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NOÇÕES DE MINERALOGIA E PETROGRAFIA Notas de aula do Professor Franklin Antunes PUC-RIO, gentilmente cedidas para uso dos alunos do curso de Engenharia de Produção Civil do CEFET-PR

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Page 1: Apostila Prof Franklin - PUC RIO

NOÇÕES DE MINERALOGIA E

PETROGRAFIA

Notas de aula do Professor Franklin Antunes

PUC-RIO,

gentilmente cedidas para uso dos alunos do

curso de Engenharia de Produção Civil do

CEFET-PR

Curitiba, março de 2000

CEFET-PR

Page 2: Apostila Prof Franklin - PUC RIO

SUMÁRIO

MINERALOGIA E PETROGRAFIA

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 03

CAPÍTULO II – ESTUDO DO MAGMA ............................................................................................ 10

CAPÍTULO III – ESTUDO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS ................................................................. 11

CAPÍTULO IV – ESTUDO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS .............................................................. 17

CAPÍTULO V – ESTUDO DAS ROCHAS SEDIMENTARES ................................................................ 19

ANEXO I – DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 21

ANEXO II - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS MAGMÁTICAS,

METAMÓRFICAS E SEDIMENTARES ............................................................................

23

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 31

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Page 3: Apostila Prof Franklin - PUC RIO

MINERALOGIA E PETROGRAFIA

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

Minerais são substâncias inorgânicas fisicamente homogêneas que se encontram naturalmente na crosta terrestre.

Rochas são agregados de minerais.A parte sólida da Terra é formada por minerais e rochas.Não devemos confundir minerais com rochas; pois as substâncias só recebem o nome de

minerais quando ocorrem isoladas. Podemos exemplificar assim: o quartzo quando ocorre isolado é simplesmente um mineral; quando ocorre associado ao ortoclásio, vai juntamente com este constituir uma rocha.

De um modo geral os minerais têm a terminação ita, como por exemplo: biotita, muscovita, fluorita, etc.

Os minerais são substâncias sólidas excetuando-se o mercúrio, e a água (para alguns autores).

Os minerais podem ocorrer na natureza sob a forma de poliedros convexos, caso as condições de formação sejam propícias, não sendo, no entanto, estas formas as mais comuns.

Os minerais podem ser substâncias cristalinas ou amorfas. São cristalinas aquelas que apresentam uma estrutura interna homogênea, isto é, os íons, átomos ou moléculas ocupam posições definidas. As substâncias amorfas apresentam estrutura interna desordenada, como ocorre na opala, limonita, etc.

A maioria dos minerais são substâncias cristalinas, tais como: quartzo, feldspatos, micas, turmalinas, etc.

Como dissemos acima, os minerais podem ocorrer sob formas poliédricas, sendo que todas estas formas são grupadas nos seguintes sistemas de cristalização: cúbico, hexagonal, tetragonal, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. Cada um destes sistemas engloba um certo número de formas poliédricas, sendo o sistema representado pela sua forma mais simples.

Os minerais e as rochas que formam a parte sólida da Terra podem ser de origem: magmática, metamórfica ou sedimentar.

I.1. ESTUDO DOS MINERAIS FORMADORES DAS ROCHAS

O nosso objetivo é estudar os principais tipos de rochas que se encontram na crosta. Sabemos que as rochas são formadas por minerais. Portanto, para que possamos estudar as rochas, se faz necessário que estudemos separadamente seus constituintes, isto é, os minerais.

O nosso estudo será simplesmente macroscópico, isto é, lançamos mão de uma série de propriedades apresentadas pelos minerais, como dureza, clivagem, cor, brilho, densidade, etc. Sendo o estudo microscópico dos minerais feito em microscópio polarizante através de suas propriedades óticas, tais como: índice de refração, pleocroísmo, ângulo de extinção, figuras de interferência, sinal ótico e outras. Ressaltando-se que é esse o meio mais correto e exato para se determinar não só os minerais, como também as rochas.

Vamos estudar as propriedades macroscópicas dos minerais que podemos lançar mão na prática para seu estudo.

1. DUREZA – é a resistência apresentada pelos minerais ao risco. A dureza relativa dos minerais é dada pela escala de Mohs. Nesta escala os minerais estão colocados em ordem crescente de resistência ao risco, sendo o talco e o diamante os minerais de menor e maior dureza, respectivamente.

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ESCALA DE MOHS 1. Talco

2. Gipsita3. Calcita4. Fluorita5. Apatita

6. Ortoclásio7. Quartzo8. Topázio9. Coríndon

10. Diamante

Quando não se tem a escala de Mohs, usa-se o seguinte método prático: os minerais de dureza 1 e 2 são riscados pela unha; os de dureza 3, 4 e 5 são riscados pelo vidro ou canivete e os de dureza 6, 7, 8, 9 e 10 riscam o vidro.

2. CLIVAGEM – um mineral apresenta clivagem quando se fragmenta segundo superfícies planas, chamadas superfícies de clivagem.

A clivagem pode ser:

Muito perfeita - Mica e calcitaPerfeita - FeldspatosDistinta - FluoritaIndistinta - Apatita

Há MINERAIS que possuem 1, 2, 3 e até 4 planos de clivagem. Quando o mineral não apresenta ao se fragmentar nenhuma superfície plana, dizemos que tal mineral só apresenta fratura.

3. FRATURA – há minerais que apresentam fraturas mais ou menos características como: conchoidal, em forma aproximada de concha; igual ou plana, quando a superfície, embora apresentando pequenas elevações e depressões, aproxima-se de um plano; desigual ou irregular, quando a superfície é totalmente irregular.

4. COR DO TRAÇO DO MINERAL – é uma característica importante, visto ser a cor do traço constante para uma determinada espécie mineral. Por exemplo, o quartzo pode ocorrer na natureza com cores diferentes, no entanto a cor do traço é constante, para todas as variedades.

Para se determinar a cor do traço do mineral, basta atritá-lo contra uma superfície de porcelana vitrificada.OBS.: a cor do traço do mineral deve ser efetuada usando-se superfície recém feita.

5. BRILHO – o brilho dos minerais pode ser: metálico, adamantino, vítreo, resinoso, perláceo, sedoso, etc.Na prática distinguimos os minerais de brilho comum e os minerais de brilho metálico.

6. COR – a cor, embora seja uma característica importante, não é decisiva na caraterização das espécies minerais. Este fato decorre de existirem na natureza minerais idiocromáticos e alocromáticos. Os minerais idiocromáticos apresentam cor constante como se observa nos minerais de brilho metálico. Nos minerais alocromáticos a cor é variável, isto é, uma mesma espécie mineral pode ocorrer com várias tonalidades. Em geral, existem várias tonalidades na composição do mineral, devido a causas de natureza física. Estes minerais quando puros são incolores ou acróicos. Podemos citar os seguintes exemplos:

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Fluorita Incolor, amarela, rósea, verde ou violeta.Turmalina Incolor (acroita), rósea (rubelita), verde (esmeralda brasileira), azul

(indicolita), preta (afrisita).Berilo Incolor, verde (esmeralda), azul – esverdeado ou azul (água

marinha), rósea (morganita), amarelo (heliodoro)

OBS.: Quando se vai observar a cor e o brilho dos minerais, deve-se usar uma superfície fresca, principalmente quando se trata de minerais de brilho metálico. Maiores detalhes das propriedades serão vistas nas aulas práticas.

I.2. MINERAIS CONSTITUINTES DAS ROCHAS

As rochas são constituídas por duas categorias de minerais, ou seja: minerais essenciais e minerais acessórios.

Os minerais essenciais são assim designados por serem aqueles que entram em porcentagens elevadas na composição das rochas, sendo eles os responsáveis pela classificação das mesmas. Os minerais acessórios ocorrem em pequenas porcentagens na constituição das rochas, não influindo na classificação das mesmas. Exemplo: uma rocha constituída de 50% de ortoclásio, 40% de quartzo, 5% de magnetita, 5% de turmalina, ilmenita, etc, apresenta como minerais essenciais o ortoclásio e o quartzo, e como minerais acessórios os demais.

Convém acentuar que os minerais encontrados na crosta sólida, formadores de rochas ou não, quimicamente são grupados da seguinte maneira: grupo dos silicatos, grupo dos sulfetos, grupo dos óxidos, grupo dos sulfatos, grupo dos carbonatos, grupo dos fosfatos, etc. Destes, são os silicatos os mais encontrados.

Desta forma, vamos estudar mais detalhadamente os minerais deste grupo, por se tratar dos constituintes essenciais das rochas.

I.3. ESTUDO DOS SILICATOS

A) ESTRUTURA – Os silicatos têm como unidade fundamental em sua estrutura cristalina tetraedros contendo silícios nos núcleos e oxigênio nos vértices. Estes tetraedros são unidos de várias maneiras, formando vários tipos de estruturas, desde as mais simples até as mais complexas.

Desta forma, os silicatos estruturalmente estão assim classificados:

A1 - Nesosilicatos Nos nesosilicatos os tetraedros SiO4, só estão unidos entre si por ligações iônicas. Como exemplos de minerais que possuem tal tipo de estrutura temos: olivinas, granadas, zirconita, titanita, fenacita, willemita, etc.

A2 - Sorosilicatos Os sorosilicatos se caracterizam por apresentarem em sua estrutura os tetraedros grupados dois a dois, unidos por um de seus vértices, sendo o oxigênio comum aos dois tetraedros. Como exemplos temos os minerais do grupo do epídoto.

A3 - Ciclosilicatos Nos ciclosilicatos os tetraedros formam cadeias fechadas de três, quatro ou seis tetraedros. Como exemplo temos: turmalina, berilo, crisocola, etc.

A4 - Inosilicatos Nos inosilicatos os tetraedros se unem formando cadeias indefinidas. Estas cadeias podem ser simples ou duplas. Como exemplo temos para os inosilicatos de cadeia simples os piroxênios e para os de cadeia dupla os anfibólios.

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A5 - Filosilicatos Nos filosilicatos os tetraedros estão unidos por três de seus vértices formando agregados laminares. Como exemplo temos: micas, talco, etc.

A6 - Tectosilicatos Nos tectosilicatos os tetraedros estão dispostos de maneira a formar uma rede tridimensional, em que cada oxigênio faz parte do tetraedro vizinho. Como exemplo temos: feldspatos, feldspatóides e quartzo. Em alguns tipos de estruturas, como nos tectosilicatos, além de tetraedros de silício, existem também tetraedros de alumínio (AlO4) fazendo parte da estrutura do mineral.

B) PRINCIPAIS GRUPOS DE SILICATOS

B1 Grupo dos feldspatosB2 Grupo dos anfibólios e piroxênios B3 Grupo das micasB4 Grupo da sílica (quartzo e calcedônica)B5 Grupo dos feldspatóidesB6 Grupo das olivinas

B1 – GRUPO DOS FELDSPATOS

Este grupo é o mais importante pela sua grande ocorrência na crosta terrestre , onde se encontra com a porcentagem de 60%, sendo um dos grupos de maior interesse petrográfico.

Quimicamente o grupo dos feldspatos pode ser dividido da seguinte maneira:

B11 – SÉRIE DOS FELDSPATOS POTÁSSICOS

Microclina - K (AlSi3) O8

Ortoclásio - K (AlSi4) O8

Sanidina - K (AlSi4) O8

Adulária - K (AlSi4) O8

Anortoclásio - (K Na) (AlSi4) O8

B12 – SÉRIE DOS PLAGIOCLÁSIOS

Albita - Na (AlSi3) O8

OligoclásioAndesina - (Na Ca) (AlSi4) O8

LabradoritaBitonitaAnortita - Ca (Al2Si2) O8

B13 – SÉRIE DOS BÁRIO - FELDSPATOS

Hialofana - (K Ba) (AlSi4) O8

Celciana - Ba (Al2Si2) O8

B11 – SÉRIE DOS FELDSPATOS POTÁSSICOS

Dos feldspatos potássicos, os de maior importância pela sua ocorrência são a microclina e o ortoclásio. Quimicamente são idênticos, porém cristalograficamente não. Ambos apresentam várias tonalidades como branca, vermelha, rósea e esverdeada. Macroscopicamente são de difícil distinção, embora o ortoclásio tenha ângulo de clivagem de 90º e a microclina de aproximadamente 89º.

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Ocorrem como minerais essenciais em rochas cristalinas claras, como granitos, gnaisses, pegmatitos, geralmente associados ao quartzo, exceto nos sienitos nefelínicos.

O anortoclásio apresenta em geral tonalidade incolor, ocorrendo em rochas vulcânicas, principalmente nas alcalinas.

A sanidina tem sua ocorrência restrita a rochas vulcânicas.A adulária tem também sua ocorrência restrita a certos xistos cristalinos.O anortoclásio parece ser formado de cristais mistos de albita e microlina.A adulária e sanidina são variedades do ortoclásio.

B12 – SÉRIE DOS PLAGIOCLÁSIOS

Os plagioclásios são misturas isomorfas de albita (Na2O(Al2O3)6SiO2) e anortita (CaO(Al2O3)2SiO2), isto é, estes dois minerais se misturam em todas as proporções, quer no estado sólido ou líquido, formando soluções sólidas homogêneas. De acordo com as proporções de mistura temos os seguintes minerais:

Albita - 0 a 10% de CaO(Al2O3)2SiO2

Oligoclásio - 10 a 30% de CaO(Al2O3)2SiO2

Andesina - 30 a 50% de CaO(Al2O3)2SiO2

Labradorita - 50 a 70% de CaO(Al2O3)2SiO2

Bitonita - 70 a 90% de CaO(Al2O3)2SiO2

Anortita - 90 a 100% de CaO(Al2O3)2SiO2

Os plagioclásios não podem ser distinguidos macroscopicamente. Os três primeiros, isto é, albita, oligoclásio e andesina são denominados plagioclásios

ácidos, por serem mais ricos em sílica, e os demais são plagioclásios básicos.Os plagioclásios são ligeiramente coloridos, transparentes e incolores. Quanto mais rico

em Ca for o plagioclásio, mais escuro ele será.Os plagioclásios básicos ocorrem como minerais essenciais em rochas eruptivas básicas,

como basalto, norito, gabro, etc.Os plagioclásios ácidos ocorrem como minerais essenciais em rochas intermediárias

como quartzo diorito, monzonitos, etc.

Na prática, para que possamos aproximadamente caracterizar os vários tipos de feldspatos, sem querer identificar as espécies, lançamos mão do seguinte:

Os feldspatos potássicos, principalmente o ortoclásio e a microclina, ocorrem em rochas cristalinas de coloração clara, exceto calcários e quartzitos.

Os feldspatos plagioclásios mais ricos em cálcio ocorrem em rochas eruptivas escuras associadas a minerais ferro-magnesianos, geralmente isentas de quartzo. Os feldspatos plagioclásios mais ricos em sódio ocorrem em rochas de coloração intermediária, associadas a minerais ferro-magnesianos, contendo algum quartzo.

B2 – GRUPO DOS ANFIBÓLIOS E PIROXÊNIOS

Este grupo de minerais, depois dos feldspatos, é o de maior importância petrográfica, compreendendo numerosas espécies.

Segundo Rankama Sahama, os piroxênios e anfibólios podem ser representados pelas seguintes fórmulas:

PIROXÊNIOS - R2Si2O6

ANFIBÓLIOS - R14(OH)4Si16O44

R pode representar os íons – Ca, Mg, Fe+2, Al, Fe+3, Ti, Li, Mn, Na, K, etc.

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São minerais escuros (verdes, castanhos, pretos), dificilmente diferenciados macroscopicamente.

Os piroxênios são mais comuns em rochas básicas (escuras) associados a plagioclásios ricos em cálcio; ao passo que os anfibólios são mais comuns em rochas de coloração média, associadas aos plagioclásios ricos em sódio.

É, no entanto, muito difícil distinguir macroscopicamente anfibólios e piroxênios. Somente o tipo de rocha pode nos dar alguma indicação prática, mesmo assim com certas reservas.

Alguns tipos de piroxênios:

Hiperstênio - (Mg Fe)2Si2O6

Augita - Ca (Mg, Fe, Mn)Si2O6- (Mg, Fe)Si2O6

+ (Al, Fe)2O

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Spodumênio - Li Al Si2O6

Enstatita - Mg2 Si2O6

Diopsídio - Ca Mg Si2O6

Aegerita - Na Fe Si2O6

Bronzita - (Mg, Fe)2Si2O6

No grupo dos anfibólios cita-se como representantes mais importantes a hornblenda, pargassita, tremolita, etc.

Os representantes mais importantes do grupo dos anfibólios e piroxênios são respectivamente hornblenda e augita.

B3 – GRUPO DA SÍLICA

Neste grupo é o quartzo (SiO2) o mineral de importância petrográfica, ocorrendo na natureza em várias tonalidades, recebendo nomes particulares para cada tipo de colorido.

O quartzo é constituinte comum em grande número de rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. É talvez o mineral mais comum nas rochas sedimentares, por ser um mineral, ou melhor, um dos minerais que mais resistem ao intemperismo. É comum nas rochas magmáticas ácidas, associadas a feldspatos alcalinos. Ocorre igualmente em gnaisses, xistos, quartzitos, arenitos, etc.

Na rocha onde se encontram quartzo e feldspato, desde que a granulação permita, não é difícil distingui-los. Isto porque o quartzo não apresenta planos de clivagem (superfícies planas ao se fragmentar) além de apresentar brilho vítreo característico.

B4 – GRUPO DAS MICAS

Os minerais do grupo das micas apresentam hábito laminar e um plano de clivagem basal, o que permite distingui-los dos demais minerais. As variedades mais comuns nas rochas são: muscovita, biotita, sericita, lepidolita e paragonita. Destas, vamos fazer alguns comentários sobre a muscovita e a biotita.

A muscovita é conhecida como mica potássica, sendo um silicato de alumínio e potássio. Apresenta várias colorações tais como cinzenta em placas, e ainda, avermelhada e verde. É incolor em lâminas delgadas.

Ocorre em rochas graníticas e em pegmatitos em grandes placas; em rochas metamórficas como gnaisses e micaxistos e ainda em rochas sedimentares.

A biotita é conhecida como mica ferro-magnesiana, apresenta coloração parda para negra. Ocorre em vários tipos de rochas magmáticas e metamórficas.

Tanto a muscovita como a biotita apresentam suas variedades.

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B5 – GRUPO DOS FELDSPATÓIDES

Os feldspatóides podem ser considerados representantes dos feldspatos alcalinos em rochas alcalinas.

No grupo dos feldspatóides vamos citar somente a leucita e a nefelita.A leucita é um silicato de alumínio e potássio e a nefelita, silicato de alumínio e sódio.Apresentam várias colorações tais como cinza, branca, rósea, podendo ser também

incolores.A leucita só ocorre em rochas vulcânicas recentes. A nefelita ocorre em rochas da

família dos sienitos nefelínicos.

B6 – GRUPO DAS OLIVINAS

Os minerais do grupo das olivinas são misturas isomorfas de forsterita (Mg2SiO4) e faialita (Fe2SiO4) e ainda faialita e tefroita (Mn2SiO4).

De acordo com as proporções das misturas, encontramos várias espécies em que os principais membros da série são a faialita, forsterita e tefroita. As principais olivinas podem ser representadas por (SiO4)MgFe, (SiO4)CaMg, (SiO4)FeMn.

Apresentam coloração verde oliva. Ocorrem como minerais essenciais nas rochas ultrabásicas como peridotitos e dunitos.

OBS.: os piroxênios, anfibólios, olivinas e a biotita, são conhecidos como minerais ferro-magnesianos.

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CAPÍTULO II - ESTUDO DO MAGMA

Magma é um corpo de material fundido que se encontra no interior da crosta em condições de alta temperatura e pressão.

Quimicamente o magma é composto por silicatos, óxidos metálicos e substâncias voláteis dissolvidas.

As substâncias voláteis recebem a denominação de mineralizadores como, por exemplo: vapor de água (predomina), CO, CO2, SO2, SO3, H2S, HCl, HF, Br, Bi, BO, W, As e outras.

Os mineralizadores desempenham papel importante durante a solidificação do magma, isto é, abaixam o ponto de fusão das substâncias, colhem e transportam metais e ainda formam depósitos minerais de origem magmática.

Cristalização fracionada – durante a solidificação do magma, os minerais não se cristalizam todos ao mesmo tempo, e sim em intervalos de temperatura entre 500 e 1500º C.

De acordo com Rosembusch, os primeiros minerais a se cristalizarem são aqueles formados por elementos pouco abundantes no magma. Estes constituem os minerais acessórios das rochas e se cristalizam na seguinte ordem: zirconita, magnetita, pirita, monazita, apatita, ilmenita, cromita e titanita. A seguir cristalizam-se os chamados minerais essenciais na seguinte ordem: minerais máficos – olivinas, piroxênios, anfibólios, biotita; minerais félsicos – feldspatos plagioclásios básicos e ácidos, feldspatos alcalinos muscovita e quartzo.

Ao fenômeno acima se denomina cristalização fracionada.

Diferenciação magmática – Bowen enunciou o princípio da reação aplicada aos magmas e estabeleceu duas séries de reações, uma contínua e outra descontínua. O princípio de Bowen estabeleceu reações entre o mineral já cristalizado com o magma residual, dando origem a um novo mineral.

Série reacional descontínua – olivinas – piroxênios – anfibólios – biotita.

Série reacional contínua – anortita – bitonita – labradorita – andesina – oligoclásio – albina.

Do fato acima se conclui que, partindo de um magma de composição basáltica pode se chegar a magmas parciais de composição química e mineralógica distintas, restando um magma residual ácido, isto é, um magma rico em óxido de silício. A este processo pelo qual, de um magma homogêneo, separam-se magmas parciais de composição química e mineralógica distintas, dando lugar a rochas diversas, denomina-se diferenciação magmática.

Portanto, um magma pode originar basaltos, gabros, granitos e pegmatitos.

OBS.: Durante a solidificação do magma, os minerais que primeiro se cristalizam são os mais pobres em óxido de silício.

Magma básico é aquele pobre em óxido de silício, portanto mais rico em óxido de ferro, magnésio, cálcio, titânio, etc.

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CAPÍTULO III - ESTUDO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS

III.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS

As rochas magmáticas resultam da consolidação de um material chamado magma. “Magma: material em estado de fusão que se encontra no interior da crosta.”

As rochas magmáticas são classificadas segundo os critérios:

1 Critério da composição química2 Critério da gênese3 Critério da textura4 Critério da composição mineralógica

III.1.1. CRITÉRIO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Quanto à composição química, as rochas magmáticas são classificadas tendo-se como base o teor de sílica (SiO2) total em:

11 Ácidas Teor de sílica maior que 65%12 Intermediárias Teor de sílica entre 65 e 52%13 Básicas Teor de sílica entre 52 e 45%14 Ultrabásicas Teor de sílica menor que 45%

11 – As rochas ácidas apresentam coloração clara, sendo portanto leucocromáticas. Apresentam como constituintes essenciais, minerais claros. Alguns exemplos: granitos, quartzo, monzonitos, granodioritos, etc.

12 – As rochas intermediárias apresentam de um modo geral coloração média (mosocromáticas). São constituídas mais ou menos em partes iguais por minerais claros e escuros (ferro-magnesianos). Alguns exemplos são: dioritos, monzonitos, sienitos, etc.

13 – As rochas básicas apresentam coloração escura; sendo constituídas por minerais claros e escuros, predominando estes últimos. Os exemplos citados são: basaltos, diabásio, gabros, noritos, etc.

14 – As rochas ultrabásicas apresentam também coloração escura, sendo constituídas essencialmente por minerais escuros. Os exemplos citados são: dunitos, peridotitos e jacupiranguito.

III.1.2. CRITÉRIO DA GÊNESE

Quanto à gênese, as rochas magmáticas são classificadas em:

21 – Intrusivas, abissais, plutônicas ou de profundidade – são as formadas no interior da crosta terrestre a pressões e temperaturas elevadas. Exemplos: granitos, gabros, sienitos, etc.

22 – Hipoabissais ou filonares – resultam da solidificação do magma nas fendas da crosta. Exemplos: diabásio, fonolito, pegmatito, aplito, etc.

23 – Efusivas, vulcânicas ou de transbordamento – resultam da solidificação do material magmático na superfície da crosta. Exemplos: basaltos, riolitos, traquitos, etc.

III.13. CRITÉRIO DA TEXTURA

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Textura é o aspecto da rocha no que diz respeito à forma, tamanho, arranjo e distribuição dos constituintes.

Quanto à cristalinidade, a textura pode ser:

31 – Holocristalina – rochas que apresentam todos os seus componentes cristalizados.

32 – Hipocristalina – rochas que apresentam parte de seus constituintes cristalizados e parte amorfos.

33 – Holomorfas – rochas formadas por constituintes amorfos.

Quanto à granulação, a textura pode ser:

34 – Fanerítica – rochas formadas por minerais observados à vista desarmada. A textura fanerítica pode ser muito grosseira, grossa, média e fina.

35 – Afanítica – rochas formadas por minerais de diâmetro tão pequeno que não podemos observá-los a olho nu, são observados somente em lâminas delgadas, quando olhados ao microscópio polarizante.

Quanto à relação geométrica dos grãos (fábrica) a textura pode ser:

36 – Granular – rocha formada por minerais aproximadamente do mesmo diâmetro.

37 – Porfirítica – rocha constituída por minerais de diferentes diâmetros, isto é, em uma massa homogênea aparecem minerais maiores chamados fenocristais.

III.1.4. CRITÉRIO DA COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

Este critério baseia-se na porcentagem dos minerais essenciais presentes na rocha.O estudo correto das rochas é feito confeccionando-se lâminas delgadas, com espessura

de 25 a 30 micras. Esta lâmina é levada ao microscópio polarizante, onde se observa principalmente a textura e composição mineralógica da rocha.

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COMPOSIÇÃO MODAL DE ALGUMAS ROCHAS

Minerais RochaQuartzo gabro

Norito Basalto Periodotito Gabro Diorito Quartzo diorito

Monzonito

Olivina - 9,9 10 – 15 64,0 43,0 0,8 0,5 -Quartzo 6,1 - - 3,5 17,0 1,7

Ortoclásio 3,1 7,2 4,4 6,2 7,5Plagioclásio 47,5 50,5 50 – 34 1,2 49,0 56,2 47,0 35,0Piroxênio 30,4 30,2 20,5 10,8 13,7Magnetita 4,0 0,9

Angita 33 – 46 6 16,7Anf. Biotita 6,6 4,7Anfibólio 16,0 6,5

Biotita 4,5 5,3Sanidina 25,2

Feldspatos alcalinos

Feldspatóides

O quadro acima, embora muito geral, serve para mostrar alguns tipos de rochas com plagioclásios e feldspatos potássicos ou alcalinos. Observando-se também que no mesmo tipo de rocha ocorrem plagioclásios e feldspatos potássicos, se bem que só um grupo funciona como feldspato principal.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ALGUNS TIPOS DE ROCHAS CITADAS

RochaBasalto Quartzo

gabroNorito Andesito Foiaito Sienito

nefelínicoEssexito Granito Fonolito

SiO2 48,62 51,99 52,18 55,78 51,58 56,30 54,10 68,50 53,90Al2O3 13,03 15,42 15,59 17,43 20,58 19,46 20,90 14,20 19,40FeO 9,24 8,14 8,11 4,82 - 4,20 5,64 1,40 1,04

Fe2O3 7,47 4,02 0,75 5,05 4,69 1,45 - 2,10 3,13MgO 5,88 6,33 7,89 1,81 2,92 1,00 1,30 1,90 -CaO 8,10 9,32 10,40 4,00 8,79 1,93 3,70 3,20 1,91K2O 1,10 0,53 1,25 3,59 6,27 5,44 5,10 4,20 8,54Na2O 1,95 2,20 2,88 3,52 - 6,20 5,60 3,60 7,24TiO2 2,72 0,63 0,16 0,78 - 0,82 1,40 0,40 0,29P2O5 0,30 0,04 0,05 0,52 - 0,19 0,46 0,20 0,19

III.2. PLUTONISMO

III.2.1. MODO DE OCORRÊNCIA DAS ROCHAS MAGMÁTICAS INTRUSIVAS

As rochas magmáticas intrusivas ocorrem sob duas formas, a saber:

A Formas subjacentesB Formas injetadas

A – São aquelas abaixo das quais parece não haver outra forma ou outra rocha.Exemplo: batólito.

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B – São aquelas resultantes da solidificação do magma em fendas da crosta terrestre.

Podem ser:B1 –  concordantes – quando desenvolvidas segundo o plano de estratificação das

rochas encaixantes. Exemplos: sill ou soleira e lacólito.B2 –  discordantes – quando as formas se desenvolvem discordantemente em

relação ao plano de orientação das rochas encaixantes.Podem ser: dique, neck e apófise.

DEFINIÇÕES

BATÓLITOS – denominação dada aos grandes corpos rochosos plutônicos, contínuos em profundidade, não existindo, portanto, um embasamento. Esta massa rochosa ocupa o espaço da câmara magmática original. É o principal modo de ocorrência das rochas subjacentes e com ela se relacionam as massas rochosas injetadas. Pela erosão das camadas superpostas os batólitos hoje afloram em formas de grandes massas rochosas contínuas que podem ocupar no seu afloramento área superior a 100 km².

SILL OU SOLEIRA – massa rochosa tabular, concordante, de pequena espessura em relação ao seu comprimento ou extensão.

No sul do Brasil, ocorrem numerosos sills de diabásio intercalados com sedimentos carboníferos e permianos mais antigos que a intrusão. A cidade de Piracicaba encontra-se sobre um grande sill de diabásio.

LACÓLITO – massa rochosa, lenticular, concordante, convexa na parte superior e plana na parte inferior, lembrando a forma de um cogumelo.

Por ocasião da injeção magmática houve o enrugamento das camadas sobrejacentes. Em São Paulo (SP) por sondagens feitas pela Petrobrás, descobriu-se um lacólito intrometido entre camadas permocarboníferas (série Tubarão) e permianos (formação Irati e Estrada Nova) tendo por cima os arenitos desérticos triássicos (formação Botucatu).

DIQUE – massa rochosa tabular discordante, vertical ou inclinada. Sua espessura varia de centímetros a dezenas de metros. Chega a ultrapassar 200 km de comprimento. Estes diques são comuns no Brasil, cortando rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares. No sul do Brasil são comuns os diques de diabásio, que se relacionam provavelmente à grande atividade magmática realizada no fim do triássico. No nordeste do Brasil ocorrem belos diques de pegmatito, cortando xistos. Estes pegmatitos podem ser ricos em berilo espodumênio, tantalita, volfranita, etc. Existem pegmatitos em MG, RJ, etc.

NECKS – são formas cilíndricas verticais, de diâmetro variável, preenchidas por material piroclástico ou por lavas. Os necks nada mais são do que as antigas chaminés vulcânicas preenchidas por material piroclástico ou lava.APÓFISES – são massas digitiformes, podendo assemelhar-se a diques, possuindo, no entanto, forma geométrica muito variável.

III.3. VULCANISMO

É um conjunto de processos que levam à saída do material magmático em estado sólido, líquido e gasoso à superfície da Terra.

Os vulcões são aberturas naturais pelas quais extravasam materiais fundidos do interior da crosta.

O vulcanismo é um acidente local e nada tem a ver com as zonas mais internas da crosta. Os focos vulcânicos localizam-se a profundidades de 20 a 40 km e não são intercomunicáveis.

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O edifício vulcânico é constituído por um cone vulcânico, formado após a erupção, por uma cratera que se comunica diretamente com a chaminé, por onde ascendem os materiais expelidos.

Os vulcões podem ser continentais e submarinos.A erupção é anunciada por uma série de sinais, tais como: ruídos subterrâneos, tremores

de terra, escape de gases ou fumarolas, que se tornam abundantes até que surja a erupção propriamente dita, iniciada por grandes explosões devido à enorme pressão dos gases e vapores e a saída das lavas.

PRODUTOS EXPELIDOS PELOS VULCÕES

a) Produtos gasososb) Produtos piroclásticosc) Produtos líquidos

a) Produtos gasosos

Dos produtos gasosos o mais comum é o vapor d’água, que pode constituir 80 a 95% dos gases e vapores. O vapor d’água pode ser liberado do magma ou das águas de infiltração, ou ainda da combinação de H2 com O2 atmosférico.

São classificados em:

FUMAROLAS – Neste estado, a temperatura é de 800 a 200º C. Os elementos mais comuns são: H2, Cl, S, N2, C e O2, quer nas formas simples ou combinadas sob a forma de HCl, H2S, SO2, SO3, H2O, NH4, CO, CO2, CH4, etc.. Decrescendo a temperatura aumenta a concentração de H2O, CO2 e HCl.

Observam-se também as exalações ricas em elementos metálicos, como Cu, Fe e Pb. Cita-se um veio de hematita de quase 1 metro de espessura que se formou numa fenda próxima do Vesúvio.

SULFATARAS – temperatura de 200 a 100º C. Caracteriza-se principalmente pelo vapor d’água e quantidades menores de: CO2 e H2S ou S, FeS2, etc..

MOFETAS – é o estágio caracterizado pelas exalações de CO2 quase frio, podendo misturar-se à água formando fontes ácidas.

b) Produtos piroclásticos

Os produtos piroclásticos são classificados de acordo com seu tamanho em:

BLOCOS – são massas de lava que se consolidaram durante a trajetória no ar, com tamanho de poucos centímetros. Possuem formas alongadas ou arredondadas freqüentemente retorcidas. Muitas vezes podem sofrer um resfriamento tão brusco que formam as bombas de lava esponjosas, que são pedras pome.

LAPILLI – fragmentos com tamanho máximo de uma noz e mínimo de uma ervilha; são originados da lava.

CINZA – fragmentos finos com 4 a ¼ mm; são formados por fragmentos das rochas encaixantes ou magma pulverizado. Abaixo, temos as poeiras.

TUFO VULCÂNICO – é o nome dado ao material fino acumulado.

c) Produtos líquidos

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O material líquido recebe o nome de lava. As lavas podem ser ácidas e básicas. As lavas ácidas são ricas em SiO2 e dão pela solidificação rochas ácidas. As básicas são pobres em SiO2 e pela solidificação dão rochas básicas.

CAUSAS DOS VULCÕES:

Causas tectônicas, e expulsão dos gases e vapores acumulados pela solidificação do magma.

ATIVIDADES VULCÂNICAS NO BRASIL

O Brasil não possui atividades vulcânicas recentes, somente no passado geológico, no fim do Mesozóico, o Brasil foi palco de algumas atividades vulcânicas, que começaram na era Mesozóica e foram diminuindo até o fim da Cenozóica.

O vulcanismo mais moderno foi o responsável pela formação de diversas ilhas do Atlântico Brasileiro, como Fernando de Noronha, Trindade, Rochedos São Pedro e São Paulo e Abrolhos.

Tem-se conhecimento detalhado apenas da litologia da ilha de Fernando de Noronha, graças aos trabalhos de Fernando de Almeida. Na sua constituição litológica entram rochas derivadas de um magma basáltico alcalino.

As outras ilhas são formadas por rochas basálticas. No início do período Terciário (200 milhões) o sul do Brasil foi atingido por atividades vulcânicas, principalmente ao longo do Complexo Cristalino Brasileiro, dando rochas alcalino-sódicas (alcalinas). As rochas são pertencentes ao clã dos sienitos nefelínicos. Os aparelhos vulcânicos exteriores não são mais observados, notando-se, contudo, depósitos piroclásticos consolidados. No Planalto de Poços de Caldas encontra-se ainda topograficamente ressaltada vasta caldeira de 30 km de diâmetro. Os demais lugares onde se encontram atividades vulcânicas são: Lajes, SC; Jacupiranga, São Sebastião, Ipanema, SP; Poços de Caldas, Araxá, MG; Cabo Frio, RJ.

No fim do Triássico, provavelmente se deu no Brasil uma das maiores atividades vulcânicas que se conhecem. Cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados foram cobertos por um derrame de lavas basálticas, fenômeno conhecido por Trapp do Paraná. Este derrame de lavas se deu em várias etapas. A espessura da lava é variável, já se tendo anotado valor de 1500 metros.

A Bacia Amazônica foi atingida também por um vulcanismo similar e provavelmente simultâneo, mas pouco conhecido. Milhares de quilômetros quadrados foram cobertos por lavas basálticas, que hoje se acham cobertas por sedimentos posteriores.

A lava basáltica formou várias intrusões que hoje afloram sob a forma de diques e sills de diabásio espalhados por vastas áreas de nosso território.

Provavelmente se tenha aberto na crosta uma fenda profunda que atingiu o sima, fazendo com que o mesmo se comunicasse com a parte externa da terra.

A textura dos derrames é variável.Além do derrame de lavas basálticas, houve também derrame de lavas ácidas riolíticas.

Vestígios deste tipo de atividade são encontrados no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pernambuco e possivelmente em outros estados.

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CAPÍTULO IV - ESTUDO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

IV.1. METAMORFISMO

Vimos que as rochas da crosta podem sofrer várias transformações. As rochas expostas vão sendo intemperizadas, e os produtos do intemperismo, dependendo do relevo, podem ser deslocados para as partes mais baixas, formando muitas vezes espessas camadas sedimentares.

Ora, sabe-se que a crosta tende a manter-se em equilíbrio isostático. Logo, o peso das camadas sedimentares pode causar um abaixamento. Sendo estes efeitos tectônicos comuns, isto é, abaixamento e erguimento. Com isto, as rochas que estavam na superfície são levadas para as partes profundas da crosta, sendo aí submetidas a condições de temperatura e pressão diferentes das que anteriormente se encontravam. Claro está que este fenômeno vai muitas vezes causar mudanças profundas nas rochas pré-existentes.

Outro ponto a acrescentar é o fato de que o magma pode se intrometer em rochas consolidadas, bem como pode também se derramar sobre rochas da superfície. Deve-se notar que o contato dessas massas quentes causa modificações nas rochas já existentes. Ainda outro caso é a emanação de gases e vapores que podem percolar através de rochas já formadas, causando-lhes modificações.

Como vemos, as rochas pré-existentes podem ser parcial ou totalmente transformadas em outras com formação de novos minerais.

Desta introdução, podemos definir metamorfismo como sendo um conjunto de causas capazes de transformar as rochas pré-existentes.

De acordo com os agentes: pressão, temperatura e emanações magmáticas e, portanto, com as modificações sofridas nas rochas pré-existentes, temos os seguintes tipos de metamorfismo:

a) Metamorfismo regionalb) Metamorfismo de contatoc) Metamorfismo metassomáticod) Metamorfismo optálicoe) Dínamo metamorfismo

a) METAMORFISMO REGIONAL – Este tipo de metamorfismo abrange grandes áreas e se processa pela ação da pressão, temperatura e ação química. O metamorfismo regional causa mudança de textura das rochas pré-existentes, dando lugar à formação de novas rochas e de novos minerais. As transformações se realizam num meio estritamente sólido.

A pressão existente faz com que os minerais se orientem ou se estirem, dando uma xistosidade à nova rocha formada. A pressão orientada provém da zona superficial da crosta por efeitos tectônicos aí verificados.

De acordo com a profundidade e temperatura a que são submetidas as rochas pré-existentes, destacamos três zonas de metamorfismo, do exterior para o interior, a saber: epizona, mesozona e catazona.

EPIZONA – é caracterizada por uma temperatura de 200º C, as reações são exotérmicas e a pressão orientada. Os minerais característicos desta zona possuem OH na sua constituição e as principais rochas são: sericitaxistos, filitos, talcoxistos, filitos siricíticos, quartzitos, calcários, ardósias, cloritaxistos, etc..

MESOZONA – temperatura de 200º a 700º C, pressão orientada (hidrostática), reações essencialmente exotérmicas. Minerais aí formados: biotita, muscovita, albita, microclina, oligoclásio, granada, estaurolita, anfibólio, ilmenita, distênio, magnetita,

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titanita, etc. Rochas características: quartzomuscovitaxisto, biotitaxisto, muscovitaxisto, xistos feldspatizados, anfibolitos, mármore, escarnito, quartzito.CATAZONA – temperatura acima de 700º C, é o fator determinante, pressão hidrostática elevada, as reações são endotérmicas. Minerais característicos: biotita, ortósio, piroxênios, plagioclásios, granada, silimanita, etc.. Rochas: biotita gnaisse, biotita plagioclásio gnaisse, piroxinito, mármores, quartzito, leptinito, xisto biotitico granatífero, escarnito com andradita, granulito, etc..

Há a acrescentar a zona de ultrametamorfismo (anatexe).Deve-se notar que não existe limite nítido de separação destas zonas.

METAMORFISMO DE CONTATO – É um tipo de metamorfismo local. Ocorre modificação nas rochas pré-existentes pela ação do calor, causado pela intrusão de grandes massas ígneas.

METAMORFISMO METASSOMÁTICO – Há autores que não consideram o metassomatismo como um tipo de metamorfismo.

É um tipo de metamorfismo empregado para designar certos fenômenos físico-químicos que se processam no metamorfismo regional e de contato. No metamorfismo metassomático predominam os efeitos químicos e substituições provocadas pela temperatura, pressão e ação de substâncias mineralizadoras que percolam as rochas encaixantes, ou melhor, pré-existentes. Exemplos: dolomitização dos calcários, serpentinização das olivinas (Mg2SiO4 + H2O 2H4Mg3Si2O9). Portanto, aparecem novos minerais e novas rochas.

Os calcários, quando percolados pelos mineralizadores, podem dar origem a anfibólios, piroxênios, granadas, fluorita, apatita, sulfetos, shelita e outros, caso os calcários contenham impurezas.

METAMORFISMO OPTÁLICO – É causado pela compactação ou cozimento, produzido por derrame de lavas, intrusão de diques e sills, principalmente em rochas sedimentares.

DÍNAMO METAMORFISMO – Causado por efeitos tectônicos.

IV.2. ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas metamórficas resultam da transformação de rochas pré-existentes sob a ação dos agentes de metamorfismo (temperatura, pressão e emanações magmáticas). A principal característica da transformação é a recristalização parcial ou total da rocha primitiva. Desse modo, formam-se e crescem os minerais das rochas metamórficas num meio estritamente sólido.

IV.2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

Baseia-se na textura e na composição mineralógica.Os principais tipos de textura são: xistosa, gnaissica, ardosiana e porfiroblástica.A textura xistosa caracteriza-se pela orientação dos minerais geralmente tabulares,

micáceos ou prismáticos, paralelamente a um plano, dito plano de xistosidade. É característica dos xistos cristalinos.

A textura gnaissica é uma variedade da textura xistosa irregular, em que alguns minerais, geralmente micáceos, se dispõem paralelamente uns aos outros. É característica das rochas gnaissicas.

A textura ardosiana nada mais é que uma textura xistosa, em que a rocha tem granulação muito fina.

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Uma textura é porfiroblástica quando apresenta certos minerais bem desenvolvidos, em geral idiomorfos – formas geométricas perfeitas – numa matriz que apresenta xistosidade. Tais minerais são chamados porfiroblastos e podem ser granada, cianita, albita, estaurolita, etc..

Convém ressaltar que certos tipos de quartzitos e de mármores, embora sejam rochas metamórficas, podem não apresentar seus minerais dispostos segundo determinadas direções observadas a olho nu.

Exemplos de alguns tipos de rochas metamórficas: ardósia, filitos, xistos, gnaisses, quartzitos, mármores, serpentinitos, charnoquitos, granulitos, lepitinitos, gonditos, etc.

Quanto à composição mineralógica, as rochas metamórficas são classificadas tendo-se como base a presença dos minerais essenciais. Exemplos: sericitaxisto, quartzo sericitaxisto, biotita plagioclásio gnaisse, piroxênio plagioclásio gnaisse, etc.

CAPÍTULO V - ESTUDO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas sedimentares resultam da desintegração e decomposição de rochas pré-existentes, graças a ação de intemperismo (físico e químico).

Resumidamente, a rochas sedimentares são assim formadas: destruição (física ou química) de rochas pré-existentes transporte dos detritos provenientes da destruição (vento e água) sedimentação dos detritos (continentais, marinhos, fluviais, lacustres, glaciais) diagênese (compactação e cimentação dos grãos).

V.1. Classificação das Rochas Sedimentares

Os critérios adotados para a classificação das rochas sedimentares são os seguintes:

1 Critério da gênese2 Critério da textura3 Critério da composição mineralógica

1. Quanto à GÊNESE, as rochas sedimentares são divididas em:11 – ROCHAS CLÁSTICAS OU DETRÍTICAS – são aquelas que resultam da destruição de outras rochas.12 – ROCHAS DE PRECIPITAÇÃO QUÍMICA – são aquelas formadas pela precipitação de substâncias que se achavam dissolvidas na água.13 – ROCHAS ORGANÓGENAS – são aquelas constituídas por restos de seres vivos ou formadas por ação destes.

As rochas clásticas podem ser consolidadas ou não, conforme as partículas sejam ou não cimentadas por óxido de ferro, argila, sílica, carbonato, etc.

2. Critério da TEXTURA – é o mais empregado na classificação das rochas sedimentares clásticas, sendo elas classificadas em função do diâmetro das partículas que as formam.A classificação mais usada é a de Wentworth.

CLASSIFICAÇÃO DE WENTWORTH

ROCHAS CLÁSTICAS

TAMANHO (mm) DENOMINAÇÃO NÃO CONSOLIDADAS CONSOLIDADAS

256 Matacão64 a 256 Calhau Cascalho Conglomerados4 a 64 Seixo Brecha, tilito2 a 4 Grânulo Areia granulosa1 a 2 Areia muito grossa Arenito granuloso½ a 1 Areia grossa¼ a ½ Areia média Areias Arenito

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1/8 a ¼ Areia fina1/16 a 1/8 Areia muito fina

1/256 a 1/16 Silte Silte ou vasa Siltito1/256 Argila Argila Argilito, folhelho

Havendo partículas de vários diâmetros numa mesma rocha, esta é designada de acordo com o diâmetro das partículas mais freqüentes. Exemplo: conglomerado arenoso ou argiloso, arenito conglomerático, arenito siltoso, siltito arenoso, folhelho argiloso, folhelho siltoso, etc..

A classificação das rochas de precipitação química e organógenas é mais difícil do que as clásticas. Geralmente tais rochas são classificadas tendo-se por base a composição química e mineralógica. Exemplos de sedimentos: calcários, silicosos, ferruginosos, fosfáticos, etc..

As rochas sedimentares também podem ser examinadas de acordo com o ambiente de sedimentação, o qual pode ser marinho, continental ou misto.

O ambiente de sedimentação fica definido pelas condições físico-químicas que prevaleceram durante a formação da rocha sedimentar.

O ambiente continental compreende o terreno (desértico e glacial) e o aquático (fluvial, lacustre e pantanoso). O ambiente marinho pode ser nerítico, batial e abissal e o ambiente misto ou de transição divide-se em deltoico, lagunar e de litoral.

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ANEXO I - DEFINIÇÕES

1. DESÉRTICO – sedimentação resultante da erosão eólica. A sedimentação desértica é formada de partículas arredondadas. Muitas vezes os sedimentos apresentam estratificação cruzada devido à mudança da direção dos ventos.

Carregadas pelo vento, as partículas vão originar as dunas, o loess. O loess é constituído de partículas muito finas (silte), provenientes de regiões desérticas longínquas e depositadas em regiões semi-áridas.

Alguns exemplos brasileiros – a título de ilustração – arenito de Botucatu (coloração vermelha), que ocorre em São Paulo, Sul de Mato Grosso; arenitos brancos Sambaíba, no Norte de Goiás, Maranhão e Piauí; Loess em Mafra – Santa Catarina, etc..

2. GLACIAL – sedimentos formados em clima glacial. A neve se acumula até formar um bloco de gelo, dando origem à geleira, a qual vai arrastando fragmentos de rochas. O material carregado não se distribui uniformemente na geleira.

Morainas são aglomerados de fragmentos de rochas, seixos, etc., sedimentados nas bordas ou nas partes inferiores das geleiras.

Os conglomerados de origem glacial apresentam seixos angulosos, facetados e estriados.

As águas resultantes da fusão do gelo quando transportam as partículas finas (argilas) e as depositam em depressões originam os varvitos.

Os sedimentos glaciais podem ser levados para muito longe, por meio do mar, podendo aparecer em regiões mais quentes.

Alguns exemplos a título de ilustração – varvitos e tilitos encontrados na região de Itu – São Paulo; tilitos encontrados ao Sul do estado de Mato Grosso, etc..

3. FLUVIAL – sedimentação resultante da deposição de sedimentos provenientes da erosão fluvial. O diâmetro das partículas que formam os sedimentos depende da velocidade das águas e da inclinação do terreno principalmente. Os conglomerados são exemplos de sedimentos formados em ambiente fluvial.

4. LACUSTRE – sedimentação de partículas finas. A sedimentação normalmente resulta da evaporação das águas. Em ambientes lacustres formam-se principalmente os siltitos e argilitos.

5. PANTANOSO (PALUSTRE) – é uma sedimentação semelhante à lacustre, acrescentando-se grande quantidade de matéria orgânica. Os folhelhos são bons exemplos.

6. DELTAICO – sedimentação que aparece na Foz de certos rios avançando como em leque na direção do mar. Os sedimentos deltaicos podem ser mais finos na parte inferior e mais grosseiros na parte superior, como sedimentos arenosos cobertos por sedimentos mais grosseiros.

7. LAGUNAR – sedimentação de detritos finos impregnados de sais. A sedimentação depende da evaporação.

8. LITORÂNEO – sedimentação arenosa impregnada de sais e, ainda, restos de conchas.

9. NERÍTICO – depósitos encontrados na região nerítica, isto é, região marinha compreendida entre a linha do litoral e a isóbata de cerca de 200 metros.

10. ISÓBATA – linha que une pontos de mesma profundidade.A sedimentação é arenosa, apresentando marcas de ondas.

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11. BATIAL – depósito encontrado na região batial, isto é, região marinha compreendida entre 200 e 500 metros de profundidade. Os depósitos são finos e enriquecidos por matéria orgânica. Os folhelhos marinhos são bons exemplos.

12. ABISSAL – depósitos marinhos encontrados na região abissal, isto é, região marinha abaixo de 500 metros de profundidade. Os sedimentos são constituídos de carapaças silicosas de diatomácias e foramineforos. Estes sedimentos constituem as vasas.

ALGUNS TIPOS DE ROCHAS SEDIMENTARES

A. DETRÍTICAS OU CLÁSTICAS – arenitos, argilitos, siltitos, conglomerados, arcósio, grauvaca, tilito, varvito, areias, argilas, etc.

B. PRECIPITAÇÃO QUÍMICA – calcários, dolomitos, magnesita, margas, travertino, giz.C. EVAPORAÇÃO – evaporitos – sal gema, anidrita, gipsita.D. ORGANÓGENAS – diatomitos, fosforita, turfa, carvão, giz, corais.

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ANEXO II - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS MAGMÁTICAS,

METAMÓRFICAS E SEDIMENTARES

Este resumo tem por finalidade auxiliar aqueles que, devido às condições de campo, não dispõem de meios mais exatos. Não estando excluídos desta forma os exames posteriores em laboratórios especializados para averiguações mais profundas.

Aqueles que, devido às condições de trabalho, usam as descrições macroscópicas, devem ter em mente as limitações que elas apresentam, sobretudo as rochas que possuem textura afanítica.

A título de esclarecimento seguem as seguintes observações: O conceito de rochas leucocráticas, mesocráticas e melanocráticas é baseado nas

proporções entre minerais claros e escuros. As rochas que apresentam textura fanerítica facilitam a distinção entre seus

componentes. As rochas de textura afanítica muitas vezes apresentam aspectos de rochas

mesocráticas ou melanocráticas, quando na realidade são leucocráticas, especialmente aquelas ricas em plagioclásios e/ou feldspatóides.

Nas descrições macroscópicas deve-se ter muita cautela porque muitas vezes as amostras observadas estão nos limites de transição de um grupo para outro.

Agradeço a prestimosa colaboração que deram os geólogos Adalton Oliveira Martins e Loiva Lisia Antonello.

ALGUMAS DEFINIÇÕES

1. FANERÍTICA – textura na qual os componentes minerais podem ser observados a vista desarmada (usada para rochas magmáticas).

2. AFANÍTICA – textura na qual os componentes não podem ser observados a olho nu (usada para rochas magmáticas).

3. EQUIGRANULAR – textura na qual os componentes apresentam aproximadamente o mesmo tamanho (usada para rochas magmáticas).

4. PORFIRÍTICA – tipo de textura de rochas magmáticas em que se observam minerais mais desenvolvidos em relação à massa fundamental, que pode ser cristalina ou vítrea. Os cristais maiores são denominados fenocristais.

5. LEUCOCRÁTICAS – rocha rica em constituintes claros.

6. MESOCRÁTICAS – rocha intermediária entre leucocráticas e melanocráticas, contendo 30 a 60% de minerais escuros.

7. MELANOCRÁTICAS – rocha contendo de 60 a 90% de componentes escuros.

8. MINERAIS CLAROS – feldspatos, feldspatóides, quartzo e muscovita.

9. MINERAIS ESCUROS – olivinas, piroxênios, anfibólios e biotita.

10. ROCHAS MAGMÁTICAS – são rochas cristalinas nas quais os componentes estão dispostos ao acaso.

11. ROCHAS METAMÓRFICAS – são rochas cristalinas nas quais os componentes se apresentam de uma maneira geral orientados.

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12. ROCHAS SEDIMENTARES – são rochas não cristalinas, podendo apresentar estratificações (caso das rochas consolidadas).

13. PSEFITOS – sedimentos clásticos formados por grãos de diâmetro superior ao das areias.

14. PSAMITOS – sedimentos clásticos formados por grãos do diâmetro das areias.

15. PELITOS – sedimentos constituídos por grãos do diâmetro de siltes e argilas.

ROCHAS MAGMÁTICAS

1. LEUCOCRÁTICAS FANERÍTICAS

1.1. APLITOS – rochas ácidas que ocorrem em forma de diques ou de pequenos veios encaixados em outras rochas. Constituídos de quartzo e feldspato alcalino com raríssimas palhetas de mica. Apresentam textura equigranular. A coloração pode ser branca, rósea ou vermelha, dependendo da cor do feldspato.

1.2. GRANITOS – rochas ácidas, plutônicas ou de profundidade, apresentando como minerais essenciais o quartzo e feldspatos alcalinos (microclina é o mais comum). Podem conter feldspatos calco-alcalinos sódicos, anfibólio, micas e mais raramente piroxênio.

A coloração pode ser branca, cinza, rósea ou vermelha, dependendo da cor dos feldspatos.

A textura varia de fina (micro granito) a grosseira.Os granitos calco-alcalinos são constituídos de quartzo e feldspatos alcalinos

essencialmente; contém ainda oligoclásio, micas, hornblenda e mais raramente piroxênio.Os granitos alcalinos contêm como minerais essenciais o quartzo, feldspatos alcalinos

pertíticos (vistos ao microscópio), e quantidades apreciáveis de albiclase (albita-oligoclásio).Os minerais máficos são anfibólios sódicos (ribekita) ou piroxênio sódico (egirina).Os granitos que se apresentam constituídos praticamente por minerais claros recebem a

designação de alasquitos.Os granitos quando apresentam textura gráfica recebem o nome de granitos gráficos.

OBSERVAÇÃO: O granito com ortopiroxênio recebe, segundo alguns autores, o nome de charnokito.

1.3. GRANO-DIORITOS – rochas ácidas, plutônicas, constituídas essencialmente de quartzo, oligoclásio ou andesina e ortoclásio. Os constituintes máficos podem ser biotita, anfibólio ou piroxênio.

2/3 dos feldspatos são plagioclásios.A coloração mais comum é cinza.A textura pode ser fina ou grosseira.O granodiorito é uma rocha intermediária entre o quartzo monzonito e o quartzo diorito.

1.4. PEGMATITOS – rochas ácidas, filonares, que ocorrem em forma de diques, geralmente encaixadas em rochas metamórficas.

São constituídos essencialmente de quartzo, feldspatos e micas. Podem conter minerais raros e pedras coradas.

A coloração é branca ou rósea.A textura é muito grosseira, onde os minerais podem se apresentar sob a forma de

grandes cristais como as micas (muscovitas principalmente) e feldspatos.OBSERVAÇÃO: Há autores que consideram os pegmatitos de origem metassomática ou por diferenciação metamórfica.

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1.5. QUARTZO DIORITOS – rochas ácidas, plutônicas, onde predominam o feldspato calco-alcalino sódico e o quartzo, e os minerais máficos podem ser hornblenda e/ou biotita e/ou piroxênio. Podem conter algum ortoclásio. Com o aumento de ortoclásio a rocha passa a um granodiorito.

A coloração mais comum é cinza escura.A textura pode ser variável de fina a grossa.O quartzo diorito é chamado tonalito.

1.6. QUARTZO MONZONITOS – rochas ácidas, plutônicas, essencialmente constituídas de plagioclásio sódico, ortoclásio e quartzo. O feldspato alcalino pode constituir 2/3 dos feldspatos totais. Os máficos comuns são anfibólio, biotita ou piroxênio sódico.

A coloração mais comum é cinza clara.A textura é variável de fina a grossa.O quartzo monzonito também é conhecido por adamalito.

1.7. SIENITOS – rochas alcalinas, plutônicas, ricas em feldspatos alcalinos, contendo algum quartzo (menos de 10%) e minerais máficos que podem ser anfibólio, biotita ou piroxênio.

Pode ocorrer algum plagioclásio sódico.A coloração é cinza clara.A textura é variável de fina a grossa. SIENITO ALCALINO – é um sienito constituído quase que exclusivamente de

feldspatos alcalinos. NORDMASKITO – é um sienito que apresenta um pouco de quartzo (igualmente

visível ao microscópio). LARVIKITO – é um sienito formado essencialmente por um feldspato com reflexos

nacarados de coloração azulada. SHONKINITO – é um sienito constituído em grande porcentagem de minerais

máficos. É um sienito variando de mesocrático a melanocrático.

1.8. SIENITOS NEFELÍNICOS – rochas alcalinas, plutônicas, constituídas essencialmente de feldspatos alcalinos, feldspatóides e minerais máficos que podem ser biotita, piroxênio sódico (egirina) ou anfibólio sódico (ribekita).

A coloração é geralmente cinza.A textura varia de fina a grossa. LEUCOCITA SIENITO – é um sienito rico em leucita (feldspatóide). SODALITA SIENITO – é um sienito rico em sodalita (feldspatóide). FOIAITO – é um sienito rico em feldspatos alcalinos.

É o tipo mais representativo dos sienitos nefelínicos.

ROCHAS MAGMÁTICAS

2. LEUCOCRÁTICAS AFANÍTICAS

2.1. FELSITOS – rochas ácidas, efusivas e filonares, de coloração clara, cuja massa fina é constituída de quartzo e feldspato potássico.

2.2. FONOLITOS – rochas alcalinas, efusivas e filonares, coloração variando de cinzenta a esverdeada escura, consistindo essencialmente de feldspato alcalino (sanidina), além de nefelina e piroxênio (egerina-augita).

O fonolito é o correspondente efusivo do sienito nefelínico.2.3. QUARTZO-PÓRFIRO – rochas ácidas, efusivas e filonares, coloração cinza, rósea ou

avermelhada, cinza esverdeada, etc.. Contém fenocristais de quartzo (normalmente

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cinzento) e feldspato potássico (usualmente ortoclásio) além de alguma mica, numa massa muito fina de feldspato potássico (ortoclásio) e quartzo.OBS.: Segundo Johannsen o termo quartzo-pórfiro é usado para rocha porfirítica de dique de composição semelhante ao granito.

2.4. RIOLITO – rocha ácida, efusiva e filonar, coloração cinza, rósea ou avermelhada, constituída de feldspato potássico, quartzo e mica, formando uma massa muito fina, na qual podem estar presentes fenocristais de quartzo, feldspato e biotita. O riolito é o correspondente efusivo do granito.

2.5. TRAQUITO – rocha alcalina, efusiva e filonar, consistindo essencialmente de feldspatos alcalinos e alguns minerais máficos (biotita, anfibólio ou piroxênio). Pode apresentar pequena quantidade de quartzo. O traquito é o correspondente efusivo do sienito.

2.6. VIDROS – Obsidiana – apresenta coloração preta.Vitrófiro – quando apresenta textura porfirítica.Pomito – coloração clara, poroso e leve.

ROCHAS MAGMÁTICAS FANERÍTICAS

1. LEUCOCRÁTICAS E MESOCRÁTICAS

1.1. DIORITOS – rochas intermediárias, plutônicas, constituídas essencialmente de plagioclásio sódico (oligoclásio andesina), anfibólio (comumente hornblenda) ou biotita, podendo conter algum piroxênio e algum quartzo.

A coloração mais comum é cinza escuro. A granulação varia de fina a grossa.

1.2. MONZONITOS – rochas intermediárias, plutônicas, consistindo de plagioclásios sódicos (oligoclásio ou andesina) e feldspato potássico (ortoclásio) praticamente nas mesmas proporções. Os minerais máficos presentes podem ser anfibólio (hornblenda), piroxênio (augita) e biotita em proporções variáveis. Algum quartzo pode estar presente. A coloração mais comum é cinza claro. A granulação varia de fina a grossa. O monzonito é uma rocha intermediária entre o sienito e o diorito.

ROCHAS MAGMÁTICAS FANERÍTICAS

2. MESOCRÁTICAS E MELANOCRÁTICAS

2.1. DIABÁSIOS – rochas básicas, filonares, microfaneríticas, consistindo essencialmente de plagioclásio cálcio (labradorita), e piroxênio (augita ou pigeonita) ocorrendo também magneto-ilmenita. A coloração preta é a mais comum. Muitas vezes exibem a olho nu textura ofítica característica.

2.2. GABROS – rochas básicas, plutônicas, constituídas essencialmente de plagioclásio (normalmente labradorita) ou bitonita e piroxênio (augita, dialage, etc.). A coloração varia de cinza escuro a preta. A granulação varia de fina a grossa.

O norito é um gabro com olivina.Anortosito é um gabro constituído praticamente por plagioclásio.Quartzo gabro é um gabro com quartzo.

2.3. IJOLITO – rocha básica, plutônica, constituída essencialmente de piroxênio e nefelina. A coloração é escura.

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2.4. THERALITO – rocha básica, plutônica, constituída essencialmente de plagioclásio (labradorita), feldspatóide (nefelina) e piroxênio. O theralito é um nefelina-melagabro. Coloração escura.

A granulação varia de fina a grossa.O essexisto é considerado um theralito com feldspato alcalino.O teshenito e o olivina theralito também são theralitos.

ROCHAS MAGMÁTICAS AFANÍTICAS

1. LEUCOCRÁTICAS E MESOCRÁTICAS

1.1. ANDESITOS – rochas intermediárias, efusivas e filonares, com composição semelhante aos dioritos, dos quais são as equivalentes efusivas. A coloração é cinzenta.

1.2. LATITOS – rochas intermediárias, efusivas e filonares, cuja composição é semelhante a dos monzonitos. Os latitos são os correspondentes efusivos dos monzonitos.

A coloração é cinzenta.

ROCHAS MAGMÁTICAS AFANÍTICAS

2. MESOCRÁTICAS E MELANOCRÁTICAS

2.1. BASALTOS – rochas básicas, efusivas e filonares, constituídas essencialmente de plagioclásio cálcio (bitonita e labradorita) e piroxênio (augita, pigeonita, etc.), com ou sem olivina. A coloração é bem escura, chegando a ser preta.

O basalto é a rocha correspondente efusiva do gabro.OLIVINA BASALTO é um basalto com olivina.ANALCITA BASALTO é um basalto com analcita.QUARTZO BASALTO é um basalto com quartzo.BASALTO AMIGDALÓIDE é um basalto com cavidades preenchidas com zeólitos, ágatas e

outros minerais.OCEANITO é um basalto muito rico em olivina.

2.2. NEFELINITO – rocha básica, efusiva e filonar, consistindo essencialmente de piroxênio e nefelina. O nefelinito é o correspondente efusivo do ijolito.

2.3. TEFRITO – rocha básica, efusiva e filonar, consistindo essencialmente de plagioclásio cálcio e leucita ou nefelina. Os minerais máficos comuns são os piroxênios (augita).

BASANITOS – são tefritos com olivina. Poderiam ser chamados basaltos com feldspatóides.

ROCHAS MAGMÁTICAS

1. MELANOCRÁTICAS

1.1. DUNITO – rocha ultra-básica, plutônica, consistindo essencialmente de olivina. A coloração varia de verde escuro, castanha ou preta.

1.2. PERIDOTITO – rocha ultra-básica, plutônica, consistindo essencialmente de olivina e piroxênio. A coloração é variável, podendo ser preta, verde, etc..

1.3. PIROXENITO – rocha ultra-básica, constituída essencialmente de piroxênio. A coloração varia de verde escuro a preta.

ROCHAS METAMÓRFICAS

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1. ANFIBOLITO – rochas de granulação média a grosseira, composta principalmente de hornblenda e plagioclásio, podendo ocorrer em pequenas porcentagens quartzo, biotita, epídoto, etc.. Sua xistosidade, que é devida ao alinhamento paralelo dos prismas de hornblenda, é menos óbvia que nos xistos típicos. Produtos de metamorfismo regional de médio a alto grau.

2. ARDÓSIAS – rochas de granulação fina constituídas de mica branca, clorita verde pálido, quartzo e algumas vezes grafita. Apresenta perfeita xistosidade plana (clivagem ardosiana), mas sem segregação em bandas. Os minerais usualmente não são identificados a olho nu.

3. CATACLASITOS – rochas que foram deformadas por esmigalhamento (cataclase) sem reconstituição química. Com aumento da intensidade da deformação e desenvolvimento de bandeamento estriado passam gradualmente a milonitos. É a rocha de mais baixo grau de metamorfismo.

4. CLORITAXISTO – xisto de baixo grau de metamorfismo, e conspícuo em clorita.

5. FILITOS – rochas xistosas de granulação fina, algumas vezes com segregação em bandas incipientes. As superfícies de xistosidade têm um brilho lustroso dado pela mica. A composição mineralógica é semelhante às ardósias, podendo ocorrer biotita. Os filitos têm a mesma origem das ardósias, mas o tamanho dos grãos é mais grosseiro, como resultado de um grau de metamorfismo mais avançado.

6. FILONITOS – rochas macroscopicamente semelhantes aos filitos e algumas vezes indistintas deles, mas formadas como os milonitos, pela fragmentação de rochas mais grosseiras. A reconstituição química é mais avançada em relação aos cataclasitos e dá origem a filmes sedosos de micas ao longo da xistosidade dos planos.

7. GNAISSES – grupo de rochas de elevado grau de metamorfismo, cuja composição mineralógica é variável. Pode apresentar essencialmente: quartzo, feldspato potássico e mica, até feldspatos calco-sódicos, anfibólios, piroxênios, etc. Caracteriza-se por apresentar bandas em que os minerais xistosos predominam. Conforme a ocorrência de um ou mais minerais que o caracterize, pode ser denominado: biotita gnaisse, hiperstênio gnaisse (charnoquito), granada-biotita-gnaisse (kinzigito), hornblenda gnaisse, quartzo-feldspato gnaisse (leptinito), etc. Os gnaisses originados de rochas sedimentares são denominados paragnaisses; os provenientes de rochas magmáticas, ortognaisses.

8. GRANULITOS – rocha metamórfica equigranular, não obviamente xistosa, devido à ausência de minerais micáceos ou hornblenda. A foliação quando presente é devida ao alinhamento paralelo de lentes achatadas, compostas de quartzo, feldspato ou ambos. Produto de metamorfismo regional do mais elevado grau.

9. HORNFELSES – rochas não xistosas, constituídas de um mosaico de grãos equidimensionais sem orientação preferencial, podendo apresentar porfiroblastos na matriz granoblástica. Composição mineralógica bastante variável. Produto de metamorfismo de contacto.

10. ITABIRITOS – hematita-quartzo-xisto, com camadas alternadas de escamas de hematita especular e quartzo granulado. A separação em camadas, embora não seja completa, é suficiente para dar à rocha uma aparência listrada, cujas lâminas variam de espessura de 0,1 mm a 2 cm e formam grupos de camadas escuras.

11. ITACOLOMITOS – quartzito micáceo flexível. Há autores que classificam esta rocha como arenito.

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12. MÁRMORES – rochas composta de calcita e/ou dolomita, cuja xistosidade, controlada pelo alinhamento sub-paralelo de grãos lenticulares, é usualmente fraca, exceto nos mármores micáceos ou com tremolita.

13. MICAXISTOS – xistos com camadas micáceas, alternadas com camadas quartzo-feldspáticas.

14. MIGMATITOS – rochas geralmente de aparência mista-metamórfica-ígnea. Os migmatitos muitas vezes têm um aspecto de rocha listrada ou de rocha escura cortada por veios ou listras. Muitas vezes apresentam aspecto de rocha gnaissica, podendo também apresentar aspecto de rocha magmática porfirítica com porfiroblastos.

15. QUARTZITOS – rochas granuladas, constituídas essencialmente de quartzo, podendo conter muscovita ou sericita, que confere à rocha uma certa xistosidade.

16. SERPENTINITOS – rochas de cor verde constituídas inteiramente de minerais do grupo da serpentina, provenientes da alteração de olivina e piroxênio. Há autores que consideram o serpentinito de origem ígnea.

17. TALCOXISTOS – xistos de baixo grau de metamorfismo, que têm como elemento característico o talco. Rochas provenientes do metamorfismo de peridotitos.

18. XISTOS – rochas fortemente xistosas, usualmente com boa lineação, em que os grãos são bastante grosseiros para permitir uma fácil identificação dos componentes minerais em amostras de mão. Os minerais de hábitos micáceos são abundantes e sua orientação sub-paralela origina uma xistosidade distinta. Segregação em camadas geralmente bem desenvolvidas. Produto de metamorfismo de deslocamento em profundidade.

ROCHAS SEDIMENTARES CLÁSTICAS

1. ARCÓSIO – rocha formada por sedimentos de granulação do tamanho da areia, compreendendo mais de 35% de feldspato. É geralmente produto da decomposição de granitos ou gnaisses, em climas áridos ou nevosos.

2. ARENITO – sedimento detrítico cimentado ou compactado, composto predominantemente de grãos de quartzo, do tamanho da fração de areia. Variedades mineralógicas tais como arenito feldspático (contém 10 a 25% de feldspato), glauconítico, micáceo, etc., são reconhecidos, assim como os arenitos argilosos, siltosos, calcários, ferruginosos e outras variedades, de acordo com a natureza do material cimentante ou de ligação.

3. ARGILITO – rocha com grande quantidade de argila ou que é composta predominantemente por argila.

4. BRECHA – rocha formada por fragmentos de rocha angulosos, distinguindo-se dos conglomerados por não serem trabalhados pela água.

5. CANOA – concentração de hidróxido de ferro na superfície do solo, sob a forma de concreções soltas de tamanho variado.

6. GRAUVACA – sedimento arenoso, cinza escuro, formado por detritos provenientes principalmente de rochas básicas, pouco alteradas.

7. CONGLOMERADO – rocha formada de fragmentos arredondados de seixos (mineral ou rocha), que foram trabalhados pela água e cimentados por qualquer substância mineral.

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8. FOLHELHO – rocha laminada, na qual as partículas constituintes são predominantemente do tamanho da argila. O folhelho inclui argilitos e siltitos, que se apresentam endurecidos, laminados ou físseis. A clivagem é a mesma do acamamento e a clivagem ou fissilidade secundárias são aproximadamente paralelas ao acamamento.

9. LOESSITO – loess – sedimento eólico de granulação fina (silte e poeira).

10. SILTITO – rocha de granulação muito fina, consolidada, composta de partículas do tamanho do silte.

11. TILITO – till consolidado.

12. VARVITO – rocha finamente laminada, que se constitui na alternância de camadas claras e escuras, correspondente à sedimentação efetuada durante verão e inverno no intervalo de um ano.

ROCHAS SEDIMENTARES DE ORIGEM QUÍMICA E ORGÂNICA

1. CALCÁRIO – rocha de origem química e orgânica, mas que pode ser também de origem clástica, que apresenta um teor de carbonato de cálcio (calcita) igual ou superior a 95%.

2. CALCÁRIO DOLOMÍTICO – calcário com calcita e dolomita em que a calcita ocorre na rocha em porcentagem acima de 50%.

3. CALCÁRIO MAGNESIANO – calcário que apresenta até 5% de dolomita.

4. CHERT – a) rocha compacta, silicosa, formada de sílica opalina, calcedônia ou ambas e de origem orgânica ou por precipitação.

b) resíduo insolúvel – variedade criptocristalina de sílica de cor variável, composta de partículas microscópicas de calcedônia e/ou quartzo, observáveis ou não ao microscópio binocular comum.

5. DIATOMITO – sílica organógena formada por carapaças de diatomácias.

6. DOLOMITO – rocha de origem química, orgânica ou também clástica, constituída de dolomita (carbonato de cálcio e magnésio) em porcentagem igual ou superior a 90%.

7. DOLOMITO CALCÁRICO – dolomito com calcita e dolomita em que este ocorre na rocha em porcentagem acima de 50%.

8. EVAPORITOS – depósitos salinos formados por precipitação de sais a partir de soluções aquosas saturadas, como resultado da intensa ou total evaporação do solvente. Os mais comuns são de rocha (halito, gipso e anidrita), podendo incluir também certos carbonatos e alguns dolomitos.

9. MARGA – é um calcário que encerra em sua constituição mais de 20% de material argiloso.

10. TRAVERTINO – calcário poroso que aparece geralmente próximo a fontes ricas em cálcio; semelhantes aos tufos calcários, porém mais compactos que estes.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. AUBOUIN, Jean; BROUSSE, Robert; LEHMAN, P. Jean, Precis de géologie-petrologie, Tomo I, 1968.

2. GUIMARÃES, Djalma, Fundamentos da petrologia e as rochas ígneas do Brasil, D.N.P.M., Boletim 107, 1960.

3. HEINRICH, W.M.E.; MAGRAU, Microscopic petrography.

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5. LEINZ, Viktor; MENDES, Camargo J., Vocabulário geológico, 3ª edição, 1963.

6. LEINZ, Viktor, Geologia geral, 2ª edição, 1963.

7. PETTIJOHN, J.F., Sedimentary rocks, 2ª edição.

8. WILLIANS, Howel; TURNER, J. Francis; GILBERT, M. Charles, Petrography.

9. TRAVIS, B. Russel, Classification of rocks Colorado School of Mines, Vol. 50, Numer 1, 1955.

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