apostila de eletrodo

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DENNIS ARGUELLES BOTINELLY ESTUDO PRÁTICO COMPARATIVO ENTRE OS PROCESSOS DE SOLDAGEM ELETRODO REVESTIDO E ARAME TUBULAR EM UNIÃO DE TUBO API 5L GRAU B Trabalho Final de Conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Engenharia de Dutos da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista. . ORIENTADOR: PROF. DR. MIGUEL LUÍS RIBEIRO FERREIRA NITERÓI 2009

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Page 1: Apostila de Eletrodo

DENNIS ARGUELLES BOTINELLY

ESTUDO PRÁTICO COMPARATIVO ENTRE OS PROCESSOS DE SOLDAGEM ELETRODO REVESTIDO E

ARAME TUBULAR EM UNIÃO DE TUBO API 5L GRAU B

Trabalho Final de Conclusão apresentado ao

Curso de Especialização em Engenharia de

Dutos da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do Grau

de Especialista.

.

ORIENTADOR: PROF. DR. MIGUEL LUÍS RIBEIRO FERREIRA

NITERÓI

2009

Page 2: Apostila de Eletrodo

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

B749 Botinelly, Dennis Arguelles.

Estudo prático comparativo entre os processos de soldagem eletrodo

revestido e arame tubular em união de Tubo API 5L Grau B / Dennis

Arguelles Botinelly. – Niterói,. RJ : [s.n.], 2009.

55 f.

Orientador: Miguel Luís Ribeiro Ferreira.

Monografia (Especialização em Engenharia de Dutos) – Universidade Federal Fluminense, 2009.

1. Soldagem (processo). 2. Otimização de processo. 3. Oleoduto. 4. Eletrodo. 5.

Competitividade. 6. Produção intelectual. I. Título.

CDD 671.52

Page 3: Apostila de Eletrodo

DENNIS ARGUELLES BOTINELLY

ESTUDO PRÁTICO COMPARATIVO ENTRE OS PROCESSOS DE SOLDAGEM ELETRODO REVESTIDO E

ARAME TUBULAR EM UNIÃO DE TUBO API 5L GRAU B

Trabalho Final de Conclusão apresentado ao

Curso de Especialização em Engenharia de

Dutos da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do Grau

de Especialista.

.

Aprovada em 21 de janeiro de 2009.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Miguel Luís Ribeiro Ferreira – Orientador

Universidade Federal Fluminense

___________________________________________

Prof. Dr. Sérgio Souto Maior Tavares

Universidade Federal Fluminense

___________________________________________

Prof. José Luiz Ferreira Martins

Universidade Federal Fluminense

Niterói

2009

Page 4: Apostila de Eletrodo

DEDICATÓRIA

À minha família, como reconhecimento e gratidão.

Page 5: Apostila de Eletrodo

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Miguel Luiz R. Ferreira, pela orientação e estímulo

no desenvolvimento deste trabalho.

Ao Professor José Luiz F. Martins pelas orientações durante os

ensaios executados e a todos que contribuíram de alguma forma

com a realização dos experimentos que embasaram as conclusões

ao longo deste trabalho.

Page 6: Apostila de Eletrodo

RESUMO

A busca na otimização dos processos construtivos de oleodutos é uma preocupação sempre

crescente por parte dos executores, visando principalmente ganhos em competitividade

através do trinômio prazo, preço e qualidade. Nesta questão, aspectos técnicos e econômicos

do processo de soldagem adotado têm um peso considerável. O objetivo deste trabalho,

fundamentado em norma específica de soldagem de oleodutos (API 1104) e procedimentos

metodológicos (revisão bibliográfica, análise de modelos de custo, coleta de dados e análise

de resultados), compara sob ponto de vista técnico econômico, duas combinações de

processos de soldagem, utilizando juntas em tubulação de 6”, fabricada em aço API 5L grau

B, como a seguir: Eletrodo Revestido (raiz, enchimento, acabamento) e Eletrodo Revestido

(raiz) + Arame Tubular (enchimento/acabamento). As conclusões do estudo indicarão aquele

processo considerado mais adequado com base nos resultados apresentados.

Palavras Chaves: Soldagem (processo); 2. Otimização de processo; 3. Oleoduto; 4. Eletrodo;

5. Competitividade; 6. Produção intelectual.

Page 7: Apostila de Eletrodo

ABSTRACT

The purpose to reach best results over oil & gas pipelines construction is a constant care of the

performers, having in mind delivery, price and quality. The Technical and economic aspects

of welding process adopted has a considerable importance. The idea of this statement, based

according to rule established for oil & gas pipelines welding process (API 1104) and

proceedings, compare two welding processes as follows: 6” carbon steel pipe API 5L GR B

by SMAW process and FCAW process. The study conclusion will indicate such process as

the most appropriated considering the results obtained.

Keyword: Welding (process); 2. Optimization of process; 3. Pipeline; 4. Electrode; 5.

Competitiveness; 6. Intellectuall production.

.

Page 8: Apostila de Eletrodo

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pág.

Figura 1 - Processo de Soldagem por Arame Tubular Protegido por Gás...................... 16

Figura 2 - Volume da Junta Soldada............................................................................... 17

Figura 3 - Desenho Esquemático do Segmento de Tubo 6”........................................... 22

Figura 4 - Parâmetros da Junta para Cálculo da Massa Depositada............................... 29

Page 9: Apostila de Eletrodo

LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1 - Valores de Referência para o Fator de Ocupação ........................................ 19

Tabela 2 - Valores de Típicos de Eficiência Prática de Deposição................................ 19

Tabela 3 - Composição Química do Metal Base............................................................ 21

Tabela 4 - Propriedades Mecânicas do Metal Base........................................................ 21

Tabela 5 - Resumo dos Metais de Adição por Processos de Soldagem......................... 24

Tabela 6 - Resultado do Ensaio de Tração .................................................................... 27

Tabela 7 - Resultado do Ensaio de Nick Break.............................................................. 28

Tabela 8 - Tabela Resumo Custo Teórico da Junta........................................................ 31

Tabela 9 - Tabela de Massa Real de Metal Depositado na Junta .................................. 31

Tabela 10 - Tabela Resumo Custo Real da Junta........................................................... 32

Tabela 11 - Tabela Resumo Custo Unitário Teórico e Real........................................... 35

Page 10: Apostila de Eletrodo

SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11

2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................. 13

2.1 PROCESSOS DE SOLDAGEM ....................................................................... 13

2.1.1 PROCESSO DE SOLDAGEM POR ELETRODO REVESTIDO (SMAW)............ 13

2.1.2 PROCESSO DE SOLDAGEM POR ARAME TUBULAR (FCAW).......................... 14

2.2 CUSTOS DE SOLDAGEM ............................................................................... 16

2.3 MODELO DE CUSTO DE JUNTA SOLDADA (FORMULÁRIO PRÁTICO) 17

2.3.1 MASSA DE METAL DEPOSITADO.................................................................. 18

2.3.2 TEMPOS EM SOLDAGEM................................................................................ 18

2.3.3 OUTROS PARÂMETROS DE CUSTOS DE SOLDAGEM......................................... 19

2.4 QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTO SEGUNDO API 1104 ................... 20

3. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 21

3.1 METAL DE BASE ............................................................................................. 21

3.2 CONSUMÍVEIS DE SOLDAGEM ................................................................. 22

3.2.1 ELETRODO REVESTIDO............................................................................... 22

3.2.2 ARAME TUBULAR......................................................................................... 23

3.2.3 GÁS DE PROTEÇÃO....................................................................................... 24

3.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS ...................................................................... 24

3.3.1 REQUISITOS API 1104 PARA QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS.......... 24

3.3.1.1 Método e Requisitos - Teste de Resistência a Tração.......................... 24

3.3.1.2 Método e Requisitos - Teste de Nick-break......................................... 25

3.3.1.3 Método e Requisitos - Teste de Dobramento da Raiz e da Face.......... 25

4. RESULTADOS DOS ENSAIOS MECÂNICOS E DOS LEVANTAMENTOS

DE CUSTOS......................................................................

27

4.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS MECÂNICOS................................................. 27

4.1.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE TRAÇÃO.................................................... 27

4.1.2 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE NICK BREAK................................................ 28

4.1.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE DOBRAMENTO DA FACE E RAIZ................... 28

4.2 CUSTO POR JUNTA TEÓRICO E REAL.......................................................... 29

4.2.1 CUSTO TEÓRICO DA JUNTA SOLDADA POR ELETRODO REVESTIDO E

ARAME TUBULAR.......................................................................................

29

4.2.2 CUSTO REAL DA JUNTA SOLDADA POR ELETRODO REVESTIDO E ARAME

TUBULAR.....................................................................................................

31

5. ANÁLISE................................................................................................................... 33

5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................ 33

6 .CONCLUSÕES ...................................................................................................... 36

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 38

Page 11: Apostila de Eletrodo

ANEXOS

ANEXO A - CERTIFICADO DO TUBO.......................................................................... 40

ANEXO B - CONSUMÍVEIS – ELETRODOS E ARAME................................................... 43

ANEXO C - PROCEDIMENTOS DE SOLDAGEM ............................................................ 46

ANEXO D - GRÁFICOS DE TAXAS DE DEPOSIÇÃO – ELETRODO E ARAME TUBULAR.. 49

ANEXO E - ACOMPANHAMENTO DA SOLDAGEM ....................................................... 51

Page 12: Apostila de Eletrodo

1 INTRODUÇÃO

O mercado de construção de oleodutos e gasodutos, dado as crescentes demandas da

indústria petrolífera, vem demonstrando ao longo dos anos um grande interesse no

desenvolvimento dos processos de soldagem, notadamente àqueles que representem ganhos

em competitividade através do trinômio custo, prazo e qualidade.

A junta soldada, parte significativa do processo construtivo de oleodutos, tanto no que

diz respeito aos tempos de execução envolvidos quanto à própria qualidade requerida, reflete

a busca constante pela otimização dos processos de soldagem, trazendo ao mercado cada vez

mais exigente, equipamentos e consumíveis com melhores características, que se traduzam em

ganhos de produtividade e qualidade na sua execução.

Focando aspectos de ganhos de produtividade (custos) e de qualidade envolvidos na

execução da junta soldada, o objetivo deste trabalho é analisar e comparar sob o ponto de

vista técnico e econômico, duas combinações de processos de soldagem, utilizando uma junta

de tubulação de 6”, fabricada em aço API 5L grau B, como a seguir:

Eletrodo Revestido - eletrodo revestido (raiz, enchimento e acab.) e,

Arame Tubular - eletrodo revestido (raiz) + Arame Tubular (enchimento/acab.)

O presente trabalho traz como fundamentação a norma específica de soldagem de

oleodutos API 1104/2005 e procedimentos metodológicos (revisão bibliográfica, análise de

modelos de custo, coleta de dados e análise de resultados) que serão abordados na

profundidade adequada nos capítulos seguintes.

Page 13: Apostila de Eletrodo

12

Para efeito da análise econômica comparativa será adotado um modelo de custo

adequado e serão coletadas as informações suficientes ao estudo tanto do mercado como do

laboratório prático. Com o propósito da avaliação técnica da junta soldada, após a soldagem,

corpos de prova serão retirados das juntas e testados através de ensaios destrutíveis,

avaliando-se assim as características encontradas na respectiva junta e a qualidade do material

combinado (de base e adição).

Sem a pretensão de exaurir todas as hipóteses relacionadas aos processos de soldagem

citados, as conclusões do estudo indicarão o processo considerado mais adequado com base

na abordagem teórica devidamente confrontada com os resultados obtidos da experimentação

prática.

Page 14: Apostila de Eletrodo

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PROCESSOS DE SOLDAGEM

Serão descritos a seguir resumidamente os aspectos principais dos processos de

soldagem utilizados neste trabalho, ou seja, o processo de soldagem a arco elétrico por

eletrodos revestidos (SMAW ou “Shield Metal Arc Welding) e o processo de soldagem por

Arame Tubular (FCAW ou “Flux-Cored Arc Welding”).

2.1.1 PROCESSO DE SOLDAGEM POR ELETRODO REVESTIDO (SMAW)

Em 1865, um inglês chamado Wilde obteve a primeira patente de soldagem por arco

elétrico. Durante os anos seguintes, a soldagem por arco foi realizada com eletrodos nus, que

eram consumidos na poça de fusão e, tornavam-se parte do metal de solda. Porém, as soldas

eram de baixa qualidade devido ao nitrogênio e ao oxigênio na atmosfera que formavam

óxidos e nitretos prejudiciais ao metal de solda. A importância da proteção ao arco contra os

agentes atmosféricos foi percebida no início do século XX, e daí, originando o primeiro

eletrodo revestido, constituído inicialmente de uma camada de material argiloso (cal), cuja

função era facilitar a abertura do arco e aumentar sua estabilidade. Em 1907 o processo foi

patenteado por Oscar Kjellberg.

No processo de soldagem com eletrodo revestido, também conhecido como soldagem

manual a arco elétrico, a união de metais se processa pelo aquecimento proveniente de um

arco elétrico estabelecido entre o eletrodo revestido e o metal de base (peça a ser soldada). O

metal fundido do eletrodo é continuamente transferido através do arco elétrico até a poça de

Page 15: Apostila de Eletrodo

14

fusão, formando assim, o metal de solda. A poça de fusão é protegida da atmosfera (O2 e N2)

pelos gases de combustão do revestimento, que em função da sua constituição química se

apresentam como revestimentos ácidos, celulósicos, rutílicos ou básicos.

O metal depositado e as gotas do metal fundido que são ejetadas recebem uma

proteção adicional através do banho de escória, que é formado pela queima de alguns

componentes do revestimento. Outras funções do revestimento são proporcionar a

estabilidade do arco, controlar a forma do cordão de solda e adicionalmente, pode ainda

conter elementos que são incorporados à solda, influenciando sua composição química e

características metalúrgicas.

O equipamento consiste de fonte de energia (ou máquina de soldagem), porta eletrodo

e cabos, além de equipamentos de segurança para o soldador (máscara, luvas, avental, etc.) e

para a limpeza do cordão e remoção de escória (picadeira e escova de aço). A soldagem é

realizada manualmente, com o soldador controlando o comprimento do arco e a poça de fusão

(pela manipulação do eletrodo) e deslocando o eletrodo ao longo da junta. O processo é

interrompido para troca do eletrodo e remoção de escória da região onde a soldagem será

continuada.

Apesar do surgimento de novos processos de soldagem, o processo de soldagem por

eletrodo revestido ainda é muito empregado graças à sua versatilidade, baixo custo de

operação e simplicidade dos equipamentos necessários e a possibilidade de uso em locais de

difícil acesso, ou sujeito a ventos. As desvantagens do processo são a baixa produtividade, os

cuidados especiais que são necessários no tratamento e manuseio dos eletrodos revestidos e o

grande volume de gases e fumos gerados durante a soldagem.

2.1.2 PROCESSO DE SOLDAGEM POR ARAME TUBULAR (FCAW)

Data da década de 30 o início da utilização de proteção gasosa nas operações de

soldagem, para resolver problemas da contaminação atmosférica nas soldas de materiais

reativos (i.e. alumínio, titânio e ligas de magnésio), tendo dado origem ao processo TIG

(Tungsten Inert Gas). Utilizando o mesmo princípio de funcionamento do TIG, ou seja um

arco elétrico estabelecido entre um eletrodo e a peça, envolto por uma atmosfera protetora de

gás inerte, surge em 1948 o processo MIG, o qual difere do anterior por utilizar um eletrodo

Page 16: Apostila de Eletrodo

15

consumível de alimentação contínua. Inicialmente utilizado para ligas altamente reativas, pois

a utilização de gases inertes tornava seu custo elevado para utilização em aços carbono e

baixa liga. Quando da introdução do CO2 como gás de proteção revelou-se um processo bem

aceito para soldagem de aço carbono e baixa liga, uma vez que barateou o custo do processo.

No início apenas arame sólido era utilizado e, por volta dos anos 50, foi introduzido o

uso de Arame Tubular com proteção gasosa. Na década de 60, o Arame autoprotegido foi

introduzido por pesquisadores e engenheiros da Lincoln Eletric. Nas décadas de 60 e 70 foi

observado um substancial crescimento desse processo nos Estado Unidos, o mesmo ocorrendo

no Japão na década de 80. Em 1991, foi incorporado em uma fábrica da ESAB Brasil uma

unidade de produção de arames tubulares OK.

A utilização de Arame Tubular deu uma alta qualidade ao metal de solda depositado,

excelente aparência ao cordão de solda, boas características de arco, além de diminuir o

número de respingos e possibilidade de solda em todas as posições, tendo ganho popularidade

para soldagem de aços carbono e baixa liga, em chapas de espessura grossa e fina. Muitas

vezes sendo utilizado onde a geometria de junta e posição de soldagem não permitia a

aplicação de outros processos de alto rendimento tal como arco submerso.

“Segundo BRACARENSE, o FCAW (Flux Cored Arc Welding) é um processo de

soldagem onde a coalescência (união) entre metais é obtida através de arco elétrico

entre o eletrodo e a peça a ser soldada. A proteção do arco neste processo é feita

pelo fluxo interno do arame podendo ser, ou não, complementada por um gás de

proteção. Além da função de proteger o arco elétrico da contaminação pela

atmosfera, o fluxo interno do arame pode também atuar como desoxidante através

da escória formada, acrescentar elementos de liga ao metal de solda e estabilizar o

arco. A escória formada, além de atuar metalurgicamente, protege a solda durante a

solidificação.”

É um processo semelhante ao processo MIG/MAG, inclusive na maioria das

aplicações utiliza os mesmos equipamentos do arame sólido, diferindo deste pelo fato de

possuir um arame no formato tubular, que em seu interior contém um fluxo composto de

materiais inorgânicos e metálicos com várias funções, entre as quais a melhoria das

características do arco elétrico, a transferência do metal de solda, a proteção do banho de

fusão e em alguns casos a adição de elementos de liga, além de atuar como formador de

escória.

Page 17: Apostila de Eletrodo

16

Figura 1 – Processo de Soldagem por Arame Tubular Protegido por Gás (fonte: BRACARENSE,

Alexandre Queiroz, Processo de Soldagem por Arame Tubular FCAW, 2000)

O processo tem duas variantes, podendo ser protegido por gás inerte (Figura 1), por

gás ativo ou mistura destes ("dualshield") ou autoprotegido, sem a utilização de gases de

proteção ("innershield"). Atualmente a utilização de Arame Tubular autoprotegido tem tido

grande interesse em conseqüência da sua versatilidade e possibilidade de aplicação em

ambientes sujeitos a intempéries como, na fabricação de plataformas de prospeção de

petróleo, estaleiros navais, locais de difícil acesso e condições de trabalho, onde até então era

absoluto o domínio do processo de soldagem por eletrodos revestidos.

2.2 CUSTOS DE SOLDAGEM

A operação de soldagem é uma parte significativa no processo de construção de

oleodutos e gasodutos e, portanto os custos dela resultantes. A fim de se garantir os requisitos

operacionais da instalação há um grande envolvimento de mão de obra qualificada tanto na

execução como na fiscalização dos processos de soldagem, insumos e equipamentos. Este

trabalho será focado em aspectos comparativos de custo e qualidade de uma junta soldada

com representatividade em plantas industriais, através de processos de soldagem distintos

(SMAW e FCAW). Serão considerados os custos relativos à produção de uma junta soldada

Page 18: Apostila de Eletrodo

17

destacando os elementos suficientes a que se estabeleça a comparação entre os dois processos

de soldagem.

2.3 MODELO DE CUSTO DE JUNTA SOLDADA (FORMULÁRIO PRÁTICO)

Existem vários modelos para a determinação do custo de soldagem, uns mais

completos do que outros, com abordagens mais ou menos abrangentes (ex.: FELS, LINCOLN

e BRITO). Para efeito deste estudo, será adotado como modelo de apropriação de custo, o

trabalho desenvolvido por MODENESI, Paulo J., 2001 – Estimativa de Custos de Soldagem,

considerado mais simplificado, porém adequado ao propósito de comparação econômica dos

processos indicados.

A operação de soldagem envolve um grande número de aspectos que podem ter algum

impacto em seu custo final, como por exemplo: o uso de consumíveis (metal de adição, gás,

fluxo e outros), o custo de pessoal e outros custos fixos, o gasto de energia elétrica, os custos

de manutenção, a depreciação e o custo dos equipamentos e materiais de proteção. No modelo

adotado serão considerados: os custos dos consumíveis, custos de pessoal e custos fixos bem

como os custos de energia elétrica.

“Segundo MODENESI, a determinação dos custos associados com os consumíveis

de soldagem e a mão de obra se baseia no cálculo da massa de metal depositado

(Figura 2) em um cordão de solda e no tempo de soldagem”

Figura 2 – Volume da Junta Soldada (fonte: MODENESI, Paulo J., 2001 – Estimativa de Custos

de Soldagem)

Page 19: Apostila de Eletrodo

18

2.3.1 MASSA DE METAL DEPOSITADO (ms)

A massa de metal depositado (Figura 2) pode ser obtida através do produto do volume

pela densidade do metal de adição, ou seja, é função da geometria da junta, comprimento do

cordão e densidade do material depositado, que no caso de aço, equivale a 7,85 g/cm3.

ms = As x L x r ...(1)

Onde :

As = área transversal do cordão associada com o metal depositado.

L = comprimento do cordão

r = densidade da solda, para aço carbono = 7,85 g/cm3

2.3.2 TEMPOS EM SOLDAGEM

a) Tempo de Arco Aberto (tarc):

tarc = ms / zm ...(2)

O tempo de arco aberto é a razão entre a massa de metal depositado e a taxa de

deposição. A taxa de deposição do processo (zm) é a razão entre a quantidade de material

depositado pela unidade de tempo e depende de vários fatores, incluindo o processo de

soldagem, o tipo, diâmetro e comprimento do eletrodo e o tipo, a polaridade e o nível de

corrente.

b) Tempo Total (tT ):

tT = tarc / ...(3)

O tempo total da operação de soldagem (tT) é a soma do tempo de arco aberto e o

tempo necessário para outras operações (remoção de escória e respingos, troca de eletrodos,

posicionamento de cabeçote, etc.).

O tempo total pode ser calculado através da razão entre o tempo de arco aberto e um

fator percentual que é função dos diferentes modos possíveis de operação (Manual, Semi-

Automático, etc.), denominado fator de ocupação (). Em termos práticos este fator representa

o acréscimo percentual no tempo de arco aberto (tarc) e que deve ser considerado em função

Page 20: Apostila de Eletrodo

19

do processo de soldagem adotado para efeito de cálculos de custo. Os valores de referência

podem ser obtidos na Tabela 1.

Tabela 1 – Valores de Referência para o Fator de Ocupação ( )

Modo de Operação (%)

Manual 05 – 30

Semi-automático 10-60

fonte: MODENESI, Paulo J., 2001 – Estimativa de Custos de Soldagem

2.3.3 OUTROS PARÂMETROS DE CUSTOS DE SOLDAGEM

a) Custo de Eletrodos ou Arame (Ce) :

É o custo com o consumível, eletrodo ou arame, onde é a eficiência prática de

deposição do processo (Tabela 2) e CeU é o preço por peso unitário do eletrodo (exemplo , R$

/ kg), ou seja:

Ce = ( ms / ) x CeU ...(4)

Tabela 2 – Valores Típicos de Eficiência Prática de Deposição ( )

Processo (%)

Eletrodos Revestidos:

Comprimento: 350mm

450mm

55 - 65

60 - 70

Arames Tubulares : FCAW 80 - 85

fonte: MODENESI, Paulo J., 2001 – Estimativa de Custos de Soldagem

b) Gás de proteção (Cg):

É o custo com o consumível gás, onde VG é a vazão de gás usada e CGU é o preço por

volume de gás (por exemplo, em R$ / m3), ou seja:

Cg = VG x tarc x CGU ...(5)

c) Mão de obra e custos fixos (CL):

Page 21: Apostila de Eletrodo

20

É o custo total previsto com mão de obra e gastos fixos, onde L e O são

respectivamente, os custos por unidade de tempo com mão de obra e gastos fixos.

CL = ( tarc / ) x (L+ O) ...(6)

d) Energia Elétrica (CEL):

É o custo total previsto com energia elétrica, onde CELU (R$ / kWh) é o preço da

energia elétrica, P (kW) é a potência média desprendida durante a soldagem e el é a

eficiência elétrica do equipamento de soldagem. Por exemplo, a eficiência de um

transformador gira em torno de 80%.

CEL = ( P x tarc / el ) x CELU ...(7)

2.4 QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTO SEGUNDO API 1104

Será adotada neste trabalho será a Norma API 1104 do American Petroleum Institute,–

Welding of Pipelines and Related Facilities, 20th edition, 2005, que têm em seu escopo a

aplicação em uma gama de processos de soldagem e, que inclui os processos aqui indicados,

quais sejam, soldagem por eletrodo revestido e por arame tubular.

Conforme a Norma API 1104, seção 5, subitem 5.1 – Procedure Qualification, antes

de se iniciar a soldagem, um procedimento detalhado com as especificações deve ser

estabelecido e qualificado para demonstrar que juntas soldadas com as propriedades

mecânicas adequadas podem ser executadas com o referido procedimento. A qualidade da

soldagem deve ser determinada através de ensaios destrutíveis, onde constam o Ensaio de

Resistência, o Nick-break Test (teste onde se aplica um golpe por martelamento em uma junta

soldada entalhada) e Ensaios de Dobramento (side bend, root and face bend tests).

Serão adotados os procedimentos estabelecidos na seção 5.5 – Welding of Test Joints-

Butt Welds e 5.6 – Testing of Welded Joints-Butt Welds para a preparação dos corpos de

prova e execução dos ensaios destrutíveis, bem como para os critérios de aceitação.

Page 22: Apostila de Eletrodo

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 METAL DE BASE

O material utilizado neste estudo prático segue a norma do American Petroleum

Institute, API SPEC 5L - “Specification For Line Pipe”, que especifica requisitos técnicos

para fabricação de tubos de aço para condução sob pressão de óleo e gás.

O material utilizado, muito comum em instalações industriais, é um tubo API 5L Grau

B, PSL 1, sem costura e laminado à quente, de diâmetro 6” e com espessura 7,10 mm. Os

demais detalhes do material encontram-se nas tabelas 3 e 4 abaixo e que foram extraídos do

Certificado do Tubo (anexo A):

Tabela 3 – Composição Química do Metal Base

(fonte: Certificado do Tubo – Anexo A)

Tabela 4 – Propriedades Mecânicas do Metal Base

Lim. Escoamento Min. Resistência à Tração Min.

35.000 psi / 241 MPa 60.000 psi / 414 MPa (fonte: Certificado do Tubo – Anexo A)

Corpos de Prova

GRAU C ( max ) Mn ( máx) P ( máx) S( máx)

B 0,28 1,20 0,030 0,030

Page 23: Apostila de Eletrodo

22

Para os testes de soldagem das juntas, foram retirados 04 segmentos de 150 mm cada

conforme indicado na Figura 3.

Para definição do ângulo do bisel (foi adotado 35 º) em função do tipo de junta (“V”

simples - 70 º), recomendado em função da espessura de parede, conforme norma ASME

B31.4 – 2006 “ Pipeline Transportation Systems for Liquid Hydrocarbons and Other

Liquids”, item 434.8.6.

3.2 CONSUMÍVEIS DE SOLDAGEM

3.2.1 ELETRODO REVESTIDO

Conforme indicado na norma ASME B 31.4 – 2006 “ Pipeline Transportation

Systems for Liquid Hydrocarbons and Other Liquids”, item 434.8.2, o metal de adição

(eletrodo) deve ser selecionado de tal forma que a resistência da junta soldada seja igual ou

superior ao Limite de Resistência mínimo do material que está sendo soldado.

Foi consultado o Catálogo de Eletrodos Revestidos OK da ESAB, 2007 (Anexo B) e

selecionado para o passe de raiz o eletrodo E 6010 celulósico (Pipeweld 22.45 P) por

apresentar as características de resistência a tração entre 470 MPa e 500 MPa, um pouco

superior ao limite de resistência do metal de base (414 MPa). O eletrodo E 6010 é de uso

geral, inclusive utilizado em oleodutos e gasodutos e indicado para soldagem em todas as

posições. Os parâmetros ótimos para soldagem são indicados no catálogo. Nos eletrodos E

6010 o revestimento é predominantemente, uma pasta de celulose modificada com silicatos

35 º

150 mm

De

Figura 3 – Desenho Esquemático do Segmento de Tubo 6”

nariz = 1,5 mm

e

De = 168,28 mm

e = 7,10 mm

Page 24: Apostila de Eletrodo

23

minerais, desoxidantes e silicato de sódio. A quantidade de revestimento desses eletrodos é

pequena, cerca de 10-12% em peso.

Para o enchimento e acabamento será utilizado o eletrodo E 7018 (48.04), selecionado

do Catálogo de Eletrodos Revestidos OK da ESAB, 2007 (Anexo B), por apresentar as

características de resistência a tração entre 530 MPa e 590 MPa, superior ao limite de

resistência do metal de base (414 MPa). O eletrodo OK 48.04 (E 7018) é de uso geral em

soldagem de grande responsabilidade e deposita metal de alta qualidade. Os parâmetros

ótimos para soldagem são indicados no catálogo.

3.2.2 ARAME TUBULAR

Os consumíveis usados na soldagem com arames tubulares são os próprios arames e,

quando usados, os gases de proteção. De um modo geral o fluxo contido no interior dos

arames tubulares corresponde a 12% a 36% do seu peso.

Os arames tubulares para soldagem de aços carbono e aços de baixa liga são

classificados pela American Welding Society – AWS segundo as especificações AWS A5.20

e AWS A5.29 respectivamente, que se baseiam principalmente na aplicabilidade do arame

quanto à soldagem em passe único ou multipasse e quanto ao uso ou não de proteção gasosa

suplementar. Outros fatores considerados são o tipo de corrente e as posições de soldagem

recomendadas para um dado arame, além das propriedades mecânicas do metal depositado. O

sistema de classificação adotado pela AWS tem o formato E XYT – Z – K, onde:

E indica que se trata de um eletrodo para soldagem a arco;

X representado por um dígito, é um número que indica o limite de resistência mínimo

à tração do metal depositado em 10.000 psi;

Y indica as posições de soldagem recomendadas;

T indicação de arame tubular;

Z indica a aplicabilidade e desempenho do consumível e

K indica os requisitos de composição química do metal depositado, sendo usado

apenas no caso de eletrodos para soldagem de aços baixa liga.

Foi consultado o Catálogo de Arames Tubulares OK da ESAB (Anexo B) e

selecionado para o enchimento e acabamento o arame tubular E 71T-1 (TUBROD 71 Ultra)

por apresentar as características de resistência a tração de 600 MPa, superior ao limite de

resistência do metal de base (414 MPa). O arame tubular se presta a soldagem em um único

Page 25: Apostila de Eletrodo

24

passe ou multipasse em todas as posições e é de uso geral. Os parâmetros ótimos para

soldagem são indicados no catálogo.

Encontram-se a seguir, na Tabela 5, as principais características dos consumíveis

(eletrodos e arame) selecionados por processo de soldagem.

Tabela 5 – Resumo dos Metais de Adição por Processos de Soldagem

Processo de

Soldagem

Metal de Adição

Fabricante Marca Comercial Classif. AWS (mm)

Eletrodo

Revestido

SMAW (Raiz) ESAB Pipeweld 22.45 P E 6010 2,5

SMAW (Ench. e Acab.) ESAB OK 4804 E 7018 2,5

Arame

Tubular

SMAW (Raiz) ESAB Pipeweld 22.45 P E 6010 2,5

FCAW (Ench. e Acab.) ESAB Tubrod 71 E 71T-1 1,2

3.2.3 GÁS DE PROTEÇÃO

A utilização de CO2 puro apresenta uma grande vantagem em comparação a outras

misturas que é o custo do gás. A sua utilização possibilita a transferência metálica ocorrer

tanto em modo globular ou curto circuito, que será o caso. No processo de soldagem por

Arame tubular o gás CO2 será empregado.

3.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS

3.3.1 REQUISITOS API 1104 PARA QUALIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS

Conforme a Norma API 1104 para a qualificação do procedimento de soldagem, dois

segmentos de tubo (niples) devem ser unidos seguindo uma especificação de soldagem, que

deve incluir minimamente informações do tipo: Processos de soldagem ou combinação destes;

Material do Tubo; Diâmetro e Espessura de parede; Croquis da Junta; Metal de Adição e

número de passes; Características Elétricas; Posição e Direção da Soldagem, etc. Para nortear

o trabalho, os procedimentos necessários encontram-se no Anexo C.

Os corpos de prova a serem ensaiados serão retirados de locais especificados da junta

soldada e em um número mínimo conforme indicado na norma (item 5.6 do API 1104), em

função do diâmetro do tubo e da espessura de parede. Os ensaios exigidos deverão atender os

requisitos mínimos e são explicitados conforme a seguir:

3.3.1.1 Método e Requisitos - Teste de Resistência a Tração

Page 26: Apostila de Eletrodo

25

a) Método

Os corpos de prova devem ser partidos sob tração utilizando equipamento capaz de

medir a carga no momento em que a falha ocorre. A tensão de resistência deve ser

calculada dividindo-se a máxima carga registrada no momento da falha pela menor

seção transversal do corpo de prova, medida antes da carga ser aplicada.

b) Requisitos

A tensão de resistência da solda, incluindo a zona de fusão de cada corpo de prova,

deve ser maior ou igual ao limite de resistência mínimo do material do tubo, mas não é

necessário que seja maior ou igual ao limite de resistência real do material. Se o corpo

de prova partir fora da solda e da zona de fusão e tiver como resultado os requisitos

mínimos de resistência da especificação, a solda deve ser aceita.

Se o corpo de prova partir na solda ou na zona de fusão e o resultado do teste de

resistência à tração for maior ou igual ao limite mínimo de resistência do material do

tubo a solda pode ser aceita se atendidos os requisitos do teste de Nick-break.

Se o corpo de prova partir abaixo do limite mínimo de resistência à tração do material

do tubo, a solda deve ser reprovada e um novo teste deve ser realizado.

3.3.1.2 Método e Requisitos - Teste de Nick-break

a) Método

Os corpos de prova de Nick-break devem ser partidos em uma máquina de tração,

prendendo as pontas e batendo no meio, ou suportando uma das pontas e batendo na

outra ponta com um martelo. A área exposta da fratura deve ter pelo menos 19mm de

largura.

b) Requisitos

As superfícies expostas do corpo de prova devem mostrar penetração completa e fusão

e atender os itens abaixo:

I) A maior dimensão de qualquer poro não deve exceder 1,6mm,

II) A área combinada de todos os poros não deve exceder 2% da superfície exposta.

III) Inclusões não devem exceder 0,8mm em profundidade e não devem ter mais do

que 3mm ou a metade da espessura nominal de parede em comprimento.

IV) Uma inclusão deve ter pelo menos 13mm de separação de outra inclusão.

3.3.1.3 Método e Requisitos - Teste de Dobramento da Raiz e da Face

a) Método

Page 27: Apostila de Eletrodo

26

Os corpos de prova devem ser submetidos ao dobramento 180 º em um dispositivo

com dimensões recomendadas pela Norma API 1104. Cada corpo de prova deve ser

colocado no berço com a solda no meio do vão. Os ensaios de Dobramento da Face

devem ser colocados com a face voltada para baixo e os ensaios de Dobramento da

Raiz devem ser colocados com a raiz voltada para baixo. O dispositivo deve forçar o

corpo de prova para dentro da curvatura até que se obtenha o formato de “U” no

mesmo.

b) Requisitos

O ensaio de dobramento será considerado aceito se nenhuma trinca ou imperfeição

exceder 3mm ou a metade da espessura de parede em qualquer direção da solda ou

entre a solda e a zona de fusão após o dobramento.

Page 28: Apostila de Eletrodo

4 RESULTADOS DOS ENSAIOS MECÂNICOS E DOS LEVANTAMENTOS DE

CUSTOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados dos ensaios mecânicos das juntas

obtidas pelos dois processos de soldagem (eletrodo revestido e arame tubular), bem como os

resultados relativos aos custos teóricos e custos reais encontrados a partir da bibliografia

consultada e levantamentos de laboratório.

4.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS MECÂNICOS

Os corpos de prova foram retirados e ensaiados conforme preconiza a Norma API

1104, sendo então os resultados dos Testes de Tração, Nick-break e de Dobramento como a

seguir.

4.1.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE TRAÇÃO

Foi seguido o mencionado no item 3.3.1.1 e em todos os corpos de prova ensaiados as

fraturas ocorreram no metal base, fora da junta soldada ou da zona de fusão e os limites de

resistência dos ensaios apresentaram valores superiores ao do metal base - Tabela 6 (limite de

resistência metal base = 4.222 kgf/cm2). Desta forma o ensaio foi considerado aprovado.

Tabela 6 - Resultado do Ensaio de Tração

Processo de soldagem

Resultados dos dois corpos de

prova de cada processo

Limite de Resistência (kgf/cm2)

Eletrodo Revestido - Eletrodo E 6010 (Raiz) +

Eletrodo E 7018 (Enchimento e Acabamento)

5.411

5.465

Arame Tubular - Eletrodo E 6010 (Raiz) +

Arame E 71T-1 (Enchimento e Acabamento)

5.465

5.450

Page 29: Apostila de Eletrodo

28

4.1.2 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE NICK BREAK

Foi seguido o mencionado no item 3.3.1.2 em corpos de prova previamente preparados

(entalhados) conforme preconiza o API 1104 e como resultado observou-se que as superfícies

expostas do corpo de prova mostraram penetração completa e fusão. Não foram observados

poros ou inclusões que indicassem o não atendimento aos requisitos da norma, portanto,

conforme a Tabela 7, os ensaios foram considerados aprovados.

Tabela 7 - Resultado do Ensaio de Nick Break

Resultados dos Ensaios de Nick-break

Processo de soldagem / identificação dos

corpos de prova

Corpo

de

Prova 1

Corpo

de

Prova 2

Corpo

de

Prova 3

Corpo

de

Prova 4

Eletrodo Revestido - Eletrodo E 6010

(Raiz) + Eletrodo E 7018 (Enchimento e

Acabamento)

Aprov. Aprov. Aprov. Aprov.

Arame Tubular - Eletrodo E 6010 (Raiz) +

Arame tubular E 71T-1 (Enchimento e

Acabamento)

Aprov. Aprov. Aprov. Aprov.

4.1.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE DOBRAMENTO DA FACE E RAIZ

Foi seguido o mencionado no item 3.3.1.3 em corpos de prova previamente preparados

conforme preconiza o API 1104, sendo os mesmos testados ao dobramento de face e raiz.

Processo de Soldagem por Eletrodo Revestido

Os corpos de prova oriundos da soldagem pelo Processo Eletrodo Revestido foram

todos aprovados, pois não mostraram trincas ou imperfeições após o dobramento e, portanto

atenderam aos requisitos da norma.

Processo de Soldagem por Arame Tubular

No Processo de Soldagem por Arame Tubular dois corpos de prova foram totalmente

aprovados nos ensaios de dobramento da face e da raiz. Em dois corpos de prova os resultados

foram comprometidos devido à pré-existência de trincas oriundas da soldagem de raiz com

eletrodo E 6010 (fato somente observado após a preparação por usinagem) e portanto serão

desconsiderados.

Page 30: Apostila de Eletrodo

29

4.2 CUSTO POR JUNTA TEÓRICO E REAL

Neste item serão apresentados os cálculos dos custos teóricos e reais das juntas

soldadas, com base no modelo simplificado apresentado por MODENESI, citado em 2.3, e

nas cotações obtidas no mercado para os consumíveis, mão-de-obra e energia elétrica.

4.2.1 CUSTO TEÓRICO DA JUNTA SOLDADA POR ELETRODO REVESTIDO E ARAME

TUBULAR

Os valores calculados a seguir consideram as fórmulas propostas no modelo

simplificado de MODENESI, item 2.3.

I) Cálculo da Massa de metal depositado (ms e ms’) :

Figura 4 – Parâmetros da Junta para Cálculo da Massa Depositada

(fonte: MODENESI)

Dados: t = 7,11 mm; = 35 º ; e = 1,5 mm; f = 3,0 mm;

r = 2,0 mm; W = 10,86 mm

A1 = (7,11 – 1,5)2 x tan = 2 x A1 = 22,04 mm

2

2

A2 = t x f = 7,11 x 3,00 = 21,33 mm2

A3 = x W x r = 17,06 mm2

2

A4 = x f 2 = 14,14 mm

2

2

As = área transversal do cordão =

= (2 x A1)+ A2 + A3 + A4 = 22,04 + 21,33 + 17,06 + 14,14 = 74,57 mm2

L = comprimento do cordão de solda = x D = x 168,28 = 528,67 mm

ms = As x L x d aço = 74,57 x 528,67 x d aço= 39.423 mm3 x d aço

Page 31: Apostila de Eletrodo

30

= 39,42 cm3 x 7,85 = 309,45 g (peso do metal depositado)

Nota: será excluído o peso teórico do passe de raiz, pois será executado com

E6010 nos dois processos e, portanto não será incluído no cálculo dos custos.

Para o cálculo do peso do passe de raiz, será considerado analogamente:

Área A2 raiz = h passe raiz x f = 2,00 x 3,00 = 6,00 mm2

Área A4 raiz = 14,14 mm2 (idem A4)

Área As raiz = A2raiz + A4raiz = 6,00 + 14,14 = 20,14 mm2

ms raiz = As raiz x L x d aço = 20,14 x 528,67 x d aço=

= 10,64 mm3 x d aço = 10,64 cm

3 x 7,85 = 83,52 g

ms’= 309,45 g – 83,52g = 225,93 g

(peso do metal depositado sem o peso do passe de raiz)

II) Custo de Eletrodo (Ce) e Arame Tubular (Cat):

a) Custo de Eletrodo E 7018 (Ce):

Dados : ms’ = 225,93 g ; = 0,60 (Tabela 2); CeU = R$ 9,80 / kg

(4) .....Ce = ( ms’ / ) x CeU = (225,93 / 1000 x 0,60 ) x 9,80 = R$ 3,69

b) Custo de Arame Tubular E 71T-1 (Cat) :

Dados : ms’ = 225,93 g ; = 0,80 (Tabela 2); CatU = R$ 18,00 / kg

(4) .....Cat = ( ms’ / ) x CatU = (225,93 / 1000 x 0,80 ) x 18,00 = R$ 5,08

III) Custo de Gás de Proteção (Cg) – somente p/ o Arame Tubular :

Dados: VG = 25 l/min CO2; Taxa de Deposição Arame Tubular (anexo D) =

2,0 kg/h; CGU = R$ 384,00 / 45 kg R$ 8,53 / kg, densidade = 1,833 kg/m3

CGU = R$ 15,64 /m3

Para o Arame Tubular diam. 1,2mm :

(2) .....tarc = ms / zm = 0,22593 / 2,0 = 6,78 min

(5) .....Cg = VG x tarc x CGU = 25 x 10-3

x 6,78 x 15,64 = R$ 2,65

IV) Custo de Mão de obra (CL):

(6) .....CL = ( tarc / ) x (L+ O)

Dados: Taxa de Deposição Arame Tubular (anexo D) = 2,0 kg/h; Taxa de

Deposição Eletrodo (anexo D) = 1,0 kg/h, (Tabela 1 – 0,30 p/ Eletrodo e 0,60

p/ Arame); L + O= R$ 17,00/h (arame) e R$ 15,50/h (eletrodo)

Eletrodo E7018 tarc = ms / zm = 0,22593 / 1,0 = 13,56 min

Arame E71T-1 tarc = ms / zm = 0,22593 / 2,0 = 6,78 min

CL Eletrodo = (13,56 / 0,30) x (R$ 15,50/60) = R$ 11,68

CL Arame = (6,78 / 0,60) x (R$ 17,00/60) = R$ 3,20

V) Custo de Energia Elétrica (CEL):

Page 32: Apostila de Eletrodo

31

(7) .....CEL = ( P x tarc / el ) x CELU

P (arame) = 20 V x 100A = 2000 W = 2,0 kW

P (eletrodo) = 20 V x 90A = 1800 W = 1,8 kW

CEL (arame) = (2,0 kW x 0,113 h/ 0,80) x R$ 0,39276 /kWh = R$ 0,11

CEL (eletrodo) = (2,0 kW x 0,226 h/ 0,80) x R$ 0,39276 /kWh = R$ 0,22

Os valores calculados encontram-se consolidados na Tabela 8 abaixo:

Tabela 8 - Tabela Resumo Custo Teórico da Junta

Processo de

soldagem

CUSTO TEÓRICO DA JUNTA e CUSTO UNITÁRIO DO METAL

DEPOSITADO

Eletrodo /

Arame

CO2 Mão de

Obra

Energia

Elétrica TOTAL Massa

(g)

Custo

R$/kg

Eletrodo E 7018 R$ 3,69 - R$ 11,68 R$ 0,22 R$ 15,59 226 68,98

Arame E 71T-1 R$ 5,08 R$ 2,65 R$ 3,20 R$ 0,11 R$ 11,04 226 48,84

4.2.2 CUSTO REAL DA JUNTA SOLDADA POR ELETRODO REVESTIDO E ARAME TUBULAR

Foi calculado o custo real da junta analogamente ao item anterior, sendo que os

tempos de arco aberto e a massa de metal depositado foram obtidos diretamente dos

levantamentos do laboratório de soldagem (anexo E).

I) Massa real de metal depositado (ms e ms’) :

Tabela 9 - Tabela de Massa Real de Metal Depositado na Junta

PROCESSO

DE

SOLDAGEM

Peso das

Peças antes

Soldagem

(g).........(A)

Peso das

Peças após

Soldagem

(g)...........(B)

Peso Metal

Depositado

ms (g)

ms =B - A

Peso Metal

Depositado

Raiz

ms raiz (g)

Peso Metal

Depositado

ench./acab.

ms’ (g)

Arame

Tubular

E71T-1

8.438 8.820 382 103 279

Eletrodo

Revestido

E7018

8.684 8.955 271 74 197

II) Custo de Eletrodo (Ce) e Arame Tubular (Cat):

a) Custo de Eletrodo E 7018 (Ce):

Dados : ms’ = 197 g ; = 0,60 (Tabela 2); CeU = R$ 9,80 / kg

(4) .....Ce = ( ms’ / ) x CeU = R$ 3,22

Page 33: Apostila de Eletrodo

32

b) Custo de Arame Tubular E 71T-1 (Cat) :

Dados : ms’ = 279 g ; = 0,80 (Tabela 2); CatU = R$ 18,00 / kg

(4) .....Cat = ( ms’ / ) x CatU = R$ 6,28

III) Custo de Gás de Proteção (Cg) – somente p/ o Arame Tubular :

Dados: VG = 25 l/min CO2; CGU = R$ 15,64 /m3

Levantamentos (anexo D) : tarc = 11,33 min

(5) .....Cg = VG x tarc x CGU = 25 x 10-3

x 11,33 x 15,64 = R$ 4,43

IV) Custo de Mão de obra (CL):

(6) .....CL = ( tarc / ) x (L+ O)

Eletrodo E7018 :

tarc = 12,18 min tT = 42,32 min

= 12,18 / 42,32 = 0,29 ou 29%

L + O= R$ 15,50/h (eletrodo)

Arame E71T-1:

tarc = 11,33 min tT = 37,22 min

= 11,33 / 37,22 = 0,30 ou 30%

L + O= R$ 17,00/h (arame)

CL Eletrodo = (12,18 / 0,29) x (R$ 15,50/60) = R$ 10,85

CL Arame = (11,33 / 0,30) x (R$ 17,00/60) = R$ 10,70

V) Energia Elétrica (CEL) :

(7) .....CEL = ( P x tarc / el ) x CELU

P (arame) = 20 V x 100A = 2000 W = 2,0 kW

P (eletrodo) = 20 V x 90A = 1800 W = 1,8 kW

CEL (arame) = (2,0 kW x 0,189 h/ 0,80) x R$ 0,39276 /kWh = R$ 0,19

CEL (eletrodo) = (2,0 kW x 0,203 h/ 0,80) x R$ 0,39276 /kWh = R$ 0,20

Os valores calculados encontram-se consolidados na Tabela 10 abaixo:

Tabela 10 - Tabela Resumo Custo Real da Junta

Processo de

Soldagem

CUSTO REAL DA JUNTA E CUSTO UNITÁRIO DO METAL

DEPOSITADO

Eletrodo /

Arame

(R$)

CO2

(R$)

Mão de

Obra

(R$)

Energia

Elétrica

(R$)

Total

(R$)

(R$)

Massa

(g)

Custo

R$/kg

Eletrodo

E 7018 3,22 - 10,85 0,20 14,27 197 72,44

Arame

E 71T-1 6,28 4,43 10,70 0,19 21,60 279 77,42

Page 34: Apostila de Eletrodo

5 ANÁLISE

5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste item serão efetuadas as análises dos levantamentos efetuados “in loco” e dos

ensaios de laboratório, tanto do ponto de vista das propriedades mecânicas como do ponto de

vista econômico para as juntas soldadas em questão, ou seja, pelo processo de soldagem

Eletrodo Revestido e pelo processo de soldagem com Arame Tubular.

a) Propriedades Mecânicas

Ensaio de Resistência à Tração: os ensaios executados demonstraram que ambos os

processos foram aprovados, conforme descrito no item 4.1.1.

Ensaio de Nick Break: os ensaios executados demonstraram que ambos os processos

foram aprovados, conforme descrito no item 4.1.2.

Ensaio de Dobramento: foram testados e aprovados quatro corpos de prova do

processo Eletrodo Revestido tanto no dobramento de face como de raiz. No processo de

Arame Tubular foram aprovados dois corpos de prova nos ensaios de dobramento da face e da

raiz.

Nota: foram desconsiderados os ensaios de dobramento em outros dois corpos de prova,

devido à pré-existência de trincas oriundas da soldagem de raiz com eletrodo E 6010 (fato

somente observado após a preparação dos corpos de prova por usinagem).

b) Inspeção Visual

Como era de se esperar a soldagem pelo processo Eletrodo Revestido apresentou uma

quantidade maior de respingos do que o processo Arame Tubular, que apresentou

características de uma soldagem mais limpa. Em nenhum dos casos foram observadas trincas,

poros ou mordeduras na soldagem do enchimento e acabamento.

c) Análise do Fator de Ocupação ()

Este fator tem uma grande influência no custo da junta uma vez que se relaciona com a

mão de obra, que tem um peso considerável no custo total. Quanto mais o tempo total da

Page 35: Apostila de Eletrodo

34

soldagem tT se aproximar do tempo de arco aberto tarc , maior é percentual de aproveitamento

da mão de obra na soldagem propriamente dita e conseqüentemente, maior é o fator, ou seja,

menor é o tempo despendido com outras operações. Na formulação a seguir pode ser

evidenciada esta questão.

(3)........ = tarc / tT (6).......CL = tT x (M.O.+ gastos fixos)

Quadro Comparativo do Fator de Ocupação Real e Teórico

Processo de

soldagem Fator de Ocupação ( )

Previsto Realizado

Eletrodo E 7018 30% 29%

Arame E 71T-1 60% 30%

Foi resumido no quadro acima um comparativo do fator de ocupação previsto e o

realizado e pela análise, fica claro que o fator de ocupação realizado para o Eletrodo

Revestido praticamente não se desviou em relação ao previsto (30% x 29%) onde pesou a

grande experiência prática do soldador neste processo de soldagem. Já o fator de ocupação

realizado para o Arame Tubular ficou bem inferior ao previsto (60% x 30%). O que se

observou é que por não ser um processo utilizado constantemente pelo soldador ocorreram

interrupções freqüentes do arco aberto que vieram a contribuir negativamente.

d) Análise dos Custos

Foram reunidos na Tabela 11 os resultados esperados e encontrados do custo unitário

por kg de metal depositado. No processo de soldagem por Eletrodo Revestido o custo unitário

realizado ficou muito próximo do custo unitário previsto, pode-se atribuir ao que foi

explanado no item anterior quanto ao fator de ocupação, que praticamente não variou. Por

outro lado, observa-se que o custo unitário do Arame Tubular sofreu uma grande influência

do fator de ocupação no custo da Mão de Obra e, conseqüentemente, no custo total unitário da

junta.

Page 36: Apostila de Eletrodo

35

Tabela 11 - Tabela Resumo Custo Unitário Teórico e Real

Processo de

Soldagem CUSTO UNITÁRIO

Previsto (R$/kg) Realizado (R$/kg)

Eletrodo E7018 68,98 30% 72,44 29%

Arame E 71T-1 48,84 60% 77,42 30%

Page 37: Apostila de Eletrodo

6 CONCLUSÕES

a) Qualidade da Junta Soldada

Analisando os resultados encontrados, conclui-se que pelo ponto de vista das

propriedades mecânicas encontradas, os processos são equivalentes, com destaque para uma

melhor aparência visual da soldagem pelo Processo Arame Tubular, conferindo a este

processo uma melhor qualidade geral.

b) Análise Econômica da Junta Soldada

No processo por Eletrodo Revestido por ser um processo mais usual e de prática

rotineira pelo soldador, os resultados práticos se aproximaram muito dos resultados teóricos,

com destaque aos aspectos relacionados às taxas de produtividade, tais como o fator de

ocupação.

O que podemos também concluir é que embora o processo por Arame Tubular

apresente certa simplicidade no aspecto operacional, já que é um sistema semi-automático,

requer muita habilidade prática para obtenção das taxas de produtividade indicadas na

bibliografia.

Analisando principalmente o fator de ocupação previsto e o realizado deste processo

vemos que houve um grande distanciamento que veio a incidir no custo unitário da junta. Um

ganho significativo deste processo é a não necessidade de trocas constantes do eletrodo,

fazendo com que o arco permaneça o maior tempo possível aberto depositando metal na junta,

fato este que, estando o equipamento com os parâmetros de soldagem bem configurados,

depende quase que exclusivamente da habilidade do soldador.

Tomando os custos unitários previstos para o Eletrodo Revestido (R$ 68,98/kg) e para

o Arame Tubular (R$ 48,84/kg), conclui-se pela vantagem econômica no processo de

soldagem por Arame Tubular sobre o Eletrodo Revestido da ordem de 40%, sendo o primeiro

o mais recomendado. Contudo, devemos salientar que independentemente do processo Arame

Page 38: Apostila de Eletrodo

37

Tubular ter um grau maior de automatização em relação ao Eletrodo Revestido é bastante

relevante o fato de se ter uma mão de obra bastante treinada para a obtenção dos índices de

produtividade previstos.

Page 39: Apostila de Eletrodo

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API STANDARD 1104: Welding of Pipelines and

Related Facilities, twentieth edition, Washington, D.C., USA, 2005. p. 3-15.

AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API SPECIFICATION 5L: Specification for Line

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BRACARENSE, Alexandre Queiroz, Processo de Soldagem por Arame Tubular FCAW,

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______., Apostila de Arame Tubulares, 2004. Disponível em:

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______., Catálogo de Eletrodos Revestidos OK, 2007. Disponível em:

<http://www.esab.com.br/br/por/Produtos/consumiveis/eletrodos/upload/1900295rev25_Catal

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______., Catálogo de Arames Tubulares OK, 2007. Disponível em:

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MODENESI, Paulo J., Estimativa de Custos de Soldagem, 2001, Disponível em:

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MEDEIROS, Raimundo Cabral. Apostila de Soldagem a Arco Elétrico com Arame Tubular

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PEREIRA, Lenine Atanásio Lopes, Estudo da Viabilidade Econômica do Processo Arame

Tubular com Gás na Soldagem em Aços de Baixa liga. Niterói, 2002. 73 f. Trabalho de

Page 40: Apostila de Eletrodo

39

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PARANHOS, Ronaldo e BRITO, José de Deus, Custos da Soldagem, 1997. 30 p.

PECLY, Plínio Henrique Rangel, ANTUNES, Eduardo Simões, Estudo Econômico

Comparativo entre os Processos de Soldagem Arame Tubular (Semi-Automatizado e

Mecanizado) e Eletrodo Revestido, 2005. 12 p.

Page 41: Apostila de Eletrodo

ANEXO A

CERTIFICADO DO TUBO

Page 42: Apostila de Eletrodo

41

Page 43: Apostila de Eletrodo

42

Page 44: Apostila de Eletrodo

ANEXO B

CONSUMÍVEIS - ELETRODOS E ARAME

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44

Eletrodos OK para Aços de Baixo e Médio Teor de Carbono (E 6010)

fonte: ESAB, Catálogo Eletrodos Revestidos OK, 2007. Disponível em:

<http://www.esab.com.br/br/por/Produtos/consumiveis/eletrodos/upload/1900295rev25_CatalogoEletr

odos_pt.pdf>. Acesso em: 17 março 2008.

Eletrodos OK para Aços de Baixo e Médio Teor de Carbono (E 7018)

fonte: ESAB, Catálogo Eletrodos Revestidos OK, 2007. Disponível em:

<http://www.esab.com.br/br/por/Produtos/consumiveis/eletrodos/upload/1900295rev25_CatalogoEletr

odos_pt.pdf>. Acesso em: 17 março 2008.

Page 46: Apostila de Eletrodo

45

Arames Tubulares OK para Soldagem com Gás de Proteção em Aços de Baixo e Médio

Teor de Carbono (E71T -1)

fonte: ESAB, Catálogo de Arames Tubulares OK, 2007. Disponível em:

<http://www.esab.com.br/br/por/Produtos/consumiveis/tubulares/upload/1900187rev2_OKTubrod71U

ltra_pt.pdf>. Acesso em: 17 março 2008

Page 47: Apostila de Eletrodo

ANEXO C

PROCEDIMENTOS DE SOLDAGEM

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47

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ANEXO D

GRÁFICOS DE TAXAS DE DEPOSIÇÃO

ELETRODO E ARAME TUBULAR

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TAXA DE DEPOSIÇÃO - SMAW

Fonte: PARANHOS e BRITO, Custos da Soldagem

TAXA DE DEPOSIÇÃO - FCAW

Fonte: PARANHOS e BRITO, Custos da Soldagem

0

1

2

3

4

5

6

7

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Corrente (A)

Ta

xa

de d

ep

osiç

ão

(k

g/h

)

E6010

E6011

E6012,E6013

E7014,E7018

E7028

E6027

E7024

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 2 4 6 8 10 12

Velocidade do arame (m/min)

Ta

xa

de d

ep

osiç

ão

(k

g/h

)

0,9mm

1,14mm

1,32mm

1,57mm

1,73mm

1,83mm

1,98mm

2,39mm

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ANEXO E

ACOMPANHAMENTO DA SOLDAGEM

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