apostila de odontologia legal

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APOSTILA DE ODONTOLOGIA LEGAL Rayssa Mendonça Vitorino – 8º SEMESTRE

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APOSTILA DE ODONTOLOGIA LEGAL

Rayssa Mendonça Vitorino – 8º SEMESTRE

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ODONTOLOGIA LEGAL

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CONCEITOS E NOÇÕES HISTÓRICAS

o A Odontologia Legal nos seus primórdios:

­ Oscar Amoedo: Arte dentária

o Corpos carbonizados das vítimas são identificados através da análise da arcada dentária.

o Denominação e campo de atuação:

­ Emerito Paulista é o autor da “Odontologia Legal”

o Campo de ação é restrita na região de cabeça e pescoço, abrangendo as perícias no vivo,

no morto, nos esqueletos (Ossadas), em fragmentos, peças dentárias isoladas e/ou

vestígios lesionais.

o Áreas de atuação:

­ Consultório: Exame diagnóstico para dar laudo.

­ IML: Identificação de indivíduos achados.

­ Fórum: Identificação, exame e avaliação de mordeduras, em agressões sexuais, etc.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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CÓDIGO DE ÉTICA ODONTOLÓGICA

o Desde 1º de Janeiro de 2013 entrou em vigor o novo Código de Ética Odontológica.

o Cirurgiões dentistas de todo país participaram desse código que vai atender as

necessidades dos profissionais e, principalmente

o O novo código proíbe qualquer iniciativa oferecendo serviços odontológicos com o objetivo

de aliciar pacientes. Também não é mais permitida à participação em programas de

comercialização coletiva e a divulgação com finalidade mercantil através de cartões de

desconto, sites promocionais, compras coletivas, telemarketing ativo, caixas de som

portáteis e plaqueteiros, ou seja, quaisquer práticas envolvendo o mercantilismo. Estão

liberadas apenas entrevistas ou artigos com finalidade educativa.

o Quanto à comunicação entre profissionais e clientes, recomenda-se que os cirurgiões

dentistas informem por escrito tudo o que for relacionado ao tratamento. Desde o

orçamento, assim como material que será utilizado, condições de pagamento e evolução do

processo terapêutico. “Esta medida pode evitar eventuais transtornos ou possíveis sanções”.

o CAPÍTULO I – Disposições preliminares:

­ Art. 1º - O Código de Ética Odontológica regula os direitos e deveres do CD em

âmbito público e/ou privado.

­ Art. 2º - Em benefício da saúde do ser humano.

­ Art. 3º - Visar satisfazer as necessidades da saúde da população.

­ Art. 4º -

o CAPÍTULO II – Dos direitos fundamentais:

­ Art. 5º -

I – Diagnosticar, planejar e executar.

II – Guardar sigilo a respeito das informações.

III – Contratar serviços de outros profissionais da Odontologia.

IV – Recusar exercer a profissão em âmbito público ou privado em que as

condições não sejam dignas, seguras ou salubres.

V – Renunciar ao atendimento do paciente, durante o tratamento, quando da

constatação de fatos que prejudiquem o bom relacionamento com o paciente

ou pleno desempenho profissional.

VI – Recusar qualquer disposição estatutária de instituição pública ou privada,

que limite a escolha dos meios a serem postos em prática para o

estabelecimento do diagnóstico e para a execução do tratamento, bem como

recusar-se a realizar atividades que não sejam de sua competência legal.

VII – Decidir o tempo a ser dedicado ao paciente ou periciado, evitando que o

acúmulo de encargos, consultas, perícias ou outras avaliações venham

prejudicar o exercício pleno da Odontologia.

­ Art. 6º - Técnicas e auxiliares podem recusar a executar atividades que não sejam

da sua competência técnica, ética e legal.

­ Art. 7º - Direitos das técnicas e auxiliares:

I – Executar seus trabalhos sob a supervisão dos CDs.

II – Resguardar o segredo profissional.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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III – Recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as

condições de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres.

o CAPÍTULO III – Dos deveres fundamentais:

­ Art. 8º - CDs, técnicos e auxiliares devem cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos

e legais da profissão.

­ Art. 9º - Deveres fundamentais e sua violação caracteriza infração ética.

I – Manter regularizada suas obrigações financeiras junto ao Conselho

Regional.

II – Manter os dados cadastrais atualizados.

III – Zelar e trabalhar pelo desempenho da ética.

IV – Assegurar as condições adequadas para o desempenho ético-profissional

da Odontologia.

V – Exercer a profissão com comportamento digno.

VI – Manter atualizados os conhecimentos profissionais.

VII – Zelar pela saúde e pela dignidade do paciente.

VIII – Resguardar o sigilo profissional.

IX – Promover a saúde coletiva no desenvolvimento de suas funções, cargos e

cidadania, independente de exercer a profissão no setor público ou privado.

X – Elaborar e manter atualizados os prontuários na forma das normas em

vigor, incluindo os prontuários digitais.

XI – Apontar falhas nos regulamentos e nas normas das instituições em que

trabalhe, quando as julgar indignas para o exercício da profissão ou

prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos

competentes.

XII – Promulgar pela harmonia na classe.

XIII – Abster-se da prática de atos que impliquem mercantilização da

Odontologia ou sua má conceituação.

XIV – Assumir responsabilidade pelos atos praticados, ainda que estes tenham

sido solicitados ou consentidos pelo paciente ou seu responsável.

XV – Resguardar sempre a privacidade do paciente.

XVI – Não manter vínculo com entidade, empresas ou outros desígnios que os

caracterizem como empregado, credenciado ou cooperado quando as mesmas

se encontrarem em situação ilegal, irregular ou inidônea.

XVII – Comunicar aos conselhos regionais sobre atividades que caracterizem o

exercício ilegal da Odontologia e que sejam de seu conhecimento.

XVIII – Encaminhar o material ao laboratório de prótese dentária devidamente

acompanhada de ficha específica assinada.

o CAPÍTULO IV – Das autorias e perícias odontológicas:

­ Art. 10º - Constitui infração ética:

I – Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como

perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites de suas atribuições e de

sua competência.

II – Intervir, quando na qualidade de perito ou auditor, nos atos de outro

profissional, ou fazem qualquer apreciação na presença do examinado,

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ODONTOLOGIA LEGAL

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reservando suas observações, sempre fundamentadas, para o relatório

sigiloso e lacrado, que deve ser encaminhado a quem de direito.

III – Acumular as funções de perito/auditor e procedimentos terapêuticos

odontológicos na mesma entidade prestadora de serviços odontológicos.

IV –

V – Negar, na qualidade de profissional assistente, informações odontológicas

consideradas necessárias ao pleito da concessão de benefícios

previdenciários, sobre seu paciente.

VI – Receber remuneração, gratificação ou qualquer outro benefício por

valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa.

VII – Realizar ou exigir procedimentos prejudiciais aos pacientes e ao

profissional, contrário às normas de vigilância.

o CAPÍTULO V – Do relacionamento:

­ Seção I – Com o paciente:

Art. 11º - Constitui infração ética:

I – Discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer

pretexto.

II – Aproveitar-se de situações decorrentes da relação

profissional/paciente para obter vantagem física, emocional, financeira

ou política.

III – Exagerar em diagnóstico, prognóstico ou terapêutica.

IV – Deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custos

e alternativas do tratamento.

V – Executar ou propor tratamento desnecessário.

VI – Abandonar paciente, salvo por motivo justificável, circunstância em

que serão conciliados os honorários e que deverá ser informado ao

paciente ou ao seu responsável legal de necessidade da continuidade

do tratamento.

VII – Deixar de atender paciente que procure cuidados profissionais em

caso de urgência, quando não haja outro CD em condições de fazê-lo.

VIII – Desrespeitar ou permitir que seja desrespeitado o paciente.

IX – Adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva

comprovação científica.

X – Iniciar qualquer procedimento com o consentimento do paciente,

exceto em casos de urgência ou emergência.

XI – Delegar a profissionais técnicos ou auxiliares atos ou atribuições

exclusivas da profissão de CD.

XII – Opor-se a prestar esclarecimentos e/ou fornecer relatórios sobre

diagnósticos e terapêuticas, realizados no paciente, quando solicitados

pelo mesmo, por seu representante legal ou nas formas previstas em

lei.

XIII – Executar procedimentos como técnico em prótese, técnicos, além

daqueles discriminados na lei que regulamenta a profissão e nas

resoluções do Conselho Federal.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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XIV – Propor ou executar tratamento fora do âmbito da Odontologia.

­ Seção II – Com a equipe de saúde:

Art. 12º - No relacionamento entre os inscritos, sejam pessoas físicas ou

jurídicas, serão mantidos o respeito, a lealdade e a colaboração técnico-

científica.

Art. 13º - Constitui infração ética:

I – Agenciar, aliciar ou desviar paciente de colega.

II – Assumir emprego ou função sucedendo o profissional demitido ou

afastado em represália por atitude de defesa.

III – Praticar ou permitir que se pratique concorrência desleal.

IV – Ser conivente em erros técnicos ou infrações éticas, ou com

exercício irregular.

V – Negar, injustificadamente, colaboração técnica de emergência ou

serviços

VI – Criticar erro de colega ausente.

VII – Explorar colega nas relações de emprego ou quando compartilhar

honorários, descumprir ou desrespeitar a legislação.

VIII – Ceder consultório a colega inadimplente.

o CAPÍTULO VI – Do sigilo profissional

o CAPÍTULO VII – Dos documentos odontológicos

o CAPÍTULO VIII – Dos honorários profissionais

o CAPÍTULO IX – Das especialidades

o CAPÍTULO XVI – Do anúncio, da propaganda e da publicidade:

­ Técnicos e auxiliares é vedado a eles propaganda dirigidas ao público em geral.

­ Serão permitidas apenas propagandas em revistas especializadas, exceto ao

auxiliar de Saúde Bucal, com o nome do profissional ou laboratório.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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EXERCÍCIO LÍCITO E ILÍCITO DA ODONTOLOGIA NO BRASIL

o Exercício lícito da Odontologia:

­ Art. 5º - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida as

qualificações profissionais que a lei estabelecer.

­ Habilitação profissional: Diplomado por curso reconhecido pelo Ministério da

Educação = Título Idônio.

­ Autorização legal:

Inscrição na Repartição Sanitária competente Estadual ou Municipal (SUS)

Inscrição no Conselho Regional

Registro no Conselho Federal de Odontologia

­ Decreto Art. 23º - A inscrição no CRO tem que ser requerida com todos os dados

(Filiação, RG, CPF, naturalidade, estado civil e diploma registrado pelo MEC).

­ Tipos de inscrição:

Provisória – Para recém-formados. Recebe esse por enquanto que não recebe

o permanente.

Principal – Local fixo, aonde mora. Por estado. O estado que o profissional

passa mais tempo exercendo a profissão.

Secundária – Outro estado que mora.

Temporária – Dura por 90 dias para decidir se fica.

Remida – Pessoas mais antigas que recebem como “título” com efeito de

condecoração pelo o que já contribuiu. É uma premiação que o CRO dá pelos

serviços prestados na área da odontologia e não precisa pagar.

­ Devem estar inscritos:

Cirurgiões dentistas, técnicos em prótese, etc.

o Atribuições do Cirurgião Dentista:

­ Regula o exercício da Odontologia

­ Art 1º - O exercício da Odontologia no território nacional é regido pelo disposto na

presente Lei.

o Compete ao Cirurgião Dentista:

­ Exercer ofícios da área: Praticar todos os atos pertinentes à Odontologia decorrente

de conhecimentos adquiridos em cursos regulares ou em cursos de pós-graduação.

­ Prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo,

indicadas na Odontologia.

­ Atestar, no setor da sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive,

para justificação de faltas ao emprego.

Requisitos:

A efetiva prática do ato profissional que originou as consequências

atestadas.

A pose da atualização legal (Ser formado).

Não estar suspenso do exercício profissional.

Cuidados:

Atestar SOMENTE o que se tenha verificado: Ter conhecimento que

estar atestando para a pessoa certa (Pedir RG).

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Atestado falso é crime – Crime Falsidade ideológica Artigo 302

Código Penal: Detenção de um mês a um ano. E se, o crime é com fins

de lucro, aplica-se também multa.

Omitir documento público ou particular declaração que dele deveria

constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da

que devia ser escrita, com o fim prejudicar direito, criar obrigação ou

alterar a verdade sobre o fato juridicamente relevante: Pena- reclusão,

de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de

um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Componentes de um atestado:

Qualificação do profissional – Nome, profissão, CRO, endereço,

telefone.

Qualificação do paciente – Nome, RG.

Finalidade específica do atestado – Para fins trabalhistas, escolares,

esportivos.

Afirmar que o paciente esteve sob os cuidados profissionais, sem

especificar a natureza do atendimento (Sigilo profissional) – Código

Internacional de Doenças (Colocar o CID apenas se o paciente

autorizar).

Colocar o horário do início do atendimento e o fim, impossibilidade de

comparecer ao trabalho (Diz o motivo).

Deve permanecer em repouso (Diz quantos dias).

Conclusão – Relativa às consequências: Esteve sob os cuidados

profissionais de tal hora a tal hora; Impossibilidade de comparecimento

ao trabalho; Deve permanecer em repouso por um ou mais dias.

Deve conter local, data e assinatura.

­ Proceder à perícia odontologia legal em foro civil, criminal, trabalhista e em sede

administrativa:

Âmbito Civil:

Ressarcimento de danos

Ressarcimento de honorários

Ressarcimento no âmbito criminal

Âmbito Criminal:

Identificação no vivo e no cadáver

Perícias antropológicas – Estimativas de sexo, idade, estatura.

Lesões corporais

Perícias de manchas

ATESTADO Atesto para fins trabalhistas, que a Sra. Patrícia Amanda da Silva Andrade portadora da cédula de RG 2006029197520, esteve nesta data sobre meus cuidados profissionais das 18h ás 21h devendo permanecer dois dias de repouso.

Local e data Assinatura do profissional.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Determinação da embriaguez alcoólica

Âmbito Trabalhista:

Acidente – Tipo

Doenças profissionais com manifestação bucal

Doenças profissionais do Cirurgião Dentista

­ Aplicar anestesia local ou troncular.

­ Empregar a analgesia e hipnose, desde que comprovadamente habilitado, quando

constituírem meios eficazes para o tratamento.

­ Manter anexo ao consultório o aparelho de Rx.

­ Prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que

comprometam a vida e a saúde do paciente.

­ Utilizar função de perito em casos de necropsia.

o É vedado ao Cirurgião Dentista:

­ Expor em público trabalhos odontológicos e usar de artifícios de propaganda para

granjear clientela (Facebook, Instagram, etc).

­ Anunciar cura de determinadas doenças, para as quais não haja tratamento eficaz.

­ Exercício de mais de duas especialidades (Pode exercer, porém não pode divulgar

mais de duas).

­ Consultas mediante correspondência, rádio, televisão ou meios semelhantes.

­ Prestação de serviço gratuito em consultórios particulares.

­ Divulgar benefícios recebidos de clientes.

­ Anunciar preços de serviços modalidade de pagamento e outras formas de

comercialização clínica que significa competição desleal.

o Exercício Ilícito da Odontologia:

­ Exercício ilegal (Art. 282):

Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou

farmacêutico sem autorização legal ou exercendo-lhes os limites:

Sem autorização legal

Exercer os limites

Pena – Detenção seis meses a dois anos. Parágrafo-único: Se o crime é

praticado para o fim de lucro aplica-se multa.

Jurisprudência = Habilidade

Diz em que você vai ser enquadrado

Tendo sido apenado com suspensão do exercício profissional, continuar

exercendo sua atividade odontológica durante o período de suspensão.

O Cirurgião-dentista e o exercício ilegal:

Após ter concluído o curso sem o diploma (Declaração de conclusão e ir

ao CRO fazer a carteira provisória).

Quando diplomado em escola por estrangeira exerce sua atividade

profissional no Brasil sem, entretanto, proceder á revalidação do

diploma e aos seus registros que se fizerem necessários.

Praticar intervenção fora área da atuação de competência do cirurgião-

dentista.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Ilícito administrativo cometido pelo cirurgião-dentista tendo sido

apenado com suspensão do exercício profissional, continuar exercendo

sua atividade odontológica durante o período de sua suspensão.

Tendo sido transferido para outro estado sem providência decorrido ao

prazo de 90 dias a transferir sua inscrição para o CRO sobre cuja

jurisdição passou a atuar.

Imprudência do exercício ilegal da Odontologia:

Imprudência do exercício ilegal da Odontologia.

Profissional não inscrito no conselho inocorrente, incontínuo, exercendo

sua atividade como portador de diploma registrado nas repartições

federais competentes sem contido estar inscrito no CRO não estar o

dentista praticando o artigo 282 do Código Penal.

Mas se infringir normas administrativas circunstanciadas quem seja

sanções correspondentes inclusive um fechamento do gabinete

dentário, pois nesse crime o dolo há de ocorrer contra a saúde pública e

não contra administração do serviço privada.

Causas do exercício ilegal:

Má distribuição dos profissionais

Pobreza ambiental e ignorâncias das populações (Instalações de

consultórios na periferia).

Credulidade humana (Mal caráter)

Ineficiência dos serviços de fiscalização (CRO)

Cumplicidade dos chefes políticos

Má formação técnica e deontológica dos CDs

Não cumprimento do estado e suas obrigações

­ Charlatanismo (Art. 283):

“Conversar muito, tagarelar e iludir é típico do charlatão”.

Profissional de triste figura que usa e abusa do exibicionismo, com artifícios da

artimanha para engabelar a clientela (Graça Leite).

Vontade consciente e livre de anunciar e inculcar meio de tratamento, curas

infalíveis, de maneira secreta. (Conhecimento da fraude).

Simulação de dificuldade diagnóstica.

Consultas inúteis e terapêuticas desnecessárias.

Publicações eloquentes de agradecimentos e elogios pelos pacientes.

Simulação de meios que não possuem.

Pena: Detenção de três meses a um ano e multa.

Charlatões inconscientes:

Os profissionais despreparados e ultrapassados, que não procuram

acompanhar o progresso de sua ciência não podem ser considerados

infratores, pois a ignorância o atraso e a falta de motivação para o

estudo não caracteriza o dole.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Tipos:

Estacionários – São aqueles que descuidam aprimoramento da

leitura permanecendo no que aprenderam ou em situação mais

precária do que iniciaram.

Superficiais – Quase não olham para o paciente, preenchem

seus receituários sem cuidados necessários e se restringem

somente ao tratamento sintomático.

Sistemáticos – São os que conhecem duas ou mais drogas,

previamente formulada receitando-as para todos os casos.

Causas do charlatanismo:

Má formação odontológica e técnica

Concorrência predatória

Ganância ou vaidade do profissional

Fragilidade moral do profissional

­ Curandeirismo (Art. 284):

Exercer o curandeirismo prescrevendo ministrando ou aplicando habitualmente

qualquer substancia usando gestos, palavras ou qualquer outro meio.

Jurisprudência: Há perigo a saúde se for comprovado a habitualidade com que

o acusado ministrava “posses” e obrigavam adultos e adolescentes a ingerir

sangue de animais e bebidas alcoólicas colocando em perigo a saúde e

levando adolescentes a dependência ao álcool.

Prescrever, ministrar, gestos, palavras ou fazer diagnósticos.

Pena: Detenção de seis meses a dois anos. Se o crime é praticado mediantes

remuneração o agente fica sujeito à multa.

o Competências das demais categorias profissionais ligadas à Odontologia:

Técnicos em próteses dentárias:

Executar a partes mecânicas dos trabalhos odontológicos.

Ser responsável perante os serviços de fiscalização respectivos pelo

cumprimento disfunções legais que regem a matéria.

Ser responsável pelo treinamento de auxiliares e serventes do laboratório de

prótese dentaria.

Prestar sobre qualquer forma assistência direta a clientes.

Manter em sua oficina equipamentos e instrumentais específicos no

consultório odontológico.

Fazer propaganda de seus serviços ao publico em geral.

Técnicos em higiene dental:

Participar do treinamento de atendente de consultórios dentários.

Colaborar programas educativos em saúde bucal.

Colaborar em levantamentos de estudos epidemiológicos como coordenador,

monitor ou anotador.

Educar e orientar os pacientes ou grupo de pacientes sobre prevenção e

tratamento de doenças bucais.

Fazer demonstrações de técnica de escovação.

Responder pela administração da clinica.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Supervisionar sobre delegação o trabalho dos atendentes de consultórios

dentários.

Fazer a tomada e a revelação do raio-x e radiografias intra-orais.

Realizar teste de vitalidade pulpar.

Realizar remoção de indultos, placas e cálculos supragengivais.

Executar a aplicação de substancias para a prevenção de cárie dentaria.

Inserir e condensar substancia restauradora.

Polir restaurações.

Proceder à antissepsia do campo operatório antes e após os atos cirúrgicos.

Remoção de sutura.

Confeccionar modelo e preparar moldeira.

Técnicos em higiene dental:

Exercer a atividade de forma autônoma.

Prestar serviço direto ou indiretamente a paciente sem supervisão do cirurgião

dentista.

Realizar na cavidade bucal dos pacientes procedimentos não discriminados no

artigo 20 nessas normas.

Fazer propaganda dos seus serviços mesmo em revistas ou jornais

especializados na área odontológica.

Auxiliares em saúde bucal:

Orientar os pacientes sobre a higiene bucal.

Marcar consultas.

Preencher e anotar fichas clínicas.

Manter em ordem arquivos em fichários.

Controlar o movimento financeiro.

Revelar e montar radiografias intra-orais.

Preparar o paciente para o atendimento.

Auxiliar no atendimento ao paciente.

Instrumentar o cirurgião dentista e o técnico junto á cadeira operatória.

Promover isolamento no campo operatório.

Manipular material odontológico.

Seleção de moldeira.

Confecção de modelos de gesso.

Aplicar métodos preventivos ao controle da cárie.

Proceder á conservação e manutenção do equipamento odontológico.

Auxiliares:

Exercer a atividade de forma autônoma.

Prestar assistência direta ou indireta a paciente sem a supervisão do cirurgião

dentista ou técnico.

Realizar na cavidade bucal dos pacientes procedimentos não discriminados no

artigo 19 nessas normas.

Fazer propaganda dos seus serviços revistas, jornais, na área odontológica.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Auxiliares de prótese: Reprodução de modelo.

Vazamento de modelos em seus diversos tipos.

Montagem de modelos nos diversos tipos de articuladores.

Prensagem de peças protéticas em resina acrílica.

Fundição em metais.

Casos simples de inclusão.

Contenção de moldeira individual com material indicado.

Curetagem de acabamento e polimento das peças protéticas.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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PRONTUÁRIO ODONTOLÓGICO

o Introdução:

­ Como herança direta do pensamento grego, notadamente aristotélico, nossa ciência

nasceu, cresceu e amadureceu sempre observando, classificando, organizando e

arquivando.

­ Na Odontologia, o profissional deve cuidar do registro clássico, documentando e

arquivando tudo dos pacientes, no sentido de melhor guardar as informações.

­ Nos consultórios médicos, temos assistido a uma verdadeira história coletiva, que se

iniciou com o erro médico e que, aos poucos, os cirurgiões-dentistas têm sido

vítimas de inúmeras tentativas dessa epidemia, vitimados pelo cometimento de erros

odontológicos.

­ O prontuário tem função de guardar as suas informações técnico-profissionais, bem

como e por quanto tempo guardar a documentação odontológica. No “crescente”

número de processos por responsabilidade profissional, com frequência o dentista

nem sempre consegue provar que trabalhou corretamente.

­ A necessidade do prontuário surgiu através de uma pressão sobre o CFO para

institucionalizar o uso de prontuário, sendo hoje presentes como prática obrigatória

no Código de Ética.

­ Atende a “uma orientação para o cumprimento da exigência” contida no Capítulo III,

dos deveres fundamentais, Código de Ética Odontológica, Art 5, Incidivo VIII.

Elaborar e manter atualizados os prontuários de pacientes, conservando-os em

arquivo próprio.

­ Proposição: Elaborar um modelo de prontuário odontológico.

­ Finalidade: Resguardar os profissionais em questões éticas e legais.

o Deve ser considerado em três parâmetros:

­ Clínico: A formação odontológica e a vasta literatura odontológica, oferecendo os

subsídios necessários para elaboração dessa documentação. (Escrever aquilo que o

paciente falou como queixa principal e em alguns casos colocar entre aspas).

­ Administrativo e legal: A documentação de todas as fases da atuação profissional é

de suma importância, pois está intimamente ligada com o clínico, proposto no seu

plano de tratamento, podendo a falta ou falha dessa documentação comprometer a

sua validade sobre o aspecto legal (Fazer um procedimento e esquecer-se de pedir

para o paciente assinar ou dar a sua anuência).

o Para que serve o prontuário?

­ Identificação de cadáveres

­ Defesa dos profissionais em ações judiciais

­ Recuperação do plano de tratamento

o Divisão:

­ Documentação fundamental:

Identificação

Anamnese

Exame clínico

Plano de tratamento

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ODONTOLOGIA LEGAL

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­ Documentos suplementares:

Receitas

Modelos

Radiografias

Pareceres

Atestados

Encaminhamentos

o Sem priorizar uns documentos sobre os outros, há três dentre eles que, merecem ser

destacados:

­ Ficha clínica: Porque é um perfil geral do paciente.

­ TCLE: Prova a autorização dos procedimentos (Outorga)

­ Contrato de prestação de serviços profissionais: É uma proteção tanto para

profissional e quanto para paciente.

o Importância da padronização:

­ O modelo do odontograma proposto:

É utilizado pela Interpol, constituído pelas cinco faces coronárias.

Deve-se ainda utilizar para identificação dos elementos dentários, o sistema

decimal, utilizado pela Federação Dentária Internacional (FDI).

­ No quadro de evolução dos procedimentos deve constar tudo relacionado ao

atendimento do paciente, como faltas, atestados, exames de imagem e laboratoriais.

NÃO DEVEM SER USADAS ABREVIAÇÕES.

o A quem pertence o prontuário?

­ Ao paciente, muito embora na posse seja sob a guarda do cirurgião-dentista. Se

necessário, poderá guardar uma cópia.

o Qual o tempo de guarda?

­ 10 anos da data da última consulta.

­ O ideal é guardar para vida toda.

o Atestado:

­ Deverá fazer cópia de atestado ou declaração. O paciente deve assinar como sinal

de recebimento e anuência, anexando a cópia ao prontuário.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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RESPONSABILIDADES DO CIRURGIÃO-DENTISTA

o Quais os requisitos para se exigir a responsabilidade do cirurgião-dentista?

­ A maior idade civil.

o Quais os requisitos para requerer responsabilidade? MAIOR IDADE.

­ São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os

menores de 16 anos, os que têm deficiência mental, aqueles que não podem

exprimir a sua vontade, os excepcionais e os pródigos.

­ Com mais de 18 anos, cessa a menor idade e passa a responder os exercícios civis.

­ Casamento para menores: Emancipação.

­ Maioridade penal.

­ Menores de idade são sujeitos às normas estabelecidas na Legislação Especial.

­ É pena reduzida para embriaguez alcoólica em que o sujeito não entende o dano

causado, porém o culpado não fica impune.

­ É obrigado indenizar outra pessoa por um dano causado a ela.

o Para que se concretize a responsabilidade do cirurgião-dentista, existe a necessidade da

ocorrência de cinco condições:

­ Agente

­ O ato profissional

­ Dano

­ Culpa

­ Nexo

o Juizado Especial Cível

o Responsabilidade Administrativa:

­ Sindicância interna

o Ética profissional:

­ Ex: A dentista do “gift card” que sorteava prêmios.

o Dano moral:

­ Dano espiritual ou material de valor inestimável.

o Imperícia:

­ É a falta de habilitação efetiva e de conhecimento técnico necessário o suficiente

para a realização da ação que os supõe ou os exige

Ex: Lesar um nervo por não atentar a aproximação com o canal mandibular.

Ex: Não fazer alívio na PT na parte do freio lingual.

o Negligência:

­ É o descaso, desatenção. É um ato omissivo.

Ex: Chegar atrasado ao plantão confiando no outro colega, paciente chegar

para ser atendido e não ter ninguém, agravando seu quadro.

Ex: Letra ruim (Receita indecifrável).

Ex: Pessoal técnico realizando procedimento do cirurgião-dentista.

o Imprudência:

­ Ex: Realizar um procedimento mais complexo em uma sessão.

­ Ex: Fazer um tratamento de orto de dois anos em poucos meses e causar

reabsorção devido à força.

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ODONTOLOGIA LEGAL

16

o Iatrogenia

o Acidente:

­ Mais inesperado do que imprevisível, pode ocorrer tanto no processo diagnóstico

quanto no terapêutico.

o Aumentaram os processos contra os cirurgiões-dentistas? SIM!!! Devido aos acessos aos

meios de comunicação.

­ Por que aumentaram?

Código de Defesa do Consumidor.

o Direitos Básicos do Consumidor:

­ Informação adequada

­ Proteção contra publicidade abusiva

­ Práticas ou cláusulas abusivas no fornecimento de produtos e serviços

­ Adequada e eficaz prestação dos serviços de saúde pública

­ Reexecução dos serviços já pagos

­ Abatimento proporcional ao preço

­ Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do

produto

­ O código exige que a publicação seja clara e entendível

o Processos abertos contra CDs:

­ Uso de técnicas experimentais

­ Quebra de sigilo

­ Propaganda enganosa

o Como se defender?

­ Prontuários bem feitos

­ Ficha clínica personalizada

­ Anamnese

­ Exames

­ Odontograma

­ Justificativas (Facilidade de interpretação mundialmente)

­ Plano de tratamento

­ Rx

­ Documentação suplementar

Faltas / Abandono do tratamento / Rechamadas

Atestados

Receitas

Fotografias (Antes e depois)

Recibos

TCLE – Há também a documentação de revogação (Que é um contrato de

cancelamento do tratamento), deve guarda-lo por 10 anos.

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ODONTOLOGIA LEGAL

17

COMUNICAÇÃO NA ODONTOLOGIA

o Um dos grandes dilemas da Odontologia, e que está relacionado ao comportamento ético,

consiste no fato de que aqueles que a exercem, em especial os cirurgiões-dentistas, se

depararem, frequentemente, com uma enorme dificuldade: Como se comunicar com seus

usuários, oferecendo seus serviços?

o Com base em sua origem etimológica (Do latim: Communicatio de communis = Comum, que

significa a ação de tornar algo comum a muitos ou o fato de pertencer a todos ou a muitos

igualmente), “a comunicação é o estabelecimento de uma corrente de pensamento ou

mensagem, dirigida de um indivíduo a outro, com o fim de informar, persuadir ou divertir”.

o No estudo de comunicação, uma área de grande interesse, relacionada ao exercício

profissional, é o da comunicação interpessoal, que é um método de comunicação que

promove a troca de informações ou mensagens entre as pessoas, o que prevê

obrigatoriamente, a existência mínima de um emissor e de um receptor.

o A comunicação e o novo Código de Ética Odontológica:

­ A prática do exercício profissional odontológico tem sido influenciada pelas grandes

transformações, com reflexo no comportamento humano, que marcaram o final e

início do novo milênio. Dentre os dispositivos legais que devem nortear a conduta do

cirurgião-dentista, em sua prática profissional, há que destacar a lei nº 5.081 de 24

de agosto de 1966, que regula o exercício da profissão odontológica e o Código de

Ética Odontológica.

­ O Código de Ética Odontológica, conceitualmente, é o instituto destinado a regular

os direitos e deveres de todos os inscritos nos respectivos conselhos regionais.

Suas normas éticas devem ser seguidas pelos cirurgiões-dentistas e pelos

profissionais de outras categorias auxiliares reconhecidas pelo CFO,

independentemente da função ou cargo que ocupem bem como pelas pessoas

jurídicas.

­ As mudanças ocorridas no campo da comunicação em Odontologia, representam

uma resposta aos apelos da classe que se sentia “engessada” por dispositivos

coercitivos que segundo alegações de cirurgiões-dentistas, e profissionais da área

de comunicação, dificultavam o acesso à clientela.

­ O Código dá ênfase à proibição dos profissionais auxiliares, técnicos em prótese

dentária, auxiliar de saúde bucal, técnico em higiene bucal, bem como os

laboratórios de prótese dentária fazer anúncios, propaganda ou publicidade dirigida

ao público em geral. Aos profissionais citados, serão permitidas propagandas em

revistas, jornais ou folhetos especializados, desde que dirigidas aos cirurgiões-

dentistas e acompanhadas do nome do profissional ou do laboratório, do seu

responsável técnico e do número de inscrição do CRO.

­ De acordo com os novos preceitos, na comunicação e divulgação, é obrigatório

constar o nome e o número da inscrição da pessoa física ou jurídica, bem como o

nome representativo da profissão de cirurgião-dentista e também das demais

profissões auxiliares regulamentadas. No caso de pessoas jurídicas, também o

nome e o número de inscrição do responsável técnico. Assim, nenhuma placa

indicativa do local de trabalho do cirurgião-dentista está correta, quando não conste

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ODONTOLOGIA LEGAL

18

o seu nome e o número de inscrição, acompanhado do nome, “cirurgião-dentista” e,

quando na pessoa jurídica, nome e número da inscrição do responsável técnico.

­ Um fato indicador no Novo Código de Ética é permitir ao CD poder “constar na

comunicação e divulgação: Áreas de atuação, procedimentos e técnicas de

tratamento, desde que, procedidos do título da especialidade registrada no CRO ou

qualificação profissional de clínico geral”.

­ Em função disso, cabe ao profissional da Odontologia estar atento às alterações que

se apresentem, de modo a não infringir os dispositivos éticos, mesmo que

discordando em alguns aspectos, como, por exemplo, a legitimidade e capacidade

dos “órgãos competentes” para prover a validade, através de um registro, de

determinados equipamentos e instalações.

­ As pessoas jurídicas, segundo o novo Código de Ética Odontológica estão

obrigadas a fazer constar em seus catálogos, livretos, etc., quando anunciam as

especialidades que disponibilizam aos seus associados ou usuários e público

interessado, somente os nomes daqueles profissionais que efetivamente possuem

a(s) especialidade(s) anunciada(s) e com inscrição no CRO.

o Características do bom atendimento:

­ Boa aparência e organização

­ Cordialidade, educação e atenção

­ Eficiência e pronto atendimento

­ Informação e esclarecimento

­ Personalização do atendimento

o Não expor em público os trabalhos odontológicos e não usar de artifícios de propaganda

para granjear clientela.

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ODONTOLOGIA LEGAL

19

HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

o Honorários: Forma de pagamento que fazem jus os profissionais liberais pelo serviço que

presta.

o Formas de remuneração:

­ Salário: Forma mais comum de ser usada

­ Vencimento

­ Soldo: Pessoal da área militar

­ Lucro: Pessoal da área empresarial

­ Honorários

o Dúvidas:

­ Qual o valor correto que eu devo cobrar por procedimento?

­ Qual o valor da minha hora clínica?

­ Quanto meu cliente pode pagar pelo procedimento?

­ Quanto o mercado de trabalho cobra por este procedimento?

­ Quanto ele me custa?

­ Qual é a minha margem de lucro?

­ Como e até quanto eu posso parcelar ou financiar este procedimento?

o Que critérios deve-se levar em consideração para estipular honorários?

­ O profissional:

Notoriedade

Cursos realizados

Títulos obtidos

Capacitação geral

Instalações do consultório

Local do consultório

­ O cliente:

O cliente é fundamental

Situação sócio-econômica

­ A doença:

Diferenças de complexidades

Não demorar no tratamento que poderia ser feito em poucas sessões

­ A importância do trabalho executado:

Complexidade do tratamento

Custo do material

Tempo de trabalho

Valor artístico do trabalho

Urgência do trabalho

­ A condição do meio:

Localização do consultório

Público da cidade em que trabalha (Ex: Cidade pequena X Cidade grande)

Verificar preços vigentes na área

Acatar o sistema local de pagamento

Influência do custo material

Page 21: APOSTILA DE ODONTOLOGIA LEGAL

ODONTOLOGIA LEGAL

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Concorrência desleal

o Quem deve os honorários?

­ Paciente ou responsável (Quando é o paciente é incapaz)

­ Incapaz – Responsável – Menor de idade

­ Necessidade da assinatura da autorização para o tratamento

o Gratuidade do serviço:

­ Quando o profissional fez promessa de não cobrar

­ Quando obteve dos pacientes relevantes favores pessoais

­ Quando há parentesco entre o profissional e paciente

­ Quando o paciente é um colega no exercício da profissão na mesma localidade ou

pessoa mantida por ele

­ Relações notórias e íntimas de amizade

o Art. 19 – Na fixação dos honorários, serão considerados:

­ I – Condição sócio-econômica do paciente e da comunidade

­ II – O conceito do profissional

­ III – O costume do lugar

­ IV – A complexidade do caso

­ V – O tempo utilizado no atendimento

­ VI – O caráter de permanência, temporariedade ou eventualidade do trabalho

­ VII – Circunstância em que tenha sido prestado o tratamento

­ VIII – A cooperação do paciente durante o tratamento

­ IX – O custo operacional; e,

­ X – A liberdade para arbitrar seus honorários, sendo vedado o avitamento

(Avitamento é fazer algo de forma desonrosa, cobrar bem mais caro que os outros)

profissional.

­ Parágrafo único: O profissional deve arbitrar o valor da consulta e dos

procedimentos odontológicos, respeitando as disposições deste Código e

comunicando previamente ao paciente os custos dos honorários profissionais.

o Art. 20 – Constitui infração ética:

­ I – Oferecer serviços gratuitos a quem possa remunerá-los adequadamente

­ II – Oferecer seus serviços profissionais como prêmio em concurso de qualquer

natureza

­ III – Receber ou dar gratificação por encaminhamento de paciente

­ IV – Instituir cobrança através de procedimento mercantilista

­ V – Abusar da confiança do paciente submetendo-o a tratamento de custo

inesperado

­ VI – Receber ou cobrar remuneração adicional de paciente atendido em instituição

pública, ou sob convênio ou contrato

­ VII – Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, paciente de instituição pública

ou privada para clínica particular

­ VIII – Permitir o oferecimento, ainda que de forma indireta, de seus serviços, através

de outros meios como forma de brinde, premiação ou descontos

­ IX – Divulgar ou oferecer consultas e diagnósticos gratuitos ou sem compromisso; e,

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ODONTOLOGIA LEGAL

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­ X – A participação do cirurgião-dentista e entidades prestadoras de serviços

odontológicos em cartão de descontos, caderno de descontos, “gift card” ou “vale

presente” e demais atividades mercantilistas.

­ Art. 21 – O cirurgião-dentista deve evitar o avitamento ou submeter-se a tal situação,

inclusive por parte de convênios e credenciamentos, de valores dos serviços

profissionais fixados de forma irrisória ou inferior aos valores referenciais para

procedimentos odontológicos.

o Cobrar ou não cobrar a primeira consulta?

­ Importância: As sessões de exame clínico e apresentação do plano de tratamento

são os momentos mais importantes do envolvimento clínico entre o paciente e o

profissional.

­ A comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos considera que deve ser de

40 minutos.

Page 23: APOSTILA DE ODONTOLOGIA LEGAL

ODONTOLOGIA LEGAL

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DOCUMENTOS ODONTOLEGAIS

o Documento:

­ É toda demonstração ou declaração escrita, resultante da atividade humana, com

finalidade de constituir prova de determinados fatos de interesse do direito.

­ Etimologia da palavra: “Documentu”, do verbo docere que significa mostrar, ensinar

e indicar.

­ É o conjunto das declarações, orais ou escritas, firmadas por CD, no exercício da

profissão, para servir como prova, que podem ser utilizadas com finalidade jurídica.

o Classificação dos documentos odontolegais:

­ Quanto à procedência:

Oficial: É aquele oriundo de uma repartição ou dependência oficial, como o

Centro de Saúde, o Instituto Médico Legal (IML), ou de um profissional que, no

momento de expedi-lo, esteja em uso e gozo de cargo ou função pública.

Oficioso: É todo documento emitido pelo CD, em consultório particular ou em

qualquer local ou instituição, desde que não esteja submetido ao vínculo do

cargo ou função pública.

­ Quanto à finalidade:

Administrativo: É todo documento produzido por CD, e que se destina a ser

apresentado perante qualquer pessoa, empresa, instituição ou repartição.

Judicial: É qualquer documento feito pelo CD que se destina a ser utilizado nos

autos de processo judicial (Ex: Atestado, para justificar ausência de

testemunha em audiência; Parecer, para alicerçar ação indenizadora).

­ Quanto ao conteúdo:

Verdadeiro: Diz-se daquele documento emitido por CD e cujo texto é a mera

expressão da verdade, isto é, contém dados técnicos de fatos que realmente

foram constatados no paciente.

Falso: É todo documento cujo conteúdo difere da realidade ou não é a

expressão da verdade. Seu autor está sujeito as penas que a lei impõe para

tanto.

o Tipos de documentos odontolegais:

­ Notificação ou Comunicação compulsória

­ Atestado: “É a afirmação simples e por escrito de um fato odontológico e suas

consequências”. É competência do CD atestar, no setor de sua atividade

profissional, estados mórbidos e outros e, inclusive, para justificação de faltas às

tarefas habituais.

Tipos de atestados:

Oficiosos ou clínicos: São os mais comumente fornecidos. Geralmente

são solicitados pelo próprio interessado para justificar faltas ao trabalho

ou outras atividades, estados de sanidade ou morbidade. Podem ser

redigidos em qualquer tipo de papel, desde que contenha identificação

do profissional (Nome, profissão e número do CRO) e do paciente. No

entanto, é aconselhável utilizar o bloco de receituário profissional.

Page 24: APOSTILA DE ODONTOLOGIA LEGAL

ODONTOLOGIA LEGAL

23

Administrativos: São atestados exigidos por determinadas repartições

públicas ou fornecidos por profissionais credenciados pelas mesmas.

Geralmente são feitos em impressos oficiais das próprias repartições.

Judiciários: São os atestados que são solicitados por autoridades

judiciárias. Ex: Obrigações eleitorais; Sanidade mental.

Elementos constitutivos dos atestados:

O paciente

O fato odontológico

As consequências do fato

O profissional competente para assinar

­ Relatório: É um documento descrito de forma minuciosa, obedecendo à determinada

formalidade, que deve contribuir com o esclarecimento de um ou mais fatos de

ordem odontológica. Quando é escrito pelo próprio perito: laudo (Ex: Laudo de

exame de corpo de delito). Quando é ditado pelo perito ao escrivão: auto (Ex: Ata de

exumação).

Partes do relatório:

Preâmbulo – É a introdução, nele devem constar: O local, a data, a hora

da perícia, a autoridade requisitante, a identificação do(s) perito(s)

designado(s), a identificação do periciado, o exame a ser realizado e os

quesitos a serem respondidos.

Histórico ou comemorativo – É um relato sucinto, ainda que completo,

do fato justificador do pedido de perícia. Esta parte deve ser creditada

ao periciado, não se deve imputar ao perito nenhuma responsabilidade

sobre o conteúdo.

Descrição – Contem todos os detalhes, os achados objetivos e

subjetivos dos exames realizados. É a parte mais importante do relatório

médico (Odonto-legal). Devem ser escritas todas as particularidades

que a lesão apresenta, tipo, forma, direção, número, idade, situação,

extensão, largura, disposição e profundidade.

Discussão – É o debate, a confrontação de hipóteses, as controvérsias

possíveis de cada caso. Onde os peritos expõem suas opiniões, os

achados objetivos e subjetivos. O termo discussão não quer dizer

conflito entre opiniões dos peritos, mas um diagnóstico lógico a partir de

justificativas racionais.

Conclusão – É a dedução tirada com a análise dos dados descrito e

discutidos, a posição final procurada pelo requerente da perícia.

Respostas aos quesitos – Permite a formação de juízos de valor, quer

pelas partes, quer pelo magistrado. São respondidos de forma clara e

objetiva, esclarecedora e fundamentada,

­ Parecer: É a resposta escrita a uma consulta formulada com o intuito de esclarecer

questões de interesse jurídico, feita pela parte ou pelo advogado de uma das partes

em processo judicial, procurando interpretar e esclarecer dúvidas levantadas em

relação a um relatório odontolegal.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Partes do parecer:

Preâmbulo – É a introdução, nele devem constar além do nome, todos

os títulos do parecerista e o nome do consulente, bem como a forma

como foi feita a consulta, se por escrito ou oralmente.

Exposição de motivos – É um histórico do caso, onde são relatados os

motivos da consulta e transcritos os quesitos (Caso tenham sido

propostos).

Discussão – É a parte mais importante do parecer, onde é feita a

análise de fatos e documentos, formuladas hipóteses plausíveis feitas

às deduções fundamentadas, que servirão de alicerce para a elucidação

das questões propostas.

Conclusão – É a parte em que a parecerista colocará de maneira

concisa a maneira de ver e interpretar os fatos.

Respostas aos quesitos – Permitirão a formação de juízos de valor, pelo

consulente.

­ Depoimento oral

­ Consulta

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ODONTOLOGIA LEGAL

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ESTOMATOLOGIA DO TRABALHO E INFORTUNÍSTICA

o Estomatologia do trabalho:

­ Conceito: É o capítulo das ciências forenses que estuda as manifestações,

alterações e estigmas que ocorrem na boca, em geral, como resultados de

exercícios de determinadas profissões ou atividades laborais.

­ Estigmas resultantes de profissões: Certas profissões podem produzir marcas

permanentes nos dentes: Por razões mecânicas, que introduzem desgastes

sucessivos e perdas mínimas de esmalte, em face de traumatismos reiterados.

Outras expõem a substâncias químicas, quer pelo depósito de íons, que pela ação

destrutiva, direta ou facilitadora, das substâncias químicas.

Ação mecânica:

Sapateiros, estofadores: Reentrâncias ou chanfraduras na borda

incisal dos incisivos centrais (Dentes de Hutchinson falsos). Segurar

tachas ou pregos entre os dentes.

Colchoeiros, estofadores, alfaiates e costureiras: Irregularidades ou

pequenas fissuras na borda incisal ou livre dos incisivos centrais. Puxar

o fio e, quando na medida, cortá-lo com o auxílio dos dentes em vez de

usar tesoura.

Músicos: Repetidos traumas com a boquilha, podem apresentar perdas

de substância no esmalte dos incisivos superiores centrais. Algo

semelhante com os sopradores de vidros devido ao trauma com a

boquilha da cana ou vara sobre os incisivos, tanto superiores como

inferiores. Músicos podem apresentar ainda, lesões nos lábios

(Queilites e lesões contusas), provocados pelos traumas mecânicos e

repetidos, no uso de instrumentos de sopro, de bocal (Embocadura).

Ação térmica:

Provadores de café: Podem desenvolver reações térmicas, que nas

mucosas das bochechas, quer no palato (Duro e mole).

Ação química: Provocam colorações características do esmalte e da dentina

pelo produto químico:

Chumbo: Manchas acinzentadas no colo dos incisivos e caninos.

Mercúrio: Coloração cinzenta global.

Cobre: Manchas esverdeadas com reborda azul.

Ferro: Manchas amarronzadas na borda livre dos incisivos.

Cádmio: Manchas amarelas.

Vapores corrosivos nitrosos ou sulfurosos: Podem provocar

destruição dos tecidos dentários e do periodonto, de forma progressiva,

ensejando o amolecimento e perda dos dentes, afora um maior índice

de cárie nas coroas clínicas.

Confeiteiros/Fábricas de doces: Manchas de forma circular, de cor

amarela ou preta dos tecidos desvitalizados, e localizadas,

exclusivamente na região do colo dos dentes (Glicose, sacarose,

frutose, maltose, etc.). No sulco periodontal, associados com maus

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ODONTOLOGIA LEGAL

26

hábitos de higiene bucal, por não removê-los durante o dia, acabam

sendo degradados pelas enzimas salivares e pelas bactérias sapófritas,

formando ácidos locais, atacando de maneira puntiforme os tecidos

dentários, ensejando estigmas de natureza patológica, de cunho

estritamente laboral.

o Infortunística:

­ Conceito: É a parte das ciências forenses que estuda os acidentes de trabalho e as

doenças profissionais.

­ Acidente de trabalho: Acontecimento casual, fortuito, imprevisto, que ocorre pelo

exercício da atividade profissional, a serviço de uma empresa ou como trabalhador

autônomo, provocando:

Morte

Lesão corporal

Perturbação funcional

Redução/Perda da capacidade de trabalhar: Temporária ou permanente

­ Doença profissional: É uma doença produzida ou desencadeada pelo exercício de

trabalho peculiar a determinada atividade (Tecnopatia). O grupo mais importante são

as Lesões por Esforço Repetitivo (LER), que são uma variedade especial de

Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que acontecem

para determinadas especialidades ou tipos de trabalho. Ex: Endodontistas

(Preparação de canais, limado, obturação) e os periodontistas (Trabalhos extensos

com cureta). As LER representam um grupo heterogêneo de quadros clínicos, como

tenossinovite (Tendão), sinovite (Membrana) ou epicondilite (Degeneração tendões,

origem cotovelos, atinge músculos extensores punho e dedos), daí entendam como

uma “Síndrome clínica”, caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por

alterações objetivas (Elas são detectáveis aos raios X, ultra-som, ressonância

magnética nuclear) e que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular

e/ou membros superiores em decorrência do trabalho. O desenvolvimento das LER,

bem como o caso mais amplo e genérico dos DORT, é multicasual, sendo

importante analisar os fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente. A

expressão “Fator de risco” designa, de maneira geral, os fatores do trabalho

relacionados com as LER. Esses fatores foram estabelecidos, na maior parte dos

casos, por meio de observações empíricas e, depois, confirmados com estudos

epidemiológicos.

­ Doença do trabalho: É qualquer das doenças desencadeadas ou adquiridas em

função das condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se

relacionam diretamente (Mesopatias).

­ Elementos importantes na caracterização da exposição aos fatores de risco:

A região anatômica exposta

A intensidade dos fatores de risco

A organização temporal da atividade

O tempo de exposição

­ Grupos de fatores de risco das DORT:

Grau de adequação (Posto de trabalho)

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ODONTOLOGIA LEGAL

27

Frio, vibrações e pressões locais (Sobre tecidos)

Posturas inadequadas: Existem três mecanismos que podem causar as LER,

limites da amplitude articular, força da gravidade oferecendo uma carga

suplementar sobre as articulações e músculos; Lesões mecânicas sobre os

diferentes tecidos.

Carga osteomuscular, fatores que influenciam: Força, repetitividade, duração

da carga, tipo de pressão, postura do punho e o método de trabalho. Tensão

(Bíceps), pressão (Canal do carpo), fricção (Tendão sobre a sua bainha),

irritação (Nervo).

Carga estática: Presente quando um membro ou segmento é mantido numa

posição que vai contra a gravidade. Ex: Em pé por longo período, sustentando

um instrumento, sugador, afastador, no final do expediente terá dorsalgia (Dor

nas costas), lombalgia (Dor na cintura), se repetirá cada vez com maior

frequência e com os mesmos esforços, ainda que de menor duração.

Invariabilidade da tarefa.

Fatores organizacionais e psicossociais (Carreira, carga e ritmo de trabalho,

ambiente social e técnico do trabalho).

­ Acidente de percurso: É todo acidente que ocorre no percurso da residência ao

trabalho e vice-versa, independentemente do meio de transporte e desde que não

tenha havido alterações significativas do itinerário para fins pessoais.

­ Elementos que caracterizam o acidente de trabalho:

Existência de uma lesão pessoal

Incapacidade, de algum tipo, para o trabalho:

Temporária (Até um ano de duração)

Permanente: Parcial ou total (Invalidez, seguida ou não de morte)

Nexo de causalidade entre ambas

­ Benefícios: O Sistema Previdenciário dispõe de uma série de benefícios sócio-

econômicos que visam minimizar o sofrimento e/ou a incapacidade do acidentado.

Esses benefícios incluem:

Auxílio-doença: Importância paga ao segurado, mensalmente enquanto

padece de uma doença que o impede de trabalhar.

Auxílio-acidente: Enquanto se recupera de um acidente que o impede de

trabalhar em plenitude.

Aposentadoria por invalidez: Que se encontra inválido, inapto para qualquer

tipo de trabalho.

Pecúlio: Importância paga uma única vez à família do segurado, por ocasião

de sua morte.

Abono especial (13º salário): Paga ao segurado uma vez por ano, na época

das festas natalinas.

Assistência odontológica (Básica).

Reabilitação profissional: Inclusão do acidentado em programas de

reaprendizado ou aprendizado de novas profissões.

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ODONTOLOGIA LEGAL

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Próteses e órteses: Programa que cobre a aquisição e adaptação para uso de

peças mecânicas ou eletromecânicas (Próteses). Objetos mecânicos que

auxiliam na execução das funções (Órteses: Muletas, bengalas).

­ Simulação: Com a concessão de benefícios, surgem novas oportunidades para

indivíduos inescrupulosos:

Aleguem perturbações inexistentes: Simulação

Enriqueçam o quadro acrescentando outros sintomas: Parassimulação

Exagerem as perturbações que realmente têm: Metassimulação

Omitam as perturbações de que são portadores: Dissimulação

­ Investigação: É mais fácil nos casos de fraude quando a queixa principal da

perturbação é objetiva: Perda do segmento, imobilidade articular, perda de função

de órgão. Exige apenas boa capacidade de observação do profissional e cera dose

de malícia para aceitar e interpretar as perturbações morais e sócio-econômicas.

Bem mais difícil é a queixa da perturbação subjetiva, por exemplo, a ocorrência de

uma dor. No estudo da dor, deve-se levar em conta fatores como:

Sexo

Idade

Trabalho

Fadiga

Perturbações mentais

­ Na prática, tão grave como a simulação e a metassimulação, quanto aos seus

efeitos prejudiciais para o empregador, é a dissimulação. Assim, se, quando da

admissão, a dissimulação passou inadvertida no exame admissional, o

aparecimento da queixa, posteriormente, recairá como responsabilidade exclusiva

do empregador no momento. Esse fato costuma acarretar sérios problemas laborais

e securitários para empresas, microempresas e/ou empregadores autônomos, caso

dos consultórios ou clínicas odontológicas.

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ODONTOLOGIA LEGAL

29

SEGREDO PROFISSIONAL

o Introdução:

­ Na linguagem cotidiana, a acepção de segredo é intuitiva. Crescemos com a

vivência de manter ocultos fatos que tomamos conhecimentos ao longo de nossas

vidas.

­ Houais (2008) faz referência aos vocábulos “segredo” e “sigilo”, abaliza a origem na

língua latina. Etimologicamente, segredo decorre de secrétum, “lugar isolado,

solidão, secreto, pensamentos, falas secretas”, enquanto que sigilo origina-se de

sigillum, utilizado inicialmente como “marca pequena, sinalzinho, estatueta, objeto

de relevo, sinete, selo, sigilo”, e no início do século XVIII passa a ter o significado de

“segredo”. Atualmente os substantivos segredo e sigilo, comportam-se como

sinônimos.

­ Michaelis (2008) esclarece que segredo pode ser entendido como “fato ou

circunstância mantida oculta”, “o que não se revela ou não deve revelar a outrem”,

“conhecimento que se guarda para si ou que se comunica a outrem apenas

confidencialmente”. Define segredo profissional como o fato ou conjunto de fatos de

que alguém tem conhecimento ou exercício de sua profissão, como a de sacerdote,

médico, advogado, etc, e que não podem ser divulgados, nem mesmo perante o

tribunal.

­ Entendemos que segredo profissional é um vínculo, imposto por lei, no qual o

confidente tem o ônus de manter oculto de terceiros determinados fatos que leve

conhecimento quando de seus préstimos profissionais ao confessor, salvo na

presença de justa causa.

o Fundamento:

­ O segredo está presente nas relações humanas, sendo este necessário, pois a

ausência de discrição pode acarretar prejuízos, de vários níveis de gravidade. Para

José Rui (1984) o segredo é uma das manifestações da fidelidade interpessoal nas

relações humanas e profissionais.

­ A concepção do segredo odontológico no Brasil, considerando seus aspectos éticos

e legais, está distribuída no código de ética odontológica e na legislação penal e

civil. Esse é o posicionamento abrigado pelo Supremo Tribunal Federal, que

pondera que a obrigatoriedade do sigilo profissional do médico não tem caráter

absoluto. A matéria, pela sua delicadeza, reclama diversidade de tratamento diante

das particularidades de cada caso.

­ O Supremo Tribunal de Justiça aponta com clareza, à vista do prontuário, que os

dados sigilosos devem ser preservados quanto à doença e ao tratamento realizado.

Todos os demais dados relativos à internação não estão ao abrigo do sigilo

profissional. Em outro julgamento, a corte também entendeu que, na hipótese de

pedido de acesso ao prontuário formulado pela justiça, não enseja quebra de sigilo

profissional, quando a finalidade é ter conhecimento sobre a internação de um

paciente e seu respectivo período.

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ODONTOLOGIA LEGAL

30

o Maneiras de violar o segredo:

­ O profissional pode revelar o segredo de três maneiras: Direta, indireta e por

omissão. Na revelação direta o profissional faz referência, a um terceiro, de fatos, a

respeito de um paciente, que teve conhecimento ao atendê-lo, de modo que não há

maneira de não identificar a pessoa de quem se fala. É a associação da patologia ou

tratamento empregado com o nome ou fáceis da pessoa que torna perfeitamente

possível o reconhecimento. Ex: Autores que publicam fotografias ou dados

esclarecedores da identidade.

­ Infração ética nos incisos I e III, segunda parte, artigo 10, do Código de Ética

Odontológica, o profissional que revela de modo direto, sem justa causa, fato

sigiloso de que tenha conhecimento em razão do exercício de sua profissão, e exibir

pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos

odontológicos em programas de rádio, televisão ou cinema, e em artigos, entrevistas

ou reportagens em jornais, revistas ou outras publicações legais, salvo se autorizado

pelo paciente ou responsável.

­ Na revelação indireta, o profissional descreve minunciosamente, a um ou mais

indivíduos, elementos a respeito da doença e particularidade do doente, que permite

a identificação pelo ouvinte de quem se fala, sem que o nome tivesse sido

declinado. Esta é a infração ética especificada no inciso III, primeira parte, artigo 10,

do Código de Ética Odontológica, quando o cirurgião-dentista faz referência a casos

clínicos identificáveis.

­ Por omissão, o cirurgião-dentista não trabalha mais isoladamente em seu

consultório. Compõe junto com os outros profissionais, auxiliares de saúde bucal,

técnico em saúde bucal, técnico em prótese dentária, etc, a equipe que presta

atendimento ao paciente. Neste caso, sendo ele o único profissional liberal e o

profissional responsável pelo atendimento direto ao paciente, cabe a ele, ainda,

orientar e informar os demais profissionais a respeito da necessidade do segredo,

sem olvidar a responsabilidade criminal e ética de cada profissional envolvido, pois

estas são de cunho pessoal. Fato previsto no art. 10, inciso II, do Código de Ética

Odontológico, como infração ética, quando o profissional negligencia a orientação de

seus colaboradores quanto ao sigilo profissional.

­ Consideração à parte deve ser feita ao técnico de radiologia odontológica que não

tem, por lei, obrigatoriedade de inscrição junto aos conselhos regionais de

Odontologia. Tem que se inscrever no conselho dos técnicos de radiologia, portanto,

não está sujeito ao Código de Ética Odontológica e sim ao Código de Ética dos

Profissionais das Técnicas Radiológicas.

o Outros aspectos éticos e legais – Com enfoque na legislação penal:

­ Está tipificado no Código Penal a violação de segredo profissional. Nos termo do art.

154, constitui crime “revelar alguém, sem justa causa, segredo, de quem tem ciência

em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir

dano a outrem”. A pena é de detenção de três meses a um ano, ou multa. Somente

se procede mediante representação.

Page 32: APOSTILA DE ODONTOLOGIA LEGAL

ODONTOLOGIA LEGAL

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­ São os cirurgiões-dentistas, médicos, advogados, os sacerdotes, entre outros, os

sujeitos ativos do crime. São os confidentes necessários, pois adquirem, em

segredo, fatos reservados da vida alheia em virtude de sua atividade específica. Da

análise do art. 154 do Código Penal, podemos depreender que para violar o segredo

profissional são necessários:

Revelação do segredo profissional

Conhecimento em virtude de função, ministério, ofício ou profissão

Ausência de justa causa

o Revelação do segredo profissional:

­ A consumação do crime ocorre quando o confidente revela a um terceiro o âmago

segredo. Revelar pode ser apenas a uma pessoa, enquanto que divulgar tem o

significado de difundir, e no caso, revelar tem o sentido de dizer, manifestar, tomar

conhecido por qualquer meio, oral, escrito, fotográfico, etc.

o Conhecimento em virtude de função, ministério, ofício ou profissão:

­ É importante salientar que o crime apresenta um caráter especial, não é a simples

revelação como no art. 153 do Código Penal, de aspecto geral. Deve-se considerar

o conhecimento do fato pelo exercício de um determinado mister. Os juristas

entendem que função é o mandato que determinada pessoa recebe em virtude de

lei, por decisão judicial ou contrato, pouco importando se existe ou não

remuneração, como a função de tutor, curador ou de depositário judicial. Ministério é

a missão originada por um estado ou condição de fato e não de direito, como a do

padre, da irmã de caridade ou freira, do pastor e congêneres. Ofício é a atividade

alusiva a serviços manuais.

­ Profissão é qualquer classe de indivíduos que desempenham uma atividade, de

modo habitual, com a finalidade de aferir lucro para promover a sua subsistência. O

médico recebe assistência de enfermeiras, o advogado da secretária, o CD do

técnico em saúde bucal (TSB) e da auxiliar de saúde bucal (ASB), sendo certo

afirmar que, uma vez que estes auxiliares recebem as informações no exercício de

suas profissões, resta clara a tipificação do crime no caso de revelá-las.

o Ausência de justa causa:

­ É o elemento normativo do crime. De difícil conceituação, nossos tribunais têm

sinalizado quanto aos dispositivos contidos no Código de Ética Médica, fazendo com

que esses sirvam, subsidiariamente, de fundamento para suas decisões. Portanto,

nesse momento, é imperioso também analisarmos os preceitos a respeito de justa

causa escritos no Código de Ética Odontológica.

­ Assim o 1º do art. 10 do CEO (Código de ética odontológica) considera

principalmente cinco situações em que é compreendida como justa causa. São elas:

Notificação compulsória da doença

Colaboração com a justiça nos casos previstos na lei

Perícia odontológica nos exatos limites

Estrita defesa de interesse legítimo dos profissionais inscritos

Revelação de fato sigiloso ao responsável pelo incapaz

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ODONTOLOGIA LEGAL

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o Com enfoque à Legislação Civil:

­ O Código Civil, lei nº 10.406/02, art. 229, estabelece que ninguém pode ser obrigado

a depor sobre fato a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo.

Ainda em relação ao dever de depor o Código de Processo Civil prevê, no inciso II

do art. 347, que a parte não é obrigada a depor de fatos cujo respeito, por estado ou

profissão, deva guardar sigilo. Do mesmo modo, o inciso II, art. 406, estabelece

hipótese em que a testemunha pode se recusar a prestar depoimento. Essa exceção

ocorre também quando tiver de depor sobre fatos a cujo respeito, por estado ou

profissão, deva guardar sigilo.