apostila licitação - gustavo scatolino

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  1 Gustavo Scatolino Silva Procurador da Fazenda Nacional Professor de Direito Administrativo  Twitter: @gscato lino http://gustavoscatolino.blogspot.com/  http://br.groups.yahoo.com/group/scatolino / "O rio corta a rocha não por causa de sua  força, mas por causa de sua persistência." LICITAÇÃO  CONCEITO Carvalho Filho, conceitua relatando que é o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico artístico ou científico. Por outro lado, segundo Celso Antônio é “o procedimento administrativo pelo qual uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de obra, serviço ou de uso exclusivo de bem público, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. A licitação é um procedimento preparatório ao contrato, mas que não confere ao vencedor direito ao contrato, apenas uma expectativa de direitos. Objetivo: Fazer prevalecer o princípio da isonomia e selecionar a melhor proposta. (art. 3º) Cumpre observar que a Lei 8666/93 utiliza o termo “necessariamente precedidas de licitação”, ou seja, reforça a obrigatoriedade da licitação.  Art. 2 o  As obras, serviços, in clusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da  Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da  Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.  PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO  Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do  princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a  promoção do  desenvolvimento nacional sustentável  e será processada e  julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela  Lei nº 12.349, de 2010) A) IGUALDADE Princípio que visa a escolha da melhor proposta e assegurar igualdade de direitos a todos os interessados em contratar. Dessa forma, a Administração deve dispensar o mesmo tratamento a todos os interessados que estejam em idêntica situação jurídica. Entretanto, a Lei de Licitações, em seu art. 3º, §2º permite, nos casos de desempate fazer distinção em razão de:  I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional;  II - produzidos no País;  III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.  IV - produzidos ou prestados por empresas qu e invistam em  pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Contudo, com a Lei n. 12.349/10 o inciso I foi revogado. Assim, atualmente, o primeiro critério para desempate será: produzidos no pais. Dessa forma temos a seguinte ordem dos critérios:  II - produzidos no País;  III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.  IV - produzidos ou prestados por empresas qu e invistam em  pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) OBS! Não se pode também olvidar que a Constituição permite um tratamento diferenciado para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, conforte estabelece o art. 170, inciso IX:  Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:  IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno  porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e Administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995) Nesse passo, deve ser analisada a Lei Complementar n. 123, a fim de conferir o tratamento diferenciado às referidas entidades. B) LEGALIDADE Conforme a lei, todos tem direito público subjetivo à fiel observância do procedimento estabelecido.  Art. 4 o  Todos quantos participem de licitação promovida  pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito  público subjetivo à fiel observância do pertinente  procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato Administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

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Gustavo Scatolino Silva Procurador da Fazenda NacionalProfessor de Direito Administrativo

 Twitter: @gscatolino

http://gustavoscatolino.blogspot.com/ http://br.groups.yahoo.com/group/scatolino/ "O rio corta a rocha não por causa de sua 

 força, mas por causa de sua persistência." 

LICITAÇÃO

CONCEITO

Carvalho Filho, conceitua relatando que é oprocedimento administrativo vinculado por meio do qual osentes da Administração Pública e aqueles por ela controladosselecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários

interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato,ou a obtenção do melhor trabalho técnico artístico oucientífico.

Por outro lado, segundo Celso Antônio é “oprocedimento administrativo pelo qual uma pessoagovernamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens,realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissõesde obra, serviço ou de uso exclusivo de bem público, convocainteressados na apresentação de propostas, a fim deselecionar a que se revele mais conveniente em função deparâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados.

A licitação é um procedimento preparatório ao

contrato, mas que não confere ao vencedor direito aocontrato, apenas uma expectativa de direitos.

Objetivo: Fazer prevalecer o princípio da isonomiae selecionar a melhor proposta. (art. 3º)

Cumpre observar que a Lei 8666/93 utiliza o termo“necessariamente precedidas de licitação”, ou seja, reforça aobrigatoriedade da licitação.

 Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade,compras, alienações, concessões, permissões e locações da  Administração Pública, quando contratadas com terceiros,serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadasas hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-secontrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da  Administração Pública e particulares, em que haja umacordo de vontades para a formação de vínculo e aestipulação de obrigações recíprocas, seja qual for adenominação utilizada.

PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO

  Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da propostamais vantajosa para a administração e a   promoção do

  desenvolvimento nacional sustentável e será processada e  julgada em estrita conformidade com os princípios básicos

da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, daigualdade, da publicidade, da probidade administrativa, davinculação ao instrumento convocatório, do julgamento

objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

A) IGUALDADE

Princípio que visa a escolha da melhor proposta eassegurar igualdade de direitos a todos os interessados emcontratar.

Dessa forma, a Administração deve dispensar omesmo tratamento a todos os interessados que estejam emidêntica situação jurídica.

Entretanto, a Lei de Licitações, em seu art. 3º, §2ºpermite, nos casos de desempate fazer distinção em razão de:

  I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras decapital nacional; II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em  pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) 

Contudo, com a Lei n. 12.349/10 o inciso I foirevogado. Assim, atualmente, o primeiro critério paradesempate será: produzidos no pais. Dessa forma temos aseguinte ordem dos critérios:

 II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em  pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) 

OBS! Não se pode também olvidar que aConstituição permite um tratamento diferenciado para as

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, conforteestabelece o art. 170, inciso IX:

  Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização dotrabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiçasocial, observados os seguintes princípios:  IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno  porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham suasede e Administração no País. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 6, de 1995) 

Nesse passo, deve ser analisada a LeiComplementar n. 123, a fim de conferir o tratamento

diferenciado às referidas entidades.

B) LEGALIDADE

Conforme a lei, todos tem direito público subjetivoà fiel observância do procedimento estabelecido.

 Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito  público subjetivo à fiel observância do pertinente  procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que nãointerfira de modo a perturbar ou impedir a realização dostrabalhos.Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nestalei caracteriza ato Administrativo formal, seja ele praticadoem qualquer esfera da Administração Pública.

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A licitação é um procedimento inteiramentevinculado à lei. todos os participantes têm direito públicosubjetivo à fiel observância do estabelecido em lei.

C) IMPESSOALIDADE

Todos os licitantes devem ser tratados igualmente,em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração

pautar suas decisões em   julgamentos objetivos, sem levarem consideração condições pessoais do licitante.

D) PUBLICIDADE

A licitação deve ser amplamente divulgada demodo a possibilitar o conhecimento por todos de suas regras.

Quanto maior for a quantidade de pessoas quetiverem conhecimento da licitação, mais eficiente poderá sera forma de seleção e, por conseguinte, mais vantajosa poderáser a proposta vencedora.

Diz respeito não só a divulgação do edital, como

também dos atos da Administração praticados nas váriasfases do procedimento, que podem e devem ser abertas aosinteressados, para assegurar a todos a possibilidade defiscalizar sua legalidade.

A exceção fica por conta do art. 3º, § 3º, no quetoca ao sigilo das propostas até a sua abertura.

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos eacessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvoquanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

E ) VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTOCONVOCATÓRIO

É princípio expresso na forma do art. 41:

 Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas econdições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

A Administração não pode descumprir as normas econdições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

Este princípio dirige-se tanto à Administraçãocomo aos licitantes. Estes quando deixarem de praticar umato que o edital exija, será considerado desclassificado. Ex:não apresentar documentação exigida, regularidade fiscal,capacidade financeira.

F) JULGAMENTO OBJETIVO

Também se trata de princípio expresso no art. 45:

 Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendoa Comissão de licitação ou o responsável pelo conviterealizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, oscritérios previamente estabelecidos no ato convocatório e deacordo com os fatores exclusivamente nele referidos, demaneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelosórgãos de controle.

O julgamento das propostas há de ser feito deacordo com os critérios fixados no edital.

Visa afastar a discricionariedade na escolha daspropostas, obrigando os julgadores a aterem-se ao critérioprefixado pela Administração.

Conforme o art. 45, o menor preço deve ser sempreem conjugação com o edital. Ou seja, não basta o menorpreço tem que atender aos requisitos do edital.

Sua principal conseqüência é a pré-fixação dosTIPOS de licitação (critérios de julgamento).

G) ADJUDIAÇÃO COMPULSÓRIA

Uma vez concluído o procedimento e conhecido ovencedor da licitação, impede que se contrate com outro quenão o vencedor, é a regra.

Adjudicação é atribuir ao vencedor o objeto docontrato.

A Administração não pode, concluído oprocedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que nãoseja o vencedor.

OBS! O direito do vencedor limita-se à adjudicação, ou seja,à atribuição a ele do objeto da licitação, e não ao contratoimediato. Pois a Administração pode revogar ou anular oprocedimento, ou também adiá-lo.

H) SIGILO NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS

Decorre do princípio da igualdade, pois ficaria emposição vantajosa o proponente que viesse a conhecer aproposta de seu concorrente antes da apresentação da sua.

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos eacessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvoquanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura

A abertura da documentação ou das propostas ou arevelação de seu conteúdo antecipadamente, além de ensejara anulação do procedimento, constitui também ilícito penal,com pena de detenção e multa (art. 94). 

 OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃO

Inicialmente, é necessária a leitura do art. 37, XXIda CF, bem como do art. 1º da Lei de Licitações:

  Art. 37. A Administração pública direta e indireta dequalquer dos Poderes da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios obedecerá aos princípios delegalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 19, de 1998)   XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, asobras, serviços, compras e alienações serão contratadosmediante processo de licitação pública que assegureigualdade de condições a todos os concorrentes, comcláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos dalei, o qual somente permitirá as exigências de qualificaçãotécnica e econômica indispensáveis à garantia documprimento das obrigações. (Regulamento) 

 Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações econtratos Administraçãoinistrativos pertinentes a obras,

serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações elocações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, alémdos órgãos da Administração direta, os fundos especiais, as

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autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, associedades de economia mista e demais entidadescontroladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

QUEM: Estão obrigados à licitação todos os órgãosda Administração Pública direta e indireta

Até que nova lei disponha de modo diverso, estãosob o império da lei 8666/93 tanto as Sociedades deEconomia Mista como as Empresas Públicas.

Como bem pontua Carvalho Filho, quanto aSociedades de Economia Mista como as Empresas Públicasque explorem atividade econômica-empresariais, deve serconciliado o art. 37, XXI com o art. 173, §1º da CF. Pois osreferidos entes desempenham operações particulares de nítidocaráter econômico, que estão vinculados aos própriosobjetivos da entidade; são atividades fins dessas pessoas.Nesse caso é forçoso reconhecer a inaplicabilidade doEstatuto por absoluta incompatibilidade jurídica. Ex:Empresa Pública criada para a venda de medicamentos, porpreços inferiores ao de mercado a indivíduos de comunidadebaixa renda.

OBS! Para prova devemos adotar o entendimentoacima exposto de Carvalho Filho, somente no que se refere àsatividades fins das referidas empresas, e não, às atividadesmeio. Esse é o entendimento do STF, mas que não é acolhidopelo TCU.

A CF no art. 37, XXI enunciou o princípio daobrigatoriedade de licitação ao estabelecer que fora os casosprevistos em lei “as obras, serviços, compras e alienaçõesserão contratados mediante licitação que assegure igualdadede condições a todos os concorrentes.”

 NORMAS GERAIS

Conforme dispõe o art. 21. Compete à União:

 XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todasas modalidades, para as Administraçãoinistrações públicasdiretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades deeconomia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 

OBS! O STF decidiu que a União não poderiadisciplinar a forma como Estados e Municípios irão fazer

doações, e que, portanto, a alínea “a”, inciso I, do art. 17, daLei 8.666/93, somente é válida para a Administração Públicafederal. (ADIN 927-3/SP)

Como bem lembrado pelo ilustre doutrinador LucasRocha Furtado, a Lei. n. 9.472/97 criou, no âmbito da Anatel– Agência Nacional de Telecomunicações – nova modalidadede licitação determinada pregão. Logo após, devido aosucesso do pregão, e por meio da Medida Provisória n. 2.026de 2000, foi autorizada a utilização dessa modalidade delicitação no âmbito da Administração Pública Federal. Aoser convertida na Lei. n. 10.520/02, deu-se novo âmbito aopregão, sendo hoje admitida sua utilização, por expressaautorização em lei o pregão no âmbito da União, Estados,

Distrito Federal e Municípios.

 OBJETO DA LICITAÇÃO

O artigo 1º descreve o objeto das licitações a seremrealizadas:

 Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações econtratos administrativos pertinentes a obras, serviços,inclusive de publicidade, compras, alienações e locações noâmbito dos Poderes da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios.

OBRAS – construção, reforma, fabricação, recuperação,ampliação;

SERVIÇOS – demolição, instalação, montagem;

COMPRAS – aquisição de bens;

ALIENAÇÕES – transferência de domínio;

CONCESSÕES – delegação da prestação de um serviçopúblico, mediante concorrência, por prazo determinado.(Lein. 8987/95 e art. 175 da CF);

PERMISSÕES – delegação da prestação de umserviço público, a título precário. .(Lei n. 8987/95 e art. 175da CF);

OBS! O artigo 175 ressalta que: Incumbe ao PoderPúblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime deconcessão ou permissão, sempre através de licitação, aprestação de serviços públicos.

O objeto deve sempre vir definido no edital.Licitação sem caracterização do objeto é nula, porquedificulta a apresentação das propostas e compromete atransparência do procedimento.

O art. 40, I exige a descrição sucinta e clara doobjeto ara não afastar possíveis licitantes.

 Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordemem série anual, o nome da repartição interessada e de seusetor, a modalidade, o regime de execução e o tipo dalicitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local,dia e hora para recebimento da documentação e proposta,bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,obrigatoriamente, o seguinte: I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

CONTRATAÇÃO DIRETA

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

Como dito, a regra é a licitação, a ressalva àobrigatoriedade já é admitida na própria CF, a teor do art. 37,XXI. Dessa forma, a lei pode criar exceções a regra dalicitação.

Diferença básica: na dispensa há possibilidade decompetição, mas a lei faculta a dispensa que fica inserida nacompetência discricionária da Administração.

Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidadede competição, porque só existe um objeto ou uma pessoaque atenda às necessidades da Administração, a licitação éinviável.

Os casos de dispensa não podem ser ampliados,porque constituem exceção à regra geral que exige licitação,são taxativos.

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Os casos de inexigibilidade não são taxativos,podendo ser ampliados.

O artigo 26 da Lei 8666/93 estabelece oprocedimento para a contratação direta:

 Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e noinciso III e seguintes do art. 24, as situações de

inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafoúnico do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentrode 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias,como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidadeou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, noque couber, com os seguintes elementos:  I - caracterização da situação emergencial ou calamitosaque justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço.  IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aosquais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de1998) 

DISPENSA DE LICITAÇÃO

Dispensada: Art. 17 do Estatuto.

OBS! O art. 17 é norma específica, pois ofenderia aautonomia dos Estados e Municípios. Somente estes podemdispor a maneira de como alienar seus bens. ADIN 927, art.17, “b” se aplica somente à União.(Luiz de Oliveira Jungsted– telejur)

As alienações de bem, reguladas pelo art. 17 a 19da Lei 8666/93, serão sempre precedidas de justificativa dasrazões que as presidem e de avaliação do bem a ser alienado.

A venda de bens imóveis no caso da Administraçãodireta, das autarquias e das fundações depende deautorização legislativa.

  Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,subordinada à existência de interesse público devidamente  justificado, será precedida de avaliação e obedecerá àsseguintes normas:  I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicase fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades

 paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação namodalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintescasos:a) dação em pagamento;b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ouentidade da administração pública, de qualquer esfera degoverno, ressalvado o disposto nas alíneas f e h; (Redaçãodada pela Lei nº 11.481, de 2007) c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitosconstantes do inciso X do art. 24 desta Lei;d) investidura;e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) 

  f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão dedireito real de uso, locação ou permissão de uso de bensimóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamenteutilizados no âmbito de programas habitacionais ou deregularização fundiária de interesse social desenvolvidos por 

órgãos ou entidades da administração pública; (Redaçãodada pela Lei nº 11.481, de 2007) g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976   , medianteiniciativa e deliberação dos órgãos da AdministraçãoPública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de

direito real de uso, locação ou permissão de uso de bensimóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridosno âmbito de programas de regularização fundiária deinteresse social desenvolvidos por órgãos ou entidades daadministração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de2007)   II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e delicitação, dispensada esta nos seguintes casos:a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso deinteresse social, após avaliação de sua oportunidade econveniência sócio-econômica, relativamente à escolha deoutra forma de alienação;b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ouentidades da Administração Pública;c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,observada a legislação específica;d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãosou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ouentidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a suadoação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídicadoadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.§ 2o A Administração também poderá conceder título de

 propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensadalicitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Leinº 11.196, de 2005)   I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Leinº 11.196, de 2005)  II - a pessoa física que, nos termos de lei, regulamento ou atonormativo do órgão competente, haja implementado osrequisitos mínimos de cultura e moradia sobre área ruralsituada na região da Amazônia Legal, definida no art. 2o da  Lei no 5.173, de 27 de outubro de 1966, superior àlegalmente passível de legitimação de posse referida naalínea g do inciso I do caput deste artigo, atendidos oslimites de área definidos por ato normativo do Poder 

Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (Regulamento) § 2o-A. As hipóteses da alínea g do inciso I do caput e doinciso II do § 2o deste artigo ficam dispensadas deautorização legislativa, porém submetem-se aos seguintescondicionamentos: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)  I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por  particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembrode 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)   II - submissão aos demais requisitos e impedimentos doregime legal e administrativo da destinação e daregularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)   III - vedação de concessões para hipóteses de exploraçãonão-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação deterras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de  zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) 

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  IV - previsão de rescisão automática da concessão,dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade,ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Leinº 11.196, de 2005) § 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)  I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito avedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração

mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)  II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desdeque não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensade licitação para áreas superiores a esse limite; (Redaçãodada pela Lei nº 11.763, de 2008)   III - pode ser cumulada com o quantitativo de áreadecorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)  IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)  I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de árearemanescente ou resultante de obra pública, área esta que setornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50%(cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" doinciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de1998)   II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na  falta destes, ao Poder Público, de imóveis para finsresidenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinashidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fasede operação dessas unidades e não integrem a categoria debens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 4o A doação com encargo será licitada e de seuinstrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o

 prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob penade nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso deinteresse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatárionecessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, acláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6 o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ouglobalmente, em quantia não superior ao limite previsto noart. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração  poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de1994) 

Dispensável: Artigo 24 do Estatuto (atuaçãodiscricionária)

Conforme Maria Sylvia as hipóteses do art. 24 podem serdivididas em 4 hipóteses

a)  Em razão do valorb)  Em razão de situações excepcionaisc)  Em razão da pessoad)  Em razão do objeto

Vejamos, então, as hipóteses do artigo 24.

a) Em razão do valor

  I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10%(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de

uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviçosda mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)   II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez  por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II doartigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta  Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo

serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648,de 1998) 

Dessa forma, os valores referidos no artigo 24ficarão próximos aos valores expressados abaixo:

Obras e serviços de engenharia: até 10% de150.000,00 = R$ 15.000,00

Compras ou outros serviços: até 10 % de 80.000,00= R$ 8.000,00

Cabe destacar que as Sociedades de Economia Mista eEmpresas Públicas, bem como as autarquias ou fundaçõesqualificadas por lei como agências executivas e os consórcios públicos o  percentual será de 20 %, nos termos do art. 24,parágrafo único, da Lei 8.666/93.

Cabe destacar, ainda, que a lei veda o fracionamento oudesmembramento de obra, serviço ou compra cujo propósitoseja o de enquadrar o valor dentro dos limites de dispensa. Apropósito, trazemos o artigo 23, §5º da Lei de Licitações:

§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou"tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de umamesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços damesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadasconjunta e concomitantemente, sempre que o somatório deseus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou

"concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo,exceto para as parcelas de natureza específica que possamser executadas por pessoas ou empresas de especialidadediversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redaçãodada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

OBS! Conforme bem salienta José dos Santos CarvalhoFilho, em observância ao princípio da motivação dos atosadministrativos, exige o Estatuto que sejam expressamente

 justificados no processo os casos de dispensa de licitaçãoprevisto no art. 24, III e seguintes, devendo o administradorcomunicar a situação de dispensa em três dias à autoridadesuperior, e a esta caberá ratificá-la e publicá-la na imprensaoficial em cinco dias. Não precisa haver justificativa

detalhada nos casos do art. 24, I e II. 

O mesmo se exige nas hipóteses de inexigibilidade.

b) Em razão de situações excepcionais

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública,quando caracterizada urgência de atendimento de situaçãoque possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança depessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,públicos ou particulares, e somente para os bens necessáriosao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e paraas parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no

prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos eininterruptos, contados da ocorrência da emergência oucalamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;V - quando não acudirem interessados à licitação anterior eesta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo

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para a Administração, mantidas, neste caso, todas ascondições preestabelecidas;(DESERTA OU FRUSTRADA)

Não é o caso em que os candidatos tenham sidodesclassificados por inobservância do edital, nos termos doart. 48, § 3º (FRACASSADA). Todavia, para haver dispensa,cumpre se mantenham as condições básicas preestabelecidas.Significa que não pode a Administração celebrar o contrato

direto com profunda alteração das regras anteriores.VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

Conforme apontado por Carvalho Filho, destina-sesomente à União, porquanto é esta que tem a competênciapara a intervenção no domínio econômico.

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preçosmanifestamente superiores aos praticados no mercadonacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelosórgãos oficiais competentes, casos em que, observado o  parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo asituação, será Admitida a adjudicação direta dos bens ouserviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;  IX - quando houver possibilidade de comprometimento dasegurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto doPresidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;  XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desdeque atendida a ordem de classificação da licitação anterior eaceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitantevencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

Só se justifica a contratação direta quando tiver sidorescindido contrato anterior, em que o objeto não tenha sido

concluído. Se por exemplo o objeto era a construção de umposto médico e o contratado não consegui concluí-la, aAdministração, depois de rescindir o ajuste, pode fazer acontratação direta.

  XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos deacordo internacional específico aprovado pelo Congresso  Nacional, quando as condições ofertadas foremmanifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redaçãodada pela Lei nº 8.883, de 1994)   XVIII - nas compras ou contratações de serviços para oabastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas outropas e seus meios de deslocamento quando em estadaeventual de curta duração em portos, aeroportos ou

localidades diferentes de suas sedes, por motivo demovimentação operacional ou de adestramento, quando aexiguidade dos prazos legais puder comprometer anormalidade e os propósitos das operações e desde que seuvalor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 

c) Em razão do objeto:

  X - para a compra ou locação de imóvel destinado aoatendimento das finalidades precípuas da Administração,cujas necessidades de instalação e localização condicionema sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)   XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outrosgêneros perecíveis, no tempo necessário para a realizaçãodos processos licitatórios correspondentes, realizadas

diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)   XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte eobjetos históricos, de autenticidade certificada, desde quecompatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ouentidade.  XIX - para as compras de material de uso pelas Forças  Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e

  Administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dosmeios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer decomissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883,de 1994)  XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a  pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos  pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de  fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fimespecífico. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)  XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidosou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, altacomplexidade tecnológica e defesa nacional, mediante  parecer de comissão especialmente designada pelaautoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484,de 2007).  XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços paraatender aos contingentes militares das Forças Singularesbrasileiras empregadas em operações de paz no exterior,necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do  fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante daForça. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). 

d) Em razão da pessoa

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito  público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública eque tenha sido criado para esse fim específico em data

anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratadoseja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

OBS! No caso do inciso VIII só é possível a contrataçãodireta se a pessoa administrativa contratada tiver sido criadaantes da vigência da lei (as criadas depois da lei deverãocompetir normalmente com as pessoas da iniciativa privada).

Na hipótese do inciso XVI pode a qualquer momento sercriada pessoa prestadora de serviço e de imediato sercontratada pela Administração sem licitação. Deve atenderapenas ao Estado, ao particular não. Luiz de OliveiraJungsted cita como exemplos o SERPRO, Empresa PúblicaDiário Oficial.

 XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a  pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos  pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de  fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fimespecífico. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)   XIII - na contratação de instituição brasileira incumbidaregimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou dodesenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada àrecuperação social do preso, desde que a contratada detenhainquestionável reputação ético-profissional e não tenha finslucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)   XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento deenergia elétrica e gás natural com concessionário,

  permissionário ou autorizado, segundo as normas dalegislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)   XXIII - na contratação realizada por empresa pública ousociedade de economia mista com suas subsidiárias econtroladas, para a aquisição ou alienação de bens,

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  prestação ou obtenção de serviços, desde que o preçocontratado seja compatível com o praticado no mercado.(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)  XXV - na contratação realizada por Instituição Científica eTecnológica - ICT ou por agência de fomento para atransferência de tecnologia e para o licenciamento de direitode uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) 

 XXVI – na celebração de contrato de programa com ente daFederação ou com entidade de sua Administração indireta,  para a prestação de serviços públicos de forma associadanos termos do autorizado em contrato de consórcio públicoou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107,de 2005)   XXVII - na contratação da coleta, processamento ecomercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis oureutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,efetuados por associações ou cooperativas formadasexclusivamente por pessoas físicas de baixa rendareconhecidas pelo poder público como catadores demateriais recicláveis, com o uso de equipamentoscompatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).  XXX - na contratação de instituição ou organização, públicaou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação deserviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito doPrograma Nacional de Assistência Técnica e Extensão Ruralna Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência  XXXI - nas contratações visando ao cumprimento dodisposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 dedezembro de 2004, observados os princípios gerais decontratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de2010)

INEXIGIBILIDADE: ART 25

Seguindo o texto do artigo 25, a inexigibilidadepode ser por três razões:

a) Fornecedor exclusivo

A lei veda a preferência por marca – salvo paramanter a padronização, nos termos do art. 15 e 7º, § 5º da Leide Licitações.

Em todas as hipóteses é necessária a justificação.

b) Serviços técnicos-profissionais especializados :

Para ser considerado um serviço técnico-profissional especializado, são necessários três requisitos:

Estar no art. 13 notória especialização  objeto singular( marcados por característica que osdistinguem dos oferecidos por outros profissionais do mesmoramo).

Carvalho Filho, em sua obra, trás a doutrina deEros Grau para conceituar o objeto singular: “singulares sãoos serviços porque apenas podem ser prestados, de certamaneira e com determinado grau de confiabilidade, por umdeterminado profissional ou empresa. Por isso mesmo é que asingularidade do serviço está contida no bojo da notóriaespecialização.

  RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.CONTRATO PARA REALIZAÇÃO DE SERVIÇOS

TÉCNICOS ESPECIALIZADOS, MAS NÃO SINGULARES.ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. LICITAÇÃO. DISPENSA.1. Os serviços descritos no art. 13 da Lei n. 8.666/93, paraque sejam contratados sem licitação, devem ter naturezasingular e ser prestados por profissional notoriamenteespecializado, cuja escolha está adstrita à discricionariedadeadministrativa.2. Estando comprovado que os serviços jurídicos de que

necessita o ente público são importantes, mas nãoapresentam singularidade, porque afetos à ramo do direitobastante disseminado entre os profissionais da área, e nãodemonstrada a notoriedade dos advogados – em relação aosdiversos outros, também notórios, e com a mesmaespecialidade – que compõem o escritório de advocaciacontratado, decorre ilegal contratação que tenha prescindidoda respectiva licitação.3. Recurso especial não-provido.(RESP 436869)

Segundo Marçal Justen Filho, a natureza singularresulta da conjugação de dois elementos, entre sirelacionados. Um deles é a excepcionalidade da necessidadea ser satisfeita. O outro é a ausência de viabilidade de seuatendimento por parte de um profissional especializadopadrão. Portanto, a viabilidade de competição não pode seravaliada apenas em face da necessidade estatal, mas tambémdepende da verificação do mercado. É perfeitamenteimaginável que uma necessidade estatal excepcional eanômala possa ser atendida sem maior dificuldade porqualquer profissional especializado.

Conforme pondera Lucas Rocha Furtado, “não é asingularidade – leia-se, existência de um único interessado –o prestador do serviço que justifica a não realização dalicitação. A singularidade a que se refere o dispositivo legalestá relacionada às peculiaridades do serviço a ser executado, e não ao número de empresas em condições de prestar o serviço.”

OBS! A lei veda para serviços de publicidade e divulgação.

c) Serviços artísticos de qualquer natureza

A lei exige que o profissional seja consagrado pelacrítica especializada e pela opinião pública.

Como dito acima, os casos de inexigibilidade sãoexemplificativos. Como exemplo de contratação semlicitação o TCU ao julgar o processo 022.025/92/7, admitiu apossibilidade do Banco do Brasil, na contratação de serviçosadvocatícios, credenciar profissionais para que a eles fossefeita a distribuição de diversas causas processuais.

- FASES DA LICITAÇÃO

FASE INTERNA

Conforme o art.7º do estatuto os requisitos são:

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para aprestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e,em particular, à seguinte seqüência:I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços.

O PROJETO EXECUTIVO

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Nas licitações para contratação de obras também éexigido projeto executivo.

No ato convocatório deve ser informado se háprojeto executivo disponível, na data da sua publicação, e olocal onde possa ser examinado e adquirido.

Projeto executivo é o conjunto de elementos

necessários e suficientes à realização do empreendimento aser executado, com nível máximo de detalhamento possívelde todas as suas etapas.

Para realização do procedimento licitatório nãohá obrigatoriedade da existência prévia de projetoexecutivo, uma vez que este poderá ser desenvolvidoconcomitantemente com a execução das obras e serviços,desde que autorizado pela Administração. No caso, alicitação deverá prever a elaboração do competente projetoexecutivo por parte da contratada ou por preço previamentefixado pela Administração.

DECISÕES TCU

(...) há no mercado outras empresas capacitadas adesenvolver softwares com as mesmas características, emcondições de atender às necessidades do INSS. Assim, aindicação expressa do nome comercial do produto que viriaa ser contratado no projeto básico contrariou o disposto noart. 7º, §5º, da Lei n.º 8.666/1993, que veda a preferência demarca. Acórdão 1180/2003 Segunda Câmara

 A licitação sob análise não restringiu o objeto da licitação,com indicação de marca, fato este vedado pelo Estatuto  Licitatório. Insurgiu-se o Representante quanto à exigênciade que os cartuchos de marca diversa das impressoras a quese destinariam fossem objeto de atestado comprobatório deseu funcionamento.

 Decisão 1622/2002 Plenário

O artigo 8º ainda exige a programação daintegralidade da obra. Entretanto, o que pode vir a serparcelada é a execução.

 Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve  programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seuscustos atual e final e considerados os prazos de suaexecução.

APROVAÇÃO JURÍDICA DE MINUTAS DEEDITAIS, CONTRATOS, ACORDOS, CONVÊNIOS OUAJUSTES 

A Lei Geral de Licitações ainda faz referência anecessidade de aprovação por assessoria jurídica das minutasdos editais.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bemcomo as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devemser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883,de 1994) 

Merece ser trazida as considerações exaradas nasorientações do TCU sobre Licitações e Contratos, 3ª Edição.

A legislação é clara quanto à não-obrigação daanálise e aprovação do CONVITE pela assessoria jurídica.No entanto, ainda restam dúvidas sobre o tema, embora a leimencione apenas minutas de editais, contratos, acordos,convênios ou

ajustes.

Para esclarecimento da situação, a jurisprudênciado Tribunal de Contas da União trazida no Relatório doMinistro Relator, Ubiratan Aguiar, consubstanciada noAcórdão 595/2001 da Segunda Câmara, elucida de formainequívoca o assunto, nos seguintes termos:

12. Entendemos, portanto, que o parágrafo único do art. 38da Lei 8.666/1993 (“As minutas de editais de licitação, bemcomo as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devemser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração”, grifo nosso) não é aplicável aocaso de convite, tornando descabida determinação desteTribunal no sentido de que a unidade efetue tal  procedimento. Logo, cabe determinação no sentido que ocitado dispositivo legal seja obedecido tão-somente para oscasos de modalidades distintas de convite, para as quaissubsistem, efetivamente, “editais”14. Para que a determinação, ao final, torne-se clara aogestor, e para que não haja conflito de entendimento entredecisões do TCU, há que se salientar o fato de que asminutas de contratos advindos de convites devem,necessariamente, ser examinados pela assessoria jurídica doórgão. Proporemos, ao final desta instrução, determinaçãono sentido de que sejam submetidos ao parecer prévio daassessoria jurídica os editais das licitações, sendodispensado tal procedimento aos convites, mas salientandoser obrigatória a análise preliminar das minutas decontratos, independentemente da modalidade de licitação aque estiverem vinculados (visando suprir a lacuna deixada pela insubsistência da totalidade da letra jdo subitem 8.2 da Decisão nº 197/97-TCU-Plenário).

FASE EXTERNA

A) EDITAL: Termo pelo qual a Administração divulga a

abertura da concorrência, fixa os requisitos para participação,define o objeto e as condições básicas do contrato e convida atodos os interessados para que apresentem suas propostas.Fixa cláusulas futuras do contrato.

Contratos de porte excessivo: a lei pede providênciaantes do edital: art. 39, AUDIÊNCIA PÚBLICA.

 Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso  I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado,obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15

(quinze) dias úteis da data prevista para a publicação doedital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10(dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios  previstos para a publicidade da licitação, à qual terãoacesso e direito a todas as informações pertinentes e a semanifestar todos os interessados.Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-selicitações simultâneas aquelas com objetos similares e comrealização prevista para intervalos não superiores atrinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, tambémcom objetos similares, o edital subseqüente tenha uma dataanterior a cento e vinte dias após o término do contratoresultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Leinº 8.883, de 1994) 

A Lei no art. 32, § 5º trouxe limitação para acobrança do edital, sendo o valor de custo. Não pode serobrigado a comprar o edital, na lei 10.520/02 isso é expresso(art. 5º).

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No convite, inicia-se o prazo para apresentar aproposta a partir da EXPEDIÇÃO. (art. 21, §3º)

No convite a publicação do edital é facultativa. Art.21.

Art. 21, § 2º fala em prazo mínimo.

§ 2o

O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou darealização do evento será:I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº8.883, de 1994) a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) concorrência, quando o contrato a ser celebradocontemplar o regime de empreitada integral ou quando alicitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";(Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994) a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" doinciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhortécnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de1994) III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos nãoespecificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº8.883, de 1994) § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serãocontados a partir da última publicação do edital resumido ouda expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidadedo edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo adata que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883,de 1994) § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pelamesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o

prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação daspropostas.

Conforme o art. 110 o início da contagem deprazo somente se inicia e vence em dia de expediente.

Se houver modificação superveniente do edital, aAdministração deve (art. 21, § 4º):

a) divulgar a modificação pela mesma forma em que sedeu o texto original;b) reabrir o prazo estabelecido no início, salvo quando aalteração não afetar a formulação da proposta;

Com exceção do convite, cuja divulgação se faz porcarta e afixação de cópia do instrumento convocatório emlocal apropriado (art. 22, §3º), todas as modalidadeslicitatórias dependem da publicação de aviso contendo umresumo do edital com a indicação do local em que osinteressados poderão obter-lhe o texto completo (art. 21 e §1º).

O artigo 40 descreve o conteúdo do edital.

Dessa forma, deve constar o TIPO de licitação, ou seja,o critério de julgamento que irá selecionar a proposta maisvantajosa. E, ainda, a minuta do contrato a ser realizado.

IMPUGNAÇÃO DO EDITAL (ART. 41)CIDADÃO LICITANTE

5 DIAS UTEIS DAABERTURA DO 1º

2 DIAS UTEIS DAABERTURA DO 1º

ENVELOPE ENVELOPERESOLUÇÃO EM 3 DIASÚTEIS

NÃO HÁ PRAZO PRESOLUÇÃO

B) HABILITAÇÃO: abertura dos envelopes“documentação” e sua apreciação. Em ato público aAdministração recebe os envelopes contendo a documentação

referente à habilitação dos licitantes e a proposta. Osdocumentos exigíveis para a habilitação são, entre outrospossíveis: habilitação jurídica, qualificação técnica,qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal ecumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF

  Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dosinteressados, exclusivamente, documentação relativa a: I - habilitação jurídica; II - qualificação técnica; III - qualificação econômico-financeira; IV - regularidade fiscal.V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7 o daConstituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999) 

Na fase de habilitação a Administração abre, emato público, os envelopes contendo a documentação, quedeve ser rubricada pelos licitantes e pela Comissão.Examinados os documentos, serão considerados habilitadosos licitantes que tiverem atendido às exigências do edital, nãosendo permitida, após o ato público de abertura dosenvelopes, a apresentação ou substituição de documentos. Oslicitantes que não estiverem com a documentação em ordemserão considerados inabilitados para participar da licitação ereceberão de volta, fechado, o envelope contendo suaproposta.

Consoante o entendimento de Carvalho Filho, épossível que o edital fixe condições especiais para tal

comprovação, de acordo com a complexidade do objeto dofuturo contrato, invocando-se como fundamento o art. 37,XXI da CF, que alude a “exigências de qualificaçãotécnica”.

O artigo 33 permite que a documentação de cadaconsorciado possa ser somada para efeitos de qualificaçãotécnica e econômica.

  Art. 33. Quando permitida na licitação a participação deempresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:  I - comprovação do compromisso público ou particular deconstituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;  II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que

deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital; III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, paraefeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativosde cada consorciado, e, para efeito de qualificaçãoeconômico-financeira, o somatório dos valores de cadaconsorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, umacréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos  para licitante individual, inexigível este acréscimo para osconsórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;  IV - impedimento de participação de empresa consorciada,

na mesma licitação, através de mais de um consórcio ouisoladamente;V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos  praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quantona de execução do contrato.

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Conforme o artigo 30, § 8o, no caso de obras,serviços e compras de grande vulto, de alta complexidadetécnica, poderá a Administração exigir dos licitantes ametodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de suaaceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços eserá efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

A própria lei estabelece, no artigo 6, V, o valor para as

licitações de grande vulto, sendo as obras, serviços e comprasde grande vulto aquelas cujo valor estimado seja superior a25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" doinciso I do art. 23 desta Lei. Ou seja, valor acima de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

REGISTROS CADASTRAIS: são registrosmantidos por órgãos e entidades administrativas quefreqüentemente realizam licitações, para fins deestabelecerem formalmente suas habilitações, tendo em vistafuturos certames cadastrais. Em vista disso recebemcertificados de habilitação (Art. 36, § 1º pelo período de até 1ano (art. 34)) renovável sempre que atualizem o registro, oque podem fazer a qualquer tempo (art. 35)

O julgamento de pedidos de inscrição, asalterações, suspensões, e cancelamentos em registro cadastralsão efetuados por comissão composta por pelo menos 3membros.

O artigo 34, §2º permite às unidadesadministrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outrosórgãos ou entidades da Administração Pública.

REGISTRO DE PREÇOS: Segundo CelsoAntônio, trata-se de um procedimento que a Administraçãopode adotar perante compras rotineiras de bens padronizadosou mesmo na obtenção de serviços. Neste caso, comopresume que irá adquirir os bens ou recorrer a estes serviços

não uma, mas múltiplas vezes, abre um certame licitatório emque o vencedor, isto é, o que ofereceu a cotação mais baixa,terá seus preços “registrados”. Quando a promotora docertame necessitar destes bens ou serviços irá obtê-los,sucessivas vezes ser for o caso, pelo preço cotado eregistrado.

Os preços registrados serão sempre selecionadosatravés da modalidade concorrência, salvo se se tratar daobtenção de “bens e serviços comuns”, hipótese na qual ditoregistro pode ser feito por meio de pregão. (ver at. 15)

A existência de preços registrados não obriga aAdministração a firmar as contratações que dele poderão

advir, pois poderá servir-se de outros meios de aquisição,respeitada a legislação de licitações, ficando, entretanto,assegurada ao beneficiário do preço registrado preferênciaem igualdade de condições (§ 4º)

CAPITAL E PATRIMÔNIO MÍNINO: para acomprovação de qualificação econômico-financeira, podetambém a Administração, tendo em vista o objeto dacontratação estabelecer exigência de capital mínimo, ou depatrimônio líquido mínimo, desde que prevista no edital,entretanto não poderão exceder a 10 % do valor estimadopara o contrato. Os requisitos estão no artigo 56, §3º doestatuto de licitações:

3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vultoenvolvendo alta complexidade técnica e riscos financeirosconsideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limitede garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser 

elevado para até dez por cento do valor do contrato.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

Ademais, em licitações de grande vulto e de altacomplexidade a Administração poderá exigir dos licitantes ametodologia de execução, a qual será, para fins de aceitaçãoou recusa, avaliada antes da análise dos preços (art. 30, § 8º)

Com relação aos encargos da Previdência Social, aAdministração é solidariamente responsável co o contratadopor eventuais débitos.

Habilitados os candidatos, não mais caberádesistência das propostas e não mais pode haverdesclassificação calcada em motivo relativo à habilitação,salvo por motivo superveniente. (art. 43, § 5º e 6º).

Quando todos forem considerados inabilitados(fracassada), a Administração poderá dar aos licitantes oprazo de oito(08) dias (ou três no caso de convite) (art. 48),para q apresentem nova documentação.

GARANTIAS: quando o objeto da licitação for acelebração de contratos de obras, serviço e compras, agarantia é estabelecida no limite de 1% do valor estimadopara a contratação, nos termos do art. 31, III:

 Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico- financeira limitar-se-á a: III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstosno "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

Ademais, as garantias são as previstas no artigo 56do Estatuto das Licitações.

Entretanto, para a celebração do contrato, nas

contratações de obras serviços e compras, deve ser observadoo § 2ª do artigo 56 e a exigência da garantia fica a critério daautoridade competente e desde que prevista em edital. É oque determina o art. 56:

 Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso,e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras,serviços e compras.

No caso da garantia exigida no contrato, o valormáximo da exigência não pode exceder a 5% do valor docontrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições docontrato, conforme determinado pelo § 2º do artigo acima

referido:

§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo nãoexcederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seuvalor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvadoo previsto no parágrafo 3o deste artigo.

Celso Antônio Bandeira de Mello acertadamenteensina que quanto à prova de regularidade com as FazendasPúblicas já não se mais se fala em “quitação”, mas em“regularidade” com o Fisco, que pode abranger a existênciado débito consentido e sob o controle do credor. Donde seráilegal que exija prova de quitação. Além disto, o licitante

pode haver se insurgido contra o débito. Assim, se a parteestiver litigando em juízo sobre o pretendido débito, talcircunstância não poderá ser um impediente a que participede licitações.

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O entendimento acima exposto está em sintoniacom as decisões do Tribunal de Contas da União, pois esteTribunal entende que deve ser exigida do licitantecomprovação de situação regular e não quitação junto àsFazendas Federal, Estadual e Municipal, à Seguridade Social(INSS) e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviços(FGTS).(Orientações TCU)

Ademais, o referido autor entende que a existênciade débitos fiscais só poderá ser inabilitante se o montantedeles puder comprometer a “garantia do cumprimento dasobrigações”

JURISPRUDÊNCIA

Cumpre destacar, ainda, a questão da exigência de certidõesde quitação junto à fazenda pública. Conquanto a Decisão nº 246/1997 - Plenário, em que se amparou a (...), tenha feitoreferência ao termo quitação, seu propósito verdadeiro foi  firmar o entendimento de que a regularidade fiscal abrangetambém a Dívida Ativa da União. Mais recentemente, a

  Decisão nº 792/2002 - Plenário baseou-se de formaespecífica na existência de diferença entre regularidade  fiscal, requerida pela lei, e quitação, sendo que a primeira,ao contrário da segunda, pode se configurar mesmo no casode a licitante estar em débito com o fisco, contanto que emsituação admitida como de adimplência pela legislação. Acórdão 1708/2003 Plenário - TCU 

Observe o art. 195, § 3º, da Constituição Federal, que exigecomprovante de regularidade com o INSS e o FGTS de todosaqueles que contratam com o poder público, inclusive nascontratações realizadas mediante convite, dispensa ouinexigibilidade de licitação, mesmo quando se tratar decompras para pronta entrega (...). Acórdão 1467/2003 Plenário – TCU 

  Abstenha-se de exigir, como condição para habilitação emlicitações, documentação de regularidade fiscal alémdaquela estabelecida pelo art. 29 da Lei no 8.666/1993,atentando para que não seja exigida prova de quitação coma fazenda pública, a seguridade ou o FGTS, mas sim deregularidade, conforme determina o dispositivo legal. Decisão 792/2002 Plenário 

  ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.CONTRATO. RESCISÃO. IRREGULARIDADE FISCAL. RETENÇÃO DE PAGAMENTO.1. É necessária a comprovação de regularidade fiscal dolicitante como requisito para sua habilitação, conforme

 preconizam os arts. 27 e 29 da Lei nº 8.666/93, exigência queencontra respaldo no art. 195, § 3º, da CF.2. A exigência de regularidade fiscal deve permanecer durante toda a execução do contrato, a teor do art. 55, XIII,da Lei nº 8.666/93, que dispõe ser "obrigação do contratadode manter, durante toda a execução do contrato, emcompatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todasas condições de habilitação e qualificação exigidas nalicitação".3. Desde que haja justa causa e oportunidade de defesa,  pode a Administração rescindir contrato firmado, ante odescumprimento de cláusula contratual.4. Não se verifica nenhuma ilegalidade no ato impugnado,  por ser legítima a exigência de que a contratada apresente

certidões comprobatórias de regularidade fiscal.5. Pode a Administração rescindir o contrato em razão dedescumprimento de uma de suas cláusulas e ainda imputar  penalidade ao contratado descumpridor. Todavia a retençãodo pagamento devido, por não constar do rol do art. 87 da

 Lei nº 8.666/93, ofende o princípio da legalidade, insculpidona Carta Magna.6. Recurso ordinário em mandado de segurança provido em parte.(RMS 24953/CE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,SEGUNDA TURMA, julgado em 04/03/2008, DJe17/03/2008)

O artigo 27 fala em EXCLUSIVAMENTE. Significaque nada mais poderá ser exigido além da documentaçãomencionada nos arts. 27 a 31 da Lei nº 8.666, de 1993, a nãoser que a exigência se refira a leis especiais.(OrientaçãoTCU, 3ª Edição)

C) CLASSIFICAÇÃO:   julgamento das propostas,classificando-as pela ordem de preferência, segundo critériosobjetivos constantes do edital. A lei 8666/93 deupreferência à licitação de menor preço(entre a melhortécnica, técnica e preço, de maior lance) que é a que permiteescolha mais objetiva e dificulta a apreciação discricionáriapor parte da Comissão.

Ficou limitada a utilização de melhor técnica outécnica e preço a hipótese de contratos que tenham porobjeto serviços de natureza predominantemente intelectual.

Deve ser utilizada a utilização de técnica e preço,para a contratação de bens e serviços de informática.

Se a melhor técnica coincidir com o menor preço, aseleção está decidida. Se, porém, a melhor proposta técnicanão for a de menor preço, a Comissão deverá abrir umanegociação com o proponente mais bem classificadotecnicamente para tentar fazê-lo reduzir os preços, tendocomo limite a proposta de menor preço apresentada entre oslicitantes classificados. Não conseguindo essa redução, seráfeita a negociação com o segundo colocado e com os demaisproponentes, pela ordem de classificação, até a consecuçãode acordo para a contratação.

Em qualquer modalidade de licitação, no caso dehaver empate entre as propostas será aplicado o critério dedar preferência estabelecido no artigo 3º, persistindo oempate será feito o SORTEIO.

 Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendoa Comissão de licitação ou o responsável pelo conviterealizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, oscritérios previamente estabelecidos no ato convocatório e deacordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de

maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelosórgãos de controle.§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, eapós obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, aclassificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato  público, para o qual todos os licitantes serão convocados,vedado qualquer outro processo.§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre oslicitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, nocaso de empate, exclusivamente o critério previsto no  parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994) 

Conforme o artigo 109, do julgamento daspropostas cabe recurso com efeito suspensivo.

  Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes daaplicação desta Lei cabem:

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  I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar daintimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:a) habilitação ou inabilitação do licitante;b) julgamento das propostas;c) anulação ou revogação da licitação;d) indeferimento do pedido de inscrição em registrocadastral, sua alteração ou cancelamento;e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79

desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)  f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporáriaou de multa;  II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis daintimação da decisão relacionada com o objeto da licitaçãoou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;  III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro deEstado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme ocaso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10(dez) dias úteis da intimação do ato.

D) HOMOLOGAÇÃO: Competência da autoridadesuperior à comissão. Aprovação do procedimento. Severificar algum vício de ilegalidade, anulará o procedimentoou determinará seu saneamento, se cabível. Se oprocedimento estiver em ordem, será homologado.

Se o vencedor não quiser contratar, suportará aspenalidades do edital, perda da eventual garantia. Pode aadministração, neste caso, convocar os licitantesremanescentes, na ordem de classificação, para fazerpropostas nos mesmos termos da proposta do primeiroclassificado ou revogar a licitação.

E) ADJUDICAÇÃO: atribui ao vencedor o objeto dalicitação. Trata-se de ato declaratório que não se confundecom a celebração do contrato. Trata-se, também, de atovinculado.

Feita a adjudicação a Administração convocará oadjudicatário para assinar o contrato, devendo fazê-lo noprazo de 60 dias, ultrapassado este prazo, ficam os licitantesliberados dos compromissos assumidos (art. 64, § 1º). Se ointeressado não atender à convocação no prazo, perderá odireito à contratação e ficará sujeito às penalidades previstasno art. 87.

  Art. 64. A Administração convocará regularmente ointeressado para assinar o termo de contrato, aceitar ouretirar o instrumento equivalente, dentro do prazo econdições estabelecidos, sob pena de decair o direito àcontratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81desta Lei.

§ 1o

O prazo de convocação poderá ser prorrogado umavez, por igual período, quando solicitado pela parte duranteo seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado nãoassinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar oinstrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos,convocar os licitantes remanescentes, na ordem declassificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmascondições propostas pelo primeiro classificado, inclusivequanto aos preços atualizados de conformidade com o atoconvocatório, ou revogar a licitação independentemente dacominação prevista no art. 81 desta Lei.§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das  propostas, sem convocação para a contratação, ficam oslicitantes liberados dos compromissos assumidos.

– MODALIDADES

O artigo 23, §4º permite que no caso em que couberconvite pode utilizar a tomada de preços e em qualquer casocabe a concorrência.

Comissão: 3 membros, pelo menos 2 servidores doquadro permanente do órgão, nos termos do artigo 51:

  Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro

cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostasserão processadas e julgadas por comissão permanente ouespecial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aosquadros permanentes dos órgãos da Administraçãoresponsáveis pela licitação.§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação,excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas eem face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pelaautoridade competente.

Todos são solidariamente responsáveis pelos atosda comissão, salvo se algum deles manifestar sua posiçãodivergente e formalizá-la na respectiva ata da reunião.

§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderãosolidariamente por todos os atos praticados pela Comissão,salvo se posição individual divergente estiver devidamente  fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião emque tiver sido tomada a decisão.

A lei impede a perpetuação dos membros, exigindoque a investidura não exceda de um ano, vedada arecondução da totalidade de seus membros para o períodosubseqüente.

§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentesnão excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da

totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.

No caso de convite, pelo menor rigor formal, pode acomissão ser substituída por um servidor.

§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação,excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas eem face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pelaautoridade competente.

Conforme pondera Carvalho Filho, na hipótese deconcurso o julgamento estará a cargo de pessoas de

reputação ilibada e indubitável conhecimento da matéria empauta, não se exigindo, por exceção, que sejam servidorespúblicos. 

Modalidades e tipos de licitação. Qual a diferença?Modalidade é o procedimento que a lei estabelece paraselecionar a proposta mais vantajosa. Tipo de licitação é ocritério de julgamento a ser utilizado pela comissão.

OBS! Se o contratante for consórcio público, asfaixas de valor serão alteradas: o dobro, no caso de consórcioformado por até três entidades federativas, e o triplo, no casode número superior de pactuantes.(art. 23, § 8º)

PARCELAMENTO DA LICITAÇÃO EFRACIONAMENTO DE DESPESA

PARCELAMENTO DA LICITAÇÃO

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De acordo com a Lei nº 8.666, de 1993, éobrigatório que seja feito parcelamento quando o objeto dacontratação tiver natureza divisível, desde que não hajaprejuízo para o conjunto a ser licitado.

O agente público define o objeto da licitação everifica se é possível dividir as compras, obras ou serviçosem parcelas, que visam a aproveitar as peculiaridades e os

recursos disponíveis no mercado. É o caso, por exemplo, deuma construção, em que se pode dividir as diversas etapas(limpeza do terreno, terraplenagem, fundações, etc.) emlicitação por itens individualizados.

O parcelamento é muito importante porquepossibilita a participação de empresas de menor porte naslicitações, amplia a competitividade e contribui para aobtenção de menor preço para a Administração Pública.

Com a utilização do parcelamento, pequenas emédias empresas podem preencher os requisitos de disputapara fornecimento de menores dimensões, se houvervantagem efetiva para a Administração, preservada aeconomia de escala.

Em regra, quando existir parcela de naturezaespecífica que possa ser executada por empresas comespecialidades próprias e diversas ou quando for viáveltécnica e economicamente, o parcelamento em itens seimpõe, naturalmente desde que seja vantajoso para aAdministração.

Após avaliação técnica e decisão de que o objetopode ser dividido e individualizado em itens, devem ser feitaslicitações distintas para cada etapa ou conjunto de etapas daobra, serviço ou compra. As diferentes licitações podem serfeitas em procedimentos distintos ou em um só processolicitatório, quando, então, a licitação terá seu objeto dividido

em itens.

É importante não esquecer que sempre deve serpreservada a modalidade pertinente para a execução detodo o objeto da contratação. Assim, se forem realizadosum ou mais processos de licitação, devem ser somados osvalores de todos os itens para definição da modalidadelicitatória adequada.

Na compra de bens de natureza divisível e desdeque não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, épermitida a cotação de quantidade inferior à demandada nalicitação, para ampliar a competitividade. Nessa hipótese, aAdministração pode fixar no ato convocatório quantitativo

mínimo que preserve a economia de escala.

Licitação parcelada, a exemplo da licitação poritem, é na verdade várias licitações em um únicoprocedimento, em que cada parcela, com suas peculiaridadesdiferenciadas, é julgada em separado.

Nesse sentido, sobressai do Acórdão 1331/2003Plenário, da lavra do Excelentíssimo Ministro BenjaminZymler, parte do Relatório bem esclarecedora da questão, inverbis: 

 A leitura atenta do próprio dispositivo legal transcrito peloresponsável (art. 23, §1º, da Lei nº 8.666/1993) na parteinicial de sua primeira e segunda intervenções revela que é objetivo da norma tornar obrigatório o parcelamento doobjeto quando isso se configurar técnica e economicamenteviável. O dispositivo dá um caráter impositivo ao parcelamento na medida em que traz uma obrigação para o

administrador público por meio da expressão “...serãodivididas...”.

A esse respeito da obrigatoriedade de parcelamentoquando comprovada sua viabilidade técnica e econômica, oTribunal já tem entendimento firmado por meio da DecisãoPlenária nº 393/94 (DOU 29/06/94), nos seguintes termos:

“ firmar o entendimento, de que, em decorrência do dispostono art. 3º, § 1º, inciso I; art. 8º, § 1º e artigo 15, inciso IV,todos da Lei nº 8.666/1993, é obrigatória a admissão, naslicitações para a contratação de obras, serviços e compras, e para alienações, onde o objeto for de natureza divisível, sem prejuízo do conjunto ou complexo, da adjudicação por itense não pelo preço global, com vistas a propiciar a ampla  participação dos licitantes que, embora não dispondo decapacidade para a execução, fornecimento ou aquisição datotalidade do objeto, possam, contudo, fazê-lo comreferência a itens ou unidades autônomas, devendo asexigências de habilitação adequarem-se a essadivisibilidade”

Resumindo: Parcelamento é a divisão do objeto emparcelas, ou seja, é a divisão de um todo em partes menores.O parcelamento é mais utilizado em obras e serviços.

Em obras e serviços, o parcelamento do objeto épossível quando se configurar técnica e economicamenteviável e não houver perda para a totalidade do objeto.

Em licitação parcelada, as exigências de habilitaçãodevem adequar-se proporcionalmente às parcelas licitadas.

DECISÕES DO TCU

O parcelamento proporcionaria melhor aproveitamento dosrecursos disponíveis no mercado e a ampliação da

competitividade na licitação (...). As obras compreendem aconstrução de 04 barragens e a divisão em 04 parcelas seconfigurava técnica e economicamente viável, situação queexigia licitação distinta para cada uma delas. Acórdão 1331/2003 Plenário

Observe o disposto no art. 15, inciso IV e no art. 23, §§ 1° e2° da Lei n° 8.666/93, parcelando as compras sempre queisso se comprovar viável do ponto de vista técnico eeconômico, sem prejuízo de atentar para a preservação damodalidade licitatória pertinente à totalidade do objeto parcelado. Acórdão 1292/2003 Plenário

FRACIONAMENTO DE DESPESA

O fracionamento se caracteriza quando se divide adespesa para utilizar modalidade de licitação inferior àrecomendada pela legislação para o total da despesa, ou paraefetuar contratação direta.

Por exemplo, a lei impede a utilização damodalidade convite para parcelas de uma mesma obra ouserviço, ou ainda para obras e serviços de idêntica natureza eno mesmo local que possam ser realizadas conjunta econcomitantemente, sempre que o somatório de seus valorescaracterizar o caso de tomada de preços. Da mesma forma, autilização de várias tomadas de preços para se abster derealizar concorrência.

Em outras palavras, é vedada a utilização demodalidade inferior de licitação quando o somatório do valora ser licitado caracterizar modalidade superior.

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Em resumo, se a Administração optar por realizarvárias licitações ao longo do exercício financeiro, para ummesmo objeto ou finalidade, deverá preservar sempre amodalidade de licitação pertinente ao todo que deveria sercontratado.

Vale dizer, ilustrativamente: se a Administração

tem conhecimento de que, no exercício, precisará substituir1.000 cadeiras de um auditório, cujo preço total demandaria arealização de tomada de preços, não é lícita a realização devários convites para compra das cadeiras, fracionando adespesa total prevista em várias despesas menores queconduzem a modalidade de licitação inferior à exigida pelalei.

A legislação não considera fracionamento acontratação de parcelas de natureza específica que possam serexecutadas por pessoas ou empresas de especialidadediferente daquela do executor da obra ou serviço.

Muitas vezes o fracionamento ocorre pela ausênciade planejamento do quanto vai ser efetivamente gasto noexercício para a execução de determinada obra, ou acontratação de determinado serviço ou ainda a compra dedeterminado produto. O planejamento do exercício deveobservar o princípio da anualidade do orçamento.

Logo, não pode o agente público justificar ofracionamento da despesa com várias aquisições oucontratações no mesmo exercício, sob modalidade delicitação inferior àquela exigida para o total da despesa noano, quando decorrente da falta de planejamento.

Resumo: É vedado o fracionamento de despesas para adoçãode dispensa de licitação ou modalidade de licitação menosrigorosa que a determinada para a totalidade do valor do

objeto a ser licitado.

DECISÕES TCU

(...) o art. 23, §§ 1° e 2°, da Lei 8.666/1993 traz permissão  para a adoção de ambas as alternativas suscitadas(realização de uma única licitação com adjudicação por itens ou realização de licitações distintas), deixando àdiscricionariedade do gestor escolher a opção maisconveniente. Não obstante esse aspecto, foi observado pelaunidade técnica que a realização de seis licitações distintastraria vantagens à Administração, uma vez que os problemasocorridos em um certame, como a paralisação em face dainterposição de recursos, não afetariam os demais e,

conseqüentemente, evitar-se-ia que o Ministério corresse orisco de ver obstaculizada a prestação da totalidade dosserviços. Acórdão 667/2005 Plenário

LICITAÇÃO POR ITEM

Na licitação dividida em itens, têm-se tantos itensquantos o objeto permitir.Por exemplo: na compra dematerial de expediente, a licitação pode ser dividida emvários itens, tais como, canetas, lápis, borracha, etc., tendosempre em conta que o valor total dos itens definirá amodalidade de licitação.

De certo modo, está-se realizando “diversaslicitações” em um único procedimento, em que cada item,com suas peculiaridades diferenciadas, é julgadoseparadamente.

Na licitação por item, os requisitos de habilitaçãodevem ser adequados e proporcionais aos itens ofertadospelos licitantes. No exemplo citado, o licitante pode serhabilitado para um ou mais itens.Além de ampliar a competição entre as licitantes, a licitaçãodividida em itens mostra-se vantajosa para a Administração,na medida em que é realizado um único procedimentolicitatório, com a redução de despesas decorrentes do

processo.Economia de escala significa dizer que quanto

maior for a quantidade licitada menor poderá ser o custounitário do produto a ser adquirido.

Quando da contratação de serviços técnicos de informática(gerência estratégica, desenvolvimento de software,gerenciamento de dados, administração de rede, suporte ausuários, manutenção de hardware, operação demicrocomputadores e digitação), especifique, licite econtrate separadamente os referidos serviços, utilizando-se o  parcelamento ou a adjudicação por itens como forma deobtenção do melhor preço entre os licitantes, conforme preceituado no art. 23, § 1°, da Lei n° 8.666/1993. Acórdão 1558/2003 Plenário

A) CONCORRÊNCIA:

É a modalidade de licitação entre quaisquerinteressados que, na fase inicial de habilitação preliminar,comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificaçãoexigidos no edital para execução de seu objeto.

Casos em que será feita a concorrência:

- Obras e serviços de engenharia: valores

superiores a R$ 1.500.000,00

- Compras e outros serviços: valores superiores aR$ 650.000,00

- Licitações internacionais, ressalvadas as hipótesesem que cabe tomada de preços e convite.

- Compra e alienações de bens imóveis, qualquerque seja o seu valor (ressalvado o art. 19, em que se admite oleilão)

- Concessão de serviços públicos, com base na Lein. 8.989/95 e art. 175 da Constituição Federal.

Prazo para apresentação de propostas:

45 dias Contrato a ser celebrado for de empreitada

integral ou licitação do tipo “melhor técnica” ou“técnica e preço”30 Demais casos

B) TOMADA DE PREÇOS

É a Modalidade de licitação realizada entre osinteressados previamente cadastrados e que preencham osrequisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior àdata do recebimento das propostas.

- Obras e serviços de engenharia: valores ATÉ a

R$ 1.500.000,00

- Compras e outros serviços: valores ATÉ a R$650.000,00

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Há a possibilidade de ser adotada tomada de preçosnas licitações internacionais, desde que o órgão ou entidadedisponha de cadastro internacional de fornecedores. (art. 23,§ 3º).

Prazo para apresentação de propostas:

30 dias licitação do tipo “melhor técnica” ou “técnica e

preço”15 dias Demais casos

C) CONVITE

Convite é a modalidade de licitação entreinteressados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ounão, escolhidos e convidados em número mínimo de 3(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em localapropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderáaos demais cadastrados na correspondente especialidade quemanifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vintee quatro) horas da apresentação das propostas.

- Obras e serviços de engenharia: valores ATÉ a

R$ 150.000,00

- Compras e outros serviços: valores ATÉ a R$

80.000,00

OBS! é a única modalidade de licitação que a lei não exigepublicação de edital, já que a convocação se faz por escrito,com antecedência de 05 dias úteis, por meio de carta convite.

Caso não haja o número mínimo de 03 interessadosa licitar, será possível prosseguir na licitação se ficardemonstrado o manifesto desinteresse dos licitantesconvidados. (art. 22, § 7º)

§ 7 o Quando, por limitações do mercado ou manifestodesinteresse dos convidados, for impossível a obtenção donúmero mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo,essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

D) CONCURSO

Concurso é a modalidade de licitação entrequaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ouremuneração aos vencedores, conforme critérios constantesde edital publicado na imprensa oficial com antecedência

mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

O prêmio ou a remuneração só poderão ser pagosse o autor do projetou ceder à Administração os direitospatrimoniais a ele relativos e a ela permitir a utilização, deacordo com sua conveniência, na forma do que estabelecer oregulamento ou o ajuste para a celebração deste.

  Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializadodesde que o autor ceda os direitos patrimoniais a elerelativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para suaelaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obraimaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, acessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos osdados, documentos e elementos de informação pertinentes à

tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação emsuporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

E) LEILÃO

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquerinteressados para a venda de bens móveis inservíveis para aadministração ou de produtos legalmente apreendidos ou

penhorados(empenhados).Ou para a alienação de bens imóveis prevista no

art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior aovalor da avaliação.

  Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cujaaquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou dedação em pagamento, poderão ser alienados por ato daautoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;  III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidadede concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883,de 1994) 

Tem direito à compra o candidato que oferecer omaior lance, devendo este ser igual ou superior à avaliação.Essa é a regra geral. (art 22, §5º)

Os bens serão pagos à vista ou no percentualestabelecidos no edital, não inferior a 5 % do valor daavaliação.

  Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a  fase de habilitação limitar-se-á à comprovação dorecolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

OBS! Sua utilização é restrita aos casos em que ovalor isolado ou global de avaliação deles não exceder olimite fixado para compras por tomada de preços (art. 17,§6º). Dessa forma, se for de valor superior a R$ 650.000,00deve ser utilizada a concorrência.

F) PREGÃO

Modalidade de licitação para aquisição de bens eserviços comuns, que são aqueles bens cujos padrões podemser definidos no edital, por meio de especificações usuais nomercado.

Serviços comuns segundo Hely Lopes Meirelles é

caracterizado segundo sua padronização, ou seja, apossibilidade de substituição de uns por outros com o mesmopadrão de qualidade e eficiência. isto afasta desde logo osserviços de engenharia, bem como todos aqueles que devamser objeto de licitação nas modalidades de melhor técnica oude técnica e preço.

Segundo Celso Antônio, o pregão é uma forma deleilão não para alienar, mas para adquirir bens e serviçoscomuns.

Como bem lembrado pelo ilustre doutrinador LucasRocha Furtado, a Lei. n. 9.472/97 criou, no âmbito da Anatel– Agência Nacional de Telecomunicações – nova modalidade

de licitação determinada pregão. Logo após, devido aosucesso do pregão, e por meio da Medida Provisória n. 2.026de 2000, foi autorizada a utilização dessa modalidade delicitação no âmbito da Administração Pública Federal. Aoser convertida na Lei. n. 10.520/02, deu-se novo âmbito ao

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pregão, sendo hoje admitida sua utilização, por expressaautorização em lei o pregão no âmbito da União, Estados,Distrito Federal e Municípios.

Aplica-se subsidiariamente a lei 8666/93.

OBS! A União sensível à necessidade de acelerar oprocesso seletivo para contratações, tornou obrigatória

(dentro do Poder Executivo Federal) a adoção damodalidade para a aquisição de bens e serviços comuns,estabelecendo ainda que a preferência deverá recair sobre amodalidade eletrônica. (art. 4º, Dec 5450/05)

Combina propostas escritas com lances verbais, emque os envelopes são abertos em sessão pública.

Adoção do princípio da oralidade, conforme o art.4º da Lei do Pregão, uma vez que o autor da oferta de valormais baixo e os das propostas com preços até 10% superioresàquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, atéque haja um vencedor final. Se não houver pelo menos trêspropostas nessas condições, será permitido que a oferta dos

lances orais seja feita pelos autores das três melhorespropostas.

  Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com aconvocação dos interessados e observará as seguintesregras:VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,apresentarão declaração dando ciência de que cumprem  plenamente os requisitos de habilitação e entregarão osenvelopes contendo a indicação do objeto e do preçooferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e àverificação da conformidade das propostas com os requisitosestabelecidos no instrumento convocatório;VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor maisbaixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)superiores àquela poderão fazer novos lances verbais esucessivos, até a proclamação do vencedor; IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condiçõesdefinidas no inciso anterior, poderão os autores dasmelhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novoslances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preçosoferecidos;

Compreende basicamente às seguintes fases: edital,  julgamento e classificação, habilitação do vencedor,adjudicação e homologação (inversão nas fases declassificação e habilitação).

ORDEM COMUM ORDEM PREGÃOEDITAL EDITALHABILITAÇÃO JULGAMENTOJULGAMENTO HABILITAÇÃOHOMOLOGAÇÃO ADJUDICAÇÃOADJUDICAÇÃO HOMOLOGAÇÃO

O critério para escolha será sempre o MENORPREÇO.

  X - para julgamento e classificação das propostas, seráadotado o critério de menor preço, observados os prazosmáximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no

edital;

Realizada por pregoeiro, sendo ele servidor naforma do artigo 3º:

 IV - a autoridade competente designará, dentre os servidoresdo órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro erespectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentreoutras, o recebimento das propostas e lances, a análise desua aceitabilidade e sua classificação, bem como ahabilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitantevencedor.

Prazo para apresentar proposta é de no mínimo de 8dias, a contar da data da publicação do aviso, nos termos doartigo 4º, inciso V.

O prazo de validade das propostas será de 60 diasse outro não tiver especificado no Edital.

  Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60(sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.

Somente há recurso no final, quando declarado ovencedor da licitação, pode-se recorrer de tudo (art. 4º,XVIII)

  XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderámanifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer,quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias paraapresentação das razões do recurso, ficando os demaislicitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr dotérmino do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vistaimediata dos autos;  XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidaçãoapenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento; XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitanteimportará a decadência do direito de recurso e aadjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro aovencedor;

 XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará aadjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

OBS! Precisamente, rememora Celso Antônio queas licitações relativas a telecomunicações foram colocadassob um regime próprio pela lei que criou a ANATEL (Lei9.472/97). Salvo na contratação de obras e serviços deengenharia civil, em que se aplica a Lei 8666/93, sendo queem tudo o mais fora afastada a aplicação da referida lei.

Estranhamente no art. 54 da Lei 9472/97 dispõeque, ressalvadas as aludidas contratações para obras eserviços de engenharia civil, para quaisquer outros casos aAgência poderá utilizar procedimentos próprios de

contratação, nas modalidades de consulta e pregão, os quisserão disciplinados pela própria Agência. 

Quanto ao pregão a lei em seu art. 57 trás algumasdiretrizes, entretanto à consulta a lei nada dispõe, deixando aquestão a critério do regulamento.

Estabelece, ainda, o art. 88 que as concessõesserão outorgadas mediante licitação, mas o art. 89 dispõeque: “A licitação será disciplinada pela agência, observadosos princípios constitucionais...”

Também a Lei da ANP (9478/97) subtrai-se aoscuidados moralizadores próprios da licitação, ao estabelecer 

em seu art. 23 que as concessões das atividades deexploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gásnatural serão precedidas de licitação na forma estabelecidana referida lei. Bem como o art. 67 estipula para a aquisição pela PETROBRÁS, de bens ou serviços serão precedidos de

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“procedimento licitatório simplificado, a ser definido emdecreto do PR”.

JURISPRUDÊNCIA STJ:

  ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PREGÃO. RECURSO ADMINISTRATIVO.TEMPESTIVIDADE.

1. O recurso administrativo no procedimento licitatório namodalidade "pregão" deve ser interposto na própria sessão.O prazo de três dias é assegurado apenas para oferecimentodas razões.  Dessarte, se manejado a posteriori, ainda que dentro do  prazo de contra-razões, revela-se intempestivo. Inteligênciado artigo 4º, XVIII, da Lei nº 10.520/2002.2. Recurso especial provido.(REsp 817422/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,SEGUNDA TURMA, julgado em 28.03.2006, DJ 05.04.2006  p. 183)

- ANULAÇÃO 

Em relação ao art. 49, §1º segundo o qual a“anulação do procedimento licitatório por motivo deilegalidade não gera obrigação de indenizar”, afirmaCarvalho Filho que é reputado inconstitucional por parte dadoutrina, com base no art. 37, § 6º da CF que consagra aresponsabilidade objetiva do Estado, pois não caberia aolegislador ordinário estabelecer exceções a talresponsabilidade.

  Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razõesde interesse público decorrente de fato supervenientedevidamente comprovado, pertinente e suficiente para  justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, deofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer 

escrito e devidamente fundamentado.§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo deilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado odisposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à docontrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59desta Lei.§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, ficaassegurado o contraditório e a ampla defesa.

Celso Antônio Bandeira de Mello aduz que se aAdministração ou o Judiciário invalidam um edital delicitação ou o próprio certame já em andamento antes deconhecido quem deveria ser seu vencedor, todos os que

afluíram à disputa e, destarte, foram compelidos a despesaspara dela participarem fazem jus à indenização pelosdispêndios incorridos se atuaram de boa-fé e em nadaconcorreram para o vício invalidante.

Ainda Celso Antônio Bandeira de Mello, aderindoorientação de Weida Zancaner entende que se a invalidaçãoocorrer depois de identificado quem seria seu vencedor naconformidade dos termos estabelecidos, a indenizaçãoacobertará tão-somente a este e, se for o caso, tambémaqueloutro que teria obtido vitória não fora pelo vícioreconhecido e proclamado pelo promotor do certame.

- REVOGAÇÃO 

Relembra Carvalho Filho que o Estatuto crioualgumas condições para a revogação, cuidando-se, portanto,de revogação condicionada. Nesse passo, há necessidade deser a revogação claramente justificada; bem como as razões

de interesse público geradoras da revogação devem originar-se de fato superveniente devidamente comprovado.

  Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razõesde interesse público decorrente de fato supervenientedevidamente comprovado, pertinente e suficiente para  justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de

ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

- RECURSOS ADMINISTRATIVOS (art. 109) 

Recurso hierárquico no prazo de cinco dias úteis,a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, contra:

a)  habilitação ou inabilitação do licitante (COMEFEITO SUSPENSIVO)

b)    julgamento das propostas (COM EFEITOSUSPENSIVO)

c)  anulação ou revogação da licitaçãod)  indeferimento do pedido de inscrição em

registro cadastral, alteração ou cancelamento

Representação é prevista, no mesmo prazo, comorecurso contra decisão relacionada com o objeto da licitaçãoda qual não caiba recurso hierárquico (art. 109, II).

Pedido de reconsideração dirigida ao Ministro deEstado ou Secretário Estadual ou Municipal, no prazo de 10dias úteis, quando o administrado houver sido punido com apenalidade de declaração de idoneidade para licitar oucontratar.

  Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes daaplicação desta Lei cabem:

  I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar daintimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:a) habilitação ou inabilitação do licitante;b) julgamento das propostas;c) anulação ou revogação da licitação;d) indeferimento do pedido de inscrição em registrocadastral, sua alteração ou cancelamento;e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)  f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporáriaou de multa;  II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis daintimação da decisão relacionada com o objeto da licitaçãoou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;

  III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro deEstado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme ocaso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10(dez) dias úteis da intimação do ato.§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a","b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos aadvertência e multa de mora, e no inciso III, será feitamediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos doslicitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados elavrada em ata.§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridadecompetente, motivadamente e presentes razões de interesse  público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensivaaos demais recursos.

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§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demaislicitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5(cinco) dias úteis.§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderáreconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis,ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamenteinformado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida

dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado dorecebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido dereconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.§ 6 o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidadede "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II eno parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 

Os demais recursos poderão ter efeito suspensivo, a juízo da Administração.

“a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de

 fatos que não se vêem” (Hb. 11:1).