apostila de histologia 2015.1.docx

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APOSTILA DE HISTOLOGIA Atenção discente. Esse material é um roteiro básico para auxiliar os seus estudos, não substitui em hipótese alguma o livro didático, que deve ser sempre a fonte principal das suas pesquisas. HISTOLOGIA É definida como sendo a ciência, parte da biologia, que estuda os tecidos. O termo histologia foi usado pela primeira vez em 1819 por Mayer, que aproveitou o termo “tecido” que Bichat (anatomista francês) instituiu, muito tempo antes (por volta de 1800), para descrever macroscopicamente as diferentes texturas encontradas por ele no corpo animal. Mayer fez a conjunção do termo histos = tecido e logos = estudo. E o que é tecido? TECIDO Há vários conceitos para tecido. É possível encontrar alguns autores que definem tecido como sendo um conjunto de células que apresentam mesma forma, mesma função e mesma origem embrionária. Mas, este conceito não possui muita sustentação histológica. Se analisarmos, por exemplo, o sangue, veremos que a forma de uma hemácia (disco bicôncavo, anucleado na maioria dos animais domésticos) é totalmente diferente de um neutrófilo (ovóide, quando no sangue, com núcleo lobulado). Quanto à função destas células: a hemácia transporta oxigênio e gás carbono, enquanto o neutrófilo é uma célula fagocitadora. Portanto, vemos que apesar de pertencerem ao mesmo tecido elas não têm a mesma forma e tão pouco a mesma função. Ainda outro exemplo nos remete a raciocinar: no tecido ósseo os osteócitos são células arredondadas cuja função é contribuir na manutenção da matriz óssea, enquanto os osteoclastos são células cuja forma varia muito, pois se movem através da emissão de “pseudópodes” e são responsáveis pela reabsorção óssea. Portanto, nem possuem a mesma forma e muito menos a mesma função. Poderíamos discorrer muito mais, mostrando inúmeros exemplos em que se constata que a grande maioria dos tecidos é constituída por células que têm funções e forma diferentes. Já quanto à afirmação de que as células de um tecido apresentam mesma origem embrionária, de fato esta afirmação é aplicável. As células que compõem um tecido normalmente apresentam mesma origem embrionária. Assim, como conceituar tecido? Tecido é um conjunto de células que apresentam a mesma função geral e a mesma origem embrionária. Diríamos a mesma função geral, pois um tecido apresenta uma ou mais funções gerais. Por exemplo: os epitélios de

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APOSTILA DE HISTOLOGIA

Atenção discente. Esse material é um roteiro básico para auxiliar os seus estudos, não substitui em hipótese alguma o livro didático, que deve ser sempre a fonte principal das suas pesquisas.

HISTOLOGIAÉ definida como sendo a ciência, parte da biologia, que estuda os tecidos. O termo

histologia foi usado pela primeira vez em 1819 por Mayer, que aproveitou o termo “tecido” que Bichat (anatomista francês) instituiu, muito tempo antes (por volta de 1800), para descrever macroscopicamente as diferentes texturas encontradas por ele no corpo animal. Mayer fez a conjunção do termo histos = tecido e logos = estudo. E o que é tecido? TECIDOHá vários conceitos para tecido. É possível encontrar alguns autores que definem tecido como sendo um conjunto de células que apresentam mesma forma, mesma função e mesma origem embrionária. Mas, este conceito não possui muita sustentação histológica. Se analisarmos, por exemplo, o sangue, veremos que a forma de uma hemácia (disco bicôncavo, anucleado na maioria dos animais domésticos) é totalmente diferente de um neutrófilo (ovóide, quando no sangue, com núcleo lobulado). Quanto à função destas células: a hemácia transporta oxigênio e gás carbono, enquanto o neutrófilo é uma célula fagocitadora. Portanto, vemos que apesar de pertencerem ao mesmo tecido elas não têm a mesma forma e tão pouco a mesma função. Ainda outro exemplo nos remete a raciocinar: no tecido ósseo os osteócitos são células arredondadas cuja função é contribuir na manutenção da matriz óssea, enquanto os osteoclastos são células cuja forma varia muito, pois se movem através da emissão de “pseudópodes” e são responsáveis pela reabsorção óssea. Portanto, nem possuem a mesma forma e muito menos a mesma função. Poderíamos discorrer muito mais, mostrando inúmeros exemplos em que se constata que a grande maioria dos tecidos é constituída por células que têm funções e forma diferentes. Já quanto à afirmação de que as células de um tecido apresentam mesma origem embrionária, de fato esta afirmação é aplicável. As células que compõem um tecido normalmente apresentam mesma origem embrionária. Assim, como conceituar tecido? Tecido é um conjunto de células que apresentam a mesma função geral e a mesma origem embrionária. Diríamos a mesma função geral, pois um tecido apresenta uma ou mais funções gerais. Por exemplo: os epitélios de forma geral apresentam como função principal revestir as superfícies corpóreas, assim sua função geral é revestir uma superfície. No epitélio, como, por exemplo, o da traquéia, tem-se a células ciliadas e as células caliciformes. Ambas apresentam formas e funções diferentes, mas as duas realizam a função geral de revestir.

CÉLULAS DO SANGUE

O sangue é um líquido contido num compartimento fechado. O aparelho circulatório, que contem em movimento regular e unidirecional devido essencialmente as contrações rítmicas do coração. O volume total de sangue numa pessoa normal é de aproximadamente, 7% peso corporal.O sangue é formado pelos glóbulos sanguíneos e pelo plasma, parte líquida, na qual os primeiros estão suspensos.Os glóbulos sanguíneos são os eritrócitos ou hemácias, as plaquetas (fragmentos do citoplasma dos megacariócitos da medula óssea), e diversos tipos de leucócitos ou glóbulos brancos.

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O sangue é colhido por punção venosa, tratado por anticoagulante (heparina, por exemplo) é em seguida centro fungado, separa-se em várias camadas que refletem sua heterogeneidade. O hematócrito permite estimar o volume de sangue ocupado pelas hemácias em relação ao sangue total. Os valores normais são de 35-45%na mulher e 40-50% no homem.Por seu intermédio os leucócitos, células que desempenham várias funções de defesa e constituindo uma das primeiras barreiras contra a infecção, percorrem constantemente o corpo, atravessa por diapedese, a parede das vênulas e capilares e concentram-se rapidamente nos tecidos atacados por microrganismo, onde desempenham suas funções defensivas. Diapedese é saída ativa de leucócitos para fora do sistema circulatório por movimentos ameboides. O sangue transporta oxigênio e gás carbônico (Co2), o primeiro ligado a hemoglobina dos eritrócitos e o segundo ligado a hemoglobina e as proteínas dos eritrócitos, ou desenvolvido no plasma.Composição do PlasmaO plasma é uma solução aquosa contendo componentes de pequeno e de elevado peso molecular que corresponde a 10% do seu volume. As proteínas plasmáticas correspondem a 7% e os sais inorgânicos, a 0,9% sendo o restante formado por compostos orgânicos exemplo: aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose. Suas principais proteínas são albuminas. EritrócitosOs eritrócitos, ou hemácias dos mamíferos são anucleados e contem grande quantidade de hemoglobina uma proteína transportadora de O2. Em condições normais esses corpúsculos, ao contrário dos leucócitos não saem do sistema circulatório, permanecendo sempre no interior dos vasos. Eritrócitos tem forma de discos bicôncavos.A concentração de eritrócitos no sangue é de aproximadamente 3,9 a 5,5 milhões por micro litro no homem.Ao penetrarem na corrente sanguínea vindos da medula óssea vermelha onde são formados, os glóbulos vermelhos, contem certa quantidade de ribossomos.A molécula da hemoglobina (proteína conjugada com ferro) é formada por quatro subunidades, cada uma contendo um grupo heme ligado contendo Fe2+.Devido às variações na cadeia polipeptídica distingue vários tipos de hemoglobinas, dos três considerados normais são:As hemoglobinas A1, A2, e F.Nos pulmões, onde a pressão de oxigênio é alta, cada molécula de hemoglobina se combina com quatro moléculas de O2uma molécula de O2 para cada Fe2+ da hemoglobina, formando-se oxi-hemoglobina. Esta combinação é reversível, e o oxigênio transportado pela hemoglobina é transferido para os tecidos onde a pressão de oxigênio é baixa.LeucócitosExistem cinco tipos principais de leucócitos:As células brancas são transportadas da medula óssea para seus locais de atividade através da circulação sanguínea. A maioria das funções dos leucócitos ocorre quando eles deixam a circulação para chegar aos tecidos. O numero total de leucócitos no sangue periférico normalmente é 4,0-11,0x10/9litros.Há cinco tipos de leucócitos:

Neutrófilos 40-75%; Eosinófilos 5% Basófilos 0,5% Linfócitos 20-50% Monócitos 1-5%

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Neutrófilos, eosinófilos e basófilos são conhecido como granulócitos por conterem grânulos citoplasmáticos proeminentes e podem também ser chamadas células mielóides, por se originarem da medula óssea. Os neutrófilos também são comumente chamados leucócitos polimorfos nucleares ou polimorfos, em razão do seu núcleo multilobulado. Os linfócitos e os monócitos são classificados como leucócitos por serem um constituinte do sangue e se originarem da medula óssea. São encontrados em tecidos como os linfonodos e o baço.Os neutrófilos são os tipos mais comuns de leucócitos.Os neutrófilos são os leucócitos mais abundantes na circulação. Sua função primária é ingerir e destruir microrganismos invasores. Eles desempenham um papel central nos estágios iniciais da resposta inflamatória aguda á lesão tecidual e são o principal constituinte do pus. O núcleo dos neutrófilos e multilobulado.O núcleo característico dos neutrófilos é composto de 2-5 lóbulos diferentes, unidos um ao outro por finos filamentos de material nuclear, sendo que a lobulação se desenvolve com a maturação celular.O citoplasma do neutrófilo possuem três tipos, vesícula como membrana ou grânulos (primários, secundários e terciários).

Grânulos primários, são semelhantes a lisossomos, contém hidrolise ácida, contem mieloperoxidase.

Grânulos secundários são específicos dos neutrófilos, mais numerosos na célula, seu conteúdo é envolvido com a resposta inflamatória.

Grânulos terciários, contem enzimas secretadas pelas células, podem inserir moléculas de adesão na superfície celular.

Os neutrófilos possuem um papel importante na fagocitose de bactérias e de células mortas.Os eosinófilos possuem um núcleo bi lobulado e contem grânulos fortemente eosinófilos.Os basófilos são os leucócitos menos comuns no sangue e caracteriza-se por apresentar grânulos citoplasmáticos grandes, intensamente basófilicos e que, provavelmente são os percussores dos mastócitos teciduais com os quais possuem muitas semelhanças estruturais e funcionais.Os monócitos são os precursores dos macrófagos encontrados nos tecidos e nos órgãos linfoides e estão localizados na medula óssea e no sangue.As plaquetas são pequenas células anucleadas em forma de disco. As plaquetas contem mitocôndrias, micro túbulos, grânulos de glicogênio, elementos ocasionais do sistema golgiense e ribossomos além de sistema enzimáticos para a respiração aeróbica e anaeróbica.As plaquetas são essências para a hemóstase normal.Os megacariócitos são as maiores células encontradas nos aspirados da medula óssea e produzem plaquetas pela pigmentação citoplasmática.A medula óssea é o principal sitio de hemopoese.A medula óssea possui um conjunto altamente desenvolvido de sinusóide vascular.

O TECIDO EPITELIALO tecido epitelial se caracteriza pela presença de células justapostas, entre as quais há pouca matriz extracelular. As células epiteliais geralmente aderem firmemente umas às outras por meio de junções intercelulares, possibilitando sua organização em folhetos. Esta organização responde pela principal função dos epitélios que é o revestimento de superfícies, como ocorre no epitélio de revestimento da pele, trato gastrointestinal, entre outros. Entretanto, muitos epitélios apresentam ainda funções associadas, como absorção

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de moléculas (no intestino), secreção (nas glândulas), percepção de estímulos (por exemplo, neuroepitélio olfatório e o gustativo) e contração (células mioepiteliais).Origina-se embriologicamente a partir dos 3 folhetos embrionários: ectoderme, forma a epiderme, o epitélio da boca e das fossas nasais; mesoderme, forma o epitélio do sistema digestivo e respiratório; e endoderme, origina o tecido que reveste cavidades corpóreas fechadas e partes do sistema urogenital.Os epitélios se caracterizam por: serem avasculares e, por isso, normalmente são nutridos pelo conjuntivo subjacente; apresentarem pouca matriz extracelular; possuírem alta capacidade de regenerativa; estarem frequentemente apoiados sobre uma membrana basal, que os separa do conjuntivo. No caso dos epitélios que revestem as cavidades de órgãos ocos, esta camada de tecido conjuntivo recebe o nome de lâmina própria.Como geralmente não se podem distinguir os limites entre as células epiteliais por meio de microscopia de luz, a forma dos seus núcleos dá, indiretamente, uma idéia da forma das células. A forma dos núcleos também é de grande utilidade para se determinar se as células epiteliais estão organizadas em camadas, um critério morfológico fundamental na sua classificação.Muitos epitélios apresentam modificações na superfície livre (microvilosidades, estereocílios, cílios e flagelos) e de contato entre suas células (junções intercelulares = zona de oclusão, de adesão, desmossomo).Epitélios são classificados em dois grupos principais, de acordo com sua estrutura e função: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. Esta divisão é arbitrária, pois há epitélios de revestimento nos quais todas as células secretam (estômago), ou em que há algumas células glandulares espalhadas entre as células de revestimento (células mucosas no intestino e traquéia).

Há dois tipos básicos de tecidos epiteliais, o tecido epitelial de revestimento (epitélio), que cobre as superfícies externas e internas do corpo, e o tecido epitelial glandular ou de secreção, originado do próprio epitélio, e que vai formar as glândulas.Funções:• Proteção contra a abrasão e agressão.• Absorção de substâncias como fazem, por exemplo, as células intestinais.• Secreção de muco, hormônios e outras substâncias.• Sensorial, detectar as sensações através deRevestimentoO tecido epitelial de revestimento caracteriza-se por apresentar pequena quantidade de matriz ou substância extracelular, apresentando suas células justapostas, ou seja, bem próximas umas das outras, geralmente ligadas por grande número de desmossomos, que são estruturas proteicas e têm por função aumentar a união entre duas células vizinhas.A nutrição do tecido epitelial é feita por difusão a partir do tecido conjuntivo adjacente pela chamada membrana basal, que se localiza logo abaixo do epitélio, já que este é um tecido avascularizado, ou seja, sem vasos sanguíneos entre suas células. Os epitélios são classificados de acordo com o número de camadas celulares e pela forma de suas células.Simples ou uniestratificadoO tecido epitelial simples é formado por uma única camada de células que ficam repousando sobre a membrana basal. Ele é encontrado, por exemplo, no endotélio (revestimento interno dos vasos sanguíneos), sendo este formado por células achatadas também chamadas de pavimentosas. Também ocorre na maior parte do revestimento interno do tubo digestório, sendo formadas por células alongadas ou cilíndricas, podendo apresentar microvilosidades na sua superfície.

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Estratificado ou pluriestratificadoO tecido epitelial estratificado, ao contrário do simples, é formado por várias camadas de células sobre a membrana basal, sendo encontrado, por exemplo, na epiderme (camada superior da pele) no revestimento do esôfago e na uretra. Esse epitélio pode apresentar as últimas camadas de células mortas pela deposição de queratina, uma proteína que funciona como impermeabilizante e também dá maior resistência ao tecido.Pseudo-estratificadoO epitélio pseudo-estratificado é constituído por uma única camada de células (simples), com alturas diferentes e por isso com núcleos em vários níveis, dando a falsa impressão de se tratar de mais de uma camada de células. Na verdade, uma análise mais detalhada mostra que todas as células estão em contato com a membrana basal. Esse epitélio pode ser observado no revestimento do sistema respiratório (fossas nasais, brônquios, traqueia) e nos órgãos reprodutores.

O TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR

O tecido epitelial glandular ou secretor é constituído por várias células epiteliais glandulares que possuem como principal função produzir e liberar secreções tanto para o meio interno quanto para o meio externo. Estas secreções podem ser viscosas e escorregadias (mucosas), aquosas e límpidas (serosas), como também podem ser a mistura de secreções mucosas e serosas (mista).Quando agrupadas em grande número as células epiteliais glandulares formam estruturas denominadas glândulas. Alojadas no interior das glândulas as células epitelias glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar várias substâncias tais como proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândulas sebáceas) ou complexos de carboidratos e proteínas (glândulas salivares). As glândulas mamárias merecem destaque por conseguirem sintetizar todas as três substâncias (proteínas, lipídios e carboidratos).Podemos classificar as glândulas, quanto ao número de células, em unicelular (a secreção é produzida por células especializadas ocasionais, como as células caliciformes muco-secretoras) ou multicelular (a secreção é elaborada por agrupamentos de células). As secreções produzidas pelas glândulas podem ser expelidas tanto para o meio externo, quanto para o meio interno. Portanto, elas são classificadas em glândulas exócrinas e glândulas endócrinas respectivamente. A principal diferença entre estes dois tipos de glândulas é que as glândulas endócrinas não possuem ductos (tubos), ao contrário das glândulas exócrinas, que os têm, e os utilizam para transportar suas secreções para locais específicos.As glândulas endócrinas também referidas como glândulas de secreção interna, eliminam suas secreções (hormônios) diretamente na corrente sanguínea. Como exemplo pode-se citar as glândulas da tireóide, glândulas adrenais e hipófise.As glândulas endócrinas podem ser de dois tipos: Glândula endócrina do tipo cordonal (As células deste tipo de glândula organizam-se formando cordões maciços. Exemplo: hipófise e paratireóide) e Glândula endócrina do tipo folicular ou vesicular (As células deste tipo de glândula organizam-se formando vesículas. Exemplo: Tireóide).Já as glândulas exócrinas também referidas como glândulas de secreção externa, eliminam suas secreções na superfície do corpo (glândulas sudoríparas, lacrimais, mamárias e sebáceas) ou na superfície de revestimento de órgãos que se comunicam com o meio externo como a boca (glândulas salivares). Quando a glândula exócrina possui apenas um ducto (tubo) ela é chamada de glândula exócrina simples. Caso tenha dois ou mais ductos é chamada de glândula exócrina composta.

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Quanto ao formato das células, as glândulas exócrinas se subdividem em: Glândula tubulosa (Contém células epiteliais glandulares em forma de túbulo), Glândula arredondada (Possui células epiteliais glandulares com porção secretora arredondada) e Glândula alveolar (Células epiteliais glandulares com porção secretora com formato semelhante a um triângulo).As glândulas exócrinas também podem ser classificadas quanto a sua porção secretora em: Glândula holócrina (junto com a secreção saem também às células que a produziram), Glândula merócrina (apenas lança o produto de secreção) e Glândula apócrina (juntamente com a secreção sai o ápice das células que compõem a glândula).Ambas as glândulas (endócrina e exócrina) são oriundas do epitélio de revestimento, durante o desenvolvimento embrionário. A glândula exócrina por conter os ductos (tubos) mantém comunicação com seu epitélio de origem. Já a glândula endócrina não mantém comunicação com o epitélio de origem.

EPITÉLIO DE SECREÇÃO: GLÂNDULASOs epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na atividade de secreção. As células epiteliais podem sintetizar armazenar e secretar proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândulas sebáceas) ou complexos de carboidratos e proteínas (glândulas salivares).Os epitélios que constituem as glândulas do corpo podem ser classificados de acordo com vários critérios. Glândulas unicelulares consistem em células glandulares isoladas, e glândulas multicelulares são compostas de agrupamentos de células.As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, após o que sofrem diferenciação adicional. Isto em geral ocorre na vida fetal. As glândulas que mantêm sua conexão com o epitélio do qual se originaram são denominadas glândulas exócrinas. Esta conexão toma a forma de ductos tubulares formados por células epiteliais e através destes ductos as secreções são eliminadas, alcançando a superfície do corpo ou cavidade, isto é, as glândulas exócrinas têm uma porção secretora constituída pelas células responsáveis pelo processo secretório e ductos que transportam a secreção.Um critério para classificar as glândulas exócrinas é a avaliação do ducto glandular. As glândulas que possuem somente um ducto não ramificado são denominadas glândulas simples, enquanto que as que têm ductos ramificados são chamadas de glândulas compostas.A organização celular da porção secretora representa um segundo critério para classificação das glândulas. Dependendo da forma de sua porção secretora, as glândulas simples podem ser classificadas como tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas (cuja porção secretora é arredondada). As glândulas compostas, por sua vez, podem ser classificadas como tubulares, acinosas ou túbulo-acinosas.Nas glândulas endócrinas, a conexão com o epitélio foi obliterada durante o desenvolvimento. Estas glândulas, portanto, não têm ductos e suas secreções são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela circulação sanguínea.De acordo com a organização de suas células, podem ser diferenciados dois tipos de glândulas endócrinas. No primeiro tipo, as células formam cordões anastomosados, entremeados por capilares sanguíneos (adrenal, paratireóide, hipófise anterior). No segundo tipo, as células formam vesículas ou folículos preenchidos de material secretado (tireóide).Alguns órgãos têm funções tanto endócrinas como exócrinas e um só tipo de célula pode funcionar de ambas as maneiras – por exemplo, no fígado, onde as células que secretam bile através de um sistema de ductos também secretam produtos na circulação sanguínea.

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Em outros órgãos, algumas células são especializadas em secreção exócrina e outras em endócrina; no pâncreas, por exemplo, as células acinosas secretam enzimas digestivas na cavidade intestinal, enquanto as células das ilhotas secretam insulina e glucagon no sangue.De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as glândulas podem, ainda, ser classificadas em merócrinas, holócrinas ou apócrinas.Nas glândulas merócrinas (pâncreas) a secreção é liberada por meio de exocitose, sem perda de material celular. Nas glândulas holócrinas (sebáceas) o produto de secreção é eliminado juntamente com toda a célula, processo que envolve a destruição de células repletas de secreção. Um tipo intermediário é o apócrino, encontrado na glândula mamária, em que o produto de secreção é descarregado junto com porções do citoplasma apical.

TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTOO tecido epitelial de revestimento reveste toda a superfície externa do corpo (epiderme) e as cavidades corporais internas. Caracteriza-se por ser um tecido avascular, ou seja, sem a presença de vasos sanguíneos e por possuir um aglomerado de células epiteliais poliédricas e justapostas, com o mínimo ou nenhum espaço intracelular entre elas.Estas células encontradas no tecido epitelial que estão em constante processo de renovação variam em uma ou mais camadas e possuem formatos diversificados. Podem ser pavimentosas (Células achatadas com forma poligonal), cúbicas (Formato de cubo) e cilíndricas (Formato cilíndrico. São mais altas que largas).O tecido epitelial de revestimento é separado do tecido subjacente (tecido conjuntivo) por uma fina camada de fibras, denominada membrana basal, que é formada basicamente por colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanas, que são produzidos em parte pelas próprias células epiteliais e em parte pelas células do tecido conjuntivo, especificamente células denominadas fibroblastos. Pelo fato do tecido epitelial ser desprovido de vasos sanguíneos, a sua nutrição depende da difusão de oxigênio e de metabólitos a partir dos tecidos subjacentes.Uma das principais funções do tecido epitelial de revestimento é a de proteção. Ele funciona como uma verdadeira armadura para o corpo.Podemos classificar o tecido epitelial de revestimento de acordo com as camadas de células que o constitui em:1) Simples, Uniestratificado ou Monoestratificado: Possui apenas uma camada de células. Neste tecido a base de cada célula é anexada a uma base da membrana basal, enquanto a extremidade apical esta voltada para superfície livre.O tecido epitelial de revestimento simples pode ser dividido em:

Epitélio simples pavimentoso: Reveste a Cápsula de Bowman, localizada no rim, como também reveste os vasos (endotélio).

Epitélio simples cúbico: Este tipo de epitélio é encontrado na parede dos folículos da tireóide, como também nos túbulos contorcidos do rim.

Epitélio simples cilíndrico: Encontrado em grande parte no aparelho digestivo, revestindo o estômago, intestino delgado e intestino grosso, como também reveste outros órgãos como a vesícula biliar, etc.

2) Estratificado ou Pluriestratificado: Neste tecido existem duas ou mais camadas de células, sendo que algumas estão fixas a membrana basal e as outras estão sobrepostas umas ás outras, formando vários extratos.O tecido epitelial de revestimento estratificado pode se subdividir em:

Epitélio pavimentoso estratificado: Neste tecido existe uma camada superficial de queratina, como é o caso da pele. No entanto reveste outras áreas, porém sem queratina, como no caso do esôfago que é revestido por epitélio pavimentoso

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estratificado não queratinizado. Epitélio cúbico estratificado: Possui células epiteliais com formato cúbico em diversas

camadas. Epitélio estratificado de transição: Este tipo de epitélio caracteriza-se por ter as

células mais superficiais com formatos diversificados. É encontrado na bexiga e no ureter.

3) Pseudo-estratificado: As células presentes neste tipo de tecido parecem dispor-se em camadas, dando a falsa impressão de se tratar de um tecido estratificado. No entanto é constituído por somente uma camada de células que se prendem à membrana basal, porém com tamanhos diferenciados. Este tipo de epitélio é encontrado na traquéia, fossas nasais e brônquios, e as células possuem cílios bem desenvolvidos, que tem a função de remoção de partículas estranhas oriundas do ar. Em indivíduos fumantes estes cílios perdem sua capacidade de funcionar corretamente.

A EPIDERME

A epiderme é a camada mais superficial da pele formada por tecido epitelial estratificado. Sua espessura e estrutura variam de acordo com o local do corpo em que se apresenta, sendo mais espessa na palma das mãos e na planta dos pés.As principais funções da epiderme incluem a absorção, difusão, excreção e filtração de substâncias, além de proteção do meio interno. A epiderme não é vascularizada, sendo nutrida por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme. Em condições normais, possui elevada capacidade de regeneração, podendo renovar-se completamente em um curto período de tempo.É formada por quatro estratos: córneo, granuloso, espinhoso e germinativo (basal). O estrato mais profundo (germinativo) é constituído por células que se multiplicam continuamente e empurram as células antigas em direção à superfície do corpo.O estrato granuloso é formado por duas a cinco camadas de células achatadas que apresentam grânulos de queratina. É considerado por alguns autores um estrato de transição para os demais. O estrato espinhoso é a camada mais grossa da epiderme, formada por células cúbicas ou achatadas com mais queratina que as basais.Ao envelhecer, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e estocar queratina (proteína resistente e impermeável). As células mais superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e constituem o estrato córneo, que exerce importante função protetora e possui permeabilidade seletiva, retendo água; proteínas e eletrólitos e impedindo a entrada de agentes agressores exógenos, de natureza química ou biológica.A superfície da epiderme possui terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos.Nas regiões sem pelo, existem terminações nervosas específicas nos folículos capilares (captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo); receptores de Ruffini (captam estímulos térmicos de calor); corpúsculos de Meissner (captam estímulos táteis) e bulbos terminais de Krause (receptores de frio).Distribuídos na pele como um todo existem ainda três tipos de receptores comuns: corpúsculos de Paccini (captam estímulos vibráteis e táteis); discos de Merkel (captam estímulos de sensibilidade tátil e de pressão) e terminações nervosas livres (captam estímulos mecânicos, térmicos e especialmente dolorosos).

TECIDO ADIPOSO

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O tecido adiposo é um tipo especial de conjuntivo onde se onde se observa a predominância de células adiposas (adipócitos). Constituindo o tecido adiposo espalhado pelo corpo. Em pessoas do peso normal o tecido adiposo corresponde a 20-25% do peso corporal da na mulher é 15-20% no homem.O tecido adiposo é o maior deposito corporal de energia, sobre a forma de triglicerídeos. e o tecido é muito influenciado por estímulos nervoso e hormonais. Além do papel energético o tecido adiposo tem outras funções. Localiza-se em baixo da pele, modela a superfície, contribui para o isolamento térmico do organismo. Além disso, preenche espaço entre os órgãos em sua posição normais. O tecido adiposo também tem atividade secretora, sintetizando diversos tipos de moléculas.A duas variedades de tecido adiposo, é o tecido adiposo comum, amarelo unilocular, cujas células contem apenas uma gotícula de gordura que ocupa todo o seu citoplasma. A outra variedade e o tecido adiposo pardo, ou multilocular, formado por células que contem numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.

TECIDO ADIPOSO UNILOCULARA cor do tecido unilocular varia de branco e amarelo-escuro, depende da dieta. Essa coloração deve-se ao acumulo de carotenos dissolvido nas gotículas de gordura. praticamente todo tecido adiposo presente em humanos adultos é do tipo unilocular. Seu acumulo em certos lugares vai depender do sexo e pela idade da pessoa.Esse tecido forma o panículo adiposo, camada disposta sobre a pele e que é de espessura uniforme por todo o corpo do recém-nascido. Com a idade o panículo adiposo tende a desaparecer de certas áreas, desenvolvendo-se em outras.O microscópio eletrônico mostrou que, além da gotícula lipídica principal, existem outras muito menores. Todas essas gotículas, independentemente do tamanho, são desprovida de membrana envolvente. Cada celular adiposa é envolvida por uma lâmina basal, e sua membrana plasmática mostra numerosas vesículas de pinoscitose.O tecido unicelular apresenta septos de conjuntivo, que contêm vasos e nervos. Desses septos partem fibras reticulares (colágeno) que vão sustentar as células adiposas.

DISPOSIÇAO E MOBILIZAÇÃO DO LIPIDIOS Os lipídios armazenados nas células adiposas são principalmente triglicerídeos, isto é, ésteres e ácidos graxos e glicerol. Os triglicerídeos armazenados originam-se da seguinte maneira:

Absorvido na alimentação e é trazido até as células adiposas como triglicerídeos dos quilomícrons ;

Oriundo do fígado é transportados até o tecido adiposo, sob a forma de triglicerídeos constituintes das lipoproteínas de pequeno peso molecular

Da síntese da própria célula adiposa, a partir da glicose.Os quilomícrons são partículas formadas pelas células epiteliais do intestino delgado, a partir dos nutrientes absorvidos. São constituídos por triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios e proteínas. Após deixar as células epiteliais, os quilomícrons penetram nos capilares linfáticos do intestino e são levados pela corrente linfática, indo posteriormente atingir o sangue, que os distribui por todo o organismo. Nos capilares sanguíneos do tecido adiposo, graças á enzima Lipase Lipoprotéica, produzida pelas células adiposas, ocorre a hidrolise do quilomícrons e das lipoproteínas (VLVL) plasmática, com liberação de seus componentes, ácidos graxos e glicerol, que se difundem para o citoplasma da célula adiposa, onde se recombinam para formar as novas moléculas de triglicerídeos. As células adiposas podem sintetizar ácidos graxos e glicerol a partir de glicose, processo que é

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acelerado pela insulina. Este hormônio estimula também a penetração da glicose na celular adiposa e em outras células também.Os ácidos graxos, que são quase insolúveis na água, ligam-se a parte hidrofóbica das moléculas de albumina do plasma sanguíneo e são transportadas para outros tecidos, onde serão utilizados como fonte de energia. O glicerol, muito solúvel no plasma, é captado pelo fígado e reaproveitado. O tecido adiposo unicelular e o multicelular são inervados por fibras simpáticas do sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo (simpático) desempenha importante papel na mobilização das gorduras, quando os organismos são sujeito a atividades físicas intensas, jejuns prolongados ou ao frio.Após períodos de alimentação muitos deficientes em calorias, o tecido adiposo unicelular perde quase toda a sua gordura e se transforma em um tecido com células poligonais ou uniformes, com raras gotículas lipídicas. O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor.

HISTOGÊNESE DO TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR As celulares adiposas uniloculares se originam no embrião a partir de células derivadas do mesênquima, os lipoblastos. Estas células são parecidas com os fibroblastos, porém logo acumula gordura no seu citoplasma. As gotículas lipídicas são inicialmente separadas uma das outras, porem muitas se fundem, formando a gotícula única característica das células adiposa unilocular.

TECIDO ADIPOSO MULTILOCULARO tecido multilocular é também chamado de tecido adiposo pardo, por sua cor característica. Essa cor e devida à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias presente em sua célula. Por serem ricas em citocromos, as mitocôndrias têm cor avermelhada. Ao contrario do tecido unilocular, que é encontrado em quase todo o corpo, o tecido pardo é de distribuição limitada, localizando-se em áreas determinadas. Esse tecido é abundante em animais que hibernam, onde foi chamado glândulas hibernante.No feto humano e no recém-nascido, o tecido adiposo multilocular apresente localização bem determinadas; como este tecido não cresce, sua quantidade no adulto é extremamente reduzida.As células do tecido multilocular são menores do que a do tecido adiposo comum e tem forma poligonal. O citoplasma e carregado de gotículas lipídicas de diversos tamanhos e contem numerosas mitocôndrias. O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, tem papel importante nos mamíferos que hibernam. Na espécie humana, a quantidade deste tecido só e significativa no recém-nascido, com função auxiliar na termorregulação.O tecido multilocular acelera a lipólise e oxidação dos ácidos graxos, essa oxidação produz calor e não ATP, como os tecidos em geral, porque as mitocôndrias do tecido multilocular apresentam nas suas membranas internas, uma proteína transmembrana chamada termogenina ou UCP 1. O calor aquece o sangue contido na extensa rede capilar dos tecidos multilocular e é distribuído para todo o corpo, indo aquecer os órgãos.

HISTOGÊNESE DO TECIDO MULTILOCULAR Não há neoformação de tecido adiposo multilocular após o nascimento nem ocorre transformação de um tecido adiposo em outro.

TECIDO CARTILAGINOSO

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É uma espécie de tecido conjuntivo, que possui consistência rígida. Desempenha a função de sustentação dos tecidos moles, revestindo superfícies de articulações, minimizando os choques nestes, além de auxiliar no deslizamento dos ossos das articulações. A cartilagem é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intra-uterina e depois do nascimento.A função do tecido cartilaginoso depende principalmente da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno, ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicana), ácido hialurônico e diversas glicoproteínas. Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve, principalmente, às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicana sulfatadas e o colágeno, e a grande quantidade de moléculas de agua presas a essas glicosaminoglicanas (agua de solvatação), o que confere turgidez à matriz. O tecido cartilaginoso é formado por células como os condrócitos, abundante material extracelular que constitui a matriz. As cavidades da matriz ocupadas pelos condrócitos são chamas de lacunas; este tecido não possui vasos sanguíneos, sendo assim nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrios). Conforme as necessidades funcionais do organismo as cartilagens se diferenciam em três tipos: cartilagem hialina, cartilagem elástica, cartilagem fibrosa. Cartilagem hialina → forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente é substituído por um esqueleto ósseo e responsável pelo osso em extensão. No adulto, a cartilagem hialina é encontrada principalmente na parede das fossais nasais, traqueias e brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos. Pericôndrios- a cartilagem hialina é formada em 40% do peso seco por colágeno tipo ll associado ao ácido hialurônico proteoglicanas muito hidratada e glicoproteína. As cartilagens hialinas, exceto as cartilagens articulares, são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo denso na sua maior parte denominado pericôndrio,é responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação de refugos metabólicos da cartilagem, nele estão localizados vasos sanguíneos e linfáticos inexistentes no tecido cartilaginoso. É formado por tecido conjuntivo rico em fibras de colágeno tipo l.Condrócitos são células secretoras de colágeno, principalmente do tipo ll, proteoglicanas e glicoproteinas, como a condronectina. A oxigenação dos condrócitos é deficiente porque eles não possuem capilares sanguíneos.A cartilagem hialina degrada a glicose principalmente por mecanismo anaeróbio, com a formação de acido láctico como produto final. A síntese de proteoglicanas é acelerada pela teroxina e testoterana, e diminuindo pela cortisona, hidrocortisona e estrodial. O crescimento da cartilagem deve-se a dois processos: o crescimento intersticial, por divisão metabólica dos condrócitos preexistentes, e o crescimento aposicional, que se faz a partir das células do pericôndrio. O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases da vida da cartilagem, a medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o crescimento intersticial deixa de ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição.Histogênese- no embrião, os esboços das cartilagens surgem no mesênquima. A primeira modificação observada consiste no arredondamento das células mesenquimatosas que retraem seus prolongamentos e, multiplicando-se rapidamente, formam aglomerados. Essas células têm o citoplasma muito basófilo e recebem o nome de condroblastos. Em seguida começa a síntese da matriz que afasta os condroblastos uns dos outros. A diferenciação das cartilagens dá-se do centro para a periferia de modo que as células mais centrais já

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apresentam as características de condrócitos, enquanto as mais periféricas são condrócitos típicos. O mesênquima superficial vai formar o pericôndrio. A cartilagem elástica → é uma cartilagem na qual a matriz contem fibras elásticas e laminas de material elástico, além das fibras de colágeno. Ela é encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe. A cartilagem elástica pode estar presente isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa junto com a hialina, ela também possui pericôndrios e cresce principalmente por aposição. A cartilagem elástica é menos sujeita a processo de degenerativo do que a hialina.Cartilagem fibrosa → a cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características intermediarias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos e na sínfise pubiana. Na cartilagem fibrosa as numerosas fibras colágenas constituem feixes que seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos, essa orientação é influenciada pelas forças que atuam sobre a fibrocartilagem. Na cartilagem fibrosa não existe pericôndrio, esta cartilagem é localizado entre os corpos das vértebras e unidos a elas por ligamentos, cada disco intervertebral é formado por dois componentes: o anel fibroso e uma parte central, derivada da notocorda do embrião, núcleo pulposo. Discos intervertebrais - funcionam como coxins lubrificados que previnem o desgaste do osso das vértebras durante os movimentos da coluna espinhal. O núcleo pulposo, rico em ácido hialurônico é muito hidratado e absorve as pressões como se fosse uma almofada, protegendo as vértebras contra impactos.Aplicação medica- em comparação com os outros tecidos, a cartilagem hialina é sujeita com relativa frequência a processos degenerativos. O mais comum é a calcificação da matriz, que consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais hidroxiapatita, procedida por um aumento e morte das células.A doença da cartilagem no joelho afeta uma apreciável percentagem da população e é, infelizmente, uma lesão comum nos esportes. No joelho normal, as extremidades dos ossos são cobertas pela cartilagem, que permite o deslizamento suave dos ossos como uma almofada que absorve o impacto durante a carga e o movimento. A raiz dessa dificuldade está nas próprias características do tecido, que não tem capacidade regenerativa. “A cartilagem não tem vascularização, por isso não consegue formar um novo material”, explica o ortopedista Moisés Cohen, um dos maiores especialistas no assunto.A cartilagem é um tecido elástico, encontrado nas articulações, que serve de sustentação e dá mobilidade aos membros do corpo. Flexível, ela permite o deslizamento suave dos ossos e absorve o impacto sobre eles, impedindo que se desgastem e provoquem dores. Como se trata de um tecido muito sensível é facilmente lesado por trauma (devido a queda ou fratura) que afete as articulações ou por desgaste natural. Conforme explica o dr. Moisés Cohen, 75% do material que compõe a cartilagem é água e, ao longo da vida, a tendência é o tecido ficar desidratado e perder a elasticidade, levando a doenças como a artrose. No caso de traumatismos, os joelhos costumam ser o maior alvo, devido à exposição que sofrem durante atividades físicas. Estima-se que em cerca de 40% das lesões do joelho a cartilagem seja atingida.Segundo o ortopedista, o tratamento com células-tronco e plaquetas pode ser feito de três maneiras, dependendo da gravidade da lesão. A primeira é por meio de procedimento menos invasivo, com injeção intra-articular em casos de pequenas lesões, Também pode ser realizado por meio de artroscopia (cirurgia feita com sistema ótico de visualização do interior de uma articulação), em casos de degeneração maior. Uma terceira opção, para os casos mais graves, é uma cirurgia mais complexa, com a

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abertura da articulação. As células-tronco são retiradas da medula óssea um mês antes da aplicação. Em laboratório, o pesquisador inicia o processo de separação e expansão das células-tronco. Depois, aguarda para que as células se multipliquem até chegar à quantidade necessária para o tratamento do paciente. No dia do tratamento, o sangue do paciente é coletado para a separação das plaquetas, que contêm fatores de crescimento. O médico injeta as células-tronco e as plaquetas. O procedimento no quadril precisa ser guiado através de imagens de ultrassom ou radioscopia, por se tratar de uma infiltração mais profunda.

SISTEMA CIRCULATÓRIOO Sistema Circulatório abrange o sistema vascular sanguíneo e o sistema vascular linfático. O sistema vascular sanguíneo é composto pelas seguintes estruturas O coração, órgão cuja função é bombear o sangue através dos vasos sanguíneos. As artérias, uma série de vasos eferentes que se tornam menores à medida que se ramificam, e cuja função é levar o sangue, com nutrientes e oxigênio, para os tecidos. Os vasos capilares, vasos sanguíneos muito delgados que constituem uma rede complexa de túbulos finos que se anastomosam profusamente e através de cujas paredes ocorre o intercâmbio entre o sangue e os tecidos adjacentes. As veias, que resultam da convergência dos vasos capilares em um sistema de canais que se tornam cada vez mais amplos à medida que se aproximam do coração, para onde carregam o sangue, o qual será novamente bombeado para os tecidos.O Sistema Vascular Linfático inicia-se nos vasos capilares linfáticos, túbulos de fundo cego que se anastomosam para formar tubos de diâmetro continuamente crescente; estes vasos terminam no sistema vascular sanguíneo, desembocando em grandes veias perto do coração. Uma das funções do sistema linfático é retornar ao sangue o fluido contido nos espaços intersticiais. A superfície interna de todos os vasos sanguíneos e linfáticos é revestida por uma única camada de epitélio pavimentoso, originado do mesêquima, denominado de endotélio.É comum dividir o sistema circulatório em vasos da macrocirculação, vasos com mais de 0,1 mm em diâmetro (grandes arteríolas, artérias musculares e elásticas e veias musculares), e vasos da microcirculação, vasos visíveis somente ao microscópio (arteríolas, capilares e vênulas pós-capilares). Os vasos da microcirculação são particularmente importantes nos processos de intercâmbio entre o sangue e os tecidos circunvizinhos, tanto em condições normais como nos processos inflamatórios.Os vãos capilares sofrem variações estruturais que os adaptam para exercer níveis diferentes de troca metabólica entre o sangue e os tecidos circunvizinhos. Os capilares são compostos de uma única camada de célula endoteliais que se enrolam em forma de tubos. O diâmetro dos capilares oscila de 7 a 9 um e sua extensão normalmente não ultrapassa 50 um. Calcula-se que o comprimento total dos vasos capilares no corpo humano atinge um valor de 96.000km. Quando cortados transversalmente, observa-se que a parede dos capilares é, em geral, formada por 1-3 células. Estas células repousam em uma lâmina basal cujos componentes moleculares são produzidos pelas próprias células endoteliais.Em geral, as células endoteliais são poligonais e seu longo eixo orienta-se na direção do fluxo de sangue. Usualmente, o núcleo da célula endotelial se projeta para dentro da luz do capilar. Seu citoplasma contém poucas organelas representadas principalmente por um aparelho de Golgi pequeno, mitocôndrias e polirribossomos livres, bem como algumas cisternas de retículo endoplasmático rugoso. As células endoteliais prendem-se lateralmente umas as outras, através de zônulas de oclusão.

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As zônulas de oclusão desempenham importante papel na fisiologia do sistema circulatório. Tais junções apresentam permeabilidade variável a macromoléculas, de acordo com o tipo de vaso sanguíneo considerado, e desempenham um papel fisiológico significativo tanto em condições normais como patológicas.Em vários locais ao longo dos capilares e vênulas pós-capilares ou pericíticas, células de origem mesenquimal, dotadas de longos processos citoplasmáticas, envolvem porções de células endoteliais. Estas células são chamadas pericitos. Os pericitos são envoltos por uma lâmina basal própria, a qual por sua vez pode fundir-se com a lâmina basal das células endoteliais. A presença de miosina, actina e tropomiosina nos pericitos sugere fortemente que estas células também tenham uma função contrátil. Após a ocorrência de danos no tecido, os pericitos se diferenciam para formar novos vasos sanguíneos e novas células do tecido conjuntivo, participando deste modo do processo de reparação dos tecidos.Os capilares sanguíneos podem ser agrupados em quatro grupos, dependendo da continuidade da camada endotelial e da lâmina basal.

1. O capilar contínuo ou somático é caracterizado pela ausência de fenestras em sua parede. Este tipo de vaso capilar é encontrado em todos os tipos de tecido muscular, tecidos conjuntivos, glândulas exócrinas e tecido nervoso. Em alguns lugares, mas não no sistema nervoso, numerosas vesículas de pinocitose estão presentes em ambas as superfícies, apical e basal, das células endoteliais. Vesículas de pinocitose também aparecem como vesículas isoladas no citoplasma destas células e são responsáveis pelo transporte de macromoléculas em ambas as direções, apical e basal, das células endoteliais.

2. O capilar fenestrado, ou visceral, é caracterizado de presença de grandes orifícios ou fenestras nas paredes das células endoteliais, as quais são obstruídas por um diafragma que é mais delgado do que a membrana plasmática da própria célula. Este diafragma não possui a estrutura trilaminar típica de uma unidade de membrana. A lâmina basal dos vasos capilares fenestrados é contínua. Os capilares fenestrados são encontrados em tecidos onde acontece intercâmbio rápido de substâncias entre os tecidos e o sangue, como o rim, o intestino e as glândulas endócrinas. Macromoléculas injetadas experimentalmente na circulação sanguínea

Vasos sanguíneos com diâmetro acima de certo tamanhoTodos os vasos sanguíneos acima de certo diâmetro têm varias características estruturais em comum apresentam um plano geral de construção. O mesmo tipo de vaso apresenta variações notáveis ao longo de seu percurso. Os vasos sanguíneos são normalmente compostos das seguintes camadas ou túnicas:

Túnica intimaApresenta uma camada de células endoteliais apoiada em uma camada de tecido conjuntivo frouxo, camada subendotelial, a qual pode conter ocasionalmente, células musculares lisas. A túnica intima está separada da média por uma lâmina elástica interna o qual é o componente mais externo da intima.Esta lâmina composta por elastina, possui abertura que permitem a difusão de substancias para nutrir células situada profundamente na parede do vaso.

Túnica médiaConstituída por camadas concêntricas de células musculares lisas helicoidalmente. Existem quantidades variáveis de fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares, proteoglicanas e glicoproteinas. As células lisas são responsáveis pela produção desta molécula da matriz de extracelular.

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Em artérias, a túnica media possui uma lamina elástica externa mais delgada que separa esta da túnica adventícia.

Túnica adventíciaConsiste em colágeno do tipo I e fibras elásticas, torna-se gradualmente continua com tecido conjuntivo, com o órgão pelo qual o vaso sanguíneo está passando.São eles:Vasa VasorumOs Vasos grandes normalmente possuem vasa vasorum que são arteríolas capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e na porção externa da média. Os vasa vasorum proveem da adventícia e a média de metabolitos, nos vasos maiores as camadas são espessas para serem nutridas só por difusão e a partir do sangue na luz.Vaso Vasorum é mais frequente em veias que em artérias, estas camadas recebem oxigênio e nutrição por difusão do sangue que circula na luz do vaso.

InervaçãoA maioria dos vasos sanguíneos que contêm músculo liso nas suas paredes, é provida por uma rede profusa de fibras não mielínicas de inervação simpática (nervos vasomotores) cujos neurotransmissores é a norepinefrina. Descarga de norepinefrina por estas terminações nervosas resulta em vasoconstrição.O neurotransmissor precisa difundir-se por uma distancia de vários micrometros para poder afetar as células musculares lisas da túnica média. Esses neurotransmissores atuam abrindo espaços entre as junções intercelulares das células musculares lisas da média, assim a resposta ao neurotransmissor propaga-se para as células musculares das camadas mais internas desta túnica.As artérias de músculos esqueléticos recebem também uma provisão de terminações nervosas vasodilatadoras do tipo colinérgicas. A liberação de acetilcolina por estas terminações colinérgicas leva as células endoteliais a produzir oxido nítrico, o qual se difunde através das células musculares lisas e vai ativar o sistema de mensageiros intracelulares, GMP cíclico. As células musculares então relaxam, e a luz do vaso é dilatada.

Alterações degenerativas arteriaisAs artérias sofrem mudanças progressivas e graduais do nascimento até a morte, e é difícil estabelecer onde os processos normais do desenvolvimento terminam e onde os processos de involução começam. Cada artéria exibe seu próprio padrão de envelhecimento.Lesões ateroscleróticas são caracterizadas pelo espessamento focal da intima, pela proliferação das células musculares lisas e de elementos celulares e extracelulares do tecido conjuntivo, pelo deposito de colesterol nas células musculares lisas e macrófagos. Quando fortemente carregadas com lipídio, estas células são chamadas de células espumosas e formam placas de gorduras visíveis macroscopicamente que caracterizam a aterosclerose. Estas alterações podem estender-se até a porção interna da túnica média, e o espessamento pode torna-se tão desenvolvido a ponto de obstruir a luz do vaso. As artérias coronárias estão entre as que apresentam maior predisposição para desenvolver aterosclerose. Acredita-se que espessamento uniforme da íntima é fenômeno normal do envelhecimento.Certas artérias irrigam áreas definidas de órgãos específicos e a obstrução do suprimento de sangue resulta em necrose (morte de tecidos por processo patológico). Esses infartos acontecem comumente no coração, nos rins, no cérebro e em alguns outros órgãos específicos. Em outras regiões(como a pele), as anastomoses arteriais são frequentes e a obstrução de uma artéria não conduz à necrose de tecido, porque o fluxo de sangue é mantido.

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Quando a média de uma artéria é debilitada por um defeito embrionário, doença ou lesão, a parede da artéria pode dilatar-se extensivamente. Quando este processo de dilatação progride, pode transformar-se em um aneurisma. A ruptura do aneurisma traz consequências graves e pode causar a morte. Seios carotídeos são pequenas dilatações das artérias carótidas internas. Estes seios contêm barorreceptores que detectam variações na pressão sanguínea e transmitem esta informação ao sistema nervoso central. A camada média da parede arterial é mais delgada nos seios carotídeos e responde a mudanças na pressão sanguínea As anastomoses arteriovenosas participam na regulação do fluxo sanguíneo em certas regiões do corpo. As anastomoses arteriovenosas são comunicações diretas entre arteríolas e vênulas. O diâmetro da luz dos vasos da anastomose varia com a condição fisiológica do órgão. Mudanças no diâmetro destes vasos regulam a pressão sanguínea, o fluxo, a temperatura e a conservação de calor em determinadas áreas do corpo.

CoraçãoO coração é um órgão muscular que se contrai ritmicamente, enquanto bombeia o sangue pelo sistema circulatório. Também é responsável pela produção de um hormônio chamado fator natriurético atrial. Suas paredes são constituídas de três túnicas: a interna, ou endocárdico; a media, ou miocárdio; e a externa, ou pericárdio. A região central fibrosa do coração chamada impropriamente de esqueleto fibroso, serve de ponto de apoio para válvulas.O endocárdio: é homologo da intima dos vasos sanguíneos e é constituído por endotélio que repousa sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo frouxo que contem fibras elásticas e colágenas bem como algumas células musculares lisas. O miocárdio é a mais espessa das túnicas do coração e consiste em células musculares cardíacas organizadas em camadas que envolvem as câmaras do coração como uma espiral complexa. O coração está coberto externamente por um epitélio pavimentoso simples (mesotelio que apoia em uma fina camada de tecido conjuntivo que constitui o epicárdio). As camadas subcardial de tecido conjuntivo frouxo contem veias, nervos e gânglios nervosos. O epicardio corresponde ao folheto visceral do pericárdio, membrana serosa que envolve o coração.O esqueleto cardíaco e composto de tecido conjuntivo denso. Seus principais componentes são o septo membranoso, o trigono fibroso e o anulo fibroso. Estas estruturas são formadas por um tecido conjuntivo denso, com fibras de colágeno grossos orientados em varias direções. As válvulas cardíacas consistem em um arcabouço central de tecido conjuntivo denso (contendo colágeno e fibras e elásticas), revestido em ambos os lados por uma camada de endotélio. As bases das válvulas são presas aos anéis fibrosos do esqueleto cardíaco.O coração possui um sistema próprio para gerar um estímulo rítmico que é espalhado por todo o miocárdio. Este sistema é constituído por dois nodos localizados no átrio, o nodo sinoatrial e o nodo atrioventricular e pelo feixe atrioventricular. O nodo sinoatrial é uma massa de células musculares cardíacos especializados. São células fusiformes, menores do que as células musculares do átrio, e possuem menor quantidade de miofibrilos. O nodo atrioventricular é semelhante do nodo sinoatrial, suas células, porém ramificam – se e emitem projeções citoplasmáticas em varias direções, formando uma rede.O feixe atrioventricular origina-se do nodo do mesmo nome e, no seu inicio, é formado por células semelhantes aquele nodo.

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Tanto os ramos do simpático quanto do parassimpático (divisões do sistema nervoso autônomo) contribuem para a inervação do coração e formam um plexo extenso na base deste. Células nervosas ganglionares e fibras nervosas estão presentes nas regiões próximas aos nodos sinoatrial e atrioventricular. A estimulação do parassimpático (nervo vago) diminui os batimentos cardíacos, enquanto a estimulação do simpático tem um efeito contrario.

SISTEMA LINFÁTICO Sistema vascular linfático retorna o liquido extracelular para o fluxo sanguíneo. Além dos vasos sanguíneos, o corpo humano possui um sistema de canais de paredes finas revestidos por endotélio que coleta o fluxo dos espaços extracelular e o retorna para o sangue. Este fluido e denominado linfa, e diferentemente do sangue, circula somente na direção do coração. Os capilares linfáticos originam-se nos diferentes tecidos como vasos finos e sem obstruções terminais (fundo de saco), que consiste em uma única camada de endotélio e uma lamina basal incompleta. Capilares linfáticos são mantidos abertos através de numerosas microfibras elásticas, os quais também se ancoram firmemente aos tecidos conjuntivos que os envolve. Os finos vasos linfáticos convergem gradualmente e finalmente termina em dois grandes troncos, ducto torácico, que desemboca na junção da veia jugular interna com a veia subclávia esquerda e o ducto linfático direito com a veia subclávia direita. Ao longo de seu trajeto, os vasos linfáticos atravessam os linfonodos.

TECIDO MUSCULARO tecido muscular é constituído por células alongadas, que contém grande quantidade de filamentos citoplasmáticos de proteínas contráteis. As células musculares tem origem mesodérmica, e sua diferenciação ocorre pela síntese de proteínas filamentosas, concomitante com o alongamento das células. Distinguem-se três tipos de tecido muscular. O músculo estriado esquelético, formado por feixes de células cilíndricas muito longas e multinucleadas, que apresentam estriações transversais. O músculo estriado cardíaco, cujas células também apresentam estrias transversais, é formado por células alongadas e ramificadas, que se unem por intermédio dos discos intercalares. O músculo liso, formado por aglomerados de células fusiformes que não possuem estrias transversais.A membrana celular é chamada de sarcolema; o citossol de sarcoplasma e o retículo endoplasmático liso, de retículo sarcoplasmático.

MUSCULO ESQUELÉTICOO tecido muscular esquelético é formado por feixes de células muito longas, as miofibrilas. Essas fibras se originam no embrião pela fusão de células alongadas, os mioblastos. Nas fibras musculares esqueléticas os numerosos se localizam na periferia das fibras. Esta localização ajuda a distinguir o musculo esquelético do musculo cardíaco.

ORGANIZAÇÃO DO MUSCULO ESQUELETICONum musculo, as fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes, sendo o conjunto de feixes envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo chamado epimisio. Do epimisio partem finos septos do tecido conjuntivo que se dirigem para o interior do musculo. Esses septos constituem o perimísio. Cada fibra muscular é envolvida pelo endomísio, que é formado pela lamina basal da fibra muscular associada a fibras reticulares. O tecido conjuntivo mantem as fibras musculares unificadas, permitindo que a força de contração gerada por cada fibra individualmente atue sobre o musculo inteiro. É ainda por intermédio do tecido conjuntivo que a força de contração do musculo se transmite as outras estruturas

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como tendões e ossos. O tecido conjuntivo do musculo contem, ainda, vasos linfáticos e nervos.

ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICASQuando observadas ao microscópio óptico, as fibras musculares esqueléticas mostram estriações transversais, pela alternância de faixas claras e escuras. A faixa escura é anisotrópica e por isso recebeu o nome de banda A, enquanto a faixa clara, ou banda I, é isotrópica. No centro de cada banda I nota-se uma linha transversal escura – linha Z. A estriação da miofibrila é devida à repetição de unidades iguais, chamadas sarcomero. Cada sarcomero é formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z sucessivas e contem banda A separando duas semibandas I.A banda A apresenta uma zona mais clara no seu centro, a banda H. A disposição de sarcomero coincide nas várias miofibrilas da fibra muscular. Cada fibra muscular contem muitos feixes cilíndricos de filamentos, as miofibrilas. O microspio eletrônico revela a presença de filamentos finos de actina e filamentos grossos de miosina. Essa organização dos filamentos miofibrilares é mantida por diversas proteínas que ligam as miofibrilas umas às outras. O conjunto de actina e miosina são presos à membrana plasmática da célula muscular por meio de diversas proteínas que tem afinidade pelos miofilamentos e por proteínas da membrana plasmática. Uma dessas proteínas é chamada distrofina, liga dos filamentos de actina a proteínas do sarcolema.As miofibrilas do musculo estriado contem quatro proteínas principais: miosina, actina, tropomiosina e troponina. Os filamentos grossos são formados de miosina e as outras três são encontradas nos filamentos finos.

RETICULO SARCOPLASMÁTICO E SISTEMA DE TÚBULOS TRANSVERSAISA contração muscular depende da disponibilidade de íons Ca²+ e o musculo se relaxa quando o teor desses íons se reduz. Esse retículo é uma rede de cisternas do reticulo endoplasmático liso, que envolve grupos de miofilamentos se separando em feixes cilíndricos.A despolarização da membrana do reticulo sarcoplasmático, que resulta na liberação de íons Ca²+ inicia-se na placa motora, uma junção mioneural situada na superfície da fibra muscular.

MECANISMO DA CONTRAÇÃOO sarcomero em repouso consiste em filamentos finos e grossos que se sobrepõem parcialmente. Durante, o ciclo da contração os dois tipos de filamentos conservam seus comprimentos originais. A contração deve-se ao deslizamento dos filamentos uns sobre os outros, que aumenta o tamanho da zona de sobreposição entre os filamentos e diminui o tamanho do sarcomero.A contração muscular se inicia pela combinação de ca²+ com a subunidade TnC da troponina, o que expõe o local ativo de actina que as combina com a miosina. Na etapa seguinte, cabeça da miosina liga-se actina e o ATP se decompõe em ADP e energia, produzindo o movimento da cabeça da miosina, o filamento fino desliza sobre filamento grosso. Esse processo, que se repete muitas vezes durante um ciclo de contração, leva a uma sobreposição completa dos filamentos de actina e miose e ao encurtamento da fibra muscular.

INERVAÇÃOA contração das fibras musculares esqueléticas é comandada por nervos motores que se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio, onde cada nervo origina numerosos ramos. No local de contato com a fibra muscular, o ramo final do nervo perde sua bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de uma depressão da superfície da fibra

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muscular. Esta estrutura chama-se placa motora ou junção mioneural. Neste local o axônio é recoberto por uma delgada camada de citoplasma das células Schwann.Quando uma fibra do nervo motor recebe um impulso nervoso o terminal axônio libera acetilcolina, que se difunde através de fenda sináptica e vai se prender aos receptores situados no sarcolema das dobras funcionais.O excesso de acetilcolina é hidrolisado pela colinesterase presente na fenda sináptica. A despolarização iniciada na placa motora propaga-se ao longo da membrana da fibra muscular e penetra na profundidade da fibra através do sistema de túbulo transversal. Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra muscular ou então ramificar-se e inervar-se até 160 ou mais fibras. A fibra nervosa e as fibras musculares por ela inervadas formam uma unidade motora. O tamanho das unidades motoras tem relação com a delicadeza de movimentos requerida do musculo.

FUSO MUSCULAR E CORPUSCULO TENDINEAS DE GOLGITodos os músculos estriados esqueléticos contem receptores que captam modificações no próprio músculo proprioceptores denominando fuso muscular. Essas estruturas são constituídas por uma capsula de tecido conjuntivo que delimita um espaço contendo fluido e fibras musculares modificadas, denominadas fibras intrafusais. Diversas fibras nervosas sensoriais penetram nos fusos musculares, onde detectam modificações no comprimento das fibras musculares e transmite essas informações para a medula espinhal. Neste órgão são ativados diversos mecanismos reflexos de complexidade variável que atuam sobre certos grupos musculares, participando do mecanismo de controle da postura e da coordenação de músculos opostos durante as atividades motores, como caminhar ou correr. Os tendões apresentam feixes de fibras colágenas encapsuladas, onde penetram fibras nervosas sensoriais, constituindo-se os corpúsculos tendineas de Golgi. Essas estruturas captam estímulos gerados no próprio organismo. Essas informações são transmitidas ao Sistema nervoso central e participam do controle das forças necessárias aos diversos movimentos.

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ENERGIAA célula muscular esquelética é adaptada para a produção de trabalho mecânico intenso e descontinuo, necessitando de compostos ricos de energia. A energia que pode ser mobilizada com mais facilidade é acumulada em ATP ricos em energia nas ligações fosfato e são armazenadas nas células musculares. O tecido muscular obtém energia para formar ATP fosfocreatina a partir do ácido graxo e da glicose. Quando o musculo exerce atividade intensa pode haver insuficiência de oxigênio e a celular recorre ao metabolismo anaeróbico da glicose com a produção de acido lático; o excesso de ácido lático pode causar câimbras com intensa dor muscular. As fibras musculares podem ser identificadas como tipo I lentas e tipo II rápidas: estas fibras são adaptadas para contração contínua. As fibras do tipo II são adaptadas para contrações rápidas e descontínua elas contém poucas mioglobinas e por isso são de cor vermelho-clara. Essas classificações das fibras musculares são importantes para a caracterização das doenças musculares na biopsia do tecido muscular.

OUTROS COMPONENTES DO SARCOPLASMAO sarcoplasma contem grânulos de glicogênio que constitui 0,51% do peso do músculo e servem como deposito de energia. Outro componente do sarcoplasma é a mioglobina, uma proteína parecida com a hemoglobina. A mioglobina serve de deposito de oxigênio, existente em grande quantidade nos músculos dos mamíferos que vivem no oceano e mergulha constantemente como foca e baleias. Os músculos que executam atividades prolongadas também têm muitas mioglobinas como, por exemplo, o musculo peitoral das

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aves migratórias. As fibras musculares esqueléticas tem pequena quantidade de reticulo endoplasmático rugoso e de ribossomos, um aspecto que coincide com a reduzida síntese proteica nesse tecido.

MUSCULO CARDIACOOs músculos do coração são constituídos por células alongadas e ramificadas, que se prendem por meio de função intercelulares complexos. Essas células apresentam estriações transversais semelhantes as dos músculos esqueléticos, mas ao contrário das fibras esqueléticas que são multinucleadas, as fibras cardíacas possuem apenas um ou dois núcleos centralmente localizadas. As fibras cardíacas são uma delicada bainha de tecido conjuntivo equivalente ao do músculo esquelético. Uma característica exclusiva do musculo cardíaco é a presença de linhas transversais fortemente coráveis que apresentam em intervalos irregulares ao longo das células. A estrutura e a função das proteínas centrais das células musculares cardíacas são praticamente a mesmas descritas para o músculo esquelético. Os músculos cardíacos contêm numerosas mitocôndrias que ocupam aproximadamente 40% do volume do citoplasma o que reflete o intenso metabolismo aeróbico desse tecido. Os músculos cardíacos armazenam acido graxo sob a forma de triglicerídeos encontrada nas gotículas lipídicas do citoplasma de suas células. No coração existe uma rede de células musculares cardíacas acopladas às outras células musculares do órgão que tem o papel importante na geração e condução do estímulo cardíaco de modo que as contrações dos átrios e ventrículos ocorrem determinadas sequencia permitindo o coração exercer com eficiência sua função de bombeamento do sangue.

MUSCULO LISOO musculo liso é formado pela associação de células longas, mas espessas no centro e filando-se nas extremidades com núcleo único e central. As células musculares lisas são revestidas por lamina basal e mantida juntas por uma rede muito delicada de fibras reticulares. O músculo liso recebem fibras do sistema nervoso simpático e do parassimpático porem não exibe função neuromuscular elaborada que ocorre apenas nos músculos esqueléticos. Frequentemente os axônios formam dilatações entre as células musculares lisas e o grau de controle do sistema nervoso autônomo sobre o musculo liso é muito variável.A musculatura lisa do trato digestivo se contrai em ondas lentas; por outro lado, o musculo liso da íris do globo ocular se contrai ou se relaxa de modo muito rápido e preciso.

REGENERAÇÃO DO TECIDO MUSCULARNo adulto, três tipos de tecido muscular exibem diferenças na capacidade regenerativa após uma lesão que produza destruição parcial do musculo. Os músculos cardíacos não se regeneram nas lesões do coração, como nos infartos, por exemplo; as partes destruições são invadidas por fibras que produz fibras colágenas, formando uma cicatriz do tecido conjuntivo denso.Admite-se que as células satélites sejam responsáveis pela regeneração do musculo esquelético, após uma lesão ou outro estimulo. As células satélites tornam-se ativa, proliferam por divisão mitótica e se fundem umas as outras para formar novas fibras musculares esqueléticas. O musculo liso é capaz de uma resposta regenerativa mais eficiente ocorrendo lesão e as células musculares lisas que permanecem viáveis entram em mitose e repara o tecido destruído. Na regeneração do tecido muscular liso na parede do vaso sanguíneo a participação dos pericitos que se multiplica por mitose e originam novas células musculares lisas.

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TECIDO NERVOSOO tecido nervoso acha-se distribuído pelo organismo, interligando-se e formando uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso [...] este sistema é dividido em: sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinhal; e sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos nervos e por pequenos agregados de células nervosas denominados gânglios nervosos. Os nervos são constituídos principalmente por prolongamentos dos neurônios (células nervosas) situados no SNC ou nos gânglios nervosos.O tecido nervoso apresenta dois componentes principais: os neurônios, células geralmente com longos prolongamentos, e vários tipos de células da glia ou neuroglia. [...] No encéfalo e na medula espinhal há duas porções distintas, denominadas substância branca e substância cinzenta. A substância cinzenta é [...] formada principalmente por corpos celulares dos neurônios e células da glia, contendo também prolongamentos de neurônios. A substância branca não contém corpos celulares de neurônios, sendo constituída por prolongamentos de neurônios e por células da glia. [...] Os neurônios têm a propriedade de responder a alterações do meio em que se encontram. [...] Esta propagação constitui o que se denomina impulso nervoso, cuja função é transmitir informações a outros neurônios, a músculos ou a glândulas.[...] As funções fundamentais do sistema nervoso são: detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno; organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo, entre as quais as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.[...] As células nervosas ou neurônios são formadas por um corpo celular ou pericário, que contém o núcleo e do qual partem prolongamentos. [...] Os neurônios possuem morfologia complexa, porém quase todos apresentam três componentes: dendritos, corpo celular ou pericário e axônio.[...] Os neurônios podem ser classificados nos seguintes tipos:

neurônios multipolares, que apresentam mais de dois prolongamentos celulares;neurônios bipolares, possuidores de um dendrito e de um axônio; eneurônios pseudo-unipolares, que apresentam, próximo ao corpo celular,

prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se uma ramo para a periferia e outro o sistema nervoso central.[...] Os neurônios podem ainda ser classificados segundo sua função. Os neurônios motores, neurônios sensoriais e interneurônios.[...] Corpo celular ou pericário é a parte do neurônio que contém o núcleo e o citoplasma envolvente do núcleo. [...] Na maioria dos neurônios o núcleo é esférico e aparece pouco corado, pois seus cromossomos acham-se muito distendidos, indicando a alta atividade sintética dessas células. [...] A maioria das células nervosas possuem numerosos dendritos, que aumentam consideravelmente a superfície celular, tornando possível receber e integrar impulsos trazidos por numerosos terminais axônicos de outros neurônios. [...] A composição do citoplasma da base dos dendritos, próximo ao pericário, é semelhante à do corpo celular, porém os dendritos não apresentam aparelho de Golgi.[...] Cada neurônio possui apenas um único axônio, que é um cilindro de comprimento e diâmetro variáveis conforme o tipo de neurônio. Alguns axônios são curtos, mas, na maioria dos casos, o axônio é mais longo do que os dendritos da mesma célula. [...] Em toda sua extensão, os axônios têm um diâmetro constante e não se ramificam abundantemente, ao contrário do que ocorre com os dendritos.

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[...] A célula nervosa tem moléculas na membrana que são bombas ou então canais para o transporte de íons para dentro e para fora do citoplasma.[...] A sinapse é responsável pela transmissão unidirecional dos impulsos nervosos. As sinapses são locais de contato entre os neurônios e outras células efetoras, por exemplo, células musculares e glandulares. A função da sinapse é transformar um sinal elétrico (impulso nervoso) do neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua sobre a célula pós-sináptica. A maioria das sinapses transmite informações por meio da liberação de neurotransmissores. Neurotransmissoras são substâncias que, quando se combinam com proteínas receptoras, abrem ou fecham canais iônicos ou então desencadeiam uma cascata molecular na célula pós-sináptica que produz segundos mensageiros intracelulares. [...] Geralmente, os neurotransmissores são sintetizados no corpo do neurônio e armazenados em vesículas no terminal pré-sináptico. [...] Os primeiros neurotransmissores descobertos foram a acetilcolina e a noradrenalina.[...] Sob a designação geral de neuroglia ou glia, incluem-se vários tipos celulares presentes no sistema nervoso central ao lado dos neurônios. [...] calcula-se que haja no sistema nervoso central 10 células da glia para cada neurônio, mas, em virtude do menor tamanho das células da neuroglia, elas ocupam aproximadamente a metade do volume do tecido. [...] As células da glia fornecem um microambiente adequado para os neurônios e desempenham ainda outras funções. [...] Oligodendrócitos produzem as bainhas de mielina, [...] células de Schwann têm a mesma função dos oligodendrócitos, porém se localizam em volta dos axônios do sistema nervoso periférico, [...] os astrócitos são células de forma estrelada com múltiplos processos irradiando do corpo celular. [...] ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e a pia-mater. [...] Além da função de sustentação, os astrócitos participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. [...] O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro, cerebelo e medula espinhal.[...] O sistema nervoso central está contido e protegido na caixa craniana e no canal vertebral, sendo envolvidos por membranas de tecido conjuntivo chamadas meninges. [...] As meninges são formadas por três camadas, que, de fora para dentro, são as seguintes: dura-máter, aracnoide e pia-máter.[...] Barreira hematoencefálica é uma barreira funcional que dificulta a passagem de certas substâncias, como alguns antibióticos, agentes químicos e toxinas, do sangue para o tecido nervoso. [...] Seu principal componente estrutural são as junções oclusivas entre as células endoteliais.[...] Os plexos coroides são dobras da pia-mater ricas em capilares fenestrados e dilatados, que fazem saliência para o interior dos ventrículos. [...] A principal função dos plexos coróides é secretar o liquido cefalorraquidiano (LCR), que contém apenas pequena quantidade de sólidos e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, o espaço subaracnoideo e os espaços perivasculares.[...] Os componentes do sistema nervoso periférico são os nervos, gânglios e terminações nervosas. Os nervos são feixes de fibras nervosas envolvidas por tecido conjuntivo.[...] As fibras nervosas são constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias. Grupos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP.[...] No sistema nervoso periférico as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando origem aos nervos. [...] O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, o epineuro, que reveste o nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas. [...] Os nervos estabelecem comunicação entre os centros nervosos e os órgãos da sensibilidade e os efetores (músculos, glândulas).

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[...] Os acúmulos de neurônios localizados fora do sistema nervoso central recebem o nome de gânglios nervosos. [...] Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser: sensoriais (aferentes) ou gânglios do sistema nervoso autônomo (eferentes).[...] O sistema nervoso autônomo relaciona-se com o controle da musculatura lisa, com modulação do ritmo cardíaco e com a secreção de algumas glândulas. Sua função é ajustar certas atividades do organismo, a fim de manter a constância do meio interno (homeostase). [...] As funções do sistema nervoso autônomo sofrem constantemente a influência da atividade consciente do sistema nervoso central. [...] O sistema nervoso autônomo é formado por duas partes, distintas por sua anatomia e por suas funções: o sistema simpático e o parassimpático.[...] Os núcleos nervosos (grupos de células nervosas) do simpático se localizam nas porções torácica e lombar da medula espinhal. [...] Os núcleos nervosos (grupos de neurônios) do parassimpático situam-se no encéfalo e na porção sacral da medula espinhal.

Tecido ÓsseoO tecido ósseo é constituinte principal do esqueleto, tem a função de sustentação do corpo e proteção dos órgãos internos, auxilia nos movimentos, é um tecido rígido graças a presença de matriz rica em sais de cálcio, fosforo e magnésio. Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas. Os ossos são ricos em vasos sanguíneos, por serem uma estrutura inervada e irrigada, eles apresentam sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração. O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea. As células são os ósteocitos, que se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz; os osteoblastos, produtores da parte orgânica da matriz; e os osteoclastos, células gigantes, móveis e multinucleadas. Todos os ossos são revestidos em suas superfícies externas e internas por membranas conjuntivas que possuem células osteogênicas o periósteo e o endósteo, respectivamente. Quando um osso é serrado percebe-se que ele é formado por duas partes: uma sem cavidade chamada osso compacto e outra com muitas cavidades que se comunicam chamada osso esponjoso.

Células do Tecido ÓsseoOsteócitos: Substancias necessárias para a manutenção do osso; São as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando as lacunas das quais partem canalículos. Cada lacuna contém apenas, um osteócito. Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contatos através de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para o outro. A pequena quantidade de material extracelular presente no espaço entre os osteócitos e a matriz óssea também constitui uma via de transporte de nutrientes e metabólitos entre os vasos sanguíneos e os osteócitos.Com forma de uma amêndoa os osteócitos são células achatadas, que exibe pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso, aparelho de Golgi pequeno e núcleo com cromatina condensada. Sua morte é seguida por reabsorção da matriz.Osteoblastos: São células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea (colágeno tipo 1,proteoglicanas e glicoproteinas). Os osteoblastos em fase de síntese mostram as características ultra-estruturais das células produtoras de proteínas. A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não esta ainda calcificada, recebe o nome de osteóide.

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Osteoclastos: São células moveis gigantes, extensamente ramificadas, com partes dilatadas que contem seis a 50 ou mais núcleos. São células responsáveis pela remodelação óssea que ocorre ao longo do crescimento de um osso ou em condições que favoreçam reabsorção óssea, como a osteoporose ou a remodelação de uma região chamadas lacunas de howship e podem ser requisitados para outras regiões do osso de acordo com a necessidade, guiando-se através de quimiotaxia.A atividade dos osteoclastos e coordenada por citocinas e por hormônios como calcitonina, um hormônio produzido pela glândula tireoide e paratormônio, secretado pelas glândulas paratireoides.

A matriz ósseaNa matriz óssea encontramos a parte inorgânica e orgânica cada uma destas partes com as suas funções.A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio, tem também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato esses em pequenas quantidades. A matriz óssea apresenta uma camada de agua e íons em volta do cristal que é o que chamamos de capa de hidratação que por sua vez facilita a troca de íons entre o cristal e o liquido intersticial.A parte orgânica da matriz óssea é formada por fibras colágenas 95% constituídas de colágeno do tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanas e glicoproteínas. A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela dureza e resistência do tecido ósseo.

Periósteo e EndósteoAs superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e tecido conjuntivo, que constituem o endósteo e o periósteo, respectivamente.A camada mais superficial do periósteo contem principalmente fibras colágenas e fibroblastos. Essas fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. Já na sua porção profunda, o periósteo é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, essas células se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos e na reparação das fraturas.O endósteo é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatados revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmam. Enfim as principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a recuperação do osso.

Tipos de tecido ósseoHistologicamente existem dois tipos de tecido ósseo: o imaturo ou primário; e o maduro, secundário, ou lamelar. Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz. O tecido primário é o que aparece primeiro, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas, sendo temporário e substituído pelo tecido secundário.

Tecido ósseo PrimárioEm cada osso o primeiro tecido ósseo que aparece é do tipo primário (não lamelar), sendo substituído gradativamente por tecido ósseo lamelar ou secundário. No adulto é muito pouco frequente, persistindo apenas próximo as suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões. O tecido ósseo primário apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções em organização definida, tem menor quantidade de minerais.

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Tecido ósseo SecundárioO tecido ósseo secundário é a variedade geralmente encontrada no adulto. Sua principal característica é possuir fibras colágenas organizadas em lamelas de 3 a 7 μm (micrômetro) de espessura que, ou ficam paralelas umas às outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos formando os Sistemas de Havers ou ósteons.

Substância óssea esponjosaA substância óssea esponjosa apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formada por várias trabéculas, que dão um aspecto poroso ao tecido. O osso esponjoso é o de menor peso, tem forma de grade, com espaços ósseos nos quais se encontra a medula óssea. Geralmente, o osso esponjoso localiza-se na parte interna da diáfise, ou corpo dos ossos, e na epífise, as extremidades.

Substância óssea compacta Apresenta pouquíssimo espaço medular, possuindo, no entanto, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sanguíneos: canais de Volkmanne canais de Havers. Por serem uma estrutura inervada e irrigada, os ossos têm sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração.

Canais de VolkmannOs canais de Volkmann começam na superfície externa ou interna do osso, possuindo uma trajetória transversal. Esses canais se comunicam com os canais de Havers. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

Canais de HaversOs Canais de Havers percorrem o osso longitudinalmente (ou no eixo axial) e podem intercomunicar-se por projeções laterais. Em cortes transversais, percebe-se que ao redor de cada canal de Havers existem várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas, é chamado de Sistema de Havers ou Sistema haversiano.

HistogêneseO tecido ósseo é constituído por um processo chamado ossificação intramembranosa ou pelo processo de ossificação endocondral. Ambas, são formadas por um tipo de tecido primário. Pouco a pouco esse tecido se transforma em tecido secundário ou linear. Contudo, durante o decorrer do crescimento dos ossos podem-se visualizar lados, áreas de reabsorção, áreas onde se encontram os tecidos primários e áreas do tecido secundário.

Ossificação intramembranosa:É localizado no interior do tecido conjuntivo, cuja função é formar ossos como osso frontal, parietal, partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior. Contribui para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessuras dos ossos longos.O blastema osso formado por uma condensação de células osteoprogenitoras, é fonte de osteoblastos. Uma vez formados, os osteoblastos inicial o processo de síntese do osteóide, aprisionam-se nele e originam os osteócitos. As trabéculas de vários grupos confluem, dando ao osso um aspecto esponjoso. Os espaços entre as trabéculas ósseas são invadidos por vasos sanguíneos e por células mesenquimais indiferenciadas que vão da origem à medula óssea.

Ossificação Endocondral :Tem inicio sobre uma cartilagem hialina, e tem formação parecida a um osso que vai se formar, só que de tamanho menos. Este tipo de ossificação é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos.Num osso longo em desenvolvimento, o primeiro tecido ósseo a aparecer é formado por ossificação intramembranosa. A proliferação vascular, como observado aumenta as tensões

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de oxigênio no pericôndrio, levando os condroblastos à morte. Células mesenquimais indiferenciadas trazidos pelo sangue diferenciam-se em osteoblastos, que substituem os condroblastos mortos e começam a sintetizar a matriz óssea. Com o aumento as tensões do oxigênio, os condrócitos começam a hipertrofiar e formam a zona de cartilagem hipertrófica. Tem inicio a calcificação da matriz, pois são nela depositadas os sais de cálcio trazidos pela corrente sanguínea.Os condrócitos morrem e a matriz calcificada forma a zona de cartilagem calcificada, os espaços anteriormente ocupados pelos condrócitos vão alojar a medula óssea.Processo de regeneração de uma fratura simples. Quando um osso fraturado, imediatamente ocorre hemorragia (em virtude dos vasos lesionados), destruição da matriz e morte das células ósseas. O processo de reparação requer, em primeiro lugar, a remoção do coagulo, da matriz e morte das células ósseas. À medida que se forma o canal medular, células sanguíneas originadas de células hematógeneas multipotentes (células tronco) trazidas pelo sangue dão origem à medula óssea. Quando o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa a epífise, o tecido cartilaginoso fica reduzido a dois locais: cartilagem articular que persistirá por toda a vida e não contribui para a formação tecido ósseo e cartilagem de conjugação ou disco epifisário. A cartilagem de conjugação fica entre o tecido ósseo das epífises e o da diáfise, seu desaparecimento por ossificação, aproximadamente aos 20 anos de idade, determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos. Na cartilagem de conjugação, distinguem-se as cinco zonas:1- Zona de repouso; onde existe cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica.2- Zona de cartilagem seriada; os condrócitos dividem-se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células no sentido longitudinal.3- Zona de cartilagem hipertrófica; apresenta condrócitos muito volumosos. As células entram em apoptose.4- Zona de cartilagem calcificada; ocorre a mineralização dos delgados, termina a apoptose.5- Zona de ossificação; aparece o tecido ósseo. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os restos de matriz cartilaginosa e calcificada. Sobre esses restos os osteoblastos se transformam em osteócitos. Desse modo, formam-se as espículas ósseas. Crescimento e remodelação dos ossos O crescimento dos ossos consiste na formação de tecido ósseo novo, os conseguem manter sua formação enquanto crescem. Os ossos crescem por formação do tecido ósseo pelo periósteo situado entre suturas e na face externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face interna. O tecido ósseo responde ao crescimento do encéfalo, formando uma caixa craniana do tamanho adequado. A caixa será pequena se houver diferença do crescimento do encéfalo. Ao contrário nas crianças com hidrocefalia cujo encéfalo é muito maior do que o normal. Nos adultos também existe remodelação dos ossos. Remodelação não está relacionada com o crescimento e é muito mais lenta. A remodelação das crianças é 200 vezes mais rápida do que dos adultos. Nos ossos longos as epífises aumentam de tamanho devido ao crescimento radial da cartilagem. A diáfise cresce em extinção pela atividade dos discos epifisários, em espessuras, pela formação de tecido ósseo na superfície externa da diáfise, absorção interna aumenta o diâmetro do canal medular. Apesar da sua resistência e dureza, o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna.

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Exemplos: dentes com aparelho ocorre a reabsorção óssea no lado em que a pressão atua e oposição no lado oposto que está sujeita a uma tração, o dente é deslocado na arca dentária a medida que o osso alveolar ou remodelar. O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva desse íon, cuja concentração no sangue (calcemia) deve ser mantida constante, para o funcionamento normal do organismo.O esqueleto é a reserva de cálcio dos vertebrados, contendo mais de 90% desse íon em sua composição orgânica. A concentração deste no sangue (calcemia) deve ser mantida constante para o funcionamento adequado do organismo. Há um intercâmbio contínuo entre os íons cálcio do sangue e dos ossos. Quando nos alimentamos, esse íon é absorvido da comida para a corrente sanguínea e rapidamente é depositado nos ossos. De forma inversa, quando há diminuição da calcemia o cálcio dos ossos é mobilizado para o sangue.

Como um osso quebrado se regenera?Quando um osso se quebra, os vasos sanguíneos em seu interior se rompem, causando sangramento e a formação de um coágulo. O local inflama, mas, em 24 horas, as extremidades dos vasos rompidos são vedadas, estancando quase por completo a hemorragia. A região da fratura fica cheia de pedacinhos do osso quebrado e tecidos mortos, que são removidos pela ação de células chamadas osteoclastos. Elas fagocitam (“comem” e “digerem”) esses fragmentos. O processo pode durar semanas, dependendo do tamanho da lesão. Desde as primeiras horas após a contusão, também entram em ação os angioblastos, células responsáveis pela formação dos vasos sanguíneas. Eles darão origem a novos vasos dentro do osso e irão reparar outros que se romperam com a fratura. Ao mesmo tempo, a medula óssea começa a se regenerar. Composta basicamente de sangue e gordura, ela fica dentro do canal medular do osso, que vai sendo preenchido por novas células. A reconstituição óssea em si se dá a partir de duas membranas bastante vascularizadas: o periósteo e o endósteo. Enquanto o periósteo envolve por completo os ossos, o endósteo é uma camada mais fina que os reveste internamente.Tanto o periósteo quanto o endósteo tem capacidade de produzir as células chamadas osteoblastos, que darão origem ao tecido ósseo. Um ou dois dias após a fratura, os osteoblastos já começam a invadir o interior e a superfície do coágulo. A deposição de osteoblastos no local da fratura leva a formação do calo ósseo, que surge tanto externamente quanto internamente. Enquanto isso, o coágulo vai diminuindo, pois as células que o formam continuam sendo “devoradas” pelos osteoclastos. Em até duas semanas, o calo, formado também por tecido fibroso e cartilaginoso, consegue unir as extremidades da fratura com a parte intacta do osso. Em seis semanas, a fissura desaparece. A fase seguinte, que pode durar meses, é a da consolidação, quando ocorre a calcificação do osso. O cálcio, que confere resistência aos ossos e chega ao local pela corrente sanguínea, ajuda a reparar de vez o estrago. A etapa final e mais longa da regeneração óssea – pode levar até dez anos – é a remodelagem. Os osteoclastos atacam de novo, “lixando” a superfície do osso para reduzir o calo. Ao final, a área da fratura, que até então permanecia mais suscetível a quebras, volta a ter a resistência de antes.

As ArticulaçõesSão estruturas formadas por tecidos conjuntivos, que unem um osso ao outro, formando o esqueleto. Podendo ser classificado como: diartrose, onde ocorre maior movimento dos ossos e sinartroses quando ocorre movimento limitado ou nenhum outro.Distinguem-se três tipos de sinartroses: as sinostoses, as sincondroses e as sindesmoses.

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Sinostoses: Totalmente desprovidas de movimentos, seus ossos são unidos por tecido ósseo. Ex: Unindo os ossos chatos do crânio em pessoas idosas, e em crianças e adultos a união desses ossos é por tecido conjuntivo denso.

Sincondroses: Ocorrem movimentos limitados, onde os ossos unem-se por cartilagem hialina. Ex: articulação da primeira costela com o esterno.

Sindesmoses: Assim como as sincondroses possuem alguns movimentos tendo como tecido que une os ossos o conjuntivo denso. Ex: Sínfise pubiana.

As diartroses são articulações com a maior mobilidade, encontrado geralmente unindo os ossos longos. Onde há uma capsula que liga a extremidade óssea chamada de cavidade articular. Nessa cavidade encontra-se o liquido sinovial.Esse líquido conte um elevado teor de ácido hialurônico que facilita o deslizamento de superfícies articulares que não tem pericôndrio.