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Apostila de Produção Gráfica 2013 Disciplina: Produção Gráfica Prof. José Maria Morais Faculdade de Comunicação e Artes PUC Minas

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Apostila deProduçãoGráfica2013Disciplina: Produção Gráfica

Prof. José Maria Morais

Faculdade de Comunicação e Artes

PUC Minas

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Apostila deProduçãoGráfica2013

Parte 1 Apresentação

Introdução....................................................................... 04

1- Entendendo os significados da Produção Gráfica................................................... 04

2- Convivendo com "produtos gráficos"........................ 05

3- Produtos Gráficos....................................................... 05- O que é uma peça ou produto gráfico?..................... 05- A diversidade de produtos gráficos.......................... 05

- Editoriais............................................... 05- Comerciais............................................ 06- Publicitários e Promocionais................ 09- Embalagens........................................... 13

4- Os segmentos que trabalham o produtos gráficos.... 15- Agências de Publicidade ou de Comunicação.......... 16- Indústria Gráfica....................................................... 16- Indústria Editora....................................................... 17- Indústria Jornalística................................................. 18

Parte 2 Fundamentos Básicos

Introdução....................................................................... 19

1- Elementos gráficos..................................................... 19

2- A estrutura básica dos produtos gráficos................... 19- Elementos redacionais.............................................. 19- Elementos ilustrativos............................................... 19- Linhas ou fios........................................................... 19

3- As linhas e fios nos produtos gráficos....................... 19

4- As letras: organizadas em Famílias e Fontes............. 20- Entendendo as Famílias de letras............................. 21- Famílias Romanas.................................................... 21- Famílias Grotescas.................................................... 21- Famílias Egípcias...................................................... 21- Famílias Fantasias..................................................... 21- Famílias Manuscritas................................................ 22- Outras Famílias de tipos........................................... 22- As fontes para a composição de textos..................... 22- Regulares ou Plain.................................................... 22- Claras ou Light......................................................... 23- Negrito ou Bold........................................................ 23- Itálicas, Italic ou Grifo.............................................. 23- Condensadas ou Condensed..................................... 23- Expandidas ou Extended.......................................... 23- Outline...................................................................... 23- Outros aspectos importantes a conhecer................... 24

- Corpo..................................................................... 24- Medida, Entrelinha................................................ 24- Espaçamento.......................................................... 25- Tipos de fontes disponíveis no mercado............... 25- Fontes True Type, Tupe One, Open Type.............. 25

5- Áreas de grafismo e contra-grafismo........................ 26

6- As imagens: desenhadas ou fotografadas.................. 26- Vetor x Bitmap......................................................... 27

7- Originais para construir o produto gráfico................ 27- Originais Redacionais.............................................. 27- Originais Ilustrativos................................................ 27- Originais a traço....................................................... 28- Originais em tom contínuo...................................... 28

8- A reprodução dos originais em tom contínuo............ 28- Retícula..................................................................... 28

9- O "design" do produto gráfico................................... 30- Benefícios de um bom design.................................. 30- Designer, o programador visual gráfico................... 30

10- As etapas de desenvolvimento de um produto gráfico............................................. 31

11- Plataformas, os hardwares....................................... 31- Mac ou PC?.............................................................. 33

12- Programas, os softwares........................................... 33- Programas de edição de texto................................... 33- Programas de desenho vetorial................................. 34

- FreeHand, CorelDraw, Illustrator......................... 34- Programas de edição e tratamento de imagem......... 34

- Photopaint, Photoshop.......................................... 34- Programas de finalização.......................................... 35

- PageMaker, QuarkXpress, InDesign..................... 35

13- Formatos de arquivos e suas utilizações.................. 35- Extensões nativas...................................................... 36- Extensões genéricas.................................................. 36

14- As cores nos produtos gráficos................................ 37- Cor-Luz..................................................................... 37- Cor-Pigmento............................................................ 38- Cores Processsadas................................................... 39- Cores Especiais - Pantone........................................ 39- Cores Hexacrome..................................................... 39

15- A matéria prima nos produtos gráficos.................... 40- Os diversos tipos de suportes.................................... 40- Papel. Um dos suportes mais utilizados................... 41- Características comuns dos papéis........................... 41- Divisão genérica dos papéis...................................... 42

- Papéis para Imprensa............................................ 42- Papéis para Escrita................................................ 42- Papéis para Embalagem........................................ 42

- Tamanhos e Formatos de Papéis............................... 42- Tamanho aberto..................................................... 42- Tamanho fechado.................................................. 42

- Formato DIN............................................................. 43- Formato Gráfico....................................................... 43- Formatos de fabricação............................................. 44- A definição do formato da peça gráfica.................... 44- Tabela de formatos ................................................... 44- Formatos de máquinas e áreas de impressão............ 45

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sumário

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Parte 3 O planejamento e criação de um produto

Introdução....................................................................... 46

1- Rafe, o primeiro passo................................................ 46- Rafes manuais e eletrônicos...................................... 46- O "conceito" da criação............................................ 47- Bonecas..................................................................... 47- Protótipos.................................................................. 47

2- Layout, um passo muito importante........................... 48- Conceito, objetivos, características........................... 48- Apresentação ao cliente............................................ 48- Outras concepções do termo "layout"...................... 49

3- Preparação e tratamento de imagens.......................... 49- Produção de imagens................................................ 49- Bancos de imagens.................................................... 50- Digitalização de imagens analógicas........................ 50- Resolução.................................................................. 50

4- Arte Final, a etapa de finalização dos arquivos......... 51- Marcas de corte......................................................... 51- Marcas de dobra........................................................ 51- Marcas de registro..................................................... 51- Finalização com e sem montagem........................... 52

5- Fechamentos de arquivos para saída......................... 52- Arquivos abertos....................................................... 52- Arquivos fechados..................................................... 53- Linguagem Post-Script.............................................. 53- PDF - Portable Document Format............................ 53

Parte 4 A industrialização de um produto gráfico

Introdução....................................................................... 55

1- Pré-Impressão............................................................. 55- Os "birôs" de pré-impressão..................................... 55- Recebendo o arquivo com a arte final digital.......... 55- Conferindo os arquivos para saída............................ 56- Manipulando as cores na Pré-impressão.................. 56- Provas antes da saída................................................ 57

- Prova de Layout.................................................... 57- Prova Virtual......................................................... 57- Prova de Imposição.............................................. 57- Prova de Contrato................................................. 57

- Tecnologias atuais de saídas..................................... 58- CtF - Compute0m............................................ 58- Gravação da matriz impressora................................ 59- CtP - Computer do Plate.......................................... 59- Outros serviços da Pré-impressão............................ 60

- Escaneamento de imagens.................................... 60- Aplicações de imagens em alta resolução............ 60- Recortes e tratamento de imagens........................ 60- Montagem final..................................................... 60 - Imposição.............................................................. 62- Controle e seleção de cores.................................. 62- Retoques de fotolitos e chapas............................. 63

2- Impressão. Tranferindo a tinta para o suporte........... 63- Processos e matrizes de impressão........................... 63

- Tipografia................................................................. 63 - Flexografia................................................................ 64- Offset........................................................................ 64- Serigrafia.................................................................. 65- Rotogravura.............................................................. 65- Tampografia.............................................................. 65- Fotocopiadoras......................................................... 66- Impressão Digital...................................................... 66

- Matricial................................................................ 67- Jato de tinta........................................................... 67- Laser...................................................................... 67- Térmicas................................................................ 67

- Impressão de dados variáveis................................... 67- Sistema DTP (Direct to Print).................................. 68

3- Acabamento:O enobrecimento de um produto gráfico................... 68- Refilamento............................................................... 68- Vinco......................................................................... 65- Dobra........................................................................ 69- Alceamento............................................................... 69- Corte Especial........................................................... 69- Corte e Vinco............................................................ 69- Meio corte................................................................ 70- Grampo..................................................................... 70- Colagem.................................................................... 70- Costura...................................................................... 70- Espiral....................................................................... 71- Intercalação............................................................... 71- Plastificação.............................................................. 71- Verniz total................................................................ 71- Verniz localizado...................................................... 71- Laminação fosca....................................................... 71- Acabamento texturizado........................................... 71- Acabamentos especiais c/ máq. de impressão.......... 71

- Hot-stamping......................................................... 72- Holografia.............................................................. 72- Relevo seco........................................................... 72- Relevo americanoo................................................ 72

Parte 5 Custos de produtos gráficos

Introdução....................................................................... 73

1- Quanto custa produzir uma peça gráfica? ................ 73

2- Composição de Custos do produto gráfico................ 74- Custos Internos......................................................... 74- Custos Externos....................................................... 75- Reembolso de Despesas........................................... 75- Honorários de Acompanhamento............................. 76- Veiculação................................................................. 76

3- Orçamento de serviços gráficos................................. 76

4- Porte e tipos de indústrias gráficas............................. 77

5- Especificação Técnica................................................. 77

6- A elaboração da Proposta de Preço............................ 78

7- Bonificação por Volume - BV..................................... 79

8- Exemplos de modelos de Propostas de Custo............ 80

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PARTE 1

apresentação

A disciplina de Produção Gráfica é uma disciplina que tem alguns objetivos es-pecíficos. Ela pretende dar aos alunos, noções sobre artes gráficas, planejamentoe produção de produtos de mídia impressa, não se envolvendo, em momentoalgum, com produtos de mídia eletrônica. Pretende, ainda, possibilitar aos alunosfazer uma análise técnica e visual de um produto gráfico, a partir do momentoque irá trazer informações para dar conhecimento de cada uma das etapas porque passa este produto, durante o seu desenvolvimento. Assim, irá contemplaraspectos que vão desde o momento da concepção do produto até sua chegada àsmãos do consu midor final.

A primeira parte da apostila vai mostrar aos alunos alguns significados impor-tantes e dar uma visão geral da nossa convivência com os produtos gráficos, alémde estudar sua diversidade e os segmentos industriais e de comunicação que seenvolvem com seu planejamento e produção.

1. ENTENDENDO OS SIGNIFICADOS DA PRODUÇÃO GRÁFICAInicialmente precisamos entender um pouco destas duas palavras, "produção" e "gráfica". A palavra"produção" é uma palavra que está diretamente ligada à palavra "industrialização", ou seja, pro-duzir um produto gráfico é a mesma coisa que produzir qualquer outro tipo de produto, comosabão em pó, camisa, mesa, cadeira etc. E como qualquer produto, o produto gráfico é desen-volvido em uma fábrica, que utiliza maquinário e profissionais especializados em operar estemaquinário, transformando matéria prima em produto, para ser utilizado pelo consumidor.

A palavra "gráfica" tem certa proximidade com estas informações. Existem, na sociedade, diversostipos de indústrias, que fabricam e colocam no mercado uma diversidade grande de produtos,como a indústria têxtil, moveleira, automobilística, entre outras, organizadas em segmentos in-dustriais.

As indústrias responsáveis por fabricar os produtos de mídia impressa fazem parte de um segmentoconhecido como "indústrias de artes gráficas", uma indústria que nasceu de um ofício artesanal -por isso "artes" - que tinha como objetivo "grafar" textos e imagens em papel. Hoje, é um segmentoindustrial que cresceu muito e, com o avanço da tecnologia, é uma das indústrias mais desenvolvi-das do mundo moderno em que vivemos, com capacidade de colocar no mercado uma diversidadede produtos gráficos, que são utilizados como veículos de comunicação. Na parte 5 desta apostilavamos trazer mais informações sobre a organização das indústrias de artes gráficas, com um de-talhamento melhor dos tipos de indústrias que estão estabelecidas no mercado brasileiro, bemcomo sua atuação.

Não podemos ainda deixar de entender outro significado, atribuído à expressão "produção gráfica",que o mercado da comunicação entende como uma “função”, que é exercida dentro de uma agênciade propaganda ou por profissionais de publicidade e design gráfico. Portanto, as agências se or-ganizam de forma que tenham um "departamento de produção gráfica". Assim, a função de umprodutor gráfico pode ser definida como um conjunto de procedimentos que permitem organizar

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e conduzir o processo gráfico, mantendo o controle sobre cada uma de suas etapas, corrigindo ospossíveis erros em alguns pontos, comprando e controlando preços, fornecedores, materiais, in-sumos e prazos, além de acompanhar o processo até a entrega do produto ao seu destinatário final.

2. CONVIVENDO COM "PRODUTOS GRÁFICOS"No nosso dia-a-dia, estamos tão habituados a conviver com produtos gráficos que, muitas vezes,nem nos damos conta disso. Ao acordar, logo cedo, e vamos escovar os dentes, nem prestamosatenção na embalagem da pasta de dente que usamos. Ao tomar o ônibus e pagar a passagem comvale transporte, nem nos preocupamos com suas características. No trabalho ou escola, estamos otempo todo convivendo com centenas de produtos gráficos. Ao almoçar em um restaurante, esta-mos utilizando diversos produtos gráficos como forros de mesa, guardanapos impressos, embala-gens diversas e assim, nosso dia vai passando e a gente acaba nem prestando atenção na diversidadede produtos com que nos envolvemos. Até chegar a noite, já em casa, cansados, mas com fôlegoainda para ler a correspondência recebida ou um bom livro antes de nos recolhermos. O tempotodo convivemos com produtos gráficos e um profissional de comunicação precisa conhecer muitomais do que idealizar e conceber este produto. Ele precisa, também, conhecer todo o processo doseu "fazer", e todas as etapas e passos que são necessários para o seu desenvolvimento.

3. PRODUTOS GRÁFICOSO mercado da comunicação utiliza muito a expressão “produto gráfico”, como já estamos uti-lizando e que estará presente em toda a extensão desta apostila. Muitas vezes, ela é substituídapela expressão “peça gráfica”, que tem o mesmo significado e que vamos cenceituar a seguir.

O que é uma peça ou produto gráfico?Entendemos por "produto gráfico", todo e qualquer material industrializado em um "suporte", como objetivo de ser utilizado como veículo de comunicação, para vender uma idéia, serviço, produto,instituição ou ainda, para levar cultura e informação para um determinado público alvo.

Chamamos de "suporte", os materiais e/ou matérias primas que podem ser utilizadas para imprimiruma imagem, independente do processo de impressão e hoje temos uma diversidade grande destasmatérias primas. A grande maioria dos produtos gráficos é industrializada em papel, mas utilizamosainda como suporte, vários outros materiais, como plástico, pano, PVC, alumínio, cartão, cartolina,entre outros. Mais a frente, vamos estudar com maiores detalhamentos os materiais mais utilizadospelas indústrias gráficas.

A diversidade dos produtos gráficosOs profissionais de comunicação têm, à sua disposição, uma grande variedade de produtos gráficos,que precisamos conhecer, definir e distinguir uns dos outros. De modo geral, os produtos gráficossão divididos em quatro grandes categorias, conhecidas como Editoriais, Comerciais, Publicitáriose Embalagens. Vamos, portanto, estudar cada uma delas e conhecer os produtos que delas fazemparte.

EDITORIAISÉ a categoria mais fácil de ser identificada. Pertencem a ela todos os produtos que passam por umprocesso de edição, que é uma função do Editor, que se envolve com todo o processo de elaboração,captação, redação e preparação de conteúdos para serem transformados em produto.

Nesta categoria, os principais produtos são os livros, jornais, revistas, boletins, encartes, entre ou -tros. Pela facilidade de identificar estes produtos, consideramos desnecessário definir cada um deles.

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COMERCIAISSão os produtos utilizadosdos por empresas diversas, de utilizações distintas, que auxiliam emtodo o processo comercial. Os mais comuns e que precisamos conhecer e identificar são osseguintes:

Papel TimbradoPapel timbrado, folha timbrada ou papel carta como é conhecido em algumas regiões do Brasil, éum impresso utilizado para a identificação de uma empresa, instituição, entidade ou profissionalliberal. Este impresso apresenta o “timbre”, que é uma marca, sinal ou insígnia que personaliza ascorrespondências oficiais e por isso é um produto utilizado para a comunicação entre os diversospúblicos de uma empresa, como cartas, propostas, orçamentos, projetos, entre outros fins. É umproduto gráfico relevante para a comunicação e é necessário para identificar, qualificar e promoverempresas, associações ou profissionais liberais, que querem passar uma imagem de profissiona -lismo, além de reforçar sua identidade visual.

De modo geral, além da marca da empresa, este impresso apresenta informações como endereço,telefones, contatos, que são as informações básicas de uma empresa. Quase sempre é produzidonuma folha tamanho A4, que tem as medidas de 210x297 mm, mais apropriado para utilizaçãoem escritórios, consultórios, impressoras, e ainda mais apropriados para colocação em pastas ouenvelopes padronizados. Podem ser produzidos em uma ou varias cores e, geralmente, em papéisde boa qualidade e ótima apresentação.

Envelopes Ofício, Carta, Convite, Comercial - Envelopes Tipo Saco

Os envelopes são produtos gráficos confeccionados para que neles sejam inseridos cartas, con-vites, correspondências, entre outros documentos como notas, faturas, exames ou resultados. Sãomuito utilizados para o envio de materiais ou documentos através dos Correios. Existem váriostipos e tamanhos de envelopes e os mais comuns são:

Envelope OfícioGeralmente são confeccionados no tamanho aproximado de 22x11cm , no sentido horizontal, esão apropriados para receber uma folha ou documento A4 ou ofício dobrado em 3 partes, de formaque na frente sejam colocadas as informações do destinatário e no verso as do remetente. Grandeparte destes envelopes são fabricados no tamanho padrão de 11,4x22,9cm. De modo geral, quando são utilizados por empresas ou profissionais liberais, trazem na frente amarca ou logotipo, bem como dados como endereço e telefone, para identificação, dentro de umaidentidade visual correspondente ao papel timbrado da empresa. São confeccionados com papéisde baixa gramatura, para não aumentar os custos de envio através dos Correios.

Envelope Carta ou ComercialEstes envelopes são um pouco menores, de tamanho aproximado a 16x11cm, também no sentidohorizontal, muito utilizados para colocação de documentos menores como faturas, recibos, entreoutros. Também são confeccionados em papel de baixa gramatura.

Envelope ConviteSão envelopes fabricados em papéis de espessura maior, resistentes e de melhor qualidade e sãoutilizados para o envio de convites de casamento, formatura ou outros eventos de cerimonial maisespecífico. Não existe uma padronização específica para este tipo de envelope, pois podem serconfeccionados de diversos tamanhos, que sempre dependem da criatividade e do material a quedestinam guardar.

Envelope tipo SacoTambém conhecido como “envelope pardo”, são envelopes fabricados em papéis de espessuramaior e muito resistentes, para acondicionar e enviar correspondências e documentos diversos,

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porém, maiores e que não podem ser dobrados amassados. Uma de suas características é que sãono sentido vertical, ou seja, eles se abrem pela parte mais estreita e as palas são coladas sobrepostassobre as outras nas laterais, de forma diferente dos envelopes ofício. Geralmente são confecciona-dos em papel “kraft”, que é um papel pardo muito resistente ou ainda em papéis brancos, porémcom gramaturas superiores a 80g. Podem também ser fabricados também em cartões, mais re-sistentes ainda, quando são utilizados por clínicas, hospitais e laboratórios para a guarda e entregade exames médicos, radiografias, ultrasons, entre outros.

Cartão de Visita e Cartão ComercialOs cartões são importantes produtos gráficos de comunicação externa entre uma empresa, institui -ção ou profissional liberal e seu público externo. Basicamente são dois os tipos de cartões, os de“visita” e os “comerciais”, assim caracterizados:

Cartão de VisitaO cartão de visita é um impresso de tamanho pequeno, com formato que varia entre retangular equadrado, não contém muitas informações e é utilizado para apresentar e identificar uma empresaou profissional liberal. Os cartões de visita trazem os dados de contato de pessoas ou corporações,com informações que geralmente são, além do nome da empresa, o nome do diretor ou profissional,cargo ou função, endereço, números de telefones e ainda endereços de contatos eletrônicos, comosite, e-mail e redes sociais.

Não existe um padrão de formato de cartões de visita, mas geralmente são produzidos em tamanhospróximos a 90x50mm, podendo ser confeccionados em diversos tipos de papéis ou cartões, emuma ou várias cores com impressão só na frente ou ainda na frente e no verso. É uma mídia portátile muitas vezes vai à frente de outras mídias na apresentação de uma empresa ao consumidor, aju-dando a dar visibilidade e credibilidade ao negócio, empresa ou profissional liberal que o utiliza.

Cartão ComercialO cartão comercial tem o mesmo conceito do cartão de vista, ou seja, é um produto que não contémmuitas informações e é utilizado para apresentar e identificar a empresa, trazendo seus dados decontato, mas se restringem ao uso comercial, por uma “pessoa jurídica”. Portanto, ele não apresentanomes e dados de algum profissional daquela empresa, como presidente, diretor, gerente, vendedor,entre outros. É um meio de comunicação muito utilizado na indústria e no comércio, e tem porobjetivo iniciar e manter as relações entre a empresa e seus possíveis clientes. Para este tipo decartão também não existe um tamanho padrão e a grande maioria deles é produzida em tamanhoaproximado de 11x7 cm, um pouco maior que um cartão de visitas.

Blocos e TalõesApesar de muito parecidos, são dois produtos que tem características técnicas diferentes.

Um bloco é um conjunto de folhas de papel que são COLADAS em uma das bordas e facilmentedestacáveis, onde se fazem vários tipos de anotações escritas à mão livre, como recados, descriçõese informações necessárias. São muito utilizados para várias finalidades como comandas, re-ceituários, pedidos, orçamentos, principalmente para vendas ou algum tipo de controle. Os blocospodem ser confeccionados em vários formatos, tipos de papel, cores e ainda podem ser impressosou sem nenhuma impressão. As colas utilizadas nos blocos são brancas ou de cor, como as ver-melhas, em sua grande maioria, sendo apropriadas para um fácil destaque da folha, sem oferecernenhuma resistência.

Um talão tem a mesma característica de um bloco, ou seja, é um conjunto de folhas de papel paraserem utilizadas com diversas finalidades. No entanto, estas folhas não são coladas e simGRAMPEDAS em uma das bordas. Assim, para serem destacadas, estas folhas precisam ser pi-cotadas ou serrilhadas, logo após o grampo, que ficará fixo para prender as demais folhas que não

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serão destacadas. Os talões podem ser impressos em diversos tamanhos, tipos de papel e são uti-lizados para várias finalidades diferentes. O exemplo mais comum e de mais fácil entendimentopara identificar um “talão”, é lembrar de um “talão de cheques”, que trás vários cheques gram-peados no lado esquerdo e com uma serrilha para que seja destacado do canhoto. É muito comumo uso de talões para recibos, notas fiscais, orçamentos, entre outros, onde a primeira via é destacadae entregue ao cliente sendo que a segunda via fica fixa ao talão.

ReciboUm “recibo” é o comprovante de uma transação comercial, emitido por uma empresa ou profis-sional liberal, comprovando o recebimento do pagamento de um determinado serviço ou produto,e que serve como prova de que ambas as partes estão de acordo com o valor da transação, garan-tindo, ainda, os direitos sobre o produto ou serviço adquirido. Grande parte dos recibos contéminformações e detalhes dos produtos e serviços negociados, como preço unitário, total, descontose especificações ou descrições do produto ou serviço adquirido. Muitos recibos não são um do -cumento oficial utilizado para a arrecadação de impostos do governo e os recibos são utilizadosem formas diferentes, como em blocos ou talões. São ainda considerados como “recibos” aquelesque são impressos por uma impressora fiscal, conhecidos como “cupom fiscal” ou “tickets, muitocomuns em supermercados, farmácias e comércio em geral. No entanto, estes tipos de recibo, oucupons, não são considerados como “produtos gráficos”.

Nota FiscalÉ um produto gráfico utilizado como documento fiscal e contábil para o registro da transferênciade propriedade de um bem, quando uma empresa o vende para outra empresa ou para uma pessoafísica. Uma nota fiscal também pode ser emitida quando uma empresa presta um “serviço” a outraempresa ou pessoa física, com o mesmo objetivo de registrar, legalmente, a transação que foi feita.Uma nota fiscal, por ser um documento legal, se destina ainda a contar o prazo de garantia do quefoi comercializado, para controle da própria empresa, para comprovar a entrega dos produtos e ouserviços e serve, também, como prova da forma de pagamento do negócio efetuado, além de serutilizada para o controle de recolhimento de impostos aos governos (municipal, estadual ou fe -deral). A não emissão de uma nota fiscal em uma negociação qualquer configura “sonegação fiscal”ficando assim a empresa passível das consequências previstas na legislação pertinente.

Em geral, no cabeçalho da nota fiscal, a empresa coloca seu “nome fantasia”, além de seus dadosoficiais que são o endereço, inscrição no estado, o CNPJ, além dos dados do destinatário, no caso,o comprador. À direita, vem escrito “NOTA FISCAL”, a série e o número da nota. No seu corpoexistem campos apropriados preencher as descrições e especificações dos produtos ou serviços,além da quantidade, preço unitário e o valor total da negociação.

FaturaÉ um documento comercial, emitido pela empresa vendedora de um produto ou serviço, do qualconstam as condições gerais da transação e ainda relaciona todas as compras efetuadas em um de-terminado espaço de tempo. A fatura servirá de base para a apuração do valor total devido pelocomprador e para a emissão de uma “duplicata” ou “boleto” para quitação em uma determinadadata. Fatura é uma conta “a pagar” ou “a receber”, cujo valor é composto pela totalização de umconjunto de lançamentos a ela relacionados.

DuplicataComo a fatura, a duplicata é um documento comercial, conhecida também como “duplicata mer-cantil” e se configura como sendo um título de crédito que uma empresa tem a receber de umcliente, com base na relação de produtos e/ou serviços relacionados na “fatura” de um determinadoperíodo. As duplicatas podem ter o mesmo valor da fatura ou, de uma mesma fatura é possívelemitir várias duplicatas, para pagamento parcelado.As duplicatas são, muitas vezes, assinadas pelo comprador, que dá o “aceite” ao valor devido e,

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no momento do seu pagamento, serve como recibo de quitação. Geralmente são produzidas emtamanho padrão, de aproximadamente 21x15cm e podem ser impressas em uma ou várias cores.Trazem todos os dados oficiais do cliente como nome, endereço, telefone, CNPJ e também docomprador, além dos valores do negócio entre as partes.

Pasta “Simples” e “Com Bolsa”As pastas são produtos gráficos impressos ou não que são utilizadas, geralmente, para acondicionardocumentos. São produzidas com material (papel ou plástico) resistente e de maior durabilidade,pois são utilizadas para se transportar e/ou guardar materiais impressos de menores proporçõescom segurança e, muitas vezes com confidência. Muito utilizadas por empresas ou mesmo profis-sionais liberais, pois, além servir de proteção, facilitam o transporte e organização de documentoscomo exames, relatórios, informativos, contratos e outros, além de serem muito utilizadas paraapresentação de propostas, projetos, orçamentos, entre outras finalidades.Na maioria das vezes as pastas são produzidas para comportar folhas do tamanho A4, em papelou cartão duplex ou tríplex, resistentes ao manuseio e mais duráveis. Muitas pastas recebem acaba-mentos especiais como plastificação, perfuração, relevos e impressões específicas. As pastas “sim-ples” costumam ter apenas uma dobra e ainda existem as pastas “com bolsa”, que são partescoladas internamente formando uma bolsa para apoiar os documentos, sem a necessidade de usargrampos. São dobraduras que permitem a organização dos documentos com a segurança de quenão deverão cair da pasta.

PUBLICITÁRIOS E PROMOCIONAIS: São os produtos utilizados para divulgar empresas, produtos, serviços, institui ções e contribuirpara a propaganda, o marketing, as promoções e a comunicação em geral. Os mais comuns e queprovavelmente vamos utilizar profissionalmente são:

PostalTambém chamado de “cartão postal”, é um produto gráfico impresso em cartão de maior resistên-cia, geralmente com imagens coloridas e um acabamento em brilho na frente, sendo o verso im-presso em apenas uma cor sobre o lado fosco do papel cartão. O cartão postal é como se fosseuma carta simplificada, enviada por alguém que viaja e quer mandar notícias, aproveitando a opor-tunidade para o destinatário conhecer os lugares visitados pelo remetente, pois a imagem da frentequase sempre é de uma atração turística do local.O postal pode ser um excelente divulgador de um serviço, produto ou empresa, que o utiliza comoferramenta de marketing, com as mesmas características do cartão postal. São impressos em ba-sicamente dois tamanhos, sendo o mais usual aproximado a 9x15cm e ainda o que tem tamanhoaproximado a 10x18cm .

Mala DiretaÉ uma mídia poderosa para entregar a mensagem certa para a pessoa certa. São impressos utiliza-dos como ferramenta de marketing com material publicitário, informativo ou promocional, envia -dos “diretamente” e nominalmente a um determinado público alvo, para divulgação de produtos,serviços ou empresas, através de correspondências postadas através dos Correios ou portadores(empresas especializadas em entrega). É uma carta de promoção ou comunicação de uma empresaou negócio para um grupo de pessoas específicas. Através de um único modelo de carta, o reme-tente consegue dirigir-se diretamente a cada pessoa, independentemente do número de destinatáriosao qual a mesma será remetida. Geralmente as malas diretas são utilizadas para vender, apresentarou promover algo e, para isso, trazem a apresentação de vários benefícios sobre determinado pro-duto ou serviço, além de mensagens de grande capacidade persuasiva. Muitas vezes são enviadassem envelope, pois depois de dobradas recebem as etiquetas com endereçamento ao destinatário.

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Folder, Folheto, Flyer, Volante, Panfleto, Filipeta e Broadside

Este é um grupo de produtos gráficos que apresentam muitas semelhança mas, são distintos e demodo geral, se diferenciam por detalhes pequenos, técnicos ou mesmo de utilização. Seus conceitossão muito parecidos, bem como seus principais objetivos porém são peças muito distintas e usadasem situações diferentes.

FolderÉ um produto gráfico constituído de uma única folha impressa com uma ou mais dobras, inde-pendentemente de seu formato, tamanho ou forma de acabamento e apresentação. Sua principalcaracterística é a presença de “dobras”. Geralmente é utilizado quando um cliente tem um volumemaior de informações a passar pois as dobra acabam facilitando a organização do fluxo de textose imagens, contribuindo com o processo de leitura da peça. Basicamente existem dois tipos defolderes, conhecidos como “institucional” ou “promocional”.

O Folder Institucional se caracteriza por mostrar a instituição, apresentando a empresa ou o profis-sional, trazendo informações como seus princípios, missão e visão. É utilizado como uma ferra-menta de comunicação para informar sobre atividades específicas, como características gerais dosprodutos, serviços ou ações sociais de uma determinada instituição.

O Folder Promocional é aquele utilizado como ferramenta de marketing para a divulgação deprodutos específicos, preços, informações técnicas e vantagens de determinados produtos ouserviços.

Não existem padrões para a criação e produção de um folder, que vão sempre depender da cria-tividade do publicitário responsável por sua criação. Também não existem padrões de utilizaçãopara formato, número de cores, tipo de papel e acabamentos. O papel mais utilizado para a con-fecção de um folder é o couché brilho ou fosco, de gramaturas que variam entre 120 e 230g/m².Os folders não possuem tamanho padrão, pois dependem do conteúdo a ser publicado, mas todostem, como principal característica, a presença das dobras.

FolhetoSão impressos de tamanho variável, com informações nas duas ou em apenas uma de suas faces,utilizados para a divulgação de uma ideia ou marca, eventos, produtos, serviços ou com instruçõesou informações importantes a um consumidor. De modo geral é um meio de divulgação feito depapel e de fácil manuseabilidade. É uma brochura solta, ou seja, sem uma cobertura dura (capa)ou algum tipo de encadernação. Pode ter apenas uma lâmina de papel ou algumas páginas, do-bradas pela metade ou grampeadas nas dobras. É muito utilizado para atingir grandes públicos empouco tempo e visam apresentar, numa circulação rápida, de mão em mão, informações sobre di-versos assuntos, como por exemplo publicidade de um produto, orientação ou ajuda num deter-minado local, ou ainda a exposição de qualquer tipo de produção artística ou política, entre outros.São muito utilizados por indústrias que, ai entregar um eletrodoméstico, por exemplo, entregajunto a ele um folheto com as informações técnicas sobre o aparelho. Não existem padrões decores, formatos, papel e tamanhos, mas de modo geral os folhetos variam entre lâminas comtamanho de 20x30cm a 32x46cm , aproximadamente.

PanfletoComo os folhetos, são materiais gráficos de apenas uma folha, podendo ser impressos em um ounos dois lados, que funcionam como peças de divulgação de uma ideia, marca, produto ou serviço.São peças de circulação rápida e se caracterizam por ter um baixo custo de produção e, em funçãodisso, serem utilizados para atingir grandes públicos em pouco tempo. Portanto, uma de suas prin-cipais características é que são peças geralmente com apenas uma cor, impressos em papéis debaixo custo, como o papel jornal, sem ilustrações trabalhadas e sem acabamentos específicos. Ospanfletos, por sersm uma mídia popular, atingem bem clientes das classes C, D e E, e muito pouco

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os clientes das classes B e A. Os formatos dos panfletos normalmente são pequenos e variam entreo tamanho A5 e o tamanho A4, no máximo.

Flyer ou VolanteSão exatamente o mesmo produto gráfico. Geralmente possuem um custo baixo de produção epreservam as características básicas dos panfletos, são diretos e possuem pouca informação, porémpossuem uma melhor qualidade de criação e produção. Muitas vezes utilizam cores especiais ecortes diferenciados, agregando valor ao material. São impressos pequenos, que variam entre umformato A5 e um formato menor que um A4, mas são bem mais trabalhados graficamente. Sãomuito utilizados para promoção de festas e eventos em casas noturnas, restaurantes, shows, porémsão confeccionados em papel de melhor qualidade com um visível trabalho de criação de um de-signer gráfico. Não possuem dobras e podem ser impressos em um ou em ambos os lados do papel.

FilipetaSão produtos gráficos que se assemelham a um flyer, porém com dimensões menores. As filipetassão “pequenos” folhetos publicitários utilizados para anunciar e promover eventos, produtos ouserviços. Sua principal característica, que o diferencia de um flyer, é que sua medida é bem menor,apresentando um formato onde um dos lados tem uma proporção bem mais “esticada” que o outro.Não existem padrões de medida, mas de modo geral as filipetas são de medidas aproximadas a15x5cm, por exemplo, como se fossem “marcadores de livros”, ou seja, finos de um lado e com-pridos de outro. São produtos muito utilizados para divulgação de peças teatrais, shows, apresen-tações, esquetes, entre outros, como o objetivo de incentivar o comparecimento de determinadacamada da população ao evento. Podem ser impressos em um ou ambos os lados, geralmente emcores e com papéis de boa qualidade, além de acabamento maquis bem trabalhado.

BroadsideÉ um produto gráfico que se assemelha a um folheto, porém em formato maior que o dos folhetoscomuns. É uma peça promocional, um folhetão, utilizado internamente por uma empresa, destinadoà rede de revenda, para lançamento de um produto, promoção de vendas ou informação sobre umacampanha que está sendo lançada. Portanto, é uma peça destinada normalmente a vendedores ou revendedores, que explica as qua -lidades e principais características de um determinado produto, esclarecendo possíveis dúvidassobre ele, possibilitando um maior conhecimento sobre o mesmo e assim possibilitando um atendi-mento de melhor qualidade na hora da venda ou revenda.

Cartaz, cartazete, pôster, outdoor, busdoor, taxidoor, banner e empena

Estas peças gráfica tem um objetivo comum, que é transmitir uma informação a um público, di-vulgando eventos, espetáculos, lançamentos, entre outros, tentando fazer uma comunicação rápidae eficaz. A principal diferença entre eles é o tamanho, além de algumas características mais téc-nicas, ligadas à produção.

CartazÉ uma peça, de modo geral impressa em apenas um lado do papel, para ser afixado em locaispúblicos, abertos ou fechados, de grande frequência de pessoas, para fazer uma comunicação rá -pida. É uma das principais ferramentas utilizadas na comunicação e no desenvolvimento das or-ganizações e seus produtos e serviços. DE modo geral o cartaz é de tamanho igual ou maior queum formato A3, que mede 42,0 x 29,7cm. Por ser uma peça que é apreciada pelo público, tem umgrande valor estético e seu desenvolvimento está muito ligado a uma boa criatividade. Geralmenteos cartazes são feitos em suportes como o papel, que deve ser de boa qualidade e com uma amplautilização de cores. Podem ser utilizados para uma imensa diversidade de funções, podendo sercomercial, publicitário, promocional, educativo, indicativo ou informativo.

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CartazeteÉ um produto gráfico de dimensões reduzidas, próprio para ser expostos em espaços internos,como corredores, quadros de aviso, vitrines, dentro de ônibus, salas de aula, pontos de venda, etc.,É simplesmente um cartaz pequeno, de dimensões menores, geralmente produzido em tamanhoA4, ou próximo a este tamanho, que tem os mesmos conceitos e objetivos de um cartaz.

PôsterÉ uma peça muito parecida com um cartaz, mas com algumas características específicas. Dispostostambém em locais públicos, os pôsteres possuem em sua diagramação poucas informações escritase mais imagens associativas. Muitas vezes são desenhados somente com uma imagem e um títuloe são muito usados para a divulgação de filmes, séries, álbuns de bandas ou mesmo músicos comcarreira solo. Sua função principal é a de divulgar uma informação visual e também são muitoapreciados como uma peça de valor estético, sendo considerados como peças mais "artísticas" oude decoração de ambientes.

BannerÉ uma peça impressa, geralmente por processos digitais, em material rígido ou flexível, para serfixada verticalmente. Assim como os posteres, cartazes e cartazetes, são colocados em um localestratégico para melhor atingir o público e são peças impressas em somente um dos lados, e podemser impressos em diferentes tipos de mídias, como papel, gloss, micro perfurado, adesivos oulonas. Depois de impressos, são acabados com tubos de madeira ou PVC com ponteiras de bor-racha, onde é preso um cordão de nylon ou barbante, para que possa ser pendurado. Os tubos, emambos os lados, possibilitam ainda que a peça permaneça aberta.

Se assemelha muito a um pôster por apresentar mais imagens e menos textos. São ideais paraocasiões de curta e média duração, e são afixados na frente de salões de eventos, festas de forma -turas, workshops, apresentações, palestras, feiras e shoppings, além de serem utilizados para sina -lização e decoração de eventos, divulgação em pontos de vendas, vitrines, entre outros.

OutdoorO “outdoor” é um “cartaz gigante”, pois devido ao seu imenso formato, é um veículo com grandepoder de comunicação e forte apelo visual. Um de seus conceitos é que é a designação de um meiopublicitário exterior, exposta ao ar livre, produzido do em placas modulares, que são coladas emuma base que é afixada em algum local. Geralmente os oudoors são dispostos em locais de grandee ótima visibilidade, nas grandes cidades e ainda à beira de rodovias muito movimentadas. Ele éconsiderado uma mídia de impacto e serve para divulgar ideias, serviços, produtos, eventos, etc,sendo colocados na horizontal em áreas de grande circulação de pessoas e veículos que, até emvelocidade maior, tem condição de serem vistos e lidos pelo público.

BusdoorÉ um dos formatos de mídia exterior mais eficaz para cobrir os principais centros urbanos e osmaiores corredores viários das regiões metropolitanas, sendo definido como um “painel” produzidoem um material adesivo, como o vinil, por exemplo, que é aplicado na parte superior da traseirados ônibus e micro-ônibus, com mensagens publicitárias ou promocionais. Funcionam basicamentecomo outdoors ambulantes e se tornaram uma interessante ferramenta de mídia por ser uma “pu -blicidade móvel”, que proporciona um maior tempo de visualização. Esta mídia apresenta a melhorrelação custo/benefício entre as mídias externas, além de ser mais dinâmica na exposição de umamarca e ter uma penetração muito maior. De modo geral são produzidas em um tamanho médiode 2,30 metros de largura por 1 metro de altura.

TáxidoorÉ um produto também impresso em material adesivo, para a veiculação de publicidade, que é afi -xado no vidro traseiro de um táxi. É um tipo de mídia barata, porém muito eficaz, que é utilizada

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em todas as grandes metrópoles do mundo, se tornando uma modalidade de propaganda diferen-ciada, por gerar uma receita adicional para a categoria de taxistas, sendo muito acessível a pequenosanunciantes, que não tem verba suficiente para anunciar nas grandes mídias.

EmpenaO sentido da palavra “empena” é, literalmente, a parede lateral de um prédio. Na comunicação vi-sual ganhou este nome por se tratar de uma peça gráfica, ou um painel gigante, que é produzidopara ser posicionado nas paredes laterais dos prédios e por isso é considerado como uma mídia dealtíssimo impacto visual, podendo, inclusive, ser visto a grandes distâncias. Assim como um out-door, a empena serve para divulgar algum produto, serviço, ideia ou evento, através da associaçãode imagens e textos. Não existem padrões de tamanho, porque são produzidos para um local pre-viamente determinado. A impressão é feita em partes, através de plotters para grandes formatos eposteriormente as lâminas são soldadas antes de serem fixadas na parede.

DisplayUm display é um produto gráfico utilizado como um dispositivo de Comunicação Visual, que tema função de "mostrar" ou de "expor" alguma informação. Os displays podem ser produzidos emvários formatos, de acordo com a sua finalidade e em diversos tipos de materiais como acrílico,PVC, poliéster ou ainda em papel, cartão ou papelão. São peças facilmente encontradas em balcõesde recepção, mesas, stands e pontos de venda e também são utilizados como porta-aviso, porta-folder, porta-papel entre outros. A palavra “display” pode ser traduzida como “mostrador” e porisso é uma peça utilizada para exibir, demonstrar, promover ou divulgar instituições, serviços, pro-moções ou ideias. Geralmente são produzidos em formatos diferenciados, com cortes especiais ebase firme e dura, para que possam se sustentar sem maiores problemas.

MóbileÉ uma peça promocional aérea, sustentada por fios de nylon, feita de material leve, de maneiraequilibrada e harmoniosa e que tem sua posição e movimentação alteradas de acordo com a cir-culação do ar. Usado para destacar um preço, um título, uma informação ou uma explicação dedeterminada promoção, os móbiles podem ser feitos em papelão, PVC, ou materiais infláveis. Per-mitem uma infinidade de formas e são muito utilizados em pontos de venda, como supermercados,feiras, congressos entre outros tipos de eventos ou locais.

EMBALAGENS:Uma embalagem é um envólucro utilizado para armazenar produtos visando sua proteção e trans-porte, e que muitas vezes trazem informações sobre suas condições de manipulação além de exibiralguns dados como composição, ingredientes, quantidade, validade, entre outras.

A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, classifica as embalagens em níveis, chama-dos de primário, secundário e terciário. As embalagens do nível primário são aquelas que tem con-tato direto com o produto, com a função de conter e conservar o produto, protegendo-o contraqualquer tipo de contaminação biológica (frasco de xampu, caixa de ovos, bandeja de lasanha).As embalagens de nível secundário são utilizadas para armazenar as embalagens primárias e per-mitem que exista uma comunicação do produto com o consumidor, evidenciando seus atributos.Sua função é reforçar a proteção do produto durante o transporte e auxiliar em sua promoção (caixade lasanha, caixa de cereal, caixa de pasta de dente). Já as embalagens de nível terciário são aquelasque contêm as embalagens de nível secundário e primário, geralmente utilizadas para a venda noatacado e servem para facilitar a distribuição, transporte e armazenagem dos produtos. Aindapodemos encontrar embalagens de nível 4, que são conhecidas como pallets e as de nível 5, quesão os containers, ambos utilizados para armazenamento e transporte de grandes quantidades deprodutos.

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Atualmente as embalagens são muito bem planejadas graficamente e atingiram uma grande im-portância no mercado, pois passaram a ser uma ferramenta de marketing, que se comunica com oconsumidor e ajudam a posicionar e promover os produtos que envolvem.

As primeiras embalagens eram fabricadas em madeira e folhas de flandres (lata), além da utilizaçãodo vidro para garrafas, além de barricas. Posteriormente surgiu o plástico e hoje temos uma in-finidade de tipos de embalagens, que vamos descrever apenas algumas que são mais conhecidas:

RótuloÉ uma peça que mostra toda e qualquer informação relativa ao produto, além da marca.

ShapeÉ a forma estrutural da embalagem, como a silhueta de um frasco.

SleeveÉ um rótulo encolhível que adere à superfície da embalagem, contornando-a como se fosse umapele.

SplashÉ um desenho gráfico utilizado para destacar informações importantes na embalagem.

BlisterBlister é uma embalagem composta de uma cartela-suporte (cartão ou filme plástico) sobre o qualo produto é fixado por um filme em forma de bolha. Por exemplo, comprimidos, pilhas.

Caixa de transporteEmbalagens apropriadas para transportar vários produtos ou produtos de porte maior. Podem serde plástico rígido, papelão ondulado ou madeira e garantem a segurança e proteção ao produto atéseu destino final.

CartuchoCartucho é um termo utilizado para as embalagens estruturadas em papel cartão, como por exemploas caixas de cereais matinais, caixas de sabão em pó de remédios, entre outras.

Embalagem cartonadaSão embalagens fabricadas com várias camadas de materiais que criam barreiras à luz, gases, águae microorganismos, conservando as propriedades dos alimentos. A embalagem cartonada assépticaé composta por 75% de papel cartão, 20% de filmes de polietileno de baixa densidade e 5% dealumínio. São muito utilizadas em embalagens de leite, sucos entre outros produtos perecíveis.

Embalagens laminadasSão embalagens formadas pela sobreposição de materiais como filme plástico metalizado mais oadesivo e ainda o filme plástico. As metalizadas, como as dos salgadinhos (snacks), biscoitos,cafés, etc, são um bom exemplo.

Embalagens plásticas flexíveisSão aquelas cujo formato depende da forma física do produto acondicionado e possuem uma es-pessura muito fina, inferior a 250 micra. Nessa classificação, enquadram-se sacos bandejasflexíveis que se conformam ao produto, filmes encolhíveis (shrink), filmes esticáveis (stretch),sacos de ráfia, entre outros.

Latas de alumínioAs latas de alumínio são embalagens de metal não-ferroso, utilizadas para embalar bebidas comocervejas, sucos, chás e refrigerantes.

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Latas de açoAs folhas de aço (folha de flandres) são largamente utilizadas em embalagens de alimentos, be-bidas, tintas e produtos químicos. Atendem às necessidades específicas de resistência, confor-mação, revestimento e acabamento.

Embalagens de Papel e PapelãoSão um grupo de embalagens formadas por vários tipos e tamanhos: caixas de papelão, sacos,bobinas de papel, envelopes, fardos e sacolas em papel kraft. Todas estas formas de embalagenssão utilizadas por todos os segmentos da indústria de transformação. As embalagens de papel e depapelão podem ser moldadas em vários formatos. São relativamente leves e ocupam pouco espaçode armazenamento.

Embalagens PlásticasPodem ser fabricadas com materiais flexíveis e inflexíveis, e podem ser moldadas em diversosformatos e tamanhos, para diversos tipos de produtos. Como exemplo podemos citar os sacos, en-velopes plásticos, sacolas, tubos , engradados, galões, frascos, etc.

Embalagens em TNT, em Pano e em VidroSão embalagens feitas para fins específicos e tamanhos diferenciados, utilizadas para diversostipos de produtos, fabricadas em materiais como o TNT, veludo ou outro tipo de tecido e aindaaquelas fabricadas em vidro. Como exemplo podemos citar as sacolas retornáveis em TNT, lixeiraspara carro, embalagens internas de perfume e as embalagens de vidro, utilizadas principalmentepara alimentos como azeite, maionese, azeitona, entre outros.

Portanto, como vimos, existem muitos produtos e cada um tem suas especificidades e seus aspectostécnicos, que precisam ser entendidos pelos profissionais que utilizam a mídia impressa em seusplanejamentos e estratégias de comunicação.

Falando em "aspectos técnicos", podemos dizer que cada produto gráfico é completamente dife -rente de outro produto gráfico, uma vez que cada um tem suas características, que o tornam único.Cores, letras, linhas, papel, tipo de impressão, formato, entre outras, são as características quediferenciam os produtos gráficos. Mas, mesmo sabendo que estes produtos são distintos, podemosafirmar que numa coisa, todos os produtos são iguais: na forma como são construídos. Se obser-varmos bem, vamos perceber que todos os produtos gráficos têm a mesma estrutura básica e sãoplanejados e produzidos passando-se pelas mesmas etapas. E é isso que vamos estudar logo àfrente.

4. OS SEGMENTOS QUE TRABALHAM O PRODUTO GRÁFICOAntes de iniciarmos o estudo do "fazer" um produto gráfico, precisamos entender o fluxo de umproduto nos diversos segmentos que se envolvem com a criação e produção de uma peça gráfica,bem como entender como é a sua organização, que se divide basicamente em quatro grandes seg-mentos: as agências de publicidade, as indústrias gráficas, as indústrias editoras e as indústriasjornalísticas.

As agências de propaganda e ainda aquelas de comunicação ou marketing, bem como os profis-sionais liberais que atuam nesta área, de modo geral se responsabilizam por criar o produto gráficoe, posteriormente, encaminhá-lo para uma indústria de artes gráficas que, por sua vez, cuida dasua industrialização. Como é um segmento industrial muito grande, vamos observar que as em-presas gráficas se especializam em produzir determinados tipos de produtos e se subdividem, ba-sicamente em três grandes segmentos: as indústrias gráficas, as editoras e as jornalísticas.

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Agência de Publicidade ou de ComunicaçãoAs agências de publicidade são empresas que prestam serviços para ajudar seus clientes a re-solverem seus problemas de comunicação. Existem agências de diversos portes, desde as menores,com cinco ou dez funcionários até as grandes agências, que chegam a ter mais de 100 pessoas en-volvidas nos serviços que prestam.

A estrutura das agências é basicamente a mesma, não importando seu porte, diferenciando-se ape-nas nas formas de como vão lidar com os serviços. De modo geral, as agências se estruturam essen-cialmente em função de três principais etapas dos serviços que prestam:

1- o atendimento e o planejamento2- a criação e a finalização3- a mídia e a produção

A primeira etapa do serviço se caracteriza pelas tarefas de atender e assistir ao cliente, estudandosuas características, compreendendo seus problemas, oportunidades e executando o planejamentodos trabalhos e tarefas a serem desenvolvidos para a solução desses problemas.

A criação é a fase onde as idéias são concebidas e diversas formas de comunicação são utilizadaspara levar a mensagem a um determinado público alvo. Nesta fase são definidos os textos, as ima -gens - desenhadas ou fotografadas - e são feitas as direções de criação e arte, além das finalizaçõesdestas idéias.

A mídia é o setor que tem a tarefa de selecionar os veículos de comunicação mais adequados paraatingir o público-alvo definido, buscando-se a maneira mais econômica e indicada para cada cam-panha e cada cliente, além de comprar os espaços nestes veículos, autorizando as veiculações efazendo seu controle. E por fim, a produção é a fase que auxilia na organização e viabilização detodas as idéias concebidas para garantir uma boa produção e veiculação de todo o material criadopela agência.

As agência têm, de modo geral, um departamento que cuida das mídias eletrônicas, conhecidocomo RTVC (Rádio, Televisão e Cinema) e em algumas agências, RTVCI, que inclui a Internet,e têm também um "Departamento de Produção Gráfica", que cuida das mídias impressas e éresponsável por gerenciar todas as etapas de fabricação dos produtos gráficos que são criados naagência.

Entender o fluxo do trabalho dentro de uma agência é essencial para compreender o mecanismoque os profissionais de publicidade utilizam para ajudar seus clientes a resolver seus problemasde comunicação.

Indústria GráficaÉ o maior dos segmentos gráficos e se caracteriza como sendo um segmento que pode fabricarqualquer tipo de produto gráfico, desde embalagens, cartazes, serviços comerciais, editoriais, entreoutros, existindo uma subdivisão que está ligada ao tipo de produto que fabricam e colocam nomercado. São empresas chamadas apenas de "gráficas" e, muitas vezes, se especializam em de-terminados tipos de serviços, sendo encontradas com diversos portes, desde aquelas gráficas pe-quenas até as grandes indústrias. No entanto, todas têm, aproximadamente o mesmo mecanismode funcionamento.

As gráficas prestam serviços e transformam matéria prima em produto gráfico, muitas vezes nãose envolvendo com a criação destes produtos e funcionando apenas como fornecedoras, ou seja,empresas que apenas industrializam o produto. Uma característica importante deste segmento éque as gráficas não se envolvem nem se responsabilizam pelos conteúdos de textos e imagens dos

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produtos que colocam no mercado, pois trabalham sob demanda e o cliente é que elabora estesconteúdos.

De modo geral, também não se responsabilizam por colocar os produtos que fabricam no mercado,entregando-o, ao fim do processo, ao cliente que o encomendou. As gráficas têm, além da parteadministrativa, três setores que se envolvem na produção e são denominados na grande maioriadas indústrias de "Pré-Impressão", "Impressão" e "Acabamento". É muito importante que se co -nheça a capacidade de produção das gráficas que são fornecedoras de impressos, pois existem grá-ficas pequenas, médias e grandes, conforme descrito a seguir:

GRÁFICAS PEQUENAS: são aquelas que têm poucos funcionários, máquinas pequenas deimpressão (conhecidas como máquinas “formato 8” - aproxi madamente uma folha ofício- ou no máximo máquinas “formato 4” - ou duplo ofício - mas, quase sempre máquinasque imprimem somente uma cor (monocolor), sendo que raramente possuem umamáquina bicolor. Estas gráficas podem ser utilizadas quando temos um trabalho maissimples, impresso em papel comum, sem muita sofisticação e que não tenha muitascores, com tiragens baixas e sem acabamentos complicados. Muitas vezes são chamadasde gráficas de fundo de quintal, pois têm muita limitação e oferecem serviços de qua -lidade baixa, além de não possuírem um bom controle do fluxo interno dos serviços queexecutam, o que pode comprometer, e muito, os prazos de entrega. Estas gráficas cos-tumam depender sempre de serviços de terceiros, principalmente nos serviços de acaba-mento. Os trabalhos mais comuns que executam são panfletos, volantes e serviçoscomerciais como recibos, notas fiscais, convites, etc...

GRÁFICAS MÉDIAS: são aquelas que possuem um número maior de funcionários, sãomais organizadas e possuem um controle razoável do fluxo interno dos serviços. Geral-mente têm máquinas maiores, de formato 2 ou até mesmo de formato 1 e máquinas bi-colores, podendo chegar a ter uma máquina de policromia (4 cores) em formato 4. Sãoempresas que oferecem uma boa qualidade, mas exigem um acompanhamento maior,pois esta qualidade pode se tornar instável em função do volume de serviços que exe-cutam e da qualificação da mão de obra que empregam. De modo geral não têm o setorde pré-impressão e possuem poucos recursos de acabamento, terceirizando serviçoscomo plastificação, laminação, corte e vinco, encadernação entre outros.

GRÁFICASGRANDES: são aquelas que possuem uma grande estrutura, com equipamen-tos modernos e mais sofisticados, além de possuírem pessoal qualificado em todos ossetores, da pré-impressão ao acabamento. Estas gráficas têm um controle absoluto dofluxo interno de trabalho e podem garantir, além de uma ótima qualidade, o cumpri-mento dos prazos previstos e combinados com seus clientes. Geralmente têm máquinasde grande porte, com capacidade de imprimir até uma folha formato 1, e com 4 ou maiscores. Têm total possibilidade de fornecerem impressos com cores especiais e quasenunca dependem de terceiros, possuindo internamente o setor de pré-impressão, comequipamentos e softwares de última ge ração e também um grande número de equipa-mentos de acabamento. São mais apropriadas para trabalhos de altas tiragens e que exi -gem um nível de sofisticação elevado.

Indústria EditoraAs indústrias editoras são empresas que se estabelecem para fabricar e colocar no mercado umúnico produto gráfico, o "livro". São as editoras de livros, que desempenham todo o trabalho deeditoração.

Segundo Tupã Gomes Correa, "a editoração é uma atividade voltada para a produção editorial,que é desenvolvida em três estágios distintos: o da seleção de originais e conteúdos, o da padroniza-ção da forma e o da serialização do produto uniforme".

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Neste segmento, existem também as editoras de revistas, embora este seja um produto jornalístico.Estas empresas são consideradas como sendo do segmento "editorial", pois têm característicasmuito semelhantes às editoras de livros, se envolvendo também com o processo de editoração. Épreciso, ainda, ter atenção em algumas empresas gráficas que trazem o nome de "editora" em suarazão social, mas não desempenham as funções de uma editora e são apenas "gráficas".

Fazer editoração é, portanto, desempenhar um conjunto de tarefas inerentes às funções de um edi -tor. Entre elas estão a busca e seleção de autores e seus originais, contratação de direitos autorais,de tradução e de estudos de diagramação, organização e adequação destes originais, além de re-visões, contratação, acompanhamento e supervisão gráfica e ainda, a distribuição, ou seja, todoum conjunto de atividades relacionadas com a publicação de livros.

Grande parte das editoras de livros recebe o original dos autores ou mesmo faz a captação destesoriginais no mercado, selecionando aquilo que acham interessante editar e transformar em livro.Assim, elaboram contratos e negociam com os autores os "direitos autorais" para publicar seu tra-balho intelectual.

Neste segmento editorial, trabalham e se envolvem com a produção do livro o editor, que assumea responsabilidade total do trabalho e sua edição; o designer, que cria, projeta e diagrama o livro,cuidando de sua forma; os profissionais gráficos, que preparam e imprimem o livro; os dis-tribuidores, que cuidam de entregar e são intermediários entre a editora e a livraria, e por fim, olivreiro, que coloca o livro no mercado ao alcance do público leitor.

A grande maioria das editoras não tem parque gráfico, pois trabalham e se preocupam apenas comos processos de edição do conteúdo dos livros ou revistas, terceirizando para uma gráfica os proces-sos de industrialização.

Indústria JornalísticaEste segmento se caracteriza como sendo aquele que tem um parque gráfico próprio e coloca nomercado dois tipos de produtos gráficos, os jornais e as revistas, consi derados produtos jornalís-ticos por serem desenvolvidos por jornalistas. Uma característica deste segmento é que é uma in-dústria que pode ser considerada como uma das mais completas, por elaborar e desenvolver osjornais ou revistas dentro de uma mesma estrutura, sem depender de terceiros.

Outra característica que merece atenção é que a indústria jornalística cuida de seu “próprio pro-duto”, do início ao fim. Então o fluxo se inicia numa reunião de pauta, onde são definidos os as-suntos e matérias a serem reportadas, passando pela apuração, redação, edição, fotografia,diagramação até sua produção industrial, que passa pelas etapas de "Pré-Impressão", "Impressão"e "Acabamento", dentro do seu parque gráfico. Muitas indústrias jornalísticas ainda produzem jor-nais e revistas para terceiros, sendo estes clientes diretos ou empresas do segmento editorial, quenão têm parque gráfico e se encarregam apenas da elaboração, redação e edição dos produtos.

Depois de impressos, os jornais passam pelo setor de expedição para serem embalados e encami -nhados ao setor de distribuição. Algumas indústrias jornalísticas contratam empresas especializadasem distribuição e entrega de jornais, a partir de nomes e endereços organizados e gerenciados pelaindústria. Assim, os produtos jornalísticos chegam às mãos dos leitores, através de bancas, revis-tarias ou mesmo através de assinaturas por tempo determinado, completando o fluxo neste seg-mento industrial.

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Parte 2

fundamentos básicos

Ainda antes de iniciarmos o estudo do "fazer" um produto gráfico, é de extremaimportância que qualquer estudante ou profissional de comunicação tenha algu-mas informações e muitos conhecimentos considerados como "fundamentais"para a construção dos produtos.

Este capítulo vai possibilitar o estudo dos fundamentos e conceitos que sãonecessários na elaboração de produtos gráficos, como sua estrutura básica, tiposde imagens, letras e linhas, possibilitando ainda o estudo de temas como os ori -ginais, o design, as etapas necessárias para a criação e produção das peças,equipamentos, programas, arquivos, cores e as matérias primas mais utilizadaspara a industrialização dos produtos.

Vamos aprender a "fazer" um produto gráfico nos capítulos 3 e 4 e podemos con-siderar que este "fazer" é relativamente fácil, desde que se tenha o domínio destesfundamentos. É exatamente por isso que este capítulo é o maior desta apostila,pois é ele que vai nos dar base para entender os passos que temos de dar paraconstruir corretamente um produto de mídia impressa.

1. ELEMENTOS GRÁFICOSChamamos de "elemento gráfico" cada uma das partes que compõe a imagem de um produto grá-fico: título, texto, foto, desenho, legenda, logotipo, marca, etc... Os elementos gráficos são traba -lhados individualmente, desde a sua preparação até sua execução, pois têm características própriase diferenciadas, sendo que cada um tem um papel e um objetivo de comunicação na peça.

2. A ESTRUTURA BÁSICA DOS PRODUTOS GRÁFICOSAo observarmos algumas peças gráficas vamos perceber logo que elas têm a mesma estrutura,levando em consideração os seus elementos gráficos. Todas elas, de modo geral, têm um título ouchamada principal, um texto, um ou mais elementos ilustrativos, linhas e ainda uma assinatura.Podemos então afirmar que a estrutura "básica" dos produtos gráficos é formada por:

Elementos redacionais: que passam por um processo de redação, construídos com letras, através de um teclado;

Elementos ilustrativos: que servem para ilustrar a peça, podendo ser um desenho ou uma foto;

Linhas ou fios: utilizados para organizar, dividir ou separar partes de uma peça gráfica.

3. AS LINHAS E FIOS NOS PRODUTOS GRÁFICOS

Considerando então que as peças gráficas são formadas por letras, imagens ilustrativas e linhas, épreciso estudar um pouco sobre cada um destes elementos gráficos, que precisaremos manipularao desenhar um produto. As linhas são os elementos mais simples e fáceis de manipular, pois são

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Apostila deProduçãoGráfica2013

geradas, de modo geral, pelos programas gráficos utilizados para desenhar as peças. Manipular aslinhas é relativamente fácil, bastando ter atenção e controle aos tipos de linhas - contínuas, trace-jadas, pontilhadas, duplas, etc. - suas espessuras e medidas. Já as letras e imagens necessitam deuma atenção e informações bem maiores, que estudaremos a seguir.

Exemplos de modelos de linhas utilizadas em produtos gráficos:

4. AS LETRAS: ORGANIZADAS EM FAMÍLIAS E FONTESPara inserir textos nos produtos gráficos, utilizamos o teclado para digitação, além das letras queficam armazenadas no computador que usamos. A importância das letras é muito grande numapeça, pois influenciam, e muito, no aspecto visual e estético do produto depois de pronto. Existemletras com maior ou menor legibilidade, com maior ou menor poder de chamar a atenção para aleitura, entre várias ou tras características, mas a estrutura de desenho das letras é a mesma e cadatraço que forma a imagem de uma letra tem um nome, como vemos a seguir:

A partir de pesquisas feitas por Francis Thibedeau, no século XVIII as letras foram classificadasde acordo com suas características de desenho, levando-se em consi deração estes traços, e orga-nizadas em "famílias" e "fontes", termos muito utilizados em nosso dia-a-dia. Precisamos, entãode ter algumas informações consideradas imprescindíveis para manipular com segurança as letrasao criarmos um produto gráfico, bem como a terminologia utilizada para isso. Por exemplo, umtermo muito comum é "composição", que significa o ato de juntar as letras formando palavras,frases, parágrafos e textos inteiros, que podem ser dispostos em formas diferentes. O termo "fonte"é mais comum, pois a maior parte dos programas de computador o utiliza, mesmo que às vezeserradamente. Já o termo "família" é menos comum, ou talvez mais "técnico", por isso menos uti-

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Base ou pé

Ápice

Serifa

Trave

HasteA

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lizado, além de outros termos como corpo, entrelinha e espaçamento. Vamos entendê-los.

Entendendo as “Famílias” de letrasO termo "família" vai significar sempre a "característica de design de uma letra". De modo geralas famílias, ao serem concebidas, recebem e são tratadas por nomes, como Times, Arial, Avant-Gard, Garamond, para exemplificar as mais utilizadas. Cada família tem sua característica própriade desenho, que a faz diferente de todas as ou tras famílias. E esteticamente, é importante escolheruma família que tenha uma relação com o produto que vamos desenhar.

As principais famílias de letras que utilizamos na atualidade são organizadas por "grupos defamílias", sendo que cada grupo tem algumas características de design que são comuns, o que fazcom que uma tipologia pertença a um determinado grupo. Podemos considerar que a organizaçãodas famílias de letras se dá em seis principais grupos, da seguinte forma:

Famílias Romanas: são as famílias que têm como característica de dese nho as dife rençasnas espessuras de suas hastes e que são providas de "se rifas", que são prolongamentosno acabamento das letras. Existem as romanas mais antigas e as mais modernas, mastodas as romanas são serifadas.

Times New Roman Baskerville

Garamond

Famílias Grotescas: chamadas também de "lapidárias" ou "bastão" são as famílias quetem como característica de desenho a uniformidade nas espessuras de suas hastes, alémde ter um acabamento reto, portanto desprovidas de serifas.

Arial

Futura

Switzerland

Famílias Egípcias: são caracterizadas como as famílias que têm serifas retangulares,além da quase uniformidade nas espessuras de seu desenho.

Claredon

Courrier

Playbill

Famílias Fantasias: São famílias com um desenho mais solto, mais brincalhão e comcaracterísticas alegóricas. São letras que precisam muita atenção em sua escolha porquenem sempre têm uma boa legibilidade e muitas vezes chegam mesmo a ser ilegíveis.

Bertram

DECODER

Creepy

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Famílias Manuscritas: conhecidas também como cursivas, são as famílias que imitama escrita manual, ou a escrita cursiva. Uma característica marcante em seu desenho é quesão construídas de forma que sugerem uma continuidade de desenho de uma letra paraoutra, o que faz com que parecem com letras escritas à mão.

Mistral

EnglishVivace

Brush Script

Outras Famílias de tipos: Existem, ainda, outros grupos de famílias de letras, hoje poucoutilizadas, como as letras góticas, que não têm um bom poder de legibilidade e atualmentetêm uma utilização muito restrita.

Black Forest

Frankenstein

Um grupo de famílias bastante comum na atualidade, conhecidas como Symbol's, reúnecaracteres com uma série de símbolos, que podem ser utilizados em diversos momentosde uma composição, como para mostrar itens ou mesmo para finalizar um texto. De modogeral, cada tecla do alfabeto utilizada no teclado apresenta o dese nho de um determinadosímbolo.

Exemplos:

Wingdings: hgfoiuy

Milestones: osgahw

As “Fontes” para a composição de textosNo entanto, as letras de uma família podem se mostrar com variações na sua forma de apresentação,podendo ser mais grossas, mais finas ou inclinadas, independentemente da família a que pertencem.E é ai que entra o termo "fonte", que sempre vai significar as variações no estilo de apresentaçãodas letras de uma determinada família. O termo "fonte" ainda significa "um conjunto completo detipos, com todos os caracteres maiúsculos, minúsculos, números, pontuação e símbolos destinadosà composição de qualquer texto", ou seja, são todos os caracteres tipográficos que vêm como con-junto quando se adquire uma fonte ou a baixamos da internet, quando está disponibilizada semcusto para ser utilizada. Portanto, as famílias, ao serem construídas, são comercializadas comvárias fontes, ou seja, com características ou formas de apresentação diferentes. A maioria dasfamílias costuma ter, basicamente, as seguintes fontes:

Regulares ou Plain:da forma que foram concebidas, normais, sem alterações;

Bahamas

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Claras ou Light: que têm as hastes com espessuras muito finas, reduzidas, bem claras;

Bahamas

Negrito ou Bold: que têm as hastes com espessuras mais grossas;

Bahamas

Itálicas, Italic ou Grifo: que são inclinadas, para esquerda ou direita;

Bahamas Plain Italic

Bahamas Light Italic

Bahamas Bold Italic

Mas existem ainda muitas outras fontes e cada família apresenta um número dife rente de fontes -algumas famílias são maiores e outras são menores. Exemplos de outras fontes muito comuns:

Condensadas ou Condensed: que têm sua largura reduzida, diminuída, sem alterar a altura;

Bahamas

Expandidas ou Extended: que têm sua largura ampliada, aumentada, sem alterar a altura;

Bahamas

Outline:que têm o desenho formado apenas pelas linhas de contorno, sem preenchimentos;

Bahamas

Nem todas as famílias trazem estas fontes, mas a maioria dos programas gráficos ofereceferramentas para modificar as fontes mais comuns dando a elas estas formas de apresentação.Algumas famílias são tão completas que trazem muitas outras fontes como, por exemplo, afamília "Eras". Vejam:

Eras Light ITC Eras Bk BT

Eras Medium ITC Eras Demi ITC

Eras Bold ITC Eras Ultra ITC

Eras Contour

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Outros aspectos importantes a conhecer

Além das classificações acima descritas, precisamos ainda de mais algumas informações, que seaplicam a qualquer tipo independente da família a que pertença, e que são importantes no momentode formatar um texto para um produto gráfico. São os termos corpo, medida, entrelinha e espaça-mento.

Corpo: é a altura da letra, determinada pela altura total do espaço que o tipo ocupa, incluindoas áreas de contra-grafismo, que não recebem tinta e são reservadas para as hastes ascendentes e descendentes.

Medida: é sinônimo de largura, porém é um termo de utilização mais ampla, pois atravésdele podemos descobrir a largura de uma letra, de um conjunto de letras, que é uma palavraou ainda, de um conjunto de palavras, que é uma frase.

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Entrelinha: é a distância entre uma linha e outra, determinada pelo ápice de uma linha aoápice da linha de baixo. O entrelinhamento da composição é um recurso que pode ser uti-lizado para fazer um bloco de texto ocupar maior ou menor espaço de altura.

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Á CORPO

ÁMEDIDA

PUCMEDIDA

MEDIDA

Composição comentrelinhamentonatural, sem al-teração.Corpo 12Entrelinha 1212/12

Composição

com

entrelinhamento

alterado.

Corpo 12

Entrelinha 18

12/18

Composição

com

entrelinhamento

alterado.

Corpo 12

Entrelinha 22

12/22

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Espaçamento: é a distância que existe entre uma letra e outra, ou ainda entre palavras numbloco de texto.

Tipos de fontes disponíveis no mercadoAs famílias e fontes de tipos eram fabricadas, inicialmente com algum material resistente, comoo chumbo, e eram palpáveis e utilizados em processos mais antigos de composição, como a ti-pografia. Depois da chegada dos computadores e com o avanço tecnológico, passaram a ser fa -bricados e distribuídos digitalmente, como estamos habituados a lidar com as letras na atualidade.Portanto, podemos comprar uma família de tipos, com várias fontes e instalar em nossos com-putadores, ou ainda "baixar" de sites na internet, que disponibilizam fontes gratuitamente. E exis-tem três tipos de fontes, conhecidas como “True Type”, “Type One” e “Open Type”.

Fontes True Type: são um tipo de fontes desenvolvidas pela Apple Computer no fim da dé-cada de 1980, com uma linguagem denominada "PostScript", que tinha como principal ca -ra cterística, oferecer aos designers de fontes um nível mais alto e preciso do controle decomo suas fontes seriam exibidas nos monitores, em várias alturas e características de apre-sentação gráfica. Estas fontes foram licenciadas posteriormente para a Microsoft Corpora-tion.

Fontes Type One: Foram as primeiras fontes criadas pela empresa Adobe Systems para im-pressoras digitais, conhecidas também como "Tipo 1", na linguagem "Postscript", para im-pressão de documentos gráficos complexos.

Fontes Open Type: é um formato de fonte mais recente, inicialmente desenvolvido pela Mi-crosoft que, por volta de 1996, fez uma parceria com a Adobe Systems para a conversão detodas as fontes PostScript produzidas pelas duas empresas em OpenType. São fontes quepodem ser utilizadas em ambos sistemas operacionais (Mac e PC), sem necessidade de con-versão, sendo reco nhecidas pelas extensões .TTF e .OTF .

Assim, os dois tipos de fontes disponíveis na atualidade são as TrueType e as OpenType, que incluias fontes Type One.

E qual é a diferença entre os dois tipos de fonte? Simplificando a resposta, são formatos diferentesde uma mesma coisa - padrões para fontes de computador - criados por empresas distintas, ondenos dois padrões as letras são construídas com contornos - chamados "outlines" - que podem serampliados ou reduzidos sem uma perda de qualidade aparente. As "Type One" apresentam umcódigo mais simples e as "True Type", mais complexo, estruturados em tabelas mais complicadase por isso, de modo geral os arquivos de fontes "Type One" são menores em "bytes" que os arquivosde fontes "True Type".

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Composição sem alteração no espaçamento

Composições com espaçamento

PUC Minas

PUC Minas

P U C M i n a s

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É aconselhável usar fontes de boa qualidade e não misturar, num mesmo arquivo destinado a im-pressão, os dois tipos de fontes. As fontes "True Type" suportam me lhor os caracteres com sinaise símbolos e ainda se apresentam melhor em equipamentos de baixa resolução, sendo mais ade-quadas para telas, web e apresentações multimídia. Por isso empresas como a Microsoft, colocameste tipo de fonte em seus sistemas e elas já acompanham o sistema operacional, como é o casoda "Verdana", por exemplo, entre outras. Já as fontes "Open Type" são mais adequadas para quemtrabalha com impressos, pois têm uma melhor comunicação com os equipamentos de alta resoluçãodas indústrias gráficas.

5. ÁREAS DE GRAFISMO E CONTRA-GRAFISMOAgora que já temos bastante informação sobre as letras e, em seguida, estudaremos alguns tiposde imagens, precisamos absorver um conceito extremamente importante, que estará sempre ligadoaos processos de impressão, que é o entendimento do que é uma "área de grafismo". A palavra"grafismo" está ligada à palavra "grafar", que é dar forma escrita, escrever ou desenhar. E isto étudo que fazemos na mídia impressa, ou seja, transportamos para um suporte os grafismos queplanejamos para nos comunicar.

Portanto, e simplificando a explicação, uma área de grafismo é aquela que tem uma imagem escritaou desenhada, independente da forma e que será impressa em um suporte, enquanto as áreas quenão tem nenhuma imagem são chamadas de áreas de "contra-grafismo". E como estamos lidandocom formas de impressão, podemos resumir estes conceitos no seguinte: as áreas de grafismo sãoas áreas da imagem que recebem tinta e as áreas de contra-grafismo, aquelas que não recebemtinta.

6. AS IMAGENS: DESENHADAS OU FOTOGRAFADASExistem duas possibilidades de ilustrar um produto gráfico: desenho ou fotografia. São as únicasformas que temos quando precisamos ilustrar uma peça, seja ela qual for. Portanto, precisamosfazer uma opção e, depois de escolhido o tipo de imagem ilustrativa, temos ainda que definir comovamos usar estas imagens, pois elas podem ter características diferentes, ou seja, podem serpreto&branco ou em cores. Os desenhos podem ser feitos apenas com linhas, ou com sombras eas fotos também podem ter características diferentes.

É tudo uma questão de opção e esta decisão tem que ser tomada no início do processo de criação

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AÁreas de Grafismo

Áreas de Contra-Grafismo

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da peça, com base nas condições que temos para construir estas imagens, o que vamos aprenderlogo em seguida. De qualquer forma teremos que pro videnciar e ter em mãos um original com aimagem ilustrativa para ser reproduzida e inserida na peça. Então, temos que conhecer, ter maisinformações e entender os conceitos utilizados no mercado sobre os tipos de originais que pode -remos utilizar.

Vetor x BitmapAntes de estudarmos os tipos de originais que temos à disposição para usar, precisamos entenderos conceitos sobre imagens "vetoriais" e em "bitmap", que são as duas categorias de arquivos quepodemos utilizar em nossos produtos gráficos. Portanto, vamos estudar e conhecer estes tipos dearquivos, suas características e as vantagens e desvantagens em suas utilizações.

As imagens vetoriais são formadas por pontos que são unidos por linhas retas ou curvas, geradosa partir de descrições geométricas baseadas em vetores matemáticos. Na maioria dos programasgráficos destinados a gerar este tipo de imagem, elas são produzidas por uma ferramenta deno -minada "bézier", que gera a linha de contorno do objeto a partir de pontos que são chamados de"nó", sendo que cada "nó" possui alças para movimentação da linha que ele gerencia. As imagensvetoriais são mais leves e ocupam um espaço relativamente pequeno de armazenamento e a grandevantagem de sua utilização é que podem ser reduzidas e, principalmente, ampliadas sem perderqualidade alguma, uma vez que suas fórmulas matemáticas se adéquam muito bem à escala deampliação. Têm ainda outra grande vantagem que é a possibilidade de reunir objetos em grupos eeditar cada grupo isoladamente.

Já as imagens em "bitmap" também são formadas por pontos, denominados "bits" (dígitos binários)e também são conhecidas como "mapa de bits". No entanto, estes pontos não estão localizadosnas linhas, como na imagem vetorial, e sim em toda a extensão da imagem, que é formada por pe-quenos pontos quadrados, chamados de "pixel" que são responsáveis pela sua formação. Estasima gens não podem ser amplia das, para não perder a sua qualidade, que está relacionada à suaresolução, que é o número de píxels que contem, podendo ser em preto&branco ou em cores.

O "bit" é um impulso elétrico - positivo ou negativo - e significa "BInary digiT" sendo consideradaa menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida por um computador. Jáo termo "pixel" é abreviatura de PICture Element (PIX é a abreviatura de Picture em inglês), quesignifica elemento de imagem e é o menor elemento em umatela de exibição (televisão, monitor,display de câmara fotográfica, entre outros) para a formação de uma imagem digital.

7. ORIGINAIS PARA CONSTRUIR O PRODUTO GRÁFICOComo já vimos anteriormente, os produtos gráficos têm sua estrutura baseada em "elementos grá-ficos". Portanto, para desenvolver uma peça gráfica precisamos ter atenção aos originais que te -remos de trabalhar durante o processo de construção desta peça. Chamamos de "original", qualquermatéria, texto manuscrito, digitado ou impresso, desenho, ilustração, fotografia ou infografia, quese deseja reproduzir por qualquer processo gráfico. Dividem-se em dois grupos:

Originais Redacionais:São todos os textos dos elementos gráficos destinados à composição, por qualquer processo,equipamento ou software de edição de texto.

Originais Ilustrativos:São os originais dos elementos destinados a ilustrar uma peça gráfica, que são utilizados parareprodução e aplicação na peça. São desenhos, fotos, ilustrações, cromos, etc. Para ilustraruma peça gráfica, podemos optar por usar dois tipos de originais ilustrativos, que são co -nhecidos como "a TRAÇO" ou "em TOM CONTÍNUO".

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Originais a traço:Qualquer imagem em preto e branco absolutos, ou também em uma cor, sem tons inter-mediários entre o preto chapado (ou a cor) e o branco. De modo geral são desenhos, feitos àmão livre ou através de algum programa de desenho vetorial. Nossos olhos conseguem dis-tinguir exatamente as áreas que recebe ram tinta daquelas que não receberam, e estão embranco, ou seja, as áreas de grafismo e de contra-grafismo.

Originais em tom contínuo:São originais que têm suas imagens com uma variação tonal, em que as tona lidades do brancoe do preto (ou do branco e uma cor) se misturam e se fundem uma com a outra sem inter-rupções, formando tons diferentes, intermediários e visualizados como "degradês", ou "gra-dientes". São as fotografias P&B ou em cores, quando reproduzidas por processos analógicosconvencionais com uso de negativos ou slides e cromos, chamados também de "diapositivos",além de desenhos feitos à lápis, com sombras e nuances que os olhos do leitor não percebem.Esta “continuidade dos tons” neste tipo de original se dá em função de alguns componentespresentes nas superfícies dos suportes, como os grãos, que são pequeninos pontos formadospelo nitrato de prata utilizado para a sensibilização dos materiais fotográficos.

8. A REPRODUÇÃO DOS ORIGINAIS EM TOM CONTÍNUOComo vimos, o que permite a visualização dos tons contínuos numa fotografia analógica, são osgrãos de nitrato de prata, presentes nas superfícies dos filmes ou papéis fotográficos, e que, de tãopequenos e em grande quantidade, fazem a transposição das áreas escuras para as claras - em p&bou em cores -, em diversas intensidades. Já nos meios digitais, o que permite a visualização dostons contínuos são os pontos, chamados "pixel" e que são responsáveis pela formação das imagensnas mídias eletrônicas.

No entanto, para produzirmos um produto gráfico, não temos a menor condição de utilizar materialfotográfico, sensível a luz, para imprimir e reproduzir os pontos e os tons intermediários de umaimagem e, por isso, foi necessário criar um recurso para simular estes pontos e dar ao olho humanoa condição de visualizar uma imagem bem próxima àquela fotográfica. Este recurso é chamado

de “retícula”, que vamos estudar em seguida e é de fundamental importân-cia o seu entendimento.

RetículaPara que os tons contínuos de uma fotografia convencional ou os "pixels"de uma fotografia digital sejam reproduzidos em um impresso, é precisodecompor estes tons em pequenos pontos que, variando de tamanho e decor, misturam-se em nossa visão (porque são pequenos), dando-nos a im-pressão da visualização de degradês. Estes pontos são organizados numatrama ou rede de pontos, denominada RETÍCULA (ou seja, pequena rede)

com pontos equidistantes entre si, e se transformam em meios-tons, para dar a ilusão da visualiza-ção dos tons contínuos.

A principal função da retícula é transformar uma imagem original, que tem variação tonal contínua,em pontos sem esta variação tonal, para que seja possível fazer a sua reprodução por qualquerprocesso de impressão. Assim, a imagem formada por pontos de retícula, é considerada como uma"imagem em meio-tom", onde os pontos variam de tamanho, obedecendo à tonalidade que precisaser reproduzida do original e, conseqüentemente recebem cargas de tinta diferenciadas, dando ailusão da visualização de uma imagem em tom contínuo. Esta variação de tamanho dos pontospode ser entre 5% e 95% e este percentual equivale à carga de tinta que uma determinada área vaireceber.

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As retículas eram, até bem poucos anos atrás, um filme que ficava em contato com o filme virgemno momento da fotografia do original para a produção do fotolito (que vamos estudar mais afrente), e funcionava como um filtro, que tinha a capacidade de transformar as variações tonaisdo original em pontos de diversos tamanhos, de acordo com as áreas de maior ou menor intensidadede grãos.

Atualmente, em função da evolução tecnológica e dos equipamentos digitais, as retículas analó -gicas, convencionais, foram substituídas por uma reticulagem digital. Portanto, hoje as retículassão filtros integrantes dos programas com interface gráfica e dos processadores de rastreamentode imagens - (RIP - Raster Image Processor) utilizados nas máquinas de produção dos fotolitos ematrizes de impressão, assuntos que serão tratados mais a frente.

Existem também os filtros de retículas planas, que eram conhecidos como "benday", e hoje tambémestão presentes nos programas com interface gráfica. Nestes filtros de retícula, os pontos têm omesmo tamanho em toda a extensão da área definida para sua aplicação, nos dando a possibilidadede alterar a intensidade de tinta em uma determinada parte de um produto gráfico, a partir de umpercentual. Assim eles podem ser aplicados com 10%, 20%, 35% até 95%, o que significa que aárea onde são aplicados receberá, 10%, 20%, etc. de carga de tinta. Vale lembrar que uma áreaque recebe 100% de carga de tinta é chamada de "chapado", e recebe a tinta em toda a sua inten-sidade, cobrindo toda a área do suporte.

Ainda em função desta evolução tecnológica, surgiram novos tipos de retícula, denominadas"retículas estocásticas", com tecnologia diferente e que, nos equipamentos digitais, confere umamelhor qualidade na reprodução dos tons contínuos. Neste tipo de retícula os pontos não variamde tamanho e sim de freqüência e por isso elas também são chamadas de FM - Frequência Mo -dulada.

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10%5% 20% 30%

60% 70% 80% 90% 95%

40% 50%

100%

10% 20% 30% 40% 50%

95%90%80%70% 100%

5%

60%

Conjuntos de retículas,variando de 5% a 95%,sendo que no exemploacima, as retículasestão ampliadas, eabaixo, da forma normal que os programas utilizam.

Nos 2 conjuntos temosuma área com 100%de tinta, que é umaárea “chapada”

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No capítulo sobre Pré-Impressão teremos de voltar a esse assunto para estudar e entender algunsdetalhes mais técnicos, mas que vão nos ajudar a ter uma visão geral do processo de reticulagem.

9. O "DESIGN" DO PRODUTO GRÁFICOEntende-se por design a melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e visuais dos produtos,de modo a atender as necessidades do consumidor, melhorando o conforto, a segurança e a satis-fação dos usuários. O design é uma ferramenta que permite adicionar valor aos produtos industri-alizados, levando à conquista de novos mercados.

O design surgiu no início do século passado e vem evoluindo constantemente, com o objetivo deser uma ferramenta para buscar um produto melhor e mais bem acabado, entendendo que o que éprojetado do ponto de vista funcional, acaba tendo uma forma mais agradável, atraindo assim ocliente. Sua evolução está ligada à cultura de um país ou região e agora, com o processo de "glo -balização" as diferenças culturais dos produtos de diversos países foram diminuindo, levando estesprodutos a uma projeção internacional.

O design se manifesta através de duas qualidades: Funcionalidade e Estilo. As pessoas associamdesign ao bom gosto, a algo que é bem feito. Os melhores recursos para descobrir o design sãonossos sentidos, principalmente os da VISÃO e TATO, empregados no uso do produto ou serviço.

Existem várias formas de design como o “Design Gráfico”, que são projetos de marca (logotipose logomarcas) e do material de papelaria, promocional, administrativo e publicitário de uma em-presa, o “Design de Produto”, que são os projetos de objetos tais como aparelhos eletrodomésticos,cadeiras, móveis, torneiras, automóveis, entre ou tros, o Design Ambiental, que promove a utiliza-ção de materiais alternativos para reduzir o impacto causado pela produção em escala industrialsobre o meio ambiente, o Design Cênico, que projeta palcos para teatros, shows, música, balé,etc..., o Design de Vitrines, com projetos de aplicado em lojas para me lhorar a exposição dos pro-dutos e ainda o Web Design, que projeta sites e apresentações gráficas na internet e o Design deInterface, que projeta as telas dos programas de computador.

Benefícios de um bom designVários são os benefícios de se utilizar um bom design, pois as pessoas passam a ver a empresaque o utiliza como inovadora, coerente com as tendências mundiais. Quando a identidade visualdos produtos e serviços da empresa é a mesma, o consumidor olha para o produto e o associa ime-diatamente à imagem desta empresa.

O design, pode otimizar os custos de um produto, além de levar a empresa a oferecer um produtoque atrai o consumidor, fazendo com que ele seja fabricado com economia, formas eficientes,além de matérias primas e processos de fabricação adequados.

Outros benefícios são percebidos, como a exportação de produtos, pois com um bom design, aempresa não só distribuirá melhor o produto no mercado nacional como também poderá conquistarclientes no mercado internacional, além de ter um aumento da competitividade, pois hoje as em-presas enfrentam forte concorrência de produtos inovadores que se diferenciam pelo design. Nessadisputa, sairá vencedora aquela empresa que se destacar com o cliente, através de seu design, agre-gando valor ao produto.

Designer, o programador visual gráficoDesigner é o profissional que elabora o design gráfico de um produto, desenvolvendo os processosde criação, projetos, detalhamento e acompanhamento de sua industria lização. Pode atuar em agên-cias de propaganda, escritórios de design e comunicação, jornais, revistas, gráficas, etc...

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10. AS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO GRÁFICOApesar das peças gráficas serem diferentes entre si e cada uma ter a sua especificidade técnica,um aspecto faz com que todas as peças gráficas sejam exatamente iguais: é o seu desenvolvimento,ou seja, a forma como elas são planejadas graficamente e industrializadas. Isto quer dizer que, in-dependentemente do produto gráfico, todos são desenvolvidos com as mesmas "etapas" e hoje,para que possamos ter em mãos um produto gráfico, seu desenvolvimento passa por sete momentosdistintos, na mesma ordem e considerando-se o texto redigido e pronto para ser transformado empeça gráfica. As sete etapas, que estudaremos ao longo do semestre, são:

1. Rafe2. Layout3. Preparação e tratamento de originais4. Arte final

5. Pré-impressão6. Impressão7. Acabamento

As quatro primeiras etapas são consideradas como sendo etapas de PLANEJAMENTO ou PRO-JETAÇÃO, como consideram alguns autores e as três últimas etapas são de PRODUÇÃO, ou seja,estão ligadas ao processo de industrialização das peças gráficas.

De modo geral, as etapas de planejamento são desenvolvidas por um profissional de comunicação,publicitário ou designer gráfico e as etapas de produção são desenvolvidas dentro de uma indústria.Os serviços bem como o enfoque dado a cada uma destas etapas podem variar, dependendo doproduto que está sendo desenvolvido, do processo de produção, dos materiais ou até mesmo daexperiência e capacidade dos profissionais que as desenvolvem.

Porém, os profissionais de comunicação, para se envolverem com a criação e produção de veículosde mídia impressa, precisam, além de conhecer as etapas e sua ordem, entender em cada umadelas, qual o seu conceito, o seu objetivo e a forma como ela é executada, além das ferramentas,materiais, processos e meios que o mercado utiliza para sua realização.

11. PLATAFORMAS, OS HARDWARESO mercado da comunicação trabalha utilizando duas plataformas de equipamentos de informáticapara desenvolver as etapas de design gráfico e produção de peças. Estas plataformas são conhecidascomo PC's e Macintosh's, embora a sigla PC, de "Personal Computer", se aplique também a umMac, pois este equipamento é, também, um computador pessoal. Mas foi assim que o mercado sehabituou a tratar as duas plataformas e durante muitos anos existe uma grande discussão a respeitode qual usar ou qual é a melhor plataforma.

Existem profissionais apaixonados por uma e por outra plataforma e quase sempre, não trocamuma pela outra por nada deste mundo. Sempre vamos encontrar aficionados em Mac e aficionadosem PC, cada um tentando provar que a sua é melhor que a outra. As duas plataformas surgiramaproximadamente na mesma época, no início dos anos 1980, fabricadas por empresas americanase são construídas com linguagens matemáticas diferentes, o que quer dizer que não se falam muitobem, pois operam com códigos matemáticos distintos.

Os PC's surgiram inicialmente com a gigante IBM, que em 1981 lançou o IBM-PC com um sistemaoperacional conhecido como MS-DOS, da Microsoft, ou ainda PC-DOS, da IBM. Como poucasempresas fabricavam aplicativos para estes sistemas, não demorou muito para que o PC-DOS fosse

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aceito como padrão. Em 1983, grande parte das empresas desenvolvedoras de software estava es-crevendo seus programas para o IBM-PC.

Os PC's foram construídos com o que chamamos de "arquitetura aberta" e isto possibilitou o cresci-mento da plataforma, uma vez que todos conseguiam entender o mecanismo e a tecnologia utilizadanestes equipamentos. Assim, o padrão PC levou ao desenvolvimento do mercado de "clones", sendo

que várias empresas também começaram a fabricar os PC's,que se disseminaram pelo mundo afora e hoje, mi lhares depessoas entendem, vendem, dão manutenção e assistênciatécnica a um PC, chegando a ser extremamente fácil corrigirproblemas e até fazer um "upgrade" nesta plataforma.

Mas esta interface baseada em caracteres e gerenciada peloDOS não se adaptava bem a trabalhos com imagens, corese até movimentos, sendo mais utilizada em aplicativos decálculos e textos corridos. E a concorrência já havia criadouma interface que não era baseada apenas em um "prompt"de DOS, mas em ícones, com várias janelas para organizaras funções, que já vinham descritas através de "menus" sus-pensos e, quem diria, comandadas por um "mouse".

Então, em 1983, a Microsoft, como empresa desenvolvedora de softwares, começou a trabalharcom programas aplicativos para o Macintosh e, no mesmo ano, anunciou o lançamento do Windows1.0 para PC. Esta primeira versão do Windows construída como uma extensão do DOS e colocadafrente-a-frente com os concorrentes gráficos da época, só chegou em 1985 e era conhecida pelonome de Gerenciador de Interface.

Já os Macintosh's foram lançados em janeiro de 1984 por uma empresa chamada Apple, atravésde um comercial que mostrava o arremesso de um martelo estilhaçando uma tela, aos olhos devários espectadores, onde a imagem do micro compatível com IBM como o "computador defini-tivo", também acabou sendo estilhaçada. A Apple lançou os Mac's com sua "arquitetura fechada"e sempre resistiu a licenciar outras empresas para trabalhar com seus sistemas, mantendo-se comofornecedora exclusiva. A Apple foi a primeira empresa a trabalhar e lançar computadores com oque chamamos de "interface gráfica", denominada tecnicamente de “GUI - Graphical User Inter-face” ou interface gráfica do usuário, através de imagens, ícones, menus, janelas e uma série deoutros recursos que facilitam o entendimento e aplicação pelos usuários. Esta tecnologia, lançadapela Apple, é a mesma utilizada atualmente, onde você tem no desktop de sua máquina, os íconescom pastas, janelas, lixeira, e com possibilidade de arrastar estes ícones e gerenciar com mais faci -lidade os arqui vos e documentos.

Um Macintosh é sinônimo de simplicidade e alta performance. É fácil de ser usado por quem nãogosta, não tem muita afinidade nem pretende abrir ou alterar o funcionamento do computador.Pessoas que gostam de abrir um computador, alterar o "clock" da memória, testar a nova versão

de um programa, fazer um "overclock" doprocessador e mexer a fundo na máquina,optam por trabalhar na plataforma PC. OMacintosh funciona com um sistema ope -racional próprio denominado MAC-OS,que vem crescendo junto com a evoluçãodas tecnologias e é considerado como umsistema simples e seguro, sendo que hojejá está na versão OS-X, que vai até a ver-são 10.6.

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Primeiro PC da IBM

Primeiro Macintosh

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Apostila deProduçãoGráfica2013

Mac ou PC?Como existem aficionados nas duas plataformas, sempre existiu no mercado da comunicação adisputa entre as duas e a questão, sempre colocada e nunca esclarecida, é a seguinte: qual é a me -lhor plataforma? Esta discussão é grande e nunca se chegou a uma conclusão definitiva. Portanto,precisamos sempre ter cuidado com quem ataca uma ou outra plataforma com veemência e aindaentender que, quem é entusiasta de uma ou outra é capaz de se interessar tanto e se envolver comas suas particularidades que até os defeitos existentes na plataforma de opção, são observados nointuito de se dominar completamente tal sistema, conhecendo-o profundamente.

Existem profissionais que não fazem absolutamente nada sem um Macintosh, como também exis -tem profissionais que não trocam um bom "upgrade" em seu PC por uma máquina da Apple. Dis-cussões neste nível à parte, precisamos entender que vários fatores definem a escolha daplataforma, como preço, desempenho, segurança, facilidade, assistência técnica, entre outros euma das coisas que mais importa é o seu sistema operacional. Hoje, ambas as plataformas estãobem desenvolvidas e, principalmente, os softwares que elas utilizam. E isto pode fazer com queesta discussão seja inócua.

Precisamos lembrar sempre que um bom profissional de comunicação ou design trabalha antes dequalquer coisa, com o cérebro e que um cliente nunca avalia a máquina ou o programa que eleutiliza, mas sim a qualidade das idéias, soluções e a eficácia dos serviços que presta. É neste sen-tido, onde se prevalece a criatividade, que a discussão "Mac ou PC" se encerra. O processo decria ção depende diretamente do que se pensa e com raras exceções, o criativo depende da boaplataforma para elaborar e tornar realidade suas idéias. Neste contexto, PC ou Mac são meramenteferramentas à disposição dos criativos e tanto faz a plataforma para o designer. Vale mais o impactoda criação.

12. PROGRAMAS, OS SOFTWARESIndependente da plataforma utilizada, os programas também são muito importantes na construçãode um produto gráfico. Hoje praticamente nenhum segmento da sociedade deixa de usar a infor-mática para evoluir e por isso, as empresas desenvolvedoras de softwares disponibilizam programaspara todas as áreas. Alguns programas foram construídos para plataforma PC e outros para Mac.Inicialmente um programa de uma plataforma não rodava em outra, até que os desenvolvedorescomeçaram a produzir os mesmos softwares para as duas plataformas.Na comunicação, temos softwares para diversas funções, mas ao concentrarmos nas mídias im-pressas, verificamos também que existem inúmeros programas que são utilizados na construçãode uma peça gráfica. É comum também observarmos pessoas utilizando erradamente um programa,na tentativa de desempenhar uma função que não é apropriada para este programa.

Por isso é importante conhecermos os grupos de programas disponíveis, para optarmos pelo pro-grama correto para desenvolver uma determinada função. Cada grupo de programa é desenvolvidocom uma determinada linguagem matemática e todos os programas deste grupo são utilizadospara desempenhar a mesma função, sendo que, de modo geral, os programas de um mesmo gruposão oferecidos por empresas desenvolvedoras distintas, e até concorrentes. Para desenvolver umproduto gráfico, um profissional de comunicação precisa dominar um programa de cada grupo.

Podemos organizar os grupos de programas gráficos, da seguinte forma:

Programas de edição de texto:Os editores de texto são programas desenvolvidos para permitir a redação e edição de textos,conhecidos também como processadores de texto. Vários programas foram lançados paraesta função, como WordPerfect, WordStar e até o WordPad ou "Bloco de Notas" que vem no

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Windows são editores de textos. Não temos dúvida que o editor de texto mais utilizado é oWord, da Microsoft, que tem diversos recursos e possibilita uma excelente edição de texto.

Programas de desenho vetorial:São programas destinados a produzir imagens desenhadas através de vetores matemáticos,que são descrições geométricas de formas a partir de pontos, li nhas curvas ou retas, elipses,polígonos, entre outros elementos, que têm uma boa definição, são mais leves e não perdemqualidade ao serem ampliados. Existem diversos programas de desenho vetorial, como oPaint, por exemplo. Mas, profissionalmente, três grandes programas são utilizados no mer-cado da comunicação:

FreeHand: Lançado em 1988 pela Aldus, foi absorvido pela Macromedia e poste-riormente pela Adobe. A versão 11.0 foi lançada em 2003 e sofreu algumas alteraçõesem 2004 sendo que em 2007 a Adobe deixou de fabricar oficialmente o programa.Porém, as empresas que tinham o produto registrado, puderam fazer uma atualizaçãopara o Adobe Illustrator.

CorelDraw: Programa de uma empresa canadense, Corel Corporation, foi lançadoem 1988 para a plataforma PC e em 1997 para os Macintosh's. Em 2012 foi lançadaa versão denominada CorelX6, que identifica a décima sexta versão do programa(10 em algarismos romano + 6). A Corel comercializa uma "Suíte de AplicativosGráficos" que é um pacote composto por vários programas como o CorelDraw,CorelPhotopaint, CorelTrace, CorelCapure, cada um para uma função específica.O CorelDraw é um dos programas gráficos mais utilizados para desenhos artísticos,publicitários e cons trução de diversos tipos de produtos gráficos.

Illustrator: É um editor de imagens vetoriais produzido pela empresa Adobe Systemspara a empresa Apple e lançado, originalmente para Macintosh em 1985. Em 1989foi lançada a versão 2.0 para PC e hoje é um dos programas mais utilizados, princi-palmente em agências de publicidade e empresas de design gráfico, pois ele já vemno pacote denominado "CS".

Programas de edição e tratamento de imagem:São programas destinados ao trabalho de edição de imagens bidimensionais que dão aousuário a possibilidade de entrar na estrutura da imagem fotográfica, que é formada por pon-tos de bits, bem como editar e manipular estas imagens, através de recursos disponíveis quepermitem controlar várias características da imagem, como brilho, cor, contraste, luminosi-dade, entre outras. Existem diversos tipos de editores de imagem, mas dois programas sãoos mais utilizados profissionalmente:

Photopaint: É um programa da Corel lançado em 1992. Ele faz parte do pacote daSuíte de Aplicativos Corel e sua principal função é a edição de imagens. Atravésdele é possível aplicar efeitos em fotografias, interferir na sua qualidade e controlardiversos aspectos para melhorar a visualização das imagens fotografadas.

Photoshop: É também um editor de imagens e que, sem margem de erro, podemosafirmar que é considerado o líder no mercado dos editores de imagens profissionais,assim como de imagens digitais e trabalhos de pré-impressão. Ele foi lançado pelaAdobe Systems em fevereiro de 1990 para Macintosh e posteriormente para PC ehoje faz parte da Creative Suíte, conhecida como CS, que está na sua sexta versão,denominada como CS6.

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Programas de finalização:Os programas de finalização são conhecidos também como "paginadores", "montadores" ouainda "diagramadores". São programas destinados a reunir todos os textos, imagens dese -nhadas ou fotografadas e linhas em um único arquivo, em sua forma final, para ser enviadoa uma indústria para impressão do produto gráfico. Muitos programas já foram lançados paraeste fim, como o Ventura, Publisher, PageStream, entre outros. O pioneiro foi o PageMakere hoje ele não é mais fabricado, sendo que o mercado é então disputado por dois outros pro-gramas de finalização. Vejamos os três:

PageMaker: Foi o primeiro programa de "editoração eletrônica" que surgiu, lançadoem 1985 pela empresa americana Aldus, para a plataforma Macintosh. Em 1986 foilançada a versão para PC, rodando em Windows. Até a metade da década de 1990 oPageMaker dominou o mercado no campo da produção gráfica e no desenvolvi-mento de material publicitário e produtos jornalísticos. Porém um programa concor-rente - QuarkXPress - começou a dominar o mercado e o PageMaker foi perdendoespaço e número de usuários. Posteriormente ele foi comprado pela Adobe que pro-duziu sua última versão em julho de 2001, para Mac e PC.

QuarkXpress: Destinado a finalização e edição de páginas, a primeira versão doQuarkXPress foi lançada em 1987 para a plataforma Macintosh e em 1992 para aplataforma PC. É um dos programas mais utilizados para a diagramação e finalizaçãode peças gráficas e tem grande mercado nas indústrias jornalísticas, chegando a serutilizado por mais de 90% dos jornais no mundo inteiro. O programa, que já está emsua nona edição, dominou o mercado de fina lização e pré-impressão até meados de2000 e vem evoluindo para não perder mais espaço para o concorrente InDesign.

InDesign: É um software da Adobe Systems desenvolvido para diagramação e orga-nização de páginas, criado para substituir o Adobe PageMaker e ganhar um espaçono mercado até então dominado pelo QuarkXPress. Como o concorrente, permitecriar, diagramar, visualizar e editar todo um universo de materiais como cartazes,volantes, revistas, jornais, anúncios, embalagens etc. Hoje, junto com os programasPhotoshop e Illustrator, também da Adobe, formam a "Creative Suite", abreviadacomo CS, que é uma suíte de aplicativos desenvolvidos para uso em design gráfico,desenvolvimento de web e edição de vídeo, para uso nos sistemas operacionais Win-dows e Macintosh. A versão mais recente, a Adobe Creative Suite 6 (CS6), traz asprincipais ferramentas de trabalho utilizadas por agências de publicidade, editorasde jornais e revistas, indústrias de emba lagens, produtoras, departamentos de mar-keting e outras áreas do mercado da comunicação.

13. FORMATOS DE ARQUIVOS E SUAS UTILIZAÇÕESIndependentemente da plataforma e software utilizado para desenvolver um produto gráfico, o de-signer vai produzir um arquivo que será manipulado durante vários momentos do processo atéchegar numa indústria para ser transformado em peça gráfica. O mais comum, ao se planejar umproduto gráfico é que o designer utilize vários programas, e não apenas um. Assim, para nos ajudarna manipulação dos arquivos gerados por estes programas, precisamos entender e dominar um as-pecto técnico, muito utilizado no dia-a-dia dos profissionais de comunicação, que é o "formato"do arquivo, conhecido como "extensão".

Como já vimos anteriormente, existem diversos tipos de softwares, e cada um é utilizado parauma determinada função. Estes softwares, ao construírem um arquivo, utilizam as linguagens nasquais foram desenvolvidos e geram documentos com "códigos matemáticos" específicos. Portanto,cada arquivo gerado em um computador tem seu código matemático próprio. Como em um com-

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putador são utilizados vários programas, a solução encontrada para organizar os arquivos que pre-cisam ser armazenados, foi estabelecer o que chamamos de "extensão", que na verdade são exten-sões dos nomes dos documentos, separados por um ponto, mas que têm uma razão lógica em suautilização.

Precisamos, ainda, de uma informação super importante: cada programa, só consegue ABRIR ar-quivos gerados por ele próprio, ou seja, com os "códigos matemáticos" que consegue reconhecere, como cada programa tem seu código próprio, obvia mente ele não consegue reconhecer um do -cumento gerado por outro programa. E neste ponto entram os dois tipos de extensões existentes: asnativas e as genéricas.

Extensões nativas: São as extensões geradas, automaticamente, pelo próprio programa queé utilizado para a construção de um arquivo. Quando salvamos um documento, em qualquerprograma, não nos preocupamos em determinar a sua extensão, apenas damos um nome aoarquivo. O próprio software gera uma extensão para sua identificação posteriormente. Entãose criamos um documento de nome PROGRAF no Word, ele vai identificar o documentocomo "prograf.doc". Se for em Excel, será "prograf.xls", e assim por diante.

Veja alguns exemplos de extensões nativas mais comuns:

Word) .DOC

(Excel) .XLS

(PowerPoint) .PPT

(CorelDraw) .CDR

(Illustrator) .AI

(Photoshop) .PSD

(Photopaint) .CPT

(Quark) .QXD

Extensões genéricas: São extensões que os programas podem gerar e serem reconhecidaspor outros programas, para utilização dos conteúdos dos documentos. Quando geramos umdocumento em CorelDraw, por exemplo, chamado "prograf.cdr" já sabemos que ele sópode ser aberto pelo próprio Corel. Assim, ao entregarmos um trabalho a um cliente, nesteformato, e ele não tiver este programa instalado em sua máquina, este cliente não poderáabrir nem visualizar o trabalho apresentado - e é neste momento que entram as extensõesgenéricas. Para a produção de peças gráficas, as extensões mais utilizadas são as seguintes:

.PS (PostScript)

.EPS (Encapsulated PostScript)

.TIF (Tagged Image File Format)

Existem, ainda, várias outras extensões, sendo que cada uma tem sua característica própria,tipo e meio mais correto de utilização, conforme alguns exemplos relacionados a seguir:

.JPG ou JPEG ( Joint Photographic Experts Group )Utilizado extensivamente para fotografias e imagens na internet, por ter uma com-

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pressão de dados com perda de informação, o que significa que a qualidade podevariar enormemente dependendo das definições de compressão.

.BMP ( Windows Bitmap ): Utilizado para imagens mapeadas por pontos de "bit", com compressão de dados sem perda de informação, mas com baixa qualidade de reprodução.

.CGM ( Computer Graphics Metafile ): Utilizado para imagens vetorizadas e desenhos complexos.

.GIF ( Graphics Interchange Format ): Muito utilizado na web, pois suporta imagens animadas e com movimentos, com so-mente 255 cores por quadro, o que significa uma grande perda de informação parafotos a cores, gerando baixa qua lidade nas imagens.

.PNG ( Portable Network Graphics ): Formato de imagem bitmap (mapa de bits)comprimido sem perdas de informação, utilizado para substituir o uso de GIF naweb.

14. AS CORES NOS PRODUTOS GRÁFICOSA convivência do ser humano com as cores é muita intensa, pois o mundo é colorido e as coresfazem parte de nossa vida. Mas, para criar e desenvolver um produto gráfico, precisamos entenderum pouco mais sobre COR, como seu conceito e as formas corretas de sua utilização.

O conceito que temos de cor é que ela é nada mais que uma SENSAÇÃO provocada pela luz sobreos órgãos da visão, os nossos olhos. A COR está condicionada a aparecer pela existência da LUZ,que age como estímulo e do OLHO que decifra o fluxo luminoso. Para falarmos de COR, temosque pensar em dois aspectos diretamente relacionados entre si, embora aparentemente opostos.São duas linhas distintas para o entendimento da cor, chamadas de "cor-luz" e "cor-pigmento".

Também não podemos falar de COR, sem falar de LUZ e ainda temos que falar das CORESPRIMÁRIAS, que são as cores indecomponíveis, que misturadas em proporções variadas, formamtodas as cores do espectro. Para existir a COR é preciso que exista a presença da LUZ, do OBJETOe do OBSERVADOR. A física já comprovou que a luz é composta por comprimentos de ondasvermelho, verde e azul, e a visão humana é sensível a estes comprimentos.

Cor-Luz

É a cor formada pela radiação luminosa visível que tem como síntese aditiva a luz branca. Ascores-luz são o vermelho, o azul violeta e o verde, e estas são as verdadeiras cores primárias:

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Vermelho

Azul Violeta

Verde

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A cor-luz pode ser observada através dos raios luminosos e se baseia na luz solar. É representadapela soma de três cores aditivas: vermelho, verde e azul (Red, Green e Blue). Cor-luz é a próprialuz que pode se decompor em muitas outras cores. A mistura das três cores aditivas produz a luzbranca.

As cores-luz são utilizadas nas mídias eletrônicas (digitais), são chamadas de RGB e funcionamcomo cores primárias, que quando misturadas em diferentes intensidades de luz, permitem a cons -trução de todas as outras cores e se baseiam na EMISSÃO das luzes vermelha, verde e azul, quemisturadas proporcionam o surgimento de todas as outras cores.

Cor-PigmentoSão as cores formadas através de pigmentos, que são substâncias materiais conseguidas atravésda mistura de diversos tipos de materiais, inclusive de produtos químicos. Estas cores são o ciano,o magenta e o amarelo, que são as cores secundárias formadas pelas cores-luz primárias.

As cores-pigmento são, pois, as substâncias (tintas) usadas para imitar os fenômenos da cor-luz.Essas tintas podem ser extraídas de vários materiais, alguns de origem vegetal, outros de origemanimal, e até materiais de origem mineral. Podem também ser conseguidos através de produtosquímicos. Claro que o resultado final, o pigmento, surge depois que os materiais são sintetizadospor processos industriais.

Cor pigmento é, portanto, a cor formada por uma substância material que, conforme sua natureza,absorve, refrata e reflete os raios luminosos componentes da luz que se difunde sobre ela. As coresciano, magenta e amarelo (Cian, Magenta, Yellow), quando misturadas, produzem outros milhõesde cores subtrativamente. As cores-pigmento são utilizadas nas mídias impressas e são chamadasde CMY, funcionando como cores primárias, que quando misturadas em diferentes proporções,permitem a cons trução de todas as outras cores. Teoricamente estas três cores, juntas, resultariamno preto, mas devido às impurezas das tintas, o resultado do CMY é um marrom bem escuro enão um preto forte.

O pigmento de cor preta entrou posteriormente para reforçar e dar mais qualidade à imagem im-pressa e estas cores passaram a ser representadas pelas letras CMYK. A letra "K", designada pararepresentar o preto, no lugar da letra "B" (Black) foi esco lhida, segundo alguns autores, por re -presentar a palavra Key (chave) e também para não ser confundido com o "B" de "Blue" da cor-luz.

Quando combinadas, estas cores podem formar milhares de outras cores, e o custo para produzirum serviço em CMYK quase sempre será menor que se o serviço fosse feito com cores específicas,quando o volume de cores é grande, pois através do processamento destas quatro cores, podemosconseguir diversas outras cores e suas tonalidades. Estas quatro cores-pigmento são chamadas de"Cores processadas".

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Cian

Amarelo

Magenta

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Para a impressão de um produto gráfico, a indústria gráfica trabalha basicamente com três sistemasde cores: as CORES PROCESSADAS, formadas pela sobreposição das cores Cian, Magenta,Amarelo e Preto (CMYK), as CORES ESPECIAIS, que são cores conseguidas através da misturada tintas e ainda as CORES HEXACROME, que utilizam mais duas cores além das cores básicas.

Cores ProcesssadasAs cores-pigmento, que chamamos de CMYK, são também chamadas de "Cores de Processo" eainda são conhecidas como CORES BÁSICAS, ou CORES DE ESCALA. Os pigmentos CMYKfuncionam como filtros de luz e as suas variações, em proporções diferentes, é que permitem aconstrução de diversas outras cores. A forma como conseguimos variar as proporções destas tintasé com a utilização de retículas, conforme já vimos anteriormente. Assim, em cada uma das cores,podemos variar de 0% a 100%, o que vai possibilitar uma infinidade de tonalidades de cores. Opadrão CMYK consegue, com grande qualidade, imitar praticamente qualquer cor possível de seimaginar.

Cores Especiais - PantoneAlém da impressão com as cores básicas, um produto gráfico pode ser impresso com o quechamamos de CORES ESPECIAIS, conhecidas também como "CORES SPOT", que são as coresque já vêm prontas, misturadas nas fábricas ou, ainda, que podem ser misturadas nas gráficas, combase nos catálogos Pantone.

Por meio deste sistema encontramos cores impossíveis dese conseguir com as cores processadas (CMYK), como odourado, o prata, as cores metálicas ou ainda as fosfores-centes. Geralmente essas cores são usadas em papelariabásica de empresas, em embalagens ou qualquer outroproduto impresso com até 3 cores, o que pode reduzir ocusto do trabalho. Em alguns casos, o custo de um serviçocom cores especiais pode ser expressivamente mais altoque se fossem utilizadas as cores processadas, embora emoutros casos, possa custar menos.

Como falamos em catálogos Pantone, vamos esclarecermelhor: A PANTONE® é uma empresa líder mundial no desenvolvimento de produtos para co-municação vi sual e todos os aspectos correlatos a cores. O nome PANTONE® é hoje significadode padrão mundial e comunicação inequívoca de cores. Esta empresa comercializa um catálogode cores, que é utilizado nas artes gráficas como referência, para criação de produtos gráficos.

A escala Pantone é muito usada também nos softwares, principalmente nos programas gráficos epor isso é também muito utilizada por profissionais de comunicação, publicidade e na indústriagráfica em geral, e sempre é utilizada como referencial para a mistura de cores. A Pantone fornecepara a indústria as cores-base, que são misturadas para se conseguir uma determinada cor.

Cores HexacromeEste padrão de cor utiliza, além das cores CMYK, mais duas cores que são o laranja, representadapela letra "O" e o verde, representado pela letra "G", ou seja, CMYK + OG. Este sistema permiteuma gama de cores maior que o padrão CMYK, com cores mais vivas, saturadas e vibrantes, quese aproximam muito mais das cores que estão nos monitores, chegando a aproximar muito mais areprodução do original co lorido. Certamente a impressão neste sistema de cor é mais cara daquelacom cores de escala, e atualmente está sendo muito utilizada em impressoras digitais de grandesformatos, que utilizam ainda outras cores além das laranja e verde, sempre na tentativa de aumentara qualidade e aproximar mais a reprodução da imagem original.

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15. A MATÉRIA PRIMA NOS PRODUTOS GRÁFICOSExiste uma diversidade grande de tipos de "suportes" que são utilizados nas mídias impressas,para os vários tipos de produtos disponíveis no mercado. Conhecer todos eles não é uma tarefafácil e depende de uma prática diária na convivência com os materiais e os processos de impressão.Uma grande parte dos produtos gráficos, talvez a maioria, é industrializada em papel, mas muitosoutros materiais são utilizados, como veremos a seguir.

Os diversos tipos de suportesAo analisar os diversos tipos de impressão e de produtos de mídia impressa, observamos que existeuma grande variedade de suportes, cada um se adaptando ao tipo de impressão e, principalmenteao tipo de produto gráfico que está sendo industria lizado. Então vamos exemplificar alguns dossuportes ou substratos utilizados nas mídias impressas, através dos nomes como são chamados:

Acrílico: fabricado na cor branca ou cristal, disponível em várias espessuras, que são muitoutilizados nas empresas de comunicação visual para fabricação de painéis, troféus, brindes,etc.

PET: que é um plástico mais fino que o acrílico, fabricado em branco e cristal, disponívelna espessura de 2mm e também é utilizado na fabricação de placas e painéis de sinalização,podendo ser dobrado a quente ou a frio.

Poliestireno: produto com brilho mecânico, disponível em várias espessuras que é utilizadopara sinalização interna e externa de ambientes e, em larga escala, para confecção de brindese fabricação de peças termo-moldadas (moldadas a quente) e no processo de vacum-form,onde ganham formas dife renciadas através de sistemas à vácuo.

PVC: São vários tipos de plásticos rígidos. Alguns são denominados "expandidos",disponíveis em diversas espessuras e em todas as cores básicas, utilizados para sinalização,podendo receber aplicações de vinil adesivo. Outros são denominados como "Politherm",fabricados em branco ou cristal, em diversas espessuras e utilizados para fabricação de cartõesde crédito, crachás e brindes.

Borrachas adesivas: Borracha que já vem com a aplicação de um produto adesivo, muitoutilizada para fabricação de mouse-pads, por exemplo.

Borracha EVA (Etil Vinil Acetato): É um material emborrachado, não tóxico, utilizadocom diversas formas e em vários produtos e acessórios domésticos, como em decoração defestas infantis, brindes e produtos artesanais.

Polietileno: Tipos de plásticos conhecidos também como PE, produzidos em diversas cores,normais e cítricas, podendo ser compatíveis com aplicações de vinil adesivo, utilizados parafabricação de diversos produtos como bolsas, sacolas, embalagens de leite, água, entre outros.São chamados de PE-Polietileno, PP-Polipropileno e BOPP-Polipropileno, que são utilizadosem rótulos, etiquetas e produtos, mas bem acabados, como frascos plásticos transparentespara alguns tipos de embalagens.

Poliésteres: São plásticos sintéticos utilizados para muitas aplicações industriais, inclusivepara fabricação de tecidos e aplicações em substratos rígidos, para alguns tipos de peças pu -blicitárias e brindes.

Tecidos: Existe um número muito grande de tecidos que são utilizados como matéria primade diversos produtos que recebem posteriormente impressão. São os tecidos de malha, algo-dão, PV, lycra, malha cardada, etc.

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Existem ainda muitos outros tipos de materiais que são utilizados como suportes para receberalgum tipo de impressão, como vidros, metais, aço, madeira, borrachas, vinil, lonas, entre outros.

Papel. Um dos suportes mais utilizadosO papel é, sem margem de dúvida, o suporte mais utilizado na produção de peças gráficas. Co -nhecer todos os tipos de papel também é uma tarefa muito difícil, principalmente porque as in-dústrias de papel estão sempre lançando e colocando no mercado, a cada dia, novos produtos. Nãoresta dúvida que, por ser o suporte mais utilizado, se faz necessário absorver alguns conhecimentossobre ele, que certamente vão auxiliar muito no momento de decidir qual papel utilizar. De modogeral, dois aspectos devem ser analisados para definir o papel do produto que vamos criar e pro-duzir: o “tipo” de papel e o “formato” que será utilizado para a impressão do trabalho.

Definir que tipo de papel usar não é tarefa das mais difíceis, pois os fornecedores trabalham comcatálogos de papéis que podemos utilizar para escolher aquele que mais se adéqua ao nosso tra-balho, de acordo com o tipo de peça que estamos desenvolvendo.

A escolha do tipo de papel para uma peça gráfica deve se dar, no entanto, levando-se em consi -deração o valor subjetivo, a disponibilidade no mercado e as restrições técnicas que possam existirnaquele momento. Algumas propriedades do papel devem, também, serem levadas em conta, poispodem influenciar na escolha. São elas:

• Gramatura- baixa gramatura: até 60 g/m2- média gramatura: entre 60 e 130 g/m2- alta gramatura: acima de 130 g/m2

• Opacidade - Transparência• Revestimento - Lisura• Alvura e Cor - brancura e cores de fabricação

Outros aspectos ainda devem ser considerados, que também podem ajudar na esco lha e definiçãodo papel. São eles a ESTÉTICA, onde devemos considerar a beleza - e o valor subjetivo - que sequer dar ao produto, a USABILIDADE, que é o co nhecimento de como o produto deverá serusado, para se escolher um papel que tenha durabilidade, e por último, o CUSTO, que é a escolhapensando-se, principalmente, no aproveitamento em formatos econômicos evitando-se o desperdí-cio de papel.

Características comuns dos papéisExiste no mercado, uma infinidade de papéis disponíveis para a produção de um produto gráfico.De modo geral, cada papel tem sua especificidade e variam uns dos ou tros em diversos aspectos.No entanto, existem algumas características que são comuns em todos os tipos de papel que sãofabricados para utilização na indústria. São elas:

Sentido da fibra: É a direção na qual as fibras (uma das bases na fabricação do papel) seali nham.

Peso: É o peso em quilogramas de uma resma de papel, ou seja, de cada 500 folhas. Os pa-péis, de modo geral, são comercializados por peso.

Corpo: É o volume, a espessura do papel. Está diretamente ligada ao peso. Quanto mais pe-sado, mais volume, mais espesso, mais grosso. Quanto menos pesado, mais fino, mais leve.

Opacidade: É a capacidade de deixar ou não transparecer a imagem para outro lado ao re-ceber tinta. Está diretamente ligada ao peso e corpo.

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Cor: São fabricados em sua maioria na cor branca. Existem papéis em cores, mas sem muitavida.

Acabamento: É o tratamento que o papel recebe na sua superfície: liso, áspero, telado, bri -lhante, fosco, entre outros.

Divisão genérica dos papéis destinados a impressãoDos diversos tipos de papéis que são fabricados e colocados no mercado, podemos destacar trêsgrupos, que são os mais comuns e que têm características próprias:

Papéis para Imprensa: São os papéis utilizados para impressão de livros, jornais, revistas,cartazes, etc. Os mais utilizados são conhecidos como Acetinado, Bouffant, Couchê, Ilus-tração, Imprensa, Jornal, Bíblia, Offset.

Papéis para Escrita: São os papéis destinados a receber a escrita manual, além da impressão,conhecidos por nomes como Apergaminhado, Flor Post, Super Bond, Sulfite.

Papéis para Embalagem:Apresentam alta resistência, mesmo aqueles com pouca espessura.Possuem um número muito grande de fibras e são muito utilizados para diversos tipos deembalagens, como caixas, rótulos, sacolas, envelopes, papel para embrulhos, entre outros.São conhecidos como Kraft, Monolúcido, Manilha, Duplex, Triplex, Supremo, Cartão On-dulado, etc.

Porém, para definir o formato do papel de nossa peça, precisamos ter atenção em alguns aspectosimportantes, como o “tamanho de fabricação” do papel e o “tama nho das máquinas” de impressãoda indústria e, ainda, ter algumas informações básicas para dominar melhor estas técnicas.

Tamanho e Formatos de PapéisDois conceitos precisam ser absorvidos agora, para uma melhor tomada de decisão em relação aopapel da nossa peça gráfica, que é definir o seu "tamanho" e o seu "formato". Estes dois termosestão completamente ligados e, em muitos casos, são até utilizados de forma errada. Apesar damaioria dos autores e até profissionais usarem os dois termos para determinar a mesma coisa, pre-firo defini-los de forma diferente, para facilitar o entendimento:

Tamanho: chamamos de tamanho a medida, em centímetros, de uma peça gráfica. De modogeral, quando usarmos uma medida de 20x30cm, fica convencionado que "20" é a largura e"30" é a altura da peça. Sempre o primeiro número se refere à largura da peça. Uma peçagráfica pode ter dois tamanhos, que definimos abaixo:

- Tamanho aberto: É a medida, em centímetros, da peça gráfica completamenteaberta e acabada, e que é considerada para se determinar o formato gráfico.

- Tamanho fechado: É a medida, em centímetros, da peça acabada, depois de do-brada, independentemente do número de dobras.

Formato: entendemos como formato os padrões, determinados na fabricação dos papéis, eque são utilizados para comercialização dos diversos tipos de papel, bem como suas subdi-visões para um melhor aproveitamento sem desperdícios significativos.

Existem vários padrões de formatos de papel, mas dois deles são muito utilizados e têm carac-terísticas, medidas e conceitos de utilização completamente diferentes. São os “formatos DIN” eos “formatos gráficos”.

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Formato DIN

A sigla DIN significa - Deutsche Industrien Normen - e é uma padronização criada em 1911 naAlemanha com o objetivo de economizar e racionalizar papel. É apresentado em três séries distintasdenominadas de A, B e C. Cada uma destas deno minações tem suas sub-divisões, conhecidas comoA0, A1, A2, A3... B0, B1, B2, B3... C0, C1, C2, C3... e assim por diante.

É um padrão baseado no sistema métrico e divide uma folha com medida equivalente a 1 metroquadrado em vários outros formatos, sempre pela metade, ou seja, um formato A1 é o dobro doA2, o formato A2 é o dobro do A3, o A3 é o dobro do A4 e assim por diante. Os tamanhos destesformatos são padronizados tanto para fabricação quanto para comercialização e esta normalizaçãofoi adotada internacionalmente, como uma norma técnica. Assim, um formato A4, muito comuma todos, tem o tamanho de 21,0 x 29,7cm e este tamanho é o mesmo em qualquer parte do mundo.

O formato DIN é muito utilizado para processos de impressão eletrográficos e digitais. As impres-soras digitais recebem o papel cortado neste formato, mas não conseguem jogar tinta em toda suaextensão, o que faz com que tenhamos de conside rar uma margem em branco de cada lado dopapel.

Formato Gráfico

No entanto, na fabricação de produtos de mídia impressa, é preciso levar em conta que as máquinasda indústria gráfica não trabalham, necessariamente, nos padrões DIN, nem mesmo todos os papéissão fabricados neste padrão e sim em outros PADRÕES, com outras medidas, apropriadas paraestas máquinas.

Portanto, chamamos de FORMATO GRÁFICO o número de peças que uma folha padrão com-porta, no seu formato de fabricação e é representado apenas por um número, por exemplo, formato2, formato 3, etc.... Então, uma peça "formato 4" significa que, em uma folha padrão, cabem 4peças, do mesmo tamanho.

Tecnicamente o termo "formato" deve ser utilizado para definir o tamanho do "papel de impressão"de uma peça gráfica, e não o seu tamanho em centímetros.

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A0 - 841mm X 1189mm

A1 - 594mm X 841mm

A2 - 594mm X 420mm

A3420mm X 297mm

A4210mm X 297mm

A5210m

m X 148mm

A6148mm X 105mm

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Apostila deProduçãoGráfica2013

Formatos de fabricação

As indústrias gráficas, sempre que necessitam de papel para atender a demanda de serviços deseus clientes, precisam recorrer às fábricas, ou seus distribuidores, para adquirir as matérias primasdos produtos que vão fabricar. E os papéis são fornecidos em folhas com tamanhos padronizados,como são fabricados. Os padrões de formato utilizados no Brasil são os seguintes:

- BB (2B): 66 x 96 cm - é o mais utilizado pelas gráficas na execuçãode peças gráficas comerciais e publicitárias.

- AA (2A): 76 x 112 cm - muito utilizado para a produção de livros e revistas.

- AM (formato americano): 87 x 114 cm - muito pouco utilizado no Brasil.

- FRANCÊS: 76 x 96 cm - muito pouco utilizado no Brasil.

- CARTÃO OU CARTOLINA: são fabricadas em 2 padrões, nos tamanhos 76 x 56 cm ou 65 x 50 cm

A definição do formato da peça gráfica

Com estas informações podemos definir o formato de uma peça, com a segurança de que nãoestaremos perdendo papel e gerenciando mal a verba daquele trabalho. E para isto devemos con-siderar o formato bruto de fábrica como base, o tamanho aberto da peça e a capacidade de entradade papel na máquina de impressão. Podemos, ainda, para facilitar o trabalho, utilizar um tabela deformatos, para nos auxiliar (conforme apresentamos na página seguinte).

Outra informação relevante que não podemos deixar de ter atenção é a seguinte: ne nhuma impres-sora consegue imprimir em toda a extensão do papel que ela está rodando, principalmente no ladoda largura que entra na máquina, onde existem algumas "pinças", que prendem o papel, con-duzindo-o para dentro da impressora, para que possa receber as imagens e depois entregá-lo im-presso do outro lado. Portanto, cada máquina de impressão tem, além de um formato específicocomo capacidade de entrada de papel, um limite de área de impressão, dados que precisam serconside rados.Assim, para definir o formato de uma peça precisamos:

1 . Escolher o formato de fábrica (DIN, BB ou AA)

2 . Conhecer o formato que a máquina tem capacidade de imprimir

3 . Conhecer o tamanho da área útil de impressão (descontar 1 cm de cada lado)

4 .Considerar sempre o formato da peça aberta

Tabela de formatos utilizada para trabalhos comerciaisA seguir, apresentamos uma tabela de formatos que é muito utilizada por profissio nais de comu-nicação, agências, gráficas, etc... que auxilia na definição de tamanhos e formatos econômicospara a criação de produtos gráficos. Esta é um tabela do formato padrão 2B, mais utilizado paratrabalhos comerciais. Na primeira linha horizontal superior e na primeira coluna da esquerda, en-contram-se diversas “medidas”, em centímetros, que vão corresponder a largura e altura de umapeça gráfica. Ao fazer o cruzamento destas duas linhas de referência, encontra-se o “formato grá-fico” corres pondente àquela medida.

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Formatos de máquinas offset e áreas de impressãoAs máquinas de impressão que as indústrias utilizam são fabricadas para receber os papéis emtamanhos específicos. De modo geral são fabricadas para imprimir uma folha, meia folha, umquarto ou um oitavo de folha. Abaixo mostramos uma tabela com os tamanhos de máquinas maiscomuns, que utilizam o padrão BB.

Formato Tamanho da folha Área de impressão

F1 96 x 66 cm 94 x 64 cm

F2 66 x 48 cm 64 x 46 cm

F4 33 x 48 cm 31 x 46 cm

F8 24 x 32 cm 22 x 30 cm

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95,8 47,8 31,8 23,8 19,0 15,8 13,5 11,8 10,6 9,4 8,6 7,8 7,3 6,2 4,765,8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 15 2032,8 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 30 4021,8 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 45 6016,3 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 60 8013,0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 7510,8 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 909,0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 918,0 8 16 24 32 40 48 56 64 72 80 88 967,0 9 18 27 36 45 54 63 72 81 90 996,4 10 20 30 40 50 60 70 80 905,8 11 22 33 44 55 66 77 88 995,3 12 24 36 48 60 72 84 965,0 13 26 39 52 65 78 914,2 15 30 45 60 75 903,1 20 40 60 80

TABELA PARA FORMATO GRÁFICO 2B (66 x 96 cm)

Medida bruta com refilamento de 1 mm para cada lado

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PARTE 3

o planejamento e a criação de um produto gráfico

Como vimos anteriormente, as quatro primeiras etapas do desenvolvimento deum produto gráfico são consideradas como etapas de PLANEJAMENTO e sãodesenvolvidas por um profissional de comunicação, publicitário ou designer grá-fico. Vamos agora estudar cada uma destas etapas, na ordem que elas são rea -lizadas, procurando entender seu conceito, objetivos e a forma como sãodesenvolvidas.

1. RAFE, O PRIMEIRO PASSOAlguns escrevem "rafe", outros "raf", mas a palavra vem de "rough". Na comunicação gráfica,entendemos o "rafe" como sendo um esboço ou um croqui do produto gráfico que será desen-volvido. Esta é a primeira etapa do processo de criação do produto, pois a partir do momento queo criativo recebe uma demanda para desenvolver uma peça, ele já começa a imaginá-la e a ali -nhavar estas idéias no papel.

Os rafes são, portanto, os primeiros rascunhos de uma peça gráfica, que servem para dar umanoção geral da distribuição dos elementos gráficos da peça que está sendo criada. São chamadosde "rascunho duro".

Os rafes ajudam a encontrar a melhor solução gráfica para uma peça e não têm compromisso coma qualidade, pois são internos - não saem do estúdio, ou da mesa do criativo. Podemos dizer, in-clusive, que é uma etapa muito pessoal, do diretor de arte, mas que é de extrema importância paraa visualização das idéias que estão sendo desenvolvidas. Normalmente são feitos vários rafes, poispossibilitam a visualização das idéias e contribuem para uma análise comparativa entre essasidéias.

De modo geral os rafes são feitos em tamanhos muito pequenos, um do lado do outro, para possi-bilitar a comparação entre as idéias. Assim, vão surgindo várias possibilidades, onde umas vãosendo descartadas e outras sendo trabalhadas e desenvolvidas, até se chegar a uma soluçãoagradável. São utilizados ainda para fazer estudos de cor, ajudando a encontrar as melhores com-binações.

Rafes manuais e eletrônicosOs rafes manuais são desenhos soltos, descompromissados, geralmente feitos à mão com lápis,canetas hidrocor ou lápis de cor e, quase sempre em papéis rascunho. Nesta primeira etapa, nãoexiste a preocupação com um desenho bem feito, com fontes nem mesmo com tamanhos.

Hoje, com o grande número de programas gráficos, os rafes estão sendo desenvolvidos diretamenteem softwares de desenho, que chamamos de rafes eletrônicos. Eles possibilitam uma melhor vi-sualização das propostas que surgem como solução gráfica e apresentam uma grande vantagemem relação aos rafes manuais porque os arquivos podem ser utilizados para dar sequência no tra-balho, sendo aproveitados para a confecção do layout, que por sua vez pode evoluir para geraruma arte final.

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O "conceito" da criação

Através dos rafes, é possível desenvolver um "conceito" de uma peça gráfica, que é, na verdade,a ideia e o direcionamento que se quer dar ao raciocínio para atingir os objetivos que melhor vãoatender ao brieffing.

Outra grande vantagem de se desenvolver o "conceito" de uma peça gráfica através de rafeseletrônicos é que, com os programas gráficos, podemos desenvolver várias idéias, com diferentesposicionamentos dos elementos gráficos e uma diversificação grande de cores e imagens - o queé mais difícil no rafe manual - que facilitam a comparação para a tomada de decisão.

BonecasPara produtos gráficos editoriais, que têm muitas páginas, como é o caso de folderes, jornais, apos-tilas, revistas e livros, é comum a construção de uma boneca, que também é um rascunho da peça,mas que tem objetivos diferentes dos rafes. As bonecas são muito utilizadas para auxiliar na pa -ginação e orientar a montagem do produto, organizando as partes que serão publicadas nas páginasdo produto.

ProtótiposAlguns produtos gráficos necessitam da confecção de um protótipo, para uma me lhor visualizaçãodo produto e também para testar suas formas e características de usabilidade. Protótipos são mo -delos volumétricos que tentam simular ao máximo o produto final e são considerados como oprimeiro exemplo de um produto tridimensional, como uma caixa, um display, uma embalagem,entre outros.

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Rafes Manuais

Rafes Eletrônicos

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2. LAYOUT, UM PASSO MUITO IMPORTANTEDentre os diversos rafes que são desenhados, um é eleito como o melhor para, a partir dele, darsequencia ao desenvolvimento da idéia. Chegamos então no segundo passo, que é o Layout.

Conceito, objetivos, característicasDa mesma forma que chamamos o rafe de rascunho, também podemos considerar o layout comoum rascunho de um produto gráfico.

O layout é o esboço final ou rascunho final da peça gráfica. No entanto, ele tem diferenças funda-mentais dos primeiros rascunhos, os rafes. Enquanto no rafe não nos preocupamos com a qualidadedo desenho, um layout deve ser muito bem acabado, muito bem desenhado, pois ele deve mostrarexatamente como a peça ficará depois de pronta. Sempre que possível o layout deve ser feito emtamanho natural, de forma que possa funcionar como se fosse um protótipo da peça gráfica.

Enquanto o rafe não sai da mesa do diretor de arte, o layout deve ter outro tratamento, porque elesai da agência ou escritório de design e vai até o cliente, para cumprir seu principal objetivo, queé vender a solução gráfica encontrada para a peça que está sendo desenvolvida. Ele é apresentadoao cliente para aprovação da idéia.

Para o desenvolvimento de um layout, sempre foram utilizadas diversas técnicas e materiais, comolápis, hidrocor, guache, colagens, xerox, entre outros. Atualmente os layouts são desenvolvidoseletronicamente, utilizando-se softwares específicos e impressos em cores, com uma alta qualidadede definição, para que o cliente possa se encantar com a proposta que está sendo apresentada.

É comum, na elaboração de um layout, a utilização de imagens simuladas, tanto de produtos comode modelos, para mostrar a idéia, sem necessariamente utilizar imagens reais. Estas imagens sãoencontradas, a custo "zero" para layout, em empresas que comercializam fotografias, desenhos eilustrações, que são conhecidas como "bancos de imagens", inclusive com imagens disponibi-lizadas para "dowlound" na internet, como veremos mais a frente.

Apresentação ao clienteUm dos aspectos mais importantes nesta fase de desenvolvimento de um produto gráfico é a a -presentação do layout, que deve ser impecável. Um layout limpo e bem acabado pode influenciar,inclusive, na sua aprovação, pois pode encantar o cliente e facilitar a aprovação. Normalmente oslayouts são impressos em gráficas rápidas, em tamanho na tural, com raras exceções e em papelde boa qualidade. Depois são colados em cartões duros, apropriados para este tipo de serviço,deixando-se um passepastour (moldura) nos quatro lados. Estes cartões são fabricados com ummaterial parecido com isopor e revestidos com cartolina preta ou colorida, e são encontrados empapelarias, copiadoras ou lojas que vendem produtos de desenho.

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Outras concepções do termo "layout"

O termo layout não é utilizado apenas para designar o rascunho da peça gráfica. Ele também éutilizado para definir a forma, o design, a estética de uma idéia. Assim, quando uma pessoa se de-para com um produto gráfico e diz . . . "este é um ótimo layout" não significa que é um ótimo ras-cunho e sim uma ótima solução, um ótimo design, ou uma ótima idéia, esteticamente falando. Eum bom layout deve ter algumas características como:

Unidade na tipografia: Uma peça não deve ter um número muito grande de famílias de le-tras, para que não fique muito poluída e este fato não interfira na sua legibilidade. O ideal éescolher uma ou duas famílias e fazer as variações necessárias com as fontes disponíveis;

Ritmo: Deve-se planejar uma peça que ofereça um bom ritmo de leitura, tanto em seu con-teúdo quanto em sua forma;

Equilíbrio: Tanto imagens - fotos, desenhos, ilustrações - como letras, defesas e fios devemter um equilíbrio harmônico e suave, que pode ser simétrico ou assimétrico, mas que con-tribua com a legibilidade da peça;

Contraste: Importante elemento de atração visual, o contraste entre alguns elementos deveser forte e até agressivo, para auxiliar na busca de atenção pela peça;

Proporção: Uma constante preocupação de um designer é manter a proporcionalidade na -tural das imagens, cuidando para que não fiquem distorcidas e possam interferir no processode leitura da peça;

Legibilidade: É a condição que qualquer leitor tem de decifrar os códigos e símbolos quesão utilizados em um trabalho gráfico, de forma que a organização de seus elementos tornea peça legível, por qualquer tipo de leitor, mesmo que alguns não consigam entender os sig-nificados das mensagens e imagens veiculadas.

3. PREPARAÇÃO E TRATAMENTO DE IMAGENSAssim que um layout é aprovado pelo cliente, a agência, escritório ou designer precisam dar se-quência ao trabalho, para transformar aquela idéia, até o momento "rascunhada", em um arquivodefinitivo, para que este possa entrar na fase industrial. Então, neste momento, chegou a hora deprovidenciar e conseguir as imagens ilustrativas da peça gráfica.

Esta etapa do processo é responsável por preparar corretamente os originais das imagens que vãoilustrar um produto gráfico. Geralmente ela é desenvolvida com a utilização de equipamentoscomo scanners, por exemplo, e de programas de tratamento de imagens, que cuidam da qualidadee finalização dos desenhos, fotografias ou outro tipo de imagem, dando a elas o formato final paraque possam ser processadas. Então, é possível escolher dois caminhos para conseguir estas imagensdefinitivas, que veremos a seguir.

Produção de imagensO primeiro deles é fazendo a "produção" das imagens, ou seja, contratando ilustradores, fotógrafos,estúdios, modelos fotográficos ou tomando outras providências necessárias, como a contrataçãode maquiadores, elenco secundário, cenários, locações, entre outros, bem como fazendo o acom-panhamento e direção dos traba lhos para se conseguir as imagens necessárias ao produto gráfico.

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Bancos de imagensO outro caminho é "adquirir" as fotografias ou ilustrações em "bancos de imagens", que são em-presas que possuem e comercializam, de formas diversificadas, imagens que podem ser utilizadasem produtos gráficos, a partir do pagamento dos direitos autorais a seus proprietários. Estes bancos

possuem portais na internet, onde disponibilizamas imagens, em baixas resoluções, a custo "zero"para confecção do layout e, uma vez aprovadas pelocliente, são adquiridos os direitos para sua utiliza-ção.

Digitalização de imagens analógicasCaso o produtor gráfico use uma imagem analógica como ori ginal - uma foto, por exemplo - parailustrar seu produto gráfico, será necessária a digitalização desta foto, que é feita através de umscanner, transformando os seus tons contínuos em meios tons, através dos pixels que vão formara imagem digital. Existem vários tipos de equipamentos de digitalização, desde os mais simples,considerados como domésticos, até os mais profissionais que são equipamentos industriais. Dequalquer forma, é preciso ter atenção neste serviço, para se obter uma imagem de boa qualidadena peça impressa. A principal preocupação é com a re solução desta imagem, que é definida nomomento da digitalização e pode interferir na qualidade da foto.

ResoluçãoChamamos de resolução os parâmetros determinados para captura e reprodução das imagens parase ter uma impressão de qualidade. A resolução de uma imagem digital é medida por uma unidadedenominada PPI-(Pixel per Inch), que quer dizer "Pixels por polegada" e significa o número depixels existentes em uma polegada li near de imagem. Assim, uma imagem com 30ppi tem 30 pixelsem uma polegada li near, ou 1/30 de polegada em sua lateral. Quanto maior o número de pixels,melhor a qualidade da imagem e quanto menor o número de pixels, pior a qualidade da imagem.

A unidade PPI é utilizada para a imagem na tela de um computador, pois as imagens nas telas sãoformadas por pixels, mas a maioria dos profissionais costuma estabelecer esta resolução em umaoutra unidade de medida, chamada de DPI-(Dots per Inch), que quer dizer "pontos por polegada",utilizada para impressão digital, que é feita através de pontos, e não de pixels. E ainda existe aunidade de medida LPI- (Line per Inch) que é "linhas por polegada", utilizada para impressõescom sistemas convencionais, por equipamentos e tecnologias que não são digitais.

Um aspecto que deve ser considerado com relação à resolução de imagens é que, quanto maior onúmero de pixels ou pontos por polegada, maior é o tamanho do arquivo e maior é o tempo de im-pressão, pois os arquivos de alta resolução ficam muito pesados. No entanto, para os olhos do serhumano, existem limites de visua lização e não conseguimos distinguir, visualmente, por exemplo,uma imagem de 600dpi de uma imagem de 6.000dpi, mas os equipamentos conseguem e se com-portam em função do tamanho destas imagens.

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4. ARTE FINAL, A ETAPA DE FINALIZAÇÃO DOS ARQUIVOSDepois do layout aprovado e os textos e imagens ilustrativas da peça preparadas, chegou o mo-mento de reunir todo este material, que normalmente é desenvolvido em programas gráficos dis-tintos, em um único arquivo para que seja enviado a uma indústria gráfica. Este momento échamado de "arte final".

A expressão "arte final" é bastante conhecida e muito antiga, utilizada desde o tempo em que estafase do trabalho era desenvolvida por artistas que tinham como responsabilidade montar e finalizarem uma prancha de papel as imagens do produto, utilizando materiais convencionais como caneta,régua, cola, etc. Esta arte era utilizada para a reprodução das imagens, através de um sistema fo-tográfico.

Atualmente, este trabalho é desenvolvido eletronicamente, por profissionais especializados em"finalização", que utilizam um software específico, gerando um arquivo com a montagem do pro-duto, em tamanho natural. A arte deve conter todos os elementos gráficos da peça, em sua loca -lização e forma definitivas na página, inclusive com as cores, que devem ser preparadas dentrodos padrões industriais.

A arte final é, portanto, um arquivo gerado por algum software de finalização, com as imagensdefinitivas da peça para reprodução e posterior produção em série, para se obter as tiragensnecessárias estabelecidas para aquele produto. É a etapa onde a peça ganha a sua "forma final",exatamente como será impressa.

As artes finais têm algumas características técnicas comuns, que são um padrão utilizado nas in-dústrias, pois são utilizadas como "modelo" ou "matriz" para reprodução da imagem. Portanto,devem apresentar as marcas de corte e de dobra, as marcas de registro para impressão e as marcasde cor, que são utilizadas para orientar o impressor na gráfica.

As imagens ilustrativas devem estar sempre em alta resolução e inseridas no modo de cor CMYK,no caso da impressão com as "cores de processo", para garantir a qualidade na reprodução. Ou,caso a peça seja impressa com "cores especiais" com as devidas informações e instruções das "spotcolors" baseadas nas cores Pantone ou outras especificações de fábrica.

As artes, depois de finalizadas, são encaminhadas a uma indústria, em uma mídia que pode serum CD, ou um PenDrive, ou até mesmo enviadas pela internet, depois de transformadas em ar-quivos PDF - descritos a seguir - que são apropriados para este fim e oferecem segurança tantopara as agências, escritórios ou designers, como para as próprias indústrias, que adotaram, em suamaioria, este tipo de arquivo como padrão. As artes finais devem trazer as marcas de corte, dedobra e de registro, definidas a seguir:

Marcas de corte: São marcas colocadas nas extremidades da arte que indicam o local certodo corte final, para deixar a peça em seu tamanho definitivo. Vale lembrar aqui uma infor-mação dada anteriormente, que as impressoras não conseguem imprimir toda a extensão dopapel. Por isso é necessário programar a arte com o papel um pouco maior que o tamanhofinal da peça e por isso, as marcas de corte são importantes para orientação deste tamanho.Geralmente são representadas por uma linha contínua, bem fina.

Marcas de dobra: São marcas que indicam os locais onde serão feitas as dobras em um pro-duto gráfico, como um folder, por exemplo. Geralmente são representadas por uma linhapontilhada, bem fina.

Marcas de registro: Chamadas também de "cruzes de registro", são marcas que servemcomo referência para o registro das cores, ou seja, a sobreposição correta das cores no mo-mento da impressão.

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Finalização com e sem montagem

As artes finais podem ser entregues montadas ou não. Geralmente os artefinalistas nas agênciasnão se preocupam com isso, deixando este trabalho para o profissional da pré-impressão. Estasmontagens são as repetições das imagens em um número compatível com o formato de impressão.Por exemplo: se tivermos de imprimir um cartaz formato 4 numa máquina formato 2, sabemosque é possível colocar duas imagens do cartaz na folha de impressão. Assim, montamos as duasimagens para gerar a matriz de impressão, diminuindo pela metade o número de impressões dapeça.

Observação: No capítulo sobre Acabamento, vamos exemplificar os tipos de montagem mais comuns.

5. FECHAMENTO DE ARQUIVOS PARA SAÍDA

Após a finalização da peça, e considerando a arte final pronta, conferida e revisada, chegou o mo-mento de enviar o arquivo para uma gráfica, ou birô de pré-impressão. Existem duas formas paraencaminhar esta arte, que são conhecidas como "arquivos abertos" ou "arquivos fechados", queveremos a seguir:

Arquivos abertos: são os arquivos dos próprios programas usados para fina lização, comsuas extensões nativas, o que significa que a gráfica deverá ter o mesmo programa para abriro arquivo e ainda terá a possibilidade de interferir em sua estrutura. Ao optar pelo envio doarquivo aberto, é importante saber que, juntamente com este arquivo, é necessário enviar,também, todas as fontes e imagens utilizadas para sua construção, pois elas estão "vinculadas"a este arquivo. E ainda, é importante saber que este arquivo é editável, podendo ser alteradoem qualquer de suas partes. Ao abrir este arquivo em algum computador, que não seja aqueleque o gerou, ele buscará inicialmente, em alguma parte, as fontes utilizadas e, caso não asencontre, troca por uma fonte seme lhante que esteja instalada. No caso das imagens, o com-putador também procura o arquivo com a imagem e, se não encontra, abre apenas com umavisualização de tela, não existindo condições para se imprimir esta arte.

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Marcas de Corte

Marcas de RegistroMarcas de Dobra

Marcas de Cor

Área de Sangria

9 E 1 0 D E S E T E M B R O

WWW . I E C . P U C M I N A S . B R

I S I M P Ó S I O E JO G O S D I G I T A I S

M Y KC

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Arquivos fechados: são arquivos salvos como imagem, utilizando-se uma extensão genéricaque não permite a sua edição ou alteração na gráfica ou birô. É uma forma mais confiável esegura de que uma arte não sofrerá nenhuma alteração, com relação aos parâmetros técnicosutilizados para sua construção. Normalmente as máquinas que processam os arquivos numagráfica ou birô utilizam uma linguagem chamada de "Post Script", que decodifica as infor-mações da arte e gera uma imagem em alta resolução do que vai ser reproduzido, por umequipamento que utiliza esta mesma linguagem.

Linguagem Post-Script: é uma "linguagem de programação" que traz em seus códigos asdescrições e instruções para a impressão de um arquivo, transformando todos os seus dadosem imagens de alta resolução para impressão, que são decodificadas por um sistema chamadode RIP - Raster Image Processor, que numa tradução livre seria um "processador de rastrea-mento de imagens", que varre todas as informações e as decodifica. Esta linguagem foi de-senvolvida pela empresa americana Adobe System.

Até pouco tempo atrás, as artes eram feitas em programas de finalização e transformadas em "post-scrit" através de um comando de exportação, utilizando a extensão EPS (Encapsulated Post Script)para envio às gráficas. Porém, como é uma linguagem de alta resolução, os arquivos fechados empost-script ficavam extremamente grandes, tornando difícil seu armazenamento e transporte. Coma chegada da internet e a possibilidade de enviar arquivos pela rede, esta linguagem se tornou in-viável, surgindo outra tecnologia, baseada no post-script chamada de PDF, que passou a ser padrãode arquivos fechados adotados pela indústria gráfica.

PDF - Portable Document Format

O formato PDF, que poderíamos traduzir como um "formato portátil de documento" também foidesenvolvido pela Adobe Systems e hoje está sendo adotado pela grande maioria da indústria deartes gráficas como padrão para recebimento de arquivos finalizados. Esta adoção tem se tornadoum padrão em função da confiabilidade que um arquivo bem preparado tem para a saída na fasede pré-impressão, que é a primeira etapa da produção de uma peça gráfica.

A maioria dos problemas que a indústria gráfica enfrentava, ou - algumas - enfrentam até hoje,está relacionada à forma de preparação e envio das artes finais pelos seus clientes, sempre in-completas e com características estabelecidas erradamente e fora dos padrões industriais adotadospelos equipamentos de produção. Estes problemas acabavam forçando as gráficas a refazerem asartes finais, para evitar erros perceptíveis somente na fase final do trabalho, gerando custos inde-vidos que, na grande maioria das vezes, não eram assumidos pelas agências ou designers respon-sáveis pela finalização.

Esta situação gerava, no mínimo, uma relação desgastante entre as gráficas e seus clientes, no mo-mento em que era necessário determinar as causas e os responsáveis pelos erros, que acarretavam,principalmente, atrasos nos cronogramas e nos tempos de produção e programação de entrega dostrabalhos gráficos. E foi neste cenário que a tecnologia do formato PDF entrou definitivamenteno mercado da comunicação e passou a fazer parte do processo de produção gráfica.

O PDF é um formato independente de plataforma, que inclui todos os elementos vetoriais, imagensbitmapeadas e fontes que foram utilizadas na arte, e que pode ser facilmente visualizado sem ne -cessariamente ter que ser impresso, funcionando, inclusive, como uma prova digital de impressão.Atualmente, a tecnologia do PDF faz parte do fluxo de trabalho digital e, em função da sua esta-bilidade, confiabilidade e, principalmente, tamanho compacto, é um dos mais eficientes tipos dearquivos para se enviar pela internet.

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Apostila deProduçãoGráfica2013

Existem várias formas de produzir arquivos PDF. A Adobe Systems fornece um software especí-fico, o Acrobat Distiller para gerar os arquivos em PDF e ainda disponibiliza, gratuitamente o soft-ware Adobe Reader, para a leitura destes arquivos. As versões mais recentes de muitos programasgráficos possibilitam SALVAR ou EXPORTAR o documento no formato PDF ou ainda, outraforma muito comum, é a utilização de sistemas baseados em "impressoras virtuais" que permitem"imprimir para arquivo" no formato PDF.

Acontece que estes sistemas - tanto os que vem nos programas como os de impresoras virtuais -não são muito confiáveis nem têm a precisão necessária para gerar arquivos PDF para uso gráficoprofissional e podem gerar problemas no processamento destes arquivos. Assim, para evitar errosindesejáveis, foram criados determinados padrões restritos e específicos para uso gráfico, denomi -nados PDF/X. No Brasil, o padrão adotado pela Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica foio PDF/X-1a, que foi considerado como o mais adequado para a indústria gráfica brasileira e deveser gerado a partir do Adobe Acrobat Distiller, que permite uma grande confiabilidade nos docu-mentos com este formato.Portanto, o melhor caminho, mais confiável e que apresenta menos problemas - ou praticamentenenhum quando bem preparado - para enviar um arquivo para uma impressão externa ao com-putador e software que produziu o original, é com o formato PDF e, se for para o processamentopor uma indústria de artes gráficas, com o formato PDF/X-1a.

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Software instalado como “drivergenérico” de impressora paragerar do arquivo PDF.

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Parte 4

a industrialização de um produto gráfico

Com a arte final pronta, chegou o momento de encaminhar o traba lho para umaindústria de artes gráficas, para que o produto seja fabricado na tiragemnecessária e com as especificações estabelecidas na sua criação. Existem váriasformas de se imprimir um produto e uma diversidade grande de empresas queoferecem serviços industriais, de portes e capacidades diferentes. De modo geral,as gráficas se organizam em três setores, que são a Pré-impressão, a Impressãoe o Acabamento. Neste capítulo vamos estudar os setores que correspondem àsetapas de produção de uma peça gráfica, citadas no início da apostila e que com-pletam os sete momentos necessários à construção de um produto gráfico.

1. PRÉ-IMPRESSÃOA Pré-impressão é a etapa do processo de produção gráfica responsável por receber os arquivosfinalizados, fazer sua reprodução e transferir as imagens para um filme ou uma matriz de im-pressão, através de um processo que se fundamenta no princípio da fotografia, pois tanto os filmesquanto as matrizes são sensíveis à luz e, depois de receberem a imagem, são reveladas através deprodutos químicos específicos. A Pré-impressão é uma fase intermediária entre a concepção dapeça, já materializada num arquivo finalização e a sua impressão definitiva no suporte estabelecido.No processo de impressão "offset", um dos mais utilizados industrialmente, estes filmes são chama-dos de FOTOLITO e as matrizes de CHAPA (ou nomes diferentes em ou tros processos). Nem osfotolitos nem as matrizes impressoras, de qualquer dos sistemas, não têm cor, ou seja, não sãopreparados na cor exata da impressão que vão gerar posteriormente.

O departamento de Pré-impressão de uma indústria gráfica é responsável por realizar diversosserviços, utilizando-se das mais modernas tecnologias, com equipamentos e softwares específicospara dar "saída" nas imagens recebidas nas artes finais. Porém, nem todas as gráficas possuem umdepartamento de Pré-impressão, que são encontrados, na maioria das vezes, em gráficas de portegrande e algumas de porte médio.

Os "birôs" de Pré-impressãoAssim, para atender a uma necessidade de mercado, principalmente de pequenas e médias indús-trias, que estão disponíveis algumas empresas especializadas apenas em fazer a pré-impressão detrabalhos gráficos, conhecidas como "Birôs de Pré-impressão". Os birôs são capacitados para rea -lizar todos os serviços necessários à preparação do material a ser impresso entregando o trabalhode forma confiável para uma impressão segura, sem erros ou problemas que podem comprometera qualidade dos impressos que estão sendo produzidos.

Recebendo o arquivo com a arte final digitalIndependentemente da mídia que o arquivo chega na Pré-impressão - CD, pen-drive ou internet -a gráfica ou birô abre uma Ordem de Serviço, onde constam todas as especificações do trabalhoque será realizado. Em seguida o arquivo com a arte final é submetido a um serviço que é co -nhecido como "Preflight", um recurso da pré-impressão que alerta sobre possíveis erros e é uti-lizado para caracterizar a etapa de avaliação e checagem de todos os itens técnicos, para aprovaçãoou não do trabalho recebido.

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Conferindo os arquivos para saídaA realização do Preflight permite ganhar um tempo muito valioso no processo produtivo, pois,apesar de não prevenir todos os possíveis erros de saída, previne o sur gimento de muitos problemasque poderiam aparecer em etapas mais avançadas. Assim, além de tornar o processo menosoneroso, é possível fazer um planejamento de entrega mais seguro e, mais que isso, cumprir osprazos de entrega e ter um controle de qualidade mais eficiente.

Uma boa agência, escritório de design ou mesmo um profissional de comunicação que trabalhecomo "freelance" deveria fazer um Preflight antes mesmo de enviar o arquivo para a pré-impressão,mas nem sempre isto ocorre em função do grande vo lume de informações e conhecimentos técni-cos necessários para tal procedimento.

Itens como a verificação de imagens com cores corretas, em CMYK e eliminação daquelas emRGB, utilização de lentes ou sombras em programas de desenho veto rial - que sempre apresentamproblemas -, fontes alteradas ou com defeitos, textos recorrendo, imagens em baixa resolução, usode cores especiais, contornos com li nhas em “hairline”, “overprints”, entre outros aspectos sãoverificados no Preflight. Hoje existem programas específicos para a realização do preflight e atémesmo os programas de finalização, já oferecem mecanismos para um check-up geral no arquivoantes de seu processamento.

Manipulando as cores na Pré-impressãoComo já foi comentado no início deste capítulo, os fotolitos e as matrizes de impressão não têmuma cor específica, que será aquela utilizada na impressão. Uma cor de impressão não é parte in-tegrante dos filmes ou matrizes de impressão.

Para entender melhor, basta pensarmos em um carimbo, que todos conhecemos. Ele é uma matriz,que tem uma imagem gravada em sua superfície e pode carimbar - imprimir - esta imagem dequalquer cor, em um papel, bastando para isso molhar sua superfície numa esponja com tinta azul,vermelha ou preta. E é aproximadamente desta forma que funcionam os sistemas de impressão,ou seja, as CORES são colocadas na matriz durante o processo de impressão, e não no momentode confecção das matrizes, que podem receber qualquer tinta de qualquer cor para transferir a ima -gem a um suporte.

Portanto, como os trabalhos coloridos utilizam mais de uma cor, é preciso que exista uma matrizimpressora para cada uma das cores a serem impressas. Se um trabalho será impresso em amareloe preto, é necessário que exista uma matriz para o amarelo e uma para o preto, e assim por diante.O número de cores é um parâmetro importante para um trabalho gráfico, principalmente em relaçãoao seu custo de produção, pois é através dele que se conhece o número necessário de filmes, chapase entradas em máquina de um trabalho. Portanto, é importante saber especificar corretamente onúmero de cores de um produto gráfico. Esta especificação - feita geralmente pelo produtor gráficoou qualquer pessoa que esteja produzindo um trabalho gráfico - é determinada através de umaconvenção, utilizada praticamente por todos da área, que se fazem entender a partir de sua deter-minação.

A forma mais comum de especificar as cores de uma peça, indicando o número de cores que elatem na frente e no verso, é esta:

4 X 2 cores

onde o primeiro número (4) indica quantas cores a peça tem na frente (ou de um lado) e o segundonúmero (2), quantas cores a peça tem no verso (ou do outro lado).

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Assim, podemos determinar com precisão diversos tipos de peças, que podem ter

1 x 0 1 x 1 2 x 0 2 x 1 3 x 2

4 x 0 4 x 4 5 x 4 5 x 2 6 x 4

e assim por diante.

Vale lembrar que este número não determina "as cores" de impressão e sim o "número de cores"do produto. Portanto, não necessariamente uma peça a 4 x 1 cores significa CMYK na frente ePRETO no verso, por exemplo, embora seja o mais provável. Basta ter atenção a este detalhe paranão se cometer erros que podem comprometer o fluxo natural de um trabalho gráfico.

É importante também observar que uma peça especificada com 5 x 5 cores, ou 5 x 4 cores, devesignificar que, além das 4 cores básicas, existe uma cor especial, a quinta cor, na frente ou noverso.

Provas antes da saídaUm dos serviços fundamentais e de maior importância na Pré-impressão são as provas realizadasdurante o processo para checagem dos aspectos e características do trabalho que está sendo de-senvolvido. Quando os processos de pré-impressão eram analógicos, a prova mais confiável erachamada de "prova de prelo", executada por um equipamento - o prelo - que utilizava o mesmoprocesso de uma impressora offset e oferecia uma grande confiabilidade ao impressor.

Atualmente, com a implantação do fluxo de trabalho digital, pela maioria das indústrias gráficas,se tornou necessário uma adequação aos procedimentos de execução de uma prova, uma vez queos equipamentos digitais funcionam em RGB e as impressoras produzem em CMYK. Além disso,é preciso ficar atento às impressoras que produzem as provas, que utilizam substratos diferentespara a impressão da prova, como as tecnologias a jato de tinta - "injet" ou as eletrostáticas - "alaser", que produzem resultados diferentes.Assim, as provas que são utilizadas na atualidade são as seguintes, sem entrar em muitos deta -lhamentos técnicos sobre cada uma delas:

Prova de Layout: são as provas que permitem verificar o conteúdo dos arqui vos, podendoser a cores ou não, e que mostram o posicionamento dos elementos gráficos depois de proces-sados, para evitar erros e comparar as imagens processadas com as imagens do layout originalaprovado pelo cliente;

Prova Virtual: são provas digitais para exibição apenas em monitores, para conferênciabásica dos elementos e cores do arquivo processado. Não são muito confiáveis porque osmonitores trabalham em RGB e as cores diferem sempre de um monitor para outro;

Prova de Imposição: utilizada para trabalhos editoriais para verificação do posicionamentodas páginas de acordo com o planejamento de acabamento do trabalho. Geralmente são feitasem plotters e podem ser utilizadas para uma montagem manual - boneca - para conferênciade todos os aspectos da publicação, inclusive de sua montagem;

Prova de Contrato: são as provas definitivas e que melhor simulem a impressão do trabalho,principalmente quanto às cores que estão sendo utilizadas, cuja fidelidade, em relação ao re-sultado final, seja satisfatória para o cliente e ainda consigam servir de base e orientar oprofissional que vai fazer a impressão da peça. Nesta prova, são conferidas as cores e feitas

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as marcações das correções necessárias, além da conferência da localização e posicionamentodos elementos gráficos, famílias e fontes de letras utilizadas, cortes, formatos, etc... As provas,depois de conferidas pelo produtor gráfico e atendendo todas as premissas para um trabalhode qualidade, são assinadas e passam a valer como parte do contrato entre a agência e a grá-fica.

Tecnologias atuais de saídasHoje existem basicamente duas formas de dar "saída" nos arquivos para impressão de produtosgráficos. O termo “saída” significa, no meio gráfico, a forma de fazer uma imagem sair do estadovirtual e ser transportada para um outro meio para que seja reproduzida. Então, a primerira formade dar saída é chamada de CtF e a outra de CtP, como veremos a seguir.

CtF - Computer to Film

Neste sistema, a imagem sai do computador e vai para o filme. É um sistema de trabalho que podeser considerado como uma evolução dos sistemas analógicos, considerados como "convencionais",que geram um fotolito que é utilizado para a gravação da matriz impressora. Fotolito é um filmegráfico com as imagens da peça obtidas através de um processo fotográfico de reprodução. O fo-tolito feito convencionalmente é obtido a partir da fotografia de uma arte final montada em papel,técnica que já está ultrapassada e não é usual nos dias atuais, onde os setores de pré-impressão jáoperam completamente com fluxo digital e automatizado.

Com a evolução dos equipamentos de pré-impressão e a interação entre os computadores e asmáquinas de processamento dos fotolitos, é que surgiu um equipamento que funciona com a tec-nologia de raios laser, denominado "imagesetter". Este equipamento é uma máquina digital,acoplada a um computador, que recebe o arquivo com a arte final e dá a saída ao filme (fotolito),com a imagem da arte gravada em sua superfície.

O filme virgem, sensível à luz, fica acondicionado em cassetes - uma espécie de bobinas - comose fosse um filme fotográfico convencional, que estão disponíveis em diversas larguras. Este cas-sete é inserido na máquina e o filme recebe a imagem em sua superfície, através dos raios laserque vão registrando, em linhas, os textos e imagens presentes no arquivo digital. Depois das ima -gens registradas no filme, ele é processado, ou seja, passa por um processo de revelação, fixação,lavagem e secagem, ficando pronto para utilização.

A partir dos fotolitos prontos, as imagens são transferidas para uma matriz que será utilizada naetapa seguinte, que é a impressão do trabalho. É importante destacar que os fotolitos podem serfeitos em negativo ou em positivo e, para cada cor de impressão, é necessário gerar um fotolitocorrespondente à imagem da cor a ser impressa.

Existem no mercado diversos tipos de imagesetters, das mais simples as mais sofisticadas, em di-versos formatos, para atender às mais variadas necessidades da indústria gráfica.

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Modelos de Imagesseter´s

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Gravação da matriz impressoraCom os filmes em mãos, chegou o momento de transferir a imagem do fotolito para a matriz quevai fazer a impressão da peça gráfica. Na grande maioria dos casos esta transferência é feita naprópria gráfica, que possuem máquinas específicas para este trabalho. Estas máquinas são co -nhecidas como "prensas de contato", disponíveis no mercado em grande variedade de modelos,tamanhos, custos e tecnologias.

Este sistema é muito utilizado para o processo de impressão em offset, onde as matrizes sãochamadas de "chapa", de modo geral fabricadas em alumínio. Mas cada processo de impressãoutiliza um tipo de matriz e para cada tipo de matriz existe uma forma correta de transferência ougravação de imagem. As matrizes podem ser de papel, alumínio, fio sintético, aço, borracha, etc...

Mas os fundamentos básicos deste procedimento são utilizados também em outros sistemas deimpressão, com pequenas alterações. As prensas trabalham sob luz de segurança, pois as matrizestêm a sua superfície sensível à luz e são preparadas para receber as imagens que serão impressas.

Os fotolitos são colocados sobre a chapa, em contato com a sua superfície e são expostas, por umdeterminado tempo, a uma luz para que a imagem seja transferida para a matriz. Depois de expostasà luz, as chapas são reveladas, lavadas e as imagens são fixadas para serem impressas.

CtP - Computer do Plate

Esta tecnologia é mais recente e podemos dizer que ela é uma evolução da tecnologia utilizadanas imagesetters, que transformam imagens em meio tom reticulado por meio de feixes de raiolaser vermelho - visíveis para o ser humano - para obter-se o fotolito. Os sistemas de CtP trans-ferem as imagens da arte diretamente para as chapas, que são matrizes de impressão fotossensível,e os equipamentos que realizam este trabalho são chamados de platesetters.

Quando foram lançadas, as platesetters eram caras e a relação custo/benefício era uma grande bar-reira para a sua implantação, principalmente em gráficas médias e pequenas. Atualmente, esseproblema foi superado e existem equipamentos de CtP de diversos tamanhos, tecnologias e custos,que conseguem atender o mercado, pois sua utilização diminui o tempo de produção e aumenta aqualidade do produto final (que é a chapa gravada).

A maior vantagem em sua utilização é a de eliminar o filme (fotolito) do processo de pré-impressãoe ainda, poder realizar o trabalho num curto espaço de tempo, o que contribui para o cumprimentodos prazos de entrega nas gráficas. Esse sistema elimi nou nas gráficas as prensas de contato, quesão utilizadas apenas quando se utiliza os fotolitos, gerados por uma imagesetter.

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Modelos de prensas de contato

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Outros serviços da Pré-impressãoAntes mesmo de dar a "saída" nos fotolitos e/ou chapas de impressão, muitos outros serviços sãorealizados na etapa de pré-impressão, inclusive para preparar corretamente os arquivos e imagensque serão transferidas e impressas posteriormente. Os seguintes serviços são oferecidos e execu-tados por um birô de pré-impressão ou mesmo neste setor dentro de uma gráfica:

Escaneamento de imagens: Para agências, gráficas, designers ou quem necessite de digi-talizar uma imagem analógica, a pré-impressão oferece este serviço, que é executado emscanners profissionais, planos ou cilíndricos, que produzem imagens em alta resolução. Atu -a l mente os scanners estão sendo cada vez menos utilizados, uma vez que a fotografia e ossistemas de captura de imagem já trabalham com a tecnologia digital.

Aplicações de imagens em alta resolução: É muito comum agências ou profissionais pro-duzirem as artes com imagens em baixa resolução e enviar para a pré-impressão o original,para ser escaneado e, posteriormente inserido na arte com uma resolução compatível às ne-cessidades de saída.

Recortes e tratamento de imagens: Profissionais de pré-impressão costumam ter umagrande experiência em recortar e tratar imagens digitais, para atender a uma demanda de pes-soas ou empresas que não são, necessariamente, da área gráfica, recorrendo aos birôs paraexecução deste tipo de serviço.

Montagem final: As montagens, de modo geral, são feitas na fase de pré-impressão. As artessão produzidas sem esta preocupação, em páginas sequenciais, para serem montadas antesda saída dos filmes ou chapas. Esta montagem consiste em colocar na folha de impressão, onúmero necessário de imagens para um melhor aproveitamento da área de impressão dasmáquinas, de acordo com o equipamento que vai imprimir o trabalho.

As montagens mais comuns são conhecidas como "Simples: Só-Frente" ou "Simples: Só-Verso" ou "Tira-retira", que por sua vez podem ser "Lado-a-Lado" ou "Frente-e-Verso", nasposições "Cabeça-com-Cabeça", "Cabeça-com-Pé" ou "Pé-com-Pé".

Exemplos de montagens:

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Modelos de equipamentos de CtP

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOFRENTE

Folha de impressão

MONTAGEM SIMPLES: SÓ FRENTE

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOVERSO

Folha de impressão

MONTAGEM SIMPLES: SÓ VERSO

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Apostila deProduçãoGráfica2013

Exemplos de montagens:

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IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOVERSO

Folha de impressão

TIRA-RETIRA: LADO A LADO

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOVERSO

Folha de impressão

TIRA-RETIRA: CABEÇA COM CABEÇA

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOVERSO

Folha de impressão

TIRA-RETIRA: CABEÇA COM PÉ

IMPRESSOVERSO

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOFRENTE

IMPRESSOVERSO

Folha de impressão

TIRA-RETIRA: PÉ COM PÉ

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Apostila deProduçãoGráfica2013

ImposiçãoEste é um serviço que, de modo geral, é realizado na etapa de pré-impressão e é sempre necessáriona produção de um trabalho editorial, como revistas e livros, onde a impressão é feita com muitaspáginas numa mesma folha, que chamamos de "lâmina".

Fazer "imposição" ou "imposicionar" é colocar as páginas de uma publicação em uma determinadaordem para que se tenha o melhor aproveitamento da folha de impressão, para que formem, depoisde serem dobradas, os "cadernos" que, poste riormente, passarão pelo setor de acabamento. O quechamamos de caderno são as fo lhas - ou lâminas - formadas por uma quantidade de páginas, múlti-plas de quatro (de modo geral), a serem impressas na frente e no verso, para posterior dobra ecolocação na ordem correta de leitura.

Os cadernos mais comuns de serem montados são os de 8, 16 e 32 páginas, que resultam em dobrascruzadas realizadas na folha impressa. No entanto, é possível montar com dobras combinadas(paralelas e cruzadas) para formar cadernos com número de 8, 16 ou 32 páginas. O número e ostipos de dobra utilizados estão, sempre, vinculados à dobradeira do setor de acabamento.

Exemplo de imposição:

Controle e seleção de coresAjuste de arquivos para seleção das cores básicas - CMYK - ou cores especiais, utilizadas nolayout e arte da peça, mas que serão impressas em quatro cores, ou mesmo separação e seleçãodestas cores para a produção de fotolitos ou chapas corretamente adaptadas para impressão.

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611107

2 15 14 3

89125

4 13 16 1

A imposição é a colocação devárias páginas numa folha deimpressão, de forma que, de-pois desta folha dobrada, aspáginas fiquem na sequenciacorreta de numeração.

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Retoques de fotolitos e chapasÉ um serviço feito no fotolito (CtF) ou na matriz (CtP), depois da revelação, para eliminar possíveisimagens, pintas ou quaisquer defeitos que podem surgir durante o seu processamento, para garantiruma boa qualidade das imagens na impressão.

2. IMPRESSÃO. TRANFERINDO A TINTA PARA O SUPORTEA impressão é a etapa do processo de produção gráfica responsável por transferir a imagem deuma matriz para um suporte, numa produção em série. Chamamos de "suporte", qualquer material- papel, pano, alumínio, plástico, PVC, vidro, madeira, entre ou tros - que possa receber uma im-pressão, em qualquer um dos processos.

Processos e matrizes de impressãoExistem várias formas de se imprimir uma imagem, que denominamos "processos de impressão".Eles têm características distintas e são utilizados para produzir trabalhos específicos. Uma dasmelhores formas de classificar os processos de impressão é a partir de sua MATRIZ e do tipo defuncionamento do processo, que tem características distintas e oferecem qualidades diferentes.

Temos seis grupos de sistemas de impressão, sendo que cada grupo tem um ou mais processos,organizados desta forma, que vamos estudar a seguir:

GRUPOS: PROCESSOS:RELEVOGRAFIA.......... Tipografia e FlexografiaPLANOGRAFIA.............OffsetPERMEOGRAFIA..........SerigrafiaENCAVOGRAFIA..........Rotogravura e TampografiaELETROGRAFIA...........FotocopiadorasDIGITAIS........................Matricial, Jato de tinta, Laser e Térmicas

Tipografia A tipografia foi o primeiro processo de impressão que surgiu, por volta de 1453, na Alemanha,criada por Johannes Gutemberg. Consiste em imprimir através de uma matriz, onde as áreas deimagem (grafismo) estão em alto relevo, e as áreas de não-imagem (contra-grafismo), estão embaixo relevo. Atualmente é um processo pouco utilizado, sendo usado apenas em gráficas muitopequenas, para trabalhos de pequenas tiragens.

CARACTERÍSTICAS:· Impressão com matriz de alto e baixo relevo: áreas de imagem em alto relevo e áreas de não-imagem em baixo relevo;

· Imprime usando como matriz a chapa tipográfica montada no departamento de composição;

· Aceita qualquer tipo de papel em qualquer espessura;· Qualquer foto ou desenho é impresso com o uso de uma matriz específica, chamada de clichê;

· Costuma marcar o verso do papel, por ser obtida através de pressão da matriz com o papel.

TRABALHOS MAIS COMUNS QUE PODEM SER FEITOS PELA TIPOGRAFIA:Trabalhos de pequena tiragem como cartões, convites, notas fiscais, recibos, trabalhosnumerados, trabalhos em alto e baixo relevo, entre outros.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Vale lembrar que, apesar da não utilização da tipografia hoje, muitas máquinas tipográficasforam adaptadas para fazer alguns tipos de acabamento como o relevo seco, o relevo ame -ricano, a holografia e a impressão em Hot-Stamping. Na parte de "Acabamento", iremosdescrever com mais deta lhes estes tipos de impressões tipográficas, utilizadas como acaba-mento.

FlexografiaA flexografia é um dos processos de impressão que mais tem evoluído nos últimos tempos. Atépoucos anos atrás era considerado como um processo de baixa qualidade, mas com a evolução,hoje temos trabalhos produzidos em flexografia que se comparam a trabalhos feitos até pela ro-togravura. A matriz é um tipo de borracha flexível, onde as áreas de imagem - grafismo - estão emalto relevo e as áreas sem imagem - contra-grafismo - estão em baixo relevo. Pode apresentar al-guns problemas como o "squash", que é falta de definição nas bordas da imagem impressa emfunção das tintas que são muito líquidas e escorrem, não proporcionando uma boa definição naimagem. Geralmente a flexografia é feita por máquinas rotativas alimentadas por bobinas.

CARACTERÍSTICAS:· Impressão derivada da tipografia, onde as áreas de imagem estão em alto relevo na matriz;

· Impressão com matriz feita de borracha ou fotopolímero - produzida a partir de um molde de uma fôrma tipográfica;

· Executada com máquinas rotativas alimentadas em bobina;· Pode imprimir sobre papel, cartão, celofane, folhas metálicas, plástico, adesivos, etc...

LIMITAÇÕES:· A tinta tende a espalhar, por ser muito líquida, não dando boa definição nas imagens e apresentando o que chamamos de "squash";

· Difícil de imprimir meios tons;· Não é recomendada para trabalhos com letras de corpos pequenos.

TRABALHOS MAIS COMUNS QUE PODEM SER FEITOS PELA FLEXOGRAFIA:· Sacolas, papel para embrulho e presente, sacos de papel, embalagens,sacos de plástico, papel de parede, sacolas de supermercado, etc...

OffsetÉ um dos processos de melhor qualidade e que mais é utilizado pela indústria gráfica no mundointeiro. É conhecido como processo "indireto de impressão" porque a matriz não tem contato diretocom o suporte. A matriz transfere a imagem a ser impressa para uma borracha, denominada "blan-queta" ou "cauchu" e esta borracha é que transfere a imagem para o papel. É um processo que,além da tinta, utiliza a água durante a impressão.

CARACTERÍSTICAS:· Utiliza-se de água na impressão a partir da repulsão natural entre a água e a gordura - as tintas para offset são extremamente gordurosas;

· Matriz de alumínio onde as áreas de grafismo e de contra-grafismo se encontram no mesmo plano;

· Áreas com imagem - ávidas de gordura e sem imagem ávidas de água;· Utiliza-se de tintas muito gordurosas;· Pode imprimir em papéis planos ou em bobinas;

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· Processo de ótima qualidade com alta nitidez na reprodução;TRABALHOS MAIS COMUNS QUE PODEM SER FEITOS EM OFFSET:Cartazes, folhetos, jornais, postais, trabalhos publicitários, comerciais, livros, revistas,embalagens, etc...

SerigrafiaA Serigrafia é um processo conhecido também como "silkscreen", onde a matriz é preparada comuma tela de fios de nylon. É um dos processos mais baratos de impressão e é destinado para tra-balhos de pequenas e médias tiragens. Grande parte das empresas que trabalham com esse processousa máquinas semi-industriais, que não são totalmente automatizadas e é considerado como umdos processos que tem custo mais acessível.

CARACTERÍSTICAS:· Matriz com áreas de imagem vazadas numa tela de fio sintético;· Pode utilizar fotolito ou filme de recorte para preparar a tela;· Tela recoberta com emulsão sensível à luz para gravação;· Pode imprimir sobre qualquer material: pano, papel, plástico, vidro, madeira, couro, alumínio, PVC, borrachas, PET, poliéster, etc...

· Usado para trabalhos de pequena tiragem como cartazes, flâmulas, placas, roupas, adesivos.

TRABALHOS MAIS COMUNS QUE PODEM SER FEITOS PELA SERIGRAFIA:· Faixas, flâmulas, brindes, bonés, camisas, roupas, placas, outdoors, adesivos, entre outros.

RotogravuraÉ considerado o processo de melhor qualidade na indústria gráfica, pois consegue imitar, com amaior fidelidade, as imagens em tom contínuo, como gravuras e fotografias p&b e a cores. A ro-togravura pode imprimir sobre diversos suportes como papel, pano, folha de flandres, plásticos,entre outros.

CARACTERÍSTICAS:· Sistema rotativo de impressão por cilindro;· Matriz em cilindro de aço onde as áreas de imagem são gravadas em baixo relevo e recebem tinta de impressão;

· Impressão com cores mais acentuadas;· Tinta com alta capacidade de secagem;· Imagem transferida para cilindro através de um filme (rotofilme);· Próprio para trabalhos de alta tiragem, como revistas e embalagens;· Toda área de imagem é reticulada, inclusive as letras.

TRABALHOS MAIS COMUNS QUE PODEM SER FEITOS PELA ROTOGRAVURA:· Revistas, rótulos, embalagens e serviços de grandes tiragens.

TampografiaA tampografia é um processo de impressão por transferência indireta de tinta, a partir de um clichêgravado com a imagem a ser impressa em baixo relevo. A tinta é depositada nas áreas em baixorelevo e em seguida, um tampão, que é uma almofada de silicone, retira a tinta do clichê trans-ferindo-a para um suporte. É um processo de impressão apropriado para trabalhos de baixa ou nomáximo média tiragem. Tem uma pouca cobertura e não é apropriado para imprimir em papéis etecidos, sendo utilizado apenas para peças que têm pequenas áreas a serem impressas.

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CARACTERÍSTICAS:· Processo com matriz encavográfica indireta;· Oferece maior definição e precisão em traços e linhas finas;· Ótimo processo para imprimir em superfícies cilíndricas, curvas ou planas, regulares ou irregulares;

· Imprime em qualquer superfície e vários tipos de materiais;· Pode imprimir em 4 cores numa mesma máquina;· Pode imprimir em diversos suportes como plásticos, couro, borrachas, vidros, metais, etc...

· Imprime em áreas muito pequenas com precisão e qualidade.

TRABALHOS MAIS COMUNS QUE PODEM SER FEITOS PELA TAMPOGRAFIA:· Brindes como canetas, cinzeiros, relógios, brinquedos, etiquetas, apare - lhos eletrônicos, instrumentos de medição e peças como termômetros, câmaras, telefones, etc...

FotocopiadorasEste processo de reprodução, não necessariamente um "processo de impressão", foi patenteadopor Chester Carlson em 1937, com o nome de eletrofotografia, que, teoricamente, poderia repro-duzir documentos com certa qualidade. Em 1938 Chester conseguiu a primeira cópia eletrográfica,mas só a partir de 1947, depois de negociar os direitos com uma empresa parceira, o primeiroequipamento de xerografia chegou ao mercado, por volta de 1950.

A imagem, presente em um original físico, é projetada através de lentes e espelhos sobre um cilin-dro metálico carregado de eletricidade estática e a parte clara do ori ginal reflete luz para o cilindro,fazendo com que sua carga seja dissipada. A parte do cilindro referente à imagem escura do originalpermanece carregada e atrai o tonner que se prende a uma folha de papel. A imagem então é fixadasobre o papel por aquecimento e pressão.Com a evolução das tecnologias digitais, estes equipamentos foram adaptados para ter um comandopor sistemas digitais, reproduzindo as imagens a partir de arquivos gerados pelos softwares uti-lizando, inclusive, as tecnologias dos raios "laser", que levam as informações a serem impressaspara o cilindro magnetizado, criando áreas com cargas elétricas nos pontos onde as imagens serãoformadas. Existem equipamentos que imprimem a cores, utilizando quatro cartuchos de tonnercom as cores CMYK, não tendo condições de imprimir imagens com cores especiais.

Impressão DigitalExistem diversos equipamentos de impressão digital, com tecnologias diferenciadas, inclusiveaquelas evoluídas dos processos eletrográficos. Geralmente são utilizadas para trabalhos de baixatiragem, apresentando assim um menor custo, mais acessí vel para as pequenas empresas.

A impressão digital se caracteriza por ser um processo de impressão feito diretamente dos arquivosdigitais gerados por programas gráficos, onde não existem matrizes físicas, como nos outrosprocessos de impressão. As matrizes existem, mas são geradas a cada passada do papel e são digi -tais, ou seja, formadas por um determinado número de "bits", de acordo com o que foi programadono arquivo digital.

É preciso ter atenção ao utilizar a impressão digital, pois existem diversos tipos de máquinas eformatos disponíveis no mercado, com limitações de gramaturas de papel e qualidades diferen -ciadas de impressão que, de modo geral, são sempre utilizadas para baixas tiragens. As mais co-muns são:

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MATRICIAL: Impressoras que funcionam imprimindo a partir de agulhas que "batem"em uma fita com tinta que, por sua vez, entra em contato com o suporte transferindopara este a imagem programada. Foram as primeiras impressoras digitais a chegar aomercado, com baixa qualidade de impressão, mas que ainda hoje são muito utilizadasem produtos como extratos bancários gerados por caixas eletrônicos, notas fiscais, reci-bos e comprovantes fiscais fornecidos por lojas e diversos outros tipos de estabeleci-mentos.

JATO DE TINTA: São as mais comuns e mais utilizadas na atualidade, tanto para usoprofissional quanto para uso doméstico, oferecendo imagens de boa qualidade e custosrelativamente baixos. Imprimem utilizando as cores CMYK e não conseguem imprimircores especiais, sempre a partir de tintas líquidas a base de água, acondicionadas emcartuchos que são substituídos ou reabastecidos. Este sistema é chamado de "jato detinta" porque trabalham com a aspersão de jatos de tinta, de todas as cores ao mesmotempo, nas áreas de grafismo do arquivo sobre o suporte. Atualmente existem equipa-mentos que imprimem utilizando folhas planas e folhas em bobinas, em tamanhos vari-ados e até com mais de 4 cores, chegando a ter até 8 tipos de cores para conferir umamelhor qualidade às imagens impressas.

LASER: Impressoras onde os dados das imagens são enviados para um cilindro e umfeixe de raios laser gera cargas de eletricidade estática em algumas partes deste cilindro.Depois o cilindro passa por um reservatório de tonner, onde as partes com cargas elétri-cas o atraem, formando a imagem a ser impressa. Em seguida, a imagem é prensadacontra o papel e o tonner é transferido para ele gerando a página impressa. Além de im-pressoras a laser em preto&branco, existem também as coloridas, que usam quatrocores de tonner - CMYK - para conseguir cores perfeitas.

As impressoras a laser oferecem uma excelente qualidade de impressão e são muitomais rápidas, mas têm um custo maior de aquisição, embora o custo de cada página im-pressa seja consideravelmente inferior que outros tipos de impressoras.

TÉRMICAS: Processo de impressão onde as imagens são transferidas para o papel atravésde uma aplicação de calor em fitas impregnadas de cera ou resina coloridas, onde o caloramolece a cera e transfere a imagem para papéis especiais. É um processo de impressãocom tecnologia de ponta e as impressoras térmicas são consideradas as mais avançadas,proporcionando cores vivas e saturadas, com um grande realismo e qualidade fotográficana reprodução de imagens em tonalidades contínuas.

Este processo é conhecido no mercado como "Dye Sublimation", onde a tinta é aquecidaaté o ponto de sublimação - termo químico para designar a passagem de uma substânciadiretamente do estado sólido para o estado gasoso. As impressoras por transferência tér-mica têm uma velocidade re lativamente lenta e os equipamentos, bem como seus in-sumos, são consi derados de alto custo e por isso são utilizados para impressos de baixaquantidade, como layouts para apresentação de campanhas e projetos que exigem umaótima qualidade.

IMPRESSÃO DE DADOS VARIÁVEIS: Este não é bem um processo de impressão, mas umtipo de sistema de impressão digital, que permite fazer impressões personalizadas uti-lizando informações armazenadas em um banco de dados. O layout do documento é en-viado e processado apenas uma vez pelo sistema controlador de impressão e a partir daí,apenas os dados variáveis serão enviados e transferidos a cada impressão para o suporte.A impressão com dados variáveis utiliza máquinas digitais e software específico, im-

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primindo dados como códigos de barra, etiquetas ou apenas nomes de clientes, per-mitindo personalizar cada parte de um docu mento.

É uma excelente ferramenta de marketing utilizada em impressão de malas diretas, re-latórios financeiros, extratos e endereçamento de envelopes, colocando o nome de quemestá recebendo a correspondência, persona lizando assim a comunicação. É muito uti-lizado por bancos, lojas de departamento, empresas de cartões de crédito e agências quetrabalham com campanhas de marketing para clientes.

Sistema DTP (Direct to Print)Com a evolução tecnológica dos equipamentos gráficos, chegaram ao mercado as máquinas off-set denominadas DIGITAL, que não requerem a utilização do FOTOLITO ou seja, a imagem étransferida diretamente do arquivo para a impressora, sem utilizar os sistemas "CtF" ou "CtP" naPré-impressão. A imagem é transferida diretamente para a máquina, que possui uma matriz es-pecífica que a transfere para a borracha, que por sua vez imprime a imagem no papel. Estes equipa-mentos imprimem somente a 4 cores, utilizando a escala CMYK, e não conseguem impri mir coresespeciais.

Atualmente as máquinas existentes no mercado se limitam a imprimir trabalhos até o formato 4(aproximadamente duplo ofício), mas em breve estarão chegando os equipamentos capazes de im-primir até o formato 2 (aproximadamente 4 folhas ofício). O processo não tem limite para tiragense pode imprimir em diversos tipos de papéis.

Existem, ainda, diversas outras formas de se imprimir uma imagem sobre um papel, como a im-pressão conhecida como Relevo Americano, o Hot-Stamping, a Holografia e o Relevo Seco,processos muito utilizados para dar um acabamento mais nobre aos produtos gráficos e que vamosestudar junto com os processos de acabamento.

3. ACABAMENTO. O ENOBRECIMENTO DE UM PRODUTO GRÁFICOChamamos acabamento, o conjunto de operações que são realizadas após a impressão e que dãoao impresso a sua apresentação definitiva. É um setor ou departamento de uma indústria gráficaque desenvolve a última etapa da produção de uma peça gráfica, realizando vários serviços paradeixar o produto gráfico pronto para ser consumido.

Certos impressos são entregues abertos, em folhas, e têm um acabamento simples. Outros possuemum volume de acabamento maior, como os folderes, prospectos, catálogos, jornais, revistas, etc...Alguns são montados em "cadernos", como os livros, necessitando de colas, costuras, gramposou diversos outros serviços.

A grande maioria dos serviços de acabamento é feito por máquinas, operadas por funcionários quecontrolam o fluxo e a qualidade dos trabalhos de forma que possam deixar a peça pronta para serentregue ao cliente. Os principais serviços de acabamento são:

Refilamento:São os cortes feitos na folha impressa para retirar o excesso de papel nos quatro lados, que sãonecessários na impressão. O refilamento é feito por uma guilhotina, com capacidade de cortar so-mente cortes retos. Todos os trabalhos gráficos são refilados pois são sempre impressos com papelmaior que o tamanho final. Existem máquinas que fazem o refilamento em 3 lados ao mesmotempo, um tipo de acabamento utilizado para revistas e livros. Estes equipamentos são conhecidoscomo "guilhotina trilateral" e geralmente são acopladas nas máquinas de acabamento que dobram,intercalam, alceiam e grampeiam, em linha, as peças.

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Vinco:São as marcas feitas no papel que servem para orientar as dobras, contibuindo para que elas fiquemretas, evitando que o papel se quebre. Geralmente os vincos são utilizados em papéis com espes-suras maiores. Papéis mais finos não necessitam de vinco para dobrar, mas os papéis mais grossosnão podem ser dobrados sem o vinco, pois se quebram nesta operação.

Dobra: Existem dobras “simples”, “paralelas”, “cruzadas” ou “sanfonadas” e podem ser feitas à mão oupor máquinas denominadas "dobradeiras", agilizando o acabamento das peças. Alguns trabalhostêm dobras simples, mas outros, como os livros, por exemplo, são impressos em "cadernos", comvárias páginas numa mesma folha de impressão, que precisam ser dobradas para, posteriormenteserem juntadas para formar o livro com a paginação na ordem correta.

Exemplos dos tipos mais comuns de dobras:

Alceamento:Alcear é juntar ou sobrepor cadernos, um sobre o outro, para formar um livro ou revista completos,quando impressos em diversos cadernos. O alceamento é feito por máquinas alceadeiras, que colo-cam os cadernos em ordem para receberem o grampo ou a costura e assim, ficarem na posição epaginação correta.

Corte Especial:É um acabamento utilizado em peças onde os cortes não são retos, feitos por uma guilhotina, enecessitam de uma faca especial, com lâminas de corte, capazes de executar cortes em curvas, re-dondos ou irregulares.

Corte e Vinco:É uma expressão utilizada para determinar um acabamento de peças que precisam ter cortes ir-regulares (que não são retos e não podem ser feitos por uma guilhotina) e ainda que precisam serdobradas, necessitando da marca denominada vinco. É um acabamento utilizado em embalagens,como caixas de remédios, alimentos, produtos de higiene e beleza, etc...

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Dobras simples:Dobras sanfonadas:

Dobras paralelas: Dobras cruzadas:

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Meio Corte:Este acabamento é muito utilizado em adesivos, com uma faca de corte mas que, na sua execução,apenas a parte de cima do adesivo é cortada. Um exemplo mais comum deste tipo de acabamentosão as etiquetas, encontradas em vários tamanhos e fornecidas numa folha base A4 com aplicaçãode “meio-corte”. Assim, na medida que o usuário necessita, ele vai retirando as etiquetas da folhabase.

Grampo: Acabamento muito utilizado para revistas, onde a capa é grampeada nas páginas do miolo. Existemduas formas que são mais comuns de grampear. A primeira é chamada de "grampo a cavalo", ondeos grampos são colocados na lateral, como nas revistas, por exemplo. A outra forma é colocar ogrampo na frente das folhas, geralmente do lado esquerdo, como nos talões de cheque.

Colagem:São acabamentos necessários quando os produtos gráficos necessitam de colas, em diversas for-mas, como por exemplos em blocos ou ainda em envelopes, em lombadas de produtos com muitaspáginas, como livros, catálogos, etc...

Costura:Acabamento geralmente utilizado em livros, onde os cadernos são costurados antes de receber acapa dura.

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Embalagens com corte e vinco:

Facas para corte e vinco:

Grampo canoa ou a cavalo:Grampo em talão:

Lombada com costura:

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Espiral:Acabamento muito utilizado em agendas, cadernos, apostilas, etc... onde a capa e o miolo sãounidos por um fio de arame em formato de espiral. Existem equipamentos que colocam a espiralde arame e equipamentos que colocam espirais de plástico.

Intercalação:Termo utilizado quando a peça requer sobrepor uma folha à outra para ficar na seqüência de nu-meração correta, como por exemplo em blocos ou talões de nota fiscal, onde as folhas são impres-sas separadamente e "intercaladas" antes de serem coladas ou grampeadas.

Plastificação:Acabamento muito utilizado em capas de catálogos, livros, folderes, etc..., onde a peça recebeuma camada de plástico, em toda a sua superfície, que lhe confere proteção e resistência ao manu-seio, proporcionando ainda uma maior durabilidade ao produto. É um acabamento muito utilizadoem caixas com o objetivo de garantir uma proteção quanto à umidade e à água, para embalagensde alimentos que precisam ser armazenados ou expostos em um freezer, por exemplo.

Verniz total:Revestimento com um verniz UV (Ultra Violeta), que é colocado em toda a superfície da peça,em um ou ambos os lados, conferindo-lhe além de maior proteção, bri lho e resistência ao manu-seio.

Verniz localizado:Tipo de acabamento utilizado em peças gráficas, onde apenas determinadas partes da peça recebemo verniz UV (Ultra Violeta), brilhante, localizado em uma imagem, uma foto ou um título. É tam-bém chamado de "verniz com reserva", pois se reserva uma área na peça para receber o verniz.

Laminação fosca:Acabamento onde a peça recebe uma lamina sem brilho, em toda a sua extensão, na frente ou emambos os lados, proporcionando uma aparência aveludada ao papel, deixando-o com mais sofisti-cação, nobreza e resistência.

Acabamento texturizado:Acabamento onde a peça recebe texturas em sua superfície, de diversas formas. Estas texturasapre sentam relevos sensíveis ao tato, como, por exemplo, gotículas de orva lho, ou de gelo em umafruta, o que valoriza muito as peças gráficas que recebem este tipo de acabamento.

Acabamentos especiais feitos com máquinas de impressão:Alguns tipos de acabamento são feitos em máquinas de impressão e na verdade, não são mesmoserviços de acabamento e sim de impressão, mas são referenciados no mercado gráfico e utilizadoscomo "um tipo de acabamento" e com objetivos de conferir um melhor acabamento aos produtos,como é o caso do Hot-Stamping, Holografia, Relevo Seco e Relevo Americano. Estes serviços

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Acabamentos com espiral redondo:

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são realizados por máquinas de impressão tipográfica, às vezes, adaptadas para estes trabalhos.Independente de ser uma técnica de impressão ou acabamento, precisamos de informações sobreestes processos:

HOT-STAMPING: É um tipo de "impressão a quente" feita a partir de uma matriz (clichê)que é aquecida e, ao invés de usar tinta, utiliza uma fita com uma película termotrans-ferível que é fixada no suporte. Estas películas são brilhantes e metalizadas, encontradasem diversas cores como prata e dourado.

HOLOGRAFIA: Este tipo de impressão, utilizada para acabamento, pode ser feita tambémcom máquinas tipográficas, utilizando o mesmo princípio do hot-stamping, ou seja, sãoimpressões "a quente" a partir de películas que têm a capacidade de reproduzir imagensem três dimensões sob diferentes ângulos de visão espacial. A holografia é uma técnicarelativamente antiga, criada em 1948 que quer dizer "imagem inteira" (holo: todo +grafia: escrita), ou seja uma forma de guardar a imagem inteira, em três dimensões,dando noções de profundidade além das alturas, comprimentos e larguras, dependendodo ângulo de visão. É muito utilizada em produtos como cartões de crédito, bilhetes deshow, notas de dinheiro, pois são utilizadas como segurança contra falsificações e re-produções fraudulentas.

RELEVO SECO: Tipo de acabamento onde determinadas partes da peça, como uma letra,uma área ou uma imagem, que NÃO RECEBEM TINTA, passam por um processo de"prensagem", conferindo-lhe uma diferenciação de nível em relação ao restante do papel,ficando em alto ou baixo relevo, que pode ser percebido através do tato, ao manusear oimpresso com este tipo de acabamento.

RELEVO AMERICANO: É uma forma de impressão, utilizada também para dar um acaba-mento diferenciado no produto, onde as letras impressas pela tipografia, ficam em altorelevo, pois para sua impressão, é adicionado à tinta um material chamado de "breu"que, depois de passar por um processo de secagem "a quente", se expande e cria umrelevo brilhante nas áreas que receberam tintas, conferindo um belo acabamento nas le-tras. É uma técnica muito utilizada em cartões de visita, cartões de recomendação e con-vites de casamento.

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Parte 5

custos de produtos gráficos

Na relação entre Cliente/Agência ou Cliente/Free-lance, quando estão desenvol-vendo um trabalho de comunicação, a questão do custo é um dos pontos que maisaparece durante todo o processo. Desde a negociação até o momento de receberpelo serviço prestado, esta questão merece atenção para que se tenha sucesso nonegócio. Quando um cliente tem um problema de comunicação e solicita a pre-sença da agência, o atendimento faz o primeiro contato, levanta informações,elabora o brieffing e é a partir daí que se elaboram as ideias e a criação é feita.Em seguida é feito um layout que é apresentado para o cliente, para aprovação.

De modo geral, antes mesmo deste primeiro contato terminar, uma das perguntasmais comuns que o cliente faz é: "mas... quanto vai custar este trabalho?". E aresposta tem que ser precisa, para que o cliente autorize ou não a execução dosserviços. Normalmente, esta resposta é dada quando a agência apresenta o layout,para que, além de aprovar a ideia, o cliente tenha conhecimento e aprove tambémo valor que vai pagar pelo trabalho.

Nesta parte da apostila vamos estudar as formas de calcular o custo de um pro-duto gráfico e entender como se chega ao valor a ser cobrado do cliente para de-senvolver um produto de mídia impressa, já que a responsabilidade de levantaros custos e elaborar a proposta de preço é do profissional que está produzindo apeça.

1. QUANTO CUSTA PRODUZIR UMA PEÇA GRÁFICA?Para responder a esta pergunta, ou seja, informar ao cliente qual será o valor gasto para desen-volver um produto de mídia impressa, precisamos de algumas informações que são importantes.Em primeiro lugar, temos que entender que na comunicação impressa, as agências ou o profis-sionais free-lance prestam um "serviço", mas precisam entregar um "produto", ou seja, é precisocobrar pelos serviços e pelo produto que vamos entregar ao cliente.

Assim, é necessário entendermos que uma agência de publicidade ou um escritório de designtem estrutura e capacitação apenas para oferecer "serviços" de comunicação, como ter boasideias, criar textos e imagens, fazer os layouts e as artes finais, e que estes serviços são feitosinternamente. Mas para entregar o produto, precisa recorrer a terceiros, pois seu negócio não é"industrializar" este produto. E é levando em consideração este aspecto que a agência vai cobrarpelos serviços que presta, além de levantar os custos do que é preciso terceirizar para, assim,chegar ao valor a ser cobrado e elaborar uma proposta para seu cliente.

Uma agência é uma empresa prestadora de serviços de natureza intelectual e é responsável pelacriação de conteúdos que serão veiculados de forma impressa ou eletrônica, através de métodose técnicas publicitárias por ordem e conta de seus clientes, com objetivos de promover a venda

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de mercadorias, produtos, serviços ou imagens deste cliente. Para isso, a agência é remuneradade acordo com a le gislação vigente, que é controlada pelo CENP - Conselho Executivo dasNormas-Padrão.

O CENP é uma entidade que existe desde 1998 e foi criada pelo mercado publi citário para zelarpela observância das Normas-Padrão da Atividade Publicitária. Esta entidade é formada comrepresentantes de Agências de Propaganda, Anunciantes, Veículos de Comunicação e GovernoFederal e criou um documento básico que define as condutas e regras das melhores práticaséticas e co merciais entre os principais agentes da publicidade brasileira.

2. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DO PRODUTO GRÁFICOO valor total que se deve cobrar para desenvolver um produto gráfico é formado pela soma devários itens de custo, incluindo os serviços prestados pela agência, os va lores gastos comserviços de terceiros, o reembolso de despesas que a agência porventura efetuou para realizaro trabalho e ainda os honorários que a agência cobra para gerenciar e acompanhar os serviçosque ela contrata. Em alguns casos, entra nesta soma os va lores com a “veiculação”, como porexemplo nos outdoors, busdoors, empenas e, ainda, no caso de anúncios em jornais e revistas.

Portanto, a composição do custo final de um produto de mídia impressa é exatamente a somade cada um destes itens de custo, para se chegar ao valor total a ser cobrado do cliente. Estesitens são denminados da seguinte forma:

1- Custos Internos2- Custos Externos3- Reembolso de Despesas4- Honorários de Produção5- Custos de Veiculação

Vamos, então, descrever e definir cada um destes itens de custo para assim, estudar a formaçãodo preço de venda de um produto gráfico.

CUSTOS INTERNOS: Estes custos são cobrados pelas agências de publicidade, designers, estúdios ou profissionaisfree-lance para a concepção e editoração da peça, ou seja, é o que se cobra para realizar os"serviços" de comunicação que serão prestados ao cliente. Muitas agências denominam estescustos de "custos de criação", porque são os valores cobrados para remunerar o traba lho de cri-ação de texto, de layout, a preparação das imagens e a artefinalização da peça.

Estes custos são basea dos em tabelas de preços, que as agências elaboram, de acordo com suaestrutura e custos internos. As tabelas trazem os preços dos mais variados serviços de comuni-cação, para as mídias impressas e eletrônicas. Muitas vezes, estes custos de criação em umaagência são baseados na “Lista de Referência de Custos Internos”, que é elaborada por entidadesde classe, como o SINAPRO - Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de MinasGerais, e que é distribuída a seus associados. Esta lista é uma planilha com os valores refe -renciais utilizados pelas agências na apresentação de seus orçamentos ou estimativas de custosa seus clientes.

Algumas agências utilizam a metodologia de “dar um desconto” sobre a tabela do Sinapro,

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levando ainda em consideração seus custos fixos internos para, assim, elaborar suas própriastabelas de preços.

CUSTOS EXTERNOS:São todos os custos que as agências ou os profissionais de publicidade tem com os serviços con-tratados com os mais diversos tipos de fornecedores, ou seja, custos que são terceirizados paraque se possa executar os traba lhos dos clientes e/ou anunciantes, sob a supervisão da agência.

Estes custos, geralmente, são divididos em dois grupos: os custos para a produção das artes fi-nais e os custos com a produção gráfica dos trabalhos.

Custos de Produção de Arte:

De modo geral, para a construção do layout, não se investe muito, ou pelo menos, se investe omínimo possível, pois esta ainda é uma fase de rascu nho da peça gráfica. Normalmente, asima gens ilustrativas são conseguidas, para o layout, em bancos de imagem, que as disponibi-lizam, a custo zero, em baixa resolução. Ou ainda, estas imagens podem ser conseguidas uti-lizando-se quaisquer outros recursos, como cópias digitalizadas, xerox, desenhos, colagens,montagens, etc.

Mas, a partir do momento que o layout é aprovado pelo cliente, é necessário pro videnciar asimagens que serão utilizadas para ilustrar o produto. Estas imagens podem ser compradas nosbancos de imagem ou produzidas, contratando-se fotógrafos, estúdios ou ilustradores. Emambos os casos, os seus valores são computados neste item de custo para serem cobrados docliente.

Além disso, são considerados também neste item de custo, todas as despesas necessárias paraa viabilização da peça, como escaneamento em alta resolução, tratamento de imagens, cachêsde modelos ou ainda a contratação de outros profissionais fora do quadro das agências pararea lizar algum tipo de serviço.

Custos de Produção Gráfica:

São os custos com a industrialização da peça, cobrados pelas empresas que serão responsáveispela fabricação do produto gráfico. Quando a arte final está pronta, ela é encaminhada a umbirô de pré-impressão, onde são produzidas as provas, os fotolitos ou matrizes ou outrosserviços necessários para preparar as imagens para impressão. Outras vezes as artes são envia -das diretamente para uma gráfica, que irá realizar os serviços de pré-impressão, impressão eacabamento.

Normalmente, os custos para a fabricação dos produtos são faturados pelas gráficas ou birôsdiretamente para o cliente, depois que os produtos prontos passam pelo controle de qualidadedo departamento de produção gráfica da agência ou do profissional que está desenvolvendo eacompanhando a produção da peça.

REEMBOLSO DE DESPESAS:São os valores que as agências gastam a serviço do cliente e que são efetivamente comprovadase anotadas para serem reembolsadas, a preço de custo, sem a incidência de honorários ou comis-sões. São exemplos de despesas reembolsáveis as viagens, diárias em hotéis, transporte emtaxi ou outro tipo de condução, alimentação (almoços, lanches, etc), comunicação em geral,fotocópias, passagens aéreas, entre outros.

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HONORÁRIOS DE ACOMPANHAMENTO: É um valor cobrado pela agência, designer ou profissional de comunicação, que remunera otrabalho de acompanhamento e gerenciamento das etapas de produção de arte e produção grá-fica, além do controle de qualidade. Também é conhecida em algumas agências e pode serchamada de “Taxa de Serviços”, “Taxa de Acompanhamento” ou “Taxa de Produção Gráfica”.

Estes honorários se justificam pela responsabilidade que a agência tem de pesquisar opções deterceirização, buscando sempre a melhor relação entre qualidade, preço e agilidade dos fornece-dores de serviços auxi liares, bem como pelo acompanhamento e controle de todas as fases deprodução que serão executadas materialmente pelos fornecedores terceirizados.

Este honorários de acompanhamento são cobrados com base na lei 4.680 de 18 de junho de1965 e decreto 57.690/66, a partir de um percentual dos valores fa turados pelos fornecedores.Este percentual pode variar de agência para agência, mas conforme a lei, é permitida a cobrançade até 15% dos valores terceirizados sendo que estes valores são acrescidos aos demais custosque são cobrados dos clientes.

Esta taxa se justifica, ainda pelo know-how, a capacidade técnica e a experiência dos produtoresgráficos e profissionais que desenvolvem um trabalho de mídia impressa, e remuneram a agên-cia por seu trabalho de supervisão e acompa nhamento dos serviços de terceiros. Com isso elase co-responsabiliza com os fornecedores pelos prazos e pela qualidade dos serviços contrata-dos.

VEICULAÇÃO:Existem alguns trabalhos gráficos que necessitam de "veiculação", ou seja, precisam ser en-tregues a uma empresa responsável por publicá-los, como por exemplos os anúncios de revistaou jornal, que são desenvolvidos com as mesmas técnicas de um produto gráfico qualquer, masque não são fabricados em uma gráfica e sim, "vei culados" nos produtos revista ou jornal, comtodas as suas especificidades técnicas. Temos ainda produtos como os "outdoors", que depoisde impressos precisam ser veiculados por empresas especializadas neste serviço, que alugamos espaços públicos e se responsabilizam pela colagem e montagem.

Assim, em casos como estes (e existem outros), a veiculação se transforma em um item nacomposição de custo de um produto, mas nem sempre este trabalho - de le vantar os custos econtratar os veículos - é feito pelo produtor gráfico, e sim pelo Departamento de Mídia dasagências. Mas independente de quem executa este serviço, os valores com a veiculação sãopassíveis de honorários.

3. ORÇAMENTO DE SERVIÇOS GRÁFICOSUma das funções de um produtor gráfico em uma agência ou mesmo quando um profissionalfree-lance atende a um cliente, é levantar os custos de produção para, somados aos outros cus-tos, se chegar ao valor que será cobrado do cliente. Para isso é de fundamental importância ocontato com os fornecedores para "orçar" o trabalho e posteriormente comprar os serviços grá-ficos.

Para fazer um orçamento em uma gráfica, existem algumas informações que são essenciaispara que ela elabore o custo da peça e, quanto mais detalhadas estas informações, menor é achance de erros. Estas informações são chamadas de "especificações técnicas" que veremosdetalhadamente mais a frente. De modo geral são feitos vários orçamentos - pelo menos três -

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pois as variações de preços nas gráficas podem ser muito grandes. Estes orçamentos podemser solicitados por fax, e-mail ou até pessoalmente, mas o mais importante é que todas as in-formações sejam passadas POR ESCRITO e devemos, também, exigir que as gráficas retornemseus orçamentos também POR ESCRITO, para evitar problemas futuros. Em alguns casos nãoexiste a necessidade de enviar o layout para a gráfica, mas em outros, ele é impres cindível,também com o objetivo de evitar erros nos cálculos. E ainda, é muito importante que o produtorgráfico ou profissional de comunicação conheça a capacidade de produção da gráfica que estáorçando o trabalho, para não ter surpresas no momento da compra ou do cumprimento dos pra-zos estabelecidos.

4. PORTE E TIPOS DE INDÚSTRIAS GRÁFICASUma das coisas mais importantes na produção de uma peça de mídia impressa é a escolha dagráfica que irá executar o trabalho. Dela depende a qualidade dos produtos que serão entreguesao cliente e a escolha estará diretamente ligada ao tipo de trabalho e ao tipo de gráfica. Trabalhos mais simples podem ser feitos em gráficas mais simples. Trabalhos mais sofisticadosdevem ser encaminhados a gráficas maiores, que teoricamente têm mais recursos. Existem grá-ficas de portes diferentes, como já vimos no início desta apostila, que prestam serviços comuma qua lidade compatível aos seus equipamentos e à equipe de funcionários que possuem. In-dependente da gráfica escolhida, o ideal é solicitar os orçamentos POR ESCRITO, com todasas informações registradas, para evitar problemas futuros no momento de encomenda do tra-balho.

5. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICAPara uma gráfica fornecer o orçamento de um trabalho, não é necessário que se envie a ela olayout ou protótipo da peça, a não ser que esta peça tenha um tipo de acabamento muito especiale diferenciado do que habitualmente é utilizado no mercado. O mais importante, para um orça-mento preciso e que não tenha margem de erros, é a sua especificação técnica, que deve serfeita pelo designer, agência ou profissio nal que está desenvolvendo a peça. Esta especificaçãoconsiste em um determinado número de informações, que são os dados necessários ao cálculodo valor a ser cobrado pelo serviço. São eles:

PEÇA:O tipo de peça a ser produzida. Cartaz, folder, volante, livro, revista, panfleto, flyer, jornal, folheto, convite, etc...

TÍTULO:Para identificar corretamente a peça quando necessário. De modo geral, o título de umapeça é a sua chamada principal ou a frase que tem maior destaque na frente, em termosde tamanho, por exemplo.

TIRAGEM:É a quantidade de peças a serem produzidas: 1.000, 5.000, 10.000, etc...

NÚMERO DE CORES:Quantas cores serão utilizadas, na frente e no verso, sempre utilizando a convenção 1x1,4x2, etc...

TAMANHO FECHADO:É o tamanho final da peça, em centímetros, depois de fechada

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Apostila deProduçãoGráfica2013

TAMANHO ABERTO:É o tamanho exato do papel, em centímetros, considerando a peça aberta

FORMATO:É o formato gráfico da peça, determinado por um número (F4, F8, F12, etc...) e que corresponde ao número de peças que a folha padrão comporta.

PAPEL:Nome e gramatura do papel a ser utilizado e, se possível, o fabricante.

FOTOLITO (CTF):Determinar se será fornecido pela agência ou a gráfica deve incluir no orçamento oumesmo se o trabalho for feito pelo sistema CtP (Computer to Plate).

ACABAMENTO:Indicar quais acabamentos serão feitos, como refile, dobra, cola, grampo, picote, cortee vinco, verniz, plastificação, entre outros.

O mais importante numa especificação técnica é que as informações fiquem claras, transpa -rentes e não possibilitem o surgimento de dúvidas que possam gerar problema durante oprocesso de produção de um produto gráfico.

6. A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE PREÇOAntes de iniciar um serviço de comunicação, e para responder a pergunta "mas... quanto vaicustar este trabalho?" as agências, designers ou profissionais free-lance elaboram uma propostade preços, que é encaminhada ao cliente para aprovação ou não. É um momento de negociaçãoonde a proposta deve apresentar todos os itens que serão gastos para se chegar ao valor totalque está sendo cobrado.

As propostas precisam ser bem redigidas e bem formatadas, para que fiquem de fácil entendi-mento. Devem ser elaboradas em um papel carta com a marca da agência, trazendo a data emseu início. É importante que apresentem o nome e endereço do cliente e sejam encaminhadasa uma pessoa específica, que solicitou o serviço e/ou responde pelo cliente. Muitas vezes aspropostas funcionam como contratos que estabelecem, além de valores, regras como prazos deentrega, prazos de pagamento e responsabilidades das partes.Uma proposta deve ser clara e objetiva, e apresentar todos os dados de forma transparente,para que o cliente não tenha a menor dúvida do que vai pagar pelo serviço que está comprando.Deve apresentar sempre a especificação do produto, conforme combinado anteriormente como cliente, no momento que o atendimento levantou as informações sobre as suas necessidades.É importante que a proposta apresente a especificação porque o valor que está sendo cobradose baseou nesta especificação, ou seja, qualquer alte ração que seja feita pelo cliente, significaráalteração no valor cobrado pelo serviço. E é importante também que ela apresente, além dosvalores dos itens de criação, produção de arte, produção gráfica e honorários de acompa -nhamento, a sua soma, com o valor total do serviço.

E, para finalizar, uma boa proposta deve trazer um texto de encerramento, além de informaçõesadicionais como prazos de entrega, condições de pagamento e quaisquer detalhes que são im-portantes para não deixar dúvidas ao cliente. É extremamente importante que a proposta venhacom o nome e seja assinada por algum representante da agência.

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Uma proposta, bem elaborada e transparente, ajuda a agência, designer ou profissional free-lance a ter mais credibilidade junto a seu cliente e, certamente, aumentar o grau de confiabili-dade entre as partes que estão fazendo um negócio.

E esta proposta deve vir sempre assinada e acompanhada dos orçamentos das gráficas e/ou em-presas parceiras no desenvolvimento do produto gráfico em questão. Veja, no final destaunidade, alguns modelos de Propostas de Preço.

7. BONIFICAÇÃO POR VOLUME - BVO BV - Bônus por Volume ou Bonificação por Volume é o pagamento que os veículos fazemàs agências de publicidade pelo volume de veiculação de anúncios indicados por ela para seusclientes. É uma espécie de plano de fidelização.

Esta prática surgiu na década de 1960 e foi criada pela TV Globo sendo adotada posteriormentepela maioria dos veículos de comunicação como rádios, jornais, revistas, produtoras de vídeoe, mais tarde acabou chegando nas indústrias gráficas.

As agências de publicidade controlam uma fatia muito grande da verba de publicidade que e -xi s te no mercado da comunicação e os veículos pensaram na criação do BV como uma formade fidelizar seus clientes e garantir faturamento. Assim, oferecem um "bônus", que nada maisé que um comissionamento para que os veículos sejam inseridos nos planos de mídia elaboradospelas agências e, quanto maior o vo lume, maior os valores repassados às agências como "BV".Pela legislação vigente, o percentual que os veículos oferecem às agência é de 20% sobre ofaturamento para a agência, em nome e por conta de seus clientes.

No caso específico do setor gráfico, os valores são pagos a cada serviço que a agência repassapara a gráfica, com percentuais que variam de 5% a 20%. Quem determina o valor do BV é aagência ou o profissional de comunicação, no momento que solicita o orçamento. Em muitoscasos, as próprias gráficas, ao serem consultadas, já se informam se um determinado trabalhoterá ou não o BV, além do percentual desejado, pois certamente a gráfica embute este valor noorçamento que será fornecido ao cliente.

As gráficas pagam o BV de duas formas, basicamente. A primeira é em forma de desconto,quando a própria agência paga a fatura (após ter recebido do cliente) e ganha um descontoequivalente ao valor estabelecido como BV no orçamento. A outra forma é, caso o trabalhoseja faturado diretamente para o cliente, e depois de quitado na gráfica, esta repassa o percentualcombinado para a agência, a partir de um recibo dando quitação ao BV estabelecido no orça-mento. Neste negócio entre a gráfica e a agência, é muito comum a omissão do BV para ocliente, que, grande parte das vezes não fica sabendo nem toma conhecimento desta prática eque acaba sendo arriscada, podendo inclusive comprometer o relacionamento entre o cliente ea agência que o atende.

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8. EXEMPLOS DE MODELOS DE PROPOSTAS DE CUSTO

Apresentamos um exemplo de Proposta de Preço para a criação e produção de um flyer para aPUC Minas, elaborada pela Agência Prograf.

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Belo Horizonte, ___ de ____________ de _______

ÀPUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisSecretaria de Comunicação SocialAv. Dom José Gaspar, Nº 500 - Coração EucarísticoAtenção de: Prof. Mozahir Salomão Bruck

Prezados senhores,

Conforme sua solicitação, estamos apresentando nossa Estimativa de Preços para a criação e produção dotrabalho especificado a seguir:

Peça: Volante Título: Vestibular PUC MinasTiragem: 30.000 Nº de Cores: 4x4 Tamanho: 15x21 cmPapel: Couchê liso 120g Acabamento: Refilamento

1- Custos Internos- criação, layout e finalização............................................................. R$ 2.077,00

2- Custos ExternosPara Produção de Arte:- Foto adquirida banco de imagens............... R$ 680,00- Tratamento da foto...................................... R$ 400,00............... R$ 1.080,00

Para Produção Gráfica- Pré-impressão - CTP e Prova..................... R$ 960,00- Impressão e acabamento............................ R$ 3.428,00............... R$ 4.388,00

3- Honorários de Acompanhamento15% sobre os custos externos.......................................................... R$ 820,20

Valor Total............................................................................................................... R$ 8.365,20

Os custos de criação são baseados na tabela de referencia do Sinapro e os custos externosbaseados nas consultas feitas aos fornecedores, conforme orçamentos anexos nesta proposta.

Sem mais para o momento, aguardamos a aprovação desta proposta.

Atenciosamente.

Fulano de TalAtendimento

prografAgência de Produção Gráfica

Av. Afonso Pena, Nº 678, Sala 1205 • Tel.: 3267-6309 • Centro • Belo Horizonte • MG

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Apostila deProduçãoGráfica2013

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Nesta página apresentamos o mesmo exemplo de Proposta de Preço para a PUC Minas, porém, redigido de forma diferente.

Belo Horizonte, ___ de ____________ de _______

ÀPUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisSecretaria de Comunicação SocialAv. Dom José Gaspar, Nº 500 - Coração EucarísticoAtenção de: Prof. Mozahir Salomão Bruck

Prezados senhores,

Estamos encaminhando nossa Proposta de Preços para a criação e produção 30.000 volantes “VestibularPUC Minas”, impressos em offset, a 4x4 cores, em papel couchê liso 120g, refilados nos 4 lados.

- Criação, layout e arte-finalização.......................................................... R$ 2.077,00

- Foto adquirida banco de imagens.......................................................... R$ 680,00

- Tratamento da foto acima...................................................................... R$ 400,00

- Serviços de Pré-impressão - Gráfica Tamoios...................................... R$ 960,00

- Serviços de Impressão e acabamento.................................................... R$ 3.428,00

- Honorários de Acompanhamento 15% sobre os custos externos.......... R$ 820,20

Valor Total............................................................................................................... R$ 8.365,20

Informamos que os custos internos são baseados em nossa tabela de preços e os custos externos conforme orçamentos anexos feitos junto aos fornecedores.

Sem mais para o momento, aguardamos a aprovação desta proposta.

Atenciosamente.

Fulano de TalAtendimento

prografAgência de Produção Gráfica

Av. Afonso Pena, Nº 678, Sala 1205 • Tel.: 3267-6309 • Centro • Belo Horizonte • MG

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Apostila deProduçãoGráfica2013

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Nesta página apresentamos o exemplo de uma Proposta de Preços para omesmo cliente, mas para um produto que tenha custo com veiculação e queos honorários de acompanhamento tenham a taxa de 10%.

Belo Horizonte, ___ de ____________ de _______

ÀPUC Minas - Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisSecretaria de Comunicação SocialAv. Dom José Gaspar, Nº 500 - Coração EucarísticoAtenção de: Prof. Mozahir Salomão Bruck

Prezados senhores,Estamos apresentando para esta instituição nosso orçamento para a criação, produção e veiculaçãode 80 peças de “busdoor” para a campanha “Vestibular PUC Minas”, impresso a 4 cores,para veiculação nas linhas de coletivo da capital, conforme planejamento publicitário em anexo.

1- Custos Internos- criação, layout e finalização................................................................ R$ 3.195,00

2- Custos ExternosPara Produção de Arte:- Foto a cores incluindo produção................. R$ 1.800,00- Escaneamento e tratamento de foto............ R$ 920,00- Cachê para modelo fotográfico................... R$ 850,00

Para Produção Gráfica- prova para revisão...................................... R$ 840,00- Impressão e acabamento............................ R$ 12.780,00........... R$ 17.190,00

3- Reembolso de despesas- Motoboy................................................... R$ 320,00- Cópias xerox............................................ R$ 36,00- Aluguel de Van para produção de foto.... R$ 1.680,00............... R$ 2.036,00

4- Veiculação por 15 dias........................................................................................ R$ 32.000,00

5- Honorários de Acompanhamento10% sobre os itens 2 e 4................................................................... R$ 4.919,00

Valor total................................................................................................................ R$ 59.340,00

Informamos que os custos com produção e veiculação serão faturados diretamente pelos fornecedores,conforme orçamentos que estamos anexando. A validade destes preços é de 10 dias e caso seja aprovada,o faturamento será em 30 dias após a entrega dos serviços.

Sem mais para o momento, subscrevemo-nos,

atenciosamente.

Fulano de TalAtendimento

prografAgência de Produção Gráfica

Av. Afonso Pena, Nº 678, Sala 1205 • Tel.: 3267-6309 • Centro • Belo Horizonte • MG