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Apostila de Desenho Técnico Universidade do Estado do Rio de Janeiro Curso de Desenho Técnico para Engenharia Química Prof.ª Silvana Rodrigues [email protected]

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Apostila de Desenho Técnico Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Curso de Desenho Técnico para Engenharia Química Prof.ª Silvana Rodrigues

[email protected]

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SUMÁRIO 1 Introdução .......................................................................................................................................... 4

1.1 As normas para elaboração de Desenhos Técnicos .................................................................. 4

1.2 Desenho Digital .......................................................................................................................... 4

1.3 O uso dos instrumentos .............................................................................................................. 5

1.3.1 Lapiseira ............................................................................................................................. 5

1.3.2 Esquadros ........................................................................................................................... 5

1.3.3 Compasso ........................................................................................................................... 6

1.3.4 Escalímetro ......................................................................................................................... 6

1.3.5 Formato de Papel ................................................................................................................ 6

2 Conceitos e Convenções Básicas ..................................................................................................... 10

2.1 Caracteres ................................................................................................................................. 10

2.2 Linhas ....................................................................................................................................... 11

3 Construções Geométricas ................................................................................................................ 12

3.1.1 Ponto Médio ..................................................................................................................... 12

3.1.2 Bissetriz ............................................................................................................................ 12

3.1.3 Divisão de um segmento em partes iguais ....................................................................... 13

3.1.4 Transferência de ângulo ................................................................................................... 14

3.1.5 Triângulo Equilátero ........................................................................................................ 15

3.1.6 Pentágono ......................................................................................................................... 15

3.1.7 Hexágono ......................................................................................................................... 16

4 Desenho Projetivo ............................................................................................................................ 18

4.1 Denominação das vistas ortográficas ...................................................................................... 18

4.1.1 Posição relativa das vistas no 1º diedro ............................................................................ 19

4.1.2 Escolha das Vistas ............................................................................................................ 19

4.2 Vértices, lados, arestas e faces ................................................................................................. 20

4.3 Linha de Eixo de Simetria ....................................................................................................... 20

4.4 Elementos Repetitivos .............................................................................................................. 21

4.5 Detalhes ampliados .................................................................................................................. 21

4.6 Peça simétrica .......................................................................................................................... 21

4.7 Cotas ......................................................................................................................................... 21

4.7.1 Aplicação ......................................................................................................................... 22

4.7.2 Método de execução ......................................................................................................... 22

4.7.3 Apresentação da cota ........................................................................................................ 22

4.7.4 Simbologia ....................................................................................................................... 23

4.8 Cortes e seções .......................................................................................................................... 23

4.8.1 Hachuras ........................................................................................................................... 23

4.8.2 Generalidades ................................................................................................................... 24

4.9 Exercícios ................................................................................................................................. 25

5 Perspectivas ...................................................................................................................................... 27

5.1 Perspectiva Isométrica ............................................................................................................. 27

5.1.1 Perspectiva de superfícies inclinadas ............................................................................... 28

3

5.1.2 Perspectiva de superfícies curvas ..................................................................................... 28

5.2 Perspectiva Cavaleira ............................................................................................................... 29

5.2.1 Perspectiva de superfícies curvas ..................................................................................... 30

5.3 Exercícios ................................................................................................................................. 32

6 Tubulação industrial ....................................................................................................................... 34

6.1 Classificação ............................................................................................................................ 34

6.2 Desenho de tubulações ............................................................................................................. 36

6.2.1 Fluxogramas ..................................................................................................................... 36

6.2.2 Plantas .............................................................................................................................. 36

6.2.3 Desenhos isométricos ....................................................................................................... 37

6.3 Simbologia ................................................................................................................................ 38

6.4 Exercícios ................................................................................................................................. 41

6.5 Anexo ........................................................................................................................................ 46

7 Desenho de arquitetura ................................................................................................................... 47

7.1 Representação gráfica de arquitetura ..................................................................................... 48

7.1.1 Linhas de Representação .................................................................................................. 48

7.1.2 Indicação de Chamadas .................................................................................................... 50

7.1.3 Indicação gráfica dos acessos ........................................................................................... 50

7.1.4 Indicação do sentido ascendentes nas escadas e rampas .................................................. 50

7.1.5 Indicação de inclinação de telhados, caimentos, pisos, etc. ............................................. 50

7.1.6 Dimensão de vãos de portas e janelas .............................................................................. 50

7.1.7 Cotas de níveis ................................................................................................................. 51

7.1.8 Marcação de cortes ........................................................................................................... 51

7.1.9 Marcação de ampliação de detalhes ................................................................................. 52

7.1.10 Numeração e títulos dos desenhos .................................................................................... 52

7.1.11 Indicação das Fachadas e Elevações ................................................................................ 53

7.1.12 Designação das portas e janelas ....................................................................................... 53

7.1.13 Designação dos locais para referência na tabela geral de acabamentos ........................... 53

7.1.14 Quadro geral de acabamento ............................................................................................ 54

7.1.15 Quadro Geral de área........................................................................................................ 54

7.1.16 Representação dos materiais mais usados ........................................................................ 54

7.2 Exemplo de planta de arquitetura ........................................................................................... 56

7.3 Exercícios ................................................................................................................................. 57

8 Índice de figuras ............................................................................................................................... 58

9 Índice de tabelas ............................................................................................................................... 59

10 Referências ....................................................................................................................................... 60

4

1 INTRODUÇÃO O Desenho Técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a

representação da forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas. É usada pelos projetistas para transmitir uma idéia de produto, que deve ser feita da maneira mais clara possível.

Utilizando um número constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normatizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como uma linguagem gráfica universal da engenharia civil e mecânica e da arquitetura. Uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus símbolos básicos, que são usados para simplificar a linguagem gráfica, permitindo que haja o maior número de detalhes possíveis.

Como qualquer outra linguagem, o desenho técnico exige treinamento específico para que as figuras planas representem de forma adequada as formas espaciais. Conhecendo as normas utilizadas na elaboração do desenho é possível conceber mentalmente a forma espacial representada.

1.1 AS NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS

Para padronizar o desenho técnico foram criados procedimentos de representação gráfica através de normas técnicas. As normas técnicas são guias para a padronização de procedimentos. Podem ser internacionais, nacionais e internas de uma empresa.

Cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas em todo o território nacional. No Brasil as normas são aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Para facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações criou-se a Organização Internacional de Normalização – ISO. Quando uma norma é proposta por qualquer país membro e aprovada por todos os países membros da ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional.

As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras – NBR e estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO.

As normas aplicadas diretamente ao desenho técnico no Brasil são: • NBR10067 : Princípios Gerais de Representação do Desenho Técnico; • NBR 10126: Cotagem em Desenho Técnico As normas complementares são: • NBR8402: Execução de Caracteres para Escrita em Desenho Técnicos • NBR8403: Aplicação de Linhas em Desenho Técnico. • NBR122296: Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em

Desenho Técnico.

1.2 DESENHO DIGITAL

Atualmente o uso de ferramentas CAD tornou o desenho com pranchetas obsoleto. O uso do computador facilita e agiliza a elaboração de desenhos, com a vantagem de ser muito preciso nas medidas.

O software mais conhecido é o AutoCAD (Figura 1) distribuído pela AutoDesk, porém é possível encontrar outras plataformas de modelagem 2D e 3D.

Figura

1.3 O USO DOS INSTRUMENT

1.3.1 Lapiseira A grafite possui vários graus de dureza. Uma grafite mais dura permite pontas

finas, mas traços claros, já uma grafite macia cria traços mais escuros, mas a ponta é mais robusta.

Recomenda-se uso de grafite grafite HB ou B para traços fortes.

Recomenda-se o uso de lapiseiras que utilizem grafite 0,5 ou 0,3mm.

1.3.2 Esquadros São utilizados em pares,

possibilita obter vários ângulos comuns nos desenhos, assim como traçar retas paralelas e perpendiculares.

1.3.2.1 Traçando Retas paralelas

Para traçar retas paralelas (Figura 2a reta r. O outro esquadro (b) deve servpapel, permitindo que linhas paralelas a r sejam traçadas.

Figura 2 – Exemplo de construção de retas paralelas utilizando o par de

(b)

Figura 1 – Interface do AutoCAD 2012

O USO DOS INSTRUMENTOS

A grafite possui vários graus de dureza. Uma grafite mais dura permite pontas finas, mas traços claros, já uma grafite macia cria traços mais escuros, mas a ponta é

se uso de grafite F ou H para traçar rascunhos e traços finos, e grafite HB ou B para traços fortes.

se o uso de lapiseiras que utilizem grafite 0,5 ou 0,3mm.

São utilizados em pares, um de 45º e outro de 30º e 60º. Essa combinaçãpossibilita obter vários ângulos comuns nos desenhos, assim como traçar retas paralelas

Traçando Retas paralelas

traçar retas paralelas (Figura 2), segure um dos esquadros (a), alinhado com a reta r. O outro esquadro (b) deve servir de apoio para que o primeiro deslize sobre o papel, permitindo que linhas paralelas a r sejam traçadas.

Exemplo de construção de retas paralelas utilizando o par de

esquadros.

(a)

r

5

A grafite possui vários graus de dureza. Uma grafite mais dura permite pontas finas, mas traços claros, já uma grafite macia cria traços mais escuros, mas a ponta é

F ou H para traçar rascunhos e traços finos, e

de 45º e outro de 30º e 60º. Essa combinação possibilita obter vários ângulos comuns nos desenhos, assim como traçar retas paralelas

), segure um dos esquadros (a), alinhado com ir de apoio para que o primeiro deslize sobre o

6

1.3.2.2 Traçando Retas perpendiculares

Para traçar retas perpendiculares (Figura 3), segure um dos esquadros (a), alinhado com a reta r. O outro esquadro (b) deve servir de apoio para que o primeiro deslize sobre o papel, permitindo que linhas perpendiculares a r sejam traçadas.

Figura 3 – Exemplo de construção de retas perpendiculares utilizando o par de

esquadros.

1.3.3 Compasso É utilizado para traçar circunferências e para transportar medidas. Possui uma

ponta seca e uma ponta com grafite. Alguns modelos possuem cabeças intercambiáveis para canetas de nanquim.

Em um compasso ideal (Figura 4), suas pontas se tocam quando é fechado, caso contrário o instrumento está descalibrado.

A ponta de grafite deve ser apontada em “bizel” com uma lixa.

Figura 4 – Imagem do compasso calibrado, com a ponta da grafite apontada em

“bizel”.

1.3.4 Escalímetro É um conjunto de réguas com várias escalas. Seu uso elimina o cálculo para

converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto. O tipo mais usado é o triangular, com escalas típicas para arquitetura (1:20, 1:25,

1:50, 1:75, 1:100 e 1:125.

1.3.5 Formato de Papel A norma que padroniza o formato dos papéis em desenho técnico é a

NBR10068. Segundo a norma, as folhas de papel podem ser utilizadas na posição horizontal

e vertical. O principal formato para folha de papel é a “série A”. A Tabela 1 mostra as dimensões de todas as folhas desta série.

(a)

(a)

(b)

7

UERJ

DTEQ TEMA DO DESENHO T. DATA

NOME ESC FOLHA

175

30

30

30

15 25

60

Tabela 1 – Dimensões das folhas da série A

Designação Dimensões

(mm) A0 840 x 1189 A1 594 x 840 A2 420 x 594 A3 297 x 420 A4 210 x 297

Sendo necessário utilizar um formato fora do padrão, recomenda-se a escolha

dos formatos de tal maneira que a largura e o comprimento corresponda ao múltiplo ou submúltiplo ao formato padrão.

1.3.5.1 Legenda

A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal forma que contenha a identificação do desenho (número de registro, título, origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas folhas posicionadas horizontalmente como nas posicionadas verticalmente.

A direção da leitura da legenda deve corresponder à do desenho. Por conveniência, o número de registro do desenho pode estar repetido em lugar de destaque, conforme a necessidade do usuário.

A legenda deve ter 175 mm de comprimento e em nosso curso os informação contidas na legenda deverão estar de acordo com a Figura 5.

Figura 5 – Exemplo de legenda usada no curso de Desenho Técnico. Unidades em

milímetros.

1.3.5.2 Margem

Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho.

As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas, devem ter as dimensões constantes na Tabela 2. A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento.

Tabela 2 – Largura das Linhas e das Margens.

Formato Margem

(mm) Largura da linha do

quadrado conforme a NBR8403 (mm) Esquerda Direita

A0 25 10 1,4 A1 25 10 1,0 A2 25 7 0,7 A3 25 7 0,5 A4 25 7 0,5

8

1.3.5.3 Dobramento da Folha (NBR13142)

Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser consultada com facilidade sem necessidade de retirá-la da pasta, e que a legenda esteja visível com o desenho dobrado.

O formato final do dobramento das folhas de desenhos formatos A0, A1, A2 e A3 deve ser o formato A4.

As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda. O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, de

acordo com as medidas indicadas nas Figuras 6 a 9. Quando as cópias de desenho formato A0, A1 e A2 tiverem que ser perfuradas

para arquivamento, deve ser dobrado, para trás, o canto superior esquerdo, conforme as Figuras 6 a 8.

Para formatos maiores que o formato A0 e formatos especiais, o dobramento deve ser tal que ao final esteja no padrão do formato A4.

Figura 6 – Dobradura da Folha no formato A0

Figura 7 – Dobradura da Folha no formato A1

9

Figura 8 – Dobradura da Folha no formato A2

Figura 9 – Dobradura da Folha no formato A3

10

2 CONCEITOS E CONVENÇÕES BÁSICAS

2.1 CARACTERES

A NBR8402 é a responsável por padronizar a escrita nos desenhos técnicos. A escrita pode ser vertical ou inclinada, em um ângulo de 15° para a direita em relação à vertical. A Tabela 3 apresenta as proporções que devem ser usadas.

Tabela 3 – Proporções e dimensões de símbolos gráficos Características Relação Dimensões (mm)

Altura das letras maiúsculas (h) (10/10)h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas (c) (7/10)h - 2,5 3,5 5 7 10 14 Distância mínima entre caracteres* (a)

(2/10)h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4

Distância mínima entre linhas base (b) (14/10)h 3,5 5 7 10 14 20 28 Distância mínima entre palavras (e) (6/10)h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12 Largura da linha (d) (1/10)h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2 * Para melhoras o efeito visual, a distância entre dois caracteres pode ser reduzida pela metade, como por exemplo: LA, TV ou LT, neste caso a distância corresponde ã largura da linha (d).

Figura 10 – Características da forma de escrita

No CAD, podemos usar a fonte Technical ou Technic (não possui letras minúsculas), que é muito semelhante aos caracteres sugeridos na norma.

Technical Maíscula:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTABCDEFGHIJKLMNOPQRSTABCDEFGHIJKLMNOPQRSTABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZUVWXYZUVWXYZUVWXYZ

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTABCDEFGHIJKLMNOPQRSTABCDEFGHIJKLMNOPQRSTABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZUVWXYZUVWXYZUVWXYZ

Technical Minúscula:

aaaabcdefghijklmnopqrstubcdefghijklmnopqrstubcdefghijklmnopqrstubcdefghijklmnopqrstuvwxyzvwxyzvwxyzvwxyz

abcdefghijklmnopqrstuvwxyzabcdefghijklmnopqrstuvwxyzabcdefghijklmnopqrstuvwxyzabcdefghijklmnopqrstuvwxyz

Números:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

11

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2.2 LINHAS

A Norma NBR8403 fixa as dimensões e formas das linhas na representação gráfica dos desenhos técnicos.

A relação entre as larguras de linhas largas e estreita não deve ser inferior a 2. As larguras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimensão, escala e

densidade de linhas no desenho, de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm.

O espaçamento mínimo entre linhas paralelas (inclusive a representação de hachuras) não deve ser menor do que duas vezes a largura da linha mais larga, entretanto recomenda-se que esta distância não seja menor do que 0,70 mm.

A Tabela 4 relaciona os tipos de linhas de acordo com a norma.

Tabela 4 – Tipo de Linhas Linha Denominação Contínua larga

Contínua Larga Contornos visíveis Arestas visíveis

_____________

Contínua estreita Linhas de interseção imaginárias Linhas de cota Linhas auxiliares Linhas de chamadas Hachuras Contornos de seções rebatidas na própria vista Linhas de centros curtas

- - - - - - - - Tracejada larga Contornos não visíveis Arestas não visíveis

Contínua estreita em ziguezague

Destina-se a desenhos confeccionados por máquinas.

Traço e ponto estreita Linha de centro

Linha de simetria Trajetórias

- - - - - - - - - Tracejada estreita Contornos não visíveis

Arestas não visíveis

Traço dois pontos estreita Contornos de peças adjacentes Posição limite de peças móveis Linhas de centro de gravidade Cantos antes da conformação Detalhes situados antes do plano de corte

Traço e ponto estreita e larga nas extremidades e na mudança de direção

Plano de corte

Traço e ponto largo Indicação das linhas ou superfícies com

indicação especial Nota: Se forem usados tipos de linhas diferentes, os seus significados devem ser explicados no respectivo desenho ou por meio de referência às normas específicas correspondentes.

12

3 CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS Estudaremos neste capítulo as relações geométricas existentes e como elas

podem ser aplicadas na construção do desenho, através do uso dos instrumentos listados no item 1.3.

Todas as construções geométricas partem de princípios básicos estudados desde a época de Pitágoras (século V a.C.). Quando ainda não havia sistemas matemáticos bem definidos, todo o estudo de geometria era realizado através dos desenhos. Tais conceitos são utilizados até hoje, mesmo com os recursos de desenho digital.

Vermos a seguir algumas construções geométricas básicas.

3.1.1 Ponto Médio Dado um segmento AB qualquer (Figura 11a), para traçar o ponto médio deste

segmento deve-se primeiro traçar a mediatriz relativa a AB . A Figuras 8 ilustram os passos para a construção da mediatriz.

• Passo 1: Com a ponta seca do compasso em A traçar um arco com raio maior que a metade do segmento AB (Figura 11b).

• Passo 2: Com a ponta seca do compasso em B traçar um arco com raio igual ao arco do Passo 1 (Figura 11c).

• Passo 3: Ligar os pontos C e D (pontos de interseção entre os arcos). O

segmento CD é a mediatriz de AB e M o ponto médio (Figura 11d).

Figura 11 – Construção do Ponto médio

3.1.2 Bissetriz

Dada as retas r e s e o ângulo α formado entre elas (Figura 12a). Segue os passos para construir a bissetriz de α.

• Passo 1: Com a ponta seca do compasso em O traçar um arco de raio qualquer. Os pontos A e B são os pontos de interseção entre o arco e as retas r e s (Figura 12b).

• Passo 2: Com a ponta seca do compasso em A traçar um arco de raio qualquer (Figura 12c).

• Passo 3: Com a ponta seca do compasso em B traçar outro arco (o raio usado deve ser igual ao do Passo 2 – Figura 12d).

• Passo 4: Marque o ponto E na interseção entre os arcos do Passo 2 e 3. A reta OE é a bissetriz do ângulo α (Figura 12e).

A B A B A B

(a) (b) (c) (d)

A B

C

D

M

13

Figura 12 – Construção da Bissetriz.

3.1.3 Divisão de um segmento em partes iguais Para dividir um segmento AB, por exemplo em 4 partes iguais, traçamos uma

semi-reta qualquer r (Figura 13) e sobre ela construímos, com compasso, os segmentos AA1, AA2, AA3 e AA4. As paralelas a A4B que passam pelos pontos A3, A2 e A1 determinarão no segmento AB os pontos C, D e E que o dividirão em 4 partes iguais.

Dado o segmento AB os passos para dividi-lo em 4 partes iguais é ilustrado na Figura 5.

• Passo 1: Trace a semi-reta r com origem em A (Figura 13a). • Passo 2: Marque sobre o segmento AC quatro segmentos de mesmo

tamanho (Figura 13b). • Passo 3: Trace o segmento A4B (Figura 13c). • Passo 4: Trace paralelas a A4B pelos pontos A3, A2 e A1 (Figura 13d) • Passo 5: Os pontos C, D e E dividem o segmento AB em quatro partes

iguais (Figura 13e).

(a) (b) (c)

O

r

s

α O

r

s

α

C

D

O

r

s

α

C

D

O

r

s

α

C

D

(d) (e)

O

r

s

a

C

D

E

14

Figura 13 – Construção da divisão de um segmento em partes iguais.

3.1.4 Transferência de ângulo

Seja o ângulo θ e o segmento AB (Figura 13a). Os passos para transferir o ângulo θ para AB são mostrados na Figura 13 abaixo.

• Passo 1: Com a ponta seca do compasso na origem do ângulo θ traçar um arco de raio qualquer, encontrando os pontos C e D (Figura 13b).

• Passo 2: Com a ponta seca do compasso em A traçar um arco com o mesmo raio que o arco do Passo 1, encontrando o ponto E (Figura 13c).

• Passo 3: Com a ponta seca do compasso em C abrir o compasso até o ponto D (Figura 13d).

• Passo 4: Com a ponta seca do compasso em E traçar um arco com o raio determinado no Passo 3, encontrando o ponto F (Figura 13e).

• Passo 5: Ao traçar o segmento AF, o ângulo formado pelos segmentos AB e AF será igual ao ângulo θ.

Figura 14 – Construção de transferência de ângulos.

(a) (b) (c)

A B

r

A B

r

A1

A2

A3

A4

A B

r

A1

A2

A3

A4

A B

r

A1

A2

A3

A4

(d) (e)

A B

r

A1

A2

A3

A4

C D E

(a) (b) (c)

O θA B

O θ

C

D

O θ AB

C

Dr

r

O θ

C

D

Abertura do compasso

(d) (e) (f)

E

O θ AB

C

D

E

F

ABE

F

θ

15

3.1.5 Triângulo Equilátero O procedimento para construção do triângulo retângulo é muito parecido com a

construção do ponto médio (Item 3.1.1), com a diferença de que o raio do arco deve ser igual ao do segmento AB, como ilustrado na Figura 14.

Figura 15 – Construção do triângulo equilátero.

3.1.6 Pentágono Dado o segmento AB igual ao lado do pentágono a Figura 15 ilustra os passos

para a construção do pentágono. • Passo 1: Traçar uma reta perpendicular ao segmento AB passando por A

(Figura 15a). • Passo 2: Com a ponta seca do compasso em A traçar um arco de raio AB

encontrando o ponto C (Figura 15b). • Passo 3: Traçar o ponto médio de AC, encontrando o ponto M. Ver item

3.1.1. (Figura 15c). • Passo 4: Traçar uma reta perpendicular ao segmento AB passando por B

(Figura 15d). • Passo 5: Com a ponta seca do compasso em B traçar um arco de raio AB

encontrando o ponto D (Figura 15e). • Passo 6: Com a ponta seca do compasso em M traçar um arco de raio MD,

encontrando o ponto E (Figura 15f). • Passo 7: Traçar uma reta perpendicular ao segmento AE passando por E,

encontrando o ponto F (Figura 15g). • Passo 8: Com a ponta seca do compasso em A traçar um arco de raio AE

(Figura 15h). • Passo 9: Com a ponta seca do compasso em B traçar um arco de raio BF,

encontrando o ponto G, H e I (Figura 15i). Os pontos A, B, I, G e H são os vértices do pentágono de lado AB. (Figura 15j).

A B

C

A B

C

(a) (b) (c)

A B A B

C

A B

C

M

A B

C

M

(d)

16

Figura 16 – Construção do pentágono.

3.1.7 Hexágono Dado o segmento AB igual ao lado do pentágono a Figura 16 ilustra os passos

para a construção do hexágono. • Passo 1: Traçar o ponto C do triângulo eqüilátero de base AB, item 3.1.4

(Figura 16a). • Passo 2: Com a ponta seca do compasso em C traçar um arco de raio AC,

encontrando os pontos D e E (Figura 16b). • Passo 3: Com a ponta seca do compasso em D traçar um arco de raio DC,

encontrando o ponto F (Figura 16c). • Passo 4: Com a ponta seca do compasso em E traçar um arco de raio EC,

encontrando o ponto G (Figura 16d). • Passo 5: Os pontos A, B, D, E, F e G são os vértices do hexágono de lado

AB (Figura 13e).

(e) (f) (g)

A B

C

M

D

A B

C

M

D

E

A B

C

M

D

E F

A B

C

M

D

E F

(h)

A B

E FG

H I

(i)

A B

G

H I108,0 °

108,0 ° 108,0 °

108,0 °

108,0 °

(j)

(a) (b) (c)

A B

C

A B

CD E

A B

CD E

F

17

Figura 17 – Construção do hexágono.

(e) (g)

A B

CDE

F G

A B

DE

F G

120,0 °

120,0 °

120,0 ° 120,0 °

120,0 °

120,0 °

18

4 DESENHO PROJETIVO Imagine a peça envolvida por um cubo, no qual cada face corresponderá a uma

vista, ou seja, o que você estaria enxergando da peça se você estivesse olhando esta face de frente. Este cubo de vistas é então “planificado”, desdobrado. Desta forma é possível visualizar todos os lados da peça em uma folha de papel.

A projeção ortográfica é uma forma de representar graficamente objetos tridimensionais em superfícies planas, de modo a transmitir suas características com precisão e demonstrar sua verdadeira grandeza. Na prática, a projeção ortográfica pode ser feita de duas formas:

• No primeiro diedro: imagine-se vendo a peça a partir de um dos lados do cubo (Figura 17). O desenho da vista será feito no lado oposto em que você se “localiza”, ilustrado na Figura 18.

Figura 18 – Cubo imaginário com as projeções das vistas.

• No terceiro diedro: imagine-se vendo a peça a partir de um dos lados do cubo. O desenho da vista será feito no mesmo lado em que você se “localiza”.

Iremos trabalhar com as vistas no primeiro dietro.

4.1 DENOMINAÇÃO DAS VISTAS ORTOGRÁFICAS

Os nomes das vistas indicadas na Figura 20 são as seguintes:

Figura 19 – Peça em perspectiva com a indicação das vistas.

1

2

3

4

5

6

1. Vista Frontal2. Vista Lateral Esquerda3. Vista Lateral Direita4. Vista Superior5. Vista Inferior6. Vista Posterior

bd

f

c

e

a

19

a) vista frontal (a); b) vista superior (b); c) vista lateral esquerda (c); d) vista lateral direita (d); e) vista inferior (e); f) vista posterior (f).

4.1.1 Posição relativa das vistas no 1º diedro Fixando a vista frontal (A) conforme as Figuras 21, as posições relativas das

outras vistas são as seguintes:

Figura 20 – Posição relativa das vistas no Primeiro Diedro

a) vista superior (B), posicionada abaixo; b) vista lateral esquerda (C), posicionada à direita; c) vista lateral direita (D), posicionada à esquerda; d) vista inferior (E), posicionada acima; e) vista posterior (F), posicionada à direita ou à esquerda,

conforme a conveniência.

4.1.2 Escolha das Vistas

4.1.2.1 Vista principal

A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista frontal ou principal. Geralmente esta vista representa a peça na sua posição de utilização.

VISTA INFERIOR

VISTA FRONTALVISTA LT DIREITA VISTA LT ESQUERDA VISTA POSTERIOR

VISTA INFERIOR

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

Vista PosteriorVista Lateral Direita

Vista Inferior

20

4.1.2.2 Outras vistas

Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes e/ou seções, elas devem ser selecionadas conforme os seguintes critérios:

• Usar o menor número de vistas; • Evitar repetição de detalhes; • Evitar linhas tracejadas desnecessárias.

4.1.2.3 Determinação do número de vistas

Devem ser executadas tantas vistas quantas forem necessárias à caracterização da forma da peça, sendo preferíveis vistas, cortes ou seções ao emprego de grande quantidade de linhas tracejadas.

4.2 VÉRTICES, LADOS, ARESTAS E FACES

Ao desenhar as vistas de uma peça, cada vista irá mostrar somente duas dimensões do objeto (largura e comprimento, comprimento e altura, etc). Entre cada vista haverá uma dimensão em comum. Por isso, é costume desenhar as vistas alinhadas entre si – não é uma obrigação, pois a figura pode não caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do desenho mais fácil.

Em determinadas situações, numa determinada vista, poderá ocorrer de termos que representar uma aresta que está oculta, ou encoberta, por uma das faces ou planos que compõe a vista. Nesse caso, tais arestas serão representadas por linhas tracejadas. A Figura 22 exemplifica esses casos.

Figura 21 – Representação das vistas ortográficas

4.3 LINHA DE EIXO DE SIMETRIA

É importante no projeto e execução de uma peça a localização de seus pontos médios e centros de arcos e circunferências. Estas linhas em geral são os primeiros traços de um desenho, e ambas são representadas por uma linha do tipo traço ponto, estreita. No seu traçado, estas linhas ultrapassam levemente o desenho da peça (Figura 21).

Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria: • Em qualquer peça simétrica, como por exemplo, um cilindro ou cone,

inclusive em partes ocultas, como furos. • No centro de circunferências, de preferência marcada com duas linhas

ortogonais.

21

Figura 22 – Exemplos de aplicação do eixo de simetria.

4.4 ELEMENTOS REPETITIVOS

A Figura 22 mostra um exemplo de representação de detalhes em uma peça que se repetem regularmente, como furos, dentes, etc. Pode-se traçar somente os primeiros detalhes, mostrando em seguida as posições dos próximos (linhas de eixo ou um desenho simplificado).

Figura 23 – Exemplo de peças com elementos repetitivos.

4.5 DETALHES AMPLIADOS

Quando existem detalhes na peça muito pequenos, no qual a escala utilizada é insuficiente, pode-se desenhar somente esta parte com uma ampliação.

Para isso circunda-se a parte a ser ampliada (no desenho original) com uma linha estreita contínua, devidamente identificada com uma letra maiúscula. O desenho ampliado deve ser identificado com a mesma letra assinalada no desenho original e com a indicação da escala.

4.6 PEÇA SIMÉTRICA

Pode-se desenhar somente um dos lados de uma peça simétrica, no qual a linha de eixo indicará a simetria. Pode-se usar esta representação para uma peça com dois lados iguais (desenhando a metade) e quatro lados iguais (desenhando a quarta parte).

4.7 COTAS

Cotas são representações gráficas no desenho das características do elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida.

(a) Eixo de simetria no centro de arco. (b) Eixo indicando a simetriada peça.

22

4.7.1 Aplicação Toda cota necessária para descrever uma peça ou componente, clara e

completamente, deve ser representada diretamente no desenho. A cota deve ser localizada na vista ou corte que represente mais claramente o

elemento. Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade (por exemplo, milímetro)

para todas as cotas sem o emprego do símbolo. Se for necessário, para evitar mau entendimento, o símbolo da unidade predominante para um determinado desenho deve ser incluído na legenda. Onde outras unidades devem ser empregadas como parte na especificação do desenho, o símbolo da unidade apropriada deve ser indicado com o valor.

Cotar somente o necessário para descrever o objeto ou produto acabado. Nenhum elemento do objeto ou produto acabado deve ser definido por mais de uma cota.

4.7.2 Método de execução Os elementos da cota são: a linha auxiliar, linha de cota (item 2.2) limite da linha

de cota e a cota. As linhas auxiliares são desenhadas como linhas estreitas contínuas, conforme

Tabela 4, item 2.2. A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de

cota. Um pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno e linha auxiliar.

4.7.3 Apresentação da cota As cotas devem ser apresentadas em desenho em caracteres com tamanho

suficiente para garantir completa legibilidade, tanto no original como nas reproduções, conforme item 2.1. As cotas devem ser localizadas de tal modo que elas não sejam cortadas ou separadas por qualquer outra linha.

A Figura 23 exemplifica a representação gráfica da cota.

Figura 24 – Exemplo de representação gráfica de cotas.

23

4.7.4 Simbologia Alguns símbolos usados na cotagem são apresentados abaixo: Ø Usado nas cotas que indicam diâmetro

Usado nas cotas que indicam quadrado, quando o desenho não mostra claramente.

R Usado nas cotas que indicam raio de uma curvatura. r Usado nas cotas que indicam arredondamento. # Usado nas indicações de bitolas em chapas, fios, etc.

Indica linha de simetria

4.8 CORTES E SEÇÕES

4.8.1 Hachuras Os cortes ou seções são evidenciados através de hachuras, conforme a

NBR12298. Hachuras são linhas com o objetivo de representar tipos de matérias em áreas de

corte em desenho técnico. As hachuras devem ser traçadas em linhas estreita. São formadas por linhas a 45º

em relação às linhas principais do contorno ou eixo de simetria. No caso de estarem em uma mesma peça, as hachuras deve estar na mesma direção (Figura 24).

Figura 25 – Hachura.

Detalhes desenhados separadamente de sua vista deve ser hachurado na mesma direção.

No caso de conjunto de peças, as hachuras devem ter direções opostas ou espaçamentos diferentes.

As hachuras, em uma mesma peça composta, são feitas em direções diferentes. Peças compostas, quando representam em desenho de conjunto, devem ser feitas

numa mesma direção, como uma peça simples. O espaçamento mínimo para hachuras é de 0,7mm. As hachuras, em áreas de corte muito grande, podem ser limitadas à vizinhança

do contorno, deixando a parte central em branco. Em alguns casos a hachura pode indicar o tipo de material, conforme

exemplificado abaixo.

Elastômeros, vidros, cerâmicas e rochas.

Concreto

24

Líquido

Madeira

Terra

4.8.2 Generalidades A disposição dos cortes ou seções segue a mesma disposição das vistas. Quando a localização de um plano de corte for clara, não há necessidade de

indicação da sua posição e identificação. Quando a localização não for clara, ou quando for necessário distinguir entre

vários planos de corte, a posição do plano de corte deve ser indicada por meio de linha estreita, traço ponto, larga nas extremidades e na mudança de direção. O plano de corte deve ser identificado por letra maiúscula e o sentido de observação por meio de setas.

A designação do corte correspondente é feita nas proximidades do corte.

25

4.9 EXERCÍCIOS

1. Desenhe, nas escala indicadas, as vistas ortográficas das peças abaixo: a) Escala 1:100 (Todas as vistas)

b) Escala 1:50 (vista frontal, lateral esquerda e superior)

26

c) Escala 2:1 (vista frontal, lateral esquerda e superior – unidades em cm)

d) Escala 5:1 (vista frontal, lateral esquerda e superior – unidades em mm)

e) Baseado na figura anterior, suponha que a parte circular da peça é oca, sendo que

a espessura desta parte é de 1mm. Imagine agora um plano paralelo a vista frontal que passa no eixo da peça. Represente este corte. Usar a escala 5:1

10

,00

27

5 PERSPECTIVAS Existem vários tipos de perspectiva, cada um com sua utilidade. Os desenhos em

perspectiva exata ilustram com perfeição o ângulo do observador, porém as dimensões variam com a posição e proximidade dos objetos. Vermos neste capítulo a perspectiva isométrica e a cavaleira.

5.1 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

A perspectiva isométrica mantém as mesmas proporções do comprimento, largura e altura do objeto.

Qualquer que seja a forma da peça a ser desenhada, para se elaborar um esboço em perspectiva é necessário desenhar, primeiramente, o paralelepípedo de referência.

Na perspectiva isométrica o desenho do paralelepípedo de referência deve começar pelos três eixos isométricos como exemplificado na Figura 27.

Figura 26 – Eixos isométricos.

Traçados os eixos isométricos, deve-se marcar sobre eles tamanhos proporcionais às medidas de comprimento, largura e altura da peça representada nas projeções ortográficas. Seguindo as medidas marcadas, traçam-se linhas paralelas aos eixos isométricos até obter o paralelepípedo de referência, conforme Figura 28.

Figura 27 – Vistas Ortográficas e Perspectiva isométrica.

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

28

5.1.1 Perspectiva de superfícies inclinadas As superfícies inclinadas, quando desenhadas em perspectivas, não acompanham

as direções dos eixos isométricos. Nos desenhos em perspectivas o traçado das superfícies inclinadas não deve ser orientado pelo ângulo de inclinação da superfície. A forma mais correta para traçar as superfícies inclinadas é marcar o comprimento dos catetos, que determina a inclinação da superfície, nas arestas do paralelepípedo de referência. A Figura 29 ilustra a elaboração do desenho do esboço em perspectiva contendo superfícies inclinadas.

Figura 28 – Perspectiva de superfície inclinada

5.1.2 Perspectiva de superfícies curvas Como o círculo pode ser inscrito em um quadrado, conclui-se que um cilindro

pode ser inscrito em um paralelepípedo de base quadrada. Quando fazemos a perspectiva de um círculo, o inscrevemos em um quadrado em perspectiva. Na perspectiva o círculo ficará “distorcido”, terá a forma de uma elipse. Na Figura 30 temos um exemplo de perspectiva de superfície curva.

Segue abaixo o procedimento para traçar uma curva em perspectiva isométrica, ilustrado pela Figura 30:

a. Localize a circunferência na vista e desenhe o quadrado que a circunferência está inscrita. Este quadrado será desenhado em perspectiva;

b. Independente da posição do quadrado, sempre teremos pontos mais próximos (A e C) e pontos mais distantes (B e D);

c. Ligue os pontos A e C com os ponto médio da face oposta. Ponto A com M e N e ponto C com P e O;

d. Trace o primeiro arco ( com centro em A; e. Trace o segundo arco com centro na interseção das retas;

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

29

f. Trace o terceiro arco com centro em C; g. Trace o quarto arco com centro na interseção das retas; h. Apague as linhas de construção e reforce o traçado do arco.

Figura 29 – Perspectiva de Superfícies curvas

5.2 PERSPECTIVA CAVALEIRA

Na perspectiva cavaleira a vista frontal é representada paralela ao observador, desta forma todas as suas medidas não sofrem deformação. As outras duas vistas sofrem deformação dependendo da sua inclinação, sendo elas:

• Arestas com 60° de inclinação – Usar 1/3 da medida real

D

A B

C

A

B

C

D

M N

P O

X Y

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

φ

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

30

Figura 30 – Perspectiva Cavaleira - inclinação de 60º

• Arestas com 45° de inclinação – Usar 1/2 da medida real

Figura 31 – Perspectiva Cavaleira - inclinação de 45º

• Arestas com 30° de inclinação – Usar 2/3 da medida real

Figura 32 – Perspectiva Cavaleira - inclinação de 30º

Para traçar as medidas das vistas que estão deformadas, deve-se usar a divisão

de um segmento em partes iguais, conforme item 3.1.3.

5.2.1 Perspectiva de superfícies curvas Assim como na perspectiva isométrica, para desenhar a superfície curva,

devemos inscrevê-la em um quadrado. Porém na perspectiva cavaleira, a face frontal não sofre deformação, ou seja, o circulo estará representado como realmente é.

Para traçar a superfície curva em uma das faces inclinadas, basta desenhá-la na face frontal e através de linhas guia desenhar a elipse que representa a curva na face inclinada devida (Figura 34). Segue abaixo os passos para desenhar a curva.

• Passo 1: A partir do quadrado ABCD circunscrito, traçar as diagonais AC e BD, encontrando os pontos F, G, H e I (Figura 34a).

• Passo 2: Determinar os pontos médios dos lados das faces inclinadas (Figura 34b).

31

• Passo 3: Traçar os segmentos FI e GH até a aresta comum entre as faces e traçar retas na face superior conforme a Figura 34c. Marcar os pontos de interseção entre as retas.

• Passo 4: Traçar os segmentos FG e IH até a aresta comum entre as faces e traçar retas na face lateral direita conforme a Figura 34d. Marcar os pontos de interseção entre as retas.

• Passo 5: Traçar a elipse a mão livre, ligando os pontos nas faces inclinadas conforme a Figura 34e.

Figura 33 – Representação de superfícies curvas na perspectiva cavaleira.

(a) (b) (c)

(d) (e)

32

5.3 EXERCÍCIOS

2. Dadas as vistas ortográficas abaixo desenhar as perspectivas solicitadas.

a. Perspectiva Isométrica, escala 1:25 – unidades em m

b. Perspectiva Isométrica, escala 1:20 – unidades em m

Vista frontal Vista lt. esquerda

Vista superior

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

33

Vista frontal Vista lt. esquerda

Vista superior

VISTA FRONTAL VISTA LATERAL ESQUERDA

VISTA SUPERIOR

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

c. Perspectiva Isométrica, escala 1:75 – medidas em m

d. Perspectiva Cavaleira com 30º, 45º e 60º. Escala 1:75 – medidas em m

Vista frontal Vista lt. esquerda

Vista superior

Vista Frontal Vista Lateral Esquerda

Vista Superior

34

6 TUBULAÇÃO INDUSTRIAL Tubos são condutos fechados, destinados principalmente ao transporte de

fluidos. Todos os tubos são de seção circular. Chama-se de “tubulação” a um conjunto de tubos e de seus diversos acessórios.

As tubulações são usadas para transportar todos os materiais capazes de escoar, isto é, todos os fluidos conhecidos, líquidos os gasosos, assim como materiais pastosos e fluidos sólidos em suspensão.

6.1 CLASSIFICAÇÃO

As tubulações industriais são classificadas quanto ao emprego como: • Tubulações dentro de instalações industriais

o Tubulações de processo: são as tubulações do fluido ou dos fluidos que constituem a finalidade básica da indústria cuja atividade principal é o processamento, a armazenagem ou a distribuição de fluidos. Ex.: tubulações de óleo em refinarias, terminais e instalações de armazenamento ou distribuição de petróleo, tubulações de vapor em centrais termelétricas, tubulações de produtos químicos em indústrias químicas, etc.

o Tubulações de utilidade: são as tubulações de fluidos auxiliares nas indústrias cuja atividade principal é o processamento, a armazenagem ou a distribuição de fluidos, e também as tubulações em geral em todas as indústrias que se dedicam a outras atividades. Ex.: Tubulações de rede de água doce, salgada, vapor, condensado e ar comprimido, nas indústrias em geral.

o Tubulações de instrumentação: são as tubulações para a transmissão de sinais de ar comprimido. Não são destinadas a transporte de fluidos.

o Tubulações de transmissão hidráulica: são as tubulações de líquidos sob pressão para os comandos e servomecanismos hidráulicos. Não são destinadas a transporte de fluidos.

o Tubulações de drenagem: são as redes encarregadas de coletar e conduzir ao destino conveniente os diversos efluentes fluidos de uma instalação industrial.

• Tubulações fora de instalações industriais o Tubulação de transporte: são os troncos empregados para o transporte de

líquidos e de gases a longas distâncias fora de instalações industriais. Podem ser de: � Adução � Transporte � Drenagem

o Tubulação de distribuição: são redes ramificadas fora de instalações industriais. Podem ser de: � Distribuição � Coleta

As tubulações industriais podem ser classificadas quanto ao fluido conduzido

como: • Tubulações para água

o Água doce � Água potável

35

� Água de alimentação de caldeiras � Água industrial

o Água salgada e outras águas agressivas o Água de incêndio o Água de irrigação

• Tubulações para vapor o Vapor superaquecido o Vapor saturado o Vapor exausto o condensado

• Tubulações para óleos o Petróleo cru o Produtos intermediários e finais do petróleo o Óleos vegetais o Óleos hidráulicos

• Tubulações para ar o Ar comprimido industrial o Ar comprimido de instrumentação

• Tubulações para gases o Gás de iluminação o Gás natural o Gases de petróleo, gases de síntese o Gases de alto-forno o CO2, oxigênio, hidrogênio, etc.

• Tubulações para esgoto e drenagem o Esgoto pluvial, lama de drenagem o Esgoto industrial o Esgoto sanitário o Gases residuais o Drenagem de emergêmcia

• Tubulações para fluidos diversos o Produtos petroquímicos

� Bebidas � Xaropes � Óleos e gorduras comestíveis, etc.

o Produtos alimentares � Bebidas � Xaropes � Óleos e gorduras comestíveis, etc.

o Tintas, resinas, vernizes, solventes, etc o Misturas refrigerantes

� Ácidos, álcalis, enxofre fundido � Amônia, álcool � Cloro, uréia, soda � Sabões, etc.

o Pasta de papel � Ácidos, álcalis, enxofre fundido � Amônia, álcool � Cloro, uréia, soda � Sabões, etc.

36

o Produtos químicos diversos � Ácidos, álcalis, enxofre fundido � Amônia, álcool � Cloro, uréia, soda � Sabões, etc.

6.2 DESENHO DE TUBULAÇÕES

Em um projeto de tubulações industriais, fazem-se geralmente os seguintes tipos principais de desenhos de tubulações:

• Fluxogramas • Plantas de tubulação • Desenhos isométricos • Desenhos de detalhes e de fabricação, desenhos de suporte, folhas de dados,

etc. Além destes desenhos, um projeto de tubulações contém sempre vários outros

documentos e outros tipos de desenhos.

6.2.1 Fluxogramas São desenhos esquemáticos, sem escala, que mostram todo o sistema constituído

por diversos vasos, equipamentos e instrumentos, e a respectiva rede de tubulação a eles ligados. Os fluxogramas têm apenas a finalidade de mostrar o funcionamento do sistema, não se destinam a nenhum efeito de fabricação, construção ou montagem.

Figura 34 – Fluxograma de unidade de processamento contínuo para uma

indústria de produtos químicos de limpeza. Fonte: http://www.itoi.ufrj.br/sempe/t5p20.htm.

6.2.2 Plantas As plantas de tubulação são desenhos em escala, contendo todas as tubulações

de uma determinada área. As seguintes informações devem estar contidas nas plantas de tubulação:

• Indicação do norte no projeto;

37

• Coordenadas e cotas, importantes linhas de referência, tais como: limite de área e desenho, linha de centro de ruas ou acesso e seus contornos, travessia de ruas, canaletas e drenagem, diques, prédios, casas de controle e outras edificações, contorno das bases principais, plantas de continuação;

• Identificação de todos os tubos e seu sentido de fluxo; • Elevações de todos os tubos; • Identificação de caimento através dos pontos de trabalho; • Distância entre linhas de centro de tubos paralelos e todas as cotas dos

pontos de mudança de direção; • Todas as válvulas e acessórios de tubulação (exceto luvas ou uniões que

funcionam como ligações entre varas de tubos) representados em escala conforme simbologia própria;

• Identificação, dimensões gerais, elevação e locação de plataformas, passarelas e escadas e

• Identificação, representação conforme simbologia própria e locação de todos os instrumentos inerentes ao sistema de tubulações.

Figura 35 – Trecho de Planta de Tubulação de Vapor.

Fonte: http://almarcz.com.br/geral/as-built-de-tubulacoes-em-geral/

6.2.3 Desenhos isométricos São desenhos feitos em perspectiva isométrica, sem escala; faz-se geralmente

um desenho para cada tubulação individual ou para duas ou três tubulações próximas que sejam interligadas. No caso de uma tubulação muito longa pode ser necessário subdividir a tubulação por vários desenhos isométricos sucessivos. Nunca se deve figurar em um mesmo desenho isométrico duas tubulações de áreas diferentes.

Nos desenhos isométricos devem aparecer todas as válvulas e todos os acessórios de tubulações , com suas descrições e especificações completas, também com a localização de todas as emendas dos tubos e dos acessórios. Deve possuir todas as cotas e dimensões necessárias para a fabricação e montagem das tubulações tais como: dimensões dos trechos retos de tubo, ângulos, raios de curvaturas, elevações de todos os tubos, dimensões de válvulas e acessórios, localização e orientação de todos os locais de vasos e equipamentos, posição das hastes e volantes das válvulas, etc.

Em todos os desenhos isométricos deve haver sempre a indicação da orientação (Norte) para se poder obter a localização dos tubos no terreno.

38

6.3 SIMBOLOGIA

Os símbolos para execução da planta estão de acordo com a Norma PETROBRÁS N-59. A Tabela 5 apresenta a simbologia que deve ser adotada.

Tabela 5 – Simbologia de Tubulação Tipo de

Tubulação Descrição Projeção Símbolo Imagem

Bomba

centrífuga

É uma bomba hidráulica que tem como princípio de funcionamento a força centrífuga através de palhetas e impulsos que giram no interior de uma carcaça estanque, jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante.

Fluxograma

Planta -

Bomba

volumétrica

A movimentação do fluido é causada diretamente pela ação do órgão de impulsão da bomba que obriga o fluido a executar o mesmo movimento a que está sujeito este impulsor. Pode ser chamada também de Bomba de Deslocamento Positivo.

Fluxograma

Planta -

Compressor

É um equipamento industrial concebido para aumentar a pressão de fluido em estado gasoso.

Fluxograma

Planta -

Curva ou

joelho de 90° Peça para conexão de tubos.

Fluxograma -

Planta

Purgador de

vapor

São dispositivos automáticos que separam e eliminam o condensado formado nas tubulações de vapor e nos aparelhos de aquecimento, sem deixar escapar o vapor.

Fluxograma

Planta -

Redução Peça para conexão de tubos com diâmetros diferentes.

Fluxograma Planta

PLANTA

LATERAL

FRONTAL

39

Tampão Serve para tampar a extremidade de um tubo.

Fluxograma

Planta -

O tê para ligações de ramais de derivações, ligação de manômetro ou termômetros; fechado com um plug permite futuras ligações. O tê pode ser normal (todas as bocas com o mesmo diâmetro, ou com bocas de diâmetros diferentes e ainda com derivações a 45° e são chamados de “Y”).

Fluxograma -

Planta

Tubulação Conjunto de tubos e de seus diversos acessórios

Fluxograma

Planta

Válvula

acionada por

diafragma de

ar

São válvulas sem engaxetamento, desenvolvidas especialmente para bloqueio e regulagem de fluidos tóxicos corrosivos, tóxicos, ou perigosos de modo geral, bem como para fluidos muito voláteis, ou que exijam total segurança contra vazamentos.

Fluxograma

Planta

Válvula borboleta

São basicamente válvulas de regulagem, mas também podem trabalhar como válvulas de bloqueio. São empregadas principalmente para tubulações de grande diâmetro, baixa pressões e temperaturas moderadas, tanto para líquidos sujos ou contendo sólidos em suspensão, bem como para serviços corrosivos.

Fluxograma

Planta

Válvula de

controle

manual

É um nome genérico para designar uma grande variedade de válvulas usadas em combinação com instrumentos automáticos, e comandadas à distância por esses instrumentos, para controlar a vazão ou a pressão de um fluido.

Fluxograma

Planta

PLANTA

LATERAL

LINHA SIMPLESTUBULAÇÕES ATÉ 12"

LINHA DUPLATUBULAÇÕES DE MAIS DE 14"

40

Válvula de gaveta

É o tipo de válvula mais importante e de uso mais generalizado. São as válvulas de bloqueio de líquidos por excelência, empregadas em quaisquer diâmetro, na maioria das tubulações de água, óleos e líquidos em geral, desde que não sejam muito corrosivos nem deixem muitos sedimentos ou tenham grande quantidade de sólidos em suspensão.

Fluxograma

Planta

Válvula de

retenção

Permitem a passagem do fluido em um sentido apenas, fechando-se automaticamente por diferença de pressões, exercidas pelo fluido em conseqüência do próprio escoamento, se houver tendência à inversão no sentido do fluxo.São portanto válvulas de operação automática.

Fluxograma

Planta

Válvula de segurança ou de alívio

Controlam a pressão a montante abrindo-se automaticamente, quando essa pressão ultrapassar um determinado valor para o qual a válvula foi calibrada, e que se denomina “pressão de abertura” da válvula.

Fluxograma

Planta

Válvula esfera

É uma variante da válvula macho. O macho nessas válvulas é uma esfera, que gira sobre um diâmetro, deslizante entre anéis retentores de materiais resilientes não metálico (materiais plásticos, borrachas, neoprene, etc.) tornando a vedação absolutamente estanque.

Fluxograma

Planta

Válvula globo

O fechamento é feito por meio de um tampão que se ajusta contra uma única sede, cujo orifício está geralmente em posição paralela ao sentido geral de escoamento do fluido. Podem trabalhar não só em posição aberta e fechada, como em qualquer posição intermediária de fechamento, isto é, são válvulas de regulagem.

Fluxograma

Planta

41

Válvula macho

Representam em média cerca de 10% de todas as válvulas usadas em tubulações industriais. Aplicam-se principalmente nos serviços de bloqueio de gases. São recomendadas para serviços com líquidos que deixem sedimentos ou que tenham sólidos em suspensão.

Fluxograma

Planta

6.4 EXERCÍCIOS

3. Dada a perspectiva isométrica, desenhar a planta e a elevação da tubulação. a. Desenho 1 – Usar a vista para leste

42

b. Desenho 2 – Usar a vista para leste

c. Desenho 3 – Usar vista para sul

43

4. Dada a Planta e a Elevação da Tubulação, traçar sua perspectiva. Utilize a folha com a malha para fazer a perspectiva (ANEXO).

a. Desenho 1

44

b. Desenho 2

45

c. Desenho 3

46

6.5 ANEXO

47

7 DESENHO DE ARQUITETURA O desenho arquitetônico é uma especialização do desenho técnico voltado à

execução e a representação de projetos de arquitetura. De uma forma mais ampla, pode-se dizer que o desenho de arquitetura é todo o registro gráfico produzido por arquitetos ou profissionais afins, durante ou não o processo do projeto arquitetônico.

O desenho de arquitetura manifesta-se como um código para uma linguagem, estabelecida entre o projetista e o leitor do desenho. Para essa comunicação ser possível é necessário treinamento tanto por parte do projetista como do leitor. No Brasil o desenho de arquitetura é regulamentado pela NBR 6492.

Um projeto de arquitetura é composto por diversas plantas que se alternam entre as plantas de arquitetura e as dos projetos complementares (instalações elétricas e hidráulicas, paisagismo, incêndio, etc.). Alguns itens são indispensáveis em qualquer projeto, são eles:

• Planta de situação: Planta que compreende o partido arquitetônico como um todo, em seus múltiplos aspectos. Pode conter informações específicas em função do tipo e porte do programa, assim como a finalidade que se destina. No caso de aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre a localização do terreno;

• Implantação: Planta que compreende o projeto como um todo, contendo além do projeto de arquitetura, as informações necessárias para os projetos complementares, como por exemplo, arruamento, rede hidráulica, elétrica, etc. A localização da edificação, assim como das eventuais construções complementares são indicadas nesta planta;

• Planta da edificação: Vista superior do plano secante horizontal, localizado aproximadamente a 1,50 do piso de referência. A altura deste plano pode ser variável para cada projeto, de maneira a representar todos os elementos considerados necessários. Esta planta pode ser de um pavimento (subsolo, térreo, etc.), cobertura, mezanino, etc.

• Corte: Plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no transversal. Deve ser disposto de forma que mostre o máximo possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamento do plano secante onde necessário, devendo ser sinalizado de maneira precisa o seu início e fim;

• Fachada: Representação gráfica de planos externos da edificação; • Elevações: Representação gráfica de planos internos ou de elementos da

edificação; • Detalhes ou ampliações: Representação gráfica de todos os detalhes

necessários, em escada adequada, para um perfeito entendimento do projeto e para auxiliar sua correta execução;

• Escala • Programa de necessidades: Documento preliminar do projeto que

caracteriza o empreendimento ou o projeto objeto de estudo, que contém o levantamento das informações necessárias, incluindo a relação dos setores que compõem, suas ligações, necessidade de área, características gerais e requisitos especiais, posturas municipais, códigos e normas pertinentes.

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• Memorial justificativo: Texto que evidencia o atendimento às condições estabelecidas no programa de necessidades. Apresenta o partido arquitetônico adotado que é definido no estudo preliminar1.

• Orçamento: Avaliação dos custos dos serviços, materiais, mão-de-obra e taxas relativas a obra.

Os desenhos de arquitetura devem ser executados em papel transparente

(manteiga, vegetal, etc.) ou opaco (canson, sulfite grosso) nos formatos especificados no item 1.3.5. O carimbo destinado a legenda e titulação do desenho deve estar localizado no lado direito da folha e conter no mínimo as seguintes informações:

• Identificação da empresa e do profissional responsável pelo projeto; • Identificação do cliente, nome do projeto ou do empreendimento; • Título do desenho; • Identificação seqüencial do projeto (número ou letra); • Escala; • Data; • Autoria do desenho e • Indicação da revisão. Outras informações que podem estar presentes nas plantas são: • Planta-chave (mosca); • Escala gráfica; • Descrição da revisão; • Convenções gráficas; • Notas gerais; • Desenhos de referência e • Indicação de norte e regime de ventos. A representação do projeto à mão livre pode ser na fase de croqui e de estudo

preliminar e com instrumentos nas fases de anteprojeto2 e projeto executivo3.

7.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE ARQUITETURA

7.1.1 Linhas de Representação

• Linhas de Contorno – Contínuas. A espessura varia de acordo com a escala e a natureza do desenho (±6mm). • Linhas de internas – Contínuas. Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno (±4mm).

1 Estudo da viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado para a sua

apreciação e aprovação pelo cliente. Pode servir como consulta prévia nos órgãos governamentais. 2 Definição do partido arquitetônico e dos elementos construtivos, considerando os projetos

complementares. Nesta etapa o projeto deve receber a aprovação final do cliente e dos órgãos governamentais envolvidos e possibilitar a contratação da obra.

3 Apresenta de forma clara e organizada todas as informações necessárias a execução da obra e todos os serviços inerentes.

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• Linhas situadas além do plano do desenho – Tracejadas. Mesmo valor que a linha de eixo (±2mm). • Linhas de projeção – Traço e dois pontos. Quando se trata de projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de contorno. São indicadas para representar projeções de pavimentos superiores, marquises, balanços, etc (±2mm). • Linha de eixo ou coordenadas – Traço e ponto. Firmes, definidas, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos (±2mm). • Linhas de cota – Contínuas Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior a linha de eixo ou coordenadas (±2mm). • Linhas auxiliares – Contínuas Para construção de desenhos, guia de letras e números, com traço o mais leve possível (±1mm). • Linhas de indicação e chamadas – Contínua Mesmo valor que as linhas de eixo (±2mm).

• Linhas de interrupção de desenho Mesmo valor que a linha de eixo (±2mm).

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7.1.2 Indicação de Chamadas

7.1.3 Indicação gráfica dos acessos

7.1.4 Indicação do sentido ascendentes nas escadas e rampas

7.1.5 Indicação de inclinação de telhados, caimentos, pisos, etc.

7.1.6 Dimensão de vãos de portas e janelas A cota é indicada no vão acabado, pronto para receber as esquadrias.

Rampas e Caimentos Telhadoem planta

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7.1.7 Cotas de níveis As cotas de níveis são sempre em metros. Deve-se indicar:

• NA: nível acabado • NO: nível em osso

7.1.8 Marcação de cortes A marcação de corte deve ser suficientemente forte e clara para evitar dúvidas e

mostrar imediatamente onde se encontra. Quando o desenho do corte estiver na mesma folha que a planta, deixar em branco o local designado ao número da folha.

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7.1.9 Marcação de ampliação de detalhes

7.1.10 Numeração e títulos dos desenhos Em cada folha, os desenhos, sem “exceção”, devem ser numerados a partir do

número 1 até o n.

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7.1.11 Indicação das Fachadas e Elevações As elevações devem ser indicadas nas plantas, em escala convenientes.

7.1.12 Designação das portas e janelas Utilizar para as portas P1, P2, P3, ..., Pn e para as janelas J1, J2, J3, ..., Jn.

7.1.13 Designação dos locais para referência na tabela geral de acabamentos Todos os compartimentos devem ser identificados nas plantas gerais pelo nome

correspondente e, quando necessário, por um número de referência.

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7.1.14 Quadro geral de acabamento Os acabamentos devem ser indicados num quadro geral conforme o modelo

indicado a seguir:

Material

Observações Piso Parede Teto

Compartimento C

erâm

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Sto.

A

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Pint

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PVA

Pedi

do A

Hall x x x Escada x x x Sanitário x x x x Circulação x x x Copa x x x x x Depósito x x x Escritório x x x Sala de controle x x x Diretoria x x x Treinamento x x x

7.1.15 Quadro Geral de área Este quadro é facultativo, pode constar no projeto ou em uma folha à parte.

7.1.16 Representação dos materiais mais usados Os materiais mais usados ter sua convenção representada, conforme exemplos:

Concreto em vista

Concreto em corte

Mármore/granito em vista

Madeira em vista

Madeira em corte

Compensado de madeira

Aço em corte

Isolamento térmico

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Alvenaria em corte (dependendo da escala e do tipo de projeto, pode ser utilizada hachura ou pintura)

Argamassa

Talude em vista

Enchimento de piso

Aterro

Borracha, vinil, neoprene, mastique, etc.

Mármore/granito em corte

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7.2 EXEMPLO DE PLANTA DE ARQUITETURA

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7.3 EXERCÍCIOS

5. Faça um croqui da planta baixa do seu quarto e depois faça um levantamento arquitetônico, não esquecendo de anotar todas as medidas do perímetro do quarto e as diagonais. 6. Com base no croqui realizado no exercício anterior, faça a planta baixa do seu quarto. Use escala 1:20 7. Desenhe uma planta humanizada do apartamento representado na planta abaixo. Faça o quadro geral de acabamento. Use escala 1:50.

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8 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Interface do AutoCAD 2012 ......................................................................... 5

Figura 2 – Exemplo de construção de retas paralelas utilizando o par de esquadros. ...... 5

Figura 3 – Exemplo de construção de retas perpendiculares utilizando o par de esquadros. ..................................................................................................................... 6

Figura 4 – Imagem do compasso calibrado, com a ponta da grafite apontada em “bizel”. ..................................................................................................................................... 6

Figura 5 – Exemplo de legenda usada no curso de Desenho Técnico. Unidades em milímetros. .................................................................................................................... 7

Figura 6 – Dobradura da Folha no formato A0 .............................................................. 8

Figura 7 – Dobradura da Folha no formato A1 .............................................................. 8

Figura 8 – Dobradura da Folha no formato A2 .............................................................. 9

Figura 9 – Dobradura da Folha no formato A3 .............................................................. 9

Figura 10 – Características da forma de escrita ............................................................ 10

Figura 11 – Construção do Ponto médio ...................................................................... 12

Figura 12 – Construção da Bissetriz. ........................................................................... 13

Figura 13 – Construção da divisão de um segmento em partes iguais. ......................... 14

Figura 14 – Construção de transferência de ângulos. ................................................... 14

Figura 15 – Construção do triângulo equilátero. .......................................................... 15

Figura 16 – Construção do pentágono. ........................................................................ 16

Figura 17 – Construção do hexágono. ......................................................................... 17

Figura 18 – Cubo imaginário com as projeções das vistas. .......................................... 18

Figura 19 – Peça em perspectiva com a indicação das vistas. ...................................... 18

Figura 20 – Posição relativa das vistas no Primeiro Diedro ......................................... 19

Figura 21 – Representação das vistas ortográficas ....................................................... 20

Figura 22 – Exemplos de aplicação do eixo de simetria. .............................................. 21

Figura 23 – Exemplo de peças com elementos repetitivos. .......................................... 21

Figura 24 – Exemplo de representação gráfica de cotas. .............................................. 22

Figura 25 – Hachura. ................................................................................................... 23

Figura 26 – Eixos isométricos. .................................................................................... 27

Figura 27 – Vistas Ortográficas e Perspectiva isométrica. ........................................... 27

Figura 28 – Perspectiva de superfície inclinada ........................................................... 28

Figura 29 – Perspectiva de Superfícies curvas ............................................................. 29

Figura 30 – Perspectiva Cavaleira - inclinação de 60º.................................................. 30

Figura 31 – Perspectiva Cavaleira - inclinação de 45º.................................................. 30

Figura 32 – Perspectiva Cavaleira - inclinação de 30º.................................................. 30

Figura 33 – Representação de superfícies curvas na perspectiva cavaleira. .................. 31

Figura 34 – Fluxograma de unidade de processamento contínuo para uma indústria de produtos químicos de limpeza. ................................................................................... 36

Figura 35 – Trecho de Planta de Tubulação de Vapor. ................................................. 37

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9 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 – Dimensões das folhas da série A .................................................................. 7

Tabela 2 – Largura das Linhas e das Margens. .............................................................. 7

Tabela 3 – Proporções e dimensões de símbolos gráficos ............................................ 10

Tabela 4 – Tipo de Linhas ........................................................................................... 11

Tabela 5 – Simbologia de Tubulação ........................................................................... 38

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10 REFERÊNCIAS [1] ARRUDA, Carlos Kleber da Costa. Apostila de desenho técnico básico.

Universidade Candido Mendes, Coordenação de Engenharia de Produção. Niterói, 2004. 58p.

[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das linhas: NBR 8403. Rio de Janeiro, 1984. 5p.

[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cotagem em desenho técnico: NBR 10126. Rio de Janeiro, 1987. 13p.

[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Desenho técnico – Emprego de escalas: NBR 8196. Rio de Janeiro, 1999. 2p.

[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de caracter para escrita em Desenho técnico: NBR 8402. Rio de Janeiro, 1994. 4p.

[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Folha de desenho – Leiaute e dimensões: NBR 10068. Rio de Janeiro, 1987. 4p.

[7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Princípios gerais de representação em desenho técnico: NBR 10067. Rio de Janeiro, 1995. 14p.

[8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Representação da área de corte por meio de hachuras em desenho técnico: NBR 12298. Rio de Janeiro, 1995. 3p.

[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Representação de projetos de arquitetura: NBR 6492. Rio de Janeiro, 1994. 27p.

[10] Desenho Técnico I: 1º Ciclo de Técnica Mecânica. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Escola Técnica Estadual Coronel Fernando Febeliano da Costa. São Paulo. 50p.

[11] GHIZZE, Antonio. Manual técnico de tubulação industrial. 1ª Ed, Editora Técnica Piping Ltda. Rio de Janeiro, 1978. 381p.

[12] TELLES, Pedro C. Silva. Tubulações Industriais: Materiais, projeto, Montagem. 9ª Ed, Editora LTC. Rio de Janeiro, 1997. 252p.

[13] VELLOSO, Alexandre. Desenho Básico. Fundação de Apoio à Escola Técnica, Centro de Ensino Técnico e Profissionalizante Quintino, Escola Técnica Estadual República, Departamento de Mecânica. Rio de Janeiro. 72p.