apostila de direito civil (parte geral) para concursos

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APOSTILA PARA CONCURSOS PÚBLICOS DIREITO CIVIL PARTE GERAL Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em www.acheiconcursos.com.br Conteúdo: 1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro; 2. Conflito de lei no espaço e preenchimento de lacunas jurídicas; 3. Pessoa natural; 4. Pessoa jurídica; 5. Bens; 6. Atos, fatos e negócios jurídicos; 7. Negócios jurídicos; 8. Defeitos nos negócios jurídicos; 9. Nulidades dos negócios jurídicos, prescrição e decadência; 10. Ato ilícito e provas. ATENÇÃO: Esta apostila é uma versão de demonstração, contendo 27 páginas. A apostila completa contém 167 páginas e está disponível para download aos usuários assinantes do ACHEI CONCURSOS. Acesse os detalhes em http://www.acheiconcursos.com.br

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Apostila de Direito Civil para Concursos, contendo:1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro;2. Conflito de lei no espaço e preenchimento de lacunas jurídicas;3. Pessoa natural;4. Pessoa jurídica;5. Bens;6. Atos, fatos e negócios jurídicos;7. Negócios jurídicos;8. Defeitos nos negócios jurídicos;9. Nulidades dos negócios jurídicos, prescrição e decadência;10. Ato ilícito e provas.

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Page 1: Apostila de Direito Civil (Parte Geral) para Concursos

APOSTILA PARA CONCURSOS PÚBLICOS

DIREITO CIVIL PARTE GERAL

Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em

www.acheiconcursos.com.br Conteúdo:

1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro;

2. Conflito de lei no espaço e preenchimento de lacunas jurídicas;

3. Pessoa natural;

4. Pessoa jurídica;

5. Bens;

6. Atos, fatos e negócios jurídicos;

7. Negócios jurídicos;

8. Defeitos nos negócios jurídicos;

9. Nulidades dos negócios jurídicos, prescrição e decadência;

10. Ato ilícito e provas.

ATENÇÃO: Esta apostila é uma versão de demonstração, contendo 27 páginas.

A apostila completa contém 167 páginas e está disponível para download aos usuários assinantes do ACHEI CONCURSOS.

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Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

Ahyrton Lourenço Neto*

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro1, ou, como antiga-mente denominada, Lei de Introdução ao Código Civil, é consubstanciada pelo Decreto-lei 4.657, de 4 de setembro de 1942, não é, na realidade, uma lei integrante do Código Civil; trata-se de um conjunto de normas para regu-lamentar as normas, não somente as de Direito Civil, mas todas as leis, por conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer discriminação, indi-cando como aplicá-las, determinando vigência, eficácia, interpretação e in-tegração (DINIZ, 2009).

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro é considerada um Código de Normas que contém normas de sobredireito, que regulamenta todos os ramos do Direito, salvo aquilo que for regulamentado de forma di-ferente na legislação específica.

Fontes do Direito As fontes do Direito são divididas em fontes formais (lei, analogia, cos-

tume e os princípios gerais do Direito) e fontes não formais (doutrina e jurisprudência).

Dentre as fontes formais, a lei para o Direito brasileiro é a principal, po-dendo ser utilizadas as demais fontes somente quando a lei for omissa (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 4.o c/c CPC, art. 126):

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 4.º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

CPC,

Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. (Redação dada pela Lei nº. 5.925, de 1º.10.1973)

1 Nova redação dada pela Lei 12.376, de 30 de de-zembro de 2010.

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* Professor de Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Internacional Pú-blico, ministrando aulas presenciais e telepre-senciais. Especialista em Administração Tributária, pela Universidade Castelo Branco (UCB). Graduado em Direito, pela Pontifí-cia Universidade Cató-lica do Paraná (PUCPR). Advogado.

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Vigência da norma A lei, para pertencer ao ordenamento jurídico, passa por três fases: ela-

boração (iniciativa, discussão e aprovação, sanção ou veto), promulgação e publicação.

A fase de promulgação é o momento do “nascimento” da lei, mas ela so-mente estará vigente quando for publicada no Diário Oficial da União, e se respeitado o prazo legal, quando houver.

A publicação é o instrumento jurídico utilizado para dar conhecimento, em tese, “para todas as pessoas”, de que a lei foi aceita no Ordenamento Ju-rídico Brasileiro e, a partir desse momento, todas as pessoas devem cumpri- -la, como nos orienta o artigo 3.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:

Art. 3.º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

O artigo 1.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro disciplina que a lei brasileira entra em vigor, em todo o território nacional, 45 dias depois da sua publicação; contudo, pode ser disciplinado de forma contrária.

Art. 1.º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

Dessa forma, a sua obrigatoriedade/exigibilidade, no território brasilei-ro, não se inicia, em regra, com a publicação, mas sim 45 dias depois de ser publicada.

Contudo, o legislador, em virtude de política legislativa, necessidade de aplicabilidade da norma ou pouco impacto na sociedade, pode determinar que a lei entre em vigor na data da sua publicação, ou em data diversa; dessa forma, a determinação da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro aplicar-se-á apenas nas hipóteses de omissão sobre a vigência da Lei.

O período entre a data da publicação e a entrada em vigor da lei é deno-minado vacatio legis.

A vacatio legis é uma espécie de elemento acidental de uma norma jurí-dica, que, uma vez consignada, impõe a eficácia somente após o decurso de um prazo determinado, no intuito de levar a lei ao conhecimento de todas as pessoas, como nos orienta o artigo 8.º da LC 95/98:

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Art. 8.º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as leis de pequena repercussão.

A contagem do prazo de vacatio legis inclui a data da publicação e o último dia do prazo, entrando a lei em vigor no primeiro minuto do dia subsequente à sua consumação integral (LC 95/98, art. 8.º, §1.º).

Algumas leis brasileiras são aplicáveis fora do território nacional e, essas, salvo disposição diversa do legislador, somente entrarão em vigor três meses depois de oficialmente publicadas no Diário Oficial (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 1.º, §1.º).

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro ainda previa, até a revogação expressa pela Lei 12.036/2009, que as leis estaduais, que fossem elaboradas com autorização do governo federal para a sua vigência, depen-diam de autorização do governo federal e entrariam em vigor no prazo es-tipulado pelos estados-membros, contudo, a Constituição de 1988 já havia revogado tacitamente esse dispositivo ao estabelecer as competências dos entes federativos.

Casos de alteração da lei antes da vigência Caso uma lei seja novamente publicada, com o intuito de corrigir erros

materiais ou falhas de ortografia, durante o prazo de vacatio legis, incidirá novo prazo que começará a fluir na data da nova publicação, para toda a lei.

Art. 1.º [...]

§3.º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

Casos de alteração da lei vigente Se a lei já entrou em vigor, considera-se a correção uma nova lei, devendo

correr nova vacatio legis (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 1.º, §4.º).

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Observações

O prazo de 45 dias é relativo somente às leis, não sendo aplicado aos �

decretos e regulamentos.

A falta de lei pode ser suprida por mandado de injunção. �

Tempo de vigência e revogação da norma Caso a lei não discipline que ela será válida por tempo determinado, todas

as leis são permanentes, permanecendo em vigor até que seja revogada por outra lei, por força do princípio da continuidade das leis.

Art. 2.º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

A revogação é a supressão da força obrigatória da lei, ou seja, é o ato jurídico capaz de retirar a lei do ordenamento jurídico, acabando com a sua aplicabilidade.

Somente uma lei pode revogar outra; um costume ou a falta de uso não são instrumentos jurídicos para revogação da lei.

A revogação pode ser:

total � , que é denominada de ab-rogação;

parcial � , que recebe o nome de derrogação;

expressa � ou tácita:

Art. 2.º [...]

§1.º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Revogação expressa � : ocorre quando uma nova lei declara a revo-gação da lei anterior, totalmente ou parcialmente.

As leis temporárias possuem dispositivo expresso determinando o tempo de vigência da lei (termo), perdendo eficácia independente de outra lei.

Um exemplo de revogação expressa é o artigo 2.045 do Código Civil:

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Art. 2.045. Revogam-se a Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850.

Revogação tácita � : ocorre quando uma lei posterior não declara ex-pressamente que revoga a anterior, mas, em análise das duas leis, os dispositivos da lei anterior mostram-se incompatíveis com a nova lei ou a nova lei regulamenta inteiramente a matéria que tratava a lei anterior.

Cuidado

Ocorre a revogação tácita de uma lei quando esta é incompatível �

com a Constituição da República, diante da hierarquia das normas.

A nova lei que estabeleça uma disposição especial ou geral, a par �

da lei já existente, não revoga nem modifica a anterior. Revogará somente se houver incompatibilidade, sendo dessa forma possível se falar em revogação tácita da lei nova, em detrimento da antiga, independente da nova ser geral ou especial.

Repristinação e a lei brasileira Repristinar significa se restituir ao valor, caráter ou estado primitivo, voltar

ao status quo ante. Na ordem jurídica, repristinação é o restabelecimento da eficácia de uma lei anteriormente revogada, diante da revogação da lei que revogou originariamente a primeira.

Sob a égide da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, não existe repristinação automática no Direito brasileiro em matéria infra- constitucional.

Art. 2.º [...]

§3.º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Se porventura uma lei que revogou outra for revogada por uma terceira, a primeira não tem a sua eficácia restabelecida automaticamente, valendo a expressão: “lei que morre, morre para sempre”.

O que é uma regra bastante lógica. Uma lei é a “fotografia do pensa-mento social”, dessa forma, não faz sentido, pelo fato de uma “fotografia”

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ter ficado ultrapassada na sociedade e, por conta disso, ter sido retirada do “álbum legislativo”, retornar ao ordenamento jurídico uma “fotografia legal”, mais ultrapassada ainda, a qual já havia sido retirada anteriormente pela norma revogada.

Contudo, o Direito brasileiro prevê, excepcionalmente, que, caso a ter-ceira lei que está revogando a segunda preveja que a primeira volta a ter eficácia, haverá a repristinação no Direito brasileiro.

Esse também é um ponto bastante ponderado trazido pelo legislador, pois, por uma razão de política legislativa ou economia procedimental, o legislador pode entender que a lei que foi revogada anteriormente, na re-alidade, é mais justa que a sua revogadora, e que não deveria ter saído do ordenamento jurídico; dessa forma, em matéria infraconstitucional, ao invés de refazer a lei mais antiga, basta o legislador dar o efeito repristinatório de maneira expressa.

Diferente ocorre na esfera constitucional, que não permite o instituto da repristinação.

Outro fator importante é que, em caso excepcional de declaração de inconstitucionalidade de lei pelo Supremo Tribunal Federal, poderá ocor-rer o efeito repristinatório, chamado por alguns autores como “repristina-ção automática”, como nos orienta o artigo 11 da Lei 9.868/99 (Lei de jul-gamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade):

Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.

§1.o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

§2.o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. (grifo nosso)

Conflito de normas no tempo A regra sobre aplicabilidade das leis é que elas são feitas para valer para o

futuro, ou seja, para as relações que nasçam depois da vigência da lei.

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No entanto, quando uma lei vem revogar ou modificar uma anterior, po-de-se verificar o conflito da lei no tempo para as relações que se formaram sob o escopo da lei anterior. Em síntese, paira a dúvida: a lei nova é aplicada às situações anteriormente constituídas?

Para solucionar esse conflito, possui o ordenamento jurídico dois critérios:

disposições transitórias; �

irretroatividade das normas. �

Disposições transitórias São elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo e se destinam

a evitar ou solucionar eventuais conflitos que possam surgir do confronto entre a lei nova e a antiga, sendo sempre temporária.

Como exemplo, pode-se citar as disposições transitórias do Código Civil Brasileiro:

LIVRO COMPLEMENTAR

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.

Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 serão acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior, Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916.

Art. 2.030. O acréscimo de que trata o artigo antecedente, será feito nos casos a que se refere o §4º do art. 1.228.

Irretroatividade da lei Sob o escudo da irretroatividade, as relações constituídas antes da nova

lei não serão modificadas.

Esse princípio busca assegurar a certeza, a segurança e a estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, preservando as relações consolidadas em que o interesse individual prevalece.

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O Código Civil de 2002 também observou o princípio da irretroatividade da norma:

Art. 2.034. A dissolução e a liquidação das pessoas jurídicas referidas no artigo antece-dente, quando iniciadas antes da vigência deste Código, obedecerão ao disposto nas leis anteriores.

Entretanto, a irretroatividade não é absoluta, pois, por razões de política legislativa, podem recomendar que, em determinada situação, a nova lei seja retroativa, atingindo os efeitos jurídicos praticados sob o império da norma revogada, exemplo também trazido pelo Código Civil de 2002:

Art. 2.031. As associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis anteriores, bem como os empresários, deverão se adaptar às disposições deste Código até 11 de janeiro de 2007. (Redação dada pela Lei nº. 11.127, de 2005)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às organizações religiosas nem aos partidos políticos. (Incluído pela Lei nº. 10.825, de 22.12.2003)

Art. 2.032. As fundações, instituídas segundo a legislação anterior, inclusive as de fins diversos dos previstos no parágrafo único do art. 62, subordinam-se, quanto ao seu funcionamento, ao disposto neste Código.

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro disciplina:

Art. 6.º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

§1.º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

§2.º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição pre-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

§3.º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

Percebe-se que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a nossa Constituição adotam o princípio da irretroatividade da norma como regra e a retroatividade como exceção.

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro protege o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, aplicando-se a nova norma, em regra, aos casos pendentes e futuros.

Ato jurídico perfeito � – é ato já consumado pela lei antiga. No caso concreto, o fato iniciou e findou durante a vigência da lei anterior, ten-do sido findado antes da vigência da nova norma.

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Direito adquirido � – é o Direito que foi consubstanciado integralmen-te pela lei anterior.

Coisa julgada � – é a decisão judicial que transitou em julgado (sem possibilidade de recurso) quando a lei anterior estava vigente.

Resolução de questão1. (Esaf ) O princípio da continuidade assim se enuncia:

a) a norma revogada continua vinculante para os casos anteriores à sua revogação.

b) a norma atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da lei revogada.

c) não se destinando à vigência temporária, a norma estará em vigor enquanto não surgir outra que a altere ou revogue.

d) há incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, se a nova regular inteiramente a matéria tratada pela anterior.

Assertivas:

a) Errada. Trata-se do princípio da irretroatividade das normas.

b) Errada. Trata-se do princípio da retroatividade das normas.

c) Certa.

d) Errada. Trata-se da revogação tácita.

Atividades de aplicação1. (Esaf ) Se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo

de 15 dias de vacância, ela entrará em vigor no dia:

a) 16 de janeiro.

b) 15 de janeiro.

c) 20 de janeiro.

d) 18 de janeiro.

e) 17 de janeiro.

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2. (Esaf ) Assinale a opção falsa.

a) A Lei de Introdução não é parte integrante do Código Civil, por ser aplicável a qualquer norma e por conter princípios gerais sobre as leis em geral.

b) A Lei de Introdução é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas que não rege relações de vida, mas sim as normas, uma vez que indica como interpretá-las, determinando-lhes a vigência e eficácia, suas di-mensões espaçotemporais, assinalando suas projeções nas situações conflitivas de ordenamentos jurídicos nacionais e alienígenas, evi-denciando os respectivos elementos de conexão.

c) A Lei de Introdução é um código de normas que não tem por conteú-do qualquer critério de hermenêutica jurídica.

d) As normas de Direito Internacional Privado, contidas na Lei de Intro-dução ao Código Civil, têm por objetivo solucionar o conflito de juris-dição, estabelecer princípios indicativos de critérios solucionadores do problema de qualificação, determinar o efeito dos atos realizados no exterior, reger a condição jurídica do estrangeiro e tratar da eficá-cia internacional de um direito legitimamente adquirido em um país, que poderá ser reconhecido e exercido em outro.

e) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina a garantia da eficácia global da ordem jurídica, não admitindo a ignorância da lei vigente, que a comprometeria.

3. (Esaf ) Sobre o efeito repristinatório, podemos afirmar que:

a) a regra geral do vacatio legis, com os critérios progressivo e único, de-corre do efeito repristinatório.

b) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, revogará a lei anterior quando regular inteiramente a matéria tratada na anterior.

c) o legislador, derrogando ou ab-rogando lei que revogou a anterior, restabelece a lei abolida anteriormente, independentemente de de-claração expressa.

d) a vigência temporária da lei decorre do efeito repristinatório que fixa o tempo de sua duração.

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e) a lei revogadora de outra lei revogadora somente restabelece a velha lei, anteriormente abolida, quando expressamente declarado.

Dica de estudoCaros alunos, é muito importante saber a diferença entre ab-rogação e

derrogação!

ReferênciasBEVILÁQUA, Clóvis. Teoria Geral do Direito Civil. 4. ed. Brasília: Ministério da Jus-tiça, 1972.

CRETELLA JÚNIOR; José. Curso de Direito Romano: o Direito Romano e o Direito Civil Brasileiro no Novo Código Civil. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: teoria geral do Direito Civil. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1.

GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil – parte geral. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. (Coleção Sinopses Jurídicas).

______. Direito Civil – parte geral. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. (Coleção Sinop-ses Jurídicas).

LIMONGI FRANÇA, R. Forma do Ato Jurídico. São Paulo: Saraiva, 1977. p. 192. (Enciclopédia Saraiva do Direito). v. 38.

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil – parte I. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

RODRIGUES, Marcelo Guimarães. Direito Civil. Belo Horizonte: Inédita, 1999.

SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

WALD, Arnold. Direito Civil: introdução e parte geral. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

Gabarito 1. E

2. C

3. E

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(...) ESTE É UM MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DA APOSTILA E CONTÉM APENAS UM TRECHO DO CONTEÚDO ORIGINAL. O DESENVOLVIMENTO DA MATÉRIA CONTINUA POR MAIS PÁGINAS NA APOSTILA COMPLETA, QUE VOCÊ PODERÁ OBTER EM http://www.acheiconcursos.com.br .

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Conflito de lei no espaço e preenchimento de lacunas jurídicas

Ahyrton Lourenço Neto*

Conflito de lei no espaçoSob a égide do princípio da soberania do Estado, o Estado soberano não

está subordinado a leis alienígenas, se assim não o quiser; dessa forma, surge o princípio da territorialidade, ou seja, a lei produzida em um país terá apli-cação em seu território.

Mas o princípio da territorialidade não é absoluto; algumas vezes, surge a necessidade do Estado regulamentar as relações entre nacionais e estran-geiros, o que permitiu o surgimento do sistema de extraterritorialidade, sem prejuízo da soberania nacional.

O Brasil adota o princípio da territorialidade moderada. Dessa forma, o Di-reito alienígena será, em alguns casos, aplicado no Brasil.

Quanto aos direitos de personalidade – começo e fim da personalidade, �

o nome, a capacidade e os direitos de família –, aplica-se o direito do domicílio1, como regra basilar.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

Casamentos no Brasil – aplica-se a lei brasileira (impedimentos e for- �

malidades).

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§1.º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

Casamento no Brasil de estrangeiros de mesma nacionalidade, domici- �

liados no Brasil – pode ser feito no consulado do país.

1 Domicílio – artigo 70 e ss. do Código Civil: Art. 70. O domicílio da pessoa na-tural é o lugar onde ela es-tabelece a sua residência com ânimo definitivo.

* Professor de Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Internacional Pú-blico, ministrando aulas presenciais e telepre-senciais. Especialista em Administração Tributária, pela Universidade Castelo Branco (UCB). Graduado em Direito, pela Pontifí-cia Universidade Cató-lica do Paraná (PUCPR). Advogado.

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Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§2.º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

Se os nubentes forem de nacionalidade diferente deve ser realizado �

por autoridade brasileira.

O casamento de ambos os nubentes brasileiros no exterior pode �

ser feito perante autoridade consular brasileira.

Não pode ocorrer no consulado brasileiro casamento de brasileiro �

com estrangeira.

Autoridade Consular Brasileira – competente para realizar casa- �

mentos, e atos de Registro Civil e de Tabeliães.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº. 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº. 3.238, de 1º.8.1957)

Invalidade de casamento de nubentes com domicílio diverso – lei do �

primeiro domicílio do casal.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§3.º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.

Casamento – regime de bens – lei do país do domicílio do casal ou do �

primeiro domicílio conjugal.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

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§4.º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Estrangeiro casado ao naturalizar brasileiro pode alterar o regime de �

bens – comunhão parcial de bens – anuência do cônjuge.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§5.º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei nº. 6.515, de 26.12.1977)

Divórcio no exterior de brasileiros pode ser reconhecido no Brasil – ob- �

servadas as normas do Código Civil Brasileiro e homologada a senten-ça estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)2.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§6.º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei 12.036 de 1º de outubro de 2009).

Domicílio familiar – cônjuge e filhos não emancipados/incapazes – �

rege pelo domicílio do chefe de família ou tutor ou curador.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§7.º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

Pessoa sem domicílio – lugar da residência ou lugar que se encontre. �

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

Art. 7.º [...]

§8.º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.

2 Atenção à EC 45/2004. Art. 105, I, “i” da CF.

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Pessoa natural

Ahyrton Lourenço Neto*

Introdução O conceito de pessoa se remete ao latim persona, que era uma máscara

utilizada pelos atores, em Roma, para ressoar melhor a voz, significando soar com intensidade (GOMES, 2007).

Na Idade Média, esse conceito foi adotado para designar o papel desen-volvido pelo ser humano enquanto ator de sua própria vida.

Do ponto de vista jurídico, a pessoa é o sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações, podendo ser dividido em pessoa natural (nova desig-nação de pessoa física) e pessoa jurídica (ente fictício criado pela norma para satisfazer necessidades sociais).

Pessoa natural � – ser humano.

Pessoa jurídica � – ente criado pela norma.

Direito Público: �

externo – Estado soberano estrangeiro e organizações interna-cionais (REZEK, 2008) e todos os demais atores regidos pelo Di-reito Internacional Público;

interno – a União; os Estados, o Distrito Federal e os territórios; os municípios; as autarquias, inclusive as associações públicas; as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Direito Privado: � as sociedades simples (civis); sociedades empresá-rias (comerciais); as associações; as fundações; as organizações reli-giosas; os partidos políticos.

* Professor de Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Internacional Pú-blico, ministrando aulas presenciais e telepre-senciais. Especialista em Administração Tributária, pela Universidade Castelo Branco (UCB). Graduado em Direito, pela Pontifí-cia Universidade Cató-lica do Paraná (PUCPR). Advogado.

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Das pessoas naturais

Conceito e capacidade O artigo 1.º do Código Civil (CC) disciplina que

Art. 1.º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres [...]

Dessa forma, pelo simples fato de uma pessoa humana existir, em tese, ela já é dotada da capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações.

A capacidade é uma medida da personalidade, sendo que esta somente terá seu início, no Brasil, com o nascimento com vida.

Capacidade é a aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, e �

exercer os atos da vida civil por si e por outrem.

Personalidade é o conjunto de capacidades (aptidões) referentes a �

uma pessoa.

A capacidade poderá ser dividida em capacidade de direito e de fato:

capacidade de direito � – todas as pessoas possuem – é a capacidade de adquirir ou gozar os direitos;

capacidade de fato � – somente os legalmente considerados capazes a possuem – é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil, tam-bém chamada de “capacidade de ação”.

A capacidade não pode ser confundida com legitimação, pois, em alguns casos, a pessoa pode ser capaz para o exercício de um ato da vida civil, mas para poder executá-lo necessita de legitimação (aptidão para a prática de determinado ato). Por exemplo: venda de ascendente para descendente (CC, art. 4961).

A capacidade plena é o poder de exercer a capacidade de direito e a ca-pacidade de fato.

A capacidade limitada é o poder de exercer apenas capacidade de direito, necessitando da ajuda de outra pessoa para poder exercer a sua vontade. Essas pessoas são denominadas incapazes.

1 Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

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Das incapacidades A incapacidade para a lei brasileira é apenas de fato e nunca de direito,

sendo dividida da seguinte forma.

Incapacidade absoluta � – proibição total do exercício de direitos por si só, sob pena de nulidade (CC, art. 3.º).

Incapacidade relativa � – possibilidade da prática de alguns atos da vida civil, desde que assistido, sob pena de anulabilidade (CC, art. 4.º).

O atual Código Civil adota um sistema de proteção ao incapaz, diferente do anterior, que tinha uma visão de excluir o incapaz das relações civis.

Absolutamente incapazes

São as pessoas que possuem a proibição total da prática da capacidade de fato, devendo o ato ser praticado por alguém que o represente. Sendo que o ato praticado sem a representação, quer por alguém não habilitado ou somente pelo absolutamente incapaz, é nulo.

O Código Civil disciplina:

Art. 3.º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Menores de 16 anos

Critério estritamente biológico. São conhecidos como menores impúbe-res, classificados como as pessoas que não atingiram ainda a maturidade su-ficiente para a prática de atividade jurídica.

Esse critério atinge ambos os sexos; não leva em consideração qualquer distinção psíquica, amadurecimento precoce ou desenvolvimento social adaptativo.

Devem ser sempre representados por seus representantes legais, que, em regra, são os pais, e na falta destes os tutores.

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Pessoa jurídica

Ahyrton Lourenço Neto*

Conceito As pessoas jurídicas são entes criados pela lei, que lhes fornece a capaci-

dade de serem sujeitos de direitos e obrigações, atuando na sociedade com personalidade jurídica distinta das pessoas naturais que a compõem, mas como são imateriais, necessitam sempre de representação de uma pessoa natural.

São entidades dotadas de direitos:

personalidade � – identificação, liberdade, boa reputação;

reais � – podem ser proprietárias, usufrutuárias etc. de coisas;

industriais � – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi-légio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a ou-tros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi-mento tecnológico e econômico do país;

obrigacionais � – direitos de comprar, vender, alugar, contratar etc.;

sucessórios � – podem, em alguns casos, adquirir bens deixados por causa mortis.

Natureza jurídica Para tentar explicar o surgimento das pessoas jurídicas, a doutrina adota

em especial duas correntes principais:

teorias de ficção; �

teorias da realidade. �

* Professor de Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Internacional Pú-blico, ministrando aulas presenciais e telepre-senciais. Especialista em Administração Tributária, pela Universidade Castelo Branco (UCB). Graduado em Direito, pela Pontifí-cia Universidade Cató-lica do Paraná (PUCPR). Advogado.

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Teorias da ficção

A teoria da ficção legal, desenvolvida por Savigny (2009), acredita que so-mente a pessoa natural é capaz e que a pessoa jurídica é uma criação artificial da lei.

A teoria da ficção doutrinária, variável defendida por Vareilles-Sommières (2009), acredita que a pessoa jurídica é uma criação artificial da doutrina.

Ambas as teorias são combatidas pela moderna doutrina.

“Não se pode aceitar esta concepção, que, por ser abstrata, não corres-ponde à realidade, pois se o Estado é uma pessoa jurídica, e se se concluir que ele é ficção legal ou doutrinária, o direito que emana dele também o será.” (DINIZ, 2009).

Teorias da realidade

A teoria da equiparação, defendida por Windscheid e Brinz, entende que a pessoa jurídica é um patrimônio equiparado no seu tratamento jurídico às pessoas naturais (DINIZ, 2009).

A crítica que se faz a essa teoria é que ela faz uma confusão entre as coisas e as pessoas, elevando os bens à categoria de sujeito de direitos e deveres (DINIZ, 2009).

Por sua vez, a teoria da realidade objetiva ou orgânica, defendida por Gierke e Zitelmann, entende que há, junto às pessoas naturais (organismos físicos), organismos sociais, que são as pessoas jurídicas, tendo estas exis-tência e vontade própria, distinta da de seus membros, tendo como objeto realizar um objetivo social (DINIZ, 2009).

A crítica que se faz a essa teoria é que, quando afirma que a pessoa ju-rídica possui vontade própria, isso recai à ficção, pois vontade é algo que somente a pessoa natural possui (DINIZ, 2009).

A teoria da realidade das instituições jurídicas, criada por Hauriou (1929), defende que a personalidade jurídica é um atributo que a ordem jurídica estatal outorga a entes que o merecem, afirmado que mesmo a personalida-de humana deriva do direito e, por isso, o Direito pode conceder personali-dade a agrupamentos de pessoas ou de bens que tenham como escopo a realização de interesses comuns1.

1 Maria Helena Diniz en-tende que essa é a teoria que melhor atende à es-sência da pessoa jurídica, por estabelecer a realida-de da pessoa jurídica.

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Classificação da pessoa jurídica Disciplina o Código Civil:

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional Público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações;

IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§1.º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§2.º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§3.º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

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Quanto à nacionalidade As pessoas jurídicas podem ser classificadas quanto à nacionalidade

como nacionais ou estrangeiras.

A sociedade nacional é a organizada nos termos da lei brasileira, tendo aqui a sua sede de administração (CC, arts. 1.126 a 1.133).

Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração.

A sociedade estrangeira, organizada nos termos da legislação de outro país, não pode operar no Brasil sem a autorização do Poder Executivo, po-dendo, conforme a lei, ser acionista em sociedade anônima brasileira.

Se a sociedade estrangeira for autorizada a funcionar no Brasil, sujeitar--se-á às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos aqui praticados, de-vendo ter representante no Brasil e pode nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil (CC, arts. 1.134 a 1.141).

Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.

Quanto à estrutura interna Pode ser:

universitas personarum � (corporação) – um conjunto de pessoas que, apenas coletivamente, goza de certos direitos e deveres e os exerce de maneira única – associações e sociedades; ou

universitas bonorum � (fundação) – um conjunto de bens personaliza-do e destinado a um fim que lhe dá unidade.

Quanto às funções e capacidade As pessoas jurídicas podem ser de Direito Público, interno ou externo, e

de Direito Privado.

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Bens

Ahyrton Lourenço Neto*

Introdução Alguns autores classificam os bens como espécie do gênero coisas,

sendo estas tudo que existe na natureza, e aqueles as coisas que são úteis ao homem, economicamente valoráveis e suscetíveis de apropriação.

O Código Civil de 1916 fazia confusão entre bens e coisas; o atual utiliza apenas a expressão bens. Mesmo a doutrina classifica de forma diversa bens e coisas, sendo que muitos utilizam ambas as expressões como sinônimo.

Para o professor Washington de Barros Monteiro (1997) os “bens são valo-res materiais ou imateriais que podem ser objetos de uma relação de direito”.

Classificação dos bens

Bens considerados em si mesmo

Corpóreos ou incorpóreos

O nosso Código Civil não faz distinção entre bens corpóreos ou incorpó-reos, como os romanos faziam, contudo essa definição é plausível.

Corpóreos (materiais ou tangíveis) � – são os bens que possuem exis-tência física, tais como casas, animais, joias.

Incorpóreos (imateriais ou intangíveis) � – são os bens que possuem uma existência abstrata, porém possuem valor econômico, tais como marcas, patentes, direito autoral, fundo de comércio.

Bens móveis ou imóveis

Sem sombra de dúvida, essa é a classificação mais importante de bens, pois, em se definindo qual espécie é o bem, se definirá qual é o direito que a ele é aplicável, bem como a relação jurídica cabível.

* Professor de Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Internacional Pú-blico, ministrando aulas presenciais e telepre-senciais. Especialista em Administração Tributária, pela Universidade Castelo Branco (UCB). Graduado em Direito, pela Pontifí-cia Universidade Cató-lica do Paraná (PUCPR). Advogado.

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O efeito direto dessa definição é que os bens móveis podem ser adquiri-dos por simples tradição, sendo que se forem considerados imóveis exigem escritura pública e, em regra, registro no Cartório de Registros de Imóveis para que sejam adquiridos.

Ainda, no caso de bens imóveis, caso seu titular seja casado em qualquer tipo de regime de bens, salvo por separação total de bens, necessita, para que haja alienação ou hipoteca, a outorga do outro cônjuge (marital ou uxória), mas, caso o bem seja móvel, tal autorização não é exigida.

Outro efeito prático recai sobre o prazo para usucapião, bem como para os direitos reais, sendo a hipoteca para bens imóveis e penhor para bens móveis.

Imóveis

Os bens imóveis são, em regra, os bens que não podem ser transportados ou removidos de um lugar para o outro sem perder a sua característica, inte-gridade ou diminuir-lhe o valor.

CC,

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Dessa ordem, os bens imóveis são divididos:

por sua própria natureza � – compreendem o solo, o subsolo e o es-paço aéreo sobrejacente, sendo que o proprietário do solo é também o dono do subsolo para efeito de construção. Atenção: a CF limita a propriedade, determinando que os recursos minerais e hídricos cons-tituem propriedade distinta do solo para efeito de exploração e apro-veitamento, pertencendo ao domínio da União (CF, art. 20);

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por acessão natural � – os bens que pertencem ao solo em virtude de sua natureza, como as árvores e todos os seus frutos, ainda que plan-tadas pelo homem; porém, se a árvore for destinada para corte, será classificada como bem móvel, assim como as plantadas em vasos; as árvores para corte podem ser negociadas sem a necessidade de escri-tura pública, pois não são consideradas bens imóveis, ainda que agre-gadas ao solo até o corte;

por acessão artificial ou industrial � – qualquer coisa que o homem incorporar ao solo de forma permanente e cuja remoção acarrete a destruição do bem, tais como edificações e plantas, não perdendo a característica de imóveis, por exemplo, as casas que forem removidas na sua integridade para outro local, nem mesmo os materiais que tem-porariamente forem desagregados da casa para logo serem recoloca-dos, como telhado (CC, art. 81);

por determinação legal � – alguns bens são considerados imóveis pela lei para que recebam maior proteção jurídica. São exemplos os direitos reais1 sobre imóveis, e as ações que os asseguram, e o direito à sucessão aberta. Também são considerados pela legislação como bens imóveis os navios e as aeronaves, dessa forma, sua transmissão se dá por escritura pública, devem sofrer registro especial e admite-se hipoteca;

por acessão intelectual � – são os bens móveis que o proprietário imo-biliza como ato de sua vontade, mantendo-os intencionalmente agre-gados aos bens imóveis para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade, como equipamentos, maquinários, ferramentas e ob-jetos de decoração (tratores, veículos, animais, aparelhos de ar-condi-cionado etc.). Cuidado: o atual Código Civil não traz mais essa classifi-cação, qualificando esses bens como pertenças2.

Móveis

O CC classifica os bens móveis como

Art. 82. [...] os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Também são classificados os bens móveis:

por sua natureza � – os bens que podem ser removidos ou transporta-dos sem perderem a sua característica ou sofrerem danos: sendo ainda

1 Para o professor Sílvio de Salvo Venosa (2003) “os direitos reais tradu-zem relação jurídica entre uma coisa, ou conjunto de coisas, e um ou mais sujeitos, pessoas naturais ou jurídicas”.

2 Art. 93. São pertenças os bens que, não constituin-do partes integrantes, se destinam, de modo dura-douro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

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classificados em móveis por força própria, como os móveis semoventes (animais em geral), ou móveis por força alheia, como os móveis propria-mente ditos (carros, joias, cadeiras etc.).

CC,

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

por antecipação � – são os bens que originariamente são imóveis, pois são incorporados ao solo, como as árvores, mas que a vontade huma-na e por uma finalidade econômica tem intenção de converter em mó-vel, como as árvores de corte;

por determinação legal � – os bens cuja característica de móvel a le-gislação determina. São exemplos: as energias que tenham valor eco-nômico (elétrica, gás etc.); os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; e os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações (direitos autorais, propriedade industrial, patentes, marcas, cotas e ações de sociedades).

Bens fungíveis e infungíveis

O CC apenas define os bens fungíveis, mas consequentemente se tem a definição dos infungíveis.

Bens fungíveis: �

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Exemplos: dinheiro, saca de café etc.

Bens infungíveis: são os bens que são “únicos”, não podendo ser substi- �

tuídos por outro de mesmo gênero, qualidade ou quantidade, mesmo que de maior valor (CC, art. 313).

Exemplos: imóveis, carros, selos ou livros raros etc.

Todos os imóveis são infungíves e, em regra, a maioria dos bens móveis é fungível.

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Uma obrigação de fazer pode ser fungível ou infungível dependendo da atuação, se for personalíssima ou não, como pintar um quadro ou uma casa.

A consequência direta do enquadramento dos bens em fungível ou in-fungível recai, principalmente, nas relações jurídicas com os bens.

Mútuo � – contrato de empréstimo apenas de coisas fungíveis.

Comodato � – contrato gratuito de empréstimo apenas de coisas fungíveis.

Locação � – contrato oneroso de bens infungíveis.

Bens consumíveis e inconsumíveis

Os bens consumíveis são aqueles cujo único uso acarreta a sua destrui-ção, como gasolina, charutos, alimentos etc.

Há também os bens que são consumíveis conforme a destinação, tais como objetos postos à venda em uma loja, quando adquiridos pelo cliente, em re-lação à loja são consumíveis, ainda que se destinem ao uso prolongado.

CC,

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Inconsumíveis são os bens que permitem reiterados usos sem serem destruídos – casas, veículos, vestuário. Contudo, se um alimento, que essen-cialmente é consumível, for emprestado para finalidade de exposição, será considerado como bem inconsumível.

A principal utilidade prática da presente classificação é que alguns direitos, em regra, não podem recair sobre bens consumíveis, como o usufruto, exis-tindo para os bens consumíveis o quase-usufruto ou usufruto impróprio.

CC,

Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos.

§1.º Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição.

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