apostila introdução urgencia emergencia

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    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM EM URGNCIAS E EMERGNCIAS

    A ateno s urgncias no atual contexto do SUS - A poltica nacional de ateno s urgncias

    URGNCIA E EMERGNCIA

    Em 2001, o governo, preocupado com o atendimento de urgncia e emergncia em hospitais, publicou pelo

    Ministrio da Sade uma cartilha contendo normas e orientaes visando a:"Implantao dos Sistemas Estaduais de Referncia Hospitalar para o Atendimento de Urgncia eEmergncia" tendo por objetivo "estimular e apoiar em cada estado, a organizao e conformao deSistemas de Referncia Hospitalar no atendimento s urgncias e s emergncias. Tais Sistemas englobam aassistncia pr-hospitalar (APH), centrais de regulao, hospitais de referncia, treinamento e capacitaodas equipes de atendimento".

    A implantao desse sistema, como consta do item intitulado conceito, levou em conta que:

    "As principais causas de mortalidade na populao das regies metropolitanas, na faixa etria entre 15 e 49

    anos, so acidentes, envenenamentos e violncia...".

    E ainda: "So tambm as mais importantes causas de incapacitao fsica permanente ou temporria nessapopulao, levando a perdas econmicas, previdencirias e grandes dispndios em tratamentos decomplicaes na sade dos pacientes. Isso pode ser evitado, uma vez que boa parte das complicaes ocorreem funo de atendimentos realizados de forma inapropriada durante a fase aguda (...), mesmo consideradasem conjunto, superam as doenas cardiovasculares e neoplasias[i]".

    Antecedentes histricosAs urgncias vm sendo objeto de algumas iniciativas do governo federal, mas que no lograram causarimpacto significativo na sua ateno. Em junho de 1998, foi publicada a Portaria GM/MS n. 2.923, que

    determinou investimentos nas reas de Assistncia Pr-hospitalar Mvel, Assistncia Hospitalar, Centrais deRegulao de Urgncias e Capacitao de Recursos Humanos.

    Em abril de 1999, foi publicada a Portaria GM/MS n. 479, que criou uma srie de pr-requisitos para ocadastramento de hospitais que, depois de habilitados, passaram a receber uma valorizao no valor dasinternaes realizadas dentro de uma lista pr-determinada de procedimentos considerados deurgncia.Ainda neste perodo, foram destinados tambm recursos do Reforsus para equipamentos, reforma emodernizao gerencial de hospitais que atendessem s urgncias.

    Foram tambm elaboradas diretrizes tcnicas para as Unidades no Hospitalares de Atendimento sUrgncias, Transporte Inter-hospitalar, grades de capacitao para todos os nveis de ateno s urgncias ediretrizes gerais para o desenho de uma rede regionalizada de ateno s urgncias, que acabaram porcompor o texto da Portaria GM/MS n. 2.048: Regulamento Tcnico dos Sistemas Estaduais de Urgncia eEmergncia, publicado em novembro de 2002.

    A Portaria GM/MS n. 2.048, de 5 de novembro de 2002A Portaria GM/MS n. 2.048/02 (BRASIL, 2002a) estabelece os princpios e diretrizes dos sistemasestaduais de urgncia e emergncia, define normas, critrios de funcionamento, classificao ecadastramento dos hospitais de urgncia, determina a criao das Coordenaes do Sistema Estadual deUrgncias e composta de sete captulos em que esto contemplados os seguintes tpicos:Captulo I: Estruturao dos sistemas locorregionais de ateno s urgncias, dentro dos preceitos da Noas-

    SUS;Captulo II: Diretrizes da Regulao Mdica das Urgncias;Captulo III: Diretrizes e responsabilidades das vrias unidades componentesdo atendimento pr-hospitalar fixo;Captulo IV: Diretrizes do Atendimento Pr-hospitalar Mvel;

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    Captulo V: Diretrizes do componente hospitalar de atendimento s urgncias;Captulo VI: Transferncias e transporte inter-hospitalar;Captulo VII: Diretrizes dos Ncleos de Educao em Urgncias com respectivasgrades de temas, contedos, habilidades e cargas horrias.

    A Portaria GM/MS n. 1.863, de 29 de setembro de 2003No novo ciclo de governo inaugurado em 2003, a rea das urgncias considerada prioritria e publicadana forma da Portaria GM/MS n. 1.863 (BRASIL, 2003a) a Poltica Nacional de Ateno s Urgncias,ocorrendo a incorporao de novos elementos conceituais, alm da reviso e retomada de outros j bastantedifundidos, que vinham sendo debatidos e formulados com a participao de tcnicos de todo o Pas, asaber: garantir a universalidade, eqidade e a integralidade no atendimento s urgncias clnicas, cirrgicas,gineco-obsttricas, psiquitricas, peditricas e as relacionadas s causas externas (traumatismos no-intencionais, violncias e suicdios); consubstanciar as diretrizes de regionalizao da ateno s urgncias, mediante a adequao criteriosa dadistribuio dos recursos assistenciais, conferindo concretude ao dimensionamento e implantao desistemas estaduais, regionais e municipais e suas respectivas redes de ateno; desenvolver estratgias promocionais da qualidade de vida e sade capazes de prevenir agravos, proteger a

    vida, educar para a defesa da sade e recuperar a sade, protegendo e desenvolvendo a autonomia e aeqidade de indivduos e coletividades; fomentar, coordenar e executar projetos estratgicos de atendimento s necessidades coletivas em sade,de carter urgente e transitrio, decorrente de situaes de perigo iminente, de calamidades pblicas e deacidentes com mltiplas vtimas, a partir da construo de mapas de risco regionais e locais e da adoo deprotocolos de preveno, ateno e mitigao dos eventos; contribuir para o desenvolvimento de processos e mtodos de coleta, anlise e organizao dos resultadosdas aes e servios de urgncia, permitindo que a partir de seu desempenho seja possvel uma visodinmica do estado de sade da populao e do desempenho do Sistema nico de Sade em seus trs nveisde gesto; integrar o complexo regulador do Sistema nico de Sade, promover intercmbio com outros subsistemas

    de informaes setoriais, implementando e aperfeioando permanentemente a produo de dados edemocratizao das informaes com a perspectiva de us-las para alimentar estratgias promocionais; qualificar a assistncia e promover a capacitao continuada das equipes de sade do Sistema nico deSade na Ateno s Urgncias, em acordo com os princpios da integralidade e humanizao.Define ainda que a Poltica Nacional de Ateno s Urgncias, deve ser implementada a partir dos seguintescomponentes fundamentais: adoo de estratgias promocionais de qualidade de vida, buscando identificar os determinantes econdicionantes das urgncias por meio de aes transetoriais de responsabilidade pblica, sem excluir asresponsabilidades de toda a sociedade; organizao de redes locorregionais de ateno integral s urgncias, enquanto elos da cadeia demanuteno da vida, tecendo-as em seus diversos componentes:

    Componente Pr-Hospitalar Fixo: unidades bsicas de sade e unidades de sade da famlia, equipes deagentes comunitrios de sade, ambulatrios especializados, servios de diagnstico e terapias, e unidadesno-hospitalares de atendimento s urgncias, conforme Portaria GM/ MS n. 2.048, de 5 de novembro de2002 (BRASIL, 2002a).

    Componente Pr-Hospitalar Mvel: Servio de Atendimento Mvel de Urgncias (SAMU) e os serviosassociados de salvamento e resgate, sob regulao mdica de urgncias e com nmero nico nacional paraurgncias mdicas192;

    Componente Hospitalar: portas hospitalares de ateno s urgncias das unidades hospitalares gerais detipo I e II e das unidades hospitalares de referncia tipo I, II e III, bem como toda a gama de leitos deinternao, passando pelos leitos gerais e especializados de retaguarda, de longa permanncia e os de terapiasemi-intensiva e intensiva, mesmo que esses leitos estejam situados em unidades hospitalares que atuem sem

    porta aberta s urgncias;Componente Ps-Hospitalar: modalidades de Ateno Domiciliar, Hospitais- Dia e Projetos de

    Reabilitao Integral com componente de reabilitao de base comunitria;

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    instalao e operao das Centrais de Regulao Mdica das Urgncias, integradas ao ComplexoRegulador da Ateno no SUS; Capacitao e educao continuada das equipes de sade de todos os mbitos da ateno, a partir de umenfoque estratgico promocional, abarcando toda a gesto e ateno pr-hospitalar fixa e mvel, hospitalar eps-hospitalar, envolvendo os profissionais de nvel superior e os de nvel tcnico, em acordo com asdiretrizes do SUS e alicerada nos plos de educao permanente em sade, onde devem estar estruturadosos Ncleos de Educao em Urgncias, normatizados pela Portaria GM/MS n. 2.048/02 (BRASIL, 2002a),que so propostos aos gestores como estratgia para implementar a capacitao dos profissionais atuantesem todos os nveis de ateno s urgncias, conforme se l abaixo:Os Ncleos de Educao em Urgncias devem se organizar como espaos de saber interinstitucional deformao, capacitao, habilitao e educao continuada de recursos humanos para as urgncias,coordenados pelo gestor pblico e tendo como integrantes as secretarias municipais e estaduais e asinstituies de referncia na rea de urgncia que formam e capacitam tanto o pessoal da rea de sade comoqualquer outro setor que presta socorro populao, de carter pblico ou privado e de abrangnciamunicipal, regional ou estadual. Orientao geral segundo os princpios de humanizao da ateno.

    A Portaria GM/MS n. 1.864, de 29 de setembro de 2003

    Institui o componente pr-hospitalar mvel da Poltica Nacional de Ateno s Urgncias, por intermdio daimplantao de Servios de Atendimento Mvel de Urgncia (SAMU-192), suas Centrais de Regulao(Central SAMU-192) e seus Ncleos de Educao em Urgncia, em municpios e regies de todo o territriobrasileiro. Define, ainda, os parmetros de estruturao desses servios, a saber: Um veculo de suporte bsico vida para cada 100.000 a 150.000 habitantes; Um veculo de suporte avanado vida para cada 400.000 a 450.000 habitantes.A Portaria estabelece, ainda, que o acompanhamento e avaliao das aes, sero realizados por meio deuma lista de indicadores de desempenho a serem sistematicamente produzidos e analisados: Tempo mdio de resposta entre a chamada telefnica e a chegada da equipe no local da ocorrncia. Tempo mdio decorrido no local da ocorrncia. Tempo mdio de transporte at a unidade de referncia.

    Tempo mdio de resposta total (entre a solicitao telefnica de atendimento e a entrada do paciente noservio hospitalar de referncia). Indicadores de adequao da regulao (% de sadas de veculos de Suporte Avanado aps avaliaorealizada pela equipe de Suporte Bsico). Taxas de mortalidade evitvel e mortalidade geral no ambiente de ateno pr-hospitalar, com avaliao dodesempenho segundo padres de sobrevida e taxa de seqelas e seguimento no ambiente hospitalar. Mortalidade hospitalar imediata dos pacientes transportados (24 horas). Casustica de atendimento de urgncia por causa clnica e as relacionadas s causas externas, considerandolocalizao das ocorrncias e suas causalidades, idade, sexo, ocupao, condio gestante e no gestante.Embora haja polmica e questionamentos sobre a atribuio e responsabilidades de cada instncia gestora naestruturao da ateno integral s urgncias, a Portaria as deixa sumariamente delineadas:

    O Regulamento Tcnico dos Sistemas Estaduais de Urgncia e Emergncia, estabelecido por intermdio dePortaria GM/MS n. 2.048, de 5 de novembro de 2002 (BRASIL, 2002a), define a organizao estrutural efuncional dos sistemas, bem como a responsabilidade das trs esferas gestoras da sade pblica brasileira,refletindo as recomendaes da Noas-SUS01/02. Na perspectiva acima, reconhece-se o papel fundamental dos municpios na execuo da ateno pr-hospitalar mvel, na regulao mdica da ateno s urgncias e nos demais elementos do complexoregulador. As centrais municipais podero atuar como centrais regionais, notadamente nas reasmetropolitanas e junto aos plos macrorregionais, sempre que houver pactuao intermunicipal regional eacordo na Comisso Intergestores Bipartite.

    3. SISTEMAS ESTADUAIS DE URGNCIA E EMERGNCIA

    INTRODUO

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    A rea de Urgncia e Emergncia constitui-se em um importante componente da assistncia sade. Acrescente demanda por servios nesta rea nos ltimos anos, devida ao crescimento do nmero de acidentese da violncia urbana e insuficiente estruturao da rede so fatores que tm contribudo decisivamentepara a sobrecarga de servios de Urgncia e Emergncia disponibilizados para o atendimento da populao.Isso tem transformado esta rea numa das mais problemticas do Sistema de Sade.

    O aumento dos casos de acidentes e violncia tem forte impacto sobre o SUS e o conjunto da sociedade. Naassistncia, este impacto pode ser medido diretamente pelo aumento dos gastos realizados com internaohospitalar, assistncia em UTI e a alta taxa de permanncia hospitalar deste perfil de pacientes. Na questosocial, pode ser verificado pelo aumento de 30% no ndice APVP (Anos Potenciais de Vida Perdidos) emrelao a acidentes e violncias nos ltimos anos, enquanto que por causas naturais este dado encontra-se emqueda.

    A assistncia s urgncias se d, ainda hoje, predominantemente nos servios que funcionam

    exclusivamente para este fimos tradicionais pronto-socorrosestando estes adequadamente estruturados eequipados ou no. Abertos nas 24 horas do dia, estes servios acabam por funcionar como porta -de-entrada do sistema de sade, acolhendo pacientes de urgncia propriamente dita, pacientes com quadros

    percebidos como urgncias, pacientes desgarrados da ateno primria e especializada e as urgncias

    sociais. Tais demandas misturam-se nas unidades de urgncia superlotando-as e comprometendo a qualidadeda assistncia prestada populao. Esta realidade assistencial , ainda, agravada por problemasorganizacionais destes servios como, por exemplo, a falta de triagem de risco, o que determina oatendimento por ordem de chegada sem qualquer avaliao prvia do caso, acarretando, muitas vezes,graves prejuzos aos pacientes. Habitualmente, as urgncias sangrantes e ruidosas so priorizadas, mas,infelizmente, comum que pacientes com quadros mais graves permaneam horas aguardando peloatendimento de urgncia, mesmo j estando dentro de um servio de urgncia. Como exemplo desta situaopode-se citar o caso de um idoso com doena pulmonar obstrutiva crnica em episdio de agudizaocursando com insuficincia respiratria ou, ainda, uma importante arritmia cardaca cursando comhipoxemia.

    Outra situao preocupante para o sistema de sade a verificada proliferao de unidades de prontoatendimento que oferecem atendimento mdico nas 24 horas do dia, porm sem apoio para elucidaodiagnstica, sem equipamentos e materiais para adequada ateno s urgncias e, ainda, sem qualquerarticulao com o restante da rede assistencial. Embora cumprindo papel no escoamento das demandasreprimidas no satisfeitas na ateno primria, estes servios oferecem atendimentos de baixa qualidade epequena resolubilidade, que implicam em repetidos retornos e enorme produo de consultas de urgncia.

    O Ministrio da Sade, ciente dos problemas existentes e, em parceria com as Secretarias de Sade dosestados e municpios, tem contribudo decididamente para a reverso deste quadro amplamente desfavorvel assistncia da populao. Diversas medidas j foram adotadas, das quais podemos destacar aquelasreunidas no Programa de Apoio Implantao de Sistemas Estaduais de Referncia Hospitalar em

    Atendimento de Urgncia e Emergncia. Alm de realizar investimentos relativos ao custeio e adequaofsica e de equipamentos dos servios integrantes destas redes, na rea de assistncia pr-hospitalar, nasCentrais de Regulao e de promover a capacitao de recursos humanos, grandes esforos tm sidoempreendidos na efetiva organizao e estruturao das redes assistenciais na rea de urgncia eemergncia.

    Com o objetivo de aprofundar este processo de consolidao dos Sistemas Estaduais de Urgncia eEmergncia, aperfeioando as normas j existentes e ampliando o seu escopo, que est sendo publicado opresente Regulamento Tcnico. A implantao de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento,alm de permitir uma melhor organizao da assistncia, articular os servios, definir fluxos e refernciasresolutivas elemento indispensvel para que se promova a universalidade do acesso, a eqidade naalocao de recursos e a integralidade na ateno prestada. Assim, torna-se imperativo estruturar os SistemasEstaduais de Urgncia e Emergncia de forma a envolver toda a rede assistencial, desde a rede pr-hospitalar, (unidades bsicas de sade, programa de sade da famlia (PSF), ambulatrios especializados,servios de diagnstico e terapias, unidades no hospitalares), servios de atendimento pr-hospitalar mvel

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    (SAMU, Resgate, ambulncias do setor privado, etc.), at a rede hospitalar de alta complexidade,capacitando e responsabilizando cada um destes componentes da rede assistencial pela ateno a umadeterminada parcela da demanda de urgncia, respeitados os limites de sua complexidade e capacidade deresoluo.

    Estes diferentes nveis de ateno devem relacionar-se de forma complementar por meio de mecanismosorganizados e regulados de referncia e contra referncia, sendo de fundamental importncia que cadaservio se reconhea como parte integrante deste Sistema, acolhendo e atendendo adequadamente a parcelada demanda que lhe acorre e se responsabilizando pelo encaminhamento desta clientela quando a unidadeno tiver os recursos necessrios a tal atendimento.

    4. PLANO ESTADUAL DE ATENDIMENTO S URGNCIAS E EMERGNCIAS

    O Sistema Estadual de Urgncia e Emergncia deve se estruturar a partir da leitura ordenada dasnecessidades sociais em sade e sob o imperativo das necessidades humanas nas urgncias. O diagnsticodestas necessidades deve ser feito a partir da observao e da avaliao dos territrios sociais com seusdiferentes grupos humanos, da utilizao de dados de morbidade e mortalidade disponveis e da observaodas doenas emergentes. Deve-se tambm compor um quadro detalhado dos recursos existentes, levando-se

    em considerao sua quantidade, localizao, acesso, complexidade, capacidade operacional e tcnica. Doconfronto das necessidades diagnosticadas com as ofertas existentes, poderemos visualizar as deficinciasdo sistema e projetar suas correes, num processo de planejamento ascendente e dinmico, sustentado porpolticas pblicas orientadas pela eqidade e permeadas pela idia da promoo intersetorial da sade, comoforma de manter e aumentar a autonomia dos indivduos, atravs das aes de preveno das doenas,educao, proteo e recuperao da sade e reabilitao dos indivduos j acometidos por agravos queafetaram, em alguma medida, sua autonomia. imprescindvel que estes diagnsticos sejam amplamentediscutidos com todos os atores sociais envolvidos na promoo, preveno, ateno e recuperao aosagravos sade, como conselhos de sade, gestores de sade, trabalhadores da sade, prestadores deservios, usurios, conselhos de classe, educao, promoo social, segurana social, transportes e outros.

    O Sistema Estadual de Urgncia e Emergncia deve ser implementado dentro de uma estratgia dePromoo da Qualidade de Vida como forma de enfrentamento das causas das urgncias. Deve valorizar apreveno dos agravos e a proteo da vida, gerando uma mudana de perspectiva assistencial de umaviso centrada nas conseqncias dos agravos que geram as urgncias, para uma viso integral e integrada ,com uma abordagem totalizante e que busque gerar autonomia para indivduos e coletividades. Assim, deveser englobada na estratgia promocional a proteo da vida, a educao para a sade e a preveno deagravos e doenas, alm de se dar novo significado assistncia e reabilitao. As urgncias por causasexternas so as mais sensveis a este enfoque, mas no exclusivamente. As urgncias clnicas de todas asordens tambm se beneficiam da estratgia promocional.

    5. A REGULAO MDICA DAS URGNCIAS E EMERGNCIAS

    A Regulao Mdica das Urgncias, baseada na implantao de suas Centrais de Regulao, o elementoordenador e orientador dos Sistemas Estaduais de Urgncia e Emergncia. As Centrais, estruturadas nosnveis estadual, regional e/ou municipal, organizam a relao entre os vrios servios, qualificando o fluxodos pacientes no Sistema e geram uma porta de comunicao aberta ao pblico em geral, atravs da qual ospedidos de socorro so recebidos, avaliados e hierarquizados.

    Como j mencionado, as necessidades imediatas da populao ou necessidades agudas ou de urgncia, sopontos de presso por respostas rpidas. Ento o Sistema deve ser capaz de acolher a clientela, prestando-lheatendimento e redirecionando-a para os locais adequados continuidade do tratamento, atravs do trabalhointegrado das Centrais de Regulao Mdica de Urgncias com outras Centrais de Regulao de leitoshospitalares, procedimentos de alta complexidade, exames complementares, internaes e atendimentosdomiciliares, consultas especializadas, consultas na rede bsica de sade, assistncia social, transportesanitrio no urgente, informaes e outros servios e instituies, como por exemplo, as Polcias Militares ea Defesa Civil.

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    Estas centrais, obrigatoriamente interligadas entre si, constituem um verdadeiro complexo regulador daassistncia, ordenador dos fluxos gerais de necessidade/resposta, que garante ao usurio do SUS amultiplicidade de respostas necessrias satisfao de suas necessidades.

    As Centrais de Regulao Mdica de Urgncias devem ser implantadas, de acordo com o definido no AnexoII da Portaria SAS/MS n 356, de 22 de setembro de 2000. Da mesma forma, as Secretarias de Sade dosestados e do Distrito Federal devem elaborar o Plano Estadual de Regulao das Urgncias e Emergncias,podendo para tanto, observadas as especificidades da rea a ser regulada.

    Ao mdico regulador devem ser oferecidos os meios necessrios, tanto de recursos humanos, como deequipamentos, para o bom exerccio de sua funo, includa toda a gama de respostas pr-hospitalaresprevistas neste Regulamento e portas de entrada de urgncias com hierarquia resolutiva previamentedefinida e pactuada, com atribuio formal de responsabilidades.

    - Regulao do Setor Privado de Atendimento Pr-Hospitalar Mvel (includas as concessionrias derodovias):

    O Setor privado de atendimento pr-hospitalar das urgncias e emergncias deve contar, obrigatoriamente,

    com Centrais de Regulao Mdica, mdicos reguladores e de interveno, equipe de enfermagem eassistncia tcnica farmacutica (para os casos de servios de atendimentos clnicos). Estas Centrais deRegulao privadas devem ser submetidas regulao pblica, sempre que suas aes ultrapassarem oslimites estritos das instituies particulares no-conveniadas ao Sistema nico de Sade - SUS, inclusivenos casos de medicalizao de assistncia domiciliar no-urgente.

    Regulao Mdica de Outras Entidades/Corporaes/Organizaes

    Os Corpos de Bombeiros Militares (includas as corporaes de bombeiros independentes e as vinculadas sPolcias Militares), as Polcias Rodovirias e outras organizaes da rea de Segurana Pblica deveroseguir os critrios e os fluxos definidos pela regulao mdica das urgncias do SUS, conforme os termos

    deste Regulamento.

    6. ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR FIXO

    O Atendimento Pr-Hospitalar Fixo aquela assistncia prestada, num primeiro nvel de ateno, aospacientes portadores de quadros agudos, de natureza clnica, traumtica ou ainda psiquitrica, que possalevar a sofrimento, seqelas ou mesmo morte, provendo um atendimento e/ou transporte adequado a umservio de sade hierarquizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de Urgncia e Emergncia. Esteatendimento prestado por um conjunto de unidades bsicas de sade, unidades do Programa de Sade daFamlia (PSF), Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS), ambulatrios especializados, serviosde diagnstico e terapia, unidades no-hospitalares de atendimento s urgncias e emergncias e pelos

    servios de atendimento pr-hospitalar mvel (que sero abordados no Captulo IV).

    7. AS URGNCIAS E EMERGNCIAS E A ATENO PRIMRIA SADE E O PROGRAMADE SADE DA FAMLIA

    As atribuies e prerrogativas das unidades bsicas de sade e das unidades de sade da famlia em relaoao acolhimento/atendimento das urgncias de baixa gravidade/complexidade devem ser desempenhadas portodos os municpios brasileiros, independentemente de estarem qualificados para ateno bsica (PAB) oubsica ampliada (PABA), conforme detalhamento abaixo:

    - Acolhimento dos Quadros Agudos:

    Dentro da concepo de reestruturao do modelo assistencial atualmente preconizado, inclusive com aimplementao do Programa de Sade da Famlia, fundamental que a ateno primria e o Programa deSade da Famlia se responsabilizem pelo acolhimento dos pacientes com quadros agudos ou crnicos

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    agudizados de sua rea de cobertura ou adstrio de clientela, cuja complexidade seja compatvel com estenvel de assistncia.

    No se pode admitir que um paciente em acompanhamento em uma unidade bsica de sade, por exemplo,por hipertenso arterial, quando acometido por uma crise hipertensiva, no seja acolhido na unidade em quehabitualmente faz tratamento. Nesta situao se aplicaria o verdadeiro conceito de pronto atendimento, pois,numa unidade onde o paciente tem pronturio e sua histria pregressa e atual so conhecidas, possvelfazer um atendimento rpido e de qualidade, com avaliao e re-adequao da teraputica dentro dadisponibilidade medicamentosa da unidade. Quando este paciente no acolhido em sua unidade, porausncia do profissional mdico, por falta de vagas na agenda ou por qualquer outra razo e recorre a umaunidade de urgncia como nica possibilidade de acesso, atendido por profissionais que, muitas vezes,possuem vnculo temporrio com sistema, no conhecem a rede loco regional e suas caractersticasfuncionais e, freqentemente, prescrevem medicamentos no disponveis na rede SUS e de alto custo .Assim, o paciente no usa a nova medicao que lhe foi prescrita porque no pode adquiri-la e, to pouco,usa a medicao anteriormente prescrita e disponvel na unidade de sade, pois no acredita que esta sejasuficiente para controlar sua presso. Esta situao problema apenas ilustrativa de uma grande gama desituaes semelhantes, que acontecem diariamente, no apenas com hipertensos, mas com diabticos,pacientes portadores de dor aguda e/ou crnica, cardiopatas, portadores de doena pulmonar obstrutiva

    crnica, mulheres em acompanhamento ginecolgico e/ou obsttrico, crianas em programa de puericulturae etc.

    - Capacitao de Recursos Humanos

    de conhecimento geral que os aparelhos formadores oferecem insuficiente formao para o enfrentamentodas urgncias. Assim, comum que profissionais da sade, ao se depararem com uma urgncia de maiorgravidade, tenham o impulso de encaminh-la rapidamente para unidade de maior complexidade, semsequer fazer uma avaliao prvia e a necessria estabilizao do quadro, por insegurana edesconhecimento de como proceder. Assim, essencial que estes profissionais estejam qualificados paraeste enfrentamento, se quisermos imprimir efetividade em sua atuao.

    - Estruturao dos Recursos Fsicos

    Todas estas unidades devem ter um espao devidamente abastecido com medicamentos e materiaisessenciais ao primeiro atendimento/estabilizao de urgncias que ocorram nas proximidades da unidade ouem sua rea de abrangncia e/ou sejam para elas encaminhadas, at a viabilizao da transferncia paraunidade de maior porte, quando necessrio.

    A definio deste espao fundamental, pois, quando do recebimento de uma urgncia (o que podeacontecer com pouca freqncia neste tipo de unidade, mas que certamente ocorrer algumas vezes), obrigatrio que a equipe saiba em qual ambiente da unidade encontram-se os equipamentos, materiais e

    medicamentos necessrios ao atendimento. Numa insuficincia respiratria, parada cardaca, criseconvulsiva ou outras situaes que necessitem de cuidado imediato, no se pode perder tempo procurando

    um local ou equipamentos, materiais e medicamentos necessrios ao atendimento.

    Alm disso, unidades de sade de sistemas municipais qualificados para a ateno bsica ampliada (PABA)devero possuir rea fsica especificamente destinada ao atendimento de urgncias e sala para observao depacientes at 8 horas.

    - Estruturao da Grade de Referncia

    fundamental que as unidades possuam uma adequada retaguarda pactuada para o referenciamentodaqueles pacientes que, uma vez acolhidos, avaliados e tratados neste primeiro nvel de assistncia,necessitem de cuidados disponveis em servios de outros nveis de complexidade. Assim, mediados pelarespectiva Central de Regulao, devem estar claramente definidos os fluxo e mecanismos de transfernciados pacientes que necessitarem de outros nveis de complexidade da rede assistencial, de forma a garantir

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    seu encaminhamento, seja para unidades no hospitalares, pronto socorros, ambulatrios de especialidadesou unidades de apoio diagnstico e teraputico. Alm disso, devem ser adotados mecanismos para a garantiade transporte para os casos mais graves, que no possam se deslocar por conta prpria, atravs do servio deatendimento pr-hospitalar mvel, onde ele existir, ou outra forma de transporte que venha a ser pactuada.

    7.2 UNIDADES NO-HOSPITALARES DE ATENDIMENTO S URGNCIAS E EMERGNCIAS

    Estas unidades, que devem funcionar nas 24 horas do dia, devem estar habilitadas a prestar assistnciacorrespondente ao primeiro nvel de assistncia da mdia complexidade (M1). Pelas suas caractersticas eimportncia assistencial, os gestores devem desenvolver esforos no sentido de que cada municpio sede demdulo assistencial disponha de, pelo menos uma, destas Unidades, garantindo, assim, assistncia surgncias com observao at 24 horas para sua prpria populao ou para um agrupamento de municpiospara os quais seja referncia.

    7.2.1 - Atribuies

    Estas Unidades, integrantes do Sistema Estadual de Urgncias e Emergncias e de sua respectiva redeassistencial, devem estar aptas a prestar atendimento resolutivo aos pacientes acometidos por quadros

    agudos ou crnicos agudizados.So estruturas de complexidade intermediria entre as unidades bsicas de sade e unidades de sade dafamlia e as Unidades Hospitalares de Atendimento s Urgncias e Emergncias, com importante potencialde complacncia da enorme demanda que hoje se dirige aos pronto socorros, alm do papel ordenador dosfluxos da urgncia. Assim, tm como principais misses:

    Atender aos usurios do SUS portadores de quadro clnico agudo de qualquer natureza, dentro dos limitesestruturais da unidade e, em especial, os casos de baixa complexidade, noite e nos finais de semana,quando a rede bsica e o Programa de Sade da Famlia no esto ativos;

    Descentralizar o atendimento de pacientes com quadros agudos de mdia complexidade;

    Dar retaguarda s unidades bsicas de sade e de sade da famlia;

    Diminuir a sobrecarga dos hospitais de maior complexidade que hoje atendem esta demanda;

    Ser entreposto de estabilizao do paciente crtico para o servio de atendimento pr-hospitalar mvel.

    Articular-se com unidades hospitalares, unidades de apoio diagnstico e teraputico, e com outrasinstituies e servios de sade do sistema loco regional, construindo fluxos coerentes e efetivos dereferncia e contra-referncia;

    7.2.2 - Dimensionamento , Organizao Assistencial e Recursos Humanos

    As Unidades No-Hospitalares de Atendimento s Urgncias e Emergncias devero contar,obrigatoriamente, com os seguintes profissionais: coordenador ou gerente, mdico clnico geral, mdicopediatra, enfermeiro, tcnico/auxiliar de enfermagem, tcnico de radiologia, auxiliar de servios gerais,auxiliar administrativo e, quando houver laboratrio na unidade, tambm devero contar com bioqumico,tcnico de laboratrio e auxiliar de laboratrio.

    Outros profissionais podero compor a equipe, de acordo com a definio do gestor local ou gestores loco-regionais, como: assistente social, odontlogo, cirurgio geral, ortopedista, ginecologista, motorista,segurana e outros.

    Estas Unidades devem contar com suporte ininterrupto de laboratrio de patologia clnica de urgncia,radiologia, os equipamentos para a ateno s urgncias, os medicamentos definidos por esta portaria, leitos

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    de observao de 06 a 24 horas, alm de acesso a transporte adequado e ligao com a rede hospitalaratravs da central de regulao mdica de urgncias e o servio de atendimento pr-hospitalar mvel. Noscasos em que tais centrais ainda no estejam estruturadas, a referncia hospitalar bem como a retaguarda deambulncias de suporte bsico, avanado e de transporte devero ser garantidos mediante pactuao prvia,

    7.2.3 - rea Fsica

    A rea fsica deve ser estruturada de acordo com o tamanho e complexidade da unidade, conforme legenda aseguir:

    Opcional: *

    Desejvel: **

    Obrigatrio: ***

    So consideradas as seguintes reas fsicas para a adequada estruturao das Unidades No Hospitalares deAtendimento de Urgncia:

    - Bloco de Pronto Atendimento:

    Sala de recepo e espera (com sanitrios para usurios) *** Sala de arquivo de pronturio mdico ***

    Sala de triagem classificatria de risco *** Consultrios mdicos *** Consultrio odontolgico *

    Sala para Assistente Social * Sala para Atendimento Psicolgico *

    - Bloco de Apoio Diagnstico

    Sala para radiologia Laboratrio de Patologia Clnica Sala de coleta

    - Bloco de Procedimentos:

    Sala para suturas *** Sala de curativos contaminados *** Sala para inaloterapia / medicao ***

    Sala de gesso * Sala de Pequena Cirurgia *

    - Bloco de Urgncia / Observao:

    Sala de reanimao e estabilizao / Sala de urgncia *** Salas de observao masculina, feminina e

    peditrica (com posto de enfermagem, sanitrios e chuveiros) *** Sala de isolamento (com ante-sala,sanitrio e chuveiro exclusivos) **

    - Bloco de Apoio Logstico

    Farmcia (exclusiva para dispensao interna) *** Almoxarifado *** Expurgo/Lavagem de material***

    Central de material esterilizado *** Rouparia *** Necrotrio ***

    - Bloco de Apoio Administrativo Salas de Gerncia e Administrao *** Sala de reunio *

    Sala de descanso para funcionrios (com sanitrios e chuveiros) *** Vestirios para funcionrios ***

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    Copa/Refeitrio *** Depsito de Material de Limpeza *** rea para limpeza geral ***

    Local de acondicionamento de lixo *** Estacionamento (ambulncias, pacientes e funcionrios) **

    - Caracterizao da rea fsica em relao aos fluxos internos e organizao do processo de trabalho:

    A rea fsica acima descrita foi dividida em blocos porque aconselhvel, do ponto de vista funcional, queestas reas estejam mais ou menos contguas, dando o mximo de racionalidade possvel ao fluxo dentro daunidade.

    Assim, o bloco de pronto atendimento deve apresentar uma entrada para pacientes que vem por buscaespontnea, deambulando, que d acesso direto recepo e sua respectiva sala de espera. Neste mesmobloco, deve ser estruturado o acolhimento dos pacientes, que pode ser feito pela prpria recepo ou porfuncionrios designados e treinados para este fim, dependendo do volume da demanda. A seguir deve serrealizada a triagem classificatria de risco. O processo de triagem classificatria deve ser realizado porprofissional de sade, de nvel superior, mediante treinamento especfico e utilizao de protocolos pr-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgncia das queixas dos pacientes, colocando-os emordem de prioridade para o atendimento. A esta triagem classificatria vedada a dispensa de pacientes

    antes que estes recebam atendimento mdico. Aps a triagem, os pacientes so encaminhados aosconsultrios mdicos. Uma vez realizado o atendimento, o paciente deve ter sua referncia garantidamediante encaminhamento realizado atravs das centrais de regulao ou, quando estas no existirem,atravs de fluxos previamente pactuados.

    O bloco de urgncia deve ter uma outra entrada, com acesso coberto para ambulncias, portas amplas para aentrada de pacientes em macas e fluxo gil at a sala de emergncia. Esta deve comportar o atendimento dedois ou mais casos simultaneamente, dependendo do porte da unidade. As macas devem apresentar rodas egrades e devem estar distribudas de forma a garantir a livre circulao da equipe ao seu redor. Esta saladeve ser equipada com materiais e equipamentos necessrios para atendimento de urgncia clnica e/oucirrgica de adultos e crianas. Os medicamentos utilizados na primeira abordagem do paciente grave

    tambm devem estar disponveis na prpria sala. A entrada de um paciente na sala de urgncia poder seranunciada por aviso sonoro ou comunicao verbal. Em qualquer uma das situaes, um mdico, umenfermeiro e auxiliares de enfermagem devem dirigir-se imediatamente para a sala. O acesso da sala deurgncia aos leitos de observao deve ser fcil e estas reas devem ser, de preferncia, contguas.

    aconselhvel que os blocos de apoio diagnstico e de procedimentos tenham situao intermediria entreos blocos de pronto atendimento e de atendimento de urgncia, com acesso fcil e ao mesmo tempoindependente para cada um deles.

    Quanto aos blocos de apoio logstico e administrao, devem estar situados de forma a no obstruir o fluxoentre os demais blocos j mencionados.

    As salas e reas de assistncia devem obedecer s Normas e Padres de Construes e Instalaes deServios de Sade.

    7.2.5 - Materiais e Equipamentos

    Alguns materiais e equipamentos devem, necessariamente, fazer parte do arsenal de qualquer unidade 24horas como:

    Estetoscpio adulto/infantil, esfigmomanmetro adulto/infantil, otoscpio com espculos adulto/infantil,oftalmoscpio, espelho larngeo, bolsa autoinflvel (amb) adulto/infantil, desfibrilador com marca-passoexterno, monitor cardaco, oxmetro de pulso, eletrocardigrafo, glicosmetro, aspirador de secreo, bombade infuso com bateria e equipo universal, cilindro de oxignio porttil e rede canalizada de gases outorpedo de O (de acordo com o porte da unidade), maca com rodas e grades, respirador mecnicoadulto/infantil, foco cirrgico porttil, foco cirrgico com bateria, negatoscpios nos consultrios, serra de

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    gesso, mscaras larngeas e cnulas endotraqueais de vrios tamanhos, cateteres de aspirao, adaptadorespara cnulas, cateteres nasais, sondas para aspirao traqueal de vrios tamanhos, luvas de procedimentos,mscara para ressuscitador adulto/infantil, ressuscitadores infantil e adulto com reservatrio, cadaros parafixao de cnula, laringoscpio infantil/adulto com conjunto de lminas, cnulas oro-farngeasadulto/infantil, jogos de pinas de retirada de corpos estranhos de nariz, ouvido e garganta, fios cirrgicos,fios-guia para intubao, pina de Magyll, bisturi (cabo e lmina), material para cricotiroidostomia, drenospara trax, pacotes de gaze estril, pacote de compressa estril, esparadrapo, material para puno de vriostamanhos incluindo agulhas metlicas e plsticas, agulhas especiais para puno ssea, garrote, equipos demacro e microgotas, cateteres especficos para disseco de veias, tamanho adulto/infantil, tesoura, seringasde vrios tamanhos, torneiras de 3 vias, frascos de soluo salina, caixa completa de pequena cirurgia,frascos de drenagem de trax, extenses para drenos torcicos, sondas vesicais, coletores de urina, esptulasde madeira, sondas nasogstricas, eletrodos descartveis, equipamentos de proteo individual para equipede atendimento, cobertor para conservao do calor do corpo, travesseiros e lenis, pacote de roupas parapequena cirurgia, conjunto de colares cervicais (tamanho P, M e G), prancha longa para imobilizao davtima em caso de trauma, prancha curta para massagem cardaca, gerador de energia eltrica compatvelcom o consumo da unidade, sistema de telefonia e de comunicao.

    7.2.6 - Medicamentos

    Abaixo a lista de medicamentos que devem estar disponveis na unidade de urgncia, contemplandomedicamentos usados na primeira abordagem dos pacientes graves e tambm sintomticos, antibiticos eanticonvulsivantes, uma vez que alguns pacientes podero permanecer nestas unidades por um perodo deat 24 horas ou, excepcionalmente, por mais tempo se houver dificuldade para internao hospitalar:

    AAS, Adenosina, Adrenalina, gua destilada, Aminofilina, Amiodarona, Amitriptilina, Atropina,Bicarbonato de sdio, Biperideno, Brometo de Ipratrpio, Bupivacana, Captopril, Carbamazepina, Carvoativado, Cloridrato de Clonidina, Cloridrato de Hidralazina, Cloreto de potssio, Cloreto de sdio,Clorpromazina, Codena, Deslanosdeo, Dexametasona, Diazepam, Digoxina, Dimorf, Dipirona,Dobutamina, Enalapril, Escopolamina (hioscina), Fenitona, Fenobarbital, Fentanil, Fenoterol Bromidrato,

    Flumazenil, Furosemida, Glicose isotnica, Glicose hipertnica, Gluconato de Clcio, Haloperidol,Heparina, Hidrocortisona, Insulina, Isossorbida, Liquemine, Lidocana, Manitol, Meperidina, Metildopa,Metilergometrina, Metilprednisolona, Metoclopramida, Metropolol, Midazolan, Naloxone, Nifedipina,Nitroprussiato de sdio, Noradrenalina, leo mineral, Omeprazol, Paracetamol, Pancuron, Prometazina,Propranolol, Quelicin, Ranitidina, Ringer Lactato, Sais para reidratao oral, Salbutamol, Soro glico-fisiologico, Soro Fisiolgico, Soro Glicosado, Sulfadiazina prata, Streptoquinase, Sulfato de magnsio,Terbutalina, Tramadol, Verapamil, Vitamina K.

    7.2.7 - Estruturao da Grade de Referncia

    As Unidades No-Hospitalares de Atendimento s Urgncias e Emergncias devem possuir retaguarda de

    maior complexidade previamente pactuada, com fluxo e mecanismos de transferncia claros, mediados pelaCentral de Regulao, a fim de garantir o encaminhamento dos casos que extrapolem sua complexidade.

    Alm disso, devem garantir transporte para os casos mais graves, atravs do servio de atendimento pr-hospitalar mvel, onde ele existir, ou outra forma de transporte que venha a ser pactuada.

    Tambm devem estar pactuados os fluxos para elucidao diagnstica e avaliao especializada, alm de sedar nfase especial ao re-direcionamento dos pacientes para a rede bsica e Programa de Sade da Famlia,para o adequado seguimento de suas patologias de base e condies de sade, garantindo acesso no apenasa aes curativas, mas a todas as atividades promocionais que devem ser implementadas neste nvel deassistncia.

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    8. ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR (SAMU)

    Quando falamos em SAMU, Servio de Atendimento Mvel de Urgncias, conforme o definido aqui noBrasil, no imaginrio das pessoas surge, muitas vezes, o atendimento de uma urgncia associado a umaambulncia. A idia do atendimento fora do ambiente hospitalarpr-hospitalar, por meio de deslocamentode equipe e recursos materiais, tem sua origem em 1792, quando Dominique Larrey, cirurgio da GrandeArmada de Napoleo utiliza uma ambulncia (do latin Ambulare, que significa deslocar) para levar

    atendimento precoce aos acometidos em combate, j no prprio campo de batalha, observando que assimaumentavam suas chances de sobrevida. Foi em Nova Iorque, porm, no final do sculo XIX que oatendimento externo estrutura hospitalar com a utilizao de ambulncias com mdicos tomou corpo e daretornou Europa, onde foi implementado pelos franceses, com a incorporao do conceito de regulaomdica.

    Considera-se como nvel pr-hospitalar mvel na rea de urgncia, o atendimento que procura chegarprecocemente vtima, aps ter ocorrido um agravo sua sade (de natureza clnica, cirrgica, traumtica,inclusive as psiquitricas), que possa levar a sofrimento, sequlas ou mesmo morte, sendo necessrio,portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um servio de sade devidamentehierarquizado e integrado ao Sistema nico de Sade. Podemos cham-lo de atendimento pr-hospitalar

    mvel primrio quando o pedido de socorro for oriundo de um cidado ou de atendimento pr-hospitalarmvel secundrio quando a solicitao partir de um servio de sade, no qual o paciente j tenha recebido oprimeiro atendimento necessrio estabilizao do quadro de urgncia apresentado, mas necessite serconduzido a outro servio de maior complexidade para a continuidade do tratamento.

    Para um adequado atendimento pr-hospitalar mvel o mesmo deve estar vinculado a uma Central deRegulao de Urgncias e Emergncias. A central deve ser de fcil acesso ao pblico, por via telefnica, emsistema gratuito (192 como nmero nacional de urgncias mdicas ou outro nmero exclusivo da sade, se o192 no for tecnicamente possvel), onde o mdico regulador, aps julgar cada caso, define a resposta maisadequada, seja um conselho mdico, o envio de uma equipe de atendimento ao local da ocorrncia ou aindao acionamento de mltiplos meios. Todos os pedidos de socorro mdico que derem entrada por meio de

    outras centrais, como a da polcia militar (190), do corpo de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes,devem ser, imediatamente retransmitidos Central de Regulao por intermdio do sistema decomunicao, para que possam ser adequadamente regulados e atendidos.

    O atendimento no local monitorado via rdio pelo mdico regulador que orienta a equipe de intervenoquanto aos procedimentos necessrios conduo do caso. Deve existir uma rede de comunicao entre aCentral, as ambulncias e todos os servios que recebem os pacientes.

    Atribuies gerais do servioA atuao do mdico regulador d-se em vrias dimenses, exercendo atividades tcnicas, administrativas,gerenciando conflitos e poderes, sempre no sentido de garantir acesso ao recurso mais adequado a cada

    necessidade e propiciando um adequado fluxo de usurios na Rede de Ateno s Urgncias.As atribuies bsicas da Central de Regulao Mdica de Urgncia so:a - Regulao mdica do sistema de urgncia Regulao de todos os fluxos de pacientes vtimas de agravos urgentes sade, do local onde ocorreramat os diferentes servios da rede regionalizada e hierarquizada, bem como dos fluxos entre os serviosexistentes no mbito municipal e regional. Essa tarefa exige a apropriao dinmica da situao real de todos os servios de urgncia do municpio, deforma a permitir uma distribuio equnime dos pacientes entre eles e, inclusive, a permuta entre osdiferentes nveis de ateno, para sanar eventuais deficincias.b - Cobertura de eventos de risco Cobertura de atividades esportivas, sociais, culturais diversas, por meio de apoio direto com equipe nolocal ou a distncia com garantia de canal prioritrio de comunicao.c - Cobertura a acidentes com mltiplas vtimas Regulao e atendimento local em situaes de desastres, catstrofes ou acidentes com mltiplas vtimasde diferentes portes;

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    Participao na elaborao de planos de atendimento e realizao de simulados com Defesa Civil,Bombeiros, Infraero e demais parceiros.d - Capacitao de recursos humanos Participao na Poltica de Educao Permanente do SUS por intermdio dos Plos de EducaoPermanente e da estruturao dos Ncleos de Educao em Urgncia a eles integrados.e - Aes educativas para a comunidade Participao ativa na estruturao de palestras sobre primeiro atendimento a urgncias para empresas,escolas, creches, Conselhos de Sade, instituies diversas e comunidade em geral; Participao no desenvolvimento de estratgias promocionais junto comunidade, Segurana Pblica,Departamento de Trnsito, Educao, Cultura e outros setores; Produo de estudos epidemiolgicos e massa crtica capacitada para intervir positivamente na incidnciade agravos sade.

    8.1 - Equipe Profissional

    Os servios de atendimento pr-hospitalar mvel devem contar com equipe de profissionais oriundos da reada sade e no oriundos da rea da sade. Considerando-se que as urgncias no se constituem emespecialidade mdica ou de enfermagem e que nos cursos de graduao a ateno dada rea ainda

    bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nos Servios de Atendimento Pr-hospitalar Mvel (oriundos e no oriundos da rea de sade) devam ser habilitados pelos Ncleos deEducao em Urgncias, cuja criao indicada pelo presente Regulamento e cumpram o contedocurricular mnimo nele proposto.

    8.1.1Equipe de Profissionais Oriundos da Sade

    A equipe de profissionais oriundos da rea da sade deve ser composta por:

    - Coordenador do Servio: profissional oriundo da rea da sade, com experincia e conhecimentocomprovados na atividade de atendimento pr-hospitalar s urgncias e de gerenciamento de servios e

    sistemas;

    - Responsvel Tcnico: Mdico responsvel pelas atividades mdicas do servio;

    - Responsvel de Enfermagem: Enfermeiro responsvel pelas atividades de enfermagem ;

    - Mdicos Reguladores: mdicos que, com base nas informaes colhidas dos usurios, quando estesacionam a central de regulao, so os responsveis pelo gerenciamento, definio e operacionalizao dosmeios disponveis e necessrios para responder a tais solicitaes, utilizando-se de protocolos tcnicos e dafaculdade de arbitrar sobre os equipamentos de sade do sistema necessrios ao adequado atendimento dopaciente;

    - Mdicos Intervencionistas: mdicos responsveis pelo atendimento necessrio para a reanimao eestabilizao do paciente, no local do evento e durante o transporte;

    - Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsveis pelo atendimento de enfermagem necessrio para areanimao e estabilizao do paciente, no local do evento e durante o transporte;

    - Auxiliares e Tcnicos de Enfermagem: atuao sob superviso imediata do profissional enfermeiro;

    OBS: As responsabilidades tcnicas podero ser assumidas por profissionais da equipe de interveno,sempre que a demanda ou o porte do servio assim o permitirem.

    Alm desta equipe de sade, em situaes de atendimento s urgncias relacionadas s causas externas ou depacientes em locais de difcil acesso, dever haver uma ao pactuada, complementar e integrada de outrosprofissionais no oriundos da sade bombeiros militares, policiais militares e rodovirios e outros,

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    formalmente reconhecidos pelo gestor pblico para o desempenho das aes de segurana, socorro pblico esalvamento, tais como: sinalizao do local, estabilizao de veculos acidentados, reconhecimento egerenciamento de riscos potenciais (incndio, materiais energizados, produtos perigosos) obteno de acessoao paciente e suporte bsico de vida.

    8.1.1.1 - Perfil dos Profissionais Oriundos da rea da Sade e respectivas Competncias/Atribuies:

    - Mdico: Profissional de nvel superior titular de Diploma de Mdico, devidamente registrado no ConselhoRegional de Medicina de sua jurisdio, habilitado ao exerccio da medicina pr-hospitalar, atuando nasreas de regulao mdica, suporte avanado de vida, em todos os cenrios de atuao do pr-hospitalar enas ambulncias, assim como na gerncia do sistema, habilitado conforme os termos deste Regulamento.

    Competncias/Atribuies: exercer a regulao mdica do sistema; conhecer a rede de servios da regio;manter uma viso global e permanentemente atualizada dos meios disponveis para o atendimento pr-hospitalar e das portas de urgncia, checando periodicamente sua capacidade operacional; recepo doschamados de auxlio, anlise da demanda, classificao em prioridades de atendimento, seleo de meiospara atendimento (melhor resposta), acompanhamento do atendimento local, determinao do local dedestino do paciente, orientao telefnica; manter contato dirio com os servios mdicos de emergncia

    integrados ao sistema; prestar assistncia direta aos pacientes nas ambulncias, quando indicado, realizandoos atos mdicos possveis e necessrios ao nvel pr-hospitalar; exercer o controle operacional da equipeassistencial; fazer controle de qualidade do servio nos aspectos inerentes sua profisso; avaliar odesempenho da equipe e subsidiar os responsveis pelo programa de educao continuada do servio;obedecer s normas tcnicas vigentes no servio; preencher os documentos inerentes atividade do mdicoregulador e de assistncia pr-hospitalar; garantir a continuidade da ateno mdica ao paciente grave, at asua recepo por outro mdico nos servios de urgncia; obedecer ao cdigo de tica mdica.

    - Enfermeiro: Profissional de nvel superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado noConselho Regional de Enfermagem de sua jurisdio, habilitado para aes de enfermagem no AtendimentoPr-Hospitalar Mvel, conforme os termos deste Regulamento, devendo alm das aes assistenciais, prestar

    servios administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pr-hospitalar.

    Competncias/Atribuies: supervisionar e avaliar as aes de enfermagem da equipe no Atendimento Pr-Hospitalar Mvel; executar prescries mdicas por telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maiorcomplexidade tcnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos cientficosadequados e capacidade de tomar decises imediatas; prestar a assistncia de enfermagem gestante, aparturiente e ao recm nato; realizar partos sem distcia; participar nos programas de treinamento eaprimoramento de pessoal de sade em urgncias, particularmente nos programas de educao continuada;fazer controle de qualidade do servio nos aspectos inerentes sua profisso; subsidiar os responsveis pelodesenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educao continuada da equipe; obedecer aLei do Exerccio Profissional e o Cdigo de tica de Enfermagem; conhecer equipamentos e realizar

    manobras de extrao manual de vtimas.

    - Tcnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Mdio completo e curso regular de Tcnico deEnfermagem, titular do certificado ou diploma de Tcnico de Enfermagem, devidamente registrado noConselho Regional de Enfermagem de sua jurisdio. Exerce atividades auxiliares, de nvel tcnico, sendohabilitado para o atendimento Pr-Hospitalar Mvel, integrando sua equipe, conforme os termos desteRegulamento. Alm da interveno conservadora no atendimento do paciente, habilitado a realizarprocedimentos a ele delegados, sob superviso do profissional Enfermeiro, dentro do mbito de suaqualificao profissional.

    Competncias/Atribuies: assistir ao enfermeiro no planejamento, programao, orientao e supervisodas atividades de assistncia de enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estadograve, sob superviso direta ou distncia do profissional enfermeiro; participar de programas detreinamento e aprimoramento profissional especialmente em urgncias/emergncias; realizar manobras deextrao manual de vtimas.

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    - Auxiliar de Enfermagem: Profissional com Ensino Mdio completo e curso regular de Auxiliar deenfermagem e curso de especializao de nvel mdio em urgncias, titular do certificado de Auxiliar deEnfermagem com especializao em urgncias, devidamente registrado no Conselho Regional deEnfermagem de sua jurisdio. Exerce atividades auxiliares bsicas, de nvel mdio, habilitado a realizarprocedimentos a ele delegados, sob superviso do profissional Enfermeiro, dentro do mbito de suaqualificao profissional e conforme os termos desta Portaria.

    Competncias/Atribuies: auxiliar o enfermeiro na assistncia de enfermagem; prestar cuidados deenfermagem a pacientes sob superviso direta ou distncia do profissional enfermeiro; observar,reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nvel de sua qualificao; ministrar medicamentos por via oral eparenteral mediante prescrio do mdico regulador por telemedicina; fazer curativos; prestar cuidados deconforto ao paciente e zelar por sua segurana; realizar manobras de extrao manual de vtimas.

    8.1.2Equipe de Profissionais No Oriundos da Sade, Perfis e Respectivas Competncias/Atribuies:

    A equipe de profissionais no oriundos da rea da sade deve ser composta por, com os seguintes perfis ecompetncias/atribuies:

    8.1.2.1 - TelefonistaAuxiliar de Regulao: Profissional de nvel bsico, habilitado a prestar atendimentotelefnico s solicitaes de auxlio provenientes da populao, nas centrais de regulao mdica, devendoanotar dados bsicos sobre o chamado (localizao, identificao do solicitante, natureza da ocorrncia) eprestar informaes gerais. Sua atuao supervisionada diretamente e permanentemente pelo mdicoregulador. Sua capacitao e atuao seguem os padres previstos neste Regulamento.

    8.1.2.2 - Rdio-Operador: Profissional de nvel bsico habilitado a operar sistemas de radiocomunicao erealizar o controle operacional de uma frota de veculos de emergncia, obedecendo aos padres decapacitao previstos neste Regulamento.

    8.1.2.3 - Condutor de Veculos de Urgncia:

    - Veculos Terrestres: Profissional de nvel bsico, habilitado a conduzir veculos de urgncia padronizadospelo cdigo sanitrio e pelo presente Regulamento como veculos terrestres, obedecendo aos padres decapacitao e atuao previstos neste Regulamento.

    Competncias/Atribuies: conduzir veculo terrestre de urgncia destinado ao atendimento e transporte depacientes; conhecer integralmente o veculo e realizar manuteno bsica do mesmo; estabelecer contatoradiofnico (ou telefnico) com a central de regulao mdica e seguir suas orientaes; conhecer a malhaviria local; conhecer a localizao de todos os estabelecimentos de sade integrados ao sistema assistenciallocal, auxiliar a equipe de sade nos gestos bsicos de suporte vida; auxiliar a equipe nas imobilizaes etransporte de vtimas; realizar medidas reanimao cardiorespiratria bsica; identificar todos os tipos de

    materiais existentes nos veculos de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de sade.

    - Profissionais Responsveis pela Segurana: Policiais militares, rodovirios ou outros profissionais, todoscom nvel mdio, reconhecidos pelo gestor pblico da sade para o desempenho destas atividades, emservios normatizados pelo SUS, regulados e orientados pelas Centrais Pblicas de Regulao Mdica dasUrgncias. Atuam na identificao de situaes de risco, exercendo a proteo das vtimas e dosprofissionais envolvidos no atendimento. Fazem resgate de vtimas de locais ou situaes queimpossibilitam o acesso da equipe de sade. Podem realizar suporte bsico de vida, com aes noinvasivas, sob superviso mdica direta ou distncia, sempre que a vtima esteja em situao queimpossibilite o acesso e manuseio pela equipe de sade, obedecendo aos padres de capacitao e atuaoprevistos neste Regulamento;

    - Bombeiros Militares: Profissionais Bombeiros Militares, com nvel mdio, reconhecidos pelo gestorpblico da sade para o desempenho destas atividades, em servios normatizados pelo SUS, regulados eorientados pelas Centrais de Regulao. Atuam na identificao de situaes de risco e comando das aes

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    de proteo ambiental, da vtima e dos profissionais envolvidos no seu atendimento, fazem o resgate devtimas de locais ou situaes que impossibilitam o acesso da equipe de sade. Podem realizar suportebsico de vida, com aes no invasivas, sob superviso mdica direta ou distncia, obedecendo aospadres de capacitao e atuao previstos neste Regulamento.

    Competncias/Atribuies: comunicar imediatamente a existncia de ocorrncia com potencial de vtimasou demandas de sade Central de Regulao Mdica de Urgncias; avaliar a cena do evento, identificandoas circunstncias da ocorrncia e reportando-as ao mdico regulador ou equipe de sade por ele designada;identificar e gerenciar situaes de risco na cena do acidente, estabelecer a rea de operao e orientar amovimentao da equipe de sade; realizar manobras de suporte bsico de vida, sob orientao do mdicoregulador; obter acesso e remover a/s vtima/s para local seguro onde possam receber o atendimentoadequado pela equipe de sade e se solicitado pela mesma ou designado pelo mdico regulador, transportaras vtimas ao servio de sade determinado pela regulao mdica; estabilizar veculos acidentados; realizarmanobras de desencarceramento e extrao manual ou com emprego de equipamentos especializados debombeiro; avaliar as condies da vtima, identificando e informando ao mdico regulador as condies derespirao, pulso e conscincia, assim como uma descrio geral da sua situao e das circunstncias daocorrncia, incluindo informaes de testemunhas; transmitir, ao mdico regulador a correta descrio dacena da urgncia e do paciente; conhecer as tcnicas de transporte do paciente traumatizado; manter vias

    areas prveas com manobras manuais e no invasivas, administrar oxignio e realizar ventilao artificial;realizar circulao artificial por meio da tcnica de compresso torcica externa; controlar sangramentoexterno, por presso direta, elevao do membro e ponto de presso, utilizando curativos e bandagens;mobilizar e remover pacientes com proteo da coluna vertebral, utilizando colares cervicais, pranchas eoutros equipamentos de imobilizao e transporte; aplicar curativos e bandagens; imobilizar fraturasutilizando os equipamentos disponveis; prestar o primeiro atendimento intoxicaes, de acordo comprotocolos acordados ou por orientao do mdico regulador; dar assistncia ao parto normal em perodoexpulsivo e realizar manobras bsicas ao recm nato e parturiente; manter-se em contato com a central deregulao mdica repassando os informes iniciais e subseqentes sobre a situao da cena e do(s) paciente(s)para deciso e monitoramento do atendimento pelo mdico regulador; conhecer e saber operar todos osequipamentos e materiais pertencentes a veculo de atendimento; repassar as informaes do atendimento

    equipe de sade designada pelo mdico regulador para atuar no local do evento; conhecer e usarequipamentos de bioproteo individual; preencher os formulrios e registros obrigatrios do sistema deateno s urgncias e do servio; realizar triagem de mltiplas vtimas, quando necessrio ou quandosolicitado pela equipe de sade; participar dos programas de treinamento e educao continuada, conformeos termos deste Regulamento.

    8.2.1 - AMBULNCIAS

    Define-se ambulncia como um veculo (terrestre, areo ou aquavirio) que se destine exclusivamente aotransporte de enfermos.

    As dimenses e outras especificaes do veculo terrestre devero obedecer s normas da ABNT NBR14561/2000, de julho de 2000.

    As Ambulncias so classificadas em:

    TIPO A Ambulncia de Transporte: veculo destinado ao transporte em decbito horizontal de pacientesque no apresentam risco de vida, para remoes simples e de carter eletivo.

    TIPO BAmbulncia de Suporte Bsico: veculo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes comrisco de vida conhecido e ao atendimento pr-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, noclassificado com potencial de necessitar de interveno mdica no local e/ou durante transporte at o serviode destino.

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    TIPO C - Ambulncia de Resgate: veculo de atendimento de urgncias pr-hospitalares de pacientes vtimasde acidentes ou pacientes em locais de difcil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aqutico eem alturas).

    TIPO DAmbulncia de Suporte Avanado: veculo destinado ao atendimento e transporte de pacientes dealto risco em emergncias pr-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidadosmdicos intensivos. Deve contar com os equipamentos mdicos necessrios para esta funo.

    TIPO EAeronave de Transporte Mdico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para aes de resgate, dotada de equipamentos mdicoshomologados pelo Departamento de Aviao Civil - DAC.

    TIPO F Embarcao de Transporte Mdico: veculo motorizado aquavirio, destinado ao transporte porvia martima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos mdicos necessrios ao atendimento de pacientesconforme sua gravidade.

    8.2.2 - VECULOS DE INTERVENO RPIDA

    Este veculos, tambm chamados de veculos leves, veculos rpidos ou veculos de ligao mdica soutilizados para transporte de mdicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte avanado de vidanas ambulncias do Tipo A, B, C e F.

    8.2.3 - OUTROS VECULOS:

    Veculos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex. pacientes crnicos)que no se caracterizem como veculos tipo lotao (nibus, peruas, etc.). Este transporte s pode serrealizado com anuncia mdica.

    9DEFINIO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS AMBULNCIAS

    As ambulncias devero dispor, no mnimo, dos seguintes materiais e equipamentos ou similares comeficcia equivalente:

    9.3.1 - Ambulncia de Transporte (Tipo A):

    Sinalizador ptico e acstico; equipamento de rdio-comunicao em contato permanente com a centralreguladora; maca com rodas; suporte para soro e oxignio medicinal.

    9.3.2 - Ambulncia de Suporte Bsico (Tipo B):

    Sinalizador ptico e acstico; equipamento de rdio-comunicao fixo e mvel; maca articulada e comrodas; suporte para soro; instalao de rede de oxignio com cilindro, vlvula, manmetro em local de fcilvisualizao e rgua com dupla sada; oxignio com rgua tripla (a- alimentao do respirador; b-fluxmetro e umidificador de oxignio e c - aspirador tipo Venturi); manmetro e fluxmetro com mscara echicote para oxigenao; cilindro de oxignio porttil com vlvula; maleta de urgncia contendo:estetoscpio adulto e infantil, ressuscitador manual adulto/infantil, cnulas orofarngeas de tamanhosvariados, luvas descartveis, tesoura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanmetro adulto/infantil,ataduras de 15 cm, compressas cirrgicas estreis, pacotes de gaze estril, protetores para queimados oueviscerados, cateteres para oxigenao e aspirao de vrios tamanhos; maleta de parto contendo: luvascirrgicas, clamps umbilicais, estilete estril para corte do cordo, saco plstico para placenta, cobertor,compressas cirrgicas e gazes estreis, braceletes de identificao; suporte para soro; prancha curta e longapara imobilizao de coluna; talas para imobilizao de membros e conjunto de colares cervicais; coleteimobilizador dorsal; frascos de soro fisiolgico e ringer lactato; bandagens triangulares; cobertores; coletesrefletivos para a tripulao; lanterna de mo; culos, mscaras e aventais de proteo e maletas commedicaes a serem definidas em protocolos, pelos servios.

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    As ambulncias de suporte bsico que realizam tambm aes de salvamento devero conter o materialmnimo para salvamento terrestre, aqutico e em alturas, maleta de ferramentas e extintor de p qumicoseco de 0,8 Kg, fitas e cones sinalizadores para isolamento de reas, devendo contar, ainda comcompartimento isolado para a sua guarda, garantindo um salo de atendimento s vtimas de, no mnimo, 8metros cbicos.

    9.3.3Ambulncia de Resgate (Tipo C):

    Sinalizador ptico e acstico; equipamento de rdio-comunicao fixo e mvel; prancha curta e longa paraimobilizao de coluna; talas para imobilizao de membros e conjunto de colares cervicais; coleteimobilizador dorsal; frascos de soro fisiolgico; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para atripulao; lanterna de mo; culos, mscaras e aventais de proteo; material mnimo para salvamentoterrestre, aqutico e em alturas; maleta de ferramentas e extintor de p qumico seco de 0,8 Kg; fitas e conessinalizadores para isolamento de reas.

    Quando realizarem tambm o suporte bsico de vida, as ambulncias de resgate devero ter umaconfigurao que garanta um salo de atendimento s vtimas de, no mnimo 8 metros cbicos, alm decompartimento isolado para a guarda de equipamentos de salvamento e devero estar equipadas com: maca

    articulada e com rodas; instalao de rede de oxignio com cilindro, vlvula, manmetro em local de fcilvisualizao e rgua com dupla sada; oxignio com rgua tripla (a - alimentao do respirador; b -fluxmetro e umidificador de oxignio e c - aspirador tipo Venturi); manmetro e fluxmetro com mscara echicote para oxigenao; cilindro de oxignio porttil com vlvula; maleta de emergncia contendo:estetoscpio adulto e infantil; ressuscitador manual adulto/infantil, luvas descartveis; cnulas orofarngeasde tamanhos variados; tesoura reta com ponta romba; esparadrapo; esfigmomanmetro adulto/infantil;ataduras de 15 cm; compressas cirrgicas estreis; pacotes de gaze estril; protetores para queimados oueviscerados; cateteres para oxigenao e aspirao de vrios tamanhos; maleta de parto contendo: luvascirrgicas; clamps umbilicais; estilete estril para corte do cordo; saco plstico para placenta; cobertor;compressas cirrgicas e gazes estreis; braceletes de identificao;

    9.3.4 - Ambulncia de Suporte Avanado (Tipo D):

    Sinalizador ptico e acstico; equipamento de rdio-comunicao fixo e mvel; maca com rodas earticulada; dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrvel; instalao de rede porttil de oxignio comodescrito no item anterior ( obrigatrio que a quantidade de oxignio permita ventilao mecnica por nomnimo duas horas); respirador mecnico de transporte; oxmetro no-invasivo porttil; monitorcardioversor com bateria e instalao eltrica disponvel (em caso de frota dever haver disponibilidade deum monitor cardioversor com marca-passo externo no-invasivo); bomba de infuso com bateria e equipo;maleta de vias areas contendo: mscaras larngeas e cnulas endotraqueais de vrios tamanhos; cateteres deaspirao; adaptadores para cnulas; cateteres nasais; seringa de 20ml; ressuscitador manual adulto/infantilcom reservatrio; sondas para aspirao traqueal de vrios tamanhos; luvas de procedimentos; mscara para

    ressuscitador adulto/infantil; lidocana gelia e spray; cadaros para fixao de cnula; laringoscpioinfantil/adulto com conjunto de lminas; estetoscpio; esfigmomanmetro adulto/infantil; cnulasorofarngeas adulto/infantil; fios-guia para intubao; pina de Magyll; bisturi descartvel; cnulas paratraqueostomia; material para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem torcica; maleta de acesso venosocontendo: tala para fixao de brao; luvas estreis; recipiente de algodo com anti-sptico; pacotes de gazeestril; esparadrapo; material para puno de vrios tamanhos incluindo agulhas metlicas, plsticas eagulhas especiais para puno ssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres especficos paradisseco de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pina de Kocher; cortadores de soro; lminas de bisturi;seringas de vrios tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infuso de 3 vias; frascos de soro fisiolgico,ringer lactato e soro glicosado; caixa completa de pequena cirurgia; maleta de parto como descrito nos itensanteriores; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados; esptulas demadeira; sondas nasogstricas; eletrodos descartveis; equipos para drogas fotossensveis; equipo parabombas de infuso; circuito de respirador estril de reserva; equipamentos de proteo equipe deatendimento: culos, mscaras e aventais; cobertor ou filme metlico para conservao do calor do corpo;campo cirrgico fenestrado; almotolias com anti-sptico; conjunto de colares cervicais; prancha longa para

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    imobilizao da coluna. Para o atendimento a neonatos dever haver pelo menos uma Incubadora detransporte de recm-nascido com bateria e ligao tomada do veculo (12 volts). A incubadora deve estarapoiada sobre carros com rodas devidamente fixadas quando dentro da ambulncia e conter respirador eequipamentos adequados para recm natos.

    9.3.5 - Aeronave de Transporte Mdico (Tipo E):

    -Aeronaves de Asas Fixas (Avies) e Aeronaves de Asas Rotativas (Helicpteros) para atendimento pr-hospitalar mvel secundrio ou transporte inter-hospitalar:

    Conjunto aeromdico (homologado pelo Departamento de Aviao Civil DAC): maca ou incubadora;cilindro de ar comprimido e oxignio com autonomia de pelo menos 2 horas; rgua tripla para transporte;suporte para fixao de equipamentos mdicos;

    Todos os equipamentos que constam na ambulncia do tipo D, mais- Equipamentos mdicos fixos:respirador mecnico; monitor cardioversor com bateria; oxmetro porttil; bomba de infuso; prancha longapara imobilizao de coluna

    3.6

    Embarcao de Transporte (Tipo F):Este veculo motorizado aquavirio, destinado ao transporte por via martima ou fluvial, poder ser equipadocomo indicado para as Ambulncias de Tipo A, B, ou D, dependendo do tipo de assistncia a ser prestada.

    4DEFINIO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULNCIAS

    Medicamentos obrigatrios que devero constar nos veculos de suporte avanado, seja nos veculosterrestres, aquticos e nas aeronaves ou naves de transporte mdico (Classes D, E e F):

    - Lidocana sem vasoconstritor; epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina;noradrenalina;

    hidrocortisona; glicose 50%;

    - Soros: glicosado 5%; fisiolgico 0,9%; ringer lactato;

    - Psicotrpicos: hidantona; meperidina; diazepan; midazolan;

    - Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelecin;

    - Outros: gua destilada; metoclopramida; dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide;amiodarona; deslanosideo C.

    10TRIPULAO

    Considerando-se que as urgncias no se constituem em especialidade mdica ou de enfermagem e que noscursos de graduao a ateno dada rea ainda bastante insuficiente, entende-se que os profissionais quevenham a atuar como tripulantes dos Servios de Atendimento Pr-Hospitalar Mvel devam ser habilitadospelos Ncleos de Educao em Urgncias, cuja criao indicada pelo presente Regulamento e cumpram ocontedo curricular mnimo nele proposto - Captulo VII.

    5.1 - Ambulncia do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um Tcnico ou Auxiliar deenfermagem.

    5.2 - Ambulncia do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o motorista e um tcnico ou auxiliar de enfermagem.

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    5.3 - Ambulncia do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodovirios, bombeiros militares, e/ou outrosprofissionais reconhecidos pelo gestor pblico, sendo um motorista e os outros dois profissionais comcapacitao e certificao em salvamento e suporte bsico de vida.

    5.4 - Ambulncia do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um mdico.

    5.5 - Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado como de suporte avanadode vida.

    5.6 - Embarcaes: a equipe deve ser composta 2 ou 3 profissionais, de acordo com o tipo de atendimento aser realizado, contando com o condutor da embarcao e um auxiliar/tcnico de enfermagem em casos desuporte bsico de vida, e um mdico e um enfermeiro, em casos de suporte avanado de vida.

    11. UNIDADES HOSPITALARES DE ATENDIMENTO S URGNCIAS E EMERGNCIAS

    1 - Classificao

    As Unidades Hospitalares de Atendimento em Urgncia e Emergncia sero classificadas segundo segue:

    A - Unidades Gerais:

    a - Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento s Urgncias e Emergncias de Tipo I;

    b - Unidades Hospitalares Gerais de Atendimento s Urgncias e Emergncias de Tipo II.

    B - Unidades de Referncia:

    a - Unidades Hospitalares de Referncia em Atendimento s Urgncias e Emergncias de Tipo I;

    b - Unidades Hospitalares de Referncia em Atendimento s Urgncias e Emergncias de Tipo II;

    c - Unidades Hospitalares de Referncia em Atendimento s Urgncias e Emergncias de Tipo III.

    Observao: As Unidades de Referncia correspondem, respectivamente, aos Hospitais Tipo I, II e IIIdefinidos segundo os critrios de classificao estabelecidos pela Portaria GM/MS n 479, de 15 de abril de1999, que cria mecanismos para a implantao dos Sistemas Estaduais de referncia Hospitalar emAtendimento de Urgncias e Emergncias.

    11.2 - Definio das Unidades e Critrios de Classificao

    2.1 - Caractersticas Gerais

    As caractersticas gerais relacionadas abaixo so exigveis para a classificao e cadastramento de UnidadesHospitalares de Atendimento s Urgncias e Emergncias e so comuns s Gerais de Tipo I e II e s deReferncia de Tipo I, II e III.

    2.1.1Recursos Humanos

    Toda equipe da Unidade deve ser capacitada nos Ncleos de Educao em Urgncias e treinada em servioe, desta forma, capacitada para executar suas tarefas

    A Unidade deve contar com:

    - Equipe Mdica: deve ser composta por mdicos em quantitativo suficiente para o atendimento dos serviosnas 24 horas do dia para atendimento de urgncias/emergncias e todas as atividades dele decorrentes.

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    - Enfermagem: A Unidade deve contar com:

    - Coordenao de Enfermagem: 01 (um) Enfermeiro Coordenador;

    - Enfermeiros, tcnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem em quantitativo suficiente para oatendimento dos servios nas 24 horas do dia para atendimento de urgncias/emergncias e todas asatividades dele decorrentes.

    - Rotinas de Funcionamento e Atendimento

    A Unidade deve possuir Rotinas de Funcionamento e Atendimento escritas, atualizadas a cada 04 anos eassinadas pelo Responsvel Tcnico pela Unidade. As rotinas devem abordar todos os processos envolvidosna assistncia que contemplem desde os aspectos organizacionais at os operacionais e tcnicos. Deve havertambm uma rotina de manuteno preventiva de materiais e equipamentos.

    As Rotinas devem contemplar, no mnimo, os seguintes itens:

    a - Critrios de avaliao dos pacientes e, se for o caso, de indicao de procedimento cirrgico;

    b - Procedimentos mdico-cirrgicos; c - Procedimentos de enfermagem; d - Rotinas de suporte nutricional;

    e - Rotinas de controle de Infeco Hospitalar; f - Ficha prpria para descrio do ato cirrgico;

    g - Rotinas de acompanhamento ambulatorial dos pacientes;

    - Registro de Pacientes

    A Unidade deve possuir um pronturio para cada paciente com as informaes completas do quadro clnicoe sua evoluo, todas devidamente escritas, de forma clara e precisa, datadas e assinadas pelo profissional

    responsvel pelo atendimento. Os pronturios devero estar devidamente ordenados no Servio de ArquivoMdico.

    Informaes Mnimas do Pronturio:

    a - Identificao do paciente; b - Histrico Clnico; c - Avaliao Inicial;

    d - Indicao do procedimento cirrgico, se for o caso; e - Descrio do ato cirrgico, se for o caso;

    f - Descrio da evoluo e prescries g - Condies na alta hospitalar ou transferncia

    - Estruturao da Grade de Referncia

    As Unidades Hospitalares de Atendimento s Urgncias e Emergncias devem possuir retaguarda de maiorcomplexidade previamente pactuada, com fluxo e mecanismos de transferncia claros, mediados pelaCentral de Regulao, a fim de garantir o encaminhamento dos casos que extrapolem sua complexidade.

    Alm disso, devem garantir transporte para os casos mais graves, atravs do servio de atendimento pr-hospitalar mvel, onde ele existir, ou outra forma de transporte que venha a ser pactuada.

    Tambm devem estar pactuados os fluxos para elucidao diagnstica e avaliao especializada, alm de sedar nfase especial ao re-direcionamento dos pacientes para a rede bsica e Programa de Sade da Famlia,para o adequado seguimento de suas patologias de base e condies de sade, garantindo acesso no apenasa aes curativas, mas a todas as atividades promocionais que devem ser implementadas neste nvel deassistncia.

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    - Caractersticas Especficas das Unidades de Referncia

    As Unidades de Referncia em Atendimento s Urgncias e Emergncias so aquelas instaladas emhospitais, gerais ou especializados, aptos a prestarem assistncia de urgncia e emergncia correspondente M3 e alta complexidade, de acordo com sua capacidade instalada, especificidade e perfil assistencial. EstasUnidades, integrantes do Sistema Estadual de Referncia Hospitalar em Atendimento de Urgncias eEmergncias, devem contar com instalaes fsicas, recursos humanos e tecnolgicos adequados de maneiraa que se tornem a referncia de assistncia hospitalar no atendimento de urgncia e emergncia do SistemaEstadual de Urgncia e Emergncia.

    Ficam entendidos como recursos tecnolgicos e humanos acessveis/alcanveis aqueles que so necessriosao atendimento aos pacientes em situao de urgncia/emergncia e pelos quais a unidade hospitalar seresponsabiliza, garantindo com recursos do prprio hospital o acesso ao servio ou profissional.

    As instalaes previstas para as Unidades No Hospitalaresitem 2.4 do Captulo II so exigncia mnima eobrigatria na estrutura das Unidades de Referncia. Caso no haja atendimento de traumato-ortopedia naUnidade, est dispensada a existncia de sala de gesso.

    - Caractersticas Especficas- Unidades Hospitalares de Referncia em Atendimento s Urgncias eEmergncias de Tipo I:

    As Unidades de Referncia de Tipo I so aquelas instaladas em hospitais especializados e que contam comrecursos tecnolgicos e humanos adequados para o atendimento das urgncias/emergncias de naturezaclnica e cirrgica, nas reas de pediatria ou traumato-ortopedia ou cardiologia

    - Recursos Humanos

    A Unidade deve contar com profissionais mnimos indispensveis, presentes no hospital, capacitados paraatendimento s urgncias/emergncias nas suas reas especficas de atuao profissional:

    Traumato-Ortopedia ,Cardiologista Pediatra, Hemodinamicista Intensivista,Clnico Geral, AngiografistaCirurgio Peditrico Anestesiologista Cirurgio Cardiovascular,Anestesiologista IntensivistaEcocardiografista .

    Servio de Suporte, Acompanhamento Clnico e Reabilitao: A Unidade deve contar com os servios eprofissionais nas seguintes reas (dependendo do volume de atendimento, estes profissionais no precisamser exclusivos da Unidade):

    - Psicologia Clnica; - Nutrio; - Assistncia Social; - Fisioterapia; - Terapia Ocupacional; - Farmcia; -Hemoterapia;

    Outros Profissionais alcanveis, identificados por especialidade e capacitados para o atendimento surgncias/emergncias nas suas reas especficas de atuao profissional:

    Cardiologia,Pediatria, Traumato-Ortopedia, Hematologista, Endoscopista, Imagenologista, Hematologista

    Cirurgio Vascular, Broncoscopista, Neurocirurgio, Neuropediatra, Cirurgio Geral Cirurgio

    ,Radiologia Convencional ,Anlises Clnicas Laboratoriais Eletrocardiografia ,Intensificador de Imagem ,

    Ultra-sonografia ,Anestesiologia ,Ecocardiografia Cirurgia Peditrica ,Hemodinmica ,Anestesiologia

    Cirurgia Cardiovascular, Banco de Sangue ,Angiografia ,Terapia Renal Substitutiva .