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Apostila Expositor Espírita

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  • Apostila

    Expositor Esprita

  • 2

    Orao Diante da Palavra

    Senhor!

    Deste-me a palavra por semente de luz. No me permitas envolv-la na sombra que projeto.

    Ensina-me a falar para que se faa o melhor; ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memria tudo aquilo que a Tua bondade espera se lance no esquecimento; onde a irritao me procure, induze-me ao silncio e, onde lavre o incndio da incompreenso ou do dio, d que eu pronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira.

    Em qualquer conversao inspira-me o conceito certo que se ajuste edificao do bem, no momento exato, e faze-me vigilante para que o mal no me use em louvor perturbao.

    No me deixes emudecer diante da verdade, mas conserva-me em Tua prudncia, a fim de que eu saiba dosar a verdade em amor para que a compaixo e a esperana no esmoream junto de mim.

    Traze-me o corao ao raciocnio sincero, sem aspereza, brando sem preguia, fraterno sem exigncia e deixa, Senhor, que a minha palavra Te obedea a vontade, hoje e sempre!

    (Francisco Cndido Xavier / Espritos Diversos, Caminho Esprita, p. 32)

  • 3

    ndice

    1. Introduo ......................................................................................... 05

    1.1 A Razo desta Apostila ................................................................. 05

    1.2. Reflexes em torno do Trabalho do Expositor .................................. 06

    1.3. Formao do Expositor ................................................................ 08

    2. O Expositor Esprita e o Estudo Evanglico-Doutrinrio ....................... 10

    2.1. O conhecimento doutrinrio ......................................................... 10

    2.2. A conduta moral ......................................................................... 11

    3. Informaes Preliminares ao Expositor .............................................. 12

    3.1. Quem pode falar ........................................................................ 12

    3.2. Onde falar ................................................................................. 13

    3.3. Horrio ..................................................................................... 13

    3.4. O que falar ................................................................................ 13

    3.5. Como falar ................................................................................ 15

    3.6. Recursos Auxiliares .................................................................... 16

    3.7. Capacidade de sensibilizao ....................................................... 17

    3.8. Outros assuntos ......................................................................... 18

    4. Quando Convidado a Falar .................................................................. 19

  • 4

    5. No Preparo da Palestra ....................................................................... 20

    5.1. Providncias e pesquisas ............................................................. 20

    5.2. Esquematizao do assunto ......................................................... 21

    5.3. Treinamento .............................................................................. 23

    6. Na Apresentao da Palestra .............................................................. 24

    6.1. Localizao do expositor no recinto ............................................... 24

    6.2. Postura do expositor ................................................................... 24

    6.3. As mos ................................................................................... 25

    6.4. Os olhos ................................................................................... 26

    6.5. A voz ........................................................................................ 26

    6.6. No desenvolvimento do tema ....................................................... 26

    6.7. Perguntas e participao do auditrio ............................................ 27

    6.8. Uso de recursos auxiliares ........................................................... 27

    7. Preparao de Esquemas .................................................................... 29

    8. Tcnicas de Ensino ............................................................................. 31

    9. Concluso .......................................................................................... 33

    10. Bibliografia ...................................................................................... 34

  • 5

    1. Introduo

    1.1. A Razo desta Apostila

    Nos Centros Espritas, deve haver entre seus trabalhadores um grupo de pessoas para a tarefa da exposio. Teoricamente, qualquer pessoa pode assumir a tarefa de falar publicamente, porm o bom senso nos diz que nem todos esto preparados ou possuem o dom para desempenhar satisfatoriamente esse papel.

    notrio que em todos os setores da vida nos preparamos para desempenhar determinadas atividades e o sucesso depender do nosso esforo e disciplina em realiz-la com responsabilidade, advinda da conscincia.

    Esta apostila busca oferecer alguns recursos para o aperfeioamento daqueles que j falam em nossas Casas e proporcionar meios queles que, tendo possibilidades de fazer uso da palavra, deixam de utiliz-la por inibies, que podem ser perfeitamente superveis mediante o esclarecimento e a prtica.

    No podemos determinar um perfil ideal de expositor esprita. Porm, poderamos registrar como o mais adequado a simplicidade e a objetividade na arte de se comunicar, alm de vida mais reta e digna possvel.

    importante ter em mente que a apostila de expositores no visa profissionalizar os trabalhadores, mas direcionar e estimular os interessados a realiz-lo, visando contribuir com segurana e fidelidade Doutrina Esprita.

    O seu sucesso depende da continuidade diria, estudando, exercitando e se aperfeioando a cada instante.

  • 6

    1.2. Reflexes em torno do Trabalho do Expositor

    Palestrar com naturalidade, governando as prprias emoes, sem azedume, sem nervosismo e sem momices, fugindo de prelecionar mais que o tempo indicado no horrio previsto.

    A palavra revela o equilbrio.

    ---------------

    Calar qualquer propsito de destaque, silenciando exibies de conhecimentos, e ajustar-se Inspirao Superior, comentando as lies sem fugir ao assunto em pauta, usando simplicidade e precatando-se contra a formao de dvidas nos ouvintes.

    Cada pregao deve harmonizar-se com o entendimento do auditrio.

    ---------------

    Respeitando pessoas e instituies nos comentrios e nas referncias, nunca estabelecer paralelos ou confrontos suscetveis de humilhar ou ferir.

    Verbo sem disciplina gera males sem conta.

    ---------------

    Sustentar a dignidade esprita diante das assembleias, abstendo-se de historietas imprprias ou anedotas reprovveis.

    O expositor responsvel pelas imagens mentais que plasme nas mentes que o ouvem.

    ---------------

    Nas conversaes, no se reportar abusiva e intempestivamente a fatos e estudos doutrinrios de entendimento difcil, devendo selecionar oportunidades, quanto a pessoas e ambientes, para tratar de temas delicados.

  • 7

    A irreflexo tambm falta de caridade.

    ---------------

    Manter-se inaltervel durante a alocuo, face de qualquer situao imprevista.

    Os momentos delicados desenvolvem a nossa capacidade de auxiliar.

    ---------------

    Procurar abolir, em suas palestras, os vocbulos imprprios, as expresses pejorativas e os termos da gria das ruas.

    O culto da caridade inclui a palavra em todas as suas aplicaes.

    ---------------

    Sempre que possvel, preferir o uso de verbos e pronomes na primeira pessoa do plural, em vez de na primeira pessoa do singular, a fim de que no se isole da condio dos companheiros naturais do aprendizado, com quem distribui avisos e exortaes.

    Somos todos necessitados de regenerao e de luz.

    (Waldo Vieira / Andr Luiz. Conduta Esprita. Cap 14).

    No saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas s a que for boa para promover a edificao, para que d graa aos que a ouvem.

    (Paulo - Efsios, 4:29).

  • 8

    1.3. Formao do Expositor

    Numa orientao espiritual, foi-me revelado que tenho condies para ser um expositor. Sabendo que essa posio exige grandes responsabilidades, quais as principais que o senhor assinalaria?

    (Neuton Suguilhara Taguatinga DF)

    Caro Neuton,

    Em nossa despretensiosa opinio, a maior responsabilidade do expositor a de ser fiel ao chefe da Seara. Todo pregador dos princpios morais e, em especial, o expositor esprita, nunca deve esquecer que seu trabalho o de evangelizar com o Cristo, o que significa no perder de vista o verdadeiro carter do trabalho cristo, assinalado pelas qualidades fundamentais: humildade, sinceridade, coragem, independncia, amor, verdadeiro desejo de servir, estudo e meditao.

    Para que isso ocorra, outra condio se destaca: a eficincia! O orador esprita deve, pois, mobilizar todos os recursos ao seu alcance para ser um bom expositor e conseguir comunicar as grandes verdades de que todos precisamos. Para tanto, precisa estar convicto de que o xito do seu trabalho ter a medida de seu esforo. E de que esse esforo ter muito de exerccio, experimentao de mtodos, tcnicas, modos, etc., at mesmo para que o prprio expositor se descubra, isto , identifique o estilo e a natureza peculiar do trabalho a que mais se ajusta. A chave do xito est em fazer-se o que se gosta, aquilo para o que se revela pendor, vocao, gosto. A pregao pblica, como qualquer outro setor, um campo multifacetado, onde cada qual definir sua preferncia e aptido.

    H, por exemplo, o orador didtico, o solto, o metdico, o filosfico, o bem-humorado, o altiloquente, o evanglico, o emotivo, o tertulial, o verberador, o tmido e o impetuoso. H o que adota preparao prvia meticulosa e no foge ao esquema traado; o contrrio, que no consegue preparar antecipadamente, mas fala ao sabor da emoo do momento. H o monotnico, que s aborda uma temtica invarivel, ou trata todos os assuntos pelo mesmo prisma. O oposto o polimorfo, que desenvolve capacidade para ver a problemtica humana sob vrios ngulos e adquire a capacidade de apreciar assuntos diferentes entre si.

  • 9

    Vemos os que imitam outros pregadores conhecidos e os mais autnticos. Existe o estacionado, que nunca passa de um mesmo diapaso, e o que evolui, aprende com os prprios erros, para no incorrer neles de futuro. Aparece o sem autocrtica, cujos graves defeitos todos notam, s o prprio que no v e o melindroso, a quem a menor crtica desmonta por muitas semanas.

    Mas, em qualquer caso, uma qualidade fundamental: a modstia e a humildade.

    No mais, v em frente, e nunca creia que voc, agora jovem, iniciando-se no trabalho ativo da seara, vir a ser um pregador esprita destacado simplesmente porque ter reencarnado com essa misso. Lembre-se do conselho de Thomas Edson, o grande inventor. O gnio feito de 1% de inspirao e 99% de transpirao.

    Alis, a orientao que voc recebeu de um esprito amigo veio mesmo em forma sbia, porque disse que voc tem condies para ser um expositor. No disse que ser um expositor! E isso certo porque por mais que uma misso tenha sido preparada na Espiritualidade, o fato apenas confere condies mais ou menos favorveis para sua efetivao, que ser consumada ou no, segundo a maior ou menor aceitao do interessado e seus esforos nesse sentido.

    (Texto extrado da Revista Esprita Allan Kardec Ano III, n 11).

  • 10

    2. O Expositor Esprita e o Estudo Evanglico-Doutrinrio

    Dois elementos devem concorrer para o progresso do Espiritismo; estes so:

    o estabelecimento terico da Doutrina Esprita e os meios de populariz-la.

    (Allan Kardec - Obras Pstumas, Projeto 1868).

    Para o pblico esprita, todo expositor que ocupar uma tribuna representa o prprio

    Espiritismo. A tribuna se constitui no ponto de convergncia das atenes de todos

    os participantes, que buscam encontrar, na pessoa do expositor, as respostas para

    muitas questes. Assim, tudo o que for dito repercutir em crdito ou descrdito

    para a Doutrina Esprita. Portanto, no basta ter boa vontade para algum usar a

    tribuna esprita. necessrio satisfazer algumas condies:

    Possuir ideias concordes com a Doutrina Esprita;

    Ter moral respeitvel;

    Ser dotado de alguma tcnica.

    Somente devemos confiar a tribuna s pessoas que estejam capacitadas,

    cujo trabalho conhecido ou nos foram recomendadas por pessoas confiveis.

    Esta cautela previne e evita que ocorram prejuzos doutrinrios e situaes

    embaraosas na tribuna.

    2.1. O conhecimento doutrinrio

    Quando se fala em pblico busca-se despertar e convencer as pessoas sobre nossas

    ideias. Nas exposies espritas no diferente. O objetivo informar e convencer

    o pblico, atravs da persuaso, sobre as ideias espritas.

    Portanto, o expositor esprita tem que estar bem informado sobre o contedo da

    Doutrina Esprita. A desinformao levar divulgao de conceitos errneos que

    fatalmente levaro o Espiritismo ao descrdito.

  • 11

    O expositor jamais deve fazer comparaes ou referncias infelizes a pessoas ou religies, para que no crie um clima de hostilidade ao Espiritismo ou ao Movimento Esprita.

    Assim, embora o expositor tenha perfeito domnio sobre o contedo doutrinrio, dever manter-se sempre atualizado, buscando novos conhecimentos tcnicos e cientficos, pois quem expe se expe.

    2.2. A Conduta Moral

    O Espiritismo nos conduz para a reforma de nosso ser interior na direo de uma vivncia crist conforme os ensinamentos definidos no Evangelho de Jesus. O Expositor Esprita, imbudo dessa nobre misso, deve se comportar de acordo com os preceitos cristos, demonstrando, em qualquer circunstncia, uma conduta digna e respeitvel.

    No se pode exigir que o expositor seja uma criatura perfeita, pelo simples fato de que esteja sendo instrumento de difuso da Doutrina Esprita e das sublimidades do Evangelho. A criatura humana, em sua generalidade, ainda se caracteriza por muitas imperfeies. Porm, necessrio que aquele que prega a Doutrina Esprita realize os maiores esforos para dar exemplo daquilo que ensina. Logo, deve procurar ser coerente na sua maneira de sentir, de pensar e de agir.

    Reconhece-se o verdadeiro esprita pela sua transformao moral e pelos esforos que emprega para domar suas inclinaes ms.

    (Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XVII, item 4).

    No fao prelees em torno do bem, porque carrego muitas faltas. Eis o engano! Aguardar a perfeio para indicar o bem impedir-nos-ia de Aprego-la, de vez que, por enquanto, ningum existe perfeito sobre a Terra. Se as tuas palavras de amor, no conjunto, ainda no refletem todas as qualidades e sentimentos, pondera que, ensinando, aprendemos, e que, apontando o roteiro correto aos outros, somos especialmente obrigados retido.

    (Waldo Vieira / Csar Gonalves. Seareiros de Volta. p. 48).

  • 12

    3. Informaes Preliminares ao Expositor

    O Expositor Esprita o divulgador dos postulados da Doutrina Esprita e do Evangelho

    de Jesus; o instrumento utilizado de forma consciente para a multiplicao da

    mensagem crist.

    Para obter xito em sua misso so necessrios trs requisitos bsicos:

    Interesse pela tarefa - alm do interesse, h que ter dedicao, respeito e,

    sobretudo, amor;

    Estudo - necessita constantemente ler, analisar, estudar e aprofundar-se

    nos assuntos evanglico-doutrinrio, participando do Movimento Esprita,

    a fim de atualizar-se e adquirir novos conhecimentos. Livros, jornais, revistas,

    mensagens e, principalmente, as obras bsicas de Allan Kardec, Evangelho de

    Jesus e obras subsidirias confiveis devem ser companheiras inseparveis do

    Expositor Esprita;

    Comunicao - O Expositor deve apoiar-se no exerccio constante da

    comunicao, isto , aproveitar as oportunidades que surgem para exercitar o

    vocabulrio e, concomitantemente, atenuar os sentimentos de timidez. No pode

    ser introvertido.

    3.1. Quem pode falar1

    Todos podem falar com real proveito, desde que sintam disposio de servir.

    Qualquer tarefa tem um comeo. Quem adia indefinidamente, dificilmente

    iniciar suas prelees.

    Se o estudo e prtica demonstrarem a ausncia de vocao para falar,

    recordar que a cooperao em outros setores de trabalho na vasta seara

    esprita sempre de grande proveito.

    1. Vide Francisco Cndido Xavier / Irmo X. Cartas e Crnicas. Cap. 14

  • 13

    Ao que dirige ou organiza cabe respeitar as tendncias de cada um, confiando,

    mesmo aos mais experientes, trabalho de acordo com a sua capacidade.

    O expositor, se aceita a tarefa, tudo deve fazer para cumpri-la a contento.

    3.2. Onde falar

    No incio, preferir auditrios menos exigentes, para evitar constrangimentos.

    Abster-se de falar sobre Evangelho e Doutrina Esprita em horas e locais imprprios. Tudo deve ter seu tempo e lugar, para proveito geral.

    Maior ou menor auditrio no dever impressionar o expositor. Com mais ou menos pessoas presentes, fazer o trabalho integralmente, com a mesma disposio, pois h sempre numerosos desencarnados aguardando o concurso dos seus esclarecimentos.

    Silenciar referncias a auditrios maiores ou menores. Isso, alm de inspirar vaidade, nada de efetivo representa. O que importa o trabalho do momento.

    3.3. Horrio

    O expositor tomar conhecimento prvio do tempo que lhe destinado, a fim de bem distribuir o assunto e observar o horrio rigorosamente. preciso recordar que, caso se exceda, prejudicar o bom encaminhamento dos trabalhos programados.

    O expositor deve ser pontual. Convm mesmo chegar instituio onde falar, com 10 ou 15 minutos de antecedncia para tomar conhecimento do programa e inteirar-se das condies ambientes e tranquilizar, com a sua presena, os responsveis pelo trabalho.

    No caso de o contedo da palestra acabar, no dar voltas e nem gastar o tempo que restar de modo improdutivo ou cansativo. O menos comprometedor, quase sempre, ser encerrar o estudo.

    3.4. O que falar

    Lembrar-se de que a Doutrina Esprita o prprio Evangelho que volta (Redivivo). Assim, preciso considerar que tanto os temas essencialmente evanglicos necessitam dos conceitos da Doutrina Esprita para sua correta interpretao, quanto os assuntos, acentuadamente doutrinrios no dispensam jamais as bases evanglicas para se expressarem com segurana.

    Seja, porm o vosso falar: Sim, sim; No, no; porque o que passa disto de procedncia maligna. (Mateus 5:37)

  • 14

    Os comentrios de natureza cientfica e filosfica exigem muita ponderao. Tais assuntos, embora despertem interesses, podero dar margem a insinuao da vaidade, desviando quase sempre do objetivo do trabalho que, em tese, a prpria renovao.2

    Quando a critrio do expositor, os temas devem ser escolhidos de acordo com a necessidade e o interesse do auditrio.

    O expositor deve abordar um tema de cada vez. S com muita experincia e muito estudo possvel focalizar vrios assuntos ao mesmo tempo, de modo eficiente.

    Para que a palestra apresente resultados positivos, imprescindvel que, em seu preparo e apresentao, o expositor no fuja aos reais objetivos de seu trabalho.

    Quem fala no deve ter a pretenso de dizer coisas novas, mas somente ser levado pelo propsito de agrupar, resumir, simplificar e passar adiante o que de melhor, mais prtico, objetivo e til recolheu de autores credenciados e respeitveis. Quem, desse modo, opera, ser sempre ajudado e inspirado pelos mensageiros de Jesus em sua tarefa.

    aconselhvel ilustrar as palestras com histrias curtas, preferencialmente dos livros de Hilrio Silva, Andr Luiz, Neio Lcio, Irmo X, Valerium.

    No preencher todo o tempo da palestra com histrias. A funo do expositor no de fazer passar o tempo mas apresentar um tema, analis-lo e tirar concluses com vistas exemplificao.

    Procurar abolir termos de grias, vocabulrio imprprio e chaves, de qualquer natureza.

    Evitar ao mximo contar anedotas, porque pode ativar ncleos no ouvinte e desvi-lo do contedo da palestra.

    O Orador responsvel pelas imagens mentais que plasme nas mentes que o ouvem. (Andr Luiz Conduta Esprita Cap. 14).

    Evitar referncias nominais. Se elogiosas, do margem vaidade; se depreciativas, trazem desnimo e promovem discrdia.

    Omitir toda e qualquer referncia pessoal. At mesmo os fatos da experincia prpria do expositor quando referidos devem ser generalizados.

    2. Vide Waldo Vieira / Andr Luiz. Conduta Esprita. Cap. 29

  • 15

    Cuidado com a tendncia infelizmente muito comum de autobiografar-se. Lembrar sempre que os ouvintes comparecem interessados em conhecer o tema programado e no a vida do expositor.

    Quem fala de si mesmo busca a sua prpria glria, mas o que busca a glria daquele que o enviou, esse verdadeiro, e no h nele injustia. (Joo, 7:18).

    Abordar, na medida do possvel, temas diferentes, com vistas expanso do estudo e ao aprimoramento do expositor. A repetio reduz sempre o interesse do auditrio.

    Calar referncias a dinheiro, poltica, questes polmicas, pontos de vista.

    3.5. Como falar

    As prelees devem ser: estudadas jamais decoradas. Lidas, s em casos especiais.

    A exposio falada assegura determinados efeitos que a palavra escrita no consegue oferecer, dentre os quais se pode enumerar:

    Possibilidade de transmitir mais viva, intensa e diretamente as projees mentais do que se diz;

    Vantagem de se poder adaptar a exposio de uma ideia convenincia do momento. Exemplo: desequilbrio medinico no auditrio pode ensejar novo ngulo na abordagem de contedo;

    Recurso de se proporcionar a participao dos ouvintes, a fim de que tragam as suas experincias sobre a matria em estudo ou elucidem suas dvidas, fazendo perguntas.

    A palestra lida desperta menor interesse do auditrio, por ser menos comunicativa e menos vibrante, impedindo, ainda, inspirao do momento.

    Se, em ltimo caso, a palestra for escrita, escrev-la com o mximo cuidado, com grafia legvel e rigorosa numerao das pginas. Qualquer interrupo no momento da leitura ser inconveniente.

    O expositor esprita deve se esforar no sentido de retirar do tema concluses prticas, objetivas e de imediata aplicao na vida de cada dia. as palavras que eu vos disse so esprito e vida. (Joo, 6:63).

    Evitar individualizao, como senhor presidente, senhor diretor, etc., mesmo que a reunio ou a solenidade seja dirigida ou conte com a presena de irmo presidente desta ou daquela instituio.

  • 16

    No meio esprita, o ttulo mais dignificante que se pode dar a algum cham-lo sinceramente de irmo. Desse modo, comecemos as palestras simplesmente assim: caros irmos e irms, prezados irmos e amigos, etc.

    O expositor deve se esforar para no fugir ao tema e evitar interpolaes que sempre dificultam o entendimento e comprometem a clareza da exposio.

    Evitar estabelecer comparaes, a fim de que a sua palavra no venha a ferir algum.

    O Centro Esprita uma casa de orao e assistncia, onde devem ser evitadas as manifestaes ruidosas. Por isso, o expositor procurar encerrar as suas palavras de modo a no dar margem a palmas, isto , convocando o auditrio meditao.

    Pronunciar bem e integralmente as palavras. Dizer as consoantes e as vogais com naturalidade e sem prejudicar a pontuao. Pronunciar as palavras inteiras, sobretudo, no final da frase.

    3.6. Recursos Auxiliares

    Existem boas razes para se usar os recursos auxiliares. Podemos destacar, entre outras:

    Confere aos participantes um foco. Controlando aquilo que divulga, podemos manter os participantes presos no ponto que se est desenvolvendo;

    uma segurana para a apresentao, estimulando a organiz-la, simplific-la e reluzi-la;

    Funciona como roteiro para sua apresentao.

    Sempre que possvel, utilizar cartazes, lminas de projeo, um quadro branco ou de giz, como excelentes auxiliares na exposio de qualquer assunto. Alm de facilitar a transmisso do assunto ajudam a fixar o ensinamento.

    Os cartazes ou slides de retroprojeo podem apresentar uma ou mais frases; um ou mais versculos do Evangelho, cabendo, ainda, em determinadas oportunidades a incluso de gravuras ou desenhos que possam enriquecer esse importante material.

    Os recursos auxiliares devem ser bem selecionados, elaborados com correo e capricho e estarem em sintonia com o tema a ser exposto.

    Os recursos auxiliares devem sempre estar atualizados, podendo ser reutilizados em ambientes diferentes, desde que em bom estado de conservao.

  • 17

    Ao utilizar equipamentos eltricos, eletrnicos e/ou digitais, inteirar-se com antecedncia das condies ambientes, a fim de se evitar improvisaes que prejudiquem sua aplicao.

    As Casas Espritas, com excees, nem sempre possuem infraestrutura para uma utilizao satisfatria desse material. Cercar-se de cuidados e recursos para o seu aproveitamento adequado. Munir-se de fita adesiva, tomadas, extenses eltricas, telas, etc.

    3.7. Capacidade de sensibilizao

    A capacidade de expor depende:

    Da preparao do tema;

    da prtica adquirida;

    e, principalmente, da Assistncia Espiritual.

    E no podemos nos esquecer de que a Assistncia Espiritual, por sua vez, decorre de dois fatores:

    Do merecimento dos que ouvem;

    do esforo que fazemos no sentido de exemplificar aquilo que falamos.

    Empenhemo-nos, portanto, para no ocorrer conosco o que se dava com escribas e fariseus: Ento falou Jesus multido, e aos seus discpulos, dizendo: Na cadeira de Moiss esto assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas no procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e no praticam. (Mateus - 23:1 a 3)

    O expositor mais feliz em sua palestra quando, alm de falar, mentaliza a imagem do que diz. Assim, sua exposio ganha mais vida e cala mais fundo na mente e no corao de quem ouve.

    O expositor buscar ser eloquente, falando com sentimento ao sentimento dos que escutam. Para isso, deve harmonizar naturalidade, entusiasmo, conhecimento, sinceridade, coragem e amor.

    Quem fala sem o corao naquilo que fala no alcana o corao que deseja atingir. (Francisco Cndido Xavier / Emmanuel Companheiro Cap. 15)

  • 18

    3.8. Outros assuntos

    Ouvir outros expositores, procurando reunir fatores positivos para o seu aprendizado.

    No imitar quem quer que seja. Cada um deve ter estilo prprio.

    Lembrar sempre que tanto precisamos de estmulo quanto o estmulo dispensa elogio.

    Por nenhuma razo elogiar o medianeiro pelos resultados obtidos atravs dele, lembrando-se de que sempre possvel agradecer sem lisonjear. (Francisco Cndido Xavier / Andr Luiz Conduta Esprita Cap. 27)

    No faltar, em hiptese alguma, ao compromisso assumido. Em ltimo caso, providenciar substituto.

    Se convidado a falar aps o expositor da reunio, faz-lo por tempo reduzido, evitando dissertar sobre o mesmo assunto.

    Se convidado a fazer uma prece, no aproveitar a oportunidade, em hiptese alguma, para um discurso ainda que rpido.

    Apresentando algum, limitar-se ao imprescindvel.

    Quando da apresentao de palestras em outras cidades, muito cuidado para no sair fazendo turismo e assim fugir do objetivo.

    Para consulta ou possvel reutilizao, ter o material e esquemas das palestras devidamente organizados, seja em pasta, fichrio, por meio digital ou por quaisquer outros sistemas.

  • 19

    4. Quando Convidado a Falar

    Ao ser convidado para uma palestra, adotar os seguintes pontos-chaves, pr-requisitos que influiro decisivamente em sua preparao:

    O qu? - O tema a ser abordado. Saber, tambm, qual o estudo que o antecedeu e qual o suceder.

    Para qu? Finalidade (para adequao do tema). Exemplo: posse de diretoria; uma comemorao; abertura de ciclo de estudos, palestras de rotina.

    Como? - De que maneira. Exemplo: exposio apenas; com participao; estudo dirigido; trabalho em grupo.

    Quem? - Pessoas: conforme o pblico, dar esse ou aquele encaminhamento ao estudo. Exemplo: reunies pblicas, de pais, de jovens, etc.

    Quando? - Tempo. Exemplo: data, horrio, tempo destinado exposio. s vezes, o dia sugere o tema (25 de dezembro: Natal).

    Onde? - Lugar. Exemplo: localidade, endereo e referncias; conduo; saber se o recinto dispe de quadro de giz, luz eltrica, local para colocao de cartazes, uso de projeo, etc.

  • 20

    5. No Preparo da Palestra

    5.1. Providncias e Pesquisas

    Na elaborao da palestra, levantar os pontos-chaves desejados, lembrando-se, ainda, que a pesquisa do assunto na Bblia, nas Obras Bsicas e subsidirias da Doutrina Esprita trabalho de calma e dedicao.

    O qu? (o tema) Expositores e dirigentes encontram naturais dificuldades nesse setor. Como a Doutrina Esprita muito ampla, a variedade de contedos nos diversos livros traz dificuldades para a elaborao do tema escolhido. O expositor deve ficar sempre atento ao tema sugerido pela instituio que o convidou.

    Definir e delimitar o assunto so o que se pretende atingir com a apresentao. O importante facilitar plateia a assimilao do contedo apresentado.

    Para qu? (Finalidade) Um ou mais dos seguintes fatores: informar; sensibilizar para uma causa; incentivar; instruir; fazer sentir a necessidade da exemplificao (fazer com que tudo convirja para o objetivo da palestra, deixando-o bem claro).

    Como? expondo; argumentando; ilustrando o tema. Seleo de recursos auxiliares a serem usados. Procure abordar os temas com criatividade e versatilidade. H temas conhecidos e cansativamente comentados, para os quais o expositor no poder dispensar a criatividade e versatilidade. Caso contrrio, sua palestra ser desinteressante e repetitiva.

    Quem? (Pessoas) Estudo das pessoas envolvidas pelo assunto e daquilo que nos oferecem para exame meditao e exemplificao.

    Quando? Tempo; poca; circunstncias; dados histricos que possam esclarecer e enriquecer a exposio; tempo favorvel para se por em prtica ou fazer algo relacionado com o assunto.

    Onde? (Lugar) Consideraes sobre os locais, dados geogrficos e ambientes psquicos. Lugares adequados para a prtica do aprendizado.

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    5.2. Esquematizao do Assunto

    Formular a Questo Central

    A Questo Central um pensamento nico, expresso numa frase simples, clara e, se possvel, direta. Ela deve resumir a essncia do que se quer provar ou demonstrar atravs da palestra inteira.

    Em torno dela e/ou em direo a ela se encaminharo todos os assuntos e ilustraes. Aps estudar e selecionar os pontos a serem abordados, o expositor procurar ordenar o assunto de modo a apresent-lo numa ordem natural, lgica e objetiva.

    Estrutura de uma exposio

    Toda comunicao oral (aula, discurso, conferncia, etc.), para ser completa, deve possuir incio, meio e fim. A exposio, assim, pode ser dividida em trs partes: Introduo; Exposio; Concluso.

    Na introduo 15% salientar a importncia do assunto e procurar motivar os presentes. Pode variar ao infinito. O expositor atento se aproveitar at de algo inesperado. Por exemplo: a falta momentnea de iluminao. Assim, pode comear falando da necessidade de sairmos das trevas da ignorncia para a luz do conhecimento, esperando que, com o auxlio espiritual, a palestra de alguma forma contribua para isso. A introduo deve levar naturalmente ao corpo principal da exposio, o desenvolvimento. Serve a vrios propsitos:

    * Concentrar a ateno e suscitar o interesse nos ouvintes;

    * Estabelecer o cenrio para a exposio;

    * Estabelecer o clima ou atmosfera para o que vir a seguir;

    * Estabelecer laos com o contexto passado ou futuro;

    * Apresentar a finalidade da exposio;

    * Justificar a importncia da exposio.

    Na exposio (assunto central) 75% o momento no qual se aborda tudo sobre o assunto em foco. desenvolvimento do tema propriamente dito. Considerar sempre que o papel fundamental do Espiritismo esclarecer e consolar. Pontos principais:

    * Escolha de tpicos: Enumere de dois a cinco tpicos. Muitos ouvintes no conseguem se lembrar de mais de cinco tpicos. Se voc apresentar apenas um estar baseando toda a sua exposio em apenas uma tentativa e, se os ouvintes no o aceitarem, rejeitaro seu discurso.

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    * Ordenao lgica: Dispor os tpicos numa ordem lgica para que as ideias sejam mais bem compreendidas pelos ouvintes. A lgica a forma de raciocnio que conduz ao conhecimento da verdade; facilita, organiza e d coerncia s ideias.

    * Sustentao: Escolha seu ponto principal e use algumas das tcnicas abaixo para provar, esclarecer, tornar memorvel ou aumentar o interesse pela palestra: exemplos, citaes, estatsticas, histrias, definies, comparaes, meios auxiliares audiovisuais.

    Na Concluso 10% relacionar o assunto vida de cada dia, proporcionando diretrizes morais que so as contidas no Evangelho para o cotidiano. Em tudo ter em vista a edificao espiritual.

    a ltima parte da exposio e serve como resumo de tudo o que foi exposto para transmitir a mensagem que se pretendia. s vezes, comum utilizar-se a concluso para retomar o tema como um todo, reforando os pontos mais importantes.

    Para facilitar o desenvolvimento do tema, o expositor pode se valer de esquema resumido, para seu uso exclusivo e/ou recursos auxiliares, a serem utilizados na exposio.

    Exemplo de um esquema gua fluidificada:

    * O porqu da gua;

    * Lugar prprio para os recipientes;

    * Copos asseio;

    * Uso no obrigatrio;

    * Medicamento como tal deve ser utilizada;

    * Fluidificao diretamente pelos espritos;

    * Mdiuns dispensvel a sua participao direta;

    * Vantagens da fluidificao no lar:

    - evita o transporte de recipientes;

    - obteno, quando necessrio;

    - influncia benfica da prece;

    - consolidao da ao dos espritos;

    - em situaes determinadas, fluidificar em vasilha separada.

    Quando convidado a reapresentar um estudo, estud-lo bem novamente e, se necessrio, melhorar o esquema.

  • 23

    5.3. Treinamento

    Aps esquematizar a palestra, fazer mentalmente, sempre que possvel, a exposio a um auditrio imaginrio, sem a preocupao de decorar, mas com o intuito de guardar o assunto com maior intensidade.

    Fazer a leitura em voz alta, com o propsito de pronunciar bem as palavras e de observar a pontuao. Colocar as mos em forma de concha sobre os ouvidos, para melhor distinguir a prpria voz, tentando corrigir as deficincias. Bom para desembaraar a voz ordenar os pensamentos.

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    6. Na Apresentao da Palestra

    6.1. Localizao do expositor no recinto

    O expositor aguardar o convite para ocupar lugar mesa. No necessrio, porm, que, para falar, esteja obrigatoriamente mesa.

    Sempre que possvel, colocar-se direita do dirigente, voltado para o auditrio, pois esse o lugar mais indicado para executar a tarefa, alm de propiciar-lhe maior liberdade de movimento.

    6.2. Postura do expositor

    Aconselhvel falar de p, observando, entretanto, a convenincia do momento.

    Movimentando-se durante a exposio, ser comedido (discreto).

    No dar as costas para os participantes. Mesmo ao escrever no quadro, faz-lo pelo mnimo de tempo, procurando no se desligar inteiramente do auditrio.

    Apresentar-se com decncia e modestamente.

    Quem fala deve se esforar para impressionar favoravelmente os ouvintes. Assim, consegue maior interesse pelo que divulga.

    O expositor deve conservar a serenidade, mesmo ante qualquer imprevisto. Exemplo: perguntas indevidas ou inoportunas, polmicas ou mediunismo, incidentes como ausncia de luz.

    Se possvel, abster-se de beber gua durante as exposies, para evitar que esse hbito se transforme em vcio.

    Evitar que se verifiquem intervalos na exposio, para no quebrar a harmonia do grupo, gerando ansiedade. Exceo quando os intervalos forem necessrios melhor apresentao do assunto.

    Os gestos so importantes, desde que no repetidos mecanicamente. Devem ser espontneos, mas comedidos. Gestos para tornar mais viva e comunicativa a mensagem, jamais com intuito de dramatizar o que se diz.

    Visando o xito da tarefa disciplinar pensamentos, palavras e aes, para garantir maior assistncia espiritual.

    Evitar otimismo exagerado. A realidade, com entendimento e confiana em Deus, o melhor caminho para falar mente e ao corao dos ouvintes.

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    Compenetrar-se de que impossvel agradar a todos, recebendo com serenidade crticas e restries ao seu trabalho, de tudo extraindo elementos para o prprio aprendizado.

    As senhoras devem evitar o uso de joias, pois isso no condiz com a simplicidade do Evangelho, principalmente de medalhas e crucifixos, cuja notria inconvenincia dispensa qualquer comentrio. imperioso o exemplo edificante.

    Falar, no com o propsito de fazer seguidores, porm, com o firme desejo de aprender o Evangelho e exemplific-lo.

    Calar comentrios sobre as prprias deficincias. Isso a ningum edifica.

    Cancelar crticas e ataques a religies, instituies, pessoas e seus empreendimentos. A tarefa do expositor apenas de esclarecer fraternalmente.

    Ocorrendo conversa entre os presentes, baixar o tom de voz para atrair a ateno.

    Havendo dificuldade de pronunciar uma palavra Exemplo: unanimidade, endemoninhado no se encabular, substitui-la ou, esportivamente, pedir ajuda aos participantes.

    Manter-se sereno ante o fato de algum cochilar, ou mesmo dormir, bocejar ou manter-se impaciente, ou retirar-se.

    Ante qualquer acontecimento anormal, ausncia de luz, chuva forte, barulho estridente, casos de mediunizao no ambiente, cultivar serenidade, usando a intuio para o melhor encaminhamento da soluo da dificuldade.

    Na presena do presidente do Centro Esprita ou outros expositores mais experientes, no se encabular, nem se preocupar em mencion-los. O trabalho neste momento seu, faa-o. D o seu recado.

    Se estiver gripado, no se esquecer de portar um leno.

    Lembre-se de que o nosso corpo fala. Evite caretas e trejeitos.

    6.3. As mos

    No usar da palavra com uma ou ambas as mos em bolsos, pois, isso sugere falta de valorizao do pblico.

    No falar, segurando, nervosamente, as bordas de mveis.

    Evitar gestos que empurrem psicologicamente os participantes.

    Os gestos so necessrios para tornar mais viva e comunicativa a mensagem, no para dramatizar o que se diz. medida que as palavras se tornem fluentes, os gestos surgem de maneira espontnea.

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    6.4. Os olhos

    Pode suscitar constrangimento a fixao do olhar em determinada pessoa ou grupo de irmos. O olhar do expositor deve percorrer a plateia inteira, no circunscrevendo a ateno para este ou aquele lado, em especial.

    Evitar olhar de modo vago e impreciso. O expositor deve harmonizar olhar, palavras, gestos e atitudes, para melhor transmitir ao auditrio a mensagem de que portador.

    No permanecer de olhos fechados durante a exposio.

    Transformar os olhos em auxiliares na comunicao.

    Acompanhar atentamente as reaes dos participantes, para orientar-se durante a exposio.

    6.5. A voz

    O volume da voz deve obedecer s necessidades do local.

    No falar muito alto ou muito baixo, muito depressa ou muito devagar. Variar, de conformidade com os quadros mentais que se deseja transmitir ao auditrio.

    A voz dever variar, de maneira a no tornar montona a palestra, cansando o pblico.

    6.6. Desenvolvimento do tema

    Usar a primeira pessoa do plural: ns. Andr Luiz quem nos orienta nesse sentido: somos todos necessitados de regenerao e luz. (Wlado Vieira / Andr Luiz Conduta Esprita Cap. 14)

    Evitar palavras capazes de criar imagens negativas. Exemplo: suicdio, aborto.

    Durante a exposio, s empregar palavras cujo sentido exato e conhecido.

    Abster-se de conduzir qualquer comentrio de modo a produzir pessimismo, desnimo, tristeza. A tarefa de consolar, erguer, estimular.

    Reduzir o uso de adjetivos e ser ponderado no emprego de aumentativos e diminutivos.

    Repetir as mesmas palavras o menos possvel. Exemplo: ento, , n, etc.

    Evitar exibies de conhecimento.

    Toda citao deve ser feita com exatido e ainda que, para isso, seja preciso anot-las.

    Indicar livro e autor das citaes. possvel que entre os ouvintes algum queira consult-lo.

  • 27

    Evitar citaes em lngua estrangeira. Mesmo traduzindo, isso no passa de pedantismo.

    Utilizar linguagem adequada capacidade de entendimento da maioria do auditrio. Os menos esclarecidos so os que mais carecem de ajuda.

    Ocorrendo a necessidade de alguma leitura, no passar de cinco minutos, para no cansar os ouvintes.

    Quando solicitado, repetir a mesma explicao de maneira diferente. A variao, neste caso, sempre facilita o entendimento de quem ouve.

    Como grande nmero de entidades sempre est presente nos Centros Espritas com o propsito de ajudar ou de serem ajudadas faamos o possvel para conduzir os comentrios de modo que possam interessar a encarnados e desencarnados.

    6.7. Perguntas e participao do auditrio

    Sempre que possvel, dar oportunidade ao auditrio para fazer perguntas, no para exibir conhecimento, mas para proporcionar melhor compreenso do tema.

    Em caso de perguntas por parte do auditrio, procurar entend-las bem para respond-las com clareza. Dificilmente se dar uma resposta satisfatria a uma pergunta mal formulada ou mal entendida.

    No responder aereamente sem convico a qualquer pergunta. Se for preciso, voltar ao assunto oportunamente, depois de estud-lo. Todas as criaturas se encontram em regime de aprendizado.

    aconselhvel que o expositor formule perguntas a ele prprio e as responda. Com isso desperta ateno do auditrio para este ou aquele trecho mais importante da palestra.

    No criar situaes incmodas para o auditrio com gestos ou perguntas imprprias ou inoportunas.

    Manter-se vigilante quanto s perguntas que fujam ao assunto em foco. Nesse caso, tentar dar resposta rpida e objetiva para no desviar a ateno dos ouvintes do tema que apresenta.

    6.8. Uso de recursos auxiliares

    O expositor poder utilizar recursos para auxili-lo no processo de comunicao de sua mensagem (exposio). Esses recursos, quando bem empregados, so realmente eficazes para reforar e tornar claro o contedo da mensagem, alm de possibilitar um processo de comunicao mais dinmico.

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    Atualmente, com os avanos tecnolgicos do segmento de informtica, as salas de aulas, auditrios e outros ambientes acabaram se beneficiando com recursos audiovisuais e digitais, em sua maioria conhecidos por data show. um recurso didtico dos mais requisitados para a exposio de imagens (com ou sem udio) e se presta para palestras, seminrios e outras atividades que exijam visualizaes.

    O equipamento se constitui em uma das mais eficazes ferramentas utilizadas em reunies de estudos, palestras e conferncias pblicas, tanto em ambientes pequenos como em grandes auditrios.

    Ao se optar por esse tipo de recurso, conveniente testar, com antecedncia, se a apresentao de slides (em sua maioria, no formato do programa Power Point) gravada em dispositivos externos de armazenamento (CD, DVD, blu-ray, pendrive ou HD externo) compatvel com a configurao do computador/notebook.

    Caso o expositor no tenha familiaridade com o equipamento, convm que seja designado algum experiente para auxili-lo. Para o bom uso desse recurso necessrio providenciar a colocao de uma tela no recinto ou optar por uma parede de superfcie de cor clara, lisa e visvel a todos.

    conveniente colocar disposio do expositor uma ponteira laser e, dependendo do tamanho do recinto, um microfone. Caso a instituio permita a interao do expositor com o pblico, nada melhor que um ou mais microfones mveis que alcancem a plateia.

  • 29

    7. Preparao de Esquemas

    Os esquemas, de utilidade exclusiva para o expositor, consistem em indicaes resumidas de pormenores essenciais exposio de um tema antecipadamente estudado e preparado, de modo a suprir as possveis deficincias de memria e assegurar a ordem natural do trabalho. Devem ser feitos com grafia bem legvel. Seguem-se alguns exemplos:

    Esquema de uma palestra baseada no versculo 34, do captulo 15 de Mateus:

    E Jesus disse-lhes: Quantos pes tendes? E eles disseram: Sete, e uns poucos de peixinhos.

    Introduo:

    * Evangelho, repositrio ou fonte inesgotvel de ensinamentos.

    * Todas as passagens do Novo Testamento revestem-se de mensagens sublimes.

    * Po (sensibilizao - saindo do abrangente e atingindo o particular do contedo do trabalho) alimento por excelncia.

    * Moiss: man, alimento para o corpo. Jesus: po, alimento para o esprito.

    * O po (no processo evolutivo) sustento conquistado pelo suor.

    Exposio:

    * O esforo do homem na aquisio do alimento.

    * Nossos pensamentos e nossas sugestes.

    * Perante as dificuldades: ns como alimentar num deserto tantas pessoas? Jesus Quantos pes tendes?

    * Processo de multiplicao: possumos na medida que oferecemos.

    * A multiplicao de recursos mediante nosso esforo, boa vontade, disposio, trabalho.

    * Diferena entre multiplicao e fabricao.

    * Po, alimento do corpo. Amor, alimento das almas.

    Concluso:

    * Saibamos identificar solues e no somente obstculos.

    * O Cristo continua a nos perguntar: quantos pes tendes?.

    * O que temos oferecido obra do Cristo?

  • 30

    Esquema de uma palestra sobre um tema doutrinrio mediunidade:

    Introduo:

    * Em certa ocasio Jesus levou consigo a Pedro, Tiago e Joo (Mateus 17:1) ou,

    * Uma reunio: participantes, mdiuns, espritos... ou,

    * Um conto envolvendo fatos medinicos, ou, ainda,

    * Os fatos que deram origem Codificao Esprita no Sculo XIX.

    Exposio:

    * A Mediunidade (Livro dos Mdiuns).

    * Como se processam as comunicaes.

    * Como se verifica o desenvolvimento medinico.

    * Evoluo da Mediunidade.

    * Da materializao intuio pura.

    * Mediunidade e Jesus (Eu sou a porta... Joo 10:9)

    * Educao medinica e desenvolvimento medinico.

    Concluso:

    * Meio de progresso. Fatores autoeducativos.

    * Inspirao no Evangelho e no trabalho dos Apstolos, missionrios ou mdiuns notveis.

    * Ascendentes medinicos na vida prtica (lar, escola, etc).

    * Uma prece. Um conto. Um versculo. Uma exortao. Um trecho da Doutrina Esprita.

  • 31

    8. Tcnicas de Ensino

    O critrio principal, para a deciso sobre qual o mtodo e tcnica que se dever adotar, deve ser o que atenda a situao concreta. Bons mtodos e tcnicas precisam atender s caractersticas, capacidade, objetivos e aspiraes, necessidades e possibilidades, recursos e circunstncias, no s do pblico, mas do seu ambiente e de todos os elementos envolvidos no processo da exposio. No o pblico ou o expositor sozinhos que determinaro qual ser a tcnica e o mtodo a serem utilizados, mas o conjunto dos fatores que neles confluem e os desafiam.

    Cabe ao expositor, a todo momento, julgar as situaes e decidir, quais os melhores procedimentos, mtodos e tcnicas a serem utilizados. Uma boa tcnica de iniciao num assunto pode no ser boa para o aprofundamento ou a reviso. Da a necessidade de estar alerta s caractersticas do momento de aplicao, e reao do pblico, para que a todo momento, a partir de uma contnua avaliao, seja possvel adotar o mtodo e tcnica mais conveniente.

    Para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, utilizam-se inmeras tcnicas de ensino, tais como: Aula Expositivo-Dialogada, Estudo Dirigido, Seminrio, Demonstrao Didtica em Laboratrio e Oficina, Trabalho Individual, Trabalho em Grupo, Debate, Estudo de Caso, etc.

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    Dentre estas, sero comentadas somente as tcnicas de ensino mais utilizadas:

    o procedimento de ensino pelo qual o expositor apresenta um assunto definindo, analisando-o e explicando-o;

    a apresentao oral de um tema logicamente estruturado. Retoma aspectos importantes do contedo.

    O expositor passa a ser democrtico, responsvel e diretivo;

    Objetivo de provocar no publico criticamente a respeito do que a realidade indica, desenvolvendo no pblico a reflexo e a criticidade.

    O pblico participa como elemento ativo e crtico do processo ensino-aprendizagem;

    Em sentido amplo, significa um congresso cientfico, cultural e tecnolgico.

    Demonstrao tem como objetivo principal a articulao da prtica com o conhecimento terico.

    CARACTERSTICASTCNICA DE ENSINO

    Expositiva dialogada

    Estudo dirigido

    Seminrio

    Demonstrao didtica em laboratrios e oficinas

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    9. ConclusoE tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graas a Deus Pai.

    (Paulo - Colossenses, 3:17).

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    Efetivamente, a palavra e os atos representam a fora de exteriorizao dos nossos sentimentos e pensamentos.

    O corao inspira o crebro. O crebro dirige a existncia.

    A emoo cria a ideia. A ideia plasma as aes.

    preciso, pois, sentir com Jesus para que aprendamos a raciocinar e a servir com ele.

    (Francisco Cndido Xavier / Emmanuel Palavras de Vida Eterna Cap. 22)

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    10. Bibliografia

    FEDERAO ESPRITA BRASILEIRA. Orientao ao Centro Esprita. Item VII Divulgao da Doutrina Esprita, 1. ed. p. 71 a 74. Rio de Janeiro: FEB, 2007.

    ___________. Orientao Comunicao Social Esprita CFN/FEB/2013

    VIEIRA, Valdo. Conduta Esprita. 21. ed. FEB, 1996, p. 25

    KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Edio especial. Rio de Janeiro: FEB, 2001.

    ___________. Seareiros de Volta. 01. ed. FEB, 1987, p. 48

    ___________. Revista Esprita Ano III n 11

    __________. Obras Pstumas, Projeto 1868

    __________. O Evangelho Segundo o Espiritismo 131. ed. FEB, 2013, Cap. XVII, item 4

    XAVIER, Francisco Cndido. Palavras de Vida Eterna Cap. 22 Pelo Esprito Emmanuel.

    __________. Caminho Esprita. Pelo Esprito Emmanuel. xx. ed. Rio de Janeiro: FEB. p.xxx.

    Paulo - EFSIOS, 4:29

    Paulo - Colossenses, 3:17

  • rea de Comunicao Social Esprita: [email protected]

    Avenida Olegrio Maciel, 1627 - Lourdes - BH - MG - (31) 3330-6200

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