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PROTEÇÃO E HIGIENE DAS RADIAÇÕES II

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PROTEO E HIGIENE DAS RADIAES II

CURSO TCNICO EM RADIOLOGIA MDICA-RADIODIAGNSTICO 2 PERIODO MONITORAMENTO DA RADIAO Todo trabalhador com radiaes ionizantes dever portar, durante o seu perodo de trabalho, um dosmetro que acumule a dose por ele recebida. Desta maneira, pode-se, com relativa preciso, avaliar esta dose. Normalmente estes dosmetros pessoais so filmes, pequenas cmeras de ionizao ou cristais termoluminescentes. Dosmetro pessoal A dosimetria pessoal tem como finalidade determinar o nvel de doses de radiao recebida pelo usurio em decorrncia de seu trabalho. A dosimetria pessoal uma medida de grande responsabilidade, pois alem de permitir ainda uma indicao das condies de funcionamento da aparelhagem utilizada. Dose elevada pode indicar maneira incorreta de trabalho, instalao com problemas de blindagem ou aparelhagem defeituosa. Alm disso, a instituio cumpre a legislao do Ministrio da Sade com seus funcionrios. o Dosmetro: dispositivo utilizado para medir doses de radiao. O dosmetro individual serve para medir a dose recebida pela pessoa que o usa. Tipos de dosmetros Dosmetro de cristal (TLD): composto de cristais de fluoreto de clcio (CaF) ou fluoreto de ltio (LiF) que possuem uma propriedade, chamada de termoluminescncia, ou seja, quando esses cristais so aquecidos durante um curto intervalo de tempo uma certa temperatura, eles emitem luz ultravioleta, cuja a intensidade proporcional a dose de radiao incidente. Na temperatura ambiente esses cristais acumulam a energia da radiao incidente durante longos perodos meses e a liberam em forma de luz quando lidos no laboratrio. O crach dosmetro constitudo de uma plaqueta de acrlico com alguns cristais termoluminescentes e utilizado para medir doses de radiaes ionizantes, como as geradas por aparelhos de raios X ou fontes radioativas. Dosmetro de filme: o filme fotogrfico geralmente usado como etiqueta presa roupa de trabalho. Quando uma pessoa exposta radiao, os raios so fotografados no filme. Pelo grau de escurecimento observado no filme aps a revelao, pode estimar-se o grau de radiao a que a pessoa se exps. Dosmetro tipo caneta: contm uma pequena fibra, regada por uma bateria de forma a indicar a leitura zero numa escala especial. Quando a radiao atinge o dosmetro, a ionizao resultante descarrega parcialmente a fibra, que se afasta do zero da escala. Colocando-se o dosmetro contra a luz e olhando-se atravs de uma lente situada em uma de suas extremidades, pode-se ler a escala e, assim, determinar a quantidade de radiao absorvida pela pessoa portadora. Dosmetro padro: Junto com o grupo de dosmetros de uma instituio segue um dosmetro especial chamado de padro. Este dosmetro a referencia zero, para todos os dosmetros do grupo. Sua finalidade pode ser resumida da seguinte maneira: os dosmetros so enviados pelo correio, e ao chegar instituio so encaminhados ao setor correspondente para a sua utilizao no perodo indicado. Durante todo esse percurso, os dosmetros esto sujeitos no s a exposio radiao natural, mas tambm um possvel transporte junto a materiais radioativos, que poderiam alterar as doses dando indicaes que no so provenientes do trabalho. Portanto, aps a leitura do dosmetro de cada usurio, ser descontada a leitura do dosmetro. Enfim, no importa muito qual o tipo de dosmetro monitor usado e sim que se use alguns deles. 2

Se no forem usadas todas as normas de proteo radiolgica, no tero sentido, pois no saberemos a dose recebida pelo trabalhador. Recomendaes quanto ao uso dos dosmetros: O dosmetro de uso exclusivo do usurio e no pode ser usado por outra pessoa, nem em outra instituio. Deve ser usado de maneira visvel, na regio do tronco mais exposta e por cima do avental de chumbo. Cuidar do dosmetro, verificar que nada fique na sua frente como, por exemplo, caneta, carteira, etc. Durante a utilizao do avental plumbfero, o dosmetro deve ser colocado sobre o avental, aplicando-se um fator de correo de 1/10 para estimar a dose efetiva. Dosmetros de extremidade devem ser utilizados em casos em que as extremidades possam estar sujeitas a doses altas. Quando o dosmetro no for usado, deixe-o sempre junto com o dosmetro padro, em local livre de radiao. O dosmetro deve ser usado apenas no local de trabalho e no deve ser levado para casa. Filosofia da Proteo Radiolgica A radioproteo tem como objetivos: a proteo dos indivduos, de seus descendentes, da humanidade como um todo e do meio ambiente contra os possveis danos provocados pelo uso da radiao ionizante. Princpios Bsicos da Radioproteo 1. Princpio da Justificao. 2. Princpio da Otimizao. 3. Princpio da Limitao das Doses. 4. Preveno de Acidentes. 1. Princpio da Justificao Qualquer tcnica que faa uso da radiao ionizante tem que ser justificada em relao a outras tcnicas de modo a produzir um benefcio lquido positivo. Do ponto de vista mdico, esse princpio aplica-se de modo que todo exame radiolgico deve ser justificado individualmente, tendo em vista a necessidade da exposio e as caractersticas particulares do individuo envolvido. Tambm fica proibida toda a exposio que no possa ser justificada, incluindo a exposio deliberada de seres humanos s radiaes ionizantes com o objetivo nico demonstrao, treinamento ou outros fins que contrariem o principio da justificativa. Exemplo: uso de tomgrafo computadorizado (emisso de raios-X) (ou de equipamento de ressonncia magntica, para obteno da mesma informao diagnstica). 2. Princpio da Otimizao As exposies radiao ionizante devem ser mantidas to baixas quanto razoavelmente exeqvel, levando em considerao fatores econmicos e sociais. A proteo radiolgica otimizada quanto s exposies empregam a menor dose possvel de radiao, sem que isso implique na perda da qualidade da imagem. Exemplos: a) Utilizar armrio embaixo da bancada de manipulao para o armazenamento de rejeitos radioativos. b) Acrscimo indefinido de placas de chumbo em paredes de sala onde se faz uso de equipamentos emissor de raios-X. c) A colimao minimiza a radiao espalhada, a dose no paciente e otimiza o contraste. Em contrapartida temos tambm exemplos do no emprego do princpio da otimizao: 3

a) Repetio de exames, pela escolha inadequada da tcnica a ser utilizada. Esse fato pode ser evitado pelo estabelecimento de uma carta de tcnicas radiogrficas para as salas de exames em funo do tipo de paciente (magro, mdio, obeso). b) Inadequada limpeza de processadoras e a reutilizao de componentes qumicos de revelao que geram radiografias de baixa qualidade, necessitando assim novo exame e consequentemente maior dose para o paciente. c) Ausncia de um programa de controle de qualidade que avalie o desempenho dos equipamentos de produo de imagens. d) Equipamentos sem colimadores, sem filtros, com feixe desalinhado, sem grade, etc. 3. Princpio da Limitao das Doses Os limites de dose, tanto para trabalhadores com radiao como para indivduos do publico, devem ser respeitados. As doses de radiao no devem ser superiores aos limites estabelecidos pelas normas de Radioproteo de cada pas. Os limites de dose foram estabelecidos para evitar a ocorrncia de efeitos determinsticos (abaixo dos limiares) e minimizar as probabilidades de ocorrncia de efeitos estocsticos a nveis considerados. Utiliza-se o valor limite anual de 50 mSv/ano para trabalhadores com radiao ionizante e os limites derivados de 4mSv/ms. Recomenda-se que a media da dose individual no ultrapasse 20mSv nos ltimos 5 anos. 4. Preveno de Acidentes. Tomar medidas necessrias a fim de no causar acidentes. Fatores determinantes na Radioproteo Tempo Exposio instantnea. Quanto menor o tempo de exposio, menor a dose recebida. A reduo do tempo de exposio ao mnimo necessrio, para a realizao de um exame, a maneira mais pratica de se reduzir exposio radiao. Exemplos: Utilizao do rodzio dos tcnicos durante procedimentos de radiografia em leitos de UTI. Blindagem A blindagem deve ser adequada ao tipo de radiao: Chumbo para radiao gama e raios X. Acrlico ou lucite para radiao beta. Materiais hidrogenados para nutrons. A eficincia da blindagem depende da energia da radiao incidente. Blindagem para tcnicos e pacientes A proteo dos tcnicos e pacientes, atravs do uso de acessrios blindados obrigatria. Os protetores blindados para a tireide, na forma de colar cervical, e os culos plumbfero so muito teis em fluoroscopia. Os protetores individuais (aventais) podem ser constitudos com lminas de chumbo ou serem flexveis, quando confeccionados em borracha enriquecida com chumbo. A espessura dos aventais plumbfero pode variar de 0,25 a 0,5 mm de chumbo, em funo da necessidade de proteo radiolgica e seu peso pode variar de 2,5 a 7 kg. Aventais de 0,5 mm de chumbo so altamente eficientes para baixas energias e permitem passar apenas 0,32% da radiao para uma faixa de 70 Kvp e 3,2% para 100 Kvp. O protetor de gnadas deve ser utilizado em pacientes em idade reprodutiva. 4

Blindagens das salas de raios X As blindagens para fins de proteo radiolgica so calculadas inicialmente para a exposio primria de feixe de radiao, da radiao espalhada e da radiao de fuga. As blindagens das salas de raios X devem ser contnuas, sem falhas e devem ser aplicadas at uma altura de parede de 2,10 m. Os materiais mais comumentes utilizados so o chumbo e a argamassa britada, que uma composio de cimento, areia saibrosa, barita (sulfato de brio) e aditivos que evitam rachaduras durante a secagem. Esta argamassa usada quando a parede a ser revestida construda em alvenaria com mais de 12 cm de espessura, e equivalente a 1,9 mm de chumbo, suficiente como barreira de raios X de at 150 Kvp de energia. Pisos e tetos de concreto podem ser considerados como blindagem, dependendo da espessura da laje, tipo de concreto (vazado ou no), distncia da fonte, geometria do feixe e fator de ocupao das reas acima e abaixo da sala de raios X. O tipo de blindagem a ser utilizada est em geral relacionada minimizao de custo. Distncia Quanto mais distante da fonte de radiao, menor a intensidade do feixe e consequentemente menor ser a dose recebida de radiao. A intensidade da radiao proporcional ao inverso do quadrado da distncia entre o ponto e a fonte. Nos procedimentos radiolgicos em unidades de terapia intensiva, onde so utilizados equipamentos portteis, o operador deve permanecer a uma distncia mnima de 2 metros do feixe primrio (ou do tubo de raios X). Para manter a distncia requerido um cabo longo para o disparador. Doses Mximas Permissveis para Trabalhadores e Indivduos do Pblico A comisso internacional de proteo radiolgica estabeleceu doses mximas permissveis tanto para o trabalhador com radiaes ionizantes, como tambm para o pblico em geral. Em janeiro de 1994, a Comisso Reguladora Nuclear (CNR) modificou alguns padres relacionados s doses permissveis mximas. O termo correto agora para dose permissvel mxima recomendaes de limitao da dose. A recomendao de limitao de dose para trabalhadores sujeitos exposio ocupacional de 5 rem (50 mSv) da dose efetiva corporal por ano. Estes 5 rem ou 50mSv algumas vezes so denominados como limite de dose efetiva anual para exposio ocupacional de todo o corpo. A dose efetiva para trabalhadores submetidos exposio ocupacional como tecnlogos/radiologistas, muito maior do que o limite de dose para a populao geral, que de 0,1 rem, (1 mSv) por ano para exposio continua e freqente, e de 0,5 rem ( 5 mSv) por ano para exposio anual infrequente. Limites primrios Anuais de Dose Equivalente Parte do corpo Dose Mxima Trabalhador Todo corpo rgo ou tecido Pele Extremidades; mos, antebraos, ps, tornozelos Cristalino 50 mSv (5 rem) 500 mSv (50 rem) 500 mSv (50 rem) 500 mSv (50 rem) 150 mSv(15 rem) Dose Mxima Indivduos do Pblico 1 mSv (0,1 rem) 1 mSv (0,1 rem) 50 mSv (5 rem) 50 mSv (5 rem) 50 mSv(5 rem)

As doses mximas permissveis no devem ser excedidas em um perodo de 1 ano; mas a dose em um trimestre do ano poder ser no mximo a metade do valor permissvel para todo o ano. Para todo o corpo, gnadas e rgos formadores do sangue, a dose mxima permissvel em um trimestre de 3 rem que a dose nos ltimos 12 meses no exceda a 5 rem. A dose acumulada de ate 3 rem por trimestre, no se aplica a mulheres em idade de procriao. Neste caso, a dose mxima trimestral passa a ser de 1,3 rem. Se no for conhecida a dose anteriormente acumulada por um trabalhador com radiaes ionizantes, admite-se que este trabalhador recebeu a dose mxima permissvel. 5

Pode acontecer que o profissional se exponha sob controle a doses maiores que os limites mximos, dede que no ultrapasse 2 vezes o mximo anual numa nica exposio ou 5 vezes este limite em toda a vida profissional. Restries para Trabalhadores em Radiologia Menores Menores de 18 anos de idade no podem trabalhar com raios X diagnsticos, exceto em treinamentos. Para estudantes com idades entre 16 e 18 anos, em estagio de treinamento profissional, as exposies devem ser controladas de modo que os seguintes valores no sejam excedidos: Dose efetiva anula de 6 mSv; Dose equivalente anual de 150mSv para extremidades e 50mSv para o cristalino. proibida a exposio ocupacional para menores de 16 anos. Trabalhadoras Grvidas A gravidez deve se notificada ao titular do servio to logo que seja constatada. A tecnloga/radiologista e outras trabalhadoras submetidas exposio ocupacional grvidas devem tomar todas as precaues possveis para manter a exposio do embrio/ feto menores possvel. As condies de trabalho devem ser revistas, para garantir que a dose na superfcie do abdmen no exceda 2 mSv durante todo o perodo restante da gravidez, tornando pouco provvel que a dose adicional no embrio ou feto exceda de 1 mSv neste perodo. Organizao de um servio de Radioproteo em Estabelecimentos de Radiodiagnsticos Os servios de radiodiagnsticos devem implantar uma estrutura organizacional de modo a facilitar o desenvolvimento de uma cultura de segurana radiolgica. A equipe de radioproteo de um estabelecimento de radiodiagnostico composta dos seguintes profissionais: 1) Supervisor de Proteo radiolgica (SPR): responde pelas aes relativas ao programa de proteo radiolgica de um estabelecimento. Para desempenhar a funo de SPR necessrio possuir certificao de especialista em fsica de radiodiagnstico. Pode assessorar-se de consultores externos, conforme a necessidade e o porte de servio. 2) Responsvel Tcnico (RT): responsabiliza-se pelos procedimentos radiolgicos a que so submetidos os pacientes, levando em conta os princpios e requisitos de proteo radiolgica. Para responder pela funo de RT necessrio possuir formao em medicina ou em odontologia, no caso de radiologia odontolgica, alem de qualificao para a pratica que avalie tambm o conhecimento necessrio em fsica de radiodiagnstico, incluindo proteo radiolgica. 3) Tcnico em raios x diagnsticos: realiza exposies mdicas autorizada por um mdico do servio, ou odontlogo. Em se tratando de radiologia odontolgica, necessrio possuir formao de tcnico em radiologia na rea especifica de radiodiagnstico, alm de conhecimento e experincia em tcnicas radiogrficas em medicina, considerando os princpios e requisitos de proteo radiolgica. Obs: Nenhum indivduo pode administrar, intencionalmente, radiaes ionizantes em seres humanos a menos que tal indivduo seja mdico ou odontlogo qualificado para a pratica, ou que seja um tcnico, enfermeiro ou outro profissional de sade treinado e que esteja sob a superviso de um mdico ou odontlogo. PRINCPIOS ALARA H um princpio de proteo denominado ALARA que vai muito alm proteo do trabalhador do que o nvel da Dose Efetiva (DE). Este princpio afirma que a exposio ocupacional deve ser mantida As Low As Reasonably Achievable (To baixo quanto razoavelmente alcanvel). Este um importante princpio pelo qual todos os tecnlogos/radiologistas, devem esforar-se e a seguir fornecido um resumo de quatro formas pelas quais ele pode ser alcanado:

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1) Sempre usar dosmetro ou outro dispositivo de monitorao. Embora o dosmetro no diminua a exposio do usurio, registros preciosos em longo prazo das leituras do dosmetro so importantes para determinar prticas de proteo. 2) Se for necessrio conter os pacientes, isso deve ser feito por uma outra pessoa que no seja um trabalhador sujeito a exposio ocupacional. Esta pessoa nunca deve ficar na frente do feixe primrio ou til e sempre deve usar aventais e luvas de proteo. Devem se utilizar aparelhos ou faixas de conteno sempre que possvel, e apenas como ltimo recurso, deve algum permanecer na sala para conter pacientes - esta pessoa nunca deve pertencer equipe de radiologia. 3) Praticar o uso da colimao, filtrao do feixe primrio, tcnicas de Kvp timo, crans e filme de alta velocidade, e mnima repetio de exames. A exposio do tecnlogo/ radiologista devida basicamente radiao dispersa do paciente e outras fontes. Portanto, a reduo da exposio do paciente resulta tambm em reduo da exposio do tecnlogo/ radiologista. 4) Seguir a regra cardinal de trs partes de proteo radiolgica, o princpio do tempo, distncia e proteo. O tecnlogo/radiologista deve minimizar seu tempo em um campo de exposio, ficar o mais distante possvel da fonte e utilizar proteo de chumbo quando estiver no campo de exposio. Proteo do Paciente Todo profissional tecnlogo/radiologista est sujeito a um cdigo de tica que inclui responsabilidade pelo controle e limitao da exposio radiao dos pacientes sob seus cuidados. Esta uma responsabilidade sria, e cada uma das oito formas especficas, apresentadas a seguir, para reduzir a exposio do paciente conforme descrito adiante. Estas so: 1) Repetio mnima de radiografias; 2) Filtrao correta; 3) Colimao precisa; 4) Proteo de rea especfica (proteo das gnadas e mamas femininas); 5) Proteo para as gestaes; 6) Uso de fatores de exposio timos e combinaes cran-filme de alta velocidade. Recomendaes Gerais para Proteo Radiolgica durante os Exames Durante a jornada de trabalho, utilizar o dosmetro. Manter as portas fechadas durante os exames. Sempre que possvel utilizar proteo para o paciente. Evitar pessoas desnecessrias nas salas de exames. S pode ser admitido, se necessrio, um acompanhante para segurar o paciente. Certifica-se da indicao de raios X em funcionamento, por fora da porta de entrada da sala, para que nenhum indivduo entre de forma inadvertida durante a realizao do exame. Em caso de dvida, suspeita ou gravidez confirmada comunique o responsvel na instituio. O operador deve: Aumentar a distncia entre o tcnico e fonte; Minimizar o tempo de exposio; Utilizar o avental e permanecer atrs do biombo durante os exames. Qualquer alterao na imagem avisar a manuteno, pois: Se aumentar a corrente, aumenta a exposio e diminui a vida til do tubo. Se aumentar a voltagem, diminui o efeito da blindagem e a vida til do tubo. Utilizar sempre as tcnicas recomendadas para cada tipo de exame, evitando a necessidade de repetio de exame por uso de tcnica inadequada. Ao trmino da jornada de trabalho os dosmetros devem ser guardados em local apropriado e afastado das fontes de radiao. Normas Bsicas em Proteo Radiolgica No Brasil, ate 1972, os regulamentos e a orientao sobre o suo e aplicao de material radioativo, sob o ponto de vista mdico, industrial, tcnico e cientfico, vinham sendo feitos com base em leis 7

internacionais, notadamente nas estabelecidas pela Agncia Internacional de Energia Atmica (AIEA) e pelo Comit Internacional de Proteo contra as Radiaes (ICPR). Embora a legislao brasileira especfica sobre o assunto seja recente, j esto mencionadas, na Consolidao das leis do trabalho (Decreto-lei 5.452/43, captulo V - Segurana e Higiene do Trabalho, seo XVIII-Radiaes Ionizantes, artigo 208), as primeiras providencias de cunho nacional para especialistas que operam com radionucldeos. Foi atribudo mais tarde a CNEN, atravs da lei 4.118/62, de 27 agosto de 1962, artigo 4, o estabelecimento de normas de segurana para o homem e para o ambiente e a responsabilidade de elaborar a regulamentao para o uso das radiaes provenientes dos materiais nucleares. A comisso, atravs da Resoluo CNEN-6/73, publicada no Dirio Oficial de 19 de Setembro de 1973, definiu as normas Bsicas de proteo radiolgica. A Resoluo CNEN6/73 refere-se a elementos ionizantes, naturais ou no, a abrangem em seu texto os mais variados aspectos do suo e dos procedimentos com material nuclear. Atribui, exclusivamente CNEN: a) O estabelecimento e a orientao de normas de produo comrcio, processamento, armazenamento, manipulao, transporte, fiscalizao, controle de contaminao, verificao de efeitos de doses, eliminao de rejeitos dos subprodutos nucleares e de radioistopos; b) A concesso de licena para compra, emprstimo arredamento desses mesmos materiais; c) A competncia nica de elaborar licenciamentos, registros, notificaes e isenes para qualquer dos requisitos expostos acima; d) A autoridade e a execuo, no que concerne aos assuntos descritos, para intervir em situaes onde no tenha havido o cumprimento das citadas normas; nesses casos, pode a seu critrio, interromper, provisria ou definitivamente, a operao em custo; e) Autorizar entidades a executar atividades de assessoramento ou de promoo de operaes relativas segurana e proteo radiolgicas. A Resoluo CNEN-6/73 determina, ainda, que se proceda ao cumprimento dos princpios operativos fundamentais que so: a) Encaminhar sua sede de notificaes registros, assentamentos e licenciamentos, acompanhados de todas as informaes necessrias para a avaliao do perigo para a sade. Esses itens dependem de uma srie de consideraes, e podem ser dispensados alguns de seus aspectos para pessoas que no estejam includas nas categorias de usurios mdicos, radiofarmacuticos ou produtores fertilizantes; b) No adicionar substncias radioativas na fabricao de alimentos, cosmticos, produtos de uso domstico e brinquedos; c) Usar equipamentos de monitorao e dosimetria com atestados anuais de verificao e aferio, fornecidos pela CNEN ou rgo por ela autorizado; d) Preencher uma srie de formulrios prprios da CNEN para pedidos de licena, registro de licena geral, especfica e especial bem como requerimentos de renovao, alterao, e cassao de licenas. atribuio da CNEN: a) Controlar os cuidados por parte dos usurios em manter os limites do nvel de radiao, assim como as precaues que tornam durante o armazenamento dos radioinucldeos e inventrios trimestrais; observar que os usurios mantenham um livro de ocorrncias referente aos nucldeos sob sua guarda. b) Manter registros individuais, controles mdicos, para verificar a sade ou prevenir danos s pessoas que trabalham com radioistopos; fazer delimitaes para reas fsicas, estabelecendo reas controladas e com sinalizao visvel, ou por meio de inscries como: Cuidado! rea radioativa! Cuidado! rea controlada, Radioatividade! Manter equipamento e pessoal especializado para auxiliar ou intervir em casos de acidentes. A norma NE-3.01 da CNEN baixa as diretrizes bsicas de Radioproteo para trabalhadores com fontes radioativas. A Portaria 453 de 01 de Junho de 1998 da Vigilncia Sanitria dispe sobre o regulamento tcnico que estabelece diretrizes bsicas de proteo radiolgica em radiodiagnostico mdico e odontolgico e sobre o uso de raios X em todo territrio nacional.

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Atividades Complementares 1- Mediante as notas de aula em sala e aos debates realizados sobre a Portaria 453 MS/SVS, explique de forma sucinta em que consiste as Diretrizes de Proteo Radiolgica em Radiodiagnstico Mdico e Odontolgico, listando todos os motivos. 2- Quais os princpios bsicos de proteo radiolgica? Explique cada um. 3- Nenhum indivduo pode administrar intencionalmente radiaes ionizantes em seres humanos ao menos que: a) Possua permisso fornecida pela Vigilncia Sanitria (VISA); b) Possua certificao de qualificao que inclua os aspectos de proteo radiolgica, exceto para indivduos que estejam realizando treinamento autorizado; c) Documentao fornecida pelo fabricante relativa s caractersticas tcnicas, especificaes de desempenho, instrues de operao, de manuteno e de proteo radiolgica. d) Seja um profissional da rea de sade. 4- Os ambientes de servio devem ser delimitados e classificados, segundo as atividades desenvolvidas em cada ambiente, em: a) reas livres e reas controladas, b) Salas de raios-X e salas de controle; c) reas internas e reas externas; d) reas de controle, salas de raios-X e salas para paciente e pblico em geral. 5a) b) c) d) Nos assentamentos dos procedimentos radiolgicos devem constar: O nome do responsvel tcnico (RT); Peso e tcnica radiolgica; O nome do Supervisor de Proteo Radiolgica (SPR); Um dos membros da equipe da clnica.

6- Por que todos os equipamentos de radiodiagnstico ou de terapia devem ser registrados no ministrio da sade? 7- Qual a finalidade do Licenciamento das unidades de radiodiagnstico? O que a Portaria 453 regulamenta? 8- Um dos objetivos da Portaria 453 : a) Regulamentar o uso de fontes radioativas na Radioterapia; b) Dar autorizao para a criao de escolas de Tcnicos em Radiografia; c) Fiscalizar o uso da Radiografia Industrial; d) Baixar diretrizes para a proteo da populao dos possveis efeitos indevidos inerentes a utilizao de raios-X diagnsticos. 9- As salas onde se realizam os procedimentos radiolgicos, e a sala de comando, devem ser classificadas como reas controladas e: a) Ser dotada de maior conforto para os tcnicos; b) Ter duas portas de acesso para facilitar a circulao atravs dela; c) Possuir barreiras fsicas com blindagem suficiente para garantir a manuteno de nveis de dose to baixos quanto exeqveis, no ultrapassando os nveis de restrio de dose estabelecidos pela Portaria 453. 10- Quais os limites anuais permitidos pelos trabalhadores e o publico em geral quanto a doses equivalente efetiva e dose de entrada de pele? 11- Em que consiste o Levantamento Radiomtrico? Quais os parmetros de operao e o perodo de anlise? 12- No Levantamento Radiomtrico, quais so os fatores de operao utilizados? Por qu? 9

13- Um rapaz foi a uma Clnica de Raios-X de sua cidade, para fazer uma radiografia do trax, a pedido de seu medico. O funcionrio realizou o exame sem utilizar os procedimentos de proteo radiolgica mnima exigida. De acordo com a Portaria 453 e seus conhecimentos faa uma analise da situao listando como seria tal procedimento seguindo as normas de proteo profissional. 14- O que um dosmetro? Quais so as recomendaes de seu uso para os profissionais? 15- Qual o procedimento em caso de uma das trabalhadoras da equipe de raios-X estarem grvidas? 16- Os testes de controle de qualidade tm qual finalidade e qual freqncia? 17- Quanto aos acompanhes de pacientes, em que condies eles podem ser ter acesso a sala de raios-X? Cite os parmetros da Portaria 453. 18- Quais so os itens de condies de ambientes controlados? Explique. 19- Quais so os equipamentos de proteo individual? O que os caracteriza? 20- A camada semi-redutora tem um papel importante no levantamento radiomtrico. Explique o que uma camada semi-redutora e quais so os critrios utilizados no controle de qualidade dos exames. 21- Enuncie o princpio ALARA. EQUIPAMENTOS DE RADIOGRAFIA FLUOROSCOPIA (R/F) Unidade de Fluoroscopia convencional/ No-digital (com intensificador de imagem, televisor e cmera para imagem em spot). A combinao de uma unidade de radiografia fluoroscopia convencional no-digital mostrada na fig. 14.43. A vlvula produtora de raios X est localizada sobre a mesa. Essa sala de procedimentos gerais est equipada com uma variedade de equipamentos eletrnicos. Estes incluem um intensificador de imagens, equipamento para a produo de imagem em spot com cmera que se movimenta verticalmente e televisor. A imagem ampliada eletronicamente pode ser visualizada atravs de um monitor de televiso. O compartimento porta filmes A unidade Fluoroscopia convencional no-digital equipada com um compartimento porta-filme de modo a permitir o registro de imagens sempre que necessrio. Chassis de vrios tamanhos podem ser selecionados para permitir uma exposio convencional. Quando a fluoroscopia esta sendo realizada, o porta-filme fica protegido pelo chumbo em determinada posio dentro do equipamento, estando pronto para uso quando o radiologista deseja registrar em filme uma imagem fluoroscpica especfica. A televiso fluoroscpica O monitor de televiso mostrado, com a cmera localizada na torre da unidade fluoroscpica, em combinao com o intensificador de imagem. Como esses sistemas de imagem so um circuito fechado, os monitores tambm podem ser colocados na parte externa, para visualizao simultnea durante i procedimento. Imagens fotogrficas Alguns sistemas fluoroscpicos no-digitais utilizam, tambm, uma cmera fotogrfica, registrando imagens num filme de 105 mm. Essas imagens so registradas pela cmera acoplada sada de imagem do intensificador de imagem, enquanto os filmes convencionais de 18 x 24 cm (8 x 10 polegadas), ou similares, so imagens diretas tomadas antes da passagem pelo intensificador de imagem (fig. 14.43). Os filmes convencionais no usam, portanto, o intensificador de imagens, e a imagem acaba perdendo o brilho prprio das imagens obtidas pela cmera. Cinefluoroscopia As cmeras de cinefluoroscopia so similares a cmera de cinema. Elas fornecem imagens que capturam processos ou funes fisiolgicas dinmicas. Essa tcnica ideal para o registro de imagens durante a cateterizao cardaca, por exemplo. Em geral, usam-se filmes de 16 x 35 mm, porem atualmente j se dispe de equipamentos digitais que dispensam a utilizao de filmes. 10

Intensificador de imagem No incio dos anos 1950, a inveno do intensificador de imagem revolucionou a fluoroscopia. O intensificador de imagem utiliza a radiao que atravessa o paciente e torna a imagem 1.000 a 6.000 vezes mais brilhante, comparada com a imagem das mquinas mais antigas, atravs de processos eletrnicos. A imagem produzida pelo intensificador tem brilho suficiente para ser vista em viso direta na luz do dia. As luzes das salas de exame so suaves, e o exame fluoroscpico realizado num ambiente confortavelmente iluminado. O intensificador de imagem fica localizado na torre de fluoroscopia, acima da mesa de exames, enquanto a vlvula produtora de raios X fica localizada embaixo da mesa de exames (fig. 14.43 e 14.44). Uma placa protetora de chumbo mostrada em posio na fig. 14.44, funcionando como um escudo protetor para o operador. Proteo Profissional durante a Fluoroscopia Padres de Exposio e Proteo Profissional Durante a fluoroscopia de rotina do trato gastrointestinal (GI), a equipe exposta radiao espalhada pelo paciente e por outros objetos que esto sendo irradiados. A exposio radiao dispersa cai drasticamente quando o profissional se afasta do paciente e da mesa. Isso pode ser demonstrado na fig. 1.163, que mostra a disperso estimada dos campos expostos de radiao diretamente ao lado da torre intensificadora sem que a mesma esteja protegida. A torre intensificadora, os aventais de chumbo da torre, a proteo da fenda de Bucky, a mesa de raios-X, o suporte para os ps do paciente (se houver) e mesmo o radiologista fornecem ao tcnico/radiologista alguma forma de proteo. A importante proteo da fenda Bucky fecha em 5 e 7,5 com do espao abaixo do tampo da mesa quando o Bucky est em toda extenso e vai at o fim da mesa. Perceba que a rea F atrs do radiologista e longe do paciente e da mesa (Fig.1.164) tem a menor taxa de exposio, de menos de 25 mR por hora. Quando a torre intensificadora est abaixada o mais prximo possvel do paciente, muito da disperso para os olhos do tcnico e a regio do pescoo eliminada. As dimenses lateral e vertical do campo de exposio movem-se com dificuldade conforme a distancia entre o paciente e a torre intensificadora reduzida. Prticas de Proteo ao Profissional Mesmo com as corretas prticas de proteo e a torre intensidade bem prxima do paciente, alguma quantidade de radiao dispersa ocorre durante a rotina fluoroscpica. A disperso maior na regio imediatamente prxima ao paciente em cada lado do radiologista, que tem a torre chumbada de proteo entre ele e o paciente. Por esse motivo, o tcnico e/ou radiologista e outros funcionrios na sala podem reduzir a sua exposio apenas no ficando prximo mesa ou mesmo prximo ao radiologista, mas ficando o mais distante possvel dos campos de disperso da radiao. Todos os que estiverem envolvidos em um procedimento fluoroscpico devem usar aventais de chumbo como medida de proteo. Um avental de chumbo equivalente a 0,5 mm, reduzir muito a radiao dispersa em quase todo o corpo cerca de 10 vezes ou mais. Isso geralmente suficiente para reduzir os ricos a um nvel razovel, bem baixo dos limites mximos permitidos. As doses comuns com o uso do avental so menores que 10 mm ao ms (imensurvel pelos dosmetros) em departamentos que o usam pouco (no exclusivamente fluoroscopia) e quase nunca acima de 20 mm GI. Nesses nveis, no necessrio transferir uma tcnica que esteja grvida para manter a exposio do feto fluoroscopia abaixo dos nveis mximos permitidos. A transferncia, entretanto, deve ser considerada em uma base individual tendo em vista os princpios ALARA. A equipe deve ser cautelosa se forem usar os aventais ditos leve ou aqueles que tm grandes decotes no brao e ao redor do pescoo. Isso permite maior exposio aos rgos dose-sensvel, como a tireide, os pulmes e mesmo as mamas em certos ngulos. Muitos aventais antigos no possuem proteo especial para a tireide. Eles podem ter uma proteo parte em forma de colarinho, que pode ser usada com o avental decotado, ou podem ser de novo tipo, que inclui uma extenso para o pescoo com o objetivo de proteger a tireide. Usar os escudos de tireide quando disponveis est de acordo com o princpio ALARA, mas toda a reduo na dose efetiva e o risco com o uso dos escudos tireoidianos so muito pequenos. Alm disso, no 11

necessrio o uso de proteo de chumbo adicional usando luvas e culos de chumbo especiais pelos tcnicos durante os procedimentos de rotina na fluoroscopia do trato GI se as recomendaes forem seguidas. Limites de Taxas de Exposio Fluoroscopia Devido ao potencial de altas doses de exposio do tcnico e do paciente durante a fluoroscopia, os padres federais americanos estabelecem limites de freqncia de exposio das unidades intensivas de fluoroscopia a 10R/min. Com os equipamentos mais modernos, entretanto, a mdia da freqncia da fluoroscopia est entre 3 ou 4R/min.

Proteo Profissional Durante a Fluoroscopia Padres de Exposio Os padres de exposio e as doses relacionadas aos procedimentos fluoroscpico esto indicando onde o tcnico, ou o radiologista, deve ou no ficar dentro da sala. A Fig. 14.45 demonstra esses padres de exposio, que chamam a ateno do tcnico assistente para que no fique prximo mesa em nenhum dos lados do radiologista, mas que fique atrs do campo de maior radiao a maior parte do tempo possvel durante o procedimento fluoroscpico. Escudo Protetor de Chumbo - Um escudo (placa) protetor de chumbo flexvel, preso frente do equipamento fluoroscpico, muito importante e deve ser inspecionado regularmente, para garantir que no esteja danificando ou mal posicionado. O Protetor da Abertura Bucky O tcnico dever garantir que o Bucky esteja na extremidade distal da mesa, que ento prepara o protetor da abertura Bucky para cobrir o espao de cerca de 2 polegadas (5 cm) embaixo 12

das laterais da mesa (Fig. 14.46). Essa proteo reduz bastante a disperso da radiao da vlvula de raios X localizada sob a mesa. A radiao poder escapar atravs da abertura Bucky se o protetor de abertura no estiver acoplado ao sistema em funcionamento. Esse requisito da abertura Bucky na extremidade da mesa durante a fluoroscopia importante no somente para proteo do profissional, mas tambm necessrio para manter o mecanismo Bucky na direo do tubo de fluoroscopia que se situa sob a mesa. Avental de Chumbo Aventais de proteo como o equivalente a 0,5 mm de chumbo devem sempre ser usado durante a fluoroscopia. Alguns radiologistas tambm usam lentes que equivalem ao chumbo e escudos tireoidianos de chumbo. Antes que o tcnico ou radiologista dirija a mo para o feixe fluoroscpico, uma luva de chumbo deve sempre ser calada e o feixe deve ser sempre atenuado pelo corpo do paciente em exame. O uso de um compressor a melhor alternativa para colocar as mos, mesmo que com luvas, diretamente sobre o feixe primrio do fluoroscpio quando se necessita comprimir partes abdominais do paciente durante o exame. Fluoroscopia Digital (FD) Com o uso crescente de computadores e de imagem digital, a utilizao da fluoroscopia digital est se tornando mais comum. Uma unidade de fluoroscopia digital com brao C mostrada na Fig. 14.48. Nessa posio, a vlvula de raios X se encontra na poro interior do brao C, e o intensificador de imagem esta na poro superior. Esse tipo de unidade digital bastante flexvel e pode girar em torno do paciente em qualquer posio para vrios tipos de procedimentos especiais, incluindo estudos angiogrficos evasivos. Radiografia-fluoroscopia Digital (R/F) Um sistema de R/F mostrado na Fig. 14.49. Esse tipo de combinao radiografia-fluoroscopia usado comumente para procedimentos do TGI. O sistema incorpora as vantagens da fluoroscopia digital com os raios X de mesa convencional, tendo a vlvula sob a mesa. O sistema tambm inclui uma vlvula adicional que pode ser acoplada sobre o paciente, como na radiografia convencional. A fluoroscopia digital similar ao sistema de fluoroscopia por televiso descrita anteriormente, com a adio do conversor digital e de um computador para manipulao e/ou armazenamento da imagem. Um conversor analgico-digital incorporado na torre de fluoroscopia captando a imagem que sai do intensificador. Da a informao da imagem transmitida ao computador para a manipulao e/ ou armazenamento. O disco rgido do computador armazena as imagens produzidas durante o estudo. Devido ao limitado espao em disco, as imagens so mantidas gravadas por um perodo de tempo limitado antes de serem transferidas para um disco magntico ou ptico para armazenamento a longo prazo. Uma estao de trabalho de computador fornece um teclado e tambm um mouse, ou outro dispositivo, para manipulao da imagem. As imagens podem ser exibidas em monitores de alta resoluo na sala de exame, bem como em monitores em outros locais do centro radiogrfico. O uso da fluoroscopia digital permite os estudos de do TGI permaneam em formato digital e possam ser mandados para vrios lugares dentro do hospital ou fora dele. A tcnica levou ao uso crescente dos PACS-Patient Archiving and Communications Systems (Sistema de Arquivamento e Comunicao de Dados do Paciente), que uma rede de imagens digitais em que possvel armazenar, recuperar, manipular e imprimir exames especficos em vrios lugares. VANTAGENS DA FLUOROSCOPIA DIGITAL SOBRE A FLUOROSCOPIA CONVENCIONAL No necessita de Porta-filmes As imagens radiolgicas podem ser registradas durante a fluoroscopia similarmente aos spot filmes, sem precisar de porta-filmes. As imagens so capturadas sob na forma digital e exibidas em monitores de alta resoluo, ou para armazenamento e manipulao, conforme a necessidade, sendo transformado em filme se desejado. Desse modo, essas imagens digitais tambm substituem os filmes convencionais e captura de imagens nos portas-filme nos portas-filme antes da passagem pelo intensificador. As imagens digitais tambm substituem as imagens em spot e os filmes dinmicos obtidos durante um estudo de TGI. Isso economiza tempo e dose de radiao ao paciente.

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Exerccios Complementares-2 Perodo 1- Qual a diferena entre um Sistema de Fluoroscopia Convencional e um Sistema de Fluoroscopia Digital? O que compe cada um? 2- Como so as imagens em um Sistema Fluroscpico? Explique. 3- Escreva com suas palavras o que um intensificador de imagens, listando sua importncia em exames e cirurgias. 4- Quanto exposio nos exames fluroscpicos quais os procedimentos dos profissionais quanto a sua proteo e dos pacientes? 5- De acordo com sua resposta no exerccio anterior, analise as prticas de proteo com o Princpio ALARA. 6- Quais so os limites de taxas de exposio na Fluoroscopia? Qual a diretriz da Portaria 453 associa-se aos limites de exposio?Explique. 7- Como uma Unidade Fluorospica Digital? 8- Liste e comente precaues quanto ao transporte de uma Unidade Fluorospica. 9- O gerador de raios X produz radiao por ionizao quando energizado. O que se pode fazer para evitar uma exposio que cause risco. Por qu? ACIDENTES RADIOLGICOS Acidente de n1 Local: URSS, Ucrnia-Prypiat, Chernobyl. Data: 25/04/1986 N de mortos: 34(31 em conseqncia da exposio excessiva de radiao, por terem participao diretamente no combate ao incndio, 2 pela exploso do reator e 1 de infarto do miocrdio) N. de expostos a nveis acima do permitido: 237 trabalhadores hospitalados, 134 diagnosticados como casos de sndrome aguda de radiao. Milhares sofrendo ate hoje os efeitos da exposio radiao em conseqncia do acidentes. No dia 25 de abril, a unidade 4, da central nuclear Vladimir Itich Lnin, seria desligada para uma manuteno de rotina. Porm a direo de usina efetuou uma pequena mudana no cronograma de trabalhos da parada original. A direo queria testar o sistema de segurana de refrigerao do ncleo do reator, no caso da falta de energia, tanto interna, isto , energia eltrica externa, e modo a que os tubogeradores atuassem mesmo com reator desligado, por inrcia, suprindo energia eltrica para as bombas de circulao de gua e responsveis pela troca trmica do ncleo do reator, at a entrada em servio dos geradores de energia a diesel. O teste iniciou-se 01h00, com reator produzindo 3.200 MW trmicos, e iniciando a reduo da potencia, atingindo a metade da carga s 03h47min. As bombas do sistema de circulao da gua (4 em operao e 2 auxiliares) foram transferidas para o sistema de alimentao dos turbogeradores. s 14h00, o sistema de resfriamento de emergncia do reator foi desligado para evitar que este atuasse, pois desativaria automaticamente o reator, fazendo com que o teste no se realizasse. Concomitantemente com o teste da usina, ocorreu um aumento na demanda do consumo de energia eltrica na regio e com isto, suspendeu-se a reduo da potencia gerada pela usina, deixando-se o sistema de resfriamento de emergncia desligado. s 23h10min, com a reduo da demanda na regio, foi continuada a reduo da potencia gerada pela usina. A troca de turno ocorreu s 00h00, tendo o pessoal do turno recebido a orientao para seguir com experincia, tanto que 5 min aps a passagem de servio para o turno da noite, a potncia estava em 720 MW e continuava caindo. 16

Quando s 00h28min a potncia atingiu 500 MW e ento, o controle automtico para o manual. O operador vendo-se numa situao nova demorou a reagir corretamente, levando o sistema ao desbalanceamento, de tal modo que a potencia atingiu um nvel muito baixo (30MW) rapidamente, valor este to baixo que inviabilizava a experincia. Durante o perodo de baixa potncia, ocorreu a gerao do gs nobre xennio, envenenando o reator, por este gs absorvedor de nutrons e consequentemente, reduz a potencia de energia gerada pelo reator. Normalmente em situaes como esta duas decises podem ser adotadas: 1. Esperar 24h a dissipao do gs; 2. Elevar a potncia do gerador rapidamente do gerador rapidamente, sendo esta foi a deciso tomada, em virtude da nsia de realizar o teste. Em quatro minutos foi feita anlise e tomada a deciso, iniciando-se a retirada das barras para que a potncia do reator aumentasse. O normal seria que fossem retiradas, no mximo 180 barras, das existentes, porem foram deixadas somente 6 barras de absoro. Isto fez com que o funcionamento do reator tornasse-se instvel, com alto risco de aumentos de potncia da energia sem qualquer controle, uma situao de risco. Com este quadro de perigo a direo da usina autorizou que se desligasse o sistema de refrigerao do reator, os sistemas de reserva e inclusive o sistema de gerador diesel, deixando o sistema sem qualquer fonte de energia, numa situao de alto risco, de tal modo que eles no poderiam inserir as barras de controle caso houvesse necessidade de reduo da potncia do gerador, pois as barras so introduzidas por sistema eltricomecnico. Simultaneamente aumentaram o nmero de bombas de circulao de gua de refrigerao do reator e diminuram o volume de gua no separador de vapor, a tal ponto que inclusive desligou-se o set point de nvel baixo. Continuaram aumentando a potencia do reator, e consequentemente sua temperatura, levando as barras alem da posio limite de segurana, tendo-se como resultado aumento de presso no separador de vapor. Neste ponto o operador com o intuito de estabilizar o estabilizador de vapor, reduzindo a gua de circulao de refrigerao do reator, levando ao um aumento de temperatura no reator. Como o resultado dessa ao, iniciou-se a formao de vapor no ncleo. A presso interna aumentou ate um limite que comeou a atingir o limite de resistncia mecnica dos materiais. Neste momento o operador ouviu os avisos sonoros de alarme de nvel baixo de gua e de presso excessiva no reator, porem ao invs de atuar para corrigir a irregularidade apontada tomou-se a deciso de silenciar o sistema de alarme. A potencia do reator caiu a um nvel baixo que exigia seu desligamento imediato, porem mesmo com todos estes indicadores da alta situao de risco existente, a direo determinou que a experincia fosse continuada. Neste momento 01h23min a experincia propriamente dita inicia-se. O turbogerador desligado, com isto as bombas de resfriamento pararam de receber energia e continuaram girando somente por inrcia, reduzindose drasticamente a troca trmica do reator. A gua que estava no reator com a funo de absorver os nutrons, deste modo reduzindo a sua potencia e consequentemente sua temperatura comeou a entrar no estado de ebulio, perdendo sua funo e deixando com que a potencia do reator aumenta-se e consequentemente sua temperatura. A gerao de vapor comea aumentar fora de controle, aumentando a presso no seu interior. Neste momento a equipe que gerenciava o teste deu a ordem para desarmar o reator, por meio da insero das barras de controle. Ao premirem o boto de emergncia, de modo a todas as barras de controle ser inseridas, o efeito que ocorreu foi o contrario do desejado. Ao entrarem as barras, a gua que estava no interior foi deslocada, aumentando ainda mais a potencia do reator, aumento a gerao de nutrons livres e tambm a reao de fisso nuclear a potencia alcanou um valor superior 100 vezes o de projeto. A situao estava completamente fora de controle e 1 minuto aps o inicio da experincia, ocorre a primeira de uma serie de exploses. A tampa de cimento pesando aproximadamente 2000 ton elevada a 15 metros de altura e seus destroos do deslocados num raio de 2,2 km. O prdio onde estava localizado o reator somente escombros. O combustvel nuclear no momento do acidente estava a uma temperatura media de 1500C. Parte da tampa quando da queda, ficou vedando somente parte da parte superior do reator, deixando deste modo uma abertura por onde entrou ar, e consequentemente oxignio, para alimentar o incndio iniciado instantaneamente iniciou-se uma reao de combusto entre o oxignio do ar e o bloco do material moderador, que era feito de grafite (carbono). Por sua reao de combusto pobre em oxignio gerou-se monxido de carbono (CO), gs inflamvel, que comeou a queimar em todo o reator. Alta temperatura fez com que se iniciassem vrios focos de incndio na usina nuclear. A temperatura excessiva fez com que toda a gua existente fosse transformada para o estado de vapor superaquecido que se espalhou por todo edifico do reator e reas adjacentes. O encapsulamento dos elementos combustveis e dos tubos 17

de vapor que so feitos com uma liga de zircaloy, que uma liga metlica com a seguinte composio qumica em peso, 98% de Zircnio, 1,2 a 1,7% de Estanho, 0,18 a 0,38% de Ferro, Cromo e Nquel, reagiu nesta temperatura elevada com o carbono da grafite e com isto formou-se uma mistura explosiva. A temperatura seguiu elevando-se em razo da queima da grafite e tambm em virtude do processo de desintegrao do material radioativo, sem qualquer controle. O incndio foi debelado no dia 30 de abril as 17h00. Foram 136h de catstrofe com material radioativo, em um nvel nunca antes presenciado. Ocorreu a liberao de vapores para a atmosfera de 3 milhes TBq, com a quantidade considervel de materiais radioativos com meia vida longa (46000 TBq), com os materiais plutnicos ( 6000 a 24000 anos), Csio (30 anos) e Estrncio (29,2 anos). A Unio da Repblicas Socialistas Soviticas (URSS), no fez qualquer tipo de aviso sobre este grave acidente. A Central Nuclear de Forsmark, na Sucia, 56 horas aps a ocorrncia do acidente, apresentou nos seus monitores nveis de radiao acima dos normais de iodo e cobalto, fazendo inclusive com que a direo da Central desencadeasse o plano de evacuao dos seus empregados, por acharem que o vazamento do material radioativo era proveniente daquela unidade. Aps uma analise acurada dos especialistas, verificou-se que o aumento da radiao no provinha da unidade e sim do ar. Em contato com as Agncias Nucleares da Finlndia, Dinamarca e Noruega, confirmou-se o aumento dos nveis de radiao no ar. Tudo indicava que havia ocorrido um acidente na URSS. O governo sueco interpelou formalmente a Embaixada russa em Estocolmo, porm a resposta foi incisiva: no havia ocorrido qualquer acidente com material radioativo em territrio sovitico. Aps dois dias de negao sobre o fato, no dia 28 de abril s 09h00, a televiso estatal da Republica da Ucrnia declarou, de modo bem curto, o acidente. Nenhum alerta foi passado a populao civil, tanto que no dia 1 de maio, as comemoraes nas cidades de Kiev e Minsk, foram realizadas normalmente. Internamente, no entanto, foram tomadas algumas aes, somente de carter local. Todos os 50.000 habitantes da cidade de Pripyat foram evacuados aps 36 horas da ocorrncia do acidente, sem poderem levar qualquer objeto, pois estes, tanto quanto as pessoas, j estavam contaminadas, em virtude da precipitao da nuvem com material radioativo. Ao final foi criada uma rea de excluso com raio de 30 km, com centro em Chernobyl, sendo todas as pessoas que moravam nesta rea evacuadas. O trabalho de atuao na emergncia foi feito sem o cuidado adequado com a segurana dos envolvidos. O pessoal operacional foi recrutado fora, entre o exercito. Os jovens recrutas foram enviados sem o mnimo treinamento e equipamentos de proteo. Mais de 500.000 pessoas envolveram-se neste servio e 10.000 morreram devido s altas doses de radiao recebidas durante os servios. A partir de 27 de abril helicpteros comearam a despejar areia, dolomita, boro, argila e chumbo, num total de mais de 5.000 ton, de modo a cobrir a tampa do reator e impedir a sada de vapores radioativos. O outro risco que era proveniente da chamada Sndrome da China, isto , o ncleo do reator penetrar no solo em virtude das altas temperaturas, para eliminar esta situao bombeou-se nitrognio liquido (aproximadamente -200C), na parte inferior do reator de modo a reduzir-se a temperatura e eliminar-se este risco. Todos os helicpteros utilizados na descarga do material, bem como os veculos envolvidos na operao, ficaram na rea de excluso, em virtude da contaminao radioativa. Todos os pilotos dos helicpteros morreram em razo das altas doses de radiao recebidas. Passados dez anos da ocorrncia do acidente de Chernobyl, na zona de excluso, a atividade radioativa estava em torno de 8.1017 Bq. O ciclo das guas (chuvas, inundaes, derretimento da neve) tem feito com que a radiao se espalhe por outras reas adjacentes, aumentando o risco, pois as guas do Rio Pripyat e da bacia do Rio Dniper ficaro contaminadas, privando de consumo de gua mais de 10 milhes de pessoas. A proteo do reator demorou sete meses para ser concluda, porm a falta de verbas fez com que no fosse a mais adequada, correndo o risco de colapsar, expondo ao cu aberto o material radioativo. Em 30 de julho de 1987 foi concludo o julgamento sobre os responsveis pelo acidente de Chernobyl. Dos seis acusados trs foram considerados culpados, foram eles o Chefe da Usina (Viktor P. Bryukhanov), o Engenheiro Chefe (Nikolai M. Fomin) e o Adjunto do Engenheiro Chefes (Anatoly S. Dyatlou), sentenciados a dez anos de trabalho forados. Porm as seqelas destes que foi o pior acidente nuclear ocorrido, e at mesmo imaginado, ficar na lembrana de vrias pessoas, inclusive crianas que adquiriram doenas que reduziram em muito as suas expectativas de vida. 18

Acidente n. 2 Local: Brasil, Gois Goinia. Data: 13/09/1987 N. de mortos: 7 (4 em seis dias aps a contaminao e outros trs anos aps o acidente) N. de expostos a nveis acima dos permitidos: 249 indivduos do pblico, sendo que 20 foram hospitalizados, com um tendo de amputar o antebrao direito em virtude de necrose por radiao. No dia 13 de setembro de 1987, dois catadores de papeis e sucatas, Roberto Santos Alves e Wagner Mota, entraram em um imvel na Avenida Paranaba n. 1.587, no Centro de Goinia, que estava sendo demolido, e no meio dos destroos encontraram entre outros materiais, um grande equipamento metlico, bem pesado, com aproximadamente 500 kg. Para poderem transport-lo, os dois catadores resolveram dividi-lo em dois objetos, um com 300 kg e o outro com 120 kg, aproximadamente. Pensaram que iriam receber um bom dinheiro vendendo estes dois equipamentos, porm em virtude do peso e das outras quinquilharias, carregaram somente o menor. Curiosos abriram o objeto levado na casa de Roberto Alves, para verificar se havia algo de valioso no seu interior. Utilizando-se de uma marreta, a pea foi violada at atingir-se uma portinhola. Ao ser aberta, viram que no seu interior havia um p brilhante e azulado. Fascinados pela aparncia deste p, chamaram os amigos e vizinhos para verem o que haviam descoberto e mexerem neste material mgico. A pea maior foi retirada no dia seguinte e vendida a um ferro velho, de propriedade de Devair Alves Ferreira e Ivo Alves Ferreira. Devair ficou maravilhado pelo brilho do p e deu um pouco para sua filha Leide das Neves Ferreira brincar e para sua esposa, fez um colar com este material. Logo aps o contato com o material, as pessoas comearam a sentir tontura, enjo e em alguns casos ate diarria. As pessoas iam at farmcias e hospitais e eram medicadas como se estivessem com uma doena infectocontagiosa. A esposa de Devair, Maria Gabriela Ferreira comeou a achar que estranho que as pessoas que tinham contato com aquele aparelho e o p estavam sentindo mal, inclusive sua filha; decidiu, ento, levar o aparelho que continha o p azul para a Coordenadoria da Vigilncia Sanitria da Secretaria de Sade. No dia seguinte que os especialistas ligaram o aparelho aos sintomas das pessoas: sndrome da radiao. O equipamento que havia sido rompido era uma bomba de cloreto de csio 137, de origem italiana, adquirida em 1972 pelo Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), cuja sede era na Avenida Paranaba n. 1.587, que quando da demolio do prdio, em virtude da venda do imvel ao Instituto de Previdncia e Assistncia Social do Estado de Gois, foi demolido e a bomba por estar com uma atividade abaixo da necessria para operar, foi deixada no local, como sucata, sem qualquer adicional. Centenas de pessoas contaminaram-se com o cloreto de csio, a menina Leide inclusive, ingeriu o material radioativo, pois estava com as mos sujas com o p e se alimentou. Mais de 90% do material foi dissipado pelas pessoas, vindo a incorporar-se, no solo, nas residncias, sendo carreado pela chuva. Diversos imveis ficaram contaminados radioativamente, pois inocentemente as pessoas manipularam o bonito e brilhante p azul, e com isso contaminaram-se e espalharam o csio por grandes reas da cidade. O fsico da Secretaria da Sade de Gois, Walter Mendes Ferreira, ao ter contato com os casos e com os destroos da bomba, que foram entregues na Coordenadoria de Vigilncia Sanitria, imediatamente foi at o local onde estava guardado o material e, portanto um cintilmetro cedido pela NUCLEBRAS, avaliou o local e a cadeira onde ele foi colocado e o resultado foi que a contaminao j tinha um inicio. Informando a Secretaria de Sade da sua descoberta, imediatamente foi acionado o fsico Flamarion Barbosa Goulart, responsvel tcnico pla bomba de Csio do IGR, que em conjunto com Walter Ferreira sugeriram as primeiras medidas emergenciais a serem adotadas como o rastreamento de onde foi manipulado o material e o recolhimento de todo o material contaminado, deixando-os no Estdio Olmpico, onde inclusive foram instaladas barracas para as pessoas contaminadas pudessem ser tratadas. Aps o alarme dado, a Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) acionou tcnicos do Instituto de Radioproteo e Dosimetria (IRD) e do Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleares (IPEN), alem de pessoal da Escola Tcnica Federal do Rio de Janeiro e de Gois, bem como FURNAS e da NUCLEBRAS. Este exrcito de pessoas iniciou uma varredura na cidade de Goinia para determinar todos os stios de contaminao e iniciar a remoo do material e seu envio para disposio final. Foram monitoradas 112.800 pessoas em virtude da radiao, sendo que 249 apresentaram nveis de contaminao acima do normal. Destas, 20 ficaram internadas no hospital para tratamento intensivo, vitimas da sndrome da radiao aguda. Destas, quatro vieram a falecer (Leide Alves Ferreira 23/10/1987; Maria Gabriela Ferreira 23/10/1987; Israel Batista dos Santos 29/10/1987 e Admilson Alves de Souza 29/10/1987). Todos os corpos das vitimas foram tratados como material radioativo para descarte, sendo colocados em sarcfagos com 19

blindagem especial para a radiao por eles emitida. A vitima que apresentou o maior nvel de descontaminao foi Devair Alves Ferreira, com 700rem, sendo que sobreviveu ao tratamento. Os mtodos utilizados para a descontaminao das vitimas constaram numa 1 etapa de lavagem com gua e sabo, com monitoramento da radiao aps cada banho. Utilizou-se tambm cido actico diludo (vinagre). Nos casos mais graves prepararam-se solues a base de cremes e pastas com resinas catinicas com azul de Prssia, que eram aplicadas na pele das pessoas contaminadas, eliminando de forma eficiente o Csio. Um total de 14 toneladas de material contaminado foram segregados, colocados em tambores especialmente preparados e enviados a cidade de Abadia, em Gois. Um inqurito policial foi instaurado e aps as investigaes, foi aberto processo a pedido do Ministrio Publico. O juiz do processo foi o Juiz Substituto Juliano Tavera Bernardes, da 8 Vara de Gois. Aps analise do processo foram proferidas as seguintes sentenas: condenao ao Estado de Gois, ao pagamento de R$ 100.000,00, proprietrio dos imveis que foram demolidos e nos quais estavam o material radioativo, a CNEN tambm foi condenado a um pagamento de R$ 1.000.000,00, garantir atendimento mdico-hospitalar, tcnicocientfico, odontolgico, psicolgico a todas as vitimas diretas e indiretas, reconhecidamente atingidas, at a 3 gerao, viabilizando, inclusive, o transporte das vitimas em estado grave, efetuar monitoramento epidemiolgico permanente da populao de Goinia, alem de manter um Centro de Atendimento das vitimas de exposio radiao na capital do estado de Gois; o IPASGO, Flamarion Barbosa Goulart e Amaurillo Monteiro de Oliveira foram condenados ao pagamento, cada um, de valor de R$100.000,00. Aps quinze anos da ocorrncia do acidente, continua-se com avaliaes do nvel de radiao em Goinia. Acidente n. 3 Local: Japo, Honshu Tokaimura (130 km de Tquio) Data: 30/09/1999 N. de mortos: 2 (um no dia 21/12/1999 e outro no dia 27/04/2000) N. de expostos a nveis acima do permitido: 63 pessoas, sendo 14 delas trabalhadores da Usina Nuclear da empresa JCO e49 indivduos do publico. A planta de processamento de combustvel nuclear, operada pela JCO Company Ltd., subsidiaria da empresa Sumitomo Metal Mining Company Ltd., empregava na poca do acidente 140 pessoas e o prdio onde estava localizada era um dos 15 existentes no complexo nuclear de Tokaimura, complexo industrial este que emprega um tero da populao da cidade onde esta localizado. A principal atividade da unidade da JCO era converter isotopicamente hexafluoreto de urnio enriquecido em combustvel de dixido de urnio, que posteriormente era comercializado com alguns reatores nucleares do Japo. O urnio utilizado no processo tinha sido enriquecido de modo a conter 5% de istopo fssil U235 e o restante da massa com o istopo inerte U238. Ocasionalmente a unidade purificava urnio para obter um combustvel especial para um reator rpido conhecido como Joyo, o qual necessitava de um enriquecimento de istopo fssil de 18,8%. Para atingir-se este nvel de concentrao de U235 medidas de segurana suplementares so necessrias, em virtude da maior possibilidade de acumulo de massa crtica. A Agncia de Cincia e Tecnologia do Japo, que o rgo governamental que licencia as unidades nucleares, adotou uma serie de medidas de segurana e, entre elas, que a massa limite por batelada a ser enriquecida, era de 2,4kg, em toda a planta por vez. A licena foi expedida em 1980. O processo para obteno do combustvel nuclear necessita de um processo de purificao qumico, que no caso especifico em questo, que inclusive foi o que consta da licena expedida pelo governo, era o seguinte, alimenta-se pequenas quantidades de U3 O8, em p, num reator de dissoluo, onde ocorria a mistura de cido ntrico PA, para obter-se UO2 (NO3) nitrato de uranil que aps a total solubilizao era transferida para um tanque de armazenagem. Este tanque tinha tambm a funo de misturador e tinha uma geometria especial de modo a prevenir qualquer criticalidade da reao de reao. Deste tanque aps a mistura, enviava-se a soluo para um tanque de precipitao onde se adiciona amnia, na forma de soluo de sal de amnia, para obter-se um produto slido, (NH4) U2O7 diuranato de amnio para purificar-se mais o produto obtido, o oxido de urano extrado da precipitao reprocessado ate obter-se o produto na pureza desejada. Finalmente o oxido de urnio convertido a nitrato de uranil, transferido para containeres de estocagem especiais e enviados para outra unidade do mesmo complexo de Tokaimura, que preparar o combustvel para o reator Joyo. Os fatores que levaram a ocorrncia do acidente comearam no dia 28 de setembro de 1999, quando o processo de dissoluo e mistura de uma batelada iniciou-se. Na manh do dia 30, os trs tcnicos responsveis pelas operaes Hesashi Ouchi, Masato Shinohara e Yutaka Yokokawa estavam no estagio final do processo de 20

converso. Em virtude da globalizao, a JCO enfrentava concorrncia do exterior para competir com o combustvel por eles obtido. Para reduzirem custos, comearam a adotar a reduo do tempo de reao, desde trs anos antes, para continuarem competitivos no mercado, porm no avisando a Agncia de Cincias e Tecnologia do Japo que estava mudando o protocolo da operao. Ento, para adiantar o processo os trs tcnicos misturaram o oxido de urnio e o acido ntrico PA em tambores de ao inoxidvel de 10l, em vez de fazer esta operao no tanque de dissoluo. Em fazendo esta operao, por comodidade eles transferiram a soluo obtida diretamente no tanque de precipitao de 45 cm de dimetro, ao invs do tanque de armazenagem que possua geometria especial para prevenir qualquer risco de reao. Com todas estas redues de segurana no processo, principalmente pela utilizao do tanque, levou a ocorrncia do acidente. Ao encherem o tanque de precipitao com sete tambores de 10l, acrescentaram de uma nica batelada 16 kg de urnio enriquecido, sete vezes mais que o permitido pela licena de operao. Os trs tcnicos trabalhavam na sala de operao, com Shinohara permanecendo na plataforma despejando a soluo de nitrato de uranil no tanque de precipitao, enquanto Ouchi segurava o funil de vidro na topo do tanque. O outro tcnico estava na mesma sala, porm na mesa, uns 4m da rea de operao, fazendo anotaes. s 10h35min foi adicionado o stimo tambor e eles viram ser emitida uma luz azul. Poucos minutos aps, os dois tcnicos que estavam na rea operacional comearam a sentir nuseas, dores, dificuldade de respirar e problemas de mobilidade e incoerncia com as idias. O alarme de radiao gama comeou a soar, havia ocorrido o acidente. Nenhum dos trs tcnicos percebeu o que havia ocorrido, pois esta operao era executada a trs anos. Ouchi quis sair do alto do tanque, onde estava segurando o funil, s conseguindo isso graas ao auxilio dos seus colegas. Como o alarme havia soado, os trs tcnicos saram do prdio. Um empregado de um prdio vizinho ao ver o estado dos trs, solicitou de imediato auxilio medico. Logo chegou uma ambulncia e os levou para o hospital. A direo da JCO no sabia o que havia ocorrido, e tentaram minimizar qualquer situao de alarme, tanto que deram a opo aos trabalhadores do prdio a ficarem ou irem para suas casas. A exata massa critica do acidente no foi conhecida, sabe-se somente que o reator Joyo, massa critica mnima de 46 kg. No caso do acidente, a massa critica foi reduzida em virtude do resfriamento do tanque, que atua refletor dos nutrons, fazendo-os retornarem ao tanque. s 02h30min do dia primeiro de outubro, a direo da empresa reconheceu a necessidade de controlar o tanque de precipitao e iniciar a drenagem do resfriamento do tanque. Para isso os trabalhadores teriam de trabalhar no prdio somente poucos minutos por vez. A purga foi feita com argnio e bombeado acido brico, substancia muito mais efetiva para absorver nutrons, para reduzir a reao em cadeia. Mesmo com estas medidas, a reao continuou at as 06h00. Aps praticamente 20 horas, os nveis de radiao haviam cado abaixo dos nveis de deteco. Os trs tcnicos foram alojados no hospital do complexo e rapidamente um helicptero levou-os ao Instituto Nacional de Cincias Radiolgicas na cidade de Chiba. Aps exames complementares, os dois que haviam recebido doses maiores de radiao, Ouchi e Shinohara, foram transferidos para o hospital da Universidade de Tquio e tratados com macias transfuses de sangue. Yokokawa no necessitou de transfuses e recebeu alta do Instituto Nacional no dia 20 de dezembro. De acordo com os exames, Ouchi foi exposto a 17 siverts de radiao e Shiohara a 10 siverts (as doses foram deduzidas dos nveis do istopo 24 do sdio, de vida longa, no corpo as vitimas). Doses de 10 e 17Sv so consideradas fatais. Ouchi foi o primeiro a morrer no dia 21 de dezembro da falha mltipla dos rgos, com 35 anos; ele havia sofrido queimaduras srias em grande parte do corpo e danos graves nos seus rgos e sua contagem de glbulos brancos era zero. Shiohara veio a falecer no dia 27 de abril do ano seguinte, da mesma causa morte do seu colega, a despeito dos sete meses de luta dos mdicos para manterem-no vivo. Os esforos incluram, entre outros, o tratamento radical do combate ao cncer. Na poca estava com 40 anos. No mnimo 439 pessoas foram expostas a nveis elevados de radiao, incluindo os trabalhadores, a equipe de atendimento ao acidente e, inclusive, 207 moradores da regio, em virtude da unidade da JCO estar muito prxima a cidade, tanto que num raio de 350 m ocorreu a evacuao de tidas as pessoas imediatamente aps o acidente, rea na qual havia 47 casas e 150 pessoas. Outras 310.000 pessoas foram ordenadas a permanecerem dentro de suas casas no prazo de 16 horas. Escolas foram fechadas, estradas bloqueadas e trens suspensos. Em razo destas medidas, houve um estado de pnico nos habitantes da rea no momento do acidente. A empresa, pasmem, no tinha um plano de emergncia ou porta-voz. Todo tipo de desinformao foi veiculada, que as pessoas no podiam beber gua, que as plantaes estavam contaminadas, que os alimentos no deviam ser consumidos; foi o caos. Por medida de segurana, o governo ordenou que as pessoas que estivessem at um raio 21

de 10 km deveriam passar por uma avaliao medica, para verificar a dose recebida. Aproximadamente 10.000 pessoas foram avaliadas em 10 dias. Os reprteres que chegaram a Tokaimura o fizeram de helicptero e filmaram e tiraram fotos do telhado danificado do prdio onde havia ocorrido um acidente em 1997, a 5 Km do local do acidente e veicularam que havia ocorrido uma exploso, alarmando a populao. A JCO no atuou para informar corretamente o fato para a populao. No dia 4 de outubro a JCO enviou um representante para receber as queixas, pedidos de indenizao e outras aes legais dos moradores da cidade de Tokai, afetada pelo acidente. Todo complexo da JCO, no somente a unidade de purificao, foi fechado e no dia 28 de maro de 2000, a agencia de Cincia e Tecnologia do Japo cancelou a licena de operao da JCO, fazendo com que ela fosse a primeira planta operadora nuclear, da historia do Japo , a ser punida. O presidente da empresa, Hiroharu Kitani renunciou em desgraa. A quantidade de aes civis impetradas contra a JCO e a Sumitomo levaram-nas a pagar, ate abril de 2001, 12,66 bilhes de yens. No dia 11 de outubro de 2000 a policia prendeu seis executivos da JCO que trabalhavam na unidade do acidente, sob a acusao de negligncia profissional. O inqurito concluiu que os trabalhadores no foram treinados corretamente e que vrias medidas de segurana foram violadas rotineiramente. Suas sentenas foram o pagamento de 500.000 yens e cinco anos de priso com trabalhos forados.

Raios X Odontolgicos Biossegurana em consultrios odontolgicos (pela viso da Engenharia) Segundo Prof. John Molinari, Presidente do CDC de Detroit USA, a biossegurana nos consultrios um dos aspectos mais importantes a serem estudados e postos em prtica pelos dentistas. No Brasil, temos mais de 60.000 dentistas ativos e cada vez mais os estudos e as novas tecnologias apontam e exigem mudanas nos consultrios. Os fabricantes tm procurado fazer lanamentos que atendam as novas exigncias do Ministrio da Sade, visando proteo do paciente e principalmente do profissional. O problema da maioria dos profissionais que seus equipamentos, montados com grande sacrifcio, no contemplam essas mudanas e com isso a alternativa seria a compra de novos equipamentos, o que na realidade brasileira, invivel. Tambm contribui a competitividade (devido a alta concentrao nos grandes centros) e a necessidade de no encarar o consultrio como uma empresa. fato que o nvel de conscientizao da populao que efetivamente freqenta consultrios odontolgicos, aliado intensificao da atuao do Ministrio da Sade, est mudando e dentro em breve sero exigidos requisitos mnimos em Biossegurana para a continuidade de funcionamento do consultrio. O nosso trabalho tem procurado mostrar aos profissionais que o seu consultrio pode evoluir, com a aplicao de engenharia de servios, pois o que detectamos que cada profissional aprendeu simplesmente que precisa manter seu consultrio funcionando. Para isso, contas muitas vezes com tcnicos muito bons, que sabem consertar os equipamentos, mas no foram capacitados para tcnicas de engenharia moderna para soluo de problemas, modificao do projeto, anlise de falhas, etc. Um dos destaques do momento em BIOSSEGURANA so as diretrizes para radiaes ionizantes ( portaria 453 do Ministrio da Sade de 1o de junho de 1998 ) e novos dispositivos contra infeco cruzada e sistemas mais eficientes de esterilizao. Todos os conceitos e informaes, aqui descritos, so de domnio pblico e esto disponveis nos anais da fsica acadmica e na biblioteca do Ministrio da Sade. A portaria 453 estabelece as diretrizes bsicas de proteo radiolgica em radiodiagnstico mdico e odontolgico em todo o territrio nacional. Estas diretrizes so estabelecidas em conjunto pela Organizao Mundial de Sade, Organizao Pan-americana de Sade, Organizao Internacional do Trabalho, Agncia de Energia Nuclear e Agncia Internacional de Energia Atmica.

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CAMPO DO FEIXE TEM QUE SER LIMITADO PARA NO ATINGIR ORGOS VITAIS COMO O CRISTALINO E A TIREIDE.

Referncias Bibliogrficas BONTRAGER, Kenneth L. Tratado de Tcnica Radiolgica e Base Anatmica. 5 edio. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2003. GARCIA, Eduardo A.C. Biofsica, Sarvier. So Paulo: 1998 HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl: Fundamentos de Fsica. 6 ed. LTC. Rio de Janeiro: 2003.3v. TIPLER, Paul A.; LIWELLYN, Ralph A.: Fsica Moderna. 3 ed. LTC: Rio de Janeiro, 2001. HEWITT, Paul. G: Fsica Conceitual. Traduo: Trieste Freire Ricci e Maria Helena Gravina. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. Efeitos da Radiao BBS: if. ufrgs.Br/cref/radioatividade, login: new. Acesso 29 de Outubro de 2004. BELLINTANI, S. A. et al. Noes Bsicas de Proteo Radiolgica Ipen, 2002. Portaria 453 da Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), 01 de Junho de 1998. Apostila Bsica da Pr Imagem.

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