apostila petrobras - aspectos ambientais

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  • 8/7/2019 Apostila Petrobras - Aspectos Ambientais

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

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    CURSODEFORMAODEOPERADORESDEREFINARIAASPECTOSAMBIENTAISDEUMA REFINARIAERESPECTIVAS

    FORMASDECONTROLE

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

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    CURITIBA2002

    ASPECTOSAMBIENTAISDEUMA REFINARIA

    ERESPECTIVASFORMASDECONTROLEELOISIA B. A. P. COELHO

    Equipe Petrobras

    Petrobras / Abastecimento

    UNs: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

    333.72 Coelho, Eloisia B. A. P.C672 Curso de formao de operadores de refinaria: aspectos ambientais de

    uma refinaria e respectivas formas de controle / Eloisia B. A. P. Coelho. Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002.

    46 p. : il. color. ; 30 cm.

    Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC,RECAP, SIX, REVAP.

    1. Meio ambiente. 2. Refinaria. 3. Resduos. 4. Controle. I. Ttulo.

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

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    Apresentao

    com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe voc.Para continuarmos buscando excelncia em resultados, dife-renciao em servios e competncia tecnolgica, precisamos devoc e de seu perfil empreendedor.

    Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre oCentro Universitrio Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representadapela UN-Repar, buscando a construo dos materiais pedaggicosque auxiliaro os Cursos de Formao de Operadores de Refinaria.Estes materiais mdulos didticos, slides de apresentao, planos

    de aula, gabaritos de atividades procuram integrar os saberes tc-nico-prticos dos operadores com as teorias; desta forma no po-dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como umprocesso contnuo e permanente de aprimoramento, caracterizadopela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades daPetrobras.

    Contamos, portanto, com a sua disposio para buscar outrasfontes, colocar questes aos instrutores e turma, enfim, aprofundarseu conhecimento, capacitando-se para sua nova profisso na

    Petrobras.

    Nome:

    Cidade:

    Estado:

    Unidade:

    Escreva uma frase para acompanh-lo durante todo o mdulo.

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

    Sumrio

    1 ASPECTOS AMBIENTAIS DE UMA REFINARIA DE PETRLEO, FORMAS DE

    CONTROLE E ATUAO DO OPERADOR .................................................................... 7

    1.1 Introduo ..................................................................................................................... 7

    1.2 Evoluo dos conceitos sobre proteo ambiental........................................................ 7

    1.3 O Planeta Terra e seus Recursos Ambientais (Naturais) .............................................. 8

    1.4 Poluio Ambiental..................................................................................................... 13

    1.4.1 Poluio qumica.............................................................................................. 13

    1.4.2 Poluio Trmica ............................................................................................. 14

    1.4.3 Poluio Radiativa ........................................................................................... 141.4.4 Poluio Sonora ............................................................................................... 15

    1.4.5 Poluio Biolgica ........................................................................................... 15

    1.5 Legislao Ambiental ................................................................................................. 15

    1.6 Monitoramento Ambiental.......................................................................................... 18

    1.7 Efluentes Atmosfricos ............................................................................................... 18

    1.7.1 Sistema de Contaminao do ar ......................................................................... 18

    1.7.2 Contaminantes Atmosfricos ........................................................................... 19

    1.7.3 Aspectos atmosfricos da contaminao do ar ................................................ 20

    1.7.4 Os efeitos da contaminao do ar .................................................................... 221.8 Efluentes Hdricos....................................................................................................... 24

    1.8.1 Principais fontes de poluio hdrica em uma refinaria ................................... 24

    1.8.2 Principais contaminantes encontrados nos efluentes hdricos

    de uma refinaria ............................................................................................... 25

    1.8.3 Segregao de efluentes hdricos ..................................................................... 26

    1.8.4 Tratamentos Localizados ................................................................................. 26

    1.8.5 Estao de Tratamento de Efluentes Hdricos ETEH ................................... 27

    1.8.6 Tratamentos Secundrios/Tercirios ................................................................ 29

    1.9 Resduos Slidos......................................................................................................... 32

    1.9.1 Introduo ........................................................................................................ 32

    1.9.2 Resduos Slidos .............................................................................................. 33

    1.9.3 Gerenciamento de resduos slidos .................................................................. 33

    1.9.4 Alternativas de Disposio .............................................................................. 34

    1.10 Atuao do Operador .................................................................................................. 40

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    Aspectos Ambientais de umaRefinaria de Petrleo, Formas

    de Controle e Atuao doOperador

    1.1 IntroduoO homem, hoje, mais do que nunca, deve

    estar atento s alteraes por ele provocadasno meio ambiente. Deve preocupar-se efeti-vamente, quando constatar qualquer rompi-mento, do equilbrio, com a natureza, perse-guindo, ento, solues criativas e exeqveis.Assim necessrio ter sempre em mente quetoda ao inteligente deve ser pensada e pla-nejada antes de ser praticada. Toda atividadehumana deve, portanto, buscar, como finali-dade, o bem estar da comunidade, e, desta for-ma, torna-se bvio que o conhecimento minu-cioso do ambiente em que vivemos constituimatria de relevante interesse. Surge, ento, necessidade do respeito e culto Ecologia, quedeve ser posta entre as primeiras reas no ramodas cincias.

    A Ecologia estuda, entre outros assuntos,a estrutura e o desenvolvimento das comuni-dades em suas relaes com o meio ambientee sua conseqente adaptao a ele. Estuda, ain-da, os aspectos a partir dos quais os processostecnolgicos ou os sistemas de organizaosocial interagem com as condies de vida dohomem.

    A experincia constatou que a capacidadedo homem em prever as conseqncias de umempreendimento em relao ao meio ambien-

    te, at h pouco tempo, era muito limitada. Al-gumas vezes, esta preocupao era relegada aum plano secundrio. Como conseqncia, oavano tecnolgico, sem preocupao ecol-gica provocou, muito freqentemente, a alte-rao dos elementos naturais, atingindo, porvezes, situaes irreversveis, aniquilando-se bens essenciais preservao da espcie.A sociedade, estruturada sobre o conceito deque os valores econmicos predominavamsobre todos os demais, comea a se modificar

    pela prpria conscientizao do homem, nosentido de que toda alterao do meio ambien-te deve sempre concorrer para a melhoria dascondies de vida presente e das geraes futuras.

    Torna-se assim imperiosa, a qualquer cus-to, a manuteno do equilbrio entre o homeme a natureza, como condio nica de preser-vao e melhoria da qualidade de vida. Paratanto, deve-se agir de forma ordenada, visan-do controlar ou eliminar os agentes modifica-dores do meio ambiente. Esta filosofia de ao

    traduz a convico de que a atividade indus-trial, bem equacionada, no incompatvelcom a preservao do meio ambiente. A in-dstria ser uma contribuio qualidade devida do homem, desde que orientada para tal.

    Tendo em vista as presentes consideraes, primordial que o homem exercite seus co-nhecimentos tcnicos imensos para aplic-losem benefcio de sua prpria sobrevivncia,pois como a natureza no uma fonte inesgo-tvel de riquezas, deve ser preservada perma-

    nentemente.

    1.2 Evoluo dos conceitos sobre proteoambiental

    No perodo ps-guerra, a maior preocu-pao era a retomada do crescimento econ-mico, a reconstruo dos pases que sofreramgrandes perdas e o suprimento de toda umademanda reprimida de consumo da populaoeconomicamente ativa dos Estados Unidos. Aconscincia ecolgica era ainda incipiente,

    priorizava-se a construo de novas indstrias.Os aspectos ambientais podem ser dividosem quatro fases distintas.

    O primeiro movimento na formao deuma conscincia ambiental foi a preocupaosobre os recursos hdricos e o saneamento bsi-co. Este estgio foi denominado de conscienti-zao.

    Somente nos anos 70, com o aumento sig-nificativo de indstrias poluidoras do ar e dagua e com contaminaes acidentais, o mun-

    do comeou a se preocupar com os efeitosdanosos da poluio.A Conferncia de Estocolmo (1972) tra-

    tou, basicamente, do controle da poluio do

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    ar e da gua. Nesta poca, surgiram, tambm, osprimeiros organismos oficiais de controle dapoluio. J no final da dcada, verificou-se que,apenas com o controle da poluio, os impactosambientais no conseguiriam ser evitados.

    Na dcada de 80, iniciou-se a fase de pla-nejamento ambiental, pois somente o controleda poluio gerada no era mais aceito comoalternativa tecnicamente vivel e acreditava-se que, com um planejamento adequado, osimpactos poderiam ser minimizados. Esta d-cada foi marcada por grandes desastres ecol-gicos como o acidente da Union Carbide (em84, na ndia), a exploso nuclear em Chnobil(em 86), o grande derramamento de leo pro-vocado pelo navio Exxon Valdez (no Alasca,em 89) e pela identificao da degradao dacamada de oznio.

    O CONAMA (Conselho Nacional deMeio Ambiente) passou a exigir o EIA (Estu-do de Impacto Ambiental), como instrumentoobrigatrio para o licenciamento ambiental deatividades poluidoras ou modificadoras domeio ambiente, em 1986. A indstria aindaadotava, em sua maioria, uma postura reativaem todo o mundo. Comearam a surgir asONG`s (Organizaes No Governamentais)e os partidos verdes, que levantaram a bandei-ra ecolgica e demonstraram ao mundo que

    somente o planejamento ambiental tambmno era suficiente para se prevenir impactosambientais danosos humanidade.

    Os anos 90 trouxeram a globalizao daeconomia e, por conseguinte, dos conceitos degesto (por exemplo, a adoo mundial da s-rie ISO 9000) e tambm a globalizao dosconceitos relativos ao meio ambiente uma vezque, os aspectos ambientais podem ser globaise no apenas locais. Iniciou-se a fase do cha-mado gerenciamento ambiental, ou seja, daconsiderao da satisfao da parte interessa-da da sociedade, como integrante da gesto em-presarial.

    A conferncia do Rio de Janeiro (ECO 92)trouxe o compromisso com o desenvolvimen-to sustentvel, o tratado da Biodiversidade e oacordo para a eliminao gradual dos CFC`s.

    Posteriormente, foi editada a primeira nor-ma sobre gesto ambiental, a BS-7750, de ori-gem britnica.

    Em 1993, surgiu o Sistema Europeu deEcogesto e Auditorias (EMAS Environment

    Management Audit Scheme) e, finalmente, em1996, foram aprovadas no Rio de Janeiro asnormas ISO 14000, representando o consensomundial sobre gesto ambiental.

    Nos dias atuais, no se admite mais queuma empresa seja administrada sem que aquesto ambiental seja considerada. Quantomaior o potencial poluidor ou extrativista dasatividades da organizao, maior nfase deveser dada questo ambiental.

    O mundo vive hoje grandes problemasambientais, que precisam ser revertidos oucontidos:

    Degradao da camada de oznio; Efeito estufa (devido a CO2, CH4 e NOx); Perda da biodiversidade (flora e fauna); Poluio do ar (CO, SO2, NOx); Poluio das guas (superficiais e sub-

    terrneas); Disposio inadequada de resduos t-

    xicos e nucleares; Esgotamento de recursos naturais

    (combustveis fsseis, gua, florestas); Lixo urbano; Aumento do consumo de energia.Como elementos formadores de grupos de

    presso para resoluo dos problemas podemser citados:

    Clientes (j se preocupam com o po-tencial de danos dos produtos ao meioambiente);

    Investidores (desejam saber onde estoaplicando seus recursos);

    Agentes financeiros (exigem avaliaoambiental para liberar recursos); Seguradoras; Pblico em geral (cada vez mais cons-

    ciente); Leis e Regulamentos (cada vez mais

    restritivos); ONG`s (Organizaes no governa-

    mentais).

    1.3 O Planeta Terra e seus Recursos

    Ambientais (Naturais)De uma forma geral, o Planeta Terra podeser dividido nas seguintes partes: ncleo (in-terno e externo), biosfera, litosfera, hidrosferae atmosfera.Crosta consiste noscontinentes e nas baciasocenicas

    Ncleointerno

    Manto superior

    Manto inferior

    Ncleo externolquido

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    Admite-se que o ncleo do planeta cons-titudo de uma esfera de material slido, mui-to denso e muito quente, possivelmente umaliga metlica formada por nquel (Ni) e ferro(Fe). Seu centro est a 6.350 km de profundi-dade (no centro do planeta) e tem raio de cer-ca de 1.225 km. Nesta regio, impossvel aexistncia de qualquer vida conhecida atual-mente. Saindo um pouco do centro, encontra-se o ncleo externo, material lquido constitu-do de ferro (Fe) e Sulfeto de ferro II (FeS),ainda muito denso e quente. Esta regio temuma espessura de aproximadamente 2.260 km.No ncleo externo, tambm no h possibilida-de de existir vida de acordo com o que se conhe-ce at o presente. A massa total do ncleo (inter-no e externo) estimada em 1,94 x 1024 kg, oque corresponde a cerca de 32,4% da massa

    do planeta. Indo em direo superfcie daterra, encontra-se o manto, cuja espessura cor-responde a cerca de 2.875 km. constitudo,principalmente, de silicatos de ferro e magn-sio, mas apresenta tambm pequena quantida-de de silicatos de clcio, de alumnio e desdio. A massa do manto estimada em 4 x1024 kg, o correspondente a 67,2% da massado planeta. Tambm no existe vida no mantoterrestre, pois no h gua e a temperatura ain-da elevada.

    A crosta terrestre uma fina camada deno mximo 90 km de espessura, que apresen-ta grande variedade de materiais. Sua massa estimada em 2,4 x 1022 kg, ou seja, 0,4% detoda a massa do planeta. A crosta terrestre, oulitosfera, constituda de rochas, minerais,matrias fossilizados e, na parte mais superfi-cial, o solo, formado da mistura de minerais,materiais orgnicos, tendo como caractersti-ca a existncia de vida. Muitas vezes, os mi-nerais e matrias fossilizados podem ser en-

    contrados na formao de jazidas em quanti-dades suficientes para serem extrados a cus-tos economicamente viveis, e, nesse caso, sochamados minrios. So exemplos de jazidas:

    Jazidas de carvo mineral Tambmconhecido como hulha, o carvo mine-ral um dos produtos de fossilizaoda madeira. Slido, preto, opaco, in-flamvel, seu constituinte principal ocarbono. As jazidas de carvo distribuem-se por todo o planeta e tm diferentes

    usos, como a siderurgia e a gerao deenergia; Jazidas de Petrleo Em algumas regies

    do planeta e a diferentes profundidades,

    concentra-se em porosidades de certasrochas um lquido viscoso, quase ne-gro: o petrleo. No passado, possuiapouca utilidade, era usado para ilumi-nao e impermeabilizao de algunsmateriais. Sem ele, o mundo, hoje, qua-se pararia de funcionar: praticamente,depende dele toda frota mundial deveculos, assim como grande parte dasindstrias. H vrias hipteses sobrecomo o petrleo se formou. As maisaceitas sugerem que tenha se formado,em um processo muito lento (centenasde milhares de anos), a partir da decom-posio de diversos organismos mor-tos, associada a continuas mudanas doambiente terrestre. Por isso, no se podeesperar, em curto prazo , a reposio

    das jazidas que hoje vm sendo explo-radas com rapidez muito maior do queaquela com que os processos geolgi-cos naturais conseguem repor. O petr-leo constitudo, principalmente, porhidrocarbonetos, que podem ser repre-sentados por CxHy. Alguns exemplos detais substncias so o Butano (C4H10),um dos constituintes do gs liqefeitode petrleo (GLP) e o isocotano(C8H18), um dos constituintes da gaso-

    lina automotiva. pelo fato de seremconstitudos por compostos de carbo-no e hidrognio, que os componentesdo petrleo so bons combustveis;

    Jazidas de Minerais de Ferro Estasjazidas so constitudas de rochas quecontm teores elevados de minerais deferro, como a hematita (Fe2O3) e amagnetita (Fe3O4). Misturados a estesminerais, h outros constituintes dasrochas, como, por exemplo, silicatos

    diversos, slica e alumnio. O ferro, temgrande importncia industrial, poisalm de seu uso em diversos equipa-mentos pesados, matria-prima para aproduo de vrios tipos de ao;

    Jazidas de Ouro O ouro um ele-mento qumico elementar, isto , encon-tra-se na natureza sob forma no com-binada com outros elementos qumicos.Na verdade, no encontrado totalmentepuro, mas sim misturado, em vrias pro-

    pores, com prata, ferro, cobre, chum-bo e zinco. Em estado puro, o ouro um slido amarelo, resistente corro-so atmosfrica e insolvel em gua;

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    Jazidas de Argila Componente degranulao mais fina do solo, a argila formada por uma mistura heterogneade muitos materiais em propores va-riveis. Seus principais componentesso misturas de diversos silicatos e xi-dos (de alumnio, magnsio, zinco, cl-cio, potssio). Pode apresentar-se nascores cinza, preta, vermelha, rosa, ama-rela, marrom, verde e branca. Utiliza-da para a produo de tijolos, telhas,ladrilhos, pisos cermicos e porcelanas.

    A hidrosfera constituda pelas guas doplaneta que podem ser subterrneas e super-ficiais. Partindo-se do ncleo em direo a su-perfcie, antes de chegar a esta, so encontra-das (guas subterrneas), formando os len-is freticos e preenchendo os poros de ro-chas que do origem aos aqferos subterr-neos. Dos lenis e aqferos subterrneos, asguas podem caminhar e chegar superfcie(guas superficiais), se encontrarem falhas,poros ou fraturas em rochas (fontes) ou sendocaptadas artificialmente atravs de poos. Che-gando superfcie terrestre, as guas ocupamtrs quartos desta e formam os oceanos, ma-res, rios, lagos e geleiras.

    As guas dos oceanos e mares so salga-das, geralmente transparentes e, s vezes, comodor peculiar (maresia).

    As guas de rios e lagos so chamadas deguas doces, ou seja, possuem baixa salini-dade, que se define como a massa de sais dis-solvidos por quilograma de gua.

    As geleiras existentes nos plos e nos picosdas montanhas so formadas por gua em esta-do slido, praticamente pura, pois apresentamquantidades muito pequenas de sais.

    Tal como a litosfera, a hidrosfera tambm

    fonte importante de materiais para a sobrevivn-cia humana, dentre os quais o principal a prpriagua potvel, obtida das guas doces. Outros com-postos importantes tambm so extrados da hi-drosfera, como, por exemplo, o sal marinho.

    A maior parte da superfcie do planeta, cer-ca de 71%, coberta de gua. Cerca de 97% destagua est nos oceanos e no pode ser prontamenteutilizada pelos seres humanos para consumo.Apenas 0,0092% da gua do planeta faz parte delagos, e 0,0001%, dos rios.

    A gua em nosso planeta age de formamarcante, transportando substncias, atuando naconstituio de paisagens, na formao de diver-sos materiais e tambm sofrendo transformaes.

    A gua muda de forma, isto , passa deum estado de agregao para outro, e ocupano apenas a hidrosfera, mas tambm a litos-fera, a biosfera e a atmosfera.

    importante ressaltar a diferena entre oprocesso de condensao e o de precipitao.A gua na atmosfera provm da evaporaodas superfcies lquidas, do solo e da vegeta-o. Quando o ar mido sobe para as camadasmais altas da atmosfera, onde a temperatura mais baixa, a gua se condensa na forma degotculas. As nuvens so grandes aglomera-dos dessas partculas lquidas em suspenso.A precipitao ocorre quando gotculas de guaem suspenso (nvoa) comeam a se juntarumas com as outras, dando origem a gotasmaiores que caem na forma de chuva. As chu-vas so o resultado da evaporao de uma gran-de quantidade de gua e de sua posterior con-densao e precipitao. A gua que chega aosolo pode se infiltrar ou correr pela superfcie,

    atingindo rios, lagos ou diretamente os ocea-nos, que so, em qualquer caso, o destino fi-nal de toda a gua de chuva, seja pelo subsoloou pelos rios. As principais transformaesqumicas na natureza envolvendo a gua so:fotossntese, na qual a gua reagente, e a res-pirao, em que ela sintetizada.

    A superfcie terrestre est envolvida poruma camada gasosa, sem contornos definidos,mas que se estende por vrios quilmetros dealtitude: a atmosfera.

    O ar que respiramos um fluido, geral-mente sem cheiro, incolor e compressvel. essencial vida da superfcie terrestre, ondese encontram diversos seres vivos, entre eles,

    Uma maneira de compreender o papel des-ta substncia na natureza por meio do cicloda gua, ou ciclo hidrolgico. As transforma-es que ocorrem em maior escala no ciclohidrolgico so: a evaporao, a condensao,o congelamento e a fuso.

    Precipitao Condensao

    Enxuradas

    Vegetao

    Rios

    Infiltrao

    Oceanos

    Descarga

    Solo

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    aqueles de formas microscpicas. Na tropos-fera (regio mais baixa da atmosfera, que che-ga a cerca de 18 km de altitude), a atmosfera formada por misturas de gases: nitrognio (N2),constituinte mais abundante, oxignio (O2),argnio (Ar), nenio (Ne), hlio (He), criptnio(Kr), xennio (Xe), gs carbnico (CO

    2), alm

    de quantidades variveis de gua (H2O), aumidade do ar. Dependendo da regio, podemser encontradas tambm partculas slidas (poei-ra), gotculas de materiais lquidos como agua, formando a neblina, por exemplo; e ga-ses como o dixido de enxofre (SO2), dixidode nitrognio (NO2), monxido de carbono(CO), oznio (O3), metano (CH4) e muitosoutros. Com o aumento da altitude, o ar vaificando cada vez mais rarefeito, pois diminuia quantidade total dos gases componentes.Entretanto a quantidade de certos gases aumen-ta. Na estratosfera (regio seguinte tropos-fera), a quantidade de oznio, por exemplo,aumenta muito em relao que existe na su-perfcie. Com o aumento da altitude, a homo-geneidade aumenta, pois deixam de existir aspartculas slidas e lquidas. Torna-se misturade uma s fase, a gasosa, enquanto que, na tro-posfera, o sistema trifsico, com slidos,como a poeira, lquidos, como as nuvens egases constituintes do ar. O ar atmosfrico tam-

    bm fonte de materiais para a utilizao hu-mana, entre os quais o oxignio, o nitrognioe os gases nobres.

    O oxignio est presente no ar em con-centraes da ordem de 20% em volume. Ooxignio combina-se com a grande maioria doselementos qumicos conhecidos, formandoxidos, e o elemento mais abundante do pla-neta est presente na hidrosfera, litosfera eatmosfera. Nas condies ambientais, parcial-mente solvel em gua, o suficiente para man-

    ter toda a vida aqutica aerbica, ou seja, quedepende de oxignio. O oxignio puro temgrande importncia na siderurgia (fabricaode ao). Na medicina (uso hospitalar) e em pro-cessos de soldas, como o realizado com osmaaricos oxi-acetileno.

    O nitrognio o componente mais abun-dante no ar atmosfrico. Nas condies do am-biente, relativamente pouco reativo quandocomparado com o oxignio. Essa uma caracte-rstica importante para a vida no planeta, pois se

    sua interao com o oxignio, nessas condi-es, resultasse em transformao qumica, noexistiria oxignio na atmosfera. Em tempera-turas mais altas, tais transformaes ocorrem

    mais facilmente, e essa a principal razo daqueima de combustveis em veculos emitirxidos de nitrognio, poluentes do ar. O nitro-gnio atmosfrico essencial vida, pois fontede compostos nitrogenados indispensveis atodos os seres vivos. Por interao com a ele-tricidade, proveniente dos raios durante chuvas,esse gs, gua e oxignio transformam-se emamnia e xidos de nitrognio, que por sua vez,arrastados pela gua das chuvas e interagindocom os componentes do solo, originam com-postos como nitratos e sais de amnio, todosindispensveis para que os vegetais possam pro-duzir aminocidos e protenas e conseqente-mente, os animais possam dispor dessas subs-tncias, por meio da cadeia alimentar.

    Com o crescimento populacional huma-no, a quantidade de compostos nitrogenados

    obtidos por esse processo natural tornou-se in-suficiente, e sua produo industrial passou aser necessria para utilizao como fertilizan-tes na agricultura. O nitrognio, quando puro,no estado lquido, amplamente utilizado emprocessos criognicos, ou seja, resfriamento abaixssimas temperaturas.

    Os gases nobres, hlio, nenio, argnio,xennio, criptnio e radnio so assim cha-mados porque se acreditava que eram elemen-tos qumicos inertes. Hoje, tal viso no mais

    aceita. Todos os gases nobres existem na at-mosfera em baixas concentraes.Na superfcie terrestre, h vrias formas

    de vida na litosfera, na hidrosfera e na atmos-fera. Estas trs regies do planeta esto inti-mamente relacionadas entre si, constituindo abiosfera, a regio em que h vida. Aceita-sehoje que, entre as condies planetrias bsi-cas para que possa existir vida , seja essencial:

    presena de gua, no estado lquido, emquantidade suficiente;

    energia solar em quantidade adequada,fornecendo luz e calor; ocorrncia de interaes e transforma-

    es entre materiais slidos, lquidos egasosos.

    Tais condies so essenciais para que osseres vivos possam se desenvolver e se repro-duzir, utilizando, transformando e produzin-do grande nmero e variedade de materiais dosquais dependem para sobreviver. Em seguida,alguns desses materiais sero exemplificados:

    Carboidratos: Os vegetais produzem,a partir da fotossntese, os chamadoscarboidratos ou hidratos de carbono:acares, amido e celulose. Tm como

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    Aspectos Ambientais de uma Refinaria e Respectivas Formas de Controle

    funo fornecer parte da energia para asobrevivncia dos seres vivos, ou seja,funo energtica;

    leos e gorduras: Tm como funoarmazenar energia para os organismosvegetais e animais;

    Protenas: As protenas, misturas decomposio varivel, compem umgrupo de substncias de fundamentalimportncia na constituio da matriaviva. As protenas, nos seres vivos,apresentam diversas funes, dentre asquais pode-se ressaltar: estruturao detecidos e recuperao de leses, atua-o como catalizadores das relaesbiolgicas (enzimas), funes hormo-nais, ao como anticorpos e composi-o sangnea. So polmeros (substn-

    cias formadas por muitos monmeros)resultantes da unio de aminocidos.De acordo com a viso sistmica, a teia

    da vida consiste em redes dentro de redes. Atendncia de arranjar cada elo dentro do ou-tro, de forma hierrquica, de modo que os sis-temas menores estejam dentro dos maiores,conforme abaixo:Macromolculas Clulas Tecidos rgos Sistemas Indivduos Populaes Co-munidades Ecossistema Biosfera.

    Na verdade, no h acima ou abaixo,somente redes alinhadas dentro de outras re-des. As redes de seres vivos tm a capacidadede manter-se em equilbrio, desde uma clulaat a biosfera. Toda comunidade tem a capaci-dade de auto-regulao dinmica, isto , devemanter seu estado de equilbrio e recuper-lologo, se houver alguma perturbao no seu

    habitat. Contudo, o homem pode provocar al-teraes drsticas a ponto de afetar essa capa-cidade de equilbrio. Para a ecologia, muitoimportante ver a natureza como uma rede.Desequilbrios ambientais localizados podemafetar todo o equilbrio da rede.

    interessante lembrar que, de acordo coma hiptese de Gaia, a prpria terra comporta-se como um ser vivo e faz parte desta rede.Em uma comunidade, a diversidade de seresvivos que fornece indicaes do equilbrio emque ela se encontra. Porm, para atingir esseestgio de maior equilbrio, chamado de comuni-dade clmax, ela passa por estgios sucessivos.Quando atinge o ltimo, possvel afirmar queesta passou a estvel, compatvel com as con-dies da regio, mantendo a diversidade bio-lgica, conservando o mesmo tipo e nmero

    de espcies. Quanto maior o nmero de esp-cies, maior diversidade tem a comunidade.O termo biodiversidade comeou a ser usa-

    do, na metade dos anos 80, pelos naturalistasque estavam preocupados com a rpida des-truio dos ambientes naturais e, conseqen-temente, das espcies que neles viviam. A bio-diversidade ou diversidade biolgica tem sido,ento, relacionada somente ao nmero de es-pcies de um local. Os recursos biolgicos soos prprios organismos ou mesmo elementosdeles que tenham valor para a humanidade. Da

    a importncia que essa biodiversidade tem,sendo uma delas, o fornecimento de matriaprima para a fabricao de medicamentos. Abiodiversidade regula o equilbrio da naturezae o ciclo hidrolgico, portanto contribui paraa fertilidade e proteo dos solos, absorvendo edecompondo diversos poluentes orgnicos eminerais.

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    A populao mundial est crescendo apro-ximadamente 1,8% ao ano. Isto significa queso introduzidas na populao mundial 96milhes de pessoas a cada ano. Entretanto, emrelao s espcies de outros seres vivos, opanorama de desaparecimento de 8 a 28 milespcies por ano.

    Para satisfazer suas necessidades, o serhumano baseia-se em propriedades para ex-trair, purificar, misturar e/ou sintetizar materiaisutilizando recursos do mundo fsico. Com es-tes procedimentos, obtm, a cada dia, maiorvariedade e quantidade de materiais. Para isso,interfere no mundo fsico, extraindo cada vezmais recursos naturais.

    Os alimentos de origem vegetal podem serobtidos sazonalmente, entretanto, a produo

    limitada por zonas de superfcie terrestreonde h condies apropriadas (basicamentetipo de solo, gua, energia, clima adequado).Alimentos de origem animal, para serem obti-dos, tambm dependem de condies apropria-das (espao, alimento, gua) para criao dosanimais. Ambos so considerados recursosnaturais renovveis. Minerais e combustveisfsseis so considerados recursos naturaisno renovveis, pois o planeta os contm emquantidades fixas e, como vm sendo extra-

    dos e consumidos pelos seres humanos de for-ma ininterrupta ao longo dos anos, seus esto-ques, conseqentemente, esto diminuindo, oque pode, no futuro prximo, exaur-los, casoo consumo continue nos nveis atuais.

    1.4 Poluio AmbientalH dois tipos de perturbaes no ambien-

    te: as naturais e as decorrentes de atividadeshumanas : antrpica. As naturais, ou aconte-cem no decorrer do tempo geolgico, ou re-

    sultam de cataclismos como vulcanismo, fu-races, enchentes e terremotos, tais perturba-es podem at ser previstas, mas no so con-trolveis. J as perturbaes decorrentes deatividades humanas podem ser previstas e con-troladas. O ser humano depende de materiaispara a sua sobrevivncia, utilizando-os con-forme as propriedades que apresentam, paraisso, interfere no ambiente basicamente de duasformas: extraindo certos materiais (renovveisou no) e lanando outros. Dessa interfern-

    cia podem decorrer problemas quanto escas-sez de recursos naturais, caso a extrao sejapredatria e de poluio, se o lanamento demateriais no ambiente for feito sem controle.

    Esse controle adquire cada vez mais impor-tncia quando se pretende garantir um ambien-te de qualidade para as futuras geraes. Nes-se sentido, h necessidade de aes individuais,coletivas e governamentais, que envolvam di-ferentes interesses econmicos, polticos esociais.

    Considerando-se a conceituao genricade poluio como a introduo de agentesperturbadores ou modificadores nos quatroambientes (atmosfera, hidrosfera, litosfera ebiosfera), tm-se, basicamente, os seguintestipos de poluio:

    poluio qumica introduo de agen-tes qumicos;

    poluio trmica aumento excessivode temperatura do ambiente;

    poluio radiativa introduo deagentes radiativos;

    poluio sonora aumento excessivode rudo no ambiente;

    poluio biolgica aumento excessi-vo de carga orgnica e nutrientes, e in-troduo de agentes patognicos.

    1.4.1 Poluio qumicaSero considerados, a seguir, dois exem-

    plos de atividades do ser humano que acarre-

    taram e vm acarretando perturbaes sriasno meio ambiente: uso do praguicida DDT(Diclodifenilcloroetano) e a produo de ener-gia por combusto. Com estes exemplos, pode-se ter uma idia da extenso dos problemasligados introduo de agentes qumicos noambiente.

    A combustoO fenmeno da combusto, normalmente

    incompleta, que se d nas fontes emissoras

    pode ser representado por:Combustvel + ar

    xidos de Carbono + Dixido de Enxofre + xi-dos de Nitrognio + gua + Fuligem + Hidrocar-bonetos + Energia Trmica

    Entre os xidos de carbono, o CO2 (Di-xido de Carbono), tambm conhecido comogs carbnico, vai para a atmosfera. Parte absorvida pela hidrosfera, biosfera e litosfera,

    onde participa, por exemplo, do processo defotossntese e da formao de carbonato declcio, constituinte dos calcrios e da carapa-a de certos seres vivos. Parte permanece na

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    em diferentes tecidos vivos e objetos. Fala-seem poluio radiativa quando atividades hu-manas ou acidentes, delas decorrentes, intro-duzem materiais radiativos no ambiente, e pro-vocam um aumento nos ndices de radiao.Estas atividades esto relacionadas extrao

    e processamento de materiais radiativos; pro-duo, armazenamento e transporte de com-bustvel nuclear, produo, uso e testes de ar-mas nucleares, operao de reatores nuclea-res; e uso de materiais radiativos na medicina,na indstria e na pesquisa. Os efeitos da radia-o nos organismos vivos so, entre outros,mutaes genticas, cncer, necroses e altera-es de metabolismo. Conforme a intensida-de e a natureza da radiao, ela pode ser fatal.

    1.4.4 Poluio SonoraO som um fenmeno fsico ondulatrio

    peridico, resultante de variaes da pressoem meio elstico que se sucedem com regula-ridade. Pode ser representado por uma sriede compresses e rarefaes do meio em quese propaga, a partir da fonte sonora. No hdeslocamento permanente de molculas, ouseja, no h transferncia de matria, apenasde energia. Rudo qualquer sensao sono-ra indesejvel. H quem considere o rudo

    como um som indesejvel que invade o am-biente e ameaa nossa sade, produtividade,conforto e bem estar. A ao perturbadora dosom depende de suas caractersticas, como in-tensidade/durao, bem como da sensibilida-de auditiva, um parmetro varivel de pessoapara pessoa.

    O trnsito o grande causador do rudona vida das grandes cidades. As caractersti-cas dos veculos barulhentos so o escapamen-to furado ou enferrujado, as alteraes no si-lencioso ou no cano de descarga, as alteraesno motor e os maus hbitos ao dirigir, comoaceleraes e freadas bruscas e o uso excessi-vo de buzina. A partida e a chegada de aviesa jato so acompanhadas de rudos de grandeintensidade, que perturbam, sobremaneira, osmoradores das imediaes.

    O rudo gerado pelas indstrias tambmpode atingir as comunidades vizinhas e preci-sa ser controlado. Normalmente, feito o

    enclausuramento das grandes mquinas.A Resoluo CONAMA N 001, de 08 demaro de 1990 estabelece os padres para con-trole de rudo.

    1.4.5 Poluio BiolgicaDevido precariedade da rede de esgotos

    sanitrios em nosso pas, grandes volumes degua contaminada com fezes humanas, restosde alimentos e detergentes so diariamentedespejados sem tratamento em crregos, rios

    e mares, atingindo as formas de vida nessesecossistemas aquticos, alm de comprome-ter seriamente a sade humana. Os esgotosdomsticos provocam trs tipos de contami-nao das guas:

    contaminao por bactrias: principal-mente por coliformes presentes nas fe-zes humanas, responsveis pela gran-de incidncia de diarrias e infeces.Porcentagem considervel da mortali-dade infantil no pas atribuda a doen-

    as transmitidas atravs de gua conta-minada; contaminao por substncias orgni-

    cas recalcitrantes, ou de difcil degra-dao. Como exemplo, pode-se citar,os detergentes sulfnicos, cuja aotxica no muito acentuada, mas osefeitos secundrios so graves. Des-troem as clulas dos microorganismosaquticos, o que impede a oxidaomicrobiolgica dos materiais biodegra-

    dveis contidos nos esgotos. Reduzem,tambm, a taxa de absoro de oxig-nio, diminuindo a velocidade de auto-depurao dos rios;

    eutrofizao de lagos e lagoas, devidoao excesso de nutrientes, com cresci-mento excessivo de espcies no de-sejveis em detrimento de outras esp-cies (desequilbrio do ecossistema).

    1.5 Legislao Ambiental

    No Brasil, a legislao ambiental teve in-cio em 1934, atravs de dois decretos, um apro-vando o Cdigo Florestal e o outro relativo aoCdigo da gua.

    Relacionam-se, abaixo, os principais mar-cos da evoluo da legislao ambiental bra-sileira.

    1973 Criao, no mbito do Minist-rio do Interior, da Secretaria Especial doMeio Ambiente SEMA.

    1981 Poltica Nacional do Meio

    Ambiente, Constituio do Sistema Na-cional do Meio Ambiente (SISNAMA),Criao do Conselho Nacional do MeioAmbiente (CONAMA).

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    1985 Criao do Ministrio do Desen-volvimento Urbano e Meio Ambiente.

    1988 A Constituio Federal abordaa questo do Meio Ambiente, o con-trole da poluio e a disposio finalde resduos slidos, de maneira

    abrangente definindo:Art. 225 Todos tm o direito ao meioambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-seao Poder Pblico e coletividade odever de defend-lo e preserv-lo paraas presentes e futuras geraes.Pargrafo 1 Para assegurar a efetivi-dade desse direito, incumbe ao PoderPblico:

    V controlar a produo, a comerciali-zao e o emprego de tcnicas, mto-dos e substncias que comportem ris-co para a vida, a qualidade de vida e omeio ambiente.

    1989 Extino da SEMA e criaodo Instituto Brasileiro do Meio Ambi-ente e dos Recursos Naturais Renov-veis (IBAMA), vinculado ao Minist-rio do Interior, criao do Fundo Nacio-nal do Meio Ambiente (FNMA).

    1990 Criao da SEMAM/PR (Se-cretaria do Meio Ambiente da Presidn-cia da Repblica).

    1992 Transformao da SEMAM/PR em Ministrio do Meio Ambiente(MMA).

    1993 Criao, mediante transforma-o, do Ministrio do Meio Ambientee da Amaznia Legal.

    1997 Instituio da Poltica Nacio-

    nal de Recursos Hdricos e criao doSistema Nacional de Gerenciamento deRecursos Hdricos, criao do Conse-lho Nacional de Recursos Hdricos.

    1998 Lei n 9.605, de 12 de feverei-ro Dispe sobre as sanes penais eadministrativas derivadas de condutase atividades lesivas ao meio ambiente,e d outras providncias. Medida Pro-visria n 1.710, de 07 de agosto -Acrescenta dispositivo Lei n 9.605,

    de 12 de fevereiro de 1998, que dispesobre as sanes penais e administrati-vas derivadas de condutas e atividadeslesivas ao meio ambiente.

    1999 Transformao do Ministrio doMeio Ambiente, dos Recursos Hdricose da Amaznia Legal em Ministrio doMeio Ambiente.Integram a estrutura bsica do Minis-trio do Meio Ambiente, o ConselhoNacional do Meio Ambiente, o Conse-lho Nacional da Amaznia Legal, oConselho Nacional de RecursosHdricos, o Comit do Fundo Nacionaldo Meio Ambiente, o Instituto de Pes-quisas Jardim Botnico do Rio de Ja-neiro e at cinco Secretarias. Constituirea de competncia do Ministrio doMeio Ambiente, a poltica nacional domeio ambiente e dos recursos hdricos;poltica de preservao, conservao eutilizao sustentvel de ecossistemas,

    e biodiversidade de florestas; proposi-o de estratgias, mecanismos e ins-trumentos econmicos e sociais para amelhoria da qualidade ambiental e douso sustentvel dos recursos naturais;polticas para integrao do meio am-biente e produo; polticas e progra-mas ambientais para a Amaznia Legal;e zoneamento ecolgico-econmico.

    2000 Criao da Agncia Nacionalde guas (ANA), entidade federal de

    implementao da Poltica Nacional deRecursos Hdricos e de coordenao doSistema Nacional de Gerenciamento deRecursos Hdricos.

    Conforme pode ser verificado, a polticanacional do Meio Ambiente est estabelecidalegalmente desde 1981. O Sistema Nacionaldo Meio Ambiente (SISNAMA) constitudopelos rgos e entidades da Unio, dos Esta-dos, do Distrito Federal, dos Municpios e pe-las Fundaes institudas pelo Poder Pblico,

    responsveis pela proteo e melhoria da qua-lidade ambiental. O SISNAMA apresenta aseguinte composio:

    Conselho do Governo: Representado pe-los Ministros de Estado.

    Conselho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA): 25 membros dos ministrios. Opresidente o Ministro de Meio Ambiente. orgo consultivo e deliberativo do SISNAMAe tem, atravs de resolues, estabelecido nor-mas e padres ambientais, destacando-se a

    classificao das guas doces, salobras e sali-nas do territrio nacional, padres de qualida-de do ar, padres de emisses atmosfricas; oPrograma Nacional de Controle da Qualidade

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    do Ar (PRONAR), os critrios bsicos e asdiretrizes gerais para uso e implementao daAvaliao do Impacto Ambiental e o Progra-ma de Controle da Poluio por veculosAutomotores (PROCONVE).

    rgo Central: Ministrio do Meio Am-

    biente.rgo Executor: Instituto Brasileiro deMeio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-novveis IBAMA.

    rgos Seccionais: rgos AmbientaisEstaduais.

    rgos Locais: rgos ambientais Mu-nicipais.

    A Poltica Nacional do Meio Ambiente tempor objetivo a preservao, melhoria e recu-perao da qualidade ambiental propcia

    vida, visando assegurar, no Pas, condies aodesenvolvimento scio-econmico, aos inte-resses da segurana nacional e proteo dadignidade da vida humana, atendidos os se-guintes princpios:

    Equilbrio ecolgico; racionalizao douso do solo, do subsolo, da gua e doar; planejamento e fiscalizao do usodos recursos ambientais; proteo dosecossistemas; controle e zoneamentodas atividades potencial ou efetivamen-

    te poluidoras; acompanhamento do es-tado da qualidade ambiental; recupe-rao de reas degradadas; proteo dereas ameaadas de degradao e edu-cao ambiental em todos os nveis deensino.

    Tem como objetivos: a compatibilizaodo desenvolvimento econmico social, com apreservao da qualidade do meio ambiente edo equilbrio ecolgico; subsidiar a atuaoinstitucional para o cumprimento das prescri-

    es constitucionais relativas ao princpio deque a defesa e preservao do Meio Ambientecabem ao poder pblico e sociedade civil;assessorar as aes governamentais para apriorizao de programas e projetos; promo-ver a captao de recursos internos e exter-nos; financiar atividades pioneiras no desen-volvimento de pesquisas.

    Em relao Lei Federal N 9.605, de fe-vereiro de 1998, denominada Lei dos CrimesAmbientais, tomando como base a indstria,

    importante ressaltar os seguintes itens: esta lei trata das sanes penais e ad-ministrativas derivadas de condutas eatividades lesivas ao meio ambiente;

    quem, de qualquer forma, concorre paraa prtica dos crimes previstos nesta Lei,incide nas penas a estes cominadas, namedida da sua culpabilidade, bem comoo diretor, o administrador, o membro deconselho e de rgo tcnico, o auditor,o gerente, o preposto ou mandatrio depessoa jurdica, que, sabendo da con-duta criminosa de outrem, deixar de im-pedir a sua prtica, quando podia agirpara evit-la;.

    as pessoas jurdicas sero responsabi-lizadas administrativa, civil e penal-mente, conforme o disposto nesta Lei,nos casos em que a infrao seja co-metida por deciso de seu representan-te legal ou contratual, ou de seu rgocolegiado, no interesse ou benefcio da

    sua entidade; a responsabilidade das pessoas jurdi-

    cas no exclui a das pessoas fsicas,autoras, co-autoras ou partcipes domesmo fato;

    Penalidades.Causar poluio de qualquer natureza, em

    nveis tais, que resultem ou possam resultarem danos sade humana, ou que provoquema mortandade de animais ou a destruio sig-nificativa da flora (Pena recluso, de um a

    quatro anos, e multa).Tomar uma rea, urbana ou rural, impr-

    pria para a ocupao humana.Causar poluio atmosfrica que provo-

    que a retirada, ainda que momentnea, dos ha-bitantes das reas afetadas, ou que cause da-nos diretos sade da populao.

    Causar poluio hdrica que torne neces-sria a interrupo do abastecimento pblicode gua de uma comunidade.

    Dificultar ou impedir o uso pblico das

    praias.Lanar resduos slidos, lquidos ou ga-

    sosos, ou detritos, leos ou substncias oleo-sas, em desacordo com as exigncias estabe-lecidas em leis ou regulamentos (Pena re-cluso, de um a cinco anos).

    Incorre nas mesmas penas previstas nopargrafo anterior quem deixar de adotar,quando assim o exigir a autoridade competen-te, medidas de precauo em caso de risco dedano ambiental grave ou irreversvel.

    Produzir, processar, embalar, importar, ex-portar, comercializar, fornecer, transportar, ar-mazenar, guardar, ter em depsito ou usar pro-duto ou substncia txica, perigosa ou nociva

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    sade humana ou ao meio ambiente, emdesacordo com as exigncias estabelecidas emleis ou nos seus regulamentos (pena reclu-so, de um a quatro anos, e multa).

    Nas mesmas penas, incorre quem aban-dona os produtos ou substncias referidos, ou

    os utiliza em desacordo com as normas de se-gurana.Se o produto ou a substncia for nuclear

    ou radioativa, a pena aumentada de um sex-to a um tero.

    Construir, reformar, ampliar, instalar oufazer funcionar, em qualquer parte do territ-rio nacional, estabelecimentos, obras ou ser-vios potencialmente poluidores, sem licenaou autorizao dos rgos ambientais compe-tentes, ou contrariando as normas legais e re-

    gulamentares pertinentes (pena deteno, deum a seis meses ou multa, ou ambas as penascumulativamente).

    importante ressaltar que os rgos decontrole ambiental estadual possuem legisla-o ambiental prpria baseada nas leis fede-rais. A legislao ambiental estadual pode serigual ou mais restritiva que a federal, nuncamais permissiva. Com o processo de descen-tralizao do controle ambiental, alguns mu-nicpios tambm possuem legislao prpria

    e seguem a mesma hierarquia, ou seja, fede-ral, estadual, municipal.

    1.6 Monitoramento AmbientalO monitoramento ambiental est relacio-

    nado com os aspectos ambientais significati-vos e com o atendimento legislao ambien-tal vigente. So realizadas anlises de labora-trio para verificar se os aspectos ambientaisesto controlados e se os padres estabeleci-dos pela legislao esto sendo atendidos. O

    monitoramento tambm pode ser realizado poranalisadores contnuos.

    Em uma refinaria, de uma forma geral, sorealizados os seguintes monitoramentos:

    efluentes hdricos gerados nas unida-des de processo;

    entrada e sada das unidades de trata-mento de efluentes hdricos especficos;

    entrada e sada das diversas etapas daEstao de Tratamento de EfluenteHdrico ETEH;

    qualidade do efluente final; qualidade da gua do corpo receptor; qualidade das guas subterrneas;

    gases de combusto dos equipamentosde combusto;

    condies operacionais dos equipa-mentos de combusto;

    qualidade do combustvel e da mat-ria-prima;

    qualidade do ar; caracterizao de resduos slidos.Em relao qualidade do efluente final e

    do corpo receptor, so realizadas alm das an-lises fsico-qumicas, anlises biolgicas e detoxicidade crnica. Dependendo do tipo deindstria, pode ser necessrio o monitoramentoambiental das coberturas vegetais e da fauna.

    1.7 Efluentes Atmosfricos1.7.1 Sistema de Contaminao do ar

    A contaminao do ar pode ser definidacomo qualquer condio atmosfrica em quecertas substncias alcancem concentrao su-ficientemente elevada, acima do nvel normal,aceita pela legislao, produzindo efeitos nohomem, em animais, na vegetao e materiais.Por substncia, entende-se qualquer elementoou composto qumico capaz de permanecer ouser arrastado pelo ar. Estas podem existir naatmosfera em forma de gases, de gotas lqui-das ou de partculas slidas.

    A contaminao do ar pode ser represen-tada como um sistema integrado de 3 compo-nentes bsicos:

    Fontes deEmisso

    Atmosfera Receptores

    Contaminantes Mistura ouTransformao

    Qumica

    Existe uma certa dificuldade de se de-monstrar claramente a relao entre os nveisde emisso e as concentraes atmosfricas, e

    entre as concentraes atmosfricas e os efei-tos desfavorveis (principalmente sade hu-mana) dos contaminantes do ar.

    O estudo das fontes de emisso, tais comomotores de combusto e queima de leo emfornos e caldeiras, requer conhecimento tantodo funcionamento da mquina, quanto da en-genharia de projeto destes equipamentos. En-tender o comportamento fsico e qumico doscontaminantes na atmosfera exige conhecimen-tos de meteorologia, mecnica de fluidos, qu-

    mica, e fsica de aerossis. Por ltimo, a evolu-o dos efeitos dos contaminantes nas pessoas,nos animais e nas plantas requer noes de fisiolo-gia, bioqumica, medicina e patologia vegetal.

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    Para manter o balano de calor da atmos-fera, existe a constante transferncia de calorentre o Equador e os Plos. Esta fora de ba-lano trmico a principal causa do movimen-to atmosfrico na terra.

    A poro da terra prxima ao Equador agecomo uma fonte de calor e, nos Plos, comoum absorvedor.

    Associados a esta circulao principal,existem os movimentos do ar provocados pelaexistncia do gradiente de presso. Existe umafora que empurra o ar das presses mais altas(frio) para a mais baixa. O vento nada mais do que o ar em movimento.

    Na camada inferior da atmosfera, esten-dendo da superfcie at 2 km, a distribuiode temperatura varia consideravelmente, de-pendendo das caractersticas da superfcie. Esta

    regio, denominada baixa troposfera, a demaior interesse na meteorologia da poluiodo ar, uma vez que dentro dessa camada ondeocorrem os fenmenos que interferem na dis-perso das poluentes atmosfricos. Na tropos-fera (0 a 18 km de altitude), existe uma varia-o de temperatura com a altitude, mas, nabaixa troposfera, esta taxa de variao no observada e inverses de temperatura podemocorrer.

    Uma vez que a atmosfera tem a tendncia

    de aumentar ou diminuir os movimentos de aratravs dos processos atmosfricos, seus efei-tos na poluio do ar so extremamente im-portantes.

    A estabilidade atmosfrica altamentedependente da distribuio vertical da tempe-ratura em funo da altitude.

    Devido ao decrscimo de presso com aaltura, um volume de ar elevado a uma altitu-de maior, encontrar a presso decrescida, ex-pandir, e devido a esta expanso, resfriar.Se esta expanso se der sem perda ou ganhode calor, a troca adiabtica. Similarmente,um volume de ar forado para baixo encontra-r presses altas, contrair e aquecer.

    A curva que fornece a taxa de aquecimen-to ou resfriamento chamada curva adiabticaseca, e no deve ser confundida com a varia-o da temperatura com a altura num determi-nado momento, que chamada de curva am-biente (real). A curva adiabtica funo, prin-cipalmente, da temperatura do ar e da superf-cie, sobre a qual ele est se movendo, e a troca

    de calor entre os dois.Se a temperatura decresce mais rapida-

    mente com a altura do que a adiabtica seca, oar instvel, se decresce mais lentamente estvel e se a variao permanece igual a cur-va adiabtica seca, a atmosfera est em equil-brio estvel (neutro).

    A velocidade do vento responsvel peladiluio dos poluentes, ou seja, a concentra-o de poluentes no ar inversamente propor-cional velocidade do vento.

    Devido rugosidade do solo, a velocida-de do vento varia com a altura, menor nasuperfcie e cresce medida que se afasta dosolo.

    10C

    55C

    35C

    1C

    100C

    O3

    NO+,O2+

    NO+,O2

    +,O+

    N2,O2,

    CO2,H2O

    Termosfera

    Mesosfera

    Estratosfera

    Troposfera

    Nvel do mar

    18 km

    37 km

    55 km

    74 km

    93 km

    111 km

    Ionosfera

    AltitudeRegies daatmosfera

    Algumas

    importantesespciesqumicas

    Densidadedo ar

    Veculos de

    vo Temperaturasmdias

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    1.8.3 Segregao de efluentes hdricosNas refinarias, os efluentes hdricos gera-

    dos devem ser segregados em sistemas dis-tintos, j que sua mistura tende a dificultar ostratamentos. Esta segregao visa minimi-zao de investimentos, devido facilidade

    que pode propiciar ao tratamento final.Normalmente, existem cinco sistemas decoleta, conforme descrito a seguir:

    Sistema de Efluentes de Processo re-cebe os efluentes hdricos que tiveramcontato com produtos (por exemplo:lavagem de trocadores de calor, drena-gem de bombas, drenos de torres);

    Sistema de Efluentes Contaminados recebe efluentes hdricos que podem ouno estar contaminados por produtos(por exemplo: gua de chuva nos par-ques de armazenamento, tubovias, dre-nagem de tanques);

    Sistema de Esgoto Sanitrio recebeguas de banheiro, cozinhas, etc;

    Sistema de Soda Gasta recebe efluen-tes hdricos oriundos do tratamentocustico de produtos, bem como guasde lavagem do mesmo processo;

    Sistema de guas cidas coleta con-densados de topo de torres de fracio-namento.

    De forma geral, pode-se dizer que todasas correntes originadas dentro dos limites deuma indstria devem sofrer tratamento. Entre-tanto, o tratamento depende no s do volumeda corrente mas tambm de sua qualidade.

    Aps separar as correntes em conjuntossemelhantes, deve-se estud-las de forma aidentificar os produtos nelas contidos e esta-belecer os tipos de tratamento a serem empre-gados.

    Existe para determinadas correntes, a ne-

    cessidade de tratamentos especiais dados acada uma no prprio lugar onde ela aparece.Estes tratamentos so chamados de tratamen-tos in loco ou in situ e so empregadospara guas contendo produtos demasiadamentetxicos ou em concentraes elevadas.

    Os sistemas de coleta so direcionados para aEstao de Tratamento de Efluentes Hdricos ETEH. Nesta estao, esto includas as fa-ses de tratamento primrio, secundrio e ter-cirio. bom observar que nem todas as in-

    dstrias necessitam dos mesmos tratamentos.Assim, as ETEH diferem nos seus componen-tes, no s pelos fatos alinhados acima (vazoe qualidade), mas tambm pela profundidade a

    que se ter que levar o tratamento. Outro pon-to que cabe salientar o fato de que, na maio-ria das vezes, a legislao local acaba por de-terminar a profundidade do tratamento, j queeste ser funo dos nveis de poluentes pos-sveis de serem lanados nos corpos receptores.

    Os tratamentos primrios tm como fina-lidade retirar os compostos em suspenso, taiscomo slidos, leos e graxas.

    Os tratamentos secundrios removem,principalmente, compostos dissolvidos. Exis-tem diversas formas de tratamento secund-rio, os mtodos biolgicos aerbicos so osmais econmicos atualmente.

    Os processos tercirios, tambm chama-dos de polimento, so especialmente dedica-dos a remover poluentes especficos.

    Os despejos industriais de refinarias pos-suem compostos instveis, isto , que, ao se-rem expostos ao ambiente, participam de rea-es qumicas e transformam-se em produtosestveis. Como exemplo, podem ser citadosos compostos orgnicos, que ao serem oxida-dos, formam, ao final do processo, CO2 e H2O.

    No tratamento biolgico, a oxidao feitapor microrganismos que consomem os po-luentes como nutrientes, obtendo de sua me-tabolizao a energia necessria para sobrevi-

    ver e reproduzir.Alguns produtos so de metabolizaodifcil, como o leo. A maioria dos microrga-nismos no faz sua assimilao, conseguindo,algumas vezes, uma transformao parcial, queconverte o leo para compostos orgnicos oxi-genados e possibilita, assim, sua total degra-dao por outros organismos.

    Um outro ponto de importncia refere-se qualidade nutritiva dos efluentes hdricos.Para o desenvolvimento de qualquer organis-

    mo vivo, so necessrios trs nutrientes bsi-cos nitrognio, fsforo e potssio ao ladode nutrientes secundrios e micro-nutrientes.

    Nos efluentes hdricos de uma refinaria,j existe, normalmente, o nitrognio e at opotssio, ento necessria apenas a adiode fsforo.

    1.8.4 Tratamentos LocalizadosOs tratamentos in loco, aplicveis a uma

    refinaria de petrleo, sero descritos a seguir.

    Unidade de Tratamento de Soda GastaEste tratamento possui duas etapas: oxi-

    dao e neutralizao.

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    (tubo ranhurado que trabalha no nvel do leo).O separador de gua e leo , na verdade, umseparador de gua, leo e slidos. Os slidosretirados so mais finos do que os removidosno gradeamento. Um raspador montado so-bre uma ponte rolante que passeia entre os

    extremos do separador. Em um sentido, a ponteraspa o leo da superfcie e, no outro, raspa osslidos do fundo. O leo coletado num pooe mandado para tratamento, j que econmi-co seu aproveitamento. Os slidos so coleta-dos numa caixa prpria nos extremos doseparador e dispostos, geralmente, em Landfar-ming. Na entrada do separador, existe um ci-lindro rotativo para retirada do leo que j estsobrenadante. H uma faca, sempre em conta-to com o cilindro, que raspa o leo deste parao poo de leo. O cilindro feito de materialque possui a propriedade de reter facilmente,porm retm pouqussima gua (20% gua,80% de leo, aproximadamente).

    O separador do tipo API mais barato,menos eficiente, necessita de rea de instala-o muito grande, apresenta necessidade devrios clulas para facilitar manuteno, semprejudicar o funcionamento de toda a unidade.

    Separador de Placas ParalelasO funcionamento diferente do tipo API.

    Seu principal constituinte um recheio de pla-cas planas ou corrugadas, colocadas e fixadasem um canal formado por um septo existentenum tanque, onde a gua tambm escoa emregime laminar. O leo, por possuir menordensidade do que a gua, cola nas superfciesdos canalculos e forma uma camada cada vezmais grossa. Devido ao empuxo, sobe at asuperfcie livre do lquido em forma de gran-des gotas. Com os slidos, ocorre justamenteo contrrio, isto , formam grandes camadas

    nas superfcies inferiores dos canalculos, es-corregam para baixo e depositam sobre o fun-do do tanque. A coleta do leo tambm feitapor tubo flauta. O equipamento em si muitomais simples que o API moderno, por no pos-suir partes mveis. muito compacto e pos-sui grande capacidade se comparado com otipo API.

    A seguir, so citados algumas vantagens:Este separador, mais eficiente, muito

    embora tenha alto custo inicial, apresenta f-

    cil manuteno de suas placas. Esta pode serfeita externamente ao separador, o que afetapouqussimo seu funcionamento normal porparar uma pequena parte do separador.

    O tipo API, funcionando bem, proporcio-na 40 ppm ou menos de leo na sada e maloperado resulta em 150 ppm. No tipo placas,admite-se 20 ppm ou menos quando funcio-nando bem. Normalmente, precisa-se maiorsegurana quanto ao teor de leo presente no

    despejo. Essa segurana proporcionada pelouso de flotadores na cadeia de tratamento, apsos separadores de gua e leo.

    FlotadoresO princpio de funcionamento do flotador

    reside na formao de bolhas de ar em tornodas partculas de leo, o que as torna muitomais leves pois o ar, por ser muito mais levedo que leo, ocupa um volume aprecivel efavorece a flutuao da gota de leo. Desta

    forma, possvel sua fcil separao. Osflotadores so do tipo ar dissolvido ou do tipoar disperso.

    O flotador a ar disperso difere do de ardissolvido apenas na maneira de se injetar ar,j que este injetado atravs de borbulhado-res de fundo que permitem bolhas de ar bas-tante pequenas.

    No flotador de ar dissolvido, h um dis-positivo que injeta ar comprimido na guapressurizada entre 2 a 4 kg/cm2. Na massa de

    gua, como a presso elevada, a solubilida-de do ar aumenta. Em seguida, a mistura gua-ar bruscamente expandida numa vlvula re-dutora de presso, onde ocorre, ento, o fen-meno inverso, ou seja, ao abaixar a presso,reduz tambm a solubilidade do ar na gua.Logo, o excesso de ar liberado em forma depequenas bolhas. As bolhas so muito peque-nas e envolvem as menores gotculas de leo,melhorando sua flutuabilidade. O leo sobe superfcie, onde separado da gua pelo cole-

    tor de leo. Com os slidos presentes na gua,acontece fenmeno idntico ao descrito parao leo, porm a separao dos slidos maisdeficiente porque estes tm tendncia fortede descer para o fundo.

    Antes da corrente a ser tratada entrar noflotador, feita a adio de coagulantes, comosulfato de alumnio, sulfato ferroso ou orgni-cos. A coagulao (floculao de gua) possi-bilita o aumento das gotas de leo por agluti-nao. Tal procedimento melhora muito a efi-

    cincia do processo. O leo e os slidos flota-dos so encaminhados para uma centrfugapara reduo de volume e dispostos, ento,em Landfarming.

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    A reao geral da sntese orgnica podeser expressa de maneira exatamente oposta da respirao:

    6 CO2 + 6 H2 O + 673 kcal C6 H12 O6 + 6 O2

    A fonte de energia pode ser a luz, nos ve-getais clorofilados, em que, ocorre a fotossn-tese, ou pode ser uma reao de oxidao rea-lizada paralelamente ao processo de sntese,neste caso denominado-se de quimiossntese.

    O fenmeno bsico de todo processo dedepurao biolgica a respirao. No casode tratamento anaerbio, trata-se de respira-o anaerbia, com conseqente produo degases combustveis orgnicos, como subpro-dutos. No tratamento aerbio, os subprodutos

    so gua e gs carbnico.A matria orgnica do despejo industrial

    serve de alimento a bactrias aerbicas e anae-rbicas. Se a carga lanada a um corpo manteruma lagoa, por exemplo, no for muito eleva-da, o grande nmero de bactrias que ser for-mada, por rpida produo, ter suficienteoxignio dissolvido para suportar sua respira-o e, nesta situao lagoa encontra-se aerada.

    Quando, entretanto a carga introduzida muito grande em relao ao volume de oxig-nio dissolvido, as necessidades respiratrias,que so proporcionais ao consumo de matriaorgnica levam extino total do oxigniodo meio, e disto resulta o aparecimento de con-dies anaerbicas.

    A quantidade de oxignio em uma lagoano fixa e nem est sujeita apenas a ser redu-zida. H uma compensao por difuso a par-tir da atmosfera, atravs da superfcie lquida.Mas esta extremamente lenta, de modo que,embora a pelcula superficial, diretamente emcontato com o ar atmosfrico, esteja sempresaturada de oxignio, as camadas subjacentespermanecero pobres, a no ser que uma gran-de turbulncia fragmente essa pelcula super-ficial, levando suas partculas a regies maisprofundas. Em lagoas, a turbulncia despre-zvel, no entanto pode ser aumentada peloemprego de aeradores.

    A classificao mais usada, para as lagoasde estabilizao, a que reconhece trs tipos

    fundamentais: aerbias, anaerbias e faculta-tivas. Estas ltimas, so lagoas em que se de-senvolvem processos anaerbicos junto ao fun-do e aerbios nas regies mais superficiais.

    Processos Biolgicos AnaerbicosSo aqueles em que no existe interfern-

    cia do oxignio da atmosfera, isto , no exis-te interferncia de oxignio livre dissolvido.A oxidao dos despejos feita atravs demicrorganismos que no utilizam o oxignioatmosfrico, e sim o que existe no prprio com-posto que vai degradar. comum o metabolis-mo ser feito sem utilizar oxignio nenhum.

    O mtodo anaerbico mais conhecido oque se passa nas fossas spticas. Estas, consti-tuem-se, simplesmente, de uma caixa fechadaonde o despejo introduzido e mantido porgrande tempo de residncia. H formao degases como metano (CH4), gs sulfdrico (H2S)e fosfina (PH3), que devem ser ventados paraa atmosfera ou queimados. O mtodo no deveser usado como nico, uma vez que no con-

    segue fazer a purificao completa do despe-jo. A tendncia do mtodo anaerbico trans-formar compostos qumicos de cadeia orgni-ca complexa em compostos de cadeia menor.No devem ser usados como processo princi-pal em efluentes industriais como os de refi-naria. Esses mtodos so s vezes usados comofonte geradora de metano para ciclos trmicospor motivos econmicos.

    Processos Biolgicos Aerbicos

    So os melhores e utilizam o oxignio li-vre dissolvido, isto , o oxignio da atmosferacontido no despejo. O oxignio introduzidopor meios naturais ou mecnicos, para entoser utilizado pelos microorganismos que le-vam os compostos qumicos a CO2 e H2O prin-cipalmente. Dentre os mtodos aerbicos, al-guns de importncia mais acentuada esto des-critos a seguir:

    Lagoas de Aerao Natural

    Tambm conhecidas como lagoas de es-tabilizao, so seguras, de operao bastantesimples, e pouco afetadas por variaes brus-cas de carga. O tempo de residncia bastan-te alto acima de 30 dias.

    Sua fonte de oxignio pode ser o ar at-mosfrico ou ainda a atividade dos organis-mos aquticos clorofilados principalmente al-gas, atravs da fotossntese.

    Devem ser rasas 0,30 a 1,00 m paraque a luz e o oxignio atinjam a todos os seus

    pontos. So bastante sensveis falta de luz,no operando com o mesmo desempenho noite e em locais de clima frio. So poucosatisfatrias para despejos com alta carga

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    1.9 Resduos Slidos1.9.1 Introduo

    A disposio final de resduos slidos temse constitudo num dos mais difceis proble-mas de preservao ambiental.

    At meados da dcada de setenta, a gera-o e o descarte dos resduos slidos mereciampouca ou nenhuma referncia na legislaoambiental de quase todos os pases. No de

    surpreender, portanto, a existncia generali-zada de situaes de disposies irregularesdesses resduos em todo o mundo.

    No Brasil, o primeiro regulamento legal

    sobre o assunto foi a portaria do Ministriodo Interior Minter 053 de 01/03/79.A gerao de resduos industriais, apesar

    das aparncias contrrias, no um fato alheioao universo cultural da sociedade em que elase d. A mentalidade que aceita conviver coma gerao desenfreada de resduos, a mesmaque tolera a ineficincia e o desperdcio.

    Por este motivo, o sucesso de qualquerprograma de gerenciamento de resduos, sejaem comunidades urbanas, seja em indstrias,

    est intimamente ligado a um avano culturalda populao envolvida. Por maiores que se-jam os investimentos em instalaes e mqui-nas, no haver chance de progresso semmudana de comportamento.

    A existncia de estoque de resduos indus-triais em situao irregular ou inadequada umarealidade de mbito mundial. Esses estoquesso encontrados em praticamente todas as re-gies onde existam ou existiram atividades in-dustriais, anteriores dcada de setenta.

    Eram disposies tidas como adequadas,

    mas que hoje, em funo do avano da legis-lao ambiental e da conscincia, transforma-ram-se em problemas que requerem soluesa mdio prazo.

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    Atualmente, luz das especificaes dosderivados de petrleo, o principal (e pratica-mente nico) meio de reaproveitamento de umresduo sua incorporao ao leo combust-vel. Nessa forma de reaproveitamento, o res-duo desempenha o papel de diluente na redu-o da viscosidade do leo combustvel.

    O teor mximo de diluente empregado giraem torno de 2% do volume total da mistura,geralmente limitado pelo ponto de fulgor.

    As drenagens de equipamentos para se-rem entregues manuteno, assim como osprodutos desviados por estarem fora de espe-cificao, muitas vezes, deixam de ser reapro-veitados por inexistncia de interligaes ade-quadas nas unidades de processo, que dispen-sem o uso da rede de drenagem oleosa.

    O aumento da taxa de reaproveitamento

    de resduos, est intimamente relacionado como seu no lanamento na rede de esgotooleoso.O contato do resduo com a gua e osslidos finamente divididos, sempre presen-tes nessa rede, acarreta a emulsificao parcialdo mesmo.

    Um programa de reaproveitamento deveser complementar ao programa de reduo degerao. Em primeiro lugar, deve-se trabalharpela no gerao. Idntico raciocnio deve pre-valecer quanto ao aperfeioamento dos pro-

    cedimentos de trabalho.A primeira tarefa a introduo de proce-dimentos que reduzam a gerao; novos pro-cedimentos e investimentos para aumentar oreaproveitamento devem ser analisados e de-cididos numa segunda etapa.

    ReprocessamentoConsiste, essencialmente, no retorno do

    resduo ao processo produtivo, como matria-prima. O reprocessamento sempre a alterna-

    tiva a ser examinada, aps ser descartada apossibilidade de reaproveitamento.O reprocessamento de um resduo deve ser

    fundamentado em critrios tcnicos e econ-micos, uma vez que, alm dos custos, deve-seconsiderar que o resduo reprocessado podeestar deslocando do sistema produtivo igualvolume de carga mais nobre.

    vista da grande variabilidade de com-posio desses resduos, principalmente no quese refere gua e sedimentos, da maior im-

    portncia que a refinaria disponha de insta-laes e procedimentos operacionais, quepossibilitem destinaes alternativas para osmesmos.

    A melhor forma de reprocessamento aquela na qual o resduo retorna ao processoprodutivo logo em seguida sua gerao, naprpria unidade em que se originou. Esta ope-rao, denominada reprocessamento interno,evita que a corrente desviada entre em contatocom gua e detritos, como ocorreria se atin-gisse a rede de drenagem oleosa.

    Alm dos resduos leves limpos, impr-prios ao reaproveitamento para incorporaoao leo combustvel (por apresentarem pontode fulgor muito baixo), so candidatos natu-rais ao reprocessamento, os resduos e mulsi-ficados, conhecidos genericamente como bor-ras oleosas.

    As principais fontes de borras oleosas deuma refinaria so as dessalgadoras, drenagensde tanques de petrleo e limpeza de equipa-

    mentos.O teor de BSW desses resduos, variando

    de 20 a 60 %, j denota uma forte presena deemulso. Outras caractersticas, associadas edecorrentes dessas, so de mxima importn-cia para o processamento desses resduos: teorde cloretos e tendncia emulsificao.

    O reprocessamento dessas borras seriauma tarefa das mais simples, no fosse a pre-sena nas mesmas de uma fase emulsificada,bastante estvel. Embora deva haver forma-

    o de emulso na rede de esgoto oleoso, aprincipal fonte dessa emulso o petrleo.

    A emulso resultante do encontro desubstncias geradoras naturais do prprio pe-trleo, partculas slidas em suspenso e gua,submetidos ao mecnica (agitao) nas di-ferentes etapas do processo produtivo e meiosde transporte do petrleo at a refinaria.

    As partculas finas, sob certas condies,podem estabilizar emulses. Este fenmeno particularmente importante no caso de emul-

    ses de gua em leo, formadas durante os pro-cessos especiais de recuperao do petrleo.Envolvem contato direto de gua, leo e departculas finas provenientes da formao(argilas, slica, precipitados formados in situ,etc) que devem contribuir para a formao eestabilizao de emulses.

    Nas condies normais de produo depetrleo, a tendncia mais forte a formaode emulses de gua em leo. Para prevenir aformao dessas emulses ou desestabilizar as

    que venham a se formar, so adicionadas aospetrleos substncias tensoativas.As substncias tensoativas (solveis em

    gua) promovem a formao de emulses de

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    leo em gua e, conseqentemente, sua pre-sena na regio interfacial no favorece a es-tabilizao de emulses do tipo gua em leo.

    A afirmao acima levanta uma questoimportante at agora pouco conhecida nas re-finarias:

    os desemulsificantes qumicos, empre-gados nas regies de produo de pe-trleo para eliminar emulses de guaem petrleo, favorecem a formao deemulses de petrleo em gua, que ,em termos de tratamento de resduos,o maior problema das refinarias.

    No interior da refinaria, nas vlvulasmisturadoras das dessalgadoras, nos conden-sadores de topo e at nas torres retificadoras eseus respectivos trocadores de calor, existemcontatos entre gua e petrleo ou fraes, em

    condies favorveis formao de emulses.No escoamento dos resduos lquidos, aolongo das redes de drenagens, at o recolhi-mento no SAO, a incorporao de slidosfinamente divididos terra, poeira, areia sagrava a tendncia emulsificao.

    Com tantos agentes favorveis sua for-mao e estabilizao, no de surpreenderque, praticamente todas as refinarias daPetrobras, convivam com problemas crnicosrelacionados eliminao dos seus inventriosde borras oleosas.

    A presena de uma fase emulsificada, comforte tendncia a crescer aps seu lanamentona rede de drenagem inquebrvel pelos pro-cessos tradicionais disponveis na refinaria,monta o cenrio conhecido como CICLO DABORRA. Este fenmeno consiste na circula-o da borra, sob a forma de emulso, confor-me a seguinte seqncia:

    a borra emulsificada, recebida com opetrleo de navio ou diretamente doscampos produtores, drenada para o

    esgoto oleoso no parque de armazena-mento de cru da refinaria;

    at chegar ao S.A.O, onde a emulso recolhida, o resduo incorpora mais s-lido e mais gua ao longo das canaletas;

    aps aquecimento, repouso e algumasdrenagens, o resduo retorna ao tanquede cru e da enviado para a unidadede destilao;

    na unidade de destilao, ao ser sub-metido ao processo de dessalgao por

    lavagem com gua, a emulso reincor-pora a gua que havia perdido nos pe-rodos de aquecimento e repouso nostanques de resduo;

    como essa emulso no quebrada pelaao do campo eltrico da dessalgado-ra, s tem como alternativa ser nova-mente drenada para a rede oleosa, jun-tamente com a salmoura efluente, ar-rastando mais leo para a rede de dre-nagem;

    na rede oleosa, a caminho do SAO, aemulso entra em contacto com outrosagentes emulsificantes (sulfetos e mer-captans oriundos de outras correntes)e estabilizadores de emulso, tais comopoeira e argila;

    devido ao dos novos emulsifican-tes e estabilizantes de emulso, incor-porados na rede de drenagem, a massade resduo oleoso que chega ao SAO e a recolhida aos tanques, maior do

    que o volume drenado dos tanques edas dessalgadoras;

    nos tanques de resduos, essa emulso submetida a aquecimento e drenagemda gua separada, sendo em seguidaenviado para os tanques de petrleo,fechando assim o ciclo.

    Mesmo aps a desemulsificao desse re-sduo, seu reprocessamento numa unidade dedestilao atmosfrica ainda se apresenta pro-blemtico, uma vez que suas caractersticas

    favorveis emulsificao no foram total-mente eliminadas: retornando ao tanque de petrleo, ree-

    mulsificar, incorporando a gua dolastro;

    reinjetado diretamente na unidade, an-tes da dessalgadora, reemulsificar navlvula misturadora e sair incorpora-do gua de lavagem da dessalgadora.

    O melhor e mais econmico caminho paraeliminao das borras oleosas emulsificadas

    passa, necessariamente, pela quebra da emul-so, seja para a sua incorporao a um esto-que de produto acabado, seja para o reproces-samento do leo recuperado.

    Decantao e centrifugaoGeralmente, os resduos recuperados no

    SAO so enviados para os tanques de resdu-os, onde so aquecidos e eventualmente dre-nados. Aps perodo de aquecimento e decan-tao, so realizadas transferncias para os tan-

    ques de petrleo a fim de serem reprocessados.Est comprovada a dificuldade em repro-cessar estas borras, aps somente processo deaquecimento e decantao. As bibliografias

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    consultadas recomendam ainda a execuo deuma outra fase, como mais eficiente, a centri-fugao.

    A centrifugao, tanto aplicada aos ca-sos em que h interesse na recuperao do leo,como nas situaes em que a reduo do teorde gua do resduo facilitar sua incinerao.

    A carga, antes de chegar centrfuga, aquecida e filtrada.

    A carga processada na centrfuga gera trscorrentes diferentes:

    leo limpo (recuperado), com BSWmenor que 1%, que pode ser reproces-sado ou utilizado como leo de cortede viscosidade de combustveis;

    gua oleosa esta corrente geradapela gua contida na carga e parte dagua de selagem;

    borra oleosa uma corrente oriundada descarga pelos bicos da centrfuga,composta basicamente de gua, slidose leo arrastado.

    As correntes de gua oleosa e borras somisturadas e enviadas para um tanque de de-cantao.

    Aps um tempo de decantao mdio de6 horas, obtm-se trs correntes:

    borra decantada: a borra separada notanque de decantao apresenta ainda

    um teor elevado de gua e enviada paraLandfarming ou indstria cermica; gua decantada: parte da gua re-

    circulada para a centrfuga (como guade selagem) e o restante vai para o sis-tema de drenagem.

    leo decantado: o leo decantado reconduzido ao tanque de carga, ou al-ternativamente, ao tanque de resduolimpo.

    ReciclagemEntende-se por reciclagem, o envio de umresduo para reutilizao em outra indstria,quer como matria-prima, quer como fonte deenergia ou, algumas vezes, at como carga inerte.

    Do ponto de vista da reciclagem, os res-duos slidos de refinarias subdividem-se emtrs grupos, em funo das respectivas desti-naes citadas anteriormente.

    No primeiro grupo, so colocados os se-guintes materiais: papel, vidro, plstico, me-

    tais. Alguns catalisadores podem ser reutili-zados como fonte de micronutrientes na inds-tria de fertilizantes ou para recuperao demetais nobres.

    O segundo grupo constitudo pela bor-ras oleosas de baixa concentrao de leo, emgeral menos de 20%. Para estes, nem sempre econmica a purificao para o reprocessa-mento ou reaproveitamento, cabendo melhorsua utilizao como energtico auxiliar.

    O terceiro grupo formado por catalisa-dor gasto de UFCC e outros possveis resduosminerais, tais como refratrios e alguns iso-lantes trmicos isentos de amianto. Algumasalternativas de reciclagem desses resduos de-vero estar condicionadas aos resultados dostestes de solubilizao e lixiviao.

    A disposio deste ltimo grupo de res-duos, via indstria de cimento ou artefatos decimento, na condio de carga inerte, umaboa alternativa. Neste caso, o processo de des-carte leva em conta a quase total e definitivaimobilizao do resduo, agregado ao cimento.

    A reciclagem dos resduos slidos, dequalquer um dos grupos anteirormente descri-tos, por mais simples que seja, exige sempreum mnimo de gerenciamento e instalaes deapoio.

    A identificao dos resduos reciclveis,identificao dos locais e processos de origem,quantificao e caracterizao dos mesmos soaspectos de muita importncia. A segregaodos resduos reciclveis e a organizao das

    instalaes para acumulao temporria tam-bm so vitais para o bom andamento do pro-grama de reciclagem. A segregao deve serimplantada no local da gerao, e isto consti-tui um excelente recurso para a racionaliza-o dos descartes. Geralmente, quando somisturados dois ou mais resduos, basta queapenas um deles seja perigoso, para que todaa mistura resultante deva ser descartada comoresduo perigoso.

    Indstrias CermicasA reciclagem de resduos, slidos via in-dstrias cermicas, est limitada aos resduosoleosos, cujos componentes minerais slidossejam de granulometria prxima da argila.

    O descarte feito pela adio do resduo argila. Durante a operao de cozimento daspeas cermicas, a parte orgnica queimadae a parte mineral fica incorporada pea. Acomposio dos resduos descartados deve sertal que no comprometa os padres de emis-

    so atmosfrica da indstria e que seus produ-tos (telhas, ladrilhos ou blocos) sejam aprova-dos, quando submetidos a testes fsicos e qu-micos.

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    BiodegradaoA biodegradao de borras oleosas con-

    siste na decomposio de matria orgnica pelaao de microorganismos do solo, estimuladapor operaes de arao e gradeamento e comadio de corretivos e nutrientes. Esse processo

    internacionalmente conhecido pelo nome deLandfarming.Basicamente, consiste em se promover

    uma mistura intima entre a borra e o solo, emcondies favorveis biodegradao.

    Os microrganismos aerbicos contidos emsua maioria na camada superior do solo (15 cm),aps perodo de aclimatao, passam a consu-mir os hidrocarbonetos presentes na borra,transformando as cadeias carbnicas em com-postos simples. Constituem estes compostosmais simples, basicamente, CO2, gua, cidoscarboxlicos de cadeias carbnicas curtas, almde outros compostos que daro origem aohmus, resultando em melhor estrutura ecaracterstica orgnica para o solo.

    A deciso de destinar biodegradao umdeterminado resduo uma soluo de com-promisso entre as suas caractersticas (teoresde leo, gua, sais dissolvidos, compostos inor-gnicos, metais), quantidade de resduo a serbiodegradada, disponibilidade de rea e custodo terreno.

    Mesmo sendo um processo de destruiode resduos oleosos, por meio de microorga-nismos, no se deve tomar a biodegradaocomo um processo espontneo, de custo irri-srio e aplicvel a qualquer caso.

    A implantao de um Landfarming develevar em conta a impermeabilidade do terre-no, como meio de proteo do lenol freticoem relao lixiviao de fraes oleosas eons de metais pesados. Normalmente, essaimpermeabilizao, se no existir naturalmen-

    te, deve ser obtida por meio de camada de ar-gila compactada.

    Apesar desses cuidados o Landfarmingdeve dispor de poos piezomtricos para amonitorizao da qualidade da gua do lenolfretico.

    Iguais cuidados devem cercar a drenagemde superfcie; que deve ser conduzida ao sis-tema de guas contaminadas para tratamentoapropriado.

    Devido aos riscos de contaminao, tanto do

    lenol fretico, quanto das guas superficiais, somuitas e rigorosas as exigncias legais, tantono Brasil como no exterior em relao ao Lan-dfarming.

    Em princpio, qualquer resduo oleosopode ser destinado disposio em um Lan-dfarming. Na prtica, no entanto, existem cri-trios de gerenciamento conforme abaixo:

    quanto maior o teor de leo do resduo,maior a rea requerida para o seu lan-amento;

    a presena de cloretos no resduo, aci-ma de 3.000 ppm no solo, reduz a ca-pacidade de biodegradao do solo;

    o tempo de degradao da borra oleosa diretamente proporcional ao seu teorde leo;

    os custos de nutrientes, corretivos eoperaes agrcolas so diretamenteproporcionais tambm carga de leoaplicada.

    Existem teores timos de leo e cloretosnos resduos a serem destinados a biodegra-dao. A taxa de aplicao mdia de 0,046m3 de leo/m2; com aragem semanal, adiode nutrientes (fsforo e nitrognio) e correti-vo de pH eventual.

    O perodo de degradao mdio para bor-ras oleosas oriundas da Estao de Tratamen-to de Despejos Industriais (ETDI), de limpezade tanques (exceto leo combustvel, que no

    aplicvel) de oito meses. O teor mdio deleo de 20% (Fonte: REGAP).

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    31. O que pode ocorre ao leo combustvelquando nele for adicionado resduos acima de2% do volume total da mistura?

    32. Onde pode ser aplicado a centrifugao?

    33. Que aspectos devem ser considerados parase efetuar Reciclagem de resduos slidos?

    34. Como a Incinerao pode ser usada paraeliminar resduos slidos?

    35. O que Compostagem?

    36. Em que consiste a Biodegradao?

    37. Quais os aspectos a serem observados paraa construo de aterros industriais para resi-

    duos perigosos?

    38. Como deve ser construdo um aterro sani-trio?

    39. O que cadastramento dos resduos slidos?

    40. Que aspectos deve contemplar a atuaodo operador de refinaria de petrleo?

    Anotaes

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