apostila tÉcnico de seguranÇa do trabalho revisada e atualizada
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Legislao Aplicada Segurana do Trabalho
Prof. Cesar Augusto Cardoso
Prof. Luiz Melchiades
Prof. Wanisio Guimares
Pgina 1 Supervisor e professor. Cristiano Costa dos Santos
1. INTRODUO
Diante das exigncias impostas pelo mercado de trabalho,
agigantada pela necessidade de um profissional cada vez mais bem preparado para as
mais diversas situaes que podero ocorrer no ambiente obreiro, surgiu a
necessidade de prepararmos os futuros Tcnicos em Segurana do Trabalho no
somente com um arcabouo de conhecimentos clssicos, mas com uma estrutura que
lhe permitisse, atravs de conhecimentos no s tcnicos, como tambm jurdicos
cada vez mais profundos, atuar de forma preventiva e, quando se confrontasse com
situaes emergenciais, pudessem ter solues racionais e adequadas a luz da
legislao vigente, de modo a no produzir condutas improdutivas. Assim nasceu o
material ora estudado.
Comearemos com um breve estudo de como se forma um
Estado (Pas) seguido dos seus elementos principais. Versaremos ainda, comentrios
breves, mas de importncia mpar a cerca da Constituio Brasileira com seus pontos
de maior relevo para a Segurana do Trabalho. Nesse sentido analisaremos o
comportamento que a legislao do trabalho exige de todos envolvidos nas relaes
trabalhistas, bem como os aspectos previdencirios reconhecidos pelo ordenamento
jurdico brasileiro. Adentraremos em singular reflexo sobre pontos que formam a
estrutura bsica do Tcnico. Alm disso, verificaremos a hierarquia das Leis e Atos
Normativos, suas distines e, por fim, sero expostas algumas leis comumente
cobradas em provas.
Advertimos o caro leitor de que este um trabalho para Tcnicos
em Segurana do Trabalho e, portanto, desprovido de pretenses jurdicas, isto , aqui
se trata apenas do enfoque da Segurana do Trabalho.
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2. CONCEITO DAS NORMAS
Devemos entender que normas so ordens elaboradas por uma
ou vrias autoridades que possuem o dever de zelar pela paz social. Cabe ressaltar que
as normas aqui tratadas so normas jurdicas, as quais, uma vez descumpridas,
sujeitam o infrator as penalidades impostas pelo Estado (governo).
Existe em todo Pas um conjunto de normas atravs das quais o povo governado. A
esse conjunto denominamos Ordenamento Jurdico. Estas normas esto dispostas em
um sistema coordenado e obedece a uma hierarquia, ou seja, a de maior grau
hierrquico se sobrepe a de menor grau.
2.1. Constituio Federal de 1988
a norma de maior grau que existe em nosso Pas. Como dizem
os juristas, a nossa Lei Maior, pois versa sobre a estrutura e funcionamento do
Estado tais como:
2.1.1 - Normas que fixam a Organizao do Pas so
mandamentos que dizem como o pas ir se dividir, por exemplo, o artigo 18 que tem a
seguinte redao:
Artigo 18 - A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio.
2.1.2 - Normas que fixam a aquisio e manuteno do poder
so normas de grande importncia, porque descrevem o modo atravs do qual um
cidado poder chegar ao poder e o tempo que ele poder ficar. Isso ocorre para
impedir que um governante, uma vez no poder, dele se apodere e fique por tempo
indeterminado gerando a arbitrariedade e crueldade. Exemplo:
Artigo 82 - O mandato do Presidente da Repblica de quatro anos e ter incio em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleio.
2.1.3 Direitos e Garantias Fundamentais estes representam uma das maiores
conquistas dos cidados frente queles que esto no poder, logo, representam um
limite a vontade do governante ao exercer o poder. So eles:
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Direitos e deveres individuais e coletivos; Direitos sociais; Direitos nacionalidade; Direitos polticos; e Direitos dos partidos polticos.
Como exemplo temos o inciso XXII do artigo 7, que d ao
trabalhador direito reduco dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de
higiene, sade e segurana.
Artigo 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: (...) XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;
2.2. Lei
uma prescrio elaborada, em regra, pelo Poder Legislativo e
segundo a Constituio federal, a uma das formas que o governante tem de obrigar o
cidado a fazer ou deixar de fazer determinada coisa. Existem leis que possuem
importncia maior para o Tcnico em segurana do trabalho. So elas:
2.2.1 - Lei 7.410/85 trata da formao e registro necessrios ao
exerccio da profisso de tcnico em segurana do trabalho.
Artigo 2 - O exerccio da profisso de Tcnico de Segurana do Trabalho ser permitido, exclusivamente: I - ao portador de certificado de concluso de curso de Tcnico de Segurana do Trabalho, a ser ministrado no Pas em estabelecimentos de ensino de 2 grau; (...) Artigo 3 - O exerccio da atividade de Engenheiros e Arquitetos na especializao de Engenharia de Segurana do Trabalho depender de registro em Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, aps a regulamentao desta Lei, e o de Tcnico de Segurana do Trabalho, aps o registro no Ministrio do Trabalho.
2.2.2 - Lei 8.213/91 trata dos benefcios previdencirios que
podero ser recebidos pelo trabalhador em decorrncia do acidente de trabalho;
estabelece o conceito de acidente do trabalho bem como o prazo para sua
comunicao. So benefcios decorrentes do acidente de trabalho:
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Auxlio doena acidentrio Auxlio acidente Reabilitao Aposentadoria por invalidez Penso por morte, etc.
2.3. Decreto
Decretos so atos administrativos de competncia exclusiva do Chefe do
Poder Executivo, destinados a prover situaes gerais ou individuais, abstratamente
previstas, de modo expresso ou implcito, na lei. Esta a definio clssica, a qual, no
entanto, inaplicvel aos decretos autnomos, tratados adiante.
2.3.1 - Decretos Autnomos - Com a Emenda Constitucional n
32, de 11 de setembro de 2001, introduziu-se no ordenamento ptrio, ato normativo
conhecido doutrinariamente como decreto autnomo, decreto que decorre
diretamente da Constituio, possuindo efeitos anlogos ao de uma lei ordinria. Tal
espcie normativa, contudo, limita-se s hipteses de organizao e funcionamento da
administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou
extino de rgos pblicos e de extino de unes ou cargos pblicos, quando vago
(art. 84, VI, da Constituio Federal).
Artigo. 84 - Compete privativamente ao Presidente da Repblica: (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;
2.3.2 - Decretos Singulares - Os decretos podem conter regras
singulares ou concretas (v. g., decretos de nomeao, de aposentadoria, de abertura
de crdito, de desapropriao, de cesso de uso de imvel, de indulto de perda de
nacionalidade etc.).
2.3.3 - Decretos Regulamentares - Os decretos regulamentares
so atos normativos subordinados ou secundrios. A diferena entre a lei e o
regulamento, no Direito brasileiro, no se limita origem ou supremacia daquela
sobre este. A distino substancial reside no fato de que a lei inova originariamente o
ordenamento jurdico, enquanto o regulamento no o altera, mas fixa, to-somente,
as regras orgnicas e processuais destinadas a pr em execuo os princpios
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institucionais estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da
lei, expressos ou implcitos, dentro da rbita por ela circunscrita, isto , as diretrizes,
em pormenor, por ela determinadas.
2.4. Portaria
o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades
expedem instrues sobre a organizao e funcionamento de servio e praticam
outros atos de sua competncia.
atravs das portarias que o Ministrio do Trabalho e Emprego
(MTE) realiza as mudanas nas suas normas regulamentadoras. Temos como destaque
a Portaria 3.214/78 que introduziu 28 normas regulamentadoras para fiel
cumprimento por parte das empresas.
2.5. Conveno Internacional
So acordos realizados entre Pases ou entre estes e
Organizaes Internacionais sobre assuntos que tenham interesse. Vale lembrar que
pelo princpio da soberania, as convenes s tm aplicabilidade no territrio
brasileiro aps sua aprovao pelo Congresso Nacional que ir internaliz-la atravs de
Decreto Legisla