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Curso Prático de Escritório Contábil Com Marcos César Carneiro da Mota REALIZAÇÃO

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Page 1: APOSTILA DO CURSO PRÁTICO DE ESCRITÓRIO.doc

Curso Práticode Escritório Contábil

Com

Marcos César Carneiro da Mota

REALIZAÇÃO

GRUPO APTCAUDITORIA PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E CONSULTORIA LTDA

Consultoria Empresarial ao Alcance de Todos

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Curso Prático de Escritório Contábil Marcos César Carneiro da Mota

APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que nos dirigimos aos nossos colegas leitores e participantes do Curso Prático de Escritório Contábil para apresentarmos esse material didático, resultante de incansáveis pesquisas e estudos da legislação tributária como um todo.

A legislação contábil e tributária, objeto do nosso curso, é uma matéria de direito público cuja finalidade principal é regular a relação entre o sujeito ativo (governo) e o sujeito passivo (contribuintes e responsáveis).

A nossa finalidade com esse trabalho é levar ao conhecimento de todos o funcionamento da legislação tributária e contábil em vigor, demonstrando na prática a aplicação de cada regra legal. Desde a Constituição Federal de 1988, traçamos uma hierarquia histórica e normativa que visa facilitar o entendimento da matéria e que com certeza levará a cada um dos interessados a refletirem de forma mais coerente, científica e empírica, a respeito da elevada carga tributária nacional, também chamada de “Custo Brasil”.

O Imposto de Renda, o INSS, o PIS, a COFINS, o IRPJ, a CSLL, o ICMS e o ISS serão explorados de forma abrangente, buscando o aprofundamento de assuntos relevantes e aplicados no dia-a-dia de uma empresa ou instituição.

Para que o nosso objetivo seja alcançado na sua plenitude, é primordial que cada cursando levante situações polêmicas questionem de forma clara e detalhada os assuntos abordados e acima de tudo busque a leitura diária de normas legais pertinentes ao nosso programa. Por isso contamos com a participação de todos para que venhamos concluir esse trabalho convicto de que um grande passo foi dado em prol da literatura tributária nacional.

Esperamos assim, não esgotar o assunto, mas contribuir para um bom desempenho de nossos colaboradores nas suas atividades profissionais, quando atuarem com a legislação tributária e fiscal.

Nossos votos a todos os profissionais da área tributária de muito sucesso e êxito em suas carreiras e que façam de seu trabalho diário um estilo de vida agradável e feliz.

Marcos César Carneiro da MotaDiretor-Presidente Grupo APTC

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Curso Prático de Escritório Contábil Marcos César Carneiro da Mota

Sumário

APRESENTAÇÃO.....................................................................................................................2

1 – Roteiro para Abertura de Empresas.................................................................................4

2 – Estudo da Contabilidade..................................................................................................6

3 – Plano de Contas.............................................................................................................10

4 – Ativo..............................................................................................................................13

5 – Passivo...........................................................................................................................18

6 – Livros de Escrituração.....................................................................................................19

7 – Cálculo dos Tributos e Contribuições..............................................................................20

8 – Balanço Patrimonial.......................................................................................................21

9 – Demonstração de resultado do exercício........................................................................22

10 – Demonstração das Mutações do P.L.............................................................................23

11 – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR.......................................24

12 – Legislação Tributária....................................................................................................25

13 – Tributos........................................................................................................................29

14 – Contribuições Sociais....................................................................................................32

15 – Regimes de Tributação.................................................................................................33

16 – Simples Nacional..........................................................................................................34

17 – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica...........................................................................36

18 – Lucro Presumido...........................................................................................................39

19 – Contratação de Serviços de Terceiros...........................................................................43

20 – IRRF..............................................................................................................................47

21 – INSS..............................................................................................................................49

22 – ISS................................................................................................................................50

23 – PIS/COFINS/CSLL..........................................................................................................51

24 – ICMS.............................................................................................................................53

25 – Conclusão.....................................................................................................................59

EXERCÍCIO Nº 1....................................................................................................................60

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EXERCÍCIO Nº 2..........................................................................................................................60

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1 – Roteiro para Abertura de Empresas

As sociedades de responsabilidade limitada tiveram origem na Inglaterra, com as chamadas private partnerships, que eram constituídas por um ato do parlamento, que conferia personalidade jurídica à sociedade, limitava a responsabilidade dos sócios ao valor de suas ações e permitia livre negociabilidade da participação societária com terceiros.

Na Argentina, as sociedades limitadas foram adotadas pelas pequenas e médias empresas pelo fato de ser de fácil funcionamento e conferir aos sócios a responsabilidade limitada. Capital mínimo sendo 25% em dinheiro e número máximo de 50 participantes.

No Paraguai, a sociedade limitada tem como características a limitação da responsabilidade, capital mínimo sendo 50% em dinheiro, comprovado com depósito em banco oficial.

No Uruguai apresenta as seguintes características: responsabilidade limitada, número máximo de 50 e no caso de exceder esse número a sociedade deverá transformar-se em anônima.

No Brasil as sociedades limitadas foram instituídas pelo Decreto nº 3.708/1919, e traja-se dos moldes das legislações anteriormente mencionadas com exceção do número máximo de sócios e a não exigência de comprovante de depósito de capital e capital mínimo.

As sociedades no Brasil são classificadas em personalistas e capitalistas.

Abaixo iremos estudar os passos para registro de uma empresa no Distrito Federal para iniciar o funcionamento de suas atividades comerciais ou de prestação de serviços.

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Passos Para Registro de Uma Empresa no DF

1º Passo

Consulta prévia de endereço. Nela deve constar o nome do requerente, o endereço pretendido, e a atividade. Como resultado dessa consulta a Administração fornecerá o endereço oficial e compatibilidade entre o local e a atividade.

2º Passo

Consulta prévia de nome empresarial

Formulada direto na Junta Comercial, deverá obedecer o que dispõe a IN DNRC 53/96.

3º Passo

Elaboração do contrato social ou requerimento de empresário.

4º Passo

Preenchimento da FCN 1 e FCN 2 (dispensadas no caso de empresário individual).

5º Passo

Preenchimento da FAC (Ficha de Atualização Cadastral), junto à Secretaria de Fazenda do DF

6º Passo

Vamos considerar que se trata de uma microempresa. Nesse caso deverá ser preenchido a Comunicação de enquadramento nos termos da Lei Comlementar nº 123/06 (Lei Geral das Empresas do Simples Nacional).

7º Passo

Preenchimento da FCPJ (Ficha de Cadastro da Pessoa Jurídica). Por meio dela são praticados todos os atos perante o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).

8º Passo

Documentos Necessários:

1. 2 cópias do RG e CPF (autenticadas);

2. 1 cópia do contrato de locação ou escritura do imóvel (autenticada, com firma do locador e locatário reconhecidas);

3. Comprovante de residência (água, luz ou telefone);

4. Nº de inscrição do imóvel no cadastro do IPTU;

5. Capa de processo.

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2 – Estudo da Contabilidade

A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro dos atos e fatos da administração econômica.

A Contabilidade é também uma metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este uma pessoa física, entidade de finalidade não lucrativa, empresa, ou mesmo pessoa de direito público.

A Contabilidade surgiu no Século XV, quando o Frade Luca Pacioli, fundamentou o método das partidas dobradas aplicado até hoje na prática contábil.

MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

TODO DÉBITO CORRESPONDE A UM CRÉDITO DE IGUAL VALOR

OBJETO DA CONTABILIDADEO objeto de estudo da ciência contábil é o patrimônio definido como o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações vinculado à uma organização.

PATRIMÔNIO = BENS + DIREITOS + OBRIGAÇÕES

BDO

FUNÇÃO DA CONTABILIDADEA Contabilidade tem como função registrar, orientar e controlar o patrimônio de uma organização.

FINALIDADE DA CONTABILIDADEExistem diversas finalidade para as quais são utilizadas as informações produzidas pela contabilidade, mas duas têm preponderância dentre todas: (CONTROLE e PLANEJAMENTO).

CONTROLE

É o processo pelo qual a administração confirma, que a organização está agindo de acordo com os planos e políticas traçados pela administração.

PLANEJAMENTO

É o processo de decidir que curso de ação tomar para o futuro da organização.

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CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADEO estudo contábil do patrimônio pode ser aplicado a qualquer entidade que possua patrimônio, que atue economicamente produzindo bens e serviços, e entidades públicas.

AZIENDASSão entidades representativas de organizações que se utilizam de bens, mediante gestão, praticando atos econômicos que se destinam a produzir os resultados necessários aos seus fins e objetivos.

TÉCNICAS CONTÁBEISSão técnicas contábeis a escrituração, as demonstrações contábeis, a análise de demonstrações contábeis, a auditoria e a perícia.

ESCRITURAÇÃO

É o registro das ocorrências que afetam o patrimônio de uma entidade, dentro das normas legais exigidas, obedecendo os princípios contábeis normalmente admitidos, e realizados nos livros contábeis prescritos pelas legislações contábil e fiscal.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

São as peças expositivas da composição e das variações do patrimônio, bem como do resultado econômico decorrente da administração de riqueza patrimonial.

ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

É a técnica contábil que consiste na composição, comparação e interpretação dos demonstrativos do estado patrimonial e do resultado econômico de uma entidade.

AUDITORIA

É uma técnica que consiste em levantar dados a respeito da contabilidade de uma determinada empresa e avaliá-los quanto a veracidade e legalidade dos atos praticados pela administração contábil.

PERÍCIA

É o processo de levantamento de valores evidenciando os fatores de mercado como itens preponderantes de uma avaliação. Consiste em atribuir a expressão monetária, dentro dos aspectos legais, a determinadas demandas contábeis, comerciais, fiscais e trabalhistas.

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SISTEMA PATRIMONIAL

É a técnica contábil destinada ao exame e revisão sistemática dos registros contábeis relacionados com o patrimônio, visando verificar-lhe a exatidão, prevenir e identificar fraudes e sugerir providências e condutas que possam restabelecer ou manter a verdade.

O patrimônio das entidades pode ser entendido como um sistema processador de recursos, que também produz recursos, os quais em parte são destinados ao ambiente externo da organização (sócios, fornecedores e governo) e parte consumidos pela própria organização sob a forma de lucros acumulados ou reservas.

BENS

Elemento de que dispõe uma entidade ou organização para a obtenção de seus fins. Exemplo: cadeira, mesa, veículo, imóveis, etc.

DIREITOS

Valores próprios que estão em poder de terceiros. Exemplo: duplicatas a receber, aluguéis a receber, etc.

OBRIGAÇÕES

Dívidas e compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros que se encontram em posse da organização. Exemplo: duplicatas a pagar, impostos a pagar, etc.

COMPOSIÇÃO DO PATRIMÔNIO

ATIVO = BENS + DIREITOS

PASSIVO = OBRIGAÇÕES

As obrigações são divididas em obrigações com terceiros e obrigações próprias.

OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS (CIRCULANTE/EXIGÍVEL A LONGO PRAZO/RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS)

OBRIGAÇÕES PRÓPRIAS(PATRIMÔNIO LÍQUIDO)

No Ativo são alocadas as aplicações, ou seja, o ativo é o conjunto dos bens e direitos, também denominados "Patrimônio Bruto".

No Passivo Exigível ficam alocados os recursos de terceiros obtidos pela organização. Ficam ali consignadas as obrigações.

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Também conhecido como situação líquida, é a soma dos recursos próprios obtidos pela organização, capital, reservas e lucros ou prejuízos acumulados. Representa a diferença positiva ou negativa entre o valor do ativo e o valor do passivo exigível. Caso o patrimônio líquido assuma valor nulo ou negativo será chamado de situação líquida nula ou negativa, onde será configurada a inexistência de capital próprio.

PL = CAPITAL + RESERVAS + LUCROS/PREJUÍZOS

EQUAÇÃO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

BENS R$ 1.000,00 OBRIGAÇÕES R$ 4.000,00

DIREITOS R$ 9.000,00 PAT. LÍQUIDO R$ 6.000,00

TOTAL R$ 10.000,00 TOTAL R$ 10.000,.00

CONFIGURAÇÕES DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL

ATIVO = PASSIVO + PL

A = PE + PL

SITUAÇÃO POSITIVA, FAVORÁVEL E DE EQUILÍBRIO

A = PL

INEXISTÊNCIA DE RECURSOS DE TERCEIROS/SITUAÇÃO FAVORÁVEL E SUPERAVITÁRIA

A = PE

INEXISTÊNCIA DE RECURSOS PRÓPRIOS/SITUAÇÃO NULA, TENDENTE A NEGATIVA OU DEFICITÁRIA

A + PL = PE

SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA/PASSIVO A DESCOBERTO

PL = PE

INEXISTÊNCIA DE BENS E DIREITOS/SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA

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3 – Plano de Contas

O Plano de Contas é o instrumento básico para todo o desenvolvimento da contabilidade. É através do Plano de Contas que poderemos levantar as Demonstrações Contábeis definidas pela legislação.

Tudo na vida tem o seu início, meio e fim. Na contabilidade não é diferente, onde o passo inicial seria a criação do Plano de Contas, o desenvolvimento ocorre quando da escrituração e a finalização do trabalho irá ocorrer quando do levantamento das Demonstrações Contábeis.

Todo Plano de Contas deve estar distribuído com contas patrimoniais, de resultado e de compensação.

Contas Patrimoniais = Ativo e Passivo

Contas de Resultado = Receita, Despesa e Custo

Contas de Compensação = Contas de Controle

O Plano de Contas será distribuído conforme a necessidade de cada empresa. Iremos aqui desenvolver um Plano de Contas básico e havendo necessidade, cada profissional implementará o mesmo conforme melhor lhe convier.

PLANO DE CONTAS

1 - ATIVO

1.1 - Circulante

1.1.1 - Disponível

1.1.1.1 - Caixa

1.1.1.2 - Conta Corrente Bancária

1.1.2 - Aplicações Financeiras

1.1.3 - Créditos

1.1.3.1 – Clientes

1.1.3.2 - Retenções

1.1.3.3 - Empréstimos

1.1.3.4 - Créditos Tributários

1.1.3.5 - Provisão Para Devedores Duvidosos

1.1.4 - Estoques

1.1.4.1 - Mercadorias para revenda

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1.1.4.2 - Almoxarifado

1.2 - Realizável a Longo Prazo

1.2.1 - Créditos

1.2.2 - Créditos com sócios

1.2.3 - Consórcios

1.3 - Permanente

1.3.1 – Investimentos

1.3.1.1 – Ações da Telebrás

1.3.1.2 – Marcas e Patentes

1.3.2 - Imobilizado

1.3.2.1 - Terrenos

1.3.2.2 - Edificações

1.3.2.3 - Móveis e Utensílios

1.3.2.4 - Máquinas e Equipamentos

1.3.2.5 - Veículos

1.3.2.6 – Equipamentos de Informática

1.3.2.7 - (Depreciação/Amortização/Exaustão)

1.3.3 - Diferido

1.3.3.1 - Despesas Pré-operacionais

2 - PASSIVO

2.1 – Circulante

2.1.1 - Fornecedores

2.1.2 - Salários e Ordenados a pagar

2.1.3 - Tributos a Recolher

2.1.4 - Provisões Tributárias

2.1.5 - Empréstimos e Financiamentos

2.1.6 - Provisões Trabalhistas

2.1.7 – Obrigações Diversas

2.2 - Exigível a Longo Prazo

2.2.1 – Fornecedores

2.2.2 – Obrigações Tributárias

2.2.2 - Provisões Trabalhistas

2.2.3 - Empréstimos e Financiamentos

2.2.4 – Obrigações Diversas

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2.2.5 - Refis

2.3 - Resultado de Exercícios Futuros

2.3.1 - Receita de Exercícios Futuros

2.3.2 - Despesa de Exercícios Futuros

2.4 - Patrimônio Líquido

2.4.1 - Capital Social

2.4.2 - Reserva de Capital

2.4.3 - Reserva de Reavaliação

2.4.4 - Reserva de Lucros

2.4.5 - Resultados Acumulados

3 - DESPESAS

3.1 - Despesas Administrativas

3.2 - Despesas Tributárias

3.3 - Despesas Financeiras

3.4 - Despesas Gerais

4 - CUSTO DE MERCADORIA/SERIÇOS

5 - DEDUÇÕES

5.1 - Deduções Comerciais

5.2 - Deduções Tributárias

6 - RECEITAS

6.1 - Receita de Vendas/Serviços

6.2 - Receitas Operacionais

6.3 - Receitas Não-operacionais

7 - APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

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4 – Ativo

CirculanteO Ativo Circulante é um grupo de contas onde são registrados os bens e direitos a serem realizados até o último dia do exercício seguinte ao de apuração. Por exemplo:

Duplicatas a receber em 02 de dezembro de 2007, registradas em 2006.

A divisão básica do Ativo Circulante é feita da seguinte forma:

1.1.1.1 - Caixa

1.1.1.2 - Bancos Conta Corrente

1.1.2.1 - Bancos Aplicação Financeira Renda Fixa

1.1.2.2 - Bancos Aplicação Financeira Renda Variável

1.1.3.1 - Clientes

1.1.4 - Estoques

Avaliação, Atualização e Controle de Estoques

INVENTÁRIOConceito:

É a relação de mercadorias existentes no estoque, em uma determinada data, com o quantitativo físico/financeiro.

Inventário Periódico:

Quando efetuamos as vendas sem um controle paralelo do nosso estoque, e portanto, sem controlar o custo das mercadorias vendidas (CMV). Quando necessitamos apurar o resultado obtido com a venda das mercadorias , fazemos um levantamento físico para apuração do estoque de mercadorias disponíveis para venda naquela data. Pela diferença entre o estoque de mercadorias disponíveis e o Estoque Final obtemos o custo das mercadorias vendidas (CMV) nesse período.

Inventário Permanente:

Quando controlamos de forma contínua o estoque de mercadorias dando-lhe baixa, em cada venda, pelo custo de aquisição dessas mercadorias vendidas (CMV). Esse controle permanente é efetuado sobre todas as mercadorias que estiverem à disposição para venda, isto é, esse controle é efetuado sobre as mercadorias vendidas (CMV) e sobre as mercadorias que não foram vendidas (EF). Pela soma dos custos de todas as vendas teremos o custo das mercadorias vendidas (CMV) total do período.

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Fórmulas:CMV = EI + C - EF, ou CMV = EI + (C-CA) - EF

RCM = V - CMV, ou RCM = V - (DA) - CMV, onde:

CMV: Custo das mercadorias vendidas.

RCM: Resultado com mercadorias.

EI: Estoque inicial.

C: Compras.

CA: Compras anuladas.

DA: Deduções ou abatimentos sobre venda.

EF: Estoque final

Avaliação de Estoques (Métodos).

Custo Específico: Esse método, também conhecido por custo identificado, é usado pela empresa para controlar o custo de cada produto individualmente. Esse método só é possível para as empresas que produzem ou comercializam produtos de preços elevados e de pouca rotação. O controle destes custos pode ser feito através de fichas individuais para cada produto, nas quais constará o custo original mais as demais despesas. (é excessivamente oneroso). Ex..: Revenda de tratores.

Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS): O nome deste método provém da tradução do nome em inglês “First-in-First-out” (FIFO). Por esse método é dado baixa nos estoques considerando o custo dos produtos que foram adquiridos a mais tempo. Utilizando o método FIFO o estoque fica avaliado aos custos das aquisições mais recentes. O controle dos custos através deste método é bastante trabalhoso; por isso não é aconselhado em empresas que trabalham com mercadorias de grande rotatividade, pois, nesses casos, a margem de erro é muito grande.

Obs.: Apresenta um CMV relativamente baixo e um RCM relativamente alto. Acarreta maior carga tributária para a empresa. É mais aconselhável para utilização no sistema de inventário periódico.

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Ficha de Controle de Estoque - Método PEPSDATA ENTRADAS SAÍDAS SALDO

Qtde. C. Unit C. Total Qtde. C. Unit. C. Total Qtde. C. Unit C. Total

20/09 10 80,00 800,00 - - - 10 80,00 800,00

25/09 15 85,00 1.275,00 - - - 10 80,00 800,00

- - - - - - 15 85,00 1.275,00

26/09 - - - 8 80,00 640,00 2 80,00 160,00

- - - - - - 15 85,00 1.275,00

27/09 - - - (7) 2 80,00 160,00 15 85,00 1.275,00

- - - 5 85,00 425,00 10 85,00 850,00

Último a entrar, primeiro a sair (UEPS): O nome deste método provém da tradução do nome inglês “Last-in-First-out” (LIFO). por este método é dado baixa nos estoques, considerando o custo dos produto recém adquiridos ou fabricados. O estoque fica avaliado ao custo das primeiras aquisições, como vemos, este sistema de valorização é o oposto do sistema utilizado pelo método PEPS.

Ficha de Controle de Estoque - Método UEPSDATA ENTRADAS SAÍDAS SALDO

Qtde. C. Unit C. Total Qtde. C. Unit. C. Total Qtde. C. Unit C. Total

20/09 10 80,00 800,00 - - - 10 80,00 800,00

25/09 15 85,00 1.275,00 - - - 10 80,00 800,00

- - - - - - 15 85,00 1.275,00

26/09 - - - 8 85,00 680,00 10 80,00 800,00

- - - - - - 7 85,00 595,00

27/09 - - - 7 85,00 595,00 10 80,00 800,00

Custo médio corrente (Média ponderada móvel): Nesse caso, a mercadoria é valorizada pelo custo médio, ou seja, dividindo-se o valor total do estoque de um determinado produto pela quantidade desse produto existente no estoque. Como podemos verificar, quando usamos este método, o custo de um produto varia toda vez que efetuamos uma compra, portanto, sempre que isso ocorre é preciso recalcular o custo unitário do produto. Esse método é o menos trabalhoso e conseqüentemente o mais fácil de ser aplicado. Por causa dessas qualidades, é o mais utilizado pelas empresas, principalmente por aquelas que trabalham com produtos de grande rotatividade (espelha melhor a realidade nos custos, no lucro e no estoque final).

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Ficha de Controle de Estoque - Método MPMDATA ENTRADAS SAÍDAS SALDO

Qtde. C. Unit C. Total Qtde. C. Unit. C. Total Qtde. C. Unit C. Total

20/09 10 80,00 800,00 - - - 10 80,00 800,00

25/09 15 85,00 1.275,00

- - - 25 83,00 2.075,00

26/09 - - - 8 83,00 664,00 17 83,00 1.411,00

27/09 - - - 7 83,00 581,00 10 83,00 830,00

Quadro Comparativo dos Diversos Métodos Método PEPS Método UEPS Método MPM

Vendas 2.000,00 2.000,00 2.000,00

CMV 1.225,00 1.275,00 1.245,00

RCM (Lucro) 775,00 725,00 755,00

Estoque Final 850,00 800,00 830,00

Realizável a Longo Prazo

O Ativo Realizável a Longo Prazo é um grupo de contas que registra os bens e direitos a serem realizados após o último dia do exercício seguinte ao de apuração. Por exemplo:

Duplicatas a receber em 02 de fevereiro de 2004, registradas em 2002.

Como toda regra tem exceção, no RLP também serão alocados os empréstimos efetuados aos sócios da empresa, independentemente de prazo. Se porventura um determinado sócio efetua um empréstimo a débito da empresa, o mesmo será registrado no Realizável a Longo Prazo.

PermanenteNo Ativo Permanente são classificados todos os bens e direitos de caráter permanente e de uso normal da empresa. A classificação básica do Ativo Permanente é feita da seguinte forma:

1.3 - Permanente

1.3.1 - Investimentos

1.3.2 - Imobilizado

1.3.3 - DiferidoO subgrupo investimentos é utilizado para registro de bens móveis e imóveis para renda ou ainda valores mobiliários em outras sociedades.

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O subgrupo imobilizado registra todos os bens tangíveis da empresa com o respectivo registro de suas depreciações.

O subgrupo diferido registra as despesas pré-operacionais que servirão para distribuição de seus resultados no imobilizado ou em despesas quando de sua operacionalidade.

No Permanente, são classificadas também as depreciações, amortizações e exaustões, que representam desgastes dos bens e direitos constantes no permanente em decorrência do uso, cujas taxas específicas são determinadas por lei.

Abaixo relacionaremos algumas taxas usuais de depreciação.

DEPRECIAÇÃO/AMORTIZAÇÃO/EXAUSTÃODesgaste pelo uso de Bens e Direitos

CONTA DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO

Veículos e Hardware 20% ao ano

Equipamentos de Informática 20% ao ano

Móveis e Utensílios 10% ao ano

Máquinas e Equipamentos 10% ao ano

Edificações 4% ao ano

Software 20% ao ano

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5 – Passivo

Circulante

O Passivo é composto por todas as obrigações que a empresa contraiu num determinado período. No Passivo Circulante são classificadas todas a obrigações a curto prazo, obedecendo os mesmos critérios de avaliação do Ativo

Exigível a Longo PrazoCorresponde a todas as obrigações contraídas com vencimento após o último dia do exercício seguinte ao de atuação.

Resultado de Exercícios FuturosEsse grupo é mais usado pelas empresas atuantes no ramo imobiliário e de construção civil por se tratar de contratações que ultrapassem a um ano de realização.

Patrimônio LíquidoJulgamos ser esse o grupo mais importante de um Balanço Patrimonial. É nele que são identificados todos os resultados do investimento feito pelo quotista ou acionista.

À medida que formos efetuando os exercícios aqui dispostos, esclareceremos todo o critério de composição desse grande grupo de contas

O Patrimônio Líquido é assim distribuído:

Capital Social

Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação

Reserva de Lucros

o Legal

o Estatutária

o Contingências

o Lucros a realizar

Lucros ou Prejuízos Acumulados

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6 – Livros de Escrituração

Os Livros Contábeis de Escrituração são documentos utilizados para registrar e controlar todas as operações da pessoa jurídica num determinado período

A legislação comercial, fiscal e trabalhista prevê como obrigatório os dois primeiros livros abaixo relacionados e como complemento se utiliza de outros documentos de registro que porventura a empresa utilize para otimizar o seu controle patrimonial.

I - Livro DiárioLivro no qual são registradas as operações diárias ocorridas na empresa. É nesse livro que efetuamos os lançamentos contábeis, em ordem cronológica, contendo data, local, conta debitada, conta creditada, valor e histórico.

Empresa:Local:

DATA DÉBITO CRÉDITO VALOR HISTÓRICO

II - Livro RazãoLivro onde são escrituradas as contas individualmente para controle analítico de seus saldos. Cada conta deve ser escriturada no Razão para registrar a movimentação ocorrida num determinado período.

III - Livros AuxiliaresLivro Caixa, Livro de Conta/Corrente, Conciliação Bancária e outros.

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7 – Cálculo dos Tributos e Contribuições

O regime tributário brasileiro é extremamente pesado para a atual conjuntura em que vivemos. Temos oficialmente treze impostos e quatro contribuições, sem contar com a tão arduamente conquistada CPMF.

Toda e qualquer pessoa jurídica está sujeita aos tributos em três bases de cálculo, conforme descritos a seguir:

ICMS - alíquota variável

IPI - alíquota variável

Receita Bruta ISS - alíquota variável

PIS - 0,65%/1,65%

COFINS - 3,00%/7,6%

Encargos Sociais - variável

Folha de Pagamento INSS - média de 27,8%

FGTS - 8,00%

Contribuição Social - 9,00%

Lucro Imposto de Renda - 15,00%

Adicional de Imposto de Renda - variável

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8 – Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que expressa o equilíbrio do patrimônio empresarial, de forma estática, num determinado momento.

O Balanço Patrimonial é um instrumento de avaliação da situação patrimonial das empresas, muito usado nas operações financeiras, em licitações, em contratos com fornecedores e clientes e em situações das mais diversas relacionadas a operações econômicas e financeiras.

O Balanço Patrimonial deve ser registrado juntamente com o Livro Diário na Junta Comercial do Distrito Federal até a data da entrega tempestiva da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica.

BALANÇO PATRIMONIAL31/12/05

ATIVO VALOR PASSIVO VALOR

Circulante Circulante

Direitos a curto prazo Obrigações a curto prazo

Realizável a Longo Prazo

Exigível a Longo Prazo

Direitos a longo prazo Obrigações a Longo Prazo

Permanente Resultado de Exercícios Futuros

Bens e direitos de uso Patrimônio Líquido

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9 – Demonstração de resultado do exercício

As contas de resultado são dispostas na Demonstração de Resultado do Exercício. Sendo assim, o objetivo final dos lançamentos das despesas e receitas de um exercício é chegar ao resultado daquele período (lucro ou prejuízo). A seguir demonstraremos de forma prática a composição de uma Demonstração de Resultado do Exercício.

Demonstração de Resultado do Exercício

Receita Bruta de Vendas/Serviços

Deduções Comerciais

Descontos Incondicionais

Abatimentos e Devoluções

Deduções Tributária

PIS

COFINS

ICMS

ISS

Receita Líquida de Vendas/Serviços

Custo da Mercadoria Vendida/Custo do Serviço Prestado

Lucro Bruto de Vendas/Serviços

Receitas Operacionais

Despesas Operacionais

Administrativas

Comerciais

Tributárias

Financeiras

Lucro/Prejuízo Líquido Operacional

Capitalização do P.L.

Receitas Não-operacionais

Despesas Não-operacionais

Lucro/Prejuízo Líquido Contábil

Provisões Tributárias e Contributivas

Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício

Participações societárias

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10 – Demonstração das Mutações do P.L.

Essa demonstração contábil evidencia toda a movimentação do Patrimônio Líquido num determinado período.

A DMPL pode ser substituída pela DLPA – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Entretanto, por ser a primeira mais completa, iremos aqui demonstrar essa demonstração de caráter econômico muito utilizada pelas empresas nas suas relações com terceiros e pela Receita Federal.

Demonstração das Mutações do Patrimônio LíquidoMOVIMENTAÇÃO CAPITAL SOCIAL RESERVAS RESULTADO SALDO

CAPITAL REAVALIAÇÃO LUCROS

Saldo em 31/12/x1

Aumento de Capital

Integralização de Reservas

Lucro Líquido do Período

Constituição de Reservas

Distribuição do Resultado

Saldo em 31/12/x2

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11 – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos evidenciam o quanto a empresa obteve de recursos e onde os mesmos foram aplicados, considerando um determinado exercício.

Além de evidenciar as origens e recursos, apura a variação do Capital Circulante Líquido num determinado período.

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

ORIGENS

Lucro Líquido do Exercício

Depreciações/Amortizações/Exaustões

Correção Monetária de Balanço

Equivalência Patrimonial

APLICAÇÕES

Permanente

Distribuição de Lucros

Origens - Aplicações = Variação do Capital Circulante Líquido

VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

31/12/X2 Ativo Circulante - Passivo Circulante

31/12/X1 Ativo Circulante - Passivo Circulante

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12 – Legislação Tributária

O Estudo da Legislação Tributária é pré-requisito para o correto entendimento da aplicação teórica dos tributos em situações práticas do dia-a-dia de uma organização empresarial.

É por essa razão que inicialmente esclareceremos fatores básicos advindos desde a Constituição Federal de 1988 até aos atos administrativos de aplicação da Lei tributária nacional.

Em primeiro lugar precisamos esclarecer uma relação jurídica como fato determinante da obrigação tributária.

Numa relação jurídica, qualquer que seja a relação, ambas as partes estão sujeitas a direitos e obrigações.

No caso específico de tributos a relação jurídica compreende duas pessoas e um objeto:

SUJEITO ATIVO = GOVERNO

SUJEITO PASSIVO = CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS

OBJETO = OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

O Sujeito Ativo, representado pelo Governo, está distribuído nas três esferas de poder, a saber: Federal, Estadual e Municipal (No caso do Distrito Federal, o art. 32 da CF/88 determina que este tem a competência legislativa atribuída a Estados e Municípios).

O Sujeito Passivo assumirá dupla personalidade, que poderão ser aplicadas simultaneamente ou individualmente. Como contribuinte, o sujeito passivo é aquele que pratica o fato gerador da obrigação tributária. Como responsável, o sujeito passivo torna-se responsável ao cumprimento de obrigação tributária principal e acessória em decorrência da prática de atos empresariais com a pessoa física ou jurídica que com ele se relacione.

A relação entre essas duas pessoas leva à composição de uma obrigação, que chamaremos aqui de obrigação tributária.

A obrigação principal, formalizada através do cumprimento de uma obrigação acessória, para ser exigida, precisa definir coisas básicas, sem as quais torna-se impossível a cobrança de qualquer tipo de tributo.

As obrigações tributárias estão divididas basicamente de duas formas, conforme segue:

Obrigação Principal Obrigação Acessória

É a obrigação que a pessoa jurídica tem de recolher os tributos.

É a obrigação que a pessoa jurídica tem de escriturar, demonstrar e declarar a forma

pela qual a obrigação principal foi cumprida.

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A empresa, quando efetua o recolhimento do IRPJ está cumprindo uma obrigação tributária principal. Entretanto, quando preenche a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica a ser entregue à Secretaria da Receita Federal para informar a sua situação contábil e tributária em cada ano, está cumprindo uma obrigação acessória.

O cumprimento de qualquer obrigação deverá observar o que dispõe a Lei. Segundo a Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, em seu artigo 5º, inciso II, ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei’ .Esse é o princípio da legalidade.

Os fatores necessários à cobrança dos tributos são:a) Fato Gerador e Incidência;

b) Contribuintes e Responsáveis;

c) Domicílio Fiscal;

d) Base de Cálculo e Benefícios Fiscais; e

e) Alíquotas

Esclareceremos cada um deles e trataremos ainda dos benefícios fiscais que poderão existir no sentido de reduzir ou extinguir a cobrança de alguns tributos em situações específicas.

Fator Gerador –

Segundo o artigo 114 do CTN, fato gerador é a situação definida em Lei como suficiente para a cobrança de um determinado tributo.

Contribuinte –

O CTN em seu artigo 121 determina que contribuinte é toda a pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária em decorrência da prática de fato gerador.

Domicílio Fiscal –

Corresponde ao endereço do contribuinte para fins de cobrança e recolhimento do imposto ou contribuição social.

Base de Cálculo –

É o valor sobre o qual incide o tributo ou penalidade pecuniária a uma determinada alíquota. A Base de Cálculo é definida em Lei e compreende todos os valores sujeitos à incidência do tributo.

Alíquota –

A alíquota é o “quantum” percentual incidente sobre a base de cálculo para determinar o valor do imposto.

A alíquota poderá, na maioria dos casos, medir o valor da carga tributária.

Se porventura alguns desses itens não se fizerem presentes numa situação tributária, torna-se impossível a cobrança do tributo.

Havendo, portanto, a composição de Fato Gerador, Contribuinte, Domicílio Fiscal, Base de Cálculo e Alíquota, podemos ainda aplicar benefícios fiscais cujo nome já define a situação favorável ao contribuinte.

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Os benefícios fiscais gerais são os seguintes:a) Imunidade;

b) Não-Incidência;

c) Isenção;

d) Suspensão;

e) Redução da Base de Cálculo; e

f) Diferimento.

Imunidade –

Chamamos de Imunidade a vacina que a C.F./88 dá a uma determinada situação tributária ou produto em específico, contra a incidência dos impostos federais, estaduais e municipais. O art. 150, inciso VI da referida Carta Magna dispõe sobre Imunidade vedando a cobrança de Impostos sobre as situações ali previstas.

Não-Incidência –

A não-incidência é a situação prevista em Lei que exclue a hipótese de fato gerador. Na não incidência o produto ou a operação está fora do campo de incidência normal do tributo.

Isenção –

Compreende à suspensão do pagamento do tributo, em virtude de Lei, com prazo determinado ou indeterminado. Na isenção o fato gerador do tributo ocorre, entretanto o pagamento do mesmo fica suspenso.

Suspensão –

A suspensão é uma modalidade de Isenção onde uma determinada operação ou produto se beneficia do não pagamento do tributo em virtude de Lei própria. É aplicável mais comumente ao ICMS.

Redução de Base de Cálculo –

Esse benefício fiscal corresponde a uma diminuição da base de cálculo de um determinado tributo para favorecer, em sua grande maioria, determinadas mercadorias ou operações com a finalidade de reduzir o custo do consumidor final. Muito cuidado deve ser tomado com esse benefício fiscal que é tratado da seguinte forma:

Redução a ou para: ou seja, o valor deixa de ser 100% e passa a ser o novo percentual.

Ex: Redução na base de cálculo do Arroz para 40 %

Preço do Arroz = R$ 1.000,00

Base de Cálculo = R$ 400,00

Redução em ou de : ou seja, o valor do tributo terá redução proporcional ao percentual informado.

Ex: Redução na Base de Cálculo do Arroz em 40%

Preço do Arroz = R$ 1.000,00

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Base de Cálculo = R$ 600,00

Diferimento –

Esse benefício fiscal corresponde a um prorrogação do pagamento do tributo para determinados produtos ou operações. É bastante aplicado nos produtos agrícolas como incentivo ao ICMS, concedendo um prazo maior para pagamento do imposto em relação ao seu vencimento normal.

Além dos princípios constitucionais específicos para os tributos, complementam a definição e abrangência legislativa dos impostos, os seguintes itens:

a) Não é permitido estabelecer tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos ( art. 150, inciso II)

b) É proibido utilizar o imposto com efeito de confisco ( art. 150, inciso IV );

c) O imposto não pode incidir sobre a renda dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e também das autarquias e fundações por eles instituídas e mantidas, no que se refere à renda vinculada às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes; esta imunidade não se aplica à renda relacionada com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário ( art. 150, inciso VI, letra ‘a’, e parágrafos 2º e 3º);

d) O imposto não pode incidir sobre a renda dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais de trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos que a Lei fixar e desde que a renda seja relacionada com as finalidades essenciais dessas pessoas jurídicas (art.150, inciso VI , letra ‘c’, e parágrafo 4º);

e) É vedada a tributação da renda das obrigações da dívida pública dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, bem como da remuneração e dos proventos dos seus agentes públicos, em níveis superiores aos fixados para as obrigações e os agentes da União( art.151,inciso II );

f) O imposto deve ter caráter pessoal e ser graduado segundo a capacidade econômica do contribuinte. (art.145, parágrafo 1º).

As normas gerais em matéria tributária, inclusive sobre a definição do fato gerador, da base de cálculo, dos contribuintes e dos outros preceitos fundamentais, são de competência da Lei Complementar, de acordo com o art. 146, inciso III da C.F/88.

A função da Lei Complementar é explicitar a Constituição Federal, na fixação de princípios fundamentais de direito tributário em geral, e de cada tributo em particular, para que sejam obedecidos pelos escalões inferiores da Legislação Tributária. Entretanto, a fixação de fatos geradores específicos e a quantificação das obrigações tributárias ficam fora do campo de sua competência.

Toda e qualquer pessoa jurídica, seja ela pública ou privada, está sujeita a obrigações comerciais, tributárias e trabalhistas.

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Iremos, nesse curso, tratar de todas as obrigações tributárias a que estão sujeitas as empresas nos âmbitos Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal.

13 – Tributos

O CTN em seu artigo 3º determina que “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Nessas condições, podemos classificar os tributos da seguinte forma:

I - TRIBUTOS FISCAIS

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

Empréstimos compulsórios

Impostos Extraordinários

Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico

II - TRIBUTOS PARAFISCAIS

Contribuições Sociais

A classificação acima demonstrada facilita o entendimento e o alcance de cada tributo em específico. Em função de cada um deles possuir natureza própria, trataremos de cada um de forma analítica e abrangente.

IMPOSTOS

Os impostos são tributos de natureza fiscal, cobrados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Os impostos, na conformidade da C.F/88, são divididos da seguinte maneira:

IMPOSTOS FEDERAISI. Imposto sobre importação de produtos estrangeiros.

II. Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

III. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.

IV. Imposto sobre produtos industrializados.

V. Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativos a títulos ou valores mobiliários.

VI. Imposto sobre a propriedade territorial rural.

VII. Imposto sobre grandes fortunas.

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IMPOSTOS ESTADUAISI. Imposto sobre a transmissão causa “mortis” e doação, de quaisquer bens ou direitos.

II. Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

(Incluem-se também na incidência desse imposto as operações com energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País).

III. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

IMPOSTOS MUNICIPAIS.I. Impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana.

II. Imposto sobre a transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.

III. Impostos sobre serviços de qualquer natureza, não atingidos pelo ICMS.

Todos os impostos acima relacionados estão regulamentados, ou seja, possuem uma Lei que os instituiu e um Decreto que os regulamentou. A única exceção diz respeito ao Imposto sobre Grandes Fortunas, que desde a edição da C.F/88 até a presente data ainda não foi legalmente instituído e devidamente regulamentado.

É fácil distinguir os impostos dos demais tributos. Em primeiro lugar porque sempre virá antecedido pelo nome “Imposto” e em segundo e último lugar por causa da sua característica onerativa, onde seu fato gerador ocorre independente de uma contraprestação de serviço por parte dos governos federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal.

É primordial enfatizar ainda que o Distrito Federal é uma unidade federada distinta das demais e por isso os impostos estaduais e municipais, no caso do Distrito Federal, são de competência desse Distrito (art. 32 da C.F/88).

TAXASAs taxas são tributos fiscais cobrados em função de uma contraprestação de serviços por parte do governo.

Ao se utilizar o serviço de limpeza pública, todas as pessoas físicas e jurídicas estão sujeitas ao pagamento de Taxa de Limpeza Pública.

Importante é frisar que a taxa não pode ter a mesma base de cálculo do imposto.

O art. 77 do CNT define: “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o

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exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAO CTN em seu artigo 81 define a Contribuição de Melhoria da seguinte maneira:

“Art. 81 - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.

Nessas condições, podemos afirmar que a Contribuição de Melhoria é como uma benfeitoria em imóveis de terceiros, ou seja, o patrimônio do particular está sendo valorizado através de uma obra pública.

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOSOs empréstimos compulsórios, previstos na Constituição Federal em seu artigo 148, somente poderão ser instituídos mediante Lei Complementar, cujo objetivo seja:

I. Atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; e

II. Para investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observando o princípio da anualidade.

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14 – Contribuições Sociais

As contribuições sociais, previstas nos artigos 194 e 195 da C.F/88, são de competência exclusiva da União, com característica de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, instituídas através de Lei Complementar dentro dos princípios constitucionais.

Com a atual legislação, a Seguridade Social é a maior beneficiária, ou melhor, a única, cuja receita obtém das contribuições sociais:

INSS

COFINS

PIS/PASEP

CPMF

CSLL

Importa enfatizar que tais contribuições sociais são decorrentes do previsto no texto constitucional abaixo discriminado:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I. do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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15 – Regimes de Tributação

Os regimes de tributação existentes no Brasil atualmente são os seguintes, conforme disposto no RIR/99:

INSTITUIÇÕES IMUNES – art. 167 INSTITUIÇÕES ISENTAS – art. 174 COOPERATIVAS – art. 182

Não-incidência SIMPLES – art. 185

(Microempresa)(Empresa de Pequeno Porte)

LUCRO PRESUMIDO – art. 516 LUCRO ARBITRADO – art. 529 LUCRO REAL – art. 246

Entidades Imunes e Isentas:

Previstas no Regulamento do Imposto de Renda no artigo 144 ao artigo 166, é aplicado às instituições sem finalidade lucrativa que exerçam, na sua grande maioria, atividades que visem o bem estar social.

Cooperativas:

As sociedades cooperativas estão amparadas pela não-incidência do Imposto de Renda quando praticar atos com cooperados.

Microempresa:

Como o próprio nome já define é um sistema simples aplicado àquelas empresas consideradas como micro em razão basicamente do seu faturamento anual não superar a R$240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais). Assim como no regime anterior, somente se apura um tributo denominado de SIMPLES, pago em DARF próprio com percentuais, códigos e datas específicas.

Empresa de Pequeno Porte:

Apurado pelas empresas de pequeno porte, cujo faturamento anual não seja superior a R$2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais), representa um sistema extremamente simples em virtude de ampliar a tributação à incidência do INSS, reduzindo assim a carga tributária desse regime.

Lucro Presumido:

Apurado pelas empresas consideradas de médio porte é um dos sistemas mais simples de tributação. Presume-se o lucro através de percentuais aplicados sobre o Faturamento de Vendas e Serviços e sobre esse lucro calcula-se o Imposto de Renda e a Contribuição Social.

Lucro Real:

Apurado pelas empresas consideradas de grande porte, cujo faturamento seja superior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), é definido como sendo o Lucro Líquido

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Contábil, ajustado mediante as adições, exclusões e compensações determinadas pela legislação tributária. O Lucro Real poderá ser apurado anualmente ou trimestralmente. Ao primeiro damos o nome de Lucro Real Estimado e ao segundo de Lucro Real Trimestral.

16 – Simples NACIONAL

As empresas optantes do simples nacional, nos termos da Lei Complementar nº 123/06, estão sujeitas única e exclusivamente ao recolhimento do simples federal, que absorve além dos tributos e contribuições incidentes sobre a receita e o lucro, aquele incidente sobre a folha de pagamento, ou seja, o encargo previdenciário denominado de INSS Patronal.

EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS

Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS Pis/Pasep INSS ISS

Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,39% 1,19% 0,00% 2,42% 2,00%

De 120.000,01 a 240.000,00 8,21% 0,00% 0,54% 1,62% 0,00% 3,26% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

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EMPRESA COMERCIAL

 Receita Bruta Total em 12 meses (em R$)

Alíquota IRPJ CSLL COFINS Pis/Pasep INSS ICMS

Até 120.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25%

De 120.000,01 a 240.000,00 5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%

De 240.000,01 a 360.000,00 6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33%

De 360.000,01 a 480.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 480.000,01 a 600.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 600.000,01 a 720.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 720.000,01 a 840.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 840.000,01 a 960.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

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17 – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

O Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza é um tributo de natureza fiscal, previsto na Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, em seu artigo 153, inciso III.

A C.F/88 determina que o Imposto de Renda será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da Lei. Esses são fundamentos constitucionais relativos ao Imposto de Renda: ( § 2ºdo art. 153)

Generalidade

Universalidade

Progressividade

Fato GeradorAs várias formas de incidência do Imposto de Renda são objeto de Leis ( ou Decretos-Leis ou Medidas Provisórias ) de natureza ordinária.

Os fatos geradores do Imposto de Renda, poderão ser definidos por legislação ordinária dentro do gênero descrito no C.T.N, sob pena de a Lei (ou Decreto- Lei ou Medida Provisória ) ordinária ser inconstitucional.

O artigo 43 do CTN define o fato gerador do Imposto de Renda da seguinte maneira:

“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I. de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; e

II. de produtos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior”.

É importante enfatizar que existe uma considerável diferença entre disponibilidade econômica e disponibilidade jurídica.

A primeira corresponde a um acréscimo patrimonial advindo de um ato não protegido pela Lei, ou mesmo contra a Lei. Por exemplo, o ganho de jogo. O fato de ser ilegal a forma de aquisição do rendimento não impede a tributação, uma vez que a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade dos atos praticados pelo contribuinte ( art. 118 do CTN ).

A aquisição da disponibilidade econômica dá-se pelo fato material da aquisição de ganho, legal ou ilegalmente. A disponibilidade jurídica representa o fato material da aquisição do ganho, só que por forma legal ( documental ). Ao fato econômico acrescenta-se o fato jurídico.

O CNT em seu artigo 116 também reconhece as situações de fato e de direito como suficientes para se configurar o fato gerador do imposto. Acrescente-se a esse documento legal os Pareceres Normativos CST nºs 121/73 e 7/76.

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Disponibilidade financeira é estar na posse do recurso material representativo da renda ou provento. Em síntese, é estar de posse do dinheiro.

Entretanto, existem situações onde a disponibilidade financeira não se configura como fato gerador do imposto, em detrimento do que antes fora dito. Isto acontece nas hipóteses de adiantamentos, por exemplo, onde a disponibilidade financeira ocorre primeiro que a disponibilidade econômica e o fato gerador somente irá acontecer quando esta última for oficializada.

Na interpretação e aplicação da Lei a regra a ser seguida é a seguinte:

a) O imposto de renda, em qualquer de suas modalidades de cálculo e recolhimento, jamais pode incidir sobre meros recebimentos de dinheiro, pressupondo sempre a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza.

b) Quando o aspecto financeiro for levado em consideração pela Lei, deve ser acompanhada da concomitante ou anterior aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica;

c) Todas as vezes em que o elemento financeiro deva ser considerado, ele é mencionado expressamente na Lei; e

d) Quando a Lei for omissa, o elemento financeiro é irrelevante, devendo haver a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou provento de qualquer natureza.

Base de CálculoA base de cálculo é o valor sobre o qual incide o imposto de renda, pela aplicação da respectiva alíquota (percentagem).

Segundo o CNT em seu artigo 44, a definição de base de cálculo é a seguinte:

“A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis”.

A base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas é denominada de lucro tributável.

O lucro tributável, que é base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas, é classificado da seguinte maneira:

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LUCRO TRIBUTÁVEL

LUCRO PRESUMIDO LUCRO REAL LUCRO ARBITRADO

TRIMESTRAL ESIMADO

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Cálculo do Lucro RealO Lucro Real deverá ser calculado e demonstrado no LALUR, conforme já tratado nesse manual. No LALUR constarão o Lucro Líquido do Exercício, as Adições, as Exclusões e as compensações reguladas pela legislação do Imposto de Renda.

Nessas condições, o cálculo do Lucro Real será demonstrado conforme segue abaixo:

Lucro Líquido do Exercício

(+) Adições

(-) Exclusões

(=) Lucro Real

(-) Compensações

As adições são somas de valores lançados na Contabilidade como despesas irreconhecíveis no LALUR como tal. Por exemplo, uma perda sem comprovação ou uma multa administrativa, onde a pessoa jurídica aproveita despesas sem comprovar a idoneidade das mesmas.

As exclusões equivalem a diminuições de valores que na Contabilidade foram lançados como receita e não integram o Lucro Real para efeito de tributação, como é o caso do Lucro Inflacionário Diferido.

CompensaçõesAs compensações admitidas na redução do Lucro Real equivalem aos Prejuízos Fiscais apurados em exercícios pretéritos.

A legislação atual permite uma compensação de Prejuízos Fiscais acumulados em valor não superior a 30% do Lucro Real do Exercício.

Existe uma interpretação da Receita Federal manifestada através de uma Nota Cosit nº 454, de 30/12/94, onde a compensação de Prejuízos Fiscais apurados a partir de janeiro de 1995 não será mais permitida. Por outro lado, vários juízes tem interpretado que é valida a compensação integral do prejuízo fiscal pelo princípio da igualdade de tratamento tributário.

Salientamos que o Prejuízo Fiscal é aquele apurado dentro das disposições fiscais, que para tanto diferem do Prejuízo Contábil apurado pela Contabilidade. Assim, por exemplo, uma pessoa jurídica pode ter Prejuízo Contábil e Lucro Real ao mesmo tempo e vice-versa.

Arbitramento do LucroO arbitramento do Lucro de uma pessoa jurídica é uma prerrogativa do Fisco, e pode ocorrer em função de uma inobservância à Legislação Tributária.

A pessoa jurídica poderá arbitrar o seu lucro nos casos fortuitos ou de força maior definidos no Código Civil Brasileiro, como enchentes, incêndio e outras ocorrências de natureza eventual e drástica.

O Lucro Arbitrado não é necessariamente uma opção de tributação, mas uma imposição legislativa que ocorre em função da desobediência de normas tributárias e fiscais.

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18 – Lucro Presumido

Lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real.

Imposto de renda é devido trimestralmente.

Opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido é manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido, correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário.

Pessoa jurídica que iniciar atividades a partir do segundo trimestre manifesta a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido, relativa ao período de apuração do início de atividade.

Opção pela apuração do imposto de renda com base no lucro presumido é irretratável para o ano-calendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 1º).

Podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que, não estando obrigadas ao regime de tributação pelo lucro real, tenham auferido, no ano-calendário anterior, receita total igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais).

Considera-se receita total o somatório da receita bruta de vendas, dos ganhos de capital, das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade.

No caso de início de atividade, o limite será proporcional, à razão de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses do período.

Podem, também, optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que iniciarem atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão, desde que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real.

As pessoas jurídicas, tributadas pelo lucro presumido, e que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiverem seu lucro arbitrado, podem permanecer no regime de tributação com base no lucro presumido relativamente aos demais trimestres do ano-calendário, desde que atendidas as disposições legais pertinentes (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, § 2º; Lei nº 9.430, de 1996, art.1º; IN SRF nº 93, de 1997, art. 47).

Integram a receita total para fins de determinação do lucro presumido:

a) as receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de fabricação própria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário e o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização, da atividade rural, e de outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da pessoa jurídica;

b) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os objetivos sociais da pessoa jurídica e os ganhos de capital;

c) os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável;

d) os rendimentos nominais auferidos em aplicações financeiras de renda fixa;

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e) a parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, em decorrência dos ajustes dos métodos de preços de transferências.

Não integram a receita total:

a) as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos (IPI) cobrados destacadamente do comprador ou contratante e do qual o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário;

b) as saídas que não decorram de vendas, a exemplo das transferências de mercadorias para outros estabelecimentos da mesma empresa.

No ano-calendário, são aplicados os seguintes percentuais na determinação do lucro presumido:

1. 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento) sobre a receita bruta mensal auferida na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

2. 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal proveniente:

2.1. da venda de produtos de fabricação própria;

2.2. da venda de mercadorias adquiridas para revenda;

2.3. da industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização;

2.4. da atividade rural;

2.5. de serviços hospitalares;

2.6. do transporte de cargas;

2.7. de outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços;

3. 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta mensal auferida pela prestação de serviços de transporte, exceto o de cargas;

4. 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta mensal auferida com as atividades de:

4.1. prestação de serviços pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada;

4.2. intermediação de negócios;

4.3. administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natureza;

4.4. construção por administração ou por empreitada unicamente de mão-de-obra;

4.5. prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente.

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As atividades de corretagem (seguros, imóveis, etc.) e as de representação comercial são consideradas atividades de intermediação de negócios.

No caso de atividades diversificadas, deve ser aplicado o percentual correspondente sobre a receita proveniente de cada atividade.

O imposto devido em cada trimestre é calculado mediante a aplicação da alíquota de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo.

A parcela do lucro presumido que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de 10% (dez por cento).

A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido pode deduzir do imposto de renda apurado:

a) o imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integram a base de cálculo do imposto devido;

b) o imposto de renda retido na fonte por órgãos públicos, conforme art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996;

c) o imposto de renda retido na fonte por Entidades da Administração Pública Federal (Lei nº 10.833/2003, art. 34);

d) o imposto de renda pago incidente sobre ganhos no mercado de renda variável.

A pessoa jurídica que apurar anualmente o imposto sobre a renda com base no lucro real também deve apurar a CSLL anualmente com base no resultado ajustado, em 31 de dezembro de cada ano.

Os valores de CSLL efetivamente pagos calculados sobre a base de cálculo estimada mensalmente, no transcorrer do ano-calendário, podem ser deduzidos do valor de CSLL apurado anualmente (ajuste).

O valor da CSLL não pode ser deduzido para efeito de determinação do lucro real e da própria base de cálculo (Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º).

A base de cálculo da CSLL, em cada mês, será determinada pela soma:

1) de 12% (doze por cento) ou de 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta auferida no período;

2) dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e renda variável;

3) dos ganhos de capital, das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade, no mês em que forem auferidos, inclusive:

a) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física;

b) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições;

c) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

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d) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

e) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;

f) as receitas financeiras decorrentes das variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual;

g) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens e direitos;

h) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos entregue para a formação do referido patrimônio.

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19 – Contratação de Serviços de Terceiros

O contrato decorre de uma relação entre duas pessoas e um objeto. As pessoas ocupam dois pólos; uma o pólo ativo, a outra o pólo passivo. O objeto pode ser uma relação comercial ou não comercial, como o casamento, por exemplo.

Na contratação de serviços de terceiros, o Sujeito Ativo é o contratante, no caso em questão, a empresa que contrata os serviços. O objeto da relação é a prestação do serviço propriamente dita. Os Sujeitos Passivos podem ser:

1) Funcionário: pessoa física que presta serviço a outra pessoa física ou a pessoa jurídica mediante salário;

2) Autônomo: pessoa física que presta serviço a outra pessoa física ou a pessoa jurídica mediante honorários; e

3) Pessoa Jurídica: organização formada individualmente ou em sociedade com a finalidade de atingir a um objetivo determinado, formada por pessoas físicas e jurídicas e por bens tangíveis e intangíveis.

Prestação de Serviços Por Empregados (Funcionários)

A prestação de serviço por funcionário deve ser precedida de um contrato de vínculo empregatício, onde são estabelecidos os direitos e obrigações de empregador e empregado.

A empresa é responsável pelos cálculos de tributos, contribuições e encargos sociais incidentes sobre o salário. Tanto os descontos de seus funcionários como os encargos da empresa deverá ser calculado e recolhido por ela. Ilustraremos abaixo todas as situações envolvendo a elaboração de uma folha de pagamento de uma empresa.

1 – Cálculo dos tributos incidentes sob o salário do funcionário:

Salário 2.000,00

INSS _______

IRRF _______

VT _______

VR _______

Líquido _______

Salário-de-contribuição Inss/Cpmf

Até 7,65

De 9,00

De 11,00

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Prestação de Serviços Por Pessoas Jurídicas

A prestação de serviços por pessoas jurídicas está sujeita ao cumprimento de determinadas regras legais para que tenha validade. O requisito básico numa prestação de serviço é a contratação, momento que deve ser oficializado através de um Contrato de Prestação de Serviços.

A pessoa jurídica prestadora do serviço deverá emitir uma Nota Fiscal, onde deverão conter:

1. Contrato de Prestação de Serviços;

2. Dados do emitente e do tomador do serviço;

3. Data da emissão da NF que deve estar dentro do prazo de validade;

4. Descrição dos serviços prestados;

5. Valor dos serviços prestados;

6. Retenção do IRRF, se for o caso, à alíquota de 1% ou 1,5%;

7. Retenção de PIS/COFINS/CSLL à alíquota de 4,65%, se for o caso;

8. Retenção do INSS à alíquota de 11%, se for o caso;

9. Carimbo de recebimento ou comprovante de depósito bancário;

10. DARF;

11. GPS e GFIP; e

12. DAR, quando for o caso.

A título de exemplo, imaginemos que a empresa contrate uma pessoa jurídica para prestar serviços na área de informática, no valor total de R$2.000,00 (dois mil reais).

A empresa prestadora do serviço deverá emitir uma Nota Fiscal descrevendo no corpo do documento “Prestação de Serviços de Informática” e discriminar o IRRF à alíquota de 1,5%, conforme tabela anexa, cujo valor será de R$30,00 (trinta reais).

O total da Nota Fiscal continuará sendo R$2.000,00, entretanto, o pagamento ao fornecedor deverá ser deduzido do IRF. Sendo assim, o fornecedor recebe R$1.970,00 (um mil, novecentos e setenta reais) e a empresa tomadora do serviço deverá recolher o IRF através de DARF.

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Prestação de Serviços Por Pessoas Físicas

A prestação de serviços por pessoas físicas é um pouco mais complexa. Antes de se efetuar uma contratação de uma pessoa física, é necessário exigir do prestador do serviço os seguintes documentos:

1. Contrato de Prestação de Serviços;

2. Cópia de CPF e RG;

3. Cópia de Inscrição no INSS;

4. Cópias de Inscrição no ISS;

5. Cópia de Comprovante de Residência ou Estabelecimento Comercial; e

6. Cópia de certidão de nascimento ou casamento dos mesmos.

7. Emitir RPA no valor correspondente;

8. Emitir GPS no valor do INSS (20%);

9. Emitir DAR no valor do ISS (variável).

10. Emitir DARF no valor do IRRF, conforme tabela progressiva.

A empresa deverá providenciar um Contrato de Prestação de Serviços, modelo anexo. A título de exemplo, consideremos a contratação de um profissional por R$2.000,00 (dois mil reais).

Os cálculos a serem considerados são os seguintes:

a) IRRF1. Verificar a quantidade de dependentes do profissional e multiplicar por R$106,00

(cento e seis reais); e

2. Efetuar o cálculo da diferença entre o honorário e o valor dos dependentes, aplicando o resultado a tabela abaixo discriminada:

Valor do Rendimento em R$

Alíquota Parc. a Subtrair

Até Isento

De 15%

Acima de 27,5%

Imaginemos que o prestador do serviço tenha 1 (um) dependente. O cálculo seria procedido da seguinte maneira:

Honorário Bruto 2.000,00

(-) Dependente

Valor Líquido a Pagar

Observar que o valor do dependente tem somente a finalidade de diminuir a base de cálculo do IRRF e não o valor a receber do profissional. Caso a empresa diminuísse o valor do dependente iria fazer o que com o mesmo?

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b) INSSO INSS a ser calculado nessas situações é o encargo da empresa. Caso o prestador do serviço faça sua inscrição e recolha o INSS a empresa poderá se beneficiar com a redução do valor a recolher a título de INSS.

O valor do encargo é o resultado da aplicação de 20% (vinte por cento) sobre o honorário do prestador do serviço. No caso em questão, se o prestador do serviço não estiver recolhendo o INSS, a empresa deverá inscrevê-lo ou utilizar o número de seu PIS/PASEP para recolhimento do INSS, no valor de R$400,00 (quatrocentos reais).

c) ISSO ISS deverá ser calculado, descontado do valor a ser pago ao profissional liberal e recolhido em DAR até o dia 20 (vinte) do mês seguinte. Caso o prestador de serviço tenha inscrição não será necessário efetuar o cálculo do ISS.

A alíquota do ISS a ser aplicada irá variar de acordo com o tipo de serviço prestado. As alíquotas são as seguintes

% Natureza do Serviço Prestado

2,0 Desenvolvimento de Sistemas (software) e Arrendamento Mercantil (Leasing)

2,0 Transporte Coletivo e Cinema

2,0 Instrução, Construção Civil e Serviços Médicos

5,0 Demais Serviços

5,0 Diversões Públicas

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20 – IRRF

Pessoa Jurídica

O Imposto de Renda Retido da Fonte - IRRF corresponde a uma antecipação do I.R. incidente sobre o lucro da pessoa jurídica prestadora de serviço, apurado mensalmente ou trimestralmente, conforme o seu regime de tributação.

É importante enfatizar que essa antecipação decorre do RIR/99 em seu artigo 647 e seguintes.

O referido imposto incidirá quando uma determinada pessoa jurídica prestar serviços de natureza profissional a outra pessoa jurídica tomadora desses serviços, elencados no art. 647 e seguintes do RIR/99.

Entende-se por serviço de natureza profissional aquele de que decorra de lei específica que regulamente a profissão ou o exercício profissional cuja atividade exija conhecimento de nível técnico ou superior especializado.

A título de exemplo, consideremos que uma determinada empresa preste serviço caracterizadamente profissional à outra empresa tomadora do serviço pelo valor de R$10.000,00. Quando da emissão da nota fiscal por parte da empresa prestadora de serviço, obrigatoriamente deverá constar no corpo da N.F. a expressão ‘IRRF conforme art. 647 do RIR/99 - 1,5% - valor R$ 150,00’.

A empresa tomadora do serviço deverá pagar à empresa prestadora do serviço, o equivalente a R$ 9.850,00. O restante, R$ 150,00, será recolhido em DARF aos cofres da União como IRRF, sob o código 1708.

Vejamos o lançamento contábil da prestadora do serviço:

Pela emissão da Nota FiscalD – Clientes (AC)

C – Receita de Prestação de Serviços (DRE) .............................. R$ 10.000,00

Pelo recebimento da Nota FiscalD – Banco conta Movimento (AC) .............................................. R$ 9.850,00

D – IRRF a Compensar (AC) ........................................................ R$ 150,00

C – Clientes (AC) ......................................................................... R$ 10.000,00

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Agora vejamos o lançamento contábil na empresa tomadora do serviço:

Pelo recebimento da Nota FiscalD – Prestação de Serviços PJ (DRE) ............................................ R$ 10.000,00

C – IRRF a Recolher (PC) ............................................................ R$ 150,00

C – Serviços de PJ a Pagar (PC) ................................................. R$ 9.850,00

O referido IRRF será compensado pela empresa prestadora do serviço com o devido na apuração do I.R.P.J do exercício.

Importante enfatizar que o valor total da Nota fiscal será sempre o valor do serviço sem nenhuma dedução. O IRRF é mera discriminação, não cabendo, portanto a sua dedução da base de cálculo ou do valor total da Nota Fiscal.

É imprescindível diferenciar Fato Gerador do Momento de Ocorrência do Fato Gerador. O Parecer Normativo CST nº 7/86 determina que o momento da ocorrência do fato gerador se dá pelo crédito (contabilização) ou pagamento, o que ocorrer primeiro.

Pessoa Física

Quando o prestador do serviço for uma pessoa física aplicar-se-á a tabela progressiva de imposto de renda, sobre o valor bruto do serviço prestado, reduzindo-se a base de cálculo nas seguintes prestações de serviços:

Garimpagem: 10% do valor bruto

Transporte de Cargas: 40% do valor bruto

Transporte de Passageiros: 60% do valor bruto

Nessas condições, quando uma pessoa física prestar serviço a uma pessoa jurídica, o valor total do serviço estará sujeito à retenção de imposto de renda, conforme tabela progressiva, e caso sejam feitos mais de um pagamento no mesmo mês, o imposto de renda terá que ser calculado de forma cumulativa, abatendo-se os valores pagos anteriormente.

O momento de ocorrência do fato gerador para fins de recolhimento do IRRF de pessoa física se dá pelo pagamento, e não pelo crédito, conforme disciplinado para as pessoas jurídicas.

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21 – INSS

Pessoa Jurídica

A pessoa jurídica prestadora de serviço relacionado na Instrução Normativa do SRP nº 03/2005, considerado como cessão de mão-de-obra ou empreitada, a outra pessoa jurídica, deverá discriminar na Nota Fiscal a título de retenção na fonte o INSS correspondente a 11% sobre o valor da mão-de-obra aplicada.

Ao contratar uma empresa, a contratante deverá observar o seu enquadramento na IN SRP nº 03/2005 para verificar se o serviço se caracteriza como cessão de mão-de-obra ou empreitada. Caso isso aconteça, deverá reter da contratada o equivalente a 11% a título de INSS, sobre a base de cálculo relativa exclusivamente à mão-de-obra.

Tal retenção é de responsabilidade da contratante, que perante a legislação previdenciária, é solidária perante o INSS pelo recolhimento de tal contribuição social.

Ao contrário do IR, o INSS deverá ser recolhido em nome do prestador do serviço com o seu correspondente CNPJ. A informação relativa à empresa pagadora do INSS, tomadora do serviço, deverá ser discriminada no corpo da GPS – Guia de Recolhimento à Previdência Social.

Quando a pessoa jurídica prestadora do serviço for uma cooperativa, o INSS será tratado como encargo para a tomadora do serviço à alíquota de 15% (quinze por cento).

Pessoa Física

Na prestação de serviços por pessoas físicas, a empresa tomadora do serviço estará sujeita ao pagamento do INSS como encargo no equivalente a 20% do valor total do serviço.

Além do encargo do INSS, a tomadora deverá reter da pessoa física prestadora do serviço o equivalente a 11% de INSS e descontar do mesmo, não podendo a referida retenção ultrapassar o limite máximo estabelecido na Tabela de Incidência do INSS.

Na prestação de serviço de frete, o valor do INSS será calculado tomando-se por base o equivalente a 20,00% do total da prestação do serviço e o resultado será onerado como encargo em 20%. O resultado final desse cálculo representará um encargo de 4,00% sobre o valor da prestação do serviço.

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22 – ISS

O ISS é um tributo de competência municipal regulamentado no Brasil através da Lei Complementar nº 116/03 e cada município dispõe de sua regulamentação de forma interna.

Contribuinte do ISS é toda pessoa física ou jurídica prestadora dos serviços elencados na lista anexa à Lei Complementar aqui citada.

Sempre que forem contratados serviços de pessoas físicas ou jurídicas elencadas na LC 116/03, a pessoa jurídica deverá observar a sua responsabilidade em relação à retenção e recolhimento do ISS.

Caso seja pessoa física, e o mesmo tenha inscrição no ISS não haverá necessidade de se preocupar com o ISS. Entretanto, se a pessoa física prestadora do serviço não for inscrita no município, a empresa contratante deverá reter e recolher o ISS sobre o valor do serviço, descontando do beneficiário tal tributo.

Quando da contratação de uma pessoa jurídica, o tomador irá efetuar a retenção e o respectivo recolhimento do ISS, na condição de substituto tributário, salvo se o prestador pessoa jurídica tiver realizado o serviço em outra unidade da federação, situação essa que a dispensa a retenção e recolhimento do ISS ao município correspondente, ou ainda quando a empresa estiver elencada num dos 22 (vinte e dois) itens do art. 3º da LC.

Tal retenção deverá ser feita pelo contratante ao efetuar o pagamento ao contratado do valor do serviço prestado, devendo ser o mesmo recolhido no prazo legal estabelecido.

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23 – PIS/COFINS/CSLL

A Lei nº 9.430/96 criou a retenção na fonte dos impostos e contribuições sociais federais nas prestações de serviços e venda de mercadorias a Órgão da Administração Pública Federal.

Referido dispositivo legal foi regulamentado através da IN SRF nº 480/2004 que, através de tabela, define quais os percentuais a serem retidos dos prestadores de serviços e vendedores de mercadorias ao Serviço Público Federal.

A Lei nº 10.833/2003, por sua vez, criou a retenção na fonte do Pis/Cofins/Csll na prestação de serviços ali elencados como sujeitos à definida incidência, cuja regulamentação se deu através da IN SRF nº 459/04.

As Leis nº 10.865/04 e 10.925/04 trouxeram modificações na Lei nº 10.833/03. Entretanto, no que diz respeito à retenção na fonte, a mais recente estabeleceu que os pagamentos efetuados no valor de até R$5.000,00 estão dispensados da retenção das contribuições sociais.

Nessas condições, quando prestado um serviço elencado no art. 1º da IN SRF nº 459/04 haverá retenção na fonte de 4,65% correspondente a PIS/COFINS/CSLL.

ENCARGO DO PIS E DA COFINS

A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, além das duas regras gerais de apuração (incidência não-cumulativa e incidência cumulativa), possuem ainda diversos regimes especiais de apuração. De um modo geral podemos dizer que:

Regime de incidência cumulativa

A base de cálculo é o total das receitas da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são, respectivamente, de 0,65% e de 3%

As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa.

As pessoas jurídicas, ainda que sujeitas á incidência não-cumulativa, submetem à incidência cumulativa as receitas elencadas no art. 10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003 (ver Receitas excluídas do regime de incidência não-cumulativa)

Regime de incidência não-cumulativa

Regime de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, respectivamente. O diploma legal da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativa é a Lei nº 10.637, de 2002, e o da Cofins a Lei nº 10.833, de 2003.

Permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%.

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As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102, de 1983, e as sociedades cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de consumo).

As pessoas jurídicas submetidas à incidência não-cumulativa integram a essa incidência as receitas obtidas nas vendas de bens submetidos a alíquotas diferenciadas, excetuadas as receitas de venda de álcool para fins carburantes, que permanecem excluídas da incidência não-cumulativa. (ver Regimes especiais).

[Lei nº 10.637, de 2002; Lei nº 10.833, de 2003; Lei nº 10.865, de 2004; Lei nº 10.925, de 2004; IN SRF nº 404, de 2004]

EMPRESAS DE SERVIÇOS

TRIBUTO PERCENTUALIRPJ 4,80%CSLL 2,88%PIS 0,65%COFINS 3,00%ISS 5,00%TOTAL 16,33%

EMPRESAS COMERCIAIS

TRIBUTO PERCENTUALIRPJ 1,20%CSLL 1,08%PIS 0,65%COFINS 3,00%ICMS VARIÁVELTOTAL 5,93%

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24 – ICMS

O ICMS - Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação foi criado com o advento da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988. O artigo 155, inciso II, da citada Carta Magna, trata do ICMS como sendo um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal, ou seja, compete exclusivamente aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre o referido tributo.

O ICMS como imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, assim o preceitua o artigo 16 do Código Tributário Nacional.

Sua criação decorreu da edição da Lei Complementar nº 87/96 e no Distrito Federal foi instituído pela Lei nº 1.254/96 e regulamentado pelo Decreto nº 18.955/97 - RICMS.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS RELATIVOS AO ICMS

Princípio da não-cumulatividade

O ICMS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.

Princípio da seletividade

O ICMS poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.

No Distrito Federal, o ICMS foi instituído através da Lei nº 07, de 29 de dezembro de 1988 e somente em 1994 foi regulamentado através do Decreto nº 15.470, de 28 de fevereiro de 1994, republicado através do Decreto nº 16.102, de 30 de novembro de 1994. Recentemente, através da Lei nº 1.254, de 11 de novembro de 1996 e do Decreto nº 18.955, de 22 de dezembro de 1997, o ICMS foi regulamentado definitivamente, tendo em vista a edição da Lei Complementar nº 87, de 16 de setembro de 1996. Sendo assim, cabe estabelecer como legislação básica para estudo e consulta essas normas legais que irão facilitar o desenvolvimento do raciocínio lógico e orientarão o leitor a buscar as informações de forma rápida e objetiva.

Nessas condições, iremos tratar dos conceitos observando que a Contabilidade é uma ciência controladora do imposto tratado, visto o mesmo ser calculado com base em percentuais estabelecidos nas mais diversas formas e sua apuração depender de conhecimentos técnicos próprios da área contábil.

É importante enfatizar que o ICMS representa, a partir de 1988, um conjunto de tributos que até 05 de outubro desse mesmo ano eram reconhecidos como ISS sobre transporte, comunicação e energia elétrica e IUM - Imposto Único sobre Minerais.

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Fato GeradorO ICMS tem como fato gerador as operações relativas à circulação de mercadorias e as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações ou as prestações se iniciem no exterior.

O ICMS incide sobre:

a) o ingresso, no território do Distrito Federal, de mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária, relacionados em Portaria da Secretaria de Fazenda, onde não tenha havido retenção do imposto na unidade federada de origem;

b) a entrada de mercadoria ou bem, importados do exterior, ainda quando destinados a consumo ou ativo fixo do estabelecimento;

c) a prestação dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que iniciada no exterior;

d) o fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios ou compreendidos na competência tributária dos Municípios e com a indicação expressa, em Lei Complementar, de incidência deste imposto; e

e) o fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento, incluídos os serviços relacionados com esse fornecimento.

Ocorre o fato gerador do ICMS:

a) na saída de mercadoria, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular (transferência);

b) na saída, de estabelecimento do contribuinte substituto localizado em outra unidade federada, de mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária, relacionada em Portaria da Secretaria de Fazenda;

c) na saída de mercadoria do estabelecimento extrator, produtor ou gerador, inclusive de energia, para qualquer outro estabelecimento, de idêntica titularidade ou não, localizado na mesma área ou em área contígua ou diversa, destinada a consumo ou utilização em processo de tratamento ou industrialização, ainda que as atividades sejam integradas;( * o parágrafo terceiro do artigo 155 da CF/88 determina a aplicação do ICMS sobre energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais no País.)

d) na saída, promovida por armazém geral ou estabelecimento congênere, de mercadoria depositada por contribuinte de outra unidade federada;

e) na saída de produto semi-elaborado;

f) na saída de ouro, na operação em que este deixar de ser ativo financeiro ou instrumento cambial;

g) na entrada, no estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outro Estado, destinada a consumo ou ativo fixo;

h) na entrada de mercadoria ou bem, importados do exterior;

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i) na aquisição, em licitação promovida pelo Poder Público, de mercadoria importada do exterior e apreendida;

j) no fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento, incluídos os serviços relacionados com esse fornecimento;

k) no fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios ou compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa, em Lei Complementar, de incidência deste imposto;

l) na execução de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;

m) na geração, emissão, transmissão, retransmissão, repetição, ampliação ou recepção de comunicação de que trata o artigo 21, inciso XI, da CF/88, por qualquer processo, ainda que o serviço se tenha iniciado ou tenha sido prestado no exterior; e

n) na utilização, por contribuinte, de serviço relacionado nas letras (l) e (m), cuja prestação se tenha iniciado em outra unidade federada e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente, alcançada pela incidência do imposto.

ContribuintesO artigo 12 do RICMS define como contribuinte do ICMS toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade, operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviço descritas como Fato Gerador. Dentre os diversos contribuintes existentes, julga-se necessário citar os seguintes:

a) o industrial e o comerciante, inclusive ambulante;

b) o importador ou o arrematante de mercadoria importada do exterior e apreendida;

c) a instituição financeira e a seguradora;

d) a cooperativa;

e) os órgãos da Administração Pública, as entidades da Administração indireta e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que realizem operações ou prestações de serviços regidas pelas normas a que estiverem sujeitos os empreendimentos privados, ou em que houver contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas

f) a concessionária ou permissionária de serviço público de transporte interestadual ou intermunicipal, de comunicação ou de energia elétrica; e

g) o prestador de serviços de transporte inter municipal e interestadual e de comunicação.

Base de CálculoA base de cálculo do imposto, conforme define o artigo 34 do RICMS, é o valor sobre o qual incidirá a alíquota do tributo. A base de cálculo compreende tudo aquilo que compõe um bem ou produto definido em lei própria.

A base de cálculo será estabelecida conforme a natureza da operação ou prestação. Sendo assim, integram a base de cálculo:

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a) seguros, demais importâncias recebidas ou debitadas, bem como bonificações e descontos concedidos sob condição;

b) frete, quando o transporte for efetuado pelo próprio remetente, cobrado por este ou por sua conta e ordem; e

c) despesas financeiras de qualquer origem, para concessão de crédito nas operações e prestações a prazo, ainda que cobradas em separado.

O montante do imposto integra sua própria base de cálculo, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle.

Entretanto, não integram a base de cálculo do ICMS:

a) o IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produtos destinados a industrialização ou a comercialização, configure fato gerador de ambos os impostos; e

b) descontos concedidos sem condição, no ato da operação ou prestação, desde que constem do documento fiscal.

Na falta de valor na saída de mercadoria, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular, o valor da operação será:

a) o preço corrente da mercadoria, ou de sua similar, no mercado atacadista do local da operação, se o remetente for produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

b) o preço FOB estabelecimento industrial à vista, se o remetente for industrial; e

c) o preço FOB estabelecimento comercial à vista, nas vendas a outros comerciantes ou industriais, se o remetente for comerciante.

CLÁUSULA FOB - Free on BoardA sigla FOB significa: FREE ON BOARD ou numa tradução livre: livre e desembaraçada sobre o caminhão. É o famoso "retira". Em outras palavras, nas vendas FOB o comprador assume a obrigação de retirar a mercadoria, correndo por sua conta e risco todo o transporte. Portanto, a entrega se opera nos estabelecimentos do vendedor.

CLÁUSULA CIF - Cost, Insurance and FreightVenda CIF se caracteriza pela co-existência de três contratos em um só, ou seja, há um contrato de compra-e-venda típico, acrescido de dois outros: um de transporte e outro de seguro. Sendo assim, com o seu nascimento do Direito Marítimo, independentemente de as importâncias de frete e seguro terem sido ou não individualizadas no quadro próprio da Nota Fiscal - Despesas Acessórias - a venda será considerada CIF se o vendedor se obrigou a entregar a mercadoria no estabelecimento do comprador, ou seja, todo o risco de perecimento da mercadoria no transporte permanece com o vendedor, enquanto não a entregar ao comprador.

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AlíquotasAtualmente, as alíquotas internas podem ser estabelecidas livremente pelos Estados e pelo Distrito Federal, mas as alíquotas interestaduais só podem ser fixadas por Resolução do Senado Federal, hoje, a Resolução nº 22, de 15/05/89.

Segundo o artigo 46 do RICMS as alíquotas do ICMS obedecem aos percentuais estabelecidos no quadro sinótico abaixo apresentado.

Aproveitando a oportunidade, salientamos que não é possível estabelecer as alíquotas do IPI nesse trabalho, visto a NBM/SH, tabela na qual constam todas as alíquotas do referido imposto, menciona mais de 10.000 itens.

Entretanto seguirá, logo após a tabela do ICMS, um modelo da referida NBM/SH para que o leitor tome por conhecimento.

ALÍQUOTAS INTERNAS E DE IMPORTAÇÃO DO ICMS7% - Cesta Básica Alimentícia - Crédito presumido

12% - Cesta Básica de Produtos de Higiene

17% - Demais produtos não classificados

21% - Energia elétrica superior a 500KW residencial e a 1000KW comercial ou industrial

25% - Cosméticos, Bebidas Alcoólicas e Supérfluos em Geral

ALÍQUOTAS INTERESTADUAIS DO ICMS7% - Saídas das regiões Sul/Sudeste-ES para demais regiões

12% - Demais saídas interestaduais

Substituição TributáriaNas operações relacionadas em ato da Secretaria de Fazenda que destinem bens e mercadorias a contribuinte localizado no Distrito Federal, fica atribuída ao remetente a responsabilidade pela retenção e recolhimento antecipados do imposto referente às operações subseqüentes, na qualidade de contribuinte substituto.

O Convênio 66/88, deu uma amplitude evidenciada ao estabelecer em seu artigo 25:

"A Lei poderá atribuir a condição de substituto tributário a:

I. industrial, extrator, gerador ou outra categoria de contribuinte, pelo pagamento do imposto devido na operação ou operações anteriores;

II. produtor, extrator, gerador, inclusive de energia, industrial, distribuidor, comerciante ou transportador, pelo pagamento do imposto devido nas operações subseqüentes;

III. depositário, a qualquer título, em relação à mercadoria depositada por contribuinte;

IV. contratante de serviço ou terceiro que participe da prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação".

Para se entender a substituição tributária na prática, deve-se observar os procedimentos abaixo dispostos:

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Saídas da Empresa entre

contribuintes para fora do DF exceto

devoluções

Saídas da Empresa entre

contribuintes para fora do DF exceto

devoluções

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INDUSTRIAL

MG

COMERCIANTE

DF

CONSUMIDOR

FINAL

O industrial em Minas Gerais vende para o comerciante no Distrito Federal, aplicando uma alíquota de 7%. O comerciante no Distrito Federal irá vender para o consumidor final, aplicando uma alíquota de 25%, em se tratando de uma operação normal. Na substituição tributária, o imposto de 25% devido pelo comerciante no DF será recolhido pelo industrial, no momento da venda; por conseguinte, o comerciante no DF venderá a mercadoria sem tributação do ICMS.

Benefícios FiscaisOs benefícios fiscais, como o próprio nome já diz, são incentivos dados pela legislação no sentido de suspender ou reduzir o pagamento de impostos por um tempo determinado ou indeterminado. O critério de legalização dos benefícios devem obedecer criteriosamente a hierarquia das normas tributárias.

No âmbito da legislação tributária nós temos a previsão de benefícios fiscais de exclusão, extinção e suspensão do crédito tributário. A nível prático, em obediência às normas do ICMS são apresentados 07 (sete) benefícios fiscais, os quais serão analisados destacadamente.

Imunidade Amparada pela C.F./88, em seu art. 150, inciso VI, compreende a vedação atribuída à União, aos Estados, aos Municípios e ao DF, de instituírem imposto sobre alguma operação. Ex.: venda de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

Não-incidência Prevista, em alguns casos, na C.F./88 e na grande maioria das vezes em Lei Complementar, representa a exceção à hipótese de incidência tributária, ou seja, a ausência de fato gerador. Ex.: Exportação de mercadorias para o exterior.

Isenção Dada por Lei ordinária, é a suspensão do pagamento do imposto por um prazo determinado ou indeterminado, atingindo determinadas operações. Ex.: transferência interna de bens do ativo permanente imobilizado.

Suspensão É uma modalidade de isenção, prevista no RICMS/DF. Ex.: remessa para conserto.

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25 – Conclusão

Concluímos o presente trabalho na certeza de termos contribuído para o enriquecimento dos conhecimentos de cada participante do Curso Prático de Escritório Contábil.

Com o atual regime de tributação a que estão sujeitas as empresas, mister se faz observar criteriosamente o cumprimento das obrigações acessórias, responsabilidade esta atribuída a todos os profissionais que atuam com o pagamento e recebimento de prestação de serviços e operações com mercadorias.

Nessas condições, desejamos a todos um excelente desempenho de suas funções, aprimorando a cada dia as informações advindas do sistema tributário nacional pertinente às operações de sua empresa nas relações com terceiros.

MARCOS CÉSAR CARNEIRO DA MOTA

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GRUPO APTC

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EXERCÍCIO Nº 1

1) Efetue os seguintes lançamentos contábeis:

a) 06/05/07 - Abertura da empresa XYZ Comércio e Representações Ltda, com capital totalmente integralizado em caixa no valor de R$100.000,00

b) 10/05/07 - Aquisição de móveis e utensílios, à vista, pelo valor de R$20.000,00

c) 13/05/07 - Aquisição de Computadores, à vista, pelo valor total de R$10.000,00

d) 15/05/07 - Compra de mercadorias para estoque pelo valor de R$60.000,00, com ICMS de 7%, com pagamento programado para 60 dias.

e) 16/05/07 - Venda de 50% do estoque, à vista, pelo valor total de R$80.000,00, com ICMS de 17%.

2) Após efetuado os lançamentos contábeis, efetue os razonetes, levante o Balancete de Verificação, a DRE e o Balanço Patrimonial, em 31/05/07.

EXERCÍCIO Nº 2

1) Efetue os seguintes lançamentos contábeis:

a) 01/06/07 - Contratação de um funcionário solteiro com o salário de R$2.000,00. Elaborar a folha de pagamento com a devida contabilização,

b) 05/06/07 - Pagamento dos tributos e contribuições

c) 15/06/07 - Venda do saldo de estoque por R$80.000,00, à vista, com ICMS de 17%.

2) Após efetuado os lançamentos contábeis e os razonetes, levante todas as Demonstrações Contábeis, em 30/06/07.

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