippus (em grego, "aurora do cavalo"), tambm conhecido como Hyracoterium, considerado o

    antepassado mais remoto do cavalo. Apresentava quatro dedos nos membros anteriores e trs nos posteriores

    e estatura em torno de 0,40m.

    2. ASININO (Equus asinus)

    Originado na frica (Nbia e Etipia) e na sia (Tib), onde foi encontrado em estado selvagem.

    Na escala evolutiva do Eohippus, chegou-se ao Hipparium, que viveu na Amrica, sia e frica, e deu

    origem aos asininos e zebras. O Equus taeniopus, africano, a possvel espcie selvagem originria dos

    asininos, ainda sobrevivente.

    Possivelmente, foi domesticado antes dos eqinos, no vale do Nilo, na frica, cerca de 5.000 anos a.C.

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    3. SUNO (Sus domesticus)

    Descende provavelmente de duas espcies primitivas, uma delas sobrevivente, o Sus scrofa ou Javali

    europeu; e o Sus indicus ou javali asitico, forma selvagem desconhecida, que apresenta Sus vittatus como

    forma sobrevivente, em extensa rea da China.

    Domesticado inicialmente na China, cerca de 4.000 anos a.C.

    4. CAMELO (Camelus bactrianus)

    Originado e domesticado na sia, possivelmente na Bactriana, atual Afeganisto, aps o ano 1.000 a.C.

    Possui como ancestral o Camelus bactrianus.

    5. DROMEDRIO (Camelus dromedarius)Originado e domesticado na Arbia ou Sudoeste da sia, cerca de 1.200 anos a.C. Sua origem est ligada

    diretamente ao Macrauchenia, que viveu no continente americano e chegou sia pelo istmo de Bering.

    6. LHAMA (Lama glama)

    Originada e domesticada na Cordilheira dos Andes, na Bolvia e Peru, pelos Incas. O guanaco (Lama

    guanicoe) a possvel forma selvagem que originou a lhama, que tem origem a partir do Auchenia.

    7. ALPACA (Lama pacos)

    Originada e domesticada na Cordilheira dos Andes, na Bolvia e Peru, pelos Incas. Tem origem a partir do

    Auchenia.

    8. RENA (Rangifer tarandus)

    Originada e domesticada nas Regies rticas da sia. Possui como forma selvagem o Rangifer tarandus

    fennicus, que existe na Sibria como subespcie.

    9. CAPRINO (Capra hircus)

    Segunda espcie a ser domesticada e primeiro animal leiteiro domesticado, superando os ovinos em

    prioridade quanto maior abundncia de fsseis (DOMINGUES, 1968), possivelmente no Oriente Mdio,tendo-se sugerido a Prsia ou a Palestina como locais (HEISER JUNIOR, 1977).

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    13. BFALO (Bubalus bubalis)

    Originado e domesticado na sia. Possivelmente descende do Arni (Bubalus indicus). A poca da

    domesticao imprecisa, embora na cultura do Mohenjo Daro na ndia (2.500 anos a.C.) e na China (1.000

    anos a.C.) j era conhecido prestando utilidade.

    14. GATO (Felis domestica)

    H dvidas quanto origem geogrfica e zoolgica do gato. Admite-se ter se originado a partir do Felis

    catus, europeu, ou do Felis maniculata, africano (da Nbia e Abissnia). Foi domesticado no Egito, cerca de

    3.000 anos a.C., onde foi considerado deus Bast.

    15. CO (Canis familiaris)

    A mais antiga espcie domstica o co. Domesticada no Neoltico, no Velho Mundo, e utilizada

    possivelmente, no incio, para alimentao e depois como auxiliar do homem na caa.

    Quanto origem do co h duas hipteses:

    a) Hiptese da origem nica: Baseada na esterilidade entre espcies selvagens de ces e na fecundidade entre

    as raas domsticas. Tambm fundamenta-se no hbito de latir, prprio dos ces domsticos. Neste caso, o

    co seria originado do pequeno lobo indiano, do Chacal, do Lobo, ou ainda, de alguma espcie selvagem

    extinta.

    b) Hiptese da origem polifiltica: Baseada na grande diversidade de raas e nas semelhanas entre raasdomsticas e determinadas espcies selvagens em diversas regies da terra. Dessa forma, o co teria se

    originado, conforme a regio que habita, tendo como ancestrais:

    01-Canis pallipes ou pequeno lobo indiano;

    02-Canis lupus ou lobo europeu;

    03-Canis aureus ou Chacal dourado (originou ces de pequeno porte);

    04-Canis sinensis, da Abissnia (originou raas de Galgos);

    05-Canis lupus occidentalis ou lobo americano (originou ces dos ndios americanos);

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    06-Canis latrans ou coiote americano (originou ces dos ndios americanos);

    07-Canis ingae ou co dos Incas;

    08-Canis cancrivorus ou co selvagem das Guianas;

    09-Canis mesomelas ou Chacal de dorso preto, da frica meridional;

    10-Canis adustus ou Chacal listrado.

    16. COELHO (Oryctolagus cuniculus)

    Descende do Oryctolagus cuniculus, de origem europia. Provavelmente foi domesticado na Pennsula

    Ibrica.

    17. COBAIA (Cavia cobaya)

    Descende de Cavia aperea ou pre, forma selvagem encontrada na Amrica do Sul. Domesticada pelos Incas.

    18. GANSO (Anser domesticus)

    Descende provavelmente das espcies selvagens Anser cygnoides ou ganso Chins; Anser canadensis ou

    ganso do Canad; e Anser cinereus ou Anser ferus, o ganso europeu, e mais importante descendente. Suadomesticao deve ter ocorrido em vrios locais, como China, ndia e Egito.

    19. MARRECO (Anas boschas)

    Descende da espcie selvagem Anas boschas, sobrevivente no norte da Europa, sia, Amrica do Norte e

    frica. De domesticao recente, no se conhecendo formas pr-histricas dos marrecos. Era criado em

    cativeiro pelos romanos que, provavelmente, o domesticaram.

    20. PATO (Cairina moschata)

    Descende da espcie selvagem Cairina moschata, sobrevivente em lagoas e banhados da Amrica do Sul.

    Possivelmente domesticado na Europa (DOMINGUES, 1968), embora HEISER JUNIOR (1977) admita sua

    domesticao na Amrica do Sul.

    21. CISNE (Cygnus olor)

    Descende do Cygnus olor, de origem europia. Domesticado provavelmente no fim da Idade Mdia, na

    Europa.

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    22. GALINHA (Gallus domesticus)

    Originada na ndia e domesticada na ndia, China e Prsia. Possui como antepassado direto o Gallus bankiva

    ou galinha selvagem da ndia e Indochina, ainda sobrevivente. Podendo ser includas como ancestrais da

    galinha domstica, devido interfecundidade, trs espcies selvagens da sia meridional, Gallus sonnerati

    ou galinha parda da ndia, Gallus lafayetti ou galinha do Ceilo e Gallus varius ou galinha de Java.

    23. FAISO (Phasianus colchicus)

    Descende da espcie selvagem Phasianus colchicus, da regio do Rio Phase, na antiguidade, limite entre

    Europa e sia. No considerada espcie perfeitamente domstica. Provavelmente os Gregos persistiram na

    sua domesticao, complementada pelos Ingleses, pelo que a espcie tambm conhecida como faisoingls.

    24. CAPOTE (Numida galeata)

    A forma selvagem deve ter sido Numida galeata, dispersa na frica ocidental, Nigria, Senegal, Marrocos e

    Ilhas de Cabo Verde, sendo inclusive conhecida como galinha d`angola. No considerada espcie

    perfeitamente domstica, embora Gregos e Romanos a criavam em domesticao.

    25. PAVO (Pavo cristatus)

    Descende de Pavo cristatus, de origem da ndia e Ir. Domesticado na Grcia.

    26. PERU (Meleagris gallopavo)

    Descende da espcie selvagem americana Meleagris gallopavo, das regies montanhosas dos EUA eMxico. Domesticada provavelmente pelos ndios Astecas do Mxico, antes de 2.000 anos a.C.

    27. POMBO (Columba livia)

    Descende do pombo selvagem dos rochedos ou torcaz (Columba palimbus), encontrado nas costas

    meridionais da Noruega, Ilhas Canrias e Madeira, costas do Mediterrneo, ndia e Japo. De domesticao

    remota e em diferentes locais. Como ave de criao reconhecida a partir de 3.000 anos a.C., no Egito.

    28. AVESTRUZ (Struthio camelus)

    Descende das espcies africanas Struthio camelus e Struthio australis. Domesticada na frica do Sul.

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    29. CARPA (Cyprinus carpio)

    Descende de Cyprinus carpio, da Prsia e sia Menor, onde foi iniciada a criao em cativeiro. A

    domesticao iniciou na China, desde 2.100 anos a.C.

    30. BICHO-DA-SEDA (Bombyx mori)

    Descende de Bombyx religiosae, de origem chinesa, onde foi criado inicialmente antes de 2.500 anos a.C.

    31. ABELHA (Apis mellifera)

    Descende das subespcies primitivas de Apis mellifera fasciata ou abelha alem, de Apis mellifera ligustica

    ou abelha italiana e de Apis mellifera adansonii ou abelha africana. A primeira abelha criada foi

    provavelmente a Apis mellifera ligustica.

    Segundo IOIRISH (1981), antes de domesticar as abelhas, o homem pilhava o mel. H cerca de 5.000 a

    6.000 anos existiam colmias primitivas no Egito e em outros pases da Antiguidade, de formas diversas,

    fixas em argila cozida. Na Grcia antiga, as colmias em forma de vaso eram feitas de bronze; enquanto que

    na antiga Roma, eram de madeira. Nas regies Sul e no Cucaso, as colmias eram feitas de ramos ou de

    palha entranada, endurecidos com argila. Em 1814, o apicultor ucraniano I. Prokopovitch inventou a

    colmia de quadros mveis. A colmia desmontvel de quadros mveis foi desenvolvida pelo apicultor

    americano Loureno Langstroth, em 1851, e foi aperfeioada por outro apicultor americano, Amos Ives

    Root, passando a denominar-se colmia Langstroth-Root.

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    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO

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    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603-250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: CLASSIFICAO DAS APTIDES E FUNES ZOOTCNICAS

    I - APTIDES E FUNES MORFOLGICAS, FISIOLGICAS E ECONMICAS

    Aptido zootcnica, produtiva ou econmica a disposio natural do animal domstico para exercer

    determinada funo produtiva, na dependncia de sua capacidade para determinada produo.

    A aptido zootcnica uma caracterstica em potencial do animal para produo em maior ou menor grau,

    sendo portanto hereditria, consistindo da soma das virtualidades produtivas que o animal transmite aos seus

    descendentes. Enquanto a funo produtiva de natureza fenotpica e depende do ambiente (manejo, clima,

    alimento, exerccio, etc.) para a exteriorizao. Assim, a cabra leiteira transmite tima, boa ou m aptido

    para lactao, enquanto o bode tambm transmita essa aptido incapaz de exibir a funo respectiva.

    As funes produtivas, tambm denominadas de funes econmicas dos animais domsticos, consistem de

    atos fisiolgicos dos quais resultam utilidades ou servios, os quais servem para garantir a sobrevivncia do

    indivduo ou da espcie, e, ao serem explorados pelo homem, ganham a caracterstica fundamental de

    funes econmicas. Para que sejam exploradas economicamente, no basta que satisfaam as necessidades

    vitais do animal, mas que forneam uma sobra utilizvel de sua produo. Isto , a funo deve ser altamente

    especializada (COSTA, 2000).Segundo COSTA (2000), o desenvolvimento das funes produtivas foi simples, desde que a lgica

    sensibilizou o homem a reter para reproduo os animais mais produtivos. Essa seleo, processada

    atravs de sculos, e o acmulo de seus resultados, permitiram se atingir as elevadas produes atualmente

    verificadas nas denominadas raas especializadas.

    As principais funes fisiolgicas de interesse zootcnico podem ser agrupadas quanto aos atos fisiolgicos

    em:

    a) DE CRESCIMENTO: Aumento da massa corporal em funo do tempo.

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    b) DE LOCOMOO: Capacidade de transladar-se no espao em progresso contnua, partindo de uma

    postura inicial de equilbrio.

    Os segmentos envolvidos na locomoo so agrupados em:

    ATIVOS: Representados pelos msculos.

    PASSIVOS: Representados pelos ossos e suas ligaes, cartilagens, bolsas sinoviais e tendes.

    A dinmica corporal ou movimentos so agrupados em:

    MOVIMENTOS LOCAIS: No aparecem na locomoo, sem deslocamento: decubitar, levantar,

    escoicear, etc.

    MOVIMENTOS COM DESLOCAMENTO: Constituem o ato da locomoo, envolvendo passo, trote,

    galope e marcha, como tambm os movimentos especiais, como recuar, saltar, escalar, nadar, bem como os

    de "alta escala".c) DE REPRODUO: Responsvel pela perpetuao das espcies.

    d) DE LACTAO: O colostro e o leite so indispensveis vida dos mamferos.

    As funes produtivas variam com a espcie, raa e sexo do animal, e com o tipo de explorao, ocorrendo

    os seguintes tipos de funes produtivas:

    a) Produo de alimentos: carnes e derivados (vsceras, toucinho, gorduras), leites e derivados (queijo,

    manteiga), ovos, mel e correlatos (prpolis, gelia real), etc.

    Espcies: Bovina, bubalina, suna, ovina, caprina, coelhos, aves, abelhas, e tambm eqdeos em certas

    regies. Na Bolvia e Peru, a cobaia constitui fonte alimentar.

    b) Matria-prima para a indstria manufatureira: l, plos, cerdas, crinas, seda, peles, couros, cornos,

    cascos, gorduras no comestveis (sebo), penas, plumas, bile, etc.

    Espcies: Ovina, caprina, bicho-da-seda, coelho, bovina, bubalina, eqdeos, alpaca e aves.

    c) Fora motriz: trabalho e esporte.

    Espcies: Eqdeos, bovina, bubalina, camelo, lhama, rena e co.

    d) Despojos e adornos.

    Espcies: Neste particular se inclui a funo das aves domsticas, cujas plumas so usadas como adorno ou

    na confeco de objetos de uso domstico. O avestruz a mais importante das aves quanto produo de

    plumas, pelo seu valor, j que as demais produzem plumas utilizadas como despojos em almofadas,

    travesseiros, colches, etc.

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    e) Adubo orgnico: detritos e excrees. Deve-se ressaltar que o esterco da lhama no utilizado como

    adubo e sim como combustvel.

    Espcies: Bovina, bubalina, eqdeos, ovina, caprina e aves.

    f) Funo afetiva.

    Espcies: Co e gato, podendo-se ainda incluir ainda aves ornamentais, como os paves e cisnes.

    g) Faro e segurana: Explora-se o olfato dos ces (faro), bastante eficiente dentre as espcies domsticas, e

    a coragem, notvel qualidade moral seja para caa, seja para auxiliar s aes policiais e na defesa do

    prprio homem.

    Espcie: Co.

    h) Funo humanitria: Servio prestado pelos animais de laboratrio.

    Espcies: Cobaia, coelho, eqina.

    i) Capital vivo: Em concomitncia com a funo produtiva, certos animais aumentam de valor com a idade,

    e nisso reside uma das grandes diferenas entre a mquina viva e a mquina propriamente dita. Enquanto

    esta s pode funcionar a partir do dia em que esteja pronta e acabada, o animal pode produzir e trabalhar sem

    ter alcanado ainda o seu completo desenvolvimento. A seguir, so apresentados dados referenciais da

    valorizao de algumas espcies com a idade:

    ESPCIE VALOR CRESCENTE VALOR CONSTANTE

    Eqina e bovina

    Ovina e caprina

    Suna

    Galinha caipira

    at 5 anos

    at 4 anos

    at 2 anos

    at 1 ano

    de 7 a 10 anos

    at 6 anos

    at 3 anos

    at 2 anos

    Obs.: Os reprodutores so exceo, devido avaliao pelo mrito da descendncia (Teste de prognie).

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    II TIPO TNICO E TIPO ZOOTCNICO

    Tipo tnico o tipo referente raa. Nada mais do que o tipo racial. A fisionomia, o conjunto dos

    caracteres exteriores e hereditrios de uma raa. uma expresso da etnografia.

    Tipo zootcnico constitui uma expresso de exterior, designando uma conformao que corresponde a certa

    utilizao do animal. Portanto, nada tem a ver com a noo de raa, e to somente de rendimento

    zootcnico. Como exemplo, "tipo leiteiro", refere-se conformao do animal cuja funo produzir leite,

    no importando qual a raa.

    III CLASSIFICAO ZOOTCNICA DAS ESPCIES DOMSTICAS

    1. EQINA

    a) Sela: Cavalos leves, enrgicos, inteligentes, com ossatura fina e densa, tendes e articulaes bem

    definidos, corpo enxuto e estatura superior a 1,45m.

    Ex.: rabe e Mangalarga Marchador.

    b) Trao: Cavalos com aspecto largo e profundo, bem proporcionado. Ossatura forte, musculatura

    abundante. Menos gil que o cavalo de sela. Andar desembaraado, direito e regular.

    Ex.: Perchero e Breto.

    c) Misto (Sela e Trao): Cavalos com caractersticas intermedirias entre os tipos sela e trao.

    Ex.: Andaluz.

    2. SUNA

    a) Banha: Tambm conhecidos como "lard type". Apresentam o corpo largo, profundo, simtrico, baixo e

    compacto.

    Ex.: Raas nativas brasileiras Canastra e Piau.

    b) Carne magra: Tambm conhecidos como "bacon type". Apresentam o corpo longo, profundo, bem

    equilibrado ou com quartos posteriores predominantes.

    Ex.: Wessex.

    c) Carne e toucinho: Sunos intermedirios entre os tipos banha e carne magra.

    Ex.: Landrace.

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    3. BOVINA

    a) Leite: Apresentam tendncia leiteira, ou seja, atributos indicativos de aptido leiteira. Demonstram forma

    de cunha, quando observados sob trs ngulos:

    Visto de lado, a linha inferior se mostra descendente da frente para trs.

    Visto de frente, as linhas das paletas se abrem para baixo;

    Visto de cima, as linhas laterais apertadas na frente, se afastam nos quartos posteriores.

    A aparncia geral, em comparao com a dos bovinos de corte, de um animal menos musculoso, com

    ngulos e costelas mais salientes, porm revelando vivacidade, vigor e sade. Apresentam um bom

    desenvolvimento das glndulas mamrias.

    Ex.: Holandesa, Jersey, Guernsey.

    b) Corte: Apresentam tendncia engorda, ou seja, atributos relacionados com a capacidade de ganhar peso.

    Possuem corpo em forma de cilindro compacto, profundo e moderadamente comprido. Deve ser to liso

    quanto possvel na unio das diversas regies, sem salincias nas espduas, sacro e base da cauda; sem

    depresses no cilhadouro e flancos; bem proporcionados e devem se locomover com facilidade.

    A linha superior deve ser retilnea, larga e bem musculosa desde o pescoo at a base da cauda. O quarto

    anterior deve ser largo, profundo, cheio e apresentar bom espao entre os membros, denotando boa

    capacidade respiratria, e o quarto posterior deve ser comprido, largo e profundo.

    O corpo tem a forma cilndrica, conforme a raa, com os quartos anteriores e posteriores igualmente

    desenvolvidos, preferindo-se maior volume muscular nos posteriores.

    Ex.: Hereford, Nelore, Indubrasil.

    c) Trao: Os bovinos tipo trao apresentam conformao compacta, forte e musculatura bem desenvolvida,

    principalmente no dorso e quartos posteriores. Pernas curtas e fortes, possuindo peito largo. O peso do corpo

    apoia-se cerca de 60% nos membros anteriores e 40% nos membros posteriores. O temperamento deve ser

    dcil, calmo e sem vcios.Ex.: Mestios nativos.

    d) Misto (Leite e carne): Apresentam atributos intermedirios aos bovinos tipo carne e tipo leite

    Ex.: Pardo suo, Sindi.

    4. CAPRINA

    30

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    a) Leite: Muito semelhantes s caractersticas gerais da vaca leiteira, possuindo conformao geral tendendo

    s formas clssicas de cunha. Aspecto descarnado, feminilidade acentuada nas matrizes e, sobretudo, bere

    desenvolvido e glanduloso.

    Ex.: Saanen, Parda Alpina.

    b) Corte: Corpo comprido e profundo, largo no dorso, espduas bem desenvolvidas e com amplas e bem

    distribudas massas musculares. Peito amplo, largo, com boa profundidade e com uma profunda e larga

    massa muscular. Linha dorso-lombar retilnea e ampla. Trax profundo, com costados bem arqueados e

    musculosos, e com costelas bem separadas. Ancas bem separadas, musculosas e arredondadas. Garupa

    ampla e comprida, com inclinao suave e boa cobertura muscular.

    Ex.: Boer.

    c) Plo: Caprinos com pelo brilhoso, fino, suave e uniforme. So preferidos os animais de pelos cacheados e

    enovelados, sendo rejeitados os fios muito lisos, curtos, untuosos, esponjosos e grosseiros.

    Ex.: Angor.

    d) Misto (leite e carne): Caprinos que apresentam, em geral, baixa capacidade para produzir leite e carne.

    Devem ser melhorados visando maior grau de especializao para o tipo desejado.

    Ex.: Moxot, Anglo-nubiana.

    5. OVINA

    a) L: Apresentam pequeno porte e corpo menos profundo que os demais tipos. O corpo apresenta como

    contorno desejvel o mais cilndrico, envolto por uma densa cobertura de l, ocorrendo os tipos de l fina,

    mdia ou forte. caracterstica a presena de maior ou menor nmero de rugas na pele, especialmente no

    pescoo e peito.

    Ex.: L fina a forte - Merinos.

    L forte - Corriedale, Ideal, Romney Marsh e Suffolk.

    TIPO DE L DIMETRO DAS FIBRAS

    (MICRMETROS)

    CLASSIFICAO

    BRASILEIRA

    Fina 16 a 20 Merina

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    Mdia

    Forte

    20 a 22

    23 a 26

    Merina

    Amerinada, Prima A e Prima B

    b) Corte e Pele: Ovinos deslanados, presentes no Nordeste brasileiro. A substituio do velo de l por ploscurtos se deve adaptao ao ambiente tropical. Tendem a possuir porte superior ao dos ovinos tipo l.

    Ex.: Santa Ins e Morada Nova.

    c) Misto (Leite, carne e L): Apresentam carcaas de boa qualidade; l de espessura e comprimento mdios e

    de inferior qualidade, usada geralmente em tecidos grosseiros; e, baixa produo de leite com alto teor de

    gordura. Devem ser melhorados visando maior grau de especializao para o tipo desejado.

    Ex.: Bergamcia.

    6. BUBALINA

    a) Leite.

    Ex.: Murrah, Mediterrnea.

    b) Misto:

    Leite e Carne.

    Ex.: Jaffarabadi.

    Carne e Trao.

    Ex.: Carabao.

    7. AVES

    a) Postura.

    As boas poedeiras apresentam cristas, barbelas e patas descoradas e pouco desenvolvimento corporal,

    mostrando aparncia sadia.

    b) Corte.

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    MINISTRIO DA EDUCAO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603-250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: NOMENCLATURA E LOCALIZAO DAS REGIES DO CORPO DOS ANIMAIS

    1 - INTRODUO

    O conhecimento da localizao, limites e denominaes das regies do corpo de fundamental importncia

    para que se possa julgar com eficincia um animal, assim como classific-lo (Neiva, 1998).

    As regies do corpo dos animais possuem denominaes prprias, assim como os rgos que nele se

    encontram, quer no seu exterior (olhos, ouvidos, boca, nariz, etc.); quer no seu interior (corao, fgado, rins,

    intestinos, etc.).

    O estudo das denominaes de cada regio externa do corpo dos animais e das suas delimitaes se conhece

    como ezoognsia.

    Cada regio do corpo dos animais possui particularidades de acordo com as espcies e, dentro das espcies,

    com as raas e tipos zootcnicos.

    Basicamente, podemos subdividir o corpo de um animal em quatro partes, quais sejam: cabea, pescoo,tronco e membros.

    A seguir, esto apresentadas as principais regies do corpo dos animais domsticos, sendo citados,

    inicialmente o termo utilizado em ezoognsia, e a seguir, os respectivos sinnimos, que podem ser

    apropriados ou no.

    2 - REGIES DO CORPO DOS BOVINOS2.1 - CABEA

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    Na cabea, encontra-se o maior nmero de partes, que pelas caractersticas, auxiliam na identificao do

    animal, quanto ao grupo racial a qual pertence (Neiva, 1998). A cabea composta por quatro faces e duas

    extremidades:

    I) As faces so:

    Anterior - Formada pela fronte, chanfro e espelho nasal.

    Posterior - Onde localizam-se a ganacha e entre-ganacha.

    Laterais -(direita e esquerda) - Onde esto as orelhas, olhais, olhos, bochechas, narinas e fontes.

    II) As extremidades so:

    Superior - Limitada pela nuca, partida e pela garganta.

    Inferior - Constituda pela boca.

    FRONTE, FRONTAL ou TESTA - Regio mpar que tem por base anatmica os ossos frontais, parietais e

    face anterior do occipital, localizada na parte ntero-superior da cabea. Limitada posteriormente pela nuca,

    inferiormente pelo chanfro, e lateralmente pelos olhos, olhais, fontes e orelhas.

    MARRAFA ou TOPETE - Regio mpar correspondente ao bordo caudal da fronte, situada medianamente

    insero dos cornos. Anatomicamente denominada protuberncia intercornual. Nos animais mochos, a

    marrafa saliente e arredondada. "Nimburi" o termo usado na ndia para designar a eminncia frontal. Namarrafa, s vezes est presente o topete ou tufo de pelos.

    CHANFRO ou CANA DAS VENTAS - Regio mpar que tem por base anatmica os ossos nasais. Seu

    limite caudal a fronte; o oral, o espelho e as narinas; e os laterais, as bochechas. O perfil da fronte

    juntamente com o do chanfro caracterizam o perfil da cabea, que segundo Neiva (1998) pode ser retilnea,

    concavilnea e convexilnea, sendo as duas ltimas sub-divididas em ultracncavo e subcncavo e

    ultraconvexo e subconvexo, respectivamente. A ttulo de exemplo, destacam-se os perfs ultra-convexo no

    Gir; sub-convexo no Indubrasil, no Sindi e no Nelore; e, sub-cncavo no Guzer.

    CORNO, ASPA ou ARMA - Regio par formada pelo estojo crneo que recobre o processo cornual. Varia

    quanto insero, dimetro, comprimento, seo transversal, forma e colorao, o que tem grande

    importncia na caracterizao das raas, devido alta hereditariedade dessas variaes. Podem estar

    ausentes em algumas raas, denominadas mochas, em ingls "polled". Outra variao o corno chamado

    "banana", mvel e pendente, onde a cavilha ssea na sua conjuno com a marrafa interrompe-se e um

    tecido fibro-cartilaginoso liga o corno cabea, explicando-se, assim, sua mobilidade, alis muito varivel,

    podendo chegar a ser nula. O animal que apresenta cornos denominado aspado. Por batoque se entende os

    34

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    tocos de cornos (em ingls, "scurs"), rudimentos de aspas, protuberncias, botes, no aderidos ao tecido

    sseo da caixa craniana, diferentemente dos cornos verdadeiros.

    ORELHA - Regio par implantada entre a fronte, a nuca e a partida. Anatomicamente corresponde ao

    pavilho auricular. Tem por base anatmica cartilagem e msculos. Serve para distinguir as raas, visto

    serem a forma, dimenso e posio altamente hereditrias. Nos bovinos europeus, no h grande variao emseu formato e tamanho, que normalmente so curtas e mdias e de pontas arredondadas. O posicionamento

    da orelha fator indicativo de temperamento e estado de higidez dos animais.

    OLHO ou VISTA - Regio par, situada entre a fronte, o chanfro e a bochecha. Consiste do globo ocular,

    protegidos pelas plpebras e pestanas; devem ser simtricos. Constitui-se fator indicativo do tipo tnico e da

    sade dos animais. So elpticos (Guzer e Nelore) e mais aproximados da forma circular nas outras raas.

    BOCA - Regio mpar. Limita-se com o focinho, as narinas e bochechas. Tem por base anatmica os

    intermaxilares, maxilares e palatinos. Nela encontram-se os lbios, os dentes, as gengivas, o cu da boca,

    palato ou palatino e a lngua. Nos bovinos, os incisivos superiores e os caninos so ausentes, onde se verifica

    uma cartilagem dura revestindo a gengiva, denominada almofada dentria.

    GANACHA ou PARTE POSTERIOR DO QUEIXO - Regio par, situada abaixo da bochecha, tem por base

    anatmica as bordas ventrais das mandbulas.

    GARGANTA, GORJA ou GOLA - Regio mpar, situada entre o pescoo e a fauce. Deve ser larga,

    correspondendo a um bom desenvolvimento da laringe e ao afastamento dos ramos do mandibular. Quando a

    garganta larga, a boca espaosa e o animal comedor.

    ESPELHO - Situado entre as narinas e acima do lbio superior. Corresponde anatomicamente regio naso-

    labial. As rugosidades do espelho apresentam variaes individuais que permitem identificao especfica,

    tal qual impresses digitais dos humanos. A colorao do espelho constitui-se em indicativo da pureza racial

    e tambm pode caracterizar o estado sanitrio do animal, devendo apresentar-se mido e brilhoso. Nos

    zebunos, o espelho deve ser preto.

    NUCA - Regio mpar que tem por base anatmica a articulao atlideo-occipital. Est situada entre asorelhas, posteriormente crista nucal (marrafa) e anteriormente ao bordo superior do pescoo. Deve ser

    espaosa.

    PARTIDA - Regio par compreendida pela glndula do mesmo nome. Situa-se entre a orelha, garganta,

    bochecha e tbua do pescoo. Deve apresentar ligeira depresso.

    FONTE ou TMPORA - Regio par, em salincia, situada entre a orelha, a fronte, o olho e a bochecha. Tem

    por base anatmica a fossa temporal.

    35

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    BOCHECHA - Regio par, situada entre a fonte, o chanfro, o olho, a partida, a boca e a ganacha. Divide-se

    em "chato da bochecha" e "bolsa" que tm por base anatmica, respectivamente, os msculos masseter e

    bucinador.

    NARINA ou VENTA - Regio par, correspondente abertura externa das vias respiratrias ou aberturas

    nasais. Tem por base anatmica cartilagens e msculos. Devem estar sempre bem abertas e saudveis.

    FAUCE, ENTRE GANACHAS ou CALHA - Regio mpar, limitada lateralmente pelas ganachas,

    posteriormente pela garganta e anteriormente pelo lbio inferior. Tem por base anatmica o hiide e

    msculos.

    GARGANTA, GORJA ou GOLA - Regio mpar, situada entre o pescoo e a fauce. Deve ser larga,

    correspondendo a um bom desenvolvimento da laringe e ao afastamento dos ramos do mandibular. Quando a

    garganta larga, a boca espaosa e o animal comedor.

    2.2-PESCOO - Liga-se anteriormente nuca, partidas e garganta; posteriormente cernelha, escpula e

    peito. Tem por base anatmica as vrtebras cervicais, ligamentos cervicais e msculos. As tbuas direita e

    esquerda, apresentam a "goteira da jugular", depresso longitudinal por onde passa a veia de mesmo nome.

    As tbuas apresentam, ainda, dobras da pele que a reveste e que se mostra frouxa. No bordo superior ocorre,

    nos machos taurinos, uma massa msculo-gordurosa denominada cangote, diferente do cupim dos zebunos.

    No bordo inferior insere-se a barbela ou papada, prolongamento da pele que reveste este bordo, muito

    desenvolvida nos zebunos. Forma na parte anterior a papada e desce ao longo do pescoo at a extremidade

    deste.

    BARBELA - A barbela se inicia discretamente bifurcada em dois pequenos ramos que se juntam, at

    alcanar a inter-axila e atingir o refego, ou seja, a dobra de pele que percorre o esterno e liga, na maioria dos

    casos, a barbela ao umbigo. O desenvolvimento do refego, s vezes, acompanha o da barbela.

    2.3-TRONCO

    CERNELHA, GARROTE ou CRUZES - Regio mpar, anatomicamente denominada regio inter-escapular.

    Situa-se entre o bordo superior do pescoo e o dorso. Tem por base anatmica as apfises espinhosas da

    segunda stima vrtebra torcica. elemento indicador do tipo zootcnico.

    GIBA ou CUPIM - Presente nos Zebunos. Situa-se no alto da cernelha, estendendo-se um pouco para frente,

    e sua base no deve ultrapassar posteriormente a vertical que passa pelo cotovelo, tangenciando-o. Tem porbase anatmica os msculos rombide e trapzio. Varia de dimenses conforme o sexo e a raa. O cupim

    tombado constitui defeito.36

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    DORSO ou ESPINHAO - Regio mpar, localizada entre a cernelha e o lombo, acima dos costados. Tem

    por base anatmica as ltimas vrtebras torcicas e msculos correspondentes, conhecida como regio

    torxica dorsal. Deve ser retilneo, amplo e longo.

    LOMBO ou RIM - Regio mpar, situada entre o dorso e a garupa, acima dos flancos e adiante das ancas.

    Tem por base anatmica as vrtebras lombares e os msculos correspondentes (leo, espinais e psoas). Deveser amplo e anguloso. comum no Zebu o lombo oblquo, ascendente, de que resulta uma garupa alta.

    ANCA, QUADRIL, COXAL ou CADEIRA - Regio par, em salincia, situada no limite entre o lombo e a

    garupa, posteriormente e acima dos flancos. Anatomicamente, corresponde ao ngulo anterior externo do

    osso leo, denominada tuberosidade coxal. Devem ser afastadas e ao nvel do lombo e da garupa.

    GARUPA - Est situada entre o lombo e a base da cauda, separada da coxa pela linha que liga a anca ponta

    da ndega. Tem por base anatmica o osso sacro, o coxal e msculos correspondentes, denominada regio

    gltea ou sacral. Apresenta forma trapezoidal, delimitada pelas linhas e ngulos que unem as tuberosidades

    isquiticas entre si e os ngulos externos dos leos. Sua beleza est em ser ampla, em plano horizontal.

    Normalmente considerada "teto do bere".

    PEITO - Regio mpar, situada entre a base do pescoo, a ponta das escpulas e as inter-axilas. Tem por base

    anatmica a extremidade anterior do esterno e respectivos msculos, denominada regio pr-esternal. Deve

    ser largo e musculoso nos bovinos de corte e mais discreto nos bovinos leiteiros. Em ambos os casos, deve

    apresentar o couro pregueado e frouxo.

    AXILA ou SOVACO - Regio entre o membro anterior e as inter-axilas. Nessa regio a pele mais flcida e

    os pelos mais ralos.

    INTER-AXILA - Regio situada entre as axilas, posteriormente ao peito e adiante do cilhadouro. Tem por

    base anatmica a poro mdia do osso esterno e msculos.

    COSTADO ou COSTELAS - Regio par abaixo do dorso, atrs da paleta, adiante do flanco e acima do

    ventre. Tem por base anatmica oito a nove pares de costelas e msculos correspondentes, denominada

    regio torxica lateral. Deve apresentar-se largo, profundo, longo e convexo, com costelas arqueadas,determinando amplitude torcica e abdominal. Envolve os principais rgos respiratrios e circulatrios.

    Nos bovinos de corte, deve ser bem revestido por massa muscular.

    FLANCO, VAZIO, ILHAL ou ILHARGA - Regio par situada posteriormente ao costado, adiante da anca e

    da coxa, abaixo do lombo e acima do ventre, anatomicamente denominada fossa paralombar.

    CILHADOURO, CINCHA ou PASSAGEM DA CILHA - Regio mpar, situada entre as inter-axilas e o

    ventre, abaixo do costado. Corresponde parte posterior do esterno, mais cartilagens e msculos.

    VENTRE, BARRIGA, PANA ou ABDOMEM - Regio mpar, abaixo do costado e do flanco, adiante da

    regio inguinal, atrs do cilhadouro. Tem por base anatmica os msculos abdominais.

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    UMBIGO - Ponto da linha mdia onde se localiza a cicatriz umbilical.

    VIRILHA - Regio par formada pela prega cutnea que une o ventre ao membro plvico. Anatomicamente

    corresponde regio inguinal.

    REGIO INGUINAL - Regio mpar, situada entre o ventre e o perneo. Nesta regio esto localizados os

    rgos reprodutivos externos dos machos.

    FONTE DO LEITE - Regio par, onde a veia mamria penetra no interior do abdmen. Sua forma e calibre

    podem estar associados capacidade circulatria do aparelho mamrio.

    CAUDA, RABO ou COLA - Regio mpar inserida na poro mediana e distal da garupa, continuidade da

    linha dorso-lombar, na extremidade posterior do tronco, constituda pelas vrtebras coccigianas (18 a 20) e

    respectivos msculos. A cauda possui duas partes: "sabugo" ou parte vertebrada e "vassoura da cauda"

    formada por um tufo de pelos longos, abundante no gado indiano. A insero da cauda, na garupa, pode ser

    alta (sacro elevado), ou baixa, quando se insere entre os squios, ao dobrar-se para baixo.

    NUS - Regio mpar, correspondente abertura posterior do tubo digestivo. Localiza-se sob a cauda,

    acima do perneo, nos machos; nas fmeas situa-se acima da vulva. Deve ter colorao escura.

    PERNEO ou REGO - Situa-se entre as ndegas. Nos machos localiza-se do anus ao escroto. Nas fmeas,

    entre a vulva e o bere.

    NDEGAS - Regio par, situada posteriormente coxa, estendendo-se da tuberosidade isquitica ao tendo

    do jarrete. Tem como base anatmica a tuberosidade do squio e msculos. Deve ser saliente, espessa,

    descida, polpuda e arredondada.

    ESCROTO - Situado entre as coxas, na regio inguinal dos reprodutores. No deve ser muito desenvolvido e

    deve conter dois testculos, tambm conhecidos vulgarmente como bagos, gros ou ovos, onde so

    produzidos os espermatozides, os quais devem apresentar simetria e bom desenvolvimento, alm de

    mobilidade.

    BAINHA, FORRO, BOLSA ou PREPCIO - Formada pela dobra de pele que recobre a verga em repouso.

    Nos zebunos, caracteriza-se pelo seu desenvolvimento. incorreto denomin-la de umbigo. Quando

    demasiadamente longa, corre o risco de traumatizar-se podendo surgir, em conseqncia, a acrobustite e a

    fimose.

    VERGA, PNIS, MEMBRO ou PEA - Acha-se envolto pela bainha, quando em repouso.

    VULVA ou VASO - Regio mpar das fmeas. Localiza-se abaixo do nus, entre as ndegas. Mostra dois

    lbios ligados por comissuras em sentido vertical. Compem a abertura externa das vias genito-urinrias.

    Quando apresenta pelos demonstra baixa fertilidade.

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    BERE ou MAMAS - Est situado na regio inguinal das fmeas. Anatomicamente corresponde s

    glndulas mamrias. Nas raas leiteiras, projeta-se para o ventre e para o posterior, atingindo a regio mdia

    do perneo. Subdivide-se em quatro quartos, cada qual com uma teta, simtricas, normais, cada uma com um

    pequeno orifcio na sua face inferior, onde h um esfncter responsvel pela liberao do leite. um rgo

    globoso, em forma de taa, de volume varivel com o estado em que a vaca se encontra, isto , produzindo

    leite ou seca, e ainda, apresenta-se bastante desenvolvido nas raas especializadas na produo de leite.

    2.4-MEMBROS

    Os membros esto subdivididos em torcicos e plvicos.

    I) Torcicos - Apresentam as seguintes regies: escpula, brao, cotovelo, antebrao, joelho, canela, boleto,quartela e p.

    II) Plvicos - Apresentam as seguintes regies: coxa, patela, perna, jarrete, canela, boleto, quartela e p.

    ESCPULA, P, APA ou PALETA - Regio par situada abaixo da cernelha, acima do brao, entre a base

    do pescoo e o costado. Est justaposta ao trax. Tem como base anatmica o omoplata e msculos daregio, correspondendo regio escapular. Nos bovinos de corte, deve apresentar-se bem revestida por

    msculos.

    BRAO - Regio par localizada entre a paleta e o antebrao. Seu limite posterior o codilho. A base

    anatmica constituda pelo osso mero e msculos. A beleza desta regio, nos bovinos de corte, est no

    desenvolvimento muscular.

    CODILHO ou COTOVELO - Limite entre o brao e o antebrao. Corresponde anatomicamente ao olcrano.

    ANTEBRAO - Regio par que se limita, superiormente, com o brao e o codilho e, inferiormente, com o

    joelho. Tem como base anatmica os ossos rdio e ulna. Deve apresentar-se musculoso nos bovinos de corte.

    JOELHO - Regio par localizada entre o antebrao e a canela. Tem como base anatmica os ossos do carpo.

    COXA - Regio par, limitada proximalmente com a garupa, distalmente com a perna, anteriormente com o

    flanco e posteriormente com a ndega. No limite com a perna, anteriormente, fica a patela. Tem como base

    ssea a articulao fmur-tbio-patelar e msculos da regio. Deve ser bem desenvolvida e musculosa nos

    bovinos de corte.

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    PERNA - Regio par localizada abaixo da coxa e da patela, acima do jarrete. Tem por base anatmica tbia,

    fbula e msculos respectivos. bela quando musculosa.

    JARRETE, GARRO ou CURVILHO - Regio par, situada inferiormente perna e acima da canela.

    Anatomicamente a ponta do jarrete corresponde tuberosidade do calcneo.

    2.5-REGIES COMUNS AOS MEMBROS TORCICOS E PLVICOS

    CANELA ou CANA - Nos membros torcicos, est situada abaixo do joelho e acima do boleto. Nos

    membros plvicos, fica abaixo do jarrete e acima do boleto. Tem por base anatmica os ossos do metacarpo,

    no primeiro caso, e do metatarso, no segundo caso. Para ser bela, deve ser bem dirigida, em aprumo, curta,

    larga e espessa, apresentando bons ligamentos paralelos.BOLETO - Regio par localizada entre a canela e a quartela. Tem por base anatmica a articulao

    metacarpo-falangeana no membro anterior e metatarso-falangeana no membro posterior e os ossos grandes

    sesamoideanos em ambos os casos. Deve ser largo, espesso, seco e bem dirigido.

    QUARTELA ou MIDO - Regio par, situada entre o boleto e a coroa que circunscreve o casco. Tem por

    base anatmica as duas primeiras falanges ou falanges proximais. Apresenta uma forma estrangulada, em

    comparao com as regies limtrofes. Deve ser larga e espessa, seca, no alongada e bem dirigida. O

    exagerado comprimento acarreta sobrecarga dos ligamentos e, se estes no forem resistentes, o animal pode

    se tornar "sapateiro" isto , baixo-juntado. A quartela deve formar um ngulo de 45 a 50 com o solo.

    COROA - Regio que circunscreve o casco. uma parte da quartela que se articula com o casco. Est

    dividida em duas por um sulco que separa os dois dedos. Tem por base anatmica a poro da segunda

    falange que est fora do estojo crneo do casco.

    SOBRE-UNHAS - Rudimentos de unhas, localizados posteriormente aos boletos, apresentam-se duplos em

    cada membro. Anatomicamente corresponde aos paradgitos.UNHA, P ou CASCO - o estojo crneo que recobre e protege a extremidade de cada membro.

    Apresenta-se dividido em duas metades, constituindo as unhas com um espao central, denominado espao

    interdigital. Pode ser dividido em perioplo, muralha e sola. Perioplo a parte crnea que contorna o bordo

    superior da muralha. Muralha a regio visvel do casco, abaixo do perioplo. Sola ou palma a concavidade

    da face plantar. A colorao das unhas deve ser sempre preta ou escura nos zebus. As unhas posteriores so

    mais desenvolvidos que as anteriores. Os posteriores formam um ngulo de 55 com a horizontal e os

    anteriores so menos inclinados (50). As unhas externas so mais largas e um pouco mais curtas que as

    internas. A denominao "casco" no adequada no caso dos bovinos.

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    3 - REGIES DO CORPO DOS EQUINOS

    NUCA - Regio mpar que tem por base anatmica o occipital e msculos. Est situada entre a fronte, orelha

    e bordo superior do pescoo. Nela se implanta o topete. Deve ser alta, cheia e larga.

    GARGANTA - Regio mpar situada no ponto de ligao da cabea com o pescoo, entre as partidas. Deve

    ser larga correspondendo a um bom desenvolvimento da laringe e ao afastamento dos ramos do mandibular.

    Quando a garganta larga, a boca espaosa e o animal comedor.

    PARTIDA - Regio par compreendida pela glndula do mesmo nome. Situa-se de cada lado da cabea, em

    depresso entre as orelhas, garganta, bochecha e pescoo. Deve apresentar-se longa, lisa e moderadamente

    reentrante.

    FRONTE - Regio mpar que tem por base anatmica os ossos frontais, parietais e face anterior do occipital.Situa-se entre nuca, chanfro, olho, fonte e orelha. Deve ser comprida, larga e chata, com perfil retilneo.

    CHANFRO - Regio mpar que tem por base anatmica os ossos nasais. Seu limite caudal a fronte, o

    lateral so bochechas, olhos e narinas e o oral o focinho.

    FOCINHO - Est situado entre o chanfro, as narinas e a boca. Deve apresentar-se com aparncia delicada,

    suavidade ao tato e ntegro.

    ORELHA - Regio par implantada entre a nuca, o topete e a partida. Tem por base anatmica cartilagem e

    msculos. Devem ser curtas, delicadas, simtricas e bem dirigidas. So conhecidas as orelhas dos tipos de

    lebre, de porco, cabanas, corajosas, medrosas e ms.

    FONTE - Regio par, em salincia reentrante, situada entre orelha, fronte, olho e bochecha. Tem por base

    anatmica a regio tmpro-maxilar. Deve apresentar profundidade reduzida.

    OLHO ou VISTA - Regio par situada entre fronte, chanfro e bochecha. Os olhos so formados pelo globo

    ocular, protegido pelas plpebras e pestanas. As plpebras devem ser finas, lisas, rasgadas, mveis, bem

    dirigidas e mostrando conjuntiva rosada. Os globos oculares devem ser grandes, simtricos, bem aflorados,medianamente convexos e brilhantes.

    BOCHECHA - Regio par situada entre a fonte, o focinho e a ganacha. Deve apresentar pele fina e

    musculatura lisa e firme.

    NARINA - Regio par correspondente abertura externa das vias respiratrias. Tem por base anatmica

    cartilagens e msculos. Localizam-se nas laterais do focinho, limitada pelo chanfro e lbio superior.

    GANACHA - Regio par que tem por base anatmica o bordo inferior do ramo mandibular. Situada aos

    lados da fauce, acima da barba e abaixo da garganta. Devem ser secas e bem afastadas.

    FAUCE - Regio mpar limitada pelas ganachas, garganta e barba. Deve ser larga, seca e cavada.

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    BRAO - Regio par localizada entre a paleta e o antebrao. Seu limite posterior o codilho. Deve ser

    longo, musculoso, embora esta musculatura deva ser seca nos cavalos galopadores.

    CODILHO - Regio par, situada entre o brao e o antebrao, na parte posterior do primeiro. Deve ser longo,

    alto e bem dirigido.

    ANTEBRAO - Regio par que se limita, superiormente, com o brao e, inferiormente, com o joelho. Tem

    como base anatmica os ossos rdio e cbito. Deve ser longo, largo, musculoso e bem dirigido.

    JOELHO - Regio par localizada entre o antebrao e a canela. Tem como base anatmica os ossos do carpo.

    Deve ser volumoso, seco e bem sustentado.

    COXA - Regio par que se limita superiormente com a garupa, inferiormente com a perna, anteriormente

    com o flanco e a patela e, posteriormente, com a ndega. No seu limite com a perna, anteriormente, fica a

    patela, cuja base ssea a rtula. Tem como base anatmica o fmur e msculos da regio. Deve ser longa,

    musculosa e bem desenvolvida.

    NDEGAS - Regio par situada posteriormente coxa, estendendo-se da tuberosidade isquitica ao tendo

    do jarrete. Tem como base anatmica a tuberosidade do squio e msculos. Deve ser saliente, musculosa e

    seca.

    PATELA - Regio par, situada na parte anterior da unio entre a coxa e a perna. A dobra da perna que forma

    a patela deve ser fina, macia e elstica.

    PERNA - Regio par localizada abaixo da coxa e da patela, acima do jarrete. Tem por base anatmica a

    tbia, a fbula e msculos respectivos. Sua beleza est em ser musculosa, longa e bem dirigida.

    JARRETE - Regio par situada abaixo da perna e acima da canela. A ponta do jarrete corresponde

    tuberosidade do calcneo. Deve ser volumoso, seco, com boa abertura e bem movimentado.

    3.1 - REGIES COMUNS AOS MEMBROS TORCICOS E PLVICOS

    CANELA - Nos membros torcicos, est situada abaixo do joelho e acima do boleto. Nos membros plvicos,

    fica abaixo do jarrete e acima do boleto. Tem por base anatmica os ossos do metacarpo no primeiro caso edo metatarso no segundo caso. Para ser bela, deve ser bem dirigida, em aprumo, curta, larga, espessa e

    apresentar bons tendes.

    BOLETO - Regio par localizada entre canela e quartela. Tem por base anatmica a articulao metacarpo-

    falangeana no membro anterior e metatarso-falangeana no membro posterior, e os ossos grandes

    sesamoideanos em ambos os casos. Deve ser largo, espesso, seco e bem sustentado.

    QUARTELA - Regio par situada entre o boleto e a coroa que circunscreve o casco. Deve ser volumosa,

    seca, regularmente longa, flexvel e bem dirigida.

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    COROA - Regio que coroa o casco, situada entre a quartela e o casco. Deve ser larga, seca e bem ajustada

    quartela.

    CASCO - o estojo crneo que recobre e protege a extremidade de cada membro. Os cascos anteriores so

    mais desenvolvidos que os posteriores. So caracterizados quanto ao volume, forma, qualidade da

    matria crnea e aos aprumos.

    MINISTRIO DA EDUCAO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

    DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

    DISCIPLINA: 603-250 - Zootecnia Geral

    PROFESSOR: Dr. Arnaud Azevdo Alves

    TPICO: IDADE DOS ANIMAIS

    I - CONSIDERAES GERAIS

    Segundo CAMARGO e CHIEFFI (1971), a existncia do animal pode ser maior ou menor, passando o

    mesmo por trs fases distintas:

    a) Infncia, na qual o animal cresce e se desenvolve. Nesta fase, o animal emprega a quase totalidade dos

    alimentos ingeridos na formao e desenvolvimento de seus rgos, mas, medida que esta fase avana,

    aproximando-se da idade adulta, parte desses alimentos j pode ser transformada em rendimento econmico,

    aumentando-o;

    b) Idade adulta, na qual o desenvolvimento se mostra estacionrio. O animal emprega os alimentosingeridos na sua produo econmica. Em geral, o valor econmico do animal atinge o mximo, porque o

    organismo completa o seu desenvolvimento e o aparelho digestivo, em plena atividade, est apto a extrair

    dos alimentos quase todos os princpios nutritivos. Desses princpios, pequena parte utilizada na

    manuteno do animal e o restante transformado em elementos explorveis economicamente, como fora,

    leite, gordura, l, etc., conforme a aptido de cada espcie ou raa;

    c) Velhice ou fase senil, perodo em que o animal vai definhando e perdendo a sua energia vital at a morte.

    O animal utiliza os alimentos ingeridos em menor proporo, pois grande parte dos alimentos no assimilada.

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    A avaliao da idade dos animais importante em nosso meio criatrio, onde muitos animais no tm idade

    real conhecida, por falta de registro da data de nascimento e so comercializados com base na idade

    aproximativa, isto , avaliada atravs de indcios morfolgicos e anatmicos. Dentre tais indcios, os

    principais, porque permitem uma avaliao bastante aproximada da idade real, so fornecidos pela evoluo

    dentria.

    Quanto dentio, os animais podem ser classificados em heterodontes, apresentam desde o nascimento

    dentes diferenciados; e difiodontes, apresentam duas denties, uma de leite ou caduca e outra permanente

    ou definitiva

    II - CATEGORIAS DE BOVINOS QUANTO IDADE

    Os bovinos apresentam quatro fases de vida. Denomina-se bezerro(a), desde o nascimento at a desmama,

    em condies naturais; da desmama ao incio da puberdade, o bovino denominado garrote(a); do incio da

    puberdade primeira cria, as fmeas so denominados novilhas, e os machos novilhos at atingirem a

    maturidade sexual; aps a primeira cria, as novilhas so consideradas vacas, enquanto, os novilhos maduros

    sexualmente so denominados touros. s vezes denomina-se novilha de primeira cria, s novilhas aps o

    primeiro parto, passando a ser denominadas vacas s aps o segundo parto.

    III - PROCESSOS PARA DETERMINAO DA IDADE DOS BOVINOS

    1 - Elementos primrios

    Para se determinar a idade aproximativa ou o clculo etrio dos bovinos so utilizados indcios fornecidos

    principalmente pelos dentes e pelos cornos.

    a) Dentes

    O bovino jovem apresenta 20 dentes: 12 molares igualmente distribudos nas duas arcadas e 8 incisivos

    implantados na parte anterior do maxilar inferior. O adulto possui 32 dentes: 24 molares e 8 incisivos. No

    lugar dos incisivos superiores, os bovinos apresentam uma cartilagem fibrosa, denominada almofada

    gengival ou almofada dentria.

    As frmulas dentrias dos bovinos, segundo a dentio, so as seguintes:

    a) Dentio caduca

    I: 0/4; C: 0/0; PM: 3/3; M: 0/0 = 20 dentes.

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    b) Dentio definitiva

    I: 0/4; C: 0/0; PM: 3/3; M: 3/3 = 32 dentes.

    OS INCISIVOS - Os dois dentes centrais chamam-se pinas; os dois imediatos, um de cada lado das pinas,

    so denominados primeiros mdios; os seguintes, segundos mdios; e os extremos, cantos.

    So denominados caducos ou "de leite", os incisivos da primeira dentio, e definitivos os da segunda. A

    diferena entre os dentes caducos e definitivos dada, principalmente, pelo volume, pois os primeiros so

    bem menores e no apresentam estrias longitudinais.

    O aparecimento dos incisivos substitutos coincide praticamente com a queda dos caducos correspondentes.

    Por ocasio da irrupo, o bordo anterior dos incisivos a primeira parte a aparecer e, somente depois dealgum tempo surge o restante do dente.

    O dente incisivo apresenta as seguintes regies anatmicas: coroa, que se mostra livre, em forma de p,

    convexa na face labial e cncava na face lingual, apresentando a mesa dentria; colo bem acentuado, ainda

    mais no dente caduco; raiz, relativamente alongada e de seco circular, implantada no alvolo dentrio,

    recoberta pela gengiva e um tanto mvel, conforme sua implantao, evitando traumatismos na almofada

    gengival.

    Na mesa dentria de cada incisivo h uma depresso oval, mais ou menos profunda, denominada cavidade

    dentria externa ou corneto dentrio externo.

    No interior da cavidade dentria externa h depsito de uma substncia escura, conhecida por germe de

    fava.

    O dente constitudo por dentina (substncia fundamental), esmalte e cimento (substncias de

    revestimento) e polpa dentria. O esmalte, transparente e muito duro, recobre e protege a coroa, dando

    brilho e rigidez ao dente. Abaixo do esmalte, na coroa, e do cimento, na raiz, nota-se a dentina, substnciadura e ligeiramente amarelada que predomina na constituio do dente, na qual esto as cavidades

    dentrias externa e interna; a dentina de neoformao de um amarelo mais escuro. Envolvendo a raiz

    encontra-se o cimento, amarelo sujo e menos duro que a dentina, serve para dar maior consolidao ao dente

    no alvolo. Enchendo a cavidade dentria interna, est a polpa dentria, de cor avermelhada e incluindo

    vasos sangneos e filetes nervosos (substncia vsculo-nervosa), que gera a dentina de neoformao.

    A eminncia ou salincia avale representada pela salincia cnica existente na face lingual da coroa e est

    diretamente relacionada ao nivelamento dentrio.

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    A USURA - O desgaste do dente inicia-se pela mesa dentria, de modo que esta passa, com o tempo, a

    retilnea. Mais tarde, a ao da usura alcana toda a face lingual da coroa, quando a eminncia avale

    desaparece e a mesa dentria apresenta-se cncava.

    Na fase do incisivo irrompido, observa-se a cavidade dentria externa, compreendida entre os bordos

    anterior e posterior, sendo o primeiro mais elevado que o segundo; devido a esta diferena de nvel, o bordoanterior atingido pela usura seis meses aps o incio da irrupo do dente, enquanto o bordo posterior sofre

    o mesmo fenmeno seis meses mais tarde, isto , um ano aps o incio da irrupo. Continuando o desgaste,

    as bordas da cavidade dentria externa tendem a desaparecer, verificando-se o rasamento do dente. Mais ou

    menos nesta ocasio aparece, entre o esmalte central e o bordo anterior do dente, a estrela dentria,

    inicialmente sob a forma de um trao amarelo escuro, paralelo ao bordo anterior, depois quadrada e,

    finalmente, arredondada e ocupando a parte central da mesa dentria. A estrela dentria constituda por

    dentina de neoformao, que preenche o fundo da cavidade dentria externa formando um relevo sobre a

    mesa dentria, e ao desaparecer caracteriza a fase de nivelamento do dente.

    A forma da mesa dentria sofre modificaes com a usura, e passa de elptica a oval, desta a arredondada,

    depois triangular, e, finalmente, biangular.

    INFLUNCIA DA PRECOCIDADE

    Quanto precocidade, importante considerar os caracteres tnicos e as condies de manejo alimentar e

    sanitrio.

    No Quadro 1, se observa a evoluo dentria em animais de raas bovinas precoces e tardias, considerando a

    irrupo dos dentes definitivos em funo da idade.

    QUADRO 1: evoluo dentria em animais de raas bovinas precoces e tardias

    Dentes Raas precoces Raas tardias

    Pinas

    1os mdios

    2os mdios

    Cantos

    14-16 meses

    18-22 meses

    26-28 meses

    32-34 meses

    24 meses

    36 meses

    48 meses

    60 meses

    Fonte:INCHAUSTI e TAGLE citados por DEGASPERI e PIEKARSKI (1988).

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    importante observar que entre os zebunos aparecem animais cujas mudas coincidem com as de animais de

    raas altamente precoces. Nos zebunos a primeira muda mais tardia, em mdia aos 27 meses, e a ltima

    mais precoce, em mdia aos 51 meses.

    O nivelamento dos dentes definitivos tambm bastante adiantado nos animais precoces.

    No Quadro 2, so apresentados os valores de idade aproximativa dos bovinos pela arcada dentria.

    O bovino considerado de boca cheia aos cinco anos, quando o processo de muda estiver completo.

    QUADRO 2 -