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Registros Públicos PALMAS-TO/ 2006 Antonio Ianowich Filho Fabiana Cotian Meireles Publio Borges Alves 2º PERÍODO

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

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Registros Públicos

PALMAS-TO/ 2006

Antonio Ianowich Filho Fabiana Cotian Meireles

Publio Borges Alves

2º PERÍODO

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

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Fundação Universidade do Tocantins

Reitor: Humberto Luiz Falcão Coelho Pró-Reitor Acadêmico: Galileu Marcos Guarenghi

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Extensão: Maria Luiza C. P. do Nascimento

Pró-Reitora de Pesquisa: Antônia Custodia Pedreira

Pró-Reitor de Administração e Finanças: Maria Valdênia Rodrigues Noleto

Diretor de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais: Claudemir

Andreaci

Equipe Pedagógica – Unitins

Coordenação do Curso: José Kazuo Otsuka

Conteúdos da Disciplina: Antonio Ianowich Filho Fabiana Cotian Meireles Publio Borges Alves

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

APRESENTAÇÃO Prezado(a) Acadêmico(a), Após transcorridos os primeiros meses dessa caminhada que você se

propôs a trilhar, começamos agora a adentrar mais a fundo no mundo jurídico,

afinal, no semestre anterior, foi transmitido a vocês a base do estudo jurídico,

restando a partir de agora o estudo das diversas especializações desse

complexo e importante instrumento de manutenção e garantia da liberdade e

da democracia.

Para isso, dentre os diversos ramos do direito, um dos que

mais influencia em nosso cotidiano é este que iremos discutir e compreender

durante o transcorrer desse período, uma vez que em praticamente todos os

atos de nossa vida civil, como por exemplo na celebração do casamento, na

compra de uma casa, na assinatura de um contrato, enfim em praticamente

todos os atos da vida civil.

Portanto, fique atento ao material e siga a seqüência proposta para

seus estudos, acompanhe as tele-aulas e não deixe de visitar freqüentemente

as web-aulas, de forma a aprimorar e aprofundar seu aprendizado.

Para auxiliar em seus estudos, optamos por manter a divisão do

conteúdo em temas que abordam os diversos aspectos dos Registros Públicos.

Para que você tenha um melhor aproveitamento da disciplina, é que

optamos por essa divisão, pois acreditamos que essa organização irá

proporcionar um maior entendimento da matéria.

Esperamos que com a utilização de todos os recursos disponibilizados

pelo curso, em conjunto com o material elaborado para utilização em nossa

disciplina, você alcance o máximo de aproveitamento possível e acima de tudo,

consiga vislumbrar a relação entre a teoria e o seu cotidiano.

Atenciosamente os Autores.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS PLANO DE ENSINO CURSO: Fundamentos e Práticas Judiciárias DISCIPLINA: Registros Públicos ANO/SEMESTRE: 2006/01 PROFESSORES: Antonio Ianowich Filho e Públio Borges Alves EMENTA:

Estudo teórico e prático do Direito Notarial e Registral e das atribuições

e atos dos Notários e Registradores. Análise das disposições legais

pertinentes.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Aspectos históricos dos registros públicos no Brasil e no mundo

Direito notarial e direito registral

Princípios constitucionais

Princípios da atividade notarial

Princípios da atividade registral

Protesto de títulos e documentos

Registro civil das pessoas naturais

Registro de imóveis

Registro de títulos e documentos

Tabelionato de notas

Do registro civil das pessoas jurídicas

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CENEVIVA, Walter. Lei dos Notários e dos Registradores Comentada. 4.ed.,

São Paulo: Saraiva, 2002.

NASCIMENTO, Sândalo Bueno do. MOLINARI, Márcio de Castro. Breves

Anotações Sobre Registro de Imóveis. Goiânia: Editora KELPS, 1998.

SWENSSON, Walter Cruz. Lei de Registros Públicos Anotada. 3.ed., São

Paulo: Juarez de Oliveira, 2003.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR PESSOA JURIDICA. In: CASTRO, Flavio de. Compacto Dicionário Jurídico.

1.ed. São Paulo: RT,1994, p.247.

LOUREIRO FILHO, Lair da Silva; LOUREIRO, Claudia Regina de Oliveira

Magalhães. Notas e Registros Públicos. São Paulo: Saraiva, 2004.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Sumário

Tema 01 – Aspectos históricos dos registros públicos no Brasil e no mundo...06

Tema 02 – Direito notarial e direito registral......................................................13

Tema 03 – Princípios constitucionais administrativos.......................................21

Tema 04 – Princípios da atividade notarial........................................................27

Tema 05 – Princípios da atividade registral.......................................................32

Tema 06 – Protestos de títulos e documentos..................................................39

Tema 07 – Registro civil de pessoas naturais...................................................49

Tema 08 – Registro de imóveis.........................................................................67

Tema 09 – Registro de títulos e documentos....................................................87

Tema 10 - Tabelionato de notas........................................................................93

Tema 11 – Registro civil das pessoas jurídicas...............................................100

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Tema 01 Aspectos Históricos dos Registros Públicos

Objetivo Compreender os aspectos históricos e a evolução dos Registros

Públicos no Brasil e no Mundo.

Introdução Neste tema faremos uma breve viagem ao passado para justificar e

entender o presente. Veremos os primeiros sinais da presença dos Registros

Públicos no Mundo, seus principais marcos históricos e a evolução do Direito

Notarial e Registral Brasileiro.

Sob a ótica nacional, vamos analisar a influência do descobrimento do

Brasil nos registros públicos, as primeiras regras jurídicas, as Constituições

brasileiras e a evolução do ordenamento jurídico, culminando, por fim, na

emenda nº 45 de 2005 (Reforma do Judiciário).

Primeiros Sinais

A humanidade sempre se preocupou com a publicidade dos imóveis.

Na Mesopotâmia existem indícios fósseis provenientes de escavações e

pesquisas, que apontam a existência de procedimentos destinados à

publicidade registral, antes mesmo do Código de Hamurábi (c. 1700 a.C.), em

que os contratos de transmissão imobiliária eram lavrados por escribas

(notário) em tabuletas de argila, contendo o selo do notário (kunuku).

No livro mais conhecido do planeta, “A Bíblia”, em “Jeremias”,

registra-se a formalidade da compra de um imóvel nos tempos de

Nabucodonosor, na seguinte passagem: Javé ordena a Jeremias: “toma estes

documentos, este contrato de compra, o exemplar selado e a cópia aberta e

coloca-os em um lugar seguro, para que se conservem por muito tempo.

Porque assim disse Iahweh dos Exércitos, o Deus de Israel: ainda se

comprarão casas, campos e vinhas nesta terra” (Jer. 32:14-15).

Os registros públicos modernos, nos moldes conhecidos na

atualidade, datam de meados do século XIX, e vêm, a partir de então,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS passando por um processo evolutivo nos países ocidentais, dentre eles o

Brasil, Espanha, Portugal etc.

Descobrimento do Brasil No ano de 1500, o Brasil foi descoberto; Portugal estabeleceu o seu

domínio e iniciou-se o período Colonial, implantando a princípio relações

escravistas e atividades extrativistas, principalmente a exploração do pau-

brasil, pois aqui habitavam, naquele momento, apenas populações indígenas.

Sendo detentora do domínio das terras brasileiras, a Coroa

Portuguesa, visando a incentivar a ocupação do solo, instituiu as Sesmarias,

que nada mais eram do que Cartas de terras destacadas para o domínio

privado, especificamente aos capitães donatários, os quais poderiam doá-las a

quem pretendesse cultiva-la, segundo as Ordenações do Reino. As Ordenações do Reino de 1603 foram a primeira regra jurídica introduzida na então Colônia, a qual determinou que os registros estariam a cargo do Tabelião, nomeados pelo Rei, sem existir, contudo, um sistema geral de Registros Públicos. (Livro II, Título XLV, § 15).

O Registro do Vigário (Lei nº 601, de 18-09-1850).

Considerada a primeira lei agrária brasileira, elaborada no período

imperial, com finalidade de discriminar os bens do domínio público do domínio

particular, com efeito declaratório, pois reconhecia e legitimava a aquisição

pela posse.

Surge, neste momento, a figura do registrador, pessoa que estava

incumbida de efetuar os primeiros registros junto aos livros da Paróquia

Católica, levando-se em consideração o local onde o imóvel estivesse situado.

As terras não registradas, que não fossem distribuídas, ou que,

sendo distribuídas, fossem concedidas a terceiros, voltavam para o Estado, e

logo eram consideradas como devolutas.

O termo devoluto era considerado o solo que dado a particulares,

fora devolvido posteriormente ao poder público, tornando, portanto ao senhor

primitivo.

Por outro lado, se os beneficiários regulares da sesmaria

cumprissem todas as condições e exigências legais, os mesmos poderiam

adquirir o domínio pleno da terra, conforme assegurava o art. 179, inciso XXII,

da Constituição do Império de 1824:

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos

Brasileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a

propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela maneira seguinte.

XXII. E'garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem

publico legalmente verificado exigir o uso, e emprego da Propriedade do

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Cidadão, será ele previamente indenizado do valor dela. A Lei marcará os

casos, em que terá lugar esta única exceção, e dará as regras para se

determinar a indenização..

Regime Hipotecário

Em razão da necessidade de garantia para os primeiros negócios

que se formavam, instituiu-se, em 21.10.1843, o Regime Hipotecário pela Lei

Orçamentária nº 317, que, posteriormente, foi transformado em “Registro

Geral” pela Lei nº 1.237, de 24-9-1864.

O Registro Geral teve um papel econômico e social importantíssimo,

trazendo substancial avanço no sistema registral brasileiro, pois possibilitava o

negócio inter vivos e a constituição dos ônus real (art. 7º) para que a

transmissão não se operasse a respeito de terceiros, senão pela transcrição e

desde a sua data, exigindo-se a escritura pública como substância do contrato

e sua inscrição no registro.

Com o advento do Decreto 3.453 de 1865, foram acrescentadas

algumas exceções à lei anterior, dispensando-se a exigência da inscrição junto

ao Registro Geral nas transmissões “causa mortis”, nos atos judiciais, e nas

hipotecas gerais em favor da mulher casada, dos menores e dos interditos,

assim permanecendo até o Código Civil de 1916.

Constituição de 1824

A Constituição de 1824 é a primeira norma fundamental brasileira,

elaborada no regime Imperial. Entretanto seu texto não contemplou matéria

referente aos registros públicos.

Apesar da omissão de dispositivos constitucionais acerca dos

registros públicos, houve, para a época, um grande avanço nas garantias à

inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, no tocante

à liberdade, segurança individual e à propriedade.

Constituição de 1891

A primeira Constituição Republicana do Brasil nada dispôs sobre os

registros públicos, porém garantiu igualdade e não admitia privilégios de

nascimento, extinguindo privilégios como os foros de nobreza (Duque, Barão

etc) e as ordens honoríficas existentes à época, nos termos do artigo 72, § 2º.

O § 4º do artigo 72 somente reconheceu o casamento civil,

determinando a competência legislativa ao Congresso Nacional para tratar do

direito civil, mas não mencionava os registros públicos.

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Código Civil de 1916

Os Registros Públicos, com a entrada em vigor do Código Civil de

1916, consolidaram-se numa instituição pública com a finalidade de operar a

transmissão do domínio, por considerá-lo como um dos meios aquisitivos da

propriedade, tendo inclusive o legislador, à época, separado dentro do corpo

normativo um Livro para o Direito das Coisas e, mais especificamente, ao

Registro de Imóveis uma Seção distinta, nos artigos 856 a 862 do Código

Revogado.

Constituição de 1934

O termo Registro Público foi incorporado em uma Constituição

Brasileira somente a partir da Constituição de 1934, tendo a referida Carta

Política fixado a competência da União para legislar sobre a matéria registral,

conforme art. 5º, alínea “a”:

“Art 5º - Compete privativamente à União: XIX - legislar sobre: a) direito penal, comercial, civil, aéreo e processual, registros públicos e juntas comerciais;”

Além da inserção expressa da competência da União, verificou-se

ainda a fixação da competência dos Tribunais em elaborar seus regimentos

internos e organizar seus cartórios e serviços auxiliares, segundo o art. 67

alínea “a”.

As demais constituições (1937, 1946 e 1967) mantiveram as

disposições e fixações estabelecidas acerca do tema “Registros Públicos”, tais

como a equiparação do casamento religioso ao casamento civil, desde que

observados os impedimentos e as prescrições da lei (art. 163, § 1º Constituição

de 1946).

Constituição Federal de 1988

Até o advento da Constituição Federal de 1988, acreditava-se

erroneamente que as Serventias, “Cartórios”, eram passados dos pais aos

filhos, como se Direito Sucessório fosse.

Porém, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, em seu

art. 236, parágrafo 3º, reconheceu-se o caráter privado da função registral e

notarial, bem como a necessidade da realização de concurso público para a

obtenção da delegação pelo Poder Público.

Pela Constituição de 1988, foi determinado ainda que a atividade

seria regulamentada por lei federal, o que ocorreu com a edição da Lei nº

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 8.935/94, que em seu art. 1º, visa a garantir a publicidade, autenticidade,

segurança e eficácia dos atos jurídicos.

Emenda Constitucional nº 45/04

A Emenda Constitucional nº 45/04 reformulou o Judiciário,

instituindo-se para tanto o Conselho Nacional de Justiça, como órgão de

controle externo do Poder Judiciário.

Além do poder de fiscalização do Poder Judiciário, o Conselho

Nacional de Justiça ainda obteve a atribuição de receber e conhecer as

reclamações contra serventias e órgãos prestadores notariais e registrais

atuantes por delegação do poder público.

Síntese da Aula

Os Registros Públicos existem desde a antiguidade e, no caso

específico do Brasil, a partir do período colonial, evoluindo, ao longo da

história, na prestação desta relevante função social.

O ápice da evolução das funções registral e notarial ocorreu pela

promulgação da Constituição Federal de 1988, que reconheceu o caráter

privado, mediante a inescusável necessidade de concurso público para

obtenção da delegação do Poder Público para o seu exercício.

Atividades

1 - O registro Geral teve um papel econômico e social importante, trazendo

substancial avanço no sistema registral brasileiro, pois possibilitava o negócio

inter vivos e a constituição dos ônus real (art. 7º); para que a transmissão não

se operasse a respeito de terceiros, senão pela transcrição e desde a sua data,

exigindo-se a escritura pública como substância do contrato e sua inscrição no

registro. Qual a razão da instituição do Registro Geral?

Comentário: A questão se fundamenta nas reais necessidades que surgiam

àquela época, face às transações econômicas que surgiram.

2 – Antes da Constituição de 1988, o Substituto imediato do Tabelião ou

Registrador poderia assumir a serventia, independentemente de grau de

parentesco com o Tabelião. Dessa forma, qual o principal reconhecimento

obtido pela atividade registral e notarial após a CF de 1988?, e qual a exigência

para a obtenção da delegação da atividade registraria?

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Comentário: O principal objetivo do enunciado é desenvolver no aluno, o

raciocínio jurídico, para que ele possa identificar a mudança no caráter da

atividade notarial, bem como a substancial necessidade imposta pela

Constituição, para se evitar nomeações indesejáveis e prejudiciais à sociedade.

Atividades

1 - Sobre os Aspectos Históricos dos Registros Públicos é correto afirmar:

a) No momento em que surgiu o Registro do Vigário (Lei nº 601, de 18-09-

1850), não houve nenhuma manifestação de existência da figura do

registrador, pessoa que estava incumbida de efetuar os primeiros registros

junto aos livros da Paróquia Católica, levando-se em consideração o local onde

o imóvel estivesse situado.

b) A Constituição de 1824 é a primeira norma fundamental brasileira, elaborada

no regime Imperial, que contemplou em seu texto normativo todas as matérias

referentes aos registros públicos.

c) Pela Constituição de 1988, foi determinado que a atividade registral seria

regulamentada por lei federal, o que ocorreu com a edição da Lei nº 8.935/94,

que em seu art. 1º, visa a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e

eficácia dos atos jurídicos.

d) A Emenda Constitucional nº 45/04 reformulou o Judiciário, instituindo-se

para tanto o Conselho Nacional de Justiça, como órgão de controle externo do

Poder Judiciário. Entretanto, o Conselho Nacional de Justiça não obteve

nenhuma atribuição para receber ou conhecer das reclamações contras as

serventias e órgãos prestadores notariais e registrais.

Comentário: a)- Antes que o aluno possa marcar a alternativa correta, o mesmo terá que

voltar ao texto, e identificar se no momento da vigência do Registro do Vigário

existia a figura do registrador.

b) – Na presente alternativa, o acadêmico deverá observar se a Constituição de

1824 contemplou matérias concernentes aos registros públicos

c) – Verificar se a Constituição Federal de 1988 determinou a regulamentação

por lei federal a atividade registral.

d) – A Emenda Constitucional nº 45/04 reformou o Judiciário. Porém a

alternativa visa obter a informação se o Conselho Nacional de Justiça obteve

atribuições para conhecer das reclamações referentes às serventias.

Referências Bibliográficas SILVA.Domingos.Nascimento.Siva. Aspectos da formação do espaço agrário

brasileiro, in:

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS http://www.seagri.ba.gov.br/revista/rev_1199/esp_agra.htm,.Acessado.em.13.n

ov.2005.

ARRUDA, Ridalvo Machado de Arruda. O Registro de imóveis e o cadastro, in:

http://www.datavenia.net/opiniao/rivmach.html. Acessado em 13.nov.2005.

MELO, Marcelo Augusto Santana de Melo. Breves anotações sobre o Registro

de Imóveis.

in:http://www.tj.ro.gov.br/emeron/sapem/2004/SETEMBRO/0309/ARTIGOS/A07

.htm .Acessado em 13.nov.2005.

O Notário no

Brasil,in:http://www.notariado.org.br/his.asp.Acessado.em.12nov.2005.

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Tema 02

Direito Notarial e Direito Registral

Objetivos Ser apresentado ao Direito Notarial e Registral, abordando importância

dos serviços prestados por estes profissionais à sociedade.

Introdução

Caro (a) Acadêmico (a), nesta aula, iremos abordar o Direito Registral

e Notarial, juntamente com as atividades e funções de seus profissionais.

Faremos, também, um estudo da relação de fé publica com estes indivíduos.

Fé Pública

Primeiramente para relatarmos sobre este conteúdo, devemos nos

perguntar: QUAL O SIGNIFICADO DAS

PALAVRAS “FÉ” E “PÚBLICA”?

As palavras fé e pública significam, respectivamente: “fé” é a convicção

em alguém ou alguma coisa, crédito, confiança; já a palavra “pública” é relativa

ao povo, o que é de todos, comum a todos (FERREIRA; 1999; p. 886).

Já no mundo jurídico, esta expressão significa dizer que “é a confiança

que se tem em atos emanados de autoridade no exercício de sua função, ou de

funcionários autorizados, quanto à sua legitimidade e verdade” (CASTRO;

1994; p.164).

A fé pública, portanto, seria o Estado depositando confiança em um

individuo, por meio de uma atividade que será oferecida a uma sociedade,

sendo ele o detentor da fé publica, afirmando a eficácia da atividade, ajustado

com base no declarado ou praticado pelo profissional.

A fé pública que iremos estudar neste tema será aquela direcionada ao

Notário e Registrador, que atuam como representantes do Estado na sua

atividade profissional.

Existem alguns atos jurídicos da vida dos particulares que possuem

tamanha importância que passam a ser de interesse da coletividade e, para

que tais atos possam ter validade, é necessária a intervenção do Estado,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS emitindo declaração de vontade, querendo o ato em si e querendo também o

resultado visado pelas partes, assim com também existem atos notariais e

registrais que não contêm declaração de vontade, apenas o reconhecimento do

Estado, como no caso de reconhecimento de firma e autenticação de

documentos.

Para entendermos melhor a fé pública, será necessário conhecermos

melhor os indivíduos que estudaremos neste tema, o que pode ser feito por

meio da leitura do art. 3º da Lei 8935/94.

Fé pública na atividade registral e notarial

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 236, atribuiu tratamento

igualitário aos serviços notariais e de registros, dispondo: "Os serviços notariais

e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder

Público”.

Notários, ou tabeliães, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro.

Sendo ela atribuída por lei "afirma a certeza e a verdade dos

assentamentos que o notário e oficial de registro pratiquem e das certidões que

expeçam nessa condição, com as qualidades de publicidade, autenticidade,

segurança e eficácia dos atos jurídicos, referidas no art. 1° da Lei n. 8.935/94.

(CENEVIVA, 2002, p.3).

Neste caso, quem representa o Estado são os indivíduos já

mencionados. E, por serem representantes do Estado, possuem fé pública,

assim tornando o ato autêntico e válido. Os serviços notariais e registrais são exercidos em caráter privado, por

delegação do Poder Público. O notário e o registrador são agentes delegados

que exercem uma função pública, atendendo a interesses gerais da população,

de cunho patrimonial ou moral, visando a garantir segurança jurídica, mediante

a fé pública que é outorgada a estes profissionais em razão da especificidade

do seu ofício.

Delegação: “Comissão que dá a alguém o

direito de agir em nome de outrem , quer em

caráter particular , quer com representante.”

(Ferreira, 1999, p. 61)

Importante observar que os atos notariais são técnicos, pelo fato de

preencherem os requisitos formais para sua consecução, devendo ser

redigidos de maneira clara e utilizando os meios jurídicos mais adequados à

obtenção do fim visado.

De acordo com o disposto no art. 5º. da Lei 8935/94 que regula as

notas e registros, os titulares de serviços de notas e registros são os:

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

I - tabeliães de notas;

II - tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;

III -tabeliães de protesto de títulos;

IV - oficiais de registro de imóveis;

V - oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas;

VI - oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;

VII - oficiais de registro de distribuição.

Serventias não oficializadas seria aquelas que são determinadas pelo Estado a particulares, porem não sendo estes indivíduos considerados funcionários público.

Notários e registradores são indivíduos remunerados por pessoas

naturais ou jurídicas. Não podem ser remunerados pelo Estado, são titulares de

serventias não oficializadas, assim se tratando de serviço não estatizado.

O trabalho desses profissionais passou a ser denominados “Serviços”,

para assim fugir do termo tradicional cartório, mas o termo ainda continua

vigente na fala do povo.

Como relata o autor Walter Ceneviva em sua obra “Lei dos Notários e

dos Registradores Comentada” (2002, p. 21), o vocábulo “serviço” caracterizou

os serviços registrais e notariais como trabalho técnico desenvolvido sob as

ordens de um delegado do Poder Público, para exclusivo cumprimento de

funções ali indicadas. Mas mesmo contendo independência ele estará sujeito a

fiscalização do Poder Judiciário.

15

Art. 30. São deveres dos notários e dos oficiais de registro:

I - manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua serventia, guardando-os em

locais seguros;

II - atender as partes com eficiência, urbanidade e presteza;

III - atender prioritariamente as requisições de papéis, documentos, informações ou

providências que lhes forem solicitadas pelas autoridades judiciárias ou administrativas

para a defesa das pessoas jurídicas de direito público em juízo;

IV - manter em arquivo as leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimentos,

ordens de serviço e quaisquer outros atos que digam respeito à sua atividade;

V - proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades profissionais

como na vida privada;

VI - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que

tenham conhecimento em razão do exercício de sua profissão;

VII - afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de emolumentos

em vigor;

VIII - observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício;

IX - dar recibo dos emolumentos percebidos;

X - observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício;

XI - fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem praticar;

XII - facilitar, por todos os meios, o acesso à documentação existente às pessoas

legalmente habilitadas;

XIII - encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados,

obedecida a sistemática processual fixada pela legislação respectiva;

XIV - observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente.

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Esta lei também veio esclarecer a natureza da responsabilidade dos

notários e registradores, em seu art.22, o qual relata que: ”os notários e oficiais

de registros responderão pelos danos que eles e seus prepostos causem a

terceiros, na prática de atos próprios da serventia, assegurado aos primeiros

direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos”.

Apesar dos serviços notarias e de registros serem exercidos em caráter

privado, por se constituírem delegação do poder público, a própria constituição

federal, em seu art. 236, §3º, impõe que o ingresso em tal atividade se dê

mediante concurso publico de provas e títulos.

Direito notarial São vários os conceitos dados a direito notarial, um deles seria o de

Néri: "o direito notarial pode definir-se como o conjunto de normas positivas e

genéricas que governam e disciplinam as declarações humanas formuladas

sob o signo da autenticidade pública" (1980, p. 322.)

Mais claro seria dizer que são serviços prestados por notários ou

tabeliões, autorizados por lei, de redação, formalização e autenticação, com fé

publica, de instrumentos que dão veracidade aos atos jurídicos extrajudiciais

dos interesses dos solicitantes. Possuindo também um papel essencial na

elaboração da documentação que valide os direitos dos cidadãos, como por

exemplo: procurações, autenticação de documentos etc.

É também motivo de muita discussão, tanto em nosso país, como no

exterior, se o tabelião é exercente de funções parajurisdicionais, se o notário

tem caráter institucional ou se é um serviço. Assim, a lei 8.935/94 veio resolver

este problema, afirmando que notário e registradores são profissionais do

direito, mas praticante de serviços do interesse publico. Assim, sabendo que o direito notarial se trata de um conjunto de

normas que regulam a função do notário, veremos agora a função notarial.

Função Notarial O art. 5º em seus incisos I, II, II da lei 8935/94, relata quem exerce a

função de notários, sendo eles:

- Tabeliães de notas (inciso I) que exercem a função de receber e

registrar informações pessoais do cidadão e atestar a sua

autenticidade promovendo assim comum acordo e a paz social de um

país. - Tabeliães e oficiais de registros de contrato marítimos (inciso II) são

especialistas limitados a uma espécie contratual: a dos negócios

relacionados com o comércio marítimo, são subordinados, portanto aos

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principio gerais do Direito Comercial e aos preceitos próprios do Direito

do Mar.

- Os tabeliães de protesto de títulos (inciso III) atuam exclusivamente no

Direito Comercial, consta que a denominação de tabeliães também

lhes é reservada, posto que são encarregados de lavrar protestos.

No exercer de sua função, o notário faz muito mais do que autenticar

atos e documentos. Ele dá forma e sanção pública nos atos em que intervém,

direcionando o direito e estabelecendo regras de convivência. De acordo com o

art 6 º da lei 8.935/94:

Aos notários compete:

I - Formalizar juridicamente à vontade das partes;

II - Intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou

queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo

os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo copias

fidedignas de seu conteúdo;

III - Autenticar fatos. De acordo com a lei, a função do notário é de dar forma legal e conferir

fé pública aos atos jurídicos, garantindo a publicidade, autenticidade,

segurança e eficácia dos atos jurídicos preventivamente, assim visando a

desobstruir o Judiciário do acúmulo de processos instaurados, no intuito de

restabelecer a Ordem Jurídica do país, e atuando como instrumento de

pacificação social.

A atividade notarial apresenta seu caráter jurídico pelo fato de ser

apenas admitida quando praticada por profissional habilitado. O tabelião orienta

as partes e concretiza a sua vontade na formulação do instrumento jurídico

adequado à situação jurídica apresentada. O notário poderá também oferecer

pareceres jurídicos a seus clientes, esclarecendo-os sobre a possibilidade

jurídica de realizar-se determinado ato, sobre a forma jurídica adequada, bem

como sobre as conseqüências que serão engendradas pelo ato. A parte é a pessoa natural ou jurídica que participa do ato formalizado,

com interesses juridicamente protegidos, comparecendo em pessoa ou por

representante aceito e identificado na forma da lei. E que o notário precisa ser

provocado pela parte interessada para agir, não podendo exercer a sua função

por iniciativa própria.

A vontade das partes se refere à capacidade delas de quererem um

resultado e de escolher livremente entre as alternativas expostas o que lhes é

mais favorável. Possui, assim, um caráter técnico por ser essencial o

*Importante ressaltar que no inciso II, deste artigo, encontramos notários e

registradores exercendo esta função.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS preenchimento dos requisitos formais para que haja uma validade jurídica dos

atos.

Os notários devem exercer sua função de forma absolutamente

imparcial, pois possuem o dever de investigar os elementos levados pelas

partes para a realização de um ato, assim dar o seu parecer acerca de suas

concretização, buscando os meios mais adequados e condizentes com o

sistema jurídico-normativo e a guarda de documentos, com a intenção de

revestir o ato de maior segurança jurídica.

Os atos redigidos pelo notário deverão traduzir-se em instrumentos

públicos, no caso instrumentos notariais. A lei 8935/94, em seu artigo 7o,

assegura ser de competência exclusiva dos tabeliães: lavrar escrituras e

procurações públicas; lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados; lavrar

atas notariais; reconhecer firmas; autenticar fotocópias. Para melhor visualização deste conteúdo, segue abaixo um modelo de

procuração, a qual o notário poderá com suas atribuições lavrar e

proporcionando assim fé publica a este documento.

Direito registral:

O Direito Registral é voltado para o assentamento de títulos de

interesse privado ou público, para garantir oponibilidade a todos os terceiros

com a publicidade que lhes é inerente, garantindo a segurança, autenticidade e

a eficácia dos atos da vida civil a que se refiram.

Função registral:

Como já mencionado o art. 5º da lei 8935/94, relata tanto os titulares

dos serviços notariais, quantos os registros. Neste momento, iremos estudar os

de registros, quais sejam:

- Tabeliães e oficiais de registro de contrato marítimos (inciso II) limitam-

se aos negócios relacionados com o comércio marítimo, conforme se

colocou no tópico acima são subordinados, portanto aos principio

gerais do Direito Comercial e aos preceitos próprios do Direito do Mar.

- Oficial de registros de imóveis (inciso IV): sua existência no Direito

Brasileiro demonstra claramente que os negócios jurídicos, por si só,

não transferem o domínio do bem imóvel, sendo necessário o registro

do ato translativo de propriedade na circunscrição imobiliária

competente, visando a garantia de autenticidade, segurança e eficácia.

- Oficiais de registros de títulos e documentos e civis das pessoas

jurídicas: são profissionais titulares de duas serventias diversas, sendo

que, também são encarregados de matricular órgãos relacionados com

a comunicação social.

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- Oficiais de registros civis das pessoas naturais e de interdições e

tutelas (inciso VI) são profissionais que assentam atos e fatos da vida

da pessoa natural.

- Oficiais de registro de distribuição (inciso VII): a lei federal estendeu a

obrigação do registro de distribuição a todas a comarcas em que haja

mais de um serviço de protestos.

Por fim, a função registral tem por finalidade constituir ou declarar o

direito real, através da inscrição do título respectivo, dotando as relações

jurídicas de segurança, dando publicidade registral erga omnes (ou seja, a

todos indistintamente), até prova em contrário. Sintese da Aula Nesta aula abordamos o Direito Notarial e Registral, juntamente com suas

funções e, como já visto primeiramente analisamos a fé pública que é atribuída

aos notários e registradores. Logo após, especificamos cada atividade

desenvolvida por estes profissionais, para assim podermos compreender a

importância desse direito para sociedade.

Atividades

1. No que se refere ao Direito Notarial e Direito Registral, podemos

afirmar que:

a - Os notário e registradores são dotados de fé pública, o qual são

remunerados por pessoas naturais ou jurídicas, que possuem atos

atribuídos por lei;

b- Consta que tantos os notários quanto os registradores, recebem

remuneração do Estado para exercerem suas funções;

c- Os registradores e notários não são dotados de fé publica, por não

serem funcionários públicos;

d - Não pode ser considerado técnico o serviço desenvolvido pelos notários, por não preencherem os requisitos formais para sua execução.

2. Qual a diferença de função Notarial e função Registral?

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Comentários Questão nº 1: para desenvolverem esta atividade, será necessário

que verifiquem o conteúdo exposto na apostila e a bibliografia indicada.

Questão nº 2: Na questão discursiva apresentada acima será

necessário que verifiquem o conteúdo exposto na apostila e na bibliografia

indicada.

Para obterem a resposta desta questão será necessário uma pesquisa

na apostila na parte relata as funções dos notários e registradores.

Referências Bibliográficas DELEGAÇÃO; FÉ, PÚBLICA. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.

Dicionário de Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999,

p. 617; 886; 61.

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Tema 03

Princípios Constitucionais Administrativos

Objetivo Conhecer os Princípios Constitucionais da Administração Pública e sua

aplicação às atividades objeto dos Registros Públicos.

Introdução

Com a evolução da sociedade e das relações jurídicas estabelecidas

entre os cidadãos, surgiram necessidades como a segurança jurídica, proteção

da propriedade, e publicidade dos atos, instrumentos que garantam a eficácia

dos atos, individualização e atualização dos atos da vida civil, entre outros.

Dessa forma, se fez imprescindível o surgimento dos serviços notariais

e registrais para concretizar registros com fé pública, além de garantir

publicidade, autenticidade, eficácia e segurança nas relações jurídicas e fatos

naturais.

Como já vimos, as atividades notariais e registrais são serviços

públicos executados por particulares, conforme as normas estabelecidas pelo

Estado, que as delega e mantém sob sua permanente fiscalização. Logo, aos

atos praticados terão que ser aplicados os Princípios Constitucionais que

norteiam a Administração e as atividades públicas, os quais se encontram

explicitados no caput do art. 37 da Constituição Federal, a saber: legalidade,

impessoalidade, publicidade, moralidade administrativa e eficiência. Princípio da legalidade

Vejamos a dimensão do princípio da legalidade, segundo Hely Lopes

Meirelles (1997,p.82)

A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. (...) As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem

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ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos. Por outras palavras, a natureza da função pública e a finalidade do Estado impedem que seus agentes deixem de exercitar os poderes e de cumprir os deveres que a lei lhes impõem.

Apesar dos notários e registradores exercerem função em caráter

privado, a natureza de suas funções é pública: os mesmos deverão se

submeter ao princípio da legalidade, só podendo praticar atos permitidos em

lei.

O princípio da autonomia da vontade, que prevalece nas relações

privadas, no caso dos Registros Públicos não pode imperar, pois a função

pública foi delegada pelo Estado ao particular, logo devem prevalecer os

princípios norteadores da Administração Pública.

A lei 8.935/94, em seu art. 3º, qualifica os oficiais de registro ou

registradores como profissionais do direito; portanto, detentores de

conhecimento dos princípios e normas atinentes aos seus ofícios e à

Administração Pública. Na mesma norma, em seu art. 31, I, está prevista,

inclusive, sanção disciplinar àqueles que não observarem as prescrições legais

e normativas.

Princípio da impessoalidade.

Todos os atos praticados na função notarial e registral devem ser de

modo impessoal, para não privilegiar e não prejudicar qualquer indivíduo que

venha a se utilizar desses serviços.

Para Meirelles (1997, p.85.): O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas (CF, art. 37, § 1°). E a finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo; o interesse público. Todo ato que se apartar desse objetivo sujeitar-se-á à invalidação por desvio de finalidade.

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Dessa forma, se o notário ou registrador, no exercício de seus ofícios,

praticar atos contrários ao princípio da impessoalidade, o mesmo estará sujeito

às sanções administrativas que serão impostas pela Corregedoria de Justiça,

que é o órgão fiscalizador dos serviços.

Princípio da publicidade Para Meirelles (1997, p.86):

Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. Daí por que as leis, atos e contratos administrativos que produzem conseqüências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e terceiros. (...) A publicidade, como princípio de administração pública abrange toda atuação estatal, não só pelo aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus agentes.

O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos

praticados pela Administração Pública. Na esfera administrativa o sigilo

somente poderá ser admitido quando imprescindível à segurança da Sociedade

e do Estado, de acordo com o teor do art. 5°, XXXIII da Constituição Federal.

Este mesmo artigo 5º, inciso XXXIII, garante que: Todos têm direito a

receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de

interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de

responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à

segurança da sociedade e do Estado.

O notário ou registrador poderá cobrar emolumentos, que representam

a sua remuneração, para o fornecimento de certidões, podendo, entretanto,

recusar o seu fornecimento se não houver clareza do objeto solicitado.

Conforme Ceneviva (2002, p. 25) "a publicidade legal própria da

escritura notarial registrada é, em regra, passiva, estando aberta aos

interessados em conhecê-la, mas obrigatória para todos, ante a oponibilidade

afirmada em lei."

Princípio da moralidade administrativa

No princípio da moralidade administrativa, procura-se resguardar o

bem maior que são os direitos da sociedade, os valores éticos impostos aos

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS agentes públicos e àqueles que recebem uma função pública delegada, como

os notários e registradores.

Para Meirelles (1997, p. 83) preleciona que a moralidade administrativa

tornou-se, juntamente com o princípio da legalidade e da finalidade,

pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública. Para ele, a

moral comum difere da moral administrativa, sendo esta "imposta ao agente

público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que

serve e a finalidade de sua ação: o bem comum."

Para Bandeira de Melo (1997, p.72 e 73), de acordo com o princípio da

moralidade administrativa:

A Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de

princípios éticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito, configurando

ilicitude que a sujeita a conduta viciada a invalidação, porquanto tal princípio

assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art. 37 da Constituição

Federal. Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados

princípios da lealdade e boa-fé.

Princípio da eficiência

O princípio da eficácia incorporou no art. 37 da Constituição Federal,

por força da Emenda Constitucional nº 19, de 04.06.1998, que promoveu a

reforma administrativa, visando ao melhoramento e capacitação dos serviços

prestados pela Administração Pública, direta, indiretamente ou de forma

delegada. Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros (MEIRELLES, 1997. p.90).

O princípio da eficiência pauta-se pelo bom andamento dos trabalhos

da administração pública, e aplica-se aos notários e registradores em razão da

delegação da função pública pelo Estado, tendo os mesmos que realizar suas

tarefas de forma segura, ágil e eficaz.

Síntese da aula Neste tema estudamos os princípios administrativos constitucionais da

legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade administrativa e eficiência,

que devem ser observados no exercício das funções registrais e notariais

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS delegadas pelo Estado, uma vez que estas são de natureza pública, apesar de

exercidas em caráter privado.

Atividades: 1 - As atividades notariais e registrais são serviços públicos executados por

particulares, conforme as normas estabelecidas pelo Estado, que as delega e

mantém sob sua permanente fiscalização todos os atos praticados. Assim,

porque é necessária a aplicação dos princípios constitucionais?

Comentário: Para que o aluno(a) consiga resolver esta questão, o mesmo deverá identificar

o caráter da atividade registral e notarial, observando, entretanto, a natureza

da função exercida.

2 – O princípio da publicidade consiste na divulgação do ato para

conhecimento público e início de seus efeitos externos. Portanto, qual a

importância da sua observância às atividades notariais e registrais?

Comentário: O objetivo da questão é levar o acadêmico a refletir sobre as conseqüências

do princípio da publicidade, quais os efeitos buscados pelo mesmos, e diante

de quem os mesmos poderiam ser percebidos.

EXERCÍCIOS: 1 – Sobre os princípios Constitucionais da Administração Pública é correto

afirmar que:

a) No Principio da Legalidade, a eficácia de toda atividade administrativa

não está condicionada ao atendimento da lei.

b) No Princípio da Impessoalidade, o exercício da atividade notarial e

registral poderá ocasionar benefício de algum indivíduo, ou mesmo o

prejuízo.

c) No Princípio da Publicidade, os efeitos externos dos atos

administrativos se manifestam antes que ocorra a divulgação oficial do

ato para que todos os cidadãos dele conheçam.

d) Dever de eficiência é o que se impõem a todo agente público de

realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento

funcional.

Comentário:

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a) Para analisar esta alternativa, o aluno deverá observar qual o objetivo

do Princípio da Legalidade para os atos praticados junto à

administração pública.

b) O objetivo desta alternativa é levar o acadêmico a refletir sobre o

princípio da impessoalidade e sua função.

c) Nesta opção é necessário observar se os efeitos ocorrem antes da

publicação dos atos.

d) Para analise desta alternativa, é preciso recorrer ao texto e verificar a

forma pela qual, os agentes públicos praticaram os seus atos.

Referências Bibliográficas MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22.ed. São Paulo:

Malheiros, 1997.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 9.ed. São

Paulo: Malheiros, 2000.

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Tema 04

Princípios da Atividade Notarial

Objetivo Compreensão dos princípios que regem a função e sua importância para

as atividades notariais.

Introdução No tema anterior nós vimos que apesar da atividade notarial ser uma

função pública delegada pelo Estado ao particular, portanto, de caráter privado,

a mesma é regida pelos princípios constitucionais da legalidade,

impessoalidade, publicidade, moralidade administrativa e eficiência.

Em razão de seu caráter privado, a atividade notarial deverá atender a

outros princípios que lhe são próprios, quais sejam: fé publica notarial, forma e

autenticidade. Atividade notarial

A função notarial é uma função pública, de caráter privado exercida por

um profissional de Direito (bacharel em Direito) que foi delegado pelo Estado,

de maneira independente e sem vinculação hierárquica para com os

funcionários da administração pública ou seus servidores.

A função notarial está embasada na fé pública, e seu objetivo é

formalizar atos jurídicos de interesse das partes, auxiliando o Estado no

cumprimento das normas jurídicas, podendo, ainda, notificar e reconhecer

como autênticos os atos públicos que lhe são apresentados.

A Lei nº 8.935/94, em seu artigo 1º, disciplina que os serviços notariais

e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a

garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.

Segundo Ceneviva (2005, p. 30), no direito brasileiro, notário e

registrador são agentes públicos: o Poder Público lhes delega funções

subordinadas subsidiariamente, e em certos casos, as regras colhidas no

regime único da Constituição, sem jamais atingirem, porém, a condição de

servidores públicos.

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O exercício da atividade notarial deve sempre se pautar pela

imparcialidade, ao formalizar juridicamente a vontade das partes, na

intervenção dos atos e negócios jurídicos que lhe são apresentados, ou ainda

no momento da redação fidedigna de fatos, circunstâncias e documentos a

serem autenticados.

Tabelião de Notas A função de Tabelião de notas é concedida pelo Poder Público,

mediante delegação, após o candidato ser submetido e aprovado em concurso

público de provas e títulos, realizado pelo Poder Judiciário, com a participação

obrigatória do Ministério Público e da Ordem dos Advogados e do respectivo

Colégio Notarial do Estado.

O indivíduo que executa a atividade notarial, conforme sua

especialidade, será chamado de Tabelião de Notas ou Tabelião de Protestos. A

competência do primeiro é a lavratura de escrituras e procurações públicas,

testamentos públicos e aprovação dos cerrados, atas notariais, reconhecimento

de firmas e autenticação de fotocópias, conforme o art. 7º da Lei nº 8.935/94.

A competência do Tabelião de Protestos diz respeito à execução de

todos os atos relacionados à inscrição de protesto dos títulos cambiários não

adimplidos, tais como duplicatas, cheques, notas promissória, entre outros,

cumprindo ao mesmo efetuar os protocolos dos documentos de dívida para

prova do descumprimento da obrigação, intimações dos devedores do títulos

para aceitá-los, devolvê-los ou pagá-los, podendo ainda receber o pagamento

dos títulos protocolizados e dar quitação, entre outras funções enumeradas no

art. 11 da Lei nº 8.935 de 1994.

A atividade notarial é sempre remunerada pelas pessoas que utilizam

seus serviços, mediante o pagamento de emolumentos que são fixados em

uma tabela pelo Poder Público. A fiscalização do cumprimento desta e dos

demais atos dos notários é de responsabilidade do Poder Judiciário, que em

geral é a pessoa do Juiz Diretor do Foro de cada município onde está instalada

a serventia, mais conhecida como “cartório”. Princípios da atividade notarial

A atividade notarial é um serviço público de caráter privado, delegado a

particulares, conforme normas estabelecidas pelo Estado, executados com a

observância dos princípios administrativos da legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência.

Além dos princípios constitucionais, a atividade notarial, em todos os

seus atos, obedece a outros princípios, quais sejam: Fé Pública Notarial,

Forma e Autenticação.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Fé pública notarial

A lei confere aos notários crédito para a declaração ou execução de

seus atos, presumindo-se a veracidade e a eficácia dos negócios jurídicos que

lhes são apresentados pelos usuários dos seus serviços.

A fé pública se dá pelo art. 3º da Lei 8.935/94, que assim dispõe:

“Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do

direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade

notarial e de registro”.

A fé pública pode ser considerada administrativa, desde que esteja

presente no âmbito do Poder Público, sendo a certificação dos atos e fatos

executados por seus funcionários. É considerada judicial, quando se trata de

procedimentos da seara litigiosa, sendo a certificação dos atos e fatos

executados pelos funcionários do Poder Judiciário.

A fé pública notarial refere-se à presunção de veracidade e eficácia

concedida às pessoas autorizadas pela lei para a execução dos atos

pertinentes à função notarial.

A Lei nº 8.935/94 que atribui aos Notários a fé pública, também lhes

impõe o ônus da responsabilidade civil, administrativa e criminal pelos seus

atos, a serem fiscalizados pelo Poder Judiciário.

Art. 22. Os notários e oficiais de registro responderão pelos danos que eles e seus prepostos causem a terceiros, na prática de atos próprios da serventia, assegurado aos primeiros direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos.

A fé pública notarial tem por finalidade propiciar a segurança jurídica

aos atos e certificações praticados pelos notários, visando à plena eficácia das

disposições de vontades das partes, para que seja garantido o equilíbrio e a

tutela dos direitos subjetivos dos usuários dos serviços.

Forma

Os atos notariais devem obedecer a uma forma pública, visando a

garantir a validade e a convalidação dos atos e certificações praticadas,

obrigando-se os mesmos a serem praticados por profissionais habilitados, em

livros e termos próprios, para que seja preservada a motivação e a veracidade

buscada pelas partes.

Além da forma pública, os atos notariais deverão obedecer aos

princípios do ordenamento jurídico, para que sejam válidos e eficazes perante

a sociedade.

Se algum ato notarial for praticado sem obediência aos requisitos

formais e legais, poderá ser considerado nulo ou anulado, em determinadas

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS situações específicas, tais como: o testamento público, que estiver em

desconformidade aos requisitos e formalidades legais.

Autenticação

Na atividade notarial, a autenticação é a confirmação da existência e

das circunstâncias caracterizadoras do fato ou negócio jurídico apresentado

pelo usuário do serviço, para que os mesmos se constituam em

acontecimentos dotados de certeza e de significância jurídica para a

sociedade.

A certeza trazida pela autenticação do ato notarial caracteriza a

primeira e original manifestação de vontade, imprimindo publicidade aos

documentos apresentados pelo usuário do serviço público delegado.

Síntese da aula

Neste tema estudamos que a atividade notarial é uma função pública,

de caráter privado, embasada na fé publica, visando a formalizar o interesse

jurídico das partes e auxiliar o Estado no cumprimento das normas jurídicas.

Dessa forma, para que ocorra o estabelecimento da vontade das partes e o

cumprimento das leis, é necessário que a atividade notarial utilize-se dos

princípios que a norteia.

Atividades: 1 - O indivíduo que executa a atividade notarial, conforme sua especialidade,

será chamado de Tabelião de Notas ou Tabelião de Protestos. Assim, qual a

competência específica de cada um deles?

Comentário: - Para responder ao enunciado, o aluno deverá observar que existem duas

espécies de tabelião, “notas e protestos”, logo a competência de cada

profissional irá ser delimitada à respectiva classificação.

2 – Além dos princípios constitucionais, a atividade notarial, em todos os seus

atos, obedece a outros princípios, que lhes são próprios, a saber: Fé Pública

Notarial, Forma e Autenticação. Portanto, faça uma definição de cada um

desses princípios.

Comentário: O acadêmico poderá encontrar a resposta, partindo-se da concepção de que a

função notarial está embasada na fé pública, e seu objetivo é formalizar atos

jurídicos de interesse das partes, auxiliando o Estado no cumprimento das

normas jurídicas, podendo ainda notificar e reconhecer como autênticos os

atos públicos que lhe são apresentados, identificando, dessa maneira, quais os

princípios atinentes a cada situação específica.

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Atividades 1 – Sobre a Atividade Notarial é correto afirmar:

a) Os atos notariais não devem necessariamente obedecer a uma forma

pública, visando garantir a validade e a convalidação dos atos e

certificações praticadas.

b) A lei confere aos notários crédito (fé pública) para a declaração ou

execução de seus atos, presumindo-se a veracidade e a eficácia dos

negócios jurídicos que lhes são apresentados pelos usuários dos seus

serviços.

c) a autenticação não significa a confirmação da existência e das

circunstâncias caracterizadoras do fato ou negócio jurídico

apresentado pelo usuário do serviço.

d) d) A Lei nº 8.935/94 que atribui aos Notários a fé pública, porem não

lhes impõe o ônus da responsabilidade civil em caso de danos aos

usuários dos serviços.

Comentários: a) Nesta alternativa o aluno deverá observar se para a validade e

convalidação dos atos notariais é necessário o atendimento à forma

pública.

b) O aluno precisa nesta assertiva verificar se a fé publica é conferida

pela lei, e caso seja, quais as conseqüências para os atos notariais.

c) È importante nessa opção analisar a princípio o que significa a

autenticidade dos atos notariais.

d) É imprescindível analisar se a fé publica é atribuída ao notário, e caso

afirmativo, se a responsabilidade civil também pode ser atribuída ao

notário.

Referências Bibliográficas: SILVA.Domingos.Nascimento.Siva. Aspectos da formação do espaço agrário

brasileiro, in: http://www.seagri.ba.gov.br/revista/rev_1199/esp_agra.htm,.Acesso.em.13.nov.

2005.

ARRUDA, Ridalvo Machado de Arruda.O Registro de imóveis e o cadastro, in:

http://www.datavenia.net/opiniao/rivmach.html. Acesso em 13.nov.2005.

MELO, Marcelo Augusto Santana de Melo. Breves anotações sobre o Registro

de Imóveis,

in:http://www.tj.ro.gov.br/emeron/sapem/2004/SETEMBRO/0309/ARTIGOS/A07

.htm .Acesso em 13.nov.2005.

O.Notário.no.Brasil,in: http://www.notariado.org.br/his.asp

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Tema 05

Princípios da Atividade Registral

Objetivo Trabalhar os princípios da atividade registral, conceituá-los e

apresentar suas principais características.

Introdução Da mesma forma que a atividade notarial, a função registral é

proveniente da delegação estatal, obedecendo, portanto, aos princípios

constitucionais do art. 37, que estudamos no Tema 03.

Neste tema estudaremos os princípios norteadores da atividade

registral, de extrema relevância para a execução da função delegada. São eles:

os princípios da inscrição; publicidade; presunção e fé publica; prioridade,

especialidade ou determinação; qualificação e continuidade,

Atividade Registral

A atividade registral é uma função de utilidade pública, delegada pelo

Estado, de caráter privado, destinada a atender diretamente os interesses

subjetivos das partes determinadas, desde que em conformidade com o

ordenamento jurídico.

A função registral atende a demandas sociais básicas, tutelando o

direito da sociedade, mediante a publicidade dos registros e inscrições,

disponibilizada a todos indistintamente, na esfera da federação competente,

propiciando autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, sendo suas

especificações: o registro de pessoas naturais, jurídicas, títulos e documentos,

e de imóveis.

A Lei 8.935/94 especifica no seu art. 12 e seguintes, as atribuições e

competências dos oficiais de registros:

Aos oficiais de registro de imóveis, de títulos e documentos e civis das

pessoas jurídicas, civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas

compete a prática dos atos relacionados na legislação pertinente aos registros

públicos, de que são incumbidos, independentemente de prévia distribuição,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS mas sujeitos os oficiais de registro de imóveis e civis das pessoas naturais às

normas que definirem as circunscrições geográficas.

Oficiais Registradores

A função de Oficial registrador é concedida pelo Poder Público,

mediante delegação, após o candidato ser submetido e aprovado em concurso

público de provas e títulos, realizado pelo Poder Judiciário, com a participação

obrigatória do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil e do

respectivo Colégio Notarial do Estado.

O indivíduo que executa a atividade registral, conforme sua

especialidade, será chamado de Oficial Registrador, podendo exercê-la junta a

uma serventia específica, dentre as seguintes: registros de imóveis; registro de

títulos e documentos civis das pessoas jurídicas; registro civil das pessoas

naturais, de interdições e tutelas; e registros de distribuição.

O Oficial registrador é titular de uma serventia específica de interesse

geral, logo deverá obedecer aos princípios próprios da atividade registraria, os

quais passamos a estudar a seguir.

Princípio da inscrição

A partir da natureza específica do ato a ser realizado, a constituição,

transmissão, modificação ou extinção de um direito operar-se-á somente com a

devida inscrição no registro competente.

Portanto, caso ocorra estipulação negocial entre as partes, e esta não

seja inscrita no registro compete, tal ato não adquirirá a publicidade, “erga

omnes”, contra todos, não consumando assim, por exemplo, a mudança de

propriedade na transferência de um imóvel.

Princípio da publicidade registral

A publicidade registral é o meio utilizado para tornar público o estado

jurídico de determinados atos, bens, títulos e documentos.

Para Ceneviva, (2005, p. 82) a publicidade registrária se destina ao

cumprimento de tríplice função:

a) transmite ao conhecimento de terceiros interessados ou não

interessados a informação do direito correspondente ao conteúdo

do registro;

b) sacrifica parcialmente a privacidade e a intimidade das

pessoas, informando sobre bens e direitos seus ou que lhes sejam

referentes, a benefício das garantias advindas do registro;

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c) serve para fins estatísticos, de interesse nacional ou de

fiscalização pública.

Princípio da presunção e fé pública registral

Os registradores, mediante sua fé pública, dão força probante de

validade e legalidade às relações jurídicas, garantido, quando presente o título

válido, o direito pertencente ao indivíduo em nome de quem o mesmo está

transcrito.

A exemplo do Registro de imóveis, toda a inscrição presume-se

verdadeira, até prova em contrário, visando à segurança jurídica, autenticidade

e à eficácia para a realização do negócio aquisitivo imobiliário. (art. 1231 do

Código Civil). Tratando-se, portanto, de presunção relativa. Princípio da prioridade

A prioridade é dada rigorosamente de acordo com a apresentação dos

registros, conforme disciplina a Lei n°. 6015/73 (LRP), em seu art. 182: "Todos

os títulos tomarão no protocolo o número de ordem que lhes competir em razão

da seqüência rigorosa de sua apresentação".

O exercício da função registral não poderá se dar de forma aleatória,

devendo o registrador observar rigorosamente a cronologia na ordem de

apresentação do título, pois o número do protocolo é o indicador da preferência

do direito tutelado.

Portanto, em caso de multiplicidade de títulos e direitos contraditórios,

será registrado o que primeiramente foi apresentado, observando a preferência

excludente, sendo o segundo título recusado por incompatibilidade com o

primeiro.

Caso ocorra a compatibilidade de igual natureza ou mesmo diversa,

subsistirá o título que tiver sido registrado em primeiro lugar.

Princípio da qualificação, da legalidade ou da legitimidade

Ao receber a incumbência de registrar um título específico, o

registrador deverá observar a forma, a validade e a conformidade com a norma

jurídica, a fim de atender ao princípio da qualificação, legalidade ou

legitimidade.

Portanto, antes de executar seu trabalho, o registrador, em razão da

função pública que exerce, deverá analisar o objeto que irá receber a inscrição

e certificar-se se o mesmo está sob a competente circunscrição registral, se

reveste dos requisitos legais, se todos tributos foram recolhidos, se existe a

correta qualificação e capacidade das partes.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Princípio da continuidade

A atividade registral é um encadeamento de atos e fatos jurídicos,

devendo se pautar por um eficiente critério de organização, mantendo-se a

conexão entre os distintos negócios modificativos, extintivos ou constitutivos

das situações jurídicas.

No direito registral imobiliário, por exemplo, o princípio da continuidade

é basilar, conforme o art. 195, da Lei n°.6015/73 (LRP): " Se o imóvel não

estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a

prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua

natureza, para manter a continuidade do registro".

Averbação: registros das situações que venham a modificar, extinguir ou

constituir algum direito, deverão, constar no registro próprio, ex.: separação

judicial no registro civil de pessoas naturais.

Princípio da especialidade ou determinação

No princípio da especialidade ou determinação, é necessário a

qualificação do interessado, nome, domicílio, nacionalidade e, em se tratando

de pessoa física, o estado civil, profissão, número de inscrição no Cadastro de

Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de

identidade, ou, à falta deste, sua filiação; em se tratando de pessoa jurídica, a

sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do

Ministério da Fazenda.

No caso específico do registro de imóveis, o mesmo deverá estar

precisamente descrito e caracterizado, conforme preceitua o art. 176, § 1°, da

Lei n°. 6.015/73, observando matrícula própria, com o número de ordem, a

data, a identificação do imóvel, que será feita com indicação; se rural, do

código do imóvel, dos dados constantes do CCIR (Certificado de Cadastro de

Imóvel Rural), da denominação e de suas características, confrontações,

localização e área; se urbano, de suas características e confrontações,

localização, área, logradouro, número e de sua designação cadastral, se

houver.

A especificidade e a descrição visam a proporcionar maior segurança e

eficácia jurídica para os atos praticados, bem como sobre os fatos ou bens

particularizados no registro.

Princípio da instância ou rogação

O princípio da instância ou rogação não permite atos de ofício pelo

registrador, sem que ocorra a pedido da parte interessada no ato a ser

registrado.

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Na legislação brasileira, a solicitação, que deve ser expressa, poderá

ser escrita ou verbal, estando ambas previstas no art. 167, inciso II, n. 4 e 5 da

Lei nº 6015/73 (LRP). da mudança de denominação e de numeração dos prédios, da edificação, da reconstrução, da demolição, do desmembramento e do loteamento de imóveis; e da alteração do nome por casamento ou por desquite, ou, ainda, de outras circunstâncias que, de qualquer modo, tenham influência no registro ou nas pessoas nele interessadas.

Existem algumas exceções ao princípio da instância que se encontram

no art. 13, da Lei nº 6.015/73: “Salvo as anotações e as averbações

obrigatórias, os atos do registro serão praticados: I - por ordem judicial; II ...,III -

a requerimento do Ministério Público, quando a lei autorizar.

No caso dos registros de imóveis, o art. 167 da Lei nº 6015/73 permite

que em algumas circunstâncias ocorram alterações no registro ex-oficio (sem

provocação da parte interessada), como o nomes de logradouros, decretados

pelo Poder Público comprovado por documento oficial, entre outros.

Síntese da Aula Neste tema, nós estudamos os princípios norteadores da atividade

registral, de forma a compreender que, na prestação dos serviços delegados,

os oficiais das respectivas serventias deverão exercê-los de forma vinculada,

para manter a segurança jurídica dos negócios modificativos, extintivos ou

constitutivos das situações jurídicas que lhe são apresentadas.

Atividade 1- A Lei 8.935/94 especifica no seu art. 12 e seguintes, as atribuições e

competências dos oficiais de registros: Aos oficiais de registro de imóveis, de

títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas, civis das pessoas naturais e

de interdições e tutelas compete a prática dos atos relacionados na legislação

pertinente aos registros públicos, de que são incumbidos, independentemente

de prévia distribuição, mas sujeitos os oficiais de registro de imóveis e civis das

pessoas naturais às normas que definirem as circunscrições geográficas. Partindo dessas definições faça uma síntese e dê o conceito dos princípios que

norteiam a atividade registral.

Comentário: Para desenvolver esta atividade, o aluno deverá consultar o texto acima,

identificar cada princípio registral e conceituá-lo.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Aticidades

1 - A atividade registral é uma função de utilidade pública, delegada pelo

Estado, de caráter privado, destinada a atender diretamente os interesses

subjetivos das partes determinadas, desde que em conformidade com o

ordenamento jurídico. Sobre a atividade registral analise as proposições a

seguir:

I - A Atividade Registraria tutela o direito da sociedade, mediante a publicidade

dos registros e inscrições, disponibilizando a todas as pessoas indistintamente,

na esfera da federação competente, a autenticidade, segurança e eficácia dos

atos jurídicos.

II – A pessoa que executa a atividade registral, conforme sua especialidade

será chamado de Notário ou Tabelião, podendo exercê-la junto a uma serventia

específica, dentre as seguintes: Tabelionato de Notas e documentos,

tabelionato de protesto, registro civil das pessoas naturais, de interdições e

tutelas; e registros de distribuição.

III – A atividade Registral não poderá ocorrer de forma aleatória, devendo o

registrador observar rigorosamente a cronologia na ordem de apresentação do

título, pois o número do protocolo é o indicador da preferência do direito

tutelado. Estamos diante do “princípio da qualificação, da legalidade ou da

legitimidade”.

IV – O exercício da função registral é um encadeamento de atos e fatos

jurídicos, devendo se pautar por um eficiente critério de organização,

mantendo-se a conexão entre os distintos negócios modificativos, extintivos ou

constitutivos das situações jurídicas.O princípio apresentado é o da

Continuidade.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente a proposição I é verdadeira;

b) As proposições II e IV são falsas;

c) As proposições I e III são verdadeiras;

d) As proposições I e IV são verdadeiras.

Comentário:

Proposição I - Para resolução da questão, o aluno deverá observar qual o

direito tutelado pela atividade registraria e o que está sendo disponibilizado

pela mesma.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Proposição II – A resposta será encontrada a partir da identificação do

profissional que executa a função registral, e quais as serventias que

compreendem nesta atividade.

Proposição III - O acadêmico deverá observar a maneira da execução da

função registral e sua compatibilidade ao princípio específico.

Proposição IV - Como na proposição anterior, o aluno deverá observar a

maneira da execução da função registral e sua compatibilidade ao princípio

específico

Referências Bibliográficas: SILVA.Domingos.Nascimento.Siva. Aspectos da formação do espaço Ridalvo

Machado de Arruda.O Registro de imóveis e o cadastro, in: http://www.datavenia.net/opiniao/rivmach.html. Acessado em 13.nov.2005.

MELO, Marcelo Augusto Santana de Melo. Breves anotações sobre o Registro

de Imóveis,

in:http://www.tj.ro.gov.br/emeron/sapem/2004/SETEMBRO/0309/ARTIGOS/A07

.htm. Acessado em 13.nov.2005.

O Notário no Brasil, in: http://www.notariado.org.br/his.asp

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

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Tema 06

Protestos de Títulos e Documentos

Objetivo Conhecer as atribuições do Protesto de Títulos e Documentos, sua

importãncia e consequências dos registros.

Introdução

Durante o estudo deste tema, iremos trabalhar os conceitos e

atribuições do Protesto de Títulos e Documentos, enfocando sua aplicabilidade

ao nosso cotidiano, de forma que ao estudar o tema você possa entender sua

importância legal, e vislumbrar sua aplicação prática.

GENERALIDADES Ao iniciarmos o estudo deste tema, precisamos inicialmente conhecer

algumas características do mesmo. O regime jurídico do Protesto de Títulos e

Documentos está definido na legislação federal, mais precisamente nas Leis nº

8.935/97, 9.492/97 e 9.841/99.

Assim como nos demais cargos públicos, principalmente naqueles que

tratam dos diversos registros públicos, os tabeliães e cartórios devem realizar

suas funções que a legislação atribui de forma a garantir os princípios que

regem os registros públicos, quais sejam: a publicidade, a autenticidade,

segurança e eficácia dos atos jurídicos.

No que diz respeito ao protocolo, este será realizado imediatamente

após a sua apresentação, obedecendo à ordem cronológica de entrada,

mediante recibo contendo os dados essenciais do título, se houver mais de um

Tabelionato, a emissão do recibo se dará pela distribuição (onde houver mais

de um tabelionato de protesto de títulos e documentos, será obrigatório a

manutenção por parte destes de um centro de distribuição, sendo que o envio

do títulos ao cartório para o qual foi distribuído deverá ocorrer na mesma data,

adotando critérios de eqüidade na distribuição) . Havendo algum impedimento

justificado para o imediato protocolo, este terá que ser feito impreterivelmente

no prazo de vinte e quatro horas a contar do momento do protocolo, sendo que

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS este lançamento deve ser feito antes da expedição da intimação, pois se o

protocolo ocorrer após a emissão desta, será automaticamente irregular.

Consistindo essas em características gerais desses Tabelionatos.

DA RECEPÇÃO E APONTAMENTO DOS TÍTULOS.

Para o recebimento dos títulos e documentos levados a protesto, é

necessária a adoção de alguns procedimentos:

Quando do recebimento dos títulos e documentos, cabe ao Tabelião

verificar se estão presentes suas características de ordem formal, não sendo

de sua competência tecer juízo de mérito a respeito de prescrição ou

caducidade, sendo que se vrificada a existência de qualquer irregularidade de

ordem formal, os títulos e documentos serão devidamente entregues ao

apresentante com os devidos apontamentos especificando as irregularidades

que impossibilitam o apontamento e o protesto. Além dessa situação, o

protesto também não será devidamente efetivado quando for verificada a

existência de vício formal, mesmo após o devido protocolo do título, ou ainda

se houver a desistência volntária do protesto por parte do apresentante, sendo

que por óbvio, com o pagamento do título no tabelionato, também não se

efetiva o protesto, e também por determinação judicial que determina a

sustação do protesto. As letras de Câmbio constituem-se em caso específico,

pois desde que tenham circulado por endosso, não possuam aceite e o

sacador e o beneficiário consistam na mesma pessoa, é vedado seu

apontamento ou protesto.

A comarca competente para se protestar ou protocolar o título é do

local indicado neste e, na falta de local determinado no título ou documento e,

este local não se constituir em requisito formal deste, a praça será a do

domícilio do sacado, mas se o título também não contiver essa indicação, a

praça será a do credor, no caso de cheque a competência para lavrar-se o

protesto é a do domicílio do emitente ou do lugar do pagamento.

Para a apresentação de títulos cuja emissão se deu fora do território

brasileiro e em moeda estrangeira, é imprescindível que se faça acompanhar

de tradução juramentada, devendo ambos, a tradução e o título, serem

devidamente transcritos no termo do protesto. Já nos títulos emitidos no Brasil,

mas em moeda estrangeira, deverá ser observado o Decreto-Lei nº 857/69,

que prevê quais os títulos e documentos passíveis de emissão em moeda

estrangeira, para a sua apresentação é necessária a sua conversão para a

moeda nacional, uma vez que o título somente poderá ser pago em moeda

corrente nacional.

Os valores constantes dos títulos podem ser devidamente corrigidos,

desde que essa correção esteja devidamente prevista no próprio título,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS considerando-se como data final para conversão a data da apresentação e de

acordo com o valor indicado pelo apresentante.

É pressuposto essencial para o apontamento e protesto de cheque a

comprovação de sua apresentação ao banco e conseqüente recusa de

pagamento, com exceção dos casos em que o protesto tem finalidade de

instruir ação contra o próprio estabelecimento de crédito, o pontamento de

cheques devolvidos por motivo de furto, roubo ou perda também é vedado, a

não ser que tenham circulado mediante endosso e não possuam aval, pois se

houver endosso ou aval o protesto poderá ser efetivado independente de

intimação, sendo suprimido dos assentamentos o nome dos titulares da conta

bancária de seus documentos pessoais, considerando o emitente

desconhecido, e em separado deverá ser elaborado índice com o nome do

representante.

Segundo Lair da Silva Loureiro Filho e Claudia Regina Magalhães

Loureiro, a partir de sua Obra “Notas e Registros Público”, Editora Saraiva,

2004, pg. 50, podemos dizer que: As duplicatas, mercantis ou de prestação de serviços, não aceitas somente poderão ser recepcionadas, apontadas e protestadas mediante a apresentação de documento que comprove a venda e compra mercantil ou a efetiva prestação do serviço e o vínculo contratual que autorizou, respectivamente, bem como, no caso da duplicata mercantil, do comprovante da efetiva prestação do serviço e o vínculo contratual que a autorizou, respectivamente, bem como, no caso da duplicata mercantil, do comprovante da efetiva entrega e do recebimento da mercadoria que deu origem ao saque da duplicata. Ao apresentante do título é facultado, no que concerne às duplicatas mercantis, que a apresentação dos documentos seja substituída por simples declaração escrita, do portador do título e apresentante, feita sob as penas da lei , assegurando que aqueles documentos originais, ou cópias devidamente autenticadas, que comprovam a causa do saque, a entrega e o recebimento da mercadoria correspondente são mantidos em seu poder, com o compromisso de exibí-los a qualquer momento que exigidos, no lugar em que for determinado, especialmente no caso de sobrevir a sustação judicial do protesto.

Quando a duplicata contiver endosso não translativo, com a finalidade

única de autorizar a cobrança por terceiro com mandato do credor, a

declaração pode ser feita pelo credor-endossante e pelo apresentante e

portador do título, devendo nela constar que o mandatário age em nome do

mandante e todos os atos correm por conta e risco deste, que mantém consigo

os documentos para uso futuro em caso de necessidade. Pode ainda a

declaração versar por mais de uma duplicata, desde que todas estejam

devidamente identificadas e individualizadas.

Para a efetivação, é obrigatório a descrição dos documentos de forma

resumida, ou da declaração que veio em sua substituição, que devem constar

do instrumento de protesto.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS No que diz respeito à duplicata sem aceite mas que circulou sem

endosso e o protesto tem a finalidade específica de assegurar o direito

regressivo do portador contra qualquer das partes envolvidas, é permitido a

apresentação para protesto pelo portador sem a documentação exigida por lei

e, sem a declaração substitutiva, constando da certidão, do termo e do

instrumento de protesto. Nesse caso, apenas aqueles que estão efetivamente

obrigados pelo título, ou seja, aqueles que nele depositaram suas assinaturas,

proibindo-se a inclusão dos sacados que não assinaram o aceite e dos quais

não há a prova da causa do saque, entrega e recebimento da mercadoria que

deu origem a duplicata.

Ainda no que diz respeito as duplicatas, assim se manifestam Loureiro

Filho e Loureiro (2004, p. 52): O nome do sacado não aceitante não constará, em qualquer hipótese, dos índices de protesto, elaborando-se outro em separado, pelo nome do apresentante. As indicações de duplicatas mercantis poderão ser transmitidas e recepcionadas por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, cujas declarações substitutivas poderão ser feitas e encaminhadas pelos mesmos meios.

Para que se retire o protesto, o prazo legal é de três dias úteis a contar

da data do protocolo do título, excluindo-se o dia do início (protocolo) e

acrescentando-se o dia do fim (vencimento). A legislação considera dia útil todo

aquele em que o expediente judicial e bancário for normal, não sendo lavrado o

protesto antes do decurso de um dia da útil data da efetiva intimação. Caso a

intimação ocorra no último dia do prazo legal, ou até mesmo após o término

desse prazo por motivo de força maior, ocorrerá o protesto no dia útil

imediatamente posterior a este, devendo ser devidamente mencionado no título

o motivo do excesso de prazo.

Para que a intimação seja válida, ela deverá ser expedida pelo tabelião

para ser realizada no endereço fornecido pelo portador do documento, sendo

devidamente cumprida quando for comprovada e entregue neste endereço,

sendo efetivada por emissário do próprio tabelião ou por outro meio idôneo e

do qual não paire qualquer dúvida sobre o efetivo recebimento da intimação

como por exemplo por carta com aviso de recebimento. Não havendo retorno

dos avisos de recebimento no prazo legal, o tabelião expedirá a intimação

pessoal independente da intimação por outro meio.

Segundo Loureiro Filho e Loureiro (2004, p. 53), as intimações deverão

conter:

a) o nome dos devedores com seus respectivos

domicílios e residências;

b) a advertência de que o pagamento do título,

quando se tratar de valor superior ao correspondente

a quinze UFESPs, só poderá ser efetuado mediante

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cheque visado e cruzado, ou cheque administrativo,

no valor equivalente ao da obrigação, emitido em

nome e à ordem do apresentante e pagável na

mesma praça, sem prejuízo dos emolumentos

devidos que serão pagos no ato e em apartado,

ficando esclarecido que a quitação é condicionada à

efetiva liquidação do cheque;

c) a advertência, quando caso, de que o

apontamento foi para protesto por falta de aceite, e

não de pagamento, assim intimando-se o sacado a vir

a aceitar ou justificar a recusa;

d) a data para o pagamento;

e) o nome do apresentante do título;

f) a natureza do título, o número, a data da

emissão, o valor e data do vencimento;

g) o endereço do tabelionato

h) a data da apresentação do título e o número do

respectivo protocolo.

Sendo o protesto para garantir direito regressivo em caso de duplicata,

as intimações serão feitas apenas para as pessoas que tiverem obrigação em

relação ao título e forem especificadas pelo representante, elaborando-se

contudo o índice normalmente.

As despesas decorrentes da intimação (condução), serão fixadas pelo

juiz corregedor permanente, levando em consideração as peculiaridades de

cada comarca, passando ao tabelião a incumbência de provocar a sua

efetivação. Esses valores devem ter por base os valores de transporte

coletivo, ou na sua falta o menos oneroso possível. Em se tratando de

intimação por via postal, o valor a ser pago será o correspondente ao cobrado

pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) para a remessa da

intimação.

As intimações podem ainda ser efetivadas por intermédio de empresas

constituídas especificamente para prestar esse tipo de serviço, que para

efetuarem as intimações precisam primeiramente arquivar as procurações de

seus mandatários no tabelionato de protesto de títulos competente.

Deverão ser realizadas todas as buscas necessárias à efetiva

intimação do devedor, e sendo o mesmo encontrado e recusando-se a

receber a intimação, deve ser devidamente certificado, expedindo-se, assim

como ocorre quando não há a sua localização, o edital. Lembrando ainda que

a intimação por edital ocorrerá, segundo Loureiro Filho e Loureiro (2004, p.

55-56):

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A intimação será feita por edital, ainda, se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, incerta ou ignorada, ou, ainda, quando for tentada a intimação pessoal no seu endereço, desde que seja na Comarca ou numa das Comarcas agrupadas...

Para a garantia da publicidade, os editais deverão ser divulgados por

jornais locais e afixados no próprio tabelionato, contendo todos os requisitos da

intimação e também a data de sua publicação, devendo posteriormente ser

arquivados em ordem cronológica.

A intimação não é obrigatória quando o aceitante ou devedor tenha

feito declaração no próprio título de recusa do aceite ou pagamento do título, e

tratando-se de protesto em que constata-se a falência do aceitante a intimação

é facultativa.

DA DESISTÊNCIA E DA SUSTAÇÃO DO PROTESTO

Anteriormente a efetiva lavratura do protesto, é facultado ao

apresentante desistir do protesto, desde que pague as devidas custas, sendo

que essa desistência deverá ser feita de forma expressa e por meio de

requerimento escrito, devolvendo o tabelião o título imediatamente após o

protocolo do pedido, arquivando o pedido de desistência e anotando a

devolução do título no livro de protocolo.

Outro fato que pode ocorrer é a sustação judicial do protesto,

ocasionando a indisponibilidade do mesmo, uma vez que após sua sustação, o

mesmo somente poderá ser protestado, pago ou retirado, mediante expressa

determinação do juízo que determinou a sua sustação.

Os mandados de sustação devem ser imediatamente cumpridos, sendo

que se a decisão for transmitida via fax, o tabelião cumprirá imediatamente a

determinação, cabendo aos interessados, no prazo de dois dias, apresentar o

original da decisão. Não o fazendo nesse prazo, o tabelião efetivara o protesto.

Havendo necessidade de consulta ao apresentante para a materialização do

ato, o protesto não será tirado no dia útil imediatamente posterior. Após a

ordem de sustação tornar-se definitiva, será encaminhada ao juízo competente,

exceto se da decisão constar determinação diversa.

DO PAGAMENTO

Os títulos e documentos apresentados para protesto serão pagos ao

tabelião no valor declarado quando de sua apresentação, acrescido das custas

decorrentes do protesto, sendo esse pagamento em dinheiro, a não ser que o

valor exceda a quinze UFESPs, quando deverá ser pago em cheque visado e

cruzado ou cheque administrativo, nominal ao apresentante e da praça

devendo as demais custas decorrentes serem pagas em espécie de forma

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS individualizada. É vedada a escusa do pagamento desde que efetuado no

prazo legal, dentro do tabelionato em seu horário normal de funcionamento.

Com o efetivo pagamento, o título é imediatamente devolvido ao credor ou a

quem efetuou o pagamento. Sendo a quitação efetuada por meio de cheque,

fica condicionada à liquidação deste e a entrega do título somente se dará

depois de efetivamente liquidado. Se o pagamento consistir de parcela da

dívida, essa será devidamente quitada em documento separado e o original

será devolvido ao apresentante. Os valores referentes à quitação do título

serão disponibilizados ao credor no primeiro dia útil posterior ao pagamento,

mediante recibo. Salvo disposição legal expressa, não há juros nem tampouco

comissão de permanência no cálculo do totak do débito.

DO PROTESTO

Não ocorrendo nenhuma hipótese que impeça o protesto, como o

pagamento e a sustação do mesmo, este será devidamente protestado no

prazo legal, sendo entregue o respectivo instrumento ao apresentante no dia

útil imediatamente posterior a sua lavratura. Este protesto será efetivado

apenas por falta de pagamento, devolução, aceite, para fins falimentares

específicos, sendo vedada sua lavratura sem previsão expressa em lei.

A lavratura de protesto por falta de aceite somente será efetivada antes

de vencida a obrigação e dentro do prazo legal para o aceite ou a evolução,

pois, após vencida a obrigação, somente poderá ser protestado o título por falta

de pagamento.

No que diz respeito à duplicata e à letra de câmbio, são pertinentes os

comentários de Loureiro Filho e Loureiro (2004, p. 59-60): Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite além do prazo legal, o protesto por tais fundamentos poderá ser baseado nas indicações da duplicata ou por segunda via da letra de cãmbio, vedada a exigência de qualquer formalidade não prevista na lei que regula a emissão e circulação das duplicatas. As duplicatas mercantis e de serviços sem aceite dependerão de comprovação de sua causa, da entrega e do recebimento da mercadoria, ou da efetiva prestação do serviço e do vínculo contratual que autorizou o saque, para que sejam tidas como exigíveis e possam ser protestadas, na forma da Lei Federal n. 5474, de 18 de julho de 1968, com a redação dada pela Lei Federal n. 6458, de 1º de novembro de 1977.

Os devedores dos títulos e documentos, bem como aqueles que forem

indicados como responsáveis pelo cumprimento das obrigações neles contidos

deverão, obrigatoriamente, constar no termo de protesto, excetuado o titular de

conta corrente bancária que tenha cheques devolvidos por motivos justificáveis,

como furto roubo ou perda desses títulos, cujo nome não poderá ser apontado.

Bem como nos casos em que o aceite é pressuposto de validade do título; na

falta desse, é vedado o apontamento.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Para a formação do termo do protesto é necessário a observãncia de

alguns pressupostos:

• data e número de protocolo;

• nome e endereço do apresentante;

• transcrição do título ou documento de dívida e de suas declarações, ou

a reprodução das indicações que tiverem sido feitas pelo apresentante;

• certidão da intimação feita e de eventual resposta;

• certidão de não haver sido encontrada ou de ser desconhecida a

pessoa indicada para aceitar ou pagar;

• indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles

honradas;

• aquiescência do portador do aceite por honra;

• número do documento de identificação do devedor, com seu respectivo

endereço;

• data e assinatura do tabelião, seu substituto legal ou escrevente

autorizado.

Havendo, no tabelionato, instrumento de reprografia ou qualquer forma

de gravação eletrônica da imagem do título, a transcrição literal é substituída

por esta reprodução que passa a ser parte integrante do documento

protestado, devidamente inscrito no termo.

DOS LIVROS E ARQUIVOS

Assim como nos demais serviços registrais, o protesto de títulos e

documentos mantém os livros obrigatórios, mas além destes, possui dois livros

específicos, o Livro Protocolo dos títulos e documentos que lhe são

apresentados, e o Livro de Protesto, que necessariamente possui índice. Esses

livros serão escriturados pelo tabelião, por seu substituto legal ou escrevente

com a devida autorização, tudo de acordo com a legislação.

O Livro Protocolo pode ser escriturado tanto manual como

mecanicamente, contendo necessariamente as seguintes informações: número

de ordem, natureza do título ou documento de dívida, valor, nome da pessoa

que o apresenta, nome dos devedores, espécie de protesto e ocorrências. Sua

escrituração é obrigatoriamente diária, havendo a necessidade de diariamente

se realizar o seu fechamento, lavrando-se o devido termo de encerramento,

com o número total de títulos apresentados no dia.

O livro de protesto será iniciado e encerrado pelo tabelião, por seu

substituto legal ou pelo escrevente autorizado, com todas as folhas

devidamente rubricadas e numeradas. É nesse livro que são feitos os

assentamentos dos protestos, “que será único e no qual serão lavrados os

termos dos protestos especiais para fins falimentares, por falta de pagamento,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS por falta de aceite ou de devolução” Loureiro Filho e Loureiro (2004, p. 63):,

com todos os elementos para a identificação do título, seu tipo e motivo do

protesto.

Existem, ainda, alguns documentos que devem ser arquivados nos

tabelionatos de protesto, são eles: as intimações; os editais; os documentos

apresentados para a averbação e o cancelamento dos protestos; mandados de

cancelamento e de sustação de protestos; ordens de retirada de títulos pelo

apresentante; comprovantes de entrega de pagamento aos credores;

comprovantes de devolução dos títulos ou documentos de dívida irregulares

que não possam ser apontados; documentos apresentados para a expedição

de certidões de homônimos; procurações e respectivos atos constitutivos que

comprovem a representação legal, quando outorgantes e outorgados forem

pessoas jurídicas; documentos comprobatórios da causa das duplicatas

mercantis ou de serviços, nota fiscal – fatura ou respectivo contrato de

prestação de serviço; além do comprovante da entraga e do recebimento das

mercadorias, ou do respectivo comprovante da prestação do serviço, conforme

o caso; declarações substitutivas, devendo ser conservados, juntamente com

os livros, pelo tabelião, pelo prazo legal, e somente podendo ser descartados

com expressa autorização do juízo corregedor, ou devidamente guardados por

meio eletrônico.

DAS RETIFICAÇÕES, CANCELAMENTOS E AVERBAÇÕES

As retificações de erros materiais podem ser realizadas de ofício ou por

requerimento da parte, desde que observadas as devidas formalidades. As

realizadas de ofício são pertinentes a assentamentos específicos do serviço

realizado pelo próprio ofício ou, ainda, em documentos devidamente

arquivados. Já quando a retificação for oriunda de requerimento do próprio

interessado, ficará vinculada à apresentação dos documentos que demonstrem

o erro e com o eventual instrumento de protesto, além é claro, do requerimento.

Qualque interessado pode solicitar ao tabelionato o cancelamento do

protesto, mediante a apresentação do título protestado, que terá sua cópia

devidamente arquivada. Tendo o cancelamento base em pagamento e este

não puder ser comprovado pelo título, poderá ser provado por declaração de

anuência do credor originário devidamente reconhecida a firma deste, e se

tratando de endossatário, a anuência será dada por este.

Quando o cancelamento se der por outro motivo que não pelo

pagamento, somente ocorrerá pela via judicial, não isentando do pagamento

dos emolumentos devidos ao tabelião.

Uma vez cancelado, o protesto não mais cosntará de nenhuma

certidão, salvo por requerimento por escrito do próprio devedor ou por ordem

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS judicial, devendo ainda este ser comunicado, mediante certidão a todas as

entidades interessadas.

DAS INFORMAÇÕES E CERTIDÕES

Todas as informações relativas aos protestos têm caráter sigiloso. Em

função disso, seu fornecimento é de competência exclusiva dos tabeliães de

protesto, de acordo com a legislação, Essas informações somente poderão ser

fornecidas por meio de requerimento escrito do devedor ou por determinação

judicial, inclusive certidões. É permitida a emissão de certidão com fins

estatísticos, desde que não mencionem o nome de nenhuma das partes

constantes dos títulos, atendo-se exclusivamente às quantidades. Respondem

ainda civilmente os tabeliães que por seus atos causarem prejuízos a terceiros,

por culpa ou dolo, sua ou daqueles que lhe representam na qualidade de

prepostos.

As certidões individuais emitidas pelo tabelião a pedido da parte, de

regra abrangerá os últimos cinco anos, a menos que a parte especifique um

protesto em especial ou solicite prazo superior, devendo a mesma ser entregue

em no máximo cinco dias úteis. No que diz respeito as certidões em forma de

relação, também serão entregues em cinco dias úteis, desde que solicitadas

por entidade representativa de segmento econômico, especificando, em seu

pedido, as características referentes aos nomes e documentos de seu

interesse.

As certidões expedidas pelo Serviço de Protesto de Títulos e outros

documentos deve sempre fornecer o nome do solicitante e seu documento de

identidade; o nome do devedor, bem como seu documento de identidade ou

CPF, ou CNPJ, se tratar de pessoa jurídica e o tipo de protesto, sendo

expressamente vedada a supressão do nome de qualquer dos devedores.

Síntese da aula Neste tema vimos a importância do Cartório de Protesto de Títulos e

Documentos, uma vez que este serviço é imprescindível ao exercício de

diversas atividades, principalmente aquelas de caráter econômico. Para

alcançarmos nosso objetivo, dividimos o tema de forma a abordarmos todos os

aspectos pertinentes ao assunto trabalhado, conseguindo assim fazer um

apanhado geral sobre a legislação que trata do assunto.

Atividades Leia o texto atentamente e faça um resumo estrutural, apontando os

principais tópicos abordados, de forma a resumir o texto em apenas uma lauda.

Comentário Essa atividade tem por finalidade o auxiliar na compreensão do tema e

o orientá para que alcance um melhor aproveitamento em seus estudos.

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Tema 07

Registro Civil de Pessoas Naturais

Objetivo

Neste tema, estudaremos o Registro Civil das Pessoas Naturais,

identificando os principais institutos e as normas jurídicas reguladoras da

atividade registral.

Introdução Os principais atos e fatos jurídicos passíveis de registro e averbação

no Registro Civil de Pessoas Naturais são estabelecidos ao longo dos

dispositivos da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73). São os mesmos de

extrema relevância para a vida das pessoas: esta norma jurídica disciplina o

nascimento, casamento, óbito, emancipação, interdição, sentença declaratória

de ausência, sentença que defere adoção a menores, entre outros casos.

Veremos, por fim, as principais anotações previstas na Lei de

Registros Públicos, quais sejam: anotações em remissões recíprocas feitas em

relação a registros e averbações posteriores em atos realizados no passado,

como por exemplo: o casamento anotado no registro de nascimento, e o óbito

anotado no registro de casamento etc.

REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

Os Ofícios de Registro Civil de Pessoas naturais possuem a sua área

de abrangência e circunscrição territorial delimitada em conformidade com a

Lei de Organização Judiciária local do Estado da Federação a que pertencer,

que no caso específico do Tocantins é denominada Lei Orgânica.

Todos os atos e fatos jurídicos que podem ser registrados ou

averbados junto ao Registro Civil de Pessoas Naturais encontram-se

determinados junto ao art. 29 da Lei nº 6015/73 (Registros Públicos), quais

sejam: “registros de nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações,

interdições, sentenças declaratórias de ausência, opções de nacionalidade e

sentenças que defiram a legitimação adotiva; averbações de sentenças de

nulidades ou anulação do casamento, sentença declaratória de ilegitimidade ou

legitimidade dos filhos na constância do casamento, reconhecimentos de filhos

ilegítimos, adoção, e alterações de nomes”.

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Em razão da promulgação da Lei nº 6.515/1977, a extinção da

sociedade conjugal, mantido o vínculo, que antes se denominava desquite,

passou a se chamar separação judicial, emergindo ainda a figura do divórcio.

Da mesma forma, em razão da promulgação da Lei nº 8.069/90

“Estatuto da Criança e do Adolescente”, a legitimação adotiva foi substituída

pela adoção de menor.

Swensson (2005, p. 30) afirma que:

Com a equiparação dos filhos havidos ou não da relação do

casamento ou por adoção, quanto aos direitos e qualificações, são proibidas

quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação (art. 227, § 5º, da

CF) é de ser excluída a letra c, bem como a supressão do termo “ilegítimos”,

inserido na letra d, ambas do § 1º, do art. 29, da LRP.

O ato de Registrar compreende a fatos ou atos jurídicos relevantes

da vida dos seres humanos, tais como o nascimento, casamento, óbito,

emancipação etc.

A averbação se dá em razão da modificação ou alteração do

conteúdo do registro, sendo feita portanto à margem deste, devendo

obrigatoriamente ser mencionada nas certidões expedidas posteriormente ao

ato.

Isenção de Emolumentos A Lei de Registros Públicos estabelece condições de isenção de

emolumentos para os atos mais importantes da vida de um ser humano, a

saber; custas e emolumentos pelo registro civil de nascimento e de óbito, bem

como a primeira certidão respectiva.

Outra hipótese de isenção está inserida pelo § 1º do art. 226 da

Constituição Federal, e no art. 1.512 do Código Civil, onde se diz que “O

casamento é civil e gratuita sua celebração”, logo sendo gratuita sua

celebração, também deverá ser gratuito seu registro.

Quanto às demais certidões extraídas do cartório de registro civil, as

custas e emolumentos são isentos aos comprovadamente pobres, em

conformidade ao que determina a Lei nº1060/50, onde o próprio interessado

poderá se declarar nesta condição. Entretanto, vale lembrar que a falsidade da

declaração ensejará a responsabilidade civil e criminal do declarante.

Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja

situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os

honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família (Lei nº

1060/50).

Nascimento Circunstancial

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Os nascimentos, casamentos e óbitos, que se derem a bordo dos

navios mercantes ou de guerra, em viagem ou no exército em campanha,

serão imediatamente registrados e comunicados, oportunamente, ao Ministério

da Justiça para o devido registro, averbações e anotações, conforme o caso

concreto, segundo o art. 31 da Lei de Registros Públicos.

Swensson (2005, p. 79), sobre o art. 32 da LRP, afirma que os

nascimentos, óbitos e casamentos de brasileiros no exterior, embora sejam

considerados autênticos, para terem validade no Brasil, deverá a respectiva

certidão ser legalizada pelos cônsules, devendo num caso ou noutro ser

trasladados no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais do Município da

sede da Comarca em que se situa o domicílio do registrado ou no 1º Ofício do

Distrito Federal, em falta de domicílio conhecido, para só assim surtirem efeitos

no Brasil.

Livros Específicos

O oficial manterá um índice alfabético dos assentamentos, por

sistema de fichas, obedecendo à ordem cronológica de declarações, sendo que

a escrituração e a ordem do serviço obedecerão em cada serventia a ordem

dos livros, que conterão 300 (trezentas) folhas cada, da seguinte forma:

- O livro “A” destinado a registro de nascimento.

- O livro “B” destinado ao registro de casamento.

- O livro “B auxiliar” de registro de casamento religioso para efeitos civis.

- O livro “C” ao registro de óbitos.

- O livro “C auxiliar” de registro de natimortos.

- O livro “D” registro de proclama.

No cartório do 1º Ofício ou da 1ª Subdivisão Judiciária, em cada

comarca, existirá outro livro para inscrição dos demais atos relativos ao estado

civil, livro de letra “E”, com a metade dos livros principais, 150 (cento e

cinqüenta) folhas.

Os assentos deverão ser assinados pelas partes, ou seus

procuradores , e as testemunhas, inserindo-se nos livros respectivos as

declarações de acordo com a lei ou conforme determinação sentencial.

Se os declarantes ou testemunhas não puderem assinar, far-se-á

declaração no assento, assinando a rogo outra pessoa e tomando-se a

impressão datiloscópica do não assinante à margem do assento.

Existe a possibilidade da ocorrência de erros ou omissões no

assento, podendo ocorrer a adição, desde que, antes de serem colhidas as

assinaturas, e não tenha sido lavrado outro assento.

Swensson (2005, p. 97) afirma que eventuais emendas ou alterações

por ventura existentes, e posteriores à lavratura do assento não ressalvadas ou

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS na hipótese de serem desatendidas as regras mencionadas, serão tidas por

inexistentes e sem efeitos jurídicos. Sujeitando tal fato às sanções disciplinares

cabíveis, respondendo o oficial registrador por perdas e danos.

Prazo para o Registro

O prazo para o registro é de 15 (quinze) dias, sendo que na hipótese

do impedimento paterno, a incumbência do registro caberá diretamente à mãe,

que para isso disporá de 45 (quarenta e cinco) dias (art. 50 da LRP).

Os nascimentos ocorridos a bordo de navios, ou aeronave, deverão

ser registrados em 05 (cinco) dias da chegada no destino, na serventia do local

da residência dos pais, se no Brasil, ou no consulado, se no estrangeiro.

Ultrapassado o prazo legal para o registro, o oficial ouvirá

testemunhas, e lavrará a certidão minuciosa a respeito das informações

colhidas, sendo que para os maiores de 12 (doze) anos é necessária a

intervenção do Juiz de Direito para o registro.

Retardamento ou Recusa

Havendo recusa por parte do oficial de registro civil em efetuar o

registro, averbação, anotação ou fornecimento de certidões, o destinatário do

serviço que se sentir prejudicado poderá queixar-se junto à autoridade

judiciária. Constatando-se injustificada demora, o Juiz de Direito poderá impor

uma multa de 01 (um) a 10 (dez) salários mínimos, podendo ainda, o

magistrado ordenar que o oficial cumpra os atos necessários, sob pena de

prisão de 05 (cinco) a 10 (dez) dias.

Fiscalização e correição

As atividades registrais no âmbito civil possuem tamanha relevância

para o desenvolvimento social do país, que o legislador entendeu necessário

que o poder judiciário, por meio de seus magistrados realize correções nos

livros de registros, sendo que os dados registrais (nascimento, casamento e

óbito) do último trimestre de cada ano deverão ser remetidos ao IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística), cabendo inclusive a aplicação de multa

aos oficiais descumpridores. (§ 2º, art. 49 da LRP).

NASCIMENTO

O nascimento de toda e qualquer criança, na vasta extensão do

território nacional deverá ser registrado junto à serventia de pessoas naturais,

no lugar onde ocorreu o parto, ou no lugar da residência dos pais, no prazo de

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 15 dias, que será ampliado a 90 (noventa) dias em caso de residência distante

30 quilômetros do local do registro.

Os índios não estão obrigados a ser registrados, desde que não

integrados à sociedade, podendo o seu registro realizar-se em livro próprio do

órgão federal de assistência aos indígenas (FUNAI).

A necessidade e conseqüente exigência do registro dos nascimentos

foi abordada pela comunidade mundial, a partir do Pacto Internacional sobre

Direitos Civis e Políticos na XXI Seção da Assembléia Geral das Nações

Unidas em 16 de dezembro de 1966, tendo sido estabelecido em seu art. 25,

que “toda criança deverá ser registrada imediatamente após seu nascimento e

deverá receber um nome” e que “toda criança terá direito de adquirir uma

nacionalidade”. Sendo o referido texto internacional aprovado pelo Congresso

Nacional pelo Decreto Legislativo nº. 226, de 12 de dezembro de 1991.

A Lei de Registros Públicos, em seu artigo 52, estabelece a ordem

sucessiva, das pessoas que estão obrigadas a realizar a declaração do

nascimento de uma criança, na seguinte ordem:

- Ao pai;

- A mãe, em falta ou impedimento do pai, sendo neste caso o prazo para

declaração prorrogado por 45 (quarenta e cinco); lembrando que falta

não significa a morte do pai, podendo ocorrer o desconhecimento,

estar em local incerto, ou mesmo a recusa no reconhecimento do

registrando como filho.

Na ausência ou impedimento do pai e da mãe, o parente mais próximo,

maior que se ache presente, e na falta ou impedimento do parente, os

administradores do hospital ou os médicos e parteiras, que assistiram o parto,

ou pessoa idônea da casa onde ocorreu, podendo em caso de dúvida o oficial

se dirigir à casa do recém nascido, para verificar sua existência, exigir atestado

médico e testemunhas.

Telinho: A legislação não prevê sanção pela ausência de declaração,

se limitando a estabelecer uma ordem sucessiva.

Se a criança nasceu morta (não respirou), será o registro feito no

livro “C auxiliar”, com os elementos que couberem ao livro de óbitos. Se a

criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, será feito os

dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos cabíveis e com

remissões recíprocas.

Lembrando que tal distinção é importantíssima, uma vez que: “a

personalidade civil do homem começa do nascimento com vida; mas a lei põe a

salvo desde a concepção os direitos dos nascituros” (art. 2º do Código Civil

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Brasileiro), conforme estudado na disciplina Direito Civil I, bem como na

disciplina de Introdução ao Estudo do Direito.

Os dados referentes ao registrando são imprescindíveis para a

perfeita individualização e identificação do indivíduo perante a sociedade, pois

a partir das características pessoais, se definirá a capacidade ou incapacidade,

no âmbito do Direito Civil, a imputabilidade ou inimputabilidade, na esfera

penal.

São exigências que deverão constar no assento do nascimento da

criança junto ao registro civil, observada a seguinte ordem legal: “o dia, mês,

ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível determiná-la ou

aproximá-la; o sexo do registrando; o fato de ser gêmeo, quando assim tiver

acontecido; o nome e o prenome, postos à criança; a declaração de que

nasceu morta, ou morreu no ato ou logo depois do parto; a ordem de filiação de

outros irmãos do mesmo prenome que existirem ou tiverem existido; os nomes

e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório onde se

casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na ocasião

do parto, e o domicilio ou a residência do casal; os nomes e prenomes dos

avós paternos e maternos; os nomes e prenomes, a profissão e residência das

testemunhas do assento, quando se tratar de parto ocorrido sem assistência

médica em residência ou fora de unidade hospitalar ou casa de saúde”. (art 54

da LRP).

Swensson (2005, pág. 124) citando R. Limong França afirma que

“Sendo o homem distinto de seus semelhantes e devendo manter com eles

relações de ordem social e jurídica, é necessário que a sua distinção se faça

claramente, através de um signo exterior e preciso. Esse signo, diz Humblet, é

o nome. Pelo nome o homem é designado, individualizado. Não se

compreende, na vida social, um homem que não tivesse nome”.

Se o declarante no momento do registro não indicar o nome

completo, o oficial da serventia de pessoas naturais poderá lançar o adiante do

prenome escolhido o nome do pai, e, na falta, o da mãe, se forem conhecidos.

(Art. 55 da LRP)

Swensson (2005, pág. 124) novamente citando R. Limong França

afirma que “nome civil é a designação pela qual se identificam e distinguem as

pessoas naturais, nas relações concernentes ao aspecto civil da sua vida

jurídica” e “prenome é o mesmo que nome individual, nome próprio da pessoa,

correspondente ao antigo nome de batismo, e que, entre nós, vem em primeiro

lugar na enunciação do nome completo”.

Alteração do Nome

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Após um ano de completada a maioridade civil, o próprio

interessado, ou mediante procurador poderá alterar o nome, desde que ocorra

a publicação pela imprensa e averbação da mesma. (art. 56 da LRP).

As demais alterações somente poderão se realizar motivadamente

após audiência do Ministério Público, mediante sentença do juiz a que tiver

sujeito o registro, quando por exemplo ocorrer a fundada coação ou ameaça

decorrente de colaboração com a apuração de crime, ou ainda na hipótese de

adoção por parte da companheira, solteira, separada judicialmente, divorciada

ou viúva, do sobrenome do seu companheiro na mesmas condições que as

suas. (art. 57 da LRP).

Habilitação para o Casamento Antes mesmo de um homem e uma mulher se casarem, é necessário

o atendimento a certos requisitos legais presentes no Código Civil e que não

incidem nas proibições nele indicadas, face à gravidade das conseqüências

geradas pela celebração do casamento existindo impedimento (art. 1.521 do

CC) ou causa suspensiva (art. 1523 do CC), bem como a opção por

determinado regime de bens (art. 1639 e ss. do CC).

Devem os interessados apresentarem os documentos exigidos na lei

Civil, requerendo ao oficial do registro que lhes expeça a certidão que expresse

a condição de habilitados ao casamento.

Depois de reunida a documentação e apresentada pelos nubentes,

serão afixadas os proclamas de casamento em lugar ostensivo ao cartório e na

impressa local, se houver, ouvindo sem seguida o órgão do Ministério Público.

Proclamas são editais expedidos pelo Oficial de Registro Civil dando

notícia de que os nubentes pretendem se casar (§ 1º do art. 67 e art. 181 do

Código Civil).

Após 15 (quinze) dias da afixação dos editais em cartório, não

havendo a oposição de impedimento, o oficial entregará aos nubentes a

certidão de habilitação para o casamento no prazo previsto em lei. Caso ocorra

apresentação de impedimento, o oficial dará ciência aos nubentes e oponentes,

para que em 03 (três) dias indiquem provas, ouvindo o Ministério Publico o juiz

decidirá.

Os interessados poderão requerer ao juiz a dispensa de proclamas,

deduzindo os motivos de urgência do casamento, provando, desde logo, com

documentos ou indicando outras provas para demonstração dos fatos por eles

alegados.

Regime de bens

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Os nubentes poderão optar por outro regime, que não seja o legal

(comunhão parcial – art. 1.640 do CC), desde que façam mediante pacto

antenupcial por escritura pública (parágrafo único do art. 1.640 do CC) que

deverá ser incorporado ao processo de habilitação de casamento e anotado no

registro do casamento (inciso VII do art. 1.536 do CC) SWENSSON (2005, pág.

167)

CASAMENTO

A Lei de Registros Públicos estabelece os requisitos que deverão ser

preenchidos no momento da lavratura do assento do casamento junto à

serventia do registro de pessoas naturais. A cerimônia de celebração do

casamento é disciplinada pelo Código Civil, no art. 1.533 e seguintes.

Após a celebração do casamento, será lavrado assento, assinado

pelo oficial, cônjuges, testemunhas e oficial, sendo exarado o seguinte: os

nomes, prenomes, nacionalidade, data e lugar do nascimento, profissão,

domicílio e residência atual dos cônjuges, bem como dos pais, do cônjuge

precedente (casamento anterior) se houver, e das testemunhas, data da

publicação dos proclames, regime de casamento, o nome que passa a ter a

mulher. (art. 70 da LRP).

Registro do Casamento Religioso para efeitos Civis A Constituição Federal, no seu art. 226, § 1º dispõe que “o

casamento é civil e gratuita a celebração”, e no § 2º do mesmo artigo prevê a

possibilidade do casamento religioso ter efeito civil “o casamento religioso tem

efeito civil, nos termos da lei”.

Desde que os nubentes se encontrem habilitados para o casamento,

poderão requerer certidão junto ao oficial do registro civil, para se casarem

perante a autoridade religiosa de seu credo, desde que mencionado na

certidão o prazo de validade da habilitação. No prazo de 30 (trinta) dias da

celebração poderá requerer o registro ao oficial do cartório expedidor da

certidão de habilitação.

O casamento no religioso, celebrado sem a prévia habilitação

perante o oficial da serventia, poderá ser registrado, desde que apresentado

pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os

documentos exigidos pelo Código Civil.

Casamento em Iminente Risco de Vida

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Se algum dos nubentes se encontrar em iminente risco de vida, e

nessa circunstancia não se verificar a presença do oficial para presidir o ato, o

casamento poderá ser realizado, desde que se encontrem presentes 06 (seis)

testemunhas, que comparecerão nos 05 (cinco) dias subseqüentes perante à

autoridade judiciária mais próxima, para reduzir-se a termo suas declarações.

Mesmo que as testemunhas não compareçam posteriormente ao ato,

poderá o interessado requerer suas intimações, sendo autuadas as mesmas e

encaminhadas à autoridade judiciária, que ouvirá o Ministério Público, e caso

necessário realizar diligências para apurar possíveis impedimentos, decidindo o

juiz no prazo de 05 (cinco) dias, da qual caberá apelação, com ambos os

efeitos (devolutivo e suspensivo).

Para disciplinar a situação acima descrita, deverá o oficial da

serventia observar os termos do art. 76 da Lei de Registros Públicos, bem

como os artigos 1.540 e 1541 do Código Civil Brasileiro.

ÓBITO

A morte de um ser humano se dá com a cessação das

manifestações vitais, quais sejam: sistema cardiovascular (circulatório),

respiratório, nervoso central e funções cerebrais, devendo a pessoa ser

sepultada em local próprio.

O Código Civil em seu art. 6º dispõe que “A existência da pessoa

natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos

em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva”.

Todo sepultamento deverá ser feito com a certidão do oficial de

registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito,

com vista de médico ou, caso não exista no local, de duas pessoas qualificadas

que presenciaram ou verificaram a morte.

Se uma criança falecer com menos de 01 (um) ano, antes de

proceder o assento, o oficial registrador se certificará primeiro da existência de

registro de nascimento, e caso não tenha ocorrido, o mesmo providenciará o

registro.

É possível que uma pessoa manifeste em vida o seu interesse de

cremar seu cadáver, podendo ainda ocorrer a necessidade de manifesto

interesse público pela cremação, desde que firmado por dois médicos ou por

um médico legista e, no caso de morte violenta, após a autorização judicial.

Se, pela distância ou qualquer outro motivo justificável, o registro não

puder ser feito em 24 (vinte e quatro) horas do falecimento, o assento poderá

ser lavrado, com a maior urgência nos prazos estabelecidos no art. 50 da

LRP.(15 dias ou 03 meses para os lugares distantes 30 Km do óbito).

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

A declaração de óbito é obrigatória, podendo ser realizada por

preposto autorizado pelo declarante por escrito, tendo o legislador especificado

as pessoas na ordem seguinte: (art. 79, LRP)

- - o chefe da família, a respeito de sua mulher, filhos, hospedes,

agregados e - fâmulos;

- - a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas

indicadas no número antecedente;

- - o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão a respeito dos irmãos, e

demais - pessoas de casa, indicadas no n. 1; o parente mais próximo

maior e presente;

- - o administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento

público ou particular, onde tenha falecido a pessoa, exceto na

presença de algum dos parentes acima indicados;

- - na ausência de pessoa competente indicada, nos casos acima, as

que tiverem assistido aos últimos momentos de vida do finado, o

médico, o sacerdote ou vizinho que do falecido tiver notícias;

- - a autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas.

O registro do óbito deverá conter obrigatoriamente: (art. 80 LRP).

- a hora, se possível, dia, mês e ano do falecimento;

- o lugar do falecimento, com indicação precisa;

- o prenome, nome, sexo, idade, cor, estado civil, profissão,

naturalidade, domicílio e residência do morto;

- se era casado, o nome do cônjuge sobrevivente, mesmo quando

separado, se viúvo, o do cônjuge pré-defunto, e o cartório e casamento

de ambos os casos;

- os nomes, prenomes, profissão, naturalidade e residência dos pais;

- se faleceu com testamento conhecido;

- se deixou filhos, nome e idade de cada um;

- se a morte foi natural ou violenta e a causa conhecida, com o nome

dos atestantes;

- o lugar do sepultamento;

- se deixou bens e herdeiros menores ou interditos;

- se era eleitor;

Além dos requisitos acima, o legislador enumerou a obrigatoriedade

da informação no assento de óbito de pelo menos o número de inscrição de

algum dos documentos seguintes: PIS/PASEP, INSS, CPF, RG, Título de

Eleitor, numero do registro de nascimento e suas especificações, ou número da

carteira de trabalho.

Existem situações em que o falecido seja desconhecido; logo, o

assentamento deverá conter declaração de estatura ou medida, se for possível,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS cor, sinais aparentes, idade presumida, vestuário ou qualquer outra indicação

que possa contribuir para uma futura identificação.

Sendo encontrado morto, e nada se saiba dessa pessoa, serão

inseridos no registro as circunstâncias, o lugar, e a necropsia, se realizada.

Se ocorrer primeiramente o enterro, e faltar atestado médico ou de

duas pessoas qualificadas, assinarão duas testemunhas que assistiram ao

falecimento ou ao funeral.

Um ser humano pode falecer em diversas circunstâncias, das quais a

Lei de Registros Públicos prevê as seguintes regras específicas:

- falecimento a bordo de navio será lavrado de acordo com as regras do

registro do nascimento do art. 80 da LRP.

- óbitos em campanha ou guerra, será registrado em livro próprio, com a

assinatura do médico chefe da corporação, nas formações de tropa,

pelo oficial militar, que será publicado em boletim da corporação e

posteriormente no registro civil.

No desaparecimento de pessoas em situações de naufrágio,

inundação, incêndio, terremoto ou quaisquer outras catástrofes, das quais se

presuma a morte, os juizes poderão admitir a justificação para o assentamento.

EMANCIPAÇÃO, INTERDIÇÃO E AUSÊNCIA Emancipação

A emancipação é uma das formas de cessação da incapacidade, que

pode ser concedida pelos pais mediante escritura pública ou, se ambos forem

mortos, por sentença judicial, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos

completos, conforme o art. 5º, inciso I do Código Civil. Devendo a emancipação

ser registrada, em ambos os casos, na serventia do 1º Ofício ou da 1ª

Subdivisão Judiciária de cada comarca. (art. 89 LRP).

No registro da emancipação sempre constará: a data do registro e a

data da emancipação, o nome, prenome, idade, filiação, profissão, naturalidade

e residência do emancipado, dos pais ou tutores; data e cartório em que foi

registrado o seu nascimento. (art. 90 da LRP).

Concedida pelo magistrado a emancipação, este deverá comunicá-la

de ofício ao oficial de registro, para que só então possa produzir os efeitos

jurídicos.

Além da sentença judicial e autorização por instrumento público dos

responsáveis,a emancipação e conseqüente capacidade plena poderá se dar

pelo casamento, exercício de emprego público efetivo, colação de grau em

curso superior, estabelecimento civil ou comercial, existência de relação de

emprego, que possam propiciar ao emancipado economia própria.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Interdição

A interdição pode ocorrer quando a pessoa (homem ou mulher) for

considerada absolutamente incapaz para o exercício dos atos da vida civil, em

razão de enfermidade ou deficiência mental, que lhe impeça o necessário

discernimento para os atos da vida civil, cabendo ao juiz, ao decretar a

interdição do incapaz, proporcionar-lhe curador e fixar os limites da curatela.

(art. 3º, I do Código Civil).

O registro da interdição dar-se-á em livro especial da serventia do 1º

Ofício ou da 1ª Subdivisão de cada comarca, declarando-se a data da

sentença, nome e vara do juiz proferidor; nome, profissão, estado civil,

domicílio e residência do curador e do requerente da interdição, bem como os

limites da curadoria, quando esta restar-se parcial, e o lugar onde se encontrar

internado o interdito.

Declarada a interdição pelo magistrado, este deverá comunicá-la de

ofício ao oficial de registro, caso o curador ou requerente não tenha feito em 08

(oito) dias, para que só então o ato possa produzir os seus efeitos jurídicos.

Ausência Considera-se ausente a pessoa natural que desapareceu de seu

domicílio, sem deixar representante ou procurador, não havendo dela notícia,

dando-se a solução da matéria em 03 (três) etapas, quais sejam: declaração de

ausência, sucessão provisória e sucessão definitiva. (art. 6º, art. 1728, 1571,

todos do Código Civil).

O juiz, portanto, fará a arrecadação dos bens do ausente, e declarará

a ausência, dando-lhe curador. Prolongando-se a ausência, será requerida a

sucessão provisória e, posteriormente, a conversão dela em definitiva.

As sentenças declaratórias de ausência, que nomearem curador,

terão seu registro junto ao cartório do domicílio anterior do ausente, constando-

se a data do registro, nome, idade, estado civil, profissão, último domicílio do

ausente e do curador, bem como os limites da curatela; a data e cartório em

que foram registrados o nascimento e o casamento, bem como o nome do

cônjuge, se casado for.

É imprescindível ainda que conste no registro, o tempo da ausência

até a data da sentença, nome do membro do Ministério Público atuante no

processo, data da sentença, nome e vara do juiz que a proferiu. (art. 94 da

LRP).

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS LEGITIMAÇÃO ADOTIVA

A adoção de criança é disciplinada pelo Estatuto da Criança e do

Adolescente (Lei nº. 8.069/1990), e previsto seu registro em conformidade aos

arts. 95 e 96 da LRP.

As sentenças de legitimação adotiva serão registradas junto ao

Registro Civil de Pessoas Naturais, desde que consignado os nomes dos pais

adotivos como legítimos e os ascendentes dos mesmos vivos ou falecidos,

manifestando por escrito a adesão ao ato.

Uma vez feito o registro, será cancelado o assento de nascimento

original do menor, sendo o mandado de registro arquivado, não podendo o

oficial fornecer certidão, em razão do segredo de justiça. (Lei nº. 4.655/65).

AVERBAÇÃO A averbação é o ato pelo qual o oficial da serventia registra os atos e

fatos constantes de carta de sentença, de mandado ou de petição

acompanhada de documento legal e autentico, com posterior audiência do

Ministério Público.

“Se o Ministério Público manifestar-se contrariamente à averbação

aplicar-se-á, por analogia, o disposto no § 2º, do art. 67, da LRP (“se o

Ministério Público impugnar o pedido ou a documentação, os autos serão

encaminhados ao juiz, que decidirá sem recurso”).(SWENSSON (2005, p. 205)

A averbação é sempre vinculada à alteração de determinado registro,

sendo esta feita à margem do assento e, quando não houver espaço, no livro

corrente, com as notas e remissões recíprocas, que possam facilitar a busca,

constando ainda a indicação minuciosa da sentença ou ato que a determinar.

Swensson (2005, p. 207) afirma que o fato ou ato jurídico posterior

ao registro deve ser mencionado, ao lado deste, de forma sintética, mas

contendo todas as informações necessárias para que se entendam quais as

alterações procedidas, como, também, seja possível identificar a sentença

(número do processo, indicação da vara e comarca, nome do juiz, data em que

foi prolatada a sentença, data do trânsito em julgado) ou o ato (se escritura

serventia, Comarca, livro, folhas, data).

Averbação no Casamento Quanto ao casamento, poderá ser feita a averbação da sentença de

nulidade e anulação, separação ou o restabelecimento da sociedade conjugal,

informando-se a data em que o juiz a proferiu, a sua conclusão, os nomes das

partes e o trânsito em julgado.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

As sentenças não poderão ser averbadas, enquanto haja

possibilidade de recurso, não produzindo efeitos contra terceiros, antes da

averbação.

O Oficial comunicará, no prazo de 48 horas, a averbação ao

magistrado subscritor da carta de sentença mediante registro postal, e, caso

não cumpra tal obrigação, ser lhe-á imposta uma multa de 5 (cinco) salários

mínimos e a suspensão do cargo até 6 (seis) meses, e em caso de

reincidência, ser-lhe-á fixada pena pecuniária em dobro, podendo este inclusive

perder seu cargo junto à serventia (art. 100 LRP.

Averbação no Nascimento O art. 102 da LRP disciplinava sobre a averbação das sentenças que

julgassem ilegítimos os filhos concebidos na constância do casamento, que

declarassem legítima a filiação, escrituras de adoção e atos que a

dissolvessem, reconhecimento judicial ou voluntário dos filhos ilegítimos, perda

da nacionalidade brasileira, quando comunicada pelo Ministério da Justiça,

bem como a perda do pátrio poder.

Entretanto, os itens 1º e 2º, do art. 102, e o art. 103 foram revogados

pelos arts. 227, § 6º da Constituição Federal, 3º e 6º da Lei n. 8.560/1992, 20

da lei n. 8069/1990, excluindo-se de tais dispositivos o termo “filho ilegítimo” do

item 4º.

O art. 155 do Código de Processo Civil dispõe que correm em

segredo de justiça os processos “que dizem respeito a casamento, filiação,

separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de

menores”.

Outras Averbações

- As sentenças que puserem termo à interdição, das substituições dos

curadores de interditos ou ausentes, das alterações dos limites de

curatela, da cessação ou mudança de internação, bem como da

cessação de ausência pelo aparecimento do ausente serão lavradas

no livro de emancipação, interdição e ausências.

- A averbação de escritura de adoção de pessoa cujo registro de

nascimento haja sido feito fora do País, será trasladado, sem ônus pra

os interessados, no livro “A” do cartório do 1º Oficio ou da 1ª

Subdivisão Judiciária da Comarca em que for domiciliado o adotante,

aquele registro, legalmente traduzido, se for o caso, para que faça, à

margem dele, a competente averbação. (art. 105 da LRP).

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS ANOTAÇÕES

Os registros ou averbações feitos pelo oficial, no prazo de 05 (cinco)

dias, deverão ser anotados nos atos anteriores, com remissões recíprocas, se

lançados em seu cartório, ou feitas às comunicações, contendo o resumo do

assento, pelo oficial em cujo cartório estiverem os registros primitivos. (art. 106

da LRP).

Dessa forma, se os atos anteriores estiverem registrados ou

averbados em outro cartório, caberá ao oficial que lavrou o ato posterior

comunicá-lo por carta ao oficial da serventia em que foram lavrados os atos

cronologicamente considerados primitivos, para que proceda as anotações.

Swensson (2005, p. 217) “a alteração pode ser em relação à situação

da pessoa mencionada no registro (casamento, óbito, emancipação, interdição,

declaração de ausência, adoção de criança ou adolescente), ou, então,

circunstância relevante que traga modificações em relação ao ato ou fato

registrado (anulação ou nulidade de casamento, separação judicial,

restabelecimento da sociedade conjugal, escrituras de adoção dos maiores de

18 anos, alterações e abreviaturas de nomes)”.

O óbito deverá ser anotado, com as remissões recíprocas, nos

assentos de casamento e nascimento, e o casamento no de nascimento.

A dissolução e a anulação do casamento, bem como o

restabelecimento da sociedade conjugal serão anotados nos assentos de

nascimento dos cônjuges, (§ 2º do art. 107 da LRP).

A emancipação, a interdição e a ausência serão anotadas pela

mesma forma, nos assentos de nascimento e casamento, bem como a

mudança do nome da mulher, em razão do casamento, a sua anulação ou

separação, ou restabelecimento da sociedade conjugal.(art. 108 da LRP).

RETIFICAÇÕES, RESTAURAÇÕES E SUPRIMENTOS

Retificação – é a correção das informações constantes de um registro ou

averbação, para que os mesmos possam representar a máxima expressão da

verdade, correspondendo à estrita realidade dos fatos.

Restauração – é a reconstituição de registros por ventura estraviados,

dilacerado, danificados ou inutilizados, para que seja restabelecida a situação

dos fatos ao estado anterior.

Suprimento – é a inserção ou acréscimo de informações que se encontravam

ausentes à averbação ou registro.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

A pessoa que pretender a retificação, restauração ou suprimento, o

requererá em petição fundamentada e instruída com documentos e indicação

de testemunhas, pra que o juiz o ordene, ouvindo o Ministério Público ou

interessados, no prazo de 05 (cinco) dias e, caso ocorra impugnação, o juiz

determinará a produção de prova, dentro do prazo de 10 dias ouvindo,

sucessivamente, em 03 dias, os interessados e o órgão do Ministério Público.

Da decisão proferida pelo magistrado caberá recurso de apelação nos efeitos

devolutivo ou suspensivo. (art. 109 da LRP).

Os erros de grafia poderão ser corrigidos, processando-se no próprio

cartório onde se encontrar o assentamento, mediante petição assinada pelo

interessado, ou seu procurador, sem pagamento de custas ou taxas, sendo em

seguida submetida ao Ministério Púnblico e posteriormente conclusos ao juiz

togado.

O Juiz de Direito, ao receber a petição devidamente instruída,

despachará em 48 (quarenta e oito) horas, e se deferido, será averbado pelo

oficial da serventia a retificação junto à margem do registro, mencionando

número do protocolo, data da sentença e seu trânsito em julgado.

Síntese da aula Neste tema, você pode compreender que os atos e fatos jurídicos

dos seres humanos são disciplinados pela Lei de Registros Públicos, que

determina a competência registral para os assentamentos junto à serventia do

Registro Civil de Pessoas Naturais.

Foram abordadas, ainda, as principais circunstâncias e atos da vida

civil das pessoas naturais, quais sejam; o nascimento, casamento, óbito,

emancipação, interdição, sentença declaratória de ausência, sentença que

defere adoção à menores, averbações, anotações, retificações, suprimentos

etc.

O Registro Civil das Pessoas Naturais é norma jurídica que deverá

ser aplicada aos casos concretos da vida do homem no seu convívio social.

Atividades

1- O Registro Civil de Pessoas Naturais, estão diretamente ligados à vida das

pessoas, uma vez que esta norma jurídica disciplina o nascimento, casamento,

óbito, emancipação, interdição, sentença declaratória de ausência, sentença

que defere adoção a menores, entre outros casos. Dessa forma, qual é a área

de abrangência e circunscrição territorial desta serventia? A Lei de Registros

Públicos estabelece condições de isenção de emolumentos (custas)?, caso

afirmativo, quais são as hipóteses de isenção de custa?

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Comentário:

Para desenvolver a atividade, o aluno deverá observar no texto acima, como é

definida a área de abrangência de cada serventia.

Na segunda parte, da atividade é necessário que o acadêmico pesquise no

texto acima, se existem condições legais de isenção e quais são elas.

Exercícios

1 – Todos os atos e fatos jurídicos que podem ser registrados ou averbados

junto ao Registro Civil de Pessoas Naturais encontram-se determinados junto à

Lei de Registros Públicos nº 6.015/73 em seu art.29, quais sejam: “registros de

nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações, interdições, sentenças

declaratórias de ausência, opções de nacionalidade e sentenças que defiram a

legitimação adotiva; averbações de sentenças de nulidades ou anulação do

casamento, sentença declaratória de ilegitimidade ou legitimidade dos filhos na

constância do casamento, reconhecimentos de filhos ilegítimos, adoção, e

alterações de nomes”. Sobre o Registro Civil das Pessoas Naturais assinale a

alternativa falsa.

a) A Lei de Registros Públicos estabelece que não são isentos todos e

quaisquer emolumentos, somente àqueles especificados na LRP e Constituição

Federal, a saber, custas e emolumentos para o registro civil de nascimento e

de óbito, bem como a primeira certidão respectiva.

b) Se o oficial de registro civil recusar-se a efetuar o registro, averbação,

anotação ou fornecimento de certidões, o destinatário do serviço que sentir-se

prejudicado poderá queixar-se junto à autoridade judiciária, e constatando-se a

injustificada demora, o juiz poderá impor uma multa de 01 (um) a 10 (dez)

salários mínimos, podendo ainda o magistrado, ordenar que o oficial cumpra os

atos necessários, sob pena de prisão de 05 (cinco) a 10 (dez) dias.

c) O nascimento de uma criança deverá ser registrado junto à serventia de

pessoas naturais, no lugar onde melhor lhe convier, no prazo de 120 (cento e

vinte ) dias, que poderá ser ampliado por mais 01 (um) ano caso a residência

seja distante a mais de 50 KM do local do registro.

d) O casamento realizado no religioso, celebrado sem a prévia habilitação

perante o oficial da serventia, poderá ser registrado, desde que apresentado

pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os

documentos exigidos pelo Código Civil.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Comentários: Alternativa a) – Para analisar esta proposição o aluno deverá identificar se

existe a gratuidade de todos os emolumentos, e caso verifique não existir a

gratuidade, deverá identificar quais atos poderão ser beneficiados.

Alternativa b) – Esta assertiva implica em verificar se o oficial de registro civil

pode recusar-se a efetuar o registro, e posteriormente quais as providencias a

serem tomadas pelo interessado.

Alternativa c) – Consiste a proposição em levar o aluno a identificar o lugar do

registro de uma criança e quais os prazos estabelecidos na LRP para faze-lo

diante do caso concreto.

Alternativa d) – A assertiva tem por objetivo verificar a possibilidade de um

casamento feito no religioso sem prévia habilitação, ser registrado

posteriormente, e caso afirmativo quais as exigências para o ato.

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Tema 08

Registro De Imóveis Objetivo

Conhecer as atribuições do Registro de imóveis, sua importãncia e

consequências dos registros

Introdução Neste tema, iremos tratar sobre os Registros de Imóveis, enfocando

sua aplicação prática, uma vez que é por meio desse registro que efetivamos a

propriedade de nossa casa e de todos os nossos imóveis. Trataremos, ainda,

de algumas outras inscrições que poucos conhecem.

Atribuições do Registro de Imóveis: As atribuições do Registro de imóveis estão descritas no art. 172 da Lei

de Registros Públicos. Consistem no registro e na averbação de títulos ou atos

constitutivos, declaratórios, translativos e extintivos de direitos reais sobre

imóveis reconhecidos em lei, inter vivos ou mortis causa, tanto para sua

constituição, transferência e extinção, como para sua validade contra terceiros

ou para sua disponibilidade. Essas são as suas funções legais.

A legislação determina que serão feitos, além da mátricula, registros e

averbações de alguns atos e negócios jurídicos. Vamos trabalhar com a

contribuição de Lair da Silva Loureiro Filho e Cláudia Regina Magalhães

Loureiro, a partir de sua Obra “Notas e Registros Público”, Editora Saraiva,

2004, pg. 206/211. Você vai perceber que eles trabalham o registro de imóveis

utilizando uma classificação por meio do ordenamento jurídico brasileiro. Para

facilitar seu estudo, nós dividimos essa classificação da seguinte maneira, pois

os autores, ao citar a legislação, o fazem com uma outra metodologia.

Do Registro:

• de instituição de bem de família; de hipotecas legais, judiciais e

convencionais;

• de contratos de locação de prédios nos quais tenha sido consignada

cláusula de vigência no caso de alienação da coisa locada e para fins

de exercício de direito de preferência na sua aquisição;

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• de penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na indústria,

instalados e em funcionamento, com os respectivos pertences ou sem

eles;

• de penhoras, arrestos e sequestros de imóveis; de servidão em geral;

• de usufruto e uso sobre imóveis, e o da habilitação, quando não

resultarem do direito de família;

• de rendas constituídas sobre imóveis ou a ele vinculadas por

disposição de última vontade;

• de contratos de compromisso de compra e venda, de cessão deste e

de promessa de cessão, com ou sem clausula de arrependimento, que

tenham por objeto imóveis não loteados, cujo preço tenha sido pago no

ato de sua celebração, ou deva sê-lo a prazo, de uma só vez ou em

prestação;

• de enfiteuse;

• de anticrese;

• de convenções antenupciais; de cédulas decrédito rural;

• de cédulas de crédito industrial, à exportação e comercial;

• de contratos de penhor rural;

• de empréstimos por obrigações ao portador ou debêntures, inclusive as

conversíveis em ações; de incorporações, instituições e convenções de

condomínio;

• de contratos de promessa de compra e venda, cessão ou promessa

de cessão de unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº

4.591/64, quando a incorporação ou a instituição de condomínio se

formalizar na vigência da Lei nº 6.015/73;

• de loteamentos urbanos e rurais e desmembramentos urbanos;

• de contratos de promessa de compra e venda, cessão e promessa de

cessão de terrenos loteados ou desmembrados na forma do Decreto-

Lei nº 58/37, e da Lei nº 6.766/79, não compreendidas no nº 3, 2 ª

parte, deste item;

• de citações de ações reais ou pessoais reipersecutórias, relativas a

imóveis;

• de fideicomisso;

• de julgados e atos jurídicos entre vivos que dividirem imóveis ou os

demarcarem, inclusive nos casos de incorporações que resultarem em

constituições de condomínio e atribuírem uma ou mais unidades aos

incorporadores;

• de sentenças que, nos inventários, arrolamentos e partilhas,

adjudicarem bens de raiz em pagamento das dívidas de herança;

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• dos atos de entrega de legados de imóveis, formais de partilha e

sentenças de adjudicação em inventário ou arrolamento, quando não

houver partilha;

• de arrematação e adjudicação em hasta pública;

• de dote;

• de sentenças declaratórias de usucapião;

• de compra e venda, pura e condicional;

• de permuta;

• de dação em pagamento;

• de transferência de imóvel à sociedade, quando integrar quota social;

• de doação entre vivos;

• de desapropriação amigável e sentenças que em processo de

desapropriação, fixarem o valor da indenização;

• de ato de tombamento definitivo de bens imóveis, requerido pelo órgão

competente, federal , estadual ou municipal, do serviço de proteção ao

patrimônio histórico e artístico;

• de alienação fiduciária em garantia de coisa móvel;

• da constituição de direito de superfície de imóvel urbano;

• do contrato de concessão de direito real de uso de imóvel público;

• dos termos administrativos ou das sentenças declaratórias de

concessão de uso especial para fins de moradia.

Em todos os casos acima elencados será obrigatório o registro, para

que esses atos surtam todos os seus efeitos legais, uma vez que seu efetivo

registro não é facultativo, mas sim expresso em Lei, e, portanto, obrigatório.

A Averbação:

• de convenções antenupciais e dos regimes de bens diversos do legal,

nos registros referentes a imóveis ou direitos reais pertencentes a

qualquer um dos cônjuges, inclusive os adquiridos posteriormente ao

casamento;

• extinção de ônus e direitos reais, por cancelamento; contratos de

promessa de compra e venda, cessões e promessas de cessões a que

alude o Decreto-Lei nº 6.015/73; mudança de denominação e de

numeração dos prédios, edificação, reconstrução, demolição e

desmembramento de imóveis;

• alteração de nome por casamento ou por separação judicial, ou, ainda,

por outras circunstâncias que, de qualquer modo, tenham influência no

registro e nas pessoas nele interessadas;

• ato pertinentes a unidades autônomas condominiais a que alude a Lei

nº 4.592/64, quando a incorporação tiver sido formalizada

anteriormente à vigência da Lei nº 6.015/73;

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• cédulas hipotecárias;

• caução e cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis;

• sentença de separação de dote;

• restabelecimento da sociedade conjugal;

• cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade

impostas a imóveis, bem como constituição de fideicomisso;

• decisões, recursos e seus efeitos, que tenham por objeto atos ou

títulos registrados ou averbados;

• nomes dos logradouros, decretados pelo Poder Público;

• sentenças de separação judicial, divórcio, nulidade ou anulação de

casamento, quando nas respectivas partilhas existirem imóveis ou

direitos reais sujeitos a registro;

• re-ratificação do contrato de mútuo com pacto adjeto de hipoteca em

favor de entidade integrante do Sistema Financeiro da Habitação,

ainda que importando elevação da dívida, desde que mantidas as

mesmas partes e que inexista outra hipoteca registrada em favor de

terceiros;

• contrato de locação, para os fins de exercício de direito de preferência;

• termo de Securitização de créditos imobiliários, quando submetidos a

regime fiduciário; notificação para parcelamento, edificação ou

utilização compulsórios de imóvel urbano; extinção da concessão de

uso especial para fins de moradia;

• extinção do direito de superfície do imóvel urbano;

• cessão de crédito imobiliário; fusão, cisão e incorporação de

sociedades; arquivamento de documentos comprobatórios de

inexistência de débitos para com a Previdência Social;

• indisponibilidade dos bens que constituem reservas técnicas das

Companhias Seguradoras;

• tombamento definitivo de béns imóveis promovido pelo órgão

competente, federal, estadual ou municipal, do serviço de proteção do

patrimônio histórico e artístico.

O local para serem efetuados os atos é o Cartório da Comarca onde se

encontra o imóvel, já a averbação se dá na própria mátrícula ou à margem do

registro, mesmo que não faça mais parte desta circunscrição, e em caso de

imóvel com área em comarcas adjacentes, estes serão feitos em todas estas,

sendo tal situação devidamente apontada em todos os Registros de Imóveis

envolvidos. A designação de registro aqui adotada inclui a inscrição e a

transcrição devidamente referidas na legislação civil.

Em caso de desmembramento do território em que se encontra o

imóvel, desde que já devidamente registrado, este não irá ser repetido na nova

circunscrição.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Da Escrituração dos Livros Nos Registros de Imóveis, existem alguns livros específicos a essa

atividades registral e que merecem especial atenção. Veremos as funções e as

especificidades de cada um.

Livro de Recepção e Títulos Segundo o disposto no art. 12, parágrafo único, da Lei nº 6015/73,

neste livro serão lançados os títulos apresentados para o cálculo e averiguação

dos emolumentos devidos, e que não possuam prioridade, sendo que os

demais atos podem ser registrados diretamente no Livro de Protocolo, desde

que todos os títulos sejam lançados nele. Sendo que para a recepção de títulos

para simples cálculo e exame será aceito com requerimento escrito e expresso

do interessado, que deve ser devidamente arquivados, não havendo custas a

serem pagas quando do simples exame para calculo.

Este livro deverá conter alguns elementos considerados pela legislação

como imprescindíveis para a sua organização, que será necessariamente em

colunas. Segundo os autores Filho e Loureiro (2004, p. 213), são os seguintes

os elementos essenciais:

a) número de ordem, que seguirá

indefinidamente;

b) nome do apresentante;

c) natureza formal do título;

d) data da devolução do título;

e) data de entrega ao interessado.

Devendo o Cartório de Registro de Imóveis manter uma organização,

criando mecanismos que controlem a tramitação simultânea sobre um mesmo

imóvel.

É obrigatória a entrega de recibo dos documentos, com numeração

compatível com à do livro de protocolo, sendo que este recibo: deverá conter necessariamente, o nome do apresentante, do outorgante e outorgado, a natureza do título, o valor do depósito prévio, a data em que foi expedido, a data prevista para eventual devolução do título com exigências (máximo de 15 dias), a data prevista para a prática de ato e a data em que cessarão automaticamente os efeitos da prenotação. O recibo-protocolo de títulos ingressados excepcionalmente na serventia apenas para exame e cálculo deverá conter a data em que foi expedido, a data prevista para devolução e a expressa advertência de que não implica a prioridade prevista no art. 186 da Lei nº 6.015/73. (FILHO, LOUREIRO, 2004, p. 214)

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As exigências devem sempre ser claras e específicas, de forma a não

deixar nenhuma dúvida, nem sobre Seu conteúdo, muito menos sobre a sua

legitimidade, expondo as razões e a pessoa que está solicitando.

A entrega de títulos e restituição de valores deverá ocorrer sempre

mediante a entrega de comprovante que deverá ser arquivado por um período

mínimo de um ano, sendo que existe a possibilidade de substituição dos Livros

por fichas.

Livro Protocolo Este livro tem por finalidade apontar todos os títulos que são levados

ao conhecimento do Cartório de Registro de Imóveis, com exceção daqueles

tratados no item anterior: para que seja efetivado o registro de um imóvel,

primeiramente precisamos levar este documento ao conhecimento do Registro,

como forma de garantir a ordem, de preferência em relação a outros títulos que

possam a vir sobre o mesmo imóvel. A legislação prevê alguns elementos

necessários à escrituração do protocolo:

a) número de ordem, que seguirá indefinidamente; b) data da apresentação, apenas no primeiro lançamento; c) nome do apresentante; d) natureza formal do título e) atos formalizados, resumidamente lançados, com menção de sua data; f) devolução com exigência e sua data; g) data de reingresso do título, se na vigência da prenotação. (FILHO, LOUREIRO, 2004, p. 214)

Livro Registro Geral Este livro tem por finalidade a matrícula dos imóveis e o registro ou

averbação dos atos que não dizem respeito ao livro de registro auxiliar que

estudaremos mais adiante. Importante frisar que cada imóvel terá sua própria

matricula, que lhe será atribuída quando do primeiro registro ou quando se

tratar de averbação que deva ser feita no antigo livro de transcrição da

transmissão e não restar mais espaço neste, bem como nos casos em que haja

a fusão de um imóvel ou a requerimento expresso do proprietário do imóvel.

Livro de Registro Auxiliar Nesse livro tem a finalidade de registrar os atos que mesmo não

versando sobre imóveis, por força de lei são atribuídos a este registro. Os atos

que serão registrados nesse livro são:

a) a emissão de debêntures, sem prejuízo do registro eventual e definitivo, na matrícula do imóvel, da hipoteca, anticrese ou penhor que abonarem especialmente tais emissões, firmando-se pela ordem

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do registro a prioridade entre as séries de obrigações emitidas pela sociedade; b) as cédulas de crédito rural, de crédito industrial, de crédito à exportação e de crédito comercial, sem prejuízo da hipoteca cedular; c) as convenções de condomínio; d) o penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na industria, instalados e em funcionamento, com os respectivos pertences ou sem eles; e) as convenções antenupciais; f) os contratos de penhor rural; g) os títulos que, a requerimento do interessado, forem registrados no seu inteiro teor, sem prejuízo do ato praticado no livro de registro geral; h) a transcrição integral da escritura de instituição do bem de família, sem prejuízo do seu registro no livro de registro geral i) o tombamento definitivo do imóvel. (FILHO, LOUREIRO, 2004, p. 228/229)

Nesse livro os registros serão feitos de forma resumida, arquivando o

cartório uma via dos documentos que lhe deram origem.

Livro Indicador Real Este livro tem como finalidade servir de repositório das indicações dos

imóveis, sem exceção, que constam do Livro de Registro Geral, trazendo sua

identificação e seu número de matrícula.

Livro Indicador Pessoal Tem por função reunir o nome de todas as pessoas que figurarem em

qualquer dos outros livros, seja no pólo passivo, ativo, de forma direta ou

indireta, fazendo referência aos seus respectivos números de ordem.

Livro de Registro de Aquisição de Imóveis Rurais por Estrangeiros Este livro possui formato e lançamentos definidos por legislação própria

e servem para auxiliar no controle de aquisição de terras no Brasil por

estrangeiros, sendo uma inscrição complementar, uma vez que não dispensa,

nem tampouco substitui a inscrição no Livro de Registro Geral.

Livro de Registro de Indisponibilidades Esse livro se destina ao registro dos ofícios oriundos da Corregedoria-

Geral de Justiça, bem como dos interventores e liquidantes das instituições

financeiras que, passando por dificuldades, sofrem intervenção ou liquidação

extrajudicial, em que há necessidade de comunicar-se a indisponibilidade dos

bens de seus diretores e ex-administradores.

DO PROCESSO DE REGISTRO

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS A finalidade do registro é escriturar os atos translativos ou declaratórios

referentes à propriedade dos bens imóveis e ainda os constitutivos de direitos

reais, devidamente citados no art. 167, I da Lei de Registros Públicos, sendo da

sua essência a necessidade de existência de matricula prévia do imóvel. Mas a

simples matrícula não é garantia do registro, uma vez que, mesmo matriculado,

não ocorrerá o registro que dependa de apresentação de título anterior em

respeito à continuidade dos registros.

A Lei de Registros Públicos define expressamente a forma como se

processa o registro.

• Todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de ordem que lhes

competir em razão da seqüência rigorosa de sua apresentação.

• Reproduzir-se-á, em cada título, o número de ordem respectivo e a

data de sua prenotação.

• O Protocolo será encerrado diariamente.

• A escrituração do protocolo incumbirá tanto ao oficial titular como ao

seu substituto legal, podendo ser feita, ainda, por escrevente auxiliar

expressamente designado pelo oficial titular ou pelo seu substituto

legal mediante autorização do juiz competente, ainda que os primeiros

não estejam nem afastados nem impedidos.

• O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta a

preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma

pessoa mais de um título simultaneamente.

• Em caso de permuta, e pertencendo os imóveis à mesma

circunscrição, serão feitos os registros nas matrículas correspondentes,

sob um único número de ordem no Protocolo.

• Protocolizado o título, proceder-se-á ao registro, dentro do prazo de 30

(trinta) dias, salvo nos casos previstos nos artigos seguintes.

• Apresentado título de segunda hipoteca, com referência expressa à

existência de outra anterior, o oficial, depois de prenotá-lo, aguardará

durante 30 (trinta) dias que os interessados na primeira promovam a

inscrição. Esgotado esse prazo, que correrá da data da prenotação,

sem que seja apresentado o título anterior, o segundo será inscrito e

obterá preferência sobre aquele.

• Não serão registrados, no mesmo dia, títulos pelos quais se constituam

direitos reais contraditórios sobre o mesmo imóvel.

• Prevalecerão, para efeito de prioridade de registro, quando

apresentados no mesmo dia, os títulos prenotados no Protocolo sob

número de ordem mais baixo, protelando-se o registro dos

apresentados posteriormente, pelo prazo correspondente a, pelo

menos, um dia útil.

• O disposto nos arts. 190 e 191 não se aplica às escrituras públicas, da

mesma data e apresentadas no mesmo dia, que determinem,

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taxativamente, a hora da sua lavratura, prevalecendo, para efeito de

prioridade, a que foi lavrada em primeiro lugar.

• O registro será feito pela simples exibição do título, sem dependência

de extratos.

• O título de natureza particular apresentado em uma só via será

arquivado em cartório, fornecendo o oficial, a pedido, certidão do

mesmo.

• Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do

outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título

anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade

do registro.

• A matrícula será feita à vista dos elementos constantes do título

apresentado e do registro anterior que constar do próprio cartório.

• Quando o título anterior estiver registrado em outro cartório, o novo

título será apresentado juntamente com certidão atualizada,

comprobatória do registro anterior, e da existência ou inexistência de

ônus.

Dúvida Diante da possibilidade de vício nos documentos apresentados ao

registro, a legislação prevê a probabilidade de o oficial exigir do apresentante

algumas providências, por meio de exigências, uma vez que não solucionados

ou não concordando o apresentante com as exigências impostas, poderá se

socorrer com a declaração de dúvida.

• Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá-la-á por escrito. Não

se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não a

podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a

declaração de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimí-la,

obedecendo-se ao seguinte:

o no Protocolo, anotará o oficial, à margem da prenotação, a

ocorrência da dúvida;

o após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da

dúvida, rubricará o oficial todas as suas folhas;

o em seguida, o oficial dará ciência dos termos da dúvida ao

apresentante, fornecendo-lhe cópia da suscitação e

notificando-o para impugná-la, perante o juízo competente, no

prazo de 15 (quinze) dias;

o certificado o cumprimento do disposto no item anterior,

remeterse-ão ao juízo competente, mediante carga, as razões

da dúvida, acompanhadas do título.

• Se o interessado não impugnar a dúvida no prazo referido no item III

do artigo anterior, será ela, ainda assim, julgada por sentença.

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• Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado

apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias.

• Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no prazo

de quinze dias, com base nos elementos constantes dos autos.

• Da sentença, poderão interpor apelação, com os efeitos devolutivo e

suspensivo, o interessado, o Ministério Público e o terceiro prejudicado.

• Transitada em julgado a decisão da dúvida, proceder-se-á do seguinte

modo:

o se for julgada procedente, os documentos serão restituídos à

parte, independentemente de translado, dando-se ciência da

decisão ao oficial, para que a consigne no Protocolo e cancele

a prenotação;

o se for julgada improcedente, o interessado apresentará, de

novo, os seus documentos, com o respectivo mandado, ou

certidão da sentença, que ficarão arquivados, para que, desde

logo, se proceda ao registro, declarando o oficial o fato na

coluna de anotações do Protocolo.

• A decisão da dúvida tem natureza administrativa e não impede o uso

do processo contencioso competente.

• Cessarão automaticamente os efeitos da prenotação se, decorridos 30

(trinta) dias do seu lançamento no Protocolo, o título não tiver sido

registrado por omissão do interessado em atender às exigências

legais.

• Se o documento, uma vez prenotado, não puder ser registrado, ou o

apresentante desistir do seu registro, a importância relativa às

despesas previstas no art. 14 será restituída, deduzida a quantia

correspondente às buscas e a prenotação.

• No processo, de dúvida, somente serão devidas custas, a serem pagas

pelo interessado, quando a dúvida for julgada procedente.

Das Pessoas No que diz respeito ao Registro de Imóveis, não há que se falar em

qualquer espécie de vedação ao exercício dos atos de registro averbação, pois

a legislação permite que qualquer pessoa realize os atos necessários, vejamos:

• o registro e a averbação poderão ser provocados por qualquer

pessoa, incumbindo-lhe as despesas respectivas;

• nos atos a título gratuito, o registro pode também ser promovido

pelo transferente, acompanhado da prova de aceitação do

beneficiado;

• o registro do penhor rural independe do consentimento do credor

hipotecário;

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• são considerados, para fins de escrituração, credores e devedores,

respectivamente:

o nas servidões, o dono do prédio dominante e dono do

prédio serviente;

o no uso, o usuário e o proprietário;

o na habitação, o habitante e proprietário;

o na anticrese, o mutuante e mutuário;

o no usufruto, o usufrutuário e nu-proprietário;

o na enfiteuse, o senhorio e o enfiteuta;

o na constituição de renda, o beneficiário e o rendeiro

censuário;

o na locação, o locatário e o locador;

o nas promessas de compra e venda, o promitente

comprador e o promitente vendedor;

o nas penhoras e ações, o autor e o réu;

o nas cessões de direitos, o cessionário e o cedente;

o nas promessas de cessão de direitos, o promitente

cessionário e o promitente cedente.

Dos Títulos A Lei de Registros Públicos admite apenas para registro os

documentos constantes de seu art. 221, não admitindo qualquer outro além dos

enumerados neste artigo.

• Somente são admitidos registro:

o escrituras públicas, inclusive as lavradas em consulados

brasileiros;

o escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas

partes e testemunhas, com as firmas reconhecidas,

dispensado o reconhecimento quando se tratar de atos

praticados por entidades vinculadas ao Sistema Financeiro

da Habitação;

o atos autênticos de países estrangeiros, com força de

instrumento público, legalizados e traduzidos na forma da

lei, e registrados no cartório do Registro de Títulos e

Documentos, assim como sentenças proferidas por

tribunais estrangeiros após homologação pelo Supremo

Tribunal Federal;

o cartas de sentença, formais de partilha, certidões e

mandados extraídos de autos de processo.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Da matrícula Segundo nossa legislação vigente, a matrícula pode ser definida como

um ato que individualiza o imóvel, descrevendo-o e situando-o

geograficamente. É na matricula que estão e serão escritos todo e qualquer

ato, seja de registro seja de averbação. Cada imóvel possui apenas um número

de matrícula que auxilia em sua localização.

• Todo imóvel objeto de título a ser registrado deve estar

matriculado no Livro nº 2 - Registro Geral - obedecido o

disposto no art. 176.

• A matrícula será efetuada por ocasião do primeiro registro a ser

lançado na vigência desta Lei, mediante os elementos

constantes do título apresentado e do registro anterior nele

mencionado.

• Se o registro anterior foi efetuado em outra circunscrição, a

matrícula será aberta com os elementos constantes do título

apresentado e da certidão atualizada daquele registro, a qual

ficará arquivada em cartório.

• Se na certidão constar ônus, o oficial fará a matrícula e, logo

em seguida ao registro, averbará a existência do ônus, sua

natureza e valor, certificando o fato no título que devolver à

parte, o que o correrá, também, quando o ônus estiver lançado

no próprio cartório.

• No preenchimento dos livros, observar-se-ão as seguintes

normas:

o no alto da face de cada folha será lançada a matrícula

do imóvel, com os requisitos constantes do art. 176 e,

no espaço restante e no verso, serão lançados, por

ordem cronológica e em forma narrativa, os registros e

averbações dos atos pertinentes ao imóvel

matriculado;

o preenchida uma folha, será feito o transporte para a

primeira folha em branco do mesmo livro ou do livro da

mesma série que estiver em uso, onde continuarão os

lançamentos, com remissões recíprocas.

• Cada lançamento de registro será precedido pela letra " R " e o

da averbação pelas letras " AV ", seguindo-se o número de

ordem do lançamento e o da matrícula (ex: R-1-1, R-2-1, AV-3-

1, R-4-1, AV-5-1, etc.)

• A matrícula será cancelada:

o por decisão judicial;

o quando em virtude de alienação parciais, o imóvel for

inteiramente transferido a outros proprietários;

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o pela fusão, nos termos do artigo seguinte.

• Quando dois ou mais imóveis contíguos, pertencentes ao

mesmo proprietário, constarem de matrículas autônomas, pode

ele requerer a fusão destas em uma só, de novo número,

encerrando-se as primitivas.

• Podem, ainda, ser unificados, com abertura de matrícula única:

o dois ou mais imóveis constantes de transcrições

anteriores a esta Lei, à margem das quais será

averbada a abertura da matrícula que os unificar;

o dois ou mais imóveis, registrados por ambos os

sistemas, caso em que, nas transcrições, será feita a

averbação prevista no item anterior, as matrículas

serão encerradas na forma do artigo anterior.

Os imóveis de que trata este artigo, bem como

os oriundos de desmembramentos, partilha e

glebas destacadas de maior porção, serão

desdobrados em novas matrículas, juntamente

com os ônus que sobre eles existirem, sempre

que ocorrer a transferência de uma ou mais

unidades, procedendo-se, em seguida, ao que

estipula o item II do art. 233.

Da Averbação e do Cancelamento A averbação pode ser definida como o ato responsável pela

escrituração das alterações e extinções do ato do registro, estando definidas no

art. 167, II da Lei de Registros Públicos de forma expressa e taxativa. Essas

averbações serão feitas á margem da inscrição a que se refere, ou ainda em

sua transcrição ou até mesmo na matrícula. Vejamos as definições legais de

averbação e cancelamento.

• Além dos casos expressamente indicados no item II do artigo

167, serão averbados, na matrícula, as subrogações e outras

ocorrências que, por qualquer modo, alterem o registro.

As averbações a que se referem os itens 4 e 5

do inciso II do art. 167 serão as feitas a

requerimento dos interessados, com firma

reconhecida, ilustrado com documento dos

interessados, com firma reconhecida, instruído

com documento comprobatório fornecido pela

autoridade competente. A alteração do nome

só poderá ser averbada quando devidamente

comprovada por certidão do Registro Civil.

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Tratando-se de terra indígena com demarcação

homologada, a União promoverá o registro da

área em seu nome.

Constatada, durante o processo demarcatório,

a existência de domínio privado nos limites da

terra indígena, a União requererá ao Oficial de

Registro a averbação, na respectiva matrícula,

dessa circunstância.

As providências a que se referem os §§ 2o e 3o

deste artigo deverão ser efetivadas pelo

cartório, no prazo de trinta dias, contado a

partir do recebimento da solicitação de registro

e averbação, sob pena de aplicação de multa

diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), sem

prejuízo da responsabilidade civil e penal do

Oficial de Registro.

• Averbar-se-á, também, na matrícula, a declaração de

indisponibilidade de bens, na forma prevista na Lei.

• O cancelamento efetuar-se-á mediante averbação, assinada

pelo oficial, seu substituto legal ou escrevente autorizado, e

declarará o motivo que o determinou, bem como o título em

virtude do qual foi feito.

• O cancelamento poderá ser total ou parcial e referir-se a

qualquer dos atos do registro.

• Far-se-á o cancelamento:

o em cumprimento de decisão judicial transitada em

julgado;

o a requerimento unânime das partes que tenham

participado do ato registrado, se capazes, com as

firmas reconhecidas por tabelião;

o A requerimento do interessado, instruído com

documento hábil.

• O cancelamento de hipoteca só pode ser feito:

o à vista de autorização expressa ou quitação outorgada

pelo credor ou seu sucessor, em instrumento público

ou particular;

o em razão de procedimento administrativo ou

contencioso, no qual o credor tenha sido intimado (art.

698 do Código de Processo Civil);

o na conformidade da legislação referente às cédulas

hipotecárias.

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• O registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos

legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está

desfeito, anulado, extinto ou rescindido.

• Ao terceiro prejudicado é lícito, em juízo, fazer prova da

extinção dos ônus, reais, e promover o cancelamento do seu

registro.

• Se, cancelado o registro, subsistirem o título e os direitos dele

decorrentes, poderá o credor promover novo registro, o qual só

produzirá efeitos a partir da nova data.

• Além dos casos previstos nesta Lei, a inscrição de

incorporação ou loteamento só será cancelada a requerimento

do incorporador ou loteador, enquanto nenhuma unidade ou

lote for objeto de transação averbada, ou mediante o

consentimento de todos os compromissários ou cessionários.

• O cancelamento da servidão, quando o prédio dominante

estiver hipotecado, só poderá ser feito com aquiescência do

credor, expressamente manifestada.

• O dono do prédio serviente terá, nos termos da lei, direito a

cancelar a servidão.

• O foreiro poderá, nos termos da lei, averbar a renúncia de seu

direito, sem dependência do consentimento do senhorio direto.

• O cancelamento não pode ser feito em virtude de sentença

sujeita, ainda, a recurso.

Do Bem de Família O bem de família constitui-se na residência escolhida pela família como

seu lar, sendo por força de lei impenhorável, mas para que surta todos os seus

efeitos, é necessário a sua determinação por meio de escritura pública e

conseqüente deve apresentá-la ao oficial do registro de imóveis em

consonância com a legislação sobre o tema. Vejamos suas características:

• A instituição do bem de família far-se-á por escritura pública,

declarando o instituidor que determinado prédio se destina a

domicílio de sua família e ficará isento de execução por dívida.

• Para a inscrição do bem de família, o instituidor apresentará ao

oficial do registro a escritura pública de instituição, para que

mande publicá-la na imprensa local e, à falta, na da Capital do

Estado ou do Território.

• Se não ocorrer razão para dúvida, o oficial fará a publicação,

em forma de edital, do qual constará:

o o resumo da escritura, nome, naturalidade e profissão

do instituidor, data do instrumento e nome do tabelião

que o fez, situação e característicos do prédio;

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o o aviso de que, se alguém se julgar prejudicado,

deverá, dentro em trinta (30) dias, contados da data da

publicação, reclamar contra a instituição, por escrito e

perante o oficial.

• Findo o prazo do nº II do artigo anterior, sem que tenha havido

reclamação, o oficial transcreverá a escritura, integralmente, no

livro nº 3 e fará a inscrição na competente matrícula,

arquivando um exemplar do jornal em que a publicação houver

sido feita e restituindo o instrumento ao apresentante, com a

nota da inscrição.

• Se for apresentada reclamação, dela fornecerá o oficial, ao

instituidor, cópia autêntica e lhe restituirá a escritura, com a

declaração de haver sido suspenso o registro, cancelando a

prenotação.

O instituidor poderá requerer ao Juiz que

ordene o registro, sem embargo da

reclamação.

Se o Juiz determinar que proceda ao registro,

ressalvará ao reclamante o direito de recorrer à

ação competente para anular a instituição ou

de fazer execução sobre o prédio instituído, na

hipótese de tratar-se de dívida anterior e cuja

solução se tornou inexeqüível em virtude do

ato da instituição.

O despacho do Juiz será irrecorrível e, se

deferir o pedido será transcrito integralmente,

juntamente com o instrumento.

• Quando o bem de família for instituído juntamente com a

transmissão da propriedade (Decreto-Lei n. 3.200, de 19 de

abril de 1941, art. 8°, § 5º), a inscrição far-se-á

imediatamente após o registro da transmissão ou, se for o

caso, com a matrícula.

3.7 Da Remição do Imóvel Hipotecado A remição do imóvel hipotecado consiste na prerrogativa que o credor

possui de resgatar o imóvel dado em garantia de obrigação, possuindo direito

de preferência sobre esse imóvel. A lei de registros públicos também se

preocupou com esta situação e definiu algumas regras que devem ser

observadas. São elas:

• Para remir o imóvel hipotecado, o adquirente requererá, no

prazo legal, a citação dos credores hipotecários propondo,

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para a remição, no mínimo, o preço por que adquiriu o

imóvel.

• Se o credor, citado, não se opuser à remição, ou não

comparecer, lavrar-se-á termo de pagamento e quitação e

o Juiz ordenará, por sentença, o cancelamento de

hipoteca.

No caso de revelia, consignar-se-á o preço à

custa do credor.

• Se o credor, citado, comparecer e impugnar o preço

oferecido, o Juiz mandará promover a licitação entre os

credores hipotecários, os fiadores e o próprio adquirente,

autorizando a venda judicial a quem oferecer maior preço.

Na licitação, será preferido, em igualdade

de condições, o lanço do adquirente.

Na falta de arrematante, o valor será o

proposto pelo adquirente.

• Arrematado o imóvel e depositado, dentro de quarenta e

oito (48) horas, o respectivo preço, o Juiz mandará

cancelar a hipoteca, sub-rogando-se no produto da venda

os direitos do credor hipotecário.

• Se o credor de segunda hipoteca, embora não vencida a

dívida, requerer a remição, juntará o título e certidão da

inscrição da anterior e depositará a importância devida ao

primeiro credor, pedindo a citação deste para levantar o

depósito e a do devedor para dentro do prazo de cinco dias

remir a hipoteca, sob pena de ficar o requerente sub-

rogado nos direitos creditórios, sem prejuízo dos que lhe

couberem em virtude da segunda hipoteca.

• Se o devedor não comparecer ou não remir a hipoteca, os

autos serão conclusos ao Juiz para julgar por sentença a

remição pedida pelo segundo credor.

• Se o devedor comparecer e quiser efetuar a remição,

notificar-se-á o credor para receber o preço, ficando sem

efeito o depósito realizado pelo autor.

• Se o primeiro credor estiver promovendo a execução da

hipoteca, a remição, que abrangerá a importância das

custas e despesas realizadas, não se efetuará antes da

primeira praça, nem depois de assinado o auto de

arrematação.

• Na remição de hipoteca legal em que haja interesse de

incapaz intervirá o Ministério Público.

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• Das sentenças que julgarem o pedido de remição caberá o

recurso de apelação com ambos os efeitos.

• Não é necessária a remição quando o credor assinar, com

o vendedor, escritura de venda do imóvel gravado.

3.8 Do Registro Torrens

• Requerida a inscrição de imóvel rural no Registro Torrens,

o oficial protocolará e autuará o requerimento e

documentos que o instruírem e verificará se o pedido se

acha em termos de ser despachado.

• O requerimento será instruído com:

o I - os documentos comprobatórios do domínio do

requerente;

o II - a prova de quaisquer atos que modifiquem ou

limitem a sua propriedade;

o III - o memorial de que constem os encargos do

imóvel os nomes dos ocupantes, confrontantes,

quaisquer interessados, e a indicação das

respectivas residências;

o IV - a planta do imóvel, cuja escala poderá variar

entre os limites: 01h50min (1/500) e 1:5. 000m

(1/5.000).

O levantamento da planta

obedecerá às seguintes regras:

empregar-se-ão goniômetros ou

outros instrumentos de maior

precisão;

a planta será orientada segundo o

mediano do lugar, determinada a

declinação magnética;

fixação dos pontos de referência

necessários a verificações

ulteriores e de marcos especiais,

ligados a pontos certos e estáveis

nas sedes das propriedades, de

maneira que a planta possa

incorporar-se à carta geral

cadastral.

Às plantas serão anexados o memorial e

as cadernetas das operações de campo,

autenticadas pelo agrimensor.

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• O imóvel sujeito a hipoteca ou ônus real não será admitido a

registro sem consentimento expresso do credor hipotecário ou

da pessoa em favor de quem se tenha instituído o ônus.

• Se o oficial considerar irregular o pedido ou a documentação,

poderá conceder o prazo de trinta (30) dias para que o

interessado os regularize. Se o requerente não estiver de

acordo com a exigência do oficial, este suscitará dúvida.

• Se o oficial considerar em termos o pedido, remetê-lo-á a juízo

para ser despachado.

• O Juiz, distribuído o pedido a um dos cartórios judiciais se

entender que os documentos justificam a propriedade do

requerente, mandará expedir edital que será afixado no lugar

de costume e publicado uma vez no órgão oficial do Estado e

três (3) vezes na imprensa local, se houver, marcando prazo

não menor de dois (2) meses, nem maior de quatro (4) meses

para que se ofereça oposição.

• O Juiz ordenará, de ofício ou a requerimento da parte, que, à

custa do peticionário, se notifiquem do requerimento as

pessoas nele indicadas.

• Em qualquer hipótese, será ouvido o órgão do Ministério

Público, que poderá impugnar o registro por falta de prova

completa do domínio ou preterição de outra formalidade legal.

• Feita a publicação do edital, a pessoa que se julgar com direito

sobre o imóvel, no todo ou em parte, poderá contestar o pedido

no prazo de quinze dias.

A contestação mencionará o nome e a

residência do réu, fará a descrição exata do

imóvel e indicará os direitos reclamados e os

títulos em que se fundarem.

Se não houver contestação, e se o Ministério

Público não impugnar o pedido, o Juiz

ordenará que se inscreva o imóvel, que ficará,

assim, submetido aos efeitos do Registro

Torrens.

• Se houver contestação ou impugnação, o procedimento será

ordinário, cancelando-se, mediante mandado, a prenotação.

• Da sentença que deferir, ou não, o pedido, cabe o recurso de

apelação, com ambos os efeitos.

• Transitada em julgado a sentença que deferir o pedido, o oficial

inscreverá, na matrícula, o julgado que determinou a

submissão do imóvel aos efeitos do Registro Torrens,

arquivando em cartório a documentação autuada.

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Síntese da aula No decorrer deste tema, procuramos trabalhar os diversos aspectos e

peculiaridades referentes ao Registro de Imóveis, fazendo uma análise de cada

um de seus institutos e suas coesões, demonstrando a importância dos atos

praticados por este ofício. Dentre os temas abordados, vimos os conceitos de

matrícula, averbação e até mesmo registro, sendo importante frisar que esse

tema assim como toda essa disciplina é extremamente positivista, uma vez que

os registros devem ser precisos e seguir seus ritos garantindo assim os

princípios que o norteiam.

Atividade

Dentre as afirmativas abaixo, marque a incorreta:

a) O Livro Indicador Pessoal tem por função reunir o nome de todas as

pessoas que figurarem em qualquer dos outros livros, seja no pólo passivo,

ativo, de forma direta ou indireta, fazendo referência aos seus respectivos

números de ordem.

b) As atribuições do Registro de imóveis estão descritas no art. 172 da Lei de

Registros Públicos e consiste no registro e na averbação de títulos ou atos

constitutivos, declaratórios, translativos e extintivos de direitos reais sobre

imóveis reconhecidos em lei, inter vivos ou mortis causa, tanto para sua

constituição, transferência e extinção, como para sua validade contra terceiros

ou para sua disponibilidade, resumindo-se nestas as suas funções legais.

c) Na remição de hipoteca legal em que haja interesse de incapaz não intervirá

o Ministério Público.

d) A averbação pode ser definida como o ato responsável pela escrituração das

alterações e extinções do ato do registro, estando definidas no art. 167, II da

Lei de Registros Públicos de forma expressa e taxativa. Essas averbações

serão feitas á margem da inscrição a que se refere, ou ainda em sua

transcrição ou até mesmo na matrícula. Vejamos as definições legais de

averbação e cancelamento.

Comentário Esta atividade tem como alvo incentivá-lo a leitura do texto, instigando-

o a encontrar a alternativa que não corresponde ao que efetivamente se

encontra no texto.

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Tema 09

Registros de Títulos E Documentos

Objetivos Conhecer um pouco mais o funcionamento dos Cartórios de

Registros de Títulos e Documentos;

Discutir a importância dessa atividade prestada à sociedade.

Introdução Nesta aula, iremos estudar como é o funcionamento dos Registros e

Títulos e Documentos, discriminando a diligência e o desempenho de seus

profissionais.

Depois de verificar o que são os Registros e suas funções, iremos

abordar um tipo de registro especifico, assim para melhor compreensão vamos

entender o que seria um Registro de Títulos e Documentos.

Seria um registro que traz um domínio e segurança jurídica para vários de tipos

de documentos. E com isso traz também a eternidade de um documento

importante.

ATRIBUIÇÕES São exercidas por profissionais que recebem confiança do Estado e,

assim sendo, possuidor da fé pública. Os registradores são designados para

receber e registrar informações pessoais dos documentos e títulos a serem

registrados e com isso promovendo a sua autenticidade.

A lei 6015/73 em seu art. 127 menciona, que “no Registro de Títulos e

Documentos será feita a transcrição:

I - dos instrumentos particulares, para a prova das obrigações

convencionais de qualquer valor;

II - do penhor comum sobre coisas móveis;

III - da caução de títulos de crédito pessoal e da dívida pública federal,

estadual ou municipal, ou de Bolsa ao portador;

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IV - do contrato de penhor de animais, não compreendido nas

disposições do art. 10 da Lei nº 492, de 30-8-1934;

V - do contrato de parceria agrícola ou pecuária;

VI - do mandado judicial de renovação do contrato de arrendamento

para sua vigência, quer entre as partes contratantes, quer em face de terceiros

(art. 19, § 2º do Decreto nº 24.150, de 20-4-1934);

VII - facultativo, de quaisquer documentos, para sua conservação.

OBS.: VALE LEMBRAR QUE CABERÁ AO REGISTRO DE TITULOS E

DOCUMENTOS A CONSUMAÇÃO DE QUAISQUER REGISTROS NÃO

COMINADO EXPRESSAMENTE A OUTRO OFÍCIO.

Para surtir efeitos a terceiros, certos títulos e documentos terão que ser

registrados neste cartório; estes estão mencionado na lei em seu art 129, os

quais são:

1º) os contratos de locação de prédios, sem prejuízo do disposto do

artigo 167, I, nº 3;

2º) os documentos decorrentes de depósitos, ou de cauções feitos em

garantia de cumprimento de obrigações contratuais, ainda que em separado

dos respectivos instrumentos;

3º) as cartas de fiança, em geral, feitas por instrumento particular, seja

qual for a natureza do compromisso por elas abonado;

4º) os contratos de locação de serviços não atribuídos a outras

repartições;

5º) os contratos de compra e venda em prestações, com reserva de

domínio ou não, qualquer que seja a forma de que se revistam, os de alienação

ou de promessas de venda referentes a bens móveis e os de alienação

fiduciária;

6º) todos os documentos de procedência estrangeira, acompanhados das

respectivas traduções, para produzirem efeitos em repartições da União, dos

Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou em qualquer

instância, juízo ou tribunal;

7º) as quitações, recibos e contratos de compra e venda de

automóveis, bem como o penhor destes, qualquer que seja a forma que

revistam;

8º) os atos administrativos expedidos para cumprimento de decisões

judiciais, sem trânsito em julgado, pelas quais for determinada a entrega, pelas

alfândegas e mesas de renda, de bens e mercadorias procedentes do exterior.

9º) os instrumentos de cessão de direitos e de créditos, de sub-rogação

e de dação em pagamento.

Nos casos enumerados acima, obterá um prazo de vinte dias, contar

da data da assinatura pelas partes; serão registrados no domicílio das partes

contratantes e, quando habitar estas em circunscrições territoriais diferente, far-

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS se-á o registro em todas elas. Caso esses registros sejam apresentados depois

de acabado o prazo, germinarão efeitos a partir da data da exibição. Sendo

esses registros feitos sem antecedente distribuição.

Consta que nos cartórios de Títulos e Documentos será obrigatório o

uso de determinados livros os quais são:

I - Livro A - protocolo para comentário de todos os títulos, documentos

e papéis apresentados, para serem registrados diariamente;

Agora, Vejamos o Funcionamento e a Organização desses Registros de Titulos e Documentos!!!!!!!!

II - Livro B - para transporte integral de títulos e documentos, seu

amparo e validade contra terceiros, ainda que registrados por extratos em

outros livros;

III - Livro C - para inscrição, por saída, de títulos e documentos, a fim

de surtirem efeitos em relação a terceiros e autenticação de data;

IV - Livro D - indicador pessoal, substituível pelo sistema de fichas, a

critério e sob a responsabilidade do oficial, o qual é obrigado a fornecer, com

presteza, as certidões pedidas pelos nomes das partes que figurarem, por

qualquer modo, nos livros de registros.

OBS.: O art. 134, da lei 6015/73, menciona que “ o Juiz, em caso de afluência

de serviço, poderá autorizar o desdobramento dos livros de registro para

escrituração das várias espécie de atos, sem prejuízo da unidade do protocolo

e de sua numeração em ordem rigorosa.

Visando assim à agilidade e praticidade neste serviço, consta, porém,

que o protocolo deverá conter colunas para as seguintes anotações: a) número

de ordem, continuando, indefinidamente, nos seguintes; b) dia e mês; c)

natureza do título e qualidade do lançamento (integral, resumido, penhor, etc.);

d) o nome do apresentante; e) anotações e averbações.

A lei dos Registros Públicos menciona, também, que em seguida ao

registro, é necessário fazer o protocolo, remitindo o número do paginado livro

em que foi ele lançado, mencionando-se, também, o número e a página de

outros livros em que houver qualquer nota ou declaração concernente ao

mesmo ato.

Outro ponto importante é que, desde que devidamente autorizado pelo

juiz corregedor permanente, é possível o oficial realizar o registro por meio de

microfilmagem, realizando contudo lançamentos remissivos ao protocolo,

considerando ainda o nome dos contratantes, a data e a natureza dos

documentos, passando os microfilmes a fazer parte dos livros de registro.

O registro pode ainda ser literal ou resumido. Literal é quando ocorre a

translação de todo o título, com todos os seus detalhes; já no registro resumido

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS apenas será anotada a natureza do título se tratar de documento ou papel, seu

valor, prazo, local de realização, nome e condições legais das partes, nomes

das testemunhas, data da assinatura, bem como do reconhecimento de firma

da partes, estipulando o serviço, data e escrevente que realizou, número de

ordem e data de protocolo e averbação, e os valores e tipos de impostos

recolhidos.

Tratando-se de documento de interesse de fundação, é imprescindível

a intervenção do Ministério Público.

DA ORDEM DOS SERVIÇOS

Ao ser apresentado um título ou documento para registro ou

averbação, serão anotados no protocolo a data em que foram apresentados, o

nome de quem apresentou, a natureza do instrumento e a espécie de

lançamento que será realizado, tudo sob o número de ordem seqüencial.

Quando o título ou documento for escrito em língua estrangeira, no livro

“B” pode ser registrado em sua forma original, já no livro “C”, deverá tal

documento ser apresentado já devidamente traduzido.

Seu apontamento deverá ser imediato e seqüencial, assim como o

registro e a averbação. Não sendo possível sua efetivação imediata, deve ser

feito o mais rapidamente possível de forma a não prejudicar a prenotação.

O título desprovido de suas formalidades legais terá necessariamente

seu registro recusado. Havendo suspeita de falsificação do documento, o oficial

pode sobrestar o título já protocolado até a efetiva notificação do apresentante,

mas, se a falsificação for evidente deverá o oficial encaminhar o título ao juiz

corregedor para que este tome as providências cabíveis.

Havendo o registro integral de título que já possuía registro por extrato,

ou havendo registro simultâneo, este deverá ser devidamente mencionado no

lançamento posterior.

Quando houver solicitação por parte do requerente, o oficial deve

notificar todos os interessados no título ou documento apresentado, tomando

todas as providências para realizar as notificações. As certidões decorrentes

dessas notificações deverão ser devidamente lavradas no livro competente, à

margem de seu respectivo registro. Sendo vedada a anexação de objetos, as

notificações, apenas papéis e documentos.

Essa notificação poderá ser feita via postal com Aviso de Recebimento

(AR), desde que devidamente solicitada pelo apresentante do título.

Quando houver a utilização de microfilmagem, tais certidões deverão

ter sua referência no livro “D’, para fins de localização.

DO CANCELAMENTO

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Podemos dizer que:

O cancelamento de registro ou averbação será feito em virtude de sentença, ou de documento autêntico de quitação, ou de exoneração do título registrado. Apresentado documento hábil, o oficial certificará, na coluna das averbações do livro respectivo, o cancelamento e sua razão mencionando o documento que o autorizou, datando e assinando a certidão e de tudo fazendo referência nas anotações do protocolo. (FILHO, LOUREIRO, 2004, p. 87)

Os requerimentos de cancelamento serão arquivados juntamente com

os respectivos documentos que lhes instruíram, anotando-se ainda as

providência tomadas em razão deste.

DA AUTENTICAÇÃO DE MICROFILMES

As serventias de Registro de Títulos e Documentos podem desde que

devidamente autorizadas pelo Juiz Corregedor Permanente ou pelo Ministério

da Justiça, microfilmar seus documentos.

Mas também é possível autenticar microfilmes apresentados por

particulares, mas para isso é preciso que se verifique alguns requisitos:

a) requerimento de que constem a qualificação

completa do apresentante e a indicação do número

do rolo do microfilme;

b) filme original de câmara e rolo cópia, ou filmes

simultâneos em prata; quando se tratar de cópia,

esta poderá ser diazóica ou reproduzida por outro

processo que assegure a durabilidade e

permanência de imagens;

c) termos de abertura e encerramento de acordo

com os modelos fixados pelo Decreto n. 64.398, de

24 de abril de 1969, devidamente assinados pelo

responsável pela microfilmagem e pelos

documentos;

d) termos de correção ou emenda, quando as

houver, também subscritos pelo responsável;

e) certificado de garantia de serviços de

microfilmagem, quando executadas por firmas

especializadas. (FILHO, LOUREIRO, 2004, p. 88/89)

E, por fim, os Serviços de Registro de Títulos e Documentos devem

verificar para autenticar os microfilmes se o original confere com a cópia; se o

filme se encontra em boas condições de conservação; se os termos possuem

meios de localização do conteúdo do microfilme e se o mesmo se encontra de

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS acordo com a legislação vigente. Cumpridas todas as exigências acima

descritas é expedida a certidão de validade do microfilme, de acordo com a

legislação, cabendo ainda ao Cartório chancelar com marca indelével o início e

o fim do filme.

SINTESE DA AULA

Neste tema, tratamos o funcionamento de um Cartório de Registros de

Títulos e Documentos, esmiuçando sua importância e função na sociedade,

considerando, também, as atribuições específicas desse cartório.

Atividades

1-Quanto ao Registro de Títulos e Documentos, é correto afirmar que será feita

a transcrição:

a) dos instrumentos particulares, para a prova das obrigações convencionais

de qualquer valor;

b) do penhor comum sobre bens imóveis;

c) da caução de títulos de crédito pessoal e da dívida pública federal, estadual

ou municipal e federal, ou de Bolsa ao portador;

d) dos instrumentos não particulares para a prova das obrigações não

convencionais de qualquer valor.

2. No tocante ao conteúdo ministrado, mencione quais são os títulos e

documentos que terão que ser registrados para que surtir efeitos a terceiros!

Comentários Questão 01: para retorquir esta pergunta será necessário que verifiquem o

conteúdo exposto na apostila e a bibliografia indicada.

Questão nº 2: nesta questão verifique no conteúdo exposto na apostila e na

bibliografia indicada, à parte que relata sobre os efeitos a terceiros.

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Tema 10

Tabelionato de Notas

Objetivos

Conhecer um pouco mais o funcionamento de um tabelionato de notas

abordando a importância de suas atividades prestadas à sociedade.

Introdução Nesta aula, iremos abordar o Tabelionato de Notas, mencionando a

atividade e funções de seus profissionais.

Antes de começarmos a discutir a matéria, vamos esclarecer quem são

os indivíduos que exercem esta função.

Os Tabeliães são pessoas que, após passarem por rigorosa avaliação

em um concurso público acessível a todo brasileiro formado em Direito,

assumem a responsabilidade de administrar um tabelionato de notas, redigindo

quaisquer atos ou contratos aos quais o cidadão queira garantida a fé pública.

Por serem indivíduos que recebem confiança do Estado e, portanto,

por possuírem fé pública, os tabeliães são encarregados de receber e registrar

informações pessoais do cidadão e atestar a sua autenticidade promovendo,

assim, comum acordo e a paz social de um país.

Como relata a Lei 8935/94:

Art. 7º Aos Tabeliães de notas compete com exclusividade:

I - lavrar escrituras e procurações públicas;

II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados;

III - lavrar atas notariais;

IV - reconhecer firmas;

V - autenticar documentos.

Quanto a lavratura das escrituras e procurações públicas Quanto ao inciso primeiro do art. 7º, podemos dizer primeiramente que

como todos os instrumentos, são dotados de fé publica, fazendo prova plena.

Para o devido cumprimento da lavratura das escrituras, o titular deverá

providenciar livros específicos para lançamento dos atos indicados,

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS demonstrando sempre o número e condições compatíveis com o movimento

diário, sobretudo antevendo o término dos livros anteriores, de modo a garantir

a continuidade. Vale frisar que as partes figurantes em atos lavrados são

indicadas em índices feitos em fichas, em livros ou em suportes eletrônicos.

A lavratura das escrituras e procurações exige alguns requisitos para

que seja feito a prova plena.

De acordo com o autor, Walter Ceneviva (2002, p.48,49 e 50), para que

seja feita prova plena é necessário ressaltar alguns requisitos genéricos e

específicos para a validade. Senão vejamos:

Requisitos genéricos Todos os atos realizados nos Tabelionatos e notas devem apresentar

a) dia, mês e ano, local da lavratura (na sede da serventia ou fora dela, neste

caso com endereço perfeitamente caracterizado), e, se solicitado pela parte,

indicação do horário de início e fim do lançamento;

b) nome e qualificação das pessoas naturais comparecentes ao ato –

nacionalidade, profissão, domicílio, residência, estado civil (referindo o cônjuge

se casado), regime de bens (legal ou estabelecido por pacto antenupcial, este

a ser completamente caracterizado, incluindo numero do registro e cartório

imobiliário onde, se for o caso, haja bem dos nubentes), número do documento

de identidade, repartição expedidora e número de inscrição no CPF;

c) nome da pessoa jurídica, mediante comprovação documental, registro na

Junta Comercial ou no registro civil de pessoas jurídicas, a disposição

estatutária ou contratual autorizadora do comparecimento, qualificando o

representante legal, com a indicação do modo de sua escolha;

d) para representação por procurador, mediante comprovação documental. Por

instrumento público: data, livro e folha do serviço onde lavrado, e data do

traslado ou certidão; por instrumento particular: com firma reconhecida, os

elementos constantes dele;

e) em cumprimento de alvará judicial, entregue no ato, com identificação plena

do juízo e da data da emissão, com prazo de validade;

f) indicação do objeto do ato ou do negócio jurídico referido, pormenorizando a

declaração das partes (por exemplo: pagamento à vista ou a prazo, em

dinheiro ou em cheque, cumprindo compromisso anteriores ou não, com

quitação plena ou parcial).

Após cumpridas estas formalidades, o ato será lido em voz alta para os

presentes, assim sendo certificado. Ao final, são lançados o montante dos

emolumentos devidos e o termo de encerramento, seguido pela assinatura dos

presentes, sendo esta de próprio punho (no caso de analfabetos será dado

com a impressão digital do polegar direito).

Importa ressaltar que a assinatura ou a impressão digital das partes é de

fundamental importância, pois na sua falta o fato será considerado sem efeito.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

Requisitos específicos

Há, ainda, requisitos a serem observados na produção de certos atos notariais,

individualmente. Caso não haja o seu preenchimento, sujeitará os infratores a

responsabilidades civil e penal.

No que diz respeito à escritura de imóvel, o trabalho do tabelião de notas inclui

a verificação e a transposição dos dados adiante referidos:

a) logradouro, número, município e distrito da localização. Tratando-se só de

terreno, indica se lado par ou ímpar do logradouro, quadra e distância métrica

da esquina mais próxima, características e confrontações. Se tais elementos

constarem, em forma atualizada, da certidão dos registros de imóveis, o notário

pode apenas indicá-los com clareza no instrumento lavrado, dispensando a

transcrição, ficando arquivada no serviço;

b) titulo aquisitivo e respectivo registro imobiliário (transcrição ou matrícula e

respectivos registros ou averbações), declarando inexistência de ônus ou

impedimento, ou a existência deles, a serem especificados;

c) certidão negativa de debito (CDN) do INSS, na forma das leis especiais

referentes à seguridade social ou declaração de não sujeição aos encargos

previdenciários, sob as penas da lei;

d) tratando-se de unidade em condomínio, é necessária a declaração de

quitação de despesas condominiais, impostos e taxas, com exibição das

respectivas certidões, salvo se dispensadas pelo adquirente.

Vale ressaltar que foi criado pelo art. 21 da Lei 10.257/2001 (ESTATUTO DA

CIDADE), o direito de superfície, pelo qual o “proprietário urbano poderá

conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo

determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no

cartório de registro de imóveis”. Portanto a escritura para esse efeito deverá

observar a legislação urbanística do município e, em havendo plano diretor, o

tabelião tem o dever de orientar as partes, de acordo com sua missão.

Direito de Superfície: Consiste no direito de um individuo conceder a outrem o direito de assentar qualquer obra, ou plantar em seu solo.

Já em se tratando de imóvel rural, a escritura deverá conter:

a) indicação dos elementos essenciais do Certificado de Cadastro do INCRA

(número, área do imóvel, modulo, valor) e autorização deste, em caso de

desmembramento, proibido o ato escritural, se referente à área inferior ao

módulo, salvo se destinado a agregar-se a imóvel vizinho e se o remanescente

for superior ao módulo;

b) comprovante de pagamento do imposto municipal de transmissão, salvo se

permitido o pagamento após o ato lavrado.

A aquisição de imóvel por pessoas estrangeiras sofre algumas restrições em

nome dos interesses nacionais. Assim, o notário deverá tomar algumas

cautelas, verificando os aspectos abaixo:

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS a) é livre a aquisição para imóvel de área igual ou inferior a três módulos, por

pessoa física, salvo se situado em área de segurança ou de fronteira, quando a

legislação especifica deve ser observada, sendo também aplicável para a

hipótese da letra seguinte. A autorização não é dispensada se houver

aquisição de mais de um imóvel de área igual ou inferior a três módulos,

bastando à declaração do adquirente estrangeiro nesse sentido, sob as penas

da lei;

b) a soma das áreas rurais de propriedade de estrangeiro de nacionalidades

diversas não pode ultrapassar a quarta parte da superfície do município, e a

soma das áreas rurais de propriedade de estrangeiros da mesma

nacionalidade não pode exceder de dez por cento da superfície do município,

conforme verificado no serviço do registro de imóveis.

Quanto aos requisitos específicos dos demais atos notariais:

No que diz respeito a lavrar testamentos públicos, o art. 1864, I, do

Código Civil, vem relatando que: “são requisitos essenciais do testamento

público: I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de

notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de

minuta, notas ou apontamentos”.

O tabelião, sendo um agente do Poder Público, pode ser autorizado

pelo testador a comunicar a existência da disposição favorável a entidade

beneficente, ou sua revogação, ao representante legal desta, respeitando o

dever do sigilo quanto ao conteúdo da declaração feita.

De acordo com o art. 1868 do Código Civil, o testamento cerrado é

aquele escrito ou assinado pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo. Para

ser aprovado pelo tabelião, é necessário observar as seguintes formalidades: o

testador entrega o testamento ao tabelião, em presença de duas testemunhas,

declarando ser aquele seu testamento e que quer que seja aprovado; o

tabelião lavra o auto de aprovação, que é lido, em seguida, ao testador e

testemunhas, e assinado por todos.

O tabelião deverá começar o auto de aprovação logo após a última

palavra do testador, declarando, sob sua fé, que o testamento lhe foi entregue

pelo testador para ser aprovado na presença das testemunhas, passando,

assim, a cerrar e coser o instrumento aprovado (art. 1869 do Código Civil)

Depois de aprovado e cerrado o testamento, será entregue ao testador,

o tabelião lançará no livro nota do lugar e data (dia, mês e ano) em que o

testamento foi aprovado.

No tocante à lavratura das atas notariais, primeiramente cabe perguntar:

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

O que é uma “Ata Notarial?”

É um instrumento público solicitado ao tabelião de notas a pedido de um individuo com interesse legítimo, o qual tem o objetivo de constatar a verdade de um fato que o notário presenciou.

Por ser um instrumento público solicitado por um indivíduo interessado,

a ata notarial é muito confundida com a escritura pública. A diferença básica

entre elas é que, na primeira, o tabelião faz a forma narrativa do que

presenciou cumprindo a objetividade dos fatos; já na escritura pública, o

tabelião apenas constitui um negócio jurídico.

De acordo com autores Lair da Silva Loureiro Filho e Claudia Regina

Magalhaes Loureiro (2004, p.175), “a responsabilidade da redação dos atos

notários, é exclusiva do tabelião, não devendo constar no instrumento

afirmação de ter sido feita sob minuta”.

Ressalte-se que o tabelião, ao elaborar a ata, não poderá emitir sua

opinião pessoal a respeito dos fatos presenciados.

Quanto ao reconhecimento de firma, trata-se de uma atividade com

caráter burocrático e repetitivo.

De acordo com o autor, Ceneviva (2002, p.55), O reconhecimento de firmas só será possível a contar de fichários que contenham padrões das assinaturas a reconhecer , para poder indicar se a firma é autentica , quando não lançada em presença do titular ou do substituto autorizado.Assim é porque o verbo e conhecer corresponde a afirmar a coincidência gráfica , visível a olho nu , entre a assinatura no documento apresentado e aquela que foi previamente lançada nas fichas do serviço.

De acordo com os autores Lair da Silva Loureiro Filho e Claudia Regina

Magalhaes Loureiro (2004, p. 176), o conteúdo da ficha-padrão destinada ao

reconhecimento de firmas deve trazer estas informações:

a) nome do depositante, endereço, profissão, nacionalidade, estado civil,

filiação e data do nascimento;

b) indicação do número de inscrição no CIC, quando for o caso, e do

documento de identidade, com o respectivo número, data de emissão e

repartição expedidora;

c) data do depósito da firma;

d) assinatura do depositante, aposta duas vezes;

e) rubrica e identificação do tabelião ou escrevente que verificou a regularidade

do preenchimento;

f) no caso de depositante cego ou portador de visão subnormal, certidão de

que depositante exibiu cédula de identidade, cujo número foi anotado, bem

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS como de que as assinaturas do depositante e as de dois representantes,

devidamente qualificados foram lançados na presença do notário.

Quanto à autenticação de cópias, trata-se de dar veracidade a uma

cópia de um documento original, atribuindo, assim, a ela a fé pública, por meio

de cópia autenticada.

Assim relatamos todas as funções dispostas na lei e exercidas dentro

de um tabelionato de notas por seus profissionais competentes. Mas vale

lembrar que o parágrafo único do art 7º da Lei 8935/94 menciona que é

facultado aos tabeliães de notas realizar todas as gestões e diligencias

necessárias ou convenientes ao preparo do atos notariais, requerendo o que

couber, sem ônus maiores que os emolumentos devidos.

O art. 8º da Lei nos traz que, “é livre a escolha do tabelião de notas,

qualquer que seja o domicilio das partes ou o lugar de situação dos bens objeto

do ato ou negócio”, assim demonstrando que as partes não estão obrigadas a

escolher nenhum tabelionato determinado, seja em função de onde moram ou

do local do negocio que será realizado, mas sim que é livre nesta escolha.

Já o art. 9º, nos traz que, “o tabelião de notas não poderá praticar atos de seu

oficio fora do município para o qual recebeu delegação”.

As partes possuem liberdade de escolha de tabelionatos de acordo

com suas necessidade, já o tabelião de notas possui competência restrita à sua

área de delegação.

Síntese da aula Neste tema, abordamos o funcionamento de um Tabelionato de Notas,

especificando sua importância e função na sociedade. Consideramos, também,

os requisitos específicos do tabelionato e expusemos a natureza do serviço dos

profissionais dessa área.

Atividades 1. Quanto ao testamento cerrado, é correto afirmar que:

a) o testamento cerrado é escrito ou assinado pelo testador, ou por outra

pessoa, a seu rogo;

b) o testador entrega-o ao tabelião, declarando ser aquele seu testamento e

que quer que seja aprovado, sem que seja necessário a presença de

testemunha;

c) neste testamento especificamente o tabelião poderá mencionar a sua

opinião pessoal sob o ato jurídico;

d) a aprovação de testamento cerrado não faz parte das atribuições do

tabelionato de notas.

2. O que seria uma Ata Notarial? Neste ato o tabelião poderá emitir sua opinião

pessoal a respeito dos fatos presenciados? Explique.

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Comentários Questão 01: para responder esta pergunta será necessário, que verifiquem o

conteúdo exposto na apostila e a bibliografia indicada. Resposta correta: a.

Questão nº 2: nesta questão verifique n o conteúdo exposto na apostila e na

bibliografia indicada, a parte que relata os requisitos específicos das atribuições

dos e funções dos Tabelionatos de notas.

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Tema 11

Registro Civil das Pessoas Jurídicas

Objetivos Conhecer um pouco a importância do Registro Civil das Pessoas

Jurídicas, como e onde é utilizado esse registro, para assim podermos

questionar mais fatos que ocorrem em nosso dia a dia.

Introdução

Nesta aula, iremos abordar o Registro Civil das Pessoas Jurídicas,

para assim podermos entender essa forma de registro, mencionando a

atividade e funções de seus profissionais.

Em primeiro lugar, vamos definir o que é uma pessoa jurídica, assunto

este já tratado na matéria de Direito Civil, no tema 04, na apostila do 1º

Bimestre, assim:

Unidade Jurídica de agrupamento humano organizado, estável, com finalidade ou finalidades públicas ou privadas, distintas dos indivíduos que a compõem, capazes de adquirir direitos e contrair obrigações. União, Estados, Municípios são exemplos de pessoas jurídicas de direito publico; as sociedades civis, fundações e etc., pessoas jurídicas de direito privado. (CASTRO, p. 247).

O conceito de Pessoa Jurídica já foi tratado na matéria de Direito Civil

O Novo Código Civil menciona em seus arts.40-44, quem são as

pessoas jurídicas de direito público e privado:

*Pessoas jurídicas de direito público interno:

I-a União;

II-os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III-os Municípios;

IV-as autarquias;

V- as demais entidades de caráter público criada por lei.

*Pessoas Jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas

as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

*Pessoas jurídica de direito privado:

I - as associações;

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS II - as sociedades;

III - as fundações.

As associações se fazem pela união de pessoas que se organizam

para fins não econômicos sendo, assim, registradas no Registro Civil das

Pessoas Jurídicas.

Já as fundações nascem quando o seu instituidor faz, por escritura

pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a

que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Sendo

esta somente para constituir fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

Assim, logo após feita a escritura de dotação de bens, devem ser registrados

no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Quanto às sociedades, são originadas por pessoas que reciprocamente

se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade

econômica e a partilha, entre si, dos resultados.

Seria a publicidade do ato, de que esse registro trará a esta pessoa

jurídica, sendo ela Pública ou Privada, para que assim elas possam assumir

obrigações, e posteriormente, adquirir direitos e deveres.

O novo Código Civil, em seu art.45, dispõe que “começa a existência

legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato

constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de

autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas

as alterações por que passar o ato constitutivo”.

E Qual Seria a Importância dos

Registros Civil das Pessoas Juridicas?

Vista a definição de pessoas jurídicas, vamos agora estudar quais as

atribuições do oficial de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, as quais de

acordo com os autores Lair da Silva Loreiro Filho e Claudia Regina Magalhães

Loureiro (2004, p.91), seriam:

a)Registrar os contratos, os atos constitutivos, os estatutos ou

compromissos das sociedades religiosas, pias, morais, cientificas

ou literais, bem como os das fundações, exceto as de direito

publico, e das associações de utilidade publica;

b)registrar as sociedades revestidas das formas estabelecidas nas

leis comerciais, com exceção das sociedades anônimas;

c)registrar os atos constitutivos e o estatuto dos partidos políticos;

d)matricular jornais e demais publicações periódicas, oficinas,

impressoras, empresas de radiodifusão que mantenha serviços de

noticias, reportagens , comentários , debates e entrevista , e as

empresas que tenham por objeto o agenciamento de noticias;

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

e)averbar , nas respectivas inscrições e matriculas , todas as

alterações supervenientes que importarem em modificações das

circunstâncias constantes do registro, atendidas as diligências das

leis especiais em vigor;

f)dar certidões dos atos que praticarem em razão do ofício;

g)registrar e autenticar livros das sociedades, exigindo a

apresentação do livro anterior, com a comprovação de, no mínimo,

50% da utilização de suas páginas, bem como uma cópia

reprográfica do termo de encerramento para arquivo no Serviço.

Para que sejam aceitos os registros e arquivamentos dos atos que

constituem as pessoas jurídicas, bem como seus respectivos estatutos, é

imprescindível a assinatura de advogado legalmente habilitado. Essa exigência

legal estende-se, ainda, a suas emendas ou modificações.

O art. 114. da Lei nº 6015/73, menciona que “ no Registro Civil de

Pessoas Jurídicas serão inscritos:

I - os contratos, os atos constitutivos, o estatuto ou compromissos

das sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou

literárias, bem como o das fundações e das associações de

utilidade pública;

II - as sociedades civis que revestirem as formas estabelecidas

nas leis comerciais, salvo as anônimas.

III - os atos constitutivos e os estatutos dos partidos políticos.

Além dessas atribuições, é importante conhecermos as limitações

legais dos atos que podem ser praticados, no que diz respeito ao Registro Civil

de Pessoas Jurídicas. A lição de Loureiro Filho e Loureiro (2004, p. 92) que diz:

a) O registro de quaisquer atos relativos às associações e sociedades, se

os atos constitutivos não estiverem registrados no mesmo Serviço;

b) Na mesma comarca, o registro de sociedades, associações e

fundações, com a mesma denominação;

c) A execução de serviços concernentes ao Registro do Comércio, por

constituírem atribuições exclusivas das juntas comerciais.

De acordo com os autores Loureiro Filho e Loureiro (2004, p. 95), são

requisitos para o registro de pessoa jurídica: “serão apresentadas duas vias

do estatuto, compromisso ou contrato, com reconhecimento de todas as

firmas neles apostas, pelas quais far-se-á registro mediante petição do

representante legal da sociedade.”

Consta que se faz necessário, à apresentação de certos documentos e

procedimentos para se obter o registro de pessoas jurídicas, os quais

são:

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS

1-O Contrato Social em 03 vias com firmas reconhecidas dos sócios,

testemunhas e advogados;

2-Fotocópias autenticadas da Carteira de Identidade e CPF dos sócios;

3-Verificar se consta nos documentos da empresa o nome da "rua",

"número","sala"", bairro", "cidade", "Estado" e "CEP".

4-Caso objetivo social envolver atividades privativas de administrador,

contabilista, economista, advogado, etc., deve-se apresentar certidão

dos respectivos conselhos regionais, como CRA, CRC, CRE e OAB.

5-Que o Capital Social terá que constar em moeda corrente no País, divisão de

cotas e seu valor unitário. *Deve constar do Contrato Social o nome

do administrador, observando-se que, não havendo esta menção,

todos os sócios serão considerados como gerentes.

*No caso da empresa ser microempresa será necessária a

apresentação do formulário de enquadramento como microempresa,

em 03 vias, com firmas reconhecidas dos sócios. É dispensado o

visto do advogado.

VALE LEMBRAR QUE:

*Existem alguns Estados onde a prestação de serviço também pode ser registrada nas Juntas Comerciais. * É necessário o sócio rubricar todas as folhas do Contrato Social onde não constem as assinaturas.

Quanto aos Registros de Jornais Oficinas Impressoras, Empresas de

Radiodifusão e Agências de Notícias, o art. 122 da lei 6015/73, dispõe

que:

I - os jornais e demais publicações periódicas

II - as oficinas impressoras de quaisquer natureza, pertencentes a

pessoas naturais ou jurídicas;

III - as empresas de radiodifusão que mantenham serviços de notícias,

reportagens, comentários, debates e entrevistas;

IV - as empresas que tenham por objeto o agenciamento de notícias.

Ressaltando, ainda, para melhor aprendizagem que

existem as informações necessárias para matricula de

determinadas empresas, as quais são:

*Jornais ou outras publicações periódicas:

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS a) título do jornal ou periódico, sede da redação, administração e oficinas

impressoras, esclarecendo, quanto a estas, se são próprias ou de terceiros, e

indicando, neste caso, os respectivos proprietários;

b) nome, idade, residência e prova da nacionalidade do diretor ou redator-

chefe;

c) nome, idade, residência e prova da nacionalidade do proprietário;

d) se propriedade de pessoa jurídica, exemplar do respectivo estatuto ou

contrato social e nome, idade, residência e prova de nacionalidade dos

diretores, gerentes e sócios da pessoa jurídica proprietária.

* Oficinas impressoras:

a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário,

se pessoa natural;

b) sede da administração, lugar, rua e número onde funcionam as oficinas

e denominação destas;

c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pertencentes a pessoa

jurídica.

*Empresas de radiodifusão:

a) designação da emissora, sede de sua administração e local das

instalações do estúdio;

b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou redator-

chefe responsável pelos serviços de notícias, reportagens, comentários,

debates e entrevistas.

*Empresas noticiosas:

a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário,

se pessoa natural;

b) sede da administração;

d) exemplar do contrato ou estatuto social, se pessoa jurídica.

Síntese da aula

Nesta aula, consideramos o significado de Pessoa Jurídica, para assim

podermos adentrar no assunto central da aula, que seria Registro Civil das

Pessoas Jurídicas, abordando a importância e as formas deste registro.

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EAD UNITINS – REGISTROS PÚBLICOS - FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS Atividades No que diz respeito a pessoas jurídicas, é correto afirmar que:

a)São consideradas pela lei pessoas jurídicas de direito público interno: a

União; os Estados, o Distrito Federal os Territórios; os Municípios; as

autarquias; as demais entidades de caráter publico criada por lei e os Estados

estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional

público.

b)São consideradas pela lei pessoas jurídicas de direito privado, as

associações; as sociedades; as fundações.

c)São consideradas pela lei, pessoas jurídicas de direito privado somente as

associações e as sociedades;

d)São consideradas pela lei pessoas jurídicas de direito publico interno

somente a União, Estado e o Distrito Federal.

2)Como podemos definir a formação das associações?

Comentários Questão nº 1:

Para resolver esta questão será, necessária a releitura da apostila na parte que

defini o que seria uma pessoa jurídica.

Questão nº 2:

Nesta questão, verifique no conteúdo exposto na apostila e na bibliografia

indicada, a parte que relata quem seria as pessoas de direito privado.

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