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NOVO TESTAMENTO I EVANGELHOS E ATOS Ministrante: Pb. Moisés William Sampaio Volta Redonda 2013 Introdução da matéria

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NOVO TESTAMENTO I EVANGELHOS E ATOS

Ministrante: Pb. Moisés William Sampaio

Volta Redonda

2013

Introdução da matéria

O escopo da disciplina Novo Testamento I abrangerá o estudo panorâmico dos Evangelhos e do livro de Atos, com enfoque nos aspectos histórico, literário. A contextualização histórica é de fundamental importância no estudo das Sagradas Escrituras. Da mesma forma, tenhamos o conhecimento do contexto histórico que se desenvolveram os fatos narrados nos Evangelhos e em Atos. Iniciaremos nossa contextualização pelo chamado

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"Período Interbíblico", afim de traçarmos a ligação histórica entre o Velho e o Novo Testamento. Tal exame também possibilitará melhor compreensão dos fatores que construíram o cenário político, social e religioso encontrado por Cristo na Palestina. Ao lermos o Novo Testamento, deparamos com muitos problemas cujos motivos se encontram no período interbíblico.

O Fim do Período do Antigo Testamento

Reino do Norte = Depois de um longo período de apostasia, o Reino do Norte foi conquistado e levado para o cativeiro pelos assírios em 721 a.C, lá desapareceu misturando-se. Igual tratamento recebeu o Reino do Sul nas mãos dos babilônios sob Nabucodonosor em 586 a.C.

Reino do Sul = Em 605 a.C a coorte foi levada para a a Babilônia, incluindo Daniel e seus companheiros, em 597 a.C., foram levados os sacerdotes e Nabucodonosor colocou fim ao Estado judaico onde o rei Joaquim e os principais haviam sido levados cativos 2Rs. 24:10-17. Nabucodonosor nomeou Matanias, em lugar de Joaquim, seu tio, e lhe mudou o nome para Zedequias. Judéia ficou como um reino tributário. Em 590 a.C Zedequias tenta aliar-se ao Egito, mas Nabucodonosor novamente sitia a cidade até ser tomada totalmente e ser destruída, e o seu templo profanado (Jr:39:4-10). Em 586 a.C mandou destruir a cidade de Jerusalém incluindo o Templo.

O retorno do Cativeiro de Judá

A queda da Babilônia deu-se aproximadamente em 538 a.C. Ciro rei da Pérsia tomou-a por meio do estratagema de afastar as águas do Eufrates que passavam pela cidade.

1) Ciro publicou um decreto (536 a.C) que autorizava os judeus voltarem a sua pátria com os despojos do seu templo e a sua reconstrução seria financiada pelo tesouro real (Ed:6:1-5). Nesta primeira leva nem todos voltaram, alguns preferiram ficar com os seus negócios. Cerca de 50.000 exilados voltaram, principalmente das tribos de Judá, Benjamim e Levi sob a direção de Zorobabel. Começaram com a reconstrução do templo e o povo que tinha ficado na terra fez oposição para retardar a reconstrução (Ed1:3,5-11 e 4:1-5). Nada mais se fez durante quase 20 anos embora que tiveram prosperidade (Ag 1-4). Sob a pregação de Ageu e Zacarias (Ed 5:1-2) a obra foi recomeçada, havendo oposição mas os judeus apelaram para Dario Ed:6:1-15 ficando pronto em 516 a.C.

2) Em 457 a.C (Ed 7:7) uma nova migração deixou a Babilônia sob a direção de Esdras, sacerdote e escriba, que concentrou sua atenção em promover a vida espiritual e em motivá-los à obediência a lei (Ed 7.10;10.1-6).

3) Em 445 a.C (Ne 2:1) Neemias dirige-se ao rei ao ser informado da situação das muralhas de Jerusalém (parece ter sido uma recente devastação e não algo que ocorreu a um século meio antes). Em 52 dias foram feitas as reparações e as muralhas da cidade levantadas (Ne 6:15-16).

O Período Interbíblico

Os profetas pós-exílio foram Ageu, Zacarias e Malaquias. Entre as profecias de Malaquias e João Batista (NT) se estende um período de 450 anos, ou seja, entre as palavras de Malaquias, qual profetizou entre 450 e 425 a.C. em Ml 3.1 "Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim: e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais...", e as palavras Lc 7.27 “ Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo diante da tua face, o qual preparará diante de ti o teu caminho.” E as palavras de João Batista em Mt 3.1-3 "E naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus“. Normalmente se faz referência a esse tempo como uma época em que Deus esteve em silêncio para com o seu povo. Nenhum profeta de Deus se manifestou ou, pelo menos, 2 nenhum deixou escritos que tenham sido

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considerados canônicos. Vamos examinar a situação da Palestina durante esse período, principalmente no que se refere aos impérios, governos, as relações de Israel com os povos vizinhos e as implicações religiosas e sociais destes elementos.

A Divisão do Período Interbíblico

1. Período Persa 536-331 a.C2. Período Grego 331-167 a.C

a) Período Grego 331-323 a.Cb) Período Ptolomeu 323-198 a.Cc) Período Seleucida 198-167 a.C

3. Período Macabeus 167-63 a.C4. Período Romano 63-5 a.C

O Período Persa (536-331 a.C )

No final de Malaquias os judeus se achavam ainda sob o reinado persa e permanecerem nessa situação durante praticamente sessenta anos da era intertestamentária. A forma sacerdotal do governo judeu foi respeitada e sumo sacerdote recebeu ainda maior poder civil além de seus ofícios religiosos, embora tivesse de, naturalmente, prestar contas ao governador persa da Síria. Em 2Reis 17:24-4, lemos que bem antes, em 721 a.C, depois destruir o reino das dez tribos de Israel e dispersar os israelitas através das cidades dos medos, o rei da Assíria repovoou as cidades de Israel com um povo misto que veio a ser chamado de “samaritanos”, seu território sendo conhecido como Samaria, o nome da cidade principal, ex-capital de Israel. Ao encerrar-se o A.T. lá pelo ano 430 a . C. , a Judéia era uma província da Pérsia . Esta havia sido potência mundial por uns 100 anos. Continuou a sê-la por outros 100 anos, durante os quais não se conhece muito acerca da história judaica. O domínio pérsico , na sua maior parte , foi brando e tolerante, gozando os judeus de considerável liberdade.

Os reis persas desse período foram:

Artaxerxes I, 464 – 423. Sob seu governo , Neemias reconstruiu Jerusalém. Xerxes II , 423 a . C. Dario II, 423- 404 a . C. Artaxerxes II ( Mnemom ), 404 – 359 a.C. Dario III ( Codomano ), 335-331 a.C. Sob o governo deste o império pérsico

caiu.

CARACTERÍSTICAS DO POVO NO PERÍODO PERSA

1- Decadência espiritual vista em Ageu e Malaquias. 2- Desenvolvimento do poder do sumo sacerdote.3- Após Neemias, Judéia foi incluída na província da Síria. Assim o Sumo

Sacerdote se tornou governador da Judéia e autoridade da Síria.4- Os inícios do figura do escriba, com um interesse exagerado na Letra da Lei.

Quando os judeus voltaram, Esdras, um sacerdote e escriba (intérprete da lei), recebeu do imperador Persa a comissão de ensinar a lei ao povo judeu. (Ed 7.12-26), eram importantes como professores da lei, andando entre o povo, eram reconhecidos pelo tinteiro preso em seu cinto, eram comparados aos primeiros profetas e chamados de “homens da grande sinagoga”.

5- A própria sinagoga parece ter aparecido durante o exílio, quando as pessoas se reuniam para aprender a Torá e outros escritos sagrados, quando os judeus voltaram para sua pátria, continuaram a prática de ouvir a leitura e interpretação das escrituras (Lc 4.16-22).

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Alguns dos escribas diferiam em suas interpretações da lei. A escola de Hillel mais branda e a escola Shammai seguia uma linha mais estrita.

Período Grego (331-167 a.C)

Paralelamente ao Império Persa, crescia o poder de um rei macedônico, Felipe, o qual empreendeu diversas conquistas na Ásia menor e ilhas do mar Egeu, anexando a Grécia ao seu domínio. Desejando expandir seu território, entrou em confronto com a Pérsia, o que lhe custou a vida. Foi sucedido por seu filho, Alexandre Magno, que também ficou conhecido como Alexandre, o Grande, o qual havia estudado com Aristóteles, possuía grande capacidade de liderança.

A mitologia grega, com seus deuses e heróis parece ter inspirado o novo conquistador. Alexandre tinha 20 anos quando começou a governar. Seu ímpeto imperialista lhe levou a conquistar a Síria, a Palestina (332 a.C.) e o Egito. Notemos então que o território israelense passou do domínio persa para o domínio grego.

A Contribuição de Alexandre, o grande

Estabeleceu centro de comércio e cultura em toda a extensão.

Com a penetração da cultura grega, a superstição oriental cedeu a liberdade do pensamento grego na filosofia, arquitetura , deuses , e religião e atletismo (primeira olímpiada , 776 a .C.) Surgiram bibliotecas e universidades em Alexandria e Tarso como em outros lugares. Preparou-se assim o campo para religião universal.

De grande importância foi a disseminação da língua grega, criando a possibilidade de pregação do evangelho duma língua universal e a criação duma Bíblia legível em toda a extensão da bacia do Mediterrâneo.

Período Grego (331-167 a.C)

No Egito, Alexandre construiu uma cidade em sua própria homenagem, dando-lhe o nome de Alexandria, a qual se encontrava em local estratégico para o comércio entre o Mediterrâneo, a Índia e o extremo Oriente. Essa cidade se tornou também importante centro cultural, substituindo assim as cidades gregas. Entre suas construções destacaram-se o farol e a biblioteca.

Em 331, Alexandre se dedicou a libertar algumas cidades gregas do domínio da Pérsia. Seu sucesso militar foi tão grande que considerou-se capaz de enfrentar a própria capital do império. E assim conquistou a Pérsia. Contudo, nessa batalha, que ficou conhecida como Arbela ou Gaugamela, as tropas gregas tiveram de enfrentar um exército de elefantes, os quais foram usados pelo rei da Pérsia. Alexandre venceu o combate, mas os elefantes foram motivo de grande desgaste para seus soldados. Alexandre se denominou então "Rei da Ásia" e passou a exigir para si o culto dos seus subordinados, de conformidade com as práticas babilônicas.

Em 327 a.C., em suas batalhas de conquista rumo ao Oriente, Alexandre encontra outro exército de elefantes, o que fez com que seus soldados se amotinassem, recusando-se a prosseguir. Terminaram-se assim as conquistas de Alexandre Magno. Em 323 a.C., foi acometido pela malária, a qual lhe encontrou com o organismo debilitado pela bebida. Não resistiu à doença e morreu naquele mesmo ano. Não deixou filhos, embora sua esposa, Roxane, estivesse grávida.

Quanto aos judeus, Alexandre os tratou bem e teve muitos deles em seu exército. Após a sua morte, o Império Grego foi divido entre os seus generais, dentre os quais nos interessam Ptolomeu, a quem coube o governo do Egito, e Seleuco, que passou a governar a Síria.

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Assim com Daniel tinha profetizado (Dn:8:1-7 “chifre notável”), o império persa caiu perante o rei da Grécia. Este era Alexandre o Grande. Ele expandiu o helenismo com maior ímpeto já que praticamente se tornou o senhor do antigo oriente médio. O idioma grego se tornou a língua franca, foi a língua que foi usada no comércio e na diplomacia. Ao se aproximar a época do Novo Testamento, o grego era a língua comumente falada nas ruas de Roma, onde o proletariado indígena falava latim, mas onde os escravos libertos falavam gregos.

Alexandre o Grande fundou setenta cidades moldando-as ao estilo grego. Ele e os seus soldados se casaram com mulheres orientais misturando as culturas grega e oriental. Com a morte de Alexandre o império se divide em quatro partes, governadas pelos quatro generais de Alexandre (Ptolomeu, Lisímaco, Cassandro e Seleno, Cf. Dn:8:21-22).

Antes do falecimento de Alexandre, ( 323 a .C. ) seus principais generais dividiram o império em quatro porções , duas das quais são importante no pano de fundo do desenvolvimento histórico do Novo Testamento, a porção do Ptolomeus e a dos Selêucidas.

O império dos Ptolomeus centralizava-se no Egito, tendo Alexandria por capital. A dinastia governante naquela fatia do império veio a ser conhecida como os Ptolomeus . Cleópatra , que morreu no ano 30 a .C. foi o último membro da dinastias dos Ptolomeus. O império Selêucida tinha por centro a centro a Síria, e Antioquia era a sua capital . Alguns dentre a casa ali reinante receberam o apelido de Seleuco, mas diversos outros forma chamados Antioco. Quando Pompeu tornou a Síria em província romana, em 64 a .C. chegou ao fim o império selêucida.

A Palestina tornou-se vítima das rivalidades entre os Ptolomeus e os Selêucidas. A princípio os Ptolomeus dominaram a Palestina por cento e vinte dois anos ( 320-198 a .C.) O judeus gozaram de boas condições durante este período. De acordo com um antiga tradição, foi sob Ptolomeu Filadelfo ( 285-246 a .C ) que setenta e dois eruditos judeus começaram a tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego, versão essa que se chamou Septuaginta.

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS PTOLOMEUS (PERÍODO EGÍPCIO)

No começo dominaram a Palestina durante 122 anos (320-198). Os judeus gozaram de uma boa condição de vida. O sumo sacerdote era o governador e aplicava as leis. O templo era o centro da vida nacional, a festa da Páscoa, das Semanas e dos Tabernáculos eram realizadas no próprio templo. Mantinha-se o estudo da lei e durante este período a interpretação da mesma se desenvolveu com pormenores. Foi sob o reinado de Ptolomeu Filadelfo que se realizou a versão do Antigo Testamento para o grego. Esta ficou conhecida como Setuaginta (LXX). A obra foi realizada no Egito (Alexandria), onde setenta e dois eruditos fizeram esta tradução. Apesar das vantagens do povo judeu, este era um povo relativamente pobre, pagava um imposto baixo, pois as guerras constantes tinham empobrecido a terra.

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS SELEUCIDAS (PERÍODO SÍRIO)

Houveram constantes lutas até que a Palestina caiu sob o domínio da Síria, mas o que mais importa para compreensão do Novo Testamento é a figura de Antíoco Epifanio (176-164) e os seus atos. O seu nome significa “deus manifesto”. Quando o rei anterior à Antíoco IV, chamado Antíoco III tinha derrotado os egípcios (Ptolomeus), já os judeus estavam divididos em duas facões: A casa de Onias (Pró-Egito) e a casa de Tobias (Pró-Siria). Quando subiu Antíoco IV, rei da Siria, substituiu o sumo sacerdote judeu Onias III, pelo irmão deste Jasom, helenizante, o qual planejava transformar Jerusalém em uma cidade grega. Foi erigido um ginásio com pista de corrida. Ali se praticavam corridas

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despidos, à moda grega, isto era um ultraje para os judeus piedosos. As competições eram inauguradas com invocações feitas as divindades pagãs, participando até sacerdotes judeus. A helenização incluía a freqüência aos teatros gregos, vestes aos estilo grego, a cirurgia que removia a marcas da circuncisão e a mudança de nomes hebreus por gregos. Os que se opunham a esta paganização eram os “hasidim”ou “os piedosos”, a grosso modo seriam os puritanos. Jasom o sacerdote helenizante foi substituído por outro judeu helenizante que parece não ter pertencido a uma familia sacerdotal, este pagou um tributo mais elevado (simonia), o nome deste era Melenau.

Antíoco tenta anexar o Egito ao seu dominio mas termina falhando. Isto chega aos ouvidos de Jasom de que Antíoco era morto. Jasom retornou a Jerusalém retirou Melenau do controle da cidade. Antíoco na sua volta interpretou isto como uma revolta de Jasom e enviou seus soldados a reintegrarem Melenau e saquearam a cidade e o templo de Jerusalém e passaram ao fio de espada os seus habitantes.

Dois anos mais tarde (168 AC), Antíoco enviou seu general Apolonio com um exército de 22 mil homens para coletar tributo, tornar ilegal o judaísmo e estabelecer o paganismo à força e assim consolidar o seu império e refazer o seu tesouro. Os soldados saquearam Jerusalém, incendiaram a cidade, os homens mortos e as mulheres escravizadas.

Novas leis e Proibições: Ofensa capital é circuncidar-se; proibido observar o sábado; celebrar festas judaicas, possuir copias do Antigo Testamento. Os sacrifícios pagãos tornaram-se compulsórios. Quem possuia cópia da lei ou tivesse circuncidado a criança seria morto. Finalmente converteu o templo em templo de Zeus, profanou o Templo , em cujo altar , ofereceu uma porca em sacrifício, prostituição sagrada passou a ser praticada no templo de Jerusalém destruiu cópias das Escrituras , vendeu milhares de judias para o cativeiro, e recorreu a toda espécie imaginável de tortura para forçar os judeus a renunciar sua religião. Isso deu ocasião a revolta dos Macabeus, umas das mais heróicas façanhas da história.

A REVOLTA DOS MACABEUS ( 167 – 63 a.C )

Surge no cenário judaico uma importante família da tribo de Levi: os Macabeus. Em 167, o macabeu Matatias se recusa a oferecer sacrifício a Zeus. Outro homem se ofereceu para sacrificar, mas foi morto por Matatias, o qual organiza um grupo de judeus para oferecer resistência contra os selêucidas. Tal movimento ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus. A Palestina continuou sob o domínio da Síria. Contudo, a Judéia voltou a possuir um governo local, exercido pelos Macabeus. Ainda não se tratava de independência, mas já havia alguma autonomia. A revolta começou com Matatias, sacerdote em Modim ( 167 a.C ) Período de Independência, também chamado de Hasmoneano. Matatias, era sacerdote patriota e de imensa coragem, furioso com a tentativa de Antioco Epifânio de destruir os judeus e sua religião, reuniu um bando de leais compatriotas e defraudou a bandeira da revolta. Essa revolta teve inicio quando Matatias , sendo obrigado por um agente de Antioco para oferecer um sacrifício pagão, este recusou matando-o, e fugiu na companhia dos cinco filhos, para uma Região Montanhosa. Seus filhos eram: Judas, Jônatas, Simão , João e Eleazar. Essa familia era chamada de Hasmoneanos, por causa de Hasmom , bisavô de Matatias, ou de Macabeus, devido ao apelido Macabeu (Martelo) conferido a Judas, um dos filhos de Matatias. Judas Macabeu encabeçou uma campanha de guerrilhas de extraordinário sucesso, até que os judeus se viram capazes de derrotar os sírios em campo de batalha regular. A revolta dos Macabeus, entretanto , foi também uma guerra civil e flagrada entre os judeus pró-helenistas e anti – helenistas Judas entrou em Jerusalém e reedificou o templo, os judeus recuperaram a liberdade religiosa, foi esta a origem da Festa da Dedicação (João 10:22) , entre 165 e 164 a. C.

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Conseqüência da opressão síria e revolta dos macabeus:

a. Restauração da nação da decadência política e religiosa.b. b- Criação de um espírito nacionalista, união da nação.c. c- Um novo impulso ao judaísmo, novo zelo pela lei e esperança messiânica.

Intensificou o desenvolvimentos dos dois movimentos que se tornaram os Fariseus e os Saduceus.

a. Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista.b. Os Saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas.c. Deu maior ímpeto ao movimento da dispersão com muitos judeus querendo

se ausentar durante as terríveis perseguições de Antioco.

A Palestina continuou sob o domínio da Síria. Contudo, a Judéia voltou a possuir um governo local, exercido pelos Macabeus. Ainda não se tratava de independência, mas já havia alguma autonomia. A seguir, apresentamos os nomes dos governantes macabeus e alguns de seus atos em destaque.

Matatias (167-166 a.C.)

Judas (filho de Matatias) (166-160 a.C.) - Purifica o templo, conquista liberdade religiosa, restabelece o culto.

Jônatas (filho de Matatias) (160-142 a.C.) – Reinicia a atividade de sumo sacerdote.

Simão (filho de Matatias) (142-135 a.C.) - Reforça o exército e consegue isenção de impostos. Nesse momento a Síria se encontrava fraca, e a Judéia se torna independente. A independência durou entre 142 e 63 a.C.. Simão foi sumo sacerdote e rei da Judéia. Pediu apoio de Roma contra a Síria.

João Hircano (filho de Simão) (135-104 a.C.) – Tinha tendência imperialista. Conquistou a Iduméia e Samaria. Destruiu o templo samaritano e sofreu oposição dos "hassidim", seita dos "santos".

Aristóbulo I – (104-103 a.C.) – prendeu a mãe e matou o irmão.

Alexandre Janeu (103-76 a.C.) - conquistou costas da Palestina – O território de Israel chegou a ter extensão semelhante à que tinha nos dias do rei Davi. Janeu sofreu a oposição dos fariseus.

Alexandra Salomé (esposa de Alexandre) (76-67 a.C.) – foi uma governante pacífica.

Aristóbulo II - (67-63 a.C.) briga pelo poder com seu irmão, Hircano II.

Em 63 a.C., Aristóbulo provoca Roma. Pompeu invade Jerusalém, deporta Aristóbulo e coloca Hircano II no poder.

Hircano II (63-40 a.C.)

Em Roma, o governo é exercido por Pompeu, Crasso e Júlio César, formando o primeiro Triunvirato. O três brigam entre si pelo poder. Júlio César vence e torna-se Imperador Romano. Em seguida, nomeia Antípatro, idumeu, como procurador sob as

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ordens de Hircano. Faselo e Herodes, filhos de Antípatro, são nomeados governadores da Judéia e Galiléia.

Um ano depois, Antípatro morre envenenado. Passados 3 anos, o Imperador Júlio César morre assassinado. Institui-se um novo triunvirato, formado por Otávio, sobrinho de César, Marco Antônio e Lépido. Marco Antônio e Herodes eram amigos.

Herodes casa-se então com Mariana, neta de Hircano, vinculando-se assim à família dos macabeus. Na tentativa de tomar o poder, Antígono, filho de Aristóbulo II, corta as orelhas de Hircano II, impossibilitando-o de continuar a exercer o sumo sacerdócio.

Antígono (40-37 a.C.) - Uma de suas ações foi perseguir Herodes, o qual dirigiu-se a Roma, denunciou a desordem e foi nomeado rei da Judéia (37 d.C.). Antígono foi morto pelos romanos.

Termina assim, a saga dos macabeus, cujo princípio foi brilhante nas lutas contra a Síria. Entretanto, foram muitas as disputas pelo poder dentro da própria família. Perderam então a grande oportunidade que os judeus tiveram de se tornarem uma nação livre e forte. Acabaram caindo sob o jugo de Roma.

O Período Romano (63-5 a.C)

O General Pompeu subjuga a Palestina (63 a.C) e o período do Novo Testamento fica sob o domínio do Império Romano. Herodes foi nomeado por Roma como rei da Judéia e passou a governar um grande território. Contudo, sua insegurança e medo de perder o poder o levaram a matar Aristóbulo, irmão de Mariana, por afogamento. Depois, matou a própria esposa e estrangulou os filhos. A violência de Herodes provocou a revolta dos judeus. Para apaziguá-los, o rei iniciou uma série de obras públicas, entre as quais a construção (reforma) do templo, que passou a ser conhecido como Templo de Herodes. O domínio direto do Império Romano sobre a Palestina iniciou-se no ano 37 a.C., estendendo-se por todo o período do Novo Testamento.

Imperadores ligado às narrações do Novo Testamento:

Augusto (27 a.C-14 d.C), sob quem ocorreram o nascimento de Cristo, o recenseamento e os primórdios do culto ao Imperador.

Tibério (14-37d.C), ministério e morte de Jesus.Calígula (37-41DC) exigiu que lhe prestassem culto e ordenou que sua estátua fosse

colocada no templo de Jerusalém, mas veio a falecer antes que sua ordem fosse cumprida.Cláudio (41-54 d.C), expulsou de Roma os residentes judeus por distúrbios civis,

entre os quais estavam Aquila e Priscila.Nero (54-68DC) perseguiu os cristãos, embora provavelmente nas cercanias de Roma,

e sob quem Pedro e Paulo foram martirizados.Vespasiano(69-79 d.C), ainda general romano começou a esmagar uma revolta dos

judeus, tornou-se imperador e deixou o restante da tarefa ao seu filho Tito, numa campanha que atingiu o seu clímax com a destruição de Jerusalém e seu templo, em 70DC.

Domiciano(81-96 d.C), cuja perseguição contra a Igreja provavelmente serviu de pano de fundo para a escrita o Apocalipse, como encorajamento para os cristãos oprimidos.

PERÍODO ROMANO ( 63 – 5 a.C )

1- Eventos que relacionaram os dias dos macabeus com o tempo de Herodes a. Os irmãos de Judas, Jônatas e Simão sucessivamente lideraram o povo após a

morte de Judas b- Os descendentes dos macabeus continuaram no poder até o ano 63 a.C. quando os romanos tomaram o poder. c- A junção do poder civil com sumo sacerdócio provocou uma decadência espiritual. A luta pelo poder tirou a devoção a Jeová. 2- Antecedentes na vida de Herodes. a- Antipater , um idumeu ( descendente de Edom , ou

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Esaú , conseguiu lugar de destaque com os romanos. b- Como procurador judeu , colocou seu filho Herodes como tetrarca de Galiléia. c- Herodes mostrou grande zelo no seu governo, erradicando os bandidos que tinham infiltrado a Galiléia. d- Com a morte de Antipater ( 40 a . C.) conseguiu de Cesar ser apontado rei de Judeia. e- Com a invasão de Jerusalém e a morte de Antigono, ultimo descendente dos macabeus, Herodes começou a reinar no ano 37 a . C. Os sucessos de Herodes a- Uso de muito tato na sua tentativa de helenizar os judeus b- Com espetáculos, jogos, etc, ganhou a lealdade dos jovens judeus que se tornaram os herodianos. c- Aumentou a fortaleza de Jerusalém denominada “Antonia” d- Edificou a Cesaréia e- Entre seus muitos projetos de edificação , sua maior contribuição para os judeus, foi o embelezamento do templo de Jerusalém, Isso não expressava sua participação na fé judaica ( ele não acreditava nela ) mas foi uma tentativa de conciliar seus súditos. O templo de Jerusalém , decorado com mármore branco , ouro e pedras preciosas, tornou-se proverbial devido ao seu esplendor : Quem Jamais viu o templo de Herodes nunca viu o belo” f- Ele foi parte do governo romano que preparou o contexto da vinda de Cristo. g- Foi rei governante quando Cristo nasceu e mandou matar os meninos de Belém.

8 Herodes, o grande Os romanos permitiam a existência de governantes nativos vassalos de Roma, na Palestina. Um deles foi Herodes o Grande, que governou o pais sob os romanos de 37-4AC. O senado aprovou o oficio real de Herodes, mas ele foi forçado a obter o controle da Palestina mediante o poder das armas. 1. A Dinastia de Herodes a) Arquelau tornou-se etnarca da Judéia , Samária e Idumeia b) Herodes Filipe, tetrarca da Itúreia, Traconites, Gaulanites, Auranites, Bataneia c) Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia e Pereia d) Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, executou Tiago e também encarcerou Pedro e) Herodes Agripa II, bisneto de Herodes o Grande, ouviu Paulo em sua autodefesa

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