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FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras. Figuras de som a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. "Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais" (Luan Farigotini) b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa) c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre António Vieira) Figuras de construção a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como) c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. "Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" com calma sem sofrer” (Olavo Bilac) d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores" (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro) e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: • De gênero Vossa Excelência está preocupado. • De número Os Lusíadas glorificou nossa literatura.

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Page 1: Apostila Portugues Pedro 2

FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.Figuras de som 

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. "Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais" (Luan Farigotini) 

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa) c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre António Vieira) Figuras de construção 

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia) 

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como) 

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período."Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores" (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro) 

e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: 

• De gênero Vossa Excelência está preocupado. 

• De número Os Lusíadas glorificou nossa literatura. 

• De pessoa “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.” 

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto" (Carlos Drummond de Andrade) . 

g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal" 

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(Fernando Pessoa) 

h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer” (Camões) 

Figuras de pensamento 

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. "Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza) 

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” 

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu) 

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. Estava morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome) 

e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. “Devagar as janelas olham...” (Carlos Drummond de Andrade) 

f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) "O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário." (Olavo Bilac) 

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Ó Leonor, não caias!” 

Figuras de palavras 

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa) 

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. O pé da mesa estava quebrado. 

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d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: O Rei do Futebol (em vez de Pelé) 

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. "Como era áspero o aroma daquela fruta exótica" (Giuliano Fratin)

Coesão e Coerência TextualUm texto bem construído e bem interpretado vai apresentar o que chamamos de TEXTUALIDADE.Textualidade é quando um texto deixa de ser um conjunto de frases e passa a ser um conjuntosignificante.FATORES LINGÜÍSTICOS FATORES EXTRALINGÜÍSTICOSCoesão IntencionalidadeCoerência AceitabilidadeIntertextualidade InformatividadeSituacionalidadeCOERÊNCIA-A coerência é responsável pelo sentido do texto, a lógica.O produtor e receptor do texto devem ter conhecimento comum. Um texto é coerente quando compatívelcomo conhecimento de mundo do receptor. Observar a coerência é interessante, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas sim constrói-se na relação emissor-receptor-mundo.COESAO -são as ligações concretas que dão coerência aos elementos de uma mensagem. A ligação harmoniosa entre as, palavras, frases ou parágrafos, fazendo com que os mesmos fiquemajustados entre si, mantendo uma relação de significância.Os termos são: conjunções, pronomes e outros.Ex: Fui ao shopping, lá estava um inferno.- Ausência/omissão de vocábulos:Leio jornais; ele, revistas.(eu) leio jornais;Recursos da coesão1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos ou de palavras ou expressões de mesmo campoassociativo.2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente(desgastar / desgaste / desgastante).3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intençãoarticulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.”(Rocha Lima)4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de umdeles. Por exemplo "Gosto muito de doce.Cocada, então, eu adoro."5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido maisespecífico. Por exemplo: "Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardaram o momento de se lançaremsobre os animais mortos."

 Aelipsese justifica quando, ao se referir a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmenteidentificável. (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termoo jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.).

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Dêiticossão elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ouao próprio discurso. São elementos que não significam, apenas indicam.Exemplo: este, agora, hoje, neste momento, ultimamente, recentemente, ontem, no próximo ano, depois.Intertextualidade– São os fatores que tornam a interpretação de um texto dependente dainterpretação de outros. Cada texto constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qualabstrai alguns aspectos para dar-lhes outra feição.Intencionalidade - Refere-se ao esforço do produtor do texto em construiruma comunicação eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos osinterlocutores.Aceitabilidade -O texto produzido também deverá ser compatível com aexpectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil erelevante.Informatividade -É a medida na qual as ocorrências de um texto sãoesperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos previsíveltem mais informatividade. Sua recepção é mais trabalhosa, porém maisinteressante, envolvente. O excesso de informatividade pode ser rejeitado peloreceptor, que não poderá processá-lo.Situacionalidade -É a adequação do texto a uma situação comunicativa, aocontexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na suaprodução como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e,aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações doque outro de configuração mais completa. É importante notar que a situaçãocomunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobretoda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O homemserve de mediador, com suas crenças e idéias, recriando a situação. O mesmoobjeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de mododiverso. Muitos lingüistas têm-se preocupado em desenvolver cada um dos fatorescitados, ressaltando sua importância na construção dos textos

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Variantes linguísticasA linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade. O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com amigos, familiares etc.Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:Variações históricas:Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.

Analisemos, pois, o fragmento exposto:

Antigamente “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:

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completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."Carlos Drummond de AndradeComparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.

Variações regionais: São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem.Variações sociais ou culturais: Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:

Vício na falaPara dizerem milho dizem mioPara melhor dizem mióPara pior pióPara telha dizem teiaPara telhado dizem teiadoE vão fazendo telhados. Oswald de AndradeCHOPIS CENTIS Eu “di” um beijo nelaE chamei pra passear.A gente fomos no shoppingPra “mode” a gente lanchar.

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Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim.Quanta gente,Quanta alegria,A minha felicidade é um crediário nasCasas Bahia.Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”,Quando eu estou no trabalho,Não vejo a hora de descer dos andaime.Pra pegar um cinema, ver SchwarznegerE também o Van Damme. (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)

Acentos gráficos

A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que, sobrepostos às vogais, indicam a pronúncia correta das palavras no que respeita à sílaba tônica e no que respeita à modulação aberta ou fechada das vogais. Os sinais diacríticos, que englobam os acentos gráficos e os sinais gráficos auxiliares, permitem a correta representação da linguagem falada na linguagem escrita, possibilitando também uma mais fácil leitura e compreensão do conteúdo escrito.

Acentos gráficos e sinais gráficos auxiliares

Acento agudo (´)

É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal deve ser pronunciada de forma aberta, como em: pé, máquina, música, revólver,…

Acento circunflexo (^)

É um acento gráfico que indica que a sílaba é tônica e que a vogal deve ser pronunciada de forma fechada ou nasalada, como em: antônimo, estômago, lâmpada, pêssego,…

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Acento grave (`)

É um acento gráfico colocado apenas sobre a vogal a, indicando que há crase, ou seja, a contração da preposição a com outra palavra. É usado em poucas palavras, como em: à, àquele, àquela, àquilo,…

Til (~)

É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado na vogal a e na vogal o para indicar nasalização, como em: manhã, coração, põe,… Nem sempre indica a tonicidade da sílaba, como em: órgão, órfão, bênção,…

Trema (¨)

É um sinal gráfico auxiliar de escrita, usado, desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, apenas em substantivos próprios estrangeiros e palavras derivadas destes, como em: Müller, mülleriano,…

Apóstrofo (')

É um sinal gráfico auxiliar de escrita que indica a supressão de fonemas em palavras, como em: copo-d'água, pau-d'óleo,…

Regras de acentuação das palavras oxítonas

As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: jacaré, cipó, cantar, anzol,…

São naturalmente oxítonas as palavras terminadas em r, x, n, l, i, u, não necessitando de acentuação gráfica.

São acentuadas graficamente as seguintes palavras oxítonas:

Terminadas em vogais tônicas: sofá, dominó, purê, crochê,… Terminadas no ditongo nasal -em ou -ens: mantém, porém,

também, harém,… Terminadas nos ditongos abertos -ói, -éu, -éi: chapéu, papéis,

heróis, corrói,…

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Regras de acentuação das palavras paroxítonas

As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: adorável, órgão, perfume, mesa,… As palavras paroxítonas não são geralmente acentuadas e representam a maioria das palavras da língua portuguesa.

São acentuadas graficamente as seguintes palavras paroxítonas:

Terminadas em r: ímpar, cadáver, caráter,… Terminadas em l: fóssil, réptil, têxtil,… Terminadas em n: hífen, éden, dólmen,… Terminadas em x: córtex, tórax, fênix,… Terminadas em ps: bíceps, fórceps,… Terminadas em ã, ãs, ão, ãos: órfã, órgão, sótão,… Terminadas em um, uns, om, ons: álbum, fórum, prótons,… Terminadas em us: vírus, húmus, bônus,… Terminadas em i, is: júri, íris, tênis,… Terminadas em ei, eis: jóquei, hóquei, fizésseis,… Terminadas em ditongos crescentes: óleo, régua, água,…

Desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, foram abolidos, nas palavras paroxítonas: o acento agudo nos ditongos abertos oi e ei, o acento agudo na vogal i e na vogal u quando precedidas de ditongos e o acento circunflexo nos ditongos oo e ee.

Palavras com oi antes do acordo: jibóia, bóia, paranóia, heróico, jóia, …

Palavras com oi depois do acordo: jiboia, boia, paranoia, heroico, joia, …

Palavras com ei antes do acordo: idéia, européia, alcatéia, geléia, platéia,…

Palavras com ei depois do acordo: ideia, europeia, alcateia, geleia, plateia,…

Palavras com i ou u antes do acordo: baiúca, feiúra,… Palavras com i ou u depois do acordo: baiuca, feiura,… Palavras terminadas em oo antes do acordo: abençôo, perdôo,

vôo, magôo, enjôo, ... Palavras terminadas em oo depois do acordo: abençoo, perdoo,

voo, magoo, enjoo, ...

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Palavras com ee antes do acordo: eles dêem, eles crêem, eles lêem, eles vêem, …

Palavras com ee depois do acordo: eles deem, eles creem, eles leem, eles veem,…

Regra de acentuação das palavras proparoxítonas

As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: pássaro, cantássemos, gráfico, pêssego,…

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.

Acento diferencial

Com a entrada do Novo Acordo Ortográfico, alguns acentos diferenciais foram abolidos, outros se mantiveram inalterados.

O acento foi abolido nas palavras pára, pólo, pêlo e pêra, ficando para, polo, pelo e pera.

Exemplos:

Para onde ele foi? Para de fazer isso, por favor!

O acento mantém-se nas palavras pôr, pôde, têm e vêm, diferenciando as mesmas de por, pode, tem e vem.

Exemplos:

Você vai pôr a caixa aqui? Por onde ele foi?

Escrever sem acento

Sem acentuação gráfica, as palavras da língua portuguesa são naturalmente paroxítonas, ou seja, acentuadas prosodicamente na penúltima sílaba, como: casa, felicidade, pobreza,… Através da

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acentuação gráfica, é possível a identificação de palavras que não se encaixam nesse padrão, sendo oxítonas ou proparoxítonas, bem como a distinção entre palavras com grafia igual, mas sílabas tônicas diferentes e significados diferentes, como: análise/analise, privilégio/privilegio, negligência, negligencia,…

A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta compõe-se de algumas particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colocando-as em prática na linguagem escrita.

À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e tão logo nos adequamos à forma padrão.

Em se tratando do referido assunto, devemos nos ater à questão das Novas Regras Ortográficas da Língua Portuguesa, as quais entraram em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2009. E como toda mudança implica em adequação, o ideal é que façamos uso das novas regras o quanto antes.

O estudo exposto a seguir visa aprofundar nossos conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafarmos as palavras, levando em consideração as regras de acentuação por elas utilizadas. Lembrando que elas já estão voltadas para o novo acordo ortográfico.

Regras básicas – Acentuação tônica 

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A acentuação tônica implica na intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.

As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. 

De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:

Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. 

Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel 

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba. 

Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível 

Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na antepenúltima sílaba.

Ex.: lâmpada –  câmara –  tímpano – médico – ônibus

Como podemos observar, mediante todos os exemplos mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.

Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar no exemplo a seguir:

“Sei   que não   vai dar em nada,Seus segredos sei de cor”. 

Os monossílabos ora em destaque, classificam-se como

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tônicos; os demais, como átonos (que, em, de).

Acentuação gráfica 

Os acentos 

# acento agudo (´) – Colocado sobre as letras "a", "i", "u" e sobre o "e" do grupo “em” indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. 

Ex.: herói – médico – céu 

# acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica além da tonicidade, timbre fechado: 

Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs 

# acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes. 

Ex.: à – às – àquelas – àqueles 

# O trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. 

Ex.: mülleriano (de Müller) 

# O til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais. 

Ex.: coração – melão – órgão – ímã 

Regras fundamentais: 

Palavras oxítonas:

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Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: "a", "e", "o", "em", seguidas ou não do plural(s):

Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s) 

Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:

Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”. 

Ex.: pá – pé – dó –  há 

Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos, seguidas de lo, la, los, lãs.

respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo 

Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: 

- i, is 

táxi – lápis – júri 

- us, um, uns 

vírus – álbuns – fórum 

- l, n, r, x, ps 

automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps 

- ã, ãs, ão, ãos 

ímã – ímãs – órfão – órgãos 

-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. 

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água – pônei – mágoa – jóquei 

Regras especiais: 

#Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a nova regra. Ex.: Antes Agoraassembléia assembleiaidéia ideiageléia geleiajibóia jiboiaapóia (verbo apoiar) apoiaparanóico paranoico 

 

Observação importante – O acento das palavras herói, anéis, fiéis ainda permanece. 

 

# Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de "s", haverá acento: 

Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís 

Observação importante:

Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.: Antes Agora

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bocaiúva bocaiuvafeiúra feiuraSauípe Sauipe

 # O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” que antes existia, agora foi abolido. Ex.: Antes Agoracrêem creemlêem leemvôo vooenjôo enjoo 

 

#Não se acentuam o "i" e o "u" que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz 

#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh: 

ra-i-nha, ven-to-i-nha. 

#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: 

xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba 

No entanto, tratando-se de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra de acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos: 

fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo 

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# As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas. Ex.:  

 

Antes Depoisapazigúe (apaziguar) apazigueaverigúe (averiguar) averigueargúi (arguir) argui 

 

# Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têmele vem – eles vêm 

 

# A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster.ele contém – eles contêmele obtém – eles obtêmele retém – eles retêmele convém – eles convêm 

# Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções, como: 

A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada

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para diferenciar-se de pode(terceira pessoa do singular do presente do indicativo). 

O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por. 

Palavras homógrafas 

pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivopolo (s) (substantivo) - polo (s) (contração de por + o)pera (substantivo) - pera (preposição antiga)para (verbo) - para (preposição)pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar)pela, pelas (substantivo e verbo) - pela,pelas (contração de preposição +artigo) 

Por Vânia DuarteGraduada em LetrasEquipe Brasil Escola

Classes Gramáticais

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substantivo,verbo,advérbio,pronome,adjetivo,conjunção.interjeição,preposição,numeral e artigo)

1ª Classe   gramátical SubstantivoSubstantivo, como já vimos, é o nome de tudo o que existe ou que imaginamos existir:

escola casa sol mico

Tipos de Substantivo

O substantivo pode ser:a) comum quando indica todos os seres de uma mesma espécie.b) próprio: quando indica um só ser de uma mesma espécie

Exemplo:CidadeSubst. comum, porque indica todos os seres da espécie cidade

GoianiaSubst.próprio, porque indica um só ser da espécie cidade.

Os substantivos comuns se escrevem com a letra minuscula; os substantivos próprios se grafam com a letra maiuscula inicial.

c) simples: quando formado por uma só palavrad) composto: quando formado por duas ou mais palavras.

Ex: doce    batata                             batata-docesubs.simples por que são                  subst.composto porque é formado por duas plavras  formados por uma só palavra

Não é o hífen que determina se um substantivo é composto como ja vimos anteriormente, há certos substantivos  compostos que se escrevem sem hífen(como aguardente, por exemplo, que se compõe de duas palavras água+ ardente).Agora, atenção os prefixos(super,hiper,ex,semi,etc) não formam palavras compostas, portanto, super-homem não é um substantivo composto, mas sim um substantivo simples.

e) primitivo: quando dá origem a outras palavras.f) derivados: quando se origina de outras palavras.

EX: ferro                                    ferreiro-ferradura-ferramentesubstantivo primitivo                        substantivo derivado

g) concreto: quando indica um ser de existência independente, real ou não h) abstrato: quando indica um ser de existência dependente, concebido pela nossa consciênciaEX: (livro) (ar) (fada)substantivo concreto

amor     ódio     ciúmesubstantivo abstrato

O SUBSTANTIVO ABSTRATO ENTÃO SERÁ REPRESENTADO PELAS SEGUINTES SITUAÇÕES: - Quando o substantivo for sentimento. É o caso de amor, alegria e ódio.

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- Quando o substantivo for uma qualidade. É o caso de beleza, feiúra, bondade e inteligência.- Quando o substantivo for uma ação. É o caso de namoro, casamento, beijo e abraço.Observação : por mais que queiram, beijo e casamento jamais serão concretos.Atenção:Por isso, se alguém disser a você que substantivo concreto é tudo aquilo que se pode "pegar", ignore o que essa pessoa disse (mesmo se for um professor), e tenha a certeza de que Deus, Anjo, Demônio e Saturno, por exemplo, são substantivos concretos.

Para finalizar o assunto:Existe na Língua Portuguesa, o Concreto Real e o Concreto Fictício.O primeiro serve para os seres que existem de verdade, como a geladeira, o revólver e o cão.Já o segundo é reservado para os substantivos que existem apenas nas mentes dos povos; como é o caso do minotauro, do saci-pererê, do vampiro, do lobisomem, e de outras figuras mitológicas e folclóricas.

Quanto ao gêneroOs substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às formas, podem ser:Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Exemplos: menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna.Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas uma para o feminino e outra para o masculino. Exemplos: arlequim - colombina, arcebispo - arquiepiscopisa, bispo - episcopisa, bode - cabra, ovelha - carneiro.Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo ser classificados em:Epicenos: referem-se a animais ou plantas, e são invariáveis no artigo precedente, acrescentando as palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do animal. Exemplos: a onça macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea.Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Exemplos: o dentista - a dentista, um jovem - uma jovem, imigrante italiano - imigrante italiana.Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos: a criança, o indivíduo (não existem formas como "o criança", "a indivíduo"). Quanto ao númeroOs substantivos apresentam singular e plural.Nos substantivos simples, para formar o plural, acrescenta-se à terminação em n, vogal ou ditongo o s. Ex: elétron/ elétrons, povo/ povos, caixa/ caixas, cárie/ cáries; a terminação em ão, por ões, ães, ou ãos; as terminações em s, r, e z, por es; terminações em x são invariáveis; terminações em al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes exceções: "mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" (mols), "gol" (gols); terminação em il, é trocado o l por is (quando oxítono) ou o il por eis (quando paroxítono).Os substantivos compostos São aqueles que tem dois radicaisSe os elementos são ligados por preposição, só o primeiro varia (mulas-sem-cabeça); também varia apenas o primeiro elemento caso o segundo termo indique finalidade ou semelhança deste (navios-escola, canetas-tinteiro);

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Se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopeia, só o segundo elemento varia (tico-ticos, pingue-pongues);Nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem-amados, ex-alunos).Resumindo flexiona-se apenas o primeiro elemento:Quando as duas palavras são ligadas por preposições;Quando o segundo nome limita o primeiro, expressando uma idéia de fim ( canetas-tinteiro, sofás-cama).Flexiona-se apenas o segundo elemento:

§                     quanto há adjetivos + adjetivos (econõmico-financeiros, kuso-brasileiros);§                     quando a primeira palavra é invariavel (guarda-roupas);§                     quando há verbo + substantivo (arranha-céus);§                     quando sao palavras repetidas (quero-queros);§                     quando se trata de nome de oracões (pai-nossos);§                     quando se trata de palavras anomatopaicas, que imitam sons(toc-tocs).

Flexionam-se os dois elementos quando há:§                     substantivo + substantivo (cirurgiões-dentistas);§                     substantivo + adjetivo (guardas-noturnos);§                     adjetivo + substantivo (livres-pensadores);§                     numeral + substantivo (Quintas-feiras).

 Quanto ao grauPs: Grau não é Flexão, é derivação. Ex: Concordo com você em gênero e número. Os substantivos possuem três graus, o aumentativo, o diminutivo e o normal que são formados por dois processos:

§                     Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que indicam sua proporção (rato grande, gato pequeno, casa grande) Neste caso grande e pequeno são os adjetivos, dando uma idéia de tamanho nos substantivos, esses adjetivos assim chamamos de analítico;

§                     Sintético: modifica o substantivo através de sufixos que podem representar além de aumento ou diminuição, o desprezo ou um sentido pejorativo (no aumentativo sintético: gentalha, beiçorra), o afeto ou sentido pejorativo (no diminutivo sintético: filhinho, livreco).Exemplos de diminutivos e aumentativos sintéticos:

§                     sapato/sapatinho/sapatão;§                     casa/casinha/casarão;§                     cão/cãozinho/caonzão;§                     homem/homenzinho/homenzarrão;§                     gato/gatinho/gatão;§                     bigode/bigodinho/bigodaço;§                     vidro/vidrinho/vidraça;§                     boca/boquinha/bocarra; muro/mureta/muralha;§                     pedra/pedregulho/pedrona;§                     rocha/rochinha/rochedo;§                     papel/papelzinho/papelão;§                     lápis/lapisinho/lapisão;§                     sapo/sapinho/sapão;§                     livro/livrinho/livrão;

§                     carro/carrinho/carrão; 

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VERBOS

verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo que determina o tipo do predicado, que pode ser predicado verbal, nominal ou verbo-nominal. O verbo pode designar ação, estado ou fenômeno da natureza.

CLASSIFICAÇÃODefinem-se os verbos tradicionalmente como as palavras que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza. Podem ser divididos das seguintes formas e verbos não são apenas ações, são também usado para ligar o sujeito do predicativo:]Quanto à semântica§  Verbos transitivos: Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, e que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na ação.Podendo ser transitivo direto, quando não exigir preposição depois do verbo, ou transitivo indireto, quando exigir preposição depois do verbo. Ou ainda transitivo direto e indireto.§         Verbos intransitivos: Designam ações que não afetam outros indivíduos. Exemplos: andar, existir,nadar, voar etc.§         Verbos impessoais: São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente (mas nem sempre) designam fenômenos da natureza e, portanto, não têm sujeito nem objeto na oração. Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver(no sentido de existência) etc.§         Verbos de ligação: São os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar o sujeito ao predicativo.Exemplos: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se, ficar, viver, virar etc...uou

Quanto à conjugação§         Verbos da primeira conjugação: São os verbos terminados em ar: molhar, cortar, relatar, etc.§         Verbos da segunda conjugação: são os verbos terminados em er: receber, conter, poder etc. O verbo anômalo pôr (único com o tema em o), com seus compostos (compor, depor, supor, transpor, antepor, etc.), também é considerado da segunda conjugação devido à sua conjugação já antes realizada (Ex: fizeste, puseste), decorrente de sua forma do português arcaico poer, vinda dolatim ponere.§         Verbos da terceira conjugação: são os verbos terminados em ir: sorrir, fugir, iludir, cair, abrir, etc.

Quanto à morfologia§         Verbos regulares: Flexiona sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a que pertencem. Exemplos: amar, vender, partir, etc.

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§         Verbos irregulares: Sofrem modificações em relação aos paradigmas da conjugação a que pertencem, tendo modificações no radical e nas terminações. Exemplos: resfolegar, caber, medir ("eu resfolgo", "eu caibo", "eu meço", e não "eu resfolego", "eu cabo", "eu medo"). Verbos anômalos: Entre os irregulares se destacam os anômalos. São verbos que não seguem os paradigmas da conjugação a que pertence, sendo que muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação. Exemplos: ir, ser, ter ("eu vou", "ele foi"; "eu sou", "tu és", "ele tinha", "eu tivesse", e não "eu io", "ele iu", "eu sejo", "tu sês", "ele tia", "eu tesse"). O verbo "pôr" pertence à segunda conjugação e é anômalo a começar do próprio infinitivo.

§         Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas. Exemplo: precaver - não existe a forma "precavenha".

§         Verbos abundantes: Verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação. Exemplos: encher - enchido, cheio; fixar - fixado, fixo; fazer - faz, faça; dizer - diz, diga; trazer - traz, traga.

§         FLEXÃOVer artigos principais: Modos e tempos verbais e Formas nominais do verbo

Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:§         Número: singular e plural.§         Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).§         Modo: indicativo,subjuntivo e imperativo, alem das formas nominais (infinitivo,

gerúndio e particípio).§         Tempo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-

perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.§         Voz: ativa, passiva (analítica ou sintética), reflexiva.Ativa: O sujeito da oração é que faz a ação. Ele sempre fica na frente da frase.Ex : Os alunos resolveram todas questões.Passiva :O sujeito recebe a ação.Ele sempre fica no final da frase.Ex : Todas questões foram resolvidas pelos alunos.Reflexiva : O sujeito faz e também recebe a ação.Ex: Ana se cortou ou se machucou.

FORMAS NOMINAIS

O infinitivo: São terminados em r. Ex.: Amar, Comer, Latir.§         O particípio: São terminados em ado, ada, ido ou ida. Ex.: Amado, Amada,

Comido, Comida, Latido, Latida.

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§         O gerúndio: São terminados em ndo. Ex.: Amando, Comendo, Latindo.Número (N): plural (P) e singular (S).Pessoa (P): 1ª, 2ª e 3ª.Tempo (T): futuro (F), passado (Pa) e presente (Pr).Modo (M): imperativo (Im), indicativo (I) e subjuntivo (S).Aspecto (A): anterior (A), durativo (D), pontual (P) e posterior (Po).ImperativoAndar Vender Partir N P T M A- - - - - - - -And-a Vend-e Part-e S 2ª - Im -- - - - - - - -- - - - - - - -And-ai Vend-ei Part-i P 2ª - Im -- - - - - - - -

Indicativo futuroAndar Vender Partir N P T M AAnd-arei Vend-erei Part-irei S 1ª F I -And-arás Vend-erás Part-irás S 2ª F I -And-ará Vend-erá Part-irá S 3ª F I -And-aremos Vend-eremos Part-iremos P 1ª F I -And-areis Vend-ereis Part-ireis P 2ª F I -And-arão Vend-erão Part-irão P 3ª F I -

Indicativo passado anteriorAndar Vender Partir N P T M AAnd-ara Vend-era Part-ira S 1ª Pa I AAnd-aras Vend-eras Part-iras S 2ª Pa I AAnd-ara Vend-era Part-ira S 3ª Pa I AAnd-áramos Vend-êramos Part-íramos P 1ª Pa I AAnd-áreis Vend-ereis Part-ireis P 2ª Pa I AAnd-aram Vend-eram Part-iram P 3ª Pa I A

Indicativo passado durativoAndar Vender Partir N P T M AAnd-ava Vend-ia Part-ia S 1ª Pa I DAnd-avas Vend-ias Part-ias S 2ª Pa I DAnd-ava Vend-ia Part-ia S 3ª Pa I DAnd-ávamos Vend-íamos Part-íamos P 1ª Pa I DAnd-áveis Vend-íeis Part-ieis P 2ª Pa I DAnd-avam Vend-iam Part-iam P 3ª Pa I D

Indicativo passado pontualAndar Vender Partir N P T M AAnd-ei Vend-i Part-i S 1ª Pa I PAnd-aste Vend-este Part-iste S 2ª Pa I PAnd-ou Vend-eu Part-iu S 3ª Pa I PAnd-amos Vend-emos Part-imos P 1ª Pa I PAnd-astes Vend-estes Part-istes P 2ª Pa I P

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And-aram Vend-eram Part-iram P 3ª Pa I P

Indicativo passado posteriorAndar Vender Partir N P T M AAnd-aria Vend-eria Part-iria S 1ª Pa I PoAnd-arias Vend-erias Part-irias S 2ª Pa I PoAnd-aria Vend-eria Part-iria S 3ª Pa I PoAnd-aríamos Vend-eríamos Part-iríamos P 1ª Pa I PoAnd-aríeis Vend-eríeis Part-iríeis P 2ª Pa I PoAnd-ariam Vend-eriam Part-iriam P 3ª Pa I Po

Indicativo presenteAndar Vender Partir N P T M AAnd-o Vend-o Part-o S 1ª Pr I -And-as Vend-es Part-es S 2ª Pr I -And-a Vend-e Part-e S 3ª Pr I -And-amos Vend-emos Part-imos P 1ª Pr I -And-ais Vend-eis Part-is P 2ª Pr I -And-am Vend-em Part-em P 3ª Pr I -

Subjuntivo futuroAndar Vender Partir N P T M AAnd-ar Vend-er Part-ir S 1ª F S -And-ares Vend-eres Part-ires S 2ª F S -And-ar Vend-er Part-ir S 3ª F S -And-armos Vend-ermos Part-irmos P 1ª F S -And-ardes Vend-erdes Part-irdes P 2ª F S -And-arem Vend-erem Part-irem P 3ª F S -

Subjuntivo passadoAndar Vender Partir N P T M AAnd-asse Vend-esse Part-isse S 1ª Pa S -And-asses Vend-esses Part-isses S 2ª Pa S -And-asse Vend-esse Part-isse S 3ª Pa S -And-ássemos Vend-êssemos Part-íssemos P 1ª Pa S -And-ásseis Vend-êsseis Part-isseis P 2ª Pa S -And-assem Vend-essem Part-issem P 3ª Pa S -

Subjuntivo presenteAndar Vender Partir N P T M AAnd-e Vend-a Part-a S 1ª Pr S -And-es Vend-as Part-as S 2ª Pr S -And-e Vend-a Part-a S 3ª Pr S -And-emos Vend-amos Part-amos P 1ª Pr S -And-eis Vend-ais Part-ais P 2ª Pr S -And-em Vend-am Part-am P 3ª Pr S -

Infinitivo pessoalAndar Vender Partir N P T M AAnd-ar Vend-er Part-ir S 1ª - - -And-ares Vend-eres Part-ires S 2ª - - -

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And-ar Vend-er Part-ir S 3ª - - -And-armos Vend-ermos Part-irmos P 1ª - - -And-ardes Vend-erdes Part-irdes P 2ª - - -And-arem Vend-erem Part-irem P 3ª - - -

Infinitivo impessoalAndar Vender Partir N P T M AAnd-ar Vend-er Part-ir - - - - -

GerúndioAndar Vender Partir N P T M AAnd-ando Vend-endo Part-indo - - - - -

ParticípioAndar Vender Partir G* N P T M AAnd-ado Vend-ido Part-ido M S - - - -And-ada Vend-ida Part-ida F S - - - -And-ados Vend-idos Part-idos M P - - - -And-adas Vend-idas Part-idas F P - - - -

* O particípio é o único tempo verbal do português flexionado em gênero. Isso ocorre em frases como as dadas a seguir:O lote é produzido pela fábrica.Os módulos são produzidos pela filial.A amostra é produzida em laboratório.As unidades são produzidas para exportação.

ADVÉRBIOSPropriedades dos advérbiosVamos analisar as características gerais dos advérbios nos aspectos morfológico e sintático.Características sintáticasOs advérbios podem desempenhar três funções sintáticas:Modificador Suj+SV. Em certas frases que seguem o modelo sujeito + sintagma verbal + complemento, o advérbio pode sozinho desempenhar o papel de complemento. Exemplo: O motorista dirigia despreocupadamente. No exemplo, o advérbio despreocupadamente incide sobre o motorista dirigia. É bom frisar que, nesses casos, a ação do advérbio se dá sobre o agrupamento sujeito + sintagma verbal como um todo.Modificador de modificadores. Nesta função, o advérbio modifica outro modificador presente no mesmo sintagma. O modificado pode ser um adjetivo ou outro advérbio. Exemplo:Ela estava muito bem acompanhada. No exemplo, bemmodifica o adjetivo acompanhada e muito modifica o advérbiobem. O adjetivo da frase, por sua vez modifica ela, sujeito da frase. Temos uma cadeia formada por modificador primário (acompanhada), modificador secundário (bem) e modificador terciário (muito).Modificador frasal. O advérbio pode incidir sobre uma frase inteira. Exemplo: Felizmente, o vôo transcorreu sem problemas. Neste exemplo, o advérbio estende sua ação sobre toda a frase e não apenas sobre um sintagma em particular.

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Prioridades de modificaçãoQuando existe mais de um item potencialmente sujeito à ação do advérbio, respeitam-se as seguintes regras:

·         A prioridade de modificação é decrescente nesta ordem: Modificador de modificadores > modificador Suj+SV > modificador frasal.

·         O advérbio funciona como modificador de modificadores quando houver um adjetivo ou advérbio adjacente. Na maioria dos casos, o modificado está posicionado imediatamente à direita do advérbio.Características morfológicasOs advérbios não apresentam flexões, exceto em alguns casos, em que podem variar em grau. Por exemplo:muito/muitíssimo. Morfologicamente, podemos classificar os advérbios em vários grupos:Regulares: Caracterizam-se pela presença do sufixo menteadicionado à forma singular feminina do adjetivo correspondente. Não havendo forma feminina, toma-se a forma singular como base para a formação. Os advérbios regulares são os mais numerosos e formam um conjunto aberto. Exemplos: abertamente, cabalmente, inegavelmente, prontamente, realmente, etc. O sufixo mente é originário da palavra arcaica mente que significava maneira, forma, modo. Assim, o advérbio friamente advém de fria maneira.Homônimos não modificadores de adjetivos. Neste grupo aberto se incluem advérbios que têm mesma forma do singular masculino do adjetivo correspondente. Por exemplo: Os pilotos dirigem rápido. Não funcionam como modificadores de adjetivos ou advérbiosHomônimos modificadores de adjetivos. Apresentam adjetivos correspondentes e funcionam como modificadores de adjetivos e advérbios. Estão nesta categoria: alerta, bastante, bem, certo, demasiado, mal, meio, melhor, muito, pior, pouco, quanto, rente, só, tanto, todo, etc.Homônimos de gerúndio. Apresentam a mesma forma do gerúndio de verbos. Exemplos: Marisa saiu da sala chorando.O adversário perdeu  lutando.Locativos. Os locativos funcionam como complemento Suj+SV, e são invariáveis. Em função disso, podem ser considerados advérbios.Temporais. Do mesmo modo, os temporais exercem função de complemento Suj+SV e são invariáveis, o que nos permite tratá-los como advérbios.Irregulares. Formam um grupo heterogêneo e fechado mas de uso intensivo no idioma. Não apresentam adjetivos correspondentes dicionarizados. Exemplos: acaso, aliás, ainda, algo, amiúde, antemão, apenas, assaz, assim, como, debalde, decerto, demais, depois, depressa, devagar, deveras, mais, menos, mui, nada, porventura, quão, quase, que, quiçá, talvez, também, tampouco, tão.Cruzando as funções sintáticas com os tipos morfológicos de advérbios obtemos a seguinte tabela::

Complemento Suj+SV

Modificador de modificadores

Modificador frasal

Regulares Sim Sim SimIrregulares Sim Sim NãoHomônimos modificadores de adjetivo

Sim Sim Não

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Homônimos não modificadores de adjetivo

Sim Não Não

Homônimos de gerúndio

Sim Não Não

Locativos Sim Não NãoTemporais Sim Não NãoBasta olhar a tabela para perceber como a classe dos advérbios é heterogênea. Na verdade, só há duas características universais para a classe: funcionarem como complementos Suj+SV e serem invariáveis, exceto em grau.Diante da heterogeneidade de tipos de advérbios e do fato de quase todos os tipos estarem ligados a outras classes morfológicas, é tentadora a idéia de considerar que os advérbios não são exatamente uma classe de palavras, mas sim uma instância que outras classes assumem quando usadas para desempenhar certas funções ditas adverbiais. Os únicos advérbios que não se enquadram nesse modelo de análise são os irregulares. Estes, no geral, são palavras empregadas exclusivamente como advérbios.DemonstrativosA lasse dos demonstrativos é limítrofe, pois apresenta características de adjetivos e de pronomes. Constitui-se de um único lexema com 15 flexões.

Pessoa

Masculino Feminino Indeterminados em gênero e númeroSingul

arPlural Singul

arPlural

1ª Este Estes Esta Estas Isto2ª Esse Esses Essa Essas Isso3ª Aquel

eAquel

esAquel

aAquel

asAquilo

Os demonstrativos apresentam uma rica matriz de flexões. Observando a tabela podemos notar algumas regularidades como:

·         Apresentam forma masculina, feminina e indeterminada em número.·         Apresentam forma singular, plural e indeterminada em número.·         Apresentam formas para usos ligados às idéias de primeira, segunda ou terceira

pessoas do discurso.Funções dos demonstrativosOs demonstrativos possuem características que os aproximam tanto da classe dos pronomes, como da dos adjetivos. Para começar, os demonstrativos portam idéia de pessoa, embora isso se dê no plano semântico e não no sintático como é típico dos pronomes. Por outro lado, os demonstrativos são uma classe fechada o que é típico dos pronomes e atípico para adjetivos. Outra característica interessante é que os demonstrativos apresentam formas determinadas e formas indeterminadas em gênero e número. Finalizando, os demonstrativos são empregados também para expressar relações espaciais de proximidade e afastamento e relações temporais. Quando usados nessas funções, perdem a idéia de pessoa associada que lhes é típica em outros usos.Os demonstrativos determinados em gênero e número são usados como adjetivos. Veja exemplos:Os demonstrativos determinados em gênero e número são usados como adjetivos.Aquela cidade me encanta.Essas meninas são traquinas mesmo.

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Este  livro é meu.Em alguns casos, os demonstrativos determinados em gênero e número são empregados em função substantiva, mas isso ocorre em condições similares às que se dão para os adjetivos. Observe os exemplos:Este é o meu livro.Essas são as meninas traquinas.Aquela que visitamos por último, foi a cidade que mais me encantou.Já os demonstrativos indeterminados em gênero e número (isto, isso e aquilo), são usados só com função substantiva e se comportam como pronomes. Eis alguns exemplos:Isto é uma vergonha.Aquilo ultrapassou os limites.Ele se importa com  isso.Não é possível usar  isto, isso e aquilo em função adjetiva. Observe:* Isso  livro é muito bom.* Gosto de comprar nisto  loja.* Mas que marca é aquilo carro?Indicação de posições relativasA característica mais marcante dos demonstrativos são as flexões ligadas à categoria de pessoa. Em princípio, os demonstrativos indicam posições relativas às pessoas do discurso. Veja os exemplos:Este  livro que está em minhas mãos.Esse  livro que está contigo.Aquele  livro que ele trouxe na mala.Nos exemplos, os demonstrativos estão determinando o substantivo livro. No primeiro caso, o livro está próximo à quem fala (primeira pessoa do discurso). No segundo enunciado, o livro está próximo do ouvinte (segunda pessoa) e no terceiro exemplo, está próximo de quem se fala (terceira pessoa).Os demonstrativos não indicam posse. São válidas frases como:Este  livro é dele.Esse  livro é meu.Aquele  livro é teu.Por extensão, os demonstrativos também são empregados para indicar posições relativas em situações as mais variadas.  O trinômio das pessoas do discurso, por analogia, é empregado para indicar relações como proximidade ou afastamento, presente ou não presente, etc. Vamos exemplificar:Jânio Quadros e João Figueiredo foram presidentes do Brasil.Este era militar e aquele era civil.No exemplo, temos a seguinte regra: a flexão de primeira pessoa indica o que foi citado por último e a de terceira pessoa indica o que foi citado primeiramente. A analogia que se estabelece é do tipo:primeira pessoa = enunciado próximoterceira pessoa = enunciado afastadoO uso mais rico dos demonstrativos, conforme estabelecido na variante culta, geralmente depende de aprendizado formal. Na fala coloquial o uso dos demonstrativos é mais distenso. As regras quanto às flexões de pessoa são

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transgredidas na fala coloquial com muita freqüência. Isso ocorre, em parte, porque as regras para uso de demonstrativos são sutis  e exigem atenção no emprego.Temos que considerar também que em alguns casos, essas regras de uso podem dar margem à ambigüidade como no exemplo:Este  livro que estamos segurando.Esse  livro que estamos segurando.Se falante e ouvinte estão tocando o livro juntos, as duas frases são adequadas ao contexto.Comportamento sintáticoNão se pode determinar um item simultaneamente com demonstrativo e artigo. Não são aceitas frases como:* Os esses  livros são meus.* Uns aqueles turistas voltarão.Os demonstrativos não podem ser determinados por artigo ou adjetivo.* O  isso é uma vergonha.* Os livros que comprei são os estes.* Belo aquilo você vez.Os demonstrativos podem ser determinados por alguns advérbios.Era bem isso que eu queria.Não contávamos com tudo aquilo.Nem esses são confiáveis.Todas aquelas pessoas.O demonstrativo precede imediatamente o determinado e seus outros determinantes. Exemplos:Este belo e bem ilustrado  livro.Aqueles formidáveis tempos  idos.Os demonstrativos determinados em gênero e número, quando em função adjetiva, concordam com o determinado em gênero e número.Estas palavras.Esse  livro.Aquelas conclusões.Os demonstrativos variáveis em gênero e número, quando em função substantiva, concordam em gênero e número com a idéia portada.Essas não apresentaram problema. (peças)Aquele está com defeito. (aparelho)Nas frases em que isto, isso e aquilo estão em função sintática que define a concordância, esta é feita com a idéia portada pelo demonstrativo. Exemplos:Isto é o resultado obtido.Aquilo  foram apenas as primeiras conseqüências.Repare que nos exemplos o verbo concorda em número com a idéia portada pelo demonstrativo. Vale registrar que é raro o emprego de isto, isso e aquilo para representar noções que pedem plural.Contrações dos demonstrativos

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Os demonstrativos formam contrações com as preposições de, eme a conforme a tabela:DesteNeste

DestesNestes

DestaNesta

DestasNestas

IstoNisto

DesseNesse

DessesNesses

DessaNessa

DessasNessas

DissoNisso

DaqueleNaqueleÀquele

DaquelesNaquelesÀqueles

DaquelaNaquelaÀquela

DaquelasNaquelasÀquelas

DaquiloNaquiloÀquilo

PreposiçãoA classe das preposições é fechada de palavras relacionais, pois mediam uma relação entre dois itens da frase. De forma simplificada, podemos entender as preposições como uma ponte semântica entre dois itens que, intercalados pela preposição, formam o que chamaremos de conjunto preposicionado. Esse conjunto é composto de três elementos:ANTECEDENTE + PREPOSIÇÃO + CONSEQÜENTEVeja exemplos:

Antecedente

Preposição

Conseqüente

Livro de História.Viagem a Paris.

Café com leite.Em português, excepcionalmente, a preposição entre pode mediar a relação entre um antecedente e dois conseqüentes, ou então, conseqüente plural.

Antecedente

Preposição

Conseqüente 1

Conseqüente 2

Ficou entre a cruz e a espada.As principais preposições do português são:PreposiçãoExemplo de usoAViagem a ParisAforaTodos desistiram, afora os mais insistentes.ApósPaulo retirou-se após a discussão.AnteFicou parado ante a porta.AtéCorreu até cair de cansaço.ComCafé com leiteComoReceberam o troféu como prêmio.ConformeOcorreu conforme o esperado.ConsoanteO rito se deu consoante os costumes.ContraLutaram um contra o outro.DeCopo de leite.DesdeNão o vejo desde o ano passado.DuranteEle saiu durante o discurso.EmSiga em frente.EntreEstava entre a cruz e a espada.ExcetoTodos votaram a favor, exceto os radicais.ForaTudo corre bem, fora alguns detalhes.MediantePudemos participar mediante recurso.MenosTodos compareceram, menos ele.Para (pra)Comida para gatos.Bom pra cachorro.Por (Per)Passamos por ele no caminho.Ele passou pelos percalços ileso.PeranteApresentou-se perante o juiz.SalvanteResolvi todas as questões, salvante a última.SalvoChegaremos

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logo, salvo algum imprevisto.SegundoEstamos no caminho certo, segundo o mapa.SemCafé sem açúcar.SobTrabalho sob pressão.SobrePedra sobre pedra.TiranteConheço essas pessoas, tirante uns poucos.VistoEle terá alta, visto o resultado do exame.A forma pra é uma variante informal de para.As preposições por e per ocorrem em distribuição complementar. A preposição por predomina, mas não pode ocorrer antecedendo artigos definidos. Não são válidas as combinações a seguir:* Por a, * por as, * por o, * por os.As formas inaceitáveis acima devem ser substituídas pelas contrações equivalentes de per com os artigos definidos.Per + a = pelaPer + as = pelasPer + o = peloPer + os = pelosAfora esses casos de contração, a preposição arcaica per só ocorre em algumas poucas expressões da língua como de per si ouper capita.Ordem e contigüidade no conjunto preposicionadoOs elementos do conjunto preposicionado não precisam ser necessariamente contíguos, como vemos nos exemplos a seguir:Viajei ontem a Recife.Comecem  imediatamente a estudar.Contou a fofoca para todos.Podemos intercalar outros itens entre os elementos do conjunto preposicionado, respeitando a regra que não se interpõe nada entre a preposição e o conseqüente. São inaceitáveis construções como:* Contou para a fofoca todos.* Reservei para, o melhor, ti.Quanto à ordem, é aceitável a inversão específica da ordem típica do conjunto preposicionado como neste exemplos:A todos contou a fofoca.Para ti, reservei o melhor.As duas ordens aceitáveis são portanto:ANTECEDENTE + PREPOSIÇÃO + CONSEQÜENTE (típica)PREPOSIÇÃO + CONSEQÜENTE + ANTECEDENTESão inaceitáveis outras ordens, tais como:CONSEQÜENTE + PREPOSIÇÃO + ANTECEDENTE* Todos a contou a fofoca.ANTECEDENTE + CONSEQÜENTE + PREPOSIÇÃO* Contou a fofoca todos a.O conjunto preposicionado e os sintagmasA preposição media a relação entre dois itens da frase formando o conjunto preposicionado. No entanto, esse conjunto não se contém em um único sintagma. De modo genérico, podemos descrever essa característica com a representação a seguir:

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Sintagma 1

Sintagma 2

antecedente

preposição + conseqüente

Veja alguns exemplos:Sintagm

a 1Sintagm

a 2Doce

Sde leite.

SAdjColorido

Adjà mão.SAdv

ComecemV

a estudar.

Prep VEle

contouSuj SV

a todos.OI

As relações entre os elementos do conjunto preposicionado se dão em uma camada à parte da estrutura de sintagmas. É como se tivéssemos dois níveis de interpretação sobrepostos sobre a mesma frase. Vamos exemplificar analisando o enunciado doce de leite.Na camada sintática, doce é sintagma substantivo simples. Leite é sintagma substantivo simples, que por sua vez integra o sintagma adjetivo de leite.Na camada do conjunto preposicionado, doce é o antecedente eleite é o conseqüente.Na tabela a seguir, temos a maioria das possibilidades de cruzamentos entre conjuntos preposicionados e sintagmas.

Antecedente Preposição + conseqüente

Tudo correu bem,

F

de modo geral.SAdv

Eles partemSuj SV

em viagemSAdv

hoje.SAd

vLetícia

emprestouSuj SV

a OtávioOI

o livro.OD

O médicoSuj

éSV

contra  a cirurgia.SAdj

ÁguaS

mineral

SAdj

sem gás.SAdj

EntediadoAdj

com a monotonia.SAdv

VestidaVvcv

para matar.Prep Vn

Sintagmas avulsos preposicionados

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No modelo completo, a preposição só ocorre concomitantemente a um antecedente e a um conseqüente. Nos sintagmas avulsos, porém, podemos encontrar a preposição associada apenas ao conseqüente, como mostram os exemplos a seguir:Até a vitória.Para você, com carinho.Com sua licença, por favor.Os exemplos são sintagmas preposicionados avulsos. Pode-se entendê-los em muitos casos como frases elípticas, em que o antecedente foi omitido. Mesmo nos sintagmas isolados observamos que a preposição precede de imediato o conseqüente.Combinação de preposiçõesNas combinações, duas preposições atuam em conjunto para criar o elo semântico entre antecedente e conseqüente. As preposições aparecem lado a lado e a interpretação do elo semântico que elas definem se dá pela composição dos sentidos individuais de cada preposição. Veja exemplos:Desceu de sobre a árvore.Os preços baixaram em até 10%.Ele tem o maior carinho para com você.A umidade se infiltrou por entre as tábuas.Sob perspectiva histórica, as preposições afora, após, dentre operante são combinações.Afora = a + foraApós = a + pósDentre = de + entrePerante = Per + anteOs falantes de hoje, porém, já deixaram de perceber essas preposições como combinações, até porque duas delas incluem preposições arcaicas (per e pós). No português contemporâneo, podemos considerar esses casos como preposições simples.PronomesPodemos considerar os pronomes como uma classe de substitutos, pela característica que apresentam de, na maioria dos casos, poderem ser comutados por sintagmas substantivos. O sistema de pronomes do português é rico e complexo. São os seguintes os pronomes da língua portuguesa:

1ªSing.

2ªSing.

3ªSing.

1ª Plural

2ª Plural

3ª Plural

Reto eu tu eleela nós vós eles

elas

Oblíquo ODo, lo, no

a, la, na

os, los, nosas, las, nas

Oblíquo

Átono me te lhe nos vos lhesReflexi me te se nos vos se

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SSp

vo átonoTônico mim ti ele

ela nós vós eleselas

Reflexivo tônico

mim ti si nós vós si

com+ pronome

comigo

contigo

consigo

conosco

convosco

consigo

Tratamento

VocêO Sr.

A Sra.V.S.ªV.Ex.

ª

Vocês

Os Srs.As

Sras.V.S.as

V.Ex.as

Flexões dos pronomesOs pronomes são flexionados em pessoa, gênero, número, e caso, embora o sistema pronominal seja defectivo, como se observa no quadro de pronomes, onde existem lacunas que correspondem à ausência de algumas possibilidades de flexão. A flexão em gênero, por exemplo só existe para alguns pronomes de terceira pessoa. Muitas flexões apresentam a mesma forma que outras próximas no quadro.A flexão de caso, em português, está presente apenas nos pronomes, que comportam três casos: reto, oblíquo OD e  oblíquo SSp.

·         Reto. O caso reto é empregado quando o pronome desempenha função de sujeito da frase.

·         Oblíquo OD. O caso oblíquo OD é usado quando o pronome funciona como objeto direto na frase.

·         Oblíquo SSp. O caso oblíquo SSp, por sua vez, é usado em função de sintagma substantivo preposicionado. Uma especialização do caso oblíquo SSp são os pronomes reflexivos. O oblíquo reflexivo é usado quando o pronome ocupa função de objeto indireto e, além disso, o sujeito e o objeto indireto da frase denotam o mesmo referente.

Terceira pessoa em função de segundaUma característica marcante do nosso sistema pronominal é a possibilidade de, em certos casos, se usar uma flexão de pessoa com valor de outra. O caso mais notável dessa peculiaridade ocorre quando nos dirigimos à quem se fala (segunda pessoa do discurso) usando pronomes de terceira pessoa. Nesse caso, o verbo também pode vir flexionado em terceira pessoa. Observe os exemplos:Tu podes me informar as horas?Você pode me informar as horas?

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O pronome da frase um está flexionado em segunda pessoa e o pronome da frase dois, está em terceira pessoa. No entanto, as frases se equivalem já que por meio de ambas, nos dirigimos ao receptor, ou seja, à segunda pessoa do discurso.O uso de flexões de terceira pessoa em lugar de segunda explica-se historicamente. Os pronomes de tratamento eram formas cerimoniais de se dirigir às autoridades. Pela etiqueta da época, não se considerava apropriado dirigir-se à autoridade diretamente, usando pronomes de segunda pessoa. Os pronomes de tratamento, na verdade, citavam a pessoa a quem se fala de uma forma indireta, referindo-se à seus atributos. Por exemplo: Em vez de dizer:Vossa mercê pode me conceder um favor?Vossa senhoria pode me conceder um favor?A forma de tratamento vossa mercê evoluiu para o pronome atual você. Essa maneira de se dirigir à quem se fala em terceira pessoa se consolidou na língua portuguesa e hoje não se limita aos pronomes de tratamento e às situações formais. Temos no português contemporâneo, regras que definem como usar flexões pronominais de terceira pessoa em função de segunda. Vamos conhecer essas regras a seguir.·         Reto. Frases com o pronome tu podem ser comutadas com correspondentes que usem pronomes de tratamento. Por exemplo: Tu podes me fazer um favor? Você pode me fazer um favor? O senhor pode me fazer um favor?Observe que o verbo concorda com a pessoa do pronome.

·         Oblíquo SSp átono. Frases com o pronome te podem ser comutadas por correspondentes que usem lhe ou a + pronome de tratamento. Exemplos:Concedo-te o benefício.Concedo-lhe o benefício.Concedo a você o benefício.Concedo ao senhor o benefício.

·         

Oblíquo SSp tônico. Frases com o pronome ti são comutáveis por correspondentes que apresentem o pronome lhe ou pronomes de tratamento. Exemplos:Concedo a ti o benefício.Concedo-lhe o benefício.Concedo a você o benefício.Concedo ao senhor o benefício.Observe que lhe substitui preposição + pronome tônico.

·         Com + pronome. Frases com a forma contigo podem ser permutadas com correspondentes que usem consigoou com + pronome de tratamento. Exemplos:Vou contigo ao escritório.Vou consigo ao escritório.Vou com você ao escritório.Vou com o senhor ao escritório.

Não existem formas de segunda pessoa para oblíquo OD átono, oblíquo SSp átono reflexivo, oblíquo SSp tônico reflexivo, e pronomes de tratamento logo, não há como fazer permuta com formas de terceira pessoa nesses casos.No caso dos pronomes lhe e consigo, somente pelo contexto podemos discernir se estão sendo usados em função de segunda ou terceira pessoa.Embora os pronomes de tratamento sejam de terceira pessoa, seu uso ocorre praticamente só em função de segunda.

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ADJETIVO

Adjetivo é uma palavra que caracteriza um substantivo atribuindo-lhe qualidade/característica, estado ou modo de ser. Flexionam-se em gênero, número e grau.

Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios.

Exemplos: borboleta branca

FLEXÃO DO ADJETIVO

Os adjetivos podem sofrer três tipos de flexão: por gênero, por número e por grau.Os adjetivos podem ser divididos em dois grupos em relação ao gênero.Adjetivos uniformes : Apresentam uma única forma para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplos: empregado competente (masculino)/empregada competente (feminino)Adjetivos biformes : Apresentam duas formas para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplo: o homem burguês (masculino)/a mulher burguesa (feminino)Em geral, para formar o feminino, os adjetivos levam a vogal -a no final do adjetivo e para formar o masculino eles levam a vogal -o no final do adjetivo. Exemplo: criativo (masculino)/criativa (feminino). Entretanto, pode haver exceções, como no caso dos masculinos terminados em -eu, que podem fazer o feminino em -eia (europeu, européia) ou em -ia (judeu, judia).O adjetivo flexiona-se no plural de acordo com as regras existentes para o substantivo.Nos adjetivos compostos, como regra geral, só o último elemento vai para o plural. Exemplo: poemas herói-cômicosHá exceção para o adjetivo surdo-mudo, que faz o plural surdos-mudos.Não há variação de número nem de gênero para os seguintes casos:adjetivos compostos com nome de cor + substantivo: olhos verde-maradjetivo azul-marinho: calças azul-marinholocuções adjetivas formadas pela expressão cor + de + substantivo: chapéus cor-de-rosaos substantivos empregados em função adjetivas quando está implicita a idéia de cor: sapatos cinzaRegras para flexão de número para adjetivos compostosNos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o pluralExemplos:lente côncavo-convexasNos adjetivos cores, eles ficam invariáveis quando o último elemento for um substantivoExemplos:papel azul-turquesa/papéis azul-turquesa;olho verde-água / olhos verde-águaA única flexão de grau propriamente dita dos adjetivos é entre o grau normal e o grau superlativo absoluto. Exemplos: atual - atualíssimo,negro - nigérrimo, fácil - facílimo. Algumas palavras ainda admitem o grau comparativo. Exemplos: grande - maior, pequeno - menor, bom - melhor (não confundir com o advérbio bem - melhor. Exemplo: Esse é bom, aquele é melhor ≠ Ele fez bem, você fezmelhor).Nos demais casos, o grau é indicado não por flexões, mas por advérbios. São distintos os seguintes graus:Comparativo de igualdade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de igualdade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: tanto...quanto, ...assim como..., tão...quanto, ...do mesmo jeito que..., e outras variações. Por exemplo: "Fulano é tão alegre quanto sicrano".

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Comparativo de superioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de superioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: mais...que ou mais...do que. Exemplo: "José é mais alegre que Pedro".Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: menos...que ou menos...do que. Exemplo: "José é menos alegre que Pedro".Superlativo absoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie. Exemplo: "José é muito alto".Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais comum é –íssimo. Exemplo: “Trata-se de um artista originalíssimo”, “Seremos tolerantíssimos”.Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o mais alto de todos".Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José éo menos altoLocução adjetiva é a reunião de duas ou mais palavras com função de adjetivo. Elas são usualmente formadas por:uma preposição e um advérbiouma preposição e um substantivoExemplos:Conselho da mãe = Conselho maternoDor de estômago = Dor estomacalPeríodo da tarde = Período vespertin

CONJUNÇÃO

Conjunção é uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções são palavras invariáveisque servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.São exemplos de conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora,que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.Quando duas ou mais palavras exercem função de conjunção dá-se-lhes o nome de locução conjuntiva. São exemplos de locuções conjuntivas: à medida que, apesar de, a fim de que.As conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos que ligam. Se conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível sintático, são ditas conjunções coordenativas.Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja, uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções subordinativas.Apesar de ser uma classe de palavras com muitas classificações, são poucas as conjunções propriamente ditas existentes. A maioria delas são na verdade locuções conjuntivas (mais de uma palavra com a função de conjunção) ou palavras de outras classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção em um período.As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como conjunção) são as seguintes: e,nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, porque,pois, portanto, se, ora, apesar e como.CoordenativasAditivasIndicam uma relação de adição à frase. Unem palavras de mesma função sintática. São elas:e, nem, mas também, como também,além de (disso, disto, aquilo), quanto (depois de tanto),bem como e etc.

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Ex: Comi e fiquei satisfeita. Todos aqui estão contentes e despreocupados. João apeou e deu bons-dias a todos. O acontecimento não foi bom nem ruim.

Adversativas

Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente. São elas: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não obstante , contudo , etc. Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória.Ex:O carro bateu, mas ninguém se feriu.

Alternativas ou disjuntivas

Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou...ou, ou, ora...ora, já...já, quer...quer, etc.Ex.: Ou ela, ou eu.

Explicativas

Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo).Ex: Ele não entra porque está sem tempo.ConclusivasIndicam relação de conclusão. São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, por isto, assim, etc.Ex: Ele bateu o carro, estava, pois, embriagado.SubordinativasAs conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma oração é um membro sintático de outra, esta oração pode exercer funções diversas, correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma delas. Um período formado por conjunções subordinadas que não contém as tais conjunções é chamado de: oração principal.

Integrantes

que, se.  Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode uncionar como sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se.Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se se.Afirmo que sou inteligente.Não sei se existe ou se dói.Espero que você não demore.Observação: Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por "isso", "isto" ou "aquilo".Exemplo:Afirmo que sou inteligente. (Afirmo isto.)Não sei se existe ou se dói. (Não sei isto.)Espero que você não demore. (Espero isto.)As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem.Causalporque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, entre outros.Inicia uma oração subordinada denotadora de causa.Dona Luísa fora para lá porque estava só.

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Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.Como o frio era grande, aproximou-se da lareira.

Comparativaque, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade), etc.Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.Indica comparação entre dois membros.Era mais alta que baixa.Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.O menino está tão confuso quanto o irmão.O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada.

Concessivaembora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que,em que, que,e, etc.Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la.Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.É todo graça, embora as pernas não ajudem..

Condicionalse, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal.Seria mais poeta, se fosse menos político.Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.

Conformativaconforme, como, segundo, consoante, etc.Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal.Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

Consecutivaque (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte queIniciam uma oração na qual se indica a consequência.Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.Falou tanto na reunião que ficou roucoTamanho o labor que sentiu sedeEra tal a vitória que transbordou lágrimas de emoçãoAs palavras são todas de tal modo ou tamanho

Finalpara que, a fim de que, porque [para que], queIniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principalAqui vai o livro para que o leia.Fiz-lhe sinal que se calasse.Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.                                                                                                 Proporcionalà medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos),

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quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais), quanto menos … (tanto mais)niciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal.Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.

Temporalquando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, enquanto, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempoCustas a vir e, quando vens, não demora.Implicou comigo assim que me viu;

Observações geraisUma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em negrito:"Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado.""Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal.""Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal.""Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa.""João subiu e desceu a escada."Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma conjunção ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e".Veja o exemplo:"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.""Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és."As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento pode ficar subentendido.As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo (conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela, porque faz frio."O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se morre de amor.)O uso da conjunção "pois" pode a ser classificada em:Explicativa, quando a conjunção estiver antes do verbo;Conclusiva, quando a conjunção estiver depois do verbo;Causal, quando a conjunção puder ser substituída por "uma vez que".

INTERJEIÇÃO

As interjeições são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, ou mais abrangente: sensações e estados de espírito; ou até mesmo serve como auxiliador expressivo para o interlocutor, já que, lhe permite a adoção de um comportamento que pode dispensar estruturas linguísticas mais elaboradas.As interjeições podem ser classificadas de acordo com o sentimento que traduzem. Segue alguns exemplos para cada emoção:Alegria: oba!, eba!, viva!, oh!, ah!, uhu!, eh! , gol!, que bom!, iupi!Saudação: oi!, olá!, salve!, adeus!, viva!, alô!

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Alívio: ufa!, uf!, ah!, ainda bem!, arre!Animação, estímulo: coragem!, avante!, firme!, vamos!, eia!Aprovação: bravo!, bis!, viva!, muito bem!Desejo: tomara!, oxalá!, queira deus!, oh!, pudera!Dor: ai! ui!admiração: ah!, chi!, ih!, oh!, uh!, ué!, puxa!, uau!, caramba!, caraca!, putz!, gente!, céus!, uai!, horra!, nossa! (francês: oh lala)Impaciência: hum!, hem!, raios!, diabo!, puxa!, pô!Invocação: alô!, olá!, psiu!, socorro!, ei!, eh!, ô!Medo: credo!, cruzes! uh!, ui!, socorro!Outros exemplos que não representam emoções:Ordem: silêncio! alto! basta! chega! quietos!Derivados do inglês: yes! ok!Os principais tipos de interjeição são aqueles que exprimem:a) afugentamento: arreda!, fora!, passa!, sai!, roda!, rua!, toca!, xô!, xô pra lá!b) alegria ou admiração: oh!, ah!, olá!, olé!, eta!, eia!c) advertência: alerta!, cuidado!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo!d) admiração: puxa!e) alívio: ufa!, arre!, também!f) animação: coragem!, eia!, avante!, upa!, vamos!g) apelo: alô!, olá!, ó!h) aplauso: bis!, bem!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, hup!, hurra!, isso!, muito bem!, parabéns!i) agradecimento: graças a Deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!j) chamamento: Alô!, hei!, olá!, psiu!, pst!, socorro!k) estímulo: ânimo!, adiante!, avante!, eia!, coragem!, firme!, força!, toca!, upa!, vamos!l) desculpa: perdão!m) desejo: oh!, oxalá!, tomara!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!,n) despedida: adeus!, até logo!, bai-bai!, tchau!o) dor: ai!, ui!, ai de mim!p) dúvida: hum! Hem!q) cessação: basta!, para!r) invocação: alô!, ô, olá!s) espanto: uai!, hi!, ali!, ué!, ih!, oh!, poxa!, quê!, caramba!, nossa!, opa!, Virgem!, xi!, terremoto!, barrabás!, barbaridade!, meu Deus!, menino Jesus!t) impaciência: arre!, hum!, puxa!, raios!u) saudação: ave!, olá!, ora viva!, salve!, viva!, adeus!,v) saudade: ah!, oh!w) silêncio: psiu!, silêncio!, caluda!, psiu! (bem demorado), psit!x) suspensão: alto!, alto lá!y) terror: credo!, cruzes!, Jesus!, que medo!, uh!, ui!, fogo!, barbaridade!z) interrogação: hei!…A compreensão de uma interjeição depende da análise do contexto em que ela aparece. Quando a interjeição é expressada com mais de um vocábulo, recebe o nome de locução interjetiva. Ora bolas!, cruz credo!, puxa vida!, valha-me Deus!, se Deus quiser! Macacos me mordam!A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte. Não desempenha função sintática.NUMERALOs numerais podem ser classificados como cardinal, coletivo, ordinal, multiplicativo , fracionário, partitivoou romanos Numerais cardinaisOs numerais cardinais são aqueles que utilizam os números naturais para a contagem de objetos, ou até designam a abstração das quantidades: os números em si mesmos. Valem por adjetivos ou substantivos.Exemplo : Dois mais dois é igual a quatro

Numerais coletivos

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Os numerais coletivos são aquelas palavras que designam uma quantidade específica de um conjunto de seres ou objetos. São termos variáveis em número e invariáveis em gênero.Exemplos: dupl,triplo,quadriplo,etc

Numerais multiplicativosOs numerais multiplicativos são aqueles que indicam uma quantidade equivalente a uma multiplicação (uma duplicação, uma triplicação etc.).Exemplos: Às vezes, as palavras possuem duplo sentido. Arrecadou-se o triplo dos impostos relativos ao ano passado.

Numerais ordinaisOs numerais ordinais são aqueles que indicam a ordenação ou a sucessão numérica de seres e objetos.Exemplo: Recebeu o seu primeiro presente agora mesmo.Exemplo: Fernanda está completando seu primeiro aniversário.

Numerais fracionáriosOs números fracionários são aqueles que passam a idéia de parte de algo, fração.Exemplo: terço, quintoum terço do bolo por favor.indicam a divisão de seres (usado muito em receitas de alimento) Exemplo : O garoto comeu MEIA (metade) pizza . ponha 1/4 da xícara de açúcar na massa.

Numerais partitivosOs numerais partitivos são aqueles que passam idéia de partir, não deve se confundir com fracionários.Exemplo: meio.

Numerais romanosOs numerais romanos são usados para marcar o século muitas vezes em relógios e outros, são 7 símbolos que representam os números romanos: I (1),V (5),X (10),L(50), C (100),D (500),M(1000) Para ser formado um número romano é necessário fazer as combinações corretas, sempre em ordem decrescente.Exemplo: MDXXXII (1532, 1000+500+30+2).Cada letra só se pode repetir três vezes, porem é desnecessário, por exemplo, usar duas vezes a letra D, uma vez que repetida daria mil,M. Apesar de não parecer, os números romanos também são infinitos.Para fazer um número menor que uma letra, quando ele for impossível com outras combinações, podemos pôr uma letra na frente pra diminuir a segunda letra.Exemplo: XC = 90 (ou seja, 100 - 10).Quando na numeração romana colocarmos um traço em cima da letra, estaremos multiplicando o valor da letra por mil, por isso, colocando dois traços multiplicamos por um milhão (1000x1000) e assim suscessivamente.Exemplo: Desta forma, torna-se possível escrever qualquer número natural na numeração romana.

ARTIGO

Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los. Os artigos definidos(o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa que fala ou escreve.Falei com o médico.Já encontramos os livros perdidos.Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.Uma pessoa lhe telefonou.Uns garotos faziam barulho na rua.

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Os artigos definidos são "declináveis" (não é uma declinação verdadeira), podendo se combinar com algumaspreposições, formando os seguintes casos:Genitivo: do, da, dos, das (preposição "de")Locativo: no, na, nos, nas (preposição "em")Dativo: ao, à, aos, às (preposição "a")Ablativo: pelo, pela, pelos, pelas (preposição "por")Comitativo: co, coa, cos, coas (preposição "com")Algumas preposições também se ligam aos artigos indefinidos:Genitivo: dum, duma, duns, dumas (preposição "de")Locativo: num, numa, nuns, numas (preposição "em")

Observações sobre alguns empregos dos artigos1. O artigo definido, no singular, pode indicar toda a espécie:ex:

A águia enxerga das alturas.O homem é mortal.

2. É facultativo (opcional) o uso do artigo com os pronomes possessivos:ex:

Sua intenção era das melhores.A sua intenção era das melhores.

3. Os nomes próprios podem vir com artigo:ex:

Os Oliveiras vêm jantar conosco.O Antônio é bom pedreiro.

4. Muitos nomes próprios de lugares admitem o artigo, outros não:ex:

A Bahia, o Amazonas, Santa Catarina, Goiás, os Andes.

5. O artigo indefinido pode realçar (dar intensidade a) uma idéia:ex:

Ele falava com uma segurança que impressionava a todos!Era uma euforia, uma festa, como jamais se viu!

6. O artigo indefinido pode, também, dar idéia de aproximação:ex:

Eu devia ter uns quinze anos, quando isso aconteceu.

7. A palavra todo(a) pode variar do sentido, se vier ou não acompanhada de artigo:ex:

Toda a casa ficou alagada. (inteira, completa, total)Toda casa deve ter segurança. (cada, qualquer)

8. Com o numeral ambos (ambas) usa-se o artigo:ex:

Ambas as partes chegaram a um acordo. (ambas = as duas)   * 1. O artigo definido, no singular, pode indicar toda a espécie:          A águia enxerga das alturas.          O homem é mortal.   * 2. É facultativo (opcional) o uso do artigo com os pronomes possessivos:

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          Sua intenção era das melhores.          A sua intenção era das melhores.   * 3. Os nomes próprios podem vir com artigo:          Os Oliveiras vêm jantar conosco.          O Everaldo é bom pedreiro.   * 4. Muitos nomes próprios de lugares admitem o artigo, outros não:          a Bahia, o Amazonas, Santa Catarina, Goiás, os Andes.   * 5. O artigo indefinido pode realçar (dar intensidade a) uma idéia:          Ele falava com uma segurança que impressionava a todos!          Era uma euforia, uma festa, como jamais se viu!   * 6. O indefinido pode, também, dar idéia de aproximação:          Eu devia ter uns quinze anos, quando isso aconteceu.   * 7. A palavra todo(a) pode variar o sentido, se tiver ou não o artigo:                Toda a casa ficou alagada. (inteira, completa, total)          Toda casa deve ter segurança. (cada, qualquer)   * 8. Com o numeral ambos (ambas) usa-se o artigo:                                                 Ambas as partes chegaram a um acordo. (ambas = as duas)

OBSERVAÇÕESDe acordo com a gramática normativa do português, não se usa artigo depois da palavra "cujo" e suas derivações (cuja, cujos, cujas). Assim: Assisti ao filme cujo título me parecia estranho.Não se usa artigo também antes da palavra "casa" quando entendida como o próprio lar. Deste modo: Estou em casa. Estou na casa de uma amiga.Muitas vezes, estas categorias criadas pelas gramáticas para tentar normatizar/descrever as línguas não dão conta de explicar todos os fenômenos lingüísticos possíveis. Em alguns casos, o artigo pode indicar também certa familiaridade. Ex: "Lucas é um apresentador de TV" e "O Lucas é meu amigo desde a quarta série".O artigo, diante de qualquer palavra, relacionando-se a ela, transforma-a em substantivo

SINTAXE

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SintaxeA Sintaxe é a parte da língua portuguesa que trabalha com a disposição das palavras em uma frase e a lógica entre elas. Ela é muito importante para compreender a combinação de orações e palavras. Nos estudos gramaticais a sintaxe é estudada por meio da análise sintática para analisar o sujeito, o predicado e os termos acessórios de uma oração.

Sintaxe de ConcordânciaA concordância de uma frase ocorre quando há determinada flexão entre dois termos e ela pode ser caracterizada como verbal ou nominal. É a responsável pela harmonia na construção de uma frase na língua portuguesa.

Concordância VerbalFlexão do verbo para concordar com o número e a pessoa do seu sujeito. O verbo representa o subordinado e o sujeito o item subordinante. Em alguns casos surgem dúvidas nos concurseiros na hora da prova devido o uso de expressões que passam o sentido de pluralidade e confundem o candidato.

Sujeito Simples: Quando é um sujeito simples o verbo concorda em número e pessoa e a ação é praticada por apenas um núcleo.

- Meus filhos chegaram (3º pessoa do plural) com fome.

- Meu filho chegou (3º pessoa do singular) com fome.

Regras Sujeito Simples1) Sujeito formado por expressão partitiva (uma porção de, a maioria de, grande parte de...) pode ter a concordância no singular ou plural quando for seguida de substantivo ou por um pronome no plural.

A maioria dos alunos apoia/apoiaram a greve dos professores.

Parte dos ônibus apresentou/apresentaram defeito mecânico.

2) Nos substantivos coletivos especificados os verbos ficam na 3º pessoa do singular.

Um bando de bandidos saqueou/saquearam uma joalheria no centro da cidade.

3) Para os sujeitos que indicam uma quantidade aproximada (cerca de, perto de, mais de...) seguido por um numeral e substantivo, o verbo fica em concordância com o substantivo.

Mais de quinhentas pessoas participaram da corrida escolar.

Cerca de duzentas crianças comemoraram o feriado no parque.

4) Nomes que só existem no plural e os que não tem artigo ficam com o verbo no singular. Mas, quando essa palavra no plural vier com artigo o verbo deve ficar no plural.

Os Estados Unidos são o país da oportunidade.

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5) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (muitos, vários, quantos, alguns...) que seja sucedido dos termos “de nós” ou “de vós”. O verbo nesse caso pode concordar com o primeiro pronome ou com o pronome pessoal. Para os casos em que o pronome interrogativo e indefinido estiver no singular o verbo também fica no singular.

Quais de nós são/somos capazes?

Qual de nós é capaz?

6) Quando o sujeito é formado por uma porcentagem e sucedido por um substantivo. O verbo deve estar em concordância com o substantivo.

35% dos candidatos reprovaram no vestibular.

5% do orçamento do país deve ser destinado ao transporte público.

7) Para os casos em que existe porcentagem que não é sucedida de substantivo o verbo concorda com o número. Exemplo:

o 50% conhecem o candidato.

8) Quando o sujeito da frase é o pronome relativo "que" o verbo concorda em número e pessoa com o termo que antecede o pronome.

Fomos nós que pagamos a conta do restaurante.

Fui eu que fiquei feliz com sua visita.

9) Na expressão “um dos que” o verbo fica no plural. Exemplos:

Pelé foi um dos jogadores que mais usaram a camisa da seleção brasileira.

João é um dos que ensinam inglês na escola do bairro.

10) Para os casos em que o sujeito for um pronome relativo o verbo pode concordar com o termo que antecede o pronome ou vir na 3º pessoa do singular.

Fui eu quem viajou de carro./Fui eu quem viajei de carro.

11) Para o sujeito que é um pronome de tratamento o verbo deve permanecer na 3º pessoa do singular ou plural. Exemplos:

Vossa Majestade é irônica?

Vossas Majestades vão viajar?

12) Para verbos como dar, bater e soar a concordância ocorre dependendo do numeral. Exemplo:

Soaram dez horas no relógio.

Deu uma hora da manhã.

13) A concordância para verbos impessoais (haver, fazer e os que indicam fenômenos da natureza) são utilizados na 3º pessoa do singular. Exemplos:

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Faz duas semanas que não como carne.

Trovejou ontem pela manhã.

Dica: Quando falamos durante o dia a dia somos levados a fazer concordância apenas no singular muitas vezes levando ao erro.

Sujeito Composto: Aquele que possui mais de um núcleo. Veja a seguir as regras:

1) Para o sujeito composto que vem antes do verbo a concordância deve ser no plural. Exemplos:

João e Maria conversavam na varanda.

Pais e filhos devem ser amigos.

2) Para os sujeitos compostos que possuem pessoas gramaticais distintas a concordância verbal segue a seguinte regra: a 1º pessoa predomina sobre a 2º pessoa. Exemplo:

Pais e filhos precisam respeitar-se. (3º pessoa do plural-eles)

3) Quando o sujeito composto vem após o verbo (posposto) há duas possibilidades de concordância. Na primeira o verbo concorda no plural com o sujeito e na segunda opção concorda com o núcleo do sujeito mais próximo.

Compareceram a festa a mãe e suas filhas.

Compareceu ao evento a mãe e suas filhas.

4) Para casos de reciprocidade a concordância se dá no plural. Exemplo:

Abraçaram-se tios e primos.

5) Quando há sujeitos compostos formados por núcleos sinônimos o verbo concorda no plural ou no singular. Exemplo:

A falta de chuva e a seca marcam/marca o inverno no Distrito Federal.

6) Quando o sujeito composto apresenta termos dispostos em gradação o verbo pode concordar com o último núcleo do sujeito ou ficar no plural. Exemplos:

Dias, horas, minuto, segundo parecem solitários sem voc&ecirc.

Dias, horas, minuto, segundo parece interminável sem você.

7) Quando os núcleos do sujeito estão ligados pelos termos “ou” ou “nem”, o verbo concorda no plural e a afirmação do predicado é relacionada a todos os núcleos. Para os casos de núcleo excludente o verbo permanece somente no singular. Exemplos:

Jogador ou treinador de futebol ganham pouco.

Nem Maria nem João foram viajar.

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8) Para as expressões “um ou outro” e "nem um nem outro” pode-se utilizar a concordância no plural ou singular, no entanto é mais comum ver no singular. Exemplos:

Nem um nem outro foi/foram à festa.

Um e outro viajou/viajaram para Paris.

9) Quando os núcleos do sujeito são ligados com o termo “com” o verbo concorda no plural. Exemplo:

A mãe com a irmã criaram uma nova empresa.

10) Para os núcleos do sujeito ligados por expressões correlativas (tanto...quanto, não somente, não só...mas ainda, etc).

Tanto os alunos quanto os professores ficaram tristes com o fim das aulas.

11) Quando os sujeitos compostos são reunidos em apenas um aposto recapitulativo (nada, tudo, etc.) a concordância se dá de acordo com o termo utilizado na oração. Exemplo:

Doces, Sal, Gorduras, tudo faz mal à saúde.

Concordância NominalA concordância nominal trabalha a relação de um substantivo com as palavras (adjetivos, particípios, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos) que o caracterizam. Veja abaixo as principais regras:

1) Quando o adjetivo refere-se a apenas um substantivo ele concorda em gênero e número. Exemplos:

Os celulares barulhentos tocavam sem parar.

As pernas trêmulas apontavam seu nervosismo.

2) Para os adjetivos que referem-se a vários substantivos a concordância varia se o adjetivo estiver anteposto ou proposto a eles. Para o primeiro caso ele vai concordar em gênero e número com o substantivo que estiver próximo e quando ele estiver posposto o adjetivo concorda com o substantivo que estiver mais próximo ou com todos eles. Exemplos:

Compramos barato o carro e a casa.

Compramos baratas as roupas e os sapatos.

A padaria oferece pão e bolo gostoso.

A padaria oferece pão e rosca gostosa.

Obs: Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentes o adjetivo concorda no plural. Exemplo: Os maravilhosos João e Maria me visitaram no hospital.

3) Quando houver a expressão ser + adjetivo ele concorda como masculino singular se não houver nenhum modificador na frase. No entanto, se houver algum modificador o adjetivo deve concordar com o substantivo. Exemplos:

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Caminhar é bom para o coração.

Esta caminhada é boa para o coração.

4) Para os casos em que o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais. Exemplo:

Eu as vi pela manhã muito misteriosas.

5) Para as expressões com pronome indefinido neutro (tanto, nada, muito, algo, etc) seguido da preposição "de + artigo"a concordância se dá para o masculino singular.

A rua tinha algo de fantasmagórico.

6) Quando a palavra só estiver na frase com sentido de "sozinho" ele adquire função adjetiva e concorda com o substantivo a que se refere. Exemplo:

Aline ficou só.

Aline e João ficaram sós.

7) Quando apenas um substantivo é alterado por mais de dois adjetivos no singular pode-se deixar o substantivo no singular e inserir o artigo antes do último adjetivo ou o nome vai para o plural e o artigo é retirado.

Adoro a comida argentina e a mexicana.

Adoro as comidas argentina e mexicana.

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PONTUAÇÃO

SINAIS DE PONTUAÇÃOUsamos os sinais de pontuação para fazer pausas (mais ou menos longas) e formas de entoação que são próprias da fala.

- O ponto final (.) – é uma pausa longa e termina uma frase declarativa.

Exemplo: Vou à escola fazer o teste.

 

- A vírgula (,) – é uma curta pausa no interior da frase e usa-se em várias situações.

Exemplos: Ó Joana, vai comprar o pão, que a mãe precisa para o jantar! (depois de um chamamento)

         Fui às compras e trouxe pão, leite, chocolates, carne e azeite. (para enumeração de elementos)

         Vale do Paraíso, 24 de Fevereiro de 2010 (entre um nome de um lugar e uma data)

 

- O ponto e vírgula (;) – é uma pausa mais longa do que a virgula e mais curta que um ponto final. Utiliza-se geralmente para enumerar factos.

Exemplo: A Joana é uma boa aluna: faz os trabalhos de casa e estuda para os testes; ajuda os colegas com mais dificuldades e vai para a biblioteca estudar; é pontual e assídua.

 

- Os dois pontos – é uma pausa longa e usa-se

- Para introduzir uma fala em discurso directo

Exemplo: A Rainha perguntou:

- Espelho meu, quem no Mundo há mais bela do que eu?

 

       - Depois de uma saudação inicial de uma mensagem como carta, postal, recado, entre outras

         Exemplo: Querida Mãe:

                   As férias estão a correr muito bem (…)

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         - Para anunciar uma enumeração

       Exemplo: No meu roupeiro há: camisas, calças, meias, sapatos e casacos.

 

         - Para transcrever uma frase de outra pessoa

       Exemplo: Já dizia o poeta Luís de Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”

 

- O ponto de interrogação (?) – é uma pausa longa e indica que há uma pergunta

Exemplo: Vais para a explicação?

 

- O ponto de exclamação (!) – é uma pausa longa e indica uma frase exclamativa que exprime de forma intensa um sentimento, uma emoção, uma sensação ou uma ordem

Exemplo: Que calor! Queria tanto ir à praia!

Vai já arrumar o quarto!!

 

- As reticências (…) - indicam um corte na frase ou uma ideia que não foi directamente expressa, cabendo ao leitor adivinhar o que não foi escrito:

Exemplo: Com que então não fizeste os trabalhos de casa! Quando chegares a casa já sabes para onde vais…

RESUMO:Sinais de pontuação

Para facilitar a leitura e ajudar à compreensão dos textos, na linguagem escrita usam-se sinais de pontuação:

   ponto final - usa-se no final da frase e obriga o leitor a uma paragem;

   vírgula - separa os elementos da frase; marca uma pequena pausa;

   dois pontos - usam-se antes de uma citação ou de uma enumeração;

   ponto e vírgula - usa-se para separar orações coordenadas; obriga a uma pausa mas não termina a frase;

   ponto de exclamação - utiliza-se quando se deseja exprimir surpresa, receio, admiração, etc.;

   ponto de interrogação - usa-se para fazer uma pergunta;

   reticências - indicam que a frase está incompleta; assinalam uma hesitação ou uma pausa;

   travessão - utiliza-se nos diálogos para indicar a fala das personagens;

   aspas - introduzem palavras ou citações de outros textos;

   parêntesis - assinalam informações diversas.

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SEMANTICA

O que é Semântica:Semântica é um ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases e textos de uma língua. A semântica está dividida em: descritiva ou sincrônica – a que estuda o sentido atual das palavras e em histórica ou diacrônica - a que estuda as mudanças que as palavras sofreram no tempo e no espaço.A semântica descritiva estuda o significado das palavras e também as figuras de linguagem.O estudo do significado das palavras pode ser dividido em: sinonímia, antonímia,homonímia e paronímia:Sinonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Ex.: cara/rosto, quarto/dormitório, casa/lar/morada.

Antonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavra que possuem significados diferentes, ou seja, antônimos: Ex.: amor/ódio, dia/noite, calor/frio.

Homonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém, possuem a mesma forma e som, ou seja, oshomônimos. Estas se dividem em: Homófonas – acento/assento, conserto/conserto; Homógrafas – pode/pode, olho/olho; Perfeitas – rio/rio, são/são/são.

Paronímia – é o estudo da particularidade de duas palavras que apresentam semelhança na grafia e na pronúncia, mas têm significados diferentes: eminente/iminente, absolver/absorver.

A semântica estuda também a denotação e a conotação das palavras:

Denotação – é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o significado original. Ex.: As estrelas do céu. Vesti-me de vermelho. O fogo do isqueiro.Conotação – é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto,

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podendo causar várias interpretações. Ex.: As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores. O fogo da paixão.

Resumo sobre Semântica

Manual de Semântica (texto I)

Quando se fala em estudos do significado, o que vem logo à mente das pessoas envolvidas com questões de linguagens é a palavra semântica. Assim podemos afirmar com segurança que a semântica é bastante complexa e há dois fatores: o primeiro são as diferentes perspectivas teóricas que lingüistas e filósofos possuem acerca do objeto de estudo da semântica, o segundo fator é a falta de consenso quanto ao que seja significado. Os filósofos gregos foram os primeiros a abordarem questões relacionadas ao significado.

O termo semântico tem origem na palavra grega semantiké. Seu objetivo era bem claro: tentar compreender o conhecimento humano. Nessa busca pela compreensão da relação entre a linguagem e o conhecimento eles acabaram por realizar importantes reflexões acerca da palavra e do significado. Hermógenes fala a respeito dessa relação, idéia proposta por Crátilo que diz a respeito dos nomes, que eles são naturais e não convencionais.

Entretanto, conceber uma relação direta entre palavra e coisa é comportar-se de uma maneira demasiadamente simplista. Afinal, como é possível demonstrar-se a existência de uma relação natural e intrínseca entre uma palavra e um objeto, ao qual ela se refere, ou ao qual ela representa no pensamento? John Locke manifestou-se a esse respeito, lembrando que a função das palavras é permitir a comunicação entre pessoas e que as palavras resultam de convenções sociais.

Contudo, a explicação satisfatória sobre a relação entre a palavra e o significado foi a da visão convencionalista, segundo a qual o significado é arbitrário, determinado socialmente, convencionado pela comunidade lingüística. A convenção tem função reguladora importante dentro de um grupo social: ela restringe o número de opções. Sem a convencionalidade, os falantes e seus respectivos ouvintes não poderiam atingir uma concordância acerca daquilo que querem transmitir.

Diante disso, para a lingüística moderna o importante é a multiplicidade de significados, nelas está inseridas a polissemia, em que uma mesma palavra tem dois ou mais significados de acordo com o contexto, e a homonímia em que duas ou mais palavras de significados diferentes tem a mesma grafia e/ou a mesma pronúncia. Dessa forma o termo significado é fundamental para a semântica e não possui uma definição única e incontroversa, é natural que os outros termos acrescentem dificuldades de delimitação do seu objeto.

Semântica (texto II)

Neste capitulo abordaremos alguns fenômenos típicos da linguagem humana, como ponto de partida para analise, a dêixis. Observe; a madame de vestido turquesa está desde as duas horas da tarde na loja de confecções onde foi comprar um chapéu. São cinco horas e a balconista já buscou todos os chapéus disponíveis no estoque. Nesse momento a madame aponta para um dos primeiros chapéus que a balconista mostrou, o único verde de bolinhas roxas e diz:

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(1) Fico com este.

(2) Às cinco horas da tarde, a madame de vestido turquesa fica com o chapéu verde de bolinhas roxas. As frases (1 e 2) veiculam “a mesma informação”.

Como explicar que essas duas frases sejam capazes de expressar a mesma informação se tão claramente diferentes? A explicação é obviamente, no fato de que, na nº1, o locutor “madame” em apontar fornece a forma de descrever que expressa na nº2. Tomando o demonstrativo este como exemplo típico desse fenômeno lembrando que ele vem acompanhado de um gesto de apontar. A lingüística moderna chama estas palavras e formas de dêiticos que realizam o fenômeno da dêixis (ato de mostrar), que distingue a linguagem humana das linguagens artificiais.

O fenômeno da dêixis dá as línguas naturais uma grande agilidade; em contra partida, as frases com elementos dêiticos só podem ser interpretadas em estreita conexão com situações determinadas, e as informações são transmitidas com a variar das situações. Assim essas observações distinguem o fenômeno da dêixis do fenômeno da anáfora, esta consiste em identificar objetos, pessoas, lugares. Embora haja em português, uma maioria de expressões que se usam ora, como anafóricas, ora como dêiticas, os dois fenômenos são distintos. Em certos casos os dêiticos e anafóricos distribuem-se em séries paralelas e intercambiáveis.

Contudo, a oposição entre a frase 1 e a 2 não se resume, num grau maior ou menor de concisão, ou na presença/ausência de dêiticos, importa reconhecer que os enunciados constativos e os performativos não podem ser descritos da mesma maneira. È a fenômeno desse tipo que os lingüistas se referem como atos da fala. Todavia, o fenômeno de acarretamento em que se inferi uma expressão com base no sentido literal de outra, este sentido passa obrigatoriamente pelo contexto conversacional, á fenômenos desse tipo denominamos de implicaturas.

Introdução ao estudo do léxico (texto III)

Antonímia

Informalmente, as pessoas costumam chamar de antônimas quaisquer palavras ou expressões que podem ser colocadas em oposição: nascer, morrer; Grande, pequeno. Os antônimos formam pares que referem a realidades “opostas”, estas realidades pode ter fundamentos diferentes. Assim, na mesma escala: quente e frio, ou numa mesma ação bater, apanhar. Encontramos também antônimos entre os substantivos (duro, mole), adjetivos (bondade, maldade), verbos (dar, receber), advérbios (lá, cá), preposições (sobre, sob).

Arcaísmo

Chamamos de arcaísmo as expressões que, tendo já sido de uso corrente na língua, caíram em desuso e quando usadas refletem um estado de língua mais antigo, geralmente aparecem com freqüência na literatura. È comum encontrarmos arcaísmo em todos os domínios da língua: vocabulários, morfologia, sintaxe... Com freqüência, as falas tipicamente regionais continuam usando formas e expressões que do ponto de vista da língua brasileira comum seriam arcaicas porque os objetos, as técnicas, e os hábitos correspondentes caíram em desuso.

Homonímia

São aquelas palavras que se pronunciam da mesma forma e que escrevem de maneiras diferentes (cinto, sinto), (sessão, cessão, seção).Em alguns casos o uso de homônimos

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causamalguns problemas de comunicação, ou seja, a interpretação deve ser realizada de maneira cuidadosa.

Polissemia

A polissemia se opõe a homonímia: ou seja, para que haja polissemia é necessária uma só palavra e de acordo com o contexto da mesma existam vários sentidos, então temos a construção polissêmica.

Sinonímia

Os sinônimos são palavras de sentido próximos que se prestam ocasionalmente, para descrever as mesmas coisas e as mesmas situações. Mas é sabido que não existem sinônimos perfeitos: A escolha entre dois ou mais sinônimos dependem também das características regionais. Quando pronunciada uma palavra deve se tiver o cuidado de não ser mal interpretado devido ao sentido original desta palavra.

Termos genéricos e termos específicos

Ao falarmos das mesmas realidades, podemos aplicar a essa realidade palavras que evocam conceitos mais ou menos abrangentes. Por ex: Caruso meu canário, é ao mesmo tempo um canário, um pássaro, um bicho, um ser vivente...

Interessa dispor da palavra hiponímia: na qual a palavra canária é hiponímia da palavra pássaro. A noção de hiponímia tem a ver com inclusão. Interessa também que em oposição aos termos específicos correspondentes, os termos genéricos são aqueles que aplicam o conjunto mais amplo de objetos (os lingüistas dizem que eles têm extensão maior), mas nos dão pouca informação sobre como os próprios objetos (compreensão menor): ficamos sabendo mais sobre as características de um animalzinho de estimação se ele for descrito como um canário, ficamos sabendo menos se ele for descrito, genericamente, como um pássaro.

Lexemas e Lexias. Lexias simples e complexas (texto IV).

No sistema abstrato da língua, distinguem-se dois componentes: o léxico e a gramática. De fato as palavras são entidades abstratas que compõem o sistema lingüístico. Por sua vez, os discursos são atos de linguagem transitórios, ao passo que a palavra é um elemento permanente da língua. O termo lexema é usado para designar a unidade léxica abstrata em língua.

No português são formas livres: os substantivos, os adjetivos, e os verbos e são formas dependentes (vocábulos e morfemas): As preposições, os pronomes pessoais, os artigos, as conjunções entre outros. Na prática alguns testes poderão ajudar detectar as lexias complexas, o primeiro é o teste de substituição, não podemos substituir os vocábulos bom dia e boa noite por outro adjetivo mais ou menos sinônimos, dizendo: ótimo dia e ótima noite, por conseguinte, tudo leva a crer que os mesmos já estão lexicalizados como lexemas. O segundo é o teste de inserção que não poderia inserir um advérbio em meio aos constituintes exp.: mercado “negro”, resultando mercado “muito” negro. Portanto, este também demonstra que estão lexicalizados. E seremos obrigados a chamá-los de lexias complexas.

O termo lexias simples será; pois reservado para as unidades que são grafadas com único segmento. A ortografia demonstra que o código escrito reproduz o código oral precariamente. Além disso, os contínuos desajustes, existentes no interior do sistema lingüístico, são patentes

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na notória incapacidade que tem o código escrito de reproduzir os lusco-fuscos da língua em ação.

A categorização léxica (texto V)

Qualquer sistema léxico é a somatória de toda experiência acumulada de sociedade e do acervo da sua cultura através das idades. Os membros da mesma funcionam como sujeitos agentes, no processo de perpetuação relaboração continuam do léxico da sua língua. Num processo em desenvolvimento, o léxico se amplia se altera e, às vezes, se contrai. As mudanças sociais e culturais acarretam alterações nos usos de vocabulários, e isso surge para enriquecer o léxico. Sobretudo no processo de aquisição da linguagem o léxico é o domínio na qual a aprendizagem é continua durante toda á vida do individuo.

Um dos processos comum da memória na da incorporação do léxico é o modelo binário de oposição, ou seja, a relação que o cérebro faz a determinadas coisas, exp. Ao falar em material escolar, o cérebro traz; caneta, borracha, livro, caderno, etc. Existe um tipo de afasia em que os campos onomasiologico das palavras parecem sofrer um total desmantelamento, acarretando a perturbação da estrutura interna dos subsistemas léxicos. O afásico nomeia um objeto através de outro signo verbal que faz parte do campo semasiológico das palavras. O afásico manifesta assim, incapacidade de encontrar a palavra requerida pela situação na memória léxica.

A categorização léxica e a estruturação do sistema lexical é matéria pouco, ou nada, conhecida, e até escassamente estudada pelos lingüistas. A organização das palavras por categorias são elaborações próprias de cada cultura e dela resultante. A análise diacrônica de um sistema lingüístico ocasiona muitas vezes, alterações e reformulações ordenadas do léxico dessa língua.

O significado. A estruturação do léxico (texto VI)

“As significações ditas léxicas de certos signos são apenas significações contextuais artificialmente isoladas ou parafraseadas. Todo significado de um signo nasce de um contexto, seja ele de situação ou explicito”. Assim, na maioria dos lexemas é possível distinguir exclusivamente conceptual, onde é feita referência explicita do conteúdo denotativo e/ou lógico e cognitivo dos dados da realidade. Também é possível detectar significados de uma palavra, na qual sobressaem partes conotativas que se reportam a elementos contextuais.

Na prática é por vezes difícil de distinguir o tipo de significação que ocorre em um dado contexto. A criatividade artística é capaz de explorar a significação de maneira tão original e desusada, que os escritores normalmente estão sempre ampliando o halo de significação de uma palavra, ou de seu campo semântico. Toda palavra abrange uma rede de significados. E mais ainda diferentemente da gramática é o léxico, pois o mesmo é um campo aberto.

Contudo, a onomasiologia visualiza os problemas sob o ângulo do que fala, daquele que deve escolher entre diferentes meios de expressões. Já a semasiologia focaliza os problemas do que ouve do interlocutor que deve determinar as possíveis significações da palavra que ele entende. Dessa forma, o enfoque onomasiologico é típico da Lexicologia. A lexicografia, porém, opera, sobretudo dentro da metodologia semasiologia. O confronto de um campo onomasiologico com os campos semasiológico afins demonstram que eles se interpenetram e se completam, contribuindo assim, para o estudo da forma de como o léxico se estrutura na língua.

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O campo léxico (texto VII)

Uma noção de suma importância em lingüística é a de valor, que se encontra esboçada em Saussure (1977, p. 131). “cada termo lingüístico é um pequeno membro, em que a idéia se fixa num som e torna-se um signo de uma idéia”. Tratando das relações associativas, estabelece que os grupos formados por associação mental não se limitam a aproximar os termos que apresentem algo em comum; o espírito capta também a natureza das relações que os unem em cada caso e cria com isso tantas séries associativas quantas relações diversas existam.

Assim, um campo lingüístico é uma seção de entre mundo da língua materna, constituída pela totalidade de um grupo de signo lingüístico que coopera em articulação orgânica, na tentativa de classificar os campos léxicos que parecem mal delineados, uma vez que, não foi elaborado um método de campos léxicos. Pelas relações estabelecidas entre léxicos e cultura, a teoria dos campos se aproxima da hipótese de que a percepção que o individuo tem da realidade é condicionada pelo sistema lingüístico que ele fala: as categorias da língua fornecem como que subsídios para a interpretação do real.

Ainda assim, o sistema lingüístico não é simplesmente um veiculo reprodutor de idéias, mas o próprio modelador das idéias “o programa é o guia para atividades mentais do individuo”, para sua análise das impressões, para síntese de toda a sua bagagem mental. Dessa forma define-se dois conceitos: palavras testemunhas e palavras-chave. As primeiras são definidas como “elementos particularmente importantes em função dos quais a estrutura lexicológica se hierarquiza e se coordena”.

Por outro lado, uma palavra é “uma unidade lexicológica que exprime uma sociedade... um sentimento, uma idéia viva na medida em que a sociedade reconhece neles um ideal. O campo lexical é um paradigma lexical constituído por um conjunto de unidades lexicais que compartilham entre se uma zona comum de significação, fundada em oposições imediatas. A teoria merece destaque pelas explicitações teóricas que consolidam a lexemática e não se restringem a uma descrição direta e imediatista dos campos lexicais, pois é sofisticada com uma serie de distinções muito refinadas.

Sistema Lingüístico e Empréstimo (texto VIII)

Na relação entre duas línguas, a vizinhança ou coexistência espacial tende a modelar o léxico de uma ou de outra por um recorte analógico do mundo objetivo, e desta maneira cada língua conserva suas formas fônicas, porém introduz um novo conteúdo gramatical ou conceitual. Nós contatos raros ou sistemáticos, a interferência, embora em menor grau esteja sempre presente. Partindo das conseqüências destas relações os sistemas lingüísticos são classificados como:

Homogêneos (pouco receptivo a termos alógenos), Heterogêneos (receptivos aos termos alógenos, integrando-os e adaptando-o a sua estrutura), amalgamados (receptivos aos empréstimos de sistema semelhante ao seu). Eles se constituem o meio termo entre os dois extremos anteriores.

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