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APOSTILA LEGISLAÇÃO APLICADA AO TURISMO –LAT POR. ADM.ESP.KARLLA MIRANDA GUIA DOCENTE – CEU SEC- BA

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Page 1: APOSTILA LAT/TTPII

APOSTILA

LEGISLAÇÃOAPLICADA AOTURISMO –LAT

POR. ADM.ESP.KARLLA MIRANDA

GUIA DOCENTE – CEU

SEC- BA

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APOSTILA

TEORIA E TÉCNICAPROFISSIONAL II

POR. ADM.ESP.KARLLA MIRANDA

GUIA DOCENTE

IFBAIANO- CAMPUS URUÇUCA

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EMENTA = RESUMO DO ASSUNTO

Legislação Aplicada ao Turismo

Estudos introdutórios ao estudo do Direito, seus fundamentos teóricos e conceituais. Oturismo e a Constituição Brasileira. O Regime Jurídico e a legislação aplicada aosserviços turísticos no Brasil: contrato de prestação de serviços, agenciamento deviagens, relações de transporte aéreo, marítimo etc. Proteção ao turista e aresponsabilidade civil. O Código de Defesa do Consumidor e o Direito Ambiental. Asnormas turísticas internacionais e a noção de normas alfandegárias. Os roteirosturísticos e a legislação de proteção ao patrimônio público cultural, natural/ambiental.

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SUMÁRIO

1. Os 10 mandamentos do turismo 2. Lei Geral do Turismo nº 11.771/08 de 17 de setembro de 2008

3. Lei nº 8.623/93 de 28 de janeiro de 1993

4. Decreto nº 946/93, de 1 de outubro de 1993

5. Decreto n 5046 de 30 de março de 2005 , Revogado pelo Decreto nº 7.381, de 2010

6. Lei Estadual de Turismo LEI Nº 12.933 DE 09 DE JANEIRO DE 2014

7. Código de Defesa do Consumidor Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990

8. Código de Ética dos Guias de Turismo

9. Código Mundial de Ética do Turismo

Os 10 mandamentos do Turismo1)Trate o turista de forma única;

2)Oriente-o prestando informações corretas;3)Receba o turista como se fosse hóspede de

sua casa;4)Proporcione sempre o melhor atendimento;5)Faça o possível para atender o que ele fala;

6)Respeite-o como você gosta de serrespeitado;

7)Cative-o através de sua cordialidade;8)Ajude-o a descobrir o que a sua cidade tem a

oferecer;9)Lembre-se sempre da importância do turista

para a sua cidade e estado;10)Explore o turismo, nunca o turista.

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.771, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eusanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turísticoe disciplina a prestação de serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos.

Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a 1 (um) ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras.

Parágrafo único. As viagens e estadas de que trata o caput deste artigo devem gerar movimentação econômica, trabalho, emprego, renda e receitas públicas, constituindo-se instrumento de desenvolvimento econômico e social, promoção e diversidade cultural e preservação da biodiversidade.

Art. 3o Caberá ao Ministério do Turismo estabelecer a Política Nacional de Turismo, planejar, fomentar, regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística, bem como promover e divulgar institucionalmente o turismo em âmbito nacional e internacional.

Parágrafo único. O poder público atuará, mediante apoio técnico, logístico e financeiro, na consolidação do turismo como importante fator de desenvolvimento sustentável, de distribuição de renda, de geração de emprego e da conservação do patrimônio natural, cultural e turístico brasileiro.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA, DO PLANO E DO SISTEMA NACIONAL DE TURISMO

Seção I

Da Política Nacional de Turismo

Subseção I

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Dos Princípios

Art. 4o A Política Nacional de Turismo é regida por um conjunto de leis e normas, voltadas ao planejamento e ordenamento do setor, e por diretrizes, metas e programas definidos no Plano Nacional do Turismo - PNT estabelecido pelo Governo Federal.

Parágrafo único. A Política Nacional de Turismo obedecerá aos princípios constitucionaisda livre iniciativa, da descentralização, da regionalização e do desenvolvimento econômico-social justo e sustentável.

Subseção II

Dos Objetivos

Art. 5o A Política Nacional de Turismo tem por objetivos:

I - democratizar e propiciar o acesso ao turismo no País a todos os segmentos populacionais, contribuindo para a elevação do bem-estar geral;

II - reduzir as disparidades sociais e econômicas de ordem regional, promovendo a inclusão social pelo crescimento da oferta de trabalho e melhor distribuição de renda;

III - ampliar os fluxos turísticos, a permanência e o gasto médio dos turistas nacionais e estrangeiros no País, mediante a promoção e o apoio ao desenvolvimento do produto turístico brasileiro;

IV - estimular a criação, a consolidação e a difusão dos produtos e destinos turísticos brasileiros, com vistas em atrair turistas nacionais e estrangeiros, diversificando os fluxos entre as unidades da Federação e buscando beneficiar, especialmente, as regiões de menor nível dedesenvolvimento econômico e social;

V - propiciar o suporte a programas estratégicos de captação e apoio à realização de feiras e exposições de negócios, viagens de incentivo, congressos e eventos nacionais e internacionais;

VI - promover, descentralizar e regionalizar o turismo, estimulando Estados, Distrito Federal e Municípios a planejar, em seus territórios, as atividades turísticas de forma sustentável e segura, inclusive entre si, com o envolvimento e a efetiva participação das comunidades receptoras nos benefícios advindos da atividade econômica;

VII - criar e implantar empreendimentos destinados às atividades de expressão cultural, de animação turística, entretenimento e lazer e de outros atrativos com capacidade de retençãoe prolongamento do tempo de permanência dos turistas nas localidades;

VIII - propiciar a prática de turismo sustentável nas áreas naturais, promovendo a atividade como veículo de educação e interpretação ambiental e incentivando a adoção de condutas e práticas de mínimo impacto compatíveis com a conservação do meio ambiente natural;

IX - preservar a identidade cultural das comunidades e populações tradicionais eventualmente afetadas pela atividade turística;

X - prevenir e combater as atividades turísticas relacionadas aos abusos de natureza sexual eoutras que afetem a dignidade humana, respeitadas as competências dos diversos órgãos governamentais envolvidos;

XI - desenvolver, ordenar e promover os diversos segmentos turísticos;

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XII - implementar o inventário do patrimônio turístico nacional, atualizando-o regularmente;

XIII - propiciar os recursos necessários para investimentos e aproveitamento do espaço turístico nacional de forma a permitir a ampliação, a diversificação, a modernização e a segurança dos equipamentos e serviços turísticos, adequando-os às preferências da demanda,e, também, às características ambientais e socioeconômicas regionais existentes;

XIV - aumentar e diversificar linhas de financiamentos para empreendimentos turísticos e para o desenvolvimento das pequenas e microempresas do setor pelos bancos e agências de desenvolvimento oficiais;

XV - contribuir para o alcance de política tributária justa e equânime, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, para as diversas entidades componentes da cadeia produtiva do turismo;

XVI - promover a integração do setor privado como agente complementar de financiamento em infra-estrutura e serviços públicos necessários ao desenvolvimento turístico;

XVII - propiciar a competitividade do setor por meio da melhoria da qualidade, eficiência esegurança na prestação dos serviços, da busca da originalidade e do aumento da produtividade dos agentes públicos e empreendedores turísticos privados;

XVIII - estabelecer padrões e normas de qualidade, eficiência e segurança na prestação de serviços por parte dos operadores, empreendimentos e equipamentos turísticos;

XIX - promover a formação, o aperfeiçoamento, a qualificação e a capacitação de recursos humanos para a área do turismo, bem como a implementação de políticas que viabilizem a colocação profissional no mercado de trabalho; e

XX - implementar a produção, a sistematização e o intercâmbio de dados estatísticos e informações relativas às atividades e aos empreendimentos turísticos instalados no País, integrando as universidades e os institutos de pesquisa públicos e privados na análise desses dados, na busca da melhoria da qualidade e credibilidade dos relatórios estatísticos sobre o setor turístico brasileiro.

Parágrafo único. Quando se tratar de unidades de conservação, o turismo será desenvolvido em consonância com seus objetivos de criação e com o disposto no plano de manejo da unidade.

Seção II

Do Plano Nacional de Turismo - PNT

Art. 6o O Plano Nacional de Turismo - PNT será elaborado pelo Ministério do Turismo, ouvidos os segmentos públicos e privados interessados, inclusive o Conselho Nacional de Turismo, e aprovado pelo Presidente da República, com o intuito de promover:

I - a política de crédito para o setor, nela incluídos agentes financeiros, linhas de financiamento e custo financeiro;

II - a boa imagem do produto turístico brasileiro no mercado nacional e internacional;

III - a vinda de turistas estrangeiros e a movimentação de turistas no mercado interno;

IV - maior aporte de divisas ao balanço de pagamentos;

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V - a incorporação de segmentos especiais de demanda ao mercado interno, em especialos idosos, os jovens e as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, pelo incentivo a programas de descontos e facilitação de deslocamentos, hospedagem e fruição dosprodutos turísticos em geral e campanhas institucionais de promoção;

VI - a proteção do meio ambiente, da biodiversidade e do patrimônio cultural de interesse turístico;

VII - a atenuação de passivos socioambientais eventualmente provocados pela atividade turística;

VIII - o estímulo ao turismo responsável praticado em áreas naturais protegidas ou não;

IX - a orientação às ações do setor privado, fornecendo aos agentes econômicos subsídios para planejar e executar suas atividades; e

X - a informação da sociedade e do cidadão sobre a importância econômica e social do turismo.

Parágrafo único. O PNT terá suas metas e programas revistos a cada 4 (quatro) anos, em consonância com o plano plurianual, ou quando necessário, observado o interesse público, tendo por objetivo ordenar as ações do setor público, orientando o esforço do Estado e a utilização dos recursos públicos para o desenvolvimento do turismo.

Art. 7o O Ministério do Turismo, em parceria com outros órgãos e entidades integrantes da administração pública, publicará, anualmente, relatórios, estatísticas e balanços, consolidandoe divulgando dados e informações sobre:

I - movimento turístico receptivo e emissivo;

II - atividades turísticas e seus efeitos sobre o balanço de pagamentos; e

III - efeitos econômicos e sociais advindos da atividade turística.

Seção III

Do Sistema Nacional de Turismo

Subseção I

Da Organização e Composição

Art. 8o Fica instituído o Sistema Nacional de Turismo, composto pelos seguintes órgãos eentidades:

I - Ministério do Turismo;

II - EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo;

III - Conselho Nacional de Turismo; e

IV - Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo.

§ 1o Poderão ainda integrar o Sistema:

I - os fóruns e conselhos estaduais de turismo;

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II - os órgãos estaduais de turismo; e

III - as instâncias de governança macrorregionais, regionais e municipais.

§ 2o O Ministério do Turismo, Órgão Central do Sistema Nacional de Turismo, no âmbito de sua atuação, coordenará os programas de desenvolvimento do turismo, em interação com os demais integrantes.

Subseção II

Dos Objetivos

Art. 9o O Sistema Nacional de Turismo tem por objetivo promover o desenvolvimento dasatividades turísticas, de forma sustentável, pela coordenação e integração das iniciativas oficiais com as do setor produtivo, de modo a:

I - atingir as metas do PNT;

II - estimular a integração dos diversos segmentos do setor, atuando em regime de cooperação com os órgãos públicos, entidades de classe e associações representativas voltadas à atividade turística;

III - promover a regionalização do turismo, mediante o incentivo à criação de organismos autônomos e de leis facilitadoras do desenvolvimento do setor, descentralizando a sua gestão; e

IV - promover a melhoria da qualidade dos serviços turísticos prestados no País.

Parágrafo único. Os órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Turismo, observadas as respectivas áreas de competência, deverão orientar-se, ainda, no sentido de:

I - definir os critérios que permitam caracterizar as atividades turísticas e dar homogeneidade à terminologia específica do setor;

II - promover os levantamentos necessários ao inventário da oferta turística nacional e ao estudo de demanda turística, nacional e internacional, com vistas em estabelecer parâmetros que orientem a elaboração e execução do PNT;

III - proceder a estudos e diligências voltados à quantificação, caracterização e regulamentação das ocupações e atividades, no âmbito gerencial e operacional, do setor turístico e à demanda e oferta de pessoal qualificado para o turismo;

IV - articular, perante os órgãos competentes, a promoção, o planejamento e a execução de obras de infra-estrutura, tendo em vista o seu aproveitamento para finalidades turísticas;

V - promover o intercâmbio com entidades nacionais e internacionais vinculadas direta ouindiretamente ao turismo;

VI - propor o tombamento e a desapropriação por interesse social de bens móveis e imóveis, monumentos naturais, sítios ou paisagens cuja conservação seja de interesse público,dado seu valor cultural e de potencial turístico;

VII - propor aos órgãos ambientais competentes a criação de unidades de conservação, considerando áreas de grande beleza cênica e interesse turístico; e

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VIII - implantar sinalização turística de caráter informativo, educativo e, quando necessário, restritivo, utilizando linguagem visual padronizada nacionalmente, observados os indicadores de sinalização turística utilizados pela Organização Mundial de Turismo.

CAPÍTULO III

DA COORDENAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE DECISÕES E AÇÕES NO PLANO FEDERAL

Seção Única

Das Ações, Planos e Programas

Art. 10. O poder público federal promoverá a racionalização e o desenvolvimento uniforme e orgânico da atividade turística, tanto na esfera pública como privada, mediante programas e projetos consoantes com a Política Nacional de Turismo e demais políticas públicas pertinentes, mantendo a devida conformidade com as metas fixadas no PNT.

Art. 11. Fica criado o Comitê Interministerial de Facilitação Turística, com a finalidade de compatibilizar a execução da Política Nacional de Turismo e a consecução das metas do PNT com as demais políticas públicas, de forma que os planos, programas e projetos das diversas áreas do Governo Federal venham a incentivar:

I - a política de crédito e financiamento ao setor;

II - a adoção de instrumentos tributários de fomento à atividade turística mercantil, tanto no consumo como na produção;

III - o incremento ao turismo pela promoção adequada de tarifas aeroportuárias, em especial a tarifa de embarque, preços de passagens, tarifas diferenciadas ou estimuladoras relativas ao transporte turístico;

IV - as condições para afretamento relativas ao transporte turístico;

V - a facilitação de exigências, condições e formalidades, estabelecidas para o ingresso, saída e permanência de turistas no País, e as respectivas medidas de controle adotadas nos portos, aeroportos e postos de fronteira, respeitadas as competências dos diversos órgãos governamentais envolvidos;

VI - o levantamento de informações quanto à procedência e nacionalidade dos turistas estrangeiros, faixa etária, motivo da viagem e permanência estimada no País;

VII - a metodologia e o cálculo da receita turística contabilizada no balanço de pagamentos das contas nacionais;

VIII - a formação, a capacitação profissional, a qualificação, o treinamento e a reciclagem de mão-de-obra para o setor turístico e sua colocação no mercado de trabalho;

IX - o aproveitamento turístico de feiras, exposições de negócios, congressos e simpósiosinternacionais, apoiados logística, técnica ou financeiramente por órgãos governamentais, realizados em mercados potencialmente emissores de turistas para a divulgação do Brasil como destino turístico;

X - o fomento e a viabilização da promoção do turismo, visando à captação de turistas estrangeiros, solicitando inclusive o apoio da rede diplomática e consular do Brasil no exterior;

XI - o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte de turismo;

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XII - a geração de empregos;

XIII - o estabelecimento de critérios de segurança na utilização de serviços e equipamentos turísticos; e

XIV - a formação de parcerias interdisciplinares com as entidades da administração pública federal, visando ao aproveitamento e ordenamento do patrimônio natural e cultural para fins turísticos.

Parágrafo único. O Comitê Interministerial de Facilitação Turística, cuja composição, forma de atuação e atribuições serão definidas pelo Poder Executivo, será presidido pelo Ministro de Estado do Turismo.

Art. 12. O Ministério do Turismo poderá buscar, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apoio técnico e financeiro para as iniciativas, planos e projetos que visem ao fomento das empresas que exerçam atividade econômica relacionada à cadeia produtiva do turismo, com ênfase nas microempresas e empresas de pequeno porte.

Art. 13. O Ministério do Turismo poderá buscar, no Ministério da Educação e no Ministério do Trabalho e Emprego, no âmbito de suas respectivas competências, apoio para estimular as unidades da Federação emissoras de turistas à implantação de férias escolares diferenciadas, buscando minorar os efeitos da sazonalidade turística, caracterizada pelas alta ebaixa temporadas.

Parágrafo único. O Governo Federal, por intermédio do Ministério do Turismo, poderá oferecer estímulos e vantagens especiais às unidades da Federação emissoras de turistas em função do disposto neste artigo.

Art. 14. O Ministério do Turismo, diretamente ou por intermédio do Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, poderá utilizar, mediante delegação ou convênio, os serviços das representações diplomáticas, econômicas e culturais do Brasil no exterior para a execução de suas tarefas de captação de turistas, eventos e investidores internacionais para o País e de apoio à promoção e à divulgação de informações turísticas nacionais, com vistas na formação de uma rede de promoção internacional do produto turístico brasileiro, intercâmbio tecnológico com instituições estrangeiras e à prestação de assistência turística aos que dela necessitarem.

CAPÍTULO IV

DO FOMENTO À ATIVIDADE TURÍSTICA

Seção I

Da Habilitação a Linhas de Crédito Oficiais e ao Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR

Art. 15. As pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, que desenvolverem programas e projetos turísticos poderão receber apoio financeirodo poder público, mediante:

I - cadastro efetuado no Ministério do Turismo, no caso de pessoas de direito privado; e

II - participação no Sistema Nacional de Turismo, no caso de pessoas de direito público.

Seção II

Do Suporte Financeiro às Atividades Turísticas

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Art. 16. O suporte financeiro ao setor turístico será viabilizado por meio dos seguintes mecanismos operacionais de canalização de recursos:

I - da lei orçamentária anual, alocado ao Ministério do Turismo e à Embratur;

II - do Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR;

III - de linhas de crédito de bancos e instituições federais;

IV - de agências de fomento ao desenvolvimento regional;

V - alocados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

VI - de organismos e entidades nacionais e internacionais; e

VII - da securitização de recebíveis originários de operações de prestação de serviços turísticos, por intermédio da utilização de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC e de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FICFIDC, observadas as normas do Conselho Monetário Nacional - CMN e da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

Parágrafo único. O poder público federal poderá viabilizar, ainda, a criação de mecanismos de investimentos privados no setor turístico.

Art. 17. (VETADO)

Seção III

Do Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR

Art. 18. O Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR, criado pelo Decreto-Lei n o 1.191, de 27 de outubro de 1971, alterado pelo Decreto-Lei n o 1.439, de 30 de dezembro de 1975 , ratificado pela Lei n o 8.181, de 28 de março de 1991 , terá seu funcionamento e condições operacionais regulados em ato do Ministro de Estado do Turismo.

Art. 19. O Fungetur tem por objeto o financiamento, o apoio ou a participação financeira emplanos, projetos, ações e empreendimentos reconhecidos pelo Ministério do Turismo como de interesse turístico, os quais deverão estar abrangidos nos objetivos da Política Nacional de Turismo, bem como consoantes com as metas traçadas no PNT, explicitados nesta Lei.

Parágrafo único. As aplicações dos recursos do Fungetur, para fins do disposto neste artigo, serão objeto de normas, definições e condições a serem fixadas pelo Ministério do Turismo, em observância à legislação em vigor.

Art. 20. Constituem recursos do Fungetur:

I - recursos do orçamento geral da União;

II - contribuições, doações, subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais;

III – (VETADO);

IV - devolução de recursos de projetos não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa;

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V - reembolso das operações de crédito realizadas a título de financiamento reembolsável;

VI - recebimento de dividendos ou da alienação das participações acionárias do próprio Fundo e da Embratur em empreendimentos turísticos;

VII - resultado das aplicações em títulos públicos federais;

VIII - quaisquer outros depósitos de pessoas físicas ou jurídicas realizados a seu crédito;

IX - receitas eventuais e recursos de outras fontes que vierem a ser definidas; e

X - superávit financeiro de cada exercício.

Parágrafo único. A operacionalização do Fungetur poderá ser feita por intermédio de agentes financeiros.

CAPÍTULO V

DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS

Seção I

Da Prestação de Serviços Turísticos

Subseção I

Do Funcionamento e das Atividades

Art. 21. Consideram-se prestadores de serviços turísticos, para os fins desta Lei, as sociedades empresárias, sociedades simples, os empresários individuais e os serviços sociais autônomos que prestem serviços turísticos remunerados e que exerçam as seguintes atividades econômicas relacionadas à cadeia produtiva do turismo:

I - meios de hospedagem;

II - agências de turismo;

III - transportadoras turísticas;

IV - organizadoras de eventos;

V - parques temáticos; e

VI - acampamentos turísticos.

Parágrafo único. Poderão ser cadastradas no Ministério do Turismo, atendidas as condições próprias, as sociedades empresárias que prestem os seguintes serviços:

I - restaurantes, cafeterias, bares e similares;

II - centros ou locais destinados a convenções e/ou a feiras e a exposições e similares;

III - parques temáticos aquáticos e empreendimentos dotados de equipamentos de entretenimento e lazer;

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IV - marinas e empreendimentos de apoio ao turismo náutico ou à pesca desportiva;

V - casas de espetáculos e equipamentos de animação turística;

VI - organizadores, promotores e prestadores de serviços de infra-estrutura, locação de equipamentos e montadoras de feiras de negócios, exposições e eventos;

VII - locadoras de veículos para turistas; e

VIII - prestadores de serviços especializados na realização e promoção das diversas modalidades dos segmentos turísticos, inclusive atrações turísticas e empresas de planejamento, bem como a prática de suas atividades.

Art. 22. Os prestadores de serviços turísticos estão obrigados ao cadastro no Ministério do Turismo, na forma e nas condições fixadas nesta Lei e na sua regulamentação.

§ 1o As filiais são igualmente sujeitas ao cadastro no Ministério do Turismo, exceto no caso de estande de serviço de agências de turismo instalado em local destinado a abrigar evento de caráter temporário e cujo funcionamento se restrinja ao período de sua realização.

§ 2o O Ministério do Turismo expedirá certificado para cada cadastro deferido, inclusive de filiais, correspondente ao objeto das atividades turísticas a serem exercidas.

§ 3o Somente poderão prestar serviços de turismo a terceiros, ou intermediá-los, os prestadores de serviços turísticos referidos neste artigo quando devidamente cadastrados no Ministério do Turismo.

§ 4o O cadastro terá validade de 2 (dois) anos, contados da data de emissão do certificado.

§ 5o O disposto neste artigo não se aplica aos serviços de transporte aéreo.

Subseção II

Dos Meios de Hospedagem

Art. 23. Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de freqüência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária.

§ 1o Os empreendimentos ou estabelecimentos de hospedagem que explorem ou administrem, em condomínios residenciais, a prestação de serviços de hospedagem em unidades mobiliadas e equipadas, bem como outros serviços oferecidos a hóspedes, estão sujeitos ao cadastro de que trata esta Lei e ao seu regulamento.

§ 2o Considera-se prestação de serviços de hospedagem em tempo compartilhado a administração de intercâmbio, entendida como organização e permuta de períodos de ocupação entre cessionários de unidades habitacionais de distintos meios de hospedagem.

§ 3o Não descaracteriza a prestação de serviços de hospedagem a divisão do empreendimento em unidades hoteleiras, assim entendida a atribuição de natureza jurídica autônoma às unidades habitacionais que o compõem, sob titularidade de diversas pessoas, desde que sua destinação funcional seja apenas e exclusivamente a de meio de hospedagem.

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§ 4o Entende-se por diária o preço de hospedagem correspondente à utilização da unidade habitacional e dos serviços incluídos, no período de 24 (vinte e quatro) horas, compreendido nos horários fixados para entrada e saída de hóspedes.

Art. 24. Os meios de hospedagem, para obter o cadastramento, devem preencher pelo menos um dos seguintes requisitos:

I - possuir licença de funcionamento, expedida pela autoridade competente, para prestar serviços de hospedagem, podendo tal licença objetivar somente partes da edificação; e

II - no caso dos empreendimentos ou estabelecimentos conhecidos como condomínio hoteleiro, flat, flat-hotel, hotel-residence, loft, apart-hotel, apart-servicecondominial, condohotel e similares, possuir licença edilícia de construção ou certificadode conclusão de construção, expedidos pela autoridade competente, acompanhados dos seguintes documentos:

a) convenção de condomínio ou memorial de incorporação ou, ainda, instrumento de instituição condominial, com previsão de prestação de serviços hoteleiros aos seus usuários, condôminos ou não, com oferta de alojamento temporário para hóspedes mediante contrato de hospedagem no sistema associativo, também conhecido como pool de locação;

b) documento ou contrato de formalização de constituição do pool de locação, como sociedade em conta de participação, ou outra forma legal de constituição, com a adesão dos proprietários de pelo menos 60% (sessenta por cento) das unidades habitacionais à exploraçãohoteleira do empreendimento;

c) contrato em que esteja formalizada a administração ou exploração, em regime solidário, do empreendimento imobiliário como meio de hospedagem de responsabilidade de prestador de serviço hoteleiro cadastrado no Ministério do Turismo;

d) certidão de cumprimento às regras de segurança contra riscos aplicáveis aos estabelecimentos comerciais; e

e) documento comprobatório de enquadramento sindical da categoria na atividade de hotéis, exigível a contar da data de eficácia do segundo dissídio coletivo celebrado na vigência desta Lei.

§ 1o Para a obtenção do cadastro no Ministério do Turismo, os empreendimentos de que trata o inciso II do caput deste artigo, caso a licença edilícia de construção tenha sido emitida após a vigência desta Lei, deverão apresentar, necessariamente, a licença de funcionamento.

§ 2o O disposto nesta Lei não se aplica aos empreendimentos imobiliários, organizados sob forma de condomínio, que contem com instalações e serviços de hotelaria à disposição dosmoradores, cujos proprietários disponibilizem suas unidades exclusivamente para uso residencial ou para serem utilizadas por terceiros, com esta finalidade, por períodos superiores a 90 (noventa) dias, conforme legislação específica.

Art. 25. O Poder Executivo estabelecerá em regulamento:

I - as definições dos tipos e categorias de classificação e qualificação de empreendimentos e estabelecimentos de hospedagem, que poderão ser revistos a qualquer tempo;

II - os padrões, critérios de qualidade, segurança, conforto e serviços previstos para cada tipo de categoria definido; e

III - os requisitos mínimos relativos a serviços, aspectos construtivos, equipamentos e instalações indispensáveis ao deferimento do cadastro dos meios de hospedagem.

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Parágrafo único. A obtenção da classificação conferirá ao empreendimento chancela oficial representada por selos, certificados, placas e demais símbolos, o que será objeto de publicidade específica em página eletrônica do Ministério do Turismo, disponibilizada na rede mundial de computadores.

Art. 26. Os meios de hospedagem deverão fornecer ao Ministério do Turismo, em periodicidade por ele determinada, as seguintes informações:

I - perfil dos hóspedes recebidos, distinguindo-os por nacionalidade; e

II - registro quantitativo de hóspedes, taxas de ocupação, permanência média e número de hóspedes por unidade habitacional.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, os meios de hospedagem utilizarão as informações previstas nos impressos Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH e Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, na forma em que dispuser o regulamento.

Subseção III

Das Agências de Turismo

Art. 27. Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce a atividade econômica de intermediação remunerada entre fornecedores e consumidores de serviços turísticos ou os fornece diretamente.

§ 1o São considerados serviços de operação de viagens, excursões e passeios turísticos, a organização, contratação e execução de programas, roteiros, itinerários, bem comorecepção, transferência e a assistência ao turista.

§ 2o O preço do serviço de intermediação é a comissão recebida dos fornecedores ou o valor que agregar ao preço de custo desses fornecedores, facultando-se à agência de turismo cobrar taxa de serviço do consumidor pelos serviços prestados.

§ 3o As atividades de intermediação de agências de turismo compreendem a oferta, a reserva e a venda a consumidores de um ou mais dos seguintes serviços turísticos fornecidos por terceiros:

I - passagens;

II - acomodações e outros serviços em meios de hospedagem; e

III - programas educacionais e de aprimoramento profissional.

§ 4o As atividades complementares das agências de turismo compreendem a intermediação ou execução dos seguintes serviços:

I - obtenção de passaportes, vistos ou qualquer outro documento necessário à realização de viagens;

II - transporte turístico;

III - desembaraço de bagagens em viagens e excursões;

IV - locação de veículos;

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V - obtenção ou venda de ingressos para espetáculos públicos, artísticos, esportivos, culturais e outras manifestações públicas;

VI - representação de empresas transportadoras, de meios de hospedagem e de outras fornecedoras de serviços turísticos;

VII - apoio a feiras, exposições de negócios, congressos, convenções e congêneres;

VIII - venda ou intermediação remunerada de seguros vinculados a viagens, passeios e excursões e de cartões de assistência ao viajante;

IX - venda de livros, revistas e outros artigos destinados a viajantes; e

X - acolhimento turístico, consistente na organização de visitas a museus, monumentos históricos e outros locais de interesse turístico.

§ 5o A intermediação prevista no § 2o deste artigo não impede a oferta, reserva e venda direta ao público pelos fornecedores dos serviços nele elencados.

§ 6o (VETADO)

§ 7o As agências de turismo que operam diretamente com frota própria deverão atender aos requisitos específicos exigidos para o transporte de superfície.

Subseção IV

Das Transportadoras Turísticas

Art. 28. Consideram-se transportadoras turísticas as empresas que tenham por objeto social a prestação de serviços de transporte turístico de superfície, caracterizado pelo deslocamento de pessoas em veículos e embarcações por vias terrestres e aquáticas, compreendendo as seguintes modalidades:

I - pacote de viagem: itinerário realizado em âmbito municipal, intermunicipal, interestadual ou internacional que incluam, além do transporte, outros serviços turísticos como hospedagem, visita a locais turísticos, alimentação e outros;

II - passeio local: itinerário realizado para visitação a locais de interesse turístico do município ou vizinhança, sem incluir pernoite;

III - traslado: percurso realizado entre as estações terminais de embarque e desembarquede passageiros, meios de hospedagem e locais onde se realizem congressos, convenções, feiras, exposições de negócios e respectivas programações sociais; e

IV - especial: ajustado diretamente por entidades civis associativas, sindicais, de classe, desportivas, educacionais, culturais, religiosas, recreativas e grupo de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, sem objetivo de lucro, com transportadoras turísticas, em âmbito municipal,intermunicipal, interestadual e internacional.

Art. 29. O Ministério do Turismo, ouvidos os demais órgãos competentes sobre a matéria, fixará:

I - as condições e padrões para a classificação em categorias de conforto e serviços dos veículos terrestres e embarcações para o turismo; e

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II - os padrões para a identificação oficial a ser usada na parte externa dos veículos terrestres e embarcações referidas no inciso I do caput deste artigo.

Subseção V

Das Organizadoras de Eventos

Art. 30. Compreendem-se por organizadoras de eventos as empresas que têm por objetosocial a prestação de serviços de gestão, planejamento, organização, promoção, coordenação, operacionalização, produção e assessoria de eventos.

§ 1o As empresas organizadoras de eventos distinguem-se em 2 (duas) categorias: as organizadoras de congressos, convenções e congêneres de caráter comercial, técnico-científico, esportivo, cultural, promocional e social, de interesse profissional, associativo e institucional, e as organizadoras de feiras de negócios, exposições e congêneres.

§ 2o O preço do serviço das empresas organizadoras de eventos é o valor cobrado pelos serviços de organização, a comissão recebida pela intermediação na captação de recursos financeiros para a realização do evento e a taxa de administração referente à contratação de serviços de terceiros.

Subseção VI

Dos Parques Temáticos

Art. 31. Consideram-se parques temáticos os empreendimentos ou estabelecimentos que tenham por objeto social a prestação de serviços e atividades, implantados em local fixo e de forma permanente, ambientados tematicamente, considerados de interesse turístico pelo Ministério do Turismo.

Subseção VII

Dos Acampamentos Turísticos

Art. 32. Consideram-se acampamentos turísticos as áreas especialmente preparadas para a montagem de barracas e o estacionamento de reboques habitáveis, ou equipamento similar, dispondo, ainda, de instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanência dos usuários ao ar livre.

Parágrafo único. O Poder Executivo discriminará, mediante regulamentação, os equipamentos mínimos necessários para o enquadramento do prestador de serviço na atividade deque trata o caput deste artigo.

Subseção VIII

Dos Direitos

Art. 33. São direitos dos prestadores de serviços turísticos cadastrados no Ministério do Turismo, resguardadas as diretrizes da Política Nacional de Turismo, na forma desta Lei:

I - o acesso a programas de apoio, financiamentos ou outros benefícios constantes da legislação de fomento ao turismo;

II - a menção de seus empreendimentos ou estabelecimentos empresariais, bem como dos serviços que exploram ou administram, em campanhas promocionais do Ministério do Turismo e da Embratur, para as quais contribuam financeiramente; e

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III - a utilização de siglas, palavras, marcas, logomarcas, número de cadastro e selos de qualidade, quando for o caso, em promoção ou divulgação oficial para as quais o Ministério do Turismo e a Embratur contribuam técnica ou financeiramente.

Subseção IX

Dos Deveres

Art. 34. São deveres dos prestadores de serviços turísticos:

I - mencionar e utilizar, em qualquer forma de divulgação e promoção, o número de cadastro, os símbolos, expressões e demais formas de identificação determinadas pelo Ministério do Turismo;

II - apresentar, na forma e no prazo estabelecido pelo Ministério do Turismo, informações e documentos referentes ao exercício de suas atividades, empreendimentos, equipamentos e serviços, bem como ao perfil de atuação, qualidades e padrões dos serviços por eles oferecidos;

III - manter, em suas instalações, livro de reclamações e, em local visível, cópia do certificado de cadastro; e

IV - manter, no exercício de suas atividades, estrita obediência aos direitos do consumidor e à legislação ambiental.

Seção II

Da Fiscalização

Art. 35. O Ministério do Turismo, no âmbito de sua competência, fiscalizará o cumprimento desta Lei por toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, que exerça a atividade deprestação de serviços turísticos, cadastrada ou não, inclusive as que adotem, por extenso ou de forma abreviada, expressões ou termos que possam induzir em erro quanto ao real objeto de suas atividades.

Seção III

Das Infrações e das Penalidades

Subseção I

Das Penalidades

Art. 36. A não-observância do disposto nesta Lei sujeitará os prestadores de serviços turísticos, observado o contraditório e a ampla defesa, às seguintes penalidades:

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - cancelamento da classificação;

IV - interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento; e

V - cancelamento do cadastro.

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§ 1o As penalidades previstas nos incisos II a V do caput deste artigo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2o A aplicação da penalidade de advertência não dispensa o infrator da obrigação de fazer ou deixar de fazer, interromper, cessar, reparar ou sustar de imediato o ato ou a omissão caracterizada como infração, sob pena de incidência de multa ou aplicação de penalidade maisgrave.

§ 3o A penalidade de multa será em montante não inferior a R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais) e não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).

§ 4o Regulamento disporá sobre critérios para gradação dos valores das multas.

§ 5o A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização da situação, ensejando a reincidência de tal ocorrência aplicação de penalidade mais grave.

§ 6o A penalidade de cancelamento da classificação ensejará a retirada do nome do prestador de serviços turísticos da página eletrônica do Ministério do Turismo, na qual consta o rol daqueles que foram contemplados com a chancela oficial de que trata o parágrafo único do art. 25 desta Lei.

§ 7o A penalidade de cancelamento de cadastro implicará a paralisação dos serviços e a apreensão do certificado de cadastro, sendo deferido prazo de até 30 (trinta) dias, contados da ciência do infrator, para regularização de compromissos assumidos com os usuários, não podendo, no período, assumir novas obrigações.

§ 8o As penalidades referidas nos incisos III a V do caput deste artigo acarretarão a perda, no todo, ou em parte, dos benefícios, recursos ou incentivos que estejam sendo concedidos ao prestador de serviços turísticos.

Art. 37. Serão observados os seguintes fatores na aplicação de penalidades:

I - natureza das infrações;

II - menor ou maior gravidade da infração, considerados os prejuízos dela decorrentes para os usuários e para o turismo nacional; e

III - circunstâncias atenuantes ou agravantes, inclusive os antecedentes do infrator.

§ 1o Constituirão circunstâncias atenuantes a colaboração com a fiscalização e a presteza no ressarcimento dos prejuízos ou reparação dos erros.

§ 2o Constituirão circunstâncias agravantes a reiterada prática de infrações, a sonegaçãode informações e documentos e os obstáculos impostos à fiscalização.

§ 3o O Ministério do Turismo manterá sistema cadastral de informações no qual serão registradas as infrações e as respectivas penalidades aplicadas.

Art. 38. A multa a ser cominada será graduada de acordo com a gravidade da infração, avantagem auferida, a condição econômica do fornecedor, bem como com a imagem do turismo nacional, devendo sua aplicação ser precedida do devido procedimento administrativo, e ser levados em conta os seguintes fatores:

I - maior ou menor gravidade da infração; e

II - circunstâncias atenuantes ou agravantes.

Page 21: APOSTILA LAT/TTPII

§ 1o As multas a que se refere esta Lei, devidamente atualizadas na data de seu efetivo pagamento, serão recolhidas à conta única do Tesouro Nacional.

§ 2o Os débitos decorrentes do não-pagamento, no prazo de 30 (trinta) dias, de multas aplicadas pelo Ministério do Turismo serão, após apuradas sua liquidez e certeza, inscritos na Dívida Ativa da União.

Art. 39. Caberá pedido de reconsideração, no prazo de 10 (dez) dias, contados a partir da efetiva ciência pelo interessado, à autoridade que houver proferido a decisão de aplicar a penalidade, a qual decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 1o No caso de indeferimento, o interessado poderá, no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão, apresentar recurso hierárquico, com efeito suspensivo, para uma junta de recursos, com composição tripartite formada por 1 (um) representante dos empregadores, 1 (um) representante dos empregados, ambos escolhidos entre as associaçõesde classe componentes do Conselho Nacional de Turismo, e 1 (um) representante do Ministério do Turismo.

§ 2o Os critérios para composição e a forma de atuação da junta de recursos, de que trata o § 1o deste artigo, serão regulamentados pelo Poder Executivo.

Art. 40. Cumprida a penalidade e cessados os motivos de sua aplicação, os prestadores de serviços turísticos poderão requerer reabilitação.

Parágrafo único. Deferida a reabilitação, as penalidades anteriormente aplicadas deixarão de constituir agravantes, no caso de novas infrações, nas seguintes condições:

I - decorridos 180 (cento e oitenta) dias sem a ocorrência de novas infrações nos casos de advertência;

II - decorridos 2 (dois) anos sem a ocorrência de novas infrações nos casos de multa ou cancelamento da classificação; e

III - decorridos 5 (cinco) anos, sem a ocorrência de novas infrações, nos casos de interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento ou cancelamento de cadastro.

Subseção II

Das Infrações

Art. 41. Prestar serviços de turismo sem o devido cadastro no Ministério do Turismo ou não atualizar cadastro com prazo de validade vencido:

Pena - multa e interdição do local e atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento.

Parágrafo único. A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização da situação, ensejando a reincidência de tal ocorrência aplicação de penalidade mais grave.

Art. 42. Não fornecer os dados e informações previstos no art. 26 desta Lei:

Pena - advertência por escrito.

Art. 43. Não cumprir com os deveres insertos no art. 34 desta Lei:

Page 22: APOSTILA LAT/TTPII

Pena - advertência por escrito.

Parágrafo único. No caso de não-observância dos deveres insertos no inciso IV do caput do art. 34 desta Lei, caberá aplicação de multa, conforme dispuser Regulamento.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 44. O Ministério do Turismo poderá delegar competência para o exercício de atividades e atribuições específicas estabelecidas nesta Lei a órgãos e entidades da administração pública, inclusive de demais esferas federativas, em especial das funções relativas ao cadastramento, classificação e fiscalização dos prestadores de serviços turísticos, assim como a aplicação de penalidades e arrecadação de receitas.

Art. 45. Os prestadores de serviços turísticos cadastrados na data da publicação desta Lei deverão adaptar-se ao disposto nesta Lei quando expirado o prazo de validade do certificado de cadastro.

Art. 46. (VETADO)

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, observado, quanto ao seu art.46, o disposto no inciso I do caput do art. 106 da Lei n o 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

Art. 49. Ficam revogados:

I - a Lei n o 6.505, de 13 de dezembro de 1977 ;

II - o Decreto-Lei n o 2.294, de 21 de novembro de 1986 ; e

III - os incisos VIII e X do caput e os §§ 2 o e 3 o do art. 3 o , o inciso VIII do caput do art. 6 o e o art. 8 o da Lei n o 8.181, de 28 de março de 1991.

Brasília, 17 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVATarso GenroCelso Luiz Nunes AmorimGuido MantegaAlfredo NascimentoMiguel JorgePaulo Bernardo SilvaCarlos MincLuiz Eduardo Pereira Barreto Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.9.2008

FONTE : http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11771.htm

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.623, DE 28 DE JANEIRO DE 1993.

RegulamentoMensagem de veto

Dispõe sobre a profissão de Guia de Turismo e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eusanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O exercício da profissão de Guia de Turismo, no território nacional, é regulado pelapresente Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta lei, é considerado Guia de Turismo o profissional que,devidamente cadastrado no Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), exerça atividades deacompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursõesurbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 3º (Vetado).

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Constituem atribuições do Guia de Turismo:

a) acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas,excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do territórionacional;

b) acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;

c) promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas bagagens, emterminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e ferroviários;

d) ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou desembarque,para orientar as pessoas ou grupos sob sua responsabilidade, observadas as normasespecíficas do respectivo terminal;

e) ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e pontosde interesse turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos, observadas asnormas de cada estabelecimento, desde que devidamente credenciado como Guia de Turismo;

f) portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela Embratur.

Art. 6º (Vetado).

Page 24: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 7º (Vetado).

Art. 8º (Vetado).

Parágrafo único. Este modelo único deverá diferenciar as diversas categorias de Guias deTurismo.

Art. 9º No exercício da profissão, o Guia de Turismo deverá conduzir-se com dedicação,decoro e responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no Brasil e da empresa à qualpresta serviços, devendo ainda respeitar e cumprir leis e regulamentos que disciplinem aatividade turística, podendo, por desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido peloseu órgão de classe.

Art. 10. Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de Turismo, conforme agravidade da falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades, aplicadas pelaEmbratur:

a) advertência;

b) (Vetado);

c) cancelamento do registro.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processoadministrativo, no qual se assegurará ao acusado ampla defesa.

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. (Vetado).

Art. 13. (Vetado).

Art. 14. Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias de sua publicação, o Poder Executivoregulamentará esta lei.

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 16. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de janeiro de 1992, 171º da Independência e 104º da República.

ITAMAR FRANCO José Eduardo de Andrade Vieira

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 29.1.1993

FONTE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8623.htm

Page 25: APOSTILA LAT/TTPII

Decreto 946/93 | Decreto nº 946, de 1º de outubro de 1993

Regulamenta a Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993, que dispõe sobre a profissão de Guia de

Turismo e dá outras providências. Ver tópico (34 documentos)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV,

da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 14 da Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993,

DECRETA:

Art. 1º É considerado Guia de Turismo o profissional que devidamente cadastrado na Embratur

- Instituto Brasileiro de Turismo nos termos da Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993, exerça as

atividades de acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos,

em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou

especializadas. Ver tópico

Art. 2º Constituem atribuições do Guia de Turismo: Ver tópico (3 documentos)

I - acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões

urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território nacional. Ver

tópico

II - acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil; Ver tópico

III - promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas bagagens, em

terminais de embarques e desembarques aéreos, marítimos, fluviais rodoviários e

ferroviários; Ver tópico

IV - ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou desembarque, para

orientar as pessoas ou grupos sob sua responsabilidade, observadas as normas específicas do

respectivo terminal; Ver tópico (2 documentos)

V - ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e pontos de

interesse turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos, observadas as normas

de cada estabelecimento, desde que devidamente credenciado como Guia de Turismo; Ver tópico

VI - portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela Embratur. Ver tópico

Parágrafo único. A forma e o horário dos acessos a que se referem as alíneas III, IV e V, deste

artigo, serão, sempre, objeto de prévio acordo do guia de turismo com os responsáveis pelos

empreendimentos, empresas ou equipamentos. Ver tópico

Art. 3º O pedido de cadastramento como Guia de Turismo deverá ser apresentado pelo

profissional interessado, observadas as disposições deste decreto no órgão ou entidade delegada

da Embratur na unidade da federação em que: Ver tópico

I - O Guia de Turismo vá prestar serviços, caso pretenda o cadastramento nas classes de Guia

Regional e/ou especializado em atrativos turísticos; Ver tópico

II - O Guia de Turismo esteja residindo, caso pretenda o cadastramento nas classes de Guia de

Excursão Nacional e/ou Internacional. Ver tópico

Page 26: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 4º Conforme a especialidade de sua formação profissional e das atividades desempenhadas,

comprovadas perante a Embratur os guias de turismo serão cadastrados em uma ou mais das

seguintes classes: Ver tópico (1 documento)

I - guia regional - quando suas atividades compreenderem a recepção o traslado, o

acompanhamento, a prestação de informações e assistência a turistas, em itinerários ou roteiros

locais ou intermunicipais de uma determinada unidade da federação para visita a seus atrativos

turísticos; Ver tópico

II - guia de excursão nacional - quando suas atividades compreenderem o acompanhamento e a

assistência a grupos de turistas, durante todo o percurso da excursão de âmbito nacional ou

realizada na América do Sul, adotando, em nome da agência de turismo responsável pelo

roteiro, todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias à fiel execução do

programa. Ver tópico

III - guia de excursão internacional - quando realizarem as atividades referidas no inciso II,

deste artigo, para os demais países do mundo; Ver tópico

IV - guia especializado em atrativo turístico - quando suas atividades compreenderem a

prestação de informações técnico-especializadas sobre determinado tipo de atrativo natural ou

cultural de interesse turístico, na unidade da federação para qual o mesmo se submeteu à

formação profissional específica. Ver tópico

Art. 5º O cadastramento e a classificação do Guia de Turismo em uma ou mais das classes

previstas neste decreto estará condicionada à comprovação do atendimento aos seguintes

requisitos: Ver tópico (5 documentos)

I - ser brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil, habilitado para o exercício de atividade

profissional no País; Ver tópico

II - ser maior de dezoito anos, no caso de guia de turismo regional, ou maior de 21 anos para

atuar como guia de excursão nacional ou internacional; Ver tópico

III - ser eleitor e estar em dia com as obrigações eleitorais; Ver tópico

IV - ser reservista e estar em dia com as obrigações militares, no caso de requerente do sexo

masculino menor de 45 anos; Ver tópico

V - ter concluído o 2º grau. Ver tópico

VI - ter concluído Curso de Formação Profissional de Guia de Turismo na classe para a qual

estiver solicitando o cadastramento. Ver tópico

1º As entidades responsáveis pelos cursos referidos no inciso VI, deste artigo, deverão

encaminhar, previamente no início de sua realização, os respectivos planejamentos curriculares

e planos de curso, para apreciação da Embratur.

2º Os certificados conferidos aos concluintes dos cursos mencionados no parágrafo anterior

especificarão o conteúdo programático e a carga horária de cada módulo, a classe em que o guia

de turismo está sendo formado e a especialização em determinada área geográfica ou tipo de

atrativo.

Page 27: APOSTILA LAT/TTPII

3º Admitir-se-á, para fins de comprovação do atendimento ao requisito referido no inciso VI

deste artigo, que o requerente:

a) tenha se formado em curso superior de turismo e cursado cadeira especializada na formação

de guia de turismo; ou Ver tópico

b) tenha concluído o curso de formação profissional à distância e sido aprovado em Exame de

Suplência Profissionalizante ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

(Senac); ou Ver tópico

c) comprove, no prazo de 180 dias de vigência deste decreto, o efetivo exercício da profissão

por, no mínimo, dois anos, bem como aprovação em exame de suplência nos termos da alínea

anterior. Ver tópico

Art. 6º A Embratur fornecerá ao requerente após o cumprimento das exigências a que se refere

o artigo anterior, o respectivo crachá de identificação profissional, em modelo único, válido em

todo o território nacional, contendo nome, filiação, número do cadastro e da cédula de

identidade, fotografia, classe e âmbito de atuação prevista em seu curso de formação. Ver tópico

(5 documentos)

Art. 7º Constituem infrações disciplinares: Ver tópico

I - induzir o usuário a erro, pela utilização indevida de símbolos e informações privativas de

guias de turismo cadastrados; Ver tópico

II - descumprir total ou parcialmente os acordos e contratos de prestação de serviço, nos termos

e na qualidade em que forem ajustados com os usuários; Ver tópico

III - deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação; Ver tópico

IV - utilizar a identificação funcional de guia cadastrado fora dos estritos limites de suas

atribuições ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não cadastrados;Ver tópico

V - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que contrarie as disposições do Código

de Defesa do Consumidor ou que a lei defina como crime ou contravenção;Ver tópico

VI - faltar a qualquer dever profissional imposto no presente decreto; Ver tópico

VII - manter conduta e apresentação incompatível com o exercício da profissão. Ver tópico

Parágrafo único. Considera-se conduta incompatível com o exercício da profissão entre

outras: Ver tópico

a) prática reiterada de jogo de azar, como tal definido em lei; Ver tópico

b) a incontinência pública escandalosa; Ver tópico

c) a embriaguez habitual. Ver tópico

Art. 8º Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de Turismo, conforme a

gravidade da falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades, aplicadas pela

Embratur: Ver tópico

I - advertência; Ver tópico

II - cancelamento do cadastro. Ver tópico

1º As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processo administrativo, no qual se

assegurará ao acusado ampla defesa.

Page 28: APOSTILA LAT/TTPII

2º O Guia de Turismo poderá, independente do processo administrativo a que se refere o

parágrafo anterior, pelo desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo seu órgão

de classe.

Art. 9º Os Guias de Turismo já cadastrados na Embratur terão prazo de 120 dias contados da

data da publicação deste decreto, para proceder a seu recadastramento, mediante apresentação

dos seguintes documentos: Ver tópico

I - cópia do crachá emitido pela Embratur; Ver tópico

II - ficha de cadastro, segundo modelo fornecido pela Embratur, devidamente preenchida,

acompanhada dos documentos comprobatórios das informações fornecidas. Ver tópico

Art. 10 A Embratur expedirá normas disciplinando, a operacionalização do cadastramento e

classificação dos guias de turismo e definirá a aplicação das penalidades de que trata o art. 8º,

estabelecendo as circunstâncias atenuantes e agravantes. Ver tópico (6 documentos)

Art. 11. A Embratur, em ato próprio, instituirá o modelo de crachá de identificação profissional

a ser utilizado no desempenho da atividade regulamentada neste decreto.Ver tópico

Art. 12. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Ver tópico

Brasília, 1º de outubro de 1993; 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO

José Eduardo de Andrade Vieira

Este texto nãos substitui o publicado no D.O.U. de 4.10.1993

FONTE : http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/129176/decreto-946-93

Page 29: APOSTILA LAT/TTPII

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 7.381, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2010.

Regulamenta a Lei no 11.771, de 17 desetembro de 2008, que dispõe sobre a PolíticaNacional de Turismo, define as atribuições doGoverno Federal no planejamento,desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, edá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere oart. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 11.771, de 17de setembro de 2008,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei n o 11.771, de 17 de setembro de 2008 , queestabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições doGoverno Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, dispõesobre o Plano Nacional de Turismo - PNT, institui o Sistema Nacional de Turismo, oComitê Interministerial de Facilitação Turística, dispõe sobre o fomento de atividadesturísticas com suporte financeiro do Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR, ocadastramento, classificação e fiscalização dos Prestadores de Serviços Turísticos eestabelece as normas gerais de aplicação das sanções administrativas.

Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se:

I - Política Nacional de Turismo - conjunto de leis e normas voltadas para oplanejamento e ordenamento do setor, bem como das diretrizes, metas e programasdefinidos no PNT;

II - Plano Nacional de Turismo - PNT - conjunto de diretrizes, metas eprogramas que orientam a atuação do Ministério do Turismo, em parceria com outrossetores da gestão pública nas três esferas de governo e com as representações dasociedade civil, iniciativa privada e terceiro setor, relacionadas ao turismo, nos termosdo art. 6º da Lei nº 11.771, de 2008;

III - Sistema Nacional de Turismo - sistema formado por entidades e órgãospúblicos ligados ao setor turístico, com o objetivo de promover o desenvolvimento dasatividades turísticas de forma sustentável, integrando as iniciativas oficiais com as do setorprivado, conforme preconizado no PNT;

Page 30: APOSTILA LAT/TTPII

IV - Comitê Interministerial de Facilitação Turística - colegiado intersetorialintegrado por órgãos públicos do governo federal, cuja área de atuação apresentainterfaces com o turismo, criado com a finalidade de buscar a convergência e acompatibilização na execução da Política Nacional de Turismo com as demais políticassetoriais federais, nos termos do art. 11 da Lei nº 11.771, de 2008;

V - Fundo Geral do Turismo - FUNGETUR - fundo especial de financiamento,vinculado ao Ministério do Turismo, com orçamento específico, dispondo depatrimônio próprio e autonomia financeira e orçamentária, tendo como finalidade ofomento e a provisão de recursos para o financiamento de empreendimentos turísticosconsiderados de interesse para o desenvolvimento do turismo nacional; e

VI - Prestadores de Serviços Turísticos - sociedades empresariais, sociedadessimples, empresários individuais e serviços sociais autônomos prestadores de serviçosturísticos remunerados, que exerçam atividades econômicas relacionadas à cadeiaprodutiva do turismo, nos termos do art. 21 da Lei nº 11.771, de 2008.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA NACIONAL DE TURISMO

Seção I

Do Plano Nacional de Turismo - PNT

Art. 3o O PNT orienta a atuação do Ministério do Turismo, visando consolidar odesenvolvimento do turismo no País, por meio de diretrizes, metas, macroprogramas eprogramas.

§ 1o O PNT será elaborado pelo Ministério do Turismo, ouvido o ConselhoNacional de Turismo e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais deTurismo.

§ 2o O PNT será revisto a cada quatro anos, ou quando necessário, emconsonância com os dispositivos da lei de diretrizes orçamentárias, da lei orçamentáriaanual e das leis que as modifiquem, em conformidade com as diretrizes estabelecidas noplano plurianual.

Seção II

Do Sistema Nacional de Turismo

Art. 4o O Sistema Nacional de Turismo é instituído em caráter permanente, com oobjetivo de viabilizar a realização de processo de gestão descentralizada e articulada doturismo em todo o País, podendo envolver as três instâncias de governo e as instânciasde representação da sociedade civil relacionadas ao setor em âmbito nacional,macrorregional, estadual, regional e municipal.

Art. 5o O Ministério do Turismo será o órgão central e coordenador do SistemaNacional de Turismo e promoverá a sua consolidação e a atuação integrada, de forma a

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constituir e institucionalizar rede de gestão descentralizada do turismo em todo oterritório nacional.

Parágrafo único. O Ministério do Turismo estabelecerá as regras necessárias aofuncionamento e integração do Sistema Nacional de Turismo, respeitada a autonomiados diversos órgãos e entidades que o integram.

Art. 6o A atuação do Sistema Nacional de Turismo efetivar-se-á mediante aarticulação coordenada dos órgãos e entidades que o integram, de forma a:

I - viabilizar e aprimorar o processo de gestão do turismo em todo o País,integrando as ações do poder público nas três esferas de governo, com a atuação dainiciativa privada e do terceiro setor em todo território nacional;

II - direcionar a alocação de recursos públicos e orientar os investimentosprivados para os destinos e regiões identificadas como prioritários para odesenvolvimento da atividade turística pelos respectivos órgãos e entidades queintegram o Sistema Nacional de Turismo, nas suas respectivas competências territoriais,ouvido o Ministério do Turismo, e em observância às leis e normas vigentes; e

III - promover a inventariação e regionalização turística, considerada comoorganização de espaço geográfico em regiões para fins de planejamento integrado eparticipativo, gestão coordenada, promoção e apoio à comercialização.

Seção III

Do Comitê Interministerial de Facilitação Turística

Art. 7o O Comitê Interministerial de Facilitação Turística, criado pelo art. 11 daLei nº 11.771, de 2008, tem por objetivo compatibilizar a execução da Política Nacionalde Turismo e a consecução das metas do PNT com as demais políticas públicas,observando o disposto nos incisos de I a XIV do citado art. 11.

§ 1o O Comitê Interministerial de Facilitação Turística será composto por umrepresentante de cada órgão a seguir indicado:

I - Ministério do Turismo, que o presidirá;

II - Ministério da Defesa;

III - Ministério do Desenvolvimento Agrário;

IV - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

V - Ministério da Fazenda;

VI - Ministério da Integração Nacional;

VII - Ministério da Cultura;

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VIII - Ministério da Justiça;

IX - Ministério do Meio Ambiente;

X - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

XI - Ministério das Relações Exteriores;

XII - Ministério dos Transportes;

XIII - Ministério do Trabalho e Emprego;

XIV - Ministério da Educação;

XV - Ministério das Cidades;

XVI - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; e

XVII - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

§ 2o Os membros, titulares e respectivos suplentes, do Comitê Interministerial deFacilitação Turística serão indicados pelos titulares dos órgãos previstos no § 1oedesignados pelo Ministro de Estado do Turismo.

§ 3o Os órgãos previstos no § 1o poderão convidar representantes de instituiçõespúblicas a eles vinculadas para participar das reuniões do Comitê Interministerial deFacilitação Turística.

§ 4o O Comitê Interministerial de Facilitação Turística poderá convidarservidores, especialistas de outros órgãos ou entidades públicas e profissionais denotório saber, bem como pessoas da sociedade civil habilitadas em matérias pertinentes,para auxiliar nas suas atividades.

Art. 8o O Ministério do Turismo proverá os meios e o apoio administrativonecessário para realização das atividades do Comitê Interministerial de FacilitaçãoTurística.

Art. 9o Caberá ao Comitê Interministerial de Facilitação Turística:

I - atuar nos projetos e atividades desenvolvidos pelos órgãos que o integram eque possuam relação direta ou indireta com o turismo;

II - identificar ações afins das respectivas áreas de competência, evitandosobreposições e conflitos;

III - compartilhar informações, estudos, pesquisas e estatísticas relacionadas àsatividades turísticas;

IV - criar a plataforma interinstitucional para implementação do sistema deestatísticas de turismo, que deverá ser coordenada pela Secretaria Nacional de Políticas

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do Turismo do Ministério do Turismo, a fim de atender ao disposto nos arts. 7º e 11,incisos VI e VII, da Lei nº 11.771, de 2008; e

V - estabelecer subcomissões para tratar de temas e programas específicos determinados pelo PNT.

Art. 10. O Comitê Interministerial de Facilitação Turística reunir-se-á conforme periodicidade a ser definida em seu regimento interno.

§ 1o Os resultados das reuniões do Comitê Interministerial de FacilitaçãoTurística serão apresentados ao Conselho Nacional de Turismo.

§ 2o A participação no Comitê Interministerial de Facilitação Turística seráconsiderada prestação de serviço público relevante, não remunerada.

§ 3o O regimento interno do Comitê Interministerial de Facilitação Turística seráaprovado pelos seus integrantes em sua primeira reunião, e instituído pelo Ministro deEstado do Turismo.

CAPÍTULO III

DO FOMENTO DE ATIVIDADES TURÍSTICAS COM SUPORTE FINANCEIRODO FUNDO GERAL DE TURISMO - FUNGETUR

Art. 11. Os mecanismos de fomento com suporte financeiro do Fundo Geral deTurismo - FUNGETUR reger-se-ão pelo disposto neste Decreto.

Art. 12. O FUNGETUR, criado pelo Decreto-Lei n o 1.191, de 27 de outubro de 1971, tem por objeto o financiamento, o apoio ou a participação financeira em planos,projetos, ações e empreendimentos, os quais deverão estar relacionados aos objetivos eàs metas definidos no PNT.

Art. 13. Constituem recursos do FUNGETUR:

I - recursos do orçamento geral da União;

II - contribuições, doações, subvenções e auxílios de entidades de qualquernatureza, inclusive de organismos internacionais;

III - devolução de recursos de projetos não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa;

IV - reembolso das operações de crédito realizadas a título de financiamentoreembolsável;

V - recebimento de dividendos ou da alienação das participações acionárias dopróprio Fundo e da EMBRATUR em empreendimentos turísticos;

VI - resultado das aplicações em títulos públicos federais;

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VII - quaisquer outros depósitos de pessoas físicas ou jurídicas realizados a seucrédito; e

VIII - receitas eventuais e recursos de outras fontes que vierem a ser definidas.

Art. 14. O FUNGETUR será gerido pelo Ministério do Turismo, e seus recursosserão aplicados, exclusivamente, no interesse do setor do turismo nacional, respeitandoos percentuais de aplicação quanto aos micro e pequenos empresários, nos termos dalei.

Parágrafo único. Os recursos arrecadados em favor do FUNGETUR serãodepositados, identificadamente, na conta única do Tesouro Nacional, em seu nome.

Art. 15. As operações de financiamento com recursos do FUNGETUR deverãoser feitas por intermédio de agentes financeiros.

§ 1o As contratações pactuadas perante os agentes financeiros estabelecerão osprocedimentos a serem adotados nos financiamentos com recursos do FUNGETUR,observada a regulamentação pertinente.

§ 2o Os bancos de desenvolvimento e de investimentos poderão atuar comoagentes financeiros do FUNGETUR.

Art. 16. O Ministério do Turismo fica autorizado a propor a utilização deincentivos fiscais e creditícios existentes para compor o fluxo de recursos financeiros doFUNGETUR.

Art. 17. O Ministério do Turismo estabelecerá normas, critérios e prioridades para aplicaçãodos recursos do FUNGETUR, de acordo com as diretrizes e metas definidas no PNT, observandoos seguintes princípios:

I - priorizar os micro e pequenos empreendimentos;

II - beneficiar as regiões de menor desenvolvimento socioeconômico;

III - promover a inclusão social pelo crescimento da oferta de trabalho e melhordistribuição de renda;

IV - estimular a criação de novos produtos turísticos; e

V - beneficiar os projetos turísticos que priorizem a prática do desenvolvimentoambiental sustentável.

CAPÍTULO IV

DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS

Seção I

Das Atividades dos Prestadores de Serviços Turísticos

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Art. 18. Os prestadores de serviços turísticos deverão se cadastrar junto aoMinistério do Turismo, observado o disposto na Lei nº 11.771, de 2008, e nesteDecreto.

Parágrafo único. Compete ao Ministério do Turismo articular-se e cooperar comos demais órgãos da administração pública federal e com os órgãos públicos dosEstados, Distrito Federal e Municípios para realização do cadastramento e fiscalizaçãodos empreendimentos e serviços turísticos.

Art. 19. Os documentos e critérios necessários para o cadastramento dosprestadores de serviços turísticos serão definidos em ato do Ministério do Turismo,observada a exigência de que os prestadores de serviços turísticos elencados no do art.21 da Lei nº 11.771, de 2008, deverão observar os requisitos contidos na matriz decadastro de cada uma das modalidades objeto do cadastramento.

Parágrafo único. O cadastro dos prestadores de serviços turísticos dispostosno art. 21 da Lei nº 11.771, de 2008, deverá ser compatível com a atividade principal ousecundária constante da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE,fornecida pela Comissão Nacional de Classificação - CONCLA, criada peloDecretono 1.264, de 11 de outubro de 1994.

Art. 20. Na ocorrência de cancelamento ou solicitação de reembolso de valoresreferentes aos serviços turísticos, a pedido do consumidor, eventual multa deverá estarprevista em contrato e ser informada previamente ao consumidor.

Parágrafo único. Quando a desistência for solicitada pelo consumidor em razãode descumprimento de obrigação contratual ou legal por parte do prestador de serviçonão caberá multa, e a restituição dos valores pagos e ônus da prova deverão seguir odisposto na Lei n o 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 21. Cabe à Secretaria Nacional de Políticas de Turismo adotar procedimentode classificação dos empreendimentos turísticos, mediante instituição de sistemanacional que abranja os procedimentos declaratórios de autoavaliação e os laudos deinspeção técnica, bem como forma de auditagem e controle.

Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput observarão o dispostona Lei n o 11.637, de 28 de dezembro de 2007.

Art. 22. A construção, instalação, ampliação e funcionamento dosestabelecimentos e empreendimentos de turismo utilizadores de recursos ambientais,considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes de causardegradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental, sem prejuízo daobservância da finalidade e adequação com os territórios, normas de uso e ocupação dosolo onde se localizam e seu entorno, tendo em vista o desenvolvimento sustentável daatividade, considerando-se os diversos instrumentos de planejamento e ordenamentoterritorial vigentes em âmbito municipal, estadual e federal.

Parágrafo único. De acordo com o disposto no art. 34, inciso IV, da Lei nº 11.771,de 2008, e em atendimento aos preceitos da Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981 , todosos prestadores de serviços turísticos deverão ser submetidos ao disposto na referida

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legislação, bem como a regras mínimas de conduta a serem definidas em ato normativopelos órgãos competentes, visando a sustentabilidade da atividade.

Art. 23. Em observância aos termos do Decreto n o 75.963, de 11 de julho de 1975, que promulgou o Tratado da Antártida, e aos termos do Decreto n o 2.742, de 20 de agosto de 1998, que promulgou o protocolo ao Tratado da Antártida sobre proteçãoao meio ambiente, os prestadores de serviços turísticos que oferecerem serviçosturísticos, em qualquer das modalidades descritas neste Decreto, a Sul do paralelosessenta graus Sul, deverão enviar previamente ao Ministério do Turismo pedido deautorização para a realização da atividade, contendo, entre outras informações, o roteiro,as atividades que serão desenvolvidas, o número de passageiros e o itinerário, observadoo preenchimento do formulário específico, cujo modelo será provido pelo ProgramaAntártico Brasileiro.

Subseção I

Dos Meios de Hospedagem

Art. 24. Considera-se unidade habitacional o espaço atingível a partir das áreasprincipais de circulação comuns no estabelecimento, destinado à utilização privada pelohóspede, para seu bem estar, higiene e repouso.

Parágrafo único. Ato do Ministério do Turismo disporá sobre os tipos e formas deutilização das unidades habitacionais

Art. 25. Entende-se por diária o preço da hospedagem correspondente à utilização daunidade habitacional e dos serviços incluídos, observados os horários fixados pela entrada esaída do hóspede, obedecendo o período de vinte e quatro horas disposto no § 4º do art. 23da Lei nº 11.771, de 2008.

Parágrafo único. O estabelecimento fixará o horário de vencimento da diária deacordo com a sazonalidade, com os costumes do local ou mediante acordo direto com ohóspede.

Art. 26. Constituem-se documentos comprobatórios de relação comercial entremeio de hospedagem e hóspede as reservas efetuadas mediante, entre outros, troca decorrespondência, utilização de serviço postal ou eletrônico e fac-símile, realizadosdiretamente pelo meio de hospedagem ou prepostos, e o hóspede, ou agência de turismoque o represente.

§ 1o O contrato de hospedagem será representado pelo preenchimento e assinaturapelo hóspede, quando de seu ingresso no meio de hospedagem, da Ficha Nacional deRegistro de Hóspede - FNRH, em modelo descrito no Anexo I.

§ 2o Os meios de hospedagem deverão manter arquivadas, em formato digital, asFNRH, de acordo com procedimento a ser estabelecido em portaria do Ministério doTurismo.

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§ 3o Caberá ao meio de hospedagem, em prazo determinado pelo Ministério doTurismo, fornecer o Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, conforme modelo descritono Anexo II, através de meio postal ou eletrônico.

Art. 27. Todo e qualquer preço de serviço prestado e cobrado pelo meio dehospedagem deverá ser previamente divulgado e informado com a utilização deimpressos ou meios de divulgação de fácil acesso ao hóspede.

§ 1o Para os fins deste artigo, os meios de hospedagem afixarão:

I - na portaria ou recepção: nome do estabelecimento, relação dos preçosaplicáveis às espécies e tipos de unidades habitacionais, o horário de início evencimento da diária, o número de unidades habitacionais para pessoas deficientes oucom mobilidade reduzida, as formas de pagamento aceitas e a existência de taxasopcionais; e

II - nas unidades habitacionais: a espécie e o número da unidade habitacional, ospreços vigentes de diária, da respectiva unidade habitacional, e demais serviçosoferecidos pelo meio de hospedagem em moeda corrente nacional e os eventuaisserviços incluídos no preço das diárias.

§ 2o Os meios de hospedagem deverão incluir nos veículos de divulgaçãoutilizados os compromissos recíprocos entre o estabelecimento e o hóspede, como osserviços incluídos no preço da diária, eventuais taxas incidentes sobre os serviçosofertados e a forma de consulta para os preços dos demais serviços ofertados pelo meiode hospedagem.

Art. 28. Considera-se hospedagem por sistema de tempo compartilhado a relação em que oprestador de serviço de hotelaria cede a terceiro o direito de uso de unidades habitacionais por determinados períodos de ocupação, compreendidos dentro de intervalo de tempo ajustado contratualmente.

§ 1o Para fins do cadastramento obrigatório no Ministério do Turismo, somenteprestador de serviço de hotelaria que detenha domínio ou posse de pelo menos parte deempreendimento que contenha unidades habitacionais hoteleiras poderá celebrar ocontrato de hospedagem por sistema de tempo compartilhado.

§ 2o Os períodos de ocupação das unidades habitacionais poderão ser utilizadospelo próprio cessionário ou por terceiro por ele indicado, conforme dispostocontratualmente.

§ 3o Os períodos de ocupação das unidades habitacionais do sistema de tempocompartilhado poderão ser representados por unidades de tempo ou de pontos.

§ 4o O período de utilização das unidades habitacionais poderá ser:

I - fixo, quando estipulada data específica para a sua utilização; e

II - flutuante, em que não se estipula previamente o período para utilização dasunidades habitacionais dentro do intervalo de tempo ajustado contratualmente.

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Art. 29. O prestador de serviço de hotelaria poderá utilizar unidades habitacionaishoteleiras de estabelecimentos definidos no art. 24, inciso II, da Lei no 11.771, de 2008,pertencentes a terceiros, para fins de cessão dentro do sistema de tempo compartilhado.

Parágrafo único. A autorização para o uso da unidade habitacional previstano caput deverá ser formalizada em contrato com o proprietário, devendo seu prazo serobservado em eventual contrato a ser firmado entre o prestador de serviços de hotelariae o usuário.

Art. 30. Os padrões, condições e requisitos mínimos para cadastramento do meio dehospedagem na modalidade de sistema de tempo compartilhado será estabelecida em ato doMinistério do Turismo.

Art. 31. O contrato de prestação de serviços de intercâmbio, passível de serajustado de forma autônoma e dissociada ao contrato de cessão por tempocompartilhado, deverá conter regras básicas que disciplinem a prestação de serviços detroca de períodos de ocupação sob administração das unidades credenciadas.

Parágrafo único. Os requisitos e padrões mínimos do serviço de intercâmbioserão estabelecidos em ato do Ministério do Turismo.

Art. 31-A. Os tipos e categorias dos empreendimentos de hospedagem terão padrão declassificação oficial estabelecido pelo Ministério do Turismo, conforme critérios regulatóriosequânimes e públicos. (Incluído pelo Decreto nº 7.500, de 2011)

Parágrafo único. Para identificação da classificação oficial hoteleira será utilizado o símbolo“estrela”, de uso e concessão de caráter estrito e exclusivo do Ministério do Turismo. (Incluídopelo Decreto nº 7.500, de 2011)

Subseção II

Das Agências de Turismo

Art. 32. Os contratos para prestação de serviços ofertados pelas agências de turismo deverão prever:

I - as condições para alteração, cancelamento e reembolso do pagamento dosserviços;

II - as empresas e empreendimentos incluídos no pacote de viagem;

III - eventuais restrições existentes para sua realização; e

IV - outras informações necessárias e adequadas sobre o serviço a ser prestado.

Art. 33. Os serviços dos pacotes turísticos prestados pelas agências de turismodeverão especificar as empresas fornecedoras com respectivos números do CadastroNacional da Pessoa Jurídica - CNPJ e endereço comercial.

Parágrafo único. Para prestadores de serviços turísticos localizados no exterior, aagência deverá fornecer dados suficientes à identificação e localização do prestadorestrangeiro.

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Art. 34. Deverão as agências de turismo que comercializem serviços turísticos de aventura:

I - dispor de condutores de turismo conforme normas técnicas oficiais, dotados deconhecimentos necessários, com o intuito de proporcionar segurança e conforto aosclientes;

II - dispor de sistema de gestão de segurança implementado, conforme normastécnicas oficiais, adotadas em âmbito nacional;

III - oferecer seguro facultativo que cubra as atividades de aventura;

IV - dispor de termo de conhecimento com as condições de uso dos equipamentos,alertando o consumidor sobre medidas necessárias de segurança e respeito ao meioambiente e as conseqüências legais de sua não observação;

V - dispor de termo de responsabilidade informando os riscos da viagem ouatividade e precauções necessárias para diminuí-los, bem como sobre a forma deutilização dos utensílios e instrumentos para prestação de primeiros socorros; e

VI - dispor de termo de ciência pelo contratante, em conformidade comdisposições de normas técnicas oficiais, que verse sobre as preparações necessárias àviagem ou passeio oferecido.

§ 1o Para os fins deste Decreto, entende-se por turismo de aventura amovimentação turística decorrente da prática de atividades de caráter recreativo e nãocompetitivo, tais como arvorismo, bóia cross, balonismo, bungee jump, cachoeirismo,cicloturismo, caminhada de longo curso, canoagem, canionismo, cavalgada, escalada,espeleoturismo, flutuação, mergulho, turismo fora de estrada, rafting, rapel, tirolesa,vôo livre, wind surf e kite surf.

§ 2o Os termos dispostos nos incisos IV, V e VI deverão ser assinados pelocontratante e arquivados pelo contratado.

Subseção III

Das Transportadoras

Art. 35. Considera-se transferência de turista, para fins do disposto no § 1º do art. 27 da Lei nº 11.771, de 2008, o percurso realizado entre as estações terminais de embarquee desembarque de passageiros.

Art. 36. As condições para prestação de serviços de turismo dos veículosterrestres de turismo observarão laudo de inspeção técnica realizado por instituiçãoacreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e QualidadeIndustrial – INMETRO, com periodicidade anual.

Art. 37. Considera-se embarcação de turismo a construção inscrita na autoridademarítima, apta ao transporte de pessoas, que possua como finalidade a oferta de serviçosturísticos, e os navios estrangeiros que operem mediante fretamento por agência de

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turismo brasileira ou por armadores estrangeiros com empresa cadastrada no Ministériodo Turismo.

Parágrafo único. As condições para prestação de serviços de turismo dasembarcações de turismo observarão procedimento de inspeção técnica realizada porinstituições credenciadas pelos órgãos competentes.

Art. 38. Os padrões de classificação em categorias de conforto e serviços dosveículos terrestres e embarcações de turismo serão estabelecidos em ato do Ministériodo Turismo.

Art. 39. A prestação de serviços conjugados de transporte, hospedagem,alimentação, entretenimento, visitação de locais turísticos e serviços afins, quandorealizados por embarcações de turismo, constitui o programa de turismo denominadocruzeiro marítimo ou fluvial.

Parágrafo único. Para todos os efeitos legais e regulamentares, os cruzeirosmarítimos e fluviais são classificados nas seguintes categorias:

I - de cabotagem: aquele entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizandoa via marítima, ou esta e as vias navegáveis interiores;

II - internacional: aquele cuja viagem tem início e término em qualquer portoestrangeiro;

III - de longo curso: aquele realizado entre portos brasileiros e estrangeiros; e

IV - misto: aquele cuja viagem tem início e término em porto nacional, comtrânsito em portos e pontos nacionais e portos estrangeiros.

Art. 40. No que se refere aos cruzeiros marítimos ou fluviais, entende-se por:

I - escala: a entrada da embarcação em porto nacional para atracação ou fundeio;

II - embarque: o momento de início da viagem de passageiros;

III - desembarque: o momento de término da viagem de passageiros;

IV - trânsito: a entrada e saída de passageiros que não caracterize embarque edesembarque; e

V - parte internacional de uma viagem de cruzeiro misto: o período compreendidoentre o último porto nacional ou ponto nacional do roteiro da embarcação com destino aporto estrangeiro e o primeiro porto nacional ou ponto nacional de regresso destaembarcação ao Brasil.

Art. 41. Os roteiros de cruzeiros marítimos ou fluviais, ferroviários e rodoviários, bemcomo suas intermodalidades efetuadas pelos prestadores de serviços turísticos quecomercializem pacotes de viagem, deverão ser apresentados ao Ministério do Turismo,respeitadas as competências dos órgãos reguladores e demais órgãos da administraçãopública federal.

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Subseção IV

Das Organizadoras de Eventos

Art. 42. Para os fins do disposto no art. 30, § 1º, da Lei nº 11.771, de 2008 ,consideram-se exposições os eventos temporários que promovam publicamentequaisquer espécies de bens.

Art. 43. O nome da empresa organizadora do evento e o número de seu cadastro noMinistério do Turismo deverão constar de toda e qualquer divulgação de congressos,convenções, feiras, exposições e congêneres, referidos no art. 30 da Lei nº 11.771, de2008, sob pena de aplicação das sanções legais.

Subseção V

Dos Parques Temáticos

Art. 44. Consideram-se parques temáticos os empreendimentos implantados em localfixo e de forma permanente, ambientados tematicamente, que tenham por objeto social aprestação de serviços considerados de interesse turístico pelo Ministério do Turismo.

Parágrafo único. Para ser considerado prestador de serviço turístico namodalidade de parque temático, além de observar as demais disposições legais, oempreendimento deverá possuir área mínima de 60.001 m2.

Subseção VI

Dos Acampamentos Turísticos

Art. 45. Consideram-se acampamentos turísticos as áreas especialmente preparadas para amontagem de barracas e o estacionamento de reboques habitáveis, ou equipamento similar,dispondo, ainda, de instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanênciados usuários ao ar livre.

Parágrafo único. O prestador de serviços na modalidade de acampamentos turísticos deverá apresentar as seguintes condições:

I - terreno adequado;

II - acesso para veículos;

III - área cercada;

IV - estacionamento para veículos;

V - abastecimento de água potável com reservatório próprio;

VI - tratamento de esgoto ou fossa séptica, conforme legislação local;

VII - instalações sanitárias compatíveis com o número de usuários;

VIII - tanques de lavagem e pias para limpeza;

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IX - sistema de coleta de resíduos, conforme legislação local;

X - recepção;

XI - serviço de vigilância;

XII - equipamentos básicos contra incêndios, conforme legislação local; e

XIII - treinamento básico de primeiros socorros.

Seção II

Dos Prestadores de Serviços Turísticos de Cadastramento Facultativo

Art. 46. Para fins do cadastramento facultativo previsto no parágrafo único do art. 21 da Lei nº 11.771, de 2008, o disposto em seu inciso II abrange os seguintes serviços:

I - centros de convenções e feiras;

II - centros de exposições; e

III - pavilhões de feiras, os centros de eventos, as arenas multiuso e os espaçospara eventos que tenham por objeto social a oferta de serviços correlatos a terceiros,específicos e apropriados, para realização de eventos de qualquer tipo e natureza, sob aforma de locação, em caráter temporário, com características mínimas de auditório comcapacidade para trezentas pessoas ou equivalente e área de exposição mínima de um mile duzentos metros quadrados.

Art. 47. Os serviços previstos no parágrafo único, inciso VI, do art. 21 da Lei nº11.771, de 2008, sujeitos à contratação, supervisão ou coordenação das organizadorasde eventos, compreendem os fornecedores de:

I - alimentos e bebidas;

II - tradução simultânea, intérpretes e tradutores;

III - material gráfico e brindes;

IV - iluminação, montagem de estandes e instalações provisórias;

V - pessoal de apoio, limpeza, conservação e segurança;

VI - ambientação, cenografia, decoração e mobiliário de apoio; e

VII - audiovisuais, fotografias, filmagens e produções artísticas.

Art. 48. Os empreendimentos implantados em local fixo e de forma permanente,ambientados tematicamente, que tenham por objeto social a prestação de serviçosconsiderados de interesse turístico pelo Ministério do Turismo e que não possuam área

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mínima de 60.001 m2 poderão se cadastrar no Ministério do Turismo, conformeestabelecido no parágrafo único, inciso III, do art. 21 da Lei nº 11.771, de 2008.

Art. 49. Para ser considerado prestador de serviço turístico na modalidade deparque temático aquático, além de observar as demais disposições legais, oempreendimento deverá possuir área mínima de 2.000 m2.

Parágrafo único. Os empreendimentos que não possuam área mínima de 2.000m2 não poderão se cadastrar no Ministério do Turismo.

CAPÍTULO V

DO SISTEMA NACIONAL DE CADASTRAMENTO, CLASSIFICAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DOSPRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS

Art. 50. Constitui-se o Sistema Nacional de Cadastramento, Classificação eFiscalização dos Prestadores de Serviços Turísticos - SISNATUR, e são estabelecidas asnormas gerais de aplicação das sanções administrativas, nos termos da Lei nº 11.771, de2008.

§ 1o O SISNATUR será composto pelo Ministério do Turismo e pelos demaisórgãos e entidades de turismo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,mediante convênios, acordos de cooperação ou instrumentos congêneres.

§ 2o O SISNATUR deverá se integrar com o Sistema Nacional de Defesa doConsumidor, mantidas as sanções administrativas previstas na Lei n o 8.078, de 1990.

§ 3o Caso a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos, no âmbito doSISNATUR, constate supostas infrações à legislação ambiental, os órgãos competentesdo Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA deverão ser comunicados para aconseqüente instauração de processo administrativo apuratório.

Seção I

Da Fiscalização

Art. 51. A fiscalização de que trata este Decreto será efetuada por agentes fiscaisde turismo, oficialmente designados, vinculados ao Ministério do Turismo ou aosrespectivos órgãos conveniados de que trata o § 1o do art. 50.

Parágrafo único. Os agentes fiscais de turismo serão credenciados mediantecédula de identificação fiscal, admitida a delegação mediante acordo de cooperaçãotécnica ou convênio.

Art. 52. Sem exclusão da responsabilidade do Ministério do Turismo e dosórgãos delegados ou conveniados, os agentes fiscais de turismo de que trata o art. 51responderão pelos atos que praticarem quando investidos da ação fiscalizadora.

Seção II

Das Penalidades Administrativas

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Art. 53. Os prestadores de serviços turísticos que cometerem as infraçõesprevistas nos arts. 61 a 65 estarão sujeitos às seguintes penalidades, aplicadas isolada oucumulativamente, inclusive por medida cautelar antecedente ou incidente de processoadministrativo, sem prejuízo das sanções de natureza cívil, penal e outras previstas emlegislação específica:

Art. 53. A inobservância das disposições contidas na Lei n o 11.771, de 2008 , eneste Decreto sujeitará os prestadores de serviços turísticos às seguintes penalidades,aplicadas isolada ou cumulativamente, inclusive por medida cautelar antecedente ouincidente de processo administrativo, sem prejuízo das sanções de natureza civil, penal eoutras previstas em legislação específica: (Incluído pelo Decreto nº 7.500, de 2011)

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - cancelamento da classificação;

IV - interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento; e

V - cancelamento do cadastro.

Parágrafo único. Responderá pela prática infratora, sujeitando-se às sanções administrativas previstas neste Decreto, o prestador de serviço turístico que, por ação ou omissão, lhe der causa, concorrer para sua prática ou dela se beneficiar.

Art. 54. A aplicação da penalidade de advertência não dispensa o infrator da obrigaçãode fazer ou deixar de fazer, interromper, cessar, reparar ou sustar de imediato o ato ou aomissão caracterizada como infração, sob pena de incidência de multa ou aplicação depenalidade mais grave.

Art. 55. A multa a ser cominada será graduada de acordo com a gravidade dainfração, a vantagem auferida, a condição econômica do prestador de serviços turísticos,bem como o dano à imagem do turismo nacional, devendo sua aplicação ser precedidado devido procedimento administrativo e serem levados em conta os fatores descritos noart. 58.

Parágrafo único. A penalidade de multa poderá ser aplicada para as infraçõesdescritas nos arts. 61 a 65 em montante não inferior a R$ 350,00 (trezentos e cinquentareais) e não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), conforme tabela dispostano Anexo III.

Art. 56. A penalidade de cancelamento da classificação ensejará a retirada donome do prestador de serviços turísticos da página eletrônica do Ministério do Turismo,na qual consta o rol daqueles que foram contemplados com a chancela oficial de quetrata o parágrafo único do art. 25 da Lei no 11.771, de 2008.

Art. 57. A penalidade de cancelamento de cadastro implicará a paralisação dosserviços e a apreensão do certificado de cadastro, sendo deferido prazo de até trinta dias,contados da ciência do infrator, para regularização de compromissos assumidos com osusuários, não podendo, durante esse período, assumir novas obrigações.

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Art. 58. Para a imposição da pena e sua gradação, será considerada a natureza e agravidade das infrações, considerados os prejuízos dela decorrentes para os usuários epara o turismo nacional, e as circunstâncias atenuantes ou agravantes, inclusive osantecedentes do infrator.

§ 1o Consideram-se circunstâncias atenuantes ser o infrator primário, acolaboração com a fiscalização e a presteza no ressarcimento dos prejuízos ou reparaçãodos erros.

§ 2o Consideram-se circunstâncias agravantes ser o infrator reincidente emdeterminada infração, a reiterada prática de infrações, a sonegação de informações edocumentos e os obstáculos impostos à fiscalização.

Art. 59. As infrações classificam-se em:

I - leves: aquelas em que forem verificadas somente circunstâncias atenuantes; e

II - graves: aquelas em que for verificada qualquer circunstância agravante.

Art. 60. As penalidades referidas nos incisos III a V do caput do art. 53 ou ainfração aos direitos do consumidor, nos termos do art. 66 acarretarão a perda, no todoou em parte, dos benefícios, recursos ou incentivos que estejam sendo concedidos aoprestador de serviços turísticos.

Seção III

Das Infrações

Art. 61. Prestar serviços de turismo sem o devido cadastro no Ministério doTurismo ou não renovar o cadastro com prazo de validade vencido:

Pena: advertência, multa, interdição do local, atividade, instalação,estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento ou cancelamento daclassificação.

§ 1o Após a aplicação da penalidade de advertência, serão conferidos quinze diaspara regularização da situação cadastral do prestador de serviço turístico.

§ 2o Caso não seja providenciado o cadastramento, caberá aplicação de penalidadede multa e interdição do local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial,empreendimento ou equipamento.

§ 3o A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização dasituação.

§ 4o A penalidade de cancelamento da classificação poderá ser aplicada de acordocom a reincidência ou a gravidade da infração, nos termos do art. 58.

Art. 62. Deixar de fornecer os dados e informações relativos ao perfil doshóspedes recebidos, distinguindo-os por nacionalidades, e ao registro quantitativo de

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hóspedes, taxa de ocupação, permanência média e números de hóspedes por unidadehabitacional, conforme previsto no art. 26 da Lei nº 11.771, de 2008:

Pena: advertência, multa, cancelamento de classificação ou cancelamento decadastro.

§ 1o A penalidade de multa será aplicada na reincidência, de acordo com acapacidade econômica do autuado, conforme Anexo III.

§ 2o As penalidades de cancelamento da classificação e de cadastro poderão seraplicadas de acordo com a reincidência ou a gravidade da infração, nos termos do art.58.

Art. 63. Deixar de mencionar ou utilizar, em qualquer forma de divulgação epromoção, o número de cadastro, os símbolos, expressões e demais formas deidentificação determinadas pelo Ministério do Turismo:

Pena: advertência, multa, cancelamento de classificação ou cancelamento decadastro.

§ 1o A penalidade de multa será aplicada na reincidência, de acordo com acapacidade econômica do autuado, conforme Anexo III.

§ 2o As penalidades de cancelamento da classificação e de cadastro poderão seraplicadas de acordo com a reincidência ou a gravidade da infração, nos termos do art.58.

Art. 64. Deixar de apresentar, na forma e no prazo estabelecido pelo Ministériodo Turismo, informações e documentos referentes ao exercício de suas atividades,empreendimentos, equipamentos e serviços, bem como ao perfil de atuação, qualidadese padrões dos serviços por eles oferecidos:

Pena: advertência, multa, cancelamento de classificação ou cancelamento decadastro.

§ 1o A penalidade de multa será aplicada na reincidência, de acordo com acapacidade econômica do autuado, conforme Anexo III.

§ 2o As penalidades de cancelamento da classificação e de cadastro poderão seraplicadas de acordo com a reincidência ou a gravidade da infração, nos termos do art.58.

Art. 65. Deixar de manter, em suas instalações, livro de reclamações e, em localvisível, cópia do certificado de cadastro:

Pena: advertência, multa, cancelamento de classificação ou cancelamento decadastro.

§ 1o A penalidade de multa será aplicada na reincidência, de acordo com acapacidade econômica do autuado, conforme Anexo III.

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§ 2o As penalidades de cancelamento da classificação e de cadastro poderão seraplicadas de acordo com a reincidência ou a gravidade da infração, nos termos do art.58.

Art. 66. As infrações e sanções à legislação consumerista serão processadas ejulgadas nos termos do que dispõe a Lei n º 8.078, de 1990, e demais normas aplicáveis.

Art. 67. As infrações à legislação ambiental serão apuradas em processoadministrativo próprio, cuja atribuição pertence aos órgãos ambientais integrantes doSISNAMA, nos termos da legislação específica.

Parágrafo único. As infrações e sanções à legislação ambiental serão, no âmbitofederal, processadas e julgadas nos termos do Decreto n o 6.514, de 22 de julho de 2008.

CAPÍTULO VI

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 68. As infrações serão apuradas em processo administrativo, que terá início mediante:

I - ato, por escrito, da autoridade competente;

II - lavratura de auto de infração; e

III - denúncia.

§ 1o A autoridade competente, prevista neste Capítulo, é aquela indicada noinstrumento específico de delegação de competência, conforme art. 44 da Lei nº 11.771,de 2008, podendo haver subdelegação das atribuições que a autoridade indicadaentender cabíveis, com exceção dos atos de instauração do processo administrativo ejulgamento.

§ 2o Antecedendo à instauração do processo administrativo, poderá a autoridadecompetente abrir investigação preliminar, cabendo, para tanto, requisitar dos prestadoresinformações sobre as questões investigadas.

§ 3o É facultado ao notificado, ou ao seu representante legal, a qualquer tempo, asolicitação de vistas ou a obtenção de cópia do processo, não sendo suspensa ouinterrompida a contagem dos prazos.

§ 4o É vedada a retirada do original do processo pelas partes ou seusrepresentantes legais.

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Art. 69. Quando a investigação preliminar iniciada a partir de denúncia nãoresultar na instauração de processo administrativo, o denunciante deverá ser informadosobre as razões do seu arquivamento pela autoridade competente.

Art. 70. Os débitos decorrentes do não pagamento, no prazo de trinta dias, de multasaplicadas pelo Ministério do Turismo, nos termos do arts. 74 a 89, serão, após apuradas sualiquidez e certeza, inscritos na Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da FazendaNacional, para fins de cobrança, amigável ou judicial.

Art. 71. Sendo instaurado processo administrativo contra empresa em mais de umEstado federado pelo mesmo fato gerador da infração, a autoridade máxima do órgão delegadopoderá remeter o processo ao Ministério do Turismo, que apurará o fato e aplicará as sançõesrespectivas.

Art. 72. Nos casos de processos administrativos tramitando em mais de um Estado, queenvolvam interesses difusos ou coletivos, o Ministério do Turismo poderá avocá-los, ouvidas asautoridades máximas dos órgãos delegados.

Art. 73. Se instaurado processo administrativo em mais de um Estado dafederação para apuração de infração decorrente de um mesmo fato imputado a prestadorde serviços turísticos, eventual conflito de competência será dirimido pelo Ministério doTurismo, que poderá ouvir as autoridades máximas dos órgãos delegados, levandosempre em consideração a competência federativa para legislar sobre a respectivaatividade econômica.

Seção II

Dos Autos de Infração e de Apreensão e Guarda de Certificado de Cadastro

Art. 74. Os Autos de Infração e de Apreensão e Guarda de Certificado deCadastro deverão ser impressos, numerados em série e preenchidos de forma clara eprecisa, sem entrelinhas, rasuras ou emendas, mencionando:

I - Auto de Infração:

a) o local, a data e a hora da lavratura;

b) o nome e o endereço do autuado;

c) o número de cadastro no Ministério do Turismo do empreendimento autuado;

d) a descrição do fato ou do ato constitutivo da infração;

e) o dispositivo legal infringido;

f) a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la no prazo de trintadias;

g) a identificação do agente delegado, sua assinatura, a indicação do seu cargo ou função e o número de sua matrícula;

h) a designação do órgão julgador e o respectivo endereço; e

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i) a assinatura do autuado;

II - Auto de Apreensão e Guarda de Certificado de Cadastro:

a) o local, a data e a hora da lavratura;

b) o nome e o endereço do depositário;

c) o número de cadastro no Ministério do Turismo do empreendimentodepositário;

d) as razões e os fundamentos da apreensão;

e) o responsável pela guarda do certificado apreendido;

f) a identificação do agente fiscal de turismo responsável, sua assinatura, aindicação do seu cargo ou função e o número de sua matrícula; e

g) a assinatura do depositário.

Art. 75. Os Autos de Infração e de Apreensão e Guarda de Certificado deCadastro serão lavrados pelo Agente Fiscal de Turismo que houver verificado aocorrência de infração, preferencialmente no local onde foi averiguada a irregularidade.

Art. 76. Os Autos de Infração e de Apreensão e Guarda de Certificado de Cadastroserão lavrados em impresso próprio, composto de quatro vias, numeradas tipograficamente.

Art. 77. A assinatura nos Autos de Infração e de Apreensão e Guarda deCertificado de Cadastro por parte do autuado, ao receber cópias deles, constituinotificação sem implicar confissão.

Parágrafo único. Em caso de recusa pelo infrator autuado em assinar os Autos deInfração e de Apreensão e Guarda de Certificado de Cadastro, o Agente Fiscal deTurismo mencionará tais fatos nos autos, remetendo-os ao autuado por via postal, comAviso de Recebimento - AR ou outro procedimento equivalente, tendo os mesmosefeitos do caput deste artigo.

Seção III

Da Instauração do Processo Administrativo por Ato de Autoridade Competente

Art. 78. O processo administrativo de que trata o art. 68 poderá ser instauradomediante denúncia de qualquer interessado ou por iniciativa da própria autoridadecompetente.

Parágrafo único. O consumidor poderá apresentar sua denúncia, identificando-se expressamente ou por meio de formulário específico, pessoalmente ou por telegrama, carta, e-mail,fac-símile, ou qualquer outro meio de comunicação, ao Ministério do Turismo ou a quaisquer dos órgãos delegados.

Art. 79. O processo administrativo, na forma deste Decreto, deverá, obrigatoriamente, conter:

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I - a identificação do infrator;

II - a descrição do fato ou ato constitutivo da infração;

III - os dispositivos legais infringidos; e

IV - a assinatura da autoridade competente.

Seção IV

Da Notificação

Art. 80. A autoridade competente expedirá notificação ao infrator, fixando o prazo de dezdias, a partir da efetiva ciência pelo interessado, para apresentar defesa.

§ 1o A notificação, acompanhada de cópia da inicial do processo administrativo aque se refere o art. 68, far-se-á:

I - pessoalmente ao infrator, seu mandatário ou preposto; ou

II - por carta registrada ao infrator, seu mandatário ou preposto, com Aviso deRecebimento - AR.

§ 2o Quando o infrator, seu mandatário ou preposto não puder ser notificado,pessoalmente ou por via postal, será feita a notificação por edital, a ser afixado nasdependências do órgão respectivo, em lugar público, pelo prazo de dez dias, oudivulgado, pelo menos uma vez, na imprensa oficial ou em jornal de circulação local.

Art. 81. Deverá ser mencionado no Auto de Notificação:

I - o local, a data e a hora da lavratura;

II - o nome e o endereço do notificado;

III - o número de cadastro no Ministério do Turismo do empreendimentonotificado;

IV - a descrição do fato ou do ato constitutivo da infração;

V - o dispositivo legal infringido;

VI - a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la no prazo de trintadias;

VII - a identificação do agente fiscal de turismo, sua assinatura, a indicação do seucargo ou função e o número de sua matrícula;

VIII - a designação do órgão julgador e o respectivo endereço; e

IX - a assinatura do notificado.

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Seção V

Da Impugnação e do Julgamento do Processo Administrativo

Art. 82. O processo administrativo decorrente de Auto de Infração, de Apreensão eGuarda de Certificado de Cadastro, de ato de oficio de autoridade competente ou de denúnciaserá instruído e julgado na esfera de atribuição do órgão que o tiver instaurado.

Art. 83. O infrator deverá dar cumprimento à exigência que deu origem ao processoadministrativo ou apresentar impugnação, no prazo de dez dias, contados a partir da efetivaciência da notificação, indicando em sua defesa:

I - a autoridade julgadora a quem é dirigida;

II - a qualificação do impugnante;

III - as razões de fato e de direito que fundamentam a impugnação; e

IV - as provas que lhe dão suporte.

Parágrafo único. A ausência de impugnação, no prazo estabelecido no art. 80e caput deste artigo, implicará serem reputados verdadeiros os atos e fatos queoriginaram o processo.

Art. 84. Decorrido o prazo de impugnação, o órgão julgador, com ou sem aapresentação de defesa, poderá, antes da decisão, determinar a realização de diligênciasque entender cabíveis, sendo-lhe facultado requisitar do infrator, de qualquer pessoafísica ou jurídica, órgão ou entidade pública as necessárias informações,esclarecimentos ou documentos, fixando prazo para sua apresentação.

Art. 85. A decisão administrativa conterá relatório dos fatos, o respectivoenquadramento legal e, se condenatória, a natureza e gradação da pena.

Parágrafo único. Julgado o processo e sendo aplicada penalidade de multa, será oinfrator notificado para efetuar seu recolhimento no prazo de trinta dias.

Seção VI

Do Pedido de Reconsideração

Art. 86. Caberá pedido de reconsideração, no prazo de dez dias, contados a partir da efetiva ciência do interessado, à autoridade que houver proferido a decisão de aplicar a penalidade, a qual decidirá no prazo de cinco dias.

Seção VII

Dos Recursos Administrativos

Art. 87. No caso de indeferimento do pedido de reconsideração descrito no art. 86, ointeressado poderá, no prazo máximo de dez dias contados da ciência da decisão, apresentarrecurso hierárquico, com efeito suspensivo, a Junta de Recursos de Processos Administrativosde Prestadores de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo.

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§ 1o A Junta de Recursos terá composição tripartite formada por um representantedos empregadores, um representante dos empregados, ambos escolhidos entre asassociações de classe componentes do Conselho Nacional de Turismo, e umrepresentante do Ministério do Turismo.

§ 2o Tanto o representante dos empregadores como o dos empregados previstosno § 1o não poderão estar envolvidos, direta ou indiretamente, com o fato apurado.

§ 3o A Junta de Recursos reunir-se-á mensalmente para apreciação dos recursosadministrativos interpostos e terá seu funcionamento regulamentado por portaria doMinistério do Turismo.

Art. 88. Não será conhecido o recurso interposto fora dos prazos e condiçõesestabelecidos neste Decreto.

Art. 89. Todos os prazos referidos nesta Seção são decadenciais.

Seção VIII

Da Reabilitação

Art. 90. Cumprida a penalidade e cessados os motivos de sua aplicação, os prestadoresde serviços turísticos poderão requerer reabilitação no Ministério do Turismo.

Parágrafo único. Deferida a reabilitação, as penalidades anteriormente aplicadasdeixarão de constituir agravantes, no caso de novas infrações, nas seguintes condições:

I - decorridos cento e oitenta dias sem a ocorrência de novas infrações nos casos de advertência;

II - decorridos dois anos sem a ocorrência de novas infrações nos casos de multaou cancelamento da classificação; e

III - decorridos cinco anos sem a ocorrência de novas infrações, nos casos de cancelamento de cadastro ou interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento.

Seção IX

Das Nulidades

Art. 91. A inobservância de forma não acarretará a nulidade do ato, se não houver prejuízo para a defesa.

Parágrafo único. A nulidade prejudica somente os atos posteriores ao atodeclarado nulo e dele diretamente dependentes ou de que sejam consequência, cabendoà autoridade que a declarar indicar tais atos e determinar o adequado procedimentosaneador, se for o caso.

CAPÍTULO VII

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DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 92. Para o exercício dos poderes de cadastramento e fiscalização dasatividades turísticas que lhe são conferidos pela Lei n o 11.771, de 2008 , o Ministério doTurismo poderá delegar atribuições específicas a quaisquer órgãos e entidades daadministração pública.

Art. 93. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 94. Revogam-se os Decretos n os 448, de 14 de fevereiro de 1992 , 5.406, de30 de março de 2005, e 5.917, de 28 de setembro de 2006.

Brasília, 2 de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVALuiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.12.2010

FONTE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7381.htm#art94

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Lei Nº 12933 DE 09/01/2014

Publicado no DOE em 10 jan 2014

Institui a Política Estadual de Turismo, o Sistema Estadual de Turismo, e dá outras

providências.

O Governador do Estado da Bahia,

Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1 º Fica instituída a Política Estadual de Turismo que se regerá pelos

princípios, objetivos e instrumentos estabelecidos por esta Lei.

Art. 2 º A Política Estadual de Turismo, em consonância com a Lei Federal nº

11.771, de 17 de setembro de 2008, tem por objetivo implementar mecanismos

destinados ao planejamento, desenvolvimento, fiscalização e estímulo ao setor

turístico, bem como disciplinar a prestação de serviços turísticos.

Art. 3 º Para os fins desta Lei, considera-se:

I - turismo: a tividade econômica decorrente de viagens e respectivas

permanências das pessoas em lugares distintos dos que vivem, por período de

tempo inferior a 01 (um) ano consecutivo e superior a 24 (vinte e quatro) horas,

com a finalidade de lazer, negócios, cultura, religião, entretenimento e outros;

II - zona ou região turística: território formado pelo conjunto de municípios turísticos

ou de interesse turístico, com afinidades culturais ou naturais suficientes para

possibilitar o planejamento e organização integrada, oferta de produtos turísticos

mais competitivos nos diferentes mercados;

III - município turístico: aquele que possui atrativo turístico, infraestrutura, produtos

e serviços adequados que atendam ao fluxo existente;

IV - atividades características do turismo - ACT: atividades ligadas à hospedagem,

alimentação, agenciamento, transporte, recepção turística, eventos, recreação e

entretenimento, além de outras utilizadas pelos turistas em seus deslocamentos;

Page 55: APOSTILA LAT/TTPII

V - produtos turísticos: atrativos, infraestrutura, equipamentos e serviços turísticos,

acrescidos de facilidades, ofertados no mercado de forma organizada, mediante

gestão integrada;

VI - destino turístico ou núcleo receptor: espaço geográfico onde são ofertados os

produtos turísticos;

VII - segmentação turística: forma de organização do turismo baseada nos

elementos de identidade da oferta, nas características e variáveis da demanda,

para fins de planejamento, gestão e mercado;

VIII - conta satélite do turismo - CST: ferramenta estatística desenhada para medir

o consumo de bens e serviços turísticos e não turísticos de uma determinada

região de acordo com padrões e conceitos internacionais, permitindo comparações

com outros setores econômicos.

Parágrafo único. As viagens e estadas de que trata o inciso I deste artigo devem

gerar movimentação econômica, trabalho, emprego, renda e receitas públicas,

constituindo instrumento de desenvolvimento econômico e social, promoção e

diversidade cultural, conservação e preservação da biodiversidade e do patrimônio

histórico.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS, DOS OBJETIVOS E DOS INSTRUMENTOS

Seção I

Dos Princípios

Art. 4 º São princípios orientadores da Política Estadual de Turismo:

I - inovação: ações de motivação a novos investimentos públicos e privados, tanto

na infraestrutura física e de serviços como nas ações de incremento ao fluxo

turístico;

II - qualidade: desenvolvimento de práticas e padrões de qualidade nos destinos,

produtos, serviços e atividades profissionais, reduzindo a informalidade e

estabelecendo critérios de fiscalização e certificação;

III - integração: conexão das economias locais e regionais com as atividades

características do turismo, fortalecendo a cadeia produtiva, modelo de governança

e articulação inter e intra-governamental;

Page 56: APOSTILA LAT/TTPII

IV - sustentabilidade: inclusão social, eficiência econômica, conservação e

valorização da diversidade cultural, proteção e conservação do meio ambiente,

visando conferir melhor qualidade de vida às populações dos destinos turísticos;

V - parcerias: articulação e gestão coordenada, envolvendo os setores público e

privado e sociedade civil, para alcançar objetivos comuns;

VI - descentralização: instrumentos de gestão participativa que ampliem as

possibilidades de organização da sociedade, destinados a promover

desconcentração das responsabilidades na gestão do desenvolvimento do turismo,

envolvendo as instâncias municipais, regionais, estaduais e federais;

VII - democratização: condições para que a atividade turística contemple maior

número de pessoas no acesso à economia do turismo e às atividades turísticas;

VIII - regionalização: atuação pública de integração dos destinos turísticos para o

desenvolvimento do turismo regional de forma articulada e compartilhada entre os

municípios que integram as regiões turísticas do Estado, visando ações pactuadas,

a exemplo daquelas relacionadas aos temas de infraestrutura, marketing e

educação para o turismo;

IX - inclusão produtiva e social: acesso de maior número de pessoas aos

benefícios da atividade econômica do turismo, reduzindo as desigualdades sociais

e combatendo a pobreza através da geração de negócios, emprego e renda;

X - competitividade: melhor relação entre a segmentação da demanda

estabelecida e a diversificação e especialização da oferta disponibilizada, elevando

o ambiente competitivo e o nível de disputa entre os agentes, primando pela

qualidade e singularidade dos produtos turísticos e por infraestrutura compatível;

XI - conhecimento: incentivo à produção de estudos científicos relacionados ao

turismo e fomento à profissionalização dos recursos humanos envolvidos na

atividade turística.

Seção II

Dos Objetivos

Art. 5º São objetivos da Política Estadual de Turismo:

I - reduzir as disparidades sociais e econômicas, promover a inclusão social pelo

crescimento da oferta e oportunidades de trabalho, bem como a distribuição de

renda às populações dos destinos turísticos do Estado da Bahia;

Page 57: APOSTILA LAT/TTPII

II - ampliar os fluxos turísticos, a permanência e o gasto médio dos turistas

regionais, nacionais e internacionais no Estado;

III - estimular e desenvolver o turismo interno no Estado da Bahia, de forma a

aumentar o fluxo de turistas baianos aos municípios do Estado, mediante a

promoção, inovação e qualificação do produto turístico;

IV - beneficiar as regiões de menor nível de desenvolvimento econômico e social,

estimulando a criação, consolidação e difusão dos produtos e destinos turísticos

baianos, com vistas a atrair turistas nacionais e estrangeiros;

V - fomentar a captação e apoio à realização de eventos profissionais, comerciais,

esportivos e culturais, nos mercados nacional e internacional;

VI - promover a mobilidade necessária ao desenvolvimento do turismo,

desenvolvendo ações destinadas à criação de linhas de transporte aéreas,

náuticas e terrestres;

VII - promover a formação, aperfeiçoamento, qualificação e capacitação de

recursos humanos para a área do turismo, bem como a implementação de

políticas que viabilizem o ingresso do maior número de profissionais no mercado

de trabalho;

VIII - fomentar a implantação de empreendimentos, equipamentos e serviços de

apoio ao turismo, tais como atividades de expressão cultural, animação,

informações, negócios, entretenimento, esportes, compras, lazer,

estacionamentos, marinas, bases náuticas, dentre outros atrativos com capacidade

de retenção e prolongamento do tempo de permanência e consumo dos turistas

nas localidades;

IX - propiciar a prática de turismo sustentável, promovendo e incentivando a

adoção de modelos de menor impacto ambiental;

X - estimular a preservação da identidade cultural das comunidades e populações

tradicionais envolvidas com a atividade turística, apoiando o resgate de suas

manifestações culturais locais e dos principais elementos de sua história;

XI - contribuir para prevenção e combate às atividades relacionadas à exploração

sexual de crianças e adolescentes, exploração do trabalho infantil e outras que

afetem a dignidade humana;

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XII - ordenar, desenvolver e promover os diversos segmentos turísticos potenciais

e aqueles já existentes no Estado: Cultural, Étnico, Enoturismo, Náutico, Rural,

Aventura, Religioso, Sol e Praia, Negócios, Eventos e Convenções, LGBT e

outros, impulsionando e difundindo suas potencialidades para a atração de novos

mercados;

XIII - incentivar e apoiar a realização dos inventários do patrimônio e da oferta

turística e suas atualizações;

XIV - manter integração com bancos públicos e agências de fomento do Estado,

com o objetivo de incentivar a criação e ampliação de linhas de financiamento para

empreendimentos turísticos, bem como para o desenvolvimento de empresa de

pequeno porte, microempresas, cooperativas e empreendedores individuais;

XV - estimular a sustentabilidade do turismo através da difusão de estudos

destinados a demonstrar a viabilidade da criação de incentivos financeiros, a

exemplo do Fundo de Turismo do Estado da Bahia e o Imposto sobre Operações

Relativas à Circulação de Mercadorias, bem como sobre Prestações de Serviços

de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - Turístico - ICMS -

Turístico, como forma de incentivo aos municípios turísticos a desenvolverem em

seu território ações de proteção e conservação do meio ambiente e do patrimônio

turístico;

XVI - estabelecer padrões e normas de qualidade, eficiência, assim como

segurança na prestação de serviços por parte dos operadores, empreendimentos e

equipamentos turísticos, com o objetivo de aumentar a competitividade dos

serviços turísticos e a produtividade dos agentes públicos e empreendedores

turísticos privados;

XVII - promover e implementar a sistematização e intercâmbio de dados

estatísticos e informações relativas às atividades e aos empreendimentos turísticos

instalados no Estado da Bahia, adotando a classificação prevista pela Organização

Mundial do Turismo - OMT quanto às Atividades Características do Turismo - ACT,

visando contribuir para implantação da Conta Satélite do Turismo, o fortalecimento

e ampliação do banco de dados, a qualidade e a credibilidade dos relatórios

estatísticos do setor turístico baiano;

XVIII - estimular a melhoria da gestão municipal para o turismo.

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Parágrafo único. O cumprimento dos objetivos referidos neste artigo cabe aos

órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Estadual e do Sistema

Estadual de Turismo, instituído nesta Lei.

Seção III

Dos Instrumentos da Política de Turismo

Art. 6º São instrumentos da Política de Turismo do Estado da Bahia:

I - plano estratégico de turismo do Estado da Bahia, proposto pela Secretaria de

Turismo, com a função de definir áreas estratégicas, programas e ações que

viabilizem o turismo estadual, que deverá ser revisto e atualizado em intervalos

máximos de 05 (cinco) anos;

II - Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS e os

Planos de Fortalecimento Municipal da Gestão do Turismo - PMGT´s;

III - incentivos tributários, fiscais e financeiros para a ampliação, qualificação e

promoção da oferta turística estadual, disponíveis em âmbito nacional, estadual e

municipal;

IV - observatório do turismo da Bahia - portal oficial de divulgação dos estudos e

pesquisas estatísticas realizadas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal e

por outras organizações que atuam no setor.

CAPÍTULO III

DAS COMPETÊNCIAS

Art. 7 º Compete à Secretaria de Turismo - SETUR a coordenação e o

monitoramento das ações relativas à Política Estadual de Turismo.

Art. 8 º A Política Estadual de Turismo será estruturada nos seguintes eixos

estratégicos:

I - gestão e fomento ao turismo estadual;

II - desenvolvimento de destinos turísticos;

III - promoção e apoio a comercialização;

IV - regulamentação e fiscalização da atividade turística.

Art. 9º O eixo estratégico de gestão e fomento ao turismo estadual destina-se a:

I - desenvolver o turismo por meio de planejamento estratégico e participativo;

II - promover a incorporação do turismo às políticas dos setores interdependentes,

compatibilizando as questões federais, macrorregionais, estaduais e municipais;

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III - viabilizar a disseminação do turismo como atividade econômica que contribui

para o desenvolvimento social, conservação e valorização do patrimônio

ambiental, valorização e resgate das tradições e diversidades culturais, qualidade

de vida das populações dos destinos turísticos e uso racional dos recursos

naturais e culturais;

IV - fomentar a realização de estudos e pesquisas que orientem o desenvolvimento

e o crescimento sustentável do setor através do planejamento e monitoramento

eficaz da atividade.

Art. 10 . O eixo estratégico de desenvolvimento de destinos turísticos destina-se a:

I - promover o desenvolvimento e ampliação da oferta turística através da sua

identificação, estruturação e diversificação;

II - dinamizar a oferta turística disponibilizada pelo poder público e pela iniciativa

privada, visando maior competitividade nos diferentes mercados;

III - fomentar a qualificação dos destinos turísticos, através de ações de

normatização, certificação, educação para o turismo e qualificação profissional;

IV - estimular a integração das atividades turísticas com as economias regionais e

locais através da Produção Associada ao Turismo, tornando o turismo indutor do

desenvolvimento integrado;

V - incentivar e viabilizar investimentos públicos e privados que propiciem o

desenvolvimento de novos produtos e serviços turísticos, promovendo inovação,

qualidade e integração econômica do turismo.

Art. 11. O eixo estratégico de promoção e apoio a comercialização destina-se a:

I - estabelecer mecanismos de promoção do Estado da Bahia como destino

turístico, através de ações de divulgação, comercialização e capacitação dos

agentes promotores de seus produtos turísticos nos mercados regional, nacional e

internacional;

II - fomentar novas estratégias que aumentem e facilitem a conectividade dos

destinos do Estado da Bahia aos principais mercados emissores nacionais e

internacionais;

III - promover a valorização das singularidades naturais e culturais de cada uma

das regiões turísticas do Estado da Bahia.

Page 61: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 12. O eixo estratégico de regulamentação e fiscalização da atividade turística

destina-se a editar normas complementares à legislação federal para regulamentar

e fiscalizar as atividades e os prestadores de serviços turísticos.

Art. 13. No âmbito da Política Estadual de Turismo, cabe à Secretaria de Turismo

e à Empresa de Turismo da Bahia S.A - BAHIATURSA a operacionalização e a

execução das ações previstas no Plano Estratégico do Turismo da Bahia,

respeitando-se os limites legais de atuação.

CAPÍTULO IV

DO SISTEMA ESTADUAL DE TURISMO

Art. 14. O Sistema Estadual de Turismo é o conjunto articulado e integrado de

normas, instituições, mecanismos e instrumentos de planejamento, fomento,

financiamento, informação, formação, participação e controle social, que tem como

finalidade a garantia da gestão democrática e permanente da Política Estadual de

Turismo, nos termos desta Lei.

Art. 15. Fica instituído o Sistema Estadual de Turismo, composto dos seguintes

órgãos, entidades e instâncias de governança:

I - Conselho Estadual de Turismo - CONTUR;

II - Secretaria de Turismo - SETUR;

III - Empresa de Turismo da Bahia S.A. - BAHIATURSA;

IV - Fórum Estadual de Turismo;

V - Câmaras das Zonas Turísticas;

VI - Conselhos Municipais de Turismo;

VII - Câmara Estadual de Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo.

Seção I

Do Conselho Estadual de Turismo

Art. 16. Fica criado o Conselho Estadual de Turismo - CONTUR, órgão colegiado,

vinculado à Secretaria de Turismo, de caráter consultivo e propositivo, com a

finalidade de propor ações e oferecer subsídios para a formulação da Política

Estadual de Turismo, bem como apoiar sua execução, de acordo com o

estabelecido nesta Lei.

Parágrafo único. O regimento interno do Conselho Estadual de Turismo será

elaborado e aprovado por maioria absoluta de seus membros e tornar-se-á público

Page 62: APOSTILA LAT/TTPII

através de ato do Chefe do Poder Executivo publicado no Diário Oficial do Estado

da Bahia.

Art. 17 . O Conselho Estadual de Turismo compõe-se de 28 (vinte e oito) membros

titulares e igual número de suplentes, indicados pelos titulares das entidades

representadas e nomeados pelo Governador do Estado:

I - 10 (dez) representantes dos órgãos da Administração Estadual:

a) Secretaria de Turismo - SETUR;

b) Empresa de Turismo da Bahia S.A - BAHIATURSA;

c) Secretaria de Cultura - SECULT;

d) Secretaria do Meio Ambiente - SEMA;

e) Secretaria da Segurança Pública - SSP;

f) Secretaria do Planejamento - SEPLAN;

g) Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração - SICM;

h) Secretaria de Infraestrutura - SEINFRA;

i) Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e

Aquicultura - SEAGRI;

j) Procuradoria Geral do Estado - PGE;

II - 01 (um) representante dos Bancos ou Agências de Desenvolvimento;

III - 01 (um) representante da União dos Municípios da Bahia - UPB;

IV - 01 (um) representante da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária -

INFRAERO;

V - 11 (onze) representantes do setor empresarial e profissional:

a) Empresas de Eventos;

b) Transportadoras Turísticas;

c) Bacharéis em Turismo;

d) Guias de Turismo;

e) Indústria de Hotéis;

f) Agências de Viagem;

g) Jornalistas e escritores de Turismo;

h) Bares e Restaurantes;

i) Entidades de Turismo Rural;

j) Sindicato das Empresas de Turismo;

Page 63: APOSTILA LAT/TTPII

k) Sindicato dos Trabalhadores de Turismo;

VI - 01 (um) representante da comunidade científica, que possua curso superior de

turismo;

VII - 02 (dois) representantes do Sistema S:

a) Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE;

b) Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC;

VIII - 01 (um) representante das Zonas Turísticas do Estado, a ser indicado pelo

Fórum Estadual de Turismo.

§ 1º Quando houver mais de uma representação em algum setor empresarial e

profissional, caberá a esses entes promover a escolha da entidade que irá

representá-los no Conselho Estadual de Turismo, por meio de processo eletivo.

§ 2º Os membros do Conselho Estadual de Turismo terão mandato de 02 (dois)

anos, admitida uma única recondução, por igual período.

§ 3º A recondução dar-se-á por meio de indicação dos titulares das entidades e

referendada por decisão da assembleia do órgão.

Art. 18 . O Conselho Estadual de Turismo poderá convidar outras autoridades ou

instituições a participarem de suas reuniões a título de contribuição ao debate.

Art. 19 . A Presidência do Conselho Estadual de Turismo será exercida pelo Titular

da Secretaria de Turismo - SETUR.

Art. 20 . A participação dos membros titulares ou suplentes do Conselho Estadual

de Turismo será considerada de relevante interesse público, não ensejando

qualquer tipo de remuneração.

Art. 21 . Compete ao Conselho Estadual de Turismo:

I - propor diretrizes, oferecer subsídios, bem como contribuir para elaboração e

implementação da Política Estadual de Turismo;

II - representar os diversos segmentos integrantes da cadeia produtiva do turismo

do Estado da Bahia no encaminhamento e discussão de propostas, assim como

sugestões para as políticas públicas do setor;

III - deliberar, emitir pareceres e propor recomendações sobre questões referentes

ao turismo previstas em:

a) planos estaduais e programas regionais de apoio e incentivo ao turismo;

b) iniciativas de desenvolvimento de destinos e produtos turísticos baianos;

Page 64: APOSTILA LAT/TTPII

c) criação de instrumentos gerenciais de estímulo ao desenvolvimento turístico;

d) mudanças na geografia turística do Estado com inclusão, exclusão ou alteração

de zonas, circuitos e municípios turísticos;

e) anteprojetos e projetos de lei que se relacionem com o turismo, bem como zelar

pela efetiva aplicação da legislação reguladora da atividade turística em geral;

f) conceitos gerais das campanhas publicitárias destinadas à promoção e ao

desenvolvimento do turismo interno e externo;

IV - elaborar classificações e expedir certificações de segmentos e serviços

turísticos;

V - aprovar a criação de Zonas Turísticas e a classificação de Municípios

Turísticos do Estado estabelecidos pela Secretaria de Turismo, bem como

alterações posteriormente realizadas na forma do art. 25 desta Lei;

VI - aprovar o Calendário Oficial de Eventos Turísticos do Estado, elaborado pela

Secretaria de Turismo;

VII - aprovar a concessão de Certificado de Empreendimento de Turismo Rural

expedido pela Secretaria de Turismo, da forma prevista no art. 48 desta Lei.

Art. 22 . A Secretaria Executiva, a cargo da Secretaria de Turismo, terá o prazo de

60 (sessenta) dias, a partir da vigência desta Lei, para instalar o Conselho

Estadual de Turismo.

Seção II

Da Secretaria de Turismo

Art. 23 . A Secretaria de Turismo, no âmbito das suas atribuições fixadas pela Lei

nº 10.549, de 28 de dezembro de 2006, figurará como órgão gestor do Sistema

Estadual de Turismo, com a finalidade de planejar, coordenar e executar políticas

de promoção e fomento ao turismo no Estado da Bahia.

§ 1º A Secretaria de Turismo deve consignar no orçamento de seus órgãos e

entidades dotações destinadas à manutenção e ao fortalecimento do Sistema

Estadual de Turismo.

§ 2º Os órgãos e entidades da estrutura da Secretaria de Turismo, nas suas

respectivas áreas de competência, atuarão como unidades auxiliares de gestão do

Sistema Estadual de Turismo, provendo os meios necessários ao apoio técnico e

administrativo, nos termos previstos nesta Lei e em regulamento.

Page 65: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 24 . Cabe à Secretaria de Turismo a definição de diretrizes, a proposição e a

implementação da Política Estadual de Turismo, em todas as suas modalidades,

tais como planejamento, promoção, normatização, fiscalização, qualificação,

capacitação, divulgação e incentivo ao turismo, como fator de desenvolvimento

econômico e social, competindo-lhe para a realização dos seus objetivos:

I - gestão pública do turismo estadual;

II - planejamento e acompanhamento de planos, programas e projetos, garantindo

o seu desenvolvimento;

III - promoção do desenvolvimento sustentável do turismo;

IV - promoção e divulgação do produto turístico baiano;

V - celebração de contratos, convênios e outros instrumentos legais, com

entidades públicas e privadas, objetivando a perfeita execução dos programas,

projetos e obras de infraestrutura turística que decorram do Plano Estratégico de

Turismo da Bahia e dos Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo

Sustentável - PDITS;

VI - representação e atuação como órgão oficial de turismo do Estado nas

diferentes instâncias do setor;

VII - fiscalização dos Prestadores de Serviços Turísticos no âmbito estadual;

VIII - coordenação das pesquisas e estatísticas do turismo do Estado da Bahia, de

modo sistemático e contínuo;

IX - estímulo à participação dos municípios no Sistema Estadual do Turismo;

X - organização das bases de dados de informações e indicadores do Turismo;

XI - apoio ao funcionamento do Conselho Estadual de Turismo, do Fórum Estadual

de Turismo e da Câmara Estadual de Secretários e Dirigentes Municipais de

Turismo;

XII - articulação entre os entes federados no planejamento e execução de políticas

do turismo;

XIII - desenvolvimento de ações para captação de investimentos e obtenção de

incentivos.

§ 1º A fiscalização da atividade turística será exercida pela Secretaria de Turismo,

diretamente ou por delegação do Ministério do Turismo.

Page 66: APOSTILA LAT/TTPII

§ 2º A fiscalização de que trata o § 1º deste artigo será efetuada pela Secretaria de

Turismo, diretamente ou em conjunto com os diversos órgãos de fiscalização

federal, estadual ou municipal, envolvidos com a atividade turística.

Art. 25 . Com base em critérios de identidade territorial, a Secretaria de Turismo

estabelecerá as Zonas e Municípios Turísticos do Estado, sujeitas à aprovação do

Conselho Estadual de Turismo da Bahia.

§ 1º Poderão ser incluídos nas Zonas Turísticas municípios considerados capazes

de atrair fluxos turísticos, reconhecidos por sua atratividade natural e cultural.

§ 2º Mudanças na geografia turística do Estado com inclusão, exclusão ou

alteração de zonas, circuitos e municípios turísticos devem ser realizadas de

acordo com a Estratégia da Política de Turismo da Bahia e diretrizes do Ministério

do Turismo, sujeitas à aprovação do Conselho Estadual de Turismo.

Art. 26 . Nos termos da previsão estabelecida pela Lei Federal nº 6.513, de 20 de

dezembro de 1977, poderão ser criadas Áreas Especiais de Interesse Turístico e

Locais de Interesse Turístico, que terão o objetivo de:

I - promover o desenvolvimento turístico da região;

II - assegurar a preservação e valorização do patrimônio cultural e natural;

III - estabelecer normas de uso e ocupação do solo;

IV - orientar a alocação de recursos e incentivos.

Art. 27 . Os municípios não incluídos nas Zonas Turísticas definidas no art. 25

desta Lei, poderão ser considerados Municípios de Interesse Turístico, desde que

atendam aos seguintes requisitos:

I - apresentar inventário da oferta turística do município, comprovando possuir:

a) potencial atrativo de ordem natural ou cultural;

b) equipamentos receptivos de alojamento e alimentação;

c) equipamentos e entidades de animação e eventos;

d) serviços de recepção turística, tais como transporte, informação, guias, em

caráter permanente ou em caráter temporal para os Municípios de demanda

sazonal;

e) órgãos ou agente público encarregado de promover e coordenar o

desenvolvimento do turismo no Município;

f) existência de legislação relativa à manutenção do patrimônio cultural ou natural

do Município;

Page 67: APOSTILA LAT/TTPII

g) identificação e características do mercado turístico atual do Município;

II - implantar ou estruturar Conselho Municipal de Turismo, a fim de compor o

Sistema Estadual de Turismo, conforme previsto no inciso VI do art. 15 desta Lei;

III - mobilizar os prestadores de serviços turísticos a se cadastrarem no Ministério

do Turismo.

Art. 28 . Os Municípios de Interesse Turístico serão classificados nas seguintes

categorias, conforme norma a ser expedida pela Secretaria de Turismo:

I - turisticamente desenvolvidos;

II - em vias de desenvolvimento;

III - potencialmente viável para o desenvolvimento turístico.

Art. 29 . Fica instituído o Calendário Oficial de Eventos Turísticos do Estado da

Bahia, a ser elaborado pela Secretaria de Turismo, com a finalidade de registrar,

divulgar e promover os principais eventos turísticos do Estado.

§ 1º Poderão constar do Calendário Oficial de Eventos Turísticos do Estado da

Bahia eventos culturais, históricos, esportivos, religiosos, cívicos e festivos que

tenham sido realizados por, no mínimo, 03 (três) vezes consecutivas, no período a

ser fixado pela Secretaria de Turismo.

§ 2º O Calendário Oficial de Eventos Turísticos deverá ser apreciado e aprovado

pelo Conselho Estadual do Turismo.

Art. 30 . Os municípios turísticos deverão encaminhar anualmente à Secretaria de

Turismo a respectiva programação de eventos, na qual deverão constar todas as

informações a serem incluídas no Calendário Oficial de Eventos Turísticos do

Estado da Bahia.

Seção III

Da Empresa de Turismo da Bahia - BAHIATURSA

Art. 31 . A Empresa de Turismo da Bahia S.A. - BAHIATURSA, sociedade de

economia mista, vinculada à Secretaria de Turismo - SETUR, tem por finalidade

coordenar e executar a política de fomento ao turismo no âmbito estadual, em

consonância com as diretrizes governamentais, pautada em política de marketing

voltada para o desenvolvimento do turismo.

Seção IV

Do Fórum Estadual de Turismo

Page 68: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 32 . Fica reconhecido o Fórum Estadual de Turismo, instância de caráter

consultivo, com a finalidade de descentralizar as ações definidas na Política

Nacional de Turismo e discutir as demandas relacionadas ao Estado da Bahia e

seus Municípios.

Art. 33 . O Fórum Estadual de Turismo é constituído pelos setores público,

privado, sociedade civil e por representantes de todas as Zonas Turísticas e

respectivos poderes públicos municipais que tenham participação ativa no

processo de organização e desenvolvimento do turismo no Estado da Bahia, na

forma estabelecida em seu regimento interno.

Art. 34 . Compete ao Fórum Estadual de Turismo:

I - propor ações de integração entre os entes públicos do turismo e entidades da

iniciativa privada do setor, com o objetivo de desenvolver e qualificar a oferta

turística do Estado;

II - apoiar o funcionamento das Câmaras das Zonas Turísticas e dos Conselhos

Municipais de Turismo, organizações com participação do setor público e privado

dos municípios das regiões turísticas;

III - apoiar o processo de descentralização das ações definidas na Política

Nacional do Turismo;

IV - apoiar o Ministério do Turismo na operacionalização do Plano Nacional do

Turismo;

V - constituir comissões temáticas ou grupos de trabalho para análise de assuntos

inerentes à atividade turística.

Art. 35 . Serão vinculadas ao Fórum Estadual de Turismo, as Câmaras das Zonas

Turísticas, instâncias de governança com participação do poder público, entidades

da iniciativa privada e da sociedade civil dos municípios

componentes das Zonas Turísticas, destinadas a coordenar e articular o

desenvolvimento regional do turismo em suas respectivas zonas.

Seção V

Dos Conselhos Municipais de Turismo

Art. 36 . Integra o Sistema Estadual de Turismo os Conselhos Municipais de

Turismo já existentes e os que vierem a ser criados por leis municipais.

Page 69: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 37 . Aos Conselhos Municipais de Turismo, dotados de representação local,

caberá à elaboração e acompanhamento das políticas públicas para o turismo no

âmbito do município de forma integrada com a Secretaria Municipal de Turismo.

Seção VI

Da Câmara Estadual de Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo

Art. 38 . Fica criada a Câmara Estadual de Secretários e Dirigentes Municipais de

Turismo, instância de caráter consultivo, formada por Secretários de Estado e

agentes públicos responsáveis pela gestão pública do turismo nos municípios

turísticos da Bahia, com a finalidade promover a articulação dos municípios

baianos para execução de políticas do turismo, incorporando as demandas

municipais e das zonas turísticas.

CAPÍTULO V

DOS SEGMENTOS TURÍSTICOS

Seção I

Do Turismo Náutico

Art. 39 . Turismo Náutico é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas em

embarcações sob ou sobre águas, paradas ou com correntes, sejam fluviais,

lacustres, marítimas ou oceânicas.

Parágrafo único. O Turismo Náutico envolve cruzeiros, passeios, excursões,

eventos, atividades esportivas e viagens através de embarcações náuticas para

fins turísticos.

Art. 40 . O desenvolvimento do Turismo Náutico deve estar comprometido com a

preservação ambiental e cultural, agregando valor a produtos e serviços,

resgatando, assim como promovendo o patrimônio cultural e natural das

comunidades.

Art. 41 . Cabe à Secretaria de Turismo dispor sobre Turismo Náutico no Estado da

Bahia, tendo por objetivos:

I - promover a criação, a consolidação e a difusão dos produtos e destinos

turísticos náuticos baianos a fim de atrair turistas nacionais e estrangeiros,

diversificar os fluxos nos municípios turísticos, buscando beneficiar as diversas

regiões do Estado;

II - promover a normatização, a sinalização e o balizamento dos roteiros náuticos;

Page 70: APOSTILA LAT/TTPII

III - fomentar a implantação de empreendimentos de apoio às atividades náuticas

como a construção de marinas e estações náuticas, centros de qualificação e

capacitação, oficinas de reparos e outros;

IV - apoiar programas estratégicos de captação e realização de eventos náuticos

esportivos;

V - estimular o empreendedorismo, a criação de novas empresas e a qualificação

dos negócios existentes no segmento, para fortalecimento da cadeia produtiva das

atividades náuticas.

Seção II

Do Turismo Rural

Art. 42 . Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio

rural, comprometido com a produção típica local, agregando valor a produtos e

serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.

Art. 43 . Cabe à Secretaria de Turismo dispor sobre o Turismo Rural no Estado da

Bahia, tendo por objetivos:

I - promover a criação, a consolidação e a difusão dos produtos e destinos rurais

baianos através da conservação dos recursos naturais e do patrimônio cultural, a

fim de atrair turistas nacionais e estrangeiros, buscando beneficiar as diversas

regiões do Estado;

II - estimular o empreendedorismo, o associativismo, a qualificação profissional e

dos negócios existentes no segmento, para fortalecimento da cadeia produtiva das

atividades rurais;

III - estimular a valorização das culturas regionais, das formas de vida do campo e

dos processos produtivos tradicionais;

IV - fomentar programas estratégicos de apoio à realização de eventos rurais.

Art. 44 . Constituem atividades turísticas do meio rural a oferta de serviços,

equipamentos e produtos turísticos de:

I - hospedagem e alimentação;

II - operação e agenciamento;

III - transporte de visitantes;

IV - recepção e visitação a propriedades rurais;

Page 71: APOSTILA LAT/TTPII

V - recreação, entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto

rural;

VI - eventos;

VII - outras atividades praticadas no meio rural em função do turismo ou que se

constituam no motivo da visita.

Art. 45 . Constituem produtos e atrativos turísticos para o turismo rural:

I - alimentos in natura ou processados, tais como cereais, peixes, carnes, frutas,

legumes, verduras doce, mel, pão, embutidos;

II - bebidas, tais como vinho e aguardente;

III - artesanato e outros produtos associados ao turismo, criação de animais,

atividades eqüestres e de pesca;

IV - atividades de ecoturismo, esportes de aventura, caminhadas;

V - atividades pedagógicas no ambiente rural;

VI - manifestações folclóricas, músicas, danças, tradições religiosas, gastronomia,

saberes e fazeres locais;

VII - atividades recreativas no meio rural;

VIII - visitação a fazendas, casas de cultura e ao patrimônio histórico cultural.

Art. 46 . O empreendimento ou serviço voltado à exploração do turismo rural

deverá estar em conformidade com esta Lei, cabendo aos órgãos estaduais

competentes à fiscalização dos empreendimentos em parceria com entidades da

iniciativa privada.

Art. 47 . Poderão ser concedidos incentivos financeiros a empreendimentos de

turismo rural que apresentem projeto, com definição de metas, cronograma de

implantação e documentação comprobatória da adequação do empreendimento às

exigências contidas nesta Lei.

Parágrafo único. Os incentivos de que trata este artigo serão concedidos sob a

forma de financiamento por fundos públicos de investimentos, concessão

de crédito especial, prêmio, empréstimo e outras modalidades de benefícios a

serem estabelecidas pelo Poder Executivo.

Art. 48 . Compete à Secretaria de Turismo, diretamente ou através de parcerias

público-privadas, a concessão de Certificação de Empreendimento de Turismo

Rural de Qualidade, conforme critérios a serem definidos em regulamento próprio,

Page 72: APOSTILA LAT/TTPII

a ser elaborado pela Secretaria de Turismo e aprovado pelo Conselho Estadual de

Turismo.

CAPÍTULO VI

DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS

Seção I

Da Prestação de Serviços Turísticos

Art. 49 . São prestadores de serviços turísticos as sociedades empresárias,

sociedades simples, os empresários individuais e os serviços sociais autônomos

cadastrados no Ministério do Turismo na forma da Lei Federal nº 11.771, de 17 de

setembro de 2008, que exerçam as seguintes atividades econômicas relacionadas

à cadeia produtiva do turismo:

I - meios de hospedagem;

II - agências de turismo;

III - transportadoras turísticas;

IV - organizadoras de eventos;

V - parques temáticos;

VI - acampamentos turísticos.

§ 1º Os Guias de Turismo, regidos pela Lei Federal nº 8.623, de 28 de janeiro de

1993, são igualmente considerados prestadores de serviços turísticos, desde que

cadastrados no Ministério do Turismo.

§ 2º Atendidas as condições próprias estabelecidas em legislação específica,

consideram-se prestadores de serviços turísticos as sociedades empresárias que

optarem por se cadastrar no Ministério do Turismo na forma da Lei Federal nº

11.771, de 17 de setembro de 2008, que exerçam atividades relacionadas às

seguintes áreas de atuação:

I - restaurantes, lanchonetes, bares e similares;

II - centros ou locais destinados a convenções ou feiras, exposições e similares;

III - parques temáticos aquáticos e empreendimentos dotados de equipamentos de

entretenimento e lazer;

IV - marinas e empreendimentos de apoio ao turismo náutico ou à pesca

desportiva;

V - casas de espetáculos e equipamentos de animação turística;

Page 73: APOSTILA LAT/TTPII

VI - organizadores, promotores e prestadores de serviços de infraestrutura,

locação de equipamentos e montadoras de feiras de negócios, exposições e

eventos;

VII - locadoras de veículos para turistas;

VIII - prestadores de serviços especializados na realização e promoção das

diversas modalidades dos segmentos turísticos, inclusive atrações turísticas e

empresas de planejamento, bem como a prática de suas atividades.

Art. 50 . Os prestadores de serviços turísticos que não estiverem contemplados na

Lei Federal nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, deverão efetuar o cadastro na

Secretaria de Turismo.

§ 1º A documentação necessária para o cadastramento previsto no caput deste

artigo será fixada em norma regulamentar expedida pela Secretaria de Turismo.

§ 2º As filiais dos prestadores de serviços turísticos são igualmente sujeitas ao

cadastro, exceto no caso de stand de agências de turismo instalado em local

destinado a abrigar evento de caráter temporário e cujo funcionamento se restrinja

ao período de sua realização.

§ 3º Somente poderão exercer a atividade de serviços turísticos os prestadores

cadastrados no Ministério do Turismo ou Secretaria de Turismo.

Art. 51 . É dever dos meios de hospedagem estabelecidos no Estado da Bahia

afixar placa, em local visível e de grande circulação, informando ser proibida a

hospedagem de criança ou adolescente desacompanhadas de seus pais ou

responsáveis, visando à efetiva observância dos termos da Lei nº 8.978, de 12 de

janeiro de 2004, e da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da

Criança e do Adolescente.

Parágrafo único. A placa deverá conter os seguintes dizeres: "É proibida a

hospedagem de criança ou adolescente em hotéis, motéis, pensões, pousadas ou

estabelecimentos congêneres, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou

responsáveis - Art. 82, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº

8.069, de 13.07.1990)".

Art. 52 . Os prestadores de serviços de transporte turístico de superfície terrestre

ou aquático deverão cumprir as regras e condições estabelecidas na norma de

regulamentação de transporte turístico federal, estadual e municipal.

Page 74: APOSTILA LAT/TTPII

Subseção I

Dos Condutores de Visitantes

Art. 53. Fica criada a atividade de Condutor de Visitantes do Estado da Bahia, que

exercerá as funções de acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas

ou grupos em visita a determinado destino ou atrativo turístico específico.

Parágrafo único. O Condutor de Visitantes deverá ser cadastrado na Secretaria de

Turismo.

Art. 54 . Condutor de Visitantes é toda pessoa física prestadora de serviços

turísticos, cuja experiência adquirida no trato diuturno, em atrativo, destino turístico

ou núcleo receptor, lhe permita conduzir o turista com segurança em seus

passeios e visitas a unidades de conservação e trilhas, roteiros náuticos, sítios ou

empreendimentos de interesse cultural, histórico ou artístico e outros atrativos

ecológicos, urbanos e rurais.

Art. 55 . Os Condutores de Visitantes não poderão exercer atribuições inerentes

às empresas, empreendimentos e profissionais sujeitos à habilitação e à

fiscalização pelo Ministério do Turismo, nos termos da legislação federal.

Art. 56 . Conforme a especificidade da atividade desempenhada, os Condutores

de Visitantes serão cadastrados nas classes seguintes:

I - condutor de atrativo natural: atividades vinculadas ao acompanhamento,

orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos, em visitas a

grutas, cavernas, trilhas, rios e cachoeiras, localizados em unidade de

conservação ou atrativos naturais específicos;

II - condutor de sítio histórico, artístico e cultural: atividades vinculadas ao

acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos,

em visitas a sítio histórico, artístico ou cultural específico;

III - condutor náutico: atividades vinculadas ao acompanhamento, orientação e

transmissão de informações a pessoas ou grupos, em visitas a determinado roteiro

marítimo, lacustre ou fluvial específico;

IV - condutor de turismo rural: atividades vinculadas ao acompanhamento,

orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos, em visitas a

localidades vinculadas ao turismo rural;

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V - condutor de turismo religioso: atividades vinculadas ao acompanhamento,

orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos em visitas a

Santuários e roteiros religiosos específicos.

Parágrafo único. Os condutores de visitantes poderão ser cadastrados em, no

máximo, 03 (três) das classes referidas nos incisos anteriores, desde que

comprovem experiência no atrativo, sítio ou circuito turístico para os quais estejam

habilitados a exercer a atividade.

Art. 57 . O cadastramento dos condutores de visitantes está condicionado à

comprovação do atendimento aos seguintes requisitos:

I - ter concluído com frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) o curso

de qualificação para Condutores de Visitantes, realizado pelas Instituições de

Educação Profissional ou por cursos credenciados pela Secretaria de Turismo;

II - ser brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil com visto permanente;

III - ser maior de 18 (dezoito) anos;

IV - ter concluído o ensino fundamental;

V - comprovar residência permanente no município pelo período mínimo de 02

(dois) anos;

VI - comprovar experiência adquirida em determinado atrativo, sítio ou circuito

turístico, mediante a apresentação de declaração da Prefeitura do Município em

que atua.

Art. 58 . O procedimento para cadastramento dos Condutores de Visitantes na

Secretaria de Turismo será objeto de regulamento próprio.

Art. 59 . A renovação do cadastramento de Condutores de Visitantes far-se-á a

cada 02 (dois) anos, ficando condicionada à comprovação da efetiva prestação

dos serviços no período em referência, através de declaração da Prefeitura do

Município em que atua.

Art. 60 . Os Informes Cadastrais dos Condutores de Visitantes habilitados pela

Secretaria de Turismo serão incluídos no seu banco de dados e encaminhados ao

Ministério do Turismo, mediante procedimento estabelecido em regulamento.

Art. 61 . Os Monitores de Turismo que efetuaram o cadastro na BAHIATURSA, de

acordo com a Resolução nº 01/2001, deverão revalidar o seu cadastro como

Condutores de Visitantes na Secretaria de Turismo.

Subseção II

Page 76: APOSTILA LAT/TTPII

Dos Direitos e Deveres dos Prestadores de Serviços Turísticos

Art. 62. São Direitos dos Prestadores de Serviços Turísticos do Estado da Bahia

que estejam cadastrados no Ministério do Turismo o acesso a programas de apoio,

financiamentos ou outros benefícios constantes da legislação de fomento ao

Turismo e a programas de qualificação, promoção e divulgação realizados pela

Secretaria de Turismo e BAHIATURSA.

Art. 63 . Além das obrigações previstas no art. 34 da Lei Federal nº 11.771, de 17

de setembro de 2008, são deveres dos prestadores de serviços turísticos do

Estado da Bahia:

I - apresentar, na forma e no prazo estabelecido pela Secretaria de Turismo,

informações e documentos referentes ao exercício de suas atividades,

empreendimentos, equipamentos e serviços, bem como ao perfil de atuação,

qualidade e padrões dos serviços por eles oferecidos, permitindo o acesso dos

agentes fiscais, para realização de fiscalização e controle de qualidade;

II - manter os padrões dos serviços relacionados no cadastro da empresa ou

empreendimento e constatados no controle de qualidade;

III - prestar os serviços oferecidos na qualidade e forma em que foram divulgados,

cumprir e honrar os contratos firmados com o consumidor.

Seção II

Da Fiscalização e do Controle de Qualidade

Art. 64 . Compete à Secretaria de Turismo fiscalizar os prestadores de serviços

turísticos, conforme convênio celebrado entre a União e o Estado da Bahia.

Parágrafo único. A fiscalização será executada por agentes fiscais de turismo,

oficialmente designados pelo Ministério do Turismo e pela Secretaria de Turismo,

credenciados mediante cédula de identificação fiscal, de acordo com o

procedimento fixado em regulamento.

Art. 65 . Fica instituído o Controle de Qualidade dos meios de hospedagem,

operacionalizado pela Secretaria de Turismo com a finalidade de promover o

aprimoramento da qualidade dos serviços turísticos do Estado e estimular a

competitividade, através da fiscalização e verificação periódica das condições de

funcionamento e operação dos equipamentos e serviços turísticos.

Art. 66 . O Controle de Qualidade tem por objetivos:

Page 77: APOSTILA LAT/TTPII

I - promover a melhoria da qualidade dos serviços através da orientação

direcionada a real necessidade de cada empreendimento frente aos interesses do

consumidor;

II - fiscalizar as condições de funcionamento, instalações, equipamentos e

serviços;

III - fiscalizar o atendimento às normas governamentais de defesa do consumidor e

de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes e ao trabalho infantil;

IV - orientar sobre o Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem e o

Sistema Nacional de Registro de Hóspedes, conforme Portarias ministeriais;

V - orientar quanto à necessidade de qualificação e capacitação dos Recursos

Humanos, objetivando a melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados

pelo empreendimento;

VI - orientar quanto à observância e atendimento das normas brasileiras referentes

à segurança dos equipamentos turísticos;

VII - oferecer recursos administrativos e tecnológicos para possibilitar aos usuários

avaliarem a qualidade dos serviços prestados e notificar as ocorrências.

Art. 67 . O Controle de Qualidade será realizado nos empreendimentos por

agentes fiscais da Secretaria de Turismo, considerando aspectos de conservação,

limpeza, higiene, segurança, conforto, atendimento às normas governamentais de

defesa do consumidor e demais exigências prevista nesta Lei.

Seção III

Das Infrações e Penalidades

Subseção I

Das Infrações

Art. 68. Além das hipóteses previstas na Lei Federal nº 11.771, de 17 de setembro

de 2008, considera-se infrações, sujeitas à pena de advertência por escrito:

I - não cumprir as medidas determinadas nas notificações expedidas pela

Secretaria de Turismo para prestação de informações ou esclarecimentos,

remessa ou apresentação de documentos que digam respeito ao exercício da

atividade;

II - criar resistência ou embaraço a fiscalização por agente fiscal da Secretaria de

Turismo;

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III - deixar de manter os padrões dos serviços relacionados no Cadastro da

empresa ou empreendimento, constatados no Controle de Qualidade, e que possa

comprometer a prestação do serviço quanto à qualidade e segurança;

IV - comprometer a imagem do Estado da Bahia como destino turístico, através de

práticas que facilitem ou estimulem a exploração de crianças e adolescentes ou

adotem qualquer forma de discriminação de gênero, raça, religião;

V - não atendimento às obrigações previstas no art. 63 desta Lei.

Parágrafo único. A reincidência das infrações previstas neste artigo, bem como o

descumprimento dos deveres estabelecidos no art. 63 desta Lei suscitará a

aplicação da pena prevista no inciso VI do art. 71 desta Lei.

Art. 69 . Constituem infrações disciplinares dos Condutores de Visitantes:

I - deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação;

II - utilizar a identificação de Condutores de Visitantes fora dos restritos limites de

suas atribuições e da especialidade cadastrada ou facilitar, por qualquer meio, o

seu exercício a pessoas não cadastradas;

III - praticar, no exercício da sua atividade, ato que contrarie as disposições do

Código de Defesa do Consumidor ou que a lei defina como crime ou contravenção;

IV - manter conduta e apresentação incompatíveis com o exercício da atividade.

Parágrafo único. Considera-se conduta incompatível com o exercício da atividade,

dentre outras:

I - prática reiterada de jogos de azar, como tais definidos em lei;

II - incontinência de conduta;

III - ato de improbidade;

IV - embriaguez habitual;

V - uso de drogas.

Art. 70 . As infrações ao disposto no artigo anterior serão punidas segundo o seu

caráter e a sua gravidade, com as seguintes penalidades:

I - advertência, aplicada para todas as infrações disciplinares;

II - cancelamento do cadastro, sempre que houver reincidência nas infrações

previstas nos incisos II, III e IV do art. 69 desta Lei.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas, após

processo administrativo, no qual se assegurará ao prestador de serviço turístico

ampla defesa.

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Subseção II

Das Penalidades

Art. 71. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará os prestadores de

serviços turísticos às seguintes penalidades, observado o contraditório e a ampla

defesa:

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - cancelamento da classificação;

IV - interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial,

empreendimento ou equipamento;

V - cancelamento do cadastro;

VI - impedimento de fruição ou manutenção dos benefícios previstos no art. 62

desta Lei.

§ 1º As penalidades fixadas nos incisos de I a V deste artigo serão aplicadas pela

Secretaria de Turismo, por meio do convênio previsto no art. 64 desta Lei, na

forma estabelecida pela Lei Federal nº 11.771, de 17 de setembro de 2008.

§ 2º As penalidades previstas nos incisos II a VI deste artigo poderão ser aplicadas

isolada ou cumulativamente.

§ 3º A aplicação da penalidade referida no inciso VI deste artigo acarretará a perda

no todo ou em parte dos benefícios, recursos ou incentivos que estejam sendo

concedidos ao prestador de serviços turísticos no âmbito do Estado da Bahia, cujo

critério de gradação será objeto de regulamento.

Art. 72 . Da aplicação das penalidades previstas no art. 71 desta Lei, caberá

pedido de reconsideração no prazo de 10 (dez) dias, contados a partir da efetiva

ciência.

§ 1º O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade que houver proferido a

decisão.

§ 2º No caso de indeferimento do pedido de reconsideração, o interessado poderá,

no prazo de 10 (dez) dias contados da ciência da decisão, apresentar recurso

hierárquico, com efeito suspensivo, para junta de recurso, cujos critérios para

composição e a forma de atuação serão regulamentados pelo Poder Executivo.

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Art. 73 . Cumprida a penalidade e cessados os motivos de sua aplicação, os

prestadores de serviços turísticos poderão requerer reabilitação, nos termos do art.

40 da Lei Federal nº 11.771, de 17 de setembro de 2008.

CAPÍTULO VII

DOS DIREITOS E DEVERES DOS TURISTAS

Art. 74 . São direitos do Turista no Estado da Bahia:

I - o acesso a informações seguras e objetivas, relativas aos atrativos naturais,

históricos, artísticos e quaisquer outras que lhe possam ser úteis, fornecidas pelos

órgãos oficiais do Estado quando em visita ao Estado da Bahia;

II - o acesso aos órgãos de controle e fiscalização da Secretaria de Turismo,

através de aplicativo e outros meios de comunicação viabilizados pela tecnologia

da informação;

III - a obtenção de informações céleres que viabilizem o acompanhamento e

resposta das reclamações formuladas.

Art. 75 . São deveres do Turista no Estado da Bahia:

I - respeitar usos e costumes das localidades visitadas;

II - conhecer e respeitar as restrições e riscos ambientais, relativos aos atrativos

naturais visitados;

III - comprometer-se com o uso racional dos recursos naturais, para reduzir os

impactos ao meio ambiente.

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 76 . Compete aos Municípios integrantes das Zonas Turísticas e aqueles

declarados como Municípios Turísticos, estabelecer exigências mínimas nos

instrumentos de Política Urbana, tais como Plano Diretor Urbano, Lei de Uso e

Ocupação do Solo, Código Ambiental, Código de Obras, para a construção e

funcionamento de meios de hospedagem tendo em vista as exigências previstas

no Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem.

Art. 77 . Para atender ao disposto no art. 16 desta Lei, fica criado, na estrutura de

cargos em comissão da Secretaria de Turismo, 02 (dois) cargos de Assistente de

Conselho, símbolo DAS-3.

Page 81: APOSTILA LAT/TTPII

Art. 78 . Aplica-se subsidiariamente a esta Lei a Lei Federal nº 11.771, de 17 de

setembro de 2008.

Art. 79 . O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180

(cento e oitenta) dias.

Art. 80. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 09 de janeiro de 2014.

JAQUES WAGNER

Governador

Rui Costa

Secretário da Casa Civil

João Carlos Oliveira da Silva

Secretário de Turismo em exercício

Antônio Albino Canelas Rubim

Secretário de Cultura

Eugênio Spengler

Secretário do Meio Ambiente

Maurício Teles Barbosa

Secretário da Segurança Pública

José Sérgio Gabrielli de Azevedo

Secretário do Planejamento

James Silva Santos Correia

Secretário da Indústria, Comércio e Mineração

Otto Alencar

Secretário de Infra-Estrutura

Eduardo Seixas de Salles

Secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e

Aquicultura

Fonte http://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=264346

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

CAPÍTULO II Da Política Nacional de Relações de Consumo

CAPÍTULO III Dos Direitos Básicos do Consumidor

CAPÍTULO IV Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos

CAPÍTULO V

Das Práticas Comerciais

CAPÍTULO VI Da Proteção Contratual

CAPÍTULO VII

Das Sanções Administrativas

O QUE É

• O Código de Defesa do Consumidor é uma lei abrangente que trata das relações de

consumo em todas as esferas: civil, definindo as responsabilidades e os mecanismos para a

reparação de danos causados; administrativa, definindo os mecanismos para o poder público

atuar nas relações de consumo; e penal, estabelecendo novos tipos de crimes e as punições

para os mesmos

FONTE : http://www.idec.org.br/consultas/codigo-de-defesa-do-consumidor

Uma das premissas essenciais para se estabelecer a chamada relação de

consumo, são os conceitos legais para palavras

Page 83: APOSTILA LAT/TTPII

como consumidor, serviço ou produto. Elas estão estabelecidas nos artigos

iniciais do CDC:

• Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto

ou serviço como destinatário final. Equipara-se a consumidor a coletividade de

pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de

consumo. (art. 2º)

• Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional

ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que desenvolvem

atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou

prestação de serviços. (art. 3º)

• Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. (art. 3º, §

1º)

• Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo mediante

remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e

securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (art. 3º, §

2º)

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Código de ética aprovado no VII Congresso Brasileiro de Guias de Turismo

Belo Horizonte, 20 a 23 de outubro de 1987

Art. 1º - Atuar sempre á luz da verdade, não induzindo o usuário dos seus serviços

a erros de interpretação, quanto às informações prestadas.

Art. 2º - Possuir vocação e preparo adequado para o exercício da atividade de

GUIA DE TURISMO, procurando o aprimoramento constante, através de cursos,

seminários e congêneres.

Art. 3º - Desenvolver ao máximo o seu sentido de responsabilidade, evitando que,

por omissão ou negligência, seus atos possam causar prejuízos à empresa onde

trabalha, ao público em geral ou aos seus companheiros de profissão.

Art. 4º - Demonstrar conduta apropriada em todos os seus atos, públicos e

privados, atendendo com esmero, pontualidade, discrição e zelosa diligência às

funções de GUIA DE TURISMO.

Art. 5º - Procurar sempre em seu relacionamento com as autoridades públicas,

obter o reconhecimento da importância da sua atividade para com a comunidade,

com igualdade para seus colegas de todo o mundo.

Art. 6º - Praticar a amizade como um fim e não como um meio, respeitando em

todos os momentos e se fazendo respeitar como pessoa humana.

Art. 7º - Colaborar com os colegas que lhe solicitarem apoio para desenvolver sua

atividade, dando proteção aos interesses dos mesmos como se fossem seus,

desde que não venha a ser prejudicado no desempenho de suas próprias

funções.

Art. 8º - Prestar o máximo apoio ao SINDICATO DOS GUIAS DE TURISMO DO

BRASIL, ao qual deve pertencer, ajudando-o a fortalecer-se para que o mesmo,

por sua vez, melhor possa proteger os interesses de seus associados.

Art. 9º - Procurar eleger e promover os mais capacitados valores da categoria para

dirigir o SINDICATO DOS GUIAS DE TURISMO DO BRASIL.

Art. 10º - Colaborar, sob todas as formas ao seu alcance, com o SINDICATO,

submetendo ao poder arbitral do mesmo qualquer conflito de interesse.

Art. 11º - Apresentar-se sempre como um eficiente e sério profissional, constante

portador da mensagem de Paz e Entendimento entre todos os povos.

Art. 12° - Não tecer, quando no exercício da atividade, comentários políticos –

partidários, não emitir qualquer comentário desfavorável sobre pessoas ou locais,

nem fazer qualquer tipo de discriminação de raça, credo, religião, sexo ou

costumes.

Art 13° - Respeitar o meio ambiente e o patrimônio cultural e artístico, colaborando

na sua preservação e atuando junto à sociedade visando evitar a depredação da

Page 85: APOSTILA LAT/TTPII

natureza e do patrimônio cultural e artístico.

Art. 14º - Manter postura correta e vocabulário adequado ao exercício da profissão

de GUIA DE TURISMO.

Art. 15º - O Presente Código de Ética substitui o anterior e passa a vigorar a partir

desta data.

Belo Horizonte (MG), 23 de outubro de 1987.

O Código Mundial de Ética do Turismo escrito pela Organização Mundial do

Turismo (OMT), prevê em seu Artigo 9, como segue:

“Artigo 9: Direito dos Trabalhadores e Empresários do Setor Turístico

Os trabalhadores assalariados e autônomos do setor turístico e de atividades

ligadas ao setor, tem o direito e o dever de adquirir uma formação inicial e contínua

adequada. Terão assegurados uma proteção social suficiente, dando-lhes

condições adequadas de trabalho. Será proposto um estatuto particular aos

trabalhadores estáveis do setor, especialmente com respeito a seguridade social”.

Fonte: Organização Mundial do Turismo, disponível em:

http://www.unwto.org/ethics/full_text/en/pdf/Portugal.pdf

Conselho de Ética:

Em Assembléia Geral Ordinária realizada em 14 de setembro de 2010, foram

eleitos os membros que participaram durante um ano do conselho de ética, sendo,

cinco membros efetivos e dois suplentes. Sendo:

Marcelo da Rocha

Marcelo Benitez

Fidel Alvarenga

Sidnei dos Reis

José Tadeu de Almeida

Edjalma de Oliveira Barros

Ildo José Preussler

A Carta de Ética está sendo elaborada e será disponibilizada em breve.

Fonte : http://singturfoz.com.br/codigo_de_etica_do_guia.html

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Código Mundial de Ética do TurismoArtigo por Colunista Portal - Educação - quinta-feira, 25 de setembro de 2008

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O Código Mundial de Ética do Turismo elaborado pela Organização Mundial do Turismo é uma referência para o desenvolvimento sustentável e responsável da atividade no âmbito mundial.

A promulgação do Código Mundial de Ética do Turismo veio para dar credibilidade ao setor e garantir a minimização dos impactos negativos do turismo sob o meio ambiente, o patrimônio cultural e as sociedades, permitindo assim que sejam aumentados os benefícios para os moradores daslocalidades turísticas. O texto, na íntegra, pode ser visualizado abaixo.

CÓDIGO MUNDIAL DE ÉTICA DO TURISMONos, Membros da Organização Mundial do Turismo (OMT), representantes do setor turístico mundial, delegados de estados, territórios, empresas, instituições e organismos reunidos na Assembléia General em Santiago do Chile no 1º de outubro de 1999, Reafirmando os objetivos enunciados no artigo 3 dos Estatutos da Organização Mundial do Turismo, e conscientes da função "central y decisiva" que reconheceu à Organização, a Assembléia Geral das Nações Unidas na promoção e no desenvolvimento do turismo com a finalidade de contribuir ao crescimento econômico, a compreensão internacional, a paz e a prosperidade dos países, assim como ao respeitouniversal e observação dos diretos humanos e das liberdades fundamentais sem distinção de raça, sexo, língua nem religião,

Profundamente convencidos de que, graças ao contato direto, espontâneo e imediato que permite entre homens e mulheres de culturas e formas de vida diferentes, o turismo é una força vivaao serviço da paz e um fator de amizade e compreensão entre os povos,

Atendo-nos aos princípios encaminhados a conciliar com sustentabilidade a proteção do meio ambiente, o desenvolvimento econômico e a luta contra a pobreza, que as Nações Unidas formularam, na "Cume sobre a Terra" de Rio de Janeiro em 1992 e que expressaram-se no Programa 21 adotado nessa ocasião,

Tendo presente o rápido e continuo crescimento, tanto passado como previsível, da atividade turística originada por motivos de lazer, negócios, cultura, religião ou saúde, seus poderosos efeitos positivos e negativos no meio ambiente, na economia e na sociedade dos países emissores e receptores, nas comunidades locais e nas populações autóctones, assim como nas relações e nos intercâmbios internacionais,

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Movidos peIa vontade de fomentar um turismo responsável e sustentável, ao que todos tenham acesso no exercício do direito que corresponde a todas as pessoas de dispor de seu tempo livre parafins de lazer e viagens, com o devido respeito as opções de sociedade de todos os povos,

Porque Persuadidos também de que o setor turístico em seu conjunto se favoreceria consideravelmente de desenvolver-se em um conjunto que fomente a economia de mercado, a empresa privada e a liberdade de comércio, o que lhe permita otimizar seus efeitos benéficos de criação de atividades e empregos.

Intimamente Convencidos de que sempre se repetem determinados princípios e se observam certas normas, o turismo responsável e sustentável não é de modo algum incompatível com uma maior liberação pelas quais se rege o comércio de serviços sob cuja tutela operam as empresas do setor a quem cabe conciliar neste campo: economia e ecologia, meioambiente e desenvolvimento, e abertura aos intercâmbios internacionais e proteção das identidades sociais e culturais.

Considerando que neste processo todos os agentes do desenvolvimento turístico - administrações nacionais, regionais e locais, empresas, associações profissionais, trabalhadores do setor, organizações não governamentais e organismos de todo tipo do setor turístico e também as comunidades receptoras, os órgãos de imprensa e os próprios interdependentes na valorização individual e social do turismo e que a definição dos direitos e deveres de cada um contribuirá para atingir este objetivo.

Interessados tanto quanto a própria Organização Mundial do Turismo desde que em 1977 sua Assembléia Geral adotou, em Istambul, a Resolução 364 (XII) para promover uma verdadeira colaboração entre os agentes públicos e privados do desenvolvimento turístico, e desejosos de que uma organização (associação)e uma cooperação de mesma natureza se entendam de forma aberta eequilibrada nas relações entre países emissores e receptores, e entre seus respectivos setores turísticos.

Expressando nossa vontade em dar continuidade às Declarações de Manila de 1980 sobre o turismo mundial, e de 1997 sobre os efeitos sociais do turismo, como também à Carta do Turismo e o código do Turista adotado em Sofia, em 1985 sob os auspícios da OMT.

Porque entendendo que esses instrumentos devem completar-se em seu conjunto de princípios interdependentes em sua interpretação e explicação aos quais os agentes de negócio turístico terão que ajustar sua conduta no começo do século XXI.

Referindo-nos, para os efeitos do presente instrumento, às definições e classificações aplicáveis aosviajantes, e especialmente às noções de "visitantes", "turista", e "turismo" que adotou a Conferência Internacional de Otawa, realizada de 24 a 28 de junho de 1991, e que aprovou em 1993 a Comissão de Estatutos das Nações Unidas, em seu 27º período de seções.

Atendo-nos particularmente aos instrumentos que se relacionam à continuação:

• Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1984,

• Pacto Internacional de Direitos Econômicos e Culturais, de 16 de dezembro de 1966,

• Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 16 de dezembro de 1966,

• Convênio de Varsóvia sobre o transporte aéreo, de 12 de outubro de 1929,

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• Convênio Internacional de Chicagosobre a Aviação Civil, de 07 de dezembro de 1944, assim como asconvenções de Tóquio , Haia e Montreal adotadas em relação aos citados convênios,

• Convenção sobre as facilidades aduaneiras para o turismo, de 04 de julho de 1954 e protocolo associado,

• Convênio relativo a proteção do patrimônio mundial e cultural de 23 de novembro de 1972,

• Declaração de Manila sobre o Turismo Mundial, de 10 de outubro de 1980,

• Resolução da Sexta Assembléia geral da OMT(Sofia) onde se adaptaram a carta do Turismo e o Código do Turista, de 26 de setembro de 1985,

• Convenção sobre os Direitos das Crianças, de 26 de janeiro de 1990,

• Resolução da nona Assembléia Geral da OMT ( Buenos Aires) relativa a facilitação das viagens e da segurança dos turistas, de 04 de outubro de 1991,

• Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento de 13 de junho de 1992,

• Acordo Geral sobre o Comércio de serviços, de 15 de abril de 1994,

• Convênio sobre a Diversidade Biológica, de 16 de janeiro de 1995,

• Resolução da décima primeira Assembléia Geral da OMT ( no Cairo) sobre a prevenção do turismo sexual organizado, de 22 de outubro de 1995,

• Declaração de Estocolmo contra a exploração sexual comercial das crianças, de 28 de agosto de 1996,

• Declaração de Manila sobre os Efeitos sociais do Turismo, de 22 de maio de 1997, e

• Convênios e recomendações adotados pela Organização Internacional do Trabalho em relação aos convênios coletivos, a proibição de trabalhos forçados e do trabalho infantil, a defesa dos direitos dos povos autóctones, e a igualdade de trato e a não discriminação no trabalho.

Afirmamos o direito ao turismo e a liberdade de deslocamentos turísticos, Expressamos nossavontade de promover um ordenamento turístico mundial eqüitativo, responsável e sustentável, em benefício mutuo de todos os setores da sociedade e uma volta da economia internacional aberta e liberalizada e Proclamamos solenemente com esse fim os princípios do Código Ético Mundial para o Turismo.

Artigo 1º

CONTRIBUIÇÃO DO TURISMO PARA O ENTENDIMENTO E RESPEITO MÚTUO ENTRE HOMENS E A SOCIEDADES

1. A compreensão e a promoção dos valores éticos comuns da humanidade, em um espírito de tolerância e respeito à diversidade, às crenças religiosas, filosóficas e morais são, por sua vez, o fundamento e a conseqüência de um turismo responsável. Os agentes do desenvolvimento turístico e os próprios turistas deverão prestar atenção às tradições e práticas sociais e culturais de todos os povos, incluindo as minorias nacionais e as populações autóctones, e reconhecerão suas riquezas.

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2. As atividades turísticas se organizarão em harmonia com as peculiaridades e tradições das regiões e países receptores, respeitando suas leis e costumes.

3. Tanto as comunidades receptoras como os agentes profissionais locais terão que aprender a conhecer e respeitar os turistas que os visitam, informar-se sobre sua forma de vida, seus gostos e suas expectativas. A educação e a formação que competem aos profissionais contribuirão para uma recepção hospitaleira aos turistas.

4. As autoridades públicas têm a missão de assegurar a proteção dos turistas e dos visitantes, assim como de seus pertences. Ficarão com o encargo de prestar atenção especial aos turistas estrangeiros, devido a sua vulnerabilidade. A finalidade será facilitar a fixação de meios

de informação, prevenção, proteção, seguro e assistência específicos que correspondam as suas necessidades. Os atentados, agressões, seqüestros e ameaças dirigidos contra turistas ou trabalhadores do setor turístico, assim como a destruição intencional de instalações turísticas ou de elementos do patrimônio cultural e natural devem ser condenados e reprimidos com severidade, conforme a legislação nacional respectiva.

5. Em seus deslocamentos, os turistas e visitantes deverão evitar todo o ato criminal ou considerado delinqüente pelas leis do país que visitam, bem como qualquer comportamento que possa chocar a população local, ou ainda, danificar o entorno do lugar. Deverão se abster de qualquer tipo de tráficode drogas, armas, antigüidades, espécies protegidas, produtos e substâncias perigosas e proibidas pelo regulamento nacional.

6. Os turistas e visitantes têm a responsabilidade de informar-se desde sua saída, sobre as características do país que se dispõem a visitar. Mesmo assim serão conscientizados dos riscos de saúde e seguros inerentes a todos os deslocamentos fora de seu entorno habitual, e deverão comportar-se de forma que diminua estes riscos.

Artigo 2

O TURISMO, INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E COLETIVO

1. O turismo, que é uma atividade geralmente associada ao descanso, a diversão, ao esporte e ao acesso a cultura e a natureza, deve conceber-se e praticar-se como um meio privilegiado de desenvolvimento individual e coletivo. Considerando-se a abertura de espírito necessária, é um fator insubstituível de autoeducação, tolerância mútua e aprendizagem das legítimas diferenças entre os povos, culturas e suas diversidades.

2. As atividades turísticas deverão respeitar a igualdade entre homens e mulheres. Mesmo assim, deverão ser promovidos os direitos humanos e em particular, os direitos específicos dos grupos de populações mais vulneráveis, especialmente as crianças, maiores de idade, as pessoas incapacitadas,as minorias étnicas e os povos autóctones.

3. A exploração de seres humanos, em qualquer de suas formas, principalmente a sexual, e em particular quando afeta as crianças, fere os objetivos fundamentais do turismo e estabelece uma negação de sua essência. Portanto, conforme o direito internacional, deve-se combatê-la sem reservas, com a colaboração de todos os Estados interessados, e penalizar os autores destes atos com o rigor das legislações nacionais dos países visitados e dos próprios países destes, mesmo quando cometidos no exterior.

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4. Os deslocamentos por motivos de religião, saúde, educação e intercâmbio cultural ou lingüístico, constituem formas particularmente interessantes de turismo e merecem promover-se.

5. Será favorecida a introdução de programas de estudo, como intercâmbios turísticos, mostrando seus benefícios econômicos, sociais e culturais, mas, também, seus riscos.

Artigo 3

O TURISMO, FATOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1. Todos os agentes de desenvolvimento turístico têm o dever de proteger o meio ambiente e os recursos naturais, com perspectiva de um crescimento econômico constante e sustentável, que seja capaz de satisfazer eqüitativamente as necessidades e aspirações das gerações presentes e futuras.

2. As autoridades públicas nacionais, regionais e locais favorecerão e incentivarão todas as modalidades de desenvolvimento turístico que permitam preservar recursos naturais escassos e valiosos, em particular a água e a energia, e evitem no que for possível a produção de resíduos.

3. Se procurará distribuir no tempo e no espaço os movimentos de turistas e visitantes, em particular por intermédio das férias remuneradas e das férias escolares, e, equilibrar melhor a freqüência com a finalidade de reduzir a pressão que exerce a atividade turística no meio ambiente ede aumentar seus efeitos benéficos no setor turístico e na economia local.

4. Se concederá a infra-estrutura e se programarão as atividades turísticas de forma que se proteja opatrimônio natural que constituem os ecossistemas e a diversidade biológica, e que se preservem as espécies em perigo da fauna e da flora silvestre. Os agentes do desenvolvimento turístico, e em particular os profissionais do setor, devem admitir que se imponham limites à suas atividades quando as mesmas sejam exercidas em espaços particularmente vulneráveis: regiões desérticas, polares ou de alta montanha, litorâneas, florestas tropicais ou zonas úmidas, que sejam idôneos para a criação de parques ou reservas protegidas.

5. O turismo de natureza e o ecoturismo se reconhecem como formas de turismo particularmente enriquecedoras e valorizadoras, sempre que respeitem o patrimônio natural e a população local e se ajustem à capacidade de carga dos lugares turísticos.

Artigo 4

O TURISMO, FATOR DE APROVEITAMENTO E ENRIQUECIMENTO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE

1. Os recursos turísticos pertencem ao patrimônio comum da humanidade. As comunidades, em cujo, território se encontram, tem com relação a eles direitos e obrigações particulares.

2. As políticas e atividades turísticas se inteirarão a respeito do patrimônio artístico, arqueológico e cultural que devem proteger, e transmitir para as gerações futuras. Se concederá atenção particular à proteção e à recuperação dos monumentos, santuários e museus, como também dos lugares de interesse histórico ou arqueológico, que devem estar amplamente abertos à visitação turística. Se estimulará o acesso do público aos bens e monumentos culturais de propriedade particular respeitando os direitos de seus proprietários, assim como aos edifícios religiosos sem prejudicar os cultos.

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3. Os recursos procedentes da visitação dos lugares e monumentos de interesse cultural teriam que ser designados preferencialmente, ao menos em parte, à manutenção, proteção, melhoria e ao enriquecimento desse patrimônio.

4. A atividade turística se organizará de modo que permita a sobrevivência e o progresso da produção cultural e artesanal tradicional, assim como, do folclore e que não caminhe para sua normalização e empobrecimento.

Artigo 5

O TURISMO, ATIVIDADE BENÉFICA PARA OS PAÍSES E AS COMUNIDADES DE DESTINO

1. As populações e comunidades locais se associarão às atividades turísticas e terão uma participação eqüitativa nos benefícios econômicos, sociais e culturais que referem, especialmente na criação direta e indireta de emprego que ocasionem.

2. As políticas turísticas se organizarão de maneira que contribuam com a melhora do nível de vida da população das regiões visitadas correspondendo as suas necessidades. A concepção urbanística earquitetônica e a forma de exploração das estações e dos meios de hospedagem turístico tenderão para sua ótima integração no contexto econômico e social local. De igual importância, se priorizará a contratação de mão-de-obra local.

3. Se dará atenção particular aos problemas específicos das zonas litorâneas e dos territórios peninsulares, assim como das frágeis zonas rurais e de montanha, aonde o turismo representa com freqüência uma das poucas oportunidades de desenvolvimento diante do declínio das atividades econômicas tradicionais.

4. De acordo com a normativa estabelecida pelas autoridades públicas, os profissionais de turismo, e em particular os investidores, executarão estudos de impacto de seus projetos de desenvolvimentono entorno e nos meios naturais. Igualmente, facilitarão com a máxima transparência e objetividade pertinente, toda a informação relativa aos seus programas futuros e suas conseqüências previsíveis, e favorecerão o diálogo sobre seu conteúdo com as populações interessadas.

Artigo 6

OBRIGAÇÕES DOS AGENTES DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

1. Os agentes profissionais do turismo têm obrigação de facilitar aos turistas uma informação objetiva e autêntica sobre lugares de destino e sobre as condições de viajem, recepção e estada. Além disso, manterão com absoluta transparência as cláusulas dos contratos que proponham a seus clientes, tanto quanto a natureza, ao preço e a qualidade dos serviços, estipulando compensações financeiras no caso da ruptura unilateral dos contratos pela não prestação de serviços contratados.

2. No que deles dependa e em cooperação com as autoridades públicas, os profissionais do turismo terão que se ater com a segurança, prevenção de acidentes, e as condições sanitárias e da higiene dos alimentos daqueles que buscam seus serviços. Se preocuparão com a existência de sistemas de seguros e de assistência necessária. Além disso, assumirão o compromisso de prestar contas, conforme disponha a legislação nacional, e quando for o caso pagar uma indenização eqüitativa pelodescumprimento de cláusulas contratuais.

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3. E quando deles dependa, os profissionais do turismo contribuirão para o pleno desenvolvimento cultural e espiritual dos turistas, e permitirão o exercício de suas práticas religiosas durante os deslocamentos.

4. Em coordenação com os profissionais interessados e suas associações, as autoridades públicas dos Estados de origem e dos países de destino, cuidarão pelo estabelecimento de mecanismos necessários para a repatriação dos turistas nos casos de descumprimento de contratos pelas empresas organizadoras de viagens.

5. Os Governos têm o direito - e o dever, - especialmente em casos de crises, de informar aos cidadãos das condições difíceis, inclusive dos perigos com que possam se encontrar durante seus deslocamentos no estrangeiro. Além disso, é de sua incumbência facilitar essas informações sem prejudicar de forma injustificada e nem exagerada o setor turístico dos países receptores e os interesses de seus próprios operadores. O conteúdo das eventuais advertências deverá ser previamente discutidos com as autoridades dos países de destino e com os profissionais interessados. As recomendações que se formulem guardarão estrita proporção com a gravidade das situações reais e se limitarão as zonas geográficas onde se haja comprovado a situação de insegurança. Essas recomendações se atenuarão ou se anularão quando se permita a volta da normalidade.

6. A imprensa, e em particular a imprensa especializada em turismo e os demais meios de comunicação, incluindo os modernos meios de comunicação eletrônica, difundirão uma informação verdadeira e equilibrada sobre os acontecimentos e as situações que possam influir na freqüência turística. Deverão ter o cuidado de divulgar indicações precisas e fiéis aos consumidores dos serviçosturísticos. Com esse objetivo, desenvolverão e empregarão novas tecnologias de comunicação e comércio eletrônico que, igual a imprensa e os demais meios de comunicação não facilitarão de modo algum o turismo sexual.

Artigo 7

DIREITO AO TURISMO

1. A possibilidade de acesso direto e pessoal ao descobrimento das riquezas de nosso mundo, constituirá um direito aberto por igual a todos os habitantes de nosso planeta. A participação cada vez mais difundida no turismo nacional e internacional deve ser entendido como uma das melhores expressões possíveis do contínuo crescimento do tempo livre, e a ele não se colocará obstáculo nenhum.

2. O direito ao turismo para todos, deve ser entendido como conseqüência do direito ao descanso e lazer, e em particular a limitação razoável da duração do trabalho e a férias anuais pagas, garantidas no art. 24 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e no art. 7 do Tratado Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

3. Com o apoio das autoridades públicas, se desenvolverá o turismo social, em particular associativo,que permite o acesso da maioria dos cidadãos ao lazer e a férias.

4. Se fomentará (incentivará) e se facilitará o turismo familiar, dos jovens e dos estudantes, das pessoas maiores e das portadoras de deficiências.

Artigo 8

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LIBERDADE DE DESLOCAMENTO TURÍSTICO

1. De acordo com o direito internacional e as leis nacionais, os turistas e visitantes se beneficiarão daliberdade de circular de um país a outro, de acordo com o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e poderão ter acesso as zonas de trânsito e zona rural, assim como aos sítios turísticos e culturais sem formalidades exageradas e nem discriminações.

2. Se reconhece aos turistas e visitantes a permissão de utilizar todos os meios de comunicação disponíveis, interiores e exteriores. Se beneficiarão de um acesso rápido e fácil aos serviços administrativos, judiciais e sanitários locais, e poderão entrar livremente em contato com as autoridades do país do qual são cidadãos conforme os convênios diplomáticos vigentes.

3. Os turistas e visitantes gozarão dos mesmos direitos que os cidadãos do país que visitam, no que respeita a confidencialidade dos seus dados pessoais, particularmente quando essa informação esteja cadastrada em suporte eletrônico.

4. Os procedimentos administrativos para ultrapassar as fronteiras estabelecidas pelos países ou por acordos internacionais, como os vistos e as formalidades sanitárias e aduaneiras se adaptarão para facilitar ao máximo a liberdade das viagens e o acesso da maioria das pessoas ao turismo

internacional. Se promoverão os acordos entre grupos de países para harmonizar e simplificar esses procedimentos. As taxas e encargos específicos que penalizam o setor turístico e diminuem sua competitividade, serão eliminados e corrigidos progressivamente.

5. Sempre que o permita a situação econômica dos países dos quais os viajantes provem, poderão dispor das concessões de divisas convertidas que precisem para seu deslocamento.

Artigo 9

DIREITO DOS TRABALHADORES E DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR TURÍSTICO

1. Sob a supervisão das administrações de seus países de origem e dos países de destino, serão garantidos especialmente os direitos fundamentais dos trabalhadores assalariados e autônomos do setor turístico e das atividades afins, levando em consideração a limitação específica vinculada à sazonalidade da sua atividade, a diminuição global do seu setor e a flexibilidade que costumam impor a natureza do seu trabalho.

2. Os trabalhadores assalariados e autônomos do setor turístico e de atividades ligadas ao setor, tem o direito e o dever de adquirir uma formação inicial e contínua adequada. Terão assegurados uma proteção social suficiente, dando-lhes condições adequadas de trabalho. Será proposto um estatuto particular aos trabalhadores estáveis do setor, especialmente com respeito a seguridade social.

3. Sempre que demonstre possuir as disposições e qualificações necessárias, se reconhecerá a toda pessoa física e jurídica o direito a exercer uma atividade profissional

no âmbito do turismo, de acordo com a legislação nacional vigente. Se reconhecerá aos empresários e investidores, especialmente das médias e pequenas empresas, o livre acesso ao setor turístico comum mínimo de restrições legais e administrativas.

4. As trocas de experiências que se oferecem aos dirigentes do setor e outros trabalhadores de distintos países, sejam assalariados ou não, contribuem para a expansão do setor turístico mundial.

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Por esse motivo se facilitarão as trocas em tudo que for possível, segundo as legislações nacionais e convenções internacionais aplicáveis.

5. As empresas multinacionais do setor turístico, fator insubstituível de solidariedade no desenvolvimento e dinamismo nos intercâmbios internacionais, não abusarão da posição dominanteque podem ocupar. Evitarão converter-se em transmissoras de modelos culturais e sociais que se imponha artificialmente as comunidades receptoras. Em troca da liberdade de inversão e operação comercial que se deve reconhecer plenamente, haverá de comprometer-se com o desenvolvimento local evitando que uma repatriação excessiva de seus benefícios ou a induzir importações que podem reduzir a contribuição das economias onde estão estabelecidas.

6. A colaboração e o estabelecimento de relações equilibradas entre empresas de países emissores e receptores contribuem para o desenvolvimento sustentável do turismo e a uma divisão equilibradados benefícios de seu crescimento.

Artigo 10

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CÓDIGO ÉTICO MUNDIAL PARA O TURISMO

1. Os agentes públicos e privados do desenvolvimento turístico cooperarão na aplicação dos presentes princípios e controlarão sua pratica efetiva.

2. Os agentes de desenvolvimento turístico reconhecerão o papel das organizações internacionais, em primeiro lugar a Organização Mundial do Turismo e as organizações não governamentais competentes nos campos da promoção e do desenvolvimento do turismo, da proteção dos direitos humanos, do meio ambiente e da saúde, segundo os princípios gerais do direito internacional.

3. Os mesmos agentes manifestam sua intenção de submeter os litígios relativos à aplicação ou a interpretação do Código Ético Mundial para o Turismo a um terceiro órgão imparcial, denominado Comitê de Ética do Turismo para fins de conciliação.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO http://www.portaleducacao.com.br/turismo-e-hotelaria/artigos/6329/codigo-mundial-de-etica-do-turismo##ixzz3V8lxCaf2

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GLOSSÁRIO

Decreto

ordem ou resolução emanada de autoridade superior ou instituição, civil ou militar, leiga ou eclesiástica;manifestação de vontade; desígnio.

Revogado = Que sofreu revogação; que deixou de vigorar; sem efeito; anulado.

Vetar : Ato de proibir e/ou suspender determinada ação.

Demais palavras serão trabalhadas através do mapa conceitual

Mais informações http://www.portaleducacao.com.br/turismo-e-hotelaria/artigos/4268/guia-de-turismo