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CONCURSO PARA ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA 2006 TRE/SP José D’Amico Bauab

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Page 1: Apostila Para TRE SP

CONCURSO PARA ANALISTAJUDICIÁRIO – ÁREA

ADMINISTRATIVA

2006

TRE/SP

José D’Amico Bauab

Page 2: Apostila Para TRE SP

Conteúdo:

1. Direito constitucional2. Justiça Eleitoral3. Direito Eleitoral4. Servidores públicos5. Administração Pública6. Direito Administrativo7. Direito Civil8. Direito Processual Civil9. Direito Penal10. Direito Processual Penal11. Administração Financeira e Orçamentária

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DIREITO CONSTITUCIONAL

CONSTITUIÇÃO

Conceito e objeto

Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, que contémnormas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderespúblicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição decompetências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.

Classificação das Constituições(6 critérios classificáveis)

1. Quanto ao conteúdo:- material – conjunto de regras materialmente constitucionais, codificadas

ou não em um único documento (matérias constitucionais: estrutura doEstado, direitos e garantias individuais etc.).

- formal – é a consubstanciada em um único documento soleneestabelecido pelo poder constituinte originário.

2. Quanto à forma:- escrita – conjunto de regras sistematizado em um único documento;- não escrita – conjunto de regras não reunidas em um texto solene, mas

baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções (ex.:Constituição inglesa).

3. Quanto ao modo de elaboração:- dogmática – produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a

partir de princípios e idéias fundamentais da teoria política e do direitodominante.

- histórica – fruto de lenta e contínua síntese da História e tradições de umdeterminado povo (ex.: Constituição inglesa).

4. Quanto à origem:- promulgada (também chamada democrática ou popular) – deriva do

trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte, de poder constituinteoriginário, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade desua elaboração.

- outorgada – elaborada sem a participação popular (é dessa modalidadea constituição cesarista, cuja outorga depende de referendo popular).

5. Quanto à estabilidade:- imutável – que não admite alteração alguma;- rígida – pode ser alterada, mas por processo legislativo mais solene edificultoso do que o usado para outras normas.- flexível – pode ser alterada pelo processo legislativo ordinário;- semiflexível (ou semi-rígida) – na qual algumas regras podem ser

alteradas por processo legislativo mais solene e dificultoso, enquanto outrasregras podem ser alteradas pelo processo legislativo ordinário.

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6. Quanto à extensão e finalidade:- sintética – prevê somente os princípios e as normas gerais de

regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio daestipulação de direitos e garantias fundamentais;

- analítica – regulamenta todos os assuntos que entende importantes àformação, destinação e funcionamento do Estado.

Constituição Federal do Brasil de 1988 – Classificação

É ela:

- formal- escrita- dogmática- promulgada- rígida (não só porque para emendá-la é necessário quorum de 3/5 em 2

turnos de votação em cada uma das 2 Casas do Congresso Nacional, comotambém pelo fato de ter matérias que não podem ser alteradas, aschamadas cláusulas pétreas).

- analítica

Aplicabilidade das normas constitucionais

As normas constitucionais apresentam 3 formas de aplicabilidade:

1. Normas constitucionais de eficácia plena – aquelas que, desde a entradaem vigor da Constituição, produzem imediatamente todos os efeitosjurídicos dos quais são elas portadoras (ex.: as normas que tratam doHabeas Corpus, Mandado de Segurança e Habeas Data).

2. Normas constitucionais de eficácia contida - produzem efeitos jurídicossuficientes sobre determinada matéria, mas sob condiçõesestabelecidas por outra lei (ex.: a Constituição Federal, por ex., garanteo livre exercício de qualquer trabalho, desde que atendidas asqualificações profissionais que a lei estabelecer).

3. Normas constitucionais de eficácia limitada, de aplicabilidade indireta ereduzida, totalmente dependentes de lei posterior que desenvolva aaplicabilidade.Ex.: norma constitucional que estipula como taxa de juros reais até 12% aoano, coloca que a cobrança acima deste limite será tida como crime deusura nos termos que a lei determinar (e essa lei ainda não existe,embora haja quem defenda a aplicação de um velho decreto de GetúlioVargas, de 1933).

Interpretação das normas constitucionais

• O conflito entre direitos e bens constitucionalmente protegidosresulta do fato de a Constituição proteger certos bens jurídicos (saúdepública, segurança, liberdade de imprensa, integridade territorial,

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defesa nacional, família, idosos, índios etc.), que podem vir a envolver-se numa relação de conflito ou colisão.

• Para solucionar esse conflito, devem-se compatibilizar as normasconstitucionais, a fim de que todas tenham aplicabilidade; por outraspalavras, a aplicação das regras de interpretação deverá buscar aharmonia do texto constitucional com suas finalidades essenciais,adequando-as à realidade e pleiteando a maior aplicabilidade dosdireitos, garantias e liberdades públicas.

Em resumo: toda norma constitucional deve ser interpretada tendo-seem vista os direitos, garantias e liberdades públicas.

Supremacia da Constituição

• A supremacia das normas constitucionais no ordenamento jurídicoexige que, na interpretação do ordenamento jurídico, seja sempreconcedida preferência ao sentido da norma que seja adequado àConstituição Federal.

• Assim sendo, no caso de normas com várias significaçõespossíveis, deverá ser encontrada a simplificação que apresenteconformidade com a Constituição Federal.

Princípios fundamentais

• A República Federativa do Brasil (formada pela união indissolúvel dosEstados e Municípios e do DF) constitui-se em estado democrático deDireito e tem como fundamentos:

1. a soberania;2. a cidadania;3. a dignidade humana;4. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;5. o pluralismo político.

(Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio derepresentantes eleitos ou diretamente).

Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil

1. construir uma sociedade livre, justa e solidária;2. garantir o desenvolvimento nacional;3. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdadessociais e regionais;4. promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo,cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais

1. independência nacional;2. prevalência dos direitos humanos;3. autodeterminação dos povos;

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4. não-intervenção;5. igualdade entre os Estados;6. defesa da paz;7. solução pacífica dos conflitos;8. repúdio ao terrorismo e ao racismo;9. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;10. concessão de asilo político.

NOTA: a República Federativa do Brasil buscará a integraçãoeconômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,visando à formação de uma comunidade latino-americana denações (portanto, o fundamento do MERCOSUL é constitucional).

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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Direitos - são bens e vantagens concedidas pela norma jurídica, ou seja, pelalei.Garantias – são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são osinstrumentos pelos quais se asseguram o exercício e gozo daqueles bens evantagens.

Assim, pode-se dizer que, para cada direito, corresponde uma garantia,ou seja, um instrumento suficientemente eficaz para fazer valer aquele direito.

Feitos esses esclarecimentos conceituais, já pode ser estudado o art. 5°da Constituição Federal, norma importantíssima, porque traz um extenso rolde direitos individuais e coletivos e os instrumentos para assegurá-los(garantias).

Alguns direitos são chamados de individuais porque se referem aoindivíduo, ao ser humano voltado para si mesmo e que deve ser respeitadodentro do grupo social em que vive. Dessa forma, como exemplos dessesdireitos, podem ser citados aqueles que estão no “caput” (isto é, na “cabeça”)do art. 5°:

- direito à vida;- direito à liberdade;- direito à igualdade;- direito à segurança;- direito à propriedade.

Já os direitos coletivos são aqueles que cabem a uma coletividade, a umgrupo social, representado por uma entidade ou não (exemplos dessasentidades: sindicatos, partidos políticos, associações profissionais). Oindivíduo é aqui também considerado, mas não de modo isolado e sim comomembros integrantes de um grupo social e, muitas vezes, é a entidaderepresentante do grupo social que ingressa na Justiça em nome de seusmembros, para fazer valer os direitos que lhes assistem.

Porém, além dos direitos e suas garantias, há também deveres. O quesão deveres? Se se afirmar que ao direito de uma pessoa corresponde odever de outra em respeitá-lo, ficará fácil conceituar dever como sendo umencargo que se deve suportar para que um direito seja exercido.

Desta forma, indivíduos e grupos sociais têm direitos e os demaisindivíduos, outros grupos sociais e o próprio Estado têm o dever de respeitá-los, ou tolerando o seu exercício ou até, algumas vezes, dando condições paraque sejam exercitados (a propósito, quando se fala em Estado, seu conceito égenérico, como Administração Pública, ente governamental em qualquerdas três esferas administrativas – Federal, Estadual e Municipal - e nãoapenas como referência a governos estaduais – ex.: Estado de São Paulo –como é popularmente empregado.

A seguir você terá um “raio-x” simplificado do rol de direitos e garantiasindividuais e coletivos do art. 5° da Constituição, colocado da maneira maisdidática possível.

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DIREITOS GARANTIAS

- todos são iguais perante a lei, semdistinção de qualquer natureza

- a lei punirá qualquerdiscriminação atentatória dosdireitos e liberdadesfundamentais;

- a prática do racismo constituicrime de reclusão, nos termosda lei.

- liberdade de ação geral

(princípio da legalidade)

- ninguém será obrigado a fazer oudeixar de fazer alguma coisasenão em virtude de lei.

- direito a vida e à integridade física emoral

- ninguém será submetido a torturanem a tratamento desumano oudegradante.

- é livre a manifestação dopensamento sendo vedado oanonimato.

- é assegurado o direito deresposta proporcional ao agravo,além da indenização por danomaterial, moral ou à imagem.

é inviolável a liberdade de crença,sendo assegurado o livreexercício dos cultos religiosos.

( liberdade de religião)

- garantida, na forma da lei, aproteção aos locais de culto e asuas liturgias.

- por motivo de crença religiosa ou deconvicção filosófica ou política

- ninguém será privado de direitos,salvo se as invocar para eximir-sede obrigação imposta e recusar-sea cumprir prestação alternativa,fixada em lei.

- é livre a expressão da atividadeintelectual artística, científica e decomunicação

- independente de censura oulicença.

- direito à privacidade – sãoinvioláveis a intimidade, a vidaprivada, a honra e a imagem

- assegurado o direito aindenização pelo dano material oumoral decorrente de usa violação

- direito à intimidade - a casa é o asilo inviolável doindivíduo.

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- direito à intimidade, ao recesso dolar – a casa é o asilo inviolável doindivíduo.

- ninguém nela podendo penetrarsem consentimento do morador,salvo em caso de flagrante delitoou desastre, ou para prestarsocorro, ou durante o dia, pordeterminação judicial.

- direito `a intimidade dascomunicações pessoais.

- é inviolável o sigilo dacorrespondência e dascomunicações telegráficas e dascomunicações telefônicas, salvono último caso, por ordemjudicial nas hipóteses e na formaque a lei estabelecer para fins deinvestigação criminal ouinstrução processual penal.

- é livre a locomoção no territórionacional em tempo de paz.

- conceder-se-a Habeas Corpussempre que alguém sofrer ou seachar ameaçado de sofrerviolência ou coação em sualiberdade de locomoção, porilegalidade ou abuso de poder.

- todos podem reunir-sepacificamente, sem armas em locaisabertos.

- Independente de autorização ,desde que não frustem outrareunião anteriormenteconvocada para o mesmo local,sendo apenas exigido prévioaviso à autoridade competente.

- é plena a liberdade de associação. - Sua criação independe deautorização – sendo vedada ainterferência estatal – asassociações só poderão sercompulsoriamente dissolvidasou ter suas atividadessuspensas por decisão judicial.

- Ninguém poderá ser compelidoa associar-se ou a permanecerassociado.

- é garantido o direito depropriedade ;

- a propriedade garantirá suafunção social.

- a lei estabelecerá oprocedimento de desapropriaçãopor necessidade ou utilidadepública, ou por interesse social,mediante justa e préviaindenização em dinheiro,ressalvados os casos previstos na

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Constituição Federal.

- direito geral à legalidade daAdministração – direito a umaatuação democrática dos PoderesPúblicos.

- são a todos assegurados ,independentemente dopagamento de taxas: a) o direitode petição aos Poderes Públicosem defesa de direitos ou contrailegalidade ou abuso de poder. b)a obtenção de certidões emrepartições públicas, para defesade direitos e esclarecimento desituações de interesse pessoal.

- direito subjetivo à jurisdição ( ouseja, direito de levar questõeslitigiosas para que o Poder Judiciárioas decida)

- a lei não excluirá da apreciaçãodo Poder Judiciário lesão ouameaça a direito.

- direito subjetivo à estabilidade dosnegócios jurídicos

- a lei não prejudicará: o direitoadquirido

- o ato jurídico perfeito e a

- coisa julgada.

- direito ao juízo natural - não haverá juízo ou tribunal deexceção.

- direitos públicos subjetivos, líquidose certos.

- conceder-se-á Mandado deSegurança para proteger direitolíquido e certo, não amparado porHabeas Corpus ou Habeas Data,quando o responsável pelailegalidade, ou abuso de poder forautoridade pública ou agente depessoa jurídica no exercício deatribuições do Poder Público.

- direito à intimidade e a proteçãodos dados pessoais.

- direito de acesso àsinformações registradas embancos de dados. Direito deretificação de dados.

- conceder-se–à “ Habeas Data ”

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- direito à probidade e moralidade daAdministração.

- Qualquer cidadão é partelegítima para propor açãopopular que vise a anular atolesivo ao patrimônio público oude entidade de que o Estadoparticipe, à moralidadeadministrativa, ao meioambiente e ao patrimôniohistórico e cultural, ficando oautor , salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais edo ônus da sucumbência.

As garantias constitucionais são também direitos, não comooutorga de um bem e vantagem por si, mas direitosinstrumentais, porque destinados a proteger um direitoprincipal.

As normas que definem direitos e garantias fundamentaistêm aplicação imediata.

Os direitos e garantias expressos na ConstituiçãoFederal não excluem outros previstos no sistema jurídico.

Direitos e Garantias Individuais – Notas Importantes:

(1) Ninguém será privado de direitos por motivo de religiosa ou de convicçãofilosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal atodos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Ex: rapaz testemunha de Jeová que se nega a cumprir obrigação militar oualternativa poderá ser privado de seus direitos políticos.

(2) A casa é asilo inviolável, ninguém nela podendo penetrar semconsentimento do morador, salvo:

I – em caso de flagrante delito ou desastre,; ouII – para prestar socorro; ouIII– durante o dia, por determinação judicial.

Nota :- Situação de flagrante delito: quando o criminoso é surpreendidocometendo o ato ilícito ou logo após cometê-lo.

(3) É inviolável o sigilo postal, telegráfico e telefônico, salvo, no caso dascomunicações telefônicas, por ordem judicial para fins de investigaçãocriminal ou instrução processual penal nas hipóteses da lei (portanto, só o sigilotelefônico pode ser violado mediante ordem judicial; os sigilos postal etelegráfico em hipótese alguma).

(4) A lei não prejudicará:

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- o direito adquirido (direito que integra definitivamente o patrimônio dapessoa);

- o ato jurídico perfeito (ato totalmente concluído – ex: contratoassinado);

- a coisa julgada (sentença irrecorrível, isto é, da qual não caiba maisnenhum recurso para tentar alterá-la).

(5) Júri – (conselho de julgamento presidido por um juiz de direito e 7 cidadãoscomuns):

- a plenitude de defesa- o sigilo das votações- a soberania dos veredictos- a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida

(exemplos de tais crimes: homicídio, aborto).

(6) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem préviacominação (imposição) legal.

Um ato só pode ser considerado crime se a lei já o descreve como tal e fixapena para quem o praticar; essa previsão legal do ato como crime e sua penajá deve existir no momento em que for praticado (essa lei jamais poderá serposterior à tal prática).

(7) São crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia:

a- prática de torturab- tráfico de entorpecentesc- terrorismod- crimes hediondos (crimes hediondos são os que causam grande

repulsão á sociedade e é a lei que os enumera. Ex. seqüestro seguidode morte).

Crime inafiançável: fiança é, em termos simples, uma garantia em dinheiroque uma pessoa presa em flagrante delito (ou seja, presa enquanto estavacometendo ou acabara de cometer o crime) presta ao Poder Público para sersolta e responder o processo em liberdade; a Constituição e a lei dizem quaiscrimes são afiançáveis (isto é, nos quais cabe fiança) e os inafiançáveis (nosquais não cabe fiança).

Graça e Anistia são benefícios que um réu preso recebe desde queatendidas certas condições, colocando-o em liberdade.

(8) São crimes inafiançáveis e imprescritíveis:

- a prática do racismo (crime sujeito à reclusão, pena que é maissevera que a detenção; ambas são penas privativas de liberdade).

- A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordemconstitucional.

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Obs: crime imprescritível – prescrição é a perda do direito; emtermos penais, prescrição seria a perda, pelo Estado, do direito depunir o criminoso, ou do direito de executar a pena imposta, perdaque ocorre após um prazo que é estabelecido na lei; crimeimprescritível é aquele não sujeito a tal limitação, isto é, pode serapurado a qualquer tempo e seu autor, condenado.

(9) Não haverá penas:

I - de morte, salvo em caso de guerra declarada entre Brasil e outro país(único caso de aplicação da pena de morte);II - de caráter perpétuo ( ninguém pode ficar preso “ para sempre” );III – de trabalhos forçado;IV – de banimento (expulsão do país)V – cruéis.

(10) A pessoa civilmente identificada (isto é, que tem R.G) não serásubmetida a identificação criminal (perante a polícia), salvo nas hipótesesprevistas em lei;

(11) Princípio da irretroatividade da lei penal

- a lei penal não retroagirá (isto é, não voltará no tempo), salvo parabeneficiar o réu.

Ex: pessoa comete um crime, em setembro /01, punido com 3 anos deprisão; é ela acusada e, enquanto está sendo processada, uma nova leié promulgada, aumentando a pena de 3 para 5 anos; esta lei queaumenta a pena não retroagirá para atingir a situação daquele réu;porém, se a lei diminuísse a pena e, portanto, beneficiasse o réu, elaretroagiria.

(12) Nos processos judicial e administrativo são assegurados:

- o contraditório (é o direito de acompanhar e praticar todos os atosprocessuais);

- a ampla defesa.

(13) São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos(Ex: uma gravação de conversa telefônica não autorizada pela Justiça é ummeio ilícito).

(14) Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado desentença penal condenatória.

(15) Os atos processuais são públicos salvo quando houver:- defesa da intimidade- interesse social.

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(16) Não haverá prisão civil, por dívida; salvo: por descumprimento(inadimplência):

I – prestador de obrigação alimentícia, (ex: pai que não paga pensão afilho). II – depositário infiel (pessoa nomeada pelo juiz para guardar uma coisae descumpre tal obrigação).

(17) São gratuitos para os reconhecidamente pobres:

I – o registro civil de nascimento;II – a certidão de óbito;III – a assistência jurídica (auxilio de advogados).

(18) Direito ao sigilo da fonte de informação:

- tal direito é protegido quando necessário ao exercício profissional.Exs: um jornalista tem o direito de não revelar sua fonte de informação;um sacerdote (padre, pastor) também.

(19) Direito de propriedade

- a propriedade é garantida a todos, mas deverá atender a sua funçãosocial (função social pode ser entendida de maneiras diferentes,mas sempre em benefício da sociedade: defesa do meio ambiente,aumento da produção de alimentos, para fins de reforma agráriaetc.);

- quando o perigo público for iminente (próximo), a autoridadecompetente poderá usar de propriedade particular e, se esse usocausar dano , seu proprietário deverá ser indenizado. Ex. políciaocupa residência ao lado de presídio onde está ocorrendo umarebelião a fim de facilitar a ação de seus agentes ( se a casa,durante a ocupação, sofrer dano, deverá seu proprietário serindenizado).

- A pequena propriedade rural , desde que trabalhada pelafamília, não será objeto de penhora para pagamentos dedébitos(dívidas), decorrendo de sua atividade produtiva (penhora éato judicial para garantir um bem como pagamento de dívida; o bempenhorado é levado à leilão – venda efetuada pela justiça - , e odinheiro decorrente dessa venda é utilizado para pagar a dívida).

(20) Direito de herança

- A sucessão de bens, situados no Brasil, de pessoas estrangeirasserá regulada pela lei brasileira, em benefício do cônjuge brasileiroou filhos brasileiros, só sendo aplicável a lei do país do estrangeirofalecido (falecido = “ de cujis”) se for mais favorável.

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Remédios Constitucionais

Há certas garantias constitucionais que podem ser chamadas de“remédios” constitucionais, que são ações (processos) movidas perante aJustiça para fazer valer aqueles direitos:

(1) “habeas corpus”(2) “habeas data”(3) mandado de segurança(4) mandado de segurança coletivo(5) mandado de injunção(6) direito de petição(7) ação popular

(1) “Habeas Corpus” (HC)

☺ É uma garantia individual ao direito de locomoção consubstanciado em umaordem, dada pelo Juiz, ou Tribunal, ao coator (isto é, aquele que estáameaçando ou limitando o direito de locomoção de outrem) para que ele cessea ameaça ou a coação à liberdade de ir, vir e ficar do indivíduo.

☺ “Habeas corpus” é uma expressão latina que quer dizer “tomai o corpo”;e, obviamente, tal remédio só pode ser destinado em favor de pessoas físicas(e nunca pessoas jurídicas, que são, na verdade, uma ficção da lei).

☺ Assim, conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou seachar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade delocomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Exemplos: diretor depenitenciária mantém presa pessoa condenada que já cumpriu toda a pena (taldiretor comete uma ilegalidade contra o direito de locomoção do condenado,pois a lei determina que se solte quem já cumpriu toda a pena privativa deliberdade a que foi condenado); um pai, muito severo, para castigar seu filho, omantém detido na casa onde mora, por vários dias, formando um verdadeirocárcere privado (é inegável que um pai ou uma mãe tenha o poder de castigarseu filho, mas quando esse castigo passa do limite moderado, torna-se umabuso de poder).

☺ Só não cabe HC em relação a punições disciplinares militares, quecausem privação de liberdade (esse exceção à aplicação do HC está previstana própria Constituição Federal).

(2) “Habeas Data”

☺ Conceder-se-á “habeas data”, a favor de pessoa física ou jurídica:a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à

pessoa do impetrante (aquele que solicita o “habeas data”),

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constantes de registros ou bancos de dados de entidadesgovernamentais ou de caráter público;

b) para retificação (isto é, correção) de dados, quando nãoser prefirível fazê-lo por processo sigiloso, judicial ouadministrativo.

Exemplo: pessoa não consegue financiamento em bancos ou instituiçõesfinanceiras e desconfia que o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) não passeboas informações sobre sua situação econômica quando alguma daquelasentidades solicita; vai, então, ao SPC para saber quais os dados que constamde sua ficha cadastral e aquele Serviço se nega a fornecer tais informações; apessoa, assim, vê-se obrigada a ingressar na justiça para obter uma ordemjudicial (“habeas data”) contra o SPC para que lhe sejam fornecidos os dadosque deseja e eventualmente corrigir (retificar) aqueles que estiverem inexatosou imprecisos.

(3) Mandado de Segurança (MS)(e não mandato; mandato é a procuração que alguém passa para outrem afim de representar seus direitos e interesses)

☺ Será concedido mandado de segurança (MS) para proteger direito líquidoe certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data”quando oresponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for:

- autoridade pública ou- agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder

Público.

☺ Assim, tanto a pessoa física como a jurídica podem se utilizar domandado de segurança, quando incabíveis o HC e o “habeas data”quando um direito seu, líquido e certo, for lesado ou estiver sob ameaçade sê-lo, por ato de autoridade pública ou de quem a represente.

☺ Conceito de direito líquido e certo: é aquele capaz de ser comprovado, demaneira indiscutível por documentação; é um direito incontroverso, sobre oqual não há dúvida alguma. Exemplos:

- Pessoa aprovada no concurso para técnico aguardando sua nomeaçãode acordo com sua ordem de classificação; quando é chegada a suavez, porém, o Presidente do Tribunal nomeia o candidato classificadologo após; aquela pessoa, tendo o seu direito, líquido e certo, de sernomeada conforme sua classificação, impetra um MS contra ato doPresidente do Tribunal para garantir sua nomeação.

- Diretor de uma faculdade particular, contrariando normas de umaPortaria do Ministério da Educação, dificulta a expedição de diplomapara aluno que concluiu todo o curso com média de aprovação; essealuno pode impetrar MS contra o ato do Diretor para assegurar aexpedição de seu diploma (o Diretor da Faculdade é típico exemplo deagente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do PoderPúblico, pois o ensino fundamental, médio ou superior, é sempreatribuição do Poder Público).

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☺ Prazo para requerer MS: 120 dias, contados da ciência, pelointeressado, do ato impugnado.

(4) Mandado de segurança coletivo (MS coletivo)

☺ São legitimados para propor mandado de segurança coletivo: i. partido político com representação no Congresso

Nacional (ou seja, partido que tenha, pelo menos, umdeputado ou um senador);

ii. organização sindical, entidade de classe ou associação,desde que preenchidos 3 requisitos:

1. sejam organismos legalmente constituídos (ou seja,formados de acordo com a lei);

2. em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano; e 3. atuem em defesa dos interesses de seus membros ou

filiados.

☺ O MS coletivo terá por objeto a defesa dos mesmos direitos que podemser objeto do MS individual, porém direcionado à defesa dos interessescoletivos em sentido amplo (dos membros ou filiados à entidade), desde quepresentes os atributos da liquidez e certeza do direito.Exemplos de interesses coletivos em sentido amplo: de uma categoriaprofissional, de moradores de um bairro ou região, de consumidores.

(5) Mandado de InjunçãoConceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma

regulamentadora torne inviável o exercício de:a. direitos e liberdades constitucionais; eb. prerrogativas relativas à nacionalidade, à soberania e à

cidadania.

☺ Desta forma, um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista naConstituição, tem seu exercício inviabilizado (ou seja, tornado impraticável)porque o Poder Público se omitiu na regulamentação da matéria (ou seja, nãobaixou normas para tornar possível aquele exercício). Evidentemente, nãocaberá, então, mandado de injunção se o direito, liberdade ou prerrogativaestiver prevista em norma constitucional auto aplicável (isto é, que nãodepende de norma que regulamente o seu exercício).

☺ Objeto do mandado de injunção: segundo o grande constitucionalista JoséAfonso da Silva, professor titular da FADUSP, o objeto do mandado deinjunção é a busca direta do direito constitucional em favor do impetrante(aquele que move o mandado de injunção), ante a ausência de normaregulamentadora. Ex.: a Constituição Federal prevê, em seu art. 7°, inc. XI (nocapítulo dos direitos sociais), a participação dos trabalhadores nos lucros daempresa, “conforme definido em lei”, porém, não sendo promulgada essa leie, portando, faltando norma regulamentadora da participação dostrabalhadores nos lucros da empresa, eles poderão impetrar mandado de

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injunção a fim de requerer ao juiz que determine aquela participação,independentemente do fato de ainda não existir a mencionada norma (lei).

(6) Direito de petiçãoÉ o direito que tem uma pessoa de solicitar a atenção de poderes públicos

sobre uma questão ou uma situação, em defesa de direitos ou contrailegalidade ou abuso de poder.

Tal direito é exercido independentemente do pagamento de taxas.

(7) Ação popularQualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que visa a

anular ato lesivo: i. ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado

participe; ii. à moralidade administrativa; iii. ao meio ambiente: e iv. ao patrimônio histórico e cultural.

☺ Quem pode mover a ação? Qualquer cidadão, ou seja, aquele que está nogozo dos direitos políticos (portanto, as pessoas jurídicas – qualquer uma,incluindo os partidos políticos – e os estrangeiros não podem movê-la).

☺ A ação é movida contra as autoridades e agentes públicos que tenhampraticado o ato lesivo e contra quem eventualmente se beneficiou deles.Exemplo: empresa polui rio com autorização da autoridade pública responsávelpelo meio ambiente. Com o objetivo de anular essa autorização que permite apoluição do rio, um cidadão move ação popular contra a autoridade queconceder a autorização para poluir e a empresa poluente, que é beneficiáriadessa autorização.

☺ Para o cidadão mover a ação popular não é preciso pagar custa judicialalguma, mesmo que venha a perdê-la, salvo se estiver agindo comcomprovada má-fé (e, aí sim, terá de pagar aquelas custas).

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Da NacionalidadeBrasileiro:

Nato: adjetivo próprio ao nascido no país ou nativo;Naturalizado: estrangeiro que se torna cidadão do país cuja nacionalidadeadotou.

Obs: A lei não pode estabelecer distinção entre brasileiros natos enaturalizados, salvo os casos previstos na Constituição Federal.

Brasileiros natos – 3 casos:

a) os nascidos no Brasil, ainda que de país estrangeiros que não estejama serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de mãe ou pai brasileiro, que esteja aserviço do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de mãe ou pai brasileiro, que porém, nãoesteja a serviço do Brasil, desde que venham a residir no Brasil eoptem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

Brasileiros naturalizados – 2 casos:

a) estrangeiros que atendam os requisitos da lei (estatuto do estrangeiro)para adquirir a nacionalidade brasileira (se tais estrangeiros foremoriginários de países de língua portuguesa, apenas 2 requisitos serãoexigidos deles; residência no Brasil, por 1 ano ininterrupto eidoneidade moral);

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade desde que:

• residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos;• sem condenação penal; e• solicitem a nacionalidade brasileira (afinal, nenhum estrangeiro

pode ser obrigado a assumir a condição de brasileiro naturalizadoa não ser que solicite).

- Portugueses com residência permanente no Brasil:terão os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, desdeque os brasileiros residentes em Portugal tenham osmesmos direitos que têm os cidadãos portugueses(reciprocidade), salvo nos casos previstos naConstituição.

- Cargos públicos privativos de brasileiro nato,estabelecidos na Constituição Federal (os quais,portanto, não poderão ser ocupados por brasileirosnaturalizados, por portugueses permanentementeresidentes no Brasil e muito menos por estrangeiros):

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1 – Presidente e Vice da República;2 – Presidente da Câmara dos Deputados (note-se

que um naturalizado não pode ser Presidente daCâmara, mas pode ser deputado federal);

3 – Presidente do Senado Federal;4 – Ministro do STF;5 – Carreira diplomática;6 – Oficial das Forças Armadas;7 – Ministro de Estado da Defesa (limitação que não

existe para os demais Ministros de Estado).

Perda da nacionalidade brasileira – casos:

1 – cancelamento de naturalização, por sentença judicial, em virtude deatividade nociva ao interesse nacional;

2 – aquisição de outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira (ex:a lei italiana considera italiano filho ou neto de italiano nascido naItália);

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiroresidente em Estado estrangeiro, como condição para permanênciaem seu território ou para o exercício de direitos civis.

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Dos Direitos Políticos• Soberania popular (o poder exercido pelo povo) será

exercida.• Pelo voto (sufrágio) universal, direito e secreto.• E, nos termos da lei, mediante:

- plebiscito (o povo manifesta-se sobre tema que lhe ésubmetido para ser aprovado, ter força de normajurídica);

- referendo (norma jurídica sobre determinado tema antesde entrar em vigor, é a apreciação do povo, e só passa avigorar se o povo aprovar);

- iniciativa popular (o povo encaminha à Casa Legislativaprojeto de lei).

Obs: diferença entre plebiscito e referendo: - no plebiscito, amanifestação do povo é anterior à formação da norma jurídica quedispõe sobre determinado assunto.Referendo – tal manifestação é posterior à formação da normajurídica, que só entra em vigor se o povo a aprovar.

• Alistamento eleitoral (inscrição do cidadão como eleitor) e ovoto são:

- obrigatórios: para os maiores de 18 anos;• facultativos: para a) os analfabetos (mas não

podem ser candidatos); b) os maiores de 70 anos; e

c) os maiores de 16 e menores de18 anos.

- proibidos: para a) os estrangeiros; b) os conscritos (isto é, aqueles queprestam serviço militar obrigatório) – neste caso, aproibição de alistamento e voto perdura enquanto durar oserviço militar obrigatório.

Nota: O alistamento eleitoral é ato anterior ao exercício dovoto: este não é possível sem que tenha ocorrido aquele.

• Condições de elegibilidade (isto é, para ser candidato acargo público eletivo):

1 – nacionalidade brasileira;2 – pleno exercício dos direitos políticos;3 – alistamento eleitoral;4 – domicílio eleitoral na circunscrição (ou seja, o candidato temde residir na cidade ou no Estado pelo qual quer se eleger);

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5 – filiação partidária: atualmente, (o eleitor tem de estar filiado apartido político até 1 ano antes da eleição para ser candidato);6 – idade mínima de: a) 35 anos para Presidente e Vice da

República e Senador; b) 30 anos para Governador e Vice; c) 21 anos para Prefeito e Vice, Deputados

Federal, Estadual ou Distrital, e juiz de paz; d) 18 anos para Vereador.

• São inelegíveis (ou seja, não podem se candidatar):

- os inalistáveis (proibidos de se alistar como eleitores);- os analfabetos (não podem ser candidatos, mas podem

ser eleitores).

• Reeleição para Presidente, Governador e Prefeito:- possível para os titulares desses cargos e para quem os

houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos.

- Permitida para um único período subseqüente ou seja,o limite é de 2 mandatos sucessivos (já para o PoderLegislativo – Senador, Deputado Federal, Estadual eDistrital e Vereador – não há limite para a reeleição: elapode ocorrer tantas vezes quanto for possível e oparlamentar não precisa se afastar para concorrer àreeleição).

• Presidente, Governador e Prefeito candidato a outro cargo(por não à reeleição): devem renunciar até 6 meses antesdo pleito (para concorrer à reeleição, ao contrário, não hánecessidade de se renunciar ao mandato). Exs: governadorcandidato ao Senado, Prefeito candidato a Deputado.

• São inelegíveis (isto é, não podem ser candidatos), noterritório de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentesconsangüíneos ou afins até o 2º grau ou por adoção, doPresidente, do Governador, do Prefeito ou de quem os hajasubstituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito salvo sejá a titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

- parente até 2º grau: - consangüíneo: pais, avós, irmãos,filhos, netos.

- Afins: - sogros, cunhados, genro/nora.

Exemplos de situações que a regra constitucional acima proíbe:

- filho de prefeito candidato a vereador no mesmoMunicípio (se porém, for candidato em outro Município,tal situação será possível, pois a candidatura se verificaráfora do território de jurisdição do titular, no caso doprefeito pai do candidato a vereador);

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- irmão de governador candidato a Deputado Federal ouEstadual no mesmo Estado (tal candidatura, contudoserá possível se ocorrer por outro Estado).

Nota: Em qualquer situação, o cônjuge ou parente até 2º graucandidato na mesma base territorial do titular do Poder Executivoestará legitimado se já for detentor do mandato eletivo e forcandidato à reeleição.Ex:vereador candidato à reeleição no município onde seu pai éprefeito.

• Militar alistável (apenas os conscritos, isto é, aqueles queestão prestando serviço militar obrigatório são inalistáveis) –é elegível, atendido as seguintes condições:

a) se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se daatividade;

b) se contar mais de 10 anos de serviço:- será agregado pela autoridade superior (agregação –

forma especial de afastamento da função militar).- Se eleito, passará automaticamente para a inatividade

no ato da diplomação.

• Outros casos de inelegibilidade, além dos previstos naConstituição Federal:

- deverão ser previstos em lei complementar federal(recordando que a lei complementar é aquela aprovadapela metade, mais um dos membros do PoderLegislativo);

- tais casos deverão levar em consideração:

a) a vida pregressa do candidato/ ou seja, seusantecedentes);

b) a influência do poder econômico; ouc) o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na

administração direta ou indireta.• Impugnação do mandato eletivo ante a Justiça Eleitoral:

- deverá ocorrer no prazo de 15 dias a conta dadiplomação do eleito (o candidato eleito recebe umdiploma dessa condição, expedido pela própria JustiçaEleitoral);

- a ação de impugnação (ou seja, de contestação aocandidato eleito), deverá estar instruída com provas deabuso do poder econômico, corrupção ou fraude (talação correrá em segredo de justiça, e se o seu autor

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estiver de evidente má fé, responderá ele por isto naforma da lei).

• Cassação de direitos políticos: é proibida (vedada).Contudo, a perda ou suspensão dos direitos políticos se darános seguintes casos previstos na Constituição Federal:

1 – cancelamento da naturalização por sentença transitada ejulgada;2 – incapacidade civil absoluta (ex: loucos, menores de 16 anos);3 – condenação criminal transitada em julgado (ou seja,irrecorrível), enquanto durarem seus efeitos;4 – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestaçãoque lhe seja alternativa. Ex: rapaz testemunha de Jeová que serecusa a prestar o serviço militar e a prestação de outra obrigaçãoque lhe é alternativa, por motivo de convicção religiosa;5 – improbidade administrativa (prática de atos imorais contra aAdministração Pública).

• Lei que alterar as regras do processo eleitoral:

- entrará em vigor já na data de sua publicação;

- não se aplicará à eleição que ocorra até 1 ano da datade sua vigência. Ex: para a eleição de 6 de outubro de2002, uma lei para altera-la deveria ter sido publicada até5 de outubro de 2001, ou seja, publicada até 1 anoantes da realização da eleição.

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PODER EXECUTIVO

• Mandato do Presidente: 4 anos (permitida uma só reeleição), cominício em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

• Salvo motivo de força maior, o Presidente ou o Vice, se decorridos10 dias da data fixada para a posse, não tiver assumido o cargo, esteserá declarado vago.

Presidente da República(Vice-Presidente)

Ministros(sempre maioresde 21 anos e no

exercício dosdireitos políticos)

Conselho daRepública

Conselho dedefesa Nacional

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• Impedimento (ou vacância do cargo) do Presidente e do Vice:Serão chamados para assumir o exercício da Presidência,sucessivamente:1° o Presidente da Câmara;2° o Presidente do Senado;3° o Presidente do STF.

NOTA IMPORTANTE: Diferentemente do Vice que, sucedendo o titular,completará o período do mandato que restar, qualquer outro sucessor(Presidente da Câmara, do Senado ou do STF), assumirá o cargo atéque se faça nova eleição.

• Vacância dos cargos de Presidente e ViceVagando esses dois cargos, realizar-se-á nova eleição para ambos:

- se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, ocorreránova eleição direta, no prazo de 90 dias depois de aberta a últimavaga.

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- se a vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato, ocorreráeleição pelo Congresso Nacional, no prazo de 30 dias depois deaberta a última vaga.NOTA: em qualquer das duas situações acima, os eleitos não terão novomandato; apenas completarão o mandato de seus antecessores.

• Ausência, do Presidente e Vice, do paísSe, por mais de 15 dias, haverá necessidade de licença do CongressoNacional, sob pena de perda do cargo.

Atribuições privativas do Presidente da República (algumas delas):

1. Dispor, mediante decreto, sobre:a) organização e funcionamento da administração federal,

quando não implicar aumento de despesa nem criação ouextinção de órgãos públicos (pois, se implicar numa dessassituações, o instrumento normativo deverá ser a lei, e não odecreto).

b) Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (senão estiverem vagos, não será possível tal extinção pordecreto).

2. Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos areferendo do Congresso Nacional;

3. Celebrar a paz, autorizado ou com referendo do CongressoNacional;

4. Convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho deDefesa Nacional;

5. Prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 diasapós a abertura da sessão legislativa, as contas referentes aoexercício anterior;

6. Nomear, após aprovação do Senado Federal, os Ministros do STFe dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, oProcurador-Geral da República, o presidente e os diretores do bancocentral e outros servidores quando determinado em lei;

7. ado de defesa, o estado de sítio e a intervenção

defesa e Estado de Sítio são duas medidasprevistas na Constituição, para restauração da

Decretar o estfederal.

Estado deexcepcionais,

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ordem em momentos de anormalidade; tanto uma medida comooutra possibilitam a suspensão ou restrição de determinadasgarantias constitucionais (por ex., direito de reunião, sigilo decorrespondência e de comunicações), em lugar específico e por certotempo, possibilitando ampliação do poder repressivo do Estado,justificado pela gravidade da perturbação da ordem pública.

O estado de defesa é uma modalidade mais branda de estadode sítio.

Intervenção federal – medida excepcional de supressãotemporária de autonomia de determinado ente federativo,

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fundada em hipóteses taxativamente previstas na Constituição, e quevisa à unidade e preservação da autonomia da União, dosEstados, do DF e dos Municípios.

Em regra, a União somente poderá intervir nos Estadosmembros e D.F., enquanto os Estados somente poderão intervir nosMunicípios integrantes de seu território.

Conselho da República – órgão superior de consulta doPresidente, cabendo-lhe pronunciar-se sobre os estados de defesae de sítio, e a intervenção federal.

Conselho de Defesa Nacional – órgão de consulta do Presidenteem assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa doEstado democrático; cabe-lhe opinar nos casos de declaração deguerra e de celebração da paz.

Responsabilidade do Presidente da República:

São crimes de responsabilidade os atos do Presidente que atentemcontra:

1. a Constituição Federal; e especialmente contra a existênciada União;

2. o livre exercício dos demais Poderes Federais e dos poderesconstitucionais da Federação, e do MP;

3. o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;4. a segurança interna do país;5. a probidade na administração;6. a lei orçamentária;7. o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Julgamento do Presidente por crimes comuns e deresponsabilidade:

Admissão daacusação por 2/3da Câmara dos

Deputados

Julgamento

por crime comum(perante o STF)

por crime deresponsabilidade(perante o Senado

Federal, nessaocasião, presididopelo Presidente do

STF)

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Suspensão do Presidente de suas funções:

- nos crimes comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime peloSTF;- nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo peloSenado Federal.(obs.: a suspensão cessará se o julgamento, após 180 dias, não tiversido concluído, sem prejuízo, porém, do prosseguimento do processo)

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PODER LEGISLATIVO- Exercido pelo Congresso Nacional, composto:a) pela Câmara dos Deputados;b) pelo Senado Federal.

- Duração de cada legislatura: 4 anos- Câmara dos Deputados: composta por representantes do

povo, eleitos pelo sistema proporcional (ou seja, o número dedeputados por Estado varia de acordo com sua população);

- Senado Federal: composto por representantes dos Estados edo Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário (osTerritórios não tem Senadores).

• Quorum para deliberações da Câmara e do Senado (e suascomissões). Regra Geral: deliberações tomadas por maioria dos votos,presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposiçãoconstitucional em contrário.A Câmara tem 513 deputados – maioria absoluta (metade + 1):257 deputados.O Senado tem 81 senadores – maioria absoluta (metade + 1): 41senadores.

CONGRESSO NACIONAL1

I – Competência subordinada à sanção do Presidente daRepública (isto é, à sua aprovação).

O Congresso Nacional é competente para dispor sobre váriasmatérias da União, entre as quais: 1) sistema tributário;2) assuntos orçamentários, financeiros, monetários e cambiais;3) criação, transformação e extinção de cargos, empregos e

funções públicas;4) organização administrativa do Judiciário, MP e Defensoria

Pública da União, dos Territórios e do Distrito Federal;5) fixação do subsídio dos Ministros do STF (teto salarial de todas

as carreiras públicas).

II – Competência exclusiva (isto é, independentemente desanção presidencial).

1 A reunião conjunta do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

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Algumas matérias:1) autorizar o Presidente da República a declarar guerra e a

celebrar a paz;2) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal (nos

Estados), autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquerdessas medidas;

3) autorizar o Presidente e o Vice a se ausentarem do País,quando a ausência exceder a 15 dias;

4) fixar os subsídios do Presidente, do Vice e dos Ministros;5) sustar (suspender) os atos normativos do Poder Executivo

exorbitantes do poder regulamentar ou dos limites de delegaçãolegislativa que foram conferidos a esse Poder;

6) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente daRepública;

7) fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo (tanto daadministração direta como indireta);

8) escolher 2/3 dos membros do Tribunal de Contas da União(TCU) (a escolha do 1/3 restante cabe ao Presidente daRepública, subordinada à aprovação prévia do SenadoFederal);

9) autorizar referendo e convocar plebiscito;

Poderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal

a) convocar Ministro de Estado ou titular de órgão diretamentesubordinado a Presidência da República para prestarem,pessoalmente, informações sobre assunto previamentedeterminado (a ausência sem justificação adequada éconsiderada crime de responsabilidade);

b) encaminhar, a eles, pedidos escritos de informações (recusa,não-atendimento em 30 dias ou prestação de informaçõesfalsas: crime de responsabilidade).

Câmara dos Deputados

Composição

• Total de deputados: 513• Bancada mínima por Estado ou do DF: 8 deputados (por ex.:Acre)

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• Bancada máxima por Estado ou do DF: 70 deputados (por ex.:São Paulo)2

• Bancada invariável por Território: 4 deputados (atualmente nãoexistem Territórios na Federação)• Duração do mandato: 4 anos

Competência privativa (isto é, independentemente de sançãopresidencial)1) autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo

contra, o Presidente, o Vice e os Ministros;2) proceder à tomada de contas do Presidente da República,

quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60dias após a abertura de sessão legislativa;

3) dispor sobre todos os assuntos referentes aos cargos, empregose funções de sua estrutura;

4) eleger 2 membros do Conselho da República (ao Senadotambém cabe eleger 2 membros desse Conselho).

Senado Federal

Composição• Total de senadores: 81 (cada senador é eleito com 2 suplentes)• Bancada invariável por Estado e DF: 3 senadores• Duração do mandato: 8 anos• Renovação do Senado: de 4 em 4 anos, alternadamente, por 1/3e 2/3 3.

Competência privativa (isto é, independentemente de sançãopresidencial).Algumas matérias:1) processar e julgar, por crimes de responsabilidade (e não por

crime comum): - o Presidente e o Vice (e os Ministros e Comandantes da

Marinha, do Exército e da Aeronáutica, se cúmplices);- os Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF);- o Procurador-Geral da República;- o Advogado-Geral da União;- os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho

Nacional do Ministério Público. 2 Fixação por lei complementar proporcionalmente à população procedendo-se a ajustes necessários noano anterior às eleições.3 cada Estado e o DF, numa eleição, elegem 1 senador e, na eleição seguinte, 2 senadores e assimalternadamente

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NOTAS IMPORTANTES: • para a situação acima, o Presidente do STF presidirá oSenado, que só imporá condenação por voto de 2/3 de seusmembros;• pena: perda do cargo + inabilitação, por 8 anos, para oexercício de função pública, sem prejuízo de outras sançõesjudiciais cabíveis);

2) aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública,a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição;b) Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), indicados

pelo Presidente da República;c) Presidente e diretores do banco central;d) Procurador-Geral da República;e) Governador de Território;f) Chefes de missão diplomática permanente (mas, neste

caso, a argüição será secreta);g) Titulares de outros cargos que a lei determinar.

3) aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, aexoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República (istoé, o seu desligamento sem que o tivesse pedido, masdeterminado por quem o nomeou, o Presidente da República),antes do término de seu mandato;

4) suspender a execução, no todo ou em parte, de lei decretadainconstitucional por decisão definitiva (isto é, contra a qualnão cabe mais recurso) do STF (por outras palavras , o STFtem o poder de declarar inconstitucional uma lei, mas é só oSenado que pode tirá-la do mundo jurídico);

5) dispor sobre todos os assuntos referentes aos cargos, empregose funções de sua estrutura;

Matérias financeiras de competência privativa do Senado Federal1) autorizar operações externas, de interesse da União, dos

Estados, do DF, dos Municípios e dos Territórios;2) dispor sobre: limites globais e condições para :- o montante da dívida mobiliária das referidos entes da

Federação;- as operações de crédito externo e interno daqueles entes, de

suas autarquias e demais entidades controladas pelo PoderPúblico Federal;

- a concessão de garantia da União nessas operações;

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3) fixar, por proposta do Presidente da República, limites globaispara o montante da dívida consolidada da União, dos Estado,do DF e dos Municípios.

Deputados e Senadores

• Imunidade: inviolabilidade, civil e penal, por qualquer de suasopiniões, palavras e votos.

• Desde a expedição do diploma:a) serão submetidos a julgamento perante o STF; recebida a

denúncia, por crime ocorrido após a diplomação, o STFdará ciência à Casa respectiva, que poderá, até a decisãofinal, sustar o andamento da ação desde que poriniciativa de partido nela representado e pelo voto damaioria de seus membros (a sustação do processosuspende a prescrição do crime, enquanto durar omandato; prescrição é o prazo durante o qual o crimepoderá ser apurado e o seu agente condenado e punido).

b) Não poderão ser presos, salvo em flagrante de crimeinafiançável (os autos da prisão em flagrante serãoremetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, paraque pelo voto da maioria de seus membros, mantenha ounão a prisão).

• Não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidasou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobreseus informantes.• Possibilidade de suspensão das imunidades

parlamentares- Elas subsistem mesmo durante o estado de sítio, só

podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dosmembros da Casa respectiva e desde que se trate deatos praticados fora do recinto do Congresso Nacionale incompatíveis com a execução de medida referenteao estado de sítio.

Proibições impostas a deputados e senadores

I- desde a expedição do diploma:a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito

público, autarquia, empresa pública, sociedade de economiamista ou empresa concessionária de serviço público, salvoquando o contrato obedecer a cláusulas uniformes.

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b) aceitar ou exercer, nas entidades acima, cargo, função ouemprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis“ad nutum” (isto é, demissíveis a qualquer momento).

II- desde a posse:a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que

goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídicade direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) patrocinar causa em que seja interessada qualquer dasentidades mencionadas no item I, a, acima, ou nelas ocupamcargo ou função demissíveis “ad nutum”;

c) ser titulares de mais de um cargo público ou mandato públicoeletivo.

Perda do mandatoCasos:1) ocorrência de uma das proibições mencionadas;2) procedimento declarado incompatível com o decoro parlamentar;3) não comparecimento, em cada sessão legislativa, a terça parte

das sessões ordinárias da casa, salvo licença ou missão por estaautorizada;Nos 3 casos acima a perda do mandato será decidida pela Casarespectiva, por voto secreto e maioria absoluta, medianteprovocação da Mesa Diretora ou de partido representado noCongresso Nacional, assegurada ampla defesa.

4) perda ou suspensão dos direitos políticos;5) decretação, pela Justiça Eleitoral, da perda do mandato;6) condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Nos 3 casos acima a perda será decretada pela Mesa da Casa,de ofício ou mediante provocação de qualquer de seusmembros, ou de partido político representado no CongressoNacional, assegurada ampla defesa.

• Renúncia de parlamentar submetido a processo relativo à perdado mandato: efeitos suspensos até decisão final no referidoprocesso.

• O deputado ou senador não perderá o mandato:a) investido no cargo de Ministro, Secretário Estadual, do DF ou

de Prefeitura de Capital (não de qualquer Município) ou chefede missão diplomática temporária ( nessas situações oparlamentar poderá optar pela remuneração do mandato);

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b) licenciado por motivo de doença, ou para tratar, semremuneração, de interesse particular (desde que, neste últimocaso, o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessãolegislativa).

• Convocação de suplente: no caso de o titular ser investido nasfunções mencionadas no item a ou a licença for superior a 120dias.

REUNIÕES

• Sessão legislativa reunião anual do Congresso Nacional: de 2/2a 17/7 e de 1º/8 a 22/12.

A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovaçãodo projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

• Sessão conjunta da Câmara e Senado (presidida peloPresidente do Senado Federal)Algumas situações:- para conhecer do veto do Presidente da República e sobre ele

deliberar;- para elaborar o regimento comum (do Congresso Nacional);- para receber o compromisso de posse do Presidente e Vice da

República.

• Eleição dos componentes das Mesas Diretoras da Câmara edo Senado- a ocorrer no 1º ano da legislatura;- mandato: de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo

na eleição imediatamente subseqüente;- composição das mesas(e das Comissões) – deverá, sempre que

possível, respeitar a representação proporcional, ou dosblocos parlamentares em cada caso.

Convocação extraordinária do Congresso Nacional4

a) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de: 4 • Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matériapara a qual foi convocado, ressalvada a existência de medidas provisórias para serem apreciadas, casoem que serão incluídas automaticamente na pauta de convocação.• Não há mais pagamento de parcela indenizatória em virtude da convocação extraordinária (ou seja,os parlamentares não ganham nada a mais por isso).

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- decretação de estado de defesa ou de intervenção federal;- pedido de autorização para decretação de estado de sítio;- compromisso e a posse do Presidente e Vice da República.

b) pelo Presidente da República,pelo Presidente da Câmara e do Senado ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas+ aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas, nocaso de:- emergência ou interesse público relevante.

COMISSÕES (permanentes e temporárias)

Competência1) discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do

regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recursode um décimo (1/10) dos membros da Casa;

2) convocar Ministros de Estado para prestar informações sobreassuntos inerentes a suas atribuições.

Comissôes Parlamentares de Inquérito (CPIs)

- têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais- criadas pela Câmara e pelo Senado, separadamente ou em

conjunto ( e, neste último caso, são chamadas comissõesmistas);

- criadas mediante requerimento de 1/3 dos membros darespectiva Casa;

- objetivo das CPI’s: apuração de fato determinado (suasconclusões, se for o caso, são encaminhadas ao MinistérioPúblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminaldos infratores);

- sempre terão prazo certo para funcionamento.

PROCESSO LEGISLATIVO

• Compreende a elaboração de:1) emendas à Constituição (EC);2) leis complementares (LC);3) leis ordinárias;4) leis delegadas;5) medidas provisórias;

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6) decretos legislativos;7) resoluções.

Emenda à Constituição (EC)

• A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:1) de 1/3, no mínimo, dos membros de uma das Casas;2) do Presidente da República;3) de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades

da Federação, cada qual se manifestando pela maioria relativade seus membros;

• Quorum para aprovação de EC’s: 3/5 dos membros de cadaCasa, em 2 turnos (isto é, a proposta de EC passa por 2 votaçõesem cada Casa).

• A Constituição não poderá ser emendada na vigência de:a) intervenção federal;b) estado de defesa;c) estado de sítio;

• Não será objeto de deliberação a proposta de EC tendente aabolir:1) a forma federativa de Estado;2) o voto secreto, universal e periódico;3) a separação dos Poderes;4) os direitos e garantias individuais.

• Proposta de EC rejeitada ou prejudicada: não pode ser objeto denova proposta na mesma sessão legislativa.

LEIS

• Iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe5: 1) a qualquer membro ou Comissão de uma das Casas ou do

Congresso Nacional;2) ao Presidente da República;3) ao STF e aos Tribunais Superiores;4) ao Procurador-Geral da República;5) aos cidadãos (a chamada iniciativa popular).

• Leis de iniciativa privativa do Presidente da República6

(algumas hipóteses): 5 A discussão e votação de seus projetos terão inicio na Câmara dos Deputados.

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1) sobre criação de cargos, funções e empregos naadministração direta ou autárquica, ou aumento de suaremuneração;

2) sobre o regime jurídico dos servidores da União e Territórios;3) sobre o regime jurídico dos militares das Forças Armadas;4) sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da

administração pública federal;5) organização do MP e da Defensoria Pública da União, DF e

Territórios.

• Iniciativa Popular: exercida por projeto de lei subscrito por, nomínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído, pelo menos, por 5Estados, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) doseleitores de cada um deles.

Medidas Provisórias

• adotadas em caso de RELEVÂNCIA e URGÊNCIA, com forçade lei, pelo Presidente da República, que deve submetê-lasimediatamente ao Congresso Nacional.

• Matérias que não podem ser objeto de medidas provisórias:1) sobre nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos

políticos e direito eleitoral;2) direito penal, processual penal e processual civil;3) organização do Poder Judiciário e do MP, a carreira e garantia

de seus membros;4) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e

créditos adicionais e suplementares, ressalvado o uso demedida provisória para abertura de crédito extraordinário paraatender a despesas imprevisíveis e urgentes (como asdecorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública);

5) sobre detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ouqualquer outro ativo financeiro;

6) aquelas matérias reservadas à lei complementar;7) matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo

Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto doPresidente da República.

6 O Presidente poderá solicitar urgência para apreciação dos projetos de sua iniciativa. Se a Câmara, ematé 45 dias, e depois o Senado, em até 45 dias, não efetuarem a referida apreciação, serão sobrestadas(suspensas) todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa até que se ultime a votação doprojeto encaminhado pelo Presidente, com exceção das deliberações que tenham prazo fixado naConstituição para serem apreciadas. Os prazos (45 dias + 45 dias) não correm nos períodos de recessodo Congresso Nacional (de 23/12 a 01/02 , e de 18/07 a 31/07) e não se aplicam aos projetos de código.

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• Medida provisória pode instituir ou majorar impostos?Sim, mas só produzirá efeitos no exercício financeiro

seguinte se houver sido convertida em lei até o último diadaquele em que foi editada.

Contudo, a medida provisória, na área tributária, poderáproduzir efeitos jurídicos no mesmo ano financeiro de sua ediçãoquanto aos seguintes impostos: - sobre importação;- sobre exportação;- sobre produto industrializado (IPI);- sobre operações de crédito, câmbio e seguro e valores

mobiliários;- impostos extraordinários em caso de guerra externa.

Prazo de validade (eficácia) das medidas provisórias

• 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período (portanto 60+60), perdendo a eficácia se não forem convertidos em lei (aperda de eficácia terá efeitos retroativos, isto é, voltando à datade edição das medidas, devendo o Congresso Nacional, nestecaso, disciplinar, por decreto legislativo, as relações delasdecorrentes).• prorrogação (por uma única vez) da vigência da medidaprovisória: ocorrerá se, nos primeiros 60 dias (contados de suapublicação), sua votação não estiver encerrada na Câmara e noSenado.• não convertida em lei ou em caso de perda de sua eficácia ourejeição (pelo voto dos parlamentares), e não editado o decretolegislativo para regular os efeitos até então produzidos (ediçãoessa que deve ocorrer até 60 dias depois da perda de eficácia oua rejeição), apenas as relações jurídicas constituídas durante avigência da medida provisória continuam válidas.• o prazo de validade da medida provisória (60 +60) suspende-sedurante os períodos de recesso do Congresso Nacional.• a medida provisória deve ser apreciada, pelas duas Casas, ematé 45 dias a contar de sua publicação; caso contrário, entrará napauta de cada uma delas em regime de urgência, sobrestando-se(suspendendo-se) todas as demais deliberações legislativas atéque se termine a votação sobre a apreciação da medida.• é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medidaprovisória rejeitada ou cuja eficácia se perdeu por decurso deprazo.

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Leis Delegadas

• elaboradas pelo Presidente da República por delegação doCongresso Nacional solicitada por ele.• não podem ser objeto de delegação:1) os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional os

de competência privativa da Câmara e do Senado;2) a matéria reservada à lei complementar;3) a legislação sobre:- organização do Poder Judiciário e do MP, a carreira e a garantia

de seus membros;- nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e

eleitorais;- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Trâmite para apreciação de um projeto de lei

1º: O projeto, aprovado por uma Casa, será revisto pela outra emum só turno de discussão e votação, e enviado para a sançãoou promulgação do Presidente da República, se a Casa revisora oaprovar; se ela o rejeitar, será arquivado.

• Sendo o projeto emendado na Casa revisora, voltará àCasa iniciadora para discussão e votação das emendas efetuadas.

2º passo: Sanção ou veto presidencial (em 15 dias úteis)• A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o

projeto ao Presidente da República, que, aquiescendo(concordando), o sancionará. Se, desse envio, decorrer o prazode 15 dias úteis, o silêncio presidencial importará sanção (achamada sanção tácita).

• Veto - será total ou parcial, conforme o Presidente daRepública considere o projeto, no todo ou em parte,inconstitucional ou contrário ao interesse público (o veto parcialabrangerá texto integral de artigo, parágrafo, de inciso ou dealínea).

• Comunicação dos motivos do veto: em 48 horas aoPresidente do Senado, feita pelo Presidente da República.

• Apreciação do veto: em sessão conjunta (Câmara +Senado) no prazo de 30 dias a contar de seu recebimento.

• Rejeição do veto: só poderá ocorrer por maioria absolutade deputados e senadores7, em escrutínio (votação) secreta. 7 No total 513 deputados + 81 senadores = 594 parlamentares; maioria absoluta (metade + 1): 298parlamentares.

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Derrubado o veto, isto é, não mantido o veto, será o projetodevolvido ao Presidente da República para que, em 48 horas, opromulgue (se não o fizer, o projeto será promulgado peloPresidente do Senado ou, na falta deste, pelo Vice do Senado).

Notas Importantes:

Reapresentação de projeto de lei rejeitado na mesma sessãolegislativa: só será possível mediante proposta da maioriaabsoluta dos membros de uma das duas Casas componentesdo Congresso Nacional.

Quoruns de aprovação no processo legislativo:• para leis ordinárias e medidas provisórias: maioria

simples, presente a maioria absoluta dos membros de cada Casa(um só turno de votação em cada Casa).

• para leis complementares: maioria absoluta dos membrosde cada Casa (um só turno de votação em cada Casa)

• para emendas constitucionais: 2/3 dos membros de cadaCasa (dois turnos de votação em cada Casa).

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Rejeiçãodo veto

Apreciação doveto pelo

CongressoNacional (sessão

conjunta)

SançãoPromulgaçãoRevisão pela outra

Casa em um únicoturno

aprovação

Aprovaçãopela Casainiciadora

Projetodelei

Se emendado

Volta para a Casainiciadora

rejeição

Arquivamento

Presidenteda

República

Prazo de 15 diasúteis para sanção

ou veto

LEI

Veto(total ou parcial)

Promulgaçãoda Lei

RESUMO ESQUEMÁTICO

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FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E CONTÁBIL

1. Dois sistemas de fiscalização:- INTERNO: dentro de cada Poder, por órgão de sua

estrutura;- EXTERNO: pelo Congresso Nacional, com o auxílio do

TCU.

2. Quem deve prestar contas: qualquer pessoa física oujurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos oupelos quais a União responde, ou que, em nome desta,assuma obrigações de natureza pecuniária.

Tribunal de Contas da União (TCU)

É competente para, dentre outras atribuições:

1. apreciar as contas do Presidente da República, medianteparecer a ser elaborado em 60 dias a contar do seurecebimento;

2. realizar inspeções e auditorias de natureza contábil,financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nasunidades dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciárioda União e nas entidades da administração indireta federal(incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidaspelo poder público federal);

3. aplicar multa, proporcional ao dano causado ao erário público,aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ouirregularidade de contas, além de outras sanções previstasem lei.

4. sustar a execução de ato impugnado comunicando a decisãoà Câmara e ao Senado (mas, no caso de contrato, oCongresso Nacional o sustará diretamente, solicitando aoPoder Executivo as medidas cabíveis).

NOTA IMPORTANTE: as decisões do TCU (de que resultemimputação de débito ou multa) terão eficácia de títuloexecutivo.

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Composição do TCU

9 Ministros

• Requisitos para Ministro do TCU:

1. brasileiro;2. mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade;3. idoneidade moral e reputação ilibada;4. notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,

econômicos e financeiros ou de administraçãopública;

5. mais de 10 anos de exercício funcional ouprofissional que exija os conhecimentos acima.

• Garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos evantagens dos Ministros do TCU: iguais as que têm osMinistros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) (lembre-se: não se trata do STF – Supremo Tribunal Federal).

• Quem pode denunciar irregularidades ou ilegalidadesperante o TCU?Qualquer cidadão, partido político, associação ousindicato é parte legítima para fazê-lo.

• Responsáveis pelo controle interno em cada Poder:deverão levar ao conhecimento do TCU qualquerirregularidade, sob pena de responsabilidade solidária.

3 escolhidos pelo Presidente da República,com aprovação pelo Senado Federal(sendo 2 alternadamente dentre auditorese membros do MP junto ao TCU,indicados em lista tríplice pelo TCU).6 escolhidos pelo Congresso Nacional (2/3)

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PODER JUDICIÁRIO

Disposições Gerais:

• Órgãos do Poder Judiciário:

1. Supremo Tribunal Federal (STF) – órgão máximo do Poder Judiciário –é o guardião da Constituição Federal;

2. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – órgão criado pela EmendaConstitucional nº 45/2004;

3. Superior Tribunal de Justiça (STJ) – é guardião legislação federal;4. Tribunais Regionais Federais (TRF’s) e Juízes Federais (quando a

questão é de direito federal, o Juiz Federal julga; de sua sentença caberecurso ao TRF; da decisão do TRF cabe recurso ao STJ; e, se houverquestão constitucional, cabe ao STF).

5. Tribunais do Trabalho (Tribunal Superior – TST – e Tribunais Regionais -TRT) e Juízes do Trabalho – Julgamento: Juiz do Trabalho ⇒ TRT ⇒TST ⇒ STF, se houver questão constitucional;

6. Tribunais Eleitorais (Tribunal Superior – TSE – e Tribunais Regionais –TRE) e Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais;

7. Tribunais e Juízes Militares;8. Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (Tribunais de Justiça,

Tribunais de Alçada), e Juízes dos Estados do D.F.

• Ingresso INICIAL na carreira da magistratura (como juiz SUBSTITUTO).

☺ Dá-se por concurso de provas e títulos com a participação da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB), exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, 3anos de atividade jurídica, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem declassificação

Nota: O ingresso na carreira do Ministério Público dá-se da mesma forma.

• Promoção na carreira da magistratura

☺ De entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade emerecimento. ENTRÂNCIA – base territorial onde o juiz exerce seu poder (comarca). Ex.:no Estado de São Paulo, têm-se comarcas de 4 entrâncias, das cidadesmenores (1ª entrância) até a Capital (entrância especial); as cidades da GrandeSão Paulo são consideradas de 3ª entrância (assim, pela ordem, existem, noEstado de São Paulo, a 1ª, a 2ª, a 3ª entrância e a entrância especial). Obs.: o juiz deve residir na comarca da qual é titular, salvo autorização doTribunal para que resida em outra comarca.

☺ Promoção por merecimento:pressupõe 2 anos de exercício na mesma entrânciae que o juiz esteja na primeira 5ª parte da lista de

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antigüidade dessa entrância (ou seja, o juiz deve estarno grupo dos primeiros 20% dos magistrados maisantigos da mesma entrância a que pertence aquelejuiz – quinta parte = 20%).É obrigatória a promoção do juiz que figure por 3vezes consecutivas ou 5 alternadas na lista demerecimento

☺ Promoção por antiguidade:o juiz mais antigo só poderá ser recusado nessecritério de promoção pelo voto fundamentado de 2/3(dois terços) dos membros do Tribunal.

Nota: Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver os autos emseu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem odevido despacho ou decisão.

• Acesso aos tribunais de segundo grau (TRT, TRF, TJ, menos TRE quetem regra própria)

☺ Também se dá por antiguidade e merecimento, alternadamente, critériosapurados na última ou única entrância.Ex.: no Estado de São Paulo, um juiz de entrância especial é promovido para oTribunal de Justiça, onde passa a ser desembargador.

• Subsídio dos magistrados (quanto eles ganham)

☺ O “teto” é o subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal(STF).

☺ O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a 95%do subsídio dos Ministros do STF.

☺ Os subsídios dos demais magistrados federais e estaduais são fixadosem lei, não podendo a diferença entre uma e outra categoria ser superior a10% ou inferior a 5%, nem exceder a 95%, do subsídio dos Ministros dosTribunais Superiores. Assim, por ex., um juiz, promovido de uma entrânciapara outra, ganha de 5% a 10% a mais do que ganhava anteriormente (nãopodendo, portanto, ganhar nem mais nem menos do que está nessa faixa de 5a 10%).

• Aposentadoria dos juízes:Obedece às regras aplicáveis aos servidores públicos em geral.

• Remoção, disponibilidade e aposentadoria do juiz, por interessepúblico

Fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunalou do CNJ, assegurada ampla defesa ao juiz envolvido na questão.

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Ex. juiz comete falta grave; ele só pode ser removido, colocado à disposição ouaposentado por decisão da maioria absoluta do tribunal de 2ª instância ao qualele pertenceou da maioria absoluta do CNJ.

• Julgamentos efetuados pelo Poder Judiciário:Devem ser públicos e fundamentados sob pena de nulidade, podendo a lei,limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seusadvogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direitoà intimidade do interessado não prejudique o interesse público àinformação.

• Decisões dos Tribunais

a) Judiciais - devem ser sempre fundamentadas, motivadas, sob penade nulidade (decisões judiciais são aquelas tomadas em processosjudiciais, nos quais autor e réu contrapõem, cada qual, os seusinteresses).

b) Administrativas – são aquelas tomadas no âmbito interno do órgãopúblico e, eventualmente, no interesse de seus servidores; Ex.:decisões sobre compras de material para o Tribunal, sobre pedidos deseus servidores;

- devem ser motivadas e em sessão pública;- se de natureza disciplinar (ou seja, de punição de um juiz),

devem ser tomadas pelo voto da maioria absoluta dos membrosdo respectivo tribunal (maioria absoluta = metade mais um;ex.: se um tribunal tem 30 membros, a maioria absoluta será de16 membros, não importando quantos membros compareçam aojulgamento: se, dos 30, compareçam 20 e a mesma decisão foitomada por 16 membros a maioria absoluta, neste caso, foialcançada).

• Órgão Especial

☺ Poderá ser constituído nos tribunais com número superior a 25 julgadores(frise-se: poderá, portanto sua constituição não é obrigatória).

☺Funções: atribuições administrativas e jurisdicionais que seriam dacompetência do tribunal pleno (ou seja, (ou seja, de 11 a 25 membros),provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade pelotribunal pleno, por votação.

• Chamado “quinto constitucional” na composição dos TribunaisRegionais Federais (TRF’s) e Tribunais de Justiça dos Estados (TJ’s)

☺A Constituição Federal determina que 1/5 (um quinto), ou seja, 20%, do totalde membros dos TRF’s e TJ’s seja constituído por advogados e membrosdo Ministério Público (promotores de justiça), tanto uns como outrosindicados, em lista sêxtupla (isto é, com seis nomes), pelos órgãos derepresentação das respectivas classes (no caso dos advogados, a OAB, e, nocaso dos promotores de justiça, a Associação do Ministério Público).

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- Requisitos para a indicação:

a) membros do Ministério Público – com mais de dez anos de carreira

b) advogados – de notório saber jurídico e elevada reputação, com mais dedez anos de efetiva atividade profissional.

- O tribunal, recebida a lista sêxtupla, forma uma lista tríplice (isto é, com trêsnomes) e envia-a para o Poder Executivo, que, nos 20 dias seguintes,escolherá um nome ( no caso dos TRF’s, o Poder Executivo é o Presidenteda República e, no caso dos TJ’s, o Governador do Estado).

- Assim, tanto os TRF’s e TJ’s terão a seguinte composição:

- 4/5 de juízes de carreira (isto é, juízes concursados que vêm do1° grau);

- 1/5 de advogados e membros do Ministério Público.

• Garantias de que gozam os juízes para o desempenho de suasfunções:

I – Vitaliciedade;

II- Inamovibilidade;

III- Irredutibilidade de subsídio.

Nota: tais garantias valem também para os membros do Ministério Público.

I- Vitaliciedade

- garantia segundo a qual o juiz não pode perder o cargo;

- só será adquirida após 2 anos de exercício do cargo (durante esses 2 anos,o juiz só pode perder o cargo por deliberação do tribunal a que ele estivervinculado; após esses período, o juiz, já vitaliciado, só o perderá porsentença judicial transitada em julgado, isto é, por sentença contra a qual jánão caiba recurso algum); a participação em curso oficial, ou reconhecidopor escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados constituietapa obrigatória do processo de vitaliciamento.

- quando o juiz ingressa na carreira, no primeiro grau, a vitaliciedade é obtidaapós dois anos de exercício do cargo; já quanto aos advogados emembros do Ministério Público que compõem os Tribunais de Justiça,Tribunais Regionais e Tribunais Superiores, basta eles tomarem posse nocargo para adquirirem vitaliciedade (não precisam, portanto, aguardar 2 anosde exercício).

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II- Inamovibilidade

- garantia segundo a qual o juiz não pode ser removido, transferido ouafastado de suas funções;

- a inamovibilidade só não prevalecerá diante de motivo de interessepúblico, por decisão de maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ.

III- Irredutibilidade de subsídio

- garantia segundo a qual o juiz não pode ter a quantia que eleganha mensalmente (subsídio) reduzida, diminuída;

- o subsídio só pode ser fixado ou alterado por lei específica,cuja iniciativa cabe somente ao tribunal respectivo (o tribunalmanda para a Casa Legislativa – Congresso Nacional ouAssembléia Legislativa, conforme o caso- o projeto de leidispondo sobre os subsídios);

- o subsídio, recebido isoladamente ou de forma acumulativa comvantagem pecuniária de qualquer natureza, nunca poderáexceder o subsídio mensal dos Ministros do SupremoTribunal Federal;

- juiz paga tributos (impostos, taxas) como qualquer outro cidadão,não podendo receber tratamento desigual, ele é igual a qualqueroutro contribuinte; portanto, o subsídio que ele recebemensalmente está sujeito à tributação (ou seja, ao recolhimentode imposto de renda).

• Proibições a que os juízes se submetemAos juízes é vedado (proibido):

I- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função,salvo uma de magistério (ou seja, o juiz só pode acumular com oseu cargo uma função de professor);

II- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação emprocesso (ou seja, o juiz não pode receber dinheiro algum peloexercício de seu cargo, a não ser o subsídio mensal), nem auxíliosou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,resalvadas as exceções previstas em lei;

III- dedicar-se à atividade político-partidária (ou seja, juiz não pode serfiliado a partido político).

IV- Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes dedecorridos 3 anos do afastamento por aposentadoria ouexoneração (o chamado período de “quarentena”).

Nota: Aos membros do Ministério Público aplicam-se as proibições nº I,II, III, além das proibições de exercer a advocacia e participar desociedade comercial na forma da lei.

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Observações finais

• Subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)- fixado por lei do Congresso Nacional, com sanção do Presidente daRepública.

• Julgamento dos juízes estaduais e membros do Ministério PúblicoEstadual

- por crimes comuns e de responsabilidade: o juiz e o promotor estadual (oudo Distrito Federal) são julgados pelo Tribunal de Justiça a que estãovinculados, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (assim, se um juizou promotor estadual comete crime eleitoral, ele será julgado pelo TRE e nãopelo Tribunal de Justiça).

• Declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do PoderPúblico

- para uma lei ou ato normativo do Poder Público ser declaradoinconstitucional (isto é, contrário à Constituição Federal ou Estadual,conforme o caso), tal declaração somente poderá ocorrer pelo voto da maioriaabsoluta dos membros do tribunal ou de seu órgão especial.

• Autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário- Os tribunais elaboram suas propostas orçamentárias (previsões de gastospara o ano seguinte), dentro dos limites estipulados conjuntamente com osdemais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias (LDO). Se as propostasforem encaminhadas em desacordo com esses limites, o Poder Executivoprocederá aos ajustes necessários.- O encaminhamento da proposta orçamentária ao Poder Legislativo para queeste a aprecie (aprovando ou não) é feito:

- no âmbito da União, pelos Presidentes do STF e dos TribunaisSuperiores, com a aprovação dos tribunais que lhe são inferiores(TRE’s, TRF’s e TRT’s);

- no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pelos Presidentesdos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos tribunais que lhesão inferiores (Tribunais de Alçada);

- Autonomia administrativa – os tribunais têm competência privativa para,entre outras atribuições:

- organizar suas secretarias e serviços auxiliares;- prover, por concurso público (de provas ou de provas e títulos) os

cargos necessários à administração da Justiça;- propor ao Poder Legislativo competente a criação e a

extinção de cargos e a remuneração dos juízes e serviçosauxiliares (caberá ao Legislativo analisar a proposta de leiencaminhada pelo Judiciário para aprova-la, com ou semalterações, ou não).

- Extinção das Férias Coletivas pela EC nº 45/04 - A atividade jurisdicional será ininterrupta, ficando proibidas férias

coletivas nos juízos e tribunais de 2º grau, funcionando nos dias

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em que não houver expediente forense, normal, juízes em plantãopermanente ;

- Custas e emolumentos recolhidos pela Justiça- Destinados exclusivamente ao custeio dos serviços da própria

Justiça.

• Pagamentos devidos pela Fazenda Pública (Governo Federal, Estadualou Municipal) em virtude de sentença judiciária transitado em julgado.

- Se a Fazenda Pública (Governo) perde a ação judicial e, em virtude disso, éobrigada (condenada) a pagar uma quantia à parte vencedora, tal pagamentoocorrerá rigorosamente na ordem cronológica de apresentação dosprecatórios e à conta dos créditos respectivos, isto é, desde que oorçamento preveja dinheiro para esse pagamento (precatório nada mais é doque a ordem, emitida pelo Poder Judiciário, para que a Fazenda Públicapague determinada quantia para determinada pessoa). O dinheiro é colocadodiretamente à disposição do Tribunal cujo Presidente que proferir a decisãoexeqüenda determinará o pagamento.

- O pagamento desses precatórios segue uma ordem cronológica, isto é,paga-se primeiro o precatório que foi apresentado primeiro, proibindo-sequalquer favorecimento (ou seja, que seja quebrada essa ordem para favoreceralguém); essa ordem só pode ser quebrada em 2 casos:

a) para pagamento de créditos de natureza alimentícia (taiscréditossão normalmente direitos devidos a servidores públicos oudecorrentes por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidadecivil );

b) para pagamento de obrigações definidas em lei como de pequenovalor em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

- Se a ordem cronológica do pagamento dos precatórios (foraas duas hipóteses acima) for quebrada, o credor, preterido emseu direito de receber primeiro, pode pedir ao Presidente doTribunal competente o seqüestro da quantia necessária parasatisfação do débito (neste caso, seqüestrar significa reter,“congelar” dinheiro suficiente para assegurar o pagamento dacondenação judicial, dinheiro esse existente nos cofres públicos).

- O Presidente do Tribunal competente que retardar ou tentarfrustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime deresponsabilidade.

• Justiça de Paz- encarregada de celebrar casamentos e resolver questões relativas a ele;- exercida por cidadãos eleitos pelo voto direto universal e secreto, commandato de 4 anos (eles recebem remuneração para isso);- os juízes de paz podem exercer atribuições conciliatórias (isto é, tentarcelebrar acordo entre partes que discutem um direito) sem, porém, caráterjurisdicional( ou seja, um juiz de paz não tem o mesmo poder de um juiz dedireito).

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• Juizados Especiais- para julgamento de causas cíveis de menor complexidade e infraçõespenais de menor potencial ofensivo, mediante procedimentos oral esumaríssimo (isto é, o julgamento deve ocorrer rapidamente, em poucasfases, sem demora).- tais Juizados (conhecidos popularmente como Juizados de PequenasCausas) são exercidos por juízes togados (isto é, de carreira, concursados),ou por leigos (e, neste caso, o juiz leigo só pode tentar a conciliação, estandoproibido de julgar: o julgamento so cabe a juiz togado).

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)Compõe-se de 11 ministros, nomeados pelo Presidente da República, depoisde aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Requisitos: • cidadão (brasileiro nato) com mais de 35 anos e menos de 65 anos;• notável saber jurídico;• reputação ilibada.

COMPETÊNCIA DO STF(algumas matérias)

1) a guarda da Constituição;2) processar e julgar originariamente:

• a ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) de lei ou ato normativofederal ou estadual (mas não municipal) e a ação declaratória deconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal (tanto lei como atofederais);

• nos crimes comuns, o Presidente e o Vice-Presidente da República, osmembros do próprio STF, o Procurador-Geral da República e osmembros do Congresso Nacional;

• nos crimes comuns e de responsabilidade, os Ministros de Estado, osComandantes das 3 Forças Armadas (menos quando os primeiros e ossegundos cometem crime de responsabilidade com o Presidente e oVice da República, caso em que todos são julgados pelo SenadoFederal);

• nos crimes comuns e de responsabilidde, os membros dos TribunaisSuperiores, os do TCU e os chefes de missão diplomática permanente;

3) litígio entre Estado estrangeiro (ou organismo internacional) e a União, oEstado e o DF e o território (e não o Município);4) as causas e os conflitos entre a União e os Estados/ a União e o DF/ ouentre uns e outros, inclusive as respectivas entidades de administraçãoindireta;5) os conflitos de competência entre o STJ e quaisquer tribunais, entre osTribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal.

Ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória deconstitucionalidade - quem pode propô-las:

1) o Presidente de República;2) a Mesa do Senado Federal;3) a Mesa da Câmara dos Deputados;4) a Mesa de Assembléia Legislativa (ou Câmara Legislativa do DF);5) o Procurador-Geral da República;6) o Conselho Federal da OAB;7) partido político com representação no Congresso Nacional;8) o Governador do Estado (ou do DF);9) confederação sindical ou entidade de classe do âmbito nacional.

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Súmula Vinculante

• Tem por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normasdeterminadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãosjudiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete graveinsegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobrequestão idêntica;

• a súmula é elaborada pelo STF, de ofício ou por provocação, mediantedecisão de 2/3 de seus membros, após reiteradas decisões sobre amatéria constitucional e valerá a partir de sua publicação na imprensaoficial;

• terá efeito vinculante, ou seja, deverá ser necessariamente obedecidapelos demais órgãos do Poder Judiciário e pela administração públicadireta e indireta, federal, estadual e municipal;

• se a súmula vinculante for contrariada por ato administrativo ou decisãojudicial, caberá reclamação ao STF, que, julgando-a procedenteanulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicialreclamada e determinará que outra seja proferida com ou semaplicação da súmula, conforme o caso.

Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

. órgão criado pela EC nº 45/2004, que criou também o Conselho Nacional doMinistério Público (CNMP);. Composição: 15 membros (com mais de 35 anos e menos de 66 anos deidade), nomeado pelo Presidente da República depois de aprovados pelamaioria absoluta do Senado Federal: 1 ministro do STF , que presidirá; 1 ministro do STJ, a quem caberá a função de Ministro-Corregedor; 1 ministro do TST; 1 desembargador do TJ, indicado pelo STF; 1 juiz estadual indicado pelo STF; 1 juiz de TRF, indicado pelo STJ; 1 juiz federal, indicado pelo STJ; 1 juiz de TRT, indicado pelo TST; 1 juiz do trabalho, indicado pelo TST; 1 membro do MP da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; 1 membro do MP Estadual, indicado pelo Procurador-Geral da República; 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB; 2 cidadãos (1 indicado pela Câmara e 1 indicado pelo Senado), de notávelsaber jurídico e reputação ilibada.. Mandato : 2 anos, admitida uma recondução

Competência do CNJ(algumas matérias)

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1) o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e documprimento dos deveres funcionais dos juízes;2) zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto daMagistratura;3) zelar pela legalidde dos atos administrativos dos membros ou órgãos doPoder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que seadotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei sem prejuízoda competência do TCU ( o CNJ tem, portanto, poder sobre atosadministrativos do Judiciário, mas não sobre atos judiciais - decisões emprocessos judiciais que podem ser questionados apenas por recursos e outrosmeios processuais)4) receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do PoderJudiciário (inclusive contra seus serviços auxiliares); tais reclamações serãorecebidas pelo Ministro-Corregedor do Conselho.

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

• Ministério Público• Advocacia Pública• Advocacia• Defensoria Pública

Ministério Público (MP)

. É instituição permanente, essencial à função jurisdicional dos Estado,incumbindo-lhe a defesa:1) - da ordem jurídica;2) - do regime democrático;3) - dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

. Príncípios institucionais da MP1) - a unidade;2) - a indivisibilidade;3) - a independência funcional.

. Ao MP é assegurada autonomia funcional e adminstrativa podendo proporao Poder Legislativo:- a criação e a extinção de seus cargos e serviços;- a política remuneratória, e- os planos de carreira

Ministério Público(composição dada pela Constitução Federal)

- MP da União:1) MP Federal (MPF)

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2) MP do Trabalho (MPT)3) MP Militar (MPM)4) MP do DF e territórios (MPDF)

- Ministérios Públicos dos Estados

MP da União

. Chefia: o Procurador Geral da República, nomeado pelo Presidente daRepública dentre os integrantes da carreira (maiores de 35 anos), apósaprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Mandato: 2 anos permitida a recondução (que pode ser mais de uma).. Destituição do Procurador-Geral da República: da mesma forma comoocorre a nomeação (autorização prévia da maioria absoluta do Senado + atode destituição pelo Presidente da República).

MP's dos Estados, do DF e Territórios

.Chefia: Procurador-Geral nomeado pelo Governador, dentre os integrantesda carreira que constarão de uma lista tríplice (não há participação daAssembléia Legislativa na escolha)..Mandato: 2 anos, permitida somente 1 (uma) recondução.. Algumas funções institucionais do MP:1) promover, privativamente, a ação penal pública;2) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevânciapública aos direitos assegurados na Constituição Federal;3) promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dopatrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interessesdifusos e coletivos;4)promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins deintervenção da União nos Estados e dos Estados nos Municípios;5) exercer o controle externo de atividade policial, na forma de leicomplementar de organização do MP;6) exercer outras funções, desde compatíveis com sua finalidade.

Nota: O MP não pode, em hipótese alguma, exercer a representação judiciale a consultoria jurídica das entidades públicas, por uma razão muitosimples: é ele fiscal da lei e representante da sociedade e não daAdministração Pública, cuja representação judicial e extrajudicial caberá àAdvocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e Municípios.

Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)(órgão, como o CNJ, criado pela EC nº45/2004)

. Composição: 14 membros, nomeados pelo Presidente de República, depoisde aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal.- o Procurador-Geral da República, que o presidirá;- 4 membros do MP da União (1 do MPF, 1 do MPT, 1 do MPM e 1 do MPDF);- 3 membros do MP do Estado;

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- 2 juízes, 1 indicado pelo STF e outro pelo STJ;- 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB;- 2 cidadãos de notavel saber jurídico e reputação ilibada (1 indicado pelaCâmara e 1 pelo Senado).. Mandato: 2 anos, admitida uma recondução.

Competência do CNMP(algumas matérias)

1) o controle de atuação administrativa e financeira do MP;2) o controle do cumprimento dos deveres funcionais dos membros do MP;3) zelar pela autonomia funcional e administrativa do MP, podendo expedir atosregulamentares no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;4) zelar pela observância dos princípios constitucionais da AdministraçãoPública nos órgãos do MP, a legalidade dos atos administrativos (e nãojudiciais) praticados por membros do MP da União e dos Estados, podendodesconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que adotem as providênciasnecessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dosTribunais de Contas;5) receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do MP daUnião e dos Estados, inclusive de seus órgãos auxiliares.

ADVOCACIA PÚBLICA

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU)

. É a instituição que, direta ou através de órgão vinculado, representa a União,judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe as atividades de consultoria eassessoramento jurídico do Poder Executivo, nos termos da lei complementarque dispõe sobre sua organização e funcionamento.

Chefia: o Advogado-Geral da União, de livre nomeação do Presidente daRepública (sem participação do Poder Legislativo), dentre cidadãosmaiores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (o chefe daAGU, portanto, não é, necessariamente membro da carreira da instituição;contudo, o ingresso na classe inicial da carreira se faz obrigatoriamentemediante concurso público de provas e títulos).Da mesma forma que o Presidente da República o nomeia, poderá destituí-lo, aqualquer momento.

. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional: encarregada de executar adívida ativa de natureza tributária em favor da União.. Procuradorias dos Estados e do DF . Ingresso na carreira por concurso de provas e títulos, com a participação daOAB em todas as fases. . Procuradores: obtêm estabilidade após 3 anos de efetivo exercício,mediante avaliação de desempenho. . À tais Procuradorias cabem a representação judicial e a consultoriajurídica das respecitivas unidades federadas.

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ADVOCACIA

. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável porseus aos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

DEFENSORIA PÚBLICA

É a instituição incumbida da orientação jurídica e a defesa, em todos os graus,dos necessitados (essa assistência jurídica é prestada pelo Estadogratuitamente).. Defensores Públicos da União e do DF e dos Territórios: ingresso nacarreira por concurso de provas e títulos.. Defensores Públicos da União: - tem a garantia de inamovibilidade;- o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais é proibido.

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JUSTIÇA ELEITORAL

I – ORIGEM DA JUSTIÇA ELEITORAL

A Justiça Eleitoral do Brasil, criada em 1932 e extinta com o advento doEstado Novo (1937), ressurgiu em meados de 1945, no processo deredemocratização que se seguiu ao primeiro período Vargas.

II – FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL E LEGAL DA JUSTIÇA ELEITORAL:

a) o Tribunal Superior Eleitoral;b) os Tribunais Regionais Eleitorais;c) os Juízes Eleitorais;d) as Juntas Eleitorais.

Além da Constituição Federal, que fixa a pedra basilar dessa Justiçaespecializada (a propósito, são também dessa espécie a Trabalhista e a Militarvoltada às Forças Armadas), entre os seus arts. 118 e 121, o Código Eleitoral (LeiFederal n° 4737, de 15/7/65), detalha a citada estrutura e delega competência aoTribunal Superior e aos Tribunais Regionais para, por meio de atos normativospróprios 9resoluções, portarias, etc.), tomarem as providências necessárias àexecução da legislação eleitoral.

a) Tribunal Superior Eleitoral (TSE) composição = 7 membros.

• 3 juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal (dos quais oTSE elegerá o seu Presidente e Vice);

• 2 juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça (dos quaiso TSE elegerá o seu Corregedor Eleitoral);

• 2 juízes dentre 6 advogados, de notável saber jurídico e idoneidademoral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal e nomeados peloPresidente da República. (os 3 d STF e os 2 do STJ não sãonomeados pelo Presidente da República, apenas os advogados o são).

b) Tribunal Regional Eleitoral (na capital de cada estado e no Distrito Federal)composição = 7 membros (em cada TRE).

• 2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça (dos quaiso TRE elegerá o seu Presidente e Vice (o vice é corregedortambém)(no TRE/SP, a eleição para essas duas funções é porescrutínio secreto);

• 2 juízes dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

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Nota: Juiz de Direito = de 1ª Instância (Vara) Desembargador = final de carreira.

• 1 juiz do Tribunal Regional Federal (TRF),ou, não havendo, de juizfederal escolhido em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federalrespectivo (TRF) (no caso do Estado de São Paulo, o TRF é o da 3ªRegião)

• 2 juízes dentre advogados, de notável saber jurídico e idoneidademoral indicados pelo Tribunal de Justiça e nomeados peloPresidente da República (no caso do Estado de São Paulo, os 2juízes são escolhidos dentre 6 advogados indicados em lista tríplicepelo TJ e encaminhadas ao TSE)

Notas: sobre a e b: os juízes dos tribunais eleitorais servirão no mínimo por doisanos, prorrogáveis no máximo por outros dois.

• Forma de deliberação de TSE dos TRE’s: por maioria de votos, coma presença da maioria de seus membros. Ex.: o Tribunal, com 7membros, só pode tomar decisões de presentes, pelo menos, 4membros, e a decisão que prevalece é a que tiver a maioria dos votosentre os presentes (ex.: presentes 4 membros, 3 deles votaram pelamesma decisão).

Obs.: decisões do TSE sobre (1) interpretação do Código Eleitoral em face daConstituição Federal, sobre (2) cassação de registro de partidos políticos, sobre (3)recursos que importem anulação geral de eleição ou perda de diplomas, só poderãoser tomadas se presentes todos os seus 7 membros (não bastando, portanto, apresença da maioria).

c) Juízes Eleitorais

• Juiz de Direito Estadual e não federal, em efetivo exercício na ZonaEleitoral (base territorial da jurisdição eleitoral), ou seu substituto legal,designado pelo T.R.E. (onde houver mais de uma Vara de justiçaEstadual, o T.R.E. designará aquela ou aqueles a quem incumbe o serviçoeleitoral; se o juiz for afastado, por licença ou férias, da Vara, ficaráautomaticamente afastado da Zona).

• Atua como sujeito auxiliar do Cartório da Zona Eleitoral o Chefe doCartório (cidadão de pleno gozo de seus direitos, indicado pelo JuizEleitoral). Não poderá servir como Chefe do Cartório Eleitoral, sob pena dedemissão:

a) membro de Diretório de partido político;b) candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente até o 2° grau,

consangüíneo (pais, avós, filhos, netos, irmãos) ou afim (sogros,cunhados, genros, noras).

Nota sobre a, b e c: a Justiça Eleitoral apresenta uma natureza atípica secomparada com as demais Justiças previstas no texto constitucional (JustiçaComum e Especializadas, Federais ou Estaduais), pois nenhuma categoria

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componente de seus quadros neles ingressou por concurso público específico paraexercer a respectiva jurisdição (por outras palavras, não existe o chamado “Juiz decarreira” na órbita eleitoral).

• Não poderão servir como Juízes Eleitorais e nos Tribunais Regionaise Superior o cônjuge e parente (consanguíneo legítimo ou não, e afim)até 2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição(base territorial) onde atua o magistrado (parente até 2º grau (pais filhos,avós, netos, irmãos, cunhados, sogros, genro e nora).

Obs.: Já não podem fazer parte do TSE cidadãos que sejam parentes entre si(consanguíneo ou afins) até o 4º grau (a que se incluem, além dos parentes citadosacima, tios, sobrinhos e primos).

d) Juntas Eleitorais

• São compostas de um juiz de direito, que será o presidente e de 2 a 4membros titulares, convocados e nomeados por edital ( de competênciado T.R.E.), até 60 dias antes da eleição.

• Cabe ao presidente da Junta Eleitoral (até 5 membros, 1 juiz), nomearescrutinadores (contadores de votos) e auxiliares em número capaz deatender à boa marcha dos trabalhos de apuração (contagem de votos);sempre que houver mais de dez urnas a apurar, tal nomeação se tornaobrigatória.

• A legislação eleitoral proíbe a nomeação, como membros escritunadoresou auxiliares das Juntas Eleitorais, de pessoas enquadradas em certassituações que poderiam vir a comprometer os trabalhos de contagem eapuração dos votos, tais como os candidatos e seus parentes, ainda quepor afinidade, até o 2° grau (pais,filhos, avós, netos, irmãos, cunhados,sogros, genro e nora), inclusive o cônjuge ou companheiro, membros dediretórios, fiscais e delegados de partidos políticos, os menores de 18anos e os que tenham parentesco em qualquer grau entre si.

• Dependendo do volume dos trabalhos eleitorais, o juiz presidente da Juntapoderá determinar o seu desdobramento em turmas (células de junta).

• Os partidos políticos ou coligações poderão oferecer ao juiz eleitoralimpugnação (contestar) no prazo de 3 dias, contra a nomeação das juntase respectivos auxiliares, a contar dessa ocorrência.

III – PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO PERANTE A JUSTIÇA ELEITORAL(MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL)

Como a Constituição Federal estabelece que o Ministério Público é instituiçãopermanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da

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ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuaisindispensáveis (art. 127) ele também marca presença nas três instâncias eleitorais:

• Perante as Zonas e Juntas Eleitorais (promotor de justiça estadualdesignado);

• Perante os TRE’s (Procurador Regional Eleitoral designado entre osProcuradores da República - Ministério Público Federal - , que atuam peranteo Tribunal Regional Federal correspondente);

• Perante o TSE (Procurador Geral da República que acumula as funções deProcurador Geral eleitoral);

Na condição de órgão fiscalizador do cumprimento da legislação, cabem-lhetodos os assuntos relacionados ao processo eleitoral, inclusive os de naturezacriminal (por exemplo: aspectos sobre registro de candidatos, propaganda eleitoral,crimes eleitorais etc.).

Quanto ao aspecto criminal, o Ministério Público Eleitoral, nas 3 instâncias, é otitular da ação penal para processar os acusados por crime eleitoral (MinistérioPúblico acusa – na terminologia jurídica, denuncia – e a Justiça Eleitoral julga,condenando ou não os acusados).

• Procurador Regional Eleitoral (que atua junto ao TRE/SP)Algumas atribuições:1) exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de

competência originária do TRE;2) oficiar em todos os recursos e conflitos de competência submetidos ao TRE;3) manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os demai assuntos

submetidos à deliberação do TRE, quando solicitado Juiz do Plenário ouentender necessário;

4) requisitar diligências, certidões e esclarecimentos ao desempenho de suasatribuições;

5) requerer o arquivamento dos inquéritos policiais quando entender nãoseja caso de oferecer denúncia (a denúncia) é peça acusatória que inicia aação penal perante a Justiça)

IV - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL

Diga-se, a princípio, que compete à União, por meio do Congresso Nacional,legislar privativamente sobre direito eleitoral (Constituição Federal, Art. 22, I). Destaforma, os demais entes da organização político-administrativa do país (Estados,Distrito Federal e Municípios) ficaram excluídos dessa competência legislativa.

Todas as atribuições da Justiça Eleitoral encontram previsão legal, quer noCódigo Eleitoral (lei básica), quer na chamada legislação extravagante (Lei n°9096/95, Lei Orgânica dos Partidos Políticos - , Lei n° 9504/97 – que estabelecenomes para as eleições municipais, estaduais e federais etc.), com detalhamentopermitido por atos normativos dos próprios órgãos componentes (resoluções,portarias, acórdãos, regimentos internos).

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A competência dos órgãos judiciais eleitorais abarca praticamente todos osdetalhes relacionados à matéria, desde o alistamento dos eleitores (emissão do títuloeleitoral) até a própria impugnação dos candidatos eleitos violadores dedeterminadas posturas legais, passando pelo registro de candidatos, propagandanos meios de comunicação, atos preparatórios da votação, contagem dos votos etc.

Lembre-se, ainda, que as três instâncias eleitorais (Junta ou JuizEleitoral/TRE/TSE) apresentam 2 tipos de competência:

a) originária: atribuições que, pela Constituição ou lei, de início, cabem ao órgãocumprir, isto é, destinadas primeiramente a esse órgão e a nenhum outro.

Exs.:1) registro de candidatos – se a eleição é municipal, tal atribuição caberá ao Juiz

Eleitoral da cidade, se estadual, ao T.R.E. e se federal ao TSE.2) Os conflitos de competência entre os Juízes Eleitorais do Estado 3) Mandado de Segurança (MS) em matéria administrativa contra atos do

Presidente, Corregedor ou qualquer membro do TRE, de Juiz Eleitoral ePromotor Eleitoral: o TRE é originariamente competente para julgar essetipo de MS

b) Recursal: atribuição para um órgão reexaminar questões decididas por órgãojurisdicional de instância inferior, atribuição exercitada por meio de recursointerposto pela parte que se considera prejudicada.

Ex.: O TSE pode reexaminar decisão tomada elo T.R.E., e este pode faze-loquanto a decisões prolatadas pelo Juiz ou Junta Eleitoral, pela comissãoApuradora do TRE, pelo próprio Presidente do TRE, seu corregedor ou um dosmembros do Plenário.

OBS.: a questão poderá chegar ao Supremo Tribunal Federal, órgão maior daestrutura do Poder Judiciário Nacional, quando houver algum questionamentoconstitucional, pois lhe cabe zelar essencialmente pelo cumprimento daConstituição Federal.

Algumas das atribuições na competência da Justiça Eleitoral em suas trêsinstâncias (TSE, TRE/Juiz Eleitoral).

Compete ao TSE:• registro (ou sua cassação):

a) de partidos políticos (Diretórios Nacionais);b) de candidatos a Presidente e Vice da República;

• julgamento de seus membros e dos membros dos TRE’s por crimes eleitoraise os crimes comuns que forem conexos (ligados);

• o julgamento das impugnações (contestações) da apuração da eleição paraPresidente e Vice da República, a proclamação e diplomação dos eleitos paraesses cargos.

• julgar os recursos interpostos das decisões dos T.R.E.’s, tanto os queversarem matéria judicial como administrativa.

• Aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de noasZonas (já a proposta de divisão do Estado em Zonas Eleitorais ou a

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proposta de criação de novas Zonas cabe ao T.R.E.; por outras palavras, oT.R.E. propõe a divisão ou a criação ao TSE, que aprovará ou não).

• Requisitar força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas própriasdecisões ou das decisões dos T.R.E.’s que o solicitarem, e para garantir avotação e a apuração (se o TSE tem o poder de requisitar força federal, osT.R.E.’s não têm o mesmo poder: os Tribunais Regionais precisam solicitarao TSE tal força, não podem requisitá-la diretamente, se porém, a força forestadual, os TREs poderão requisitá-la diretamente)

• Requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir oacúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria (nesse ponto, os T.R.E.’stêm o mesmo poder que tem o TSE: podem requisitar diretamentefuncionários da União, do D.F. e do Estado; assim, por ex., o T.R.E./SP, alémde ter um quadro próprio de servidores, tem a colaboração de servidoresrequisitados junto ao Estado e aos municípios paulistas).

• Alguns aspectos sobre a competência da Justiça Eleitoral. Compete ao:

- TSE: o registro (ou cancelamento deste) de candidatos à Presidência e Vice;- TRE: o registro (ou cancelamento deste) de candidatos a Governador (e Vice),

Deputados Estaduais e Federais e Senadores;- Juiz Eleitoral: o registro (ou cancelamento deste) de candidatos a Prefeito (e

Vice), e Vereador.

• Decisões do TSE são irrecorríveis, exceto:a) as decisões contrárias à Constituição Federalb) as denegatórias de habeas corpus e mandado de segurança (se, porém, a

decisão admitir, isto é, conceder HC ou MS, dela não caberá recurso) tornar-se-á, então, irrecorrível; só as decisões que negarem a concessão de HC ouMS são recorríveis).Obs.: nos casos a e b acima, o recurso é encaminhado ao STF.

• Decisões do TRE são irrecorríveis, exceto:a) as contrárias à Constituição Federal (cabe, então, recurso ao STF) ou à lei

(recurso ao TSE);b) se ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2 ou mais tribunais

eleitorais (recurso ao TSE);c) se as decisões versarem sobre inelegibilidade (isto é, falta de requisitos para

alguém ser candidato) ou expedição de diplomas nas eleições federais eestaduais (recurso ao TSE);

d) anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais eestaduais (recurso ao TSE);

e) denegaram HC, MS, habeas data ou mandado de injunção (recurso aoTSE).

• Decisões dos Juízes Eleitorais (regra geral: são recorríveis)- sobre HC, MS, Habeas data ou mandado de injunção, quer sejam

denegatórias, quer sejam concessivas, cabe delas recurso ao TRE;

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- sobre crimes eleitorais e comuns que lhe forem conexos (ligados), praticadosna Zona Eleitoral da qual ele é titular, ressalvadas a competência origináriado TSE (que julga, por ex., Deputados Federais, Senadores, Governadoresde Estados por crimes eleitorais e comuns conexos) e dos TRE’s (que julgam,por ex., Prefeitos, os próprios Juízes Eleitorais, Promotores Eleitorais eDeputados Estaduais, por crimes eleitorais e comuns conexos): de taisdecisões proferidas pelos Juízes Eleitorais cabe recurso ao TRE competente.

• Juízes Eleitorais – algumas outras atribuições:- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;- dividir a Zona Eleitoral em Seções Eleitorais (cada Zona é

composta de várias Seções; por outras palavras, SeçãoEleitoral representa a subdivisão da Zona Eleitoral).

• Prazo normal par interposição de recurso de decisão da Justiça Eleitoral: 3dias.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SÃO PAULO

• Não podem fazer parte do Plenário do TRE/SP, companheiros ou parentesconsanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o quarto grau,excluindo-se, neste caso, o que tiver sido escolhido por último (assim, por ex.,não poderão ser nomeados como juízes: marido e mulher; pai e filho; avô e neto;cunhados; sogro e genro; irmãos; tios e sobrinhos; e primos-irmãos (colaterais dequarto grau).

• Também não poderão servir como juízes o cônjuge, companheiro, parenteconsanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo nacircunscrição, no período compreendido entre a homologação da candidaturaou convenção partidária e a apuração final da eleição.

• A nomeação dos dois juízes egressos da classe jurista ou advogado nãopoderá recair em cidadão ocupante de cargo público demissível “ad nutum” (semimpedimento, porém, se for de cargo efetivo, ou seja, cujo ingresso se deu porconcurso público), ou que seja diretor, proprietário ou sócio de empresabeneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor, em virtude de contratocom a administração pública, ou ainda que seja detentor de mandato públicoem qualquer dos 3 níveis (federal, estadual ou municipal).

• Os membros substitutos do Plenário do TRE-SP (= 7 membros) serãoescolhidos pelos mesmo processo dos membros efetivos. Havendo empate navotação para Presidente do TRE/SP, será considerado eleito o desembargadormais antigo do TJ e, se a antiguidade for igual, o mais idoso.

• Vago o cargo de Presidente, assume o Vice, que convocará nova eleição noprazo máximo de 30 dias.

• Vago o cargo de outro juiz do TRE/SP, assume o substituto até a designação ouposse do novo juiz efetivo, salvo se ocorrer o vencimento também do biênio.

BIÊNIO DOS JUÍZES

- contado ininterruptamente a partir da posse, sem o desconto de qualquerafastamento, salvo o afastamento de juiz que tenha parente candidato (como

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já visto); o período (da convenção homologatória à apuração de eleição) serádescontado do prazo bienal.

- Se a recondução (para o segundo biênio) se operar antes do final do primeirobiênio, não haverá necessidade de nova posse, vale a data da primeiraposse. Se, porém, houver interregno do exercício entre os dois biênios, seránecessária nova posse, e o período exercido também será contado para efeitode antiguidade.

- Após haver servido dois biênios consecutivos, nenhum juiz efetivo poderávoltar a integrar o TRE/SP, ainda que em classe diversa, salvo se transcorridos2 anos do término do segundo biênio (consideram biênios consecutivos nãoapenas aqueles que se sucedem imediatamente, mas também quando houverocorrido, entre eles, uma interrupção inferior a 2 anos).

FÉRIAS E LICENÇAS DOS JUÍZES DO TRE/SP

1. Férias coletivas (de 2 a 31/01 e de 2 a 31/7 de cada ano): extintas pela EC n.45/04 (quando existiam, os Tribunais diminuíam suas atividades e os prazosprocessuais se suspendiam).

2. Recesso forense compreendido de 20/12 a 6/1 de cada ano: ainda vigente3. Licenças:- em conseqüência de afastamento na Justiça Comum: é automática e pelo

mesmo prazo.- Para tratamento de saúde: independe de exame ou inspeção quando inferior

a 30 dias, bastando atestado médico, a critério do Tribunal.

MATÉRIAS DE COMPETÊNCIA DO TRE/SP

Afora algumas matérias originárias e recursais, vistas anteriormente, que cabemaos TREs, outras são previstas, destacando-se:

1. apuração, com os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, dosresultados finais das eleições para Governador e Vice, Senador, DeputadosFederais e Estaduais, proclamando os eleitos e remetendo, dentro de 10 diasapós a diplomação, cópias das atas de seus trabalhos ao TSE, ao CongressoNacional e à Assembléia Legislativa do Estado;

2. apuração das urnas anuladas pelas Juntas Eleitorais que tenham sidovalidadas em grau de recurso;

3. responder, sobre matéria eleitoral, às consultas em tese feitas por autoridadepública ou partido político (consultas sobre casos concretos não serãorespondidas)

4. fixar, quando a Constituição ou a lei não o fizer, a data das eleições paraGovernador e Vice, Prefeitos e Vices, Deputados Estaduais e Vereadores(Para Presidente e Vice, Senador e Deputados Federais, caberá ao TSE fazê-loquando necessário).

5. Aplicar as penas disciplinares de advertência e censura aos Juízes Eleitorais,comunicando ao Presidente do TJ e ao Corregedor-Geral da Justiça (tambémdo TJ); o Plenário aplica tais penas, mas é ao Presidente do TRE que cabeafastar preventivamente o Juiz Eleitoral, “ad referendum” do Plenário (ou seja,este vai referendar, ou não, o afastamento).

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ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO TRE/SP

1. proferir votos nos julgamentos em que houver empate;2. conhecer, em grau de recurso, das decisões administrativas do Diretor-Geral

da Secretaria do TRE;3. exercer o juízo de admissibilidade nos recursos especiais destinados ao TSE

(por outras palavras, cabendo, em tese, recurso especial, ao TSE, contra decisãodo TRE, caberá ao Presidente do TRE verificar se estão presentes ospressupostos para processamento e encaminhamento do recurso, caso contrárioele o indefere).

4. Encaminhar, ao TSE, os recursos especiais que vier a admitir e os recursosordinários interpostos das decisões em matérias (ordinárias) do TRE;

5. Nomear os membros das Juntas Eleitorais, depois de aprovados pelo TRE;6. Assinar os diplomas dos candidatos eleitos para os cargos estaduais e

federais, excetuando o cargo de Presidente da República (o Presidente doTSE assinará o diploma desse eleito) (os diplomas dos eleitos em nívelmunicipal serão assinados pelo Juiz Eleitoral);

7. Aprovar e encaminhar, ao TSE, a proposta orçamentária e plurianual,solicitando, quando necessária, a abertura de créditos suplementares;

8. Autorizar a realização de licitações para compras, obras e serviços; aprová-las, revogá-las ou anulá-las podendo dispensá-las nos casos previstos emlei;

9. Aprovar e assinar contratos que devam ser celebrados com o TRE;10. Ordenar o empenho de despesas e autorizar pagamentos dentro dos

créditos distribuídos, submetendo ao TRE a tomada de contas anual;11. Instaurar e processar sindicância contra Juízes membros do Plenário do TRE,

submetendo a conclusão à apreciação do próprio Plenário (mas, se se tratar desindicância contra Juiz Eleitoral, caberá ao Corregedor Regional Eleitoralinstaurá-la e processá-la, com a participação obrigatória do ProcuradorRegional Eleitoral, igualmente, cabe ao Corregedor Regional Eleitoralconhecer, processar e relatar reclamações e representações contra JuízesEleitorais, encaminhando-os ao Plenário do TRE para julgamento);

12. Nomear, prover, exonerar, demitir e aposentar, nos termos da lei, os servidoresdo Quadro da Secretaria;- nomear e exonerar os ocupantes dos cargos em comissão detentores defunções comissionadas da Secretaria (inclusive os da Corregedoria, emboraa indicação caiba ao Corregedor) e dos Cartórios Eleitorais;

13. aplicar penas disciplinares, inclusive de demissão, aos funcionários daSecretaria;

14. autorizar a realização de concurso público, nomear a respectiva comissão que iráorganizá-lo, e homologar os resultados;

15. requisitar funcionários federais, estaduais e municipais quando o exigir oacúmulo ocasional ou a necessidade do serviço da Secretaria e das ZonasEleitorais (no caso das Zonas, o Juiz Eleitoral solicita a requisição, mas quema promove é o Presidente do TRE) e promover a respectiva dispensa;

NOTA: Juiz Assessor junto à Presidência do TRE/SP:Designado pelo Tribunal de Justiça e terá atribuições delegadas peloPresidente do TRE/SP, entre as que não lhe forem exclusivas.

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CORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL(algumas atribuições)

1. cumprir e fazer cumprir as determinações do TRE e do TSE;2. velar pela fiel execução das leis e instruções;3. expedir provimentos, portarias, ofícios, avisos, memorandos, telegramas, fac-

símiles, ou seja, as ordens necessárias ao bom e regular funcionamento dosserviços eleitorais sob sua correição;

4. realizar ou determinar correição ordinária anual nos cartórios eleitorais;5. determinar a realização de inspeções nos cartórios eleitorais;6. supervisionar, orientar, treinar e fiscalizar os atos cartorários;7. orientar os Juízes Eleitorais, relativamente à execução e regularização dos

serviços8. determinar a apuração de notícia de crime eleitoral e verificar se as denúncias

já oferecidas têm curso normal;9. processar reclamações e representações contra Escrivães, Chefes e

funcionários dos Cartórios Eleitorais, sem prejuízo da competência do JuizEleitoral, que é o corregedor permanente da Zona Eleitoral (portanto, umacompetência não exclui a outra); e aplicar, aos servidores nomeados, a penadisciplinar de advertência ou suspensão até 30 dias, remetendo os autos dareclamação ou representação para decisão do Plenário do TRE, se entendernecessário o afastamento do servidor de suas funções eleitorais;

10. conhecer, processar e relatar investigação judicial de atos de abuso do podereconômico ou do poder de autoridade cometidos por candidatos em eleiçõesestaduais (investigação prevista na Lei Complementar n 64/90);

11. exigir, quando em correição na Zona Eleitoral, que o oficial de registro civilinforme quais os óbitos de pessoas alistáveis ocorridos nos 2 mesesanteriores à sua fiscalização, a fim de apurar se os respectivos títulos eleitoraisforam cancelados;

Deslocamento do Corregedor Regional Eleitoral até a Zona Eleitoral – 4situações:1. por determinação do TRE ou do TSE;2. a pedido dos Juízes Eleitorais;3. a requerimento de partido político, deferido pelo TRE;4. sempre que entender necessário.

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DIREITO ELEITORAL

Alistamento e Voto

• alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros, salvo:

I – quanto ao alistamento:a) os inválidos;b) os maiores de 70 anos;c) os que se encontram fora do País.d) os maiores de 16 e menores de 18 anos.

II – quanto ao voto:a) os enfermos;b) os que se encontram fora do seu domicílio;c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os

impossibilite de votar.

• O eleitor que não votar nem se justificar perante o Juiz Eleitoral até 60 diasapós a realização da eleição: pagará multa de 3 a 10% sobre o saláriomínimo (arbitrada pela Justiça Eleitoral). Já o eleitor que se encontrar forado país à data da eleição terá 30 dias, a contar de seu regresso, parajustificar-se.

• O eleitor que não votou na última eleição, não justificou e nem pagoumulta, tem os seguintes impedimentos:

1. tomar posse em cargo ou funções pública;2. receber remuneração da Administração Direta e Indireta,

correspondente ao segundo mês subsequente ao da eleição;3. participar de concorrência/ licitação pública e firmar contratos

administrativos;4. obter passaporte;

• Igualmente, aquele que não se alistou está sujeito aos impedimentosacima, salvo se se tratar de inválido, maior de 70 anos, ou de pessoa quese encontre fora do país ou com os direitos políticos privados e,nesses 4 casos, e no caso do eleitor que não votou por motivojustificado, o Juiz fornecerá documento de isenção das sanções legais;

• Eleitor que não votou em 3 eleições consecutivas, não pagou multa enão se justificou nos 6 meses seguintes à última eleição: sua inscriçãoeleitoral é cancelada.

• Se o eleitor em débito estiver fora de sua Zona e necessitar de documentode quitação com a Justiça Eleitoral: poderá efetuar o pagamento da multana Zona em que estiver.

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Qualificação e Inscrição

• O alistamento do eleitor desdobra-se em duas formas: qualificação einscrição.

• Domicílio eleitoral: para efeito de inscrição, é o lugar de residência oumoradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma,considerar-se-á domicílio qualquer delas.

• O requerimento de alistamento eleitoral (RAE) será instruído com umdos seguintes documentos:1. RG ou carteira oficial da entidade profissional (exs.: OAB – CRM);2. certificado de quitação militar;3. certidão de nascimento (fornecida gratuitamente se o alistando for

pobre) ou casamento;4. instrumento público que comprove ter o requerente idade superior a 16

anos.5. Documento indicador da nacionalidade brasileira, originária ou derivada,

do requerente.

• Assinatura do RAE: na presença do funcionário eleitoral (ou seja, o eleitornão pode fazer o alistamento por meio de representante; é um atoestritamente pessoal do eleitor)

• Processamento do RAE:

1. Submetido a despacho do Juiz nas 48 horas seguintes ao seupreenchimento e assinatura.

- se houver dúvida quanto à identidade ou outro dado doalistando, o juiz pode determinar que ele complete a prova e, sefor o caso, compareça pessoalmente para prestaresclarecimentos.

2. Deferido o pedido, no prazo de 5 dias, o título será entregue pelo Juizou por funcionário eleitoral. A entrega tem de ser feita somente aopróprio eleitor, vedada a interferência de pessoas estranhas à JustiçaEleitoral.

3. Se indeferido o RAE, caberá recurso ao TRE, interposto pelo alistandono prazo de 5 dias ( no caso de deferimento, o recurso pode serinterposto por qualquer delegado de partido, no prazo de 10 dias), acontar da ciência da decisão.

• Vínculo permanente do eleitor à Seção Eleitoral indicada no seu título,salvo:

1. se se transferir de Zona ou Município (hipótese em que deverá requerertransferência, para a qual são necessários prazos mínimos de 3

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meses no novo domicílio eleitoral e de 1 ano de alistamento ou últimatransferência);

2. se, até 150 dias antes da eleição, provar que mudou de residênciadentro do mesmo município ou para lugar muito distante da Seção emque se acha inscrito.

• Prazo final de alistamento ou transferencia em ano eleitoral: só serápermitida inscrição ou transferência até 150 dias antes da eleição,reabrindo-se o alistamento somente após a conclusão dos trabalhos deapuração (portanto, RAEs podem ser recebidos até o 151º dia anterior aoda eleição). Quanto ao menor que completar 16 anos depois doencerramento do prazo e antes da data do pleito, poderá ele apresentaro RAE até a data final do alistamento, mas o título só valerá com oimplemento dos 16 anos.

• Ausência de empregado, por 2 dias, para alistar-se ou transferir-se:desde que comunique, com 48 horas de antecedência, ao empregado, semprejuízo do salário.

• Brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado quenão se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade: pagarámulta, salvo se requerer sua inscrição até 150 dias antes da eleiçãosubsequente à data em que completar 19 anos.Ex: o jovem A, completou, em dezembro de 2005, 19 anos e só foi alistar-se no último dia permitido em ano eleitoral (1º de maio de 2006).

Cancelamento e exclusão

• Causas de cancelamento da inscrição:1. suspensão ou perda dos direitos políticos ou privação temporária ou

permanente dos direitos políticos;2. pluralidade de inscrição;3. falecimento do eleitor (o oficial de registro civil comunicará, até o dia 15

de cada mês, os óbitos ocorridos no mês anterior);4. deixar de votar em 3 eleições consecutivas ( e não justificar e nem

pagar multa);5. inscrição do eleitor feita fora de seu domicílio.

• Obs.: qualquer uma das causas acima acarretará a exclusão do eleitor,que poderá ser promovida:

1. De ofício (pelo Juiz, sem provocação de outrem);2. A pedido de delegado de partido;3. A pedido de qualquer eleitor

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• Processamento da exclusão – fases:1. Autuação da petição ou representação;2. Publicação de edital com prazo de 10 dias3. Apresentação de defesa, no prazo de 5 dias, pelo interessado ( a

defesa também poderá ser efetuada por delegado de partido ou outroeleitor)

4. Dilação probatória, de 5 a 10 dias, se requerida, (isto é, prazo adicionalpara produção de provas);

5. Sentença do Juiz, da qual caberá recurso, no prazo de 3 dias, ao TRE,interposto pelo excluendo ou delegado de partido.

Observação: se se tratar de falecimento de conhecimento notório, serãodispensadas as formalidade de publicação do edital e dilação probatória.

• Durante o processo e até a exclusão, o eleitor pode votar validamente

• Cessada a causa do cancelamento, o interessado poderá requerernovamente a sua qualificação e inscrição.

Revisão de eleitorado

• É a recontagem de eleitores de uma Zona ou Município quando provada afraude, em proporção comprometedora, no alistamento.

• O TRE determina, primeiramente, a realização de correição para apurar adenúncia de fraude e, se vier a confirmá-la, ordenará a revisão doeleitorado.

• Os títulos eleitorais não apresentados à revisão serão cancelados deofício.

• Não será realizada revisão em ano eleitoral, salvo em casosexcepcionais autorizados pelo TSE.

• A revisão é comunicada ao TSE e será inspecionada pelo CorregedorRegional Eleitoral.

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PROCESSO ELEITORAL(Alguns aspectos)

I – VOTAÇÃO

1- Seção Eleitoral:

-é a menor fração da Zona Eleitoral constituída por até 400 eleitores;-a cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos, que atuará nodia da votação.

2-Mesa Receptora de Votos:

-constituída por 6 membros:Presidente (autoridade superior durante os trabalhos, só abaixo do Juiz Eleitoral);2 mesários;2 secretários;1 suplente.

-membros nomeados pelo Juiz Eleitoral, por edital, até 60 dias antes da eleição. -os impedimentos para o cidadão compor a mesa receptora de votos sãopraticamente os mesmos existentes para a composição das Juntas Eleitorais.

3-Votação Eletrônica:

-a urna eletrônica exibirá ao eleitor, primeiramente, o painel referente à eleiçãoproporcional e, em seguida, o referente à eleição majoritária;

-na hipótese de falha na urna eletrônica e sendo possível sua substituição, serãoretirados da urna defeituosa o disquete e o “cartão de memória” com os dados davotação e colocados na substituta (não sendo possível a substituição da urnaeletrônica, o presidente da mesa passará ao processo de votação por cédulas)

-o primeiro eleitor a votar, no dia da eleição, será convidado a aguardar que osegundo eleitor conclua validamente o seu voto; se este não conseguir fazê-lo, porfalha da urna eletrônica que prejudique a continuidade da votação, o primeiroeleitor deverá novamente votar usando cédula, sendo o seu primeiro voto(eletrônico) considerado insubsistente (entretanto, se ocorrer o defeito quandofaltar apenas o voto do último eleitor da seção, presente no local, a votação seráencerrada, entregando-se àquele eleitor comprovante de quitação eleitoral);

-no caso de o eleitor se recusar a votar, após a identificação deverá o presidenteda mesa suspender a liberação da votação na urna eletrônica utilizando, paratanto, senha própria; se majoritário, o presidente da mesa o alertará para que oconclua e, havendo recusa para fazê-lo, a urna eletrônica deverá ser liberada por

Eleição proporcional: para deputado e vereadorEleição majoritária: para Presidente, Governador, Senador e Prefeito

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senha própria do presidente a fim de prosseguir a votação, considerando-se nulo ovoto majoritário (mesmo assim, o eleitor receberá comprovante de votação).

-Garantias Eleitorais:

-nenhum eleitor poderá ser preso ou detido desde 5 dias antes até 48 horasdepois de encerrada a votação, salvo em flagrante delito ou em virtude decondenação por crime inafiançável ou, ainda, por desrespeito a salvo conduto(expedido por Juiz Eleitoral ou presidente da mesa em favor do eleitor que sofrerviolência, moral ou física, na sua liberdade de votar).

-durante o exercício de suas funções, os membros da mesa receptora e os fiscais departido ou coligação não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrantedelito; os candidatos terão a mesma garantia desde 15 dias antes da eleição.

II – VOTO SECRETO (SIGILO DO VOTO)

• Na votação eletrônica, o sigilo do voto deve ser respeitado, mediante asseguintes providências:

- mantendo isolado o eleitor durante o ato do voto em cabina indevassável queimpeça que se possa ver em quais candidatos ou partidos ele está votando;- impedindo que o eleitor seja diretamente auxiliado, no ato de votar na urnaeletrônica, por membro da mesa receptora ou outra pessoa qualquer (incluindocrianças).

III – APURAÇÃO

1-Concluída a votação, a mesa receptora deverá expedir eletronicamente o boletimde urna em 5 vias com as seguintes destinações: uma será afixada à entrada dorecinto da mesa, outra será entregue aos fiscais partidários presentes e asdemais seguirão com o disquete da votação para a Junta Eleitoral (recebendo-os, a Junta manterá uma via com o disquete, entregará uma ao comitê interpartidáriode fiscalização e afixará outra em sua sede).

2-Uma vez enviado o disquete à Junta, se detectada a falta de integridade dosdados nele constantes ou forem eles inidôneos, o Juiz tomará uma de duasmedidas:

a) geração de novo disquete a partir da urna eletrônica; ou b) digitação com emprego de urna eletrônica dos dados constantes do

boletim de urna.

3-No caso de apuração de votação por cédula, também será utilizada a urnaeletrônica pela Junta, digitando-se os números dos candidatos, dos partidos políticosou coligações, no respectivo microterminal, após a leitura do voto.4-Havendo mais de uma Junta Eleitoral constituída, a uma delas será atribuída atarefa de totalização dos votos (para tanto, essa Junta receberá os dados protransmissão eletrônica ou por disquete levado por pessoa autorizada).

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PARTIDOS POLÍTICOS

Disposições preliminares

Partido político: cuja criação, organização e funcionamento, fusão,incorporação e extinção são livres, é pessoa jurídica de direito privado e seuprograma deverá respeitar:

- a soberania nacional- o regime democrático- o pluripartidarismo- os direitos fundamentais da pessoa humana

Obs: é vedado ao partido ministrar instrução militar ou paramilitar.

Autonomia: o partido não se subordina a entidades ou governos estrangeiros.

Caráter nacional: um partido deve ter constituição nacional; não existempartidos regionais ou municipais apenas (o que existe é partido de caráternacional, com diretório nacional, diretórios estaduais e diretórios municipaisou zonais) .

Estatuto de partido de caráter nacional: só será registrado no TSE se secomprovar o apoiamento mínimo de eleitores correspondente a, pelo menos,0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dosDeputados (não computados os votos brancos e nulos), distribuídos por 1/3ou mais dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) doeleitorado que tenha votado em cada um deles.

Criação e registro dos partidos políticos

• Aquisição da personalidade jurídica do partido político: dá-se apenascom o registro do ato constitutivo no cartório do registro civil daspessoas jurídicas, da Capital Federal (Brasília).

Após adquirir personalidade jurídica na forma acima é que o partidoregistra seu estatuto no TSE (portanto, o partido nasce com a realizaçãodo registro civil e não com o registro do estatuto no TSE).

• Só o partido com seu estatuto registrado no TSE pode:a) participar do processo eleitoral;b) receber recursos do Fundo Partidário;c) ter acesso gratuito ao rádio e à TV

Registro civil no cartório competente: solicitado por requerimento subscritopelos fundadores do partido, em número nunca inferior a 101, e domiciliadoseleitoralmente, em, no mínimo, 1/3 dos Estados, e acompanhado dosdocumentos exigidos por lei (satisfeitas as exigências legais, o oficial docartório fará o registro no livro correspondente, expedindo certidão deinteiro teor).

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Qualquer alteração no estatuto ou no programa do partido deverá serregistrada no cartório (ofício) civil competente, e, depois, encaminhada,também para registro, ao TSE.

Constituição dos órgãos partidintegrantes e alterações posterio

• São dados que obrigatoriamenJustiça Eleitoral, para simple

• Comunicação dos integrantes d- nacional: ao TSE;- estadual, municipal ou

municipal ou zonal, o TREda Zona competente)

Credenciamento de delegados Eleitoral

• É possível desde que o partido

• Delegados credenciados pelos

- perante o TSE: podem perante os Juízes Eleitora

- perante o TREs: atuam sodo respectivo Estado;

- perante os Juízes Eleitorda respectiva jurisdição.

Registro Civilpara nascimento

do partidopolítico

ele

com

votdepem

comdo e

vod

Registro doestatuto no TSE

dir

Obtenção deapoiamento deitores ao estatuto

partidáriorrespondente, (noínimo, a 0,5% dosos na eleição para. fed., distribuídos 1/3 dos Estados,, pelo menos, 0,1%leitorado que tenhatado em cada umesses Estados)

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+

ários de direção, nomes dos respectivosres.

te devem ser comunicados, pelos partidos, às anotação.

os órgãos de âmbito:

zonal: aos TREs (em se tratando de órgão, feita a anotação, comunica ao Juiz Eleitoral

partidários para atuar perante a Justiça

tenha registro no TSE.

órgãos nacional, estaduais e municipais:

atuar não só no TSE, como nos TREs eis de qualquer Estado;mente perante o TRE e os Juízes Eleitorais

ais: atuam somente perante o Juiz Eleitoral

Designação dosigentes partidários

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FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

1) Quem pode filiar-se a partido?

Somente o eleitor no pleno gozo de seus direitos políticos. Para concorrera cargo eletivo, a filiação deve ocorrer pelo menos um ano antes da datafixada para as eleições, a não ser que o estatuto partidário fixe prazo maiorque esse.

2) Como é verificada a filiação partidária para efeito de candidatura acargos eletivos?

Pela remessa, pelos órgãos municipais, regionais ou nacional do partido,ao juiz eleitoral, da relação de filiados (da qual constarão, a data de filiação,o número do título eleitoral e da seção em que o filiado está inscrito comoeleitor), na 2ª semana dos meses de abril e outubro de cada ano.

A relação é publicada (afixada no Cartório Eleitoral) para conhecimento deterceiros e, depois, arquivada.

- Se a relação não é remetida nos prazos legais (2ª semana de abril e deoutubro), a filiação constante da relação remetida anteriormente,permanece inalterada.

- O filiado prejudicado por desídia ou má-fé (pela remessa da relação forado prazo, ou da sua remessa com dados imprecisos ou incompletos)poderá requerer, diretamente ao Juiz Eleitoral, a observância das regrasda filiação acima.

3) Como um filiado se desliga do partido?

Por comunicação escrita ao órgão municipal do partido e ao Juiz daZona Eleitoral em que for inscrito.

Decorridos 2 dias da data da entrega da comunicação, o vínculo(filiação partidária) torna-se extinto, para todos os efeitos.

4) Casos de cancelamento imediato da filiação partidária:

I - morte;II- perda dos direitos políticos;III - expulsão do partido;IV- outras formas previstas no estatuto partidário, com comunicaçãoobrigatória ao filiado desligado do partido no prazo de 48 horas dadecisão desse desligamento.

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5) Dupla filiação

Quem se filia a outro partido deve fazer a comunicação ao partido doqual está saindo e ao Juiz da Zona Eleitoral (em que está inscrito comoeleitor) para cancelar sua filiação.

Se não fizer tal comunicação no dia imediato ao da nova filiação, ficaconfigurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos osefeitos.

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LEI ELEITORAL 9504, DE 30/09/1997 (normas para as eleições)

Regras Gerais

• Qualquer eleição ocorrerá sempre no primeiro domingo de outubro;havendo necessidade de segundo turno, este sempre ocorrerá no últimodomingo de outubro.

• Realizar-se-ão SIMULTANEAMENTE eleições:- para Presidente da República e Vice, Governador e Vice

(observação: o Vice a ser eleito é sempre o da mesma chapa dotitular), Senador, Deputados Federal, Estadual e Distrital;

- para Prefeito e Vice (os eleitos são sempre da mesma chapa, comodito acima, nunca podendo ser o vice eleito de um partido ou coligaçãodiferente do Prefeito) e Vereador.

- se nenhum candidato obtiver maioria absoluta dos votos, ocorrerásegundo turno entre os dois mais votados, sendo eleito o que obtiver amaioria dos votos válidos (a maioria aqui não é absolutanecessariamente, pode ser simples).

- se antes do segundo turno ocorrer:

MorteDesistênciaImpedimento legal

Obs. Importante: a verificação da MAIORIA ABSOLUTA nunca leva emconsideração os votos brancos e nulos (ex.: numa eleição paraPrefeito, dos 300.000 votos apurados, 75.000 foram nulos e outros75.000 em branco; desconsideram-se assim 150.000 (brancos + nulos)do total, restando 150.000 votos válidos; como a maioria absoluta éapurada sempre 50% dos votos válidos + 1, o candidato que obtiver75.001 votos estará eleito em turno único; caso contrário, ocorrerásegundo turno entre os dois mais votados, sendo eleito o que obtivermaior votação, qualquer que seja, por maioria simples ou absoluta).

Eleição de Presidente;Governador; Prefeitos deMunicípios com mais de200.000 eleitores(cuidado: são eleitores enão habitantes)

Vence candidato queobtiver a MAIORIAABSOLUTA de votos (ouseja, 50% +1), nãocomputados os brancos eos nulos

de um dos dois candidatos convoca-se o seguinte demaior votação (se a votação foi igual convoca-se omais idoso)

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Em municípios com até 200.000 eleitores, estará eleito o candidato aPrefeito que obtiver qualquer maioria de votos nunca havendonecessidade de segundo turno.

• Que partido pode participar das eleições?

Aquele que tiver registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o seuestatuto até UM ANO ANTES DO PLEITO e tiver órgão de direçãoconstituído na circunscrição (Município ou Estado, dependendo de ser aeleição municipal ou estadual), até a data da convenção para escolha doscandidatos (assim, se um partido, embora registrado no TSE, não tiver seuórgão de direção municipal constituído até a convenção, não poderáparticipar da eleição naquele Município).

COLIGAÇÕES

• Dentro da mesma circunscrição (Município, se o pleito for municipal;Estado, se estadual) os partidos podem celebrar coligações:

- majoritária (para Presidente e Vice, Governador e Vice, Prefeito e Vice,Senador);

- majoritária e proporcional (neste caso, é possível formar-se mais de umacoligação proporcional dentre os partidos que integram a majoritária.Ex.: coligação majoritária com partidos A-B-C-D e proporcional entre A-B e C-D ou A-D e B-C, mas o partido E não pode participar dacoligação proporcional, pois não participa da majoritária).

• A coligação funciona como um só partido no relacionamento com a JustiçaEleitoral e no trato dos interesses interpartidários.

• Propaganda da coligação:

- para eleição majoritária: usando obrigatoriamente as legendas detodos os partidos integrantes;

- para eleição proporcional: cada partido usará apenas sua legenda sobo nome da coligação.

• Representação da coligação perante a Justiça Eleitoral:

a) representante designado pelos partidos da coligação;b) 3 delegados perante o Juízo Eleitoral;c) 4 delegados perante o TRE;d) 5 delegados perante o TSE.

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REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL

• É aquela formada pelos eleitos para as Casas Legislativas que representama população correspondente à determinada circunscrição eleitoral (CâmaraMunicipal, Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados); ou, por outraspalavras, são os vereadores e deputados (estaduais e federais).

• Diz-se que a representação é proporcional porque ela varia na proporçãodo número de habitantes no Município ou no Estado (assim, por ex., umaCâmara Municipal poderá ter de 9 a 55 vereadores, consoante sua faixapopulacional; o mesmo se diga da representação de deputados federaisdos Estados: de 8 a 70 cadeiras).

• E Senador? É considerado cargo majoritário, não proporcional, pois arepresentação que lhe cabe é do Estado, enquanto unidade federada, queé invariável (3 Senadores por Estado, independentemente de seu volumepopulacional ou de sua extensão territorial).

• Quanto à representação proporcional, os eleitos são apurados consoanteo uso, pela ordem, de dois quocientes: primeiro, o quociente eleitoral, e,depois, o quociente partidário.

• Quociente eleitoral: é o resultado da seguinte divisão:

• Quociente partidário: é o resultado da seguinte divisão:

• Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um partido ou coligaçãoquantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votaçãonominal que cada um tenha recebido.

número de votos válidos(desconsiderados os nulos e os em branco)

número de lugares na Casa Legislativa= QE

número de votos (nominais e de legenda)dados ao partido ou coligação

QE= QP

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• Se nenhum partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral (QE),considerar-se-ão eleitos, os candidatos nominalmente mais votados(portanto, não se faz nova eleição).

• Suplentes da representação partidária: os mais votados sob a mesmalegenda e não eleitos nas listas de candidatos dos respectivos partidos.

• Situação exemplificativa:

Eleição para vereador. São apurados 100.000 votos totais válidos(descontando-se os nulos e em branco), dados aos partidos e coligaçõesconcorrentes no Município (somados os votos nominais e de legenda).Como a Câmara Municipal local tem 20 cadeiras, o QE apurado é de 5.000votos. O QP será o resultado da operação em que o QE divide a votaçãodada ao partido (ou coligação). Ainda, no exemplo, diga-se que o PTB localteve 15.000 votos totais: terá 3 cadeiras, expressão do QP calculado.

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SERVIDORES PÚBLICOSNormas constitucionais

Direitos dos trabalhadores em geral (direitos sociais) que se aplicam aosservidores públicos:

1. salário mínimo;2. garantias de salário (nunca inferior ao mínimo para os que ganham

remuneração variável);3. décimo terceiro salário (com base na remuneração integral);4. remuneração superior do trabalho noturno;5. salário-familia;6. limites da jornada de trabalho (não superior a 8 horas diárias e 44

horas semanais);7. repouso semanal remunerado;8. remuneração superior do serviço extraordinário (no mínimo, 50%

superior à do normal);9. férias anuais (com pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal);10. licença à gestante (duração de 120 dias);11. licença-paternidade (duração 5 dias);12. proteção do mercado de trabalho da mulher;13. redução dos riscos inerentes ao trabalho;14. proibição de diferença de salários, de exercícios de funções e de

critérios de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;15. direito a livre associação sindical;16. direito de greve.

Obs: A lei pode estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando anatureza do cargo o exigir.

Ex: a lei exige aptidão física para os candidatos à Policia Militar, pois, não teriasentido permitir o mesmo de um deficiente físico que não pudesse exerceras funções do cargo; esse requisito diferenciado não representadiscriminação e sim limitação decorrente da natureza do cargo e impostapor lei.

• Limite da remuneração dos servidores em atividade e dasaposentadorias e pensões decorrentes do serviço público.

- Nunca superiores ao subsidio mensal pago aos Ministros doSupremo Tribunal Federal, considerando eventual soma de outroseventos, pensões ou qualquer outra espécie remuneratória, incluídasas vantagens pessoais ou de qualquer natureza.

Ex: um servidor do Poder Judiciário que é também professor da rede publicade ensino ganha, por tanto 2 remunerações, mas a soma delas, porém nãopode ser superior ao “teto” estabelecido na Constituição Federal (ou seja, osubsidio mensal do Ministro do STF).

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- Essa regra de limite de remuneração vale tanto para os servidores daAdministração Direta (ou seja, dos três Poderes: Executivo,Legislativo e Judiciário), como da Administração Indireta (autarquiase fundações).

• Situação do servidor público (da adm. direta ou indireta) detentor demandato eletivo:

1) se mandato eletivo federal, estadual, ou distrital (tanto noExecutivo como no Legislativo), ficará afastado de seu cargo,emprego ou função;

2) se mandato de prefeito, também será afastado, mas lhe éfacultado optar pela remuneração do cargo, emprego ou função;

3) se mandato de vereador, desde que haja compatibilidade dehorários, receberá as remunerações , tanto desse cargo como deseu cargo, emprego ou função; se não houver compatibilidade,terá que optar por uma ou outra.

Obs.: o tempo de mandato eletivo sem acumulação com outrocargo, emprego ou função pública, será contado para todos osefeitos legais, exceto para promoção por merecimento.

• Percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes doregime privativo do serviço público com remuneração de cargo,emprego ou função pública:

- é vedada; porém, se admite o recebimento simultâneo de benefícioprevidenciário do regime público em 3 casos:

1) com outro benefício previdenciário decorrente deacumulação de cargos públicos admitida na Constituição (2professor / 1 de professor e 1 técnico ou científico / 2 na área dasaúde, como, por ex., 2 de médico ou 2 de enfermeiro);

2) com a remuneração de cargo eletivo/3) com a remuneração de cargo em comissão ou de função de

confiança.

Obs.: nos casos permitidos de acumulação acima, deve-se respeitar o“teto” do Ministro do STF.

• Regime de previdência dos servidores titulares de cargos efetivos daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e os Municípios, incluindoautarquias e fundações - Regras.

1ª - Os proventos de aposentadoria e as pensões não poderão exceder a remuneração do servidor no cargo efetivo em que ela se deu (portanto,o valor da aposentadoria do servidor ou da pensão a que fez jus seudependente – viúva, por ex., - nunca poderá ser superior ao que elerecebia enquanto estava em atividade).

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Obs.: o regime básico de previdência tem caráter contributivo esolidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dosservidores ativos e inativos, e dos pensionistas; para o cálculo dobenefício previdenciário, serão consideradas as remunerações utilizadascomo base para as contribuições do servidor os regimes público e geralda previdência social.

2ª - Com exceção das aposentadorias decorrentes dos cargos que aConstituição Federal permite que um servidor acumule (3 casos: 2cargos de professor / 2 cargos de profissionais da saúde / umcargo de professor + outro técnico ou cientifico), é proibido recebermais de uma aposentadoria por conta do regime de previdênciaprivativo do serviço público (lembre-se que além desse regime, existeo regime geral de previdência social, popularmente conhecido como doINSS, aplicável aos trabalhadores submetidos ao regime celetista -CLT, ou seja, Consolidação das Leis do Trabalho: o trabalhadorceletista ganha de acordo com as contribuições previdenciais que fez enunca poderá ganhar mais do que o “teto” fixado pelo governo, aindaque, quando em atividades ganhasse bem mais do que esse “teto”).

3ª - Subsidio mensal do Ministro do STF é o “teto” máximo, ou seja,nenhum aposentado ou pensionista, quer do regime público quer doregime geral (INSS), pode ganhar acima daquele “teto”, nem nahipótese da soma de aposentadorias e/ ou pensões, e muito menosquando a pessoa, já aposentada ou pensionista, volte a exercer umcargo público de confiança (ex: assessor de Prefeito) ou um cargoeletivo (ex: deputado ou vereador).

4ª - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contadopara efeito de aposentadoria e o tempo de serviço em qualquer dessas3 esferas será contado para efeito de disponibilidade.

Ex: um servidor municipal de S.P., com 4 anos de contribuição e serviçoque passa no concurso do TRE/SP, que é órgão federal, levará aqueletempo consigo.

5ª - É proibida qualquer contagem de tempo de contribuição fictício.

Ex: a lei não pode permitir que férias não usufruídas sejam contadas emdobro para efeito de aposentadoria.

6ª - Servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão (funçãode confiança) ou de outro cargo temporário ou de emprego públicosubmetido à CLT: a ele aplica-se o regime geral de previdênciasocial (INSS), e não o regime público próprio do servidor publico é sóeste regime público, repita-se, que lhe pode dar direito a uma

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aposentadoria próxima , em valores, daquilo que o servidor ganhavaquando em atividade).

7ª - Regime de previdência complementar para servidores titulares decargo efetivo:

- Poderá ser estabelecida, por lei de iniciativa do respectivo PoderExecutivo, fixando-se com limite máximo aquele existente para osbenefícios do regime geral de previdência social (INSS); assim, seum servidor submetido a esse regime quiser ganhar mais do que o“teto” do INSS, terá de contribuir a mais (daí chamar-se regime deprevidência complementar).

- A União, os Estados, o Distrito Federal e o Município, poderãoinstituir o regime de previdência complementar, por ato normativoespecifico que só entrará em vigor a partir de sua publicação;assim quem já é servidor antes dessa publicação não estaráobrigado a aderir o tal regime: só vai aderir mediante sua prévia eexpressa opção.

- Tal regime será instituído por intermédio de entidades fechadas deprevidência complementar, de natureza pública, que ofereçambenefícios somente na modalidade de contribuição definida.

8ª - contribuição previdenciária a ser cobrada dos aposentados epensionistas do regime público: com percentual igual ao fixado para osservidores efetivos em atividade (no âmbito federal, é de 11%), queincidirá sobre a parcela dos proventos de aposentadorias e pensões quesuperar o “teto” (limite máximo) dos valores de aposentadorias epensões pagas pelo regime geral de previdência social.

9ª - Aposentadoria dos servidores titulares de cargos efetivos daAdministração Direta e Indireta (autárquica e fundacional).

I. por invalidez permanente, sendo os proventosproporcionais ao tempo de contribuição / os proventos serãointegrais, porém, se a invalidez permanente decorrer deacidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,contagiosa ou incurável, especificados em lei;

II. compulsoriamente (obrigatoriamente), aos 70 anos deidade, com proventos proporcionais ao tempo decontribuição.

III. Voluntariamente,

3 Requisitos (que devem se verificar ao mesmo tempo):

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1. ter tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício público(ou seja de serviço público, podendo-se somar, como já sedisse período das 3 esferas – federal, estadual e municipal);

2. estar, no mínimo, há 5 anos no mesmo cargo efetivo emque se dará a aposentadoria;

3. se homem, ter 60 anos de idade e 35 anos decontribuição se mulher, ter 55 anos de idade e 30 anos decontribuição. (esses requisitos de idade e de tempo decontribuição serão reduzidos em 5 anos para osprofessores de educação infantil e de ensino fundamentale médio);Obs: Se o homem não tiver 35 anos de contribuição e amulher, 30 anos, a aposentadoria será proporcional aotempo de contribuição desde que o homem tenha, pelomenos 65 anos de idade e a mulher, 60 anos de idade (se,ao contrário, o homem tiver 35 anos de contribuição – epelo menos 60 anos de idade – e a mulher 30 anos decontribuição – e pelo menos 50 anos – a aposentadoriaserá integral, ou seja, correspondente ao quanto cada qualrecebia enquanto estava em atividade).

Nota: Para o servidor se aposentar, os requisitos 1, 2 e 3 devem se verificar aomesmo tempo (a falta de qualquer um dos 3 impede a aposentadoria).

• Estabilidade do servidor público (adquirida após 3 anos de exercício nocargo + avaliação positiva de seu desempenho).

- São estáveis após 3 anos de efetivo exercício no mesmo cargode provimento efetivo os servidores para ele nomeados em virtudede concurso público (obtida a estabilidade no cargo, após 3 anos deefetivo exercício nele, o servidor público não o perderá, não poderáser “mandado embora”, exceto em 3 casos que a ConstituiçãoFederal prevê; só servidor concursado tem direito à estabilidadeapós 3 anos, sendo que aquele que foi nomeado para cargo sem tersido aprovado em concurso público não tem direito a essaestabilidade, mesmo que tenha cumprido 3 anos de exercício);

- Condição obrigatória para adquirir-se a estabilidade: avaliação dedesempenho do servidor;

- Estágio probatório: período durante o qual o servidor por comissãoespecialmente instituída para esse fim após iniciar o exercício de suafunção está sendo avaliado e se for positiva tal avaliação, o tornar-se-á estável;

- O servidor público estável só perderá o cargo:

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I. em virtude de sentença judicial transitada em julgado (isto é,sentença contra a qual, não caiba mais recurso algum); Ex:servidor furtou computador da repartição pública onde trabalha efoi criminalmente processado por isso e, ao final, condenado,sendo que a sentença determina a perda do cargo que eleexerce; qual tal sentença, esgotados todos os recursos possíveiscontra ela, se torna definitiva, o servidor perde o cargo.

II. mediante processo administrativo em que lhe seja asseguradaampla defesa (independentemente do processo criminal ou porimprobidade que um servidor pode sofrer por ter cometido atoilícito contra a Administração que resulte em perda de seu cargo,ele pode ser submetido a processo administrativo que leve àmesma conseqüência, qual seja, perda do cargo);

III. mediante procedimento de avaliação periódica dedesempenho, na forma de lei complementar, tambémassegurada ampla defesa (assim, um servidor avaliado comoineficiente em procedimento no qual lhe foi garantido o direito dedefender-se e realizado de acordo com normas estabelecidas emlei complementar, poderá perder o cargo).

- Servidor estável que perder seu cargo numa das 3 situaçõesanteriores: for invalidado por sentença judicial, ele seráreintegrado e quem estava eventualmente ocupando sua vaga, se jáestável, será reconduzido para o cargo de origem, sem direito aindenização ou aproveitado em outro cargo ou, então, posto emdisponibilidade proporcional ao tempo de serviço.

- Servidor estável, cujo cargo, porém, é extinto ou declaradodesnecessário. O que acontecerá com ele?

Ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional aotempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outrocargo.

Ficar em disponibilidade = ficar sem função, aguardando seureaproveitamento (popularmente, “ficar na geladeira”).

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Regime Único dos Servidores Públicos Civis da União

A – PROVIMENTO • Provimento é a investidura em cargo público. Diz-se que um cargo está provido

quando é ele ocupado por pessoa habilitada de acordo com os requisitos da lei.

• Requisitos básicos para investidura em cargo público (ou seja, paraprovimento):

(1) nacionalidade brasileira (estrangeiros, porém, poderão ocupar cargos deprofessores, técnicos e cientistas de universidades, instituições de pesquisacientifica e tecnológica);(2) gozo dos direitos políticos;(3) quitação (cumprimento) com as obrigações militares e eleitorais;(4) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;(5) idade mínima de 18 anos;(6) aptidão física e mental.

• Pessoas portadoras de deficiência: 20% das vagas oferecidas em concursoserão reservadas a elas (desde que se trate de cargos compatíveis com adeficiência de que são portadoras).

• Investidura em cargos públicos: dá-se com a posse.

• 7 formas de provimento de cargo público:

I – nomeaçãoII – promoçãoIII – readaptaçãoIV – reversãoV – aproveitamentoVI – reintegraçãoVII – recondução

Nomeação é o provimento originário, pois vincula inicialmente o servidor aocargo, emprego ou função. Já as formas II a VII são de provimento derivado; derivado porque derivam deum vínculo anterior do servidor com a Administração, qual seja, a nomeação (poroutras palavras, as formas II a VII pressupõem a nomeação, pois desta seoriginam).

I – Nomeação far-se-á de 2 maneiras:

a) em caráter efetivo: quando se trata de cargo isolado de provimento efetivo oude carreira e sempre dependente de prévia habilitação em concurso públicode PROVAS ou de PROVAS e TÍTULOS, obedecidos a ordem declassificação e o prazo de sua validade.

b) em comissão: para cargos de confiança vagos ( ex: um deputado nomeia umparente seu como chefe de seu gabinete).

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Concurso público: pode ter validade de até 2 anos e pode ser prorrogado umaúnica vez, por igual período.

Exs: concurso válido por 2 anos, podendo ser prorrogado por outros 2anos; ou válido por 1 ano e podendo ser prorrogado por mais 1 ano.

Posse: dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, do qual deverão constar: osseguintes aspectos relativos ao cargo ocupado (os quais não poderão serunilateralmente alterados, salvo por previsão da própria lei): - atribuições- deveres;- responsabilidades; e- direitos.

Prazo para a posse: 30 dias, contados da publicação do ato deprovimento (este ato será tornado sem efeito se a posse não ocorrer nocitado prazo de 30 dias).Posse: ato só possível nos casos de provimento de cargo por nomeação(provimento originário); portanto, não cabe em casos de provimentoderivado.No ato da posse, o servidor deverá apresentar 2 declarações: uma dosbens componentes de seu patrimônio; e outra, quanto ao exercício ounão de outro cargo, emprego ou função publica. A posse dependerá de prévia inspeção médica oficial: só poderá serempossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para oexercício do cargo.

Exercício: é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da funçãode confiança.

Prazo para o servidor empossado entrar em exercício: 15 dias,contados da data da posse; não entrando em exercício nesse prazo, oservidor será exonerado (desligado) do cargo ou o ato de suadesignação para a função de confiança será tornado sem efeito.Jornada de trabalho: semanal – máximo de 40 horas diária – mínimo de 6 e máximo de 8 horas

Estágio Probatório: é o período de 36 meses (três anos) durante oqual o servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ( e nãopara cargo de confiança) tem sua aptidão e capacidade avaliadas parao desempenho do cargo, observados 5 fatores:

1- assiduidade (comparecimento ao serviço)2- disciplina3- capacidade de iniciativa4- produtividade5- responsabilidade

Tal avaliação de desempenho, efetuada por Comissãoespecialmente designada para isso, deverá ser submetida àhomologação da autoridade competente 4 meses antesde findo (terminado) o período do estágio probatório(porém, até o termino do período restante, os fatores 1 a 5devem continuar a ser apurados).

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O servidor não aprovado no estágio probatório:• será exonerado (desligado definitivamente do cargo);ou• se estável em cargo anteriormente ocupado, a este

reconduzido (ex: técnico judiciário do TRE, reprovado emseu estágio probatório, ocupava cargo no qual já seencontrava estável no Ministério da Fazenda, para o qualretorna).

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquercargos de provimento em comissão (cargos de confiança)ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgãoou entidade onde estiver lotado (isto é, onde exercer seucargo efetivo).

Licenças e afastamentos que podem ser concedidos aoservidor em estágio probatório:

1- licença por motivo de doença em pessoa da família;2- licença por motivo de afastamento do cônjuge ou

companheiro para outro ponto do país ou exterior;3- licença para o serviço militar;4- licença por atividade política (para candidatar-se);5- afastamento para exercício de mandato eletivo (vereador,

prefeito, deputado etc.);6- afastamento para exercício de mandato classista (entidade

sindical);7- licença para estudo ou missão oficial fora do país ou

participação de organismo internacional;8- licença por participar de curso de formação decorrente de

aprovação em concurso para outro cargo na AdministraçãoPública Federal (e não Estadual nem Municipal).

Suspensão do estágio probatório – nos seguintes casos: 1- participação em curso de formação; 2- licença por motivo de doença em pessoa da família;3- licença por motivo de afastamento do cônjuge ou

companheiro para outro ponto do país;4- licença para atividade política (a fim de o servidor candidatar-

se);5- licença para participar de organismo internacional.

Obs: o estágio é retomado após o término da licença ou doafastamento.

Estabilidade – o servidor habilitado em concurso público eempossado em cargo de provimento efetivo adquiriráestabilidade no serviço público ao completar 3 anos deefetivo exercício (assim, um servidor estável não pode “ser

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mandado embora”, exceto naqueles 3 casos previstos naConstituição Federal para perda do cargo: por sentençajudicial transitada em julgado, por processo administrativodisciplinar em que seja lhe assegurada ampla defesa ou porinsuficiência de desempenho).Só pode se tornar estável o servidor ocupante do cargo deprovimento efetivo (assim, um servidor ocupante de cargo deconfiança não tem direito a estabilidade em virtude danatureza transitória de sua função: enquanto a autoridade queo nomeou confiar nele, o servidor se manterá no cargo;perdida essa confiança, é ele exonerado).

Esquema didático

Aprovação ______→ Posse_____→Início ______Estágio____→Estabilidade noem (em 30 dias) de probatório cargoconcurso público exercício (36 meses ou 3 anos)

(em 15 dias)

II – Readaptação• É a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidadescompatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mentalverificada em inspeção médica (ex: fiscal que efetua serviço externo sofre acidenteque reduz sua capacidade de locomoção; ele é readaptado para uma funçãoburocrática interna).• Se, de acordo com a inspeção médica, o servidor readaptando é julgado incapazpara o serviço, deverá ser aposentado.

III – Reversão• É o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez, quando, por juntamédica oficial, forem declarados insubsistentes (ou seja, inexistentes) os motivosde sua aposentadoria.• Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 anos de idade(mesmo que o servidor aposentado por invalidez possa retornar à atividade por nãomais existir motivo que provocou sua aposentadoria, se já tiver 70 anos não poderáretornar porque essa idade é o limite máximo para exercício de cargo de provimentoefetivo: atingida essa idade, só cabe aposentadoria).

IV – Reintegração • É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado (ou nocargo resultante de sua transformação), quando invalidada a sua demissão pordecisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.Ex: servidor desligado por ter sido acusado de um ato ilícito tem sua inocência

reconhecida por decisão administrativa ou judicial – sendo ele já estável nocargo que ocupava, volta para este, recebendo os salários (vencimentos) quedeixara de ganhar desde o seu afastamento (é ele reintegrado no cargo).

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• Se o cargo que o servidor desligado, quando de sua reintegração, estiverextinto, ele ficará em disponibilidade, aguardando seu reaproveitamento emoutro cargo semelhante.

V – Recondução• É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

1 – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo (ex:funcionário já estável no TRE/SP, ocupante do cargo de técnico, passano concurso para fiscal federal; toma posse e inicia exercício no novocargo, porém é reprovado no estágio probatório: pode, então, serreconduzido para o cargo que anteriormente ocupava); 2 – reintegração do anterior ocupante do cargo (um servidorafastado por ato ilícito retorna, por decisão, ao cargo – ver item“reintegração” –; se alguém estiver ocupando esse cargo, seráobrigado a sair dele e, se já era servidor estável em outro cargo,poderá voltar para esse).

Obs: se o cargo de origem estiver provido (ocupado), o servidor quedeveria ser a ele reconduzido será aproveitado em outro semelhante.

B – VACÂNCIA

Vacância do cargo público é o contrario de provimento e, portanto, significadesocupação do cargo.

7 formas de vacância do cargo público

I – exoneraçãoII – demissãoIII– promoção – promovido a outro cargo, o servidor desocupa o seu cargoanterior;IV– readaptação – readaptado para outro cargo (forma de provimento), oservidor desocupa o seu cargo anterior;V – aposentadoria VI– posse em outro cargo inacumulável - a Constituição Federal só permite3 possibilidades de acumulação de cargo públicos (2 cargos de professor; 1 deprofessor com outro de técnico ou cientifico; ou 2 cargos ou empregosprivativos de profissionais da saúde); fora dessas situações, não é possívelacumular cargos.VII – falecimento

Exoneração:• de cargo efetivo – 2 formas: a) a pedido do servidor b) de ofício (de iniciativa da Administração)

quando: não satisfeitas as condições do estágioprobatório (reprovação); ou

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o servidor tomou posse, mas não iniciou o exercíciodentro do prazo legal (15 dias).

• de cargo em comissão – 2 formas: a) a juízo da autoridade competente.b) a pedido do próprio servidor.

Exoneração/demissão – diferença: a demissão é o desligamento do servidor porrazões punitivas (ele é punido com demissão por ter cometido graves atos ilícitos);já a exoneração não tem natureza punitiva.

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SERVIDORES PÚBLICOS

REGIME DISCIPLINAR

O servidor infrator pode incorrer, acumuladamente, nos três tipos deresponsabilidade, independentes entre si:

1) civil: decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulteem prejuízo ao erário ou a terceiros; a obrigação de reparar o dano estende-seaos sucessores, até o limite do valor da herança recebida;2) penal: abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessaqualidade;3) administrativa (civil-administrativa) - resultante de ato omissivo oucomissivo praticado no desempenho do cargo ou função.A responsabilidade administrativa será afastada no caso de absolviçãocriminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Princípio constitucional da responsabilidade civil objetiva do PoderPúblico - segundo o qual as pessoas jurídicas de direito público e as de direitoprivado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seusagentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito deregresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (assim, tratando-sede dano causado a terceiros, o servidor causador desse dano responderá,perante a Fazenda Pública, em ação regressiva).

Penalidades disciplinares:

I) advertência;II) suspensão, não podendo exceder de 90 dias;III) demissão;IV) cassação de aposentadoria ou disponibilidade (nos casos punidos comdemissão);V) destituição de cargo em comissão ou de função comissional.

I) advertência (por escrito) - aplicada nos casos de:a) inobservância de dever funcional previsto em norma;b) nos casos de violação de umas das seguintes proibições:1 - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização dochefe imediato;2 - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documentoou objeto da repartição;3 - recusar fé a documentos públicos;4 - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ouexecução de serviço;5 - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;6 - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, odesempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seusubordinado;7 - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação

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profissional ou sindical, ou a partido político;8 - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,companheiro ou parente até 2º grau;9 - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

II) suspensão - aplicada em caso de reincidência (repetição) das faltaspunidas com advertência e de violação de outras proibições que nãolevem à demissão (conversão de suspensão em multa, na base de 50% pordia de remuneração e permanecendo o servidor em serviço, quando houverconveniência para o serviço).

III) - demissão - aplicada nos casos de:1) crimes contra a administração pública;2) abandono de cargo (ausência intencional por mais de 30 dias seguidos);3) inassiduidade habitual (falta injustificada, por 60 dias, interpoladamente,durante o período de 12 meses);4) improbidade administrativa;5) incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;6) ofensa pública, em serviço, salvo em legítima defesa própria ou de alguém;7) aplicação irregular de dinheiro público;8) revelação de segredo funcional;9) lesão aos cofres públicos;10) corrupção;11) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;12) insubordinação grave em serviço;13) violação de proibições graves, como administrar empresa privada ouexercer o comércio, exceto na condição de acionista, cotista oucomandatário; atuar como procurador junto a repartições públicas, salvoquando se tratar de benefício previdenciário de parente até 2º grau, e decônjuge; receber propina ou presente de qualquer espécie em razão de suafunção.

- Haverá indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário (semprejuízo da ação penal cabível) e a impossibilidade de retorno ao serviçopúblico federal nos casos de demissão (ou destituição de cargo emcomissão) por:• improbidade administrativa;• aplicação irregular de dinheiro público;• lesão aos cofres públicos;• corrupção.

Obs.: a demissão por crime contra a administração pública gera aimpossibilidade de retorno, do infrator, ao serviço público. Já a violaçãode 2 casos de proibição provoca a incompabilização, por 5 anos, para novainvestidura em cargo público federal:1) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimentoda função pública;2) atuar como procurador ou intermediário junto a repartições públicas (salvono caso já visto).

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PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

- A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigadaa promover a sua apuração imediata mediante sindicância ou processoadministrativo disciplinar, assegurando ao acusado o contraditório e aampla defesa, princípios constitucionais que lhe permitem acompanhar oprocesso pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirirtestemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando setratar de prova pericial.

1 - SINDICÂNCIA

- utilizada para apuração de ilícito que pode resultar na aplicação deadvertência ou suspensão de até 30 dias (se o fato indicar penar maior, asindicância levará à instauração de processo disciplinar);

- prazo para conclusão: até 30 dias, com prorrogação por igual período (já oprazo para a conclusão do processo disciplinar é de até 60 dias, com umaprorrogação igual);

- da sindicância poderá resultar, portanto:I - aplicação de advertência ou suspensão de até 30 dias;II - instauração de processo disciplinar, quando o fato puder levar àaplicação de suspensão superior a 30 dias, demissão, cassação deaposentadoria ou disponibilidade ou destituição de cargo em comissão;III - arquivamento do procedimento investigatório (quando o fato narradonão configurar infração).

Comissão sindicante ou processante

- Designada por ato de autoridade competente para julgar o procedimento ecomposta por 3 servidores estáveis (portanto, já aprovados em estágioprobatório) sendo que o seu presidente deverá ser ocupante de cargo efetivosuperior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superiorao do indiciado.

2 - PROCESSO DISCIPLINAR

Fases:

I - instauração (com publicação do ato que constitui a comissão);II - inquérito administrativo, que compreende (instrução, defesa e relatório);III - julgamento (pela autoridade competente).

- Instrução: depoimento das testemunhas (primeiro as de acusação e, nasequência, as de defesa), e, a seguir interrogatório do acusado.

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- Indiciamento do acusado: se a comissão concluir pela tipificação dainfração disciplinar, promoverá a indiciação do servidor (ou seja,declaração de que há indícios do fato e de que aquele servidor é o seu autor).

- Defesa do acusado: após a indiciação do servidor, o presidente dacomissão procederá à sua citação, por mandado, para que apresente defesano prazo de 10 dias.

- Relatório da Comissão: apreciação das provas produzidas e da defesaapresentada com a conclusão quanto à inocência ou à responsabilidade doservidor; o relatório, junto com os autos do processo, é encaminhado àautoridade instauradora, para julgamento.

- Julgamento: acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário àsprovas dos autos.

Obs.: O servidor que responder a processo disciplinar só poderá serexonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusãodo processo e o cumprimento da penalidade, caso aplicada.

Autoridades competentes para aplicar as penalidades:

a) demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade:Presidente da República, Presidente das Casas do Poder Legislativo e dosTribunais Federais e Procurador Geral da República (prescrição de açãodisciplinar: 5 anos);b) suspensão superior a 30 dias: autoridades administrativas de hierarquiaimediatamente inferior às mencionadas acima (prescrição de ação disciplinar: 2 anos);c) advertência e suspensão de até 30 dias: chefe de repartição e outrasautoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos (prescriçãoda ação disciplinar: 2 anos, quanto à suspensão; e de 180 dias quanto àadvertência);d) destituição de cargo em comissão: autoridade que houver feito anomeação.

Obs.: a prescrição da ação disciplinar começa a correr da data em que o fatose tornou conhecido e se interrompe com a abertura da sindicância ou ainstauração do processo disciplinar até a decisão final.

- Revisão do processo disciplinar:

A qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos oucircunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou ainadequação da penalidade aplicada.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Alguns princípios constitucionais

Instrumentos para criação de entidades da Administração Pública Indireta

• Criação de autarquia: somente por lei específica.• Criação de:

- fundação- empresa pública- sociedade de economia mista- subsidiárias (filiais) das entidadesda Administração Indireta (4 modalidades)

NOTA: a autorização legislativa dá a possibilidade de o administradorpúblico criar a entidade, mas não o obriga.

Estrutura Administrativa

Entidades políticas e administrativas. Órgãos e agentes públicos.

• Entidade é a pessoa jurídica ou privada

• Órgão é elemento despersonalizado incumbido da realização dasatividades da entidade a que pertence, através de seus agentes.

Os órgãos são meros instrumentos de ação das entidades e, portanto, aatuação deles é imputada à pessoa jurídica que eles integram. Por outraspalavras, os órgãos não têm personalidade jurídica.

O agente público é a pessoa física que expressa a vontade do órgão.Se ele ultrapassa a competência do órgão, surge a sua responsabilidadepessoal perante a entidade.

Os agentes normalmente desempenham funções do órgão, distribuídasentre os cargos de que são titulares.

Cargos são os lugares criados no órgão para serem providos poragentes que exercerão as suas funções na forma legal. O cargo é lotado noórgão e o agente é investido no cargo.

Órgão, função e cargo são criações abstratas da lei; agente é apessoa humana, que infunde vida, vontade e ação a essas abstraçõeslegais.

Por autorizaçãolegislativa

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Atividade administrativa

Conceito: é a gestão de bens e interesses da comunidade, no âmbitofederal, estadual e municipal, segundo os preceitos do Direito e da Moral,visando ao bem comum.

Natureza: é a de um múnus público (encargo); o agente público, ao serinvestido em função ou cargo público, assume para com a coletividade ocompromisso de bem servi-la. O administrador assume esse deverindeclinável.

Fins: o bem comum da coletividade administrada.

Princípios básicos da administração(12 princípios)

1. legalidade2. moralidade3. impessoalidade (ou finalidade)4. publicidade5. eficiência6. razoabilidade7. proporcionalidade8. ampla defesa9. contraditório10. segurança jurídica11. motivação12. supremacia do interesse público

1. Legalidade

- Significa que o administrador público está, em toda a sua atividadefuncional, sujeito aos mandamentos da lei e deles não se pode afastar oudesviar, sob pena de praticar ato inválido (e, portanto, passível deanulação na Justiça) e expor-se a três tipos de responsabilidade(disciplinar ou administrativa, civil e criminal, conforme o caso).

- Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal: sóé permitido fazer o que a lei autoriza.

2. Moralidade

- Segundo tal princípio, o servidor jamais poderá desprezar o elementoético de sua conduta, devendo decidir entre o honesto e o desonesto,além das opções que fez entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, oconveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno.

Expressamente previstos naConstituição Federal

Decorrentes do sistema jurídico

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3. Impessoalidade (ou finalidade)

- Impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fimlegal, que é, em termos gerais, o cumprimento do interesse público deforma impessoal.

- O princípio da impessoalidade exclui a promoção pessoal deautoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas.

- Fica proibida, em respeito ao princípio da finalidade, a prática de atoadministrativo sem interesse público ou conveniência para a Administração,visando unicamente satisfazer interesses privados, por favoritismo ouperseguição dos agentes governamentais, sob a forma de desvio definalidade.

4. Publicidade

- É a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início deseus efeitos externos. Sem a publicação, o ato ou contrato administrativonão adquire validade inicial, isto é, não se considera válido perante aspartes e terceiros.

- O mandado de segurança, o “habeas data” e a ação popular sãoremédios jurídicos de que dispõem os interessados diretos no ato oucontrato administrativo (partes) e o povo em geral para levar oadministrador público a fazer cumprir o princípio da publicidade.

- Como regra geral, todo ato administrativo deve ser publicado,porque pública é a Administração que o realiza, só se admitindo sigilo nocaso de segurança nacional, investigações policiais ou interessesuperior da Administração.

- Desrespeito ao princípio da publicidade – conseqüências:a) o ato não produz seu regulares efeitos;b) o ato sujeita-se à invalidação (anulação);c) não fluem os prazos para impugnação administrativa ou anulação

judicial.

5. Eficiência

- Exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,perfeição e rendimento funcional.

- Por outras palavras, exigem-se resultados positivos para o serviçopúblico e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e deseus membros.

6. Razoabilidade

- Também conhecido como o princípio da proibição de excesso,objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a

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evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da AdministraçãoPública, com lesão aos direitos fundamentais.

- É a observância do critério de adequação entre os meios e fins naatuação da Administração Pública.

7. Proporcionalidade

- Tal princípio proíbe a imposição de obrigações, restrições e sançõesem medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimentodo interesse público.

8. Ampla defesa

- É a possibilidade que tem a parte (litigante) num processo judicial ouadministrativo, de trazer para os autos do procedimento todos oselementos tendentes a esclarecer a verdade ou, até, de omitir-se oucalar-se, se entender necessário.

9. Contraditório

- É a própria exteriorização da ampla defesa, que se dá, por ex., pelaabertura de prazo para manifestações e apresentação (juntada) dedocumentos, interposição de recursos, etc.

NOTA: A Constituição Federal impõe a observância dos princípios daampla defesa e do contraditório a quaisquer processos administrativos,não-punitivos e punitivos, ainda que neles não haja acusados, massimples litigantes. É o fenômeno da jurisdicionalização do processoadministrativo, o qual passa constitucionalmente a ser guiado por essesdois princípios já norteados do processo judicial.

10. Segurança jurídica

- Entendido como princípio da boa-fé dos administrados ou daproteção da confiança que eles depositam na atuação da Administração.

- Como conseqüência desse princípio, admite-se até a consumação doato que nasceu viciado mas que, depois, pela omissão do Poder Públicoem invalidá-lo por prolongado período de tempo, consolidou nosdestinatários desse ato a crença firme de legitimidade da atuação daAdministração Pública.

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11. Motivação

- Com base nesse princípio, o administrador público deve apontar acausa e os elementos determinantes da prática do ato administrativo, bemcomo o dispositivo legal em que se funda.

- A obrigatoriedade da motivação consagra o princípio da moralidade,pois a atuação ética do administrador fica demonstrada pela exposição dosmotivos do ato e possibilita a qualquer interessado, ciente da motivação,ingressar na justiça se quiser questioná-la.

12. Supremacia do interesse público

- Com base nele, permite-se a desigualdade jurídica entre aAdministração Pública e os administrados: a prevalência do interessegeral sobre os individuais e o reconhecimento de inúmeros privilégiose prerrogativas ao Poder Público.

- Desse princípio decorre outro: o da indisponibilidade do interessepúblico, segundo o qual a Administração Pública não pode dispor dointeresse geral nem renunciar a poderes que a lei lhe deu para tal tutela, atéporque a Administração não é titular do interesse público. O titular desseinteresse é o Estado, que, por isso, só mediante lei, poderá autorizar adisponibilidade ou a renúncia.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

O Poder Público – (entidade política, o Estado, no sentido genérico) - podedesenvolver as atividades administrativas fixadas pela Constituição:

1 – por si mesmo (administração DIRETA)

2 – por outros sujeitos (administração INDIRETA): -transferindo a particulares o exercício de certas atividadesque lhe são próprias (por ato de permissão ou contrato deconcessão) -criando outras pessoas para desempenhar as aludidasatividades (autarquia, fundação pública, empresa pública,sociedade de economia mista)

Nota: são entidades políticas que compõem a República Federativa do Brasil:UNIÃO, ESTADOS, DF e MUNICÍPIOS (os Territórios não, pois, são subordinados àUnião). Cada uma dessas entidades executa seus objetivos por 2 braçosoperacionais: a Administração Direta e a Administração Indireta.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

O Poder público reparte, no seu interior, os encargos de sua alçada entrediferentes unidades, representativas, cada qual incumbida, de uma parcela deatribuições. Tais unidades são denominadas órgãos.

Órgãos - unidades abstratas que executam as atribuições (competências) que lhesão conferidas pelo Poder Público de que fazem partem. São simplesrepartições interiores do Poder Público.Os órgãos são partes de um todo e, portanto, não têm personalidadejurídica, não podem ser sujeitos de direitos e obrigações.

CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Na centralização, o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos que delenão se distinguem, pois são suas repartições internas. Há distribuições internas decompetências, ou seja, “desconcentrações” administrativas.

Na descentralização, o Estado atua indiretamente, pois, o faz por meio depessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda quando sejam criaturas suas e poristo mesmo se constituam em parcelas personalizadas da totalidade do governoadministrativo estatal.

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• Distinção entre descentralização e desconcentração

Desconcentração – faz-se tanto em razão da matéria (assunto), (por exemplo,Ministério da Justiça, da Saúde, da Educação, etc...) como emrazão do grau (hierarquia), ou seja, do nível de responsabilidadedecisória conferido aos distintos escalões que corresponderãoaos diversos patamares de autoridade (por ex. diretor deDepartamento, diretor de Divisão, chefe de Seção, encarregadode Setor). Também se desconcentra com base em critérios territorial ougeográfico (por ex.: delegacia regional da Saúde em São Paulo,Minas Gerais, Rio de Janeiro).Essa distribuição de competências pelo processo dedesconcentração não prejudica a unidade monolítica doEstado, pois, todos os órgãos e agentes permanecem ligadospor um sólido vínculo denominado hierarquia (que é o vínculode autoridade que une órgãos e agentes de escalõessucessivos, numa relação de autoridade, de superior a inferiorde hierarquia a subalterno).

Descentralização - pressupõe pessoas jurídicas diversas; aquela queoriginariamente tem ou teria titulação sobre certa atividade eaqueloutra à qual foi atribuído o desempenho das atividades emcausa.

Já a desconcentração está sempre referida a uma só pessoa,pois se cogita da distribuição de competências na intimidade dela, mantendo-se,pois, o liame unificador da hierarquia.

Pela descentralização, rompe-se uma unidade personalizada enão há vínculo hierárquico entra a Administração Central e a pessoa estataldescentralizada. Assim, a segunda não é subordinada à primeira; o que passa aexistir, na relação entre ambas, é um poder chamado controle (que é o poder que aAdministração Centralizada tem de influir sobre a pessoa descentralizada).

PARA MEMORIZAR: ADM. DIRETA => DESCONCENTRAÇÃO => HIERARQUIAADM. INDIRETA => DESCENTRALIZAÇÃO => CONTROLE

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ADMINISTRAÇÃO INDIRETAENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

1 - AUTARQUIAS2 – FUNDAÇÕES PÚBLICAS3 – EMPRESAS PÚBLICAS4 – SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA5 – DEMAIS ENTIDADES CONTROLADAS DIRETA OU

INDIRETAMENTE PELA UNIÃO, ESTADO, DF E MUNICÍPÍOS.

Observações Importantes

1 – organizações sociais e organizações da sociedade civil de interessepúblico: não são pessoas da Administração Indireta, pois são organizaçõesparticulares alheias à estrutura governamental, com as quais o Poder Público (queas concebeu normativamente – Leis 9637/98 e 9790/99, respectivamente), se dispõea manter parcerias com a finalidade de desenvolver atividades valiosas para ascoletividades e que são livres à atuação da iniciativa privada, conquanto algumasdelas, quando exercidas pelo Estado se constituem em serviços públicos.

2 - agências reguladores e agências executivas: são modalidades de autarquia(autarquias sob regime especial):

• Agências reguladoras – criadas para disciplinar e controlar certas atividadescomo:

a - serviços públicos propriamente ditos (ex.: energia elétrica - ANEEL,telecomunicações – ANATEL);

b - atividades de fomento e fiscalização de atividade privada ex.: cinema –ANCINE)

c – atividades ligadas à indústria do petróleo (ANP)

d – atividades facultadas aos particulares e também protagonizadas peloEstado (e quando o fizer serão serviços públicos) (ex.: serviços de saúde,desempenhados por particulares no exercício da livre iniciativa sob disciplina decontrole da ANVISA)

e - agência reguladora do uso de bem comum (Agência Nacional de Águas –ANA)

• Agências executivas – autarquias ou fundações que tenham um planoestratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional e hajamcelebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor ( oPresidente da República edita medidas de organização administrativaespecífica para elas, visando a lhes assegurar autonomia de gestão e

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disponibilidade de recursos para cumprimento das metas de contrato degestão, o qual terá prazo mínimo de um ano).

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

1 – São encargos daqueles que gerem bens e interesses da comunidade,expressos em lei e impostos pela moral administrativa.

2 – Cada agente administrativo é investido da necessária parcela de poderpúblico para o desempenho de suas atribuições. Esse poder é um atributodo cargo ou de função e não privilégio da pessoa que o exerce.

3 – O uso do poder só é lícito para impedir que um indivíduo prejudiquedireitos alheios ou se escuse a cooperar pela manutenção dasociedade.

4 – O poder administrativo é, portanto, atribuído à autoridade para remover osinteresses particulares que se opõem ao interesse público. Nessascondições, o poder de agir se converte no dever de agir, dever porquenão se admite a omissão da autoridade diante de situações que exigem suaatuação

5 – A omissão da autoridade ou o silêncio da Administração quando deva agirou manifestar-se gera responsabilidade (administrativa, civil e atécriminal) para o agente omisso e autoriza a obtenção, por via judicial, doato omitido (notadamente por MS, se lesivo de direito líquido e certo)

Deveres do administrador público

Principais: I – de eficiênciaII – de prestar contasIII – de probidade

I – Dever de eficiência1 – A eficiência funcional abrange a produtividade do exercente do cargo ou

da função, e a perfeição do trabalho e sua adequação técnica aos finsvisados pela Administração.

2 – O descumprimento desse dever possibilita a dispensa (demissão) doservidor público estável mediante procedimento de avaliação periódicade desempenho, na forma da lei complementar.

3 – Se o servidor está em estágio probatório, a verificação de sua eficiênciaé condição para aquisição de estabilidade (essa avaliação de desempenhoé feita por comissão especialmente instituída para esse fim).

II – Dever de prestar contas1 – Refere-se não apenas aos dinheiros públicos, à gestão financeira, mas

a todos os atos de governo e de administração.2 – Regra universal: quem gera o dinheiro público ou administra bens ou

interesses da comunidade deve prestar contas ao órgão competente paraa fiscalização. Assim, tal dever alcança não só administradores de entidades e órgãospúblicos, como também os de entes paraestatais e até particulares querecebam subvenções estatais para aplicação determinada.

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3 – A prestação de contas é feita ao órgão legislativo de cada entidadeestatal através do Tribunal de Contas competente, que auxilia o controleexterno da administração financeira (na esfera federal, por ex., a prestaçãoé feita ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU).

4 – A própria exigência de publicidade dos atos e contratos da Administraçãoestá a indicar que o administrador público deve contas de toda sua atuaçãoaos administrados.

III – Dever de probidade1 – É o dever, que o administrador público tem, de ser probo, isto é, íntegro,

honrado, cumpridor de suas obrigações e cauteloso no modo de proceder.2 – Os atos de improbidade cometidos pelo administrador público, além de

poderem ser anulados pela chamada AÇÃO POPULAR (que qualquercidadão pode mover na Justiça), sujeita o administrador improbo àsseguintes sanções previstas na Constituição Federal.a) suspensão dos direitos políticos;b) perda da função pública;c) ressarcimento ao Erário/Tesouro Público;d) responsabilização penal (se o ato configurar crime).

3 – Lei sobre improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92)Prevê 3 espécies de atos de improbidade administrativa:

a) que importam enriquecimento ilícito;b) que causam prejuízo ao erário;c) que atentam contra os princípios da Administração Pública (por ex.

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade)NOTA: quanto aos atos (a) e (b), caberá à autoridade administrativa que apura

tais ilícitos representar ao MP para a indisponibilidade dos bens doindiciado que seja suficiente para cobrir o acréscimo patrimonialdecorrente do enriquecimento ilícito (a) ou para ressarcirintegralmente o dano (b). A medida de indisponibilidade dos bensé requerida pelo MP ao Poder Judiciário para garantir a execução dasentença que julgar procedente a ação de improbidade (os bens são“congelados” até o final do processo).

- Quem pode praticar atos de improbidade administrativa (sujeito ativo):a) servidor público (todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou

sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ouqualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,emprego ou função nas entidades que podem ser sujeitos passivos de taisatos)

b) particular (que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra paraa prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer formadireta ou indireta).

- Que entidades podem sofrer atos de improbidade administrativa(sujeito passivo):

a) órgãos da Adm. Pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dosPoderes nas 3 esferas (federal, estadual e municipal);

b) empresa incorporada ao patrimônio público ou entidade para cuja criaçãoou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do

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patrimônio ou da receita anual (se for menos de 50%, a sançãopatrimonial limitar-se-á à repercussão do ilícito sobre a contribuição doscofres públicos).

c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal oucreditício, de órgão público (neste caso, a sanção patrimonial também selimitará à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos).

USO E ABUSO DO PODER

Uso do poder1 – Usar normalmente o poder é empregá-lo segundo as normas legais, a

moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interessepúblico.

2 – Abusar do poder é empregá-lo fora da lei, sem utilidade pública.3 – O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito, gerando a nulidade do

ato abusivo, por excesso ou desvio de poder.

Abuso do poder1 – Ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato,

ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidadesadministrativas.

2 – Espécies do gênero abuso de poder (abuso de autoridade)a) Excesso de poder – ocorre quando a autoridade, com culpa ou dolo, vai

além do permitido por lei e exorbita no uso de suas faculdadesadministrativas. O ato que pratica é nulo. Ex: fiscal municipal temcompetência para, no máximo, multar, mas acaba determinando ofechamento do estabelecimento comercial.

b) Desvio de finalidade – dá-se quando a autoridade pratica o ato pormotivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelointeresse público. É a violação moral da lei, quando o administradorpúblico pratica um ato aparentemente legal, mas por motivos imorais. Ex:quando a autoridade decreta uma desapropriação alegando utilidadepública, mas, na realidade, visa a satisfazer interesse pessoal próprio oufavorecer terceiros.

NOTA: O ato administrativo praticado como abuso de poder (excesso depoder ou desvio de finalidade) deve ser declarado nulo, cabendo,quando tiver havido prejuízo ao administrado, direito a indenização.

PODERES ADMINISTRATIVOS

- São verdadeiros instrumentos de trabalho de que dispõe a AdministraçãoPública para a realização de suas tarefas que devem ter sempre comoobjetivo o interesse público.

Classificação dos poderes administrativos

I – Conforme a liberdade da Administração para a prática de seus atos:1) poder vinculado2) poder discricionário

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II – Conforme o objetivo de ordenamento da Administração ou de puniçãodaqueles que se vinculam a ela:3) poder hierárquico4) poder disciplinar

III – Conforme sua finalidade normativa:5) poder regulamentar

IV – Conforme seus objetivos de contenção dos direitos individuais6) poder de polícia

- Tais poderes podem ser usados pela Administração isolada ouacumuladamente

Ex: ato de polícia administrativa, que é normalmente precedido de umaregulamentação do Executivo (poder regulamentar), em que a autoridadeescalona e distribui as funções dos agentes fiscalizadores (poder hierárquico),concedendo-lhes atribuições vinculadas (poder vinculado) ou discricionárias(poder discricionário), para a imposição de sanções aos infratores (poder depolícia); e se o agente incumbido de executar o ato de polícia administrativacometer uma infração funcional, estará sujeito a punição (poder disciplinar).

1) Poder vinculado- É aquele que a lei confere à Administração Pública para a prática de

determinado ato, mas fixa certos elementos (ou requisitos) que deverão sernecessariamente obedecidos.

- Três elementos de qualquer ato administrativo são sempre vinculados (ouseja, regrados pela lei): competência, finalidade e forma.

- E se a lei fixa todos os requisitos do ato, é ele absolutamente vinculado.- Se o administrador não observar qualquer dos requisitos fixados em lei, o

ato será nulo (tal nulidade pode ser declarada pela própria Administraçãoou pelo Poder Judiciário)

2) Poder discricionário- É o concedido, por lei, para que a Administração pratique determinado ato

com liberdade de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.- A discricionariedade é sempre parcial, pois há sempre 3 requisitos

(elementos) do ato administrativo (competência, forma e finalidade)fixados por lei e sobre os quais o administrador não exerce poder algum dealteração. Se alterar qualquer desses três requisitos, o ato passa a serarbitrário.

- O Poder Judiciário só pode interferir, na aplicação do ato discricionário,quanto àqueles 3 requisitos e não quanto à conveniência, oportunidade econteúdo, cuja avaliação cabe ao administrador.

Ex: a lei orçamentária destina verba para construção de hospital, cabendo aoPrefeito escolher a região para sua construção. O ato dele será discricionário,mas ele não poderá utilizar esse dinheiro para outro objetivo ainda querelacionado à saúde (ex: compra de remédios) e terá de abrir concorrênciapara habilitar uma construtora para executar o serviço, sem favorecer ninguém.

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Se, porém, a lei fixasse todos os elementos do ato a ser executado, inclusivequanto à conveniência, oportunidade e conteúdo, o ato passaria a servinculado (no exemplo acima, a lei estabeleceria o prazo máximo e o exatolocal para a construção do hospital e até quais especialidades ele teria).

3) Poder hierárquico- É o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus

órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo arelação de subordinação entre os servidores de seu quadro depessoal.

- Assim é que o superior tem faculdades decorrentes do poder hierárquico,tais como: dar ordens, fiscalizar, delegar atribuições, rever atos.

4) Poder disciplinar- É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos

servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços daAdministração.

- Tal poder é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não seconfunde. No uso do poder hierárquico a Administração Pública distribui eescalona as funções de seus agentes; no uso do poder disciplinar elecontrola o desempenho deles, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.

5) Poder regulamentar- É a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (nas 3 esferas:

federal, estadual e municipal) de explicar a lei para sua correta execução(o chamado regulamento de execução) ou de expedir decretosautônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada porlei (o chamado regulamento autônomo).

- É um poder indelegável a qualquer subordinado.- Se o regulamento for imprescindível para a execução da lei e o chefe do

Poder Executivo competente não o tiver expedido, o beneficiário poderáutilizar-se do mandado de injunção para obter a norma regulamentadora.

6) Poder de polícia- É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e

restringir o uso e gozo de bens e direitos individuais, em benefício dacoletividade ou do próprio Estado.

- A finalidade do poder de polícia é a proteção ao interesse público.- Sanções do poder de polícia: multa, interdição de atividade, fechamento

de estabelecimento, demolição de construção, embargo de obra, destruiçãode objetos, inutilização de gêneros, proibição de fabricação ou comércio decertos produtos, vedação de localização de indústrias ou de comércio emdeterminadas zonas.

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DIREITO ADMINISTRATIVOATOS ADMINISTRATIVOS

ATO ADMINISTRATIVO - declaração do Estado (ou de quem o represente),que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regimede direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário; tais efeitosjurídicos referem-se a criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguirsituações jurídicas do administrado a que vise tal declaração.

CARACTERÍSTICAS

1) Declaração do Estado (e não manifestação, pois esta não pode serexteriorizada por meio de ato administrativo e, mesmo assim, produzir efeitojurídico, como é o caso do silêncio);2) Sob regime jurídico administrativo - com todas as prerrogativas erestrições próprias do Poder Público;3) Produz efeitos jurídicos imediatos - afasta-se dos atos que não produzemtais efeitos (como os materiais e enunciativos) e dos atos que sejamnormativos (o regulamento, por exemplo, é mais semelhante à lei);4) sempre passível de controle judicial.

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

I) Presunção de legitimidade e veracidade

a) Presunção de legitimidade - refere-se à conformidade com a LEI e,por isso, presume-se que o ato administrativo foi emitido comobservância da lei, até prova em contrário.

b) Presunção de veracidade - refere-se aos fatos: os fatos alegadospela Adm. presumem-se verdadeiros (ex: certidões, atestados,declarações, todos dotados de fé pública).

- Efeitos decorrentes da PRESUNÇÃO DE VERACIDADE

1) enquanto NÃO decretada a invalidade do ato pela própria Adm.ou pelo Judiciário, o ato produzirá efeitos, devendo ser cumprido;

2) o Judiciário não pode apreciar EX OFFICIO (isto é, de iniciativaprópria, sem provocação) a validade do ato, nem mesmo quandose tratar de nulidade absoluta, a qual só poderá ser judicialmentedecretada a pedido da pessoa interessada (neste ponto é diferentedos atos jurídicos em geral, cuja invalidade pode ser decretada deofício)

3) a presunção de VERACIDADE inverte o ônus da prova (não sediga o mesmo, porém, quanto à presunção de legitimidade, que nãoexige produção de matéria de fato mas apenas se refere aoconfronto entre o ato e a lei).

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II) Imperatividade

- atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros,independentemente de sua concordância;- não existe em todos os atos administrativos, mas apenas naqueles queimpõem obrigações (esse atributo inexiste em ato enunciativo -certidão, atestado, parecer - ou naquele outorgante de direitos aoadministrado - licença, autorização, permissão, admissão);- o ato de direito privado praticado pela Administração, ao contrário doato adm., não cria qualquer obrigação a terceiros sem a suaconcordância; portanto, não é dotado de imperatividade.

III) Auto-executoriedade

- atributo pelo qual o ato adm. pode ser posto em execução pela própriaAdministração Pública, sem necessidade de intervenção do PoderJudiciário; - não existe em todos os atos administrativos, só sendo possível:

1) quando expressamente prevista em LEI• em matéria de contrato, são exemplos de medidas auto-executáveis:

a retenção da caução, a utilização dos equipamentos e instalaçõesdo contrato para dar continuidade à execução do contrato deencampação;

• em matéria de polícia administrativa, são medidas auto-executóriasprevistas em lei: a apreensão de mercadorias, o fechamento decasas noturnas, a cassação de licença para dirigir.

2) quando se trata de medida urgente que, se não adotada deimediato, possa ocasionar prejuízo maior para o interesse público, noâmbito da polícia administrativa, ex.:• demolição de prédio que ameaça ruir;• internamento de pessoa com doença contagiosa;• dissolução de reunião que ponha em risco a segurança de pessoas

e coisas.

IV) Exigibilidade

- é outro atributo vislumbrado pelo prof. Celso Antônio Bandeira de Mello.• é a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função

administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, aobservância, das obrigações que impôs. Pela exigibilidade, pode-se induzir à obediência; já pela auto-executoriedade, vai-se além:pode-se compelir, constranger fisicamente.

• a auto-executoriedade não se confunde com a exigibilidade, poisesta não garante, só por si, a possibilidade de coação material, deexecução do ato.

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Exemplo: a intimação para que o administrado construa calçadadefronte de sua casa ou terreno não apenas impõe esta obrigação(atributo da IMPERATIVIDADE), mas é exigível porque, se oparticular desatender ao mandamento, pode ser multado sem que aAdministração necessite ir ao Judiciário para que lhe seja atribuído oureconhecido o direito de multar. Ainda mais: a Administração podeconstruir a calçada, por conta própria, e debitar o custo dessa obra aoadministrado (é a chamada "execução de ofício"), igualmente semnecessidade de socorrer-se das vias judiciais para realizar estaconstrução (atributo da EXIGIBILIDADE). Entretanto, não podeobrigar materialmente, com coatividade, o particular a realizar aconstrução da calçada (falta, aí, o atributo da AUTO-EXECUTORIEDADE)Exemplos de auto-executoriedade: quando a Administração, por simesma:

• dissolve uma passeata;• interdita uma fábrica;• se apossa de bens indispensáveis ao consumo da população em caso

de urgência ou calamidade pública;• apreende medicamento cujo prazo de validade se expirou;• destrói alimentos deteriorados postos à venda;• interna compulsoriamente uma pessoa portadora de moléstia infecto-

contagiosa em época de epidemia.

V) Tipicidade

- é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figurasdefinidas previamente pela lei como aptas a produzir determinadosresultados; representa uma garantia para o administrado, pois o atributode tipicidade decorre diretamente do princípio da legalidade, pelo qual aAdministração Publica só pode fazer aquilo que a lei manda e como a leimanda.

ELEMENTOS (REQUISITOS) DO ATO ADMINISTRATIVO

I) A lei 4717/65 (Lei da ação popular), cujo art 2º indica os atos nulos,menciona os 5 elementos dos atos administrativos:

1) competência;2) forma;3) objeto;4) motivo;5) finalidade.

Tais elementos são essenciais. Já os elementos considerados acidentais ouacessórios se referem ao objeto do ato e só podem existir nos atosdiscricionários, porque decorrem da vontade das partes; tais elementosampliam ou restringem os efeitos jurídicos do ato e compreendem:o termo;

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a condição;o modo (encargo).

Nota Importante:- pelo termo, indica-se o dia em que inicia ou termina a eficácia do ato;- o modo é um ônus imposto ao destinatário do ato:- a condição é a cláusula que subordina o efeito do ato a evento futuro eincerto, podendo ser:

• suspensiva : quando suspende o início da eficácia do ato;• resolutiva: quando, verificada, faz cessar a produção de efeitos

jurídicos do ato.

II) Quanto à competência é preferível usar a expressão sujeito, já que acompetência é apenas um dos atributos que ele deve ter para validar o ato;além de competente, deve ser capaz, nos termos do Código Civil.

1) Sujeito• É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.• competência - conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e

agentes, fixadas pelo direito positivo.• a competência:

a) decorre sempre da lei;b) é inderrogável (quer pela vontade da Adm., quer por acordo com 3ºs),

pois é conferida em benefício do interesse público;c) pode ser objeto de delegação ou de avocação desde que não se trate

de competência conferida com exclusividade, pela lei, a determinadoórgão ou agente;

A rigor, não havendo lei, entende-se que é competente o Chefe do PoderExecutivo, já que ele á a autoridade máxima da organização administrativa(contudo, a Lei 9784/99 - que dispõe sobre o processo administrativo no âmbitofederal - adotou, em seu art.17, critério diverso, determinando que, inexistindocompetência legal específica, o processo adm. deverá ser iniciado perante aautoridade de menor grau hierárquico para decidir).

- As características da inderrogabilidade e da possibilidade de delegação eavocação estão na Lei nº 9784/99, art.11:"a competência é irrenunciável e seexerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo oscasos de delegação e avocação legalmente admitidos".Embora esse dispositivo dê a impressão de que a delegação somente épossível quando a lei permita, a regra é a possibilidade de delegação e aexceção é a impossibilidade, que só ocorre quando se trate de competênciaoutorgada com exclusividade a determinado órgão (essa idéia está no art. 12da Lei 9784/99) .- A possibilidade de avocação existe como regra geral decorrente dahierarquia desde que não se trate de competência exclusiva dosubordinado (o art. 15 da Lei 9784/99 restringiu-a, porém, só a admitindotemporariamente e por motivo relevante justificado).

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2) Objeto (ou Conteúdo)

- é o efeito jurídico imediato que o ato produz, fazendo nascer, extinguir outransformar-se um determinado direito.

- o objeto (como no direito privado) deve ser:a) lícito - conforme à lei;b) possível - realizável no mundo dos fatores e do direito;c) certo - definido quanto ao destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao lugar;d) moral - em consonância com os padrões comuns de comportamento,

aceitos como corretos, justos, éticos.

3) Forma

- a regra é a forma escrita, para que tudo fique documentado e passível deverificação a todo momento; a não ser que a lei preveja expressamentedeterminada forma (como decreto, resolução, portaria, etc.), a Administraçãopode praticar o ato pela forma que lhe parecer mais adequada;

- a Lei 9784/99 (art.22) consagra praticamente, como regra, o informalismo doato administrativo, exigindo apenas (§1º) que os atos sejam produzidos "porescrito, em vernáculo, com data e o local de sua realização e a assinatura daautoridade responsável".

- A motivação do ato administrativo integra o conceito de forma; ela é aexposição dos fatos e do direito que serviram de fundamento para a práticado ato (a sua ausência impede a verificação da legalidade do ato).

- é só o exame de cada caso concreto que permite concluir se a forma é ounão essencial; será necessariamente tida como essencial quando forestabelecida como garantia de respeito aos direitos individuais.

4) Finalidade

- é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato;- enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz (aquisição,

transformação ou extinção de direitos), a finalidade é o efeito mediato;- enquanto o motivo antecede a prática do ato, correspondendo aos fatos, às

circunstâncias, que levam a Administração a praticar o ato, a finalidadesucede à prática do ato, porque corresponde a algo que a Administração queralcançar com a sua edição;

- o ato será ilegal, por desvio de poder se:a) infringida a finalidade legal do ato (em sentido restrito), ex.: a Adm.

remove o funcionário a título de punição (o ato foi praticado comfinalidade diversa da prevista em lei);

b) desatendido o fim de interesse público do ato (em sentido amplo), ex.:a Adm desapropria um imóvel para perseguir o seu proprietário, inimigopolítico (atende-se, assim, ao interesse particular da autoridade).

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5) Motivo

- é pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao atoadministrativo.- pressuposto DE DIREITO - é o dispositivo legal em que se baseia o ato;- pressuposto DE FATO - corresponde ao conjunto de circunstâncias, deacontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato;- no ato de punição do funcionário, o motivo é a infração que ele praticou; notombamento, o motivo é o valor cultural do bem.- motivação: é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, porescrito, de que os pressupostos de fato realmente existiram;

. é, em regra, necessária, tanto para os atos vinculados como para osatos discricionários, pois constitui garantia de legalidade para ointeressado e para a Adm. Pública;

. a motivação permite a verificação, a qualquer momento da legalidade doato, até mesmo pelos demais poderes do Estado.

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LICITAÇÃO

CONCEITO – licitação é o procedimento administrativo pelo qual um entepúblico, no exercício de função administrativa, abre a todos os interessadosque se sujeitem ás condições fixadas no instrumento convocatório, apossibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará eaceitará a mais conveniente para a celebração do contrato.

PRINCÍPIOS

1) Princípio da Igualdade

- Veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência emfavor de determinados licitantes em detrimento dos demais.

- O princípio da competividade, previsto no art. 3º,§ 1º, I, da Lei 8666, édecorrente do princípio da ISONOMIA (ato de frustrar ou fraudar ocaráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter,para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objetoda licitação é crime, previsto no art.90).

- Exceções ao princípio de igualdade:1ª) a que assegura, em igualdade de condições, como critério de

desempate, preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capitalnacional;II - produzidos no País;III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisae no desenvolvimento de tecnologia no País.

2ª) que se refere às aquisições e bens e serviços de Informática eAutomação, para dar preferência aos produzidos por empresas decapital nacional, observada a seguinte ordem:I - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no país;II- bens e serviços produzidos no país, com significativo valoragregado local.

2) Princípio da Legalidade

- Princípio segundo o qual a licitação constitui um procedimentointeiramente vinculado à lei: todas as suas fases estão rigorosamentedisciplinadas na Lei 8666, cujo art. 4º estabelece que todos quantosparticipem dela têm direito público subjetivo à fiel observância dopertinente procedimento estabelecido na lei.

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3) Princípio da Impessoalidade

- Princípio intimamente ligado aos princípios da isonomia e do julgamentoobjetivo: todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos dedireitos e obrigações, devendo a Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as condiçõespessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, SALVO asexpressamente previstas na lei ou no instrumento convocatório.

4) Princípio da Moralidade e da Probidade

- O princípio da moralidade exige da Administração comportamento nãoapenas lícito, mas também consoante com a moral, os bons costumes, asregras de boa administração, os princípios da justiça e de eqüidade, aidéia comum de honestidade.

- O princípio da probidade nada mais é do que honestidade no modo deproceder.

5) Princípio da Publicidade

- Diz respeito não apenas à divulgação do procedimento paraconhecimento de todos os interessados, como também, aos atos daAdministração praticados nas várias fases do procedimento, que podeme dever ser abertas aos interessados, para assegurar a todos apossibilidade de fiscalizar sua legalidade.

6) Princípio da Vinculação ao instrumento convocatório

- Sua inobservância enseja nulidade do procedimento; ele significa quea Administração não pode descumprir normas e condições do edital,ao qual se acha estritamente vinculada (art.41), como também exige queo julgamento e classificação das propostas se façam de acordo comos critérios de avaliação constantes no Edital (43,v).

- O princípio dirige-se tanto à Administração como aos licitantes, poisestes não podem deixar de atender aos requisitos do instrumentoconvocatório (edital ou carta-convite).

- Se aceita proposta ou celebrado contrato com desrespeito às condiçõespreviamente estabelecidas, burlados estarão os princípios da licitação, emespecial o da igualdade entre os licitantes, pois aquele que se prendeu aostermos do edital poderá ser prejudicado pela melhor proposta apresentadapor outro licitante que os desrespeitou.

7) Princípio do Julgamento Objetivo

- Também decorrente do princípio da Legalidade e significa que o

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julgamento das propostas há de ser feito de acordo com os critéiros fixadosno edital (at.45).

- Para fins de julgamento objetivo, 4 são os tipos de licitação:1) de menor preço;2) de melhor técnica;3) de técnica e preço;4) de maior lance ou oferta.

- Na ausência de critérios, presume-se que a licitação é a de menorpreço.

8) Princípio da Adjudicação Compulsória

- Segundo o qual, a Administração não pode, concluído o procedimento,atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor (adjudicar=atribuir algo a alguém).

- A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistirexpressamente do contrato ou o não firmar no prazo fixado, a menosque comprove justo motivo.

- A compulsoriedade também veda que se abra nova licitação enquantoválida a adjudicação anterior.

- O direito do vencedor limita-se à adjudicação (ou seja, à atribuição a eledo objeto da licitação) e não ao contrato imediato (é assim porque a Adm.pode, licitamente, revogar ou anular o procedimento ou ainda, adiar ocontrato, quando ocorram motivos para essas condutas; o que não se lhepermite é contratar com outrem, enquanto válida a adjudicação, nem revogaro procedimento ou protelar indefinidamente a adjudicação ou a assinatura docontrato sem justa causa).

9) Princípio da Ampla Defesa

- Princípio de observância obrigatória, com os meios e recursos a eleinerentes, inclusive no caso de aplicação das sanções administrativas(art.87).

- Aplica-se também o princípio do contraditório, em qualquer tipo deprocesso administrativo em que haja litígio.

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OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃO

Estão obrigados à Licitação:1) todos os órgãos da Administração Direta;2) fundos especiais;3) autarquias;4) fundações públicas;5) empresas públicas;6) sociedades de economia mista;7) demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,Estados, DF e Municípios.

DISPENSA

1- O art.37, inc.21,da CF, exige licitação para os contratos sobre obras,serviços, compras e alienações, só deixando de ser obrigatória nashipóteses fixadas por lei ordinária.Já essa ressalva não existe no art.175 da CF, que, ao facultar a execuçãopública por concessão ou permissão, exige que ela se faça sempreatravés de licitação.

2- Diferença entre dispensa e inexigibilidade.Dispensa - nela, há possibilidade de competição que justifique a licitação;de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competênciadiscricionária da Adm.Inexigibilidade - nela, não há possibilidade de competição, porque só existeum objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Adm.; alicitação é, portanto, inviável.

HIPÓTESES DE DISPENSA

Quatro categorias:a) em razão de pequeno valor;b) em razão de situações excepcionais;c) em razão do objeto;d) em razão da pessoa.

a) Em razão de pequeno valor

- É dispensável a licitação para obras e serviços de engenharia de valorde até 10% do limite previsto na alínea a, inc. I, art. 23 (R$ 150.000,00),desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ouainda de obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local quepossam ser realizados conjunta ou concomitantemente (art. 24);

- Para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto do art23, II a (R$ 80.000,00), e para alienações, nos casos previstos na Lei

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(art.17), desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviçocompra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de umavez só.

- Tais percentuais serão de 20% para compras, obras e serviços contratadospor sociedades de economia mista e empresa pública, além deautarquia e fundação qualificadas como Agências Executivas, na formada lei.

b) Em razão de situações excepcionais

Hipóteses:1) os casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

2) os casos de emergência ou de calamidade pública; nessas situações,o contrato não pode ultrapassar de 180 dias: se exigir prazo superior, alicitação tornar-se-á obrigatória;

3) quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para aAdministração; mantidas, neste caso, todas as condiçõespreestabelecidas no instrumento convocatório (pois, se alteradas ascondições, é possível que, aberta nova licitação, apareçam licitantesinteressados); é caso de licitação deserta, que não se confunde com alicitação fracassada (na qual aparecem interessados, mas nenhum éselecionado, em decorrência da inabilitação ou da desclassificação; nestecaso a dispensa de licitação não é possível);

4) na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, emconsequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem declassificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condiçõesoferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,devidamente corrigido;

5) quando a União tiver de intervir no domínio econômico, para regularpreços ou normatizar o abastecimento;

6) quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamentesuperiores aos praticados no mercado nacional, ou foremincompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes,casos em que será admitida a adjudicação direta dos bens ouserviços, por valor não superior ao constante do registro de preçosou dos serviços, desde que se dê nova chance aos licitantes para que,no prazo de 8 dias úteis, apresentem propostas escoimadas (livres) dascausas da desclassificação. (A compra de bens por preço superior ao de mercado caracteriza umadas hipóteses de nulidade ensejadora da propositura da ação popular egera responsabilidade solidária do fornecedor e do agente públicoresponsável - art. 25, § 2º).

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7) quando houver possibilidade de comprometimento da segurançanacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente daRepública, ouvido o Conselho de Segurança Nacional;

8) para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordointernacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quandoas condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o PoderPúblico.

c) Em razão do objeto

1) para a compra ou locação de imóvel, atendidos 3 requisitos:I - que as características do imóvel atendam às finalidades precípuas da

Administração;II - que haja avaliação prévia; eIII - que o preço seja compatível com o valor de mercado.

2) nas compras de hortifrutigranjeiros, pães e outros gênerosperecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórioscorrespondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

3) para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes àsfinalidades do órgão ou entidade (já outros tipos de órgãos dependem delicitação para a celebração do contrato).Tal fato é caso de dispensa (que é sempre facultativa);porém, pode sercaso de inexigibilidade se tratar de restauração de obra de arte que exijaserviço de natureza singular, com profissional ou empresa de notóriaespecialização (at.25, inc II); a própria lei deixou essa abertura, ao incluir, noart.13, inc 7, a "restauração de obras de arte e bens de valor histórico"entre os serviços especializados a que se refere o art 25, II (nesse caso, aautoridade deverá observar os arts. 25, § 1º, e 26);

4) para aquisição de componentes ou peças de origem nacional ouestrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante operíodo de garantia técnica, junto ao fornecedor original dessesequipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensávelpara a vigência da garantia (esta hipótese melhor se enquadraria entre as deinexigibilidade, pois, se os componentes ou peças são indispensáveispara a vigência da garantia - o que deve ser devidamente comprovada - háinviabilidade de competição);

5) nas compras de materiais de uso pela Forças Armadas, com exceçãode materiais de uso pessoal e administrativo, quando houvernecessidade de manter a padronização;

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6) para a aquisição de bens destinados exclusivamente à pesquisacientífica e tecnológica com recursos concedidos por InstituiçõesOficiais de Pesquisa.

d) Em razão da pessoa

1) para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno debens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integrea Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico,em data anterior à vigência da Lei nº 8666/93, desde que o preço contratadoseja compatível com o praticado no mercado.- Contratante e contratado devem ser do mesmo nível de governo, já queninguém vai criar um ente para prestar serviços ou fornecer bens parapessoas jurídicas de outra esfera e governo;

2) para a impressão dos DO's, formulários padronizados, ediçõestécnicas oficiais, a prestação de serviços de informática à pessoa jurídicade direito público por órgãos ou entidades que integrem a Adm. Pública,criados para esse fim específico;

3) na contratação de instituição brasileira de pesquisa, ensino oudesenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada àrecuperação social do preso, desde que a contratada detenhainquestionável reputação ético-profissional;

4) na contratação de associação de portadores de deficiência físicasem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidadesda Adm. Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado nomercado.

5) contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica comconcessionária, permissionário ou autorizado.

6) para a celebração de contratos de prestação de serviços com asorganizações sociais, para as atividades comtempladas no contrato degestão.

HIPÓTESES DE INEXIGIBILIDADE

1) aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam serfornecidos por produtor, empresa ou representante comercialexclusivo, vedada a preferência por marca (devendo a comprovação daexlcusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registrodo comércio local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço,

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pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal ou por entidadesequivalentes);

2) contratação de serviços técnicos enumerados no art.13, de naturezasingular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedadaa exigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

3) contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamenteou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela críticaespecializada ou pela opinião pública;

TIPOS DE LICITAÇÃO

I - a de menor preço - observando-se que o licitante vencedor deveapresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ouconvite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica - neste tipo, porém, o critério do preço é queacabará prevalecendo sobre o da técnica: abertos os envelopes contendoas propostas técnicas e feita sua classificação pela ordem de preferência,serão abertos os envelopes contendo as propostas de preço; se a melhortécnica coincidir com o menor preço, a seleção está decidida; se, contudo,a melhor técnica não for a de menor preço, a Comissão deverá abrir umanegociação com o proponente mais bem classificado tecnicamente paratentar fazê-lo reduzir os preços, tendo como limite a proposta de menorpreço apresentada entre os licitantes classificados. Não conseguindo essaredução, será feita negociação com o 2º colocado e com os demaisproponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo paraa contratação;

III - a técnica e preço - observar-se-ão os mesmos critérios estabelecidospara a licitação de "melhor técnica", ou seja, serão classificados aspropostas técnicas de acordo com os critérios fixados no edital; finalmente,a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a "médiaponderada" dos valores atribuídos às propostas, de acordo com os pesospré-estabelecidos no instrumento convocatório;

IV - a de maior lance ou oferta - no caso de alienação de bens ouconcessão de direito real de uso (modalidade leilão).

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

1) Concorrência2) Tomada de preços3) Convite4) Concurso5) Leilão6) Pregão

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1) Concorrência

usada para contratos de grande valor, em que se admite a participação dequaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfaçam ascondições do edital (princípio da universalidade), convocados com aantecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgãooficial e pela imprensa particular.

é obrigatória: nas contratações de obras, serviços e compras dentro do limite de valor

fixado pelo ato competente ( tais limites são diferentes para obras eserviços de engenharia e para outros serviços e compras);

na compra e alienação de bens imóveis e concessão de direito real deuso, independentemente do valor do contrato.

2) Tomada de preços

é a realizada entre interessados previamente registrados (cadastrados) eadmissível nas contratações de obras, serviços e compras dentro doslimites de valor estabelecidos na lei (limites obviamente menores do queaqueles usados na concorrência).

o que distingue esta modalidade da concorrência é a habilitação préviados licitantes através de registros cadastrais.

3) Convite

destina-se a contratações de pequeno valor, consistindo na solicitaçãoescrita (convite) a pelo menos 3 interessados do ramo, registrados ou não,para que apresentem suas propostas no prazo mínimo de 5 dias úteis.

4) Concurso

destina-se à escolha de trabalho técnico ou artístico, predominantementede criação intelectual.

5) Leilão

utilizável na venda de bens móveis e semoventes e, em casos especiais,também de imóveis.

no leilão não se torna necessária qualquer habilitação prévia dolicitante; o essencial é a avaliação prévia do bens a serem leiloados.

o leilão é um ato negocial instantâneo: o bem é apregoado, os lances sãoverbais e a venda é feita à vista ou a curto prazo e a entrega se processade imediato.

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6) Pregão

é uma modalidade de licitação de menor preço para aquisição de bens eserviços comuns (bens e serviços padronizados, isto é, que podem sersubstituídos uns por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência);a natureza de tais bens afasta desde logo os serviços de engenharia, bemcomo todos aqueles que devem ser objeto de licitação nas modalidades demelhor técnica ou de técnica e preço.

A grande vantagem dessa mais nova modalidade licitatória, criada pela Leinº 10520/02; (em relação às demais modalidades previstas na Lei nº8666/94) é a de inverter a ordem procedimental: procura-se verificarprimeiro quem venceu a etapa comercial, para depois conferir osdocumentos de habilitação do vencedor; se este não for habilitado, deacordo com as exigências constantes do edital, será verificada adocumentação do classificado em 2° lugar, e assim subseqüentemente(suprime-se, assim, tempo precioso despendido no exame dadocumentação de concorrentes que foram eliminados no julgamento daspropostas).

Nota importante:

Editais – prazos mínimos entre a publicação editalícia e o recebimentodas propostas ou a realização do evento.- 45 dias para: concurso

concorrência nos tipos melhor técnica ou técnica epreço ou se tratar de empreitada integral

- 30 dias para: concorrência nos demais casostomada de preços nos tipos melhor técnica ou técnica epreço

- 15 dias para: tomada de preços, nos demais casos.- 5 dias ÚTEIS para: convite

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito

- É o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firmacom particular ou outra entidade administrativa para a consecução deobjetivos de interesse público nas condições estabelecidas pelaprópria Administração.

- O contrato administrativo rege-se primeiramente pelas normas deDireito Público, e suplementarmente pelos princípios da teoria geral doscontratos e do Direito Privado.

Características (sujeições e prerrogativas)

- O contrato administrativo caracteriza-se por apresentar:

a) sujeições – são impostas como limites à atuação administrativa,necessários para garantir o respeito às finalidades públicas eaos direitos dos cidadãos. Há sujeições (exigências) quantoa:1. forma: exige-se, no mínimo, a forma escrita, com exceçãode alguns contratos de pequeno valor e pagamentoimediato, em que se admite a forma verbal;2. procedimento e finalidade: o contrato administrativosujeita-se a autorização legislativa, avaliação, licitação,motivação, indicação de recursos orçamentários, publicação,aprovação pelo Tribunal de Contas;3. competência: decorre sempre da lei (quem é legitimadopela firma do contrato em nome da Administração).

b) prerrogativas – conferem poderes à Administração que a colocam emposição de supremacia sobre o particular; são previstas pormeio das chamadas cláusulas exorbitantes (de privilégio).Exemplos.:- alterar unilateralmente o ajuste;- rescindi-lo unilateralmente antes do prazo estabelecido;- fiscalizar a execução do contrato;- exigir caução (garantia);- aplicação de penalidades administrativas.

Inexecução (inadimplência) do contrato

- É o descumprimento de suas cláusulas, no todo ou em parte,caracterizando o retardamento (mora) ou o descumprimento integral doajustado.

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Duas modalidades de inexecução contratual

a) Inexecução culposa: resulta de ação ou omissão da parte decorrentede negligência, imprudência, imprevidência ou imperícia noatendimento das cláusulas contratuais e enseja a aplicação desanções legais ou contratuais proporcionalmente à gravidade dafalta cometida.

b) Inexecução sem culpa: decorre de atos ou fatos estranhos àconduta da parte, retardando ou impedindo totalmente a execuçãodo contrato.Tal inexecução enseja rescisão (quebra) do contrato, mas semsanção alguma aos contratantes, pois aqueles atos ou fatosestranhos são tidos como causas justificadoras da inexecuçãocontratual.

Causas justificadoras da inexecução do contrato

- São eventos extraordinários, imprevistos e imprevisíveis, retardadoresou impeditivos da execução do contrato.- A parte atingida por tais eventos fica liberada dos encargos origináriose o ajuste há de ser revisto ou rescindido, pela aplicação da teoria daimprevisão, provinda da chamada cláusula rebus sic stantibus.- São causas justificadoras (que geram rescisão contratual, sem ônus algumao contratante particular):

1. força maior2. caso fortuito3. fato do príncipe4. fato da Administração5. interferências imprevistas

1. força maior

- É o evento humano que, por sua imprevisibilidade e inevitabilidade,cria para o contratado impossibilidade intransponível de regularexecução do contrato. Ex.: greve que paralise os transportes ou suspenda a fabricação de umproduto de que depende a execução do contrato.

2. caso fortuito

- É o evento da natureza que, por sua imprevisibilidade einevitabilidade, cria para o contratado impossibilidadeinstransponível de regular execução do contrato.Ex.: tufão destruidor em regiões não sujeitas a esse fenômeno; ouinundação imprevisível que cubra o local da obra.

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3. fato do príncipe

- É toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista eimprevisível, que onera substancialmente a execução do contratoadministrativo.- O fato do príncipe, caracterizado por um ato geral do Poder Público(ex.: proibição de importar determinado produto), só reflexamentedesequilibra a economia do contrato ou impede sua execução. Por issonão se confunde com o fato da Administração, que incide direta eespecificamente sobre o contrato.- Sendo a oneração, gerada pelo fato do príncipe, intolerável eimpeditiva da execução do ajuste, obriga o Poder Público contratante acompensar integralmente os prejuízos suportados pela outra parte, a fimde possibilitar o prosseguimento da execução, e, se esta for impossível,enseja a rescisão do contrato, com as indenizações cabíveis.

4. fato da Administração

- É toda ação ou omissão do Poder Público, direta e específica, queretarda ou impede a execução do contrato.Exs.: quando a Administração deixa de entregar o local da obra ouserviço, ou não providencia as desapropriações necessárias, ou atrasaos pagamentos por longo tempo, ou pratica qualquer ato impeditivo dostrabalhos a cargo da outra parte.- Nessas situações, o contratado pode pleitear a rescisão do contratopor culpa do Poder Público e até uma indenização. Mas, em hipótesealguma, o particular poderá paralisar sumariamente os trabalhos,salvo o atraso superior a 90 dias de pagamentos devidos pelaAdministração (situação excepcional em que o contratado poderáparalisar os trabalhos).

5. interferências imprevistas

- São ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração docontrato mas que surgem na sua execução de modo surpreendente eexcepcional, dificultando e onerando extraordinariamente (mas nãoimpedindo) o prosseguimento e a conclusão dos trabalhos.- Enquanto as outras causas justificadoras acima (de 1 a 4) sobrevêmao contrato, as interferências imprevistas o antecedem, mas semantêm desconhecidas até serem reveladas através das obras eserviços em andamento.

- Como não impedem a execução contratual, apenas criandodificuldades maiores para a conclusão dos trabalhos, tais interferênciasnão geram rescisão contratual, mas indenização a favor docontratante particular, e sem a recomposição de preços e dilação deprazos, para cumprimento do contrato.Exs.: numa obra pública, o encontro de um terreno rochoso, e nãoarenoso como indicado pela Administração, ou mesmo a passagem

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subterrânea de canalização ou dutos não revelados no projeto emexecução.

Conseqüências na inexecução

A inexecução do contrato administrativo acarreta, para oinadimplente:

1. Responsabilidade civil: é a que impõe a obrigação de reparar odano patrimonial toda vez que o descumprimento do ajustadocausa prejuízo a outra parte.

2. Responsabilidade administrativa: resulta da infringência de normada Administração estabelecida em lei ou no próprio contrato,impondo um ônus ao contratado para com qualquer órgão público.Se essa responsabilização for ilegal, abusiva ou arbitrária, ointeressado poderá opor-se a ela pelo recurso hierárquico ou pela viajudicial adequada.

Exemplos de sanções administrativas: advertência, multa,interdição de atividade, suspensão provisória e declaração deinidoneidade.

• Suspensão provisória: suspensão temporária do direito departicipar de licitação e impedimento de contratar com aAdministração, imposta ao contratado, que, por culpa,prejudica a licitação ou a execução do do contrato.

• Declaração de inidoneidade: é sanção aplicável por faltasgraves cometidas dolosamente pelo contratado (se, porculpa, cabe suspensão provisória) e que impede que elecontinue contratando com a Administração.

Obs.: Tanto a suspensão como a declaração, se aplicadas por umente estatal (União, Estado ou Município), só impedem ascontratações com órgãos e entidades desse ente, e, se declaradaspor repartições menores, só atuam no seu âmbito e no de seusórgãos subalternos.

3. Revisão do contrato: é a modificação das condições de suaexecução por interesse da Administração ou pela superveniência defatos novos que tornem inexeqüível o ajuste inicial.

4. Rescisão do contrato: é o desfazimento do contrato durante suaexecução por inadimplência de uma das partes, pela superveniênciade eventos que impeçam ou tornem inconveniente o prosseguimentodo ajuste ou pela ocorrência de fatos que acarretem seu rompimentode pleno direito.

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DIREITO CIVIL

PESSOAS NATURAIS

1. Começo da PERSONALIDADE CIVIL da pessoa: nascimento com vida,mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Término: com a morte

Casos de morte presumida:• se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de

vida;• se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for

encontrado até 2 anos após o término da guerra

2. Incapacidade civil para a prática de atos da vida civil:

Absolutamente incapazes:• os menores de 16 anos;• os enfermos e deficientes mentais que não tiverem o necessário

discernimento para a prática desses atos;• os que não puderem exprimir sua vontade, mesmo por causa

transitória

Relativamente incapazes (para certos atos):• os maiores de 16 e menores de 18 anos;• os ébrios habituais, os viciados em tóxicos;• os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;• os pródigos.

3. Cessação da MENORIDADE CIVIL: aos 18 anos completos quando apessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Antes dos 18 anos completos, a incapacidade cessará:• pela concessão a menor com 16 anos completos da

EMANCIPAÇÃO pelos pais (ou de um deles na falta do outro),mediante instrumento público), independentemente de homologaçãojudicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor.

• Pelo casamento;• Pelo exercício de emprego público superior;• Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação

de emprego, tendo o menor com 16 anos completos , em razãodeles, economia própria.

4. Atos que devem ser registrados no registro público:• os nascimentos, casamentos e óbitos;• a emancipação

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• a interdição por incapacidade absoluta ou relativa• a sentença declaratória de ausência e de morte presumida

5. Atos que devem ser AVERBADOS em registro público:• sentenças de nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, aseparação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal• atos judiciais ou extrajudiciais que declarem a filiação ou aadoção.

PESSOAS JURÍDICAS

1. Classificação

Pessoas jurídicas:

• de direito público :- externo

- interno:- a União- os Estados, o D.F. e os territórios- os municípios- outras entidades públicas criadas por lei

• de direito privado:- as associações- as sociedades- as fundações- as organizações religiosas (a quem o poder públiconão pode negar reconhecimento)- os partidos políticos

2. Pessoas jurídicas de direito público interno: são civilmente responsáveispor atos dos seus agentes que causem danos a terceiros, ressalvando odireito de regressão (ou direito regressivo) contra esses agentes se elesatuaram com DOLO ou CULPA. Tem-se aqui o princípio daresponsabilidade objetiva previsto na Constituição Federal: verificado umdano por ato da Administração Pública, cabe a esta indenizar a vítima,independente de dolo ou culpa do agente lesor (e se ele agiu com doloou culpa, a Administração Pública lhe moverá uma ação para ser ressarcidadaquilo que foi obrigada a pagar à vítima).

Registro (1ª anotação feita) Averbação (anotação que sesegue à 1ª anotação)

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3. Pessoas jurídicas de direito privado

- Começo (início) da existência legal: com a inscrição do ato constitutivono respectivo registro (precedida, quando for o caso, de autorização doPoder Executivo para funcionar)

- Término: com o cancelamento dessa inscriçãopassos para a extinção: dissolução ⇒ liquidação ⇒ cancelamento da

inscrição

4. Responsabilidade patrimonial dos sócios ou administradores: verifica-se quando há abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desviode finalidade ou confusão patrimonial (os bens da pessoa jurídica semisturam com os bens patrimoniais dos sócios ou administradores)Conseqüência: os bens particulares dos sócios ou administradoresarcam/ respondem pelos prejuízos causados

5. Direito de ANULAR decisões que violem a lei ou o estatuto da pessoajurídica ou forem carregadas de erro, dolo, simulação ou fraude: decaiem 3 anos.

DOMICÍLIO

1. da pessoa NATURAL: é o lugar onde ela estabelece sua residência comânimo definitivo.

- se tiver várias residências onde vive alternadamente, seu domicílioserá qualquer uma delas

- quanto às suas relações profissionais, o domicílio é o lugar onde aprofissão é exercida

- domicílio do preso: onde estiver cumprindo a sentença- domicílio do incapaz: o do seu representante ou assistente- domicílio do servidor público: lugar onde exerce suas funções- domicílio do militar: onde servir, e no caso da Marinha/ Aeronáutica,

a sede do comando- domicílio do marítimo: onde o navio estiver matriculado (registrado).

2. da pessoa JURÍDICA:a) da União, o domicílio será o DF/(Distrito Federal)b) dos Estados e Territórios, serão as respectivas capitais;c) do município, o lugar onde funciona a administração municipal;d) das demais pessoas jurídicas, o lugar em que estão as respectivas

diretorias e administrações ou o lugar constante dos seusestatutos como domicílio;

- se a pessoa jurídica tiver estabelecimentos em lugares diferentes,cada um deles será considerado domicílio para os atos nelepraticados

- se tiver sede no estrangeiro, o domicílio será o lugar doestabelecimento situado no Brasil onde ela tiver agência (filial) e tersido essa agência a contraente da obrigação.

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BENS

I. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

1. Bens IMÓVEIS/ MÓVEIS

Bens IMÓVEIS:- o solo;- tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente;- os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;- o direito à sucessão aberta;- as edificações que, separadas do solo, mas considerando a sua

unidade, forem removidas para outro local;- os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se

reempregarem;

Bens MÓVEIS:

- os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por forçaalheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social;

- energias de valor econômico;- os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;- os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações;- os materiais destinados a alguma construção enquanto NÃO forem

empregados (se empregados, só voltam a ser móveis quandoprovenientes de demolição).

2. Bens FUNGÍVEIS/ CONSUMÍVEIS

Bens FUNGÍVEIS – os móveis que podem substituir-se por outros damesma espécie, quantidade e qualidade. Ex.: sacas de trigo.

Bens INFUNGÍVEIS – os móveis que não podem ser substituídos poroutros da mesma espécie, quantidade e qualidade. Ex.: obra de arte.

Bens CONSUMÍVEIS – os bens móveis cujo uso importa destruiçãoimediata da própria substância, sendo também considerados tais osdestinados a alienação. Ex.: manuscritos raros à venda – sãoconsumíveis, embora infungíveis, pois, com a venda, sua utilizaçãonão pode ser renovada; já os alimentos são consumíveis por natureza:desaparecem após serem ingeridos.

3. Bens DIVISÍVEIS

São os que podem ser fracionados sem alteração na sua substância,diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se INDIVISÍVEIS pordeterminação da Lei ou por vontade das partes.

Para efeitoslegais

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4. Bens SINGULARES/ COLETIVOS

Bens SINGULARES – os que, embora reunidos, se consideram de persi, independentemente dos demais. Ex.: árvores

Universalidade de fato – a pluralidade de benssingulares que, pertinentes à mesma pessoa,tenham destinação unitária. Ex.: doação debiblioteca (cada livro é um bem singular, mas areunião deles forma a biblioteca, que é um bemcoletivo).

Universalidade de direito – o complexo derelações jurídicas, de uma pessoa, dotadas devalor econômico. Ex.: bens de herança (cada bemdo patrimônio do falecido é um bem singular,mas o conjunto deles formando o acervo deherança é bem coletivo).

II. BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

- Bem principal – é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente- Bem acessório – aquele cuja existência supõe a do principal

PERTENÇAS – os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam,de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento(embelezamento) de outro.

Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem aspertenças, salvo se o conteúdo resultar:

- da lei;- da manifestação de vontade; ou- das circunstâncias do caso.

FRUTOS – nascem e renascemperiodicamente da coisa sem sedesfalcar a sua substância

PRODUTOS – são retirados da coisa,diminuindo-lhe a quantidade (ex.:mineral)

- Benfeitorias:a) voluptuárias – as de mero deleite ou recreio, que NÃO aumentam o

uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam deelevado valor;

b) úteis – as que aumentam ou facilitam o uso do bem;

Bens COLETIVOS(consideradoscomo um todo)

Podem ser objeto de negóciojurídico, apesar de ainda nãoseparados do bem principal

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c) necessárias – as que têm por fim conservar o bem ou evitar que sedeteriore.

Obs.: não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimossobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor oudetentor.

III. BENS PÚBLICOS

São os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas de direitopúblico interno.

Bens públicos (não estão sujeitos a usucapião):

• os DE USO COMUM do povo: rios, mares,estradas, ruas, praças.

• os DE USO ESPECIAL: tais como edifícios outerrenos destinados a serviço ouestabelecimento de administração federal,estadual, territorial ou municipal; inclusive os desuas autarquias.

• os DOMINICAIS (ou DOMINIAIS): queconstituem o patrimônio das pessoas jurídicasde direito público, como objeto de direitopessoal, ou real, de cada uma dessasentidades, e podem ser negociados (ou seja,são passíveis de venda). Ex.: móveisfabricados pelo Liceu de Artes e Ofícios(entidade pública) e destinados à venda.

INALIENÁVEIS

ALIENÁVEIS

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ATO JURÍDICO (NEGÓCIO JURÍDICO )

1 – A validade do negócio jurídico requer:I – agente capaz;II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;III – forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei.

2 – A incapacidade relativa de uma das partes:a) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio;b) não aproveita aos co-interessados capazes, salvo se for

indispensável ao objeto do direito ou da obrigação comum.

3 – Impossibilidade inicial do objeto:não invalida o negócio jurídico se for relativa ou se cessar antes de

realizada a condição a que ele estiver subordinado.

4 – Validade da declaração de vontade:não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a

exigir.

5 – Escritura pública:Não dispondo a lei em contrário, ela é essencial à validade dos negócios

jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia dedireitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 vezes o maior saláriomínimo vigente no país.

No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer seminstrumento público, este é da substância do ato.

6 – A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito areserva marital de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatáriotinha conhecimento.

7 – SILÊNCIO importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos oautorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. “Quem calaconsente...”

8 – Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelasconsubstanciadas do que ao sentido literal da linguagem.

9 – Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa fé e osusos do lugar de sua celebração.

10 – Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

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R E P R E S E N T A Ç Ã O

1 – Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.

2 – A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seuspdoeres, produz efeitos em relação ao representado.

3 – Salvo se a lei ou o representado o permitir, é ANULÁVEL o negóciojurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrarCONSIGO MESMO.

4 – É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito deinteresses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimentode quem com ele tratou. Tal anulação pode ser pleiteada no prazo de 180 dias,a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade.

CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO

1 – Condição – cláusula que, derivando exclusivamente da vontade daspartes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (exs.:venderei minha casa se fulano for o Presidente da República; venderei minhacasa a fulano se ele se casar até o final do ano).

Condições lícitas – as não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bonscostumes.

Condições defesas (proibidas) – as que privarem de todo efeito onegócio jurídico ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

2 – Invalidam os negócios jurídicos que lhe são subordinados:a) as condições física ou juridicamente impossíveis, quando

suspensivas;b) as condições ilícitas ou de fazer coisa ilícita;c) as condições incompreensíveis ou contraditórias.

3 – Condições inexistentes são:a) as condições impossíveis, quando resolutivas;b) as condições de não fazer coisa impossível.

Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva,enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito a que elevisa.

Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva e, pendenteesta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada acondição, se com ela forem incompatíveis.

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4 – Se a condição for resolutiva, enquanto esta se não realizar, vigorará onegócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por eleestabelecido.

Sobrevindo a condição resolutiva, EXTINGUE-SE, para todos os efeitos,o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execuçãocontinuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, nãotem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com anatureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. Ex.: pagareimesada para meu filho enquanto ele estudar, ou seja, até ele parar deestudar; se ele parar de estudar, resolver-se-á o seu direito a mesada, ou seja,se extingue).

5 – Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujoimplemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer,considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamentelevada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.

6 – Ao titular de direito eventual, nos casos de condição suspensiva ouresolutiva, é permitido praticar os atos destinado a conservá-lo.

T E R M O(evento futuro e certo)

1 – Termo - suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.Exs.: comprarei minha casa até 10 de julho deste ano; venderei minha casaquando fulano morrer ou no fim da primavera.

2 – Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se osprazos, excluído o dia do começo e incluído o do vencimento.

MEADO – considera-se, em qualquer mês, o seu 15º dia.

3 – Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número ao de início,ou no imediato, se faltar correspondência.

4 – Prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto em minuto.

5 – Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo,salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

E N C A R G O(ônus que se outorga a uma parte favorecida)

1 – O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvoquando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente comocondição suspensiva.

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2 – Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituiro motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negóciojurídico.

3 – Ex. de encargo: dôo um terreno à municipalidade para nele ser edificadoum hospital.

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

1) Erro ou ignorância2) Dolo3) Coação4) Estado de perigo5) Lesão6) Fraude contra credores

1) Erro ou ignorância

I – São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontadeemanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa dediligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

II – O erro é substancial quando:a) interessa à natureza do negócio, do objeto principal da declaração,

ou a alguma das qualidades a ele essenciais;b) concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se

refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta demodo relevante;

c) sendo de direito, e não implicando recusa à aplicação da lei, for omotivo único ou principal do negócio jurídico.

3 – Falso motivo – só vicia a declaração de vontade quando expresso comorazão determinante.

4 – Erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração devontade não viciará o negócio jurídico, quando, por seu contexto e pelascircunstâncias, se puder identificar a coisa ou a pessoa cogitada.

5 – Erro de cálculo – apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.

6 – O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa aquem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la naconformidade da vontade real do manifestante.

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2) D O L O

1 – Os negócios jurídicos são anuláveis por DOLO, quando este for a suacausa.

2 – Dolo acidental – quando, a seu despeito, o negócio seria realizado,embora por outro modo; só obriga à satisfação por perdas e danos.

3 – Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partesa respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constituiomissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.

4 – Dolo de terceiro – pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo deterceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse terconhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, oterceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

5 – Dolo:

a) de representante legal (de uma das partes) só obriga o representado aresponder civilmente até a importância do proveito que teve;

b) de representante convencional – neste caso, o representado responderásolidariamente com ele por perdas e danos.

6 – Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo paraanular o negócio, ou reclamar indenização.

3) COAÇÃO

3.1 – A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta aopaciente fundado temor de dano iminente e considerável:

- à sua pessoa;- à sua família, ou- aos seus bens.

Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, combase nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

3.2 – No apreciar a coação, ter-se-ão em conta:

- o sexo;- a idade;- a condição;- a saúde;- o temperamento e- todas as demais circunstân

DO PACIENTE

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cias que possam influenciar na gravidade dela

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3.3 – Não se considera coação:

a) a ameaça do exercício normal de um direito;b) o simples temor reverencial.

3.4 – Coação exercida por terceiro vicia o negócio jurídico, se dela tivesse oudevesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta respondersolidariamente com aquele por perdas e danos.

4) ESTADO DE PERIGO

4.1 – Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido danecessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave danoconhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirásegundo as circunstâncias.

5) LESÃO

5.1 – Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade ou porinexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional aovalor da prestação oposta.

5.2 – Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentesao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.

5.3 – Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplementosuficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

NOTA IMPORTANTE: os casos de estado de perigo e lesão aproximam-se muito, pois em ambos há o dolo de aproveitamento (ou seja, uma daspartes tem consciência de estar tirando proveito da outra) e uma prestaçãoexcessivamente onerosa ou desproporcional assumida pela outra. Adiferença está que, enquanto no estado de perigo a parte que assume aobrigação onerosa o faz para salvar-se ou salvar alguém de suafamília, na lesão, essa parte o faz por premente necessidade ou porinexperiência.

6) FRAUDE CONTRA CREDORES

6.1 – Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, seos praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, aindaquando o ignore, poderão ser anulados pelos credores QUIROGRAFÁRIOS

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(credores que não têm nenhuma espécie de garantia a seu favor) como lesivosdos seus direitos. - Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar INSUFICIENTE.- Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a

anulação deles.

6.2 – Também são anuláveis os contratos ONEROSOS do devedor insolventequando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outrocontratante.

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO(A nulidade pode ser declarada de ofício, isto é, declarada pelo juiz sem que haja

provocação da parte)

1 - É nulo o negócio jurídico quando:a) celebrado por pessoa absolutamente incapaz;b) o seu objeto for ilícito, impossível ou indeterminável;c) o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;d) não revestir a forma presente em lei;e) for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial à sua

validade;f) tiver por objetivo fraudar a lei imperativa;g) a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática sem cominar

sanção.

2 – Negócio jurídico simulado - é nulo, mas subsistirá o que se dissimulou,se válido for na substância e na forma.Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:a) apresentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às

quais realmente se conferem ou transmitem;b) contiveram declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;c) os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. - Os direitos de terceiros de boa-fé ressalvam-se em face dos contraentes do

negócio jurídico simulado.

3 – Quem pode alegar as nulidades:a) qualquer interessado.b) MP, quando lhe couber intervir.

4 – As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer donegócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendopermitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.5 – O negócio jurídico NULO não é suscetível de confirmação, nem convalescepelo decurso do tempo.

Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos do outro,subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que oteriam querido se houvessem previsto a nulidade.

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6 – Além dos casos expressamente declinados na lei, o negócio jurídico éANULÁVEL:a) por incapacidade relativa das partes;b) por vício resultante de erro:- dolo;- coação;- estado de perigo;- lesão ou- fraude contra credores.

7 – O negócio ANULÁVEL pode ser confirmado pelas partes, salvo direito deterceiro.

- Ato de confirmação – deve conter a substância do negócio celebrado e avontade expressa de mantê-lo.

- É escusada (dispensada) a confirmação expressa, quando o negócio já forcumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

- A confirmação expressa ou a execução voluntária de negócio anulávelimporta a extinção de todas as ações ou exceções, de que contra eledispusesse o devedor.

8 – Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro,será válido se este a der posteriormente.

9 – A anulabilidade:• Não tem efeito antes de julgada por sentença (já a nulidade retroage ao

próprio ato);;• Não se pronuncia de ofício (já a nulidade pode sê-lo);• Só pode ser alegada por interessados e aproveita exclusivamente aos que

a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade (quanto ànulidade, qualquer interessado ou o MP pode alegá-la).

10 – Prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico éde 4 anos, contados:a) no caso de coação, do dia em que ela cessar;b) no erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo, ou lesão, do dia

em que se realizou o negócio jurídico;c) no caso de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Obs.: decadência – prazo durante o qual pode ser exercido um direito;passado o prazo, decai-se do direito (daí o termo decadência).

11 – Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecerprazo para pleitear-se a anulação, será este de 2 anos, a contar da data daconclusão do ato.

12 – Menor entre 16 e 18 anos – Não pode, para eximir-se de uma obrigação,invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outraparte, ou se no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

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13 – Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a umincapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

14 – Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em queantes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-la, serão indenizadas.

15 – A invalidade de instrumento não induz a do negócio jurídico sempre queeste puder provar por outro meio.

16 – Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negóciojurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade daobrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas nãoinduz a da obrigação principal.

ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no quecouber, as disposições sobre negócios jurídicos.

ATOS ILÍCITOS

1 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, cometeato ilícito.

2 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo excedemanifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pelaboa-fé ou pelos bons costumes.

3 – Não constituem atos ilícitos:a) os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito

reconhecido;b) a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de

remover perigo iminente.

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PROVA DO FATO JURÍDICO

1 – Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode serprovado mediante:a) confissão;b) documento;c) testemunha;d) presunção;e) perícia.

a) Confissão

- não tem eficácia se provém de quem não é capaz de dispor do direito a quese referem os fatos confessados;

- se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites emque este pode vincular o representado;

- é irrevogável, mas pode ser anulada se decorrer de: a) erro de fato; b)coação.

b) Documento

- Escritura pública (lavrada em notas de tabelião) é documento dotado de fépública, fazendo prova plena.

- Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquerpeça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro acargo do escrivão, sendo por ele extraídas, ou sob a sua vigilância e por elesubscritos, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivãoconsertados.

- Terão a mesma força probante os traslados e as certidões extraídos portabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados emsuas notas.

- Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumentos públicos, se osoriginais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato.

- As declarações constantes de documentos assinados presumem-severdadeiras em relação aos signatários. Contudo, as declaraçõesenunciativas, não tendo relação direta, não eximem os interessados em suaveracidade do ônus de prová-los.

- A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato,provar-se-á do mesmo modo que este constará, sempre que se possa, dopróprio instrumento.

- Instrumento particular – feito e assinado ou somente assinado por quemesteja na livre disposição e administração de seus bens, prova asobrigações convencionais de qualquer valor, mas os seus efeitos, bemcomo os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes deregistrado no registro público.

- A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas outras de caráterlegal.

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- Telegrama – quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova medianteconferência com o original assinado.

- Cópia fotográfica de documento (conferida por tabelião de notas) – valerácomo prova de declaração de vontade, mas impugnada sua autenticidade,deverá ser exibido o original.

A prova não supre a ausência do título decrédito, ou do original, nos casos em que alei ou as circunstâncias condicionarem oexercídio do direito à sua exibição.

- reproduções fotográficas ou cinematográficas;- registros fonográficos;- quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou coisas

- livros e fichas dos empresários e sociedades – provam contra as pessoas aque pertencem, e, em seu favor, quando escriturado sem vício extrínsecoou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.

A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a leiexige escritura pública ou escrito particular revestido de requisitos especiais epode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão do lançamento.

c) Testemunha

- Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só seadmite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maiorsalário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.

- Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal éadmissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.

- Não podem ser admitidos como testemunhas:a) os menores de 16 anos;b) aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem

discernimento para a prática dos atos da vida civil;c) os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa

dos sentidos que lhes faltam;d) o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;e) os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o 3º

grau de alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade.- Para a prova de fatos que só elas conheçam, o juiz pode admitir os

depoimentos das pessoas acima a) a e).

Fazem prova plena destes, se a parte contra quem forem exibidos,não lhes impugnar a exatidão.

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- Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:a) a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo;b) a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente

em grau sucessível, ou amigo íntimo;c) que o exponha, ou à pessoas referidas, no item b), a perigo de vida, de

demanda, ou de dano patrimonial imediato.

d) Presunção

As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que alei exclui a prova testemunhal.

e) Perícia

Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário nãopoderá aproveitar-se de sua recusa.

A recusa à perícia médica, ordenada pelo juiz, poderá suprir a provaque se pretendia obter com o exame.

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C O N T R A T O S E M G E R A L

I. Disposições preliminares

1. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da funçãosocial do contrato.

2. Os contratantes são obrigados a guardar os princípios de probidade eboa fé, tanto na conclusão quanto na execução do contrato.

3. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas oucontraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável aoaderente.

4. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normasgerais fixadas neste código.

II. Formação dos contratos

1. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitosessenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dosusos.Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde queressalvada esta faculdade na oferta realizada.

2. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que aACEITAÇÃO é expedida, exceto:

a) no caso de antes da aceitação ou com ela chegar ao proponentea retratação do aceitante (e assim a aceitação será tida comoINEXISTENTE).

b) Se o proponente se houver comprometido a esperar a resposta;c) Se a aceitação NÃO chegar no prazo convencionado.

III. Vício Redibitório / Evicção (são espécies de garantia que o adquirente dealguma coisa tem contra o alienante, isto é, aquele que vende)

1) VÍCIO REDIBITÓRIO Conceito: defeito oculto da coisa, que a torna imprópria ao fim a que se

destina, ou lhe diminui o valor, de tal forma que o contrato nãoseria realizado se esse defeito fosse conhecido.Redibitório - vem de redibição (anulação): venda é anulada,

tornada sem efeito. Efeito: quando tal vício se torna conhecido, o contratante prejudicado

tem duas opções: devolver a coisa defeituosa para seu antigodono (alienante) ou ficar com ela mas com abatimento depreço.

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Decadência do direito do obter a redibição ou abatimento do preço:- se coisa móvel: 30 dias (a contar da entrega efetiva)- se coisa imóvel: 1 ano (a contar da entrega efetiva)

Obs.: esses prazos caem pela metade e são contados a partir da datade alienação (venda), se o adquirente já estava na posse do bem.Se o adquirente não exercer tal direito dentro do prazo, o

perderá.

Ex. de vício redibitório: A compra aparelho de TV de B após testá-lo e ver que funcionavaplenamente. Contudo, alguns dias depois, o tubo do televisor queima.

2) EVICÇÃO

Conceito: É a perda, total ou parcial, do bem adquirido, por força dedecisão judicial baseada em causa preexistente ao contrato.

Ex. de evicção: B vende carro para C. Contudo, A, se achando dono do carro, moveação judicial contra B para tê-lo. O carro já está com C. A ganha a açãoe o juiz manda que C entregue o carro a A.

B – alienanteC – evictoA – evictor

Que direito tem o adquirente evicto?- restituição integral do preço ou das quantias pagas;- indenização dos frutos que eventualmente restituiu;- indenização pelas despesas decorrentes do contrato de compra e

demais prejuízos;- indenização pelas custas judiciais.

Nota importante: se o adquirente sabia que a coisa era alheia ou litigiosa,não poderá demandar, pela evicção, contra o alienante.

Subsiste ao alienante a obrigação de restituição integral do preço ou dasquantias já pagas, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, excetohavendo dolo do adquirente.

Para poder exercitar o direito resultante da evicção, o adquirentenotificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores. Nãoatendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta aprocedência da evicção, o adquirente pode deixar de oferecerconstestação ou usar de recurso.

adquirente NÃO pode demandar pela evicção, se sabia que a coisa eraalheia ou litigiosa.

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IV. Promessa de fato de terceiro

1. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas edanos quando este o não executar.

2. Tal responsabilidade NÃO existirá se:a) o terceiro for cônjuge do promitente;b) depender de sua anuência o ato a ser praticado; ec) pelo regime do casamento a indenização venha a recair sobre os

bens, de algum modo.3. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se

este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

V. Contratos aleatórios

1. Contrato aleatório – diz respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco denão virem a existir é assunto por um dos contratantes para que o outrotenha o direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde quede sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençadovenha a existir.Se o adquirente tomar para si o risco de as coisas futuras virem a existirem qualquer quantidade, o alienante também terá direito a todo o preço,desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venhaa existir em quantidade inferior à esperada (mas, se nada vier a existir dacoisa, nada haverá alienação e o alienante restituirá o preço recebido).

2. Se o contrato aleatório se referir a coisas existentes, mas expostas arisco, assumido pelo adquirente, o alienante terá direito a todo o preço,posto que a coisa não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.Tal alienação aleatória poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado,se provar que o outro contratante não ignorar a consumação do risco, aque no contrato se considerava exposta a coisa.

VI. Contrato Preliminar

1. O contrato preliminar deve ser levado ao registro competente com todosos requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado, exceto quanto àforma.Uma vez concluído e desde que dele não conste cláusula dearrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração dodefinitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. Uma vez esgotado oprazo, o interessado pode pedir que o juiz supra a vontade da parteinadimplente (salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação).

2. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outraparte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.

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VII. Contrato com Pessoa a Declarar.

1. No momento da conclusão do contrato, uma das partes pode reservar-se afaculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumiras obrigações dele decorrente.Tal indicação dever ser comunicada à outra parte no prazo de 5 dias daconclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.

2. A aceitação da pessoa nomeada só será eficaz se revestida da mesmaforma que as partes usaram para o contrato.

3. A pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigaçõesdecorrentes do contrato, a partir do momento em que este for celebrado.

4. O contrato será eficaz somente entre os contratantes ORIGINÁRIOS:a) se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a

aceitá-la;b) se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia

no momento da indicação.c) Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento a

nomeação.

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ATOS PROCESSUAIS

Formas dos Atos Processuais

I) Atos em geral- Os atos e termos processuais NÃO dependem de forma determinada,

senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que,realizados de outro modo, preenchem a finalidade essencial estabelecidapela própria lei (princípio da FORMA LIVRE ou LIBERDADE DAS FORMAS).

- REGRA GERAL: PUBLICIDADE dos atos processuais. Eles sãopúblicos (ou seja, qualquer pessoa pode ter ciência deles), salvo se estiveremsob segredo de Justiça

- Quando existe segredo de Justiça?a) quando o interesse público o exigir;b) quando os atos processuais se referem a questões de direito de

família (casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversãodesta em divórcio, alimentos e guarda de menores)

OBS: Nos casos de segredo de justiça só as partes e seus procuradorestêm o direito de consultar os autos e pedir certidões, o terceiro só terá direitoa requerer certidão do dispositivo da sentença (parte final da decisão), doinventário e partilha se demonstrar interesse jurídico (portanto, o terceiro nãotem direito a outros tipos de certidão, muito menos a consultar os autos).

II) Atos da parte

- O autor de uma ação só poderá desistir dela se levar seu pedido aojuiz; a desistência da ação só produzirá efeito depois de ser homologada porsentença.

(ou seja, desistência da ação só ocorre por homologação judicial)- É defeso (proibido) às partes (e a seus advogados) lançar, nas

costas, cotas (manifestações) marginais (nas margens) ouinterlineares (por entre uma linha e outra); e, se fizerem, o juizmandará riscá-las e imporá uma multa de ¹/² do salário mínimo.

III) Atos do juiz

Três tipos de atos do juiz:1 – SENTENÇA – ato pelo qual o juiz põe termo (fim) ao processo,

decidindo ou não o mérito da causa (quando este tipode ato é proferido pelos tribunais, ele se chamaacórdão); (O juiz tem 10 dias para proferir decisões esentenças)

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2 – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA – ato pelo qual o juiz, no curso doprocesso, resolve questão incidente(questão incidente é a que aparece aolongo do processo e a questão de méritoé a principal, que fez nascer o processo eserá resolvida no final);

3 – DESPACHOS – todos os demais atos do juiz praticados noprocesso, de ofício (isto é, de vontade própria) ou arequerimento das partes, a cujo respeito a lei nãoestabelece outra forma.(O juiz tem 2 dias para proferir despachos deexpediente)

Obs: Atos meramente ordinatórios (JUNTADA e VISTA OBRIGATÓRIA), NÃOdependem de despacho, devendo ser praticados, pelo servidor, deofício, e revistos pelo juiz quando necessários.

IV) Atos do Escrivão (ou Chefe de Secretaria)

- O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos;- Os termos(*) de JUNTADA, VISTA, CONCLUSÃO e outros

semelhantes constarão de NOTAS datadas e rubricadas peloescrivão

(*) na prática esses termos são carimbos usados pelo escrivão: elecarimba nas folhas dos autos do processo, põe data e rubrica.

Lembrete: - JUNTADA – é a colocação, nos autos do processo, de qualquer

petição ou documento;- CONCLUSÃO – faz-se necessária quando há alguma questão a ser

decidida pelo juiz;- VISTA – é a abertura de oportunidade para que as partes (por seus

advogados), Ministério Público (MP) e outros sujeitos do processo semanifestem nos autos do processo, quando lhes for permitido pelojuiz ou por lei.

- Os atos e termos do processo:- devem ser datilografados ou escritos com tinta escura e

indelével;- não podem ter abreviaturas;- não podem ter espaços em branco, nem entrelinhas, emendasou rasuras, salvo se essas foram expressamente ressalvadas eaqueles, espaços em branco, forem inutilizados.

- todos os atos e termos do processo podem ser produzidos,transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico,inclusive a assinatura dos juízes.

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Tempo dos Atos Processuais

1 Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis (de segunda a sábado)das 6 horas às 20 horas, porém, serão concluídos os atos que seiniciaram antes das 20 horas, quando o adiamento prejudicar adiligência ou causar grave dano. - Feriados para efeito forense (legal), são os domingos e os dias

declarados por lei.

Obs: a CITAÇÃO e a PENHORA, poderão realizar-se em DOMINGOS eFERIADOS ou nos dias úteis, fora do horário permitido – (das 6hàs 20h), desde que:a) se trate de caso excepcional, e;b) haja autorização do juiz

CITAÇÃO – é o ato que chama o réu para responder uma ação que lhe émovida

PENHORA - é o ato pelo qual o juiz manda apreender os bens dodevedor para garantir o pagamento de uma dívida que estásendo cobrada - executada na Justiça.

Tais atos, mesmo quando realizados em DOMINGOS e FERIADOS ounos dias úteis fora do horário das 6h às 20h, deverão observar o que dispõeo artigo 5º, inciso IX, da Constituição Federal, ou seja, ninguém pode penetrarnuma casa sem consentimento do morador salvo em 3 situações:

- caso de flagrante delito ou desastre (o crime está sendo cometido);- para prestar socorro, ou- durante o dia, por determinação judicial (ordem do juiz).

2 Regra Geral

Durante as férias e nos feriados, NÃO se praticam atos processuais.Exceções a essa regra (isto é, atos processuais que podem serpraticados nas férias e feriados):

a) produção antecipada de provas;b) citação a fim de evitar o perecimento do direito (se o direito não estiver

sofrendo risco de perecimento, a citação poderá aguardar o final dasférias ou do feriado);

c) medidas urgentes, tais como:i) penhora;ii) busca e apreensão;iii) seqüestro;iv) prisão.

d) atos necessários à conservação de direitos, quando possam serprejudicados pelo adiamento;

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e) causas de alimentos provisionais [isto é, pedido de pensão urgente,deferido (aprovado) pelo juiz logo no início do processo];

f) nomeação ou remoção de TUTORES ou CURADORES;g) causas que devem ser processadas pelo RITO SUMÁRIO (RITO mais

rápido do que rito ordinário);h) causas que a lei FEDERAL determinar.

Obs: nos casos acima, o prazo para resposta do réu só começará acorrer no 1º dia útil seguinte ao feriado ou às férias.

COMUNICAÇÕES DOS ATOS

1 Os atos processuais serão: - cumpridos por ordem judicial (caso tenham de realizar-se

dentro da comarca);- requisitados por carta (caso tenham de realizar-se fora dacomarca)

2 Há 3 tipos de CARTA:

a - CARTA DE ORDEM – expedida se o juiz for subordinado aotribunal de que ela emanar:Exs: Tribunal de Justiça de São Paulo (Estado) manda carta deordem ao juiz estadual da Comarca de Catanduva para que elecumpra um ato; ou o TRE/SP remete carta de ordem ao JuizEleitoral da 40ª Zona (Catanduva).

b - CARTA ROGATÓRIA – quando dirigida à autoridade judiciáriaestrangeira.Exs: o Supremo Tribunal Federal manda para a Itália cartarogatória para que a autoridade judiciária italiana cite réu pararesponder ação no Brasil.

c - CARTA PRECATÓRIA – nos demais casos.Exs: juiz estadual da Comarca de Catanduva manda cartaprecatória para o juiz estadual de Campinas para ouvirtestemunha lá residente; ou o Juiz Eleitoral da 1ª Zona da Capitalmanda carta precatória, com o mesmo propósito ao Juiz Eleitoralda 40ª Zona..

3 Requisitos essenciais para as 3 cartas acima:

a) a indicação dos juízes de ordem e de cumprimento do ato;b) o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento

de mandato (procuração), conferido ao advogado;c) a menção do ato processual, que lhe constitui o objeto;d) o encerramento com a assinatura do juiz.

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Obs: em todas as cartas, o juiz declarará o prazo dentro do qual elasdeverão ser cumpridas.

4 Caráter ITINERANTE da carta:

Antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, poderá serapresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de sepraticar o ato.Ex: juiz da Capital manda carta precatória à Comarca deCampinas para citar o réu. O juiz de Campinas apura que elemora em Catanduva e já manda a carta para essa cidade a fim deser cumprida, não sendo necessário, portanto, devolvê-la ao juizda Capital para que ele a reencaminhe.

5 Havendo URGÊNCIA, a carta de ordem e a carta precatóriaserão transmitidas por telegrama; radiograma; ou telefone.

6 Causas que provocam a recusa, pelo juiz DEPRECADO (aqueleque recebe a carta), do cumprimento da carta precatória:1 – quando não estiver revestida dos requisitos legais;2 - quando carecer de competência em razão da matéria ou da

hierarquia;3 – quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.

Recusando o cumprimento da carta, o juiz DEPRECADO devolve-a, com despacho motivado, ao juiz DEPRECANTE (aquele que determinou asua expedição)

NULIDADES

1 Quando a lei prescrever (exigir) determinada forma, sob pena denulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que aprovocou (ou seja, que lhe deu causa);

2 Se a lei exigir determinada forma , mas sem cominar (impor) nulidade,no caso de ela não ser observada, o juiz, mesmo assim, consideraráválido o ato se, realizado de outro modo, alcançar a finalidade.

3 A nulidade dos atos deve ser alegada na 1ª oportunidade em que couberà parte falar nos autos, sob pena de preclusão (do verbo precluir,perder a oportunidade de praticar um ato).

A regra acima não se aplica:a) quando o juiz pode decretar a nulidade do ofício, isto é,

espontaneamente, sem aguardar provocação da parte;b) se a parte provar que não conseguiu alegar a nulidade por legítimo

impedimento.

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4 Exemplos de nulidade do processo:

- quando o MP não for intimado a acompanhar o feito (processo) emque deva intervir (neste caso, se o processo tiver corrido, semconhecimento do MP, o juiz o anulará a partir do momento em que oórgão devia ter sido intimado);

- citações e intimações quando feitas sem observância das prescriçõeslegais [por ex.: a citação, por carta, mandado ou edital, feita sem aadvertência de que, não contestada a ação, se presumirão aceitospelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados (alegados) peloautor: a citação sem tal advertência é NULA]

5 Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes(seguintes), que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte doato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

OUTROS ATOS PROCESSUAIS

1 Todos os processos estão sujeitos a REGISTRO, devendo serdistribuídos onde houver mais de um juiz ou mais de um escrivão.

2 Distribuição: será alternada entre juízes (ou escrivães quando for ocaso), obedecendo a rigorosa igualdade.

A distribuição do feito será cancelada se não for ele preparado (preparar -pagar custas)no prazo de 30 dias

3 Distribuição por dependência das causas de qualquer natureza.

Casos:a) se relacionarem, por conexão ou continência, com outra jáajuizada.

Ex: locador move ação de despejo contra locatário. NaComarca da cidade existem 10 Varas Cíveis e a ação dedespejo é distribuída para a 6ª Vara Cível. Depois, locadormove nova ação, só que para cobrar os aluguéis em atraso. Adistribuição dessa ação será por dependência e, portanto, elaserá encaminhada à 6ª Vara também.

b) quando, tendo havido desistência (e só o autor pode desistirda ação que ele mesmo propõe), o pedido for reiterado(repetido), mesmo que em litisconsórcio (em conjunto) comoutros autores.

4 Havendo RECONVENÇÃO (ação que o réu move contra o autor nosautos do mesmo processo iniciado por este; neste caso, o réu é

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reconvinte e o autor reconvindo) ou intervenção de 3º, o juiz, deofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.

1 É defeso (proibido) distribuir a petição NÃO acompanhada deprocuração (instrumento de mandato), salvo em 3 casos:- se o requerente postular em causa própria;- se a procuração já estiver junta aos autos principais;- no caso de urgência para a prática de atos que evitem algum prejuízo

à parte (neste caso, o advogado terá de apresentar a procuração noprazo de 15 dias, prorrogáveis por outros 15)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PRAZOS (arts. 213 a 242 CPC)

- O prazo estabelecido pela lei ou pelo juiz é CONTÍNUO, NÃO seinterrompendo nos feriados.

Suspensão - uma vez suspenso o prazo, voltando a correr, a parte terá otempo restante dele ex.: prazo de 10 dias suspenso no 4º dia, retomado oprazo, a parte ainda terá 6 dias.Interrupção - uma vez interrompido o prazo total, e voltando a correr, a parteterá o tempo total, prazo de 10 dias, interrompido no 9º dia a parte terá os 10dias de novo.

- A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que lhesobejar (ou seja, o que sobrar de prazo) recomeçará no 1º dia útil seguinteao término das férias.Outros casos de suspensão de prazo: • 1) se a parte criar obstáculos;• 2) se a parte, se o representante ou seu procurador morrer ou perder a

capacidade processual.

- Prazo Dilatório

- É o prazo que pode ser reduzido ou prorrogado pelas partes, em comumacordo; esta convenção (acordo), porém, só tem eficácia: • se se fundar em motivo legítimo; • for requerida antes do vencimento de prazo.

- Prazo Peremptório - é aquele que não pode ser reduzido ou prorrogadopelas partes (ainda que as partes o queiram).

Mas o juiz poderá, nas comarcas onde foi difícil o transporte, prorrogarquaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 dias (esse prazo aindapoderá ir além de 60 dias em caso de calamidade pública).

- Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos excluindo o diado começo e incluindo o do vencimento.

Ex.: publicação de sentença no Diário Oficial (forma de se intimar osadvogados) no dia 14. O prazo para apelar da sentença é de 15 dias. Comocontar esse prazo? O primeiro dia do prazo a ser contado é 15, já que seexclui o dia do começo ( ou seja, o dia da publicação) que foi dia 14. Apartir do dia 15, contam-se, então, os 15 dias para apelar. Assim, o últimodia será 29.

Considera-se prorrogado o prazo até o 1º dia útil se o vencimento cair em

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feriado ou em dia em que:

• 1) for determinado fechamento do fórum;• 2) o expediente forense for encerrado antes da hora normal.

Ex.: no exemplo acima, imaginemos que o último dia do prazo (29) caia numferiado, uma quarta-feira. Esse último dia terá de ser prorrogado para o 1º diaútil seguinte, ou seja, a quinta-feira.Obs.: Decorrido (isto é, terminado) o prazo, o direito de praticar o ato extingue-se INDEPENDENTEMENTE de declaração judicial o juiz não precisa declarar asua extinção), salvo se a parte provar a ocorrência de JUSTA CAUSA (eventoimprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de praticar o ato por siou mandatário); provada tal causa o juiz marcará novo prazo para o ato.

- As intimações consideram-se realizadas no 1º dia útil seguinte, setiverem ocorrido em dia em que NÃO tenha havido expediente forense. Eo prazo dessas intimações começará a correr do 1º dia útil seguinteàquele dia útil em que se considerou realizada a intimação.Ex.: Feita a intimação pelo Diário Oficial do sábado, a intimação seráconsiderada realizada na segunda (1° dia útil seguinte), e o prazo começará acorrer a partir de terça (1° dia útil seguinte ao dia em que se considera efetuadaa intimação); lembre-se, como vimos , que na contagem de prazo, exclui-se odia do começo e o prazo começa a contar do dia seguinte, daí ser terça o1° dia do prazo.

- Se a lei ou o juiz não fixar prazo específico para a prática de atoprocessual a cargo da parte, esse prazo será de 5 dias.

- A parte poderá RENUNCIAR ao prazo estabelecido exclusivamente emseu favor.

- Em se tratando de Fazenda Pública e Ministério Público, o prazo paracontestar será quádruplo (4 vezes maior), e o prazo para recorrer será emdobro (2 vezes maior).

- O serventuário tem:• 1) o prazo de 24 horas para remeter os autos conclusos ao juiz; e• 2) o prazo de 48 horas para executar os atos processuais.

Se o serventuário exceder esses prazos sem motivo legítimo, o juizmandará instaurar procedimento administrativo contra ele.

Se, no processo, houver LITISCONSORTES (isto é, mais de um autor-litisconsorte ATIVO, ou mais de um réu-litisconsorte PASSIVO) e eles tiveremprocuradores (advogados) DIFERENTES: os prazos para contestar, recorrer efalar nos autos será em dobro.(contudo, se os litisconsortes tiverem o mesmo procurador, o prazo é simples).

- Se o advogado de qualquer das partes, o órgão do MP ou o representanteda Fazenda Pública, houver retirado os autos do cartório e não os restituir

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(devolver) no prazo legal (ou no prazo de 24 horas, se intimado para devolver):• perderá o direito à vista fora do cartório,• pagará multa de meio salário mínimo e• o juiz ainda mandará desentranhar (retirar) as petições que o advogado

apresentar.

- Começa a correr o prazo:

• 1) quando a citação ou intimação for pelo correio, da data dejuntada aos autos do aviso de recebimento;

• 2) quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da datade juntada aos autos do mandado cumprido;

• 3) quando houver vários réus, da data de juntada aos autos doúltimo aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;*

• 4) quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordemprecatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autosdevidamente cumprida;

• 5) quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz(a partir da 1ª publicação); período de 20 a 60 dias, após o quecomeça a correr o prazo da citação.

* ao contrário de citação de vários réus (regra 3), o prazo de intimação,quando se tem vários réus, conta-se separadamente ou seja a partir da juntadade cada AR ou mandado cumprido.

- Os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o MP contar-se-ãoda intimação pessoal, salvo disposição em contrário.

- O prazo para a interposição de recurso conta-se da data em que osadvogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisãoou a sentença.

Penalidades pelo descumprimento dos prazos

1) advogado, membro do MP e procurador da Fazenda Pública (União,Estado e Município):

- devem restituir os autos, retirados do cartório para manifestação, no prazolegal. Se não o fizerem, estarão sujeitos às seguintes penalidades:

a) desconsideração total das manifestações e documentos que apresentar;b) perda do direito à vista fora do cartório;c) pagamento de multa de metade do salário mínimo.

2) juiz:

- quando exceder os prazos legais, ele poderá sofrer representação, movidapor qualquer das partes, ao presidente do Tribunal de Justiça e o

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desembargador indicado como relator da representação poderá designaroutro juiz para decidir a causa.

CITAÇÃO OU INTIMAÇÃO

• - pelo correio;• - pelo oficial de justiça;• - carta de ordem;• - carta precatória;• - carta rogatória e• - edital.

CITAÇÃO

- A Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fimde SE DEFENDER.

- deverá ser promovida nos 10 dias seguintes ao despacho que a ordenar; se,nesse prazo, o réu NÃO for citado, o juiz prorrogará esse prazo até o máximode 90 dias.

- O comparecimento espontâneo supre a falta de citação.

- Far-se-à a citação PESSOALMENTE:• ao réu, ou;• seu representante legal ou• ao procurador legalmente autorizado.

Não se fará, porém, a citação, SALVO para EVITAR O PERECIMENTO DODIREITO.

• 1) a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;• 2) ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangûineo ou afim,

em linha reta ( pai, mães, avós), ou na linha colateral em 2º grau (irmãoou cunhado); no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes;

• 3) aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas;• 4) aos doentes, enquanto grave o seu estado.

- Também NÃO se fará citação, quando se verificar que o réu é DEMENTEou está IMPOSSIBILITADO de recebê-la. Essa citação será feita na pessoado CURADOR (nomeado pelo juiz) a quem incumbirá a defesa do réu.

- A citação far-se-á por 3 formas:

I - pelo correio;II - por Oficial de Justiça eIII - por Edital.

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De qualquer dessas 3 formas, constará a advertência de que não contestadaa ação, se presumirão tidos pelo réu, como verdadeiros, os fatos alegadospelo autor, por outras palavras: se o réu NÃO contesta os fatos alegados peloautor, eles são tidos como verdadeiros, como aceitos por ele.

Regra Geral: A citação será feita pelo Correio (carta registrada, com avisode recebimento), exceto em 6 casos:

• 1) nas ações de estado (ex.: divórcio);• 2) quando o réu for PESSOA INCAPAZ;• 3) quando o réu for PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO (ex.:

União, Estado, Municípios);• 4) nos processos de EXECUÇÃO;• 5) quando o réu residir em local NÃO atendido pela entrega

domiciliar de correspondência;• 6) quando o autor a requerer de outra forma.

Nesses casos (de 1 a 6) a citação será feita POR OFICIAL DE JUSTIÇA.

A citação POR OFICIAL DE JUSTIÇA também será efetuada quando se frustraa citação pelo correio.

CITAÇÃO POR HORA CERTA

- tem os seguintes passos:

1º) Quando, por 3 vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu emseu domicílio ou residência, sem o encontrar e havendo SUSPEITA DEOCULTAÇÃO, deverá intimar a qualquer pessoa da família, ou em suafalta, a qualquer vizinho que, NO DIA IMEDIATO, voltará, a fim de efetuar acitação na hora que designar.2º) No dia e hora designados, o oficial de justiça, INDEPENDENTEMENTEde novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, afim de realizar a diligência.3º) Se o citando NÃO estiver presente, o oficial de justiça dará por feita acitação, deixando contrafé (cópia do mandado) com pessoa da família oucom qualquer vizinho.4º) Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta,telegrama ou radiograma, dando-lhe ciência de tudo.• Caso de possibilidade de dispensa da citação: quando a matériacontrovertida for unicamente de direito e o mesmo juízo encarregado deanalisá-la já houver proferido, em casos idênticos, sentença de totalimprocedência; o juiz, então, proferirá, igual sentença no caso, semnecessidade de ouvir o réu (o réu só será citado se o juiz se retratar dasentença de improcedência ou dela recorrer o autor).

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CITAÇÃO POR EDITAL (publicação em jornal)

- Far-se-á em 3 casos:

• 1) quando DESCONHECIDO ou INCERTO o réu;• 2) quando IGNORADO, INCERTO ou INACESSÍVEL o lugar em que se

encontrar;• 3) nos casos expressos em lei.

- A publicação do edital far-se-á :

• uma vez no órgão oficial e, pelo menos,• duas vezes em jornal local, onde houver (todas essas publicações

far-se-ão no prazo máximo de 15 dias)

Obs. Importante:. A citação VÁLIDA produz os seguintes efeitos:• 1) torna o juízo prevento (prevenção é o fenômeno pelo qual um juízo,

com a mesma competência de outros para julgar determinada ação, aodecidir primeiro questão desse processo, afasta a competência daquelesoutros juízos);

• 2) induz litispendência (isto é, uma ação não pode ser proposta seoutra, igual, já estiver em andamento);

• 3) faz litigiosa a coisa (isto é, a coisa fica submetida à justiça).

E mesmo quando ordenada por juiz INCOMPETENTE, a citação produz doisefeitos:• 1) constitui o devedor em mora (isto é, em atraso com suas obrigações);• 2) interrompe a prescrição (prescrição = prazo durante o qual um direito

pode ser solicitado na Justiça); a interrupção da prescrição retroagirá àdata da propositura da ação.

INTIMAÇÃO

- É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo,para que faça ou deixe de fazer alguma coisa (ou outras palavras, paraque cumpra qualquer ato processual)

- No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, consideram-se feitas asintimações pela sua publicação dos atos no órgão oficial.

- É indispensável, sob pena de nulidade, que constem da publicação, osnomes: das partes e de seus advogados.

- A intimação do Ministério Público e à Fazenda Pública, em qualquercaso, será feita PESSOALMENTE.

- Não havendo órgão de publicação dos atos oficiais na comarca, oescrivão intimará, de todos os atos do processo, os advogados das

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partes: • pessoalmente, se o advogado tem domicílio na sede do juízo;• por carta registrada se o advogado tem domicílio FORA do juízo.

- Far-se-á a intimação, às PARTES, por meio de oficial de justiça quandofrustrada a realização pelo correio.

- Comarcas Contíguas (comarcas situadas na mesma regiãometropolitana): o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações emqualquer delas sem necessidade de obter nova autorização do juiz paratanto.Ex.: pessoa residente no bairro da Lapa; o oficial precisa intimá-la ou citá-la, vaiao endereço constante do mandado e é informado por vizinho que ela semudou para a cidade de Osasco, próxima à Capital; o oficial poderá, então,dirigir-se até lá, para cumprir o mandado, sem que, para isso, necessite denova autorização do juiz (note-se que ele poderá assim fazer; ele não estáobrigado; se ele não quiser viajar, para a comarca contígua, poderá devolver omandado ao juiz, que dependendo da situação, mandará expedir cartaprecatória ou carta registrada pelo correio).

Nota: os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar aprática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos.

PROVAS- O ônus de produzir a prova incumbe:1) ao Autor, quanto ao FATO CONSTITUTIVO de seu direito;2) ao Réu, quanto ao FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO ou EXTINTIVO dodireito do Autor.

- NÃO DEPENDEM DE PROVA os fatos:1) notórios;2) afirmados por uma parte e CONFESSADOS pela parte contrária;3) admitidos como INCONTROVERSOS;4) em cujo favor milita PRESUNÇÃO LEGAL DE EXISTÊNCIA ou DEVERACIDADE.

I - DEPOIMENTO PESSOAL

- O juiz pode determinar em qualquer estado do processo, oCOMPARECIMENTO PESSOAL das partes, a fim de INTERROGÁ-LAS sobreos FATOS DA CAUSA.- Se o juiz, porém, não determinar, cada parte pode requerer o depoimentopessoal da outra, a fim de interrogá-la na AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO eJULGAMENTO.- Se a parte intimada NÃO COMPARECER, ou COMPARECER E SERECUSAR a depor, o juiz lhe aplicará a PENA DE CONFISSÃO (ou seja, sepresumirão confessados os fatos contra ela alegados).- A parte NÃO é obrigada a depor sobre fatos:1) criminosos ou torpes, que lhe forem imputados;

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2) a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; esta regra nãose aplica às ações de : • filiação;• desquite;• anulação de casamento.

II - CONFISSÃO

- Há CONFISSÃO, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário aoseu interesse e favorável ao adversário.III - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA

- O juiz pode ordenar que a parte exiba DOCUMENTO ou COISA, que se acheem seu poder.- O juiz NÃO admitirá a recusa da exibição:• 1) se o requerido tiver OBRIGAÇÃO LEGAL de exibir;• 2) se o requerido se referiu ao documento ou à coisa, no processo, com

o objetivo de CONSTITUIR PROVA;• 3) se o DOCUMENTO for COMUM às PARTES.

- Se a RECUSA for ILEGÍTIMA, o juiz admitirá como VERDADEIROS os fatosque, por meio do documento ou coisa, a parte pretendia provar.

IV - PROVA DOCUMENTAL

- O DOCUMENTO PÚBLICO faz PROVA não só de sua FORMAÇÃO, mastambém dos FATOS que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar queocorreram em sua presença.- Quando a lei EXIGIR, como da substância do ato, o INSTRUMENTOPÚBLICO, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe afalta.- O documento público, feito por OFICIAL PÚBLICO INCOMPETENTE tem amesma eficácia probatória do DOCUMENTO PARTICULAR.- As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado,presumem-se VERDADEIRAS em relação ao SIGNATÁRIO, ou seja, QUEMASSINOU.Incumbe o ÔNUS da prova quando:1) se tratar de FALSIDADE DE DOCUMENTO, à PARTE QUE A ALEGAR;2) se tratar de CONTESTAÇÃO DE ASSINATURA, à PARTE QUE PRODUZIUO DOCUMENTO.

- MOMENTO DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL:• pelo autor, na petição inicial;• pelo réu, na resposta.

- REPRODUÇÃO DIGITALIZADA DE QUALQUER DOCUMENTO (público ouparticular):● pode ser juntada aos autos e valerá como prova, desde que não tenhaocorrido adulteração antes ou durante o processo de digitalização.

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V - PROVA TESTEMUNHAL

- O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:1) já PROVADOS por documento ou confissão da parte;2) que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

- A prova EXCLUSIVAMENTE testemunhal SÓ se admite nos contratos cujovalor NÃO exceda o décuplo (dez vezes) do salário mínimo.Assim nos contratos superiores a 10 vezes o valor do salário mínimo, a provatestemunhal, sozinha, não basta: outras provas (documental, por ex.) têm deser também produzidas.

- NÃO podem ser testemunhas:

1) os INCAPAZES:I - os loucos (interditos por demência);II - os enfermos (doentes) físicos e mentais;III - o menor de 16 anos;IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhesfaltam.

2) os IMPEDIDOSI - o cônjuge, o ascendente (pai, avô), e o descendente (filho, neto) e ocolateral até 3º grau (sobrinho ou tio), salvo se o exigir o interesse público ounas ações de estado da pessoa (ex.: ação de separação judicial e divórcio).II- o que é PARTE na causa;III - o que intervém em nome de uma parte (tutor, advogado) ou o juiz.

3) os SUSPEITOSI - condenado por crime de FALSO TESTEMUNHO;II - aquele que NÃO for digno de fé;III -o inimigo capital da PARTE, ou o seu amigo íntimo;IV- o que tiver interesse no litígio.

- A testemunha NÃO é obrigada a depor de fatos:I - que lhe acarretem GRAVE DANO, bem como ao seu cônjuge e parentes emlinha reta, ou na colateral em 2º grau.II - por SIGILO PROFISSIONAL.

- A Intimação da testemunha para comparecer na audiência será feita peloCORREIO.- Na audiência, são ouvidas 1º as testemunhas do autor e depois astestemunhas do réu.

VI - PROVA PERICIAL

- Consiste em EXAME, VISTORIA ou AVALIAÇÃO.- O juiz nomeará o PERITO, fixando de imediato o prazo para a entrega do

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LAUDO.- O juiz NÃO está adstrito (limitado)ao laudo pericial, podendo formar a suaconvicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

- Antes de iniciar a instrução, o juiz tentará CONCILIAR as partes. Chegando aacordo, o juiz mandará tomá-lo por escrito (termo) e o homologará para quetenha força de sentença.Não se chegando a acordo algum, inicia-se a instrução, na qual serãoproduzidas as provas.

- As provas serão produzidas na audiência NESTA ORDEM:1º) respostas do perito e dos assistentes técnicos a eventuais quesitos(perguntas) de esclarecimentos;2º) depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu;3º) inquirição das testemunhas, primeiro do autor e depois do réu.

- A audiência PODERÁ ser adiada:I - por convenção (acordo) das partes, caso em que só será admissível UMAVEZ;II - se não puderem comparecer, por motivo justificado, o perito, as partes, astestemunhas ou os advogados.

- Após a audiência, as partes ainda se manifestam oralmente ou pormemoriais (por escrito), e então o juiz proferirá a sentença desde logo ou noprazo de 10 dias.

SENTENÇA e COISA JULGADA

- Requisitos Essenciais da sentença:

I- Relatório- resumo de todo o processo;II- Fundamentos- em que o juiz analisará as questões de fato e de direitoIII- Dispositivo- em que o juiz resolverá ( decidirá ) as questões

- O juiz proferirá a sentença acolhendo (julgando procedente a ação) ourejeitando (julgando Improcedente a ação) no todo ou em parte o pedidoformulado pelo autor.

- COISA JULGADA material:

- É a eficacia, que torna IMUTÁVEL e INDISCUTÍVEL a sentença, não maissujeita a recurso algum.

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- Preclusão: é a perda da possibilidade de praticar um ato processual pelodecurso de prazo (ex.: o réu tem 15 dias para constestar a ação que lhe émovida e não o faz, precluindo assim seu direito de contestar).

- Proferida a sentença, a parte que perdeu tem 15 dias para interpor umrecurso ao tribunal, chamado APELAÇÃO, a fim de tentar modificar a sentençaa seu favor. Se a parte não apelar, a sentença se torna inatacável e faz coisajulgada.Em duas situações, porém, a sentença não faz coisa julgada desde logo, aindaque a parte perdedora NÃO apele:

1) No caso de sentença proferida CONTRA a União, Estado, Distrito Federalou Municipio, e respectivas autarquias e fundações de direito público;2) No caso de sentença que julgar PROCEDENTES os embargos à execução*de dívida ativa da Fazenda Pública (crédito que o governo federal, estadualou municipal), tem contra particular. * EMBARGOS À EXECUÇÃO - meio de defesa que um devedor usa quandoestá sendo cobrado na Justiça.

Nessas duas hipóteses, só ocorrerá a coisa julgada, DEPOIS de o tribunalsuperior julgar o recurso definitivamente.

Esse é o príncipio do reexame necessário ( ou recurso de ofício): qualquersentença de 1º grau que seja DESFÁVORAVEL à Administração gera reexamepelo órgão judiciário de 2º grau, mesmo que a Adminstração NÃO apele; oacórdão do órgão de 2º grau , vai confirmar ou não a sentença contra aAdministração.

RECURSOS

São cabíveis os seguintes recursos (total de 8), entre outros:

APELAÇÃO:

- Prazo para interpor o recurso e para responder: 15 dias- Quando cabe: contra a sentença.

AGRAVO:

- Prazo para interpor o recurso e para responder: 10 dias- Quando cabe: contra decisão interlocutória.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:

- Prazo para interpor o recurso: 5 dias- Quando cabe: - quando houver na sentença ou no acórdão obscuridade ou contradição;

- for omitido ponto sobre o qual o juiz ou o tribunal devia

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pronunciar-se.

- O recurso pode ser interposto:• pela PARTE VENCIDA;• pelo TERCEIRO PREJUDICADO - desde que prove seu interesse de

intervir na causa submetida à Justiça;• pelo MINISTÉRIO PÚBLICO - ou como PARTE ou como FISCAL DE

LEI.

- DECISÃO INTERLOCUTÓRIA (contra a qual cabe AGRAVO) - é a decisãoque decide uma questão no processo, mas não o encerra (é a sentença queENCERRA o processo).

- O recorrente poderá, A QUALQUER TEMPO, sem a anuência do recorrido,ou dos litisconsortes, DESISTIR do recurso. A renúncia ao direito de recorrer,independe da aceitação da outra parte.A parte, que ACEITAR expressa ou tacitamente* (silenciosamente) a sentençaou a decisão, NÃO poderá recorrer.* aceitação tácita - prática de um ato incompatível com a vontade de recorrer.

- Contra a sentença, cabe APELAÇÃO;- Contra decisão interlocutória, cabe AGRAVO*;- Contra DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE, NÃO cabe recurso algum.* A interposição de AGRAVO DE INSTRUMENTO não obsta (impede) oandamento do processo, (salvo nos casos dos quais possa resultar lesãograve e de difícil reparação. (ex.: prisão civil da pessoa que deixar de pagarpensão alimentícia), quando o relator do recurso pode, SUSPENDER ocumprimento da decisão atacada pelo próprio recurso, até julgamento definitivodeste).

- O prazo para a INTERPOSIÇÃO do recurso CONTAR-SE-Á da data:1) da leitura da sentença em audiência;2) da intimação às partes, quando a sentença NÃO for proferida em audiência;3)da publicação da súmula do acórdão no órgão oficial.

- A APELAÇÃO impede a execução da sentença (efeito SUSPENSIVO eDEVOLUTIVO do recurso).Já os recursos EXTRAORDINÁRIO e ESPECIAL NÃO impedem a execução(efeito devolutivo do recurso, apenas).

- No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando a leiexigir, o respectivo PREPARO* (pagamento de CUSTAS), sob pena deDESERÇÃO (indeferimento do recurso). * se o valor pago como preparo for insuficiente, o recorrente será intimado asuprí-lo em 5 dias, sob pena de deserção.

- São dispensados do preparo :1) o Ministério Público;

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2) a União (e suas autarquias);3) o Estado ( e suas autarquias);4) o Município (e suas autarquias);5) os que gozam de isenção legal (ex.: os declarados pobres, que recebemassistência judiciária gratuíta.)

- O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisãorecorrida no que tiver sido objeto de recurso.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

- Cabem tanto contra decisão de juiz (1º grau) como contra decisão detribunais.

- Uma vez interpostos, eles interrompem o prazo para a interposição de outrosrecursos, por qualquer das partes (assim sendo, prazos para novos recursos sócorrerão a partir do julgamento desses embargos e sua conseqüente intimaçãopara que as partes saibam que eles foram julgados).

- Quando forem manifestamente protelatórios (isto é, usados apenas com opropósito de tumultuar a Justiça e deixá-la mais lenta), o embargante serácondenado a pagar multa de até 1% sobre o valor da causa. Se ele repetir taisembargos, a multa é elevada a até 10% e qualquer outro recurso só poderá serinterposto se o valor dela for depositado

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MINISTÉRIO PÚBLICO

- O MP exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, noprocesso, os mesmos poderes e ônus que às partes.

. Compete ao MP intervir:

1) nas causas em que há interesses de incapazes;2) nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela,curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições deúltima vontade;3) nas ações que envolvem litígios coletivos pela posse da terra rural nasdemais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lideou qualidade da parte.

Causa de nulidade: quando a lei considerar obrigatória a intervenção doMP, a parte promover-lhe-á a intimação sob pena de nulidade do processo.

JUIZ

- O juiz não pode deixar (não se exime) de sentenciar ou despachar alegandolacuna ou obscuridade da lei.

- No julgamento de lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não havendo,recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.

- Julgamento conforme o pedido posto: o juiz decidirá a lide nos limites emque foi proposta, sendo-lhe defeso (proibido) conhecer de questões, nãosuscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa de parte.

- Produção de provas: • o juiz poderá, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as

provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligênciasinúteis ou meramente protelatórias.

- Princípio de livre apreciação das provas:• O juiz apreciará livremente a prova atendendo aos fatos e circunstâncias

constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes: mas deveráindicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.

- Princípio da identidade física do juiz (sua vinculação ao processo)• O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência, julgará a lide,

salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo,promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seusucessor.

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IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES

Casos de impedimento:

- É defeso (proibido) ao juiz e ao membro do Ministério Público e ao peritojudicial (sujeito auxiliar do juiz) exercer as suas funções no processocontencioso ou voluntário:

1) de que for parte;2) em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionoucomo órgão do MP, ou prestou depoimento como testemunha;3) que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentençaou decisão;4) quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ouqualquer parente seu (consangüíneo ou afim), em linha reta, ou na linhacolateral até o 2º grau;5) quando cônjuge, parente consangüíneo ou afim, de alguma das partes, emlinha reta ou, na colateral, até 3º grau;6) quando for órgão de direção ou de administração de pessoa juridica, partena causa.

Casos de suspeição (suspeita de parcialidade)

Reputa-se fundada a suspeição quando o juiz, o membro do MP ou o peritofor:

1) amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;2) algumas das partes for credora ou devedora do juiz, MP ou perito, do seucônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o 3ºgrau;3) herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;4) receber dádivas (presentes) antes ou depois de iniciado o processo;aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou subministrarmeios para atender às despesas do litígio;5) interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Nota: - o juiz, o membro do MP e o perito podem declarar-se suspeitos por motivoíntimo, sem aguardar que uma das partes faça a argüição da suspeição;- a parte deverá argüir o impedimento ou a suspeição na primeira oportunidadeque tiver de falar nos autos, o argüido será ouvido no prazo de 5 dias e otribunal (2ª instância) decidirá (acolhida a argüição, o impedido ou o suspeitoserá afastado do processo).

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PARTES E PROCURADORES

PARTES:

- Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade paraestar em juízo.

- Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores oucuradores.

- O juiz dará curador especial:1) ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses destecolidirem com daquele;2) ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa (revelé o réu que, citado, não se manifesta).

Cônjuge:- necessita do consentimento do outro para propor ações que versem sobredireitos reais imobiliários;- ambos os cônjuges devem ser necessariamente citados para as açõesque interessem a ambos ( ex.: dívidas comuns, aquisições comuns, vendascomuns etc.);- quando necessária a autorização do marido (autorização marital) ou aoutorga da mulher (outorga uxória) para a prática de um ato e um deles serecusar a fazê-lo, o cônjuge prejudicado pode ir à Justiça para que essaautorização (ou outorga) seja suprida judicialmente.

PROCURADORES

- A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado.Noentanto, ser-lhe-á lícito postular em causa própria nos seguintes casos:1) quando a parte tiver habilitação legal;2) no caso de falta (ausência), recusa ou impedimento de advogado no lugar.

- O advogado pode atuar sem procuração (instrumento de mandato)?

Em geral, não.Porém, para evitar perda (prescrição ou decadência) dodireito da parte, poderá atuar sem procuração para praticar atos urgentes,mas terá de apresentar o instrumento de mandato no prazo de 15 dias,prorrogável até outros 15.

Procuração geral: habilita o advogado a praticar todos os atos do processo,salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência dopedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação,receber, dar quitação e firmar compromisso (para todos esses atos, aprocuração tem de ter poderes expressos, poderes especiais).

- A parte pode revogar o mandato outorgado ao advogado a qualquer tempo.Igualmente, o advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato,desde que notifique o mandante a fim de que este nomeie substituto (nos 10

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dias seguintes à notificação, o advogado continuará atuando para evitarprejuízo ao mandante).

Despesas processuais

Verbas de sucumbência:

- devida pela parte vencida no processo, à parte vencedora e constituída:1) das despesas que a parte vencedora antecipou;2) honorários advocatícios, de 10% a 20% sobre o valor da condenaçãoprincipal (valor da causa) e devidos também à parte que funcionou em causaprópria (ou seja, a parte advogada dela mesma).

- a sentença condenará o vencido a pagar a verba de sucumbência (e a fixaçãodos honorários advocatícios será dada pelo juiz considerando o grau de zelo doprofissional, a natureza e importância da causa e o lugar de prestação doserviço);- se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão reciprocamente eproporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários eas despesas.

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DIREITO PROCESSUAL CIVILCPC – Arts. 139 a 212 do Código de Processo Civil

AUXILIARES DA JUSTIÇA

São auxiliares do juízo, entre outros:

1 Escrivão;2 Oficial de Justiça;3 Perito;4 Depositário;5 Administrador;6 Intérprete.

1 ESCRIVÃO – atribuições, entre outras:

a) redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e maisatos que pertencem ao seu ofício;

b) executar as ordens judiciais, promovendo citações , intimações e todos osdemais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

c) NÃO permitir que os autos dos processos saiam de cartório, exceto:

I) quando tenham de subir à conclusão do juiz;II) com vista aos procuradores, ao MP ou à Fazenda Pública;III) quando devam ser remetidos ao Contador ou ao partidorIV) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro

juízo;

d) dar, independentemente de despacho, CERTIDÃO de qualquer ato outermo do processo, respeitado o SEGREDO DE JUSTIÇA quando couber;

2 OFICIAL DE JUSTIÇA – atribuições, entre outras:

a) fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e maisdiligências determinadas pelo juiz, certificando no mandado o ocorrido, com mençãode lugar, dia e hora (a diligência, sempre que possível será realizada na presença de2 testemunhas);

b) executar as ordens do juiz a que tiver determinado.

ESCRIVÃO E OFICIAL DE JUSTIÇA são civilmente responsáveis quando:

I) sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos quelhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes comete;

II) quando praticarem ato nulo com DOLO ou CULPA.

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3 PERITO

- Profissional de nível universitário, devidamente inscrito no órgão de classecompetente, que auxiliará o juiz quando a prova do fato depender de conhecimentotécnico ou científico (onde não houver esses profissionais qualificados, a indicação dosperitos será de livre escolha do juiz) (*)

- O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo determinado pela lei;todavia, pode escusar-se do encargo desde que alegue MOTIVO LEGÍTIMO (ou seja,pode recusar-se a cumprir tal encargo desde que exista um motivo legítimo para essarecusa);

- A escusa será apresentada dentro de 5 dias, contados da intimação ou doimpedimento superveniente (posterior), sob pena de se reputar, como renunciado, odireito a alegá-la.

(*) Estas regras também se aplicam ao INTÉRPRETE

4 DEPOSITÁRIO E ADMINISTRADOR

- Se a lei não dispuser de outro modo, caberão ao depositário ou aoadministrador a guarda e conservação de bens penhorados, arrestos, seqüestrados ouarrecadados.

- Eles respondem pelos prejuízos causados à parte por DOLO ou CULPA,e perdem a remuneração que o juiz estipular a favor deles; mas eles têm o direito dehaver o que legitimamente despenderam (gastaram) no exercício de seus cargos.

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DIREITO PENAL

INFRAÇÃO PENAL (ILÍCITO PENAL)

São comportamentos que infringem mandamentos legais que contêm, comosanção, a imposição de pena.

Não existe diferença de substância entre o ilícito civil e o penal: a diferençaé apenas de grau e de qualidade.

O ilícito penal é mais grave, atingindo os mais importantes valores da vida.

Uma diferença entre o ilícito penal e o ilícito civil está na conseqüênciajurídica de um e de outro: o ilícito penal tem como sanção a pena criminal (penasprivativas de liberdade, restritivas de direito, multa); já o ilícito civil tem comosanção a obrigação de compor o prejuízo (pela indenização ou pela restituiçãodo bem).

Espécies de infração penal

a) crime: infração penal mais grave, punida com reclusão (ou detenção)e/ou multa. Ex.: homicídio, roubo.

b) contravenção: comportamento criminal mais leve, punido com prisãosimples e/ou multa. Ex.: jogo do bicho, mendicância.

Crime (conceito): Ação/omissão típica, antijurídica e culpável.

Características (elementos do crime):

1. Ação: atividade conscientemente dirigida a um fim. Omissão: abstenção de atividade que o agente podia ou devia realizar.

2. Típica: correspondente a um tipo de delito, ou seja, a um modelo legal defato punível (tipicidade).

3. Antijurídica: contrária ao direito, por não existir qualquer permissão legalpara a conduta (antijuridicidade ou ilicitude).

4. Culpável: juízo de reprovação que recai sobre a conduta ilícita deimputável (imputabilidade) que tem ou pode ter consciência da ilicitude,sendo-lhe exigível comportamento conforme ao direito (culpabilidade).

Assim, se alguém alveja com arma de fogo seu inimigo, que vem afalecer, podemos identificar neste fato um crime, porque houve ação(efetuar o disparo da arma), que corresponde ao tipo do crime (descriçãolegal do crime) de homicídio, pois sobreveio o resultado morte (comodescrito no art. 121 do Código Penal: “matar alguém”) havendo, portanto,tipicidade. Tal conduta é contrária ao direito e, pois, antijurídica, porque

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não existe causa de exclusão da ilicitude (legítima defesa, estado denecessidade, etc.), bem como culpável, porque realizada por pessoaimputável (ou seja, com maturidade e capacidade de entendimento eauto-governo), tendo consciência da ilicitude e sendo exigívelcomportamento conforme ao direito.

Classificação dos crimes

1. crimes materiais: são aqueles em que a lei descreve a conduta doagente e o seu resultado (efeito material) que consuma o crime. Ex: nohomicídio, a ação é matar e o resultado é a morte, não se consumandoo crime sem que este efeito ocorra.

2. crimes formais: são aqueles que se consumam antecipadamente, semdependência de ocorrer ou não o resultado desejado pelo agente. Ex.: acalúnia, que se consuma com sua simples comunicação a outra pessoa,independentemente de a reputação do ofendido ficar ou não abalada.

3. crimes de mera conduta (ou simples atividade): são aqueles em que alei só descreve a conduta do agente, não aludindo a qualquerresultado, de modo que se consumam com o mero comportamento.Ex.: desobediência, violação de domicílio.

4. crimes comissivos: são os que requerem comportamento positivo(ação), o “fazer” alguma coisa pelo agente. Ex.: matar ou ferir alguém,furtar algo.

5. crimes omissivos próprios: são praticados mediante o “não fazer” o quea lei manda (comportamento negativo) sem dependência de qualquerresultado. Ex.: omissão de socorro simples.

6. Crimes omissivos impróprios (ou comissivos por omissão): sãoaqueles em que o agente, por deixar de fazer o que estava obrigado,produz resultado. Ex.: a mãe que deixa de dar alimento ao recém-nascido, causando-lhe a morte; o enfermeiro que não administra aopaciente o remédio prescrito, dando causa à sua morte.

SUEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL

Sujeito ativo:

É quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora. Só o homem(pessoa física) possui a capacidade para delinqüir. Portanto, pessoa jurídica nãopode ser sujeito ativo de um crime, embora possa ela ser sujeito passivo emvários crimes. Os entes inanimados e os animais não possuem capacidade penal.

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Capacidade penal e imputabilidade são conceitos diferentes.

• Capacidade penal: refere-se a momento anterior ao crime. • Imputabilidade: constitui momento contemporâneo ao delito.

Assim, uma pessoa pode ser considerada imputável, presentes osrequisitos da imputabilidade no momento da prática do crime e não ser sujeito dedireito penal, em face de tornar-se incapaz durante a fase da relação processualque o Estado lhe move em virtude do cometimento do crime. É o que ocorre nocaso de doença mental superveniente: Fulano era imputável quando cometeu ocrime, mas, preso e enquanto aguarda julgamento, é acometido de uma doençamental, tornando-se incapaz.

Sujeito passivo:

É o titular cuja ofensa constitui a essência do crime. Para ser identificado, épreciso indagar qual o interesse tutelado pela lei penal incriminadora.

No homicídio, o bem protegido é o direito à vida, e o homem é seu titular.Desta forma, o homem é o seu sujeito passivo.

Na prevaricação, crime contra a Adm. Pub., o Estado é o seu sujeitopassivo.

No crime de aborto, o feto (ser humano antes de nascer) é o sujeitopassivo.

No crime de calúnia contra mortos, o ultraje à memória da pessoa falecidareflete nos seus parentes que são os sujeitos passivos.

Nos crimes de destruição, subtração, ocultação e vilipêndio a cadáver, osujeito passivo é a coletividade, e, em particular, a família do morto.

Animais e coisas inanimadas: jamais serão sujeitos passivos, maspodem ser objeto material do delito (assim, por ex.., no caso de lesão a coisas ouanimais); os sujeitos passivos são seus proprietários.

TIPICIDADE

Tipo - é o conjunto dos elementos descritivos do crime contidos na lei penal. Variasegundo o crime considerado.

Ex.: o tipo do crime de furto (art. 155 do Cód. Penal) é o conjunto doselementos da conduta punível definido pela lei: “Subtrair, para si ou para outrem,coisa alheia móvel”.

Os elementos do Tipo podem ser:

a) objetivos – referentes ao aspecto material do fato, sua descrição quanto àforma de execução, tempo, lugar, etc.

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b) subjetivos – concernentes ao estado anímico (vontade) ou psicológicodo agente, quanto ao fim desejado pelo agente, sua intenção, o intuito que oencoraja na execução do fato.

c) normativos – referentes à ilicitude (antijuridicidade) de conduta que,diferentemente dos elementos objetivos e subjetivos que são verificadospela simples descrição, só podem ser determinados mediante juízo de valorde situação de fato. Os elementos normativos são identificados emexpressões tais como “sem justa causa”, “em desacordo com disposiçãolegal”, “funcionário”, “mulher honesta”, entre outras (perceba-se que se,enquanto nos elementos objetivos – relativos ao fato – e nos subjetivos –relativos à intenção do agente, basta um nível de observação suficiente parase verificar se estão presentes ou não, os elementos normativos exigem dojuiz uma apreciação intelectual mais elaborada, que envolve umentendimento de conceitos e valores).

ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)

O fato típico é também antijurídico, salvo se concorrer qualquer causa deexclusão da ilicitude, que são basicamente quatro:

1. estado de necessidade;2. legítima defesa;3. estrito cumprimento do dever legal;4. exercício irregular de direito.

1. Estado de Necessidade

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvarde perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outromeio evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, nãoera razoável exigir-se.

Exs.:- violação de domicílio para salvar vítimas de crime ou desastre;- subtração de alimentos para salvar alguém de morte por inanição;- subtração de salva-vidas de um disputante para salvar a própria vida emcaso de naufrágio;- caso de canibalismo entre náufragos ou perdidos na selva;- médico que deixa morrer um paciente para salvar outro, não tendo meios

de atender a ambos;- aborto praticado por médico quando não há outro meio de salvar a vida de

gestante;- dois náufragos nadam em direção a uma tábua de salvação e A, para

salvar-se, mata B;

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2. Legítima Defesa

Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meiosnecessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou deoutrem.

Exs: - A está prestes a atirar no pai de B; B, então, para salvá-lo, atira em A

matando-o;- A está perseguindo B, para atacá-lo a golpes de faca; B consegue pegar

um revólver e dispara contra A.

NOTA: só há legítima defesa contra agressão humana, enquanto oestado de necessidade pode decorrer de qualquer causa. Assim, porex., o ataque de um cão feroz enseja o estado de necessidade, pois aexpressão “agressão” do conceito “legítima defesa” indica condutahumana. Porém, se uma pessoa provoca o cão bravo contra a vítima, tem-se legítima defesa.

3. Estrito cumprimento do dever legal

Não há crime quando o sujeito pratica o fato em estrito cumprimento dedever legal, isto é, dever imposto por lei.

Exs.:- prisão em flagrante pelo policial;- morte do inimigo no campo de batalha;

4. Exercício regular de Direito

Não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito.

Exs.:- direito dos pais em castigar moderadamente os filhos;- violência esportiva, desde que se verifique obediência irrestrita às regras

da competição;- liberdade de opinião, ainda que desfavorável, em crítica literária, artística

ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou caluniar.

CULPABILIDADE

- Consiste na reprovabilidade da conduta ilícita (típica e antijurídica) de quem temcapacidade genérica de entender e querer (imputabilidade) e, podia, nascircunstâncias em que o fato ocorreu, conhecer a sua ilicitude, sendo-lheexigível comportamento que se ajuste ao direito.

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- São, portanto, elementos de juízo de reprovação (culpabilidade):a) imputabilidade;b) possibilidade de conhecimento do ilícito;c) exigibilidade de comportamento conforme o direito.

- Se o agente comete o fato típico e antijurídico, mas, por certas circunstâncias(ele é doente mental, por ex.), ele não tem noção de que está praticando umaconduta ilícita, portanto, não pode ser penalmente responsabilizado.

IMPUTABILIDADE

- Imputar é atribuir a alguém a responsabilidade de alguma coisa.

- Imputabilidade penal: é o conjunto de condições pessoais que dão ao agentecapacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de um fato punível.

- Inimputabilidade: é, ao contrário, a incapacidade para apreciar o caráter ilícito dofato ou de determinar-se de acordo com essa apreciação.

- Causas de exclusão da imputabilidade (e, portanto, causas deinimputabilidade penal):a) doença mental;b) desenvolvimento mental incompleto ou retardado;c) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior.

Tais causas excluem a culpabilidade.

Ocorrendo uma delas, o agente (quem pratica fato que a lei define como crime) éinimputável e, portanto, isento de pena.Em tais circunstâncias não há crime.

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CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

- Constitui, basicamente, crime contra a ordem tributária: suprimir ou reduzirtributo (imposto, taxa ou contribuição de melhoria) e qualquer acessório.

Causa de extinção de punibilidade do crime tributário: o pagamento do tributoou contribuição social, inclusive acessórios (juros, multa, correção monetária),antes do recebimento da denúncia.

Feito o pagamento do tributo (ou contribuição social) devida, desde que antes dorecebimento da denúncia pelo juiz, o agente não será punido, embora tivessecometido o crime (lembre-se que a ação penal, neste caso pública e, portanto,proposta pelo Ministério Público, inicia-se com o recebimento da denúncia, queé a peça acusatória, pelo juiz).

Crimes praticados por funcionários públicos contra a ordem tributária (alémdos crimes cometidos contra Administração Pública):

1 - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenhaguarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente,acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;2 - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela,vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar delançar ou cobrar tributo (ou contribuição social), ou cobrá-los parcialmente;3 - patrocinar direta ou indiretamente, interesse privado perante a AdministraçãoFazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público.

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CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICOCONTRA A ADMINISTAÇÃO EM GERAL

Conceito de funcionário público: aquele que, embora transitoriamente ousem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública ou EntidadeParaestatal, e quem trabalhar para empresa prestadora de serviço contratadaou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

Exemplo de funcionário público sem remuneração seria o caso de jurado,em tribunal de júri, e mesários nas eleições.

Exemplo de entidade paraestatal: Caixa Econômica Federal, SABESP,COMGÁS, etc.

• Se o funcionário for ocupante de cargo em comissão, ou de função dedireção ou assessoramento de órgão da Administração Direta ou daAdministração Indireta (sociedade de economia mista, empresa oufundação pública): a pena, nesse caso, será aumentada em 1/3.

Os crimes abaixo só podem ser cometidos por funcionário público:

PECULATO

O particular pode ser partícipe do crim e(art. 29 e 30 do CP)

Penas: reclusão 2 a 12 anos e multa

Há 4 tipos de peculato:

1. Peculato-Apropriação2. Peculato-Desvio3. Peculato-Furto4. Peculato-Culposo5. Peculato-Estelionato

1. Peculato-Apropriação

O funcionário público apropria-se da coisa (age como se a coisa fosse sua,retendo, dispondo ou consumindo o objeto material)

2. Peculato Desvio

Ele desvia a coisa, em proveito próprio ou alheio.Desviar(dar destinação diferente daquela para qual o objeto lhe foraconfiado)Se o desvio for em prol da administração, poderá ser o crime do art.315 do CP(emprego irregular de verbas ou rendas públicas).

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3. Peculato-Furto

O funcionário público em razão de sua função, embora não tendo a posse dodinheiro, valor ou bem, SUBTRAI um desses itens ou CONCORRE (ajudauma 3ª pessoa) para que seja subtraído.

4. Peculato-Culposo

O funcionário, por não observância do dever do cuidado a que estavaobrigado, concorre (facilita) para que outrem (funcionário público ou particular)pratique uma das 3 formas de peculato acima.

Ex.: o responsável pelo cofre da coletoria [local onde se arrecadam (recebe)tributos(impostos)], que deixa aberto ao se ausentar propiciando,CULPOSAMENTE, oportunidade para que outro funcionário subtraia o dinheiroque ficou à vista. Pena: Detenção de 3 meses a 1 ano.

No peculato culposo, se o funcionário repara o dano ANTES DA SENTENÇAIRRECORRÍVEL (sentença transitada em julgado, ou seja, que não há maiscomo recorrer; logo, a decisão não pode ser mais modificada), a reparaçãoEXTINGUE a punibilidade (não haverá aplicação de pena). Se é posterior(após) à sentença, reduz pela metade a pena imposta.

5. Peculato-Estelionato (peculato mediante erro de outrem)

Apropriar-se de dinheiro ou de qualquer utilidade por erro de outrem (outrapessoa).

ERRO DE OUTREM: erro cometido pela vítima (particular ou funcionáriopúblico) que faz a entrega do dinheiro ou da utilidade. Ex.: o chefe do setorde pagamento de uma repartição pública paga horas extraordinárias afuncionário que não tinha direito a recebê-las. Este, porém, aproveitando-se doerro daquele, recebe o dinheiro e se cala.

CONCUSSÃO

Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ouantes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

A ação incriminada é exigir e não receber (o recebimento da vantagem indevida émero exaurimento; para caracterizar o crime concussão, basta exigir).

Ex: escrevente exige de advogado uma “caixinha” para acelerar a expedição deuma certidão ou para acelerar o andamento de um processo.

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PREVARICAÇÃO

Há 3 modalidades:

a) Retardar, indevidamente, ato de ofício;b) Deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;c) Praticar ato de ofício contra disposição expressa na lei

O funcionário pratica qualquer uma dessas modalidades para satisfazerinteresse ou sentimento pessoal.

Não haverá este crime se o agente retarda ou omite ato de ofício que, sepraticado, poderia acarretar a responsabilidade penal ou administrativadele próprio (ex.: retardar a prestação de contas para encobrir seu própriodesfalque).

• Diferença entre Prevaricação e a forma qualificada de corrupçãopassiva:

- na PREVARICAÇÃO qualquer uma das modalidades (a, b ou c) épraticada para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

- na forma qualificada de CORRUPÇÃO PASSIVA, qualquer uma dasmodalidades é praticada em conseqüência da vantagem ou de sua promessa.

CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

Há duas modalidades:

O funcionário, por indulgência (tolerância ou condescendência):

a) Deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração noexercício do cargo (O agente, embora tenha competência, deixa deresponsabilizar, isto é, não promove a apuração da falta nem aplicaao subordinado as punições legais);

b) Não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, quandolhe falte competência (embora não tenha competência pararesponsabilizar o infrator, o agente não leva o fato ao conhecimentoda autoridade competente).

ADVOCACIA ADMINISTRATIVA

Patrocinar, direta (pelo próprio funcionário) ou indiretamente (com aintermediação de 3ª pessoa), INTERESSE PRIVADO perante a administraçãopública, valendo-se da qualidade de funcionário. EX.: escrevente de umCartório procura colega de outro Cartório a fim de pedir que agilize oprocesso de um amigo seu.

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CORRUPÇÃO PASSIVA

Solicitar ou receber, para si ou para outrem, em razão da função (ainda que foradela ou antes de assumi-la), vantagem indevida ou aceitar promessa de talvantagem.

Obs.: se trata de exigir, não será corrupção passiva e sim, concussão.

Se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário:

a) Retarda (atrasa) ato de ofício;b) Deixa de praticar qualquer ato de ofício; ouc) Pratica ato que viola dever de sua função

As condutas a, b e c são formas qualificadas de corrupção passiva. A pena éaumentada de 1/3(um terço).

Se, porém, pratica a, b ou c, mas o faz cedendo a pedido ou influência de outrem,tem-se uma figura privilegiada e, portanto, com pena menor.

EXCESSO DE EXAÇÃO

Duas modalidades:

1ª Exigência indevida de imposto, taxa ou contribuição social que o funcionáriosabe indevido (que não é devido, necessário).Imposto, taxa = tributoEx.: escrevente exige taxa para expedir certidão, que é gratuita.Forma qualificada de exação(só existe nesta 1º modalidade): se o servidor, em vezde recolher aos cofres públicos o que recebeu indevidamente, o desvia em proveitopróprio ou de outrem.Pena: Reclusão de 2 a 12 anos e multa

2ª cobrança vexatória de tributo ou contribuição social, embora devido, masacaba humilhando ou ameaçando no ato da cobrança.

VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA

Praticar violência (violência física):

• no exercício da função: quando o agente está efetivamentedesempenhando a sua função. Ex.: policial prende ladrão e o espanca.

• A pretexto de exercê-la: quando o agente faz acreditar que se achaexercendo sua função, quando, na verdade, não está.

Ex.: policial entra num bar e com a desculpa de que está perseguindo um bandido,agride um dos presentes com o qual ele se antipatiza.

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VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL

Revelar ou facilitar a revelação de fato de que tem ciência em razão do cargo e quedeva permanecer em segredo. Não haverá crime se o funcionário houver tido ciência do fato por motivo diversoque não em razão do cargo.Ex.: Funcionário, membro da banca examinadora do concurso para escrevente, emrazão do cargo, tem acesso ao gabarito das provas e o revela a um amigo.

VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA PÚBLICA, OUPROPORCIONAR A TERCEIRO O ENSEJO (OPORTUNIDADE) DE DEVASSÁ-LO.

CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EMGERAL

RESISTÊNCIA

Opor-se (resistir) à execução de ato LEGAL, mediante violência ou ameaça afuncionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.

• Se o ato, em razão da resistência, NÃO se executa: a pena é aumentada – • A pena do crime de resistência soma-se à pena correspondente à violência

praticada (lesões corporais ou homicídio).• O delito de resistência absorve o de desobediência e também os de ameaça

e desacato, quando praticados em um mesmo episódio.• Em caso de resistência a prisão, após prática delituosa, o delito de

resistência não é crime autônomo, a não ser que haja interrupção temporalentre o crime que provocou a prisão e a resistência que o agente lhe opôs.

DESOBEDIÊNCIA

Desobedecer a ordem Legal de funcionário público. Ex.: pessoa não cumpreordem determinada por autoridade sanitária.

DESACATO

Desacatar (ofender, humilhar) por palavras, gestos ou vias de fato. (Ex.: viasde fato - soco no rosto) funcionário público no exercício da função ou em razãodela. EX.: A pessoa xinga oficial de justiça que vai citá-la – é crime.Mas não será crime se ela o encontra no bar e, após uma conversa amigável, elesse desentendem e ela o ofende. Aqui, poderá ser crime contra honra (calúnia,injúria ou difamação), mas não desacato, pois o oficial de justiça não estava noexercício da função.

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• Não haverá crime se o funcionário houver dado causa ao desacato: seráretorsão ou justa repulsa.

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

Obter (conseguir), para si ou para outrem, VANTAGEM ou PROMESSA devantagem, a pretexto de influir em funcionário público no exercício da função. (O agente atribui-se influência sobre o funcionário, comprometendo-se a exercê-laem favor de interessado perante a administração pública).

Ex.: Pedro recebe de José uma quantia em dinheiro com a desculpa de pedir a umfuncionário do DETRAN que “apague” as multas do carro de José, doscomputadores do Departamento. Se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário: apena é aumentada.

CORRUPÇÃO ATIVA

É um crime formal.Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo apraticar, omitir ou retardar ato de ofício.

Ex.: Advogado oferece dinheiro ao escrevente para juntar petição ao processoFORA DO PRAZO. O advogado comete corrupção ATIVA.O escrevente comete corrupção PASSIVA. * Se em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou OMITE atode ofício, ou PRATICA infringindo dever funcional: A pena é aumentada em1/3.

Não caracteriza o crime: se o oferecimento é POSTERIOR a ação ou omissão,sem anterior promessa; igualmente, se o agente oferece ou promete avantagem para livrar-se de ato ilegal do funcionário.

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA

Fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade, como TESTEMUNHA,PERITO, CONTADOR, TRADUTOR OU INTÉRPRETE em processo judicial,policial ou administrativo, inquérito policial ou juízo arbitral.

• Se o crime é praticado mediante suborno ou é cometido com o fim de obterPROVA destinada a produzir efeito em PROCESSO PENAL ou em processocivil em que for parte entidade da administração pública direta ouindireta: As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3.

• O fato deixa de ser punível, se, ANTES da sentença de 1ª instância, noprocesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.Para o STF, a retratação tem caráter exclusivamente PESSOAL, sendoincomunicável aos demais autores; para Fragoso e Delmanto, porém, écomunicável.

• Ação Pública Incondicionada, mas a sentença não pode ser dada ANTESque se profira decisão no processo em que o falso testemunho ou períciaocorreu.

• Não haverá esse crime se a testemunha, ainda que compromissada, mentepara não se incriminar (autodefesa) pois há inexigibilidade de outra conduta.

• Igualmente, é crime quando alguém dá, oferece, ou promete dinheiro ouqualquer outra vantagem para que se cometa a ação acima descrita,impondo-se ao agente desse crime pena maior (reclusão de 3 a 4 anos, emulta).

FRAUDE PROCESSUAL

Inovar (modificar, alterar, mudar) artificialmente, na pendência de processo civilou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou pessoa, com o fim de INDUZIR aerro o juiz ou o perito.

EX.: plantio de árvores, abertura de janelas, retirada de mancha, cirurgiaplástica para enganar o juiz ou o perito na análise dos fatos do processo.

• Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que nãoiniciado: a pena dobra.

EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO

Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra vantagem, a pretexto (desculpa) deinfluir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário da justiça, perito,tradutor, intérprete ou testemunha. EX.: João recebe ou pede dinheiro de Paulo com a desculpa de influenciar juiz quevai decidir processo em que Paulo é réu.

• Se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destinaa qualquer daquelas pessoas: a pena aumenta de 1/3. No exemplo acima,João diz que vai dar parte do dinheiro ao Juiz.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA: dar causa à instauração de investigação policial,instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidadeadministrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO: provocar a açãode autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravençãoque sabe não se ter verificado.

AUTO-ACUSAÇÃO FALSA: acusar-se, perante a autoridade, de crimeinexistente ou praticado por outrem.

• Dos 3 crimes acima, o mais grave é a denunciação caluniosa (a pena é dereclusão, de 2 a 8 anos e multa) e o menos grave, de comunicação falsade crime ou de contravenção (pena de detenção de 1 mês a 6 meses).

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CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (principais tipos penais)

Nota preliminar:O tipo penal, isto é, a descrição de um crime, pode aparecer de 3 formas

diferentes:• Figura simples – é a descrição básica da infração penal• Figura qualificada – é a mesma descrição acompanhada de circunstância

agravante, que faz aumentar a pena• Figura privilegiada – é também o tipo penal básico, porém, acompanhado de

circunstância atenuante, que faz diminuir a pena.

DANO

Dano simples: destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheiaDano qualificado: se o crime é cometido:

1. contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária deserviços públicos ou sociedade de economia mista;

2. com violência à pessoa ou grave ameaça;3. por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima;4. com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui

crime mais grave.

FURTO

Furto simples – subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia (energia elétrica ou outrade valor econômico equipara-se a coisa móvel)

Furto qualificado – se o crime é cometido por:1. durante o repouso noturno;2. com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;3. com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;4. com emprego de chave falsa;5. mediante concurso de 2 ou mais pessoas.

Furto privilegiado – se o criminoso é primário, isto é, sem antecedentes criminais e acoisa furtada é de pequeno valor.

ROUBO

Roubo Próprio – subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante graveameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la por qualquer meio, reduzida àimpossibilidade de resistência.

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Roubo impróprio – quando a violência ou a grave ameaça são empregadas contra apessoa logo depois da subtração, para assegurar a impunidade de crime ou a detençãode coisa subtraída.

Roubo qualificado – ocorre quando:1. a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;2. há o concurso de 2 ou mais pessoas;3. a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal

circunstância;4. a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro

Estado ou para o Exterior;5. o agente mantém a vítima em seu poder restringindo sua liberdade.

Roubo qualificado – pelo resultado lesão corporal GRAVE

Roubo qualificado – pelo resultado MORTE (chamado latrocínio)

EXTORSÃO

Extorsão simples – constranger (coagir, obrigar), mediante violência ou grave ameaça,e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,tolerar que se faça, ou deixar de fazer alguma coisa.

Extorsão qualificada – 1) cometida por 2 ou mais pessoas ou com emprego de arma 2) cometida mediante violência, resultando em lesão corporal

grave ou morte

Extorsão mediante Seqüestro

Extorsão mediante seqüestro simples – seqüestrar (reter alguém privando-a daliberdade) a fim de obter qualquer vantagem (econômica ou não), como condição oupreço do resgate

Extorsão mediante seqüestro qualificada – 1)se o seqüestro durar mais de 24hs;2) se o seqüestrado é menor de 18 anos;3) se o seqüestro é praticado por bando ouquadrilha;4)se do seqüestro resulta lesão corporalgrave ou morte

APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita simples: apropriar-se de coisa alheia móvel de que tem aposse ou a detenção.

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Apropriação indébita qualificada: ocorre quando o autor do crime recebeu a coisa:1- na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,

testamenteiro ou depositário judicial;2- em razão de profissão, emprego ou ofício;3- em depósito necessário.

Obs: ao contrário do furto (sempre caracterizado pela subtração) e do estelionato(sempre caracterizado pela fraude), na apropriação, o autor do crime tem aanterior posse da coisa alheia, que lhe foi confiada pelo ofendido, mas inverte aposse, isto é, passa a agir como se ele fosse o dono da coisa.

ESTELIONATO

Estelionato simples: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízoalheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ouqualquer outro meio fraudulento.

Estelionato qualificado: se o crime é cometido em detrimento de:1- entidade de direito público;iInstituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

RECEPTAÇÃO

Receptação simples: adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, emproveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para queterceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.

Receptação qualificada: praticar a ação acima no exercício de atividade comercialou industrial.Ex: dono de loja de eletrodomésticos coloca à venda aparelho de TV que sabe tersido produto de um furto.

IMUNIDADES PENAIS APLICÁVEIS AOS AUTORES DE CRIMES CONTRA OPATRIMÔNIO

1 – Imunidade penal absolutaÉ isento de pena quem comete crimes contra o patrimônio em prejuízo:a) do cônjuge, na constância do sociedade conjugal;b) de ascendente ou descendente (parentesco legítimo ou não, civil ou natural).

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2 – Imunidade penal relativaEmbora a ação penal, nesses crimes, seja pública (ou seja, movida peloMinistério Público), estará ela condicionada à representação do ofendido se ocrime tiver sido praticado em prejuízo de:a) cônjuge desquitado ou judicialmente separado;b) irmão (legítimo ou não)c) de tio e sobrinho, com quem o agente mora em comum (coabita).

NOTA IMPORTANTE

As imunidades penais absolutas e relativas, que existem com o objetivo depreservar as relações familiares, não se aplicam em 3 situações:

1- se o crime é de roubo ou extorsão;2- quando houver emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;3- ao estranho que participa do crime.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOTITIA CRIMINIS

Informação sobre um crime, levada a autoridades policial ou judiciária e,normalmente, com base nela é instaurado o inquérito policial, e depoisformulada a denúncia ou queixa-crime (peças acusatórias que iniciam aação penal).

INQUÉRITO POLICIAL (IP)

Prazo para conclusão do IP:- réu preso: 10 dias (pela Lei de Tóxicos, 5 dias)- réu solto: 30 dias.

- Incomunicabilidade do réu preso: não excederá a 3 dias.

Conflito de atribuições entre MPs de justiças diferentes:deve haver um pedido e uma declaração formal de incompetência, e aí sim, oSTJ poderia resolver o conflito.

DENÚNCIA

I - Oferecimento de denúncia: em 5 dias, se o réu estiver PRESO e em 15dias, se o réu estiver SOLTO.

II - Oferecimento de queixa: a ação se inicia com o recebimento da denúnciada queixa (e não apenas oferecimento) - ação penal exclusivamente privada : em 6 meses a contar do conhecimentoda autoria; - ação penal privada subsidiária: em 6 meses a contar do dia em que seesgotou o prazo para o MP.

AÇÃO PENAL

Tipos de Ação Penal

1) Ação Penal Pública :Qualquer pessoa do povo, nos casos em que caibaação pública, poderá provocar a iniciativa do MP. Há duas modalidades deação penal pública:

a) incondicionada : por denúncia do MP (ex.: em crimes contra a Adm.Pública e contra a Fé Pública).- Uma vez apresentada a denúncia, ela também se torna IRRETRATÁVEL : oMP não pode desistir dela, ex.: crimes contra a liberdade sexual (estupro,

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sedução etc.) , sendo a vítima pobre, ela poderá representar ao MP para queeste denuncie (se ela tiver recursos é caso de queixa-crime).

b) condicionada:I - a representação do ofendido (depois de oferecida a denúncia, o ofendidonão pode desistir da representação), esta se torna irretratável.II - a requisição do Ministro da Justiça

2) Ação Penal Privada (Queixa-crime) - O próprio ofendido (vítima), por meiode advogado, ingressa com a acusação na Justiça Criminal; o MP aqui nãopode substituir o ofendido, mas pode ADITAR a queixa-crime (isto é,acrescentar algum novo fundamento de fato ou de direito à queixa-crime), noprazo de 3 dias a contar da data em que receber os autos. Ex.: em crimescontra a honra (calúnia, injúria, difamação).

- De acordo com a lei penal, a regra geral é a ação pública incondicionada;as demais situações (ação pública condicionada/queixa-crime) só existemquando a lei expressamente as prevê.

Obs.: a representação (no caso de ação penal pública a ela condicionada), nocaso de morte do ofendido ou declaração judicial de sua ausência, passaráao:1- cônjuge;2- ascendente;3- descendente; ou4- irmão.

Ação Penal exclusivamente privada: nela, o MP não pode aditar queixa paraincluir fato sujeito à iniciativa do ofendido ou para incluir co-réu; masdeverá zelar pela INDIVISIBILIDADE, propondo que o querelante adite aqueixa para a inclusão de co-réu, se ainda não ocorreu a decadência, sob penade considerar renúncia extensiva a todos.(ação penal privada subsidiária: promovida pelo particular, vítima ou seurepresentante, quando o MP, incumbido de fazer a denúncia, não toma ainiciativa).

Renúncia : se o ofendido é maior de 18 anos e menor de 21, as renúnciasdele e de seu representante legal são autônomas, ou seja, a renúncia de umnão exclui o direito de queixa do outro

Perdão Judicial: se o querelante for maior de 18 e menor de 21, o perdãopoderá ser concedido por ele ou por seu representante legal, mas se houverdiscordância de um, o perdão dado pelo outro não produzirá efeito; o mesmovale para a aceitação do perdão se o querelado tiver menos de 21.

Direito de oferecer queixa - é autônomo, do maior de 18 e menor de 21 e deseu representante legal: cada prazo (de 6 meses) corre independentemente e adecadência ocorrerá separadamente para cada um sem prejudicar o direito do

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outro.Se o ofendido é menor de 18 ou mentalmente enfermo e não temrepresentante legal ou há colidência de interesses entre eles, o juiz nomearácurador especial para decidir se propõe a ação penal ou não (o mesmo valepara o perdão judicial).

PRISÃO EM FLAGRANTE

Qualquer do povo poderá e a autoridade policial e seus agentes deverão,prender uma pessoa (qualquer uma) encontrada em flagrante delito.

Casos de flagrante delito:

1) quem está cometendo a infração penal;2) quem acaba de cometê-la;3) quem é perseguido logo após cometer o ato;4) quem é encontrado logo após com armas ou objetos do crime.

PRISÃO PREVENTIVA

- Caberá em qualquer fase do Inquérito Policial ou da Instrução Criminal.

- Poderá ser decretada: a) pelo juiz, de ofício;

b) a requerimento do MP ou do querelante (quem move a queixa-crime);mediante representação da autoridade policial

- Requisitos para decretá-la (os requisitos 1 e 2 dever se verificar ao mesmotempo)1- quando houver prova da existência do crime e indício de autoria; e2- como garantia da ordem pública ou econômica ou por conveniência dainstrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.

PRISÃO TEMPORÁRIA

- Cabe prisão temporária:1- quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;2- quando o indiciado (agente) não tiver residência fixa ou não fornecer

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elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;3- quando houver fundadas razões de autoria (ou participação) em crimescomo homicídio doloso, roubo, extorsão (simples e mediante seqüestro),estupro, quadrilha ou bando, tráfico de drogas, entre outros.

- Prazo de duração da prisão temporária: 5 dias prorrogável por igualperíodo em caso de extrema e comprovada necessidade (5 dias + 5 dias).Decorrido o prazo da prisão temporária; o preso deverá ser postoimediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisãopreventiva.

- Decretação de prisão temporária: pelo juiz, mediante provocação deautoridade policial ou de requerimento do MP.

COMPETÊNCIA

Quem deve processar e julgar o crime? ou seja, quem é o juiz competente?A regra geral é: o juiz competente é o do lugar da infração (lugar em que seconsumar a infração, ou no caso de tentativa, o lugar em que for praticado oúltimo ato de execução).

PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES COMETIDOS PORFUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Defesa Prévia: é a nota característica do processo penal contra funcionáriopúblico e somente cabível nos crimes afiançáveis.O juiz, antes de apreciar a denúncia ou queixa-crime (peças acusatórias queiniciam a ação penal) manda notificar o acusado para responder por escritono prazo de 15 dias.- Se, com base na resposta do acusado (ou de seu defensor), o juiz seconvencer da inexistência do crime ou da improcedência da ação, rejeitaráa queixa ou denúncia, em decisão fundamentada.- Se, ao contrário, não se satisfizer com a resposta do acusado, receberá apeça acusatória e determinará o início do processamento da ação penal, com acitação do acusado para seu interrogatório (e após o qual, ele terá novo prazode 3 dias para oferecer novas alegações).

HABEAS CORPUS (HC)

Habeas Corpus - expressão latina que significa "tomai o corpo"

- Dar-se-á Habeas Corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência

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de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo noscasos de punição disciplinar.

A coação considerar-se-á ilegal:1 - quando não houver justa causa para a detenção da pessoa;2 - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;3 - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;4 - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;5 - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a leiautoriza;6 - quando o processo for manifestamente nulo;7 - quando extinta a punibilidade

- O juiz ou o tribunal, que receber o pedido de Habeas Corpus, dentro doslimites da sua jurisdição, fará passar imediatamente a ordem impetrada, noscasos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora.

- O Habeas Corpus poderá ser impetrado:. por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem;. pelo Ministério Público.

- Recebida a petição de Habeas Corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiverpreso o paciente, mandará que este lha seja imediatamente apresentado emdia e hora que designar. O preso só deixará de ser apresentado em 3situações:1 - se estiver enfermo;2 - se não estiver sob a guarda da pessoa a quem se atribui a prisão;3 - se o seu comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelotribunal.

- O preso em favor de quem se pede o HC é denominado paciente.

- Se a ordem de HC for concedida para evitar ameaça de violência ou coaçãoilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.

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Orçamento Público

Conceitos e Princípios

- São leis de iniciativa do Poder Executivo (encaminhando os respectivosprojetos ao Congresso Nacional):1. plano plurianual;2. lei de diretrizes orçamentárias (LDO);3. lei orçamentária anual (LOA), que compreende 3 orçamentos:

- fiscal;- de investimento;- da seguridade social

1. Plano plurianual: estabelecerá de forma regionalizada, as diretrizes,objetivos e metas da administração pública federal para as despesas decapital e outras deles decorrentes e para as relativas aos programasde duração continuada.

Obs.: nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercíciofinanceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no planoplurianual, ou sem lei que autorize sua inclusão, sob pena de crime deresponsabilidade.

2. Lei de Diretrizes Orçamentárias: compreenderá as metas eprioridades da administração pública federal, incluindo as despesas decapital para o exercício financeiro subseqüente, orientará aelaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações nalegislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agênciasfinanceiras oficiais de fomento.

Emendas ao projeto de LDO só serão aprovadas se compatíveis com oplano plurianual.

3. Lei Orçamentária Anual – compreenderá:

a) orçamento fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos,órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusivefundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

b) orçamento de investimento: das empresas em que a União, diretaou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito avoto.

c) Orçamento da seguridade social: abrangendo todas as entidades eórgãos a ela vinculados da administração direta ou indireta, bemcomo os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo PoderPúblico.

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- Apreciação dos projetos de lei sobre plano plurianual, LDO e LOA: peloCongresso Nacional (em sessão conjunta), após parecer da Comissãomista permanente.

- Emendas ao projeto de LOA

Somente podem ser aprovadas em 3 casos:1. sejam compatíveis com o plano plurianual e com a LDO;2. indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes

de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:a) dotações para pessoal e seus encargos;b) serviço da dívida;c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios

e DF.3. sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões;b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

- Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvoquando provada, nesse ponto, a inexatidão da proposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto nãoesteja aprovado pelos órgãos competentes;

c) conceder dotação para instalação ou funcionamento deserviço que não esteja anteriormente criado;

d) conceder dotação superior aos quantitativos previamentefixados em resolução do Poder Legislativo para concessãode auxílios e subvenções.

Observações importantes sobre a LOA

- A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de formaa evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho doGoverno, obedecidos os princípios de unidade, universalidade eanualidade.

- A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas aatender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços deterceiros, transferências ou quaisquer outras, salvo às despesas referentesa programas de trabalho.

- Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seustotais, vedadas quaisquer deduções.

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As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outraincluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada atransferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.

- O projeto da LOA deve ser elaborado de forma compatível com:

a) plano plurianual;b) LDO;c) Lei Complementar 101/00

Conterá reserva de contingência, com base na receita corrente líquida,destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros e eventosfiscais imprevistos;

- Receita Corrente Líquida: (apurada somando-se as receitas arrecadadasno mês de referência e nos 11 anteriores).

Somatório das receitas tributárias, de contribuições patrimoniais,industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outrasreceitas também correntes, deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados eMunicípios por determinação constitucional ou legal, e ascontribuições sociais do empregador (sobre salários erendimentos) e do trabalhador e demais segurados econtribuições para o PIS/PASEP;

b) no Estado as parcelas entregues aos Municípios pordeterminação constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dosservidores para o custeio do seu sistema de previdência eassistência social e as receitas provenientes dacompensação financeira entre os regimes de previdênciasocial.

- É proibido consignar na LOA:

a) crédito:• com finalidade imprecisa ou • com dotação ilimitada.

b) dotação para investimento com duração superior aoexercício financeiro não previsto no plano plurianual ou emlei autorizada de sua inclusão.

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Ciclo Orçamentário

1º. Proposta Orçamentária

Conteúdo e forma da Proposta Orçamentária

A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará aoPoder Legislativo, nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas LeisOrgânicas dos Municípios, compor-se-á:

I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situaçãoeconômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada eflutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissosfinanceiros exigíveis; exposição e justificação da política econômica-financeirado Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante aoorçamento de capital;

II - Projeto de Lei de Orçamento;

III - Tabelas Explicativas, das quais, além das estimativas de receita edespesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:

a) a receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele emque se elaborou a proposta;

b) a receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;

c) a receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;

d) a despesa realizada no exercício imediatamente anterior;

e) a despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e

f) a despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.

IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados pordotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa docusto das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas dejustificação econômica, financeira, social e administrativa.

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1 - Mensagem2 - Projeto da LO3 - Tabelas ExplicativasPROPOSTA ORÇAMENTÁRIA4 - Especificações dos Programas deTrabalho, custeados por dotaçõesglobais.

Elaboração da Proposta Orçamentária

Previsões Plurianuais

As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro deRecursos e de Aplicação de Capital, aprovado por decreto do PoderExecutivo, abrangendo, no mínimo, um triênio.

O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital será anualmentereajustado acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de modo aassegurar a projeção contínua dos períodos.

O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital abrangerá:

I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planosespeciais aprovados em lei e destinados a atender a regiões ou a setores daadministração ou da economia;

II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitasque os constituam;

III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Títuloda Lei 4320/64, com indicação das respectivas receitas, para as quais foremprevistas transferências de capital.

Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação deCapital, sempre que possível, serão correlacionados a metas objetivas emtermos de realização de obras e de prestação de serviços.

Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com arealização de cada programa.

A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dosinvestimentos, inversões financeiras e transferências previstos no Quadro deRecursos e de Aplicação de Capital.

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Das Previsões Anuais

As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade coma política econômica-financeira, o programa anual de trabalho do Governo e,quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidadeadministrativa.

As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas emformulário próprio, serão acompanhadas de:

I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22,inciso III, letras d, e e f da Lei 4320/64;

II - justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com aindicação dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas,para cujo início ou prosseguimento ela se destina.

Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizardemonstrações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, paraservirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária.

Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente.

As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas naproposta geral, considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.

2º. Elaboração da Lei Orçamentária Anual

Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nasConstituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativoconsiderará como proposta a Lei de Orçamento vigente.

3º. Execução do Orçamento

Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com basenos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotastrimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada autilizar.

Tal fixação das cotas atenderá aos seguintes objetivos:

a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma derecursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anualde trabalho;

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b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre areceita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimoeventuais insuficiências de tesouraria.

A programação da despesa orçamentária, acima referida, levará emconta os créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.

As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício,observados o limite da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competenteque cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não deimplemento de condição.

O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditosconcedidos.É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada aemissão da nota de empenho.

Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não sepossa determinar.

É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras,sujeitas a parcelamento.

Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota deempenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância dadespesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado apóssua regular liquidação.

A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquiridopelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios dorespectivo crédito.

Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestadosterá por base:

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I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva doserviço.

A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridadecompetente, determinando que a despesa seja paga.

A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentosprocessados pelos serviços de contabilidade.

4º. Controle da Execução Orçamentária

O controle da execução orçamentária compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou arealização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações (averificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia,concomitante e subseqüente.);

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveispor bens e valores públicos;

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termosmonetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços (talcontrole caberá, internamente, ao órgão incumbido da elaboração deproposta orçamentária ou a outro órgão definido em lei).

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ORÇAMENTO-PROGRAMA

• Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará(detalhará) a etapa do programa plurianual a ser realizada no exercícioseguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual.

• Na elaboração do orçamento-programa, serão mencionados:

1 – recursos consignados no orçamento da União;

2 – os recursos extra-orçamentários vinculados à execução do Governo.

• Para ajustar o ritmo de execução do orçamento-programa ao fluxo provávelde recursos, os Ministérios do Planejamento e da Fazenda elaborarão, emconjunto, a programação financeira de desembolso, de modo a assegurar aliberação automática e oportuna dos recursos necessários à execução dosprogramas anuais de trabalho.

• Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamental e aoorçamento-programa e os compromissos financeiros só poderão ser assumidosem consonância com a programação financeira de desembolso.

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Despesas Públicas

Conceituação e Classificação

A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

I – Despesas de CusteioDESPESAS CORRENTES

II – Transferências Correntes

I – Investimentos

II – Inversões FinanceirasDESPESAS DE CAPITAL

III - Transferências de Capital

Despesas de Custeio: as dotações para manutenção de serviçosanteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservaçãoe adaptação de bens imóveis.

Transferências Correntes: as dotações a despesas para as quais nãocorresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive paracontribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outrasentidades de direito público ou privado.

Subvenções (tipo de transferência corrente/manutenção): são astransferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidadesbeneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ouprivadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ouprivadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

Investimentos: as dotações para o planejamento e a execução de obras,inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários àrealização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho,aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ouaumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial oufinanceiro.

Inversões Financeiras: as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidadesde qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumentodo capital;

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III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas quevisem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou deseguros.

Transferências de Capital: as dotações para investimentos ou inversõesfinanceiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar,independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços,constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivemdiretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como asdotações para amortização da dívida pública.

Observadas as categorias econômicas acima, a discriminação ouespecificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ouórgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema:

I – Pessoal CivilII - Pessoal MilitarIII – Material de ConsumoIV – Serviço de Terceiros

DESPESAS DECUSTEIO

V – Encargos Diversos

I – Subvenções Sociais

II – Subvenções Econômicas (paraempresa pública com finslucrativos se a lei autorizar).

III - InativosIV - Pensionistas

V - Salário Família e AbonoFamiliarVI - Juros da Dívida Pública

VII - Contribuições de PrevidênciaSocial

DESPESASCORRENTES

TRANSFERÊNCIASCORRENTES

VIII - Diversas TransferênciasCorrentes.

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I – Obras Públicas

II – Serviços em Regime deProgramação Especial

III - Equipamentos e Instalações

IV – Material PermanenteINVESTIMENTOS

V – Participação em Constituição ouAumento de Capital de Empresas ouEntidades Industriais ou Agrícolas

I – Aquisição de Imóveis

II – Participação em Constituição ouAumento de Capital de Empresas ouEntidades comerciais ou Financeiras

III – Aquisição de TítulosRepresentativos de Capital deEmpresas em Funcionamento

IV – Constituição de FundosRotativosV – Concessão de Empréstimos

INVERSÕESFINANCEIRAS

VI – Diversas Inversões Financeiras

I – Amortização da Dívida

II – Auxílios para Obras Públicas

III – Auxílios para Equipamentos eInstalações

IV – Auxílios para InversõesFinanceiras

DESPESAS DECAPITAL

TRANSFERÊNCIADE CAPITAL

V – Outras Contribuições (menosauxílios a empresas com finslucrativos

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Despesas com Pessoal

Definições, limite e controle

Em cada período de apuração, tal despesa NÃO poderá exceder osseguintes percentuais da receita corrente líquida:

Legislativo 2,5% (incluindo o TCU)

Judiciário 6%

Executivo 40,9% (destinando-se 3% para as despesas depessoal com Amapá e Roraima)

União: 50%

MP Federal 0,6%

Legislativo 3% (incluindo TCE)

Judiciário 6%

Executivo 49%Nos Estados onde houver TCM, 3% sobepara 3,4% e 49% para 48,6% (art. 20,parag. 4, LC 101/00)

Estados: 60%

MP Estadual 2%

Legislativo 6% (incluindo o TCM, onde houver)Municípios: 60%

Executivo 54%

Nesses percentuais, não serão computadas as despesas:

1) de indenização por demissão de servidores ou empregados;

2) de incentivos à demissão voluntária;

3) decorrentes de decisão judicial e da competência de período anteriorao da apuração;

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4) com inativos, ainda que por meio de fundo específico, custeadas pelosseguintes recursos:

a) arrecadação de contribuições dos segurados;b) compensação financeira havida entre os regimes de

previdência;c) demais receitas arrecadadas diretamente pelo fundo

(produto da alienação de bens, direitos e ativos, superávitfinanceiro etc);

5) despesas de pessoal no DF, AP e RR (custeadas pela União);

6) despesas em caso de:a) urgência;b) interesse público relevante.

Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite, ao Poder ouÓrgão, são vedados, entre outros atos:

a) concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação deremuneração a qualquer título, salvo os determinados de:- sentença judicial;- norma legal ou a - revisão geral anual

b) provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoala qualquer título, salvo para reposição nas áreas de educação,saúde e segurança;

c) contratação de hora extra, SALVO em caso de urgência einteresse público relevante (CF, art. 7, parag. 6, inc. II) e nassituações previstas na LDO.

(Sem prejuízo da adoção das medidas acima)

2) Se a despesa total com pessoal do Poder ou Órgão ultrapassar orespectivo limite imposto, o percentual excedente terá de ser eliminadonos 2 quadrimestres seguintes (sendo, pelo menos, 1/3 no primeiroquadrimestre), adotando-se, entre outras, as providências:

- redução de, pelo menos, 20% das despesas de cargos;- exoneração dos não-estáveis em comissão se suficiente,

dispensa de estáveis);- redução temporária da jornada de trabalho com desconto dos

vencimentos (LRF, art. 23, parag. 2)- não alcançada a redução no prazo acima (2 quadrimestres

seguintes), e enquanto perdurar o excesso, o ente NÃOpoderá:

1 – receber transferências voluntárias2 – obter garantia de outro ente

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3 – contratar operações de crédito, salvo as destinadas.

(tais restrições serão imediatamente aplicadas se a despesacom pessoal EXCEDER o limite no primeiro quadrimestre aoúltimo ano do mandato).

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Dívida pública

• Dívida pública abrange:

- dívida flutuante- dívida fundada (ou consolidada)

1. Dívida flutuante (ou mobiliária)

- compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento independede autorização orçamentária, assim entendidos;

a) os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;b) os serviços da dívida;c) os depósitos, inclusive consignações em folha;d) as operações de crédito por antecipação de receita;e) o papel-moeda ou moeda fiduciária.

2. Dívida fundada (ou consolidada)

- compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 meses,contraídos mediante emissão de títulos ou celebração de contratospara atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento deobras e serviços públicos, e que dependem de autorizaçãolegislativa para amortização ou resgate.

Créditos adicionais

São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadasou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Os créditos adicionais classificam-se em:

I – suplementares (autorizados por lei e abertos por decreto doEXECUTIVO), os destinados a reforço (suplementação) de dotaçãoorçamentária;

II – especiais (autorizados por lei e abertos por decreto doEXECUTIVO), os destinados a despesas para as quais NÃO haja dotaçãoorçamentária específica;

III – extraordinários (abertos por decreto executivo e mediantecomunicados ao Poder Legislativo), os destinados a despesas urgentes eimprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei eabertos por decreto executivo.

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A abertura dos créditos suplementares e especiais depende daexistência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida deexposição justificativa.

Consideram-se recursos para esse fim, desde que não comprometidoscomo outras despesas:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercícioanterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentáriasou de créditos adicionais, autorizados em Lei;

IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em forma quejuridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.

Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativofinanceiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditosadicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, osaldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadaçãoprevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso dearrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertosno exercício.

• Reserva de Contingência: dotação global contida na LOA, nãoespecificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária,programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados paraabertura de créditos adicionais (por outras palavras, a disponibilizaçãode créditos adicionais advirá da Reserva de Contingência).

Regime de adiantamento(Suprimento de fundos)

• Regime de adiantamento (suprimento de fundos): aplicável aos casos dedespesas expressamente previstos em lei e consiste na entrega denumerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria,para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se aoprocesso normal de aplicação.

• Pelo regime de adiantamento (suprimento) de fundos, pagam-se asseguintes despesas:

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1.despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais queexijam pronto pagamento em espécie;2. despesa feita em caráter sigiloso, conforme se classificar emregulamento;3. despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, emcada caso, não ultrapasse limite estabelecido em Portaria do Ministro daFazenda.

• A critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, éconcedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido doempenho na dotação própria às despesas a realizar.

• Ordenador de despesa – é toda e qualquer autoridade de cujos atosresultarem emissão de empenho, autorização de pagamento, suprimento oudispêndio de recursos da União, Estado e Município, ou pelo qual talautoridade responda; salvo conivência, o ordenador não é responsávelpor prejuízos causados ao Tesouro Público decorrentes de atos praticadospor agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas.

• Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência do crédito que asuporte.

• É proibida a realização de despesa sem prévio empenho (empenhar:imputar dívida ou despesa da Administração Pública ao respectivo créditoorçamentário).

• O pagamento da despesa só poderá ser efetuado quando ordenado apóssua regular liquidação.

Esquema sintético

• Não se concederá suprimento de fundos:

a) a responsável por dois suprimentos;b) servidor encarregado da guarda ou utilização do material a adquirir,

salvo quando não houver na repartição outro servidor;c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo (que é

de 15 de janeiro do ano seguinte ao da concessão do suprimento), nãotenha prestado contas da sua aplicação;

d) a servidor declarado em alcance (ou seja, que tenha se apropriado oudesviado o dinheiro que estava sob sua responsabilidade).

Ordenação dadespesa

Empenho docrédito para

pagá-la (Notade Empenho)

Liquidação(apuração) da

despesa

Ordem depagamento da

despesa

PAGAMENTOda despesa

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DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS

• Descentralização de créditos: decorre da possibilidade de delegação dacompetência para autorizar pagamento de despesas; por outras palavras, oordenador da despesa, a princípio competente para ordenar o pagamento,repassa essa competência a outras unidades gestoras, as quais receberãoparte dos créditos colocados à disposição daquele ( é aí que ocorre adescentralização dos créditos) para elas mesmas autorizarem o necessáriopagamento.

• A descentralização de créditos só será possível se prevista em lei ou atoregimental.

RESTOS A PAGAR

• Restos a pagar: são as despesas empenhadas e não pagas até 31 dedezembro; tais despesas são de 2 tipos:

1 – processadas : são as despesasliquidadas, isto é, as determinadasquanto ao seu valor;

2 – não processadas: são asdespesas não liquidadas.

• Inscrição de despesas como “Restos a pagar”: será automática, noencerramento do exercício financeiro de emissão da “Nota de Empenho”, e terávalidade até 31 de dezembro do ano subseqüente ( o registro dos “Restos apagar” far-se-á por exercício e por credor).

• Uma vez cancelada a inscrição da despesa como “Restos a pagar”, épossível ainda fazer o pagamento da despesa? Sim, só que agora a conta de dotação destinada a despesas de exercíciosanteriores.

Ex.: despesa programada para ser paga em 2004, mas não o foi; é inscritacomo “Restos a pagar” em 2005 ; não sendo seu pagamento reclamado aolongo de 2005, sua inscrição como “Restos a pagar” é cancelada depois de 31de dezembro de 2005, mas poderá ser ainda paga enquanto não prescrever(a dívida passiva relativa aos restos a pagar prescreve em 5 anos) comrecursos vindos da dotação destinada, na LOA, a título de “despesas deexercícios anteriores”.

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Obs. Importante:

• É proibido ao administrador público, nos últimos 2 quadrimestres do seumandato (ou seja, nos últimos 8 meses) contrair:

I – despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro doexercício de seu último ano de mandato.

II – despesa com parcelas a serem pagas no exercício seguinte.

As despesas acima não poderão, portanto, ser rotuladas como “Restos apagar”, para, a esse título, ser pagas no exercício seguinte).

Despesas de exercícios anteriores

As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamentorespectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos aPagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após oencerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta dedotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício,quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receitado ano em que se efetivar.

Relatórios de Gestão Fiscal

Instrumentos de transparência da Gestão Fiscal:

1 – Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) – bimestral

Abrangerá todos os Poderes e o MP e deverá ser publicado até 30 diasapós o encerramento de cada bimestre.

2 – Relatório de Gestão Fiscal (RGF) – quadrimestral.

A ser emitido pelos titulares dos Poderes e Órgãos, ao final de cadaQUADRIMESTRE, e publicado ATÉ 30 DIAS APÓS O ENCERRAMENTODO PERÍODO a que corresponder.

3 – planos, orçamentos, LDO’s, prestação de contas (mais parecer prévio).